A Mecanização Assume o Comando - Resenha OSM II.docx
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A Mecanização Assume o Comando
O capítulo trata das mudanças nos meios de produção com o advento da tecnologia e a
difusão do uso de máquinas.
Desde há muito tempo o homem tem buscando maximizar os seus esforços, para que
alcançasse os melhores resultados com o menor esforço possível. Foi assim desde que os
primeiros utensílios forjados pelo homem passaram a ser empregado nos mais diversos meios
de produção.
O autor nos mostra como a mecanização evoluiu desde a revolução industrial e, de
certa forma hoje dita o ritmo no qual o trabalhador deve se adaptar. Mostra ainda como todos
os aspectos da vida pós-moderna foram afetadas por essa, suposta, melhoria. Desde as linhas
de produção de veículos, até as cadeias de fast food, tudo tem tomado a forma e os ritmo das
máquinas.
A burocracia foi das influências que originaram o sistema ora instalado, devido a sua
busca por planejar e organizar os processos, de forma a atingir o estado de maior eficiência e
agilidade. A ideia de uma organização trabalhando como um relógio sempre inspirou os
entusiastas da burocratização e da mecanização.
O texto procura demonstrar quais as origens das organizações mecanicistas e cita a
revolução industrial como um divisor de águas do processo. Seguida pela busca das melhores
formas de desempenhar uma tarefa, dentro das teorias clássicas da administração, teorias
essas que o texto demonstra de forma rápida e com um caráter fortemente prescritivista.
Dessa forma é demonstrado o pensamento de Taylor e sua administração científica,
que parece transformar o trabalhador numa extensão ininterrupta da máquina. Com cálculos
precisos, cronometragem do tempo e medição dos espaços, Taylor procurou incansavelmente
a excelência na otimização de tarefas, as mais simples que fossem.
O resultado, segundo o autor, de tudo o que foi feito no passado são organizações cada
vez mais frias no contato com seus colaboradores e nas formas de contratação.
Como exemplo, cito um breve trecho que descreve como são feitas as escolhas dos
funcionários em uma rede de lanchonetes americana:
“(...)recruta-se mão-de-obra não sindicalizada, geralmente constituída de estudantes
ginasiais e de nível médio que se sentirão felizes em servir a organização (...) assim, a
“máquina” trabalha perfeitamente a maior parte do tempo.” (p.37)
Nota-se, dessa forma, o caráter claramente crítico do texto em apreço, de modo que o
autor parece discordar, e mesmo denunciar, algumas características das organizações
contemporâneas e discordar dos caminhos tomados por estas para atingir seus objetivos.
O autor, todavia reconhece que em dados momentos e em situações específicas que a
mecanização e padronização são itens imprescindíveis para o sucesso das operações.
Exemplos de lugares assim são os “centros cirúrgicos, departamentos de manutenção de
aeronaves (...) organizações nas quais a precisão e a segurança são elementos fundamentais”.
Assim, percebe-se que autor buscou demonstrar que sua crítica não é vazia de
significado, tampouco generalista ao tratar de um assunto em pauta há, pelo menos, 150 anos
nas organizações.
Ao final é trazido a lúmen um panorama de como as organizações estão lidando com o
mecanização dos processos, e citado exemplos em que esse tipo de sistema simplesmente não
tem vez. Os setores que geralmente saem ilesos ao rigor mecânico são os que trabalham com a
criatividade e a busca por soluções.
Em suma o texto é de fácil leitura com várias demonstrações práticas que facilitam o
entendimento dos conceitos brevemente trazidos pelo autor.
A natureza entra em cena
O texto aponta um retrato das organizações como se fossem organismos. O autor
descreve a organizacional baseando-se na biologia, desde os anos 50. O pensamento biológico
tem influenciado a teoria organizacional e social desde pelo menos o século XIX através dos
trabalhos de Spencer, Durkheim e Radcliffe-Brown. Estes foram os trabalhadores de base que
influenciaram a poderosa escola de pensamento em Sociologia denominada funcionalismo
estrutural, trazida à notoriedade nos anos 50 e 60 por Talcott Parsons.
O uso da metáfora orgânica focaliza as organizações como as unidades chaves da
análise. Discute-se como as organizações e os seus membros podem ser vistos como tendo
diferentes conjuntos de “necessidades” e examinando como as organizações podem
desenvolver padrões de relacionamento que permitam a elas se adaptarem ao seu ambiente.
Essa visão das organizações começou a considerar a organização como um sistema
aberto, em constante troca com o exterior, não mais como um sistema fechado, como faziam
as escolas clássicas da administração.
É trazida uma crítica a essa abordagem dizendo que ela é demasiadamente enfática na
busca por equilíbrio, sendo que ao administrador caberia a função de guiar o barco em meio a
um constante temporal. Isso deixa de lado o planejamento estratégico, por exemplo, e
transforma a organização num simples respondente das influências externas.