Carta Proposta Maria Maria

Post on 21-Feb-2016

39 views 1 download

description

Carta Proposta da Chapa Maria Maria, candidata a Centro Acadêmico de Direito 2015/2016.

Transcript of Carta Proposta Maria Maria

[Digite uma citação do

documento ou o resumo de

um ponto interessante. Você

pode posicionar a caixa de

texto em qualquer lugar do

documento. Use a guia

Ferramentas de Desenho

para alterar a formatação da

caixa de texto de citação.]

Apresentação

Maria da Penha, Maria Bonita, Maria Madalena, Maria

Quitéria, somos todas Marias, independentemente dos nomes.

Maria é um nome popular que representa as diferentes realidades

femininas brasileiras e expressa as desigualdades sociais, raciais e

de gênero da sociedade patriarcal em que estamos todos inseridos.

Sociedade essa, conservadora em relação à emancipação de

sujeitos e às conquistas de liberdades e de Direitos dos

movimentos sociais e populares. Maria é a generalização de uma

personagem feminina de personalidade, significância e vivência

fortes. Marias são todas as mulheres, cisgêneras e transgêneras,

que cotidianamente lutam por suas reivindicações e pelo seu

reconhecimento enquanto “sujeitas” de Direito(s). Foi nesse

contexto de opressão enfrentado numa sociedade racista, classista

e misógina que nos reconhecemos e nos posicionamos como

Chapa Maria Maria.

As opressões as quais estamos sujeitas nos unem, nos

tornam aliadas políticas e nos impulsionam a enfrentá-las. Por

partilharmos de um posicionamento político e ideológico comum,

tanto a respeito de nosso papel como sujeitos históricos de

transformação social, quanto sobre o caráter histórico de luta dos

Centros Acadêmicos e do que eles se caracterizam na prática,

sentimos a necessidade de debater e construir em coletivo a gestão

do Centro Acadêmico de Direito de 2015/2016.

Análise de conjuntura

A conjuntura atual da universidade pública no Brasil se

configura em um processo progressivo e gradual de desmonte e

sucateamento, atrelados a políticas adotadas pelo Governo do

Estado, como a redução da verba destinada às universidades. Um

exemplo nítido é a medida tomada pelo governo estadual na

diminuição do repasse anual do ICMS (Imposto sobre Circulação de

Mercadorias e Serviços), em comparação ao ano de 2014, em um

total de R$ 200 milhões. Tudo isso evidencia o fato de que não se

trata de uma crise da Universidade Pública, mas sim da efetivação

do projeto político neoliberal e classista dessa.

Em um contexto de ampliação de políticas de ações

afirmativas, vivenciamos, em contrapartida, um cenário de cortes

de Bolsa BAAE I e de Auxílio Aluguel, de aumento do preço do

ticket do Restaurante Universitário e de não acompanhamento da

demanda de vagas na Moradia Estudantil. Tais cortes são

cotidianamente sentidos pelos discentes de todo o campus,

principalmente os discentes cotistas, que serão 35% dos

ingressantes de 2016. Além disso, faz-se necessário ressaltar que

um dos principais setores afetados pelos cortes de verbas é a

Extensão Comunicativa e Popular, que compõe o tripé que

fundamenta a Universidade Pública – Pesquisa, Ensino e Extensão –

, sendo esta última o elo mais frágil e o ponto de contato direto

com a sociedade e a efetivação de sua função social. Portanto,

vivenciamos o sucateamento das extensões comunicativas e

populares frente a ampliação da iniciativa privada dentro da

Universidade Pública.

No curso de Direito, tradicionalmente pensado para ser um

mecanismo de manutenção do status quo, observamos a ampliação

de seu caráter tecnicista e a perda de sua criticidade, voltando o

curso para uma perspectiva neoliberal; isso, somado ao desmonte

da Universidade, amplia o abismo entre o direito positivo e a

realidade social. Assim, o Ensino Jurídico de nosso curso apresenta-

se ainda extremamente conservador e dogmático, pautado em uma

perspectiva alienante e descontextualizada sobre a práxis jurídica,

apresentando aos discentes apenas uma única visão do que é

Direito. Dessa forma, a graduação não é pensada para uma

educação libertadora e emancipatória, que debata outras

perspectivas de Direitos e seja pautada nas lutas dos movimentos

sociais, mas sim fundamentalmente positivista e tecnicista.

