Cinesiologia

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ESCOLA TÉCNICA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ ADEMAR PERIN JACIRA NILCÉIA WAGNER SINDICI SEBASTIÃO WALDECIR PRINCÍPIOS BÁSICOS DA CINESIOLOGIA PONTA GROSSA 2006 i

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cinesiologia

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escola tcnica da universidade federal do paranademar perinjaciraNilciawagner sindici sebastiowaldecirprincpios bsicos da cinesiologia

ponta grossa2006

escola tcnica da universidade federal do paranademar perinjaciraNilciawagner sindici sebastiowaldecir

princpios bsicos da cinesiologia

Trabalho apresentado com requisito para avaliao parcial do curso Especializao em Nvel Tcnico em Quiropraxia da ET-UFPR, na disciplina de Reabilitao Fsica: Tcnicas de Quiropraxia. Prof. Ms. Ana Paula A. Arajo.ponta grossa2006

ndice1. INTRODUO

O presente trabalho tem a inteno de abordar, de maneira simples e rpida, os principais aspectos da Cinesiologia, objetivando introduzir o leitor nos conceitos fundamentais dessa disciplina, ressaltando, ainda a importncia de seu conhecimento na atividade do Quiroprtico.

Essa importncia pode ser notada desde o surgimento da Cinesiologia contempornea em 1964, com o quiroprtico norte-americano George Goodheart, que introduziu o teste muscular em diagnstico medico depois de ter descoberto as ligaes entre o corpo e as funes musculares com os meridianos da teoria da acupuntura, que determinou como zonas de reflexo-alimento e de emoes.Anos mais tarde, em 1970, John F. Thie, colaborador de Goodheart, desenvolveu o sistema de terapia conhecido como touch for healt (toques para a sade). Esse sistema, baseado na cinesiologia aplicada, dirigido para leigos e apresenta procedimentos bsicos e simplificados das diferentes tcnicas de quiropraxia e acupuntura baseados na cinesiologia onde atravs de testes musculares e equilbrio de energia, em que cada msculo associado a um meridiano e de acordo com o resultado obtido nestes testes, fortalecido de maneira adequada.Alguns fatos relevantes para a histria da cinesiologia foram as criaes do:

International College of Applied Kinesiology (ICAK) Faculdade Internacional de Cinesiologia Aplicada - em 1975 nos E.U.A;

Dutsch Institut von Angewandtem Kinesiology Instituto Alemo para Cinesiologia Aplicada, em 1982; Deutsche Medizinische Gesellschaft fr den Angewandten Kinesiology Sociedade Mdica Alem para a Cinesiologia Aplicada, em 1996.2. DEFINIO DE CINESIOLOGIAO dicionrio da web, Wikipdia, a enciclopdia livre define assim a cinesiologia:

A cinesiologia a cincia que tem como enfoque a anlise dos movimentos do corpo humano. O nome Cinesiologia vem do grego knesis = movimento + logos = tratado, estudo.

A finalidade da Cinesiologia compreender as foras que atuam sobre o corpo humano e manipular estas foras em procedimentos de tratamento tais que o desempenho humano possa ser melhorado e leso adicional possa ser prevenida.

Embora os humanos tenham sempre sido capazes de ver e sentir as suas posturas e movimentos, as foras que afetam os movimentos (gravidade, tenso muscular, resistncia externa e atrito) nunca so vistas e raramente so sentidas. Conhecer onde essas foras atuam, em relao a posies e movimentos do corpo no espao, fundamental para a capacidade de produzir movimento humano e modific-lo.

Podemos considerar que o conhecimento das foras que agem sobre op corpo humano auxilia-nos a traar aes que possamos manipular articulaes e msculos visando sua melhora e sem causar novas leses ou agravar as j existentes. No estudo da cinesiologia compreendemos que outros ramos da cincia colaboram para o entendimento do funcionamento do corpo humano, assim necessrio conhecermos os princbios bsicos da: Anatomia, Fisiologia, Psicologia e Antropologia, alm de conceitos bsicos da fsica Mecnica.Cada um desses conhecimentos ajuda a compreender os movimentos que o ser humano consegue executar, logo a cinesiologia atual analisa desde o comando neuronal para uma contrao at suas implicaes scio culturais, que contribuem para a formao da personalidade humana.3. ESTUDO DA CINESIOLOGIA

A fisioterapeuta sueca Anne Signe Sofia Brunnstrom, na obra Cinesiologia Clnica de Brunnstrom dividi o estudo da cinesiologia em 12 captulos que buscam abordar todos os aspectos relevantes para o estudo da cinesiologia. Em nosso trabalho abordaremos apenas:

Cinemtica; Planos;

Graus de Liberdade;

Cadeia Cintica.

