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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS SÉTIMO SEMESTRE

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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

SÉTIMO SEMESTRE

Paraíso do Norte

2012

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1. Análise das Demonstrações Financeiras

A análise financeira de Balanço Patrimonial e DRE (Demonstração de Resultado do

Exercício) propiciam as avaliações do patrimônio da empresa e das decisões tomadas, tanto

em relação ao passado, como em relação ao futuro.

A análise de balanços objetiva, extrair, informações das Demonstrações Financeiras para a

tomada de decisões.

A análise financeira é uma ferramenta poderosa à disposição das pessoas físicas e jurídicas

relacionadas à empresa, como proprietários, acionistas, dirigentes, bancos, fornecedores,

clientes e outros. Matarazzo (1998)

“A meta, ora implícita, ora explícita, mas sempre presente, é chegar-se a avaliação em cada uma das técnicas expostas, visando a tomada de decisões.” Matarazzo (1998)

As informações que podem-se detectar em Análise de Balanços são:

Situação Financeira;

Situação econômica;

Desempenho;

Eficiência na utilização dos recursos;

Pontos fortes e fracos;

Tendência e perspectivas;

Quadro evolutivo;

Adequação das fontes às aplicações de recursos;

Causas das alterações na situação financeira;

Causas das alterações na rentabilidade;

Evidência de erros da administração;

Providências que deveriam ser tomadas e não foram; e

Avaliação de alternativas econômico-financeiras futuras.

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1.1. Metodologia da Análise

Segundo Matarazzo (1998), na maioria das ciências, o processo de tomada de decisões

obedece mais ou menos a seqüência observada abaixo:

FIGURA 6

As etapas apresentadas na figura acima resumem-se em:

1. extraem-se índices das demonstrações financeiras;

2. comparam-se os índices com os padrões;

3. ponderem-se as diferentes informações e chega-se a um diagnóstico ou conclusões;

4. tomam-se decisões.

2. Análise através dos Índices

Índice é a relação entre contas ou grupo de contas das Demonstrações Financeiras, que visa

evidenciar determinado aspecto da situação econômica ou financeira de uma empresa.

Os índices constituem a técnica de análise mais empregada. A característica fundamental dos

índices é fornecer visão ampla da situação econômica ou financeira da empresa. Servem de

medida dos diversos aspectos econômicos e financeiros das empresas permitindo construir um

quadro de avaliação da empresa. O índice financeiro é um alerta.

Por definição, um índice pode relacionar uma grandeza a outra qualquer as escolhas são

limitadas apenas pela imaginação. Para serem funcionais, devem ser entendidos tanto o

significado como as limitações do índice escolhido. Além disso, os índices não representam

um critério absoluto: eles servem melhor quando usados em combinações selecionadas para

Etapas: 1 2 3 4Escolha de Comparação Diagnósticoindicadores com padrão ou conclusões

Processo de tomada de decisão

ANÁLISE

Decisões

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apontar mudanças nas condições financeiras ou operacionais ao longo de vários períodos e

ajudam a ilustrar as oportunidades para a empresa analisada. Helfert (2000)

“Para fornecer uma estrutura coerente para os vários índices e medidas envolvidas, a discussão será baseada em três pontos de vista principais que podemos considerar na análise de desempenho financeiro. Existem muitos indivíduos e grupos diferentes interessados no sucesso ou fracasso de um determinado negócio, e os mais importantes são: Proprietários (investidores). Administradores. Fornecedores e credores.A direção da empresa, representada por administradores profissionais ou proprietários, é a mais próxima ao negócio do ponto de vista do dia-a-dia, além de ser responsável pelo seu desempenho a longo prazo. Os gerentes são responsáveis pela eficiência operacional, pela rentabilidade a curto e longo prazo, pelo emprego eficiente de capital, pela dedicação do pessoal e outros recursos, todos dentro de um contexto saudável de estratégias comerciais.A seguir, vêm os vários proprietários do negócio, que estão especialmente interessados na rentabilidade atual e de seus patrimônios líquidos. Eles normalmente esperam lucros crescentes, fluxos de caixa e dividendos que, combinados, aumentem o valor econômico de suas empresas.Por último estão os disponibilizadores de “recursos de terceiros”, fornecedores e credores, que emprestam fundos para o negócio por vários anos. Eles estão preocupados principalmente com a certeza do recebimento dos juros devidos a eles, com a capacidade da empresa de pagar o principal e com a disponibilidade de valores residuais de ativos específicos, que lhes darão uma margem de proteção contra seus riscos.” Helfert (2000, pag. 78)

Pode-se subdividir a análise das Demonstrações Financeiras em análise da situação financeira

e análise da situação econômica. Os índices da situação financeira, por sua vez, são divididos

em índices de estrutura de capitais e índices de liquidez, conforme o esquema seguinte.

