Carta das Crianças da Aldeia Kurusu Amba à Ministra Maria do Rosário
Carta Proposta Maria Maria
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Apresentação
Maria da Penha, Maria Bonita, Maria Madalena, Maria
Quitéria, somos todas Marias, independentemente dos nomes.
Maria é um nome popular que representa as diferentes realidades
femininas brasileiras e expressa as desigualdades sociais, raciais e
de gênero da sociedade patriarcal em que estamos todos inseridos.
Sociedade essa, conservadora em relação à emancipação de
sujeitos e às conquistas de liberdades e de Direitos dos
movimentos sociais e populares. Maria é a generalização de uma
personagem feminina de personalidade, significância e vivência
fortes. Marias são todas as mulheres, cisgêneras e transgêneras,
que cotidianamente lutam por suas reivindicações e pelo seu
reconhecimento enquanto “sujeitas” de Direito(s). Foi nesse
contexto de opressão enfrentado numa sociedade racista, classista
e misógina que nos reconhecemos e nos posicionamos como
Chapa Maria Maria.
As opressões as quais estamos sujeitas nos unem, nos
tornam aliadas políticas e nos impulsionam a enfrentá-las. Por
partilharmos de um posicionamento político e ideológico comum,
tanto a respeito de nosso papel como sujeitos históricos de
transformação social, quanto sobre o caráter histórico de luta dos
Centros Acadêmicos e do que eles se caracterizam na prática,
sentimos a necessidade de debater e construir em coletivo a gestão
do Centro Acadêmico de Direito de 2015/2016.
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Análise de conjuntura
A conjuntura atual da universidade pública no Brasil se
configura em um processo progressivo e gradual de desmonte e
sucateamento, atrelados a políticas adotadas pelo Governo do
Estado, como a redução da verba destinada às universidades. Um
exemplo nítido é a medida tomada pelo governo estadual na
diminuição do repasse anual do ICMS (Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços), em comparação ao ano de 2014, em um
total de R$ 200 milhões. Tudo isso evidencia o fato de que não se
trata de uma crise da Universidade Pública, mas sim da efetivação
do projeto político neoliberal e classista dessa.
Em um contexto de ampliação de políticas de ações
afirmativas, vivenciamos, em contrapartida, um cenário de cortes
de Bolsa BAAE I e de Auxílio Aluguel, de aumento do preço do
ticket do Restaurante Universitário e de não acompanhamento da
demanda de vagas na Moradia Estudantil. Tais cortes são
cotidianamente sentidos pelos discentes de todo o campus,
principalmente os discentes cotistas, que serão 35% dos
ingressantes de 2016. Além disso, faz-se necessário ressaltar que
um dos principais setores afetados pelos cortes de verbas é a
Extensão Comunicativa e Popular, que compõe o tripé que
fundamenta a Universidade Pública – Pesquisa, Ensino e Extensão –
, sendo esta última o elo mais frágil e o ponto de contato direto
com a sociedade e a efetivação de sua função social. Portanto,
vivenciamos o sucateamento das extensões comunicativas e
populares frente a ampliação da iniciativa privada dentro da
Universidade Pública.
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No curso de Direito, tradicionalmente pensado para ser um
mecanismo de manutenção do status quo, observamos a ampliação
de seu caráter tecnicista e a perda de sua criticidade, voltando o
curso para uma perspectiva neoliberal; isso, somado ao desmonte
da Universidade, amplia o abismo entre o direito positivo e a
realidade social. Assim, o Ensino Jurídico de nosso curso apresenta-
se ainda extremamente conservador e dogmático, pautado em uma
perspectiva alienante e descontextualizada sobre a práxis jurídica,
apresentando aos discentes apenas uma única visão do que é
Direito. Dessa forma, a graduação não é pensada para uma
educação libertadora e emancipatória, que debata outras
perspectivas de Direitos e seja pautada nas lutas dos movimentos
sociais, mas sim fundamentalmente positivista e tecnicista.
