A CONTRIBUIÇÃO DO ESTUDANTE DE PEDAGOGIA NA … · Figura 6: Garrafas sensoriais ... No primeiro...
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UNISALESIANO
Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Pedagogia
Kely Fernanda Leite Ferreira
A CONTRIBUIÇÃO DO ESTUDANTE DE PEDAGOGIA NA CONSTRUÇÃO DE PAINÉIS
SENSORIAIS
LINS – SP
2017
Kely Fernanda Leite Ferreira
A CONTRIBUIÇÃO DO ESTUDANTE DE PEDAGOGIA NA CONSTRUÇÃO DE
PAINÉIS SENSORIAIS
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, curso de Pedagogia, sob a orientação do Prof. Drª Fabiana Sayuri Sameshima orientação técnica da Profª Ma. Fatima Eliana Frigatto Bozzo
LINS – SP
2017
Ferreira, Kely Fernanda Leite
A contribuição de um estudante de pedagogia na construção de painéis sensoriais / Kely Fernanda Leite Ferreira. - - Lins, 2017.
45p. il. 31cm.
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UniSALESIANO, Lins-SP, para graduação em Pedagogia, 2017.
Orientadores: Fabiana Sayuri Sameshima; Fátima Eliana Bozzo.
1. Painéis sensoriais. 2. Estimulação sensorial. 3. Inclusão. 4. Aprendizagem. I Título.
CDU 37
F441c
Kely Fernanda Leite Ferreira
A CONTRIBUIÇÃO DO ESTUDANTE DE PEDAGOGIA NA CONSTRUÇÃO DE
PAINÉIS SENSORIAIS
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) apresentado ao Centro
Universitário Católico Salesiano Auxilium para obtenção do título de graduação
do curso de Pedagogia.
Aprovado em ________/________/________
Banca Examinadora:
Prof(a) Orientador(a): Fabiana Sayuri Sameshima
Titulação: Doutora e Mestra em Educação pela Universidade Estadual Paulista,
Graduação em Fonoaudiologia pela Unesp/Marília.
Assinatura: _________________________________
1º Prof(a): Adriana Monteiro Piromali Guarizo.
Titulação: Doutora e mestra em Letras pelo Instituto de Biociências, Letra e
Ciências Exatas (IBILCE) da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita
Filho” – UNESP, campus de São José do Rio Preto.
Assinatura: _________________________________
2º Prof(a): Fátima Eliana Frigatto Bozzo
Titulação: Mestre em Odontologia - Saúde Coletiva - Universidade Sagrado
Coração – USC – Bauru.
Assinatura: ________________________________
DEDICATÓRIA
Dedico o presente trabalho a minha mãe que nesses quatro anos, se
mostrou muito presente, me dando força necessária para prosseguir.
Aos meus irmãos Vinícius, Ariana, Diego e Rhuan pela compreensão e
apoio emocional nas horas difíceis.
E em especial ao eu filho Thomaz por ter suportado minha ausência
durante todo esse processo, se mostrando paciente e compreensivo. Tudo isso
foi por você...
Kely
AGRADECIMENTOS
Agradeço grandiosamente a Deus por sua misericórdia, fidelidade e por ter me
sustentado até aqui.
A todos os professores do curso pela dedicação, compreensão, paciência e
conhecimento transmitido durante toda minha formação.
Com carinho a professora Ma Fátima Eliana Bozzo pela dedicação e paciência.
Em especial a professora Drª Fabiana Sayuri Sameshima por me orientar,
pelas experiências proporcionadas por ela e todo o conhecimento transmitido,
durante todo o meu processo de formação. A quem devo muito do que sou,
minha eterna gratidão.
A professora Sonaria que acompanhou minhas lutas e conquistas durante todo
o tempo e esteve comigo nos momentos mais difíceis.
Aos colegas de classe e aos amigos que aqui fiz, em especial à Ozenir por
caminhar comigo e me amparar nos momentos de fraqueza.
Kely
RESUMO
O presente trabalho, demonstra a importância da estimulação sensorial, com enfoque nas pessoas com deficiência. A palavra estimulação segundo o dicionário é definida como ato ou efeito de estimular ou incentivar e envolver uma ação produzida pelo uso de estimulantes. Os Painéis Sensoriais diferem de um material comum, e tornam-se ferramenta de intervenção para as diferentes áreas de atendimento, possibilitando o uso dos brinquedos para dar função aos aspectos da vida diária e uso funcional de atividades motoras, sensoriais e perceptivas, auxiliando no desenvolvimento da criança de forma integral. Neste contexto, os objetivos deste trabalho foram confeccionar seis painéis sensoriais; selecionar uma variedade de objetos sensoriais que pudessem compor os seis painéis; desenvolver diferentes sistemas sensoriais, tais como, tátil, visual, auditivo, gustativo, vestibular e propriocepção; atender as necessidades dos alunos de forma prazerosa e significativa na busca de ampliar as possibilidades, de acesso ao conhecimento oferecendo maior autonomia e condições de aprendizagem por meio de recursos acessíveis, desafiadores e criativos, para o público atendido no Núcleo de Apoio Integrado ao Atendimento Educacional Especializado “Professora Elizabeth Guedes Chinali”. A coleta de dados foi realizada nas dependências do núcleo, no período de maio a novembro de 2017. A elaboração e confecção dos painéis, estão intimamente ligadas ao funcionamento dos diferentes sistemas, tátil, visual e auditivo, que de forma lúdica e contextualizada poderão trazer aos alunos, uma forma eficiente e participativa de aprender conhecimentos básicos, para melhor compreensão de tarefas que exijam raciocínio lógico, compreensão, percepção e discriminação visual e auditiva. Por meio dos painéis, é possível trabalhar: sensibilidade para perceber temperatura, textura como áspero e macio, habilidade de reconhecer sons, discriminar, transformar e reagir a sons, habilidades relativas à visão, movimento e equilíbrio, coordenação motora fina, óculo-manual, coordenação motora global, coordenação bilateral, preensão, posição do nosso corpo no espaço, a noções de peso, pressão, alongamento e mudança de posição. Dessa forma, os painéis criam oportunidades para o enriquecimento da estimulação sensorial contextualizada e significativa, que aprimore a capacidade do sistema nervoso central favorecendo o desempenho ocupacional. Palavras_chave: Painéis sensoriais. Estimulação sensorial. Inclusão.
Aprendizagem.
