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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL AVALIAÇÃO DE PROPRIEDADES DINÂMICAS DE UM MODELO REDUZIDO DE TORRE METÁLICA COM LIGAÇÕES FLEXÍVEIS TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO Luiz Guilherme Grotto Santa Maria, RS, Brasil 2015

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA

CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

AVALIAÇÃO DE PROPRIEDADES DINÂMICAS DE UM MODELO REDUZIDO DE TORRE METÁLICA

COM LIGAÇÕES FLEXÍVEIS

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Luiz Guilherme Grotto

Santa Maria, RS, Brasil

2015

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AVALIAÇÃO DE PROPRIEDADES DINÂMICAS DE UM

MODELO REDUZIDO DE TORRE METÁLICA COM

LIGAÇÕES FLEXÍVEIS

Luiz Guilherme Grotto

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em Engenharia Civil da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM),

como requisito parcial para obtenção do grau de Engenheiro Civil

Orientador: Prof. Dr. Marco Antônio Silva Pinheiro

Santa Maria, RS, Brasil

2015

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Universidade Federal de Santa Maria Centro de Tecnologia

Curso de Engenharia Civil

A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova o Trabalho de Conclusão de Curso

AVALIAÇÃO DE PROPRIEDADES DINÂMICAS DE UM MODELO DE TORRE METÁLICA COM LIGAÇÕES FLEXÍVEIS

Elaborado por Luiz Guilherme Grotto

Como requisito parcial para a obtenção do grau de Engenheiro Civil

COMISSÃO EXAMINADORA:

Marco Antônio Silva Pinheiro, Dr. (Presidente/Orientador)

João Kaminski Junior, Dr. (Coorientador)

Eduardo Pasquetti, Dr.

Santa Maria,17 julho de 2015

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Dedico este trabalho a minha

família e amigos que me

incentivaram a sempre seguir adiante

e alcançar meus objetivos.

.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, que iluminou o meu caminho.

A Universidade Federal de Santa Maria, na figura dos professores, por todo o

ensinamento transmitido e pela preocupação com o aprendizado.

Aos meus pais, Alvaro e Marlene, ao meu irmão José, aos avós Idemar e

Anna e Genésio (In memoriam) e Vilma (In memoriam), à namorada Nathieli e a toda

minha família pelo apoio incondicional.

Ao professor João Kaminski Junior, pelo apoio na elaboração deste trabalho.

Ao professor Marco Antônio Silva Pinheiro, pelo suporte no pouco tempo de

convívio, pelas suas correções, ensinamentos e incentivos.

Ao Laboratório de Acústica, na pessoa do funcionário Eder, pela

disponibilidade de ajudar nos experimentos.

E a todos que de uma forma ou de outra fizeram parte da minha formação, o

meu muito obrigado.

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RESUMO

Trabalho de Conclusão de Curso

Curso de Engenharia Civil

Universidade Federal de Santa Maria

AVALIAÇÃO DE PROPRIEDADES DINÂMICAS DE UM MODELO REDUZIDO DE

TORRE METÁLICA COM LIGAÇÕES FLEXÍVEIS

AUTOR: LUIZ GUILHERME GROTTO

ORIENTADOR: Prof. Dr. MARCO ANTÔNIO SILVA PINHEIRO

Alguns dos materiais que ganharam mercado foram os metais, devido à

rapidez na execução, racionalidade, qualidade nas peças criadas e sustentabilidade.

Não é difícil deparar-se com estruturas metálicas sendo alternativas às estruturas de

madeira ou concreto. Frente a este ganho de mercado, estudos devem ser feitos

para verificar as propriedades dinâmicas do conjunto de perfis metálicos frente aos

esforços aos quais é submetido. Diante disso, o presente trabalho tem como objetivo

analisar o comportamento dinâmico de um modelo de torre metálica, adicionando

nas ligações da mesma, elementos flexíveis. O trabalho consiste em verificar,

através de ensaios em laboratório, a rigidez do elemento flexível, além das primeiras

frequências naturais e a taxa de amortecimento de um modelo de torre metálica de

escala reduzida por meio de respostas no tempo e no domínio da frequência. A taxa

de amortecimento é investigada pelo método do decremento logarítmico e pelo

método da largura de meia banda, cujos resultados são, posteriormente,

comparados.

Palavras-chave: Propriedades Dinâmicas; Decremento logarítmico; Largura de

meia banda; Elementos flexíveis.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Monocórdio de Pitágoras ......................................................................... 15

Figura 2 – Primeiro sismógrafo criado na China ....................................................... 16

Figura 3 – Pêndulo Simples ...................................................................................... 18

Figura 4 – Sistema peso suspenso massa-mola ....................................................... 19

Figura 5 – Período de uma oscilação ........................................................................ 20

Figura 6 – Fenômeno do batimento .......................................................................... 20

Figura 7 – Movimento determinístico e harmônico .................................................... 22

Figura 8 – Sistema massa-mola em vibração livre .................................................... 23

Figura 9 – Ponte Tacoma Narrows: Vibração forçada do vento e sob efeito de

ressonância ............................................................................................................... 23

Figura 10 – Vibrações amortecidas (a) e não amortecidas (b) .................................. 24

Figura 11 – Sistema discreto com um grau de liberdade .......................................... 25

Figura 12 – Sistema contínuo com infinitos graus de liberdade ................................ 25

Figura 13 – Resposta típica de um sistema sub amortecido ..................................... 26

Figura 14 – Comparação entre sinal no domínio do tempo e da frequência ............. 28

Figura 15 – Decremento logarítmico ......................................................................... 29

Figura 16 – Largura de banda ................................................................................... 31

Figura 17 – Anéis de borracha .................................................................................. 32

Figura 18 – Materias utilizados: a) Anéis de borracha, perfis metálicos, parafuso,

porca e arruelas; b) Parafusadeira; c) Equipamento para ensaio de compressão .... 33

Figura 19 – Ensaio de compressão da borracha ....................................................... 34

Figura 20 – Ensaio de cisalhamento da borracha ..................................................... 35

Figura 21 – Configuração da ligação entre perfis e borracha para medição de

deformação da borracha ........................................................................................... 35

Figura 22 – a) Modelo reduzido de torre metálica; b) Condicionador de sinais; c)

Perfil semelhante ao utilizado no modelo; d) Calibrador e acelerômetro; e) Notebook

.................................................................................................................................. 37

Figura 23 – a)Shaker; b) Amplificador de potência ................................................... 38

Figura 24 – Modelo de torre metálica com referência do norte marcada na laje ....... 38

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Figura 25 – Posição dos anéis de borracha; a)Entre o contraventamento externo e o

perfil vertical, b) entre o perfil vertical e o contraventamento interno e c) sem o anel

de borracha ............................................................................................................... 40

Figura 26 – Torre sob a ação do shaker ................................................................... 41

Figura 27 – Ligação do shaker com a estrutura ........................................................ 42

Figura 28 – Ensaio de carga aplicada no topo: a) Fio tencionando o topo da torre; b)

Peso tencionando o fio; c) Esquematização do ensaio ............................................. 43

Figura 29 – Gráfico com a resposta da rigidez à compressão do anel de borracha .. 44

Figura 30 - Gráfico com a resposta da rigidez ao cisalhamento do anel de borracha

.................................................................................................................................. 45

Figura 31 - Resposta do modelo ao ensaio com shaker sob Torque 10 sem borracha

nos vínculos nas diferentes configurações utilizadas ................................................ 48

Figura 32 - Resposta do modelo ao ensaio com shaker sob Torque 10 com borracha

nos vínculos nas diferentes configurações utilizadas ................................................ 49

Figura 33 - Resposta do modelo ao ensaio com shaker sob Torque 5 com borracha

nos vínculos nas diferentes configurações utilizadas ................................................ 50

Figura 34 Resposta do modelo ao ensaio com shaker sob Torque 1 com borracha

nos vínculos nas diferentes configurações utilizadas ................................................ 51

Figura 35 – Padrão demonstrado nos cinco testes de uma mesma configuração

qualquer .................................................................................................................... 53

Figura 36 - Resposta do modelo ao ensaio de carga aplicada no topo sob Torque 5

com borracha nos vínculos........................................................................................ 54

Figura 37 - Resposta do modelo ao ensaio de carga aplicada no topo sob Torque 1

com borracha nos vínculos........................................................................................ 56

Figura 38 – Comparação entre o mesmo teste com o uso de filtro e sem o uso do

filtro ........................................................................................................................... 57

Figura 39 - Resposta do modelo ao ensaio de carga aplicada no topo sob Torque 10

com uso de filtro e sem borracha nos vínculos ......................................................... 58

Figura 40 - Resposta do modelo ao ensaio de carga aplicada no topo sob Torque 10

com uso de filtro e borracha nos vínculos ................................................................. 59

Figura 41 - Resposta do modelo ao ensaio de carga aplicada no topo sob Torque 5

com uso de filtro e borracha nos vínculos ................................................................. 60

Figura 42 - Resposta do modelo ao ensaio de carga aplicada no topo sob Torque 1

com uso de filtro e borracha nos vínculos ................................................................. 61

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Figura 43 – Comparação dos resultados de frequência ............................................ 62

Figura 44 – Configurações estudadas no amortecimento ......................................... 64

Figura 45 – Período de um dos testes ...................................................................... 67

Figura 46 – Comparação das taxas de amortecimento ............................................. 69

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Deformações médias dos anéis de borracha .......................................... 46

Tabela 2 – Resumo dos valores de frequência encontrados no teste do shaker ...... 52

Tabela 3 – Resultados para o teste 1 do experimento de Torque 5 com borracha nas

ligações ..................................................................................................................... 55

Tabela 4 – Resumo dos valores de frequência encontrados no teste de carga

aplicada no topo ........................................................................................................ 62

