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PARANÁ
GOVERNO DO ESTADO
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
FICHA DE IDENTIFICAÇÃO
Título: Letramento Literário: uma aplicação prática
Autor: Ruth Budin
Disciplina/Área Língua Portuguesa
Escola de Implementação do Projeto/localização
Colégio Estadual do Campo Professor Estanislau Wrublewski
Município da escola Cruz Machado
Núcleo Regional de Educação União da Vitória
Professor Orientador Maria Cristina Robazkiewicz
Instituição de Ensino Superior Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras – FAFIUV
Relação Interdisciplinar
Resumo A leitura, na atualidade, não é considerada algo importante pela maioria dos estudantes, sendo esta considerada algo obrigatório e não prazeroso como deveria ser, já que a leitura proporciona uma viagem a diversos universos literários, além de formar cidadãos críticos e conhecedores de vários aspectos sociais. Para inserir o hábito da leitura se faz necessário um trabalho todo especial durante as aulas de Língua Portuguesa, com metodologias que realmente levem os alunos ao fascinante mundo dos livros por interesse próprio e não pela obrigatoriedade de ler obras cobradas durante as aulas de Língua Portuguesa ou por concursos vestibulares. Esta produção didática-pedagógica apresenta metodologias para trabalho com alunos da primeira serie do ensino médio através do gênero textual com a utilização de contos consagrados da literatura brasileira. Não apenas trabalhando a questão da leitura, mas também desenvolvendo a oralidade e da produção textual, já que os alunos serão instigados à produzirem seus próprios contos e montarem uma obra coletânea no final deste trabalho.
Palavras-chave Letramento literário; gênero textual; leitura.
Formato do Material Didático Caderno Pedagógico
Público Alvo Alunos da 1ª série do Ensino Médio
CADERNO PEDAGÓGICO
LETRAMENTO LITERÁRIO: uma aplicação prática
PROFESSORA PDE: RUTH BUDIN
PROFESSORA ORIENTADORA: Ms. MARIA CRISTINA ROBAZKIEVICZ
UNIÃO DA VITÓRIA
DEZEMBRO/2012
PARANÁ
GOVERNO DO ESTADO
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
PARANÁ
GOVERNO DO ESTADO
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
LETRAMENTO LITERÁRIO: uma aplicação prática
Caderno Pedagógico, apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE, sob a orientação da Professora Maria Cristina Robazkiewicz, do Departamento de Letras, da Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e Letras de União da Vitória – FAFI - UV.
UNIÃO DA VITÓRIA – PR
DEZEMBRO/2012
1 APRESENTAÇÃO
“Se refletirmos bem, veremos que o professor é o intelectual que delimita todos
os quadrantes do terreno da literatura escolar. Sem a sua presença atuante,
sem o trabalho competente, o terreno dificilmente chegará a produzir o
benefício que a sociedade espera e deseja, ou seja, leitura e leitores assíduos
e maduros” (SILVA, 2010, p.19).
Sou Ruth Budin, professora de Língua Portuguesa, pertencente ao núcleo
Regional de União da Vitória, atuo no Colégio do Campo Professor Estanislau
Wrublewski localizado no distrito de Santana, município de Cruz Machado.
Na qualidade de professora apaixonada por leituras, percebendo que tantos
alunos não desenvolveram o gosto pelas viagens que só a leitura proporciona,
nessa angustia, encaminhei meus trabalhos nesta linha de estudo.
Oportunamente, ao participar do PDE ficou concretizada a ideia de um
letramento literário. Intitulei meu projeto assim: Letramento Literário: uma aplicação
prática, sendo ele dirigido ao Ensino Médio, tendo como orientadora a professora
mestre Maria Cristina Robazkievicz da Faculdade Estadual de Filosofia, Ciências e
Letras (FAFI-UV) de União da Vitória.
Objetivando proporcionar aos educandos a possibilidade de vivenciar
momentos agradáveis de leitura, consequentemente trazendo-as ao cotidiano, nos
momentos de vivenciá-las nas práticas produtivas.
Eles perceberão que também podem produzir seus contos a partir do
conhecimento de suas características e vivências através das leituras
proporcionadas.
Assim encaminhei o material didático na forma de Caderno Pedagógico, onde
aparecerão formas de trabalhar os contos selecionados e também a produção de
contos pelos alunos.
