Manejo dos ácaros do gênero Brevipalpus em citros e cafeeiro · Em cafeeiro Brevipalpus sp. está...

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Manejo dos ácaros do gênero Brevipalpus em citros e cafeeiro

Brevipalpus phoenicis era uma espécie

associada com a transmissão de viroses

em citros, café , maracujá e plantas

ornamentais.

Pesquisas recentes determinaram que a

identificação taxonômica dos ácaros

transmissores de viroses nessas

culturas estava errada.

HOJE NO BRASIL

Brevipalpus phoenicis está restrito a algumas plantas de pouca importância.

Brevipalpus yothersi é a espécie mais abundante e predomina em citros.

Brevipalpus papayensis predomina em café

Estudos ainda estão em andamento

Em citros Brevipalpus sp. é responsável pela transmissão do vírus da leprose dos citros (Citrus leprosis virus - CiLV), uma das principais causas de perdas na produção de citros.

Rodrigues, Kitajima, Childers, Chagas (2003) Citrus leprosis virus vectored by Brevipalpus

phoenicis (Acari: Tenuipalpidae) on citrus in Brazil.

Brevipalpus sp. ÁCARO-DA-LEPROSE-DE-CITROS

Em cafeeiro Brevipalpus sp. está associado

à doença denominada mancha-anular-do-

cafeeiro, causada pelo Coffee ringspot virus – CoRSV.

Desde 1990, com destaque para 1995,

ocorrência importante em Minas Gerais

causando intensa desfolha em cafeeiros

(REIS, 2012). Também no Paraná, São

Paulo e Distrito Federal (CHAGAS ET AL.

2003).

Foto: Eng.Agr. Eduardo Mosca

Foto: Eng.Agr. Eduardo Mosca

Rafael Omoto

Rafael Omoto

Rafael Omoto

Rafael Omoto

Foto: Eng.Agr. Eduardo Mosca

ALMEIDA et al. 2012. Análise temporal e controle da mancha-anular e do ácaro

vetor do Coffee ringspot virus

Ocorrência do ácaro em tempo seco e

portanto, maior incidência da virose em

período seco

Reis et al. (2000) Distribuição Espacial do Ácaro Brevipalpus phoenicis

(Geijskes) (Acari:Tenuipalpidae) em Cafeeiro (Coffea arabica L.)

Mancha anular do cafeeiro: sintomas

Desenvolvimento do vírus provoca

desfolhamento das plantas

Grande desfolhamento interno da planta

devido à preferência de Brevipalpus sp. por este

local: Sintoma “planta oca”

Menor quantidade de folhas significa menor

área fotossintética e portanto menor produção

Rafael Omoto

Rafael Omoto

Rafael Omoto

Rafael Omoto

Rafael Omoto

Rafael Omoto

Rafael Omoto

Rafael Omoto

Frutos infestados ficam susceptíveis à entrada de fungos pelos ferimentos.

O desenvolvimento desses fungos pode levar à queda prematura dos frutos.

Grãos de frutos infectados:

produzem bebida de menor qualidade

possuem peso médio 5% menor do que o de

grãos saudáveis

Foto: Eng.Agr. Eduardo Mosca

Não se deve fazer pulverização

preventiva.

Pulverizações devem sempre ser feitas

após a constatação da presença da praga.

Algumas variações:

Brevipalpus sp. em cafeeiro

Recomendação de controle:

Se no momento da colheita for detectada a

presença dos sintomas da virose, fazer uma

pulverização com acaricida (no talhão) após o final

da colheita, para eliminar os ácaros presentes.

Fazer uma segunda aplicação (no talhão) no início

da próxima frutificação (fase de chumbinho).

Em citros, o aumento dos custos de produção

devido ao controle do psilídeo Diaphorina

citri vetor da bactéria do greening, e a

diminuição no preço da laranja têm levado

muitos produtores a abandonarem o esquema

de monitoramento das pragas da cultura.

NO CASO DO ÁCARO DA LEPROSE

TÊM SIDO FEITAS PULVERIZAÇÕES

PREVENTIVAS NO INÍCIO DA

FRUTIFICAÇÃO.

Brevipalpus sp. apresenta maior aumento

populacional de maio a outubro porque é um período

seco e porque é o momento da maior colheita dos

frutos da variedade Pera.

De agosto a outubro na variedade Pera,

que é tardia e a principal cultivada em

São Paulo, existem os frutos próximos da

colheita e frutos novos da próxima safra.

Brevipalpus sp. migra dos ramos e dos frutos

maiores para os novos frutos. Este é o momento em

que o virus da leprose será introduzido nos frutos da

próxima safra.

Assim, uma pulverização realizada no início

da frutificação, quando os frutos da próxima

safra estão sendo formados, poderá

proteger a safra que se inicia.

Entretanto, uma pulverização preventiva,

sem monitoramento, pode significar uma

pulverização desnecessária em parte dos

talhões, o que representa aumento de

custos e maior contaminação ambiental.

No controle de Brevipalpus sp. em citros

além do controle químico são necessárias

medidas auxiliares para maior eficiência no

controle dos ácaros.

MEDIDAS AUXILIARES

1. Realizar controle adequado de

verrugose e de larva minadora

Fundecitrus

QUALQUER LESÃO EM FRUTOS E FOLHAS

FAVORECE O DESENVOLVIMENTO DE

Brevipalpus sp. PORQUE ESSAS LESÕES

FORNECEM ABRIGO PARA OS ÁCAROS E

ESTIMULAM A OVIPOSIÇÃO DAS

FÊMEAS

Rodrigues (2000) Relações patógeno-vetor-planta no sistema leprose dos citros

folhas com “minas”

PODEM SERVIR DE

ABRIGO PARA O

ÁCARO DA LEPROSE

2. Colher os frutos velhos remanescentes das colheitas anteriores

José Luiz Silva http://www.agrofit.com.br

3. Reduzir fonte de inóculo do vírus

Utilizar mudas sadias

Realizar poda de ramos

contaminados

Eliminar plantas muito contaminadas

3. USO DE QUEBRA VENTOS

Quebra ventos podem representar uma barreira à dispersão de pragas e patógenos. Podem ser formados com plantas que apresentem grande desenvolvimento em altura.

Qual espécie vegetal deve ser usada?

Maia, 2006

4. Evitar a dispersão dos ácaros através

do material utilizado para colheita e pelo

trânsito de veículos:

usar material próprio

evitar trânsito de veículos

desinfestação com acaricidas de caixas e

equipamentos

colheira prioritária de talhões sem o ácaro

e a doença

uso de bins

FUNDECITRUS