ABSTRACT
The present study demonstrates the importance of sensorial stimulation with a focus on people with disabilities. The word dictionary stimulation is defined as the act or effect of stimulating or encouraging and involving an action produced by the use of stimulants. The Sensory Panels differ from a common material and become an intervention tool for the different areas of care enabling the use of toys to give function to aspects of daily life and functional use of motor, sensory and perceptive activities, aiding in the development of child. In this context, the objectives of this work was to prepare six sensory panels; select a variety of sensory objects that could make up the six panels; develop different sensory systems, such as tactile, visual, auditory, gustatory, vestibular and proprioception; to meet the students needs in a pleasurable and meaningful way in the search to expand the possibilities of access to knowledge offering greater autonomy and learning conditions through accessible, challenging and creative resources for the public served at the Integrated Support Center for the Specialized Educational Assistance "Prof. Elizabeth Guedes Chinali". The data collection was carried out in the nucleus from May to November of 2017. The elaboration and preparation of the panels are closely linked to the functioning of the different systems, tactile, visual and auditory, which in a playful and contextualized way can bring to the students an efficient and participatory way of learning basic knowledge to better understand tasks that require logical reasoning, comprehension, perception and visual and auditory discrimination. Through the panels it is possible to work: sensitivity to perceive temperature, texture as rough and soft, ability to recognize sounds, discriminate, transform and react to sounds, skills related to vision, movement and balance, fine motor coordination, manual oculus, coordination global motor, bilateral coordination, gripping, position of our body in space, notions of weight, pressure, stretching and change of position. Thus, the panels create opportunities for the enrichment of contextual and significant sensorial stimulation, which enhances the central nervous system's ability to favor occupational performance. Key words: Sensorial panels. Sensory stimulation. Inclusion. Learning.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Modelo de jardim sensorial............................................................... 21
Figura 2: Caminho sensoria............................................................................. 22
Figura 3: Sala sensorial .................................................................................. 23
Figura 4: Sala Snoezelen................................................................................ 24
Figura 5: Garrafas sensoriais .......................................................................... 25
Figura 6: Garrafas sensoriais.......................................................................... 25
Figura 7: Painel sensorial................................................................................ 26
Figura 8: Tapete sensorial .............................................................................. 26
Figura 9: Luvas sensoriais .............................................................................. 27
Figura 10: Pintura do painel 1.......................................................................... 34
Figura 11: Desenhando o cenário do painel 4................................................. 35
Figura 12: Finalização do painel 4................................................................... 35
Figura 13: Pintura do painel 2.......................................................................... 36
Figura 14: Pintura do painel 2 ......................................................................... 37
Figura 15: Pintura do painel 3.......................................................................... 38
Figura 16: Finalização da pintura do painel 3 ................................................. 38
Figura 17: Finalização da pintura do painel 5.................................................. 39
Figura 18: Painel 1 Diversão no parque .......................................................... 40
Figura 19: Painel 2 Faz de conta..................................................................... 40
Figura 20: Painel 3 A fazenda ......................................................................... 41
Figura 21: Painel 4 Castelo dos heróis............................................................ 41
Figura 22: Painel 5 Concerto musical.............................................................. 42
Figura 23: Painel 6 Biblioteca dos desafios..................................................... 42
LISTA DE QUADROS
Quadro 1: Procedimentos adotados para a pintura dos painéis....................... 33
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................. 10
CAPÍTULO I – ESTIULAÇÃO SENSORIAL..................................................... 12
1 DEFINIÇÃO E IMPORTAÂNCIADA ESTIMULAÇÃO SENSORIAL..... 12
1.1 Estimulação precoce............................................................................... 13
1.2 A importância da família na estimulação sensorial................................. 15
1.3 Brincar é coisa séria................................................................................16
CAPÍTULO II – TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO SENSORIAL.......... 19
1 CONCEITO............................................................................................. 19
1.1 Jardim Sensorial .................................................................................... 20
1.2 Sala Sensorial......................................................................................... 22
1.3 Brinquedos Sensoriais............................................................................ 24
CAPÍTULO III – A PESQUISA.......................................................................... 28
1 PROCEDIMENTOS INICIAIS................................................................. 28
1.1 Procedimentos de coleta de dados......................................................... 28
1.2 Resultados.............................................................................................. 32
CONCLUSÃO................................................................................................... 42
REFERÊNCIAS................................................................................................. 43
10
INTRODUÇÃO
Segundo Cunha (2015 p. 33) a inclusão de pessoas com necessidades
educacionais especiais se tornou aparente a partir da segunda metade do
século XX, outrora o ensino especializado era oferecido em escolas ou classes
especiais às pessoas que não tinham acesso à escola comum, erroneamente
tido como forma ideal ao atendimento a essas pessoas. Transformou-se a
educação especial um sistema educacional colateral ao ensino comum.
O município de Lins, compreendendo a tais necessidades e entendendo
que o processo inclusivo envolve todos as pessoas, não só as com
deficiências, criou o Núcleo de Apoio Integrado ao Atendimento Educacional
Especializado "Profª Elizabeth Guedes Chinali", com a finalidade de garantir a
comunicação entre o ensino regular e a educação especial no sentido de
promover a inclusão, a interlocução e aprendizagem de todos as pessoas com
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades, a partir
do aprimoramento do processo pedagógico.
Diante o exposto e com o objetivo de melhor atender, as necessidades
dos alunos de forma prazerosa e significativa na busca de ampliar as
possibilidades de acesso ao conhecimento oferecendo maior autonomia e
condições de aprendizagem por meio de recursos acessíveis, desafiadores e
criativos, foi selecionado uma variedade de objetos sensoriais que pudessem
compor seis painéis temáticos, para desenvolver diferentes sistemas
sensoriais, tais como: tátil, visual, auditivo, gustativo, vestibular e
propriocepção.
A pesquisa de campo foi realizada no Núcleo de Apoio Integrado ao
Atendimento Educacional Especializado "Profª Elizabeth Guedes Chinalli",
localizado na cidade de Lins, no período de maio a novembro de 2017.
O método de pesquisa utilizado foi de caráter descritivo com abordagem
bibliográfica. O trabalho foi dividido em três capítulos.
No primeiro capitulo foi abordado a definição e a importância da
estimulação sensorial para o bom desenvolvimento da criança.
No segundo capítulo discutiu-se a definição de transtorno do
processamento sensorial e a importância da estimulação para a pessoa com
deficiência, definições dos variados recursos utilizados sendo eles jardim
11
sensorial, sala sensorial, brinquedo sensorial, parede e tapete sensorial,
bonecos e luva sensorial e suas contribuições.
No terceiro capítulo descreve os procedimentos de coleta de dados,
assim como os resultados obtidos na confecção dos painéis sensoriais.
12
CAPÍTULO I
ESTIMULAÇÃO SENSORIAL
1 DEFINIÇÃO E IMPORTÂNCIA DA ESTIMULAÇÃO SENSORIAL
O ser humano é dinâmico, inteligente, criativo, cheio de necessidades e
está em constante movimento e evolução, mas para que isto se dê, é
necessário de fato que o mesmo seja estimulado em suas diferentes formas. O
desenvolvimento da inteligência, assim como da personalidade da criança
requer a organização e estruturação do eu e do mundo, a partir de vivências e
experiências (SANCHEZ; MARTINEZ; PEÑALVER, 2003).
Estas experiências acontecem em todas as áreas da vida, e quando
criança, elas são acompanhadas pelo adulto que compartilha as emoções, dão
sentido as ações e convidam a sair de zona de conforto, daquilo que já se
conhece, e assim galgar os próximos passos e ser o autor da sua trajetória.
Assim, a maturação biológica, sensorial, motora, afetiva e cognitiva se firma e
se manifesta por meio das relações que o corpo estabelece com o tempo e
espaço, a partir dos diferentes canais sensoriais, que são a porta de entrada
para os estímulos e as informações (SERRANO, 2016).
Os estímulos sensoriais que fazem parte da nossa vida e estão
presentes em nosso corpo, nos permitem sentir e interagir com o meio que nos
rodeia e contribuem para o nosso desenvolvimento em todas as áreas.
O homem possui diferentes sistemas sensoriais, não apenas cinco como
usualmente se menciona. No campo da Integração Sensorial, são realizados
diferentes estudos acerca dos sistemas sensoriais, que são: tátil, visual,
gustativo, auditivo, vestibular, proprioceptivo e olfativo (MOMO; SILVESTRE;
GRACIANI, 2012).
