Coleção Complementar - Dermatologia

16
DERMATOLOGIA PRINCIPAIS TEMAS PARA PROVAS DE RESIDÊNCIA MÉDICA

description

Coleção Complementar - Dermatologia

Transcript of Coleção Complementar - Dermatologia

Page 1: Coleção Complementar - Dermatologia

DERMATOLOGIAPRINCIPAIS TEMAS PARA PROVAS DE RESIDÊNCIA MÉDICA

Page 2: Coleção Complementar - Dermatologia

AUTOR

Alexandre Evaristo Zeni RodriguesGraduado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Especialista em Clíni-

ca Médica e em Dermatologia pela Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ). Professor assistente do

Serviço de Dermatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Taubaté (UNITAU).

Page 3: Coleção Complementar - Dermatologia

Após anos de dedicação intensa, numa árdua rotina de aulas teóricas e plantões

nos mais diversos blocos, o estudante de Medicina depara com mais um desafio, o qual

determinará toda a sua carreira: a busca por uma especialização bem fundamentada e

que lhe traga a garantia de uma preparação a mais abrangente possível.

Talvez a maior dificuldade enfrentada pelo futuro médico nessa etapa seja o ingresso

nos principais centros e programas de Residência Médica, devido ao número expressivo

de formandos, a cada ano, superior ao de vagas disponíveis. Contudo, essa barreira pode

ser vencida quando se conta com o apoio de um material didático direcionado e que

transmita total confiança ao candidato.

Considerando essa realidade, foi desenvolvida a Coleção SIC Principais Temas para

Provas de Residência Médica 2013, com capítulos baseados nos temas cobrados nas

provas dos principais concursos do Brasil, casos clínicos e questões, dessas mesmas

instituições, selecionadas e comentadas de maneira a oferecer uma compreensão mais

completa das respostas.

São 31 volumes preparados para que o candidato obtenha êxito no processo seletivo

e, consequentemente, em sua carreira.

Bons estudos!

APRESENTAÇÃO

Direção MedcelA medicina evoluiu, sua preparação para residência médica também.

Page 4: Coleção Complementar - Dermatologia

ÍNDICE

Capítulo 1 - Dermatologia normal ..................19

1. Da anatomia à fi siologia .............................................. 19

2. Lesões elementares ..................................................... 21

3. Cicatrização normal ..................................................... 24

4. Queloides .................................................................... 24

5. Resumo ........................................................................ 25

Capítulo 2 - Doenças infectocontagiosas virais e bacterianas .........................................27

I. Doenças virais ............................................................... 27

1. Introdução ................................................................... 27

2. Verrugas....................................................................... 27

3. Herpes ......................................................................... 28

4. Molusco contagioso ..................................................... 30

5. Nódulo dos ordenhadores ........................................... 31

6. Doenças exantemáti cas ............................................... 32

7. Doença mão-pé-boca .................................................. 34

II. Doenças bacterianas agudas ....................................... 35

1. Introdução ................................................................... 35

2. Impeti go e ecti ma ........................................................ 35

3. Furúnculos, carbúnculos e abscessos .......................... 36

4. Erisipela ...................................................................... 36

5. Celulite ........................................................................ 37

6. Síndrome estafi locócica da pele escaldada ................. 37

III. Doenças bacterianas crônicas .................................... 38

1. Hanseníase .................................................................. 38

2. Sífi lis ............................................................................ 41

3. Sífi lis congênita ............................................................ 44

Resumo ............................................................................ 46

Capítulo 3 - Doenças infectocontagiosas fúngicas e parasitárias ................................... 47

I. Doenças fúngicas - micoses superfi ciais ....................... 47

1. Introdução ................................................................... 47

2. Dermatofi toses ........................................................... 47

3. Doenças por leveduras ................................................ 49

4. Piti ríase versicolor ....................................................... 50

II. Doenças fúngicas - Micoses profundas ....................... 51

1. Esporotricose ............................................................... 51

2. Cromomicose............................................................... 51

3. Paracoccidioidomicose ................................................ 52

III. Doenças protozoárias e parasitárias ........................... 53

1. Introdução ................................................................... 53

2. Leishmaniose ............................................................... 53

3. Escabiose ..................................................................... 55

4. Pediculose ................................................................... 56

5. Miíase .......................................................................... 57

6. Tungíase ....................................................................... 58

Resumo ............................................................................ 58

