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TICO . f * i Pr55! m m%m^'%my PREÇOS:# No Rio ..,.*.... $500 Nos Estados. . . . $600 ANNO XXIII SEMANÁRIO DAS CREANÇAS PUBLICA-SE A'S QUARTAS. FEIRAS RIO DE JANEIRO, 25 DE ABRIL DE 1928 LAMPARINA NUM. 1.177 Quando Carrapicho voltou da ilha mysteriosa. depois do desastre do "Bahú", trazia uma pretinha que lhe fora dada de pre- sente. A negrinha, logo que viu partir a piroga em que viera, desatou num pranto ruidoso, dizendo coisas incomprehensiveis. ~~~~--^— C>——-— chorava como Carrapicho, Jujuba e Goiabada lançaram mão Ella, entretanto, de todos os recursos a vêr se faziam calar a um bezerro desmamado e, - quando a noite chegou, negrinha manhosa.continuou a berrar olhando o mar immenso. ... No dia seguinte pela manhã,^—* Jujuba foi convidar gente para uma festa. Assim, talvez cessasse o pranto da negrinha. Fez-se então pela tarde um samba em homenagem á manhosa. Compareceram: Cartola, Chiquinho, Benjamin, Jagunço e a negrinha, espan- tada, calou a bocca Deram-lhe uma saia amareüa com bolas pretas, baptisaram-na com o nome de "Lamparina" e incorporaram-na á numerosa família do "O TICO-TICO". "Lamparina" não chora ha tres.dias.

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TICO|í . f * i Pr55!m m%m^'%my

PREÇOS:#

No Rio ..,.*.... $500Nos Estados. . . . $600

ANNO XXIII

SEMANÁRIO DAS CREANÇAS PUBLICA-SE A'S QUARTAS. FEIRASRIO DE JANEIRO, 25 DE ABRIL DE 1928

LAMPARINANUM. 1.177

Quando Carrapicho voltou da ilha mysteriosa. depois do desastre do "Bahú", trazia uma pretinha que lhe fora dada de pre-sente. A negrinha, logo que viu partir a piroga em que viera, desatou num pranto ruidoso, dizendo coisas incomprehensiveis.

~~~~--^— C>——-— chorava comoCarrapicho, Jujuba e Goiabada lançaram mão Ella, entretanto,de todos os recursos a vêr se faziam calar a um bezerro desmamado e, • - quando a noite chegou,

negrinha manhosa. continuou a berrar olhando o mar immenso. ...

No dia seguinte pela manhã,^—* Jujuba foiconvidar gente para uma festa. Assim,

talvez cessasse o pranto da negrinha.

Fez-se então pela tarde um samba em homenagem á manhosa. Compareceram: Cartola, Chiquinho, Benjamin, Jagunço e a negrinha, espan-tada, calou a bocca Deram-lhe uma saia amareüa com bolas pretas, baptisaram-na com o nome de "Lamparina" e incorporaram-na á

numerosa família do "O TICO-TICO". "Lamparina" não chora ha tres.dias.

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O TICü.HliO Abril

Ww^^m^Pim-fí yA>0^^ÊSw^^'J l///////// / jL/\ / /Ut~[ Vil I I /Jfr * .FIihKt^ -M" J. »liyg-^^*^' ~ _~~~_.

A Paz do Lar e muitas vez*perturbada por accidentes banaes,mas inevi-taveis que roubam o doce socego da família,Uma queimadura, um golpe, emfim qualquer lesãona pelle pode se aggravar e acarretar as mais fu-nestas conseqüências. Já ouviu fallar do terríveltétano? Felizmente o anjo protector quenào deve fal-tar em nenhum lar, náo deixa che-Çfar a tanto. Elle afasta o perigo da infeceâo efax sarar como por encanto. Conhecem este anjo?.*. ymisTOLMo

Jj^^A-eAO LiaviDQ MEDICINAL.

Um Sabão que é um Remédio - Um Remédio que é um Sabão.

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2õ — Abril — ; — J — O TICO-TICO

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_Jp£l_.ra o ckà recomvaci fãçà com elle saud~damos o nosso __>L.cov* wichs de queijo e te-b " (ream (rachirs

reis uma idéa de quan-Pt-mVo coir(máitW lo saborozo setorna.

B I SC OITOS

AYMOREMOINHO iNGLEZ' ftUA DA 1UITAN0A. 108* RIO

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25 — Abril — Í92S

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(PROPRIEDADE DA SOCIEDADE ANONYMA O MALHO)Redactor-Chefe: CARLOS MANHÃES Director-Gerente: ANTÔNIO A. DE SOUZA E SILVA

Assignaturas — Brasil: 1 anno, 25$000; 6 mezes, 13Ç0O0 — Estrangeiro: 1 armo, 53$COO; 6 mezes, 28$0C0As assignaturas começam sempre no dia 1 do mez em que forem Jornadas e serão acceitas annual ou semestralmente. TODA Xi OKKliKPONDKNCIA, como toda a remessa de dinheiro, (que pode ser íeita por vale postal ou carta registrada com valor 'de-clarado), deve ser dirigida â Sociedade Anonyma O MALHO — Kua do Ouvidor, 164. Endereço telesraphico: O MALHO — H:o.

Teíephones Gerencia: Norte, 6.402. Bscriptoro: Norte, 5.818. Annuncios: Norte, 6.131. Officinas: Villa. 6.247.Suecursal em S. Paulo, dirigida pelo Dr. Plinio Cavalcanti — itua Senador Feijó n. 27, S° andar. Salas S6 e 87

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A IN ST R U C Ç Ã OMeus nctiiihos:

O lico-lico, mantendo o seu pro-gramma de recrear o espirito das crean-ças, levando-lhe, ao mesmo tempo, umasomnia de conhecimentos úteis e forman-do, assim, uma escola de cultura geral,está sempre ao lado das iniciativas que fa-voreçam a infância. A assistência aosmeninos de hoje, de qualquer modo quecila sc manifeste, tem o apoio incondicio-nal desta revista. E' que O Tico-Tico nacc apenas um jornal de recreio para ascreanças. E' cousa muito mais nobre, co auxiliar directo do mestre, o collabora-dor do lar. Nas paginas d'0 Tico-Tico,numa historia quc vocês ieiam, ha sempre

i

um frueto de cultura humana, sempre umexemplo a imitar, digno e louvável.

Vovô, Dr. Sabetudo, todos os colla-boradores d'0 Tico-Tico emfim secuu-dam a orientação dada a este jornal pelasua direcção, fazendo desse modo um ser -

viço da mais alta significação social.Não ha, nesta casa, meus netinhos, preoc-cupações exclusivas de commercio. Ali-

mentamos idéaes maiores de formar ca-racteres, de illuminar intclligcncias, de ia-zer cidadãos úteis á Familia e á Pátria. Epor ser este o modo de pensar e de reali-sar de todos os que trabalham nesta casaé que O Tico-Tico não pode deixar dcunir o seu applauso incondicional e siii-cero aos que, sem duvida, tem recebido oillustre presidente do glorioso E. de MinasGeraes pelo brilhante manifesto dirigidoao povo mineiro pugnando pela propagamda da instrucção. Levar intelligencias á cs-cola, illuminal-as, dando-lhes cultura ra-cional e efficiente, é bem servir á Pátria.Todos vocês, meus netinhos, devem olhara escola com, amor, frequental-a, cercal-ade estima e gratidão porque é alli que asintelligencias dos meninos bebem todosos ensinamentos para a formação da ctil-tura de cidadãos.,

A preoecupação actual dos que se in-teressam pelo futuro de vocês é aperfei-coar os.mcthodos de cultura-, é dai á es-cola tal prestigio de sympathia quc a tor-ne um desejo diário da creança.

VOVÓ

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O TICO-TICO — 6

J^J '^píxX r?P$<& CL <5r~—-U^*^

25 ~ Abril — 1928

OTICOTICO •"NDAhOr^

NASCIMENTQS

lar i%rHrIÍ0 é

,° T,e do Iind0 menino 9" encanta op

d°Sr. Laurmdo Ramos e de sua senhora D. MareiaPires dos Reis Ramos. ' luarcin

1 cf *a? °Sr: FeK?ano Vianna Filho e sua esposa D. Ce-

ie unfa bnd!lanna- ^ ^ '"

F" fCStaS Wm ° "ascimentoTi

"Ada mem"a> que receberá ° "orne de Baisy.O f Acha-se enriquecido o lar do Sr. José Dario Ca-valcant. e de sua Exma. esposa Sra. Maria Julieta SoaresíafV,°m

° "^"«ento de seu primogênito Darcy.Acha-se em festas o lar do Dr. Silvino Mattos ede D. Archidemia Soutinho Mattos.com o nascimento de um menino querecebeu o nome de George.

ANNIVERSARIOS

® * Faz annos hoje o meninoMauro, filho do Sr. Alberto da Veiga.

«" ® Marina, graciosa filhinhado Dr. Jorge Pinheiro, festeja hojea passagem de sua data natalicia.

P o Fez annos a 12 do mez corrente o menino JúlioVieira Alvarez, nosso leitor residente em São Paulodata natalicigelo Harispe.

J « Dirceu, nosso intelligente leitor, filho do capitão-tenente Leomdas Marcos da Conceição e de D LauraArruda da Conceição, faz annos hoje. Dirceu será por essemotivo muito felicitado pelos seus amiguinhos.

NA BERLINDA..,

^ Ml

KM LEILÃO...

N,írv;íe ?Pela,deH"deZa de AdaI^a? Pela meigSJ e"!brito, £ Naird?:,01'?^ ,Ma*da,<™? Pelos lindos cal

ÍT-íífÀCf STi* Jor'°*"¦"" **de Sebastião? pelas graças de Hil-degard? pelos bons modos do Riquel-me? pelos lindos dentes do Villarcy -e. finalmente, quanto dão pelo gra-cioso leiloeiro? Quem sou?

? * Estão em leilão' as alu-ninas do Curso Complementar deGuaratinguetá: Yolanda. por seruma morena graciosa; Helena, porser boa alumna; Julinha, por ser

a tf „„ «, áij-is&T.aí,^: s„, Frrrlr^ia FeiF£^Séí s¦oa , srac,„sa Mana E.^a. fil„a d„ s, A„- „pSx5£. SS ÜS**»*£ 7»d:n,m^aVeuj?-nCBeatS''Uni ^ ? ^íllErffi &ícta^^Pm ÍSfeho'- M^T

ZUdP T* ^

Abigail Luquet? pela amaílhda 1 "d

^ a'SXÍ'^andar de Jefferson S. P.? pelos cabeLfd^ A^FÍurirJdo?jentes de Irmã L. ? pelas unhas de Dyrce C? neto *im?