A integração sensorial está intimamente ligada ao sistema nervoso
central e se encontra em todos os aspectos da vida do indivíduo.
A definição de integração sensorial é descrita por Ayres (1972), como
sendo um processo neurológico que organiza as sensações do próprio corpo e
do ambiente de forma a ser possível o uso eficiente do corpo no ambiente.
Apesar do homem possuir todos os sistemas sensoriais, é preciso
compreender que cada sujeito recebe e processa as informações de forma
13
diferente, pois cada sujeito é único, dessa forma, reagem diferentemente aos
estímulos, como o toque, o movimento, à altura, aos sons, luzes e cheiros. Mas
fica evidente que as informações sensoriais que advém do ambiente, são
importantes para o desenvolvimento do ser humano, já que aprimoram padrões
comportamentais e beneficiam aquisições de habilidades e capacidades
(MOMO; SILVESTRE; GRACIANI, 2012).
O processamento sensorial é algo inato ao indivíduo que permite
organizar e interpretar sensações recebidas do ambiente e emitir um
comportamento apropriado ao contexto.
1.1 Estimulação precoce
Os bebês nascem dotados de potencialidades e cabe aos pais ou
cuidadores proporcionar estímulos para que eles se desenvolvam. Estes
estímulos desde cedo, recebem o nome de estimulação precoce e tem como
finalidade desenvolver seu intelecto, a parte física, emocional, afetiva e
cognitiva.
Perin (2010) orienta que se as crianças forem bem estimuladas desde
cedo, terão as capacidades de aprendizagem e de adaptação ao seu meio
mais favorecidas, de uma forma simples, intensa e rápida, pois abre-se um
leque de experiências que a fará explorar, desenvolver habilidades e
compreender o que ocorre ao seu redor e ao mundo que a cerca, além de
promover também a autonomia e autoconfiança.
E não é preciso grandes planos e ações para que isto aconteça. Cantar,
conversar, contar histórias de diferentes formas, brincar com bolas, rolar no
chão, utilizar jogos de encaixe, fazer massagens são ações que promovem
grandes benefícios e estímulos para a criança. É importante ressaltar que a
quantidade de estímulos deve respeitar o crescimento, o desenvolvimento, a
capacidade, o interesse e as possibilidades da criança, usando como indicador
sua faixa etária (LE BOULCH, 2001).
Cada idade tem, em si mesma, a identidade própria, que exige uma educação própria, uma realização própria, enquanto idade e não enquanto preparo para outra idade. Cada fase da idade tem sua identidade própria, suas finalidades próprias, tem que ser vivida na totalidade dela mesma e não submetida a futuras vivências que muitas vezes não chegam (ARROYO, 1994, p. 17).
14
Antunes (2009) pontua que os estímulos são imprescindíveis para um
bom desenvolvimento cerebral, e é por esta razão que surge a necessidade de
serem orientadas em seus movimentos sem exageros, respeitando o momento
da criança.
Serrano (2016) destaca os sistemas sensoriais a serem estimulados
pelo adulto, norteia que o sistema Tátil localizado na pele, tem por função a
área emocional para aprender, dar segurança e promover a interação social. Já
o sistema Visual tem por função a captação da luz por meio dos olhos, e esta
informação se dirige para o tronco cerebral. Além da acuidade visual, é
importante o controle ocular (trabalhar com os olhos em conjunto) e a
percepção visual (cores, formas, grandezas, percepção figura-fundo, a posição,
das relações espaciais, memória visual, memória visual sequencial,
fechamento visual – reconhecer uma forma).
Outros dois sistemas indicados por Serrano (2016), são o Vestibular e o
Auditivo. O primeiro tem a função de orientação do corpo em movimento, e
possibilita coordenação mão-olho, estimulação dos dois hemisférios do cérebro
e equilíbrio. Já o auditivo apresenta receptores no ouvido interno, que captam
ondas sonoras, unindo-se ao sistema vestibular, visual e proprioceptivo.
Para finalizar, outros três sistemas merecem destaque e precisam ser
estimulados, sendo que o sistema Gustativo que encontra-se na boca (língua)
e é responsável pelo sabor: doce, azedo, salgado e ácido, o sistema
Proprioceptivo refere-se à consciência do próprio corpo e oferece informações
sobre o espaço que o corpo ocupa, a força sobre músculos, a coordenação dos
movimentos, o tipo de postura, a distância e o controle motor, assim como o
sistema Olfativo que dá ao indivíduo a capacidade de cheirar.
A estimulação precoce no que diz respeito aos órgãos sensoriais,
potencializa por meio de exercícios, jogos e atividades, as diversas áreas do
desenvolvimento infantil nos primeiros anos de vida, fase em que ocorrem
diversas modificações importantes para o aprendizado. É prestigiada como um
conjunto de serviços e apoios que são indispensáveis para responder “quer às
necessidades específicas de cada criança, quer as necessidades de suas
famílias no que respeita à promoção do desenvolvimento” (PIMENTEL, 2004,
P.43).
15
1.2 A importância da família na estimulação sensorial
Dentre a composição de todo ser humano estão: os olhos, a boca, nariz,
ouvidos e a pele; estes nos permitem entrar em contato e interagir com o
mundo que nos rodeia, são as portas de entrada dos cinco sentidos que
possuímos: visão, audição, paladar, tato e olfato.
O mundo a nossa volta nos é apresentado por meio do sistema sensorial
que tem como porta de entrada os órgãos dos sentidos, estes são os
responsáveis por capturar o que acontece fora do nosso corpo e nos fazer
senti-los. Os autores Momo, Silvestre e Graciani (2012) sinalizam que
compreender o desenvolvimento sob a ótica sensorial é crucial para a
aprendizagem, pois facilita a troca de informações e interação com o ambiente
social e com outras pessoas.
Ao nascer, dá-se início a interação com o meio que nos cerca, e estas
experiências ficam registradas em nosso interior, são responsáveis por grande
parte do nosso desenvolvimento e contribuem para que isto aconteça de forma
saudável. Isso só é possível porque desde a concepção, fatores orgânicos,
biológicos e neurais amadurecem e criam possibilidades para o crescimento,
maturação e progresso do ser humano (MOMO; SILVESTRE; GRACIANI,
2012).
É necessário que se entenda o papel fundamental que a família ou o
cuidador tem no desenvolvimento sensorial da criança, esta deve ser
estimulada desde o seu nascimento: “É por meio dos primeiros cuidados que a
criança percebe seu próprio corpo como separado do outro, organiza suas
emoções e amplia seus conhecimentos sobre o mundo”. (BRASIL, 1998, p.15).