Em nossa perspectiva, para a transformação desse cenário da
graduação em Direito, é necessário repensar o Projeto Político
Pedagógico (PPP) a fim de aproximar o curso e o Ensino Jurídico
aos movimentos sociais, nos quais estão compreendidos a Extensão
Comunicativa e Popular e o Movimento Estudantil. O Projeto Político
Pedagógico é o documento oficial que define os objetivos, diretrizes
e ações políticas e pedagógicas que serão desenvolvidas no âmbito
da instituição de ensino, expressando as exigências legais do
sistema educacional, bem como os anseios políticos e ideológicos,
as necessidades e as expectativas da comunidade escolar.
Entendemos a necessidade de discutir o PPP pois esse irá refletir a
possibilidade de construção da Educação e do Ensino Jurídico como
instrumento de uma práxis jurídica libertadora e emancipatória,
que paute o Ensino, a Pesquisa e a Extensão que queremos. Sendo
o PPP fruto das prioridades e objetivos políticos e ideológicos
estabelecidos por uma coletividade organizada em torno das
diretrizes do Ensino, entendermos ser necessário ressaltar que
nosso PPP representa os interesses do neoliberalismo e da elite
brasileira. Portanto, debater e repensá-lo a partir de uma
perspectiva que promova a paridade entre os representantes
discentes e docentes é um trabalho complexo que deve ser feito e
formulado pelos sujeitos coletivos da Universidade, sendo pensado
pelos professores, educadores, trabalhadores, estudantes,
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discentes e docentes é um trabalho complexo que deve ser feito e
formulado pelos sujeitos coletivos da Universidade, sendo pensado
pelos professores, educadores, trabalhadores, estudantes,
comunidade acadêmica e social.
Dentro dessa visão, buscaremos construir diversos espaços
dentro das Coordenadorias, de maneira orgânica para debater e
repensar o Ensino Jurídico de modo que este promova um Ensino
que tenha uma perspectiva transversal em relação à Pesquisa e à
Extensão. Isso rompe com o conhecimento positivista que
compreende, por exemplo, que as disciplinas propedêuticas estão
hermeticamente separadas das disciplinas de Direito. Somente
assim poderemos construir um novo projeto pedagógico e
ideológico do Direito, verdadeiramente libertador e emancipatório.
Acreditamos que esse debate faz-se fundamental frente à atual
intenção política de representantes do Conselho de Curso em
promover espaços de debate e de reformulação do Projeto. Por
exemplo, uma Comissão de Reforma de Grade já existe, paritária,
para iniciar esse debate – sendo de extrema importância nos
organizarmos enquanto Movimento Estudantil, seja por meio da
Representação Discente nos espaços institucionalizados e por meio
da atuação do Centro Acadêmico de Direito.
Sendo assim, elegemos o debate da reformulação do PPP e do
Ensino jurídico crítico, transformador e emancipatório como o mote
da Chapa Maria Maria!
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NÓS, MARIAS
Nós, Marias, somos mulheres, de esquerda, não satisfeitas
com a atual conjuntura da Universidade, dispostas a levar para o
Centro Acadêmico uma postura proativa no que diz respeito às
diversas opressões sofridas dentro do Campus, propondo mudanças
que visem a emancipação dentro da graduação, indo de encontro
com o caráter conservador do curso de Direito.
Toda nossa ação será pautada na abordagem completa do
que compete à Representação Discente, sem perder de vista a
horizontalidade, a integração e o recorte de gênero, de classe e de
raça. Esse recorte é fundamentado em nossa autonomia de gestão,
pois acreditamos que, como Centro Acadêmico de Direito, devemos
priorizar medidas que contemplem e respeitem as minorias sociais:
a representatividade puramente numérica e vaga não sobrepõe o
caráter principiológico da nossa chapa enquanto representação
daqueles que têm sua voz diminuída em espaços coletivos e
hierarquizados.
Colocamos como mote da Chapa Maria Maria a questão da
reformulação e discussão acerca do PPP. Lidaremos também com
esse projeto de forma horizontal e a fim de expor os anseios do
corredor de Direito: abordando o debate acerca da grade curricular,
a problemática dos professores e suas ações dentro de sala de
aula, o caráter majoritariamente dogmático do curso, a priorização
de assuntos mercadológicos e que servem à realidade neoliberal,
entre outros.
