CETCC- CENTRO DE ESTUDOS EM TERAPIA COGNITIVO … · o objetivo de revisar a teoria das habilidades...

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CETCC- CENTRO DE ESTUDOS EM TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL Sâmya de Freitas Bitar TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL PARA O DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES SOCIAIS NA INFÂNCIA São Paulo 2018

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CETCC- CENTRO DE ESTUDOS EM TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL

Sâmya de Freitas Bitar

TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL PARA O DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES SOCIAIS NA

INFÂNCIA

São Paulo

2018

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Sâmya de Freitas Bitar

TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL PARA O DESENVOLVIMENTO DE HABILIDADES SOCIAIS NA

INFÂNCIA

Trabalho de conclusão de curso Lato Sensu

Área de concentração: Terapia Cognitivo Comportamental Orientadora: Profa. Dra. Renata Trigueirinho Alarcon Coorientadora: Profa. Msc. Eliana Melcher Martins

São Paulo 2018

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Fica autorizada a reprodução e divulgação deste trabalho, desde que citada a fonte.

Bitar, Sâmya de Freitas Terapia Cognitivo Comportamental para o Desenvolvimento de Habilidades Sociais na Infância

Sâmya de Freitas Bitar, Renata Trigueirinho Alarcon, Eliana Melcher Martins – São Paulo, 2018.

Monografia Sâmya Bitar 32 f. + CD-ROM

Trabalho de conclusão de curso (especialização) - Centro de Estudos em Terapia Cognitivo-Comportamental (CETCC). Orientadora: Profª. Drª. Renata Trigueirinho Alarcon Coorientadora: Profª. Msc. Eliana Melcher Martins

1 Habilidades Sociais, 2. Terapia Infantil Cognitivo Comportamental. I. Bitar, Sâmya de Freitas. II. Alarcon, Renata Trigueirinho. III. Martins, Eliana Melcher.

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Sâmya de Freitas Bitar Terapia Cognitivo Comportamental para o Desenvolvimento de Habilidades Sociais na

Infância

Monografia apresentada ao Centro de Estudos em

Terapia Cognitivo Comportamental como parte das

exigências para obtenção do título de Especialista

em Terapia Cognitivo Comportamental

BANCA EXAMINADORA Parecer:

Prof. Parecer:

Prof.

São Paulo, de de

DEDICATÓRIA

5

.

A todos que contribuíram para que fosse possível fazer esse trabalho ser real, realizando sonhos através da educação

AGRADECIMENTOS

6

Este trabalho não seria possível, sem os professores que tive a oportunidade de conhecer ao longo da minha trajetória acadêmica. Minha mãe maravilhosa que me ensinou que aprender é uma das coisas mais importantes da vida e que sempre me apoia nas minhas escolhas. Ao meu marido Bruno e ao nosso querido cão Bernardo. A irmã que a vida me deu, Fernanda, obrigada por me ajudar sempre. E as amigas que tive oportunidade de fazer ao longo deste curso, Thais, Camila, Aline, Eliane e Paula, vocês fizeram ser possível.

RESUMO

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Este trabalho teve como objetivo sistematizar informações disponíveis na literatura sobre intervenções para o aprimoramento de Habilidades Sociais do processo psicoterapêutico de crianças, segundo os pressupostos da Terapia Cognitivo Comportamental. O trabalho apresenta uma conceituação de Habilidades Sociais e sua importância ao longo do desenvolvimento infantil. Discute-se os conceitos disponíveis para a intervenção terapêutica infantil em Terapia Cognitivo Comportamental. Por fim, apresenta-se uma proposta de sistematização sequencial de diretrizes para condução do processo psicoterapêutico com o enfoque na promoção de melhora das Habilidades Sociais. É esperado que a sistematização corrobore para a prática da terapia infantil como um todo.

Palavras-chave: Habilidade Social, Terapia Cognitivo Comportamental Infantil,

Processos Terapêuticos.

ABSTRACT

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This work aims to systematize information available in the literature on interventions

for the improvement of Social Skills of the psychotherapeutic process of children,

according to the assumptions of Cognitive Behavioral Therapy. The paper presents a

conceptualization of Social Skills and its importance throughout child development.

The concepts available for the therapeutic intervention of children in Cognitive

Behavioral Therapy are discussed. Finally, a proposal is presented for the sequential

systematization of guidelines for conducting the psychotherapeutic process with a

focus on promoting the improvement of Social Skills. It is expected that

systematization will corroborate the practice of child therapy as a whole.