Hoje recebemos informações de todos os lados, a todos os momentos
somos bombardeados com centenas de informações sobre os mais variados
assuntos, o que ainda falta para muitos é pôr em prática o que se aprende, e
isso também serve para a criação e desenvolvimento dos filhos, sendo eles
com desenvolvimento típico ou não, é preciso entender que aquele ser
pequenino depende totalmente de cuidados e estímulos, isso fica muito bem
ilustrado no depoimento a seguir:
Todos sabemos da importância dos pais, desde os primeiros meses de nossa existência. Minha mãe desempenhou um papel fundamental em meu desenvolvimento. Ainda hoje, guardo gostosas recordações
16
das brincadeiras e brinquedos propostos por ela. Deduzo que, inicialmente, minha mãe tenha ficado muito abalada ao descobrir que eu, sua filha caçula, era cega. No entanto, ela não permitiu que o desespero a imobilizasse por muito tempo; e, apesar de, até então, não ter conhecimento técnico sobre deficiência visual, resolveu utilizar-se do bom senso. Ela deve ter-se remetido a experiências anteriores com meus irmãos, imaginando que eu poderia usar muitos de seus brinquedos como bonecas, bola, brinquedos de encaixe, miniaturas de objetos e animais, caixinha de música, instrumentos musicais e discos infantis, entre outros. Considero um privilégio o fato de minha mãe ter-me acompanhado nas diferentes fases do desenvolvimento (SIAULYS, 2005, p.6).
Andrade (2013) admite que a imaginação e a criatividade da criança
podem ser desenvolvidas por meio de atividades lúdicas, trabalhadas não
apenas em contexto familiar, mas sim em espaços terapêutico e escolar. De
acordo com a literatura, a estimulação precoce se faz importante no
desenvolvimento de crianças sem ou com dificuldades, pois previne problemas
futuros que lhe comprometerão o desenvolvimento afetivo, social, cognitivo e
motor. Como diz Galvão (1995), de acordo com a teoria proposta por Henri
Wallon, são as experiências promovidas na infância as responsáveis pelo
desenvolvimento de um adulto completo, sem lacunas em seu aspecto
cognitivo.
1.3 Brincar é coisa séria
A brincadeira para a criança, é uma aprendizagem social e fundamental
para que ela pense, decida, coopere, construa, experimente e descubra.
Moyles (2002, p. 37) pontua que:
O brincar é o principal meio e aprendizagem da criança que gradualmente desenvolvem conceitos de relacionamentos casuais, o poder de discriminar, de fazer julgamentos, de analisar e sintetizar, de imaginar e formular.
É necessário que toda criança brinque, nenhuma deve ser privada
independente de sua condição. Devem brincar sozinhas, com a família,
acompanhadas de seus amigos, na rua, na escola, em casa e parques, com
brinquedos comprados ou produzidos com material reciclável, com
computadores, bolas, caixas, papeis, lápis ou giz. Este momento tem que ser
ofertado a ela, e cabe ao adulto apenas propiciá-lo e se necessário for adaptá-
lo.
17
As crianças precisam brincar, independentemente de suas condições físicas, intelectuais ou sociais, pois a brincadeira é essencial a sua vida. O brincar alegra e motiva as crianças, juntando-as e dando-lhes oportunidade de ficar felizes, trocar experiências, ajudarem-se mutuamente; as que enxergam e as que não enxergam, as que escutam muito bem e aquelas que não escutam, as que correm muito depressa e as que não podem correr (SIAULYS, 2005, p.7)
Diferentes tipos de brincadeiras e brinquedos estimulam as crianças nas
mais diversas habilidades. O trabalho da criança é brincar, e ela leva isso a
sério, é também por meio da brincadeira que ela cresce, compreende regras,
respeita limites e se conhece. Nas brincadeiras muitas vezes ela externa o que
está ao seu redor e se apropria do que lhe é oferecido, por isso é uma ótima
oportunidade de intervenção do adulto.
Siaulys (2005), ressalta que por meio da brincadeira, a criança se
movimenta de uma forma gostosa e muitas vezes independente. Brincando, a
criança desenvolve os sentidos, adquire habilidades para usar as mãos e o
corpo, reconhece objetos e suas características, com relação a textura, forma,
tamanho, cor e som dos objetos.
Oliveira (2008) se refere o ato de brincar como sendo um processo de
humanização, pois a criança aprende a conciliar a brincadeira de forma efetiva,
criando vínculos mais duradouros com outras crianças e adultos, assim as
brincadeiras não podem ser vistas apenas como divertimento, mas como
formas de enriquecer o desenvolvimento de habilidades culturais, sociais e de
linguagem.
[...] o ensino absorvido de maneira lúdica, passa a adquirir um aspecto significativo e afetivo no curso do desenvolvimento da inteligência da criança, já que ela se modifica de ato puramente transmissor a ato transformador em ludicidade, denotando-se, portanto em jogo (CARVALHO, 2005, p.14).
De acordo com as orientações do Ministério da Educação (BRASIL,
2012), O brincar possibilita a integração de crianças, o que auxilia no
desenvolvimento de múltiplas linguagens, na criação da cultura infantil e lúdica,
oferecendo experiências e aprendizagens partilhadas por crianças com e sem
deficiência, fazendo dos ambientes inclusivos um meio efetivo do
reconhecimento e valorização da diferença.
Siaulys (2005) em seu livro “Brincar para todos”, apresentar algumas
utilidades e benefícios que o uso dos brinquedos podem proporcionar para as
18
crianças: compreender e identificar os sons; conhecer e entender seu corpo e
ambiente; despertar a curiosidade e o prazer de ver e buscar; melhorar a
eficiência visual; despertar a vontade de movimentar-se e realizar atividades;
conhecer e entender seu corpo e ambiente; desenvolver e integrar os sentidos;
desenvolver habilidade para encaixe e pinça; conhecer formas, sequência e
seriação; classificar; desenvolver o tato para reconhecer texturas, formas,
temperatura, grandeza, peso, consistência e materiais de que são feitos os
objetos; desenvolver a estruturação e organização espacial; e adquirir
independência e autonomia para movimentar-se e realizar as atividades
cotidianas.
As brincadeiras aparentemente simples tais como: jogos com bola,
brincadeiras de faz de conta, são fontes de estímulo ao desenvolvimento
cognitivo, social e afetivo da criança e uma forma de auto expressão. No
entanto, o mediador precisa ter cuidado ao trabalhar com jogos, pois estes
devem estar de acordo com a faixa etária, cultura, meio e necessidade de cada
criança, do contrário poderá ser um instrumento gerador de fracasso e
frustração, e não de aprendizagem.
19
CAPÍTULO II
TRANSTORNO DO PROCESSAMENTO SENSORIAL
1 CONCEITO
Este transtorno refere-se à dificuldade encontrada pelo cérebro em
processar as informações dos sentidos tato, olfato, paladar, visão e audição. A
integração sensorial é o processo pela qual o cérebro organiza as informações,
de modo a dar uma resposta adaptativa e adequada, organizando dessa forma,
as sensações do próprio corpo e do ambiente, ou seja, é a organização de
informações sensoriais, oriundas de diferentes canais sensoriais e a habilidade
de relacionar estímulos de um canal a outro, de forma a emitir uma resposta
adaptativa (ALVES, et al., 2011).
Fonseca e Lima (2004) observaram que o processo normal de organizar
informações e usá-las adequadamente para responder e se adaptar ao
ambiente, nem sempre ocorre de maneira esperada em todas as crianças e,
dedicou-se ao estudo da relação entre processamento sensorial,
comportamento e aprendizagem na criança com dificuldade escolar,
desenvolvendo assim a terapia de integração sensorial.
Para Ayres (2005) a integração sensorial forma a base para o
aprendizado, comportamento social e desenvolvimento emocional, além de
organizar a informação detectada pelos sentidos e filtrar todas as informações
recebidas. Por meio dela, ainda é possível selecionar qual deve ser o foco da
atenção dando significado as experiências permitindo respostas adaptativas.