Pois conforme vemos nas Diretrizes Curriculares para Educação Pública do
Estado do Paraná “Ao ler o indivduo busca as suas experiências, os seus
conhecimentos prévios, sua formação familiar, religiosa e cultural.” (PARANÁ, 2008.
p. 56).
Para isso, se faz necessário um professor leitor, que apresente leituras, que
incentive uma leitura interessante e que prenda o educando à leitura.
Somente desta forma, teremos um leitor de fato, que busca obras para o seu
prazer, intelecto,... e não porque lhes são impostas leituras.
Cabe ao professor tornar a leitura interessante, com atividades pensadas,
criando estratégias para que o aluno tenha possibilidades de se colocar diante do
que lê, com argumentos favoráveis ou desfavoráveis, com conhecimento de causa.
De acordo com Silva (2010. p.92), “E o professor hoje, nestas terras
brasileiras de tantas contradições e mentiras, tem uma responsabilidade
fundamental: destruir os fetiches, desprender mais de si mesmo e recuperar a sua
imaginação criadora”.
É nesta perspectiva que podemos mostrar aos educandos a magia
encantadora das viagens através de leituras.
Ruth Budin
2 MATERIAL DIDÁTICO
O ensino de Língua Portuguesa, envolve práticas de expressão oral, leitura,
produção de textos orais e escritos e momentos específicos de reflexão sobre a
língua. Neste sentido, o ensino de português deve estar voltado para que o aluno
consiga se expressar, se fazendo entender; seja um leitor crítico e ativo; seja um
usuário da escrita e seja capaz de refletir sobre sua língua, tendo coerência e
coesão em seus textos (CENPEC, 1998).
Com esta finalidade, o material didático desenvolvido busca trabalhar todos
estes aspectos: leitura, oralidade e produção textual.
De acordo com CENPEC (1997) os elementos principais de uma narrativa
são:
Narrador: é através dele que a narrativa nos é transmitida. Ele pode estar em uma
posição fora das ações, contando apenas a história dos personagens, assim sendo,
ele será um narrador de terceira pessoa, porém, pode contar a história como
personagem dela, adquirindo a característica de narrador de primeira pessoa.
Ação ou Enredo: compreende todos os acontecimentos da história: os fatos e
atos que envolvem as personagens. Essas ações organizam-se através do enredo,
que significa sequência que ocorrem a partir de linhas condutoras, quais sejam:
- sequência lógico-causal: onde as ações acontecem em decorrência uma das
outras;
- sequência cronológica: onde os fatos são apresentados em ordem linear ou não.
Tempo: numa narrativa podemos falar em duas formas de tempo: o tempo-época e
o tempo-duração. Neste, transcorrem as ações do começo ao fim da historia, como
dias, meses,... E naquele, indica-se o momento histórico dos acontecimentos
narrados, pode ser observado claramente por estar mencionado ou implícito na
caracterização dos personagens e do espaço.
Personagens: é com eles que acontecem os fatos, é através deles que se
consegue a empatia do leitor. Podem ter papel determinante no desenvolvimento do
enredo, serão os protagonistas (principais) ou coadjuvantes (secundários). Estes,
podem se contrapor aos principais serão chamados de antagonistas.
Fala dos personagens: para representar o que os personagens dizem, o
narrador lança mão de dois processos básicos: o discurso direto e o indireto.
Naquele, caracteriza-se através de marcos como verbos de locução, dois pontos,
travessões ou aspas, mostrando a fala direta dos personagens. Nesse, é o narrador
que conta o que foi dito. Pode-se utilizar um terceiro processo, que é o discurso
indireto livre, quando o narrador reproduz a fala do personagem sem nenhuma
indicação, reflexões dos personagens misturam-se no mesmo discurso do narrador,
onde somente o contexto pode esclarecer o que pertence a um ou a outro.
Espaço: é onde os personagens movem-se e este pode auxiliar em sua
caracterização, na medida em que permite transmitir idéias ao leitor com maior
intensidade. Porém, às vezes, o espaço assume apenas um caráter decorativo,
tornando-se não mais do que um cenário, pano de fundo sobre a qual se
desenrolam os fatos.
Para iniciar o contato dos alunos com a Narrativa, será utilizada a
metodologia de análise de Contos.
Conto 1
Será apresentada a obra Biruta de autoria de Lygia Fagundes Telles.
- Contextualizar a obra e a escritora.