Em nossa perspectiva, para a transformação desse cenário da

graduação em Direito, é necessário repensar o Projeto Político

Pedagógico (PPP) a fim de aproximar o curso e o Ensino Jurídico

aos movimentos sociais, nos quais estão compreendidos a Extensão

Comunicativa e Popular e o Movimento Estudantil. O Projeto Político

Pedagógico é o documento oficial que define os objetivos, diretrizes

e ações políticas e pedagógicas que serão desenvolvidas no âmbito

da instituição de ensino, expressando as exigências legais do

sistema educacional, bem como os anseios políticos e ideológicos,

as necessidades e as expectativas da comunidade escolar.

Entendemos a necessidade de discutir o PPP pois esse irá refletir a

possibilidade de construção da Educação e do Ensino Jurídico como

instrumento de uma práxis jurídica libertadora e emancipatória,

que paute o Ensino, a Pesquisa e a Extensão que queremos. Sendo

o PPP fruto das prioridades e objetivos políticos e ideológicos

estabelecidos por uma coletividade organizada em torno das

diretrizes do Ensino, entendermos ser necessário ressaltar que

nosso PPP representa os interesses do neoliberalismo e da elite

brasileira. Portanto, debater e repensá-lo a partir de uma

perspectiva que promova a paridade entre os representantes

discentes e docentes é um trabalho complexo que deve ser feito e

formulado pelos sujeitos coletivos da Universidade, sendo pensado

pelos professores, educadores, trabalhadores, estudantes,

discentes e docentes é um trabalho complexo que deve ser feito e

formulado pelos sujeitos coletivos da Universidade, sendo pensado

pelos professores, educadores, trabalhadores, estudantes,

comunidade acadêmica e social.

Dentro dessa visão, buscaremos construir diversos espaços

dentro das Coordenadorias, de maneira orgânica para debater e

repensar o Ensino Jurídico de modo que este promova um Ensino

que tenha uma perspectiva transversal em relação à Pesquisa e à

Extensão. Isso rompe com o conhecimento positivista que

compreende, por exemplo, que as disciplinas propedêuticas estão

hermeticamente separadas das disciplinas de Direito. Somente

assim poderemos construir um novo projeto pedagógico e

ideológico do Direito, verdadeiramente libertador e emancipatório.

Acreditamos que esse debate faz-se fundamental frente à atual

intenção política de representantes do Conselho de Curso em

promover espaços de debate e de reformulação do Projeto. Por

exemplo, uma Comissão de Reforma de Grade já existe, paritária,

para iniciar esse debate – sendo de extrema importância nos

organizarmos enquanto Movimento Estudantil, seja por meio da

Representação Discente nos espaços institucionalizados e por meio

da atuação do Centro Acadêmico de Direito.

Sendo assim, elegemos o debate da reformulação do PPP e do

Ensino jurídico crítico, transformador e emancipatório como o mote

da Chapa Maria Maria!

NÓS, MARIAS

Nós, Marias, somos mulheres, de esquerda, não satisfeitas

com a atual conjuntura da Universidade, dispostas a levar para o

Centro Acadêmico uma postura proativa no que diz respeito às

diversas opressões sofridas dentro do Campus, propondo mudanças

que visem a emancipação dentro da graduação, indo de encontro

com o caráter conservador do curso de Direito.

Toda nossa ação será pautada na abordagem completa do

que compete à Representação Discente, sem perder de vista a

horizontalidade, a integração e o recorte de gênero, de classe e de

raça. Esse recorte é fundamentado em nossa autonomia de gestão,

pois acreditamos que, como Centro Acadêmico de Direito, devemos

priorizar medidas que contemplem e respeitem as minorias sociais:

a representatividade puramente numérica e vaga não sobrepõe o

caráter principiológico da nossa chapa enquanto representação

daqueles que têm sua voz diminuída em espaços coletivos e

hierarquizados.