Quando este sistema não funciona da forma como se espera, a maneira
da pessoa sentir o mundo fica comprometida e esta tem dificuldade para
entender o que está a sua volta ou interagir de maneira eficaz com o que a
rodeia.
As pessoas com este transtorno sentem o mundo de forma diferente,
para algumas como é o caso dos autistas tudo pode ser com mais intensidade
e já para outras, as percepções podem ocorrer com menos intensidade. Nestes
casos, os indivíduos com este transtorno, necessitam de um programa de
estimulação sensorial, para que o cérebro possa se reorganizar novamente.
20
Para que esta estimulação ocorra, um ambiente deve ser preparado e
pessoas especializadas devem estar engajadas a fim de proporcionarem a esta
pessoa, autonomia, independência e qualidade de vida. O ambiente deve
favorecer a busca sensorial e para isso é necessário que este seja
aconchegante, organizado, motivador, alegre, rico em materiais e
equipamentos versáteis e variados, que possam ser manipulados e utilizados
com segurança (GRACIANI; MOMO; SILVESTRE, 2009).
Os atendimentos podem acontecer de forma individual ou grupal, fica a
critério de quem irá desenvolver o trabalho, do que ele tem a sua disposição e
das necessidades específicas de cada pessoa.
Hoje o universo da estimulação conta com vários recursos alguns muito
caros e sofisticados outros que podem até mesmo ser construídos em casas ou
apartamentos, como veremos a seguir.
1.1 Jardim sensorial Os jardins sensoriais primeiramente foram pensados para contribuir com
o desenvolvimento da pessoa com deficiência visual. Posteriormente percebeu-
se que seus benefícios poderiam contribuir com o desenvolvimento de pessoas
que precisam ser estimuladas sensorialmente.
Para Corrêa (2009, p. 35-36) “Além do benefício propiciado para
pessoas que apresentam diferentes deficiências (deficientes visuais,
surdocegos, deficientes motores com alteração de marcha, pessoas com déficit
cognitivo e de equilíbrio); o jardim pode beneficiar também pessoas que
necessitam de relaxamento e de contato com a natureza para aliviar o stress”.
Além de ser um lugar bonito e dinâmico que pode incluir uma proposta
de ação social, o jardim sensorial possibilita ainda ações terapêuticas e
projetos pedagógicos. É uma oportunidade para estimular o desenvolvimento
físico e psicológico, proporcionar o contato com a natureza, oferecer novos
espaços para a aprendizagem de cores e plantas, além de estimular o
equilíbrio e os sentidos da visão, audição, olfato, paladar e tato.
Tendo em conta este objetivo, Moore e Worden (2003) apresentam
algumas sugestões para estimular os sentidos, apresentados da seguinte
forma:
21
Para a estimulação das habilidades auditivas, poderão recorrer-se à
colocação de gaiolas com aves, sinos, fontes/quedas de água, colocar plantas
que com o vento produzam sons. Sugerem ainda que os caminhos sejam
revestidos com materiais que produzam som ao pisar.
Já para o estímulo do tato, poderão ser cultivadas plantas com folhas de
diferentes texturas, que sejam resistentes ao manuseamento frequente. O chão
do percurso poderá também ser revestido com diferentes materiais.
No que diz respeito ao olfato, indicam a plantação de ervas aromáticas
(chás, temperos e perfumes), devendo evitar-se que estes canteiros fiquem
muito próximos uns dos outros, ocorrendo a mistura de odores no ar.
Com relação ao paladar Moore e Worden (2003) orientam sobre a
utilização de plantas aromáticas, como também árvores de fruto ou
plantas/arbustos que produzam frutos, como por exemplo, morangueiros,
framboeseira e groselheira. Por fim, para a estimulação visual, poderão ser
cultivadas plantas de formas variadas, que produzam flores de cores e
formatos variados, como mostra a figura 1.
Figura 1: Modelo de jardim sensorial
Fonte: http://flores.culturamix.com/jardim/o-que-e-um-jardim-sensorial
No que concerne aos elementos que devam existir neste espaço, Moore e
Worden (2003) referem-se que em um jardim sensorial, além de plantas, é
22
importante incluir caminhos, bancos, pérgolas, muros, entre outros estímulos. Para a
construção dos caminhos, as autoras sugerem que se utilizem diferentes tipos de
materiais (pedra, madeira, galhos de árvores), os quais deverão variar ao longo do
percurso, como demonstra a figura 2.
Figura 2: Caminho sensorial
Fonte: http://flores.culturamix.com/jardim/o-que-e-um-jardim-sensorial
As pessoas com deficiência visual possuem dificuldades para entender e
construir interiormente o espaço que está a sua volta, daí a necessidade de
serem estimuladas precocemente para desenvolverem a autonomia e a
autoconfiança para ter uma vida com o máximo de independência possível
1.2 Sala sensorial
A Sala Sensorial ou Sala de Integração Sensorial é um ambiente
dinâmico e motivador, onde podem ser oferecidas atividades diversificadas que
promovam o desenvolvimento global da criança ou adulto que necessitam
dessa intervenção.
Geralmente são compostas por luzes, sons, muitas cores e texturas,
brinquedos, equipamentos de solos e suspensos, como ilustra a figura 3. Tudo
23
deve ser disposto de maneira que possa ser manipulado autonomamente pelas
pessoas, e explorado a fim de provocar o cérebro e estimulá-lo.
O ambiente desta sala deve ser aconchegante, favorável à exploração
para despertar a curiosidade das pessoas que são atendidas.
Figura 3: Sala sensorial
Fonte: http://www.clinicaludens.com.br
A APAE de Bauru, na busca de melhores possibilidades de oferecer um
atendimento diferenciado aos seus usuários, optou pelo método
Snoezelen/MSE. É um método multissensorial criado na década de 70, que
proporciona conforto, por meio de estímulos sensoriais controlados, que são
usados de forma individual ou combinada aos efeitos da música, notas, sons,
luz, estimulação táctil e aromas (SELLA, 2008).
Segundo VIEGAS (2003), o método Snoezelen, propicia um ambiente
multissensorialmente estimulante, onde os usuários podem relaxar e interagir
com as outras pessoas, experimentando sensações e objetos, no seu ritmo,
consoante à sua vontade e curiosidade. Os estímulos são dispostas em uma
sala sensorial como mostra a figura 4.
É um ambiente não-atemorizador pensado em proporcionar à criança, ou aos adultos, com deficiência de aprendizagem ou desenvolvimento uma experiência multissensorial. Uma combinação de sons, cheiros, luzes, vibrações e contato corporal, orientada para o prazer daqueles que o usam, longe da pressão do tratamento ou terapia dirigidos (VIEGAS 2003, p.62).
24
Figura 4: Sala Snoezelen
Fonte: http://tocaossentidos.blogs.sapo.pt/
O Snoezelen é uma das possibilidades de tratamentos disponíveis para
pessoas com deficiência múltipla grave, alterações no comportamento e nos
processos sensoriais e perceptuais. Por meio dessa estimulação e
manipulação do ambiente, ocorrem mudanças internas na pessoa, diminuindo
o comportamento inadequado, reduzindo o estresse e provocando mais
comportamentos adequados.
1.3 Brinquedos sensoriais
Os brinquedos são excelentes recursos para promover a estimulação
sensorial e contribuem para o desenvolvimento integral de uma criança, sem
contar que podem ser usados e confeccionados de maneira simples e
econômica.
