Boletim Questão Sindical Ano 1 Número 35

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QUESTÃO sindical 3 de março de 2016 - número 35 - ano 1 11 - 3843-0355 / 11 9.6718-9312 EXPEDIENTE [email protected] www.questaosindical.com.br RECEBA GRATUITAMENTE O QUESTÃO SINDICAL Toda quinta-feira, o bolem eletrônico Questão Sindical é enviado aos e-mails cadastrados. Para você se cadastrar e também receber este bolem toda semana é bem simples. Basta enviar um e-mail para [email protected]. Pronto. Você receberá informação de qualidade sobre lutas, ações e conquistas do sindicalismo. [email protected] QUESTÃO sindical é uma publicação da Ubuntu Comunicação e Troadeditora.com.br e Assessoria de imprensa. O boletim eletrônico Questão Sindical é semanal, enviado aos e-mails cadastrados toda quinta-feira. Responsáveis: Marcelo Duarte Jatobá e Antônio Carlos de Jesus. Endereço: Rua Iraci Santana, 81, Macedo, Guarulhos, São Paulo. Telefones: (11) 3843-0355. A história do PT é rica em lutas sociais, mas pobre em estratégia políca. Compre- ensível quando se trata de um pardo con- cebido e organizado por disntas tendên- cias e correntes de opinião, numa disputa interna sem fim. No máximo, a direção do pardo - aba- lizada pela tendência majoritária - apresen- ta essa ou aquela proposta, tese, documen- to ou programa de governo, quase sempre visando o imediato. Ainda mais em momentos de crise, pre- dominam ações espontaneístas e de curto fôlego, tal como foi a saída de José Eduar- do Cardozo do Ministério da Jusça. Quem ocupará o seu lugar e qual políca adota- rá daqui pra frente? Alvez ou submissão? É como nos lembra Paulo Nogueira em seu Diário do Centro do Mundo: “Cardozo simboliza o espetacular erro comedo pelo PT ao chegar ao poder. O pardo não fez valer os votos que recebeu para colocar em posições chave pessoas alinhadas com seus projetos”. Ou seja, falta ao PT um programa estratégico de governo, elaborado coleva- mente e apoiado pela maioria. Pesquisando a história do PT, é possível constatar que quase todos os seus obje- vos traçados são emergenciais ou circuns- tanciais: que fazer para vencer a eleição de um sindicato; qual melhor coligação para eleger um prefeito, onde priorizar uma dis- puta para governo; como a militância deve se comportar para ir ao segundo turno... A críca aqui não é com relação a prio- ridade dada em atuar em governos ou no parlamento. Mas a falta de uma estraté- gia clara e bem definida do maior pardo de esquerda da América Lana, em sintonia clara com os seus aliados do mesmo campo progressista. Lênin disse que “o pecado mortal da II Internacional não foi o de ter aplicado, em seu tempo, a táca da ulização das formas parlamentares de luta, mas em ter superes- mado a sua importância, até considerá-las quase como as únicas possíveis, tanto assim que, quando chegou o período das batalhas revolucionárias abertas e a questão das for- mas extraparlamentares de luta se tornou mais importante, os pardos da II Interna- cional fugiram às novas tarefas, não as re- conheceram”. A atuação parlamentar da esquerda bra- sileira - somada a sua parcipação em di- versas prefeituras, governos de Estado, e na própria Presidência da República - cumpriu e cumpre papel importante na ascensão das forças democrácas, e o consequente avanço na agenda popular e as conquistas de direitos dos trabalhadores. Mas não se pode desguarnecer da luta teórica no cam- po das idéias e tampouco das lutas popula- res na esfera dos sindicatos e demais movi- mentos sociais. Mas a estratégia se modifica ao longo do tempo. Se em uma primeira fase o objevo era erradicar a fome no Brasil, hoje a meta é melhorar a alimentação de todos. Se an- tes o objevo central era o de dobrar o nú- mero de jovens na universidade, hoje é ne- cessário empregar esse exército de toga. A cada dia surgem novas demandas de uma sociedade cada vez mais complexa e dinâ- mica que necessitam estar contemplada na estratégia pardária ou de governo. A chamada classe média de hoje não é mais reacionária do que foi o campesina- to russo na época de Lênin. A diferença é que o PCUS