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Por fim, pontuamos que, justamente por esse caráter
conservador, dogmático e positivista do Curso, é esperado uma
divisão mecânica, cartesiana e formal do Conselho de
Coordenadores em Coordenadorias específicas. A Chapa Maria
Maria não ignorará esse requisito, mas trabalhará de forma fluida,
visto que todas as membras têm a acrescentar em todo e qualquer
assunto, e por acreditar na forma orgânica e, enfatizamos,
horizontal de organização.
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Coordenadoria administrativa e financeira
Gabriela Alves Fontenelle (Gabi)
Em um contexto de poucos recursos disponíveis para o Centro
Acadêmico e um problema estrutural no que diz respeito à falta de
incentivo e apoio financeiro institucional, a nossa Coordenadoria
Administrativa e Financeira se propõe a colocar em debate a
questão atual de que os Centros Acadêmicos devem pensar
políticas de arrecadação de dinheiro vinculadas a patrocínios e a
iniciativa privada e, também, realizar vendas no corredor a fim de
suprir tal escassez.
E agora, Maria?
Repasse em Reuniões Administrativas dos gastos do
Centro Acadêmico;
Prestação de contas semestral;
Aderir à formas alternativas de captação de recursos:
eventos autogeridos, vendas de produtos e comidas, entre
outros;
Juntamente com a Coordenaria de Cultura e Eventos,
continuar com a política de estabelecimento de menor
preço de festas, palestras e eventos acadêmicos para
alunos que recebem Bolsa BAAE I e da Moradia Estudantil.
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Coordenadoria de comunicação e imprensa
Júlia Veiga Camacho (Slow)
Mariana Ferreira Figueiredo (Material)
Vemos, na conjuntura atual, um curso de Direito pautado em sua
tradição acadêmica dogmática, que não costuma abrir espaços à
manifestações artísticas e culturais. Por isso, nós, como Coordenadoria de
Comunicação e Imprensa, vemos a necessidade de ampliar o diálogo e a
divulgação de âmbito comunicativo e cultural. A partir disso,
incentivaremos a expressão artística de forma livre e plural, em busca de
contemplar todos os estudantes.
E agora, Maria?
Manter a revista Vanguarda, a fim de promover a manifestação
artística dos discentes, na forma de poemas, desenhos, resenhas;
a revista será divulgada de duas formas: online, mensalmente
publicada no site do CADir (http://www.direitounesp.com/), com
espaços para as produções artísticas dos discentes, tanto do curso
de Direito, quanto de discentes de outros cursos de toda Unesp,
sendo aberto para publicação de resenhas a partir de algum tema
atual de cada edição; e impressa, com edições semestrais da
revista, com um conteúdo mais extenso, englobando de forma
mais abrangente a produção artística discente e da comunidade
de Franca
Divulgação de todas as atividades propostas pelo Centro
Acadêmico pela página do Facebook
(https://www.facebook.com/direitounesp) e pelo site
(http://www.direitounesp.com/)
Articulação constante com a Coordenadoria de Cultura e Eventos
e com as outras entidades da universidade, visando informar os
alunos de nossos projetos e otimizar a divulgação de nossos
eventos
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Coordenadoria de Cultura e Eventos
Beatriz Carvalho de Souza (Mancada)
Beatriz Santos Vieira Palma (Kel)
A Chapa Maria Maria compreende a promoção de eventos
dentro e fora da Universidade como algo essencial para a
manutenção do caráter político do Centro Acadêmico. Entendemos
que a intervenção cultural é majoritariamente abordada sob seu
viés mercadológico e de entretenimento, esvaindo todo o conteúdo
político do debate cultural. Buscando estimular a problematização e
o debate do Projeto Político Pedagógico e do Ensino Jurídico do
Curso de Direito, acreditamos ser fundamental (re)pensar os
Eventos Culturais e Acadêmicos da gestão como uma
complementação dessas pautas. Portanto, buscando incentivar e
fomentar esses debates, nossa atuação será marcada pela
intervenção cultural cotidiana que dialogue com os movimentos e
coletivos culturais do Campus e da cidade de Franca.