Capítulo 4 - Doenças eczematosas ...............59

1. Introdução ................................................................... 59

2. Eczema de contato ...................................................... 59

3. Eczema atópico ............................................................ 61

4. Eczema seborreico ....................................................... 63

5. Eczema numular .......................................................... 64

6. Eczema disidróti co ....................................................... 65

7. Fotoeczemas ................................................................ 66

8. Resumo ........................................................................ 67

Capítulo 5 - Doenças eritematodescamativas ....69

1. Psoríase ....................................................................... 69

2. Piti ríase rósea de Gilbert ............................................. 72

3. Piti ríase rubra pilar ...................................................... 73

4. Parapsoríases ............................................................... 74

5. Eritrodermias ............................................................... 76

6. Eritemas fi gurados ....................................................... 77

7. Resumo ........................................................................ 78

Capítulo 6 - Doenças infl amatórias ..............79

1. Doenças papulopruriginosas ....................................... 79

2. Piti ríase liquenoide ...................................................... 80

3. Prurigo ......................................................................... 81

4. Doenças bolhosas ........................................................ 82

5. Penfi goides .................................................................. 86

6. Doenças dos vasos e lesões ulceradas ......................... 88

7. Farmacodermias (lato sensu) ...................................... 96

8. Resumo ...................................................................... 101

Francisco Beraldi Magalhães | Infectologia | HC - UFPR

“O curso Intensivo do Medcel foi fundamental para a minha aprovação. A qualidade das aulas, associada ao ritmo de reta final dos professores, me trouxe o gás que precisava para estudar. O material didático, principalmente o Resumão, me permitiu dar aquela última olhada nos pontos mais importantes no mês anterior à prova, e o mais importante, treinar bastante no livro de questões, dividido por temas, o que facilita identificar nossas falhas, e por provas, o que direciona o estudo”.

Bruno Tonelotto | Anestesiologia | USP-RP | UNIFESP

“A preparação do Medcel foi fundamental para a aprovação neste concurso. Todas as questões foram constantemente abordadas nas aulas dos cursos Extensivo e Intensivo. Obrigado a todos da equipe Medcel”.

Flávio Luz Garcia Pires |Radiologia| USP-RP | UNICAMP

“Fiz o curso prático do Medcel (TPP) e recomendo-o a todos que tenham planos de prestar provas em instituições com provas práticas”.

Gabriel Barbosa de Souza | Otorrinolaringologia| Sta. Casa BH | UERJ

“Agradeço ao Medcel por facilitar meu acesso à tão sonhada residência médica. Parabéns pelo pioneirismo na junção de tecnologia e ensino médico de qualidade para as provas. A gincana foi uma ideia sensacional. Obrigado”.

“Fiz a prova seguro de que todos os temas haviam sido abordados ao longo do ano. Foram vários meses de preparação, mas as aulas regulares e o excelente material didático foram o diferencial, especialmente por incluírem, nos planejamentos teórico e estatístico, as provas do serviço em que buscava vaga”.Eduardo Jannke | Psiquiatria | UFPEL

Você em primeiro lugar!

Veja os depoimentos dos alunos Medcel

Page 5: Coleção Complementar - Dermatologia

Capítulo 7 - Medicina interna .......................103

1. Introdução ................................................................. 103

2. Sarcoidose ................................................................. 103

3. Amiloidoses ............................................................... 104

4. Porfi rias ..................................................................... 106

5. Pelagra ....................................................................... 109

6. Doenças do colágeno ................................................ 110

7. Resumo ...................................................................... 117

Capítulo 8 - Tumores malignos .....................119

1. Pré-malignos .............................................................. 119

2. Carcinoma basocelular .............................................. 121

3. Carcinoma espinocelular ........................................... 123

4. Melanoma cutâneo ................................................... 125

5. Linfomas e leucemias ................................................ 127

6. Resumo ...................................................................... 129

Casos Clínicos ...............................................131

QUESTÕES

Capítulo 1 - Dermatologia normal ................................. 139

Capítulo 2 - Doenças infectocontagiosas virais e bacterianas ................................................. 140

Capítulo 3 - Doenças infectocontagiosas fúngicas e parasitárias .............................................. 148

Capítulo 4 - Doenças eczematosas ................................ 155

Capítulo 5 - Doenças eritematodescamati vas ............... 159

Capítulo 6 - Doenças infl amatórias ................................ 161

Capítulo 7 - Medicina interna ........................................ 169

Capítulo 8 - Tumores malignos ...................................... 171

Outros temas ................................................................. 176

COMENTÁRIOS

Capítulo 1 - Dermatologia normal ................................. 181

Capítulo 2 - Doenças infectocontagiosas virais e bacterianas ................................................. 182

Capítulo 3 - Doenças infectocontagiosas fúngicas e parasitárias ................................................. 186

Capítulo 4 - Doenças eczematosas ................................ 189

Capítulo 5 - Doenças eritematodescamati vas ............... 191

Capítulo 6 - Doenças infl amatórias ................................ 192

Capítulo 7 - Medicina interna ........................................ 196

Capítulo 8 - Tumores malignos ...................................... 198

Outros temas ................................................................. 200

Referências Bibliográfi cas ........................... 203

Page 6: Coleção Complementar - Dermatologia

19

DERMATOLOGIA

Dermatologia normal

1CAPÍTULO

Alexandre Evaristo Zeni Rodrigues

1. Da anatomia à fi siologia

A - Introdução

Longe de ser um tratado para esses 2 temas, neste ca-pítulo são consideradas informações relevantes que apa-recem com maior frequência em questões de provas para Residência.

B - Histologia e fi siologia

A pele divide-se em 3 camadas disti ntas, sendo a epi-derme de origem embrionária ectodérmica, e a derme e o subcutâneo de origem mesodérmica (notar que o sistema nervoso central também tem origem ectodérmica, daí a provável relação dos quadros dermatológicos com aspectos emocionais).