soube definir bem sua estraté- gia. Entre 1903 até fevereiro de 1917, a for- ça fundamental da revolução era o proleta- riado e a reserva imediata os camponeses. O objevo central naquele momento era o de derrubar o czarismo. Uma vez alcançado objevo, outra estratégia entrou em ação. É inconcebível, na atual quadra polí- ca, não atualizar o discurso políco - afi- nado com a nova estratégia - e com isso se isolar da classe média. A direção do ataque principal deve ser o isolamento da burgue- sia rensta, parasitária e annacional e to- dos os seus capachos. Nesse esforço, a es- querda deve se desdobrar em atrair para o seu lado todos os setores da pequena-bur- guesia que também estão sendo alvos des- sa crise do capitalismo mundial. Isso tudo, sem uma estratégia clara e bem definida, perecerá mais cedo ou mais tarde. A sorte, até então, é que a direita bra- sileira também carece de uma estratégia. Nem tudo era renascentista na Renascença; nem tudo é democráco na democracia; nem tudo é justo no Judiciário. Se necessário, enterre- se este postulado boca adentro de qualquer promotor, juiz ou atrevido procurador que o desafie. À conta do gênio de Michelângelo venderam-se contrafações arte por toda a Europa e, desde o século XVIII, pelo mundo todo, até chegarmos à peripatética disneilândia carioca com estátuas de Tom Jobim andando meio inebriado pelo Arpoador, ele que era de Ipane- ma, de Pixinguinha em frente a uma livraria em estreita e anga travessa, um controverso Ary Barroso servindo de porteiro em restaurante do Leme e, não há limite para temperamentos abusivos, um Carlos Drummond de Andrade sentado em banco na praia de Copacabana, que nunca frequentou. Grande parte das personalidades pú- blicas a qualquer tempo e em qualquer lugar não passa de contrafação de uma virtude esquecida. Não bastassem os grupos de pres- são assustadoramente fornidos de recursos a extrair benecios e privi- légios sob a proteção do direito de- mocráco de organização e de defesa de interesses próprios, lemos agora a sem-cerimônia de auditores, fiscais de renda, policiais, procuradores e juízes, todos com enorme capaci - dade de angir economicamente a administração pública e a segurança da população, a chantagear governos estaduais, municipais e até o governo central, extorquindo o que, mais do que ajustes salariais, converteu-se em pagamentos mensais para proteção mafiosa. Certamente estão indignados com a resistência popular à perda de renda e de emprego. A devassa promovida pela in- vestigação Lava-Jato revelando a monumental predação roneira do patrimônio nacional por parte de ladravazes à sombra da burocracia pública, dos pardos polícos e da competência empresarial de impor- tante segmento da ordem privada, favorece a intermitente manifestação OPINIÃO OPINIÃO POLÍTICA ECONÔMICA AVANÇOS Quem procura acha, nem sempre o que quer Qual a estratégia do PT? Projeto de Lei que institui Disque-Denúncia do Trabalhador é aprovado na CAS do Senado Trabalhadores poderão contar com o Disque Denúncia do Traba- lhador. O Projeto de Lei do Senado (PLS) 30/15, de autoria da senado- ra Vanessa Grazzion (PCdoB-AM), aprovado nesta quarta (2) pela Co- missão de Assuntos Sociais (CAS). Caso não haja recurso para vota- ção em plenário, o PLS será envia- do para apreciação - e votação - da Câmara dos Deputados. Pensionis- tas e aposentados também serão beneficiados. De acordo com a senadora, o ob- jevo é combater fraudes que en- volvem benecios trabalhistas e previdenciários. Segundo ela, o tex- to fortalece a luta pela garana de diretos dos trabalhadores, aposen- tados e pensionistas, além de im- pedir desvios na arrecadação das receitas públicos e ampliar o desen- volvimento de polícas públicas. Para ela, o PLS contribuirá, ainda, para o ajuste das contas do gover- no. “Atualmente, o Brasil vivencia uma grave crise econômica, o que vem forçando o governo a promo- ver diversas medidas de austerida- de com a finalidade de corrigir as contas públicas”, afirmou a senado- ra. O relator da proposta, senador Ricardo Franco (DEM-SE), defendeu a aprovação da iniciava, que, se- gundo