Sendo assim, iremos manter e melhorar eventos promovidos
por gestões anteriores, como a Jornada Inaugural, a Semana da
Diversidade, a SAUP (Semana de Analise da Universidade Pública) e
os Ciclos Jurídico e Político. Para isso, buscaremos fomentar o
diálogo do CADir com as outras entidades do Campus, de modo a
ampliar o alcance dos debates propostos. Atuaremos também junto
com a Comissão de Arte e Cultura (CAC) do Campus, que tem
como objetivo aumentar o número de atividades e manifestações
artísticas e culturais dentro desse, buscando abrir esses eventos
para a cidade de Franca. Tal contato, quando pautado na
horizontalidade e na perspectiva de ampliação de espaços para as
intervenções de culturas populares, proporcionará uma maior
interação entre os grupos, coletivos e as outras universidades de
Franca, objetivando diminuir o distanciamento da Unesp frente a
comunidade francana.
![Page 11: Carta Proposta Maria Maria](https://reader036.fdocumentos.tips/reader036/viewer/2022062501/5695d5391a28ab9b02a481eb/html5/thumbnails/11.jpg)
interação entre os grupos, coletivos e as outras universidades de Franca,
objetivando diminuir o distanciamento da Unesp frente a comunidade
francana.
E agora, Maria?
Maior articulação com os coletivos de cultura e movimentos sociais
da cidade de Franca na construção de projetos e eventos culturais;
Promover uma semana de manifestações artísticas e culturais, com
apresentações de grupos e coletivos culturais da cidade e do
Campus, pautada na economia solidária e economia criativa. Para
tal, buscaremos dialogar juntamente com os grupos de Extensão
Comunicativa e Popular que militam nessas pautas;
Promover um evento sobre Ensino Jurídico e Projeto Político
Pedagógico, construído em conjunto com os grupos de Estudo,
Pesquisa e de Extensão Comunicativa e Popular do Campus;
Organizar a construção de uma Feira de Troca de Livros, também
pautada no debate da economia solidária, que articule com outros
Centros Acadêmicos, coletivos do Campus e da cidade de Franca a
organização de um espaço de trocas de experiências artísticas e
culturais por meio de um Sarau, construído para a troca de
vivências e a divulgação da produção artística dos discentes e dos
moradores de Franca;
Realizar uma semana de debate da Universidade Pública e do Curso
de Direito junto aos alunos secundaristas das escolas públicas da
cidade, que debata o acesso à universidade, o Projeto Político
Pedagógico e o Ensino Jurídico do curso. Buscaremos construir esse
espaço juntamente com os Cursinhos Populares da cidade de
Franca e com o Cursinho Popular da Unesp – SEU (Serviço de
Extensão Universitária);
Organizar, no início do segundo semestre de 2016, um ciclo de
debates que discuta a importância do Movimento Estudantil e da
Representação Discente nos órgãos colegiados da Universidade.
![Page 12: Carta Proposta Maria Maria](https://reader036.fdocumentos.tips/reader036/viewer/2022062501/5695d5391a28ab9b02a481eb/html5/thumbnails/12.jpg)
Coordenadoria geral
Ana Paula De Mari Pereira (Astronauta)
Débora Rayane Brandão Filadélfia (Grupo)
Para a formação de uma gestão do Centro Acadêmico ativa,
comprometida e engajada com os princípios ideológicos e políticos
da Chapa Maria Maria, é necessário que as Coordenadorias atuem
em conjunto, de forma bem articulada, em paridade e
transparência. A Coordenadoria Geral vai atuar a fim de fazer com
que esses pressupostos sejam efetivos ao longo de toda gestão,
para que nossa atuação seja transversal e orgânica. Dessa forma,
nós estaremos organizadas a fim de ajudar na comunicação, na
coordenação e no gerenciamento das atividades do Centro
Acadêmico, sempre enfatizando a horizontalidade de suas ações,
mantendo a gestão dinâmica e harmônica.
