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PARA DELEITEDA CRIANÇADAA NOVA REVISTAI N FANT I L QUETRARÁ EM SUASPÁGINAS TUDO0 QUE AS OUTRASNÃO TRAZEM!

NUMERO AVULSOcr$ 2,50

DE QUINZE EMQUINZE DIAS

I LHTTifflffl !TilM*IS UM LANÇAMENTO DA S. A. "O MALHO", EDITORA DE "O TICO-TICO", "CIBANDINHA" E "TIQUINHO"

RUA SENADOR DANTAS, 15 — 5.° ANDAR —RIO.

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Lições VOVÓMeus netinhos:

NADA denuncia o mau caráter de uma criança, como a crueldade

para com os animais. Há meninos que gostam dos cães, outrosque não têm por eles simpatia. Alguns adoram pássaros. Outros, ainda,lhes são indiferentes, como indiferentes existem para com várias outrasespécies de animais.

Póde-se admitir e aceitar que nem todos tenham feitio para mimarum cãozinho, ou um gato, um pombo, ou um coelho. Mas entre a indife-rença e a malvadez há uma grande grande distância. Ninguém vai con-denar um garoto, por não querer ter um cachorro. Mas todos se toma-rão de horror pela sua pessoa, e com razão, se esse garoto for dos taisque judiam, perseguem, martirizam os pobres animais, só pelo prazer depraticar uma malvadeza.

Lembrem-se sempre, meus netinhos, de que os animais sentem, comonós. Também eles são criaturas de Deus, e ninguém tem o direito, anão ser para se defender, ou por um motivo muito justo, de mal-tratar fisicamente outra criatura.

Nunca esqueçam aquela verdade: maltratar os animais é indí-cio de mau caráter.

VOVÔ

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\ cio de mau caráter. / /

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osASTRÓLOGOS

EM épocas passadas muitas pessoas costumavam

consultar os astrólogos para que estes lhe desço-brissem o futuro por meio dos astros. Também aos as-trólogos era dado o poder da interpretação dos sonhos.

Passavam eles as noites na torre de um edifíciode onde seguiam o movimento dos astros.

Um dia, certo rei teve um sonho muito esquisito: so-nhou que lhe haviam caído todos os dentes e que suaboca estava igual à de uma criancinha recém-nascida. Ficou muito preocupado e por Jssomandou chamar um dos astrólogos da corte.Contou-lhe então o sdhho que tivera, pedindo-

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lhe que, com o auxílio dos astros, estu-cTasse o seu significado.

Assur, assim se chamava o astrólo-go, depois de passar toda a noite olhan-do para o céu, apresentou-se ao rei nodia imediato e disse-lhe:

— Majestade, vosso sonhoé muito mau.Segundo estudo feito nas conste-loções^ sonhar com dentes signifi-ca que morrereis, assim como vos-saesposa e vossos filhos. Nenhummembro da família real se salva-rá, assim como no sonho ne-nhum dente ficou em vossaboca.

O rei, a princípio, ficou pálido de terror; depois,muito zangado com as palavras agourentas do astro-logo, ordenou que lhe dessem vinte chicotadas, cen-denando-o ainda a passar, preso, um mês a pão eágua. O pobre Assur achou aquela atitude do reimuito injusta e até pensou em rebelar-se. Vendo,porém, que não tinha a quem recorrer, aceitou, re-

signado, o castigo.Tendo o monarca achado que o primei-

ro astrólogo se tinha enganado, mandou cha-mar o segundo. Contou o sonho e pediu queconsultasse os astros para ver qual o seu si-gnificado.

O TICO-TICO MAIO, 1954

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Almir, — assim se chamava o outro astrologo — passou também a noite contem-plando o céu e, no dia seguinte, apresentou-se ao palácio real, onde o monarca o esperavacom ansiedade.

Então ? Que significa o sonho ? — perguntou. — E' mau ? E' bom ?Majestade, — respondeu Almir — o sonho indica que vós, vossa esposa e vossos

filhos morrereis.Oh ! — exclamou o soberano — o mesmo que disse Assur! Que coisa horrível !Esperai, senhor, — disse Almir — eu disse que morrereis, mas todos nós não temos

que morrer um dia ?E' verdade — assentiu o rei.As estrelas deram a resposta — prosseguiu o astrologo, sem se alterar. — E esta

é verdadeira. Não há nenhum mau augúrio !O soberano respirou satisfeito.

Estava livre de um terrível pesa-delo. Para expressar o seu con-tentamento, deu ao astrologo umabolsa cheia de moedas de ouro,nomeando-o, ainda, chefe dos as-trólogos do palácio.

Em seguida Almir retirou-se. Nodia seguinte foi visitar *o compa-nheiro/ que ainda tinha o corpo

magoado pelas chicotadas.Eêste lhe disse:

O que fizeram co-migo foi a pior das in-

justiças, porque tu dis-seste ao rei o mesmo queeu disse ! E enquanto.eurecebi castigo, tu fostepremiado. Não posso com-preender...

E' que, nesta vida —respondeu Almir sàbiamen-te — a questão não é sódizer as coisas...

O principal é saber comodizê-las...

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M «I ) \\MAIO. 1951 O TICO-TICO

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WÊÊÊ ^ÊÊÊ Bk WSmmm\ H IH «T^ \ s/T^I

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Aqui estão Tamarindo, Simpiicio e o dr. Carapetãotrabalhando na oficina de... Que é mesmo, meninos,que eles estão fazendo ? Ah ! Fazem secadores para ca--belos. Não há mãos a medir, para as encomendas !

Simphcio é quem taz as entregas, nos salões de be-leza da cidade. Cada secador é uma riqueza de acaba-mento ! O Salão "Entre Feia e Saia Broto" comprou di-versos e a clientela vai agora ser bem...

... servida como' nunca ! Aqui está uma íourinha que nãogosta da cabeleira que Nosso Senhor lhe deu e desejamudar tudo. O artista que a atendeu vai fazer funcionaro secador pela primeira vez.

— Cruz ! Credo.! Ave Maria ! — grita a fregueza.E sái, porta a fora, como um porco-espinho... O artistaestá bestificado. Quem é que esperava semelhante resul-tado. com um secador novo c tãr bonito ? !

Na outra cadeira, a gordinha está passando mal,também. Seu cabelo virou macarrão grosso. Parece ahidra de Ler na '. Com medo da própria cara, a coitadagrita, chora, sapateia e sái a correr !

E esta coitada ? Em vez de lhe secar os cabelos, quenao eram feios, o secador os comeu... Foi chupando, chu-pando, e acabou deixando a infeliz carequinha da silvaUma verdadeira tragédia no salão !

Vai daí, as três prejudicadas formaram um Sindi-cato. E o Sindicato se movimentou, incorporado e furi-bundo, até à fábrica de secadores, onde teve lugar umcomicio de desagrado, que acabou em cima...

... do responsável por toda aquela confusão... Eu jãnão agüento mais ! — gritava o gerente. — Vou trans-ferir vocês para... para... para., o inferno ! Vocêsdeixam mais maluco do que já sou !