CCaannem,Znee7 ^ *5 V0Z de °SWa£? P^tnSe*ÍrST^^tlfSoet?JeWe,Íne? Peb b°"dade da

* < Estão na berlinda as seguintes senhoritas e ra-pazes moradores e freqüentadores da Villa Iracema, Se-eWanifUrt7a":

SylVÍ3' P°r Ser s-vmPathiea; Rubens, por serelegante; Zeze, por ser socegada; Heitor, por ser gentil;Orsina, por ser engraçadinha; Odilon, por ser acanhado:Carmo, por ser amável; Lúcio, por ter porte airoso; lennvpor ser risonha; Álvaro, por ser delicado; Nair por terlindas unhas; Carlos, por ser brinca-Ihão; Alzira, por ser retrahida; Ame-rico, por ser gentil; Waldvra, por sersimples; Mareio, por ser elegante;Beatriz, por ser boazinha. e eu. pornão falar a verdade. — Desprezada.

, ? * Estão na berlinda as se-gu.ntes moças da rua General Cal-dwell: Cotinha, por ser retrahida-Jandyra, por ser amável; Perpetuapor ser intelligente; Iracema, por =erquerida; Bemvinda, por ser meiga-Serafina, por ser calada; Nair porusar vestido curto; Edith, por sergordinha; Judith, por ser meiga; Elisapor ser risonha, e eu, por falar

"averdade. — Rosa Branca.

? * Berlinda de meninos e me-ninas: Devanaghi, por ser carinhosa-Dnceu, por ser camarada; Jicy, pormeiga; Walter, por ser levado; Le-nyra, por ser graciosa; Diony, pôr serquerido; Zézé, por ser engraçadinha;Joel, por gostar de cinema.

NO Cl N EMA....

* * Para formar um film, «Colhias meninas e meninos da rua SouzaFranco; Walter F., o espirituoso Car-hto; D*Iva F/à graciosa Baby Pe-rcry.Regina, a attrahtente Billie Dove:SÍ™11 ,V'

a P''?2:a Marion Davies;'Nilson Mo Harold Lloyd; HailtoaP, o megualavel Karl Dane- T,lcyra .

tentadora Lya de Putti; Darcy B '

osympathico Ramon Novarro: Diva Fa oura May Mac Avoy; Mauro B o^

valente Ton Mix; Edla, a encantadora-^ Mary Astor; Neco, o cômico T. MacA amara; Lili, a pequena Marv Pik-tord, e eu, 0 admirável Charles Fa--rei. — D. F. B. M.® * Foram contractados para tuafum o; seguintes artistas: Germa-na, a Gloria Swanson; J. Moraes, oGeorge O; Rrien; Braulia, a K„daPola Negri; Raul, o Reginald Denny

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25 - Abril — 1928 O TICO-TICO

A TEIA DE ARANHAEntre dois galhos de arvore a aranha estendera a teia

maravilhosa que o orvalho da noite salpicara de gottasprateadas. E bem no centro daquelle mimo côr de luar atecedeira encantada parecia dormir, orgulhosa da tarefaconcluída.

O sol começou a espiar.por traz das montanhas e foisubindo, enchendo de luz a Terra inteira. O crivo da teiaparecia um lenço de fadas que estivesse a seccar na luzquente do sol. Com certeza a aranha, logo que a teiaestivesse secca, iria dobral-a carinhosamente e leval-apara a festa de casamento de uma princeza encantada. Asprincezas dos contos de fadas tinham vestidos de teiaprateada. Aquella teia ia ser vestido de noiva

Quando o sol enxugou todo o crivo, uma mosca vciuvoando, tonta, e embaraçou as azas na trama fastinadòra.',De um salto, a aranha apanhou a mosca e devorou-a..Depois, recompoz a teia, muito depressa. Mas não àlevou para a festa de casamento da princeza,, como euesperava. Deixou-a ali, cheia de encanto, tremendo aosol, como se estivesse muito contente de fascinar e envol-ver borboletas descuidadas.

E eu que sempre pensei que as teias de aranha eramos vestidos de casamento das princezas dos contos defadas. ..

CARLOS M A N H Á E S

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Figuras a collocar no chãiFiguras a collocar no chão

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-— ——. —_ /Parede dos fundos da casa de campo - 'Todas as paredtS são colladas em cartolina

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osNOSSOS

PEQUENOSLEITORES

-¦¦/•

Ir mfÍ*

*S Bata» aaT^ \m. ^^í ¦ ^- ^^tj Sal

tt^jMM filhinho do Sr.Bertholino José Sant'Anna

Sr Ignacio Lins, sua esposa e seus

filhinhos Hélio, Renato, Lúcia e

Humberto - Capital do E. daParahyba do Norte

Lúcia, filhinha do Sr.Ignacio Lins — Capital doE. da Parahyba do Norte

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fll.i $^^¦^1 bbbTN jB mW'^^^^""^^^¦""* BBBBBBBB» ' BBbÍ BBBBBBBBBBBBBBB* _ . _-aãBBBBBBBal

Heraldo,filhinho do Dr. Mario Parada - Limeira

Mario Joel ArmelliniAmparo — E. de S. Paulo

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WÈl jf-^Km*' *^ WZtmÍ - JF ' p» HBfi \mW àW >Afl¦» .._. -.^ajayjl Bv^r à9F wbbbbw^bWbbWZ *\ mT^nW^\\. ^m\

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Isalia filhinha do Sr.Antônio Raymundo »!¦ ^a Silva

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Pedro, filhinhodo Sr. Antônio Franco

Triumpho — E. do Rio

Gustavo Matheus da SilvaS. Luiz — Maranhão Aldoina,

Parahyba do Norte

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25 Abril — r.m u o TICO-TICO

por J. SVVIFTViagens maravilhosas de

Desenho deC. Valladares

GULLIVERHA

outra diversão privativa do imperador c con-siste cm o soberano collocar em cima dc umamesa trez fios de seda — um cannczim, putroamarello e o terceiro branco — como- pre-mios ao mérito daquellc que se distinguir

mais. Esta ceremonia rcalisa-se na»sala de audiência.Empunha o imperador o bastão com as duas extremida-des parallelas ao horizonte, c por cimadelle saltam todos os concurregtes. Oque alcança maior êxito ganha a sedacarmezim, a amárclla ao segundo e aoterceiro a branca. Tendo uni dia o im-perador aquartelado uma parte de seuexercito, na capital «e arrabaldes, paraque prompto estivesse á pri-meira voz, quiz gozar um es-pectaculo magryíico.

Mandou-me estar immoWl como um collossoje pedra, com os pesafastados um do outro,quanto pudesse distan-cial-os sem incom- .modo; depois orde-'nou ao commandan-te-cheíe que dispu- ¦zesse as tropas cmlinha de batalha, ia-zendo-as passar emrevista por entre as "

_minhas pernas, a '

infantaria a'vinte equatro de fundo e acavallaria a deze-

tamboresbandeiras,

(18) — Primeira Viagem —"„ (Continuação)' desfraldadas e as lanças em continência. E desta manei-

ra movimentaram trez mil homens. Fez saber süa nia-jestádc que observassem pára commigo o maior respeito,sob pena de morte; o que todavia não impediu que algunsofficiaes mais novos levantassem-a vista ao passar porbaixo de mim e não contivessem o riso deante do.máoestado dos meus calções.

Apresentei e dirigi tantos memoríaes e requérimen-'tos pedindo a minha liberdade que o soberano por fimexpoz o assumpto. primeiro á mesa do desembarco e de-'

is ao Conselho do EstadoForam todos favoráveis, á excepção do ministro'

Skyrcsh Bolgolam, que, sem pretexto algum,6e manifestou contra mim.

Conseguia, porém, elle que os artigos con9cernentes ás condições de minha ItbeV-dade fossem redigidos pelo seu punho..E elle próprio mos apresentou acom«

panhados de dois sub-secretarios.Fizeram-me jurar, conforme ouso de meu. paiz e depois pela fôr-ma da lei delles, que consiste emconservar o artelho do pé direitona mão esquerda e collocár o dedogrande da mão direita no alto d-icabeça e o pollegar na ponta daorelha direita.

Continua)

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O TICO-TICO

O GATO— 12

E2o — Abril — 19âá

O PAPAGAIOMadame Theophilo era uma gata ruiva, da qual¦ um escriptor francez Theophilo Gautier, conta a. se-

guinte historia.

Tinha o peito branco, o nariz rosado, os olhos azuese chamava-se Madame Theophilo porque vivia com-migo no mais amigável convívio, dormindo ao pé daminha cama, enroscando-se no braço da minha

"poltro-

na quando eu escrevia, seguindo os meus passos, quan-do passeava no jardim, assistindo ás minhas refeiçõese ás vezes tirando-me algum boccado quando eu já olevava no garfo, para a bocea.

Um dia, um amigo que ia pasar fora algum tempoconfiou aos meus cuidados, um papagaio que tinha. Olouro, quando se viu em sitios extranhos, trepou, valendo-se do bico, até ao cimo do seu poleiro e depois de aliestar começou silencioso e tremulo, a mexer os olhoscheio de susto.

Madame Theophilo nunca tinha visto um papagaioe aquelle ser, novo para ella, causou-lhe uma enormesurpreza. Immovel como um gato embalsamado do Egy-pto ella olhava-o com um ar de profunda meditação,evocando todas as noções da historia natural que tinhapodido apprehender, nos telhados, no pateo e no jar-dim.

Cruzavam-se nos seus olhos piscos as sombras dosseus pensamentos e pude decifrar claramente, como setivesse falado em linguagem humana, o resultado do seuexame.

"Decididamente, este bicho não pode ser uma gallinha verde.

Chegada a esta conclusão, a gata saltou da mesa on-de tinha estabelecido o seu posto de observação e foipara um canto da sala, com o ventre no chão, as patasextendidas, a cabeça baixa, o lombo entiraçado, comouma astuta panthera, que espera que as gazellas abando-nem os seus esconderijos para irem mitigar a sede noslagos.

¦ O louro seguiu com febril anciedade áquelles mo-vimentos, eriçou as pennas, fez resoar a corrente, levan-tou agitadamente o pé e aguçou o bico contra a borda

do comedouro. O instineto segredava-lhe que havia uminimigo disposto a commetter uma maldade.Nos olhos da gata, fixos no

'louro com uma inten-sidade fascinadora, lia-se numa linguagem que a avecomprehendia muito bem e que não deixava a menorduvida: "Apezar de verde, este frango deve ser bom

para comer".