Colocamos como mote da Chapa Maria Maria a questão da

reformulação e discussão acerca do PPP. Lidaremos também com

esse projeto de forma horizontal e a fim de expor os anseios do

corredor de Direito: abordando o debate acerca da grade curricular,

a problemática dos professores e suas ações dentro de sala de

aula, o caráter majoritariamente dogmático do curso, a priorização

de assuntos mercadológicos e que servem à realidade neoliberal,

entre outros.

Por fim, pontuamos que, justamente por esse caráter

conservador, dogmático e positivista do Curso, é esperado uma

divisão mecânica, cartesiana e formal do Conselho de

Coordenadores em Coordenadorias específicas. A Chapa Maria

Maria não ignorará esse requisito, mas trabalhará de forma fluida,

visto que todas as membras têm a acrescentar em todo e qualquer

assunto, e por acreditar na forma orgânica e, enfatizamos,

horizontal de organização.

Coordenadoria administrativa e financeira

Gabriela Alves Fontenelle (Gabi)

Em um contexto de poucos recursos disponíveis para o Centro

Acadêmico e um problema estrutural no que diz respeito à falta de

incentivo e apoio financeiro institucional, a nossa Coordenadoria

Administrativa e Financeira se propõe a colocar em debate a

questão atual de que os Centros Acadêmicos devem pensar

políticas de arrecadação de dinheiro vinculadas a patrocínios e a

iniciativa privada e, também, realizar vendas no corredor a fim de

suprir tal escassez.

E agora, Maria?

Repasse em Reuniões Administrativas dos gastos do

Centro Acadêmico;

Prestação de contas semestral;

Aderir à formas alternativas de captação de recursos:

eventos autogeridos, vendas de produtos e comidas, entre

outros;

Juntamente com a Coordenaria de Cultura e Eventos,

continuar com a política de estabelecimento de menor

preço de festas, palestras e eventos acadêmicos para

alunos que recebem Bolsa BAAE I e da Moradia Estudantil.

Coordenadoria de comunicação e imprensa

Júlia Veiga Camacho (Slow)

Mariana Ferreira Figueiredo (Material)

Vemos, na conjuntura atual, um curso de Direito pautado em sua

tradição acadêmica dogmática, que não costuma abrir espaços à

manifestações artísticas e culturais. Por isso, nós, como Coordenadoria de

Comunicação e Imprensa, vemos a necessidade de ampliar o diálogo e a

divulgação de âmbito comunicativo e cultural. A partir disso,

incentivaremos a expressão artística de forma livre e plural, em busca de

contemplar todos os estudantes.

E agora, Maria?

Manter a revista Vanguarda, a fim de promover a manifestação

artística dos discentes, na forma de poemas, desenhos, resenhas;

a revista será divulgada de duas formas: online, mensalmente

publicada no site do CADir (http://www.direitounesp.com/), com

espaços para as produções artísticas dos discentes, tanto do curso

de Direito, quanto de discentes de outros cursos de toda Unesp,

sendo aberto para publicação de resenhas a partir de algum tema

atual de cada edição; e impressa, com edições semestrais da

revista, com um conteúdo mais extenso, englobando de forma

mais abrangente a produção artística discente e da comunidade

de Franca

Divulgação de todas as atividades propostas pelo Centro

Acadêmico pela página do Facebook

(https://www.facebook.com/direitounesp) e pelo site

(http://www.direitounesp.com/)

Articulação constante com a Coordenadoria de Cultura e Eventos

e com as outras entidades da universidade, visando informar os

alunos de nossos projetos e otimizar a divulgação de nossos

eventos

Coordenadoria de Cultura e Eventos

Beatriz Carvalho de Souza (Mancada)

Beatriz Santos Vieira Palma (Kel)