ele, permirá que ações que desrespeitem o direito do trabalha- dor cheguem ao conhecimento da autoridade competente para res- guardar esses direitos. Saiba mais: diap.org.br A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical cricaram nesta quarta (2) a decisão do Comitê de Polí- ca Monetária (Copom) do Banco Central de manter a taxa básica de juros (Selic) em 14,25% ao ano. Segundo as Centrais, a não redução da taxa pode deixar mais distante a recuperação econômica do País. Na terça, as Centrais brasileiros pro- testaram na avenida Paulista, em frente ao prédio do Banco Central. “Ao manter a taxa Selic, o governo penaliza o setor produvo e a gera- ção de empregos e renda. É uma de- cisão nefasta, baseada em uma polí- ca econômica equivocada, que acelera a economia em direção a um redemoi- nho de incertezas, penalizando os tra- balhadores”, destacou a Força. De acordo com a Central, a atual polí- ca de juros prejudica a avidade econô- mica, deteriora o mercado de trabalho e a renda, aumenta o desemprego e diminui a capacidade de consumo das famílias. Para a CUT, juros altos aumentam os lucros de banqueiros e especuladores, concentrando a renda ainda mais nas mãos de poucos. “É urgente a redução drásca da taxa de juros para que a eco- nomia saia o mais breve possível da re- cessão, volte a gerar emprego e renda, e retome de forma consistente o caminho do desenvolvimento com distribuição de renda. A políca econômica precisa estar a serviço do povo brasileiro.” Saiba mais: fsindical.org.br cut.org.br A balança comercial registrou su- perávit de US$ 3 bilhões em fevereiro, melhor resultado para meses de feve- reiro de toda a série histórica iniciada em 1989. Com esse resultado, a balan- ça acumula saldo posivo de US$ 3,965 bilhões no ano, revertendo o déficit de US$ 6,010 bilhões registrado no primei- ro bimestre de 2015. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, In- dústria e Comércio Exterior (MDIC). No mês passado, as exportações to- talizaram US$ 13,348 bilhões e as im- portações, US$ 10,305 bilhões. A cor- rente de comércio foi de US$ 23,652 bilhões. No mês passado, as exporta- ções cresceram 4,6% em comparação com o mesmo mês de 2015. Isso in- terrompeu uma série de 17 meses de resultados negavos. O úlmo cresci- mento das exportações havia sido re- gistrada no comparavo agosto de 2014 com agosto de 2013. As vendas de bens industrializados fo- ram determinantes para o resultado. As exportações somadas de manufaturados e semimanufaturados cresceram 9,6% em relação a fevereiro do ano passado. Um destaque envolveu as vendas exter- nas de veículos (que incluem ônibus, ca- minhões, automóveis e comerciais leves) que aumentaram 52,1%. Em fevereiro de 2016, o setor foi responsável por ex- portações de US$ 604 milhões, enquan- to no mesmo mês do ano passado as vendas alcançaram US$ 397 milhões. Saiba mais: brasil.gov.br O ministro do Trabalho e Previdên- cia Social, Miguel Rosseo, abriu nes- ta terça (2), a 99ª Reunião Ordinária do Fórum Nacional de Secretarias do Trabalho (Fonset), em Brasília (DF). Ele destacou os desafios dos secretários e do Ministério para “irrigar estruturas eficientes de trabalho”, e a importân- cia da atualização da legislação do Sis- tema Nacional de Emprego (Sine), um dos principais temas do encontro. “Minha expectava é que possamos rapidamente transformar essa atua- lização em uma iniciava políca im- portante para o nosso país porque ela organiza responsabilidades comuns fe- deravas, para termos um sistema na- cional mais organizado, competências de governança mais claras e eficientes”, afirmou. As secretarias e o MTPS estão debatendo a padronização do atendi- mento ao público na rede Sine e novas formas de arculação entre estados, municípios e governo federal que am- pliem e qualifiquem esse atendimento ao público trabalhador. Miguel Rosseo recebeu o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Tra- balho (Sinait), na sede do ministério, em Brasília. Os representantes do sin- dicato apresentaram ao ministro uma pauta de reivindicações sobre questões de remuneração e