3.1 Cinemtica: princpios mecnicos.Cinemtica uma palavra de origem grega onde cine = movimento e matica = arte, logo a traduo literal ficaria a arte do movimento, porm, com maior amplitude a Wikipdia, a enciclopdia livre, define:

A cinemtica o ramo da fsica que procura descrever os movimentos sem se preocupar com as foras que originam estes movimentos. A anlise desta foras deixada para a dinmica. Para isso, organiza informao sobre a posio, o deslocamento, o espao percorrido, a velocidade, a rapidez e a acelerao dos corposBrunnstrom utiliza a cinemtica como estudo do movimentos do corpo humano sem se preocupar com o que faz ele se movimentar, ou seja, estudando os sistemas sseo, articular e muscular, sem considerar os impulsos nervosos (SMITH, 1997. p. 2) o estudo do sistema sseo chamado de osteocinemtica e o do sistema articular de artrocinemtica.Logo o estudo cinemtico nos permite compreender como e quais so os movimentos que articulaes e ossos podem executar, levando em considerao aspectos como deslocamento, tempo e velocidade.Portanto se faz necessrio definir esse conceitos para compreender como so aplicados.

3.1.1 Deslocamento.

definido como a distncia entre o ponto de partida e o ponto de chegada.

Existem dois tipos de deslocamento, o deslocamento escalar e o deslocamento vetorial.

O deslocamento escalar (S) o deslocamento do corpo tomada sua trajetria, ou seja, a distncia no caminho percorrido.J o deslocamento vetorial (r) a distncia entre o ponto de partida e o ponto de chegada em linha reta.

A diferena, em termos prticos desses dois deslocamentos est no tipo de clculo que pode ser feito com cada um deles, o deslocamento escalar usa as regras bsicas da aritmtica (2 + 2 = 4), j o vetorial utiliza o clculo vetorial, que tem suas regras de clculo fixadas de acordo com o ngulo formado pelos vetores componentes, assim 2 + 2, em vetores, pode ter como resultado qualquer valor entre 0 e 4.Uma observao deve ser feita, na osteocinemtica e artrocinemtica o deslocamento considerado o vetorial. importante notar que a unidade de medida do deslocamento, seja ele vetorial ou escalar, no sistema internacional de unidades (S.I.) o metro.

3.1.2 Velocidade

a razo entre um deslocamento e o tempo gasto para percorr-lo, ou seja, V = S/ t (para velocidade escalar)

V = r/ t (para velocidade vetorial)Sua unidade de medida no S.I. m/s.

3.2 DINMICA

O termo dinmica provindo do grego dynamike, significa forte. Em fsica, a dinmica um ramo que estuda as relaes entre as foras e os movimentos que so produzidos por estas.

A princpio Galileu comeou o estudo e observao desta rea. Porm, Isaac Newton foi quem enunciou os seus princpios fundamentais, chamados de leis da Dinmica ou leis de Newton, essas leis definem os conceitos: de massa, acelerao e fora. Essas leis so enunciadas da seguinte forma: 1 lei de Newton: Todo corpo tende a permanecer no estado que se encontra at que a ao de uma fora modifique este estado;

2 lei de Newton: a acelrao adiquirida por um, corpo obtida pela razo entre a fora resultante aplicada ao corpo pela sua massa, ou seja a = R/m. Mais conhecida por R = m.a. 3 lei de Newton: A toda ao corresponde uma reao de igual intensidade, sentido contrrio e aplicada em corpos diferentes. importante diferenciarmos alguns conceitos que so facilemnte mal interpretados em nosso dia-a-dia, tais como:Massa e PesoMassa uma grandeza escalar com valor constante em qualquer lugar do espao, medida no S.I. em kg, que possui vrios conceitos, todos tem o mesmo significado mas ditosa de maneira diferente, so eles:

Massa a quantidade de matria de um corpo; Massa a quantidade de inrcia de um corpo;

Massa a medida da resistncia que um corpo apresenta para se movimentar ou para entrar em repouso.