Keywords: Social Skills, Cognitive Behavioral Therapy for Children, Therapeutic

Processes.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 10

2. OBJETIVO 11

3. METODOLOGIA 12

4. RESULTADOS 13

4.1 Habilidades Sociais 13

4.2 Habilidade Sociais na Infância e o Treino de Habilidades Sociais 16

4.3 Terapia Cognitivo Comportamental Infantil 18

4.4 Proposta de Estruturação 26

5. DISCUSSÃO 29

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 30

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 31

10

1. INTRODUÇÃO

Este trabalho se utiliza da Terapia Cognitivo Comportamental (TCC), cuja

teoria elaborada pelo psicanalista Aaron Beck, consiste numa “psicoterapia

estruturada, de curta duração, voltada para o presente, direcionada para a solução

de problemas atuais e a modificação de pensamentos e comportamentos

disfuncionais (inadequados e/ou inúteis)” (BECK, 2013).

Segundo Neufeld, 2017 “a TCC é amplamente considerada como o padrão de

tratamento de transtornos internalizantes e externalizantes em jovens”, sendo

utilizada neste trabalho como arcabouço teórico e delimitador para a pesquisa e

construto da elaboração empírica da teoria aqui apresentada.

A importância das habilidades sociais é discutida, ressaltando a necessidade

de habilidades bem desenvolvidas ao longo do desenvolvimento humano. No

decorrer dos capítulos, são apresentados os desdobramentos teóricos de autores da

área de terapia infantil cognitivo comportamental e do treinamento de habilidades

sociais.

Tais teorias auxiliaram em uma elaboração concreta e empírica para atender

o objetivo de revisar a teoria das habilidades sociais da infância e sistematizar uma

abordagem terapêutica em terapia cognitivo comportamental na intervenção clínica

infantil.

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2. OBJETIVO

Esse trabalho teve como objetivo apresentar o conceito de Habilidade Social,

a importância de seu aprimoramento ao longo da infância. Consistiu em revisar

técnicas, estratégias e ferramentas aplicadas atualmente pela Terapia Cognitivo

Comportamental para o treinamento das habilidades sociais na infância, resultando,

assim, em uma sistematização das técnicas, facilitando a eficácia da aplicação para

atingir os resultados esperados, dentro da terapia.

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3. METODOLOGIA

O estudo foi realizado seguindo o modelo de pesquisa bibliográfica, onde

foram pesquisados artigos nas plataformas Scielo, Google acadêmico e livros da

área para avaliar o que já foi produzido sobre o tema escolhido e que corrobore para

os objetivos propostos do trabalho. Conforme explicado por Treinta (2014):

Sendo assim, o estudo bibliométrico busca identificar o que foi produzido de conhecimento pela comunidade científica sobre esse tema e, ao mesmo tempo, avaliar as principais tendências da pesquisa sobre ele. Parte do princípio de que, ao iniciar-se uma nova pesquisa acadêmica, tudo o que está sendo discutido, publicado e gerado de conhecimento nessa linha de pesquisa deve ser mapeado para a construção do conhecimento a ela relacionado. (TREINTA, 2014)

Para a pesquisa foram utilizadas as palavras chaves: Terapia Cognitiva

Infantil, Terapia Comportamental Infantil, Habilidades Sociais na Infância e

Habilidade Social.

13

4. RESULTADOS 4.1 Habilidade Sociais

As interações sociais vem se modificando rapidamente conforme a evolução

tecnológica e novos padrões sociais. Tais padrões exigem que pais e educadores

tenham uma flexibilidade ainda sem parâmetros para analisar o que é esperado no

comportamento dos jovens. Desta forma há informações difusas, trazendo

dificuldades no relacionamento entre os jovens. Dell Prette (2005) exalta essa

dificuldade.

[…] As crianças vivem situações complexas: são pressionadas por diversos tipos de grupos; percebem regras sociais contraditórias na escola e na família; convivem com diferentes valores; defrontam-se com uma realidade violenta exibida diariamente pelos meios de comunicação. De um lado, vivem sob constantes cobranças e, de outro, identificam uma permissividade que as deixa perplexas. (DEL PRETTE 2005)

Há, portanto, a necessidade do desenvolvimento constante de um repertório

cada vez mais elaborado de habilidades sociais, o que exige uma contínua revisão

por parte dos profissionais que lidam com esses jovens.

As habilidades sociais não são determinadas geneticamente e sim aprendidas

ao longo da vida. A importância da competência das habilidades sociais é ressaltada

por Caballo (1996) que define uma interação socialmente habilidosa como um

conjunto de comportamentos emitidos por um indivíduo em um contexto

interpessoal; onde há a expressão de sentimentos, atitudes, desejos, opiniões ou

direitos desse indivíduo, sendo feito de forma adequada à situação, entendendo e

respeitando os comportamentos dos demais, resolvendo de forma eficaz os

problemas imediatos da situação enquanto minimiza a probabilidade de futuros

problemas.