condições de traba- lho dos auditores. “O ministério está empenhado na solução das demandas apresentadas, debatendo todos os te- mas, e buscando encerrar esta etapa de negociação”, disse o ministro. Saiba mais: mte.gov.br Copom mantém taxa de juros em 14,25% ao ano é criticado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Força Sindical Balança comercial tem o melhor fevereiro desde 1989 e encerra mês com superávit de US$ 3 bilhões Ministério do Trabalho e Previdência Social debate qualificação do atendimento da rede Sine e recebe Sindicato dos Auditores Fiscais O Sindicato dos Metalúrgicos de Gua- rulhos divulga, em seu site, balanço da campanha de sindicalização nas fábri- cas. De acordo com a endade, somente nos dois primeiros meses deste ano, mais mil trabalhadores foram incluídos no quadro de sócios. O assunto será um dos temas de destaque do Jornal Sindical, que começa a ser distribuído na próxima semana. Empresas como Bardella, Rosse e Lile estarão entre as citadas na reportagem. “Quando o trabalhador se associa, o Sindicato fica mais forte e representavo. A base so- cial brasileira ainda é muito desorgani- zada. A classe dominante e os maus po- lícos de aproveitam disso para impor seus interesses”, avalia o presidente do Sindicato, José Pereira dos Santos. Mais informações: (11) 2463.5300, sede; (11) 4486.1615, subsede de Mairiporã; (11) 4655.3596, subsede de Arujá. Saiba mais: metalurgico.org.br CURTAS Subsede Itaquaquecetuba 11 4642-0381 / 4642-0792 Sede Guarulhos 11 2475-6565 www.comerciariosdeguarulhos.org.br [email protected] Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região (11) 2463.5300 www.metalurgico.org.br [email protected] Até o dia 11 de março, o CATe, a Se- cretaria Municipal do Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo, levará os serviços das unidades fixas a locais mais afastados da região central da ca- pital paulista. CEU Guarapiranga e Vila Curuçá, além dos CICs Jaraguá e Grajaú são alguns dos espaços que contarão com o apoio. O cidadão pode solicitar emissão de Carteira de Trabalho, habi- litação de seguro-desemprego e buscar por oportunidades de emprego junto ao sistema do CATe. As unidades móveis do Microempreendedor Individual (MEI) também atenderão neste período, na Igreja São Francisco e na Praça da Repú- blica. Neste equipamento é possível ter acesso ao comprovante de inscrição e situação cadastral do CNPJ, além de alte- ração cadastral e cancelamento do MEI. Saiba mais: hp://goo.gl/ojf3we de fanasmo pardário e ausência de decoro de juízes, promotores, procuradores e policiais, beneficiários da impunidade que dizem perseguir. Denúncias precipitadas, deliberada violação de sigilo processual, incon- nência verbal e deboche no exercício de mandato judicial, tudo se acumula nesta já agora evidentemente bem programada sucessão de anúncios e de profecias. Herdeiros do espetácu- lo de degradação promovido pelos julgadores da AP470, os alienados e cegos pelo fanatismo partidário estão semeando brutal explosão de violência, que virá, a menos que au- toridades maiores os recoloquem no afazer a que estão obrigados: apurar e revelar, sem firulas e descontroles de conduta, os crimes comedos contra a sociedade brasileira em conexão com as avidades da Petrobrás. Revelações que sejam ordenadas, fundamentadas e apresentadas com sobriedade. MOTO CONTÍNUO No início do Livro 2 de seu tratado sobre benfeitores e benfeitorias, Sê- neca adverte que “muitas pessoas se tornam generosas apenas porque fo- ram fracas para resisr às demandas”. ÚLTIMAS PALAVRAS Tolerância passada do ponto é ter- giversação. Regulamentação do PLS ficará por conta do Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS); Senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) Luciano Rezende é engenheiro agrônomo, mestre em Entomologia e doutor em Fitotecnia (Melhoramento Genéco de Plantas) e professor do Instuto Federal Fluminense (IFF) Campanha agrega mais mil sócios aos Metalúrgicos de Guarulhos Unidades Móveis do CATe e MEI levam serviços a regiões afastadas do Centro da Capital Paulista; será até o dia 11

