O Arcadismo

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O Iluminismo

“A saída do homem de sua menoridade de que ele próprio é culpado.”

Menoridade: a incapacidade de se servir do entendimento sem a orientação de outrem.

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O Iluminismo: final do séc. XVII ao final do séc. XVIII.

• Criticar toda crença ou conhecimento.

• Realizar o conhecimento e oferecer instrumentos para corrigi-lo.

• Usar o conhecimento a fim de melhorar a vida dos homens.

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O excesso de desejo sobre nossas capacidades é a medida da infelicidade.

Racionalismo: a valorização da razão como instrumento de libertação do homem.

Enciclopedismo: a síntese e difusão do conhecimento.

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Números da Internet

• 634 milhões — número total de sites da web.• 51 milhões — páginas criadas em 2012.• 2,2 bilhões - Número de usuários de e-mail em todo o mundo.• 144 bilhões - Tráfego de e-mail diário em todo o mundo.• 1,2 trilhão - Número de pesquisas no Google em 2012.• 4 bilhões - Número de horas de vídeo assistidas no YouTube por mês.• 300 milhões - Número de novas fotos adicionadas a cada dia no Facebook.• 5 bilhões - O número total de fotos enviadas para o Instagram desde o lançamento (número de setembro).

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Os filósofos

John Locke > a percepção sensorial é fonte de todo o conhecimento (o empirismo) > o conceito de tábula rasa.

Voltaire > “Se Deus não existisse, seria necessário inventá-lo.”

Rousseau: "A natureza fez o homem feliz e

bom, mas a sociedade deprava-o e torna-o miserável."

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1. O Culto da Simplicidade.

2. A Busca pelo Belo – Perfeição – Verdade.

3. Literatura como Mímesis.

4. O resgate dos valores clássicos.

5. O Fingimento poético.

6. O Pastoralismo e o Bucolismo.

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Sou pastor; não te nego; os meus montadosSão esses, que aí vês; vivo contenteAo trazer entre a relva florescenteA doce companhia dos meus gados;

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Torno a ver-vos, ó montes; o destinoAqui me torna a por nestes oiteiros;Onde um tempo os gabões deixei grosseirosPelo traje da Corte rico, e fino.

Aqui estou entre Almendro, entre Corino,Os meus fiéis, meus doces companheiros,Vendo correr os míseros vaqueirosAtrás de seu cansado desatino.

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Se o bem desta choupana pode tanto,Que chega a ter mais preço, e mais valia,Que da cidade o lisonjeiro encanto;

Aqui descanse a louca fantasia;E o que té agora se tornava em pranto,Se converta em afetos de alegria.

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  Enquanto pasta alegre o manso gado,

Minha bela Marília, nos sentemosÀ sombra deste cedro levantado,Um pouco medimosNa regular beleza,Que em tudo quanto vive, nos descobreA sábia natureza.

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Ah! enquanto os Destinos impiedososNão voltam contra nós a face irada,Façamos, sim façamos, doce amada,Os nossos breves dias mais ditosos.

Que havemos d’esperar, Marília bela?Que vão passando os florescentes dias?As glórias que vêm tarde, já vêm frias;E pode enfim mudar-se a nossa estrela.Ah! não, minha Marília,Aproveite-se o tempo, antes que se façaO estrago de roubar ao corpo as forças,E ao semblante a graça.

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 Alguém há de cuidar que é frase inchada,Daquela que lá se usa entre essa gente,Que julga que diz muito e não diz nada.O nosso humilde gênio não consente,Que outra coisa se diga, mais que aquiloQue só convém ao espírito inocente.

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 Quem deixa o trato pastoril amadoPela ingrata, civil correspondência,Ou desconhece o rosto da violência,Ou do retiro a paz não tem provado.

Que bem é ver nos campos transladadoNo gênio do pastor, o da inocência!E que mal é no trato, e na aparênciaVer sempre o cortesão dissimulado!

