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Inclusão digital Notas de aula Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Instituto de Ciências Exatas e Informática Disciplina: Computadores e Sociedade Profa. Eliane Cristina de Freitas Rocha 1 sem 2012

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Inclusão digital

Notas de aula

Pontifícia Universidade Católica de Minas GeraisInstituto de Ciências Exatas e InformáticaDisciplina: Computadores e SociedadeProfa. Eliane Cristina de Freitas Rocha1 sem 2012

Importância – Inclusão digital Importância da inclusão digital (Bogliolo et al, 2008)

“Para Schwarzelmüller, o papel mais mportante da inclusão social é sua utilidade social e não apenas ensinar a utilizar o computador propriamente dito”

“Barreto (1994) - paralelo com a pirâmide de Maslow. (Silva et alli, 2005, p. 28) Informação utilitária é aquela utilizada para suprir

necessidades básicas de indivíduos ou grupos. Caracteriza-se por responder questões relacionadas à alimentação, habitação, vestuário, saúde, educação etc.

A informação contextual é aquela requisitada por indivíduos ou grupos que buscam esse tipo de informação como garantia de permanência para os diversos contextos dos quais participam – profissional, comunidade etc”.

Informação seletiva: utilizada para suprir interesse livre do indivíduo.

Sem “cidadãos digitais”, não há “governo eletrônico” (SILVA et al, 2005, p. 29)

Contexto Inclusão digital como novo ethos (morada, dimensão

normativa, espírito) ético e sociopolítico. Sociedade da informação ou sociedade do conhecimento,

que privilegia o saber perante o fazer ... sucesso pessoal e social se deve à aprendizagem contínua (círculo virtuoso de produção de conhecimento).

Ethos: costumes sociais se tornam internalizados pelo indivíduos e naturais (espírito do povo, atitude moral básica do homem individual e social). Ética: Discurso racional sobre o ethos.

Espírito do povo relacionado ao espírito do seu tempo.

Contexto Ponto de vista de Silva et al (2005)

Ética e cidadania Educação para informação por via digital

A inclusão digital deve ser vista sob o ponto de vista ético, sendo considerada como uma ação que promoverá a conquista da “cidadania digital” e contribuirá para uma sociedade mais igualitária, com a expectativa da inclusão social (SILVA et al, 2005, p.30).

Ética, cidadania Ética

A ética provoca a reflexão de idéias e propõe valores (Hack)

Comportamento humano Cidadania conduz à prática social responsável e o

envolvimento solidário (Gouveia). Ética é construída

Cidadania O que importa na formação dos cidadãos, sob essa

perspectiva, é que sejam capazes de ser construtores de significados. (SILVA et al, 2005, p. 31?)

Cidadania é conquista, resultante da experiência histórica que remete à antiguidade grega

Relação entre iguais e destes com o poder Sujeitos portadores de direitos e deveres na vida pública Participação na vida pública; igualdade sociopolítica

Fonte: Silva et al (2005)

Ética, cidadania Tecnologias digitais, ética e cidadania

Colocar as tecnologias a serviço da ética Responsabilidade sociopolítica das aplicações das

ferramentas desenvolvidas pela tecnociência Potencialidade de uso das ferramentas para

construção de sentido pelas pessoas (ajuda na formação para efetiva participação na vida política)

Auxílio no processo educativo formal e informal Livre acesso à informação sobre direitos e deveres “Ser informado é ser livre” (Wiener)

Informação como produto e bem social Falta de cidadania --- leva à tutela e assistência

Fonte: Silva et al (2005)

Ética, cidadania Tecnologias digitais, ética e cidadania

Sociedade tecnológica é filha da ciência moderna e da tecnologia, mas a ciÇência não possui respostas para os problemas éticos e sociais que cria

“inclusão digital é um processo que deve levar o indivíduo à aprendizagem no uso das TICs e ao acesso à informação disponível nas redes, especialmente aquela que fará diferença para a sua vida e para a comunidade na qual está inserido” (p.32) ... (não só acesso, mas também produção de conteúdos)

Fonte: Silva et al (2005)

Inclusão digital Problematização Exclusão digital não se manifesta somente

em comunidades carentes Inclusão digital não é sinônimo de

ocupação de lugar no ciberespaço (criação de websites por comunidades carentes)

Inclusão digital -> alfabetização digital “funcional” -> práticas sociais significativas de uso da tecnologia

Inclusão digital Problematização Prática significativa: o propósito e apropriação é

ditado pelos grupos sociais (bom? Imposição de necessidades?)

Letramento – domínio do processo através do qual os significados culturalmente significativos são codificados

Alfabetização X Alfabetização funcional Alfabetização digital X Alfabetização digital

funcional

Inclusão digital Problematização Alfabetização digital: processo de apreensão da

lógica de construção de mensagens no meio eletrônico, do princípio de funcionamento das máquinas digitais Universo computacional (interfaces gráficas, sistemas

operacionais, recursos básicos do hardware) Programas de escritório (Office) Domínio dos recursos do ciberespaço (navegação e

comunicação) Apropriação ativa dos recursos acima – resolução de

problemas cotidianos com os aplicativos e “ocupação” do ciberespaço

Educação e inclusão digital Alfabetização digital

Capacitação para uso das tecnologias digitais (acesso; nível operatório)

Letramento digital Capacidade de utilização das tecnologias de

maneira crítica “saber utilizar as TICs, saber acessar informações por

meio delas, compreendê-las, utilizá-las e com isso mudar o estoque cognitivo e a consciência crítica e agir de forma positiva na vida pessoal e coletiva” (p.33)

Inclusão digital não é só uma questão de acesso!!! Problema não é falta de computadores, mas o “analfabetismo em informação”

Fonte: Silva et al (2005)

Educação e inclusão digital Alfabetização informacional

“Uma pessoa alfabetizada em informação seria aquela capaz de identificar a necessidade de informação, organizá-la e aplicá-la na prática, integrando-a a um corpo de conhecimentos existentes e usando-a na solução de problemas” (p.33).