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QUESTÃO sindical é uma publicação da Ubuntu Comunicação e Troadeditora.com.br e Assessoria de imprensa. O boletim eletrônico Questão Sindical é semanal, enviado aos e-mails cadastrados toda quinta-feira. Responsáveis: Marcelo Duarte Jatobá e Antônio Carlos de Jesus. Endereço: Rua Iraci Santana, 81, Macedo, Guarulhos, São Paulo. Telefones: WhatsApp: 11 9.4754-0103

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QUESTÃO sindical3 de março de 2016 - número 35 - ano 1 11 - 3843-0355 / 11 9.6718-9312

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Endereço: Rua Iraci Santana, 81, Macedo, Guarulhos, São Paulo. Telefones: (11) 3843-0355.

A história do PT é rica em lutas sociais, mas pobre em estratégia política. Compre-ensível quando se trata de um partido con-cebido e organizado por distintas tendên-cias e correntes de opinião, numa disputa interna sem fim.

No máximo, a direção do partido - aba-lizada pela tendência majoritária - apresen-ta essa ou aquela proposta, tese, documen-to ou programa de governo, quase sempre visando o imediato.

Ainda mais em momentos de crise, pre-dominam ações espontaneístas e de curto fôlego, tal como foi a saída de José Eduar-do Cardozo do Ministério da Justiça. Quem ocupará o seu lugar e qual política adota-rá daqui pra frente? Altivez ou submissão?

É como nos lembra Paulo Nogueira em seu Diário do Centro do Mundo: “Cardozo simboliza o espetacular erro cometido pelo PT ao chegar ao poder. O partido não fez valer os votos que recebeu para colocar em posições chave pessoas alinhadas com seus projetos”. Ou seja, falta ao PT um programa estratégico de governo, elaborado coletiva-mente e apoiado pela maioria.

Pesquisando a história do PT, é possível constatar que quase todos os seus objeti-vos traçados são emergenciais ou circuns-tanciais: que fazer para vencer a eleição de um sindicato; qual melhor coligação para eleger um prefeito, onde priorizar uma dis-puta para governo; como a militância deve se comportar para ir ao segundo turno...

A crítica aqui não é com relação a prio-ridade dada em atuar em governos ou no parlamento. Mas a falta de uma estraté-gia clara e bem definida do maior partido de esquerda da América Latina, em sintonia clara com os seus aliados do mesmo campo progressista.

Lênin disse que “o pecado mortal da II Internacional não foi o de ter aplicado, em seu tempo, a tática da utilização das formas parlamentares de luta, mas em ter superes-timado a sua importância, até considerá-las quase como as únicas possíveis, tanto assim que, quando chegou o período das batalhas revolucionárias abertas e a questão das for-mas extraparlamentares de luta se tornou mais importante, os partidos da II Interna-cional fugiram às novas tarefas, não as re-conheceram”.

A atuação parlamentar da esquerda bra-sileira - somada a sua participação em di-versas prefeituras, governos de Estado, e na própria Presidência da República - cumpriu e cumpre papel importante na ascensão das forças democráticas, e o consequente avanço na agenda popular e as conquistas de direitos dos trabalhadores. Mas não se pode desguarnecer da luta teórica no cam-po das idéias e tampouco das lutas popula-res na esfera dos sindicatos e demais movi-mentos sociais.

Mas a estratégia se modifica ao longo do tempo. Se em uma primeira fase o objetivo era erradicar a fome no Brasil, hoje a meta é melhorar a alimentação de todos. Se an-tes o objetivo central era o de dobrar o nú-mero de jovens na universidade, hoje é ne-cessário empregar esse exército de toga. A cada dia surgem novas demandas de uma sociedade cada vez mais complexa e dinâ-mica que necessitam estar contemplada na estratégia partidária ou de governo.