A Chapa Maria Maria compreende a promoção de eventos

dentro e fora da Universidade como algo essencial para a

manutenção do caráter político do Centro Acadêmico. Entendemos

que a intervenção cultural é majoritariamente abordada sob seu

viés mercadológico e de entretenimento, esvaindo todo o conteúdo

político do debate cultural. Buscando estimular a problematização e

o debate do Projeto Político Pedagógico e do Ensino Jurídico do

Curso de Direito, acreditamos ser fundamental (re)pensar os

Eventos Culturais e Acadêmicos da gestão como uma

complementação dessas pautas. Portanto, buscando incentivar e

fomentar esses debates, nossa atuação será marcada pela

intervenção cultural cotidiana que dialogue com os movimentos e

coletivos culturais do Campus e da cidade de Franca.

Sendo assim, iremos manter e melhorar eventos promovidos

por gestões anteriores, como a Jornada Inaugural, a Semana da

Diversidade, a SAUP (Semana de Analise da Universidade Pública) e

os Ciclos Jurídico e Político. Para isso, buscaremos fomentar o

diálogo do CADir com as outras entidades do Campus, de modo a

ampliar o alcance dos debates propostos. Atuaremos também junto

com a Comissão de Arte e Cultura (CAC) do Campus, que tem

como objetivo aumentar o número de atividades e manifestações

artísticas e culturais dentro desse, buscando abrir esses eventos

para a cidade de Franca. Tal contato, quando pautado na

horizontalidade e na perspectiva de ampliação de espaços para as

intervenções de culturas populares, proporcionará uma maior

interação entre os grupos, coletivos e as outras universidades de

Franca, objetivando diminuir o distanciamento da Unesp frente a

comunidade francana.

interação entre os grupos, coletivos e as outras universidades de Franca,

objetivando diminuir o distanciamento da Unesp frente a comunidade

francana.

E agora, Maria?

Maior articulação com os coletivos de cultura e movimentos sociais

da cidade de Franca na construção de projetos e eventos culturais;

Promover uma semana de manifestações artísticas e culturais, com

apresentações de grupos e coletivos culturais da cidade e do

Campus, pautada na economia solidária e economia criativa. Para

tal, buscaremos dialogar juntamente com os grupos de Extensão

Comunicativa e Popular que militam nessas pautas;

Promover um evento sobre Ensino Jurídico e Projeto Político

Pedagógico, construído em conjunto com os grupos de Estudo,

Pesquisa e de Extensão Comunicativa e Popular do Campus;

Organizar a construção de uma Feira de Troca de Livros, também

pautada no debate da economia solidária, que articule com outros

Centros Acadêmicos, coletivos do Campus e da cidade de Franca a

organização de um espaço de trocas de experiências artísticas e

culturais por meio de um Sarau, construído para a troca de

vivências e a divulgação da produção artística dos discentes e dos

moradores de Franca;

Realizar uma semana de debate da Universidade Pública e do Curso

de Direito junto aos alunos secundaristas das escolas públicas da

cidade, que debata o acesso à universidade, o Projeto Político

Pedagógico e o Ensino Jurídico do curso. Buscaremos construir esse

espaço juntamente com os Cursinhos Populares da cidade de

Franca e com o Cursinho Popular da Unesp – SEU (Serviço de

Extensão Universitária);

Organizar, no início do segundo semestre de 2016, um ciclo de

debates que discuta a importância do Movimento Estudantil e da

Representação Discente nos órgãos colegiados da Universidade.

Coordenadoria geral

Ana Paula De Mari Pereira (Astronauta)

Débora Rayane Brandão Filadélfia (Grupo)

Para a formação de uma gestão do Centro Acadêmico ativa,

comprometida e engajada com os princípios ideológicos e políticos

da Chapa Maria Maria, é necessário que as Coordenadorias atuem

em conjunto, de forma bem articulada, em paridade e

transparência. A Coordenadoria Geral vai atuar a fim de fazer com

que esses pressupostos sejam efetivos ao longo de toda gestão,

para que nossa atuação seja transversal e orgânica. Dessa forma,

nós estaremos organizadas a fim de ajudar na comunicação, na

coordenação e no gerenciamento das atividades do Centro

Acadêmico, sempre enfatizando a horizontalidade de suas ações,

mantendo a gestão dinâmica e harmônica.