A Organização Mundial de Saúde (OMS), na conferência de 1998 propôs que

as escolas e os serviços de saúde promovam as “Habilidades de Vida” (Life Skills)

que se refere a habilidades psicossociais, gerando a seguinte definição:

Lidar com conflitos que não podem ser resolvidos, lidar com autoridade, resolver problemas, fazer e manter amigos/relacionamentos, cooperação,

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autoconsciência, pensamento criativo, tomada de decisão, pensamento crítico, resistência à pressão, lidar com a decepção, planejamento, empatia, lidar com as emoções, assertividade, escuta ativa, respeito, tolerância, confiança, compartilhar, simpatia, compaixão, sociabilidade, autoestima. (OMS, 1998, p.25)

Alguns fatores trazidos pela OMS vão contra a crença social de que a infância

deve ser um momento apenas de felicidades, sem a presença de conflitos e

desagrados. Os adultos tem como compromisso garantir que as crianças sejam

aptas a lidar com tais questões, de forma a garantir a proteção e a felicidade. Não

invalidando as consequências dos acontecimentos na infância, mas reconhecer o

papel do adulto nesta formação (DELL PRETTE, 2005).

No Brasil, tal papel ficou definido através do Estatuto da Criança e do

Adolescente, criado em 1990, inspirado pelas diretrizes na Constituição de 1988,

internalizando normativas internacionais. Sua última atualização foi no ano de 2017.

É esperado que em uma infância onde haja um contexto social competente

ocorra um desenvolvimento interpessoal satisfatório, criando indivíduos que saibam

se expressar melhor em situações adversas, sendo capazes de lidar com o estresse

de forma mais eficaz, tendo maior humor e empatia (DELL PRETTE, 2005).

Porém, apesar do esforço público para a propagação das Habilidades Sociais

de forma mais satisfatória, as dificuldades em alcançar as habilidades desejadas nas

crianças tem sido motivo para a procura por parte da escola e dos pais de

profissionais que consigam orientar e intervir com um processo para o

desenvolvimento das habilidades sociais (DELL PRETTE, 2005).

Embora a construção de um repertório socialmente habilidoso possa ocorrer em interações em contextos naturais sem treinamento formal, como no relacionamento entre pais e filhos, irmãos, colegas de escola, amigos e cônjuges (GOMIDE, 2003; PACHECO, TEIXEIRA & GOMES, 1999), comumente falhas ocorrem neste processo de aprendizagem, ocasionando déficits relevantes em habilidades sociais. Há evidências crescentes de que déficits nestas habilidades estão correlacionados com fraco desempenho acadêmico, delinquência, abuso de drogas, crises conjugais e desordens emocionais variadas, como transtornos de ansiedade (MURTA, 2005).

Os prejuízos, segundo Del Prette (2005), de uma baixa competência social

podem ser preditores de sintomas de transtornos psicológicos, parte dos efeitos de

15

vários trantornos, e um sinal de alerta para eventuais problemas em ciclos

posteriores do desenvolvimento.

Fanti e Henrich, (2010) trazem a divisão da psicopatologia infantil em

internalizantes e externalizantes, sendo que do ponto de vista do desenvolvimento,

problemas de comportamento desses tipos tendem a aumentar entre os anos pré-

escolares.

Os problemas de comportamento são agrupados em fatores de internalização e externalização, este primeiro subdividindo-se em Isolamento, Queixas Somáticas e Ansiedade/Depressão, enquanto a escala de externalização encontra-se subdividida em Quebrar Regras e Comportamento Agressivo. (DORNELLES 2009).

Del Prette (2005) reafirma que as dificuldades interpessoais que caracterizam

esses dois grupos de problemas decorrem basicamente de um repertório pobre de

habilidades sociais, sendo percursores de transtornos que envolvem agressividade

física e verbal, comportamentos opositores ou desafiantes, condutas antissociais

(mentir, roubar e comportamentos de risco), depressão isolamento social, ansiedade

e fobia social.

Os autores da área diferenciam as habilidades sociais e a competência social,

onde não basta um indivíduo ter as habilidades sociais - ou seja, ser versado nas

habilidades já descritas - mas, precisa aplicar essas habilidades de forma

competente, articulando as habilidades de forma correta de acordo com a situação e

a cultura no qual está inserido, fazendo com que haja consequências positivas para

si e para todos os envolvidos. Del Prette (2006) define que a competência social tem

sentido avaliativo, remetendo aos efeitos do desempenho das habilidades nas

situações vividas pelo indivíduo.

Conforme descrito, pode-se afirmar que as Habilidades Sociais são de

extrema importância para o crescimento e adaptação do indivíduo ao meio que está

inserido. Tais Habilidades são aprendidas e necessitam de treino constante ao longo

da trajetória de um indivíduo para a competência social se concretizar. Melo e

Teixeira (2010), afirmam:

Muito dos problemas que aparecem na clínica psicológica devem-se ao fato de problemas interpessoais, daí a importância de um indivíduo com um bom

16

repertório em habilidades sociais, sendo que a chance da pessoa socialmente habilidosa de obter sucesso em seus comportamentos, e se sentir bem é muito maior. Deste modo as pessoas socialmente habilidosas geralmente obtêm reforços interpessoais que aumentam a autoestima e, por obterem êxito em seus comportamentos, também possuem boa autoconfiança, o que colabora ainda mais para a manutenção desses comportamentos assertivos. (MELO E TEIXEIRA, 2010)

Tal afirmação corrobora para a importância dos estudos nessa área e para a

intervenção no treino das Habilidades Sociais logo na infância, onde tais

comportamentos serão aprendidos e reforçados.