A chamada classe média de hoje não é mais reacionária do que foi o campesina-to russo na época de Lênin. A diferença é que o PCUS soube definir bem sua estraté-gia. Entre 1903 até fevereiro de 1917, a for-ça fundamental da revolução era o proleta-riado e a reserva imediata os camponeses. O objetivo central naquele momento era o de derrubar o czarismo. Uma vez alcançado objetivo, outra estratégia entrou em ação.

É inconcebível, na atual quadra políti-ca, não atualizar o discurso político - afi-nado com a nova estratégia - e com isso se isolar da classe média. A direção do ataque principal deve ser o isolamento da burgue-sia rentista, parasitária e antinacional e to-dos os seus capachos. Nesse esforço, a es-querda deve se desdobrar em atrair para o seu lado todos os setores da pequena-bur-guesia que também estão sendo alvos des-sa crise do capitalismo mundial.

Isso tudo, sem uma estratégia clara e bem definida, perecerá mais cedo ou mais tarde. A sorte, até então, é que a direita bra-sileira também carece de uma estratégia.

Nem tudo era renascentista na Renascença; nem tudo é democrático na democracia; nem tudo é justo no Judiciário. Se necessário, enterre-se este postulado boca adentro de qualquer promotor, juiz ou atrevido procurador que o desafie. À conta do gênio de Michelângelo venderam-se contrafações arte por toda a Europa e, desde o século XVIII, pelo mundo todo, até chegarmos à peripatética disneilândia carioca com estátuas de Tom Jobim andando meio inebriado pelo Arpoador, ele que era de Ipane-ma, de Pixinguinha em frente a uma livraria em estreita e antiga travessa, um controverso Ary Barroso servindo de porteiro em restaurante do Leme e, não há limite para temperamentos abusivos, um Carlos Drummond de Andrade sentado em banco na praia de Copacabana, que nunca frequentou. Grande parte das personalidades pú-blicas a qualquer tempo e em qualquer lugar não passa de contrafação de uma virtude esquecida.

Não bastassem os grupos de pres-são assustadoramente fornidos de recursos a extrair benefícios e privi-légios sob a proteção do direito de-mocrático de organização e de defesa de interesses próprios, lemos agora a sem-cerimônia de auditores, fiscais de renda, policiais, procuradores e juízes, todos com enorme capaci-dade de atingir economicamente a administração pública e a segurança da população, a chantagear governos estaduais, municipais e até o governo central, extorquindo o que, mais do que ajustes salariais, converteu-se em pagamentos mensais para proteção mafiosa. Certamente estão indignados com a resistência popular à perda de renda e de emprego.

A devassa promovida pela in-vestigação Lava-Jato revelando a monumental predação rotineira do patrimônio nacional por parte de ladravazes à sombra da burocracia pública, dos partidos políticos e da competência empresarial de impor-tante segmento da ordem privada, favorece a intermitente manifestação

OPINIÃO

OPINIÃO POLÍTICA ECONÔMICA

AVANÇOS

Quem procura acha, nem sempre o que quer

Qual a estratégia do PT?

Projeto de Lei que institui Disque-Denúncia do Trabalhador é aprovado na CAS do Senado

Trabalhadores poderão contar com o Disque Denúncia do Traba-lhador. O Projeto de Lei do Senado (PLS) 30/15, de autoria da senado-ra Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), aprovado nesta quarta (2) pela Co-missão de Assuntos Sociais (CAS). Caso não haja recurso para vota-ção em plenário, o PLS será envia-do para apreciação - e votação - da Câmara dos Deputados. Pensionis-tas e aposentados também serão beneficiados.

De acordo com a senadora, o ob-

jetivo é combater fraudes que en-volvem benefícios trabalhistas e previdenciários. Segundo ela, o tex-to fortalece a luta pela garantia de diretos dos trabalhadores, aposen-tados e pensionistas, além de im-pedir desvios na arrecadação das receitas públicos e ampliar o desen-volvimento de políticas públicas.

Para ela, o PLS contribuirá, ainda, para o ajuste das contas do gover-no. “Atualmente, o Brasil vivencia uma grave crise econômica, o que vem forçando o governo a promo-

ver diversas medidas de austerida-de com a finalidade de corrigir as contas públicas”, afirmou a senado-ra.

