Fenologia da macieira, cv. 'Condessa' no vale de São Francisco
51 Pragas da Macieira - Afídeos ou Piolhos de Macieira · PRAGAS DA MACIEIRA AFÍDEOS ou PIOLHOS...
Transcript of 51 Pragas da Macieira - Afídeos ou Piolhos de Macieira · PRAGAS DA MACIEIRA AFÍDEOS ou PIOLHOS...
PRAGAS DA MACIEIRA
AFÍDEOS ou PIOLHOS d a M A C I E I R A
PRAGAS DA MACIEIRA
AFÍDEOS ou PIOLHOS d a M A C I E I R A
Autor
Carlos Coutinho - Agente Técnico AgrícolaDivisão de Protecção das Culturas
Propriedade: D.R.A.E.D.M.
Edição e distribuição:Div. Doc. Inf. e Relações Públicas
Edição on-line (2006)
f i c h at é c n i c a 51
M i n i s t é r i o d a
A g r i c u l t u r a
do Desenvolvimento
Rural e das Pescas
,DRAEDMDirecção Regionalde Agricultura deEntre-Douro e Minho
Ramo de macieira atacado por piolho cinzento
(Disaphis plantaginea) (foto: M. Aboim Inglez). Este
afídeo é o que mais graves danos pode causar à
macieira, sobretudo pelas deformações causadas
nos frutos, impedindo o seu desenvolvimento
normal. Se este afídeo for encontrado no pomar,
deve ser feito um tratamento antes da floração,
(estado de botão de rosa). Se a praga não tiver sido
eliminada, deve ser realizado outro depois da
floração, utilizando, em ambos os casos, um
produto aficida específico. Estes dois tratamentos
são normalmente suficientes para controlar os
ataques de piolho cinzento. Porém, deve sempre
vigiar-se o pomar e verificar se não há novas
infestações.
Frutos deformados por ataque de piolho cinzento
(foto: M. Aboim Inglez).
Folha com piolho verde da macieira (Aphis pomi).
Este afídeo provoca a deformação das folhas e dos
rebentos (foto: Mouta Faria).
Nota: As fotografias reproduzidas nesta Ficha são ampliadas, mas nem todas na mesma escala.
Ramos com pulgão lanígero (Eriosoma lanigerum). É
frequente nas feridas da casca, no tronco e nos
ramos mais grossos, mas também ataca os ramos
novos das pontas (fotos: M. Aboim Inglez e M. Faria).
Colónia de pulgão lanígero parasitado. Este afídeo,
em pomares onde se não façam tratamentos muito
intensos, é bem controlado por um pequeno
insecto útil (Aphelinus mali) (foto: C. Coutinho).
Pode-se dar uma volta pelo pomar e, observando as colónias de pulgão lanígero, ter o cuidado de
verificar se há alguns afídeos que já perderam o “algodão” que os cobria e se têm um pequeno furo na
carapaça. Isso significa que há no pomar himenópteros parasitas e que não é necessário fazer tratamentos,
pois as colónias deste afídeo serão destruídas pelo referido insecto útil. Os tratamentos contra o pulgão lanígero
devem ser limitados aos dois terços inferiores da árvore, permitindo que os insectos úteis sobrevivam.
INSECTOS ÚTEIS OU AUXILIARES
Predadores: caçam e comem os outros
Os afídeos são comidos e parasitas por muitos
insectos úteis predadores e parasitas. Para proteger
os insectos úteis no pomar dever-se-ão reduzir ao
mínimo os tratamentos insecticidas, utilizando
mesmo assim produtos pouco agressivos e
específicos. Os pomares onde existem plantas
espontâneas e maciços de vegetação natural nas
proximidades, têm normalmente maior variedade
de insectos úteis. Podem ainda ser plantadas sebes
de arbustos, pois estes são locais de abrigo,
reprodução e hibernação de alguns insectos úteis e
também de aves e mamíferos que contribuem para
o controlo de afídos e de outras pragas.
Joaninhas: Existem muitas espécies diferentes de
joaninhas que se alimentam de afídeos. A mais
conhecida é a de asas vermelhas com 7 pontos
negros, mas há outras por vezes muito pequenas,
cujas larvas destroem os afídeos.
Três espécies de joaninhas. Durante a sua curta
vida, uma só joaninha come mais de 500 afídeos
(fotos: ACTA).
Esquerda: Ovos de joaninha. Direita: larva de
joaninha (fotos: ACTA).
Esquerda: Joaninha adulta. Direita: Ninfa (fotos:
ACTA).
Sirfídeos: São insectos de cores vivas, parecidos com vespas. As larvas destes insectos comem grandes
quantidades de afídeos.
Esquerda: Os ovos dos sirfídeos encontram-se
muitas vezes junto das colónias de afídeos. Direita:
Larva de sirfídeo comendo um piolho (fotos: ACTA).
Esquerda: Pupas de sirfídeo. Direita: Sirfídeo adulto
(fotos: ACTA).
Antocorídeos: Caçam e comem grandes
quantidades de afídeos, ácaros e pequenas larvas
de insectos prejudiciais.
Esquerda: Larva de antocorídeo. Direita: adulto
(fotos: ACTA).
Crisopas: As mais conhecidas têm cores brilhantes,
verde ou azulado. As suas larvas alimentam-se
sobretudo de afídeos, mas comem também ácaros
e outros pequenos insectos.
Crisopa verde adulta (foto: ACTA).
Ovos de crisopa na extremidade de um filamento
(pedicelo) (fotos: ACTA).
Larva de crisopa comendo um afídeo (foto: Revue
Suisse Vitic. Arboric. Hortic.).
Cecidómias: insectos minúsculos (2,5 mm), quase só
visíveis com uma lupa. As larvas, cor-de-laranja,
encontram-se com frequência nas colónias de
afídeos, de que se alimentam.
Larva de cecidómia (cor-de-laranja) numa colónia
de afídeos, alguns dos quais devorados por este
predador (foto: ACTA).
Piolhos parasitados: Alguns insectos (Himenópteros) muito pequenos, põem os ovos dentro ou sobre o corpo dos
afídeos. Ao desenvolver-se, o insecto parasita come o interior do corpo do afídeo, matando-o. Completado o
seu desenvolvimento, faz um buraco na carapaça do afídeo morto e sai.
Parasitas: vivem no corpo dos outros.
Insecto parasita pondo um ovo no corpo de um
afídeo (foto: ACTA).
Afídeos parasitados, vendo-se a abertura de saída
do parasita (foto: C. Coutinho).
Aves insectívoras: Chama-se a atenção para a protecção das aves insectívoras que vivem nos pomares e na
sua vizinhança, pois muitas delas comem afídeos e muitos outros insectos prejudiciais.