Além disso, a Coordenadoria Geral atuará também no âmbito

de integração e incentivo à participação dos alunos dentro dos

espaços de debate, construção e deliberação, para que possamos

discutir gênero, classe e raça atuando de forma alinhada ao

posicionamento político da Chapa Maria Maria; seremos

responsáveis também pela publicidade de convocações de Reuniões

Administrativas do Centro Acadêmico, Assembleias Gerais e Editais

de Eleições que sejam referentes ao Centro Acadêmico.

E agora, Maria?

Oferecer manuais do aluno e da aluna ingressantes,

denunciando diversas formas de opressão relacionadas à

entrada na universidade, principalmente aquelas

relacionadas a discriminações de gênero, sexualidade e

raça;

o Inserir o aluno e a aluna ingressante no contexto político

da universidade, por meio da comunicação em palestras e

Inserir o aluno e a aluna ingressante no contexto político

da universidade, por meio da comunicação em palestras e

eventos;

Levar para discussão em Reuniões Administrativas temas

como a segurança pública e a segurança da mulher nos

arredores do Campus, a pressão sobre a Diretoria em

relação à entrega das salas para os Centros Acadêmicos

etc.;

Propor uma desmistificação do Centro Acadêmico,

procurando aumentar o contato do aluno com o CADir a

partir do diálogo.

Coordenadoria de Política Externa

Stephanie Bortolaso (Ligeira)

Cibele Lasinskas (Love)

O Centro Acadêmico, historicamente, é uma instituição de

luta do Movimento Estudantil frente aos anos de repressão da

Ditadura Militar. Assim, temos esse órgão como uma conquista dos

estudantes. Hoje, a luta continua. Essa, porém, nunca foi feita pelo

Centro Acadêmico sozinho, mas sim por todo Movimento Estudantil,

que é pautado em diversas instituições, que vão do âmbito nacional

ao local.

Dessa forma, cabe à Coordenadoria de Política Externa

promover as relações entre o Centro Acadêmico de Direito da

Unesp Franca com todos os órgãos do Movimento Estudantil a nível

estadual e nacional, como também entre as instâncias e órgãos

colegiados da Unesp Franca. A Chapa Maria Maria tem como

intuito promover a integração, estabelecer um diálogo horizontal e

aberto, um debate fundamentado sobre as demandas internas e

externas ao curso, em todo âmbito do Movimento Estudantil.

Inicialmente, achamos a confluência entre os Centros

Acadêmicos da Unesp algo basilar para a construção de uma

Coordenadoria de Política Externa que atenda as demandas

estudantis fundamentais, como as da permanência estudantil, e

que seja crítica, num contexto em que o curso de Direito se isola

cada vez mais.

Nos propormos a promover a articulação de nossa gestão

com os outros Campi da Unesp e com as demais Estaduais

Paulistas; com os órgãos estudantis; e ocupando outros espaços do

Movimento Estudantil. Assim, buscaremos ampliar a representação

discente do Direito Unesp, dando destaque as pautas das minorias

sociais.

discente do Direito Unesp, dando destaque as pautas das minorias

sociais.

Além disso, vemos como algo inovador um possível diálogo com a

comunidade francana, numa perspectiva freiriana, gerando uma troca de

ideias e de vivência popular. Visando, assim, diminuir o afastamento dos

discentes da Unesp com a cidade e combater a concepção de que a Unesp

é um microcosmo isolado que não tem espaço para as demandas dessa

comunidade.

E agora, Maria?