(Continua)

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O TICO-TICO MAIO — 1954

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^/WJÍ^A ^°9a ^om a atira^eira/ ^^ttL____»_i|p //^~ VQ1 P-dir a Deus perdão. $*§£ ^I/l%[%v Mostra que guardas no peito J-wJ

\[( §?/JÜ a jóia de um coração L^^^^BPmH ifrm CARLOS MANHÂES ^^^^^^f%

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MAIO — 1954 o tico-tico

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soldados, não foi ainda suficientemente exaltadae honrada. Na Grécia antiga as mães eram con-

wsideradas como verdadeiras heroinas e nós deve-.íamos, fazer a mesma coisa. Estou pensando numprojeto destinado a homenagear, cada Primaveraas mães de família numerosas...

i E, diante ao silêncio aprovativo da Impera-triz, concluiu:

— Sim... Haverá, cada ano, uma "festa dasMães"...

Letícia Bonaparte, mãe do grande corso, co-nhecedora dá idéia, deu-lhe aprovação. Sabe-seque Letícia Bonaparte era conhecida por "Mada-

me Mère" (senhora Mãe), por ter recusado o ti-tulo de Imperatriz Mãe, dizendo que era mais queuma Imperatriz, pois que era a Mãe de Napoleão.

O "DIA DAS MÃES'Todos

sabemos que a instituição do "Dia das)Mães" é devida á piedade filial de uma jo-vem, miss Anie Jarvis, de Filadélfia (E. U.)

que deliberou, dessa forma, homenagear a própriapregenitora e todas as mães, vivas e mortas.

O que poucos sabem, entretanto, é que essaidéia do culto materno simbolizado em um diafixo, cada ano, vem de mais longe, dos temposnapoleônicos, e que fez parte das cogitações dogrande cabo de guerra.

Napoleão era ótimo filho e tinha para comsua mãe, Letícia Bonaparte, verdadeiro culto.

"Tudo lhe devo — dizia êle aos seus ínti-mos. Sim, tudo. Penso que a vida inteira de umhomem depende da maneira pela qual foi êle edu-cado: — na cera maleável que é a alma de umacriança, aquela que lhe deu o ser grava suasmarcas indeléveis para toda a vida."

Após a batalha de Austerlitz, quando o Im-perador, vitorioso, retornou à França, um dos seusoficiais lhe trouxe, certo dia, uma senhora queacabara de ver nascer, pouco antes, seu vigésimoquarto filho. Napoleão se inclinou profundamentediante daquela senhora, a quem felicitou.

Partindo a visitante, disse o Imperador a Jo-sefina, sua mulher:

A mulher francesa, que dá á Pátria tantos

Sim, meu filho — teria ela dito então aoImperador — deves ligar o teu nome á glorifica-ção das Mães.

Ãs lutas, nos campos de batalha, fizeramcom que Napoleão não pudesse tornar realidadqseu projeto. Nunca, porém, êle o esqueceu. Diziasempre

Para honrar todas as mães francesas, epara provar o reconhecimento que tenho pela mi-nha própria, criarei o dia das mães...

O projeto daquele grande vulto da História Uni-versai é, hoje,uma realidade.

No segundodomingo destamês, você teráa oportunidadede demonstrartambém seucarinho,sua gratidão es e u devota-mento àqueladoce e b o acriatura qualhe deu o ser.

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— E' a mãe de vocésv. Matutoudizer que foi passar o Dia das Mãescom a mãe dela...

0 TICO-TICO MAIO. 1951

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Fichei rio A EstudiosoBRASILEIROS NOTÁVEIS A

\Orador popular vigoroso e jorna-

lista de largo? recursos, lol figuradas mais notáveis da campanha abo-licionista que teve desfecho em 13de Maio.

Era negro e se íèz o apóstolo dalibertação dos da sua raça.

Nasceu em Campos, em 1853.

Sua oiiaem humilde — era filhode um operário — náo impediu quechemsse a ser um des maiores vul-tos da nossa literatura.

Foi típográfo e revisor. Um dosprincipais fundadores da Academiade Letras. Prosador, teatrclogo epceta. Autor de "D. Casmurro".

\a'or do Hino da Independèn-cia" e fundador do célebre Jornal"Aurora Fluminense"'.

Tinha o regnome. como jornalista.de "Moderado".

De .-ume les calxeiro de livrariachegou a deputado e político influ-ente em seu tempo.

BRASILEIROS NOTÁVEIS~\

Paraibano, foi a alma da Insur-reição de 1845 em Pernambuco, con-tra o domínio holandês.

Companheiro de Camarão e Hen-rique Dias. lutou com patriotismopela liberdade . cem acendrade es-pirlto nacionalista.

Proto-martir da Independência, fl-gura máxima da. Inconfidência Mi-neira. foi o companheiro de Gonzaga,Alvarenga Peixoto e Cláudio Manoel.

Traído. íoi preso e executado napatibuio. dando seu sangue peloBrasil livre. Morreu a £1 de Abrilde 1792.

*

Barão, conde, marquês e 1.- du-nnfivf,3^

tltUl0' foi ° maior e mais?°l,e á0\ generais brasileiros,tanto que e hoje a figura sünbolicado nosso soldado.

Foi Ministro da GuerraNo Paraguai, colheu muitas gló-nas para o Brasil.

TSTO não é concurso. Trata-se de proporcionar ao leitor (estudioso) o meio de formar um interessan-J- te fichário, mas que êle mesmo terá de organizar, com o auxílio de "0 TICO-TICO". Nesta mesma edi-ção, e nas seguintes, o leitor encontrará os retratos que deverá colar sobre as respectivos legendas, até com-pletar as fichas, que devem ser colados em cartolina, recortadas e arquivadas. Se não encontrar todos nestaedição, aguarde a próxima. Esta página, com outras fichas e novas legendas, será também publicada naspróximas edições.

MAIO Vi ri O TICO. TICO

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papagaio[ milharal era enorme. Quando o ventoM soprava, as folhas se agitavam alegre-mente, produzindo um som adorável dese ouvir."Sêo" João, o dono do sítio, todos os,dias esfregava as mãos de contente, imagi-nando os bolos, as cangicas, os mingaus eas espigas assadinhas nas brasas que iriasaborear,"Mi|hp verde é mesmo uma delícia!"pensava êle, ao mesmo tempo que fazia oscálculos do lucro aue ia ter, vendendo porbom preço o restante da produção.

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eoperiqu/ToCerta vez, ao percorrer o milharal, notou

que várias espigas estavam estragadas, roí-das por algum bicho!"Talvez tenham sido os ratos", pensou.E logo tratou de colocar veneno em várioslugares, para dar cabo dos terríveis roedo-res. Mas, qual o que! 0 estrago aumentavadia a dia. E o interessante é que, quem querque fosse o assaltante, não comia completa-mente as espigas, mais parecendo inferes-sado em destruir, que em alimentar-se.

"Que será que está fazendo tal coisa ?"perguntava

"sêo" João, desesperado.IO O TIC_-TICO MAIO 195 _

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"As formigas nâo podem ter feito tal es-trago", dizia. "Tem

que ser outro bichoqualquer". Mas, embora passasse dias in-teiros escondido entre os pés de milho, nadaconseguia descobrir.

* * *

M dia, no entanto, ao olhar para o chão,"sêo" João viu uma coisa que o inferes-

sou muitíssimo: era uma pena verde, queêle apanhou e pôs no bolso, dirigindo-se emseguida para casa, danado da vida. Assimque o viu chegar, o papagaio foi logo dizen-do que não queria fazeiintriqa, mas aue o peri-quito estava comendo omilho, às escondidas. In-dignado, "sêo"

João foiprocurar o periquito, masê_te, que ouvira a con-versa, teve medo dasconseqüências, e tratoude fugir, voando parabem longe.

A mentira, porém., pormais bem feita queseja, mais cedo ou maistarde termina sendodesroberta.

