Arcadismo a moreninha

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COLÉGIO SANTA DOROTÉIA CLÁUDIO MANUEL DA COSTA

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CLÁUDIO MANUEL DA COSTA

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Autor de “Obras Poéticas” - cem sonetos - primeira obra árcade

Poeta de transiçãoBarroco (forma/temas)

Arcadismo (elementos da natureza)

Pseudônimo: Glauceste Satúrnio

Musa: Nise (a mais freqüente) - mulher distante

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COLÉGIO SANTA DOROTÉIA LXXII

Já rompe, Nise, a matutina auroraO negro manto, com que a noite escura,

Sufocando do Sol a face pura,Tinha escondido a chama brilhadora

Que alegre, que suave, que sonora,Aquela fontezinha aqui murmura!

E nestes campos cheios de verduraQue avultado o prazer tanto melhora!

Só minha alma em fatal melancoliaPor te não poder ver, Nise adorada,Não sabe inda, que coisa é alegria;

E a suavidade do prazer trocada,Tanto mais aborrece a luz do dia,

Quanto a sombra da noite lhe agrada.

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TOMÁS ANTÔNIOGONZAGA

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Tomás Antônio Gonzaga (1744-1810)

⊗ Porto

⊗ Ouvidor em Minas Gerais

⊗ Acusado de conspirar na Inconfidência Mineira >

preso na Ilha das Flores

⊗ Degredo em Moçambique

⊗ Fim de sua relação com a jovem Maria Dorotéia

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MARÍLIA DE DIRCEU

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A obra Marília de Dirceu apresenta traços da relação entre o poeta e a jovem Maria Dorotéia -

envolvimento > separação

Marília = Maria DorotéiaDirceu = Tomás Antônio Gonzaga

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Marília de Dirceu:

⊗ Dividida em três partes

⊗ Traços pré-românticos - crítico Massaud Moisés: “Mais do que os

contemporâneos, Tomás Antônio Gonzaga pôde, acolhendo a ficção

pastoril, denunciar a artificiosidade do Arcadismo, e evoluir para

atitudes francamente anunciadoras do Romantismo, à proporção que

dispôs o ‘eu’ no centro do tablado, um ‘eu’ cada vez mais despojado

das convenções bucólicas e mais próxima da liberdade romântica.”

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PRIMEIRA PARTE

⊗ Dirceu se declara/exalta a figura de Marília

⊗ Natureza = palco do idílio

⊗ Dirceu se assume como pastor

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COLÉGIO SANTA DOROTÉIA Lira IEu, Marília, não sou algum vaqueiro,Que viva de guardar alheio gado;De tosco trato, d’ expressões grosseiro, Dos frios gelos, e dos sóis queimado.Tenho próprio casal, e nele assisto;Dá-me vinho, legume, fruta, azeite;Das brancas ovelhinhas tiro o leite,E mais as finas lãs, de que me visto.

Graças, Marília bela,Graças à minha Estrela!

Mas tendo tantos dotes da ventura,Só apreço lhes dou, gentil Pastora,Depois que teu afeto me segura,Que queres do que tenho ser senhora.É bom, minha Marília, é bom ser donoDe um rebanho, que cubra monte, e prado;Porém, gentil Pastora, o teu agradoVale mais q’um rebanho, e mais q’um trono.

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Lira IIPintam, Marília, os PoetasA um menino vendado,Com uma aljava de setas,Arco empunhado na mão;Ligeiras asas nos ombros,O tenro corpo despido,E de Amor, ou de CupidoSão os nomes, que lhe dão.

Porém eu, Marília, nego, Que assim seja Amor; pois eleNem é moço, nem é cego,Nem setas, nem asas tem.Ora pois, eu vou formar-lheUm retrato mais perfeito,Que ele já feriu meu peito;Por isso o conheço bem. (...)

Tem redonda, e lisa testa,Arqueadas sobrancelhas;A voz meiga, a vista honesta,E seus olhos são uns sóis.Aqui vence Amor ao Céu,Que no dia luminosoO Céu tem um Sol formoso,E o travesso Amor tem dois.