Um material que estimula a visão, audição, tato, coordenação motora e
concentração, é a garrafa sensorial. Seu interior pode ser diversificado com
água ou gel que podem ter suas cores alteradas com corantes ou tinta. Pode
ser adaptado a necessidade presente e aos objetivos a serem desenvolvidos,
com este material pode-se explorar até as sensações térmicas basta aquecer a
água antes de usar ou então a garrafa um pouco no congelador.
25
Figura 5: Garrafas sensoriais
Fonte: https://catraquinha.catracalivre.com.br
Figura 6: Garrafas sensoriais
Fonte: https://catraquinha.catracalivre.com.br
A parede e tapete sensorial, são materiais ricos para estimular as
sensações e percepções, além de desenvolver a coordenação motora fina.
Podem ser confeccionados com os mais diversos materiais: rolhas, pompons,
peças sonoras, barbante, lixas, algodão, lã, tecidos, pedras, grãos em geral e
papéis com as mais diversas texturas. O tapete desenvolve a sensibilidade tátil
plantar, através da estimulação somatosensorial (CARVALHO; ANTUNES;
VICENTINI, 2005).
26
Figura 7: Painel sensorial
Fonte: https://catraquinha.catracalivre.com.br
Figura 8: Tapete sensorial
Fonte: : https://catraquinha.catracalivre.com.br
Os bonecos e a luva sensorial, podem ser usados para estimular o tato e
a visão. São construídos com bexiga, seu interior pode ser preenchido com:
arroz, feijão, areia, farinha de trigo, milho, talco, algodão, pompons, como
ilustra a figura 9.
27
Figura 9: Luvas sensoriais
Fonte: http://www.mamadeiradobebe.com.br
Todos esses materiais expostos apresentam características que
garantam que a atividade sensorial ocorra, assim toda tarefa ou atividade que
forneça estímulos sensoriais, são captados por receptores dos sistemas
responsáveis pela função em questão. Porém tudo aquilo que for ofertado,
demanda planejamento e organização do comportamento adequado ao
contexto que esteja trabalhando, a fim de se promover as respostas adequadas
(MOMO; SILVESTRE; GRACIANI, 2012).
Dessa forma, esta pesquisa vem para contribuir com os profissionais
que atuam na área da Educação Especial e Inclusiva, com ferramentas de
apoio para o trabalho lúdico e direcionado para potencializar as habilidades de
cada criança, assim como favorecer a ampliação de metodologias funcionais.
28
CAPÍTULO III
A PESQUISA
1 PROCEDIMENTOS INICIAS
Este trabalho compreende uma pesquisa descritiva, realizada no período
de maio a novembro de 2017, no Núcleo de Apoio Integrado ao Atendimento
Educacional Especializado “Elizabeth Guedes Chinali”.
O Núcleo atende 80 alunos com algum tipo de deficiência, seja física,
auditiva, visual, intelectual, múltipla, Transtorno do Espectro do Autismo e Altas
Habilidades, todos regularmente matriculados na rede municipal de Lins, nas
diversas escolas, desde a Educação Infantil - Modalidade Creche e Séries
Iniciais, além de Oficinas de Inclusão de Jovens e Adultos.
Ainda com o propósito de oferecer possibilidades de aprendizagem
àqueles que por motivos de saúde estão impedidos de frequentar a escola
regular, a Secretaria Municipal de Educação disponibiliza Professor de
Educação Especial para Atendimento Domiciliar.
O Núcleo conta com professores especializados, terapeuta ocupacional,
fisioterapeuta, psicólogos, fonoaudióloga, educador físico e musico terapeuta,
sendo estes profissionais efetivos, ou através de convênio entre Prefeitura e
APAE e entre Prefeitura e UniSALESIANO. Os alunos recebem atendimentos
individuais ou em grupo, por área de especialidade ou interdisciplinar, após
serem avaliados por uma equipe multidisciplinar.
1.1 Procedimento de coleta de dados
Os procedimentos dessa pesquisa foram divididos em duas etapas,
descritas a seguir:
1.1.1. Primeira etapa- reunião com os profissionais do núcleo
A Equipe Multidisciplinar do Núcleo, durante reuniões de discussão de
casos dos alunos, ao elaborar os objetivos e metas a serem alcançados no
decorrer dos atendimentos, buscando oferecer recursos lúdicos e atraentes
que resultassem em aprendizado significativo, de forma que tais recursos
29
pudessem ser utilizados nas diferentes áreas de atendimentos em seus
variados objetivos e formas de intervenções, optou por construir painéis
sensoriais.
Foi observado o perfil dos alunos em suas necessidades e habilidades,
bem como o campo de interesse em relação a brinquedos e personagens.
Cada profissional elencou os objetivos específicos de sua área de atendimento
e demanda de intervenções.
1.1.2 Segunda etapa- Definição da estrutura dos painéis
Os profissionais por área de atendimento apresentaram sugestões da
composição destes painéis e em conjunto com a Fabiana Sayuri Sameshima,
coordenadora do Projeto de Extensão do Unisalesiano, na área de Pedagogia,
Júlio César Sancho Santos, professor de informática responsável pelo setor de
Tecnologia Assistiva e equipe gestora do Núcleo, definiram a composição de
cada painel, a partir das possibilidades de montagem de acessórios que
possibilitem o acesso de todas as crianças oferecendo recursos acessíveis,
assim como materiais de baixo custo, utilizando materiais de diferentes
características (cor, textura, tamanho, forma, intensidade de luz).
A Equipe gestora, após definição destes painéis, buscou parcerias e
voluntários para confecção destes painéis. A pesquisadora entrou como
parceira do projeto e ficou responsável pela pintura de todos os painéis.
Nesta etapa, a pesquisadora participou de reuniões com a coordenadora
do projeto de extensão, para obter conhecimento dos painéis e discutir sobre
procedimentos para a pintura de cada um deles. Assim, foi necessário
conhecer a estrutura, composição e objetivos de cada painel, que serão
descritos a seguir.
Painel 1- Diversão no parque
Este painel tem por objetivos: trabalhar contação de histórias,
explorando aspectos da linguagem oral e escrita; desenvolver os elementos da
psicomotricidade: coordenação motora grossa/fina, noção espacial, temporal;
favorecer aspectos cognitivos (atenção, concentração, memória, abstração,
30
percepção, imaginação e criatividade), e trabalhar compreensão e
interpretação de história, assim como o reconto.
A composição inclui pintura na madeira de um parque ao ar livre
contendo sol, lua, estrelas, grama, árvore e um prédio. Além da pintura, objetos
concretos em miniaturas fazem a composição do painel (escorregador,
balanço, banco e gangorras de madeira, bonecos de pano, bexigas).
No sol e na lua, adição de um sensor dimer que controlará a intensidade
da luz. Nas estrelas luzes pisca-pisca serão monitoradas por interruptores
liga/desliga, assim como as luzes do prédio. Para finalizar o cenário, gramas
sintéticas serão dispostas na base inferior do painel
Painel 2 - Faz de conta
Os objetivos do painel são: trabalhar conteúdos vivenciados pela criança
em seu ambiente familiar; e avaliar dinâmica familiar e aspectos de interação
com o outro.
Em sua composição terá a representação em plano 3D de uma mini
casa de madeira composta por: três quartos, uma sala, uma cozinha e um
banheiro.