E assim foi que "sêo"

Joio, querendo apanhara periquito, para lhe daruma lição, continuou avigiar o milharal, sem

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dizer nada a ninguém. Mas, muito ao contra-rio do que esperava, quem viu estragar©do as espigas foi o papagaio, que, graçasà sua côr verde, quase que se confundiacom as folhas, sendo dificílimo enxer-gé-lo."Sêo" João, de sabido, fez que nãoviu o papagaio, e regressou a casa, lá oencontrando, como previa, pois que êlevoara depressa e passara à sua frentee o aguardava com o ar da mais completainocência. Sem falar coisa nenhuma, "sêo"

João pegou o papagaioe o acorrentou, prenden-do-o a uma gaiola, deonde nunca mais o dei-xou sair.

ATÉ hoje corre o

do de que o papa-gaio come o milho e operiquito leva a fama.0 furto, porém, denada valeu ao sabido,porque êle perdeu amelhor coisa que sepode ter na vida: a li-berdade.

ContodeJURACYCORREIA

to O TTOO-Tir-n II

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BAÍA CABRALIA(R. HÁDDOCK LOBO)

O OMENTE no dia 1.° de maio é que, por ocasião de outramissa, Pedro Álvares Cabral tomou solenemente posse da

terra, em nome do rei de Portugal. Os dias anteriores ti-nham sido aproveitados, pelos marinheiros, para fazer provi-são de água e lenha, necessárias à grande travessia que iamempreender. E, a 2 de maio, partiu a esquadra, novamente, emdireção ao Cabo da Boa Esperança, agindo os pilotos e coman-dantes como quem sabe perfeitamente o caminho a seguir.

Um dos navios, porém, rumou a Lisboa, afim de entre-gar ao rei, sem demora, cartas onde se dava a notícia da des-coberta, e onde se faziam interessantes descrições da nova pos-

sessão portuguesa.Existindo, no litoral da Ba-

hia, uma enseada com o no-me de Porto Seguro, pensa-va-se que nela havia ancoradoa esquadra de Cabral.

A descrição feita por PeroVaz de Caminha, entretanto,levou os estudiosos a localizaro verdadeiro ponto da praiaonde se realizou a posse daterra. Trata-se de pequenoporto natural hoje denomi-nado BAIA CABRALIA.

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FiCHÁRIO DOESTUDIOSO

| OSWALDO CRUZ |

Destaque o retrato e cole-o noseu espaço na ficha. Se não estánas fichas de hoje, deverá estarnas que serão publicadas em ou-trás edições.

DOIS LIVROSGoiás e Mato Grosso, vol. 10 da

Viagem Através do Brasil, é de au-toria de Elza Coelho de Sousa. Emlinguagem acessível aos jovens, aquem é especialmente destinado,transporta os leitores ao coração doBrasil, dando-lhes amostras da vidados dois Estados. Obra farta e ar-tísticamente ilustrada por OsvaldoStorni apresentada pelas EdiçõesMelhoramentos — que também pu-blicam "Nossos filhos, nossa alegria",atraente álbum de selecionadas fotosdo 1.° Concurso Fotográfico Melho-ramentos.

"Nossos filhos, nossa alegria" édedicado a todos os que amam verda-deiramente os pequeninos.

AS CURIOSIDADES DO CALENDÁRIO CHINÊS

O calendário chinês é baseado nos movimentos combinados do Sol e da Lua. Desdea >mais remota antigüidade os chineses davam ao ano solar uma duração de 365

dias e dividiam-no em 12 partes iguais chamadas Tchong-ki. Cada Tchong-ki tinha 30dias e meio e dividia-se em duas partes iguais denominadas Tsie-ki. O calendário atualtem 12 meses e algumas vezes 13 e o ano começa de 30 de Janeiro a 19 de Fevereiro.Os anos são repartidos segundo um ciclo de 19 anos que se chama Tchang. Os mesesdesignam-se por número de ordem. Para os usos ordinários da vida os chineses contamos anos a partir da subida ao trono do Imperador. O dia começa à meia noite e divide-seem 12 partes iguais chamadas SHI.12 O TICO-TICO MAIO, 1954

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6 fáAeâfr de tâm )yv "colhedor de cocos" é um dos tipos humanos bem

caraterísticos da vida agrícola e econômica do

Nordeste. Predominando em grande extensão, da orla

marítima de Abrolhos, na Bahia, até o Maranhão, tem o

coqueiro um valor marcante na economia local, além de

ser ornamento principal da paisagem praieira. E' nesse

ambiente geográfico e cultural que o rústico trabalhador 1

exerce sua perigosa função. j

Geralmente a subida no coqueiro é feita com o au-

xílio da "peia". Mas, os bons colhedores não usam "ar-

reios": sobem, com mais rapidez, "no braço". —

A "peia" é feita de corda ou de couro de boi. Ela

se constitui de duas partes: a "correia" e a "tamanca",

funcionando ambas alternadamente, enlaçadas no co-

queiro. Enquanto na "correia" o trabalhador pendurauma perna, apoiando-se na altura da coxa, na segunda, J

que é um pouco menor (cerca de 20 cms.) apoia a plantade um pé, fazendo funcionar com as mãos aquelas duas

peças. Depois de bem ajustar a peia ao tronco, principiao trabalhador a sua tarefa, levando na cintura um facão

ou uma foice, com que, chegando ao cimo do coqueiro,

faz "descer" os cocos.

MAIO, 1954 O TICO-TICO 13

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¦>

WCO-RECO, BOLffO e AZEITO/V/)\ HOJE DENTRO OE POUCOS DIAS ¦}

s^~^-^^à SEREI UM GRANDE MA.GIC'O.0mágica!e'o\\mmimw ^-^--^^^~^-——^MEU FRACO O.

^Wif«.WU (/^"X '

Sl^flp GRANDE \/íe> \/~>V MA'6IC0 ^xA^^X

COM MAIS ALGUNS TRE3NOS, FAREIA MOEDA DESAPARECER/

^fe

BOLÃO, O QUE E' QUE VOCÊ QUERFAZER COM ESSA MOEDA ?

7/ /'estou trbnando para// r^j^n ( ma'gico, quero que

I U -J \ A MOEDA DESAPAREÇA.^

ORA.Í.UE BOBAGEM/SE VOCÊ ME DERESSA MOEDA,EU A FAREI DESAPA-RECER NUM SEGUNDO/ UM bUKVt I t Ufc tOCÜ*'^ *

ATE' LOGO, BOLAO/ VOCÊ NUNCA MAISVERA EST A MOEDA/VOU COMPRARUM SORVETE DE COCO-'

14 O TICO-TICO MAIO — 1954

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Cl üffl]MÉas!vm)G(}Jv^^

Os Caras-Sujas estavam atentos. Queriam tirar uma desfor-ra do Mocinho Oonçalinho e de Azaré, seu cavalinho. Por ísío,puseram um espião perto do acampamento. Uma noite o espiãosaiu —

. e foi avisar os maiorais da tribo, de que Oonçalinho se pre-parava para sair pelos campos. Tinha-o visto quando vestiaAzaré, Isto é, punha os arreios no seu fiel e Inseparável compa-nheiro.

Entio os acêrrlmos Inimigos do nosso amigo e seu amigo,prepararam uma emboscada para eles. Trepando nos pinhei-ros paranaenses, cada qual com seu arco em riste, ficaram àespera, de tocaia.

Quando o mocinho Oonçalinho chegou ao alcance das suassetas, começaram a disparar contra ele. O chapéu do nosso he-rói foi várias vezes traspassado pelas flechas Inimigas. Qonça-linho reagiu...