J peso definido como uma fora, que uma grandeza vetorial, medida no S.I. em Newton (N) ou em kgf no sistema tcnico, e significa a ao que um corpo executa sobre a superfcie da Terra, devido a sua massa e a ao da gravidade, logo o valor do peso de uma pessoa pode ser diferente dependendo do planeta que ela esteja.Assim, enquanto massa obtida atravs de uma medio direta, peso obtido atravs de um clculo, representado por P = m.g, com g variando entre 9,8 m/s2 e 10 m/s2 .Portanto peso e massa no so a mesma coisa, quando subimos em uma balana no medimos nosso peso, mas sim nossa massa.A confuso desses dois conceitos existe porque, tomada a linha do equador uma massa de 3 kg tem um peso de 3kgf

Na osteocinemtica ou na artrocinemtica, consideraremos massa e peso com grandezas diferentes porm com valores iguais, como vimos acima.

Fora, Trao e PressoFora toda ao capaz de modificar o estado fsico de um corpo, uma grandeza vetorial obtida pelo clculo entre todas as aes realizadas sobre um corpo agindo sobre a massa desse corpo e a acelrao por ele adiquirida.Trao a fora atuante em uma corda ou cabo, logo voc percebe a ao da fora pela tenso que o cabo ou corda adiquiri durante a atuao dessa fora.

Presso a fora que atua sobre uma determinada rea. Logo no podemos usar os termos fora e presso como sinnimos, pois so coisas distintas.Em cinesiologia esses conceitos esto muito prximos, visto que cada osso ou articulao funciona como cabos que sustentam nosso corpo, sujeitos a foras que podem causar reaes diferentes dependendo da rea que atuam.Alavanca

Na fsica , a alavanca um objeto rgido que usada com um ponto apropriado do fulcro ou para multiplicar a fora mecnica que pode ser aplicada a um outro objeto. Isto denominado tambm vantagem mecnica, e um exemplo do princpio dos momentos . O princpio da fora de alavanca pode tambm ser analisada usando as leis de Newton.

No corpo humano, cada osso pode ser uma alavanca, sendo a articulao o ponto de aplicao da fora em torno do qual pode haver um momento (torque) causando um giro, voluntrio ou involuntrio, determinando um ngulo. Cada articulao de nosso corpo tem um valor limite para esse ngulos, Ultrapassar essers limites causam uma rotao na articulao que cusar uma leso.Analisaremos esses ngulos em outro momento.3.3 PLANOS E POSIO ANATMICA.

Para analisar os ngulos das articuloes a cinesiologia, utiliza o conceito de plano que facilita a localizao espacial das articulaes.Um plano uma entidade geomtrica formada por infinitas retas e infinitos pontos. Para traar um plano, trs pontos no-alinhados so necessrios. O plano tem duas dimenses, ou seja tem altura e largura ou altura e comprimento ou largura e comprimento, por isso, chamado de bidimensional. Um plano representado por uma letra minscula do alfabeto grego, geralmente ou ou por trs pontos distintos do plano.

Assim, a cinesiologia inseriu o corpo humano, numa posio chamada anatmica, em trs planos perpendiculares entre si, chamados de Plano Frontal, Plano Sagital e Plano Horizontal. Podemos definir esses conceitos da seguinte forma: A posio anatmica uma conveno adotada em anatomia para descrever as posies espaciais dos rgos, ossos e demais componentes do corpo humano. Na posio anatmica, o corpo estudado deve ficar ereto (de p), com os olhos voltados para o que se convenciona como "frente", os ps tambm apontado para frente e perpendiculares ao restante do corpo, braos descansando ao lado do tronco e com as palmas das mos voltadas para frente (os dedos estendidos). Deve-se notar que no a posio normal dos braos, que normalmente ficariam em toro mais ou menos medial (com as palmas voltadas para o corpo).

O corpo humano na posio anatmica pode ser dividido conceitualmente em planos.

O plano medial passa atravs do eixo mais longo que cruza o corpo, dos ps at a cabea; este plano separa o corpo em lados direito e esquerdo. O que quer que esteja situada prximo a este plano chamado medial, e o que est longe dele, lateral.

Um plano sagital paralelo ao plano medial, e muitas vezes d-se a denominao de plano sagital ao plano medial. (Nesse caso, os planos que no o medial so chamados parassagitais.)

