A Mecanização Assume o Comando - Resenha OSM II.docx

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A Mecanização Assume o Comando O capítulo trata das mudanças nos meios de produção com o advento da tecnologia e a difusão do uso de máquinas. Desde há muito tempo o homem tem buscando maximizar os seus esforços, para que alcançasse os melhores resultados com o menor esforço possível. Foi assim desde que os primeiros utensílios forjados pelo homem passaram a ser empregado nos mais diversos meios de produção. O autor nos mostra como a mecanização evoluiu desde a revolução industrial e, de certa forma hoje dita o ritmo no qual o trabalhador deve se adaptar. Mostra ainda como todos os aspectos da vida pós-moderna foram afetadas por essa, suposta, melhoria. Desde as linhas de produção de veículos, até as cadeias de fast food, tudo tem tomado a forma e os ritmo das máquinas. A burocracia foi das influências que originaram o sistema ora instalado, devido a sua busca por planejar e organizar os processos, de forma a atingir o estado de maior eficiência e agilidade. A ideia de uma organização trabalhando como um relógio sempre inspirou os entusiastas da burocratização e da mecanização. O texto procura demonstrar quais as origens das organizações mecanicistas e cita a revolução industrial como um divisor de águas do processo. Seguida pela busca das melhores formas de desempenhar uma tarefa, dentro das teorias clássicas da administração, teorias essas que o texto demonstra de forma rápida e com um caráter fortemente prescritivista.

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A Mecanização Assume o Comando

O capítulo trata das mudanças nos meios de produção com o advento da tecnologia e a

difusão do uso de máquinas.

Desde há muito tempo o homem tem buscando maximizar os seus esforços, para que

alcançasse os melhores resultados com o menor esforço possível. Foi assim desde que os

primeiros utensílios forjados pelo homem passaram a ser empregado nos mais diversos meios

de produção.

O autor nos mostra como a mecanização evoluiu desde a revolução industrial e, de

certa forma hoje dita o ritmo no qual o trabalhador deve se adaptar. Mostra ainda como todos

os aspectos da vida pós-moderna foram afetadas por essa, suposta, melhoria. Desde as linhas

de produção de veículos, até as cadeias de fast food, tudo tem tomado a forma e os ritmo das

máquinas.

A burocracia foi das influências que originaram o sistema ora instalado, devido a sua

busca por planejar e organizar os processos, de forma a atingir o estado de maior eficiência e

agilidade. A ideia de uma organização trabalhando como um relógio sempre inspirou os

entusiastas da burocratização e da mecanização.

O texto procura demonstrar quais as origens das organizações mecanicistas e cita a

revolução industrial como um divisor de águas do processo. Seguida pela busca das melhores

formas de desempenhar uma tarefa, dentro das teorias clássicas da administração, teorias

essas que o texto demonstra de forma rápida e com um caráter fortemente prescritivista.

Dessa forma é demonstrado o pensamento de Taylor e sua administração científica,

que parece transformar o trabalhador numa extensão ininterrupta da máquina. Com cálculos

precisos, cronometragem do tempo e medição dos espaços, Taylor procurou incansavelmente

a excelência na otimização de tarefas, as mais simples que fossem.

O resultado, segundo o autor, de tudo o que foi feito no passado são organizações cada

vez mais frias no contato com seus colaboradores e nas formas de contratação.

Como exemplo, cito um breve trecho que descreve como são feitas as escolhas dos

funcionários em uma rede de lanchonetes americana:

“(...)recruta-se mão-de-obra não sindicalizada, geralmente constituída de estudantes

ginasiais e de nível médio que se sentirão felizes em servir a organização (...) assim, a

“máquina” trabalha perfeitamente a maior parte do tempo.” (p.37)

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Nota-se, dessa forma, o caráter claramente crítico do texto em apreço, de modo que o

autor parece discordar, e mesmo denunciar, algumas características das organizações

contemporâneas e discordar dos caminhos tomados por estas para atingir seus objetivos.

O autor, todavia reconhece que em dados momentos e em situações específicas que a

mecanização e padronização são itens imprescindíveis para o sucesso das operações.

Exemplos de lugares assim são os “centros cirúrgicos, departamentos de manutenção de

aeronaves (...) organizações nas quais a precisão e a segurança são elementos fundamentais”.

Assim, percebe-se que autor buscou demonstrar que sua crítica não é vazia de

significado, tampouco generalista ao tratar de um assunto em pauta há, pelo menos, 150 anos

nas organizações.

Ao final é trazido a lúmen um panorama de como as organizações estão lidando com o

mecanização dos processos, e citado exemplos em que esse tipo de sistema simplesmente não

tem vez. Os setores que geralmente saem ilesos ao rigor mecânico são os que trabalham com a

criatividade e a busca por soluções.

Em suma o texto é de fácil leitura com várias demonstrações práticas que facilitam o

entendimento dos conceitos brevemente trazidos pelo autor.

A natureza entra em cena

O texto aponta um retrato das organizações como se fossem organismos. O autor

descreve a organizacional baseando-se na biologia, desde os anos 50. O pensamento biológico

tem influenciado a teoria organizacional e social desde pelo menos o século XIX através dos

trabalhos de Spencer, Durkheim e Radcliffe-Brown. Estes foram os trabalhadores de base que

influenciaram a poderosa escola de pensamento em Sociologia denominada funcionalismo

estrutural, trazida à notoriedade nos anos 50 e 60 por Talcott Parsons.

O uso da metáfora orgânica focaliza as organizações como as unidades chaves da

análise. Discute-se como as organizações e os seus membros podem ser vistos como tendo

diferentes conjuntos de “necessidades” e examinando como as organizações podem

desenvolver padrões de relacionamento que permitam a elas se adaptarem ao seu ambiente.

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Essa visão das organizações começou a considerar a organização como um sistema

aberto, em constante troca com o exterior, não mais como um sistema fechado, como faziam

as escolas clássicas da administração.

É trazida uma crítica a essa abordagem dizendo que ela é demasiadamente enfática na

busca por equilíbrio, sendo que ao administrador caberia a função de guiar o barco em meio a

um constante temporal. Isso deixa de lado o planejamento estratégico, por exemplo, e

transforma a organização num simples respondente das influências externas.