... como autêntico batalhador. Usando dois revólveres, um emcada mão, cortou a bala os galhos em que estavam os Caras-Su-jas, que vieram sujar ainda mais as caras, na poeira do chão!Apavorados..

... com tanto heroísmo e tanta coragem, os indios dispara-ram, mas agora dispararam foi na carreira, encolhidos... EOonçalinho, então, cortou a bala as penas de ambos I Os doiychegaram...

... apavorados e humilhados ao acampamento do chefe Roque-Roque. Quando o chefe viu as penas deles cortadas a bala, ficoufurioso. E mandou todos dois ficar de castigo atrás de uma por-ta. dois dias!

Quanto a Oonçalinho, regressou fagueiro e vitorioso (massempre modesto...) ao acampamento, trazendo no chapéudois troféus: as setas e as penas tomadas aos índios ! — E comofoi aclamado' '

(Continua)

MAIO — 1954 O TTCO-TICO 15

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QomMkúu WâaberAo contrário do

que multa gentepensa, o açúcar nãoé produto moderno.E' verdade que o melfoi usado, durantelargo tempo, comoadoçante. Mas já oshindus e os chine-ses extraiam, da ca-na, o açúcar.

^^c?_J.

¦_."' *>_4_S___F^^h_fc_&\\

Chamava-se Qui-mera, na mitologia,um estranho mons-tro, metade leão emetade cabra, comcauda de dragão eque vomitava fogo.Foi morto por Bele-rofonte que o cora-bateu montando Pé-caso, o cavalo quetinha

Foi o dentistaMorton, da cidadenorte-americana deiBoston, quem pri-meiro aplicou o étercomo anestésico nasextrações de dentes.Isso no ano de 1846.

•O segundo pais do

mundo a empregaro esróstato em ope-rações de guerra foio Brasil. E foi du-rante a guerra doParaguai por suges-tão de Caxias.

•Em nossa terra, o

Correio principiou afuncionar em 1663.

•Há 54000 franceses

possuidores da Le-glão de Honra, doaquais 32.031 perten-cem ao Exército e àMarinha.

•Paulo Barreto, o

conhecido João doRio, faleceu em 1921.

•Castro Alves fale-

ceu em 1871.•

Uma gota de nlco-tinn é suficiente pa-ra matar um cão.

•Frei Caneca foi

morto em 1779.

Mauricei Maeter-link autor de "Pás-saro Azul", escreveuque "a felicidade ra-ramente está ausen-te; somos nós quenão percebemos acua presença".

•O soneto que D.

Pedro II escreveu abordo do "Alagoas",quando via Fernan-do de Noronha, a oa-minho do exílio, foio "Adeus à Pátria",que se inspirou noafogamento, em pie-no oceano, de umpombo que iria levaruma mensagem aoBrasil.

•A estrela polar é

uma estrela de ter-ceira grandeza.

•Os primeiros com-

passos do Hino Na-cional foram escri-tos por FranciscoManoel sobre o bal-cão de um axmari-nho que existia narua Senhor dos Pas-sos, n. Capital daRepública.

Os gansos do Ca-pitólio, no ano 90A. C. (antes de Cris-to) eram aves consa-gradas à deusa Juno.Alta noite, quando osgauleses atacavam oCapitólio, os gansos,assustados, começa-ram a gritar, açor-dando os romanosque se puderam de-tender.

•Evaristo da Veiga

era livreiro e dizia:"Vendo livros na ml-nha casa e disto re-cebo uma subslsten-cia honrada".

•A crina da cauda

dos. cavalos é o maisforte de todos os fi-lamentos animais.

•Os seres humanos

respiram cerca de 18vezes por minuto.

Aristides Lobo foium dos fundadoresda República do Bra-sil e Ministro do Im-terior do primeirogoverno, em 1889.

•Lisipo é o nome de

um famoso escultorgrego da corte deAlexandre, o Gran-de.

•'Logo que foi in-

ventado o automó-vel, os proprietáriosde carros podiam co-locar a chapa de li-cenoa onde bem qui-sessem.

____________ Ü

Alcebiades, ricoateniense, gostava deque falassem de si.Um dia comprou, poralto preço, um cãomagnífico que foimuito elogiado.Como, porém, cora otempo, ninguém maisfalasse no animal, Al-cebiades, para reavi-var a curiosidade doss e u r concidadãos,mandou cortar a cau-da do pobre animal.

•Foi recentemente

vendida em leilão,na Inglaterra, a au-tentica espingardade Robinson Crusóe— um velho mosque-te de pederneira eque traz grava-do na culatra o no-me de Alexandre Sei-»kirk e a data de1701; foi sobre as a-venturas de Alexan-dre S-lkirk que sobaseou o famoso ro-mance de DanielDefoe.

•A tartaruga é pes-

cada pelos nossos in-dios com uma flechaespecial: a "sarara-ca", de ponta de fer-ro triangular e presapor uma linha com-prida.

•O nome verdadeiro

de Montesquleu eraCharles de Scondat.

E' tão complexa emecanisada a guer-ra moderna que énecessário o traba-lho de pelo menos 18homens para man-ter um soldado na 11-nha de frente.

•A mansão presiden-

ciai dos Estados Uni-dos deve o nome deCasa Branca, ao pre-sidente Andrew Jak-son, que foi quem amandou pintar in-teiramente de bran-co.

•No Brasil existem

mais de 60 espécies ee subspécies de es-corpiões.

•Domiciano, o últl-

nio dos Cesxres, foimorto por ordem desua mulher.

•Afirmam os clen-

listas que existem700 . 000 qualidadesde insetos.

•O primeiro diretor

dos Institutos Ben-1amin Constant foiZigaud.

•A solução da quês-

tão do Amapá, entre. França e o Brasil

pelo laudo do suíçoValter Hauser, foiem 1900.

ffRgJlfty

Para se vingar deuma ofensa, que lhefizera Dindonneau,Panúrgio lhe com-prou um dos seuscarneiros, que lançouao mar. Imediata-mente os outros car-neiros do rebanho seprecipitaram atrás docompanheiro — as-sim fazem sempre ês-ses animais — e odono dos carneirospereceu afogado que-rendo salvá-los.

•Amenta é o nome

da reza por um de-funto.

E' entre Marte eJúpiter que ficamsituados os "asteroi-des".

•Haydn foi cogno-

minada o "Pai daSinfonia".

!______________Rômulo e Remo,

que foram ©s funda-dores de Roma, ten-do sido abandonadosao nascer, leramamamentadoe poruma loba — segundoa lenda. Per isso aloba romana é o em-blema da capital ita-liana, por eles funda-da.

•O nome cientifico

do babaçu é "orbig-nia speciosa".

•Apesar de se tra-

tar de históriastipicamente alemãs,as "Aventuras doBarão de Munchjau-sen", tiveram a suaprimeira dição redi-gida em inglês e pu-bllcada na Inglater-ra.

•As "Cartas da In-

glaterra"! de RuiBarbosa apareceramem 1896.

•A "Divina Come-

dia" de Dante divi-de-se em 34 cantosno "Inferno"; 33 no"Purgatório" e 33 no"Paralzo".

•SteCan Leduc em

1902 tentou provocarb sono artificial pormeio de corrente elé-tlca.

•Os gregos e romã-

nos acreditavam queo espirro era mau a-gouro e por issoquando alguém es-plrrava diziam: Ju-pi ter o guarde.