Tabela 5 – Valores próximos ao módulo da frequência de meia banda .................... 65

Tabela 6 – Intervalos para interpolação .................................................................... 65

Tabela 7 – Resumo dos valores de amortecimento encontrados no teste do shaker

.................................................................................................................................. 66

Tabela 8 – Resumo dos valores do cálculo do amortecimento pelo método do

decremento logarítmico ............................................................................................. 68

Tabela 9 – Resumo dos valores de amortecimento encontrados no teste de carga

aplicada no topo ........................................................................................................ 69

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12

1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS .............................................................................. 12

1.2 OBJETIVO GERAL ............................................................................................. 12

1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................... 13

1.4 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 13

1.5 SEQUÊNCIA DE ESTUDOS ............................................................................... 13

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 15

2.1 HISTÓRICO ........................................................................................................ 15

2.2 DEFINIÇÕES ...................................................................................................... 18

2.2.1 Conceitos Básicos ......................................................................................... 18

2.2.2 Sistema Harmônico ........................................................................................ 21

2.2.3 Tipos de Vibração .......................................................................................... 22

2.2.3.1 Vibrações Livres e Forçadas ......................................................................... 22

2.2.3.2 Vibrações Amortecidas e Não Amortecidas .................................................. 23

2.2.4 Sistema Contínuo e Discreto ......................................................................... 24

2.2.5 Amortecimento ............................................................................................... 25

2.2.6 Análise dos Sinais .......................................................................................... 27

2.3 MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DO AMORTECIMENTO ............................... 28

2.3.1 Método do Decremento Logarítmico ............................................................ 28

2.3.2 Método da Largura de Banda ........................................................................ 30

3 METODOLOGIA .................................................................................................... 32

3.1 ESTUDO DOS ANÉIS DE BORRACHA .............................................................. 32

3.2 AVALIAÇÃO DINÂMICA EXPERIMENTAL DO MODELO DE TORRE METÁLICA

.................................................................................................................................. 36

3.2.1 Torre sob ação do shaker .............................................................................. 40

3.2.2 Torre sob ação da carga aplicada no topo e subitamente retirada

(vibração livre) ......................................................................................................... 42

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ............................................................................. 44

4.1 ESTUDO DOS ANÉIS DE BORRACHA .............................................................. 44

4.2 TORRE SOB AÇÃO DO SHAKER ...................................................................... 47

4.2.1 Utilização do Torque 10 sem borracha nas ligações .................................. 47

4.2.2 Utilização do Torque 10 com borracha nas ligações .................................. 48

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4.2.3 Utilização do Torque 5 com borracha nas ligações .................................... 49

4.2.4 Utilização do Torque 1 com borracha nas ligações .................................... 50

4.3 TORRE SOB AÇÃO DA CARGA APLICADA NO TOPO .................................... 52

4.3.1 Utilização do Torque 5 com borracha nas ligações .................................... 53

4.3.2 Utilização do Torque 1 com borracha nas ligações .................................... 55

4.3.3 Utilização do Torque 10 sem borracha nas ligações e uso de filtro .......... 57

4.3.4 Utilização do Torque 10 com borracha nas ligações e uso de filtro .......... 58

4.3.5 Utilização do Torque 5 com borracha nas ligações e uso de filtro ............ 59

4.3.6 Utilização do Torque 1 com borracha nas ligações e uso de filtro ............ 60

4.4 DETERMINAÇÃO DO AMORTECIMENTO ........................................................ 63

4.4.1 Método da largura de banda .......................................................................... 63

4.4.2 Método do decremento logarítmico .............................................................. 66

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 70

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 72

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1 INTRODUÇÃO

1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Perante a necessidade de prezar pelo meio ambiente, novos métodos

construtivos e materiais têm sido aplicados na construção civil. Os metais ganharam

mercado pelo sua rapidez na execução, racionalidade, qualidade nas peças criadas.

Mas entre todos os benefícios dos metais, o que mais se destaca é o da

sustentabilidade, visto que são os materiais mais recicláveis dentro da indústria da

construção civil. Torres são exemplos de obras executadas em metal.

Historicamente, torres têm sido usadas pelas mais variadas populações que habitam

o planeta, como são o caso das mesquitas, fortes, castelos e faróis. Novas torres,

utilizadas agora para passagem de redes de energia ou cabos de telecomunicação,

têm sido concebidas cada vez com menos material e mais planejamento, diminuindo

assim os custos. Mas essa diminuição de material traz como consequência o

aumento da influência de ações dinâmicas como, por exemplo, ventos e sismos em

vibrações na estrutura metálica.

O presente trabalho contempla um estudo experimental, com o uso de

maquete e equipamentos para simular ações as quais a estrutura pode ser

submetida e o uso de programas computacionais para receber e processar as

respostas da torre, demonstrando o comportamento da mesma frente as solicitações

aplicadas.

1.2 OBJETIVO GERAL

Como objetivo geral, tem-se analisar e comparar, experimentalmente, o

amortecimento de uma torre metálica em escala reduzida, frente à ação de um

excitador harmônico e também de uma força aplicada lentamente no topo e retirada

abruptamente.

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1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Tem-se como objetivos específicos estimar as propriedades mecânicas dos

anéis de borracha, determinar as frequências naturais do modelo reduzido de torre,

analisar a direção de menor rigidez da torre, determinar o amortecimento pelo

método do decremento logarítmico e pelo método da largura de meia banda de

potência e comparar os resultados obtidos.

1.4 JUSTIFICATIVA

Grandes solicitações podem promover o mau funcionamento das estruturas,

ou até mesmo levá-las ao colapso. Quando se trata de torres metálicas, o perigo

ultrapassa o limite de danos físicos, podendo alcançar grandes problemas

financeiros a empresas ou mesmo à própria união federativa, como é o caso das

quedas de torres de transmissão elétrica ou de telefonia, interrompendo o

fornecimento de energia elétrica e serviços de telefone e internet, respectivamente.

Esta é a principal razão da importância desta investigação, para que se

compreenda a resposta da estrutura e futuramente possa projetá-la com segurança

e, quando a mesma for solicitada, continue exercendo seu papel.

1.5 SEQUÊNCIA DE ESTUDOS

O presente trabalho é dividido da seguinte maneira:

No capítulo 2, intitulado Revisão Bibliográfica, faz-se um breve apanhado

histórico sobre o estudo das vibrações e seus impactos nos estudos atuais. Também

são explicados conceitos que devem ser compreendidos para o entendimento da

pesquisa.

No capítulo 3, intitulado Metodologia, demonstram-se os métodos utilizados

para determinar os parâmetros da borracha e expõem-se os instrumentos utilizados

no experimento, como o shaker, a torre metálica em escala reduzida e o sistema

adotado para aplicação da força no topo da torre. O modelo é excitado de duas

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maneiras: por um shaker e pela aplicação de uma força inicial no topo que é

abruptamente interrompida.

No capítulo 4, intitulado Análise dos Resultados, são mostrados os resultados

obtidos nos experimentos e avaliado o amortecimento a partir das respostas obtidas

pelos dois tipos diferentes de aplicação de força no modelo reduzido de torre

metálica.

No capítulo 5, intitulado Considerações finais, faz-se um comentário sobre os

resultados obtidos e suas possíveis aplicações em protótipos de torres metálicas

(tamanho real).

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 HISTÓRICO

A atração das pessoas pelas vibrações data de muito tempo antes do estudo

das mesmas aplicadas a estruturas. Desde a descoberta dos primeiros instrumentos

musicais por volta de 4000 a.C., como tambores e apitos, por sociedades que

tinham a música muito desenvolvida, iniciaram-se uma investigação que seria os

primeiros passos do estudo de vibrações mecânicas que se tem hoje.

Uma das mais antigas civilizações, a civilização egípcia, teve parte importante

nos avanços. Datando de aproximadamente 3000 a.C., instrumentos musicais

semelhantes a harpas foram encontrados em suas tumbas. As harpas, bem como

todos os instrumentos de corda, provavelmente tem sua criação baseada no antigo

arco e flecha, arma muito utilizada pelo exército egípcio.

Na Grécia antiga, os filósofos e músicos fundaram as bases da música como

se conhece e iniciaram uma pesquisa aprofundada sobre os instrumentos. O

primeiro a pesquisar com base científica foi Pitágoras (582-507 a.C.). Um de seus

experimentos foi o do monocórdio, (figura 1), instrumento de madeira com dois

apoios fixos e uma corda tencionada por um peso suspenso. Deste experimento

resultou o entendimento de que para uma mesma tensão aplicada, cordas com

comprimentos menores resultam em notas mais agudas.

Figura 1 – Monocórdio de Pitágoras (Fonte: http://egui.blogspot.com.br/2010/03/aproximacoes-da-matematica-e-da-musica.html - acesso

em 22 de junho de 2015).

Pouco mais tarde, na China, por volta de 132 d.C., diante dos terremotos que

assolavam o país, Zhang Heng notou a necessidade de estudar os sismos e

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quantificar sua intensidade e criou o primeiro sismógrafo, (figura 2). Com o formato

de uma jarra de vinho, era feito de bronze fundido com diâmetro de

aproximadamente dois metros. Internamente, o mecanismo funcionava com

pêndulos e, na sua volta, um sistema de alavancas apontadas em oito direções.

Externamente, havia oito esculturas de dragões, cada uma com um orbe na boca e

um sapo com a boca aberta embaixo. Um terremoto que ocorresse inclinaria os

pêndulos nesta direção, acionando o sistema de alavancas de um dos dragões. O

dragão abriria a boca e liberaria o orbe, que cairia na boca do sapo e produziria um

som. Deste modo, seria fácil de identificar o horário e a direção em que o sismo

ocorreu.