PRINCIPAIS ASPECTOS REVELADOS PELOS ÍNDICES FINANCEIROS

ESTRUTURA

Situação Financeira

LIQUIDEZ

Situação Econômica RENTABILIDADE

Principais Aspectos Revelados pelos Índices Financeiros

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Apresenta-se em anexo um quadro resumo dos principais índices que devem ser utilizados na

análise de balanços. A quantidade de índices pode ser reduzida se o usuário desejar uma

análise superficial. Não é necessário que as análises contenham mais índices do que os do

Quadro em anexo apresenta.

Atuais técnicas de Análise de Balanços possibilitam grande número de informações sobre a

empresa. Merecem especial atenção os estudos sobre o uso de Análise de Balanços na

previsão de insolvência. Através destas tem-se podido chegar a alguns resultados objetivo

obre o grau de eficiência de certo índices de balanço na previsão de insolvência; com isso

têm-se atribuído diferentes pesos aos índices que representam a importância relativa de cada

índice. Assim, a técnica empírica de extração de índices de balanços ganhou embasamento

científico e teve a sua utilidade comprovada. Hoje, no entanto, sabe-se muito mais sobre o que

informa cada índice e quais são os índices mais importantes. Matarazzo (1998)

3. Descrição Detalhada dos Índices

Os índices desse grupo mostram as grandes linhas de decisões financeiras, em termos de

obtenção e aplicação de recursos.

3.1. Participação de Capitais de Terceiros: CT/PL (Endividamento)

Fórmula: Capitais de Terceiros x 100 Patrimônio Líquido

Indica: quanto à empresa tomou de capitais de terceiros para cada $ 100 de capitais próprio

investido.

Interpretação: quanto menor, melhor.

O índice de Participação de Capitais de Terceiros relaciona, portanto, as duas grandes fontes

de recursos da empresa, ou seja, Capitais Próprios e Capitais de Terceiros. É um indicador de

ESTRUTURA DE CAPITAIS

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risco ou de dependência a terceiros, por parte da empresa. Também pode ser chamado índice

de Grau de Endividamento. Mararazzo (1997)

Ainda de acordo com Matarazzo (1997), do ponto de vista estritamente financeiro, quanto

maior a relação Capitais de Terceiros/Patrimônio Líquido a liberdade de decisões financeiras

da empresa ou maior a dependência a esses Terceiros. Do ponto de vista de obtenção de lucro,

pode ser vantajoso para a empresa trabalhar com capitais de terceiros, se a remuneração para a

esses capitais de terceiros for menor do que o lucro conseguido com a sua aplicação nos

negócios.

Sempre que se aborda o índice de Participação de Capitais de Terceiros, está-se fazendo

análise exclusiva do ponto de vista financeiro, ou seja, do risco de insolvência e não em

relação ao lucro ou prejuízo.

3.2. Composição do Endividamento: PC/CT

Fórmula: Passivo Circulante x 100 Capitais de Terceiros

Indica: qual o percentual de obrigações de curto prazo em relação às obrigações totais.

Interpretação: quanto menor, melhor.

O passo seguinte, após se conhecer o grau de Participação de Capitais de Terceiros, é saber

qual a composição dessas dívidas. Uma coisa é ter dívidas de curto prazo que precisam ser

pagas com recursos possuídos hoje, mais aqueles gerados a curto prazo; outra é ter dívidas a

longo prazo, pois aí a empresa dispõe de tempo para gerar recursos para pagar essas dívidas.

3.3. Imobilização do Patrimônio Líquido: AP/PL

Fórmula: Ativo Permanente x 100 Patrimônio Líquido

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Indica: quanto à empresa aplicou no Ativo Permanente para cada $ 100 de Patrimônio

Líquido.

Interpretação: quanto menor, melhor.