_ Eu seguia a scena, com muito interesse, promptoa intervir quando chegasse o momento. Madame Theophi-Io foi-se approximando do louro, agitou o seu nariz ro-sado, revirou os olhos, abriu e fechou as garras. Cor-nam-lhe uns ligeiros estremecimentos de cima a bai»pelo espilhaço, como um glutão que se lambe,defronte de um delicioso frango bufado e se deleitaao pensar no suceulento e raro manjar que está prom-pto a ser engolido.

De repente fez-se num arco e d'um salto chegouao pe do poleiro. O louro, vendo o perigo que corria,exclamou com uma voz rouca e solemne:

"Almoçaste, oh Jayme?"

Esta phrase causou um terror indiscreptivel á ga-ta, que deu logo um salto para traz.Uma banda de cornetins, um grande barulho detambores e pratos, um tiro de pistola ao ouvido, nãolhe teriam produzido maior terror. Todas as suas idéiassobre as aves estavam transformadas. O seu focinhoexprimia claramente a perturbadora idéia: "Isto nãoé uma ave! E' uma pessoa! Fala!"

Então o papagaio Poz-se a pairar com uma vozensurdecedora, convencido de que o terror produzidopelo seu discurso tinha sido o seu meio de defeza.

A gata veio a correr para mim, dirigindo-me olha-res interrogadores, e como a minha resposta não a saüsfizesse metteu-se debaixo da mesa, 'donde foi im-possível fazel-a sahir todo o dia.

^ No dia seguinte. Madame Theophilo um poucomais valorosa, aventurou-se a um outro timido ataque,

mas com o mesmo resultado do anterior. Desde aquel-le momento, lançou um veu sobre os acontecimentose deu por indiscutível que a ave verde era um ser quese devia respeitar.

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Abril 1928 — 13 — O TÍCO-TICJO

KAXIMBOWN, PIPOCA & Cia.X? I POQ, CAUSA DAS DUV.IDAÇ

íC^/\\/—OJOU OlViDlR. A CANOA* EM D HA.-. PCK^or^.s

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sioo pRe.vjIOENTE_°'^,NOO ACANOf.

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í> TICO-TICO — 14 —

«OIOUEfl^Ít^ÍI%25 — Abril — 192S

ORLANDO MEIRELLES (Recife) - A collabcra-çao vae ser aproveitada, segundo informa o redactor-che-le. Para o calculo é indispensável, pelo menos, a medidade uma das faces do terreno.

OLGARITA - (Natal) _ Mas quem disse isso a™?7tico%wo^ Pr°cure ler as °bras inditadas

GEOPHILO _ (J. de Fora) - O calculo mais ap-proximado, feito pelo sábio inglez Boys, dá á terra o oesode 5.882.064.000.000.000 milhões de toneladas

CLARA — (Rio) — Se eu fosse dizer tudo que asua graphia revelaram nem em dez paginas, desta revistadaria conta do recado. De natureza ardente, fantasiosa, cre-ando e matando idéaes a toda hora, é a minha consu-lente o typo perfeito da inconstância. E de uma incons-tancia que faz mal, por isso que não grangeará ami-zades nem terá dedicações. O casamento, se cedo, tra-ra desgostos á consulente. Bondade cordial, nem sem-pre perceptível. Alegria constante, mesmo nos momen-tos mais difficeis e perigosos. Em summa: um viven-.te que é um caso serio, para não fugir á designação po-pular.

_ ALA DOURADA - (São Paulo) _ Uma so-luçao fraca de agua e álcool, perfumada segundo o gos-to deve dar o resultado que espera.A jazida de cobre mais rica que se conhece é a daSerra de Ibiapaba.

CORIOL — (Rio) — Escreva directamente á Ge-rencia d' O TICO-TICO. Sua reclamação foi encami-rihada e attendida.

PAULISTINHA - (São Paulo) _ O medico natu-ralmente teria dito a verdade ao seu pae. — Não penseque seja trachoma a sua enfermidade. Os symptomas dotrachoma sao outros, bem diversos dos seus. Como scien-tista para o caso, o seu medico é bastante autoridade.

CAMARINHA — (Rio) _ Não sei se o Brasil oc-cupa o_3.' ou o 2.» logar entre o.s paizes de maior rique-za bovina. Deve ser o segundo, se as estatísticas estive-rem certas.

LAURINHA - (Curityba) - Não existe á venda or1amp?mentaqUrie ^

°S ^T P°dem Ser Pedidos á L"ra-na Cimenta de Mello — R. Sachet 34 — Rio.

CURIOSA - (Rio) __ Não mando retratos grapho-lógicos pelo Correio. Nada se paga. Grato pela amável ehonrosa referencia. «"¦¦«ivei e

SEXTO SENTIDO - (Porto Alegre) -Ha ou-tros autores interessantes. Marden por exemplo, na Ale-gna de viver. Pelo correio, registrado, e sem que o ami-go nada me fique a dever, mandei-lhe um livro. Leía-oe passe adeante, porque nelle existem curiosos obser-vaçoes sobre as irradiações que tanto o impressionaram.

ViaudLAV° ~~ (RÍ0) ~ ° verdadeíro nome é Jean

ARCHIMEDES - (Rio) _ 0 assumpto não sepresta para comedia infantil. Procure ler, para o outrocaso, um compêndio de historia natural.

na -\AR^UZZf _ (São Paulo) - Fiz todo possívelpara attendel-a na acquisição do Almanack pedido. Inu-tilmente. Esta esgotado.

TRES ESTRELLAS - (B. Horizonte) - O estu-do dos caracteres graphicos que enviou revela a de umouvinte tao amante de si mesmo, tão egoísta que ographologo fica hesitando em dizer tudo que observa- Mas e preciso que diga e, assim, affirma que, além dê '

egoísta, o escnba é orgulhoso, algum tanto idealista esem pouso certo nas idéas. Depois, a bondade cordialna raP°Una qUG nfu Chega' NI° Ch^a- ás vezes "empara aquelles que lhe parecem ser caros.

OLAVO VOLAO - (Bahia) - Não tenha receiode nao receber os livros se os mesmos forem enviados,sob registro, pelo correio.

razão^f^T^ ~ (Rl0) - Você está com a

Zt- ? r h°- d° dlCtad0r' de nome Benig"°. veio atéao Rio de Janeiro para fazer o curso da antiga Acade-mia de Marinha. Se concluiu o curso não se sabe.

M 5?™^ ~ (-5Í0) ~~ ° C0Upé d0 <->rande brasileirofoi offerecido ao Museu Histórico pela familia. Offer-ta, apenas

NOE'_L — (J. Fora) — Quelquer escripto serve des-de que nao seja em papel pautado.

v-J«AI?tD?Vlr(Recife) ~ Você está enean^o*Nao se trata de lenda e sim de facto histórico, conheci-do, documentado, provado.

TREVO BRANCO - (Rio) - A côr do vestido pa-ra a cerimonia civil, fica ao gosto da noiva. Sem meiaspode ser moda mas... não fica bem. Sou contrario ácor amarella para a ornamentação da mesa. E' cor vio-lenta para a occasião.

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ICO-TI C O25 — Abril — 1928 — 15 O T

O P R, INC í P E E N C A N T À D O(CONTO DE OR1AIM)

Em uma choupana que ficava pertc de um grande bos-(jtie, viviam um lenhador, sua mulher e tfes filhos. O lenha-dor, sahindo pela manhã para o trabalho, disse á mulher:

Ouve, mulher: hoje tenho muito trabalho c para nãovoltar durante o dia, manda-me o almoço pela nossa filhamais velha Para que ella não se desvie do caminho mar-carei com grãos de milho a picada por onde deve ir.

Ás 'onze horas sahiu a mocinha, que se chamava Êlvira,levando uma marmita com sopa, e um pedaço de pão.

A principio acompanhou os grãos de milho que foi achan-do aqui e acolá, mas acabou por não achal-os, pois ospassarinhos os haviam comido. A moça, entretanto, con-ritmou andando ao acaso, parando de vez em quando parachamar pelo pae, que não respondia.

Aconteceu o que era de prever: a mocinha extraviara-see quando quiz vohar, perdeu-se no bosque. Descansou umpouco, comeu o almoço do pae e depois andou por todosos lados. O sol havia desapparecido e EIvira teve medo: o

vento rugia, as arvores estalavam e as aves p:avam triste-mente A mocinha, porém, não desanimou e depojs de muitocaminhar, viu uma luz que brilhava ao longe.

Tomou coragem e não se demorou em percorrer a dis-tancia que a separava da pequena casa, que estava com asjanellas iiluminadas. EIvira bateu á porta:

Entre! gritou uma voz rude.EIvira empurrou a porta e achou-se em presença de um

velho de longas barbas brancas, sentado junto de uma mesa.Na sala, a um canto, havia um gallo, uma gallinha e umavitella

EIvira contou o que lhe succeclcra e pediu ao velho quelhe desse hospitaiidade. Falou o velho:

Tu, formoso gallo; tu, formosa galiinha e tu minhaquerida vitella, que dizeis?

Os três animaes responderam cada qua; em sua lingua,c as respostas foram sem duvida favoráveis, porque o velhodisse a EIvira :

Podes f'car. Essa porta do fundo é a da cozinha,onde encontrarás- o que é preciso para a ceia.

EIvira achou na cozinha todas as provisões: Accendeu ofogo e preparou uma ceia suecuicuta.

Poz a mesa e ceiou com o velho, mas esqueceu os ani-mães. Depois de se sentir satisfeita perguntou si havia umacama, pois estava cansada de tar.to andar.

Os animaes, descontentes, murmuraram qualquer cousaque queria dizer mais ou menos isto:

Comeste e bebeste sem te lembrares de nós, portan-to não nos importa que tenhas cama ou durma no chão..

E como — barriga cheia, coração á larga — o velhorespondeu :

Sobe a escada e ahi encontrarás dois quartos, cadaum com sua cama: tu dormirás cm uma e eu tomarei aoutra, mas ambas estão por fazer. Estende os colchões eos lençóes e escolhe a que quizer.

EIvira subiu, fez uma das camas e deitou-se nella, dor-ruindo somno profundo Mais tarde, o velho subiu e vendo aoutra por fazer, abanou a cabeça, pensando -no egoismo damoça. Para castigal-a apertou uma mola, abriu-se o soalho,-

e a cama de EIvira desceu, devagar, subindo novamente,mas vásia.