Figura 2 – Primeiro sismógrafo criado na China (Fonte:http://www.lpi.tel.uva.es/~nacho/docencia/ing_ond_1/trabajos_06_07/io3/public_html/Sismogra

fo/Sismografo.html - acesso em 22 de junho de 2015).

No século XVII, Galileu Galilei (1564-1642), estudou o comportamento do

pêndulo simples, constatando que o período dos movimentos não dependia da

amplitude das oscilações. Galileu retratou a dependência da frequência e da

vibração com o comprimento da corda de um pêndulo simples e explicou o

fenômeno da ressonância.

Joseph Sauveur (1653-1716) e John Wallis (1616-1703) estudaram as formas

de uma corda tracionada sobre o efeito da vibração. Através disso observaram que

certos pontos da corda permanecem sem movimento enquanto outros tinham

movimentos intensos. Os primeiros foram nomeados nós e os outros foram

nomeados ventres. Sauvier ponderou que as frequências de vibração que produziam

nós eram mais altas que as que não produziam, nomeando-as harmônicas,

enquanto as que não produziam nenhum nó de frequência fundamental.

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Outra análise de Sauvier foi de que uma corda pode vibrar em mais de um de

seus harmônicos ao mesmo tempo. Mas essa hipótese só foi provada por meio das

equações de Daniel Bernoulli (1700-1782) que, pelo princípio da superposição,

mostrou que o deslocamento de qualquer ponto em qualquer instante é o somatório

do deslocamento do mesmo ponto para cada uma das harmônicas da corda.

Para que Bernoulli conseguisse provar sua teoria, dois outros nomes tiveram

colaborações importantes. Isaac Newton (1642-1727), com a segunda lei do

movimento, que é usualmente utilizada para a solução de um corpo em movimento

de vibração, e Brook Taylor (1685-1731) que descobriu a solução teórica do

problema da corda vibratória. Suas contribuições foram fundamentais para que

Bernoulli, abrindo mão das derivadas parciais, obtivesse êxito em sua pesquisa.

Embora grande parte dos dimensionamentos na engenharia seja feito com

cargas estáticas, o efeito aleatório presente nos problemas, como terremotos e

ventos aplicados a estruturas esbeltas, a ação de carros em movimento passando

por pontes ou também vibrações impostas por máquinas em lajes, obrigaram uma

evolução nos cuidados ao calcular uma estrutura. Entre as últimas descobertas no

ramo das vibrações aplicadas à engenharia estrutural, a que se destaca é a

aplicação do método dos elementos finitos que, mesmo sendo antigo, como por

exemplo, Joseph Lagrange (1736-1813), que dividiu uma corda em um número finito

de partículas de massa e espaçamento iguais, para determinar a solução analítica

do problema da corda vibratória, ou como antigos matemáticos que aproximaram o

comprimento da circunferência de um círculo por um polígono com um número finito

de retas, teve seu conceito batizado por M. J. Turner, R. W. Clough, H. C. Martin e L.

J. Topp, no estudo de estrutura de aeronaves, sendo expandido para auxílio em

programas de dimensionamento de estruturas, de diferentes tipos de materiais e

ramos da engenharia.

Atualmente, o estudo específico dos métodos de controle de vibrações tem

evoluído com o estudo de Moutinho (2007), onde descreve alguns sistemas de

controle já aplicados em estruturas reais e avalia a utilidade frente a estudos

experimentais. Paredes (2008), estudando a aplicação de amortecedores de massa

sintonizada para controle de vibração causada por ventos em chaminés metálicas e

avaliando o decréscimo da amplitude na mesma.

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2.2 DEFINIÇÕES

2.2.1 Conceitos Básicos

Vibração

Um sistema em que ocorra uma repetição de movimentos em um intervalo de

tempo é intitulado vibração e é caracterizado pela constante troca das parcelas de

energia potencial em energia cinética (RAO, 2008). Pode-se exemplificar a vibração

com o pêndulo simples ilustrado na Figura 3, onde, na posição A, a massa está com

energia potencial armazenada, mas sua parcela de energia cinética é nula. Ao se

abandonar a esfera, pela ação da gravidade, ela iniciará um movimento e

transformará sua energia potencial em energia cinética até chegar à posição B, onde

a parcela de energia potencial é nula. A partir daí, a energia cinética armazenada

com o movimento gradualmente voltará a se transformar em energia potencial e, na

posição C, voltará a ter valor nulo enquanto a energia potencial terá seu valor

máximo (Figura 3).

Figura 3 – Pêndulo Simples (Fonte:http://www.tutorvista.com/content/physics/physics-i/wave-motion-sound/restoring-force.php -

acesso em 22 de junho de 2015).

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Graus de liberdade

Segundo Almeida (1989), graus de liberdade são o número de parâmetros

independentes que determinam a posição do sistema em cada instante de tempo,

como por exemplo, um sistema de massa-mola constituído de um peso suspenso,

que caracteriza um sistema de um grau de liberdade. Neste caso, só é possível o

deslocamento na direção vertical e deste modo, só é necessário um parâmetro para

determinar a posição do peso, seu deslocamento vertical (Figura 4).

Figura 4 – Sistema peso suspenso massa-mola (Fonte: http://efisica.if.usp.br/mecanica/basico/elasticidade/experimento/ - acesso em 07 de julho de

2015).

Período de oscilação

O período de uma oscilação é o tempo necessário para que o movimento

se repita:

(01)

Onde representa o ponto de início do movimento e o ponto onde o

movimento começa a repetir (Figura 5).

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Figura 5 – Período de uma oscilação (Fonte: http://acer.forestales.upm.es/basicas/udfisica/asignaturas/fisica/ondas/armonicas.html - acesso em 07 de julho de 2015)

Frequência de oscilação

A frequência de oscilação é o número de repetições de movimento que

ocorre em um intervalo de tempo. Também é definida como o inverso do período:

(02)

Batimento

O fenômeno do batimento ocorre quando duas ondas com frequências muito

próximas têm suas amplitudes somadas. Isto acontece pelo efeito de superposição

de movimentos das ondas e devido às frequências terem valores muito próximos

(Figura 6).

Figura 6 – Fenômeno do batimento (Fonte: http://slideplayer.com.br/slide/362505/ - Acesso em 24 de junho de 2015)

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Filtro

Quando se tem uma vibração no domínio do tempo, diversas frequências

podem estar influenciando a resposta obtida. Para suavizar a resposta e, portanto,

tornar mais fácil de analisar a vibração, pode-se lançar mão do uso de um filtro. Um

modelo de filtro bastante simples pode ser executado a partir da escolha de termos

específicos de uma função, quando a mesma é escrita em série de Fourier,

mostrada na equação 03. Uma vez conhecidos os coeficientes da série, os quais

podem ser obtidos usando a Transformada de Fourier, proporciona-se escrever a

função no tempo limitada em um intervalo para um número menor de frequências

desejadas.

( ) ∑(

)

(03)

Após o uso do filtro, a resposta obtida será da mesma onda inicial, mas agora

somente as frequências do intervalo estipulado têm influência na resposta.

2.2.2 Sistema Harmônico

Dentre os mais variados tipos de sistema, esse estudo está baseado em uma

estrutura metálica com movimentos determinísticos senoidais. Para Groehs (1999),

sistemas com movimentos determinísticos “São aqueles que podem ser descritos

com uma relação matemática explícita”. Para tanto, pode-se citar como exemplo o

mesmo sistema do pêndulo em que, retirando o atrito do ar, produzirá um

movimento oscilatório que pode ser previsto por equações matemáticas. O mesmo

exemplo pode ser aplicado no conceito do movimento periódico, onde, depois de um

intervalo de tempo, o mesmo movimento volta a se repetir (Groehs, 1999). Os

movimentos harmônicos ou senoidais são caracterizados pela representação,

semelhante a um gráfico de senóide (Figura 7).

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Figura 7 – Movimento determinístico e harmônico (Fonte: http://efisica.if.usp.br/mecanica/universitario/movimento_periodico/mov_oscilatorio/ - Acesso

em 22 de junho de 2015).

2.2.3 Tipos de Vibração

Dentro dos tipos de vibrações, há várias classificações: livres e forçadas,

amortecidas ou não amortecidas e lineares ou não lineares.

2.2.3.1 Vibrações Livres e Forçadas

Um sistema está em vibração livre quando, depois de receber uma ação

externa, ele mantiver a continuidade da oscilação por conta própria, sem mais

nenhuma força externa atuar sobre o mesmo. A vibração livre pode ser estimulada,

por exemplo, por meio de um impacto em uma estrutura, ou, como no sistema

massa-mola indicado na Figura 8, que, depois de aplicada uma deformação na

mola, soltando-a a mesma, o sistema fica livre para trabalhar e vibrar até voltar ao

repouso. Já uma vibração forçada é caracterizada por uma ação externa e continua

atuando no sistema, como por exemplo, uma rajada de vento atuando em uma

estrutura, onde a rajada atuará continuamente durante um intervalo de tempo

(Figura 9). Caso a frequência da força externa que atua continuamente igualar-se a

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uma das frequências naturais da estrutura, o sistema sofrerá oscilações de grandes

amplitudes. A esta condição, dá-se o nome de ressonância.

Figura 8 – Sistema massa-mola em vibração livre (Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAA7ssAI/sistema-massa-mola – acesso em 15 de junho

de 2015).

Figura 9 – Ponte Tacoma Narrows: Vibração forçada do vento e sob efeito de ressonância (Fonte: https://mubi.com/films/tacoma-narrows-bridge-collapse - acesso em 22 de junho de 2015).

2.2.3.2 Vibrações Amortecidas e Não Amortecidas

Se, em um sistema, no decorrer das oscilações, a energia não for dissipada,

de maneira que toda a energia potencial se transforme em cinética e vice-versa,

tem-se uma vibração sem amortecimento (Figura 10 (b)). Mas, este efeito só é

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utilizado para simplificar alguns sistemas onde o amortecimento é muito pequeno.