Este índice mostra o quanto do Patrimônio Líquido a empresa investiu no Ativo Permanente o

restante corresponde ao Ativo Circulante, e esta parcela do Patrimônio Líquido é chamada de

Capital Circulante Próprio.

Assim, pode-se deduzir:

Onde:

CCP = Capital Circulante Próprio

PL = Patrimônio Líquido

AP = Ativo Permanente

As aplicações dos recursos do Patrimônio Líquido são mutuamente exclusivas do ativo

Permanente e do Ativo Circulante. Quanto mais a empresa investir no ativo Permanente,

menos recursos próprios sobrarão para o Ativo Circulante e, em conseqüência, maior será a

dependência a capital de terceiros para o financiamento do ativo Circulante.

O ideal em termos financeiros é a empresa dispor de Patrimônio Líquido suficiente para

cobrir o ativo Permanente e ainda sobrar uma parcela (CCP=Capital Circulante Próprio)

suficiente para financiar o ativo Circulante. (Por suficiente entende-se que a empresa deve

dispor da necessidade liberdade de comprar e vender sem precisar sair o tempo todo correndo

atrás de bancos. (Matarazzo 1997)

CCP = PL - AP

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3.4. Imobilização dos Recursos Não Correntes: AP/PL + ELP

Fórmula: Ativo Permanente x 100 Patrimônio Líquido + Exigível a Longo Prazo

Indica: que percentual de Recursos não Correntes a empresa aplicou no Ativo Permanente.

Interpretação: quanto menor, melhor.

Os elementos do ativo Permanente têm vida útil que pode ser de 2, 5, 10 ou 50 anos. Assim,

não é necessário financiar todo o Imobilizado com recursos próprios. É perfeitamente possível

utilizar recursos de longo prazo, desde que o prazo seja compatível com o de duração do

Imobilizado ou então que o prazo seja suficiente para a empresa gerar recursos capazes de

resgatar as dívidas de longo prazo. Matarazzo (1997)

Daí a lógica de comparar as aplicações fixas (Ativo Permanente) com os Recursos não

Correntes (Patrimônio Líquido + Exigível a Longo Prazo).

Ainda seguindo as idéias de Matarazzo (1997), uma consideração importante é que este índice

não deve em regra ser superior a 100%. Ainda que a empresa quase tenha necessidade de

Ativo Circulante (como é o caso das transportadoras), deve sempre existir um pequeno

excesso de Recursos não Correntes, em relação às imobilizações, destinado ao Ativo

Circulante. Esta parcela de Recursos não Correntes destinada ao Ativo Circulante é

denominada capital Circulante Líquido (CCL). O CCL representa a folga financeira a curto

prazo, ou seja, financiamentos de que a empresa dispõe para o seu giro e que não serão

cobrados a curto prazo. É formado por duas parcelas: o Capital Circulante Próprio e o

Exigível a Longo Prazo.

Adiante demonstra-se isso matematicamente:

CCL = PL + ELP – AP

CCL = PL – AP + ELP

CCL = CCP + ELP

Onde:

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CCL = Capital Circulante Líquido

CCP = Capital Circulante Próprio

PL = Patrimônio Líquido

AP = Ativo Permanente

ELP = Exigível a Longo Prazo

Portanto, a folga financeira de uma empresa deve-se aos recursos próprios mais as

exigibilidades de longo prazo investidos no Ativo Circulante.

3.4.1. Nota sobre o Realizável a Longo Prazo

Uma empresa comercial ou industrial possui tipicamente dois tipos de investimentos:

Um para a instalação de sua capacidade produtiva (imóveis, máquinas, equipamentos

etc.) ou comercial (lojas, depósitos, veículos etc.), investimento esses realizados em

caráter permanente e, por isso, classificados no grupo “Permanente” do Ativo.

O outro é o investimento em giro que compreende os estoques, as contas a receber, o

disponível e outros valores realizáveis dentro do ciclo dos negócios que surgem

naturalmente, como seguros antecipados, impostos a recuperar, adiantamentos, etc.

Esses investimentos sofrem constantes movimentações, daí serem classificados no

grupo “Circulante”.