Tu, Marília, agora vendoDe Amor o lindo retrato,Contigo estarás dizendo,Que é este o retrato teu.Sim, Marília, a cópia é tua,Que Cupido é Deus suposto:Se há Cupido, é só teu rosto, Que ele foi quem me venceu.

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SEGUNDA PARTE

⊗ Dirceu sofre por estar longe de Marília = tema central

⊗ Dirceu prega que sua prisão é injusta

⊗ Proximidade com a biografia do autor

⊗ Desespero/angústia/dor

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Lira IJá não cinjo de louro a minha testa;Nem sonoras canções o Deus me inspira:

Ah! que nem me restaUma já quebrada,Mal sonora Lira! (...)

Nesta cruel masmorra tenebrosaAinda vendo estou teus olhos belos,

A testa formosa,Os dentes nevados,Os negros cabelos.

Vejo, Marília, sim, e vejo aindaA chusma dos Cupidos, que pendentes

Dessa boca linda,Nos ares espalhamSuspiros ardentes.

Se alguém me perguntar onde eu te vejo,Responderei: No peito, que uns Amores

De casto desejoAqui te pintaram,E são bons Pintores.

Mal meus olhos te viram, ah! nessa horaTeu retrato fizeram, e tão forte,

Que entendo, que agoraSó pode apagá-loO pulso da Morte.

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TERCEIRA PARTE

⊗ Não se tem certeza sobre a autoria dos versos

⊗ Os poemas podem ter sido escritos na

mocidade do poeta

⊗ Não há uma linha definida entre os poemas

(como nas outras partes)

⊗ Há outras formas de poesia (sonetos)

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Lira IIITu não verás, Marília, cem cativosTirarem o cascalho, e a rica, terra,Ou dos cercos dos rios caudalosos,

Ou da minada serra.

Não verás separar ao hábil negroDo pesado esmeril a grossa areia,E já brilharem os granetes de ouro

No fundo da bateia.

Não verás derrubar os virgens matos;Queimar as capoeiras ainda novas;Servir de adubo à terra a fértil cinza;

Lançar os grãos nas covas.

Não verás enrolar negros pacotesDas secas folhas do cheiroso fumo;Nem espremer entre as dentadas rodas

Da doce cana o sumo.

Verás em cima da espaçosa mesaAltos volumes de enredados feitos;Ver-me-ás folhear os grande livros,

E decidir os pleitos.

Enquanto revolver os meus consultos.Tu me farás gostosa companhia,Lendo os fatos da sábia mestra história,

E os cantos da poesia.

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BASÍLIO DA GAMA

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O URAGUAI

O Uraguay - narra a história das tropas luso-espanholas enviadas à região das missões jesuíticas para desalojar os índios e jesuítas (após

o Tratado de Madri ) e subseqüente destruição de São Miguel. A expedição é chefiada por Gomes de Andrada, português que é

retratado como um herói nobre, mesmo durante a batalha. As forças indígenas são chefiadas por Cacambo e Sepé. Sem entendimentos, a batalha inicia. Sepé morre e Cacambo é preso pelo padre Balda, para

que possa entregar Lindóia (esposa de Cacambo) para seu filho Baldeta. Para não ter que se juntar a Baldeta, Lindóia comete suicídio

(a passagem mais famosa do poema).

5 cantosversos decassílabos (dez sílabas poéticas) versos brancos (sem a presença de rimas)

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JOAQUIM MANUEL DEMACEDO

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Sua obra não se preocupou com a crítica aos valores

Questões banais – namoro / casamento > passampor um impedimento

Adaptação do romance de folhetim europeu

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A MORENINHA

Amor entre Augusto e Carolina

Augusto = inconstante no amor

Augusto aposta com seu colega Felipe que iria a uma festa na casa da avó do segundo e não se apaixonaria

Augusto conhece Carolina > paixão

Impedimento: Augusto havia prometido amor a uma menina cujo nome ele desconhecia

A menina para quem prometera amor eterno era a própria Carolina