Atividades - Após a realização da leitura do conto silenciosamente, lê-lo em voz alta, tecer
comentários acerca do tema central e temas afins, procurando trazê-los às questões
sociais que estão muito claras em todo o curso do conto;
- Comentar se conhecem narrativas semelhantes, se já leram algo tema relativo;
- Pedir para que cada um comente se notou ou se não conheceu alguma palavra. Se
houver fazer a inferência do sentido pelo contexto e esclarecer as dúvidas com
ajuda do dicionário;
- Solicitar que respondam questões envolvendo personagens, sequência de ações e
de espaço.
“Alonso foi para o quintal carregando uma bacia cheia de louça suja.
[...] O cachorro saiu de dentro da garagem. Era pequenino e branco, uma
orelha em pé e a outra completamente caída.
- Sente-se aí, Biruta, que vamos ter uma conversinha. – disse Alonso
pousando a bacia ao lado do tanque”.
(Biruta – Lygia Fagundes Telles)
O que são gêneros textuais?
Conforme MARCUSHI,
Gênero textual refere os textos materializados em situações comunicativas
recorrentes. Os gêneros textuais são os textos que encontramos em nossa vida
diária e que apresentam padrões sociocomunicativos característicos definidos
por composições funcionais, objetivos enunciativos e estilos concretamente
realizados na integração de forças históricas, sociais, institucionais e técnicas
(2008, p.155).
O trabalho com Gêneros Textuais é uma extraordinária oportunidade de se
trabalhar com a língua em suas mais diversas formas de usos autênticos no
cotidiano. Pois nada do que dizemos linguisticamente estará fora de ser feito em
algum gênero (Marcushi, 2005, p.35).
Quais são as características do gênero conto?
O conto de acordo com KAUFMAN e RODRIGUES,
É um relato em prosa de fatos fictícios. Consiste de três momentos
perfeitamente diferenciados: começa apresentando um estado inicial de
equilíbrio segue com a intervenção de uma força, com a aparição de um
conflito, que dá lugar a uma serie de episódios e se encerra com a resolução
desse conflito que permite, no estágio final, a recuperação do equilíbrio perdido
(1995, p. 21.).
O conto entra na classificação de texto literário, pois privilegia a mensagem
pela própria mensagem, ele é que permite desenvolver virtualidades da linguagem,
onde há espaço da liberdade da linguagem, nos leva a imaginar, a inferir imagens de
beleza ou de tristeza, conforme nosso mundo e permite a musicalidade das
palavras,...
Atividades - Após explicações acerca do gênero, pedir confecção de um conto, com um dos
temas afins, ou tema central do conto analisado.
Comentar aos alunos que os contos produzidos farão parte da coletânea de
contos, a qual será produzida ao final do trabalho e que será apresentada aos pais e
orientadora do projeto.
É importante deixar claro a função prática dessa atividade, para não parecer
que “A escola é talvez o único lugar onde se escreve muitas vezes sem motivo [...].
Certas atividades da escola representam um puro exercício de escrever” (CAGLIARI,
2009).
- Apresentar contos selecionados, falar sobre eles; quando o aluno escolhê-lo, fazer
os comentários acerca, pois selecionando apenas pelo titulo, às vezes, o aluno
poderá ler algo que não seja do seu interesse. Ao fazer comentários sobre o assunto
tratado no conto, o aluno lerá com maior entusiasmo.
- Pedir a leitura do conto.
- Solicitar que recontem o que leram, não a classe toda, apenas algumas alunos. Se
ninguém quiser recontar por espontaneidade, fazer a solicitação indicando nomes
dos alunos que deverão realizar a explanação.
- Pedir objetividade e cuidado com a utilização da norma culta;
- Após a realização da recontagem, tecer comentários sobre a norma culta,
linguagem informal, oralidade, escrita, assim como as marcas de fala, como tiques e
idiossincrasias de cada um.
- Pedir a produção de um conto, antes lembrá-los das características básicas deste
gênero.
- Solicitar que alguns alunos façam a leitura dos contos produzidos e enfatizar a
importância da oralidade, muitas vezes desprezada nas escolas. Conforme Cagliari
(2009, p. 82), “o ensino de Português tem sido fortemente dirigido para a escrita,
(...)” “é um absurdo que todas as atividades de Português na escola girem em torno
da escrita (...)”.