“Em condições habituais, não sobra espaço para o Realizável a Longo Prazo. Entretanto, este pode surgir em duas situações: (1) como um investimento operacional em giro prazo de realização é superior a um ano (produto de longa execução ou estoques de longa maturação) ou (2) como um investimento não operacional que será realizado a longo prazo, como é o caso de títulos a receber, resgate de obrigações com a Eletrobrás etc.” Matarazzo (1997, pag. 169)

Os índices desse grupo mostram a base da situação financeira da empresa. Muitas pessoas

confundem índices de liquidez com índices de capacidade de pagamento. Os índices de

liquidez não são índices extraídos do fluxo de caixa que comparam as entradas com as saídas

LIQUIDEZ

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de dinheiro. São índices que, a partir do confronto dos Ativos com as Dívidas, procuram

medir quão sólida é a base financeira da empresa. Uma empresa com bons índices de liquidez

tem condições de ter capacidade de pagar suas dívidas em dia em função de outras variáveis

como prazo, renovação de dívidas, etc.

“Podemos definir “liquidez” como sendo a capacidade da empresa em pagar pontualmente seus compromissos financeiros. Em outras palavras, a liquidez de uma empresa é o grau de capacidade que ela tem, em determinado momento, de atender aos seus compromissos a curto prazo através da realização de seus Ativos Circulantes. Portanto, essencialmente, a análise de liquidez das empresas está centrada no estudo da composição e magnitude de seus Ativos e Passivos Circulantes.” (Hélio 1991, pag. 72)

3.5. Liquidez Geral: LG

Fórmula: Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo

Passivo Circulante + Exigível a Longo Prazo

Indica: quanto a empresa possui no Ativo Circulante e Realizável a Longo Prazo para cada $

1,00 de dívida total.

Interpretação: quanto maior, melhor.

O índice de imobilização do Patrimônio Líquido em análise anterior mostrava qual percentual

do Patrimônio Líquido estava imobilizado e, complementarmente, qual percentual fora

investido no giro dos negócios. A existência do capital Circulante Próprio permite uma folga

que pode ser agora dimensionada através de Liquidez Geral e, em seguida, avaliada pela

comparação com padrões. Matarazzo (1997)

Permanecendo na idéia de Matarazzo (1997), como o Ativo Circulante é formado com os

recursos do Passivo Circulante, do Exigível a Longo Prazo e do Capital Próprio pode-se

montar a seguinte demonstração:

CT = PC + ELP

AC = PC + ELP + CCP

LG = AC .

PC + ELP

Onde:

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AC = Ativo Circulante

PC = Passivo Circulante

ELP = Exigível a Longo Prazo

CCP = Capital Circulante Próprio

CT = Capitais de Terceiros

LG = Liquidez Geral

Também objetiva verificar a capacidade de pagamento, agora analisando as condições totais

de saldos a receber e a realizar contra os valores a pagar, considerando tanto os dados de curto

como de longo prazo.

3.6. Liquidez Corrente: LC

Fórmula: Ativo Circulante

Passivo Circulante

Indica: quanto a empresa possui no Ativo Circulante para cada $ 1,00 de Passivo Circulante.

Interpretação: quanto maior, melhor.

Quando o Ativo Circulante é maior que o Passivo Circulante, isto significa que os

investimentos no Ativo Circulante são suficientes para cobrir as dívidas de curto prazo e ainda

permitir uma folga.

Quando a Liquidez Corrente é superior a 1, o excesso em relação ao 1 deve-se à existência do

Capital Circulante Líquido. O Capital Circulante Líquido pode ser encontrado também através

da diferença entre Ativo Circulante e Passivo Circulante. Matarazzo (1997)

Onde:

CCL = Capital Circulante Líquido

AC = Ativo Circulante

PC = Passivo Circulante

CCL = AC - PC

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O Índice de Liquidez Corrente não pode dar ao analista uma noção sobre a qualidade dos

ativos circulantes. Com efeito, uma empresa pode ter um alto Índice de Liquidez Corrente e

não estar em boas condições financeiras, se os estoques estiverem superdimensionados, ou

com muitos itens obsoletos e as duplicatas a receber incluírem créditos praticamente

incobráveis. Nestas circunstâncias, a empresa pode não conseguir cobrir seus compromissos a

curto prazo pontualmente, malgrado o elevado Índice de Liquidez Corrente que apresenta.

3.7. Liquidez Seca: LS

Fórmula: Disponível + Aplicações Financeiras + Clientes

de Rápida Conversibilidade em Dinheiro .