Além disso, a Coordenadoria Geral atuará também no âmbito
de integração e incentivo à participação dos alunos dentro dos
espaços de debate, construção e deliberação, para que possamos
discutir gênero, classe e raça atuando de forma alinhada ao
posicionamento político da Chapa Maria Maria; seremos
responsáveis também pela publicidade de convocações de Reuniões
Administrativas do Centro Acadêmico, Assembleias Gerais e Editais
de Eleições que sejam referentes ao Centro Acadêmico.
E agora, Maria?
Oferecer manuais do aluno e da aluna ingressantes,
denunciando diversas formas de opressão relacionadas à
entrada na universidade, principalmente aquelas
relacionadas a discriminações de gênero, sexualidade e
raça;
o Inserir o aluno e a aluna ingressante no contexto político
da universidade, por meio da comunicação em palestras e
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Inserir o aluno e a aluna ingressante no contexto político
da universidade, por meio da comunicação em palestras e
eventos;
Levar para discussão em Reuniões Administrativas temas
como a segurança pública e a segurança da mulher nos
arredores do Campus, a pressão sobre a Diretoria em
relação à entrega das salas para os Centros Acadêmicos
etc.;
Propor uma desmistificação do Centro Acadêmico,
procurando aumentar o contato do aluno com o CADir a
partir do diálogo.
![Page 14: Carta Proposta Maria Maria](https://reader036.fdocumentos.tips/reader036/viewer/2022062501/5695d5391a28ab9b02a481eb/html5/thumbnails/14.jpg)
Coordenadoria de Política Externa
Stephanie Bortolaso (Ligeira)
Cibele Lasinskas (Love)
O Centro Acadêmico, historicamente, é uma instituição de
luta do Movimento Estudantil frente aos anos de repressão da
Ditadura Militar. Assim, temos esse órgão como uma conquista dos
estudantes. Hoje, a luta continua. Essa, porém, nunca foi feita pelo
Centro Acadêmico sozinho, mas sim por todo Movimento Estudantil,
que é pautado em diversas instituições, que vão do âmbito nacional
ao local.
Dessa forma, cabe à Coordenadoria de Política Externa
promover as relações entre o Centro Acadêmico de Direito da
Unesp Franca com todos os órgãos do Movimento Estudantil a nível
estadual e nacional, como também entre as instâncias e órgãos
colegiados da Unesp Franca. A Chapa Maria Maria tem como
intuito promover a integração, estabelecer um diálogo horizontal e
aberto, um debate fundamentado sobre as demandas internas e
externas ao curso, em todo âmbito do Movimento Estudantil.
Inicialmente, achamos a confluência entre os Centros
Acadêmicos da Unesp algo basilar para a construção de uma
Coordenadoria de Política Externa que atenda as demandas
estudantis fundamentais, como as da permanência estudantil, e
que seja crítica, num contexto em que o curso de Direito se isola
cada vez mais.
Nos propormos a promover a articulação de nossa gestão
com os outros Campi da Unesp e com as demais Estaduais
Paulistas; com os órgãos estudantis; e ocupando outros espaços do
Movimento Estudantil. Assim, buscaremos ampliar a representação
discente do Direito Unesp, dando destaque as pautas das minorias
sociais.
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discente do Direito Unesp, dando destaque as pautas das minorias
sociais.
Além disso, vemos como algo inovador um possível diálogo com a
comunidade francana, numa perspectiva freiriana, gerando uma troca de
ideias e de vivência popular. Visando, assim, diminuir o afastamento dos
discentes da Unesp com a cidade e combater a concepção de que a Unesp
é um microcosmo isolado que não tem espaço para as demandas dessa
comunidade.
E agora, Maria?