Promover as relações com todos os Centros Acadêmicos da

Unesp Franca, atuando nas Assembleias, Congregações,

Reuniões Administrativas, eventos etc., atendendo demandas

estudantis (dando enfoque às de permanência) e diminuindo o

isolamento do curso de Direito;

Articular com os outros Campi da Unesp e demais Estaduais

Paulistas, assim como órgãos estudantis como a União Nacional

dos Estudantes (UNE) e a União Estadual dos Estudantes (UEE);

Diálogo com a comunidade francana nos espaços de movimentos

culturais e sociais e com outras faculdades da cidade;

Propomos uma ação de política externa sempre baseada na

horizontalidade e objetivando dar força ao Movimento Estudantil,

através da Representação Discente;

Propomos também reavivar o debate sobre o Diretório

Acadêmico, uma entidade atualmente inexistente na prática;

Compor ativamente outros espaços do Movimento Estudantil,

como o Conselho de Entidades Estudantis da Unesp (CEEU), o

Encontro Nacional dos Estudantes de Direito (ENED), o Conselho

Nacional dos Estudantes de Direito (CONED), o Conselho de

Entidades, a Assembleia de Campus etc.

Coordenadoria de Política Interna e

Qualidade de Ensino

Barbara de Freitas do Amaral (Master)

Isabelle Elias Franco de Almeida (Belle)

A realidade que encontramos nos corredores da universidade

desperta indignação não apenas na esfera política, como também

na acadêmica. A conjuntura do curso de Direito, como vemos hoje,

não engloba o debate crítico e reflexivo que nós, enquanto Chapa

Maria Maria, entendemos como essencial na formação do

estudante para além da tecnicidade. Para tanto, é substancial uma

densa discussão acerca de um novo Projeto Político Pedagógico que

tenha o enfoque em um ensino jurídico crítico e de qualidade,

sendo este pautada em um profundo debate entre toda a

comunidade acadêmica de nosso curso. A Chapa Maria Maria

entende, portanto, que os desafios estruturais do nosso ensino

transpassam as fronteiras de grade curricular e carga horária.

Um dos debates que entendemos ser imprescindível dentro

do contexto da possível reformulação do Projeto Político Pedagógico

é o da viabilidade da implementação do Programa Nacional de

Educação na Reforma Agrária (PRONERA) nas universidades

brasileiras. O programa propõe projetos de educação voltados para

o desenvolvimento das áreas de reforma agrária, cujo público alvo

são jovens e adultos dos projetos de assentamentos criados pelo

Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA).

Acreditamos que, frente ao desmonte da Educação promovido pelo

Governo do Estado de São Paulo, o diálogo de uma possível

implementação de tal programa em nosso curso, apresenta-se

quase que utópica. Portanto, em nossa concepção, faz-se

necessário fomentar tal discussão na Unesp Franca, tantos nos

espaços institucionais e colegiados, como também nos espaços de

quase que utópica. Portanto, em nossa concepção, faz-se

necessário fomentar tal discussão na Unesp Franca, tantos nos

espaços institucionais e colegiados, como também nos espaços de

organização do Movimento Estudantil. Para nós, debater o

PRONERA é debater qual Ensino Jurídico queremos para o nosso

curso, ou seja, um ensino jurídico pautado em uma formação crítica

e transdisciplinar que realmente corresponda aos anseios dos

movimentos sociais e que proporcione soluções efetivas aos

conflitos jurídicos de nossa sociedade.

Por fim, vale ressaltar que nossa Coordenadoria de Política

Interna e Qualidade de Ensino se atentará à atuação dos docentes

tanto nos ambientes de sala de aula quanto nos demais espaços

colegiados, seja na fiscalização de posturas negligentes destes

frente às aulas e conteúdos lecionados, mas, principalmente, em

relação aos diversos posicionamentos e discursos opressores que

vivenciamos cotidianamente na Universidade. A Chapa Maria

Maria irá enfrentar os posicionamentos misóginos, racistas e

classistas dos docentes do curso.

E agora, Maria?