Para todos os casos, há pelo menos a resistência do ar que gera atrito e acaba por,

gradativamente, retirar a energia que o sistema adquiriu com a perturbação inicial.

Para este caso, dá-se o nome de vibração amortecida (Figura 10 (a)).

(a) (b)

Figura 10 – Vibrações amortecidas (a) e não amortecidas (b) (Fonte: (a) http://musicaeadoracao.com.br/25406/matematica-na-musica-capitulo-3/);

(Fonte: (b) http://www.gta.ufrj.br/grad/08_1/bio-voz/Somvoz.html - acesso em 07 de julho de 2015).

2.2.4 Sistema Contínuo e Discreto

Sistema Discreto

Sistema composto por um número finito de graus de liberdade (Figura 11).

Sistema Contínuo

Sistema caracterizado por ter um número infinito de graus de liberdade

(Figura 12).

A maioria dos sistemas reais é contínuo devido a suas propriedades elásticas,

mas podem ser aproximados para um sistema discreto. Embora os resultados sejam

mais exatos, dependendo de hipóteses consideradas, os meios de estudo para os

sistemas contínuos são limitados pela complexidade das variáveis levadas em

consideração. Aproximando por um sistema discreto, a resposta de um sistema

contínuo fica cada vez mais precisa quanto maior forem os graus de liberdade

utilizados.

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Figura 11 – Sistema discreto com um grau de liberdade (Fonte: http://phylos.net/matematica/edo/edo-cap-3/ - Acesso 24 de junho de 2015)

Figura 12 – Sistema contínuo com infinitos graus de liberdade (Fonte: RAO, 2008 )

2.2.5 Amortecimento

Segundo Almeida (1989), “amortecimento é a dissipação da energia de um

sistema vibratório”. Se a energia dissipada não for reposta, a amplitude de vibração

da estrutura irá decrescer até o momento em que se torna nula e a estrutura para de

oscilar.

Uma das maneiras de dissipar com mais rapidez a energia proveniente de

uma excitação inicial é o uso de materiais menos rígidos nas ligações. Deste modo,

no momento que a força externa atuar na estrutura e por serem menos rígidos, os

materiais presentes nas ligações deformam mais que o restante da estrutura,

promovendo, deste modo, uma dissipação mais rápida da energia aplicada. A este

tipo de amortecimento se dá o nome de amortecimento passivo. Moutinho (2007)

explica que, quando introduzido, o amortecedor passivo induz uma compensação de

fase ao movimento do sistema diminuindo as amplitudes enquanto liberam a energia

armazenada.

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No caso da aplicação de anéis de borracha nas ligações, tem-se um

amortecimento visco elástico, onde se tem como característica a força da perda de

energia ser proporcional à velocidade, sendo aquela contrária ao movimento e tendo

sua ação descrita pela equação:

(04)

Onde é uma constante de amortecimento e é a velocidade. O sinal

negativo significa que a força está em oposição ao movimento. Desta forma, pode-

se aplicar a lei de Newton, resultando na equação do movimento, dada pela

equação 05 ou 06:

(05)

Ou

(06)

Um dos focos desse trabalho está em um sistema subamortecido, cuja

resposta típica é mostrada na Figura 13, que tem como característica uma função

senoidal, cuja amplitude é diminuída de maneira exponencial com o tempo, como é

o caso da estrutura estudada.

Figura 13 – Resposta típica de um sistema sub amortecido (Fonte: http://slideplayer.com.br/slide/1394338/ - acesso em 22 de junho de 2015).

Para este caso, a resposta para a equação 05 é:

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( ) (07)

Onde é a amplitude inicial, é o amortecimento, é a frequência natural,

é a frequência de vibração amortecida e é o ângulo de fase inicial.

A frequência de vibração amortecida pode ser relacionada com a frequência

natural do sistema, sendo diretamente proporcional a mesma multiplicada por um

fator relacionado ao amortecimento:

√ (08)

2.2.6 Análise dos Sinais

Nesse estudo, são avaliados dois tipos de sinais para determinação do

amortecimento: os sinais no domínio do tempo, para o caso da vibração livre, e no

domínio da frequência, para a vibração forçada.

Na análise no domínio do tempo, avalia-se a função descrita pelo movimento

da vibração utilizando a grandeza tempo no eixo das abscissas, enquanto na análise

no domínio da frequência, faz-se o mesmo com a frequência no eixo das abscissas

(Figura 14).

Para a transformação de um sinal no domínio do tempo para o domínio da

frequência, pode-se utilizar um operador matemático, como as séries de Fourier,

para decompor a onda obtida em diversas outras, cujo somatório resulte na primeira.

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Figura 14 – Comparação entre sinal no domínio do tempo e da frequência (Fonte: http://pt.slideshare.net/RodrigoRonner/captulo-3-dados-e-sinais-1-unidade-24380261 - acesso

em 22 de junho de 2015; http://www.cordecdobrasil.com.br/servicos/outros-servicos/avaliacao-de-

tensao-em-tirantes.php - acesso em 07 de julho de 2015).

2.3 MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO DO AMORTECIMENTO

2.3.1 Método do Decremento Logarítmico

O método refere-se a taxa de decréscimo da amplitude de vibração de um

sistema. Esta taxa é definida pelo logaritmo natural da razão de dois pontos

consecutivos (Figura 15).

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Figura 15 – Decremento logarítmico (Fonte: http://www.academia.edu/7185768/Aula_de_sistemas_livres_amortecidos - acesso em 07 de

julho de 2015).

O Decremento ocorre pela dissipação da energia acrescida no sistema pela

excitação inicial. A equação que rege esse método é definida por:

(09)

Onde é a amplitude no ponto 1 e a amplitude no ponto 2.

Pela equação 06, tem-se:

( )

( )

(10)

O conceito de período pode ser aplicado tanto para uma oscilação amortecida

como para não amortecida, então, utilizando-se a Equação 1 tem-se:

( )

( ) ( ( ) ) (11)

Onde é o período de vibração amortecida.

Como a função cosseno é par e os valores de e encontram-se

tanto no dividendo como no divisor, pode-se simplificar a equação, obtendo-se:

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(12)

Substituindo o período na equação 12, tem-se:

(13)

No caso de um movimento amortecido, utiliza-se a frequência amortecida

(Equação 8):

√ (14)

Simplificando, aplicando o logaritmo natural e isolando a variável relativa ao

amortecimento, tem-se a Equação 15:

√ (

( ))

(15)

E, deste modo, pode-se determinar o amortecimento da função no domínio do

tempo.

2.3.2 Método da Largura de Banda

Este método é utilizado para determinar o amortecimento quando os sinais

estão no domínio da frequência. O valor de pico encontrado no gráfico do sinal é

determinado pela frequência natural nas abscissas e por uma amplitude nas

ordenadas denominados e , respectivamente. No eixo da imagem, o valor de

cai para √ e dois outros pontos são sinalizados no gráfico (Figura 16). A estes

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pontos dá-se o nome de pontos de meia potência. Assim, tem-se o valor da largura

de banda:

(16)

Deste modo pode-se escrever o fator de amortecimento como:

( )

(17)

Figura 16 – Largura de banda (Fonte: Informativo Técnico-Científico ITC04 – Amortecimento/ATCP, 2010 – Acesso em 22 de junho

de 2015)

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3 METODOLOGIA

Neste item do trabalho são descritos os procedimentos utilizados para a

obtenção das respostas no tempo e no domínio da frequência, do modelo da torre

metálica em escala reduzida, com ligações rígidas e semirrígidas. Entende-se por

ligações semirrígidas aquelas nos nós da treliça, utilizando-se um elemento

elastomérico (anéis de borracha). Nas ligações rígidas, as ligações dos elementos

da treliça foram feitas utilizando-se porcas e arruelas metálicas, com aperto definido

por um torque máximo. Inicialmente, descreve-se como foram obtidos os valores de

rigidez dos anéis de borracha.

3.1 ESTUDO DOS ANÉIS DE BORRACHA

Os anéis ou arruelas de borracha foram utilizados para modificar a rigidez das

ligações existentes entre cada barra do modelo de torre metálica (Figura 17).

Figura 17 – Anéis de borracha (Fonte: Elaborada pelo autor)

A caracterização da rigidez dos anéis de borracha por Grotto et al (2014) é

importante para uma análise numérica posterior. Neste item, descreve-se o

procedimento adotado para avaliar o coeficiente de rigidez, a partir de informações

obtidas experimentalmente da força aplicada e da deformação resultante.

Os principais equipamentos utilizados para a avaliação da rigidez dos anéis

de borracha foram (Figura 18):

Anéis de borracha ( e );

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Perfis metálicos;

Parafusos, porcas e arruelas;

Uma parafusadeira/furadeira com torque controlado Bosch Gsr 12-2

Professional;

Um paquímetro digital e equipamento de laboratório para ensaios de

compressão.

a)

b) c)

Figura 18 – Materias utilizados: a) Anéis de borracha, perfis metálicos, parafuso, porca e arruelas; b) Parafusadeira; c) Equipamento para ensaio de compressão (Fonte: a)Elaborada pelo autor; b)http://www.boschferramentas.com.br/br/pt/professional/ferramentas-el%C3%A9tricas/c101327/p11358/furadeira-parafusadeira/gsr-12-2.html#zoomimageThickbox – acesso em 07 de julho de 2015; c)Elaborada pelo autor)

Para avaliar a rigidez, foram realizadas medições experimentais em cinco

anéis de borracha, escolhidos aleatoriamente dentre vários outros iguais.

Como um dos objetivos é verificar a influência da variação da rigidez nas

ligações, foram definidos três torque de aperto dos parafusos que conectam a

ligação dos perfis com o anel de borracha. Os torques utilizados como base para

cálculos e aplicações são de aproximadamente 1 N m, 5 N m, e 10 N m. Para tornar

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a leitura mais fácil, os torques citados são caracterizados pelo seu módulo (Torque

1, Torque 5 e Torque 10).