Figura 1 - Principais estruturas da pele

a) Epiderme

A epiderme é um epitélio escamoso pluriestrati fi cado, formado basicamente por querati nócitos que vão se matu-rando e diferenciando, gerando, assim, as 4 camadas que a compõem: camada basal (mais profunda), camada espinho-sa (logo acima da basal), camada granulosa (penúlti ma) e a camada córnea (a mais externa/superfi cial). O tempo que uma célula leva a parti r da formação na camada basal, por meio de divisões mitóti cas, até chegar ao desprendimento fi nal na camada córnea, é de 15 a 30 dias, e é o turnover celular epidérmico. Em algumas doenças, como a psoríase, esse turnover fi ca reduzido para 4 a 5 dias (doença hiper-proliferati va).

A maturação das células epidérmicas consiste na trans-formação das células colunares da camada basal em células achatadas e querati nizadas na camada córnea. As células da camada basal fi cam aderidas à derme por hemidesmosso-mos, que se encontram na zona da membrana basal (lâmina lúcida).

A camada espinhosa recebe esse nome porque é nela que fi cam mais evidentes as pontes intercelulares (como se fossem espinhos), que são responsáveis pela adesão entre os querati nócitos e são chamadas desmossomos. Integrinas é o nome geral que se dá às moléculas de adesão entre os querati nócitos que compõem os desmossomos. Esses, por sua vez, ancoram os fi lamentos intermediários, que são es-truturas proteicas (querati nas). Quando essas aderências são quebradas, ocorrem bolhas como no pênfi go e na epi-dermólise bolhosa.

Na epiderme, diferentes pares de querati na são produ-zidos conforme as células se diferenciam em direção à su-perfí cie: querati nas 5 e 14 são expressas na camada basal, e 1 e 10, na camada espinhosa.

Page 7: Coleção Complementar - Dermatologia

20

DERMATOLOGIA NORMAL

A camada granulosa é denominada desta forma porque nela são mais visíveis os grânulos de querato-hialina que se-rão liberados envolvendo as células epidérmicas e gerando, assim, a corneifi cação.

Na camada córnea, as células fi cam fortemente ligadas por pontes de sulfeto e a querato-hialina; além disso, grâ-nulos lipídicos cobrem as membranas celulares, e tudo isso confere uma capacidade de 98% de retenção de água, uma importante função cutânea.

Outras fi guras celulares importantes na epiderme são:

-Células melanócitos: derivadas da crista neural e que residem na camada basal, onde produzem a melani-na e a distribuem para aproximadamente 30 querati -nócitos. O substrato para elaboração da melanina é a ti rosina. Todos os humanos têm o mesmo número de melanócitos, porém os afrodescendentes têm maior produção de melanina;

-Células de Langerhans: derivam de monócitos oriun-dos da medula óssea que residem na camada espinho-sa, e são apresentadoras de antí genos para os linfó-citos T, desenvolvendo importante papel em quadros alérgicos e na imunidade celular;

-Células de Merkel: residem na camada basal e são querati nócitos modifi cados que assumem ati vidades neurossensoriais táteis.

Uma destacada função que ocorre na epiderme é a con-versão da vitamina D pela luz solar.

b) Derme

A derme é um tecido conecti vo denso, composto princi-palmente de colágeno (maior parte ti po I), elasti na e glico-saminoglicanas. Essas fi bras colágenas e elásti cas oferecem proteção mecânica de barreira e mantêm a coesão da epi-derme. Ela se divide em 2 partes:

-Derme papilar: é a porção mais superfi cial que se apresenta como “dedos” (papilas) que invadem a epi-derme. Nela estão a lâmina basal que suporta a últi ma camada da epiderme, fi guras celulares (mastócitos, macrófagos e fi broblastos) e estruturas sensoriais;

-Derme reti cular: possui poucas células e é composta basicamente pelo tecido conecti vo amorfo (colágeno e fi bras elásti cas).

Ainda fazem parte da derme as estruturas vasculares (capilares que formam o plexo profundo junto à hipoder-me e o superfi cial na derme papilar), fi bras musculares do folículo piloso e neurônios que interagem com receptores sensoriais (os de Meissner, responsáveis pelo tato, os de Pa-cini, pela pressão, Ruffi ni, pela sensação térmica de calor e os corpúsculos de Krause, pelo frio).

Figura 2 - Receptores sensoriais na pele

c) Hipoderme

A hipoderme fornece a proteção mecânica e o isola-mento térmico, além de ser uma fonte de armazenamento energéti co na forma lipídica. Contém o maior plexo vascular que nutre a pele e é composta por grupos de adipócitos, formando ácinos lobulados separados por septos fi brosos. Em processos infl amatórios denominados de paniculites, é importante diferenciar se a infl amação é predominante-mente septal ou lobular. Ela também abriga os seguintes apêndices cutâneos:

-Folículo piloso: fonte de regeneração epidérmica no caso de lesões profundas da pele (é revesti do por epi-télio escamoso estrati fi cado); o número de folículos é defi nido na fase embrionária e não aumenta durante a vida (uma vez destruído, não é possível sua regene-ração); -Glândulas sebáceas: produzem o sebum (mistura de colesterol e ácidos graxos), que serve como proteção anti bacteriana e hidratação da pele. São ligadas aos fo-lículos pilosos, onde liberam a secreção, e são do ti po holócrina, ou seja, toda a porção celular da glândula é excretada junto com o sebum. Estão presentes em todo tegumento, exceto na região palmoplantar;