4.2 Habilidades Sociais na Infância e o Treino de Habilidades Sociais

No levantamento bibliográfico, foi possível perceber a importância da autora

Del Prette para os estudos das Habilidades Sociais, sendo ela proeminente na área.

Ela discorre amplamente, em diversos artigos e em seu livro Psicologia das

Habilidades Sociais na Infância sobre as habilidades na infância. Este capítulo será

baseado extensamente em sua obra dentre outros autores.

É na infância que começa a aprendizagem dos comportamentos sociais e das

normas de convivência. Del Prette (2005) traz que primeiramente a família tem este

papel, e conforme a criança começa a conviver em outros ambientes como escola e

vizinhança, a aprendizagem começa a sofrer influência das condições que esses

ambientes proporcionam, impactando na qualidade das próximas relações

interpessoais. Quando as condições ambientais são restritivas ou inadequadas à aprendizagem e/ou ao desempenho de comportamentos socialmente competentes, podem ocorrer diferentes tipos de déficits de habilidades sociais. Se, adicionalmente, ocorrem condições favoráveis ao desempenho de comportamentos indesejáveis (antissociais, opositivos, delituosos), o desenvolvimento da competência social toma-se ainda mais comprometido e esses déficits são acentuados. (DEL PRETTE 2005)

A prerrogativa de um ambiente favorável ao aprendizado das habilidades

sociais na infância influenciando o comportamento, o ouvir e prestar atenção aos

demais, criando formas de interação viciosas, que necessitam de intervenções

educativas e terapêuticas. Quando ocorre um déficit nesse aprendizado, há fatores

17

pessoais e ambientais associados a um ou dois tipos de deficit (aquisição,

desempenho, fluência). Del Prette (2006) traz que:

1-Déficit de aquisição: impede a emissão da habilidade e de sua

aprendizagem.

2- Déficit de desempenho: embora a habilidade já tenha sido aprendida, sua

emissão é inibida.

3- Déficit de fluência: impacta na maneira em que a habilidade é emitida.

Cada déficit traz impactos na criança e em seu ambiente, sendo que no déficit

de fluência, devido a dificuldade de ajustar e aplicar as habilidades, os impactos são

mais generalizados, abrangendo a falta de conhecimento, restrição de oportunidade

e modelo, problemas de comportamento, ausência de feedbacks, falhas de

reforçamento, ansiedade interpessoal excessiva, dificuldade de discriminação e

processamento. Todos esses fatores estão correlacionados de forma significativa

com a competência social e o rendimento acadêmico da criança, evidenciando o

conceito de habilidades sociais acadêmicas, sendo estas habilidades necessárias

como pré-requisitos do sucesso escolar. Segundo Rodrigues (2015):

As habilidades sociais são requeridas com maior intensidade no âmbito escolar, que proporciona um contato social mais intenso, além de exigir comportamentos mais disciplinados. Porém, muitas vezes, a escola não consegue dar conta de todas as suas demandas, tendo dificuldade para lidar com comportamentos considerados inadequados socialmente, pouco assertivos, introvertidos, entre outros. (RODRIGUES 2015)

Os efeitos de uma baixa competência social, pode comprometer o rendimento

acadêmico; por outro lado, o baixo rendimento acadêmico também pode ter suas

implicações emocionais trazendo situações de estresse ou frustração, dependência

para realizar tarefas, falta de autocuidado, indiferença e competitividade. As

opiniões dos pais, professores e colegas são indicadores fundamentais da

competência social e a partir disso, pode-se elaborar novos comportamentos

adaptativos e estratégias de enfrentamento a serem aprendidas (RODRIGUES,

2015).

As teorias relacionadas às habilidades sociais, assim como a avaliação

destas, tem sido explorado por diversos teóricos humanistas, sistêmicos e

cognitivistas comportamentais, porém, conforme apresentado por Murta (2005)

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existe uma predominância das técnicas cognitivo comportamentais como

intervenções na área. Fica claro a importância das habilidades sociais, não só na

infância, mais ao longo de toda a vida.