O relator da proposta, senador Ricardo Franco (DEM-SE), defendeu a aprovação da iniciativa, que, se-gundo ele, permitirá que ações que desrespeitem o direito do trabalha-dor cheguem ao conhecimento da autoridade competente para res-guardar esses direitos.

Saiba mais: diap.org.br

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical criticaram nesta quarta (2) a decisão do Comitê de Políti-ca Monetária (Copom) do Banco Central de manter a taxa básica de juros (Selic) em 14,25% ao ano. Segundo as Centrais, a não redução da taxa pode deixar mais distante a recuperação econômica do País. Na terça, as Centrais brasileiros pro-testaram na avenida Paulista, em frente ao prédio do Banco Central.

“Ao manter a taxa Selic, o governo penaliza o setor produtivo e a gera-

ção de empregos e renda. É uma de-cisão nefasta, baseada em uma políti-ca econômica equivocada, que acelera a economia em direção a um redemoi-nho de incertezas, penalizando os tra-balhadores”, destacou a Força.

De acordo com a Central, a atual polí-tica de juros prejudica a atividade econô-mica, deteriora o mercado de trabalho e a renda, aumenta o desemprego e diminui a capacidade de consumo das famílias.

Para a CUT, juros altos aumentam os lucros de banqueiros e especuladores,

concentrando a renda ainda mais nas mãos de poucos. “É urgente a redução drástica da taxa de juros para que a eco-nomia saia o mais breve possível da re-cessão, volte a gerar emprego e renda, e retome de forma consistente o caminho do desenvolvimento com distribuição de renda. A política econômica precisa estar a serviço do povo brasileiro.”

Saiba mais:fsindical.org.brcut.org.br

A balança comercial registrou su-perávit de US$ 3 bilhões em fevereiro, melhor resultado para meses de feve-reiro de toda a série histórica iniciada em 1989. Com esse resultado, a balan-ça acumula saldo positivo de US$ 3,965 bilhões no ano, revertendo o déficit de US$ 6,010 bilhões registrado no primei-ro bimestre de 2015. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, In-dústria e Comércio Exterior (MDIC).

No mês passado, as exportações to-

talizaram US$ 13,348 bilhões e as im-portações, US$ 10,305 bilhões. A cor-rente de comércio foi de US$ 23,652 bilhões. No mês passado, as exporta-ções cresceram 4,6% em comparação com o mesmo mês de 2015. Isso in-terrompeu uma série de 17 meses de resultados negativos. O último cresci-mento das exportações havia sido re-gistrada no comparativo agosto de 2014 com agosto de 2013.

As vendas de bens industrializados fo-ram determinantes para o resultado. As

exportações somadas de manufaturados e semimanufaturados cresceram 9,6% em relação a fevereiro do ano passado. Um destaque envolveu as vendas exter-nas de veículos (que incluem ônibus, ca-minhões, automóveis e comerciais leves) que aumentaram 52,1%. Em fevereiro de 2016, o setor foi responsável por ex-portações de US$ 604 milhões, enquan-to no mesmo mês do ano passado as vendas alcançaram US$ 397 milhões.

Saiba mais: brasil.gov.br

O ministro do Trabalho e Previdên-cia Social, Miguel Rossetto, abriu nes-ta terça (2), a 99ª Reunião Ordinária do Fórum Nacional de Secretarias do Trabalho (Fonset), em Brasília (DF). Ele destacou os desafios dos secretários e do Ministério para “irrigar estruturas eficientes de trabalho”, e a importân-cia da atualização da legislação do Sis-tema Nacional de Emprego (Sine), um dos principais temas do encontro.

“Minha expectativa é que possamos rapidamente transformar essa atua-

lização em uma iniciativa política im-portante para o nosso país porque ela organiza responsabilidades comuns fe-derativas, para termos um sistema na-cional mais organizado, competências de governança mais claras e eficientes”, afirmou. As secretarias e o MTPS estão debatendo a padronização do atendi-mento ao público na rede Sine e novas formas de articulação entre estados, municípios e governo federal que am-pliem e qualifiquem esse atendimento ao público trabalhador.