Emquantc isso se dava no bosque, o lenhador voltavapara casa e de máo humor, porque estava com a barriga adar horas, e ac saber que a filha levara a comida, não tor-nando a apparccer, disse simplesmente depois de curta re-ílexâo:

. — Essa EIvira é um pouco atoleimada c errou o cami-nho, mas por ali não ha févis, e ella com certezaapanhou alguns pinhões e castanhas para jantar. Nadareceio. Amanhã encontrará um carvoeiro que a guie até cá

No dia seguinte sah-u o lenhador para contiuar sua faina;mas em vez de milho foi espalhando lentilhas para marcar' o caminhe á sua segunda filha quando lhe levasse o almoço.O lenhador não podia voltar porque tinha se obrigado aderrubar algumas arvores no prazo de 8 dias.

Ás 11 horas, a mulher do lenhador mandou a outrafilha, Dolores, levar o almoço Dolores encontrou algumaslentilhas espalhadas, mas depois de certa distancia ja nãoas viu mais, porque os passarinhos haviam comido todos 03grãos Metteu-se pelo bosque, como EIvira, e como esta

viu uma luz á noite e foi ter á rasa do velho de barbasbrancas

Aconteceu o mesmo que a EIvira. A ceia foi lauta, masDolores não se lembrou dos animaes. Quando subiu parao quarto só fez uma das camas e cieitou-se socegadamenteO velho castigou-a, fazendo-a descer pelo alçapão para dor-mir sem luz e sem cama. As duas irmãs encontraram-se, e

só tinham um pouco de palha para servir de cama.A escuridão era profunda e as duas choravam muitoA' tarde o lenhador voltou cansado, morto de fome, e

soube que Dolores se perdera pelo caminho, como aconteceraá outra

O pobre mãe estava afflicta e parecia majs morta do queviva *

Não te assustes, disse-lhe o lenhador. EIvira e Do-lores são duas tolas Deixaram-se ficar no bosque e estãocorrendo come duas cabras Fica certa de que se cansarãos voltarão. Felizmente, a mais moça das três tem maisjuizo Manda levar por ella o almoço, e cila não se perderá

A mãe respondeu chorando:Queres que percamos nossa filha mais moça? Já não

«os basta a desgraça de termos ficado sem as outras duaslNão penses nisso! replicou o pae. Sabe que Suzana— é a filha mais moça — é mais prudente e mais ajuizadado que as outras Vou marcar o caminho com grãos de bico,que são maiores do que os de milho e lentilhas...

E assim fez Mas as aves maiores comeram os grãos e

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O 1 I C O - 1 1 C o - 16 Abril — 1928

A galeria de retratosFui á casa da minha velha tia Zeferina que mora

num grande palacete. á rua Marquez de Abrantes eencontrei o seu interior completamente transformado.

A minha boa tia é uma senhora austera e tendo si-do freqüentadora assídua do Paço Imperial, embora

não descenda de estirpe real é moralmente uma fidal-ga e conserva a tradicção d'aquelles tempos e os reme-mora com grande orgulho.

Fui vel-a hontem, achei-a mais velhinha, mesmoalquebrada, apoiando-se^difficilmente na sua bengala decastão de ouro! Mas conserva a mocidade de espirito,pois é palradora e alegre.

¦ Tem idéas monarchicas muito enthusiaslas em-bóra seja evolucionista. ,

Admira o progresso desta época e orgulha-se deainda viver para aprecial-o.

A boa tia Zeferina tem uma mania, como todas asboas velhas que estão bem installadas na vida e quesão portadoras de fortuna avultada.

Esse seu fraco é uma galeria de retratos dos pa-rentes, dos amigos, dos homens do Império, das figu-ras brilhantes da nossa Republica...

Cada anno, ella enriquece a sua pinacotheca ciesanguineas, de retratos feitos pelos pincéis mais afa-mados.

Porém, a sua galeria antiga era o que havia de maisextravagante, amarellecidas as telas pelo tempo, carcomi-das as molduras, umas manchadas, outras apagadas,era um museu de velharias.

Não havia quem conseguisse que a boa tia Zefe-rina restaurasse a sua galeria de retratos antigos.

Nesse pormencr ella era a conservadora urtransi-gente!

Os melhores pintores que sabiam da sua maniaiam visital-a e não havia argumento possivel para fa-zel-a demover da sua velha idéia.

Respondia infallivelmente: \,— Isto representa a tradicção, meus senhores!Mas indo hontem visital-a a minha surpreza attin-

giu ao inédito.Calculem! a velha tia Zeferina, tinha encontrado

uma mágico que conseguira fazer o milagre!...Fora elle uma "companhia artistica americana" da

pinturas que conseguira essa maravilhosa transformaçãona velha galeria. *

Os retratos enfileirados sobre o fundo azul rei da pa-rede, luziam coloridos, expressivos, fieis, enriquecidosnas suas molduras artísticas de ouro e prata.

Admirado perguntei a minha tia como fora essemilagre!

Ella respondeu-me entre tremula e risonha:Achei lindo esse trabalho! E' artistico e por pre-

ço tão módico que me encontrei com forças para re-formar a minha antiga galeria de retratos.

Eu que a tinha achado linda, dei-lhe os parabéns,felicitei-a calorosamente e sahi d'alí corn o fervorosodesejo de contar do milagre, para o mundo todo.

RACHEI PRADO

o resultado foi Suzana extraviar-se. Quando se viu perdidano bosque. Só se lembrou de que o pae estava sem comerc de que a mãe estava em prantos.

Vagou por todos os lados e ao anoitecer chegou á casado velho. Este, depois de consultar os tres animaes, con-sentiu que Suzana dormisse ahi. ? v

Suzana, depois de agradecer a hospitalidade, chamou osanimaes e acariciou-os. Mais tarde, ao preparar a ceia, nãose sentou á mesa antes de dar dc comer aos animaes. Deu«lhes tambem de beber e os animaes pareciam satisfeitos,Suzana então sent^pu-se á mesa. Ceiou, lavou os pratos edeixou tudo cm' ordem. Subiu para fazer as camas e ouviuque os animaes lhe diziam:

— Cuidaste de' nós; déste-nos de comer e de beber.Deus te dê uma bôa noite.

Suzana subiu, fez a sua e a cama do velho, c deitou-se.Fcnsou muito nos pães c nas irmãs antes de dormir, maspor fim adormeceu tranquiilamente.

Pelo meio da noite ouviu um barulho muito forte. Osmoveis gemeram, as paredes tremeram, as portas abriram-see fecharam-se com grande ruido. Suzana acordou sobrcsal-tada, mas como tudo era silencio, tornou a dormir. Pensouque tivesse sido uma forte, ventania e adormeceu socegada-mente. Quando despertou, pela manhã, não quiz crer no quevia. Os olhos a enganavam, sem duvida. Estava em uma camade marfim com incrustações de ouro; o quarto era seisvezes maior do que aquelle em que entrara; as paredes es-tavam cobertas de tapetes riquíssimos e bellos; os moveiseram de uma grandeza incomparavel: Emfim, tudo era ma-raviihoso.

Suzana ficou algum tempo deslumbrada e fascinada, nãosabia se estava sonhando ou se estava acordada.

De repente abriu-se a porta do quarto, e entrou umacriada vest!<la como se fosse uma senhora rica. Fez umlongo cumprimento c perguntou a Suzana o que queria.Suzana levantou-se e e criada tirou dc um armário um ricovestido de seda, com custosas rendas. E' inútil accrcscentar

que a pobre Suzana, muda de admiração c sem poder sahirde sua surpreza, não achava palavras para responder.

E deixou-se vestir machinalmcntc, sem pronunciar umasó palavra.

A porta abriu-se de novo e entrou um formoso rapaz demodos de gente nobre, seguido por lacaios de libres douradas.

O joven inclinou-se deante dc Suzana e disse:— Sou um principe encantado e meu pae é um rei po-"deroso. Uma feiticeira com quem não quiz casar resolveu

vingar-se de mim.Desde então vivi transformado em velho, de longas bar-

bas brancas, com a fronte sulcàda de. rugas. Os meus doismais fieis servidores c a esposa de um delles, victimas domesmo sortilegio, transformaram-se um em um gallo, outrocm vitella e a ultima em gallinha. Vivemos os quatro emuma casa encantada.no meio do bosque. O encanto só deviaacabar quando chegasse uma moça bôa e meiga que se mos-trasse bondosa commigo e com os meus airmaes. Tuas duasirmãs, perdidas como tu, chegaram a minha casa, pediramasylo e não tiveram pena dos animaes. Estão agora expiandoa dureza do seu coração em uva subterrâneo escuro e aper-tado. Tu queres nos acompanhar, levar-te-emos ao paláciodo rei, meu pae, e ahi nos casaremos.

Antes de acceitar a mão que o principe lhe offereciaSuzana pediu que a deixassem ir â casa de seus pães, poissabia que elles estavam desesperados.

Pediu tambem perdão para suas irmãs c obteve. Ella,suas irmãs, o principe e seus servidores apresentaram-sejuntos na casa do lenhador, que deu o consentimento para ocasamento.

Depois foram todos para o palácio do rei, que ficoucontentissimo, vendo o filho, ,que julgava perdido parasempre.

O casamento do principe com Suzana realizou-se comtoda a pompa e os dois foram muito felizes.

E acabou-se a historia.

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25 — Abril — 1928' — 17 — (T TICO-TICO

M O D A 1 N A N T 1 Li° — Lindo vestido para menina. Saia plissada nã frente,

lisa dos lados. Pequeno plastron de georgette. Motivo bordado.2° —- Costume para rapaz cm palm-beach. Jaquetão direito,

íechado por dois botões.30 — Vestido em crepon ou linho de côr. Saia em machos.

Enfeite bordado a cores.4o — Gracioso vestidinho em tecido

de duas cores, ligado a ponto á jour.Gravatinha.5° — Vestidinho em laise e taffetás

igado á jour.6o — Duas peças para mocinha, palaligada á jour.Saia em pregas pespontadas.

BORDADOS

1° — Pássaro para pintura ou bor-dado a cores.

2° — Ramo para bordado á seda.Canto e letras para roupa branca.

30 — Borboleta para roupa decreança.

3o — Lindo festonê para toalhaslençóes.

Leiam O Papagaio, a nova c agradável revista, trazendo a mais fina ironia, politica, irriverencias e boa literatura. E' todo colorido e custa apenas 400 réis.