-Glândulas sudoríparas: podem ser de 2 ti pos: • Écrinas: localizadas na transição da derme e hipo-

derme em toda a pele corporal, sua principal função é a regulação térmica pelo resfriamento da sudo-rese. Desembocam diretamente na superfí cie epi-dérmica, onde liberam de 0,5 a 10L de suor por dia (água + cloreto de sódio + ureia + lactato e amônia). O estí mulo colinérgico aumenta sua ati vidade;

• Apócrinas: encontradas apenas nas regiões anoge-nitais e axilares, desembocam nos folículos pilosos, onde liberam a secreção composta por proteínas, carboidratos e íons férricos, que são metabolizados por bactérias, provocando o odor característi co do suor. Só passam a funcionar na puberdade.

-Unhas: formadas pela matriz que se situa na porção proximal e que é responsável pelo constante cresci-mento. Formam a lâmina ungueal composta de quera-

Page 8: Coleção Complementar - Dermatologia

69

DERMATOLOGIA

Doenças eritematodescamati vas

5CAPÍTULO

Alexandre Evaristo Zeni Rodrigues

1. Psoríase

A - Introdução

Doença de caráter crônico e recidivante, com lesões cutâneas desfi gurantes, muito prevalente em todo o mun-do. Na maioria das vezes, as lesões são benignas, mas tra-zem importantes alterações psicológicas ao paciente. Pode variar muito nos ti pos apresentados, desde a psoríase em placas até formas erupti vas severas, como a psoríase pus-tulosa e a eritrodermia. Apesar de a maioria dos pacientes não apresentar altas taxas de morbidade e mortalidade, a psoríase tem importantes repercussões sociais, havendo estudos com questi onários de qualidade de vida que mos-tram uma pontuação alta em direção à piora, sendo maior, inclusive, que outras doenças “mais graves” como a hiper-tensão arterial, os acidentes vasculares cerebrais e a insu-fi ciência cardíaca. Apesar de quase sempre fi car restrita à pele, alguns casos podem evoluir para artrite psoriáti ca, sendo esta a mais conhecida manifestação sistêmica da doença, podendo levar à destruição arti cular. No entanto, hoje se sabe que ela está associada a um estado infl ama-tório crônico e à síndrome plurimetabólica, o que promove maior comorbidade cardiovascular.

B - Epidemiologia

É consensual que a psoríase é uma doença bastante fre-quente, mas a incidência depende da região onde o estudo epidemiológico foi realizado, chegando a 0,6% em países nórdicos e a 4% nos Estados Unidos. Não há grandes estu-dos populacionais no Brasil, mas certamente os números estão na média descrita (em torno de 2%). Não há predi-leção racial, e as mulheres são tão afetadas quanto os ho-

mens. A doença pode surgir em qualquer idade, com casos descritos já nos primeiros meses de vida, até a psoríase que se inicia na 7ª e na 8ª décadas. No entanto, é rara nesses extremos, e a idade média de acometi mento é de 30 anos (80% estão entre 20 e 45 anos).

C - Fisiopatologia

O surgimento da psoríase se sustenta num tripé que inclui base genéti ca, infl uência ambiental e fatores imuno-lógicos, e leva à combinação de um processo infl amatório dermoepidérmico com um estado de hiperproliferação na epiderme.

Das alterações genéti cas, é muito bem estabelecida a parti cipação dos antí genos HLA (diretamente relacionados ao sistema genéti co MHC), os principais relatados em es-tudos: HLA Cw6, HLA-B13, HLA-B17, HLA-DR6 e HLA-B27 (o mesmo da síndrome de Reiter). Outros genes não rela-cionados ao HLA, convencionalmente denominados PSORs, também já foram descritos, como o PSORS1, localizado no cromossomo 6p21.

Figura 1 - Fisiopatologia da psoríase: múlti plos fatores em inte-ração

No que tange a parti cipação do sistema imunológico, é importantí ssima a ação das interleucinas que sustentam o