Uma casa montada com móveis em miniaturas de acordo com o
contexto de cada ambiente, com dois andares, sendo acomodado no térreo a
sala, a cozinha e o banheiro e no primeiro andar os três quartos.
Para o acesso ao primeiro andar estará disponível uma escada em
madeira, assim como um elevador construído com o auxílio de motor. Para
complementar a casa, serão instalados interruptores de luzes independentes
em cada cômodo, e uma campainha sem fio.
A representação da família dar-se-á por meio de bonecos de pano
combinados em pai, mãe, bebê, filho, filha, avô, avó, e um cachorro. Fará parte
do painel, caixa com vários bonecos com diferentes características
representando as diversas raças e outros animais de estimação.
A pintura escolhida foi um cenário de uma rua, composta de casas,
carros, postes, muros e árvores.
Painel 3 - A fazenda
31
Os objetivos elencados para este painel foram: trabalhar habilidades
auditivas; desenvolver a linguagem oral; trabalhar habilidade semântica;
habilidade pragmática; pareamento auditivo e visual; adequação do inventário
fonética-fonológica; e motricidade oral.
A pintura será baseada em um cenário de fazenda contendo: celeiro,
plantação, pasto, sol, cerca e moinho de vento. Além da pintura, objetos
concretos em miniaturas farão a composição do painel, como vários animais
(galo, gato, cavalo, ovelha, vaca, galinha, cachorro, porco, pássaro, pato.
No sol será adicionado um sensor dimer que controlará a intensidade da
luz, no celeiro será acoplado um galo dos ventos ou um cata-vento. Para a
finalização, uma porteira será confeccionada em madeira com sistema para
abertura e fechamento manual.
Painel 4 - Castelo dos heróis
Este painel tem por objetivos: trabalhar força muscular; amplitude de
movimento; adequação tônica; expansão pulmonar; coordenação motora; e
equilíbrio.
A ideia é pintar na madeira um castelo, uma ponte e um rio. Além da
pintura, objetos concretos em miniaturas farão a composição do painel
(miniaturas de super-heróis, ponte suspensa, martelo, porta, cordas, correntes
e elásticos).
Foi pensado na construção de uma ponte suspensa com fio de ferro em
toda sua extensão, com um sensor de contato integrando luz e som.
Painel 5 - Concerto musical
Este painel tem por objetivo estimular a discriminação auditiva e a
expressão sonoro-musical; tocar, identificar e explorar em cada instrumento
musical as propriedades sons: altura, timbre, intensidade e duração;
desenvolver e ampliar a coordenação motora fina e grossa executando
instrumentos de sopro, corda e percussão; e apreciar a sonoridade de cada
instrumento musical
Para a composição do painel será pintado a representação de um palco
de concerto musical, composto por cortinas e uma plateia para compor o
ambiente do cenário. Além da pintura, instrumentos musicais como violino no
32
tamanho de 1/8, teclado infantil Casio AS 46, pandeiro infantil madeira pele
animal 6 polegadas, flauta doce Germânica YRS 23 e cavaquinho infantil,
finalizam o painel.
Painel 6– Biblioteca dos desafios
Trabalhar o raciocínio lógico, sequência de fatos, leitura, interpretação
de textos e habilidades cognitivas, integram os objetivos deste painel.
A composição do painel priorizará a pintura do ambiente de uma
biblioteca, com prateleiras cheias de livros. Nichos de madeira serão anexados
ao painel e diversos livros sensoriais e jogos pedagógicos completarão este
material.
1.2 Resultados
A elaboração e confecção dos painéis estão intimamente ligadas ao
funcionamento dos diferentes sistemas sensoriais (tátil, visual, auditivo) e que
de forma lúdica e contextualizada poderão trazer aos alunos uma forma
eficiente e participativa de aprender conhecimentos básicos para melhor
compreensão de tarefas que exijam raciocínio lógico, compreensão, percepção
e discriminação visual e auditiva.
Por meio dos painéis é possível trabalhar a sensibilidade para perceber
temperatura (sensação de quente e frio), textura (áspero e macio, entre outras)
e tamanho dos objetos.
Outra habilidade a ser trabalhada com o uso dos painéis é o
reconhecimento dos sons, assim como a discriminação, identificação e reação
aos sons.
Desenvolvimento das habilidades de movimento, equilíbrio, coordenação
motora global e fina, óculo-manual, preensão e força muscular, também podem
ser trabalhadas com os alunos, por meio de atividades lúdicas e motivadoras,
assim como a posição do nosso corpo no espaço, a noções de peso, pressão,
alongamento e mudança de posição.
A idealização do presente trabalho só foi possível, graças as parcerias e
patrocínios, que permitiram que os painéis pudessem ser confeccionados.
Sendo assim, a construção de cada painel se deu gradativamente devido ao
33
custo dos materiais utilizados em cada painel e o período de chegada de cada
material solicitado.
Todas as madeiras que serviram de base para a construção dos painéis,
assim como o restante dos materiais, foram doações, com medidas, cores e
diferentes materiais. Sendo assim foi necessário preparar essas madeiras de
modo que todas atingissem o mesmo aspecto, a princípio fundo branco.
Os materiais utilizados para as pinturas foram, pincéis de cinco
tamanhos diferentes, um rolinho, espuma, pratos para misturar as tintas, um
pano para que os pincéis fossem secos, palito de churrasco e tintas nas cores
vermelho, amarelo, verde, azul, marrom, rosa e preto.
No quadro 1, é possível observar os procedimentos para a pintura de
cada painel.
Quadro 1: Procedimentos adotados para a pintura dos painéis.
Painel Data de início
Procedimentos para pintura Data de término
1-DIVERSÃO NO PARQUE
02/06/2017 Esboço do desenho na madeira, testagem de tinta e pintura.
06/06/2017
2- FAZ DE CONTA
22/06/2017 Esboço do desenho em papel, transposição do desenho para o painel, testagem de tinta e pintura.
06/11/2017
3- A FAZENDA
07/09/2017 Esboço do desenho em papel, transposição do desenho para o painel, testagem de tinta e pintura.
15/09/2017
4- CASTELO DOS HERÓIS
08/06/2017 Esboço do desenho em papel, transposição do desenho para o painel, testagem de tinta e pintura.
16/06/2017
5- CONCERTO MUSICAL
19/10/2017 Esboço do desenho em papel, transposição do desenho para o painel, testagem de tinta e pintura.
10/11/2017
6-BIBLIOTECA DOS DESAFIOS
06/10/2017 Esboço do desenho em papel, transposição do desenho para o painel, testagem de tinta e pintura.
10/112017
Fonte: elaborado pela pesquisadora, 2017
O mais simples a ser pintado foi o painel 1, porém o mais difícil por ter
sido o primeiro e com exceção dos outros, este painel foi desenhado direto na
madeira, como demonstra a foto 10. Seu cenário composto por uma lua e
estrelas, um sol, uma árvore e um prédio. Após ter sido desenhado na madeira,
foi feito testagem de tinta, mistura de tintas para a fabricação de novas cores, e
este painel foi concluído em três dias.
34
Figura 10: Pintura do painel 1
Fonte: Da própria autora, 2017.
O painel 4 foi o mais difícil a ser executado. Iniciou-se com o desenho de
um esboço em papel, para que depois fosse transpassado para a madeira,
conforme foto 11. Foi desenhado um castelo, uma ponte, um rio e outros
elementos que dessem sentido a paisagem.