Passivo Circulante

Indica: quanto a empresa possui de ativo Líquido para cada $ 1,00 de Passivo Circulante

(dívidas a curto prazo).

Interpretação: quanto maior, melhor.

Este índice é um teste de força aplicado à empresa; visa medir o grau de excelência da sua

situação financeira. De um lado, abaixo de certos limites, obtidos segundo os padrões do

ramo, pode indicar alguma dificuldade de liquidez, mas raramente tal conclusão será mantida

quando o índice de Liquidez Corrente for satisfatório. De outro lado, o índice de Liquidez

Seca conjugado com o índice de Liquidez é um reforço à conclusão de que a empresa é uma

“atleta de liquidez”. Matarazzo (1997)

As conclusões da Liquidez Seca não são precisas. Por isso, esse índice é utilizado como

coadjuvante e não tem papel principal na avaliação da empresa: sua interpretação depende da

arte e habilidade individual de quem analisa.

Apresenta-se a seguir a fonte de onde provém a idéia desse índice.

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Segundo Matarazzo (1997), Ativo Circulante da empresa compreende investimentos de risco

diferente. Basicamente são três:

1. Disponível: há risco de desfalque de dinheiro em caixa ou de desvio de conta corrente

bancária. É risco que depende só da empresa.

2. Duplicatas a Receber: o risco na possibilidade de o cliente não pagar. É portanto, um

risco maior por depender da capacidade de pagamento de terceiros.

3. Estoques: correm o risco de roubo, obsoletismo, deterioração e de não serem vendidos

e, portanto, de não serem convertidos em dinheiro, não servindo para pagamento de

dívidas. É um risco que depende da empresa, do mercado e da conjuntura econômica.

Enquanto se verificam esses riscos no Ativo Circulante, o Passivo Circulante é líquido e certo:

deve ser pago no dia e na quantia aprazada. Daí a idéia de excluir do Ativo Circulante os itens

de maior risco, ou seja, os Estoques.

3.8. Administração do Capital de Giro

Entre os ativos de uma empresa, as contas do capital de giro, estoques e duplicatas a receber

recebem atenção especial, não esquecendo das duplicatas a pagar. Os índices utilizados para

analisá-la buscam expressar eficiência relativa com que são administrados os estoques,

duplicatas a receber e duplicatas a pagar. Eles ajudam o analista a detectar sinais de

deterioração do valor ou acumulação excessiva. As quantias, tais como declaradas no balanço

patrimonial, geralmente são relacionadas com o melhor indicador dos níveis de atividade, tal

como vendas ou custo de vendas (custo do produto vendido), supondo que exista uma relação

próxima e razoável entre os ativos e o indicador. Helfert (2000)

“Através do cálculo dos índices de rotação ou prazos médios (recebimento, pagamento e estocagem), é possível construir um modelo de análise dos investimentos e financiamento do capital de giro, de grande utilidade gerencial, bem como para a avaliação da capacidade de administração do capital de giro por parte da empresa.” Matarazzo (1998, pag. 26)

3.9. Giro dos estoques

Normalmente são utilizados estoques médios para fazer esse cálculo (a média entre o estoque

inicial e o final). Às vezes, pode ser desejável utilizar apenas o estoque final, especialmente

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no caso de empresas que crescem rapidamente, nos quais os estoques estão sendo formados

para sustentar as vendas crescentes.

Avaliando a eficiência da gestão de estoques de uma empresa, é mais comum a utilização do

giro dos estoques durante o período em análise.

Fórmula: Giro do estoque: Estoque Médio X 360 C.P.V

Esses cálculos refletem a freqüência com que o estoque foi modificado durante o período em

questão.

Contudo, um giro de estoque bem acima da média praticada no setor pode sinalizar escassez

potencial, resultando em atendimento precário ao consumidor e, assim, no risco de enfrentar

desvantagens competitivas.

3.10. Prazo Médio de Recebimento

Este indicador tem por objetivo dar um parâmetro médio de quanto tempo em média a

empresa demora para receber suas vendas diárias. Padoveze (1997)

“O prazo médio de cobrança (recebimento) revela o tempo médio (meses ou dias) que a empresa despende em receber suas vendas realizadas a prazo” Martins & Neto (1996, pag. 248)

Fórmula: Clientes (Duplicatas a Receber) X 360 dias Receita Operacional Bruta

3.11. Prazo Médio de Pagamentos

Esse indicador mostra o prazo médio que a empresa consegue para pagar seus fornecedores de

materiais e serviços. Neste caso, a empresa é dependente da política de crédito que os

fornecedores conseguem adotar.