O ensaio de compressão consiste em aplicar uma força e aumentá-la

gradualmente, medindo a deformação que o anel de borracha é submetido.

Caracteriza-se como sendo o início do rompimento da borracha, quando é

necessário aplicar muita força para ocorrer deslocamento cada vez menor (Figura

19).

Figura 19 – Ensaio de compressão da borracha (Fonte: Elaborada pelo autor)

O ensaio de cisalhamento consiste em, depois de comprimir o anel de

borracha com um determinado torque da furadeira, comprimir os perfis de modo que

deslizasse um em relação ao outro, sendo a ruptura identificada no momento em

que a borracha não consegue resistir a este movimento (Figura 20).

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Figura 20 – Ensaio de cisalhamento da borracha (Fonte: Elaborada pelo autor)

Por fim, submetem-se os parafusos aos torques utilizados no ensaio anterior,

comprimindo os perfis metálicos com um anel de borracha entre eles, medindo-se,

assim, a deformação desenvolvida pelo elemento flexível (Figura 21).

Figura 21 – Configuração da ligação entre perfis e borracha para medição de deformação da borracha (Fonte: Elaborada pelo autor)

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3.2 AVALIAÇÃO DINÂMICA EXPERIMENTAL DO MODELO DE TORRE METÁLICA

Para avaliação das frequências ressonantes da torre e das taxas de

amortecimento, dois procedimentos foram utilizados:

1. Uma variação harmônica na excitação, usando um excitador

eletromecânico ou shaker;

2. Força aplicada lentamante e retirada subitamente (vibração livre).

Em ambos os procedimentos, foram utilizados os seguintes itens (Figura 22):

Um modelo reduzido de torre metálica fixada em uma placa de concreto

através de oito parafusos;

Perfis L (1,6cm x 1,6cm x 0,2cm), com 20,1 centímetros de comprimento,

constituindo as barras do modelo da torre;

Acelerômetros unidirecionais Bruel & Kjaer modelo 4513B;

Um calibrador de acelerômetros Bruel & Kjaer tipo 4294;

Transdutor de força B&K tipo 8230;

Um condicionador de sinais Bruel & Kjaer Pulse tipo 3160-A-042 (4ch

input 50kHz);

Um notebook HP Compaq 510;

Anéis de borracha ( ; e )

(Figura 17);

Uma parafusadeira/furadeira com torque controlado Bosch Gsr 12-2

Professional (Figura 18 b);

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a)

b)

c)

d)

e)

Figura 22 – a) Modelo reduzido de torre metálica; b) Condicionador de sinais; c) Perfil semelhante ao utilizado no modelo; d) Calibrador e acelerômetro; e) Notebook (Fonte: a), b), c) d), e), Elaborada pelo autor)

Para a análise por meio de excitação com variação de harmônicos (sweep

sine), além dos materiais e equipamentos citados anteriormente, utilizaram-se

(Figura 23):

Um excitador modal (shaker) tipo 4824, de marca B&K;

Um amplificador de potência, tipo 2732, de marca B&K.

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a) b)

Figura 23 – a)Shaker; b) Amplificador de potência (Fonte: Elaborado pelo autor)

Na investigação em vibração livre, utilizou-se também:

Um disco metálico ou peso de laboratório com 1kg de massa e barbante.

Para uma maior facilidade na observação e organização das medições

realizadas, bem como dos respectivos resultados, foram estipuladas as direções

Norte-Sul e Leste-Oeste na placa de concreto. Estas direções serão importantes,

pois auxiliarão na nomenclatura dos testes.

Figura 24 – Modelo de torre metálica com referência do norte marcada na laje (Fonte: Elaborada pelo autor)

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Os experimentos foram realizados tendo por base três torques de

intensidades diferentes, correspondentes aos torques 1, 5, e 10 referenciados pela

parafusadeira. Destes, derivaram as quatro situações testadas:

(A) Torre com parafusos apertados com torque 1, com borracha nas ligações;

(B) Torre com parafusos apertados com torque 5, com borracha nas ligações;

(C) Torre com parafusos apertados com torque 10, com borracha nas

ligações;

(D) Torre com parafusos apertados com torque 10, sem borracha nas

ligações.

Estes testes foram efetuados para se comparar a influência da inclusão do

anel de borracha sem variação do torque (C e D) e também na presença dos anéis

com variação do torque (A, B e C).

Foram colocadas duas borrachas por ligação, uma entre o perfil do

contraventamento externo e o perfil vertical do modelo reduzido, e outra entre o perfil

vertical e o perfil do contraventamento interno (Figura 25). Entre a extremidade do

parafuso e o primeiro anel de borracha é colocada uma arruela e, do mesmo modo,

também é colocada uma arruela entre a porca e o segundo anel de borracha, para

que os anéis não sofram influência do giro do parafuso e da porca, durante o uso da

parafusadeira. A mesma borracha utilizada no experimento com o torque 1 é

utilizada para os demais torques estudados e a mesma pessoa é responsável por

apertar os parafusos, para que a montagem seja a mais equilibrada possível.

Antes de cada teste, os acelerômetros eram calibrados, para verificar se havia

algum problema com os mesmos ou com o cabeamento utilizado na instrumentação.

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40

a)

c)

b)

Figura 25 – Posição dos anéis de borracha; a)Entre o contraventamento externo e o perfil vertical, b) entre o perfil vertical e o contraventamento interno e c) sem o anel de borracha (Fonte: Elaborada pelo autor)

3.2.1 Torre sob ação do shaker

O excitador eletromecânico de vibração, também conhecido como Shaker, é

utilizado para emitir vibrações em um sistema de maneira que as amplitudes e as

frequências da força de excitação sejam controladas conforme a necessidade do

usuário. Trata-se, simplificadamente, de um sistema biela-manivela, que é utilizado

para aplicar, na estrutura, vibrações em uma faixa de frequência e pequena carga. O

shaker utilizado tem faixa de frequência de 2 Hz a 5000 Hz, com força máxima de

100 N.

O teste baseia-se em posicionar o shaker na base da estrutura e excitá-la em

vários valores de frequência (Figura 26). Assim, de posse da resposta do modelo em

um espectro no domínio da frequência e conhecendo o método da largura de banda,

pode-se determinar o amortecimento. As respostas do modelo da torre foram obtidas

com o acelerômetro instalado no topo da mesma.

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Figura 26 – Torre sob a ação do shaker (Fonte: Elaborado pelo autor)

Os procedimentos experimentais foram feitos com o shaker aplicando a força

na direção Norte-Sul e depois na direção Leste-Oeste, observando-se as respostas

em ambas as direções. Desta maneira, a avaliação das frequências naturais será

mais precisa, uma vez que qualquer perturbação será captada pelos acelerômetros.

O shaker é conectado ao transdutor de força, sendo este fixado na base do

modelo. A ligação entre o shaker e o transdutor de força é feita por meio de uma

haste metálica, a qual tem função proteger o conjunto shaker – transdutor de força,

em caso de alguma avaria (Figura 27).

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Figura 27 – Ligação do shaker com a estrutura (Fonte: Elaborado pelo autor)

3.2.2 Torre sob ação da carga aplicada no topo e subitamente retirada

(vibração livre)

Este teste baseia-se em aplicar uma força lentamante na estrutura e cessá-la

instantaneamente. Desta maneira, a torre oscilará de maneira livre até voltar ao

repouso. Assim, depois da obtenção do histórico do movimento ao longo do tempo,

pode-se calcular o amortecimento para diferentes situações, as quais a estrutura

será imposta, por meio do método do decremento logarítmico.

Foram executadas cinco solicitações para cada parte do experimento. Deste

modo, tem-se uma maior representatividade nos resultados obtidos.

O procedimento de aplicação da força foi realizado usando-se um sistema

composto por um peso de laboratório e um barbante (Figura 28). O peso foi

suspenso em uma extremidade do barbante. A outra extremidade foi amarrada no

centro do perfil localizado no topo da torre. O barbante, então, era cortado e a torre

passava a vibrar livremente. Foram colocadas esponjas para suavizar a queda do

peso e evitar que as ondas sonoras e o impacto influenciassem a medição dos

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acelerômetros. Deste modo, os dados do acelerômetro são enviados para o módulo,

que amplifica e decodifica os resultados, enviando-os ao computador.

a)

b)

Figura 28 – Ensaio de carga aplicada no topo: a) Fio tencionando o topo da torre; b) Peso tencionando o fio; c) Esquematização do ensaio (Fonte: Elaborado pelo autor)

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44

4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.1 ESTUDO DOS ANÉIS DE BORRACHA

O ensaio de compressão do anel de borracha consiste em, ao posicioná-lo

em uma superfície lisa, aplicar cargas, medindo-se as deformações (Figura 19). Para

aferir os valores de força e deslocamento do aparelho, utilizam-se medidores

graduados de precisão, visto que as unidades trabalhadas são da ordem de

centésimos de milímetro.

Após a aplicação de diferentes valores de carga compressiva no anel de

borracha, com a leitura dos correspondentes valores de deslocamento, os resultados

são mostrados na Figura 29.

Figura 29 – Gráfico com a resposta da rigidez à compressão do anel de borracha (Fonte: Elaborado pelo autor)

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A curva apresentada na Figura 29 pode ser representada pela equação 18, na

qual F é a força aplicada (em N) e D é o deslocamento avaliado (em mm).

(18)

O ensaio de cisalhamento consiste em posicionar o anel de borracha entre

dois perfis metálicos e aplicar uma carga sobre o conjunto (Figura 20).