Miguel Rossetto recebeu o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Tra-balho (Sinait), na sede do ministério, em Brasília. Os representantes do sin-dicato apresentaram ao ministro uma pauta de reivindicações sobre questões de remuneração e condições de traba-lho dos auditores. “O ministério está empenhado na solução das demandas apresentadas, debatendo todos os te-mas, e buscando encerrar esta etapa de negociação”, disse o ministro.Saiba mais: mte.gov.br

Copom mantém taxa de juros em 14,25% ao ano é criticadopela Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Força Sindical

Balança comercial tem o melhor fevereiro desde 1989e encerra mês com superávit de US$ 3 bilhões

Ministério do Trabalho e Previdência Social debate qualificação do atendimento da rede Sine e recebe Sindicato dos Auditores Fiscais

O Sindicato dos Metalúrgicos de Gua-rulhos divulga, em seu site, balanço da campanha de sindicalização nas fábri-cas. De acordo com a entidade, somente nos dois primeiros meses deste ano, mais mil trabalhadores foram incluídos no quadro de sócios. O assunto será um dos temas de destaque do Jornal Sindical, que começa a ser distribuído na próxima semana. Empresas como Bardella, Rossetti e Lile estarão entre as citadas na reportagem. “Quando o trabalhador se associa, o Sindicato fica mais forte e representativo. A base so-cial brasileira ainda é muito desorgani-zada. A classe dominante e os maus po-líticos de aproveitam disso para impor seus interesses”, avalia o presidente do Sindicato, José Pereira dos Santos. Mais informações: (11) 2463.5300, sede; (11) 4486.1615, subsede de Mairiporã; (11) 4655.3596, subsede de Arujá.

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Até o dia 11 de março, o CATe, a Se-cretaria Municipal do Desenvolvimento, Trabalho e Empreendedorismo, levará os serviços das unidades fixas a locais mais afastados da região central da ca-pital paulista. CEU Guarapiranga e Vila Curuçá, além dos CICs Jaraguá e Grajaú são alguns dos espaços que contarão com o apoio. O cidadão pode solicitar emissão de Carteira de Trabalho, habi-litação de seguro-desemprego e buscar por oportunidades de emprego junto ao sistema do CATe. As unidades móveis do Microempreendedor Individual (MEI) também atenderão neste período, na Igreja São Francisco e na Praça da Repú-blica. Neste equipamento é possível ter acesso ao comprovante de inscrição e situação cadastral do CNPJ, além de alte-ração cadastral e cancelamento do MEI.

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de fanatismo partidário e ausência de decoro de juízes, promotores, procuradores e policiais, beneficiários da impunidade que dizem perseguir. Denúncias precipitadas, deliberada violação de sigilo processual, inconti-nência verbal e deboche no exercício de mandato judicial, tudo se acumula nesta já agora evidentemente bem programada sucessão de anúncios e de profecias. Herdeiros do espetácu-lo de degradação promovido pelos julgadores da AP470, os alienados e cegos pelo fanatismo partidário estão semeando brutal explosão de violência, que virá, a menos que au-toridades maiores os recoloquem no afazer a que estão obrigados: apurar e revelar, sem firulas e descontroles de conduta, os crimes cometidos contra a sociedade brasileira em conexão com as atividades da Petrobrás. Revelações que sejam ordenadas, fundamentadas e apresentadas com sobriedade.

MOTO CONTÍNUONo início do Livro 2 de seu tratado

sobre benfeitores e benfeitorias, Sê-neca adverte que “muitas pessoas se tornam generosas apenas porque fo-ram fracas para resistir às demandas”.

ÚLTIMAS PALAVRASTolerância passada do ponto é ter-

giversação.

Regulamentação do PLS ficará por conta do Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTPS);

Senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM)

Luciano Rezende é engenheiro agrônomo, mestre em Entomologia e doutor em Fitotecnia (Melhoramento Genético de Plantas) e professor do Instituto Federal Fluminense (IFF)

Campanha agregamais mil sócios aos Metalúrgicos de Guarulhos

Unidades Móveis do CATe e MEI levam serviços a regiões afastadas do Centro da Capital Paulista; será até o dia 11