5 ARCADISMO
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Didaticamente, o Arcadismo iniciou-se em
1768 com a publicação de Obras poéticas,
de Cláudio Manuel da Costa, e com a
fundação da Arcádia Ultramarina, em Vila
Rica. Esse período encerrou-se com a
publicação de Suspiros poéticos e
saudades, de Gonçalves de Magalhães,
em 1836.

Iluminismo Aperfeiçoamento da máquina a vapor Primeira Revolução Industrial
(Inglaterra) Expansão do Capitalismo A Grande Enciclopédia (Diderot) Ascensão da burguesia Ciclo do ouro Inconfidência Mineira

Imitação. Retorno aos modelos clássicos renascentistas, pois neles encontravam o ideal de simplicidade e a imaginação equilibrada pela razão, o que seria o freio moderador das emoções, impedindo os excessos. Resultam disso a presença da mitologia e a linguagem simples, de vocabulário fácil e períodos curtos, em que a comparação predomina sobre a metáfora, o que revela a reação à retórica barroca.

Bucolismo. Segundo os árcades, a pureza, a beleza e a espiritualidade residem na natureza. O crescimento das cidades conduz à valorização do campo e do preceito horaciano (poeta Horácio) do fugere urbem (“fugir da cidade”). Daí a preferência por temas pastoris e pelas cenas de vida campestre.

Racionalismo. Preocupação com a Verdade e o Real. Segundo os árcades, só é belo o que é racional. Pregava-se, portanto, o equilíbrio entre a razão e o sentimento.
“Não cedas, coração, pois nesta empresa
o brio só domina; o cego mandodo ingrato Amor seguir não
deves...”(Alvarenga Peixoto)

Convencionalismo. Repetição de temas muito explorados e utilização de lugares-comuns, como “ovelhas”, “pastores”, “estrela d’alva”, “montes”, “claras fontes”, etc.

Idealização do amor e da mulher. O amor é fonte de prazer, tranquilo e não-passional.
“Irás a divertir-te na floresta,Sustentada, Marília, no meu
braço;Aqui descansarei a quente
sesta,Dormindo um leve sono em teu
regaço...”(Tomás Antônio Gonzaga)

Cláudio Manuel da Costa: seu pseudônimo árcade é Glauceste Satúrnio, e Nise, sua musa pastora.Obras: O Parnaso obsequioso e Vila
Rica.
Tomás Antônio Gonzaga: seu pseudônimo árcade é Dirceu, e Marília, o de sua musa, Maria Dorotéia Joaquina de Seixas. Obras: Marília de Dirceu e Cartas Chilenas.

José Basílio da Gama: seu pseudônimo árcade é Termindo Sipílio. Sua obra mais importante é o poema épico O Uraguai.
Frei José de Santa Rita Durão: escreveu o poema épico Caramuru.
Silva Alvarenga: Escreveu Epístola a José Basílio da Gama, obra importante por se tratar de uma verdadeira receita da estética neoclássica.

Alvarenga Peixoto: Sua obra, pequena e irregular, além do sentimento nativista e do culto de uma vida pacífica, revela uma posição crítica em face da política colonialista do Marquês de Pombal. Seus textos líricos estão reunidos em Obras poéticas.

Bocage: É um dos poetas mais populares da literatura portuguesa. Sua obra, Rimas, publicada entre 1791 e 1853, reúne vários gêneros poéticos, destacando-se os sonetos.
Sua vertente erótico-satírica tem uma linguagem obscena e agressiva. Mas também escreveu belíssimos poemas líricos.
Seu pseudônimo é Elmano Sadino.

Destes penhascos fez a natureza O berço em que nasci: oh! quem cuidara
Que entre penhas tão duras se criara Uma alma terna, um peito sem dureza!
Amor, que vence os tigres, por empresa Tomou logo render-me; ele declara
Contra o meu coração guerra tão rara, Que não me foi bastante a fortaleza.
Por mais que eu mesmo conhecesse o dano, A que dava ocasião minha brandura, Nunca pude fugir ao cego engano:
Vós, que ostentais a condição mais dura, Temei, penhas, temeis, que Amor tirano, Onde há mais resistência, mais se apura.
(Cláudio Manuel da Costa)

O povo, Doroteu, é como as moscasQue correm ao lugar, aonde sentemO derramado mel, é semelhanteAos corvos e aos abutres, que se ajuntamNos ermos, onde fede a carne podre.À vista, pois, dos fatos, que executaO nosso grande chefe, decisivosDa piedade que finge, a louca genteDe toda a parte corre a ver se encontraAlgum pequeno alivio à sombra dele.
( Tomás Antônio Gonzaga)

Olha, Marília, as flautas dos pastoresQue bem que soam, como estão cadentes!Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentesOs Zéfiros brincar por entre as flores?
Vê como ali beijando-se os AmoresIncitam nossos ósculos ardentes!Ei-las de planta em planta as inocentes,As vagas borboletas de mil cores.
Naquele arbusto o rouxinol suspira,Ora nas folhas a abelhinha pára,Ora nos ares sussurrando gira.
Que alegre campo! Que manhã tão clara!Mas ah! Tudo o que vês, se eu não te vira,Mais tristeza que a noite me causara.
(Bocage)