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Todas as peças são colladas em cartolina e, recortadas, devei» ser °i,arfinriaç mm <- - r i -Canrpo. O modelo da consto devo ser guardado./a^*» of^."Jll^oTcoScO "?"** '"""- «^-T * ¦"¦*-*> *< «sa de

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O TICO-TICO —¦ -U 25 — Abril — 1928--__, _-.... ,.____» ,—, _____àj— ,

UMA AVENTURA ESCOLARAo sairmos do collegio, ás

quatro horas da tarde, iamos to-mar o bonde no ponto. Éramosuma turma de onze, mais oumenos, tendo como cabeças: eu,o Calixto e o Oswaldo. O restoapplaudia as nossas diabruras,íamos sempre no reboque, e osalumnos mais ajuizados como oSerrão e o .Djalma, iam no car-ro-motor.

íamos durante todo o percur-so gritando, mexendo com o co-brador ou com aquelles porquem passávamos no bonde.Quando algum alumno apeavapor ter chegado sua casa, fazia-mos um berreiro infernal, aba-fando até o natural ruido docarro.

Um certo dia, para mudar degênero, machiavelisamos outra ;•o bonde passava por um arma-rinho dum turco, o Arassib; an-tes de chegar ao referido arma-rinho, ao parar o bonde em f ren-te a umas obras, o Calixto apa-nhou um enorme pedregulho epô-lo dentro do carro. O fiscalainda quiz reclamar, porém eucolloquei a pedra no collo, le-

vando-a como embrulho. Che-gado o bazar do Arassib, eupassei a pedra ao Calixto que,depois de eu ter mandado o bon-de parar, desceu e poz o para:-lelepipedo na porta e gritou:"Allô, Arassib raba-raba", re-medando a fala do turco. Estedessa vez, limitou-se a ficarolhando admirado para o bondeque seguia e para o presente quelhe tinham deixado.

No dia seguinte repetimos afaçanha; mas dessa vez eu e oOswaldo é que apanhamos cadaum sua pedra e fomos collocai-aá porta da nossa victima. Eufui o ultimo a depositar a pedra,

. gritando: "raba-raba", de manei-ra que quando o fiz. já o ho-memzinho vinha fulo lá de deu-tro. Elle não viu minha cara,porque eu~dei as de Villa Diogo,mas agarrou a pedra do Oswal-do que era menor, e nol-a quizarremessar, não o fazendo dc-vido ter uma lavadeira que es-tava sentada na ponta, grita-do com medo; o turco, receiosode acertar na mulherzinha, de-poz' o projectil e crispou os pu-nhos para nós como quem jura

vingança. E esta não se fez es-perar.

No dia seguinte, na formatu-ra antes de entrar para as au-Ias, feito silencio, o assistentefalou:

— Yeio. aqui um senhor,me queixar que alguns alumnosgrandes jogaram, ao passar nobonde, pedras em seu estabeleci-mento (mentira, não jogara-mos, collocaramos). Eu per-guntei-lhe se me poderia apon-tar os autores do delicto, o quenão fez por se não recordar dasphysionomias. Disse-lhe entãoque observasse, e aquelle que mefosse apresentado por elle, se-ria logo eliminado como elemen-to indesejável ao coliegio.

Tudo isso eu ouvi com oco-ração nas mãos, tremendo. Eagora me lembro que quando euentrei no collegio, o Arassib es-tava no portão.

Agora eu^voa sempre no car-ro-motor, lendo um romancehistórico de Viriato Corrêa, equando passo pelo armarinho,abaixe, a cortina.

GUY 4STRID

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25 — Abril — 1928 — 21 - O TICO-TICO

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O TICO-TICO — 22 - 25 — Abril — 192..

Anna a e c e 1 ãHa muitos annos. ao tempo em queos pássaros falavam e as flores tinham

alma, vivia em certa aldeia uma tecelãtida por ser a mais hábil de todas. Siella era, porém, a mais hábil, tambémera a mais pobre e a sua choupana, emruínas, ameaçava cahir a um vento maisforte. A chuva e o frio penetravam pe-los buracos e muitas vezes, a tiritar,Anna se acercava de um pobre fogo paraaquecer as mãos geladas.

_ — Vem divertir-te comnosco — di-ziam-!he as outras raparigas, ao passa-rem risonhas cantarolando á porta da'sua choupana.

Anna, porém, se limitava a mostrar-lhes a avó paralytica, immovel, desdemuitos annos, na sua poltrona de palha.— Quem cuidará delia si eu sahir?Quem attenderá a meus irmãozinhos?Não, amigas minhas, não posso diver-tir-me hoje; fica para outra vez.

E, resignado a perder aquelles mo-mentos de alegria, punha-se a tecer cora

maior afinco para concluir a sua tarefa.Por uma tarde de inverno, em que aneve cabia em grandes flocos, ouviu-se

bater rapidamente á porta da choça.Anna deixou a roca, dirigindo-se á por-'ta para _.bril-a. No humbral surgiu, en-tão, um pobre velho de grandes barbasbrancas, com aspecto de extremo can-saco, os pés a sangrar devido a longi. ca-nimbada que fizera e com as vestes emfarrapos, cobertas de lama.

— Pelo amor de Deus, minha filha— disse o mendigo — deixa que eu des-cance aqui um momento.Anna, cheia de compaixão, fez entrar

o velho, pol-o a sentar-se junto ao fogo,limpou-lhe o rosto e as mãos cobert.sde sangue e lhe deu a beber uma chica-ra de leite quente.Aqui somos pobres, disse-lhe, mastemos tecto e um pedaço de pão,' parao tempo que desejar ficar comnosco.Obrigado, obrigado; dormirei umpouco junto ao fogo. Tenho tanto íriol

Anna preparou-lhe uma cama dê pa-lha junto á chaminé.Após a ceia frugal, quando todos re-

pousavam, Anna _j ergueu para conti-nuar o seu trabalho interrompido. Fezluz e a sua surpreza foi sem limites aover a cama de palha vazia. Olhou as-sombrada. em torno. O mendigo se fora,mysteriosamente. Surpreza e sem com-prehender aquella fuga, a rapariga sen-tou-se para tecer. Mal começara, po-rém, o trabalho, quando se deteve pasma.O fio se convertera em ouro e todo ¦_novello brilhava resplandescente. Ia gri-tar aterrorizada, quando ouviu uma vozdoce que lhe ciciava:

— Ahi tens a recompensa da tua bôaacção.Anna, aturdida, começou a fiar, bem-dizendo o generoso ancião. Ao ama-nhecer, Anna havia tecido um enormemontão de ouro, ue arqrancou por todaa vida a sua fr.miüa da miséria.

FALLADOR

Eu s o u t ao acanhado(MONÓLOGO)

(Entra, fica algum tempo calado, comofalar, Ura um lenço do bolso e fica a torcel-oTJepois diz): Eu sou tão acanhado...Vou-me embora; não fico mais aqui...Eu bem que não queria recitar;Mas toda gente disse assim: — Recite!E eu, nem sei como, vim'aqui parar.Por mim mesmo já estava livre distoNo meu canto quietinho, socegado;Porque desde pequeno assim... decollo,

Eu sou tão acanhado...

Depois que fui crescendo mais um poucoCustei muito a falar, diz o vovô-Os meus irmãos mais moços já falavam,£

eu calado, como inda hoje sou.Rogavam todos para que eu falasse,Finalmente, depois de bem rogadoEis a primeira coisa que lhes disse: Eu sou tão acanhado...

Na escola o professor insta commigoPara que eu dê minhas lições oraes-Escrevo muito bem, porém falar....'.Isto na vida é o que me custa maisChega o dia do exame, faço a escripta,E. a prova oral depois, sendo chamado.A primeira pergunta digo logo:

—— Eu sou tão acanhado

quem vaenas mãos.

Nas festas todos brincam, todos dansamNa mesa todos commem... sem vergonhabomente eu fico vendo", diz mamãeCalado, como uma cara... "de

pamonha".Certa moça uma vez foi me tirarPara dansar com ella, braço dado;Porém não acceitei, dizendo assim...

Eu sou tão acanhado

Apezar do meu gênio retrahidoObtive na escola um premio agora,Por ser assíduo e quieto e estudioso,Meus deveres fazendo a tempo e á hora.Mas no dia do premio receber,Ao collegio faltei muito vexado...Quando o mestre indagou, lhe disse er_',ão: Eu sou tão acanhado

Hü... Vou sahindo... já palestrei muito-Que eu nunca falei tanto em minha vida;'Si me dissessem não acreditavaQue eu fizesse "conversa tão comprida!.Repito que de tanta tagarellaEu sou o primeiro a estar admiradoPorque, como os senhores já notaram. Eu sou tão acanhado..'..

Rio —II—1928. E. WANDERL-EY

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25 — Abril — i»28 23 — O TICO-TICO

fe' •*y '•-* -¦--•.í:^ mi J /-^y^r»-^ •-= •• = - ~

lYVs

NAS MARGENS DO ARAGUAYASÉPÉ

Viajar no interior do Brasil, é viver dentro de umconto de fadas, no meio de maravilhas desconhecidas, etão extraordinárias, que aquelles que nunca as viramnem gozaram, affirmam, incrédulos:

— Só um conto de fadas!...E porque não haverá fadas no sertão brasileiro?!Os gênios e fadas, creados pela imaginação dos poe-

tas, para encarnar a virtude ou o vicio, as nossas boasqualidades ou os nossos defeitos, lembram tambem osanjos ou demônios, que muitas vezes encontramos no ca-minho da vida... uns para nos tentar e nos induzir aomal, outros para nos ajudarem; e outros somente paranos fazerem provar o nosso caracter.

Portanto, esse gênios e fadas, tanto podem existirna Grécia ou na Pérsia, como na America e no Brasil.

Por isso, ninguém se admire de ouvir contar as aven-turas de "Sépé nas margens do Araguaya..."

Era um gueirreiro indio da altiva tribu dos Karayás,que, cahindo prisioneiro em uma guerra com os seus fe-rozes inimigos da tribu Tapanhuma, conseguio fugir, comsua mulher e seu filhinho Sépé; mas não podia voltar ásua tribu do Araguaya, porque os Tapanhumas tinhamespiões por toda parte, e andavam por todos os rios na-vegaveis, á procura de negócios com os "brancos", ex-ploradores ou missionários, que lhes traziam enxadas,machados e quinquilharias.

Viviam, pois, numa vida miserável, aquelle guerrei-ro indio, com sua mulher e seu filhinho... escondidos nomatto, sempre alerta, com os inimigos por um lado e asferas pelo outro lado!...