•O relógio de pen-

dulo foi Inventadopelo holandês Huy-gens em 1657.

16 O TICO-TICO MAIO, 1954

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AVENTURAS DE ZE MACACO

yM I \t fei4#jí. Ky))\ ..;¦•¦•••:;;..

¦¦i!'ít>ii¦¦____'___¦i lüüíüiü !_:ií:i::1

V0M# 73BÍJMMM

Zé Macaco andava pensativo,ruminando uma idéia qualquer.Afinal, um belo dia, a genial idéiaveio a furo: seria, agora, amestra-dor de gansos.

Foi a uma granja, do seu amigo Fulgên-cio, em Pula-Pula, comprou, a prestações, umcasal de gansos, e se pôs a ensinar os palmí-pedes, de batuta em punho, solfejando e trau-teando êle próprio, para que os bichos...

*y

_ >r f-_o T_/

... aprendessem. Lutou, que nãofoi vida. E, por fim, deu os alunospor bem ensinados e capazes debrilhar em qualquer programa decalouros, num domingo.

ÇtPyr^-Mr-^ '^> í >^y M^IÍfeS*... £ AGORA OUVIRSIS

Çü/jf/m^k #__ ÇÇyÇS?T° DE í

Na Rádio Piririquimba havia o programa "Ca-louros Esquisitos", animado pelo famoso locutorFarofinha, que aceitou os gansos como colaborado-res fez grande publicidade e alarido.

Os ouvintes, porém, é que não estavam nada satisfeitos.Uns, apavorados, metiam rolhas nos ouvidos. Outros, iam parao telefone e passavam descomposturas no Farofinha e no donoda Piririquimba.

y^^yps,lA'Qff ~^_Jf^W^^.Í$

^y^ ¦ MODERNA^ ^^^rM^^\\) (u/

Mas... por incrível que pareça, houvequem gostasse da música dos gansos! Ummodernista, muito rico, ficou encantado...

compor6? L_lTeartàisCtaa_ í c^SS^ ^ nerV°S°' «Uerendocruzeiros, e deixan^TSSjsl ^gS^TüSTd° **° ^

EM CADA EDIÇÃO PUBLICAREMOS DUAS FICHAS DO "FICHARTO nr» iro-tt-..-..,-EM BRANCO PARA COLAR OS RETRATOS QUE IREMOS PUBLI _ÍndO^w^T^S??? SVGA*ESRECÉM TODOS OS RETRATOS DE UMA FICHA, O LEITOR"üEVE ESPERAP -_^____^___I^_J1_£_ APA"PREENCHER TODOS OS ESPAÇOS DE CADA UMA. OPERAR A EDIÇÃO SEGUINTE, ATÉ |

MAIO, 195* 0 TICO-TICO 17

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RECORTE

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POR CAUSA DE UM RATO——-—

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20 O TICO-TICO MAIO, 1954

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GRANDES VULTOSDAS LETRAS

rr CASTRO ALVES n

O 13.° volume dessa excelente coleção,

que traz a recomendação de ser lan-

cada pelas Edições Melhoramentos, focaliza

a figura do imortal poeta dos escravos, e foiescrito por João Guimarães, nome qne não

precisa ser apresentado às crianças do Bra-sil, mormente aos leitores de "O Tico-Tico™.

João Guimarães, que, além de grande es-tudioso. é ardoroso admirador do vate con-

«loreiro, seu co-estaduano, produziu um ta-tudo biográfico de reduzidas proporções,como lhe fora pedido pela grande editora,mas, nas sessenta e poucas páginas do seutrabalho apreciou, em magnífica obra de sin-tese, a figura de Castro Alves sob os mais in-teressantes e atraentes aspectos, dando aoleitor um verdadeiro retrato do poeta baianoe uma idéia completa da sua atuação nas le-trás do país, ao tempo em que viveu, comprojeção até os nossos dias. -*

A atividade de abolicionistas do moço esta-dante, seus arroubos poéticos, a inquietaçãode sua vida que tão cedo seria ceifada, tudoisso João Guimarães (o conhecido e apre-ciado "Professor Camarada", tão querido dosmeninos) focalizou com justeza, precisão, emuito brilho, demonstrando que além de óti-

ma poeta e escritor de ficção, é ainda exce-lente biógrafo e pesquizador, possuindo odom de saber selecionar, para um trabalhocomo o que lhe foi entregue, aquilo que, re-almente, interessa ao leitor ávido de informa-

ções de autêntico valor.

Está, assim, enriquecida aquela coleção,"Grandes Vulto* das Letras", com o "Castro

Alves" ora lançado pela Melhoramentos.

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CARÁTER

O caráter é a disposição da alma, como o porte é a compôs-tura do corpo.

O primeiro, íntimo, è tendência que se traduz em atos; osegundo é o jeito que se manifesta em atitudes.

Como os componentes do corpo precisam do apoio do es-queleto, a alma precisa do caráter, que é a estrutura em que sefirma.

Assim como o homem, em sociedade, deve comportar-secom decência e nobreza guardando o respeito que a boa edu-cação impõe, assim também lhe corre a obrigação de atender atodas as conveniências da moral e da disciplina portando-secom altivez sem soberba, discorrendo sem presunção, trazendoa sua palavra límpida e acudindo com ela, em réplica, ao ata-que, sempre, porém com generosidade nobre, preferindo desar-mar a ferir o adversário.

Todas as virtudes apoiam-se no caráter, que é a energiaque nos mantêm a prumo; uma vez, porém, que consultamosem vergá-lo dificilmente o restabeleceremos na primitiva posi-ção e já não terá a inflexibilidade, que era a sua linha honesta,porque nele sempre se há de sentir a volta por onde se dobrou.

COELHO NETO^^V^rtWrfWA^ftWrtJ%^^JVW/W^^^^WVftf^*i^Vfc^^^^W^^^»y^VVVVVW'V'WV,VVVVV'W*

í ÓLEO DE OVO X HMarca Registrada _,J** *^v^

Cabelos sedosos

—"brwm - urmr^^ ^^DIPLOMA OE HONRA ^^e*-^^^^^**-»^^

MAIO, 1954 0 TICO-TICO 21

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fJoão Charuto 1

mm^m in __.fc.__.~i. ¦»_», _» «ii w »«i ^m^^*^0^mm0mm>mmm***^mmm^mmammn^^»^mmm ^m, . .—__^^_^^_—^^__.^___—m__w_^mm——»—^^—

QUANTA GENTE ALI / B/w/mA-^O GUE SERÁ' r ) __J zzWmOi^J-^

EPAÍI5TO O GORDUCHO J7\ CrihlC* I íP^OMF «ffVB/' \| S«/4 £*/V \ ; ^'W'^ü'^0/oa £/Y7sw? coaucukso o concurso HOMBM MAIS fÁt-coJSksoS i O HOMEM IM(8 MA3W S„^T, / ^ °° lAmDO'

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22 O TICO-TICO MAIO — 1954

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ncanTa<.ofa X-^AQda* ÇaTinha^|^\o j^§ê_i'S»^S ^J/ ^___**ÍL AV^XM \ ^.*^*s*v

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7Z NSl OJ( Que linda. fk.U^///*^**. '-' \

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MAIO — 1954 O TICO-TICO 23

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Fichário do Estudioso

Este é um dosretratos paracolar numa dasfichas, no lu-gar que lhecompetir.Para isto, leiaas legendas eveja qual lhepertence.