Considera-se, portanto que programas de desenvolvimento de habilidades sociais sejam uma ferramenta valiosa em todos os níveis de atuação em saúde (JEFERRY, 1989), sendo útil para minimizar fatores de risco e incrementar fatores de proteção ao desenvolvimento humano, tratar problemas já instalados passíveis de remissão e reduzir o impacto de déficit graves em habilidades sociais em pessoas portadoras de condições crônicas. (MURTA, 2005)

Os programas de intervenção em habilidades sociais são diversos, porém a

terapia cognitivo comportamento se destaca por ter uma eficácia rápida e

comprovada em suas técnicas, sendo a opção de muitos terapeutas para a

intervenção (Petersen, 2011). Além da estruturação de um programa em grupo, há a

formas de estruturação da terapia individual, no contexto clínico infantil. Tais formas

serão exploradas no capítulo a seguir.

4.3 Terapia Cognitivo Comportamental Infantil

No processo terapêutico infantil, segundo Moura (2004), deve-se considerar

que o cliente é uma criança e que isso exigirá do terapeuta habilidades especificas,

podendo envolver o fato de que o cliente pode não ter a queixa autoformulada, tendo

em vista que a compreensão do problema e do ambiente podem sofrer ampla

variação, dada a idade e características de seu desenvolvimento.

Del Prette (2005) frisa a importância do papel da família, da escola e dos

companheiros no processo terapêutico e no treino de habilidades sociais, sendo que

com a orientação apropriada, os agentes externos são canalizadores significantes

de manutenção e generalização das habilidades aprendidas ao longo do treino de

habilidades sociais. Quando há problemas de comportamento, que competem com a aprendizagem e/ou com o desempenho de habilidades sociais, o psicólogo precisa avaliá-los e decidir a amplitude da intervenção. Dependendo dessa amplitude, a aquisição e a estimulação de determinadas habilidades sociais pode ser suficiente para inibir ou reduzir a frequência dos problemas de comportamento. Se isso não for suficiente, o psicólogo pode decidir por um atendimento paralelo ao Treinamento de Habilidades Sociais, focaliza do em tais comportamentos. Em ambos os casos, são fundamentais a orientação

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aos pais e a participação de outros significantes do ambiente da criança, como professores e colegas. (DELL PRETTE 2005)

O terapeuta então tem a função de avaliar e intervir não só em relação às

habilidades sociais, mais também os problemas decorrentes da falta de tais

habilidades. Tudo isso deve ser informado aos responsáveis e a criança deve ser

preparada para embarcar em um treino de habilidades. Vale ressaltar que os pais

devem estar informados sobre cada uma das etapas da terapia e de que esta não

tem a pretensão de substituir a tarefa educativa sobre as habilidades nas quais a

criança deve apresentar e sim ajudá-los nessa tarefa (DELL PRETTE, 2005).

O treinamento de habilidades sociais pode ser individual ou em grupo,

focando tanto na superação dos déficits e problemas associados, quanto na

promoção mais generalizada de um repertório mais amplo. Independente da

modalidade de sessão, é necessário uma estruturação prévia (DELL PRETTE, 2006).

Sistematizar o processo terapêutico parece ser importante para o sucesso da psicoterapia, pois possibilita ao terapeuta saber com maior grau de certeza, como e quando avançar em sua intervenção dadas as respostas obtidas, e assim otimizar sua eficácia terapêutica. (MOURA, 2004).

Na psicoterapia infantil, isso se demonstra ainda mais necessário devido as

habilidades diferenciadas de manejo que será exigido do profissional, uma vez que

este terá que trazer recursos apropriados para o público infantil. Del Prette (2005)

traz que os programas de treinamento de habilidades sociais se utilizam de diversas

técnicas derivadas da abordagem cognitivo comportamental. Sendo assim,

levaremos em consideração o modelo cognitivo de Beck para compreender a

construção da estrutura do processo terapêutico.

Petersen (2011) define que o modelo de Terapia Cognitiva de Beck pode ser

descrito como uma abordagem estruturada, diretiva, com metas claras e definidas,

focalizada no presente. Tendo como objetivo a produção de mudanças nos

pensamentos, nas crenças, evocando uma transformação emocional e

comportamental duradoura.

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A estruturação de uma intervenção das habilidades sociais, deve então ser

estruturada no processo terapêutico definido por Beck e nas técnicas apropriadas

para evocar melhores recursos nessa área.

Quanto à estruturação do processo terapêutico com crianças, Moura (2004)

sistematizou as etapas, para crianças de 7 a 12 anos, com o intuito de atender e

simplificar a demanda dos terapeutas. Em seu trabalho “Direcionamento Para a

Condução do Processo Terapêutico Comportamental com Crianças”, Moura explica

cada etapa para um enfoque geral de um processo terapêutico. Para cumprir o

objetivo do trabalho, será apresentado o diagrama (figura 1) e em seguida a

adaptação do diagrama para o treinamento em habilidades sociais.

O diagrama apresenta três fases: Inicial, Intermediária e Final, trazendo

sinalizadores de quando avançar para a próxima fase e como conduzir a terapia

infantil, delineando desta forma as diretrizes gerais e os procedimentos que podem

ser utilizados durante o decorrer da terapia. Todo o conteúdo relatado a seguir é

relatado por Moura (2004).