Letramento informacional Domínio da linguagem (não é erudição)

Fonte: Silva et al (2005); Rocha (2011)

Educação e inclusão digital

Para ser competente em informação, uma pessoa deve ser capaz de reconhecer quando uma informação é necessária e deve ter a habilidade de localizar, avaliar e usar efetivamente a informação. Resumindo, as pessoas competentes em informação são aquelas que aprenderam a aprender. Elas sabem como aprender, pois sabem como o conhecimento é organizado, como encontrar a informação e como usá-la de modo que outras pessoas aprendam a partir dela.

Fonte: ALA, citada por Silva et al (2005)

Educação e inclusão digital

Competência informacional A competência liga-se à performance habilidosa

do sujeito em recuperar e fazer uso da informação (em qualquer formato, de qualquer fonte, inclusive se as fontes forem pessoas) em contextos significativos associada a uma atitude ética (o que inclui o respeito à propriedade intelectual, entre outras questões).

Fonte: Rocha (2011)

Educação e inclusão digital Importância da educação para a informação

(information literacy education) Fluência tecnológica depende da capacidade cognitiva do sujeito

e de suas habilidades interpessoais, mas a consciência crítica não é problematizada profundamente

Dimensão cognitiva: contato com a tecnologia “força” a leitura e a ferramenta pode ser explorada para o desenvolvimento (perspectiva “vygotskiana”)

Inclusão digital = letamento digital consciente (Dimensão social: formação da cidadania ) + fluência tecnológica (desenvolvimento cognitivo e desenvolvimento de habilidades interpessoais para uso da tecnologia)

Desafios de ordem social (autoconsciência e emancipação) e de ordem cognitiva e cultural.

Fonte: Silva et al (2005); Rocha (2006)

Inclusão digital

Digital divide – Fosso existente entre os que utilizam a tecnologia da informação e os que sequer têm acesso a elas

Ações de inclusão digital: “permitem à população sem acesso às novas tecnologias da informação e da comunicação passar a conhecê-las e aplicá-las de forma promover o desenvolvimento social” (ROCHA, 2005)

Warschauer (2002) – recursos físicos, digitais, humanos e suporte institucional são necessários para que aconteça a inclusão digital.

Information literacy, fluência tecnológica

Analfabeto digital: não conhece nem utiliza as tecnologias da informação e da comunicaçãoAnalfabeto digital funcional: possui conhecimentos vagos das tecnologias, tem dificuldades de usufruir de maneira produtiva de todos os seus recursos. Aquele que não é fluente em tecnologia.Fluência tecnológica: uso dos recursos tecnológicos disponíveis + capacidade de abstração do uso das tecnologias + antecipação das mudanças tecnológicas.

Information literacy, fluência tecnológica

Fluência tecnológica X information literacy Information literacy

Saber determinar uma necessidade de informação, saber manusear fontes de informação de forma efetiva e eficaz, solucionar problemas com o uso a da informação, aprender independentemente, aprender ao longo da vida, aprender a aprender, avaliar criticamente a informação, pensar logicamente e saber quando comunicar uma informação (BORGES, SILVA, 2005)

Information literacy é mais abrangente do que a fluência tecnológica

É mais abrangente que a alfabetização funcional ou letramento

Pontos de intersecção: aprender continuamente, ter capacidade de abstração para resolver problemas, pensar logicamente.

Ações de inclusão digital

“Três eixos fundamentais para as ações de inclusão digital (Schwarzelmüller):

1) Promoção de competência informacional;2) Ampliação dos serviços universais para a

cidadania;3) Desenvolvimento de conteúdos locais

trazendo linguagem, temas e discussões dos problemas regionais” (BOGLIOLO et al, 2008).

Níveis de inclusão

Ferreira e Dudziak (2004) - três níveis de inclusão Digital (visão tecnocrata): Habilidades para uso

do computador e para postar informação (sem avaliar a qualidade).

Informacional (visão cognitiva): capacidade de construir conhecimento.

Social (cidadania? --- desejável melhoria na qualidade de vida das pessoas).

Fonte: Bogliolo et al, 2008

Indicadores de inclusão

Indicadores de inclusão

Indicadores de inclusão

Referências bibliográficas ROCHA, Eliane C.F. Ensino de informática para jovens carentes. Avaliação

de uma experiência de alfabetização digital. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 28., 2005. Rio de Janeiro. Anais... São Paulo: Intercom, 2005. CD-ROM.

ROCHA, Eliane C. F. - Problematizando a inclusão digital In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO, 29., 2006. Brasília. Anais... São Paulo: Intercom, 2006. CD-ROM.

COSTA, Cristiano Xavier; ROCHA, Eliane C. F. O tempo e as inovações tecnológicas como fatores (des)favoráveis para a inclusão digital In: Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação, 8., 2007. Salvador. Anais... Brasília: ANCIB, 2007. CD-ROM.

SILVA, Helena et al. Inclusão digital e educação para a competência informacional: uma questão de ética e cidadania. Ci. Inf., Brasília, v. 34, n. 1, p.28-36, jan./abr. 2005.

SIRIHAL DUARTE, Adriana Bogliolo, et. al. Inclusão digital e competência informacional: proposta de abordagem metodológica para estudos de usuários da informação digital. In: VIII CINFORM - Encontro Nacional de Ensino e Pesquisa da Informação, 2008, Salvador. Anais do VIiI CINFORM, 2008.