Page 9: Coleção Complementar - Dermatologia

70

DOENÇAS ERITEMATODESCAMATIVAS

processo infl amatório; entre elas, sem dúvida o IFN-gama e o TNF-alfa são os mais importantes, pois são responsáveis pelo recrutamento de células infl amatórias com produção de interleucinas mediadoras como IL-1 e IL-8. O TNF-alfa também é responsável pelo estado de infl amação crônico e persistente que acaba gerando a síndrome plurimetabólica, na qual os pacientes apresentam dislipidemia, hipertensão, obesidade e resistência periférica à insulina, explicando assim a maior morbidade cardiovascular que acompanha a psoríase. As interleucinas também acabam tendo um es-tí mulo sobre os querati nócitos da epiderme, gerando au-mento do turnover celular e acelerando o ciclo do querati -nócito, que passa de 28 para 4 dias; isso caracteriza o esta-do hiperproliferati vo anteriormente mencionado. Dos fato-res ambientais, o mais conhecido é a presença do estresse emocional, que muitas vezes é relatado pelos próprios pa-cientes. É bastante conhecida a associação entre a psoríase e algumas infecções, como as estreptococcias e pelo vírus HIV, sendo tais agentes gati lhos para desencadeamento do quadro cutâneo. Tabagismo e álcool também estão associa-dos, mas não se sabe se são vieses epidemiológicos, pois os pacientes com psoríase acabam sendo usuários dependen-tes devido ao comprometi mento psicológico causado pela doença. Fatores fí sicos exercem um papel maléfi co, ou às vezes benéfi co, como acontece com a melhora das lesões após a exposição solar. O uso de certos medicamentos de-sencadeia ou agrava a psoríase, e entre eles estão os beta-bloqueadores, os inibidores da ECA, anti -infl amatórios não hormonais, líti o e cimeti dina. Fatores hormonais (gravidez) e distúrbios hidroeletrolíti cos (hipocalcemia) também já fo-ram relatados como agravantes.

D - Quadro clínico

A psoríase é marcada pela pluralidade das manifestações clínicas, sendo as principais formas relacionadas a seguir:

a) Psoríase em placas

Sinonímia: psoríase vulgar.É a apresentação mais comum, caracterizada pela pre-

sença de placas eritematodescamati vas bem defi nidas e cujas escamas branco-prateadas são muito bem aderidas. Pode acometer qualquer região do corpo (rara na face, exceto nas crianças), mas tem predileção por alguns pon-tos como joelhos, cotovelos, dorso sacral, couro cabeludo e palmoplantar. Pode acometer as regiões genital e peria-nal. As lesões ungueais são frequentes, surgindo alterações quase patognomônicas, como as manchas de óleo (ama-relamento da lâmina ungueal, como se esti vesse suja por óleo), às vezes levando a grandes distrofi as ungueais, que fazem diferencial com as onicomicoses e com o líquen pla-no. Ao remover as escamas das placas, surgem 2 sinais de propedêuti ca dermatológica: o “sinal da vela”, quando a escama reti rada com a raspagem da placa assume aspecto de uma lasca de vela; e o sinal do “orvalho sangrante” ou sinal de Auspitz, quando, ao reti rar a escama, surgem pon-

tos de sangramento sobre a placa devido à lesão de vasos da derme. O prurido é variável, mas a maioria dos pacientes é assintomáti ca. A evolução do quadro é crônica e recidi-vante, havendo um ciclo repeti ti vo de desaparecimento e surgimento de novas lesões. O fenômeno de Köebner pode estar presente em alguns casos e é descrito como o apare-cimento de novas lesões sobre áreas de trauma, como uma ferida cirúrgica ou uma escoriação acidental.

Figura 2 - Psoríase em placas: lesões eritematosas com escamas prateadas aderidas localizadas na região lombar

b) Psoríase inverti da

Nesses casos (aproximadamente 5%), as placas são ex-clusivas de áreas de dobras, como axilas, inframamárias e inguinais, e pela oclusão assumem um aspecto de mace-ração, simulando os quadros de intertrigo (popularmente chamada de assadura).

Figura 3 - Psoríase inverti da: placas eritematoescamosas e mace-radas em dobras

c) Psoríase gutata

É uma erupção súbita, comum em jovens e adolescen-tes, com surgimento de pápulas e pequenas placas eritema-todescamati vas por todo o corpo, cujo desencadeamento tem forte relação com as infecções por estreptococos (for-te manifestação do fenômeno de Köebner). Esses quadros chegam a melhorar com o uso de anti bióti cos sistêmicos com cobertura para Gram positi vos, como cefalexina, eri-tromicina e tetraciclinas.

Page 10: Coleção Complementar - Dermatologia

DERMATOLOGIACASOS CLÍNICOS

Page 11: Coleção Complementar - Dermatologia

133

CASO

S CL

ÍNIC

OS

MEDCEL1. Uma paciente, de 45 anos, refere quadro de astenia, tosse persistente há 2 meses e perda ponderal de 5kg no período. Afi rma início recente de lesões eritematosas nos membros inferiores e faz uso de AINE após surgimento das lesões, sem melhora. A paciente não tem antecedentes patológicos. Ao exame, BEG, corado, hidratado, anictéri-co, acianóti co. PA = 110x70mmHg; FC = 75bpm; aparelho respiratório = MV +, sem RA; aparelho cardiovascular = BRNF, sem sopros; TGI = plano, fl ácido, RHA+, indolor à palpação, sem visceromegalias e massas palpáveis; MMII = pulsos presentes, artralgia à mobilização passiva e ati va dos joelhos, sem edema. A paciente apresenta as seguin-tes lesões:

a) Qual a alteração notada ao exame da pele?

b) Qual a suspeita diagnósti ca inicial?

c) Que exames devem ser solicitados para investi gação ini-cial do paciente?