Após este procedimento, foram realizadas testagem de tinta, muitas
modificações de cores e mudanças feitas no desenho do castelo ao longo do
processo, para dar início a pintura.
Uma das principais dificuldades deste painel além do desenho, foi tentar
imaginar todos os estímulos, tamanho, suas posições e tentar fazer tudo ficar
harmônico mesmo o tendo só em mente, sem a possibilidade de usar os
objetos concretos que fazem a composição do painel, pois os mesmos ainda
não haviam sido comprados. O painel foi concluído em sete dias, e a figura 12,
demonstra sua fase de finalização.
Foto 11: Desenhando o cenário do painel 4
Fonte: Da própria autora, 2017.
35
Figura 12: Finalização do painel 4
Fonte: Da própria autora, 2017.
O painel 2 foi o mais demorado a ser concluído, foram quase quatro
meses para ficar pronto. Exigiu muita criatividade, pois era necessário criar um
cenário para que a casa 3D não ficasse no meio do nada. Sendo assim foram
muitos rascunhos na tentativa de obter um bom cenário.
A casa em 3D foi analisada, medida e disposta sobre painel para que
fosse possível deixar demarcado o espaço destinado a casa, para verificar a
disponibilidade de sobras de espaços para a pintura dos estímulos necessários
para a composição do cenário.
Depois do desenho ter sido elaborado e transposto para a madeira,
foram muitas as testagens de tintas para a pintura e inúmeras mudanças de
cores até que o painel pudesse ficar pronto. O cenário foi constituído de uma
praça, ruas, uma casa, prédios ao fundo e um carro colocado a pedido de um
aluno atendido pelo Núcleo.
Figura 13: Pintura do painel 2
Fonte: Da própria autora, 2017
36
Figura 14: Pintura do painel 2
Fonte: Da própria autora, 2017
Para o painel 3, A fazenda, feito o desenho no rascunho, em seguida
transposto para a madeira. Este painel foi composto por um celeiro, um pasto,
uma plantação, o sol, cerca e moinho de ventos.
Concluído em quatro dias e muito questionado entre a equipe de como
seriam organizados os estímulos de forma em que pudessem garantir sua total
eficácia a todos os seus usuários.
A princípio seriam pintados animais e sua respectiva alimentação, mas
para que pudesse atingir o objetivo proposto e o tornar mais sensorial,
substituiu-se a pintura por animais em miniatura e alimentos de diversas
texturas.
Outra modificação a ser realizada, foi a porteira, que também deixou de
ser pintada, conforme ilustra a figura 15, para ser substituída por uma porteira
confeccionada com palitos de sorvete, para pudesse ser manipulada pelos
usuários, favorecendo o trabalho de conceitos de abrir e fechar, dentro e fora,
preensão e amplitude de movimento.
A pintura finalizada do painel, pode ser vista na figura 16.
37
Figura 15: Pintura do painel 3
Fonte: Da própria autora, 2017
Figura 16: Finalização da pintura do painel 3
Fonte: Da própria autora, 2017
O Concerto Musical que perfaz o painel 5, passou pelo processo do
desenho do esboço em papel e transposição para a madeira. Este painel foi
composto por um palco com cortinas e plateia.
Após a testagem das tintas, o mesmo foi concluído em dez dias. Devido
ao tamanho dos instrumentos e disposição dos mesmos foram necessários
38
fazer alterações na pintura, estendendo a finalização do painel pela dificuldade
para obter a tonalidade necessária para tais alterações.
Figura 17: Finalização da pintura do painel 5
Fonte: Da própria autora, 2017.
O projeto painéis sensoriais foi uma iniciativa do Núcleo, que teve por
objetivo ampliar as possibilidades de acesso ao conhecimento de alunos da
Educação Especial, oferecendo maior autonomia e condições de aprendizagem
por meio de recursos acessíveis, desafiadores, estimuladores e criativos.
Os painéis foram idealizados pela equipe do núcleo, pensando- se em
uma ferramenta de intervenção na busca de aquisição e aprimoramento de
novas habilidades e capacidades, para proporcionar diversas atividades com
diferentes funções, explorando os vários sistemas sensoriais.
A utilização dos painéis contribui para a garantia do direito de brincar a
todas as crianças, respeitando os ritmos e a individualidade de cada uma.
Vale ressaltar que sem o auxílio de parceiros e a participação da
pesquisadora na pintura dos painéis, a realização destes painéis não seria
39
possível, tendo em vista que os materiais utilizados demandaram custos altos,
muito tempo disponível para a execução, sendo necessário adaptar materiais
que haviam disponíveis para a construção de cada painel.
Após a pintura dos painéis, a pesquisadora auxiliou a equipe do núcleo,
na montagem dos mesmos e na inauguração realizada no dia 24 de novembro
de 2017. A seguir, fotos dos painéis finalizados.
Figura 18: Painel 1 Diversão no parque
Fonte: Da própria autora, 2017.
Figura 19: Painel 2 Faz de conta
Fonte: Da própria autora, 2017.
40
Figura 20: Painel 3 A Fazenda
Fonte: Da própria autora, 2017
Figura 21: Painel 4 Castelo dos heróis
Fonte: Da própria autora, 2017
O olhar pedagógico da pesquisadora contribuiu de forma positiva no
projeto, buscando oferecer recursos lúdicos e atraentes que resultassem em
aprendizado significativo, de forma que tais recursos possam ser utilizados nas
diferentes áreas de atendimentos em seus variados objetivos e formas de
intervenções.
Os painéis serão utilizados pelo público do núcleo a partir de fevereiro
de 2018.
41
Figura 22: Painel 5 Concerto musical
Fonte: Da própria autora, 2017.
Figura 23: Painel 6 Biblioteca dos desafios
Fonte: Da própria autora, 2017.
42
CONCLUSÃO
O desenvolvimento desta pesquisa permitiu elencar a importância de
dois aspectos. O primeiro, tendo em vista que a estimulação é parte
fundamental para o bom desenvolvimento cognitivo, físico, emocional e afetivo
da criança, comprovado teoricamente no decorrer do trabalho, a confecção dos
painéis sensoriais vem ao encontro da necessidade de atender aqueles que
possuem algum tipo de deficiência, e promover o ganho de habilidades
imprescindíveis para o contato com o mundo que o cerca, por meio de órgãos
do sentido. Como já discutido nos capítulos anteriores, o desenvolvimento é um
processo de mudanças substanciais e interligadas, das quais necessitam um
olhar mais elaborado para as pessoas que possuem algum tipo de transtorno
sensorial.
Um trabalho multidisciplinar e o envolvimento de profissionais
comprometidos fizeram toda a diferença para os resultados obtidos.
Porém o uso dos painéis e sua eficácia só serão alcançados quando
associados a estratégias que possam ser utilizadas nas diferentes áreas de
atendimentos em seus variados objetivos e formas de intervenções adequadas
às capacidades e habilidades de cada aluno atendido. Só assim, repercutirão
na vida destas pessoas em diferentes perspectivas cognitivas, sociais,
emocionais e culturais possibilitando a eles uma melhor qualidade de vida.
O segundo aspecto a ser levado em conta é a importância que esta
pesquisa proporcionou a pesquisadora que pôde paralelamente conciliar teoria
e prática agregando valores e conhecimento a sua formação.
43
REFERÊNCIAS
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