Debater o Projeto Político Pedagógico em conjunto com

estudantes, demais Coordenadorias do Centro Acadêmico,

Representantes Discentes e a Comissão de Reforma de

Grade, a fim de divulgar e aprofundar a discussão acerca

da grade curricular e da carga horária, bem como

proporcionar um ensino jurídico mais crítico e reflexivo;

Fomentar o debate do modelo de disciplinas optativas

vigentes com estudantes, atuando em parceria com

Representantes Discentes do Conselho de Curso e dos

Departamentos. Além de pressionar por uma ampliação do

leque de matérias optativas oferecidas em nossa

graduação, buscando a efetivação de uma perspectiva de

interdisciplinaridade por meio da possibilidade de cursar

matérias de outros cursos;

o Atuar em conjunto com a Coordenadoria de Cultura e

Atuar em conjunto com a Coordenadoria de Cultura e

Eventos na promoção de um evento sobre o PRONERA que

traga beneficiários do programa e docentes de outras

universidades onde o programa já foi implementado;

Expandir o diálogo com os discentes de cada turma a

respeito de questões conjunturais e problemáticas para

melhor representá-los nos órgãos colegiados, a fim de

reforçar a atuação conjunta do CADir e dos Representantes

Discentes nesses espaços;

Fiscalizar o processo e divulgar os editais de contratação

de professores;

Protocolar faltas injustificadas de docentes;

Posicionar-se frente a comportamentos autoritários e de

viés opressor.

Coordenadoria de Pesquisa e Extensão

Karla Gabriella dos Santos Santana (Karlinha)

A proposta de formação e produção do conhecimento dentro

da Universidade Pública é fundamentada no Ensino, na Pesquisa e

na Extensão. Esse tripé tem sido abordado de forma desigual, em

que a Pesquisa mercadológica e que visa o interesse econômico de

nossa sociedade capitalista é extremamente valorizada em

detrimento do Ensino e, principalmente, da Extensão, que vem

sofrendo com o processo de privatização da Universidade Pública e

pela perda de sua função social. Portanto, em virtude da influência

neoliberal dentro da Universidade, a Pesquisa tornou-se interessada

em corresponder aos anseios do capital, sem atender as demandas

e os interesses sociais e coletivos. Em nossa concepção, é

fundamental criar espaços e mecanismos que promovam a

valorização da pesquisa social, que é precarizada institucionalmente

e pelas agências de fomento à Pesquisa frente às realizadas pelas

Ciências Exatas e Biológicas.

Portanto, a Chapa Maria Maria como um todo e,

principalmente, a Coordenadoria de Pesquisa e Extensão, buscará

promover o incentivo de uma Pesquisa que corresponda à função

social da Universidade Pública; como também em fomentar espaços

de debate acerca da Extensão Universitária, sob a perspectiva de

Paulo Freire. Tais projetos serão pensados e articulados por meio

de espaços que estimulem esse tipo de construção teórica e prática

extensionista, como o IPDMS.

O IPDMS (Instituto de Pesquisa, Direitos e Movimentos

Sociais), surgido na UNESP – Campus Franca, é um instituto de

pesquisa que reúne professores, pesquisadores, estudantes,

movimentos sociais do campo e da cidade e advogados populares e

militantes de assessorias jurídicas populares a fim de debater a

importância do estudo dos Direitos sob um viés crítico e

movimentos sociais do campo e da cidade e advogados populares e

militantes de assessorias jurídicas populares a fim de debater a

importância do estudo dos Direitos sob um viés crítico e

transformador; debate fundamental na construção de mecanismos

de intervenção e transformação das instituições de Ensino de

Direito e da realidade social.

E agora, Maria?

Promover, incentivar e auxiliar a pesquisa e a extensão no

curso de Direito;

Aproximar as pautas dos grupos de pesquisa e extensão

do Direito à atuação do Centro Acadêmico;

Realizar, junto da Coordenadoria de Cultura e Eventos e

dos grupos de extensão, estudo e pesquisa do Campus,

um curso sobre “Metodologia da Pesquisa Social”, como

também colaborar com o fórum sobre “Extensão

Comunicativa e Popular”;

Incentivar e difundir a produção científica do Curso de

Direito através da criação de uma Comissão para a

reativação da publicação da Revista dos Acadêmicos de

Direito da Unesp (RAD) e a publicação de revistas e

periódicos dos grupos de pesquisa, estudo e extensão do

Campus.