- Hb = 11g/dL;- Ht = 33%;- 6.500 leucócitos;- 200.000 plaquetas por mm3;- Biópsia da lesão cutânea = paniculite septal compatí vel com suspeita de eritema nodoso;- PPD = 25mm;- Raio x de tórax = adenomegalia hilar associado à imagem sugesti va de cavitação no ápice pulmonar direito.

d) Qual o principal diagnósti co diferencial?

e) Quais exames complementares devem ser realizados para o diagnósti co desse paciente?

f) Qual é o tratamento?

Page 12: Coleção Complementar - Dermatologia

135

CASO

S CL

ÍNIC

OS

RESPOSTASCaso 1

a) Nódulos eritematosos nos membros inferiores.

b) Eritema nodoso, cujo diagnósti co é sindrômico, impli-cando a suspeita de várias eti ologias. Cerca de 50% dos casos são idiopáti cos, porém, neste, suspeita-se de eri-tema nodoso como manifestação de doença sistêmica (tuberculose, sarcoidose, micose profunda). Em nosso meio, é comum eritema nodoso pós-infecção estrepto-cócica, bem como pelo uso de anti concepcionais orais. Entretanto, a anamnese descarta as 2 possibilidades.

c) - Hemograma com contagem de plaquetas;- Biópsia da lesão cutânea;- PPD;- Raio x de tórax.

d) Micoses profundas (paracoccidioidomicose, histoplas-mose) e sarcoidose. Ambas cursam com comprometi -mento do estado geral e sintomatologia pulmonar se-melhante. As micoses profundas devem sempre fazer parte do diagnósti co diferencial da tuberculose, sendo importante achar o fungo no exame direto. A sarcoi-dose consti tui um diagnósti co de exclusão, assim que descartamos as demais possibilidades em um paciente com adenomegalia hilar bilateral ti picamente associada à sintomatologia pulmonar.

e) Pesquisa de BAAR e fungos no escarro; lavado broncoal-veolar com pesquisa de fungos e micobactéria. O diag-nósti co da causa do eritema nodoso depende da história clínica e do exame fí sico, associados a exames direciona-dos para a suspeita. A maioria dos casos não tem eti o-logia defi nida. Entretanto, devemos sempre questi onar sobre o uso de medicações e infecções estreptocócicas prévias. Cerca de 30% dos pacientes com tuberculose podem cursar com eritema nodoso, e, como no Brasil há alta prevalência dessa micobactéria, devemos sempre pensar nessa possibilidade diagnósti ca. No caso de sus-peita clínica importante, devemos pesquisar BAAR no escarro, pela maior prevalência de tuberculose pulmo-nar. Entretanto, a tuberculose pode afetar qualquer ór-gão. Outro exame complementar importante é o lavado broncoalveolar com pesquisa de BAAR, principalmente nos casos com pesquisa de BAAR no escarro negati va e história clínica sugesti va. Em virtude da possibilidade de micoses profundas no diagnósti co diferencial, a pesqui-sa de fungos tanto no escarro como no LBA também se faz necessária.

f) Esquema I = RIP 2 meses + RI 4 meses.O tratamento deve ser orientado para tuberculose com rifampicina 600mg/d nos primeiros 6 meses, associada a isoniazida 400mg/d por 6 meses e pirazinamida 2g/d

nos 2 primeiros meses. O quadro cutâneo melhora con-forme o controle do quadro infeccioso.

Caso 2

a) Neste caso clínico o mais provável é que seja herpes--zóster (vírus varicela-herpes-zóster – VZV ou HHV-3), pois a paciente apresenta um quadro tí pico dessa pa-tologia, que são as dores nevrálgicas antecedendo as lesões cutâneas. Como característi ca temos vesículas sobre base eritematosa, erupção unilateral, que rara-mente ultrapassa a linha mediana, seguindo um nervo (distribuição dermatômica), surgindo gradualmente entre 2 e 4 dias. Cerca de 53% dos casos acometem a região toracodorsal, que é o caso dessa paciente. O VZV em geral infecta o homem na infância, causando a varicela. Após a fase de disseminação hematogênica ati nge a pele e caminha pelos nervos periféricos até os gânglios nervosos, onde poderá fi car em latência por toda a vida, até que diversos estí mulos imunossupres-sores façam com que o vírus seja reati vado e venha a desenvolver um quadro patológico de herpes-zóster. Sendo este o meio mais frequente de desenvolvimento da doença, ela também pode surgir após o contato com doentes de varicela ou até mesmo com outro doente de zóster, o que indica a possibilidade de uma reinfecção em paciente previamente imunizado. É também possí-vel uma criança adquirir varicela por contato de doente com zóster.A infecção é mais comum em adultos e idosos, mas tam-bém é encontrada em adolescentes e adultos jovens, nos quais devem-se sempre investi gar imunossupressão.

b) O diagnósti co é basicamente clínico, a parti r da análise da história clínica e das lesões. Para verifi car a histologia das lesões cutâneas é realizado o esfregaço de Tzanck. Mas o diagnósti co defi niti vo de VZV só é obti do pelo iso-lamento do vírus em cultura de células inoculadas com o líquido de vesícula, sangue, líquido espinal, tecido infectado ou por identi fi cação direta dos antí genos ou ácido nucleico do VZV.