Si estivesse sozinho, o indio guerreiro não teria du-vidas... "A liberdade ou a morte" era a sua divisa.

Mas, como arriscar a sua bôa companheira e o pe-queno Sépé a todas as torturas, a todos os martyrios,com que teriam de pagar a

'sua audácia ?!Rodeiando os pântanos e as porongas, de onde se

apartavam os indios, por causa das febres, o infeliz apa-nhou a moléstia e sua mulher não tardou a partilhar domesmo mal.

O pequenino Sépé, que não tinha ainda onze annos,resolveu salvar seus paes, custasse o que custasse. E,emquanto elles dormiam, nas horas desoladas do acces-so, o filho querido percorria os arredores, perguntandoás plantas, aos passarinhos, ás águas das fontes, a toda

a natureza opulenta que o cercava, como havia de rea-lisar o seu projecto.

Um dia, aproximou-se d'elles um Jaguar, que man-cava e gemia dolorosamente... Sépé, todo compadeci-do, animou o Jaguar, fel-o deitar-se a seu lado, e toman-do-lhe a pata, viu um enorme espinho que o magoava.Prender o espinho nos dentes, arrancal-o e banhar a fe-rida com água apanhada dentro de uma folha, foi cousaque elle fez mais depressa do que se diz.

E o Jaguar, todo alegre, saltando e pulando metteu-se pelo matto a dentro, voltando d'ahi a pouco munidode um machadinho de prata com cabo de marfim...um machadinho de brinquedo, com que presenteou o seubemfeitor.

Sépé, que não pensava em brincar, porque só que-ria arranjar um meio de subir pelo Araguaya, e ir aoencontro da sua tribu, agradeceu, para não entristecer oJaguar... Mas, qual não foi a sua surpreza, o seu es-panto, quando seu novo amigo, falando como gente,mostrou a utilidade do presente!

— Para que este machadinho trabalhe sozinho, ébastante que você o ponha em seu logar, dizendo:"machadinho da floresta, faze a tua obrigação..."

A estas palavras, o machadinho começou a cortarsozinho o mattagal, abrindo em 5 minutos um sendei-ro, por onde poderiam passar tres homens de braço da-do.

Sépé, muito contente, agradeceu de novo e met-teu o machado no surrão, uma espécie de rede em pon-to pequeno, que serve ás Índias para carregarem ascrianças ou mantimentos.

Sépé correu á caverna que servia de casa e hospi-tal, e entregou a machadinha ao indio fugitivo.

No dia seguinte, Sépé voltou á floresta; e seis-mava, pensativo, debaixo de uma palmeira, quando viuaproximar-se um gigantesco nandu', ave da familia dosavestruzes, porém muito mais linda que as suas primasafricanas, toda coberta de bonitas pennas pardacentas.Trazia presa ao pé uma corrente que arrastava penosa-mente. O pobre rei dos pássaros estava feito captivo deum naturalista, que, para apanhal-o e fazel-o seu pri-sioneiro, atirara sobre elle uns "chumbinhos", que mui-to o magoaram.

Sépé abrio o fecho da corrente; e a ave, para ex-

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O TICO-TICO — 24 — IS — Abril — 1928

O PERIQUITO DEPENNADü(DIALOGO)

Para Mafalda Barbieri e Helena Rdsso

Tive urna. idéa sublime!Um pensamento bonito!Vou pedir á mamãezinhaQue me compre um periquito.

Aquelle que eu vi na feiraNas mãos do tio Balduino;Trepava com tanta graça!Tão verde, côr de pepino.

— Para que queres, meu Dem,Prender a pobre avezinha,Si ella nunca te fez mal! ?E. além disso, Heleninha. . ,:

Não haveria garanto!Quem pudesse supportarAs tuas tagarelicesE um periquito a falar!

—Mas eu não o deixariaFalar muito, isso é que não!Si quero a linda avezinha,E' outra a minha intenção:

Arrancar-lhe as pennas todas — iV, d'ave assim depennada"Pr'a enfeitar meu chapéozinho O que farias após?

Que já está tão descorado.Já está feio..; amassadinho.

"•* mmWmmf^

* 7 / ti \f-rí"mr/' /LL ^v*rDemais, em sua plumagem_Ha um brilho, um colorido.Que combinam, muito bem,Co'o verde do meu vestido.

posiDaria para Gertrudes

Cozinhal-a com arroz!

Ah! meu amor! Si tu fossesA' escola com essa idéa,A "mestra

logo diria:Que níenina de alma feia!

As avezinhas são úteis!Precisam nossos carinhos,Respeitemol-as, portanto,Deixando-as tecer seus ninhos.

Quem tira a vida a uma avePara enfeite de chapéo,Não tem alma certamente...-Ou... não quer ir para o céo!

— E' mesmo! Nem pensei nissoAntes cabello annelado,De que chapéozinho verde, e...;Periquito depennado...

Dui.ce Carneiro..

perimentar as suas botas de sete léguas, disparouem carreira louca, formando um circulo em torno deSépé. Depois parou, e arrancando uma grande penna,toda branquinha, de sua grande aza, entregou-a ao pe-queno Karayá. O menino agradeceu, pensando offere-cer a penna a sua mãe para enfeitar o pente do ca-' bello.

Porém o nandú quiz mostrar-lhe que o seu presen-te não era simplesmente um objecto de vaidade ou fa-ceirice. Pendurou a penna a um ieque da palmeira,e logo,^ os. fios desfiados começaram a transformar-seem delicadíssimo baloyozinho.

— Oh! exclamou Sépé, que presente melhor paraa minha Mãe?!E. radiante, correu á caverna, para deixar a pen-na nas mãos da india enferma.Sépé voltou ainda á beira do grande rio, e viu

chegar-se uma capivara, que vinha beber água e prepa-rar o seu jantar.Mas, chegando junto de Sépé, avistou a sucury

que^ lhe tomara a dianteira... A capivara, assustada,'pediu a Sépé que espantasse a cobra com uma pedra.Sépé obedeceu. E a capivara, mergulhando no fundodas águas doces, apanhou uma quantidade de peixes,—dourados, pacús, piabas — e depondo-os sobre arelva, perto do indiozinho, dizia:

— Ahi tens comida para uma semana inteira.Sépé encheu a sua pequenina rede, e correu para

onde estavam seus pais. E aconteceu que, tirando ei-les o peixe do cesto para fritarem e comerem, ficavasempre, no cesto, a mesma quantidade.

Sépé viu nisto um signal do céu. Elle podia par-tir. Seus pais teriam sustento e protecção.No dia seguinte, metteu-se elle pelo matto a den-tro, á procura do páu de arco para construir o seu bo-dóque; e pegou um papagaio verde e amarello, ao qualarrancou pennas das cores nacionaes, com que orna-mentou- o seu arco. Depois arranjou mais tres qualida-des de madeira para a • feitura das settas: páu fer-ro para a ponta, madeira pesada e forte oara o centro,s bambu' para o cabo.

E a.joelhando-se diante de seus pais, Sépé falouassim:Sépé vai deslisar sobre o Araguaya, até che-

gar á ilha do Bananal; Sépé vai trazer os indios seusirmãos, para livrarem os prisioneiros das armas ini-migas.Talvez, quando voltarem, não aches tua Mãerespondeu a esposa do guerreiro... mas, cumpre o teu'dever.

Vai meu filho, disse o indio. O Ente Supremoprotege o amor filial. A tua empreza ha de ser bem sue-:edida. Mas, si te acontecer alguma desgraça, lembra-te que ja és um homem. Sê bravo.

E o indiozinho partiu.

(Continua)

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25 — Abril — 1928

(T.' i' Una M. Castro

Sou filha do Rio Grande;Dos pampas verdejantesOnde a alma, emfim, se expandeEm vôos incessantes.

Correndo nas cochilhasMai; rápida que o vento,Eu faço maravilhas,Ku sou um portento.

Não temo o sol ardente,Nem temo a chuva fria,No campo, alegremente,Passo todo o dia.

A vida assim que eu vivoNos "pagos" é, portanto,De prazer um motivoUm divinal encanto.

II

Nas noites em que a luaComo um batei luzenteNo céo azul fluctuaCalma e docemente,

li a luz que se irrari aTão alva como a prataNos traz a nostalgiaDe uma serenata,

Quem é tão deshumanaQue tendo uma saudadeOs sons de uma " tyranna"Entoar não ha de?

E, emquanto a "gaita" gemeUm tango redolente,A voz, aos poucos, tremeE diz o que se sente.

M. MAIA

— 23 O T I C O - T I C U

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PROGRESSO DO SÉCULO XIXO professor norte-americano

Dolbear fez o seguinte resumodos progressos realizados no se-culo passado.

O século XIX recebeu dosseus antecessores o cavallo: le-

gou a bycicleta, a locomotiva eo automóvel.

Recebeu a penna de pato: —

deixou a penna de aço e a ma-china dc escrever.

Recebeu o pincel do pintor:—

deixou a lithographia e a cama-ra photographica.

Recebeu a arte de tecer ãmão: — legou os teares de ai-godão e lã.

Recebeu a pólvora: — deixouo nitroglycerina.

Recebeu vinte e três elemen-tos chimico.-: — deixou oitenta.

Recebeu a vela de cebo: —legou a luz de arco voltaico.

Recebeu a machina de impri-

mir á mão: — deixou a rotati-va de Hoe.

Recebeu a bateria galvanica:—- deixou o dynamo.

Recebeu o mosquetão de pa-vio: — legou o fuzil automático.

Recebeu o navio á vela: —¦deixou o vapor.

Recebeu o modo de fazer si-

gnaés com fogueiras: — deixouo telephone e a telegraphia semfio.

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o T l í; h . t I C O — at 25 — Abril — 192S

S B O L O S DE A T(MONÓLOGO)

!<r.5o'vi nunca mais comer bolo deha islãs!

— Os senhores gostam de bolo debatatas? _

Si gostam não comam de noite, e sicomerem de noite não durmam, e sidormirem não sonhem Porque aquiestou eu que gostava muito de bolo debatatas e, ha tres dias, comi, á noite,üm bom pedaço do ta! bolo, indo dor-mir depois, e quasi morri.

Não pensem que tivc qualquer indi-gestão, vulgo embaraço gástrico Não,senhores. O que eu tive foi um ^e_.ã;ifèlo, uma cousa horrível que aindahoje me faz tremer quando delle níerecordo.

Imaginem que eu sonhei que era umpato... assado 1 Sim, um pato .. queestava assado sobre a mesa de umbanquete, e deveria ser devorado pordiversas pessoas 1...