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 Se sou pobre pastor, se não governoReinos, nações, províncias, mundo, e gentes;Se em frio, calma, e chuvas inclementesPasso o verão, outono, estio, inverno;

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Nise? Nise? onde estás? Aonde esperaAchar te uma alma, que por ti suspira,Se quanto a vista se dilata, e gira,Tanto mais de encontrar te desespera!

Ah se ao menos teu nome ouvir puderaEntre esta aura suave, que respira!Nise, cuido, que diz; mas é mentira.Nise, cuidei que ouvia; e tal não era.

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Grutas, troncos, penhascos da espessura,Se o meu bem, se a minha alma em vós se esconde,Mostrai, mostrai me a sua formosura.

Nem ao menos o eco me responde!Ah como é certa a minha desventura!Nise? Nise? onde estás? aonde? aonde?

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Tomás Antônio GonzagaLiras à Marília de Dirceu

A divisão: 2 partes

A fase do namoro

• Confissões amorosas.• Cenário de Minas.• Projeto de vida pastoril.• Descrições de Marília.• O tom de felicidade.• O convencionalismo árcade.

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Eu, Marília, não sou algum vaqueiroQue viva de guardar alheio gado,de tosco trato, de expressões grosseiro,dos frios gelos e dos sóis queimado.Tenho próprio casal e nele assisto;dá-me vinho, legume, fruta, azeite;das brancas ovelhinhas tiro o leitee mais as finas lãs de que me visto. Graças, Marília bela graças à minha Estrela!

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Eu vi o meu semblante numa fontedos anos inda não está cortado;os pastores que habitam este monte,respeitam o poder do meu cajado.Com tal destreza toco a sanfoninha,que inveja até me tem o próprio Alceste:ao som dela conserto a voz celeste,nem canto letra que não seja minha. Graças, Marília bela, graças à minha Estrela!

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Lira IOs teus olhos espalham luz divina,a quem a luz do sol em vão se atreve;papoila ou rosa delicada e fina,te cobre as faces que são cor de neve.Os teus cabelos são como fios d’ouro;teu lindo corpo bálsamo vapora.Ah! Não, não fez o céu, gentil pastora,para glória de Amor, igual tesouro.

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Lira IIOs seus compridos cabelos,Que sobre as costas ondeiam,São que os de Apolo mais belos;Mas de loura cor não são.Têm a cor da negra noite;E com o branco do rostoFazem, Marília, um compostoDa mais formosa união.

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Mas tendo tantos dotes da ventura, Só apreço lhes dou, gentil Pastora, Depois que teu afeto me segura, Que queres do que tenho ser senhora. É bom, minha Marília, é bom ser dono De um rebanho, que cubra monte, e prado; Porém, gentil Pastora, o teu agradoVale mais q’um rebanho, e mais q’um trono. Graças, Marília bela,Graças à minha Estrela!

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A Fase da Prisão

• A fragilidade física e moral.

• O distanciamento amoroso. • O sofrimento e a incerteza.

• O tom confessional > a tendência pré- romântica.

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Já, já me vai, Marília, branquejandoLouro cabelo, que circula a testa;Este mesmo, que alveja, vai caindoE pouco já me resta.(...)Quando à janela saíres,Sem quereres, descuidada,A minha pobre morada.Tu dirás então contigo:“Ali Dirceu esperava“Para me levar consigo;E ali sofreu a prisão.”Mandarás aos surdos DeusesNovos suspiros em vão.

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Eu, Marília, não fui nenhum Vaqueiro,Fui honrado Pastor da tua Aldeia;Vestia finas lãs e tinha sempreA minha choça do preciso cheia.Tiraram-me o casal e o manso gado,Nem tenho, a que me encoste, um só cajado.

Se não tivermos lãs, e peles finas,Podem mui bem cobrir as carnes nossasAs peles dos cordeiros mal curtidas,E os panos feitos com as lãs mais grossas.Mas ao menos será o teu vestidoPor mãos de amor, por minhas mão cosido.