- Fazer comentários sobre a importância da boa comunicação em todos os instantes
de nossas vidas, desde pedir ou dar uma informação objetiva a um transeunte, ou
até solicitar algo mais “sério” em uma mesa do médico, do psicólogo, etc.
- Tecer comentários a respeito da importância da leitura e pedir que levem contos
para leitura em casa, estes deverão estar disponíveis na classe para a escolha.
Conto 2
Apresentar o conto Venha ver o pôr-do-sol de autoria de Lygia Fagundes
Telles
Atividades - Proceder a leitura em voz alta do conto e após fazer comentários acerca do tema
central e temas afins, procurando contextualizá-los ao cotidiano.
“Ele a esperava encostado a uma árvore. Esguio e magro, metido num largo
blusão azul-marinho, cabelos crescidos e desalinhados, tinha um jeito jovial
de estudante.
- Minha querida Raquel.
Ela encarou-o, séria. E olhou para os próprios sapatos.
- Veja que lama. Só mesmo você inventaria um encontro num lugar destes.
Que idéia, Ricardo, que idéia! Tive que descer do táxi lá longe, jamais ele
chegaria aqui em cima.
Ele riu entre malicioso e ingênuo”.
(Venha ver o pôr-do-sol – Lygia Fagundes Telles)
- Pedir as características do gênero conto a partir do conto apresentado.
- Pedir que listem palavras usadas para caracterizar o ambiente em que ocorre a
historia apresentada no conto, assim como também dos personagens envolvidos
(Ricardo e Raquel).
- Solicitar a representação em linguagem não verbal de um pôr-do-sol assistido por
eles ou imaginado.
- Colocar essa atividade no mural da classe.
- Fazer a exploração do tipo de narrador, espaço e personagens, oralmente.
- Responder questões sobre alguns elementos da narrativa, tais como: enredo,
tempo e discurso.
- Tecer conversações acerca da época em que o conto fora escrito (1923), seria
possível ninguém ouvir Raquel chamando por socorro, seria possível um cemitério
totalmente abandonado, em quais circunstâncias?
- É possível perceber a vingança de Ricardo, friamente calculada? Pedir fatos que
comprovem essa afirmação.
- O cenário ajudou criar um ambiente sombrio que sugere uma tragédia, como muro
arruinado e outros, sugerir que os alunos façam a descrição deste ambiente,
colocando as suas sensações a respeito deste local.
- Que tipo de ser humano representa o personagem principal deste conto?
Conto 3
Apresentar o conto Felicidade Clandestina de autoria de Clarice Lispector.
“Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando
balas com barulho. Como esta menina devia nos odiar, nós que éramos
imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo
exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem
notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a impor-lhe
emprestados os livros que ela não lia”.
(Felicidade Clandestina – Clarice Lispector)
Atividades - Solicitar a leitura do conto, enfatizar o preconceito saliente na questão dos
adjetivos atribuídos à antagonista. Pedir citações de exemplos do que a sociedade
classifica como “bonito”, “bom”, “humano”, “honesto”, “ninguém” e pedir a
caracterização de forma diversa (frases, desenhos, poesias, etc.) de alguns desses
adjetivos. - Colocar essa atividade no mural da classe.
- Caracterização psicológica das personagens e perguntar se conhecem alguém
com características semelhantes a desses personagens.
- Retomar às características do conto e pedir nova produção.
Produzindo seus Próprios Contos
Após trabalhar cada um dos contos selecionados, os alunos vão realizar suas
próprias produções, que serão corrigidas e devolvidas para os estudantes. Após
esta fase, os contos produzidos serão digitados no laboratório de informática do
colégio. As produções serão unidas em duplas.
O “corpo” do livro está pronto, sendo posteriormente apresentadas, aos
alunos, as demais partes componentes do livro, tais como: capa, sumário,
apresentação, resumo, etc.
Nesta etapa, os alunos deverão estar com obras em mãos para que haja uma
melhor compreensão do que esta sendo explicado.
Com o corpo digitado, trabalhar manualmente as suas partes, deixando claro
os componentes obrigatórios e os optativos nesta construção.
Finalização Como finalização do trabalho desenvolvido no Caderno Pedagógico, a obra
produzida pelos alunos será apresentada aos pais, professora orientadora e equipe
pedagógica da escola, onde o trabalho foi realizado. Sendo na ocasião do
lançamento da obra, será servido um coquetel alimentício aos alunos e pessoas
envolvidas direta ou indiretamente na realização deste trabalho.