21

Figura 1. Diagrama de Condução do Processo Terapêutico Comportamental com Crianças

Fonte: Moura (2004)

22

A Fase Inicial é dividida em dois passos (1 e 2), sendo que o primeiro passo

ocorre após a entrevista inicial com os pais - no momento sinalizado com o número

1 - o terapeuta traz para a criança o funcionamento da terapia, envolvendo a

apresentação do profissional e do ambiente, bem como as etapas do processo e

informações sobre a participação da família e da escola.

O segundo passo - no momento sinalizado com o número 2, Moura (2004)

evidencia a importância de definir claramente com a criança o problema a ser

tratado, pois esta precisa concordar que a ajuda do terapeuta é necessária,

aceitando e colaborando com o tratamento. Dessa forma o terapeuta expõe os

objetivos dos pais e questiona a criança sobre a ocorrência e concordância de tais

problemas.

Após esse primeiro momento, é passado para a Fase Intermediária, que é

dividida em três passos: 3, 4 e 5. O passo 3, tem como objetivo aumentar e fortalecer

repertórios de identificação e expressão de sentimento, sendo esses importantes pré-

requisitos para a continuidade da terapia e a modelagem das respostas indicativas

de melhora. Moura (2004) sugere em seu diagrama que este passo seja realizado

apenas diante de uma demanda observada pelo profissional, onde há inabilidades

por parte da criança nos repertórios de auto exposição (falar sobre si mesmo e seu

ambiente) ou auto expressão (identificação e expressão de sentimentos). Porém, se

a criança aceitar o tratamento, concordando com os objetivos dos pais ou elegendo

objetivos próprios, o terapeuta deve tentar entender junto com a criança o porque

do problema que vem ocorrendo. É sugerido pular o passo 3 e tentar começar o

passo 4 – análise de consequências e levantamento de alternativas

comportamentais e, se não houver dificuldades por parte da criança em responder

diretamente ao problema, a etapa poderá ser iniciada.

O passo 4 consiste em analisar junto com o paciente as consequências que

estão envolvidas em seu problema, de uma forma explicativa para que seja possível

visualizar o porque certas coisas estão acontecendo desta maneira e não de outra.

Neste momento também ocorre um levantamento de comportamentos alternativos

para as situações levantadas.

23

O passo 5 tem como função treinar habilidades específicas a partir do

levantamento e da operacionalização dos comportamentos-problemas. Tais

habilidades são levantadas como comportamentos alternativos e ensaiadas em

sessão, buscando reforçar a confiança em seu desempenho. O terapeuta deve

avaliar se a execução em sessão está satisfatória e incentivar o desempenho do

comportamento ensaiado fora da sessão.

Neste momento é passado para a Etapa Final, que ocorre em três passos: 6,

7 e 8. O passo 6 é incentivar a ocorrência do comportamento fora da sessão,

ensinando a criança a avaliar o melhor momento para a prática.

No passo 7 é realizado a análise e refinamento das tentativas de mudanças.

Junto com a criança o terapeuta fará uma análise das mudanças, os sucessos e

fracassos ao longo da terapia e se houve o aumento de sua capacidade de solucionar

problemas.

O passo 8 é a etapa final, onde os comportamentos aprendidos são

fortalecidos através de uma retomada do processo e com o intuito de promover o

comportamento funcional com a autonomia da criança, desta forma pode-se iniciar o

processo de alta.

É possível perceber que Moura (2004) ao definir uma direção efetiva a ser

seguida no trabalho de intervenção clínica comportamental com crianças, procurou

tornar o processo mais claro e organizado, facilitando a avaliação dos resultados.

A presente proposta não pretende apresentar regras a serem seguidas, mas apontar diretrizes para que o terapeuta esteja atento e se deixe modelar pelas contingências especiais de cada caso (Conte, 1993). […] O ponto forte de uma sistematização como essa parece ser, como afirma Conte (1993), o fato de que a repetição de processos e procedimentos têm demonstrado a utilidade da aplicação da Análise do Comportamento à psicoterapia infantil quanto à alteração de relações complexas em prol do bem estar da criança. (MOURA, 2004).

Del Prette (2006) sequenciou de forma diferente seu Treino de Habilidades

Sociais, caracterizando-o como um pacote de procedimentos com técnicas

derivadas de abordagens comportamentais e cognitivas, associadas a atividades e

recursos pedagógicos. Em seu livro Psicologia das Habilidades Sociais na Infância

ela discorre sobre a construção de um programa de vivência como treino de

habilidades para grupos infantis. Algumas de suas considerações podem ser

trazidas para o contexto clínico individual.