Deste modo, espera-se que um perfil deslize em relação ao outro e que o

rompimento ocorra quando a borracha não conseguir conter este movimento. Por

ainda estar trabalhando com valores milimétricos, continua-se utilizando medidores

de precisão. Para cada torque aplicado no perfil, foram feitos ensaios e, com os

valores médios dos deslocamentos, os resultados são mostrados na Figura 30.

Figura 30 - Gráfico com a resposta da rigidez ao cisalhamento do anel de borracha (Fonte: Elaborado pelo autor)

Para este caso, analisa-se somente o trecho antes da ruptura, pois não

interessa a parte em que o parafuso iniciará a acrescentar resistência ao

cisalhamento.

Por fim, para se determinar quanto cada torque comprime o anel de borracha

quando este está no conjunto (Figura 21), utiliza-se um paquímetro digital, medindo-

se a distância existente entre os perfis metálicos. Depois de medir para cada um dos

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três torques cinco distâncias entre os perfis, numericamente igual a espessura do

anel de borracha comprimido, calcula-se para cada um deles a deformação média

produzida nos anéis com a diferença entre a espessura inicial e a espessura obtida

com o esmagamento do anel de borracha entre os perfis metálicos. Os resultados

são mostrados na Tabela 1.

Tabela 1 – Deformações médias dos anéis de borracha

Com os valores da Tabela 1 e com o auxílio da Figura 29, pode-se encontrar

a rigidez à compressão que os anéis de borracha vão apresentar quando

submetidos aos torques.

Segundo a lei de Hooke, identificada pela equação 19, que relaciona a força

aplicada e o deslocamento produzido, pode-se calcular as constantes de rigidez dos

anéis de borracha aproximando, por uma reta, dois pontos adjacentes ao que se

deseja calcular.

(19)

Esta mesma equação 19 será utilizada para determinar a rigidez ao

cisalhamento com os valores da Tabela 1 na Figura 30.

Desse modo para o Torque 1, tem-se:

( ) ( )

Onde representa a rigidez à compressão.

De maneira análoga tem-se para os Torque 5, . Como não

se tem o valor da força correspondente ao deslocamento de 1,53mm, estima-se o

valor da força na Figura 29 para dois pontos próximos (1,5mm e 1,6mm), utilizando a

1 1,00

5 1,22

10 1,53

MÉDIA DAS

DEFORMAÇÕES (mm)TORQUE (N m)

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equação de tendência do mesmo (equação 18). Semelhante ao feito para os

anteriores, no Torque 10 encontra-se, .

Seguindo a lei de Hooke, encontra-se também a rigidez ao cisalhamento para

o Torque 1:

( ) ( )

Onde representa a rigidez ao cisalhamento.

De maneira análoga, tem-se para o Torque 5, e para o

Torque 10, .

4.2 TORRE SOB AÇÃO DO SHAKER

Nesta seção são apresentados os resultados das respostas no domínio da

frequência, obtidos por excitação com variação harmônica, aplicada na base da torre

por meio do excitador eletromecânico. Os resultados são resumidos para atuação do

shaker nas seguintes direções:

• N-S (Norte-Sul) e respostas observadas nas direções N-S e L-O e

• L-O (Leste-Oeste) e respostas observadas nas direções N-S e L-O.

4.2.1 Utilização do Torque 10 sem borracha nas ligações

Para os parafusos apertados com o Torque 10 da parafusadeira e sem anéis

de borracha em suas ligações, os resultados das acelerações em função das

frequências de excitação são mostrados na Figura 31.

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Figura 31 - Resposta do modelo ao ensaio com shaker sob Torque 10 sem borracha nos vínculos nas diferentes configurações utilizadas (Fonte: Elaborado pelo autor)

Ao analisar as primeiras frequências da Figura 31, pode-se perceber a

presença de três bem distintas. Próxima a 100 Hz, que tem grande amplitude e

muito semelhante em todos os modos de organização dos testes além de outros

dois valores significativos que se encontram na faixa entre 60 Hz e 80 Hz, com seus

picos mais elevados nas configurações onde tanto o shaker quanto o acelerômetro

estão posicionados na mesma direção.

4.2.2 Utilização do Torque 10 com borracha nas ligações

Para os parafusos apertados com o Torque 10 da parafusadeira e com anéis

de borracha em suas ligações, os resultados das acelerações em função das

frequências de excitação são mostrados na Figura 32.

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Figura 32 - Resposta do modelo ao ensaio com shaker sob Torque 10 com borracha nos vínculos nas diferentes configurações utilizadas (Fonte: Elaborado pelo autor)

Ao analisar as primeiras frequências da Figura 32, pode-se perceber

novamente a presença de três bem distintas. Próxima a 90 Hz, onde se tem os

valores de amplitude muito próximos entre as diferentes configurações do teste e

outros dois valores encontram-se na faixa entre 55 Hz e 75 Hz, com seus picos mais

elevados nas configurações onde, tanto o shaker, quanto o acelerômetro estão

posicionados na mesma direção.

4.2.3 Utilização do Torque 5 com borracha nas ligações

Para os parafusos apertados com o Torque 5 da parafusadeira e com anéis

de borracha em suas ligações, os resultados das acelerações em função das

frequências de excitação são mostrados na Figura 33.

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Figura 33 - Resposta do modelo ao ensaio com shaker sob Torque 5 com borracha nos vínculos nas diferentes configurações utilizadas (Fonte: Elaborado pelo autor)

Ao examinar as primeiras frequências da Figura 33, pode-se perceber mais

uma vez a presença de três frequências bem distintas. Uma de aproximadamente 75

Hz, onde se tem os módulos de amplitude muito similar dentre todas as

configurações do teste e outros dois valores, que se encontram na faixa entre 50 Hz

e 70 Hz, com seus picos mais elevados nas configurações onde, tanto o shaker,

quanto o acelerômetro estão posicionados na mesma direção.

4.2.4 Utilização do Torque 1 com borracha nas ligações

Para os parafusos apertados com o Torque 1 da parafusadeira e com anéis

de borracha em suas ligações, os resultados das acelerações em função das

frequências de excitação são mostrados na Figura 31.

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Figura 34 Resposta do modelo ao ensaio com shaker sob Torque 1 com borracha nos vínculos nas diferentes configurações utilizadas (Fonte: Elaborado pelo autor)

Ao examinar as frequências iniciais da Figura 34, nota-se a presença de três

frequências. Uma de aproximadamente 70 Hz, onde se tem os módulos de

amplitude muito parecidos entre todas as configurações do teste e outros dois

valores, que se encontram na faixa entre 50 Hz e 65 Hz, com seus picos mais

elevados nas configurações onde, tanto o shaker, quanto o acelerômetro estão

posicionados na mesma direção e com o mesmo sentido de orientação.

Do experimento com o shaker, pode-se apontar que a terceira frequência

identificada diz respeito à torção que o shaker provoca na estrutura, pois, como se

pode perceber na Figura 27, a aplicação da força pelo shaker se dá deslocada do

centro da face do modelo, gerando assim um esforço de torção.

Outro fato que deve ser considerado, desta vez com relação aos outros dois

pontos de picos identificados, com frequências menores que a de torção, é que o

primeiro se mostra com maior amplitude nas configurações onde, tanto o shaker,

quanto o acelerômetro atuam na direção N-S. Além disso, o segundo pico se mostra

com maior amplitude nas configurações onde o shaker e o acelerômetro atuam na

outra direção, ou seja, L-O. Dessa forma, pode-se afirmar que o primeiro pico

representa a frequência natural de vibração na direção N-S do modelo, do mesmo

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modo que o segundo pico representa a frequência natural de vibração na direção L-

O. Com isso, confirma-se que a torre não tem simetria entre as direções, uma vez

que suas frequências naturais não têm mesmo valor. Isso pode ser observado

visualmente se os contraventamentos presentes em cada lado do modelo forem

contados, onde nas faces de direção N-S existem oito contraventamentos, contra

sete nas faces da direção L-O.

A Tabela 2 apresenta um resumo dos resultados obtidos pela análise das

Figuras 34, 33, 32 e 31.

Tabela 2 – Resumo dos valores de frequência encontrados no teste do shaker

4.3 TORRE SOB AÇÃO DA CARGA APLICADA NO TOPO

Neste item do trabalho, apresentam-se os resultados para a excitação do tipo

carga aplicada no topo do modelo de torre e subitamente retirada. O procedimento

da aplicação da carga e a interrupção brusca da mesma foi explicado anteriormente.

O programa utilizado para captura de dados na interface Pulse é o Time Data

Recorder, o qual registrou a variação da aceleração ao logo do tempo. Para ter

acesso aos dados via arquivo de texto, é necessário usar um outro software, o Time

Edit and Analysis, o qual permite a conversão do arquivo original para o formato

.csv. A partir deste arquivo, pode-se trabalhar com os valores em um editor de

planilhas de dados, como o Excel, por exemplo, e finalmente gerar os gráficos para

análise. Os resultados poderiam ser gerados para resposta do acelerômetro

localizado na direção N-S (Norte-Sul) ou na direção L-O (Leste-Oeste). No entanto,

foram obtidas somente as acelerações na direção N-S, pois, como já foi explicado,

esta é a direção de menor rigidez. A avaliação da frequência se dá na mesma

planilha. Cada teste foi repetido cinco vezes para maior precisão dos resultados e,

embora todas as cinco repetições fossem utilizadas nos cálculos das médias,

N-S L-O TORÇÃO

T1 COM BORRACHA 52,75 60,75 71,25

T5 COM BORRACHA 56,00 64,25 76,25

T10 COM BORRACHA 61,00 67,25 86,75

T10 SEM BORRACHA 65,25 74,75 101,75

FREQUÊNCIA (Hz)

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somente um dos gráficos dentre os cinco de cada teste foi escolhido para ser

utilizado como exemplo, pois todos, cada qual em sua configuração, seguem o

mesmo padrão (Figura 35).