QUE RISONHO DESPERTAR!

j VIDAL DE NEGREIROS

!vWWVWWWWWA<^^^MWW^^^^MA^^^^M^^MV»W^M'

QUE QUER DIZER'CAVE CANEM" ?i>t

As palavras latinas "Cave canem" signi-ficam: cuidado com o cão. Eram colocadas naentrada ou no vestíbulo das antigas casas deRoma, Pompéia, etc., para indicar que haviaum cão de guarda solto ou atado. Além dainscrição, pintava-se freqüentemente um cãono muro em um mosaico que era exposto aosvisitantes. Aquelas palavras se popuarizarampara dar a entender que é preciso ter cuidado,não só com os cães, mas também com as pes-soas e coisas.

¦

O TRUQUE DO GATO.111 ¦ ¦ ¦' ' ¦ ¦ i ¦ ' ¦¦- i'' i i i —

,&E>y<^(E$A¦ ——-"-"¦ _¦_-!¦ ¦ __.¦¦ ¦¦¦ .I— i mu ._¦ i li —mi-.!

— Por favor, tire essas cebolas ! IElas me fazem chorar I

PROCURE NESTA EDIÇÃO, E NAS SEGUIN-TES, OS RETRATOS QUE DEVEM SER CO-LADOS NAS SUAS FICHAS DO "FICHÁRIODO ESTUDIOSO".

24 O TICO TICO MAIO, 1954

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A REDENTORAAVULTA

entre as efemérides nacionais, neste mês, adata que nos recorda a assinatura da Lei Áurea,

"aquela que, a 13 de Maio de 1888, extinguiu a escravidãoem nossa terra.

Foi a princesa Isabel, filha de D. Pedro II, quem as-sinou essa lei, libertando, assim, milhares de negros queviviam escravisados pelos brancos, em condição servil e hu-milhante como se não fossem, também criaturas humanas.

O ato da Princesa Isabel, que foi então cognominada a"Redentora", teve a aprovação do venerando Imperador,que estava ausente do país, tendo deixado a filha como re-gente. A campanha pela extinção da escravatura em nossopaís, foi árdua e cruenta. Entre os que se bateram poraquele ideal figuram vultos inesquecíveis como José do Pa-trocinio, Castro Alves, Luiz Gama, João Alfredo, PardalMallet, Rui Barbosa, Joaquim Nabuco e outros.

Mas entre todos os nomes nacionais ligados à históriada emancipação dos escravos no Brasil, brilha o da PrincesaIsabel, que foi quem, como dissemos, assinou a Lei de 13de Maio de 1888.

CURIOSIDADESEntre os camponeses suecos é

comum tomar sopa de urtigas,que é bastante alimentícia e seprepara fervendo as partes maistenras da planta, condimentando-as com sal e azeite.

O nome Niagara, dado as fa-mosas cataratas que se achamentre o Canadá e os Estados Uni-dos, tem origem na palavra in-digena Niakare, que significa"grande ruído". Essas cataratasforam descobertas pelo missioná-rio francês Marquette.

E' grave imprudência fazer có-cegas nas crianças para provocarriso. Esse riso produz excitaçãogeral que pode ocasionar convul-soes, fazendo perigar a saúde domenino.

O pai de Tycho Brahe não que-ria que seu filho estudasse astro-nomia, mas Direito, e, como o jo-vem resistisse, encerrou-o numcolégio. Ali, o futuro grande as-trônomo passava as noites semdormir, lendo à luz de uma Iam-pada de azeite os livros que tra-tavam de sua ciência favorita, osquais êle conseguia obter por in-termédio de bons amigos.

FICHÁRIO DOESTUDIOSO

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__¦«___'' 4_M__fe. ¦! Eu»'miF m\ __r

Destaque este retrato e co-le-o no lugar que lhe compe-te, na ficha respectiva. Vejaqual a legenda que lhe per-tence.

W-4/0, 1954 O TICO-TICO 25

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© cy

DICK era um cão amestrado, um fox-terrier que sabia andai

sobre duas patas, marcando passo ao som do tambor*, fin-gir-se de morto, ao ouvir um disparo; dançar ão compasso deuma valsa ou mazurca; subir ^ uma escada de cordas, agarran-do-se habilmente com as patas; manter-se sobre uma bola ro-lando e outras habilidades que o tornavam uma verdadeira alva-ção do "Circo Real".

O seu dono, Mr. Fay, era 4paem lhe tinha ensinado tudoaquilo à custa de muita paciência e, às vezes, algumas chiota-das... Pobre Dick !... Quando não aprendia alguma licA ,va,além de ficar sem comer ainda era maltratado com gritospancada!

— És um tolo ! I — vociferava o dono. — Nunca chegará*ser um cão artista como foi o Boby ! Êle sim ! Era incomp?

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yP °^OAvel! É pena que o não possas ver trabalhar! Já está velho,agora...

Dick ouvia as censuras baixando a cabeça. Êle fazia todo opossível para aprender. Se não lhe gritassem tanto, seria bemcapaz de fazer o mesmo que o Boby. E, pensando nisso, resolveu

j_ir pedir-lhe conselho.Boby andava à vontade pelo circo, respeitado por sua ida-

de e pelas glórias passadas. Como o Rim-Tim-Tim, do cinema,Boby era famoso na história dos_circos de todo o mundo.

& O TICO-TICO MAIO 195'

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Quando Dick apareceu, Boby se achava deitado, apanhando sol. Recebeucom afabilidade o seu colega e sucessor, que lhe contou suas máguas e afli-ções:

O patrão me bate e grita, aturdindo-me de tal maneira que não sei oque faço ! Ainda se êle me falasse com brandura, com paciência, eu aprende-ria mais depressa, mas êle grita tanto !

Eu também passei pelas mesmas coisas, quando comecei a trabalharcom o nosso amo, porém um dia dei-lhe uma lição — respondeu Boby.

E que lição foi essa? — indagou Dick, com curiosidade.Aproxima-te mais um pouco e dir-te-ei baixinho para que esse papa-

gaio amestrado, que puxa o carrinho dos ratos brancos, não ouça.O Fox-terrier se aproximou e Boby lhe falou em segredo:

Ps, ps, ps... Entendes?E em seguida:

Ps, ps, ps. ?• Ps, ps, ps... Se êle já esqueceu a lição a recordará, e se portará/melhdr contigo.Dick agradeceu o conselho de Boby e retirou-se.

M^QUELA noite, precisamente, o circo dava um espetáculo de gala. A lotação acháva-sefesgotada e nocartaz constava, como principal atração, "Dick, o cachorro sábio, amigo das criánças'7

Na hora marcada a banda de música começou a tocar alegremente, enquanto c/ circo Mctar. E teve início a função, que prometia ser sensacional.

Depois dos trapesistas, malabaristas e palhaços, apareceu Dick* que foi refcebido/com gritos deentusiasmo pelas crianças. Dick postou-se nas duas patas trazeiras e saudou o publico, fias quando Mr.Fay quis que êle fizesse os exercícios de costume, não obedeceu. Em vão Fay gritada:

Hop ! Hop !Dick continuava olhando-o, mas imóvel. O treinador levantou o chicote, mas ouviu*/se x

cedora gritaria.sr- Não bata ! Não o maltrate !... Está doente !Expelindo chispas pelos olhos, Fay retirou-se com Dick.Naquele instante o treinador se recordou de episódio semelhante que acontecera dom o velho Boby,

anos atrás. Este também havia feito o mesmo que Dick: negar-se a trabalhar/como pfotesto pelos gritose as chicoiadas. E compreendeu, pela segunda vez, que a violên-cia e o castigo nada conseguem nem dos humanos, nem dos irra-cionais.