3 ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS
Atualmente, as práticas de leitura realizadas na escola não formam pessoas
que apresentam gosto pela leitura. Ao terminarem educação básica são
considerados simulacros de leitor, aqueles que são idealizados pela crítica e pela
escola, mas que não conseguem encontrar em suas leituras, os sentidos
previamente criados para os textos considerados de valor, lendo-os apenas por
obrigação (SOARES, 2011).
Através da leitura e escritura de textos literários encontramos o senso de nós
mesmos e da comunidade a que pertencemos (COSSON, 2009). A inserção do
chamado letramento literário nas escolas, especialmente nas aulas de Língua
Portuguesa está centrada apenas na leitura de trechos selecionados de algumas
obras ou a história da trajetória da literatura e a biografia de autores mais
renomeados. Este fato faz com que a literatura seja repugnada pela maioria dos
estudantes.
É necessário, de maneira urgente, que seja refeita a inserção da literatura aos
nossos jovens, de maneira que estes venham a sentir a importância da leitura de
obras clássicas relacionando-as com o mundo contemporâneo. Formando desta
maneira pessoas com uma visão crítica para os aspectos sociais da atualidade. Este
é o objetivo principal desta produção didático - pedagógico: inserir a literatura aos
alunos da primeira série do ensino médio, fazendo com que eles possam ver a
literatura e a leitura não como algo obrigatório, mas como algo prazeroso e que pode
trazer alternativas para melhorar suas condições de vida assim como de sua
comunidade.
As estratégias metodológicas para alcançar o objetivo proposto segue o que é
sugerido por Cosson (2009), onde são apresentadas diversas maneiras para inserir
a leitura literária nas aulas de Língua Portuguesa instigando os educandos à
reflexão e conhecimento. O autor afirma que para ser trabalhada a inserção do
letramento literário na escola é necessário seguir os quatro passos básicos para o
letramento literário na escola: motivação, introdução, leitura e interpretação. Deste
modo, o trabalho com os gêneros textuais se tornam meios para introduzir o gosto
da leitura nos educandos.
As atividades são apenas sugestivas, procurando não cair, como afirma
Lajolo (2010), onde os exercícios que através da designação de interpretação,
compreensão ou entendimento do texto, costumam suceder-se à leitura são,
quase sempre exercícios que sugerem ao educando que interpretar, compreender
ou entender um texto (atividades que podem, muito bem, definir o ato da leitura) é
repetir o que o texto diz. O que é absolutamente incorreto.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAGLIARI, L. C. Alfabetização e lingüística. São Paulo: Scipione, 2009.
CENPEC – CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM EDUCAÇÃO, CULTURA E AÇÃO COMUNITÁRIA. Ensinar e aprender: língua portuguesa. Impulso inicial. Projeto Correção de Fluxo. Secretaria de Estado da Educação. 1998. CENPEC – CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM EDUCAÇÃO, CULTURA E AÇÃO COMUNITÁRIA. Ensinar e aprender: língua portuguesa. Projeto Correção de Fluxo. v. 2. Secretaria de Estado da Educação. 1997. COSSON, R. Letramento Literário: teoria e prática. 1.ed. São Paulo: Contexto, 2009. KAUFMAN, A. M; RODRIGUES, M. H. Escola, leitura e produção de textos. Porto Alegre: Artmed, 1995. LAJOLO, M. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. São Pulo: Ática, 2010. LISPECTOR, C. Felicidade Clandestina. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1977. MARCUSHI, L. A. Produção textual, análise de gênero e compreensão. 3. ed. São Paulo: Parábola Editorial, 2008. MARCUSHI, L. A. Gêneros textuais: definição e funcionalidade. In: DIONISIO, A. P; MACHADO, A. R; BEZERRA, M. A. Gêneros textuais & ensino. Rio de Janeiro: Licerna, 2005. PARANÁ. Diretrizes Curriculares da Educação Pública do Estado do Paraná. Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Língua Portuguesa. Curitiba: Secretaria do Estado da Educação, 2008. SILVA, E. T. da. A produção da leitura na escola. 2. ed. São Paulo: Ática, 2010. SOARES, S.R. Caminhos e Desencaminhos do Ensino da Literatura: letramento literário e materiais didáticos. Revista Litteris. n.7.março 2011. TELLES, L. F. Venha ver o pôr-do-sol e outros contos. São Paulo: Ática, 1988.