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A análise é um pouco mais complicada, porque as duplicatas a pagar devem estar

especificamente relacionadas às compras feitas durante o período em questão. Excluindo ao

caso de empresas comerciais, no qual a quantia de compras pode ser deduzida prontamente

somando a alteração entre o estoque inicial e o final ao custo do produto vendido do período.

Em uma empresa industrial, as compras de bens e serviços são alocadas na conta-custo dos

produtos vendidos e nos estoques ao término do período. Pode ser feito uma aproximação em

tais casos relacionando as duplicatas a pagar ao uso diário médio de matérias-primas caso esse

item de despesa possa ser identificado através de informação disponível. Helfert (2000)

Fórmula: Fornecedores (Duplicatas a Pagar) X 360 dias

Compras Brutas de Materiais e Serviços

A gestão ótima de duplicatas a pagar inclui realizar o pagamento dentro das condições

definidas, mas não adiantado – mesmo recebendo descontos que estimulem o adiantamento,

como 2% se pagar em 10 dias em vez de pagar toda a quantia devida em 30 dias. Instituições

de crédito pode ser uma fonte de informação para o analista, porque elas poderão dar

indicações sobre se uma empresa está cumprindo com os prazos de suas obrigações, inclusive

das duplicatas a pagar.

Os índices deste grupo mostram qual a rentabilidade dos capitais investidos, isto é, quanto

rendeu os investimentos e, portanto, qual o grau de êxito econômico da empresa.

3.12. Giro do Ativo: V / AT

Fórmula: Vendas Líquidas

Ativo

Indica: quanto a empresa vendeu para cada $ 1,00 de investimento total.

RENTABILIDADE

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Interpretação: quanto maior, melhor.

O sucesso de uma empresa depende em primeiro lugar de um volume de vendas adequado.

O volume de vendas tem relação direta com o montante de investimentos. Não se pode dizer

se uma empresa está vendendo pouco ou muito olhando-se apenas para o valor absoluto de

suas vendas. Uma empresa que vende $ 10.000,00 por mês tem vendas elevadas se o seu

Ativo é de $ 5.000,00. Certamente, suas vendas serão baixas se o Ativo for de $ 200.000,00.

Este índice mede o volume de vendas da empresa em relação ao capital total investido.

Matarazzo (1997)

3.13. Margem Bruta e Custo das Mercadorias Vendidas

O índice da Margem Bruta e do Custo das Mercadorias Vendidas é um dos mais comuns

utilizados pelos analistas, ele é o cálculo dos custos dos produtos (custo de vendas) como

porcentagem das vendas líquidas. Esse índice indica a magnitude do custo do produto

comparado ou fabricado ou o custo dos serviços prestados em relação à margem bruta (lucro

bruto) remanescente para as despesas operacionais e lucros.

Fórmula: Custo do produto vendido = Custo de Vendas Vendas

Fórmula: Margem bruta = Margem líquida Vendas

De acordo com Helfert (2000), o custo do produto vendido e a margem bruta indicam a

margem de “lucro bruto” das operações. A margem bruta reflete a relação entre preços,

quantidades e custos. Uma mudança na margem bruta pode ser o resultado de uma

combinação de mudanças:

o no preço cobrado pelos produtos ou serviços prestados;

o no preço pago pelas mercadorias compradas externamente;

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o no custo de serviços de origem interna ou externa;

o Qual variação no mix de produtos/serviços da empresa.

3.14. Margem Líquida: LL / V

Fórmula: Lucro Líquido x 100 Vendas Líquidas

Indica: quanto a empresa obtém de lucro para cada $ 100 vendidos.

Interpretação: quanto maior, melhor.

Este indicador mede a eficiência de uma empresa em produzir lucro través das vendas,

mostrando se houve queda ou aumento.

A grande importância desse índice para análise econômica-financeira centra-se,

principalmente, nas várias explicações seqüenciais sobre o desempenho empresarial que

podem ser elaboradas através deles.