c) A complicação mais frequente é a infecção secundária bacteriana das vesículas, geralmente por estafi lococos ou estreptococos, que podem produzir impeti go, fu-rúnculo, celulite, erisipela e até gangrena. Mas muitas pessoas confundem como sendo a mais frequente (an-terior) com a neuralgia pós-herpéti ca, que é, na realida-de, a complicação mais severa, acometendo 8 a 15% dos casos de herpes-zóster, onde o dano ao nervo periférico e aos neurônios do gânglio dispara sinais aferentes de dor. A infl amação da pele desencadeia sinais nocicepti -vos, que amplifi cam a dor cutânea.

d) Os anti virais são o principal tratamento indicado. Usa-se:- Aciclovir: 800mg 5x/d por 7 dias;

Page 13: Coleção Complementar - Dermatologia

DERMATOLOGIA

QUESTÕES

Page 14: Coleção Complementar - Dermatologia

169

QU

ESTÕ

ES

Medicina interna

2013 - UERJ

200. Um homem de 56 anos, alcoólatra, é internado por quadro de diarreia pastosa, sem elementos infl amatórios, e perda ponderal. Ao exame fí sico, encontra-se desorien-tado, sem fl apping ou sinais neurológicos focais, e apre-senta rash cutâneo eritematoso descamati vo, simétrico, em áreas fotoexpostas. Para o tratamento dessa doença, é indicada a reposição de: a) ácido fólicob) piridoxinac) niacinad) ti amina

Tenho domínio do assunto Refazer essa questão

Reler o comentário Encontrei difi culdade para responder

2012 - FMUSP-RP - CLÍNICA MÉDICA

201. Uma mulher de 69 anos relatava, há 3 meses, prurido moderado a intenso e bolhas tensas de conteúdo hialino--hemorrágico, distribuídas no abdome e tronco (Figura – detalhe das lesões no abdome).

O sinal de Nikolsky resultou negati vo. A condição mais fre-quentemente associada a esse quadro clínico é:a) doença celíacab) neoplasiac) hepati te crônicad) uremia

Tenho domínio do assunto Refazer essa questão

Reler o comentário Encontrei difi culdade para responder

2011 - SUS-SP - CLÍNICA MÉDICA

202. Um jovem de 16 anos procura o pronto-socorro com queixa de manchas vermelhas nas pernas e apresenta vá-rios nódulos eritematosos e dolorosos na face anterior de ambas as pernas. Essas lesões geralmente estão associa-das a:a) estreptococciab) uso de corti costeroidesc) febre reumáti ca

d) doenças linfoproliferati vase) micose interdigital

Tenho domínio do assunto Refazer essa questão

Reler o comentário Encontrei difi culdade para responder

2012 - FMJ203. Uma mulher de 47 anos, negra, em exame periódico, apresenta em sua radiografi a de tórax massas hilares bila-terais. A biópsia de uma dessas massas mostra granuloma não caseoso e as colorações para fungo e bacilos álcool--ácido-resistentes foram negati vas. Qual é o diagnósti co mais provável para o caso?a) sarcoidoseb) doença de Raynaudc) doença de Kimurad) lúpus eritematoso sistêmicoe) linfoma

Tenho domínio do assunto Refazer essa questão

Reler o comentário Encontrei difi culdade para responder

2011 - UNIRIO - CLÍNICA MÉDICA204. Em relação aos achados característi cos do pioderma gangrenoso, é incorreto afi rmar que:a) aspecto histopatológico específi cob) ulceração dolorosa de rápida evoluçãoc) possibilidade de piora pós-debridamentod) associação com doença infl amatória intesti nale) falta de resposta à anti bioti coterapia

Tenho domínio do assunto Refazer essa questão

Reler o comentário Encontrei difi culdade para responder

2011 - UFF205. Com relação às porfi rias, assinale a alternati va cor-reta:a) no que se refere às porfi rias hepáti cas, estas raramente

ocorrem na vida adulta e suas manifestações clínicas, habitualmente, surgem antes da puberdade

b) com relação à porfi ria cutânea tardia, a manifestação consiste em lesões vesiculosas e bolhosas não fotossen-síveis no dorso das mãos

c) em face da ausência de dor abdominal, fi ca excluído o diagnósti co de porfi ria

d) no caso de porfi ria aguda intermitente, as principais ma-nifestações clínicas são de origem neurológica, como a dor abdominal e a neuropati a motora periférica, além de eventuais transtornos mentais

e) no que tange as porfi rias hepáti cas, sabe-se que não são precipitadas por hormônios esteroides, nem por certos fármacos ou infl uências nutricionais

Tenho domínio do assunto Refazer essa questão

Reler o comentário Encontrei difi culdade para responder

2011 - PUC-PR - CLÍNICA MÉDICA 206. Um homem de 68 anos apresenta lesões ulceradas e com bolhas dolorosas em áreas expostas ao sol. Qual é o diagnósti co?