O plano frontal ou plano coronal passa tambm pelo eixo maior (dos ps cabea), mas perpendicular ao plano medial, separando a frente do corpo, ou ventre, da parte de trs, ou dorso. Algo em posio frente do plano frontal chamadas anterior, ao passo que algo situado atrs desse plano chamado posterior.

O plano horizontal ou plano transverso atravessa o eixo menor do corpo, do dorso at o ventre.Abaixo temos uma representao do exposto acima:3.3.1 TiPOS DE MOVIMENTO.

As articulaes de nosso corpo tem movimentos definidos da seguinte maneira.a) Flexo: diminuio do grau de uma articulo;

b) Extenso: aumento do grau da articulo;c) Abduo o movimento angular que permite separar um segmento corporal da linha mdia do corpo. Por exemplo, afastar um brao do tronco, em posio ereta. O contrrio de aduo. d) Aduo o movimento que aproxima qualquer segmento corporal da linha mdia do corpo. Por exemplo, aproximar um brao do tronco. O contrrio de abduo.

Os movimentos possveis em torno de um eixo so:

a) Rotao medial: face anterior gira para dentro;b) Rotao lateral: face anterior gira para fora

Movimento nos membros superiores (antebrao) so:

a) Supinao o movimento de rotao do antebrao pelo qual a palma da mo se torna superior ou anterior. O seu oposto a pronaob) Pronao o movimento do antebrao que tem como resultado pr o dorso da mo para diante ou para cima. O seu oposto a supinao.

Movimento nos membros inferirores (p) so:a) Everso: o movimento combinado do p em que ocorre a abduo (ponta do p para dentro) conjuntamente com a Pronao (planta do p faz rotao lateral);b) Inverso: o movimento combinado do p em que ocorre a aduo (ponta do p para dentro) conjuntamente com a supinao (planta do p faz rotao medial)

3.4 Graus de liberdade

A capacidade do corpo de transformar movimento angulares estereotipados das articulaoes em moviementos curvilineares mais eficientes das partes pode ser apreciada usando-se o conceito de graus de libesrdadede movimento, este termo comumente usado em literatura de bioengenharia e deve ser diferenciado do significado do mesmo termo quando utilizado em discusses de esttica.O grau de liberdade indicado pelo nmero de interseces dos planos na articulao, ou seja: se a na localizao da articulo temos dois eixos, esta articulo estar com movimento em dois planos, logo esta articulao ter dois eixos de movimento, logo ela ter dois graus de liberdade de movimento. So exemplo desse caso as articules as metacarpofalangianas da mo e a articuloradiocrpica do punho.As articules que se encontram com a possibilidade de movimento em trs planos, possuem trs graus de movimento. So exemplo dessas articules as de esfera e soquete como a articulo do quadril, que permitem flexo-extenso, aduo-abduo e rotao transversa.

Trs graus de liberdade o nmero mximo que uma nica articulao pode possuir em moviemtno planar, porm a combinao das articulaes pode produzir um grau mairo de liberdade, sendo que o grau mximo que se consegue seis. (SMITH, 1997. p. 10 e 11)3.4 CADEIAS CINMTICASEsta combinao de articules, sugerida no item anterior, unindo segmentos sucessivos constitui uma cadeia cinemtica. Sucessicamente , os segnmentos distais podem possuir graus mais elevados de liberdade do que os proximais. Por exemplo, desde a parede torxica ao dedo, pelo menos 19 de liberdade em movimentos planares podem ser identificados. Essa liberdade de movimento constitui a base mecnica para o desempenho das atividades manuaisespecializadas e a versatilidade da extremidade superior (SMITH, 1997. p. 11).A relevncia da compreenso da cadeia cinemtica est na sua aplicao clnica, que implica na compreenso dos movimentos combinados do ombro,antebrao e outros, que permitem o andar de muletas e a elevao do corpo em um leito com o aux9lio de um trapzio acima do leito.4.REFEReNCIAS BIBLIOGRAFICAS

GUNTER, Dobler. Cinesiologia: fundamentos, prtica, esquemas de terapia. So Paulo. editora manole: 2003.

http://pt.wikipedia.org/wiki/CinesiologiaSMITH, Laura K., WEISS, Elizabeth L. & LEHMKUHL, L. Don. Cinesiologia Clnica de Brunnstrom. 5 ed. So Pulo. editora manole: 1997.

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