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Ela define que para o processo de planejamento de um programa de

intervenção é necessário seguir algumas etapas de estruturação, a seguir:

1. Decidir a estrutura geral do programa (duração, frequência e quantidades de

sessões), 2. Avaliar pré e pós intervenção o repertório de habilidades sociais da criança,

3. Selecionar e organizar os objetos da intervenção para o programa como um

todo e para cada uma das sessões,

4. Se planejar previamente, organizando os procedimentos, selecionar vivências e

procedimentos para a condução, 5. Levar em consideração as questões éticas.

Já Petersen (2011), citando Del Prette (2004), traz a importância da uma

avaliação prévia bem detalhada dos déficits e dos recursos que impactam sobre a

competência social, para a partir disso ocorrer a estruturação de procedimentos para

o treinamento de habilidades sociais.

Embora não haja consenso sobre a sequência da aplicação dos instrumentos de avaliação, Del Prette e colaboradores (2006) recomendam começar com as escalas de avaliação de comportamento, que permitem identificar as áreas deficitárias e os recursos do repertório social das crianças. Em seguida, seria realizada a entrevista, ampliando a compreensão dessas áreas, inclusive sobre os componentes afetivos e cognitivos da atuação social e permitindo levantar hipóteses sobre as relações funcionais desses comportamentos com outras variáveis. Finalmente, seria realizada a observação direta como forma de refinar essas hipóteses e relações.ainda nessa etapa, poderiam ser aplicadas medidas sociométricas, buscando informações sobre o impacto dos comportamentos das crianças em seus pares (PETERSEN 2011).

Del Prette (2006) ressalta a importância de uma psicoeducação das emoções como forma de preparação para o desenvolvimento de habilidades sociais, já que

lidar com emoções é um item importante para a regulação das habilidades, pois

quando há uma demanda emocional já experimentada previamente, a probabilidade

é a repetição do comportamento apresentado previamente. Ela recomenda envolver

a família e os professores nos seguintes passos:

A. Identificar a emoção explicando suas funções e impactos fisiológicos e

comportamentais.

25

B. Conversar, criando uma oportunidade da criança ser ouvida sem censuras,

auxiliando na descrição de como estão se sentindo.

C. Validar o sentimento, aceitar o sentimento da criança mesmo que este pareça

exagerado.

D. Auxiliar a intensificação de emoções, ajudando a criança a descobrir sobre as

suas próprias emoções e incentivá-la a descrever da forma que achar mais

apropriada dentre o que já foi apresentado.

E. Revisar o assunto, em um momento julgado apropriado pelo terapeuta,

conversar novamente sobre os sentimentos frequentes com o intuito de entender

se algum sentimento persiste ou foi superado.

F. Promover atividades facilitadoras, procurar incentivar a criança a participar de

atividades que exigem expressão emocional.

Conhecer as próprias emoções e saber lidar com elas é parte crucial do desenvolvimento interpessoal e componente crítico da competência social em praticamente todas as situações e demandas que ocorrem no cotidiano. Essa capacidade refere-se à expressão verbal e não-verbal das emoções. Em ambos os casos, é crucial o papel das condições estabelecidas pela comunidade verbal para a nomeação e a expressão das emoções compartilhadas pela cultura e também para o autoconhecimento e auto controle emocional (DELL PRETTE, 2006).

Fica evidente a importância de processos e a organização na intervenção

terapêutica em geral e na construção da intervenção para a promoção de

habilidades sociais. Tais processos precisam ser estruturados previamente e

aplicados levando em consideração a subjetividade da criança. Sendo assim, o

próximo capítulo apresenta uma estruturação combinada das duas visões, como

sugestão de aplicação clínica individual para o treinamento de habilidades sociais.

26

4.4 Proposta de estruturação

Seguindo os modelos apresentado por Moura (2004) e Del Prette (2005/06)

apresentados no capítulo anterior, a estruturação irá se basear no modelo de Moura

e adicionar a este modelo os conceitos apresentados por Del Prette, criando assim

um novo diagrama, próprio para a intervenção terapêutica e treino de habilidades

sociais de crianças entre 7 a 12 anos (respeitando a idade sugerida por Moura).

Haverá uma explicação breve sobre os novos processos inseridos, sendo que o

intuito não é a exaustão nem a repetição de informações.

27

Figura 2. Diagrama Habilidades Sociais

Fonte: Bitar (2018)

28

Neste novo diagrama (figura 2) a entrevista inicial com os pais foi inserida

como passo 1. Isso se deu devido à sua importância para o desenvolvimento dos

processos terapêuticos e o início do levantamento de dados para a avaliação das

habilidades sociais. Isso deve ocorrer após o levantamento da demanda junto aos

pais.

Os passos 2 e 3 que se reportam respectivamente aos passos 1 e 2 no

diagrama de Moura (2004), continuam com o mesmo intuito de explicar o

funcionamento da terapia, trazer e definir junto à criança os objetivos dessa terapia,

cuja proposta é exclusivamente voltada para o treino de habilidades sociais.