Desde aquele dia tornou-se bom e paciente para Dick, queaprendeu muitas outras coisas, mas sempre tratado com delicadeza. m

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MAIO — 1954

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O TICO--TICO

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SALVOU-O A BOA LETRA QUE TINHA

QUANIX)

Alexandre Dumas foi para Paris com o fimde tentar fortuna, depois de muitas decepções, apre-

sentou-se ao general Foy, que lhe disse:Que sabe o meu amigo ? Estudou matemática ?Não, general.Mas tem, pelo menos, algumas noções de geome-

tria, de física ?Não, general.Sabe direito ?Não, general.E latim, ou grego...Ainda menos.Tem alguma prática de escrituração comercial ?Nenhuma.

E, a cada pergunta, Dumas corava.Então o general lhe disse com bonhomia:

Dê-me a sua morada. Pensarei no que se pode fa~zer em seu favor. Alexandre Dumas escreveu as indica-ções pedidas.

Estamos salvos ! — exclamou o general, esfregan-do as mãos — Tem uma linda letra.

Dumas inclinou a cabeça sobre o peito. Faltava-lhe aforça para a erguer Três dias depois, entrava nos escriró-rios do duque de Orleans, para ser escriturário.

Quandp Dumas foi agra-decer ao general Foy, disse-lhe:

— Vou viver da minha"letra", mas asseguro-lheque um dia hei-de viver

T0SSI7

FICHAR IO DOESTUDIOSO

MACHADO DE ASSIS

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DUQUE DE CAXIAS

Destaque os retratos paracolar nos seus lugares exatos,nas fichas.

Leia as legendas antes de co-lar, para não errar.

No próximo número, sairãooutros retratos.

CODEINOLNUNCA FALHA

PREFERIDO PELAS CRIANÇASPOR SER DX GOSTO AGRADA-

VEL.PREFERIDO PELOS MÉDICOSPOR SER Dl EFEITO 8EQÜRO.PREFERIDO POR TODOS POR8ER O REMÍDIO QUE ALIVIA

ACALMAS CURA.Infalível contra resfriados. asma

0 brooquitet.

da minha"pena".

E, realmen-te, foi um dosgrandes es-critores queo mundo játeve, e queviveram d oque escre-viam, exdu-sivamente.

O. BOM AMIGO

,MUji.jiLMP.PMj?g«siSBS^_B «t^iMtfSiSVBs^MtaB^C * X^g&P**"**"***'

Í5M^^V^». 9L-^imÈ%mm^'M^ WY J

— Socorro! Quem açode? Êle está se afogando!!

29 O TICO TICO MAIO, 1951

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A CURIOSA OUSEM DO PALAVRA..

BÉtSBafB»TViViWríry7ff^ I85p S ^jj&BeA&^B^^^KB^EfflBB "***^^^sSfiW"'/ -r f ^* 'Sm,m\v^Êa^amrAma\\

^^SSbBB^SLK^S^BBí^^^ ^ffi fHfrTTT?í*T^ \BamY ^r ml^mr^^-m^aaTm^am m *^tBPteft,wWB V - ' 1/v'^'-"

xM^^Ãfe^ty^^^jif^! T^1^ *^ j^^^ãi^^^c^^l^^-gs^^c^B^SBP^^^^iSapS JbM/m )\ M^afc^BC^SShiK^^l^aJ^^ra^i^raiatQff ^r^^^S

ATÔNITOINVESTIGANDO a origem da palavra atônito, apresenta ela a curiosidade de pro-

vir do inglês medieval "astonien" e "estonar" do francês antigo, ambos provindo» por

sua vez, da fonte latina "ex", que significa foro, combinada com "tonore", trovejar.

A primitiva significação dessa palavra era: tornar insensível, ou desacordado, em

virtude de um choque ou faísca elétrica.

Opinam outros que queria significar perder o "tonus" vital, ficar sem "tonus", em

virtude daquela mesma causa, o raio.

Hoje a palavra perdeu seu significado físico. Passou a sugerir uma situação de es-

ponto, de estarrecimento e surpresa, ante um fato inesperado, capaz de produzir,

também, choque e, por isso, afetar o tônus vital.

NO PRÓXIMO NÚMERO, ORI GEM DA PALAVRA CALCULAR

MAIO, 1954 O TICO-TICO 20

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QÍ/ÊM é que não gosta de ter sua caneta bem conser-

vadaJ guardada num estojo bem jeito? E quem nãogostará de poder dizer, quando o lindo estojo fôr elogiado:"Foi feito por mim..."?

x 70SSAS ilustrações mostram, em primeiro lu-l V gar, o estojo pronto, aberto e fechado, dandouma idéia perfeita de como é simples a sua confec-ção. Em seguida, vêm as dimensões que devem teras peças de couro (usar couro fino, ou oleado) emais à direita, as peças que devem ser cortadas:nada mais que três.

No grupo de ilustrações de baixo, vemos o pro-cesso de armação. Um pouco de cola-tudo ou mes-mo goma-arábica será passado na peça menor, ape-nas nas margens. Deixa-se secar, depois de ajusta-das as duas bandas. Uma vez seco, com um lápis sefaz a marcação da linha na qual, com um furador,se farão os orifícios por onde, a espaços regulares,se passará o fio, ou tirinha de couro que dará aquelagraça origina.1 ao estojinho.

Rematasse e enfia-se a ponta para o interior,para que não apareça.

E está pronto o estojo...

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30 O TICO-TICO MAIO — 1954

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FUMO

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MAIO — 1954 O TICO-TICO 31

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mmmMEFUMO

frof/lriy Õei/A^A*USA

(VER ILUSTRAÇÕES NO OUTRO LADO DA PAGINA)

TVTO Brasil são encontradas as me-lhores e mais favoráveis condi-

ções para a cultura do fumo. 0 vege-tal cresce espontaneamente na terrabrasileira e em muitas de suas regiõesbrota com a mesma facilidade e quan-tidade que qualquer erva dos campos.Se forem, porém, dispensados à plantacertos trotes e cuidados, ela produzirámais e de melhor qualidade.

O fumo cresce em todos os Estadosdo Brasil, embora se destaquem porsuas vantajosas condições os Estadosde:

1.° — Bahia;2.° — Rio Grande do Sul;

3.° — Minas Gerais;4.° — Santa Catarina;

5.° — Pará.

K cultura do fumo na Bahiafoi iniciada logo depois do

descobrimento do Brasil, manten-do-se sempre esse Estado na pri-mazia da produção brasileira, de

tabaco. Grande abundância encon-

tra-se na zona do Recôncavo Ba-íano, focai onde se acham as maioresfábricas de fumo da América doSul.

Na Bahia são encontrados três ti-

pos de fumo: os fracos, os fortesou pesados e os leves ou das ma-tas.

K boa época para a transplanta-

ção das mudas é em Fevereiro.Cerca de nove meses depois começa a

colheita das folhas que são em segui-da postas a secar ao sol, facilitando

assim a retirada das nervuras maisfortes, operação esta que se chamadestalar. As folhas, depois de secas e

destoladas estão prontas para passar

pelos processos de beneficiamento.

^"\ fumo é empregado na fabrica-^^ ção de: charutos, cigarros, fumode rolo, rape, etc....

O Brasil ocupa presentemente o

quinto lugar na produção mundial de

fumo, depois dos Estados Unidos, Chi-

na, índia e Rumania.