Figura 35 – Padrão demonstrado nos cinco testes de uma mesma configuração qualquer (Fonte: Elaborado pelo autor)

4.3.1 Utilização do Torque 5 com borracha nas ligações

Para os parafusos apertados com o torque 5 da parafusadeira e com anéis de

borracha em suas ligações, os resultados das acelerações em função do tempo são

mostrados na Figura 36.

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Figura 36 - Resposta do modelo ao ensaio de carga aplicada no topo sob Torque 5 com borracha nos vínculos (Fonte: Elaborado pelo autor)

Nota-se que há uma diminuição da amplitude no decorrer do tempo. Este

decréscimo tem a forma de decaimento exponencial, uma vez que o atrito é viscoso

devido à presença dos anéis de borracha.

A determinação da frequência no domínio do tempo é feita pela correlação

que o período tem com a frequência. Avaliam-se os pontos consecutivos de crista na

parte superior do eixo do domínio.

Depois de determinado o intervalo de tempo para o movimento começar a se

repetir, ou seja, o período (Equação 1), aplica-se a função inversa na resposta e

determina-se a frequência (Equação 2).

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Utilizando a mesma sequência de calculo para os demais pontos, tem-se a

Tabela 3.

Tabela 3 – Resultados para o teste 1 do experimento de Torque 5 com borracha nas ligações

Assim, para este teste determina-se que a frequência média de 53,09 Hz.

Para cada um dos cinco testes de cada uma das configurações utiliza-se a

mesma sequência de cálculo.

4.3.2 Utilização do Torque 1 com borracha nas ligações

Para os parafusos apertados com o Torque 1 da parafusadeira e com anéis

de borracha em suas ligações, os resultados das acelerações em função do tempo

são mostrados na Figura 37.

TEMPO (s) Tn;n-1 (s) fn;n-1 (Hz)

P1 0,9591

P2 0,9779 0,0188 53,19

P3 0,9968 0,0189 52,85

P4 1,0155 0,0187 53,54

P5 1,0345 0,0190 52,51

P6 1,0535 0,0189 52,85

P7 1,0720 0,0186 53,89

P8 1,0912 0,0192 52,18

P9 1,1097 0,0186 53,89

P10 1,1287 0,0189 52,85

MÉDIA 53,09

DESV. PADRÃO 0,60

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56

Figura 37 - Resposta do modelo ao ensaio de carga aplicada no topo sob Torque 1 com borracha nos vínculos (Fonte: Elaborado pelo autor)

Utilizando-se da mesma sequência de cálculo do item 4.3.1, tem-se a

frequência natural para esta configuração de 50,05 Hz.

A avaliação do período natural a partir dos resultados das medições com o

torque 5 aplicado na torre tornou-se complicada visto que, quanto mais apertados os

parafusos, mais rígida a torre se torna e as frequências maiores passam a ter uma

influência na resposta do modelo no domínio do tempo. Para os estudos com o

torque 10, com e sem borracha, ficou muito difícil identificar a primeira frequência de

vibração. Por isso, resolveu-se aplicar às respostas um filtro onde, com a aplicação

do mesmo, os resultados ficariam mais claros, pois é escolhida a resposta que

compreende somente as frequências próximas da primeira natural do modelo

(Figura 38). Deste modo, decidiu-se avaliar todos os estudos com o filtro, para não

haver distinção.

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Figura 38 – Comparação entre o mesmo teste com o uso de filtro e sem o uso do filtro (Fonte: Elaborado pelo autor)

4.3.3 Utilização do Torque 10 sem borracha nas ligações e uso de filtro

Para os parafusos apertados com o Torque 10 da parafusadeira sem anéis de

borracha em suas ligações e após a passagem pelo filtro, os resultados das

acelerações em função do tempo são mostrados na Figura 39.

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Figura 39 - Resposta do modelo ao ensaio de carga aplicada no topo sob Torque 10 com uso de filtro e sem borracha nos vínculos (Fonte: Elaborado pelo autor)

Para esta configuração de experimento, a frequência natural obtida é de

64,26 Hz.

4.3.4 Utilização do Torque 10 com borracha nas ligações e uso de filtro

Para os parafusos apertados com anéis de borracha em suas ligações com o

Torque 10 da parafusadeira e após a passagem pelo filtro, os resultados das

acelerações em função do tempo são mostrados na Figura 40.

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Figura 40 - Resposta do modelo ao ensaio de carga aplicada no topo sob Torque 10 com uso de filtro e borracha nos vínculos (Fonte: Elaborado pelo autor)

Para esta configuração aplicada no teste, calcula-se uma frequência de 57,51

Hz.

4.3.5 Utilização do Torque 5 com borracha nas ligações e uso de filtro

Para os parafusos apertados com anéis de borracha em suas ligações com o

Torque 5 da parafusadeira e após o uso pelo filtro, os resultados das acelerações

em função do tempo são mostrados na Figura 41.

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Figura 41 - Resposta do modelo ao ensaio de carga aplicada no topo sob Torque 5 com uso de filtro e borracha nos vínculos (Fonte: Elaborado pelo autor)

A média das frequências para a configuração adotada é de 52,86 Hz.

4.3.6 Utilização do Torque 1 com borracha nas ligações e uso de filtro

Para os parafusos apertados com o Torque 1 da parafusadeira, com anéis de

borracha em suas ligações e após a passagem pelo filtro, os resultados das

acelerações em função do tempo são mostrados na Figura 42.

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Figura 42 - Resposta do modelo ao ensaio de carga aplicada no topo sob Torque 1 com uso de filtro e borracha nos vínculos (Fonte: Elaborado pelo autor)

Neste experimento, obtém-se a frequência natural de 50,06 Hz, para esta

configuração.

A partir dos gráficos das acelerações no tempo e com auxílio de uma planilha

de cálculo, pode-se avaliar a frequência natural para este caso do modelo

experimental. Para cada um dos testes foi determinada a frequência média.

A Tabela 4 resume os resultados obtidos com os ensaios de vibração livre a

partir dos gráficos gerados.

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Tabela 4 – Resumo dos valores de frequência encontrados no teste de carga aplicada no topo

Com posse dos resultados de determinação da frequência, pode-se criar a

Figura 43.

Figura 43 – Comparação dos resultados de frequência (Fonte: Elaborada pelo autor)

TESTE 1 TESTE 2 TESTE 3 TESTE 4 TESTE 5

FREQUÊNCIA (Hz) 50,05 50,09 50,18 50,19 50,02

MÉDIA

DESV. PADRÃO

FREQUÊNCIA (Hz) 53,09 53,22 53,60 53,27 52,93

MÉDIA

DESV. PADRÃO

FREQUÊNCIA (Hz) 50,06 50,11 50,04 49,93 49,95

MÉDIA

DESV. PADRÃO

FREQUÊNCIA (Hz) 52,86 52,95 52,97 52,95 53,10

MÉDIA

DESV. PADRÃO

FREQUÊNCIA (Hz) 57,51 57,58 57,62 57,63 57,25

MÉDIA

DESV. PADRÃO

FREQUÊNCIA (Hz) 64,26 64,26 64,30 64,24 64,23

MÉDIA

DESV. PADRÃO 0,03

0,09

TORQUE 10 COM

BORRACHA COM

FILTRO

TORQUE 10 SEM

BORRACHA COM

FILTRO

0,07

52,96

57,52

0,16

64,26

TORQUE 5 COM

BORRACHA COM

FILTRO

TORQUE 1 COM

BORRACHA SEM

FILTRO

TORQUE 5 COM

BORRACHA SEM

FILTRO

TORQUE 1 COM

BORRACHA COM

FILTRO

0,08

50,11

53,22

0,25

50,02

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4.4 DETERMINAÇÃO DO AMORTECIMENTO

Para o cálculo do amortecimento, parte-se da mesma premissa dos ensaios

anteriores. Será avaliado somente o amortecimento na direção de menor rigidez, ou

seja, direção N-S. Portanto, todos os testes gerados no ensaio de impacto inicial são

utilizados, enquanto para estudar o amortecimento no estudo com o shaker são

utilizados somente os testes em que o próprio shaker e o acelerômetro estão

posicionados na direção N-S.

4.4.1 Método da largura de banda

Através do ensaio com o shaker, onde é apresentada a resposta da estrutura

no domínio da frequência, para os quatro casos estudados, exemplificados na Figura

44, calcula-se a taxa de amortecimento pelo método da largura de banda.

Para o primeiro ensaio, Torque 1 aplicado nas ligações do modelo com

borracha nas ligações, tem-se a sequência do estudo do amortecimento.

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64

Figura 44 – Configurações estudadas no amortecimento (Fonte: Elaborado pelo autor)

Para o primeiro pico, responsável pela frequência natural na direção N-S,

tem-se os seguintes valores

Onde representa a amplitude da aceleração na frequência natural.

Uma vez que a energia dissipada em cada ciclo é proporcional ao quadrado

da amplitude, atinge-se a metade da energia inicial quando a amplitude for

multiplicada pelo inverso da raiz quadrada de dois.

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65

Onde representa a amplitude de meia banda. Para as frequências próximas

da frequência natural, tem-se a Tabela 5.

Tabela 5 – Valores próximos ao módulo da frequência de meia banda

Deste modo, pode-se presumir que a amplitude de meia banda encontra-se

no intervalo compreendido entre as frequências de 51 e 52 Hz e também entre 55 e

56 Hz. Interpolando linearmente as amplitudes e suas frequências tem-se a Tabela

5.

Tabela 6 – Intervalos para interpolação

Assim, tem-se associada à amplitude de meia banda os valores das

frequências:

Com posse destes valores, pode-se determinar a taxa de amortecimento para

a configuração de Torque 1 aplicado ao modelo e com anéis de borracha em suas

ligações através da Equação 17:

( )

( )

Onde representa a taxa de amortecimento (Razão de amortecimento

crítico).