“A margem líquida (lucro líquido) indica a capacidade da empresa não apenas de ser gerida para recuperar o custo da mercadoria ou serviço, as despesas operacionais (inclusive depreciação) e o custo dos financiamentos obtidos, mas também de gerar uma margem de compensação razoável aos proprietários por terem colocado seu capital em risco. O índice entre o lucro líquido e as vendas (receita total) expressa essencialmente a eficiência do custo/preço global da operação.” Helfert (2000, pag. 83)

3.15. Rentabilidade do Ativo: LL / AT

O índice de rotatividade dos ativos serve como um dos vários indícios que, combinados,

podem indicar um desempenho favorável ou desfavorável.

“A maioria dos índices usados relacionam vendas líquidas com os ativos brutos ou as vendas líquidas com os ativos líquidos. A medida indica o tamanho do ativo comprometido para sustentar um nível específico de vendas ou, reciprocamente, os valores de vendas gerados por cada unidade monetária de ativos.” Helfert (2000, pag. 86)

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Fórmula: Lucro Líquido x 100 Ativo

Indica: quanto a empresa obtém de lucro para cada $ 100 de investimento total.

Interpretação: quanto maior, melhor.

Este índice mostra quanto a empresa obteve de Lucro Líquido em relação ao Ativo. É uma

medida do potencial de geração de lucro da parte da empresa. Não é exatamente uma medida

de rentabilidade do capital, mas uma medida da capacidade da empresa em gerar lucro líquido

e assim poder capitalizar-se. É ainda uma medida do desempenho comparativo da empresa

ano a ano.

3.16. Rentabilidade do Patrimônio Líquido: LL / PL

Fórmula: Lucro Líquido x 100 Patrimônio Líquido Médio

Indica: quanto a empresa obteve de lucro para cada $100 de Capital Próprio investido.

Interpretação: quanto maior, melhor.

A verificação pura e simples do valor do lucro líquido de uma empresa não é esclarecedora. É

preciso comparar esse valor com o Capital Próprio investido. Uma empresa com lucro líquido

de $ 10.000,00 pode ter desempenho superior à outra cujo lucro líquido foi de $ 200.000,00,

pois pode ser que a primeira tenha patrimônio líquido, por exemplo, de $ 50.000,00 e a

Segunda de $ 3.200.000,00. Ou seja:

= 10.000,00 / 50.000,00 = 20%

= 200.000,00 / 3.200.000,00 = 6,25%

“O papel do índice de Rentabilidade do patrimônio Líquido é mostrar qual a taxa de rendimento do Capital Próprio. Essa taxa pode ser comparada com a de outros rendimentos alternativos no mercado, como Caderneta de Poupança, CDBs, Letras de Câmbio, Ações, Aluguéis, Fundos de Investimentos, etc. Com isso se pode

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avaliar se a empresa oferece rentabilidade superior ou inferior a essas opções.” Matarazzo (1997, pag. 187)

Como o Lucro Líquido se acha expurgado da inflação, a taxa de Rentabilidade do Patrimônio

Líquido é real. Assim, ao ser comparada com o rendimento da Caderneta de Poupança, toma-

se a taxa de juros desta e deixa-se de lado a Correção Monetária. Idem com relação à

comparação com o rendimento de outras aplicações.

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REFERÊNCIAS

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GITMAN, Lawrence J. Princípios de Administração Financeira. 7ª edição. São Paulo:

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HELFERT, Erich A. Técnicas de Análise Financeira: Um guia prático para medir o

desempenho dos negócios. 9ª edição. Porto Alegre: Bookman, 2000.

MARTINS, Eliseu & NETO Alexandre A. Administração Financeira: As Finanças sob

condições inflacionárias. São Paulo: Atlas, 1996.

MATARAZZO, Dante Carmine. Analise Financeira de Balanços: abordagem básica e

gerencial. 5ª edição. São Paulo: Atlas, 1998.

MATIAS, Alberto Borges (coordenador). Finanças corporativas de Longo Prazo. Volume

1. São Paulo: Atlas, 2007.

MATIAS, Alberto Borges (coordenador). Finanças corporativas de Longo Prazo. Volume

2. São Paulo: Atlas, 2007.

RIBEIRO, Osni Moura. Estrutura e análise de balanços fácil. 8ª edição. São Paulo: Saraiva,

2009.