32 O TICO-TICO MAIO, 1954

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CONCURSO N.° 323

___§!HORIZONTAIS: — 2 — Missiva. 3 — Nome de bomem. 4 — Vermelhidão.VERTICAIS: — 1 Artista. 2 — Flrmamento. 3 — Não está cozido. 5 —

Mulher. 6 — Acidente geográfico. I

r nvie sua solução a "NOSSOS C_j_vCüRS06", Redação de "O OTCO-TICO"*-< — rua Senador Dantas, 15-5:' andar — Rio — D. Federal — com seunome e endereço completo. E aguarde a solução no "O TICO-TTCO'' de Julhovindouro.

SABIA** *._U bananas só em 1623 Io-ram pela primeira vez conhecidasna Europa.

ISTO?* * O trigo, a cevada, e o cen-

teio transmitem fósforo mineral.

*? A camélia*** As principais obras dogrande poeta italiano TorquatoTosso são: ''Jerusalém libertada","Amantas" e "Torcismond".

****a+******m**^ w¦ mm mm m m m -__».«-____-.¦__¦_.___>____,__¦__.__¦ >__¦____.--^^-^nj-ij-u-Lrxjqjij^

foi espalhadana Europa, no século XVII, pelofesuita Camellux.

QUADRO DE HONRAFORAM CLASSIFICADOS PORSORTE, FARÁ SAIR NO QUADRODE HONRA, OS SEGUINTES CON-CORRENTES QUE NOS ENVIARAMSOLUÇÕES CERTAS DOS DOIS

tJLTTMOS CONCURSOS.

— CARLOS MOREIRA AUDI —São Paulo — E de São Paulo.— UCXO __OMTEMFO — PortoAlegre — R. o. do Sul.— ENI SAMPAIO DIAS — Pieda-de — Rio — D. F.— MARIA ALICE PINHO — Ipa-

nema — Rio — D. F.— JÚLIO PAPALEO — Santa lia-ria — Rio Grande do Sol.— RODRIGO MARJZ CINTRA —Recife — Pernambuco.— CTRENE O. BANDEIRA —Petrópolis — E. do Rio.— ARNALDO MILLS JÚNIOR -Belo Horizonte — Minas Gerais.— ROSALXA CAMPOS — Floria-nópolis — Santa Catarina.

10 — HILDA CAMPELO RIBEIRO —Grajaú — Rio — D. F.

11 — SEGESNANDO MARQUES VI-ANA — Niterói — Estado do Rio.

12 — MARIA HELENA GOMES DIAS—Penha — Rio — D. F.

13 — INALDA C. B. FERRARI -Rio Grande — Rio G. do Sul.

14 — VICTORIO CABALINI — SãoPaulo— Estado de São Paulo.

15 — MIRTES OLIVEIRA PRIMO —Angra dos Reis — E. do Rio.

16 — MARIO ALVES DOS SANTOSTijuca — Rio — D. F.

17 — ATAULPO CARNEIRO OLIVAItaperuna — E. do Rio.

18 — SILVIA MARIA SANTANA —Copacabana — Rio — D. F.

19 — OLÍMPIO F. DE PAULA Petrópolis — E. do Rio.

20 — ALCEU BATISTA RIBEIRO —Ramos — Rio — D. F.¦onWò

MENSARIO INFANTILPropriedade da S. A. "O MALHO"

Diretor: Antônio A. de Souza e SilvaRua Senador Dantas, 15 — (5.° andar)

RIO DE JANEIROASSINATURAS

(Sob registro postal) 12 números Crf 50,00Número avulso Cr 4,00 — Atrazado.. Cr$ 5.00

OBSERVAÇÃO'..A TENDENDO a que as soluções enviadas pelos leite-

** ns residentes nos Estadas nas chegam sempre comgrande atraso, resolvemos, no seu próprio Interesse, mo-dlfiear a forma de sorteio dos nomes quo devem apare-cor, cada mês, no Quadro de Honra.

Assim, o sorteio abrangerá sempre as soluções DOSDOIS CLTIMOS CONCURSOS.

MAIO, 19S4 O TICO-TICO 33

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tf 99 :

Pifa

fiquei sosinho .sen o pipocaE SEHOTUFÃÒ- PIPOCA FO,PAPA AS ÍNDIAS.

y*~~ v~^£rk BKk

UMA CARTA PO PIPOCA 1 OPA .VEJAM /Ott QUE. VAI-HE MANDAR UM

ANIMALSINHO y~~*\ MUITO INTEREÇ-s-AMTE,« <=**)QUE SER«V'

TUFÃO,PATRÃOPARA

ESTAS COM SAUDADE POKAXIHBOWW - VOU HANDAÇ

EUMM^\" BICHINHO QUE^Rv^jV MUHLAP-BEY-

MEPEU

OUAHTX) QUUERES , PODES HANGAR 0*DIN<50",AO TEUE> -PATRÃO- PAGO ^^fc Éfi K^~SÉ^ ey-patrão.paso aXm \T^~ f

\ & A& CUST.AS f^^mW \\^} ^(TJ-

CONPREV UMA CAS1NH01A OE LUXOPARA O ANIMAISINHO QU**=. oPIPOCA VAI HE NANQAÇ.

——_

^W ¦V)—!^5u—¦(

DE.VE5EC UM UNDO CACHOPÇOOE PAÇA

INDIANA-TAU/EZ

OfVPEÔUINEí

<¦ —¦ '-w-^ ^y ^

ESHA COLElRA PEQUENACREIO OUE PODE SERVIR.

VOU DEPRESSA P*RA CASAPOIS O TREM DAS ÍNDIASDEVE ESTAR A CHBÇAIL

AQli» ESTA' O CONHECI MENTO/8\RA O BICHINHO <&UiVEM PAS ÍNDIA*;

' Aj HvSi/i }--—-f ^-íCc

34 O TIOO-TICO MAIO — 1954

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MmaotHoMoiòeJS^

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MAMÃE

.-í^i

PEDIDOS PELO REEMBOLSO POSTAL A S. A. "O MALHO" — Senador Dantas, 15 — 5.» — RIO.

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um^árAUe9 ^^ \mã _r v* _____________L ^^^_^^^B-r n.^Bk/flb máím «n____i _________' _FV. # ^¦¦¦»'

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Q Espetado nas pontas do colchão depregos, o rajá começou a gritar. E Chiquí-nho e Benjamim, antes que viessem guar-das, trataram de fugir.

Quando, porém, alcançaram o pátio, já havia atrás deles uma verdadeira multidãode perseguidores, tendo à frente o próprio roja, que, por ser democrata, até corria atrásde prisioneiros fugidos.

Felizmente o pátio estava deserto. Oscameleiros tinham ido dar água aos camê-los. Os guardas estavam no cinema. E osfugitivos...

... conseguiram ir até um quintal que ha-ioperto, onde a dona da casa tinha esten-dido uma colcha enorme, molhada pelofilho.

Eles apanharam a colcha. Depois,arranjaram um pedaço de árvore comjeito de caveira de boi, que estava mes-mo a calhar!

-_W_Prn_ ^j0É_L nSSt __——-*t/__,___.— <^^"Com habilidade, usando a colcha e o tronco, armaram um bicho feio como seis-

centos e trinta e sete diabos, e começaram a andar de um lado para outro, ber-rando como vaca braba. Quando os indús viram...

... aquilo, não quiseram mais saber deperseguição. Aquilo devia ser uma vacosagrada ! E, então, pernas, para que vosquero ?

(Continua) íí