FREQUÊNCIA (Hz) 50 51 52 53 54 55 56

AMPLITUDE (m/s²) 4,37 6,00 7,73 8,53 7,68 6,10 4,66

FREQUÊNCIA (Hz) AMPLITUDE (m/s²)

51 6,00

51,02 6,03

52 7,73

FREQUÊNCIA (Hz) AMPLITUDE (m/s²)

55 6,10

55,05 6,03

56 4,66

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De maneira análoga, é feita a mesma sequência para as outras hipóteses.

Com posse de todos os resultados, pode-se gerar a Tabela 7 com o resumo

dos valores encontrados.

Tabela 7 – Resumo dos valores de amortecimento encontrados no teste do shaker

4.4.2 Método do decremento logarítmico

Através do ensaio de puxar e soltar, onde se tem a resposta da estrutura no

domínio do tempo, com a média dos valores obtidos nos cinco testes de cada

situação estudada, calcula-se a taxa de amortecimento pelo método do decremento

logarítmico. Mesmo que nos ensaios com Torque 10, com e sem borracha, não se

possa obter as respostas sem o auxílio da utilização do filtro, não são descartados

os resultados dos testes de Torque 1 e de Torque 5 com borracha e sem filtro da

avaliação do amortecimento.

Para a média do primeiro ensaio, Torque 1 aplicado nas ligações do modelo

com borracha nos vínculos e sem filtro, tem-se a sequência do estudo do

amortecimento.

Para cada um dos cinco testes é escolhido um intervalo de tempo onde a

onda da vibração se comporta de uma maneira que facilite o cálculo do

amortecimento em cada um dos períodos que compõem o intervalo. Para

exemplificar, é utilizado o primeiro teste realizado na configuração de Torque 1 com

borracha nas ligações e sem filtro. A Figura 45 demonstra o primeiro período de um

dos testes.

f (Hz) QMÁX (m/s²) Q (m/s²) f1 (Hz) f2 (Hz) ξ (%)

T1 COM BORRACHA 53 8,53 6,03 51,02 55,05 3,80%

T5 COM BORRACHA 56 11,41 8,07 54,52 57,73 2,86%

T10 COM BORRACHA 60 9,42 6,66 58,04 61,01 2,48%

T10 SEM BORRACHA 66 10,77 7,62 64,12 67,90 2,87%

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Figura 45 – Período de um dos testes

Pela análise do gráfico, tem-se os dois seguintes pontos:

( )

( )

Segundo a Equação 15, tem-se:

√ (

( )

)

Onde representa a taxa de amortecimento (Razão de amortecimento

crítico).

Para os seguintes períodos compreendidos no intervalo de tempo

determinado, tem-se a Tabela 8 com o resumo dos valores.

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Tabela 8 – Resumo dos valores do cálculo do amortecimento pelo método do decremento logarítmico

De maneira análoga é feita a mesma sequência para as outras hipóteses.

Com posse de todos os resultados, pode-se gerar a Tabela 9 com o resumo

dos valores encontrados. É utilizada a média como valor significativo para cada

teste.

TEMPO (S) AMPLITUDE (m/s²)AMORTECIMENTO

ξ(n;n-1)

P1 0,301513672 2,75

P2 0,320922852 2,43 1,96%

P3 0,340942383 1,95 3,47%

P4 0,360961914 1,69 2,27%

P5 0,381225586 1,49 2,03%

P6 0,401367188 1,27 2,57%

P7 0,421508789 1,20 0,94%

P8 0,441040039 1,07 1,77%

P9 0,461181641 0,88 3,02%

P10 0,480712891 0,77 2,25%

P11 0,500366211 0,62 3,46%

P12 0,521118164 0,51 2,99%

P13 0,541259766 0,46 1,85%

P14 0,560791016 0,41 1,73%

P15 0,580810547 0,36 2,00%

P16 0,601318359 0,31 2,42%

MÉDIA 2,32%

DESV. PADRÃO 0,69%

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Tabela 9 – Resumo dos valores de amortecimento encontrados no teste de carga aplicada no topo

Com posse dos resultados de ambos os métodos de determinação da taxa de

amortecimento, pode-se criar a Figura 46 comparando os resultados.

Figura 46 – Comparação das taxas de amortecimento (Fonte: Elaborada pelo autor)

TESTE 1 TESTE 2 TESTE 3 TESTE 4 TESTE 5

AMORTECIMENTO (%) 2,32% 2,27% 2,27% 2,38% 2,25%

MÉDIA

DESV. PADRÃO

AMORTECIMENTO (%) 1,42% 1,54% 1,47% 1,51% 1,72%

MÉDIA

DESV. PADRÃO

AMORTECIMENTO (%) 2,35% 2,12% 2,40% 2,31% 2,29%

MÉDIA

DESV. PADRÃO

AMORTECIMENTO (%) 1,72% 1,60% 1,56% 1,61% 1,57%

MÉDIA

DESV. PADRÃO

AMORTECIMENTO (%) 1,56% 1,61% 1,62% 1,56% 1,62%

MÉDIA

DESV. PADRÃO

AMORTECIMENTO (%) 0,67% 0,60% 0,57% 0,64% 0,62%

MÉDIA

DESV. PADRÃO

1,53%

0,11%

2,30%

0,62%

0,04%

TORQUE 1 COM

BORRACHA SEM

FILTRO

TORQUE 5 COM

BORRACHA SEM

FILTRO

TORQUE 1 COM

BORRACHA COM

FILTRO

TORQUE 5 COM

BORRACHA COM

FILTRO

TORQUE 10 COM

BORRACHA COM

FILTRO

TORQUE 10 SEM

BORRACHA COM

FILTRO

0,11%

1,61%

0,06%

1,59%

0,03%

2,30%

0,05%

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este estudo teve como objetivo estimar as características mecânicas dos

anéis de borracha e determinar as propriedades dinâmicas do modelo reduzido de

uma torre metálica com ligações flexíveis.

O objetivo de numerar as características mecânicas do elemento flexível foi

alcançado, uma vez que se conseguiu quantificar a rigidez a compressão e ao

cisalhamento.

Após o teste de várias hipóteses as quais a estrutura de um modelo de torre

metálica foi submetida, com diferença de torques aplicados, inclusão de elementos

flexíveis e avaliação de suas características dinâmicas por duas maneiras distintas,

têm-se algumas observações a serem feitas.

Entre as maneiras de determinar as características dinâmicas, o experimento

realizado pela aplicação da carga no topo e subitamente retirada se mostrou mais

precisa, uma vez que seus resultados de frequências naturais e amortecimento se

mostraram mais plausíveis.

A utilização do filtro facilitou o estudo da vibração no domínio do tempo, mas

quando utilizado, eliminou a influência das frequências mais altas na oscilação.

Embora nos estudos com o Torque 1 e Torque 5 a variação tenha sido desprezível

(tanto frequência, quanto amortecimento aproximadamente iguais para o Torque 1 e

frequência aproximadamente igual e 5% de acréscimo no amortecimento para o

Torque 5), acredita-se que, quando retirada a influência das frequências mais altas

nos estudos com maior rigidez, os resultados possam ter uma disparidade maior.

A presença dos anéis de borracha com variação do torque partindo do Torque

10 ao Torque 1 trouxe um decréscimo na frequência natural de vibração na direção

de menor rigidez (N-S) na ordem de 13% e um acréscimo de 1,4 vezes no

amortecimento.

A simples introdução do elemento flexível sem variar o Torque 10 aplicado no

modelo gera um decréscimo no valor da frequência de 10% e um amortecimento 2,6

vezes maior.

Quando se comparam os dois extremos, Torque 1 com borracha e Torque 10

sem borracha, tem-se um decréscimo na frequência de 22% e um acréscimo no

amortecimento de aproximadamente 3,7 vezes.

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Aplicando o conhecimento obtido em estruturas de tamanho real, tem-se que

a inclusão de elementos flexíveis gera um aumento no amortecimento, mas que é

proporcional ao decréscimo da frequência natural. Deve-se estudar cada caso e

avaliar se pode ser aceitável a diminuição da frequência natural para ampliação da

taxa de amortecimento.

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REFERÊNCIAS

ALMEIDA, M. T. – Vibrações mecânicas para engenheiros. São Paulo: Edgard Blücher. 1990.

ATCP ENGENHARIA FÍSICA – Amortecimento: classificação e métodos de determinação, Informativo Técnico-Científico ITC04 – Amortecimento, São Carlos, 2010.

GROEHS, A. G. – Mecânica vibratória. Rio Grande do Sul: Editora Unisinos. 1999.

GROTTO, L. G.; PINHEIRO, M. A. S.; KAMINSKI Jr., J. – Determinação da rigidez do elemento flexível para uso em ligações de torres metálicas treliçadas. In: CONGRESSO REGIONAL DE INICIAÇAO CIENTÍFICA & TECNOLOGIA EM ENGENHARIA, 26, 2014, Alegrete, Anais de Eventos, CRICTE, 2014. 1 CD-ROM.

MOUTINHO, C. M. R, Controlo de vibrações em estruturas de engenharia civil, 2007, Tese de Doutorado – Faculdade de Engenharia Universidade do Porto, Porto, 2007

PAREDES, M. M. – Utilização de amortecedores de massas sintonizadas no controlo de vibrações em estruturas, 2008, Dissertação de Mestrado – Faculdade de Engenharia Universidade do Porto, Porto, 2008.

SINGIRESU, S. R. – Vibrações mecânicas, 4ª edição, São Paulo, Pearson Prentice Hall, 2008.

SOTELO Jr., J.; FRANÇA L.N.F. – Introdução às vibrações mecânicas. São Paulo: Edgard Blücher. 2006.