O passo 4, que no diagrama proposto por Moura (2004) seria o 3, era

executado apenas diante da dificuldade de identificação e expressão de sentimentos

e auto exposição. Neste novo diagrama se torna parte essencial para a preparação

do treino de habilidades sociais conforme proposto por Del Prette (2006), seguindo

as seis etapas descritas no capítulo anterior (identificar a emoção, conversar, validar

o sentimento, auxiliar a intensificação de emoções, revisar o assunto e promover

atividade facilitadoras).

O passo 5 é o treino de habilidade específica, que aqui se torna o treino de

habilidades sociais com o intuito de proporcionar na terapia comportamentos

alternativos visando a melhora das habilidades trazidas como essenciais no primeiro

capítulo. Cabe ao terapeuta prepara atividades prévias para facilitar o aprendizado

(DEL PRETTE, 2006).

Os passos 6, 7 e 8 seguem conforme proposto, pois tanto Moura (2005)

quanto Del Prette (2006) concordam que tais passos são necessários para a

modulação de comportamento. O passo 9, foi adicionado como Reavaliação pois Del

Prette exalta a necessidade da avaliação no início e ao final do processo, para

demonstração de evolução.

Desta forma o novo diagrama apresenta um conjunto de teorias de forma

estruturada para a intervenção em habilidades sociais, para uma aplicação dentro da

teoria cognitivo comportamental.

29

5. DISCUSSÃO

Este trabalho ocorreu a partir da necessidade de uma bibliografia clara para

atendimento clinico infantil individual com foco no treinamento em habilidades

sociais. Ao procurar na literatura sobre o tema, muito foi encontrado sobre a

modalidade de treinamento de habilidades sociais em grupo, porém a realidade

clínica nem sempre permite que tal modalidade seja aplicada.

Foram pesquisados artigos publicados em português. Buscou-se levar em

consideração a realidade brasileira quanto à interpretação de habilidades sociais

dentro da cultura no qual estamos inseridos. Com isso, a autora Zilda Dell Prette

teve grande importância para a execução deste trabalho. Sua ampla pesquisa e

publicação permitiram ter um vislumbre mas aprofundado sobre o tema.

A estruturação de um protocolo de atendimento foi particularmente difícil,

sendo necessário ponderar entre diversos textos e formatos, sendo possível adotar

um modelo que atendeu a necessidade de passos claros quanto ao processo. Fica

porém a sensação de que tal assunto precisa ser cada vez mais aprofundado para a

contribuição da prática clínica individual.

30

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este texto apresentou uma revisão teórica sobre as habilidades sociais na

Infância e a correlação da teoria cognitivo comportamental. Foi possível perceber a

importância das habilidades sociais ao longo da trajetória de vida de um indivíduo, e

o prejuízos que déficits nessa área podem trazer, principalmente em idade escolar,

exaltando desta forma a intervenção terapêutica com crianças.

Os conceitos aqui apresentados embasam o profissional sobre o que é

esperado quando requisitado um treino de habilidades sociais, trazendo as

informações de uma maneira prática e de fácil acesso.

Também foram analisadas formas de estruturação e organização dentro do

processo terapêutico cognitivo comportamental e no treino de habilidades sociais,

tornando possível verificar a importância de se ter planejamento estruturado dentro

da terapia infantil, sendo isso uma das premissas da teoria cognitiva de Beck.

A partir dos estudos analisados se fez possível entender a estruturação e

culminar uma nova proposta de planejamento estratégico de intervenção em terapia

cognitivo infantil no treinamento de habilidades sociais para o processo clínico

individual. As etapas propostas não são uma regra, e sim um construto informativo

que serve como guia para se organizar ao longo da intervenção.

A extensão de trabalhos acadêmicos que propiciem a sistematização de

intervenções é necessária, porém é importante enfatizar a preocupação de Moura

(2005) em informar os profissionais que os limites de transição entre uma etapa e

outra nem sempre podem ser delineados, pois acontece de forma gradativa

dependendo do alcance de metas, a subjetividade do caso e o contexto.

31

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ANEXO

Termo de Responsabilidade Autoral

Eu Sâmya de Freitas Bitar, afirmo que o presente trabalho e suas devidas

partes são de minha autoria e que fui devidamente informado da responsabilidade

autoral sobre seu conteúdo.

Responsabilizo-me pela monografia apresentada como Trabalho de

Conclusão de Curso de Especialização em Terapia Cognitivo Comportamental, sob o

título “Terapia Cognitivo Comportamental para o Desenvolvimento de

Habilidades Sociais na Infância”, isentando, mediante o presente termo, o Centro

de Estudos em Terapia Cognitivo Comportamental (CETCC), meu orientador e

coorientador de quaisquer ônus consequentes de ações atentatórias à "Propriedade

Intelectual", por mim praticadas, assumindo, assim, as responsabilidades civis e

criminais decorrentes das ações realizadas para a confecção da monografia.

São Paulo, de de .

Assinatura do (a) Aluno (a)