Page 15: Coleção Complementar - Dermatologia

COMENTÁRIOS

DERMATOLOGIA

Page 16: Coleção Complementar - Dermatologia

181

COM

ENTÁ

RIO

S

Dermatologia normal

Questão 1. a) Erosão é uma perda superfi cial, podendo che-gar, no máximo, à derme superfi cial e não à hipoderme.b) Pode ter bolhas, mas não é o tí pico (placas, eritema e descamação, sim).c) Correto (a bolha é maior que 1cm).d) Se o nódulo é elevado, não pode ser achatado.e) Manifesta-se com descamação icti osiforme (ti po esca-mas de peixe).Gabarito = C

Questão 2. A herança é autossômica dominante. Não ocor-re aprofundamento da lesão para a gordura subcutânea, pois é uma alteração no nível da derme, onde se encontram os fi broblastos. Nunca ocorre regressão espontânea e fre-quentemente recidivam após os tratamentos empregados; a tração tecidual é um fator agravante.Gabarito = C

Questão 3. A ivermecti na não pode ser usada em grávidas e lactentes; a escolha é o enxofre tópico. O isolamento de contato deve ser feito até que se inicie o tratamento. No caso de reinfestação, o período para inicio dos sintomas é menor devido à formação prévia da resposta imune. A der-matoscopia trouxe auxilio no diagnósti co, mas podemos observar achados tí picos também com lupas ou microsco-pia convencional, porém o diagnósti co é essencialmente clí-nico. Apenas “e” pode ser considerada correta.Gabarito = E

Questão 4. A lesão elementar da alopecia areata é uma área circunscrita de alopecia não cicatricial e que pode ter peque-nos fi os em ponto de exclamação, e também poliose (fi os brancos). Sobre descrição de lesões elementares temos que as alopecias se dividem em circunscritas versus difusas e cica-triciais versus não cicatriciais (baseado na alteração defi niti va do couro cabeludo com aspecto cicatricial). A alopecia areata se enquadra como circunscrita e não cicatricial (pode rara-mente ser difusa). Outras não cicatriciais difusas são efl úvio telógeno, sífi lis, lúpus sistêmico. Entre as circunscritas cica-triciais temos a pseudopelada de Brocq, líquen plano pilar e lúpus discoide. Outros achados devido ao processo infl ama-tório autoimune da areata são os pelos pelágicos (como um ponto de exclamação inverti do) e a poliose.Gabarito = A

Questão 5. Vesículas agrupadas são comuns no herpes e na disidrose. As lesões pigmentadas planas são vistas no lenti go e nevo halo (cursam com hipopigmentação); já as descamati vas são vistas em processos infl amatórios da epi-derme, como na psoríase e líquen. Lesões bolhosas podem ser encontradas nos pênfi gos e no impeti go causado por Staphylococcus (impeti go bolhoso). As pústulas satélites são vistas na candidíase e as isoladas na acne.Gabarito = B

Questão 6. Atrofi a é um afi namento da pele como no líquen escleroso; liquenifi cação é o espessamento da epiderme como na psoríase; nódulo é uma lesão sólida sem cavidade e a pápula tem menos de 1cm. Gabarito = C

Questão 7. Os queloides tendem sempre a recidivar se for feita a excisão na pele sã. A forma correta da excisão é in-tralesional, mantendo uma pequena borda de tecido que-loidiano.Gabarito = E

Questão 8. A epiderme se diferencia tardiamente no perí-odo fetal (ao redor do 6º mês). A derme é consti tuída de uma camada superfi cial, a derme papilar, e uma profunda, a derme reti cular. As superfí cies mucosas são áreas de epi-télio estrati fi cado não querati nizado. Os desmossomos são estruturas de coesão entre as células epidérmicas e não dérmicas. Gabarito = E

Questão 9. Os queloides costumam ir muito além dos limi-tes da ferida operatória, enquanto as cicatrizes hipertrófi -cas são mais respeitosas, por isso a alternati va “c” é corre-ta. No entanto, há 2 respostas que podem ser consideradas corretas, pois o exame histológico também permite a dife-renciação, só que na práti ca é raramente usado para esse fi m (a diagnose é eminentemente clínica).Gabarito = C

Questão 10. A cicatrização se inicia com a chegada das pla-quetas e leucócitos; a seguir, passa-se à proliferação dos fi broblastos que promovem a formação do tecido de gra-nulação e a fi broplasia. A últi ma fase de remodelação da ci-catriz acontece com mudança do colágeno, caracterizando a maturação da ferida.Gabarito = A

Questão 11. Nas primeiras semanas de gestação, ocorre o processo de gastrulação, com formação de 3 folhetos em-brionários: ectoderme, mesoderme e endoderme. A ecto-derme dará origem à neuroectoderme e àquilo que será a epiderme futuramente. O melanócito se origina da crista neural neuroectodérmica e migra para a epiderme ainda nas fases iniciais da embriogênese.Gabarito = A

Questão 12. A 1ª fase da cicatrização é a infl amatória, tam-bém chamada fase celular pela característi ca do afl uxo de células infl amatórias e eritrócitos até o local da ferida. Dura aproximadamente 48 horas. A 2ª fase, proliferati va, com aumento de fi broblastos e produção de colágeno, inicia-se ao redor do 2º ou 3º dia. A epitelização da ferida tem iní-cio já nas primeiras 24 horas e a fase de maturação, com retração cicatricial, pode se completar em até 6 meses. O colágeno ti po I corresponde a cerca de 80% do colágeno