Sentia no estômago um peso lormi-davel e procurando "ver" a cau;a da-quillo adivinhei que tinha o "papo"cheio de farofa. E digo "papo" por-que. "eu não era eu", e sim um tristepato assado .. no meu terrível sonho.

Pois, apesar de ser pato, de estarassado, recheiado de farofa e sem car-beca, num prato grande "enfeitado"com folhas de alface em volta, eu viatoda gente e ouvia tudo que se diziaem torno de min *

Não sei explicar como fui parar ali.Só me recordo de que tinha a consci-encia de ser pato, estava assado e tinhade ser mastigado por todo aquellepovol...

Quando os convidados para o jantar

se approximaram da mes? eu comeceia suar frio, e pelo cheiro comprehcndique suava... manteiga derretida! Lem-brei-me de enxugar aquella gordurosatranspiração; mas pensei íambem que

^rç (AAAj v-^i

Dato assado não pode nem deve trazer,enço

Desde que todos se sentaram á mesaque comecei a notar a insistência comque me admiravam os olhos gulosos deum senhor gordo, careca, avermelhado,e os de uma senhora magra e pallida,mas de queixada larga e dentuça sa-liente.

Eu quero mesmo crer que meu as-pecto tostado e luzidio devia fazer"água na bocea" dos dois convivas;pois logo cm seguida á sopa, e cm-quanto aguardavam o primeiro prato

que foi peixe, os dois não tiravam osolhos de cima de mim, e por mais deuma vez me parece que "enguliram emsecco .. "

Depois do peixe eu ouvi a dona dacasa dizer:

— Agora vamos experimentar aquel-le patinho que parece estar bom.

Estremeci de pavor quando a vi dcfaca em punho para me cortar em pe-daços, me fazer em fatias...

Dirigindo-se ao senhor gordo, aver-melhado e careca, que tinha agora osolhos brilhantes de alegria na especta-tiva de saborear um pedaço de patoassado,-a dona da casa lhe perguntou:

Gosta de aza, coronel?..Não, senhora, respondeu elle.

Quero o papo.Senti que a dona da casa me enter-

rava qualquer cousa cortante no esto-mago que estava justamente no logaronde era o papo do pato. Dei um gri-to. . e acordei.

Era tempo. Si não tivesse acordadonaquelle momento seria devorado empostas por todos aquelles convidados,e com farofa, o que augmentava o ri-diculo da situação.

O mais interessante é que acordeicom uma dôr cortante e fina no papo,quero dizer: no estômago, no logartxacto em que a dona da casa me en-terrou a faca no papo. Tomei elixirparegorico e melhorei.

Fiz, porém, o propósito de nuncamais na minha vida comer bolos debatata... principalmente á noite, antesde ir me deitar. Livrai...

GLUTÃO

(Rio - fll . 1928).

PROCISSÃOA^ Procissão passou pela minha rua,

muito cedo, ás 5 J- da manhã, e a musicaque acompanhava o Santíssimo despertou-me; eu não sabia que ella ia passar echeguei á janella quando uma grande mui-tidão acompanhava Nosso Pae, aquellahora matinal, quando os passarinhos co-meçavam o seu canto costumado.

Iam duas fileiras de meninos e meninas,«ma de cada lado da rua; ao centro, sobum grande Pallio dourado, o Santíssimoresplandecia nas mãos do sr. Vigário daGloria, e, afraz, contn.to, olhos no chão,

seguia o povo crédulo e submisso.Eu só tive inveja do sr. Vigário que

levava o Santíssimo, e do menino que bu-lançava o thuribulo sagrado, muito quente,desprendendo aquella fumaça cheirosa eque veio até mim, como uma prenda queNosso Pae me mandava á sacada onde eume ajoelhara._

Lembrei-me do tempo em que eu eramenino e tinha muita vontade de balançaro thiiribulo diante do altar, nas nor.es debençuo, na reza, mas não pedia porque ha-via outros 'inos amigos do t__r.s_._o e

tinham a preferencia.Eu ficava então ajoelhado, junto á mi-

nha mãe, acompanhando com o o:hnr omovimento daquelle objecto che» de cor-rentes e de brazas. Era inveja. Inveja épeccado, mas minha mãe me dizia que as-srm não era pecoado porque eu apenas ti-nha desejo de incensar Nosso Pae, de serútil ao Santíssimo.

Era mesmo.

B. 3RÊTAS

Paschca de _;._>_.

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OS NOSSOS AMIGUINHOS

\^H H| ™ ¦____ / __T ^**' % x' ^B \^^ mmWmT/

Stelinda de £-__k _¦ Renato filhinho do Sr

,^^^^^^^^^^^^^_-___ _____»7"'I_________i

1 \ ' / |m Bolívar e Marianninha. filhinhos " ¦*_¦

_LJí A^flv^ do Sr'João Candido de Mell°my^^ . *'"*,S»jj__ Carvalho — Conceição Appare- ¦___ ^a» *"^^__i

É_^_^" "*" tbV c'da — Minas a . |

^É __L __ _L T\SaÉÍ

Alverino Bomfim - Rio È WL. gg Edson e Ledda Conceição.|à filhinhos do Sr. Antônio João,

^B photographo — Caxambú

ItaíaaV—

fcf. . _J^| ¦

li I1JMilton, filhinho do Sr.

João Figueredo — Ribei-rão Preto — S. Paulo

Fausta AthaydeDirectora do Collegio 7

de Setembro—Rio Preto—- E. de S. Paulo

Antônio de Souza

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__l _I*\WJ .-__¦ R —_J\rZ -I __r_T _

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CIRCOGEORGE ARTHUR É UM CLOWN DASCOMÉDIAS DE CIRCO DA METRO-

GOLDWYN

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KARL DANE, LOUISE LORRAINE E UMMACACO NUMA SCENA DE CIRCO DEUMA COMEDIA DA METRO-GOLDWYN

CAVALLINHOS

•7

De longe,cheio de bandeiras e lanternas accesas,o circo parece uma saia de bahianasem a bahianaCom certeza ella se perdeu na escuridão do céo.

De pertoé o circoo circo de cavallinhos!Musica tocando,gente contente entrando,um garoto gritando:"Amendoim torradinho. . tá quentinho. .."um he.panhol de blusa branca a offerecer:"Limonada fresca"num barril de vidro suspenso como um tambor.

E lá dentroa felicidade. .Os palhaços!A moça em cima do cavallo. á disparadaa moça de saia curta e um iaço grande nos cabellos,

que dá saltos,anda de costas.fica na palma das mãose fura os arcos de papelsem cair. .a moça bonita,neta de Rosita de La Plata.Depoisos dois irmãos mais celebres do trapezio.

O PALHAÇO É A ALMA DO CIRCO.

SEM O PALHAÇO O CIRCO É UMDESAPONTAMENTO. SOBRETUDO

PARA AS CRIANÇAS COMO VOCÊS.

QUE APPI.AUDEM. COM PALMAS

E RISOS AS CABRIOLAS E AS

QUEDAS DOS ADORÁVEIS

CLOWNS

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o equilibrista,o malabarista,o homem sapo,a menina da cara triste que caminha no aramecom um chapéo de sol japonez,os cachorros ensinados.E por fima pantomima.Ninguém entende a pantomima,mas é tão engraçada...

A felicidade!a felicidade!

Durou quasi tres horas. . .

A

LONCHANEY, O FORMIDÁVEL

ARTISTA DA METRO - GOLDWYN."DESCOBRIU"

UM PALHAÇO QUEPAPAE NOÉL DEIXOU NA CHA-

MINE DO FOGÃO QUANTAS DIA-

BRURAS NÃO IRA FAZER ESTE

PALHAÇO PARA CONTENTA-

MENTO DOS LEITORES

D'0 TICO-TICO"

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25 - Abril — 192S 39 - O TI CO - Ti l", 0

VELHACA E A S T U T A - Por A. Roch a

MA tarde um gallo velho, aífastou-se umpouco do pasto da granja e, passeandoá beira de uma cerca, viu uma raposaque o espreitava. Lesto, voou para atravessa mais alta e. de lá. saudou ainimiga: - - Bóa tarde, senhora raposa!

Em seguida imperti-gou-se e cantou o velhoCocorócó. A raposa,íingindo-se ignorante,perguntou ao gallo quelinguagem era aquella.

— Nâo sabes o queeu disse? Chamei pelomeu amo que desejavêr uma raposa!. Ellete conhece, apenas, denome!

— Bóa idéia! — dis-seram-me que teu amoé bóa creatura, gene-rosa e amável!

^^^^J

^**-*__^ -O-^S^íSãS?**.^2^^ .-^"^ ^ST~^^ ^**^

E' exacto, mas elle sempre anda acompanhadode dois cães de fila pouco gentis!

Bem, nesse caso, eu me retiro, não pelo teu amoque sinto não poder vel-o, ao menos!

A raposa percebeu a manha do gallo, toda aquellamentira era para se livrar delia e, por isso, retirou-se sor-

rindo e affectando medo. Ogallo logo que viu a raposaentrar para o matto, desceu'da

cerca e correu. A rapo-sa que se achava escondidaesperando o momento, foi-lhe em cima e o apanhou.Nem sempre surtem effeitoos ardis ante a astucia dosperseguidores.

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O TICO-TICO — 30 — 25 - Abril 1928

sÊkoêãw j$fmmmmRESULTADO DO CONCURSO N. $217

¦"-{^^ fec?

A solução exacta do concurso

Solucionistas: — Maria Amalia Gonçal-ves, Sergro Graner, Paulo Graner, ArnaldoGraner, Jorge Barros Barreto BraulinhaDmiz, Yedda Regai Possolo, Otton Euge-nio Menezes, Marina Graner, Pedro deCarvalho Santos, Clarice Pereira deAbreu, Eugênio da Fonseca, Manoel Gon-çalves dos Santos, Epaminondas de Albu-querque, Álvaro Gomes da Silva, LeonelPrado de Sá, Leonidio de Oliveira Gomes,Léa de Azevedo Coutinho, Margarida dsAndrade Bastos, Lydia de Oliveira e Sil-va, Leovegüdo de Araujo, Lucy Ribeirodos Santos, Ivo de Azevedo, Ary dos An-jos, Affonso de Albuquerque Mello, An-tonio de Miranda, Lais Augusto do Nas-cimento, Cleonice Franco, Tracema Ferrei-ra dos Santos, Jandyra Maura Nobrega,Eulalia de Albuquerque Lins, Andrezina dosSantos, Guilherme de Assumpção, OrlandoTeixeira Passos, Alcides Vieira dos San-tos, Elza Figueiredo dos Santos, CléaMoreira, Zuleika Vieira Ramos, AntonioJosé dos Santos, José Elesbão Jatahy,Simplicio dos Anjos, Ambrozina de Al-meida, Cyro da Fonseca, Alberto José dosSantos, José dos Santos Anjos, João Pe-dro de Araujo, Maria da Conceição Rosa,Joaquina Ferreira Pontes, Waldemar de

UM CONCURSOContinuamos hoje a publicar umas letras

do alphabeto, com as quaes formaremos otitulo de uma importante casa commercial,preferida no fornecimento de uniformes éenxovaes para todos os collegios.

LLDurante seis semanas irão os leitores

colleccionando essas letras e após formadoo titulo, collado este em um papel, no3enviem á redacção ou para o Largo S.Francisco, 38 a 40 — Rio de Janeiro, paraconcorrerem aos valiosos brindes, que se-rão distribuídos entre os concorrentes.

Os brindes são os seguintes:1° brinde: Um uniforme para coücial-2°, um costume ou vestido para passeio;3', uma linda pasta de couro, typo col-

legiai.

Concurso de São JoãbCoupon

No0 7

1

LAzevedo Bastos, Perciliana Maria das Dó-¦ es,. Ckmentmo de Araujo Fróes, PedroLima da Silva, Paulo Augusto du Silvei-. ra, Roberto da Cunha Alves, [oão de Al-liuquerque Mello, 'Joaquim dc* Mello AI-ves, Nicanor Assumpção dos Santos lan-dyra de Almeida, Pergentino da

' SilvaBiastos, Arthur Cunha Leitão.

Foi o seguinte o resultado final do roa-curso:

Io Premio:

BRAULINHA DINIZ(de 10 annos dc idade e moradora á ruaílores a. 5, em São Paulo.

2" Premio :

Ias

OTTON EUGÊNIO DE MENEZESde 10 anãos de idade e residente á niaBarão d<: Ubá n. 73, casa 8, nesta Ca-pitai.

Para'Crianças"—* LACTOVERMIB

- CAZEOKVêem es —DlASRUÉAS

AUMENTO-MEDICAMENTOSvTHais ~. . LACTARGYL

FEEiCAS DESDE O NASCIMENTOCoQUEtucHa -. 1 .1 HUSTENlíJ

TOSSES GOTTASVÔMITOS a PEPSIL

DYSPEPSIAS TBI-MCESTIVO

Fraqueza—• TÔNICO INFANTIL;ANEMIAS SABOR DE ASSUCAR

Rachitismo—*LEBERTRAN "A*»(no crescimento)

Farinhas—?CREME INFANTIL04 VARIEDACES)

hkatorio IntatopicoDR. RAUL LEITE & CIA.

Rua Gonçalves Dias. 73 —. Rí0

RESULTADO DO CONCURSO X, 3220Respostas certas :

1° — Braça — Br^ço. - - '21 — Vaga — Vago.3' — Manga.4' _ Tb -"Rio.

5a — Tubarão.

Solucionistas: - Braulinha de Souza,Yedda Regai Possolo, Geny Camargo, Ma-na Amalia Gonçalves. Milton Pedro dcCarvalho, José Baesso, Alba de FigucredoLobo, Sylvio Soares Portella, Lúcio Re-muzat Rennó, Yolanda cie Mello, José daSilva Mangualde, Angelina Girroto Cor-tez, Geraldo Pereira Marques, José Da-v:d de Almeida, Iracema Guimarães, Geor-gette Caldas Motta, Ediguche Gomes Car-neiro, Lconicic Léa Corrêa, Geraldo Gas-filho, Fdimar Pillar Cordeiro, José Fran-

PÍLULAS

(.PÍLULAS DE PAPAINA E PODOPHYLINA),

Empregadas com suecesso nas molesíiaido estômago, figado ou intestinos Estaspílulas além de tônicas, são indicadas nuoyspepsias, dores de cabeça, -nolestias dofígado e prisão de ventre. São um pode-roso digestivo é regiuarisador dis lua-cções gastro-intestinaes.

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cisco Barbosa, Jorge Barròí Barreto, LuizKobcrto l-ontoura, Guilherme Canedo Ma-galhaes, José Maria Uchóa Daltro, PedroLuiz Lolteço, Aiixibio de Souza Valenters,adyr Gonzales França, Júlio de Mello'Carvalho, Jos« dc Sá e Mello, Ataliba C.Leal, Rubem Dias Leal, Ayrton Sá dosSantos, Newtoil dc Oliveira, Léa Macha-Frota, Adag,za Costa, Ruy da CostaMesqurta. Arnaldo Graner, Sérgio Graner,' Graner, Marina Graner, Felicio Re-naldo Giann.m, George R. Phillips> ,\n-tomo Anantas, Jorge Barros Barreto, 1 y-A'© '• N**àe. Figueiredo deAzevedo, HH,0 Carvalho Lima, VaraAg<mr, Carlos de Gusmão Lima,' Nadyrbailes Fernandes, Durval Pessoa Oliveira.

Foi premiada a concorrente:

ADALGIZA COSTA

de S annos de idade e moradora á rua-Miguel I,rmos n. 104, Ponta dWreia, Xi-c:')''roy.

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25 — Abril — 1928 3\ —

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CONCURSO N. 3.230

Para os leitores desta capital e cosEstados troximos

Perguntais

Ia — Qual o nome de insecto que man-da a luz andar?

(4 syllabas)Carolina Vieira

2* — Qual o leito que com a inicialtrocada é moça?

(2 syllabas)Evandro Camcra

CLYCERINADADPMlOBEY

^.Vouitoso^J

Silva Araujo &ca

GRIPPE-BROIieHITÉSeoQuauenMOsscmmm

GOTTAS-XAROPELABORATÓRIO

MUTROTMtRAPICODr.R.L.&C.Rio

3" — Qual o nome de animal formadopelo instrumento de lavoura e pelo adver-bio?

(2 syllabas)Leonardo Scattolin

<^Ov AMAMEMTAR ^SEU FILHO

%',

Elixir (jfllACTOGENOTonifica o organismo

e produz leite

4a — O que é, o que é que quanto maiormenos a gente vê?

João Macedo(4 syllabas)

5* — Ella é medida antiga.Elle é parte do corpo.:

.(2 syllabas)Odette Veig-a

As soluções devem ser enviadas a estaredacção, devidamente assignadas e a~om-panradas So vale 3,230, até o dia 19 deMaio vindouro.

Para este concurso, daremos como pre-mio um rico livro de historias infantis.

Formula do ür.Miranda Carvalho* fabricação de Silva Araujo L t> w* 3.230

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O TICO-TICO — 32 - Abril — 1923

CONCURSO N. . 3.231

1_FA OS LEITORES DESTA CAPITAL E DOS ÍISTAOQS

^¦-yy%s %^ê^yéyè^/ > i^--^- y,:rrr,:r,\

1. -J-->.

Recortem 0.5 pedacinhos do clichê acima idade e residência, assignatura do próprioe formem com elles o Chiquinho montado punho do concorrer,!: e ainda do vale quenum tigre. \ae publicado a seguir e tem o n. 3.231.

Para este concurso, que será encerradoAs soluções devem ser enviadas a esta no di.i 5 de Junho vindouro, daremis como

redacção, separadas das dos outros concur- prêmios, de Io e 2° logares, por sorte, dai»sos, acompanhadas das declarações de lindos livros illustrados.

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Quando vê ge_te que avançaO louro fica possesso.Papagaio cenie milhoMas não come os do Congresso

Leiam "O PAPAGAIO"

Diz o doutor Richards:

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Em cada uma das minhas tamosas pastilhas ha dezingredientes differentes. Cada um d'elles é recom-rnendado para a dyspepsia e indigestão. Pela com-binação de todas elias nas

PASTILHAS do Dr. RICHARDSeu tenho leito as melhores pastilhas para doençasdo estômago que podem ser inventadas. Tomeestas minhas pastilhas se V. S. tem desordens este-inacais. Ellas o alliviarão immediatamente, e curam-oradicalmente.

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Abril lí)28 — 33 — O TICO-TICO

Estudar pianoI-'.' uma 6o__a engraçadaQuando se pianoE é' uma graça dobrada,Quando acontece um engano».

Os dédinhos vão correndo, .Vão correndo sem pararfi quando estamos tremendo,Põem-se os, dedos a dansar.

Os dedinl-.os vão dansando,Vão dansando meus dédiiNós vamos todas errando.Por causa -los tretrridinh-3.

Os ddos querem brincar,O brinquedo de darrer,Para nos fazer errar,Para nos fazer tremer.

Ai dedinl-.os, meus dedinhos,Não me façam mais errar,Pois ai quero '.er carinhos,Não quero pitos levar.

Yolanda Noives

OS PRIMEIROSRON.. MOMENTOS DA VIDA

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25 — Abril 1Í.28 35 — O TICO- 1 ICO

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AS AVENTURAS DO CHIQUINHO - 0 BALANÇO DESASTRADO

^^j^ Chiquinho pediu á Ben- | (0\_-o»^""*/' Amgff^' -^^^^x^/y/ correndo por baixo 1K._ <~^>~>- f

jamim>para empurrar (T/It V^^^ hU^^^^ .// do balanço A brincadeira WAe^A^ ,J»5¦csaChiquinho pediu á Ben-

jamim^para empurrar obalanço. Jagunço pòz-sca pular de contente emtorno dos garotos

ÍAáfjL *¦—r\t~ \JJ \\

— Bem alto, Benjamim! Bem alto'E Benjamim deu uma corrida levando¦*¦ balanço acima da cabeça. Jagunçoacompanhava o movimento..

correndo pordo balanço A brincadeiia muito bem, o balançoia t- vinha Quando Chi-quinho pediu; — Maisforça Benjamim!

te correu .>lanço e¦no lambem. meitendo-$e-rhepelas pernas. Benjamim atrapa-lhüii-se e cahiu recebendo o ba-

__, | ^^r^ **m, ' - .'*Jr. . la.nço na cabeça e cahindo por rima docão Chiquinho para diminuir o desasireatirou-se abaixo cahindo sobre osiois. . —'

Tw

Como nãc i íniejtflal^ contusões

^ encobrir o desastre e assim livra-ram-se do Jazz-band