Promover as relações com todos os Centros Acadêmicos da
Unesp Franca, atuando nas Assembleias, Congregações,
Reuniões Administrativas, eventos etc., atendendo demandas
estudantis (dando enfoque às de permanência) e diminuindo o
isolamento do curso de Direito;
Articular com os outros Campi da Unesp e demais Estaduais
Paulistas, assim como órgãos estudantis como a União Nacional
dos Estudantes (UNE) e a União Estadual dos Estudantes (UEE);
Diálogo com a comunidade francana nos espaços de movimentos
culturais e sociais e com outras faculdades da cidade;
Propomos uma ação de política externa sempre baseada na
horizontalidade e objetivando dar força ao Movimento Estudantil,
através da Representação Discente;
Propomos também reavivar o debate sobre o Diretório
Acadêmico, uma entidade atualmente inexistente na prática;
Compor ativamente outros espaços do Movimento Estudantil,
como o Conselho de Entidades Estudantis da Unesp (CEEU), o
Encontro Nacional dos Estudantes de Direito (ENED), o Conselho
Nacional dos Estudantes de Direito (CONED), o Conselho de
Entidades, a Assembleia de Campus etc.
![Page 16: Carta Proposta Maria Maria](https://reader036.fdocumentos.tips/reader036/viewer/2022062501/5695d5391a28ab9b02a481eb/html5/thumbnails/16.jpg)
Coordenadoria de Política Interna e
Qualidade de Ensino
Barbara de Freitas do Amaral (Master)
Isabelle Elias Franco de Almeida (Belle)
A realidade que encontramos nos corredores da universidade
desperta indignação não apenas na esfera política, como também
na acadêmica. A conjuntura do curso de Direito, como vemos hoje,
não engloba o debate crítico e reflexivo que nós, enquanto Chapa
Maria Maria, entendemos como essencial na formação do
estudante para além da tecnicidade. Para tanto, é substancial uma
densa discussão acerca de um novo Projeto Político Pedagógico que
tenha o enfoque em um ensino jurídico crítico e de qualidade,
sendo este pautada em um profundo debate entre toda a
comunidade acadêmica de nosso curso. A Chapa Maria Maria
entende, portanto, que os desafios estruturais do nosso ensino
transpassam as fronteiras de grade curricular e carga horária.
Um dos debates que entendemos ser imprescindível dentro
do contexto da possível reformulação do Projeto Político Pedagógico
é o da viabilidade da implementação do Programa Nacional de
Educação na Reforma Agrária (PRONERA) nas universidades
brasileiras. O programa propõe projetos de educação voltados para
o desenvolvimento das áreas de reforma agrária, cujo público alvo
são jovens e adultos dos projetos de assentamentos criados pelo
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA).
Acreditamos que, frente ao desmonte da Educação promovido pelo
Governo do Estado de São Paulo, o diálogo de uma possível
implementação de tal programa em nosso curso, apresenta-se
quase que utópica. Portanto, em nossa concepção, faz-se
necessário fomentar tal discussão na Unesp Franca, tantos nos
espaços institucionais e colegiados, como também nos espaços de
![Page 17: Carta Proposta Maria Maria](https://reader036.fdocumentos.tips/reader036/viewer/2022062501/5695d5391a28ab9b02a481eb/html5/thumbnails/17.jpg)
quase que utópica. Portanto, em nossa concepção, faz-se
necessário fomentar tal discussão na Unesp Franca, tantos nos
espaços institucionais e colegiados, como também nos espaços de
organização do Movimento Estudantil. Para nós, debater o
PRONERA é debater qual Ensino Jurídico queremos para o nosso
curso, ou seja, um ensino jurídico pautado em uma formação crítica
e transdisciplinar que realmente corresponda aos anseios dos
movimentos sociais e que proporcione soluções efetivas aos
conflitos jurídicos de nossa sociedade.
Por fim, vale ressaltar que nossa Coordenadoria de Política
Interna e Qualidade de Ensino se atentará à atuação dos docentes
tanto nos ambientes de sala de aula quanto nos demais espaços
colegiados, seja na fiscalização de posturas negligentes destes
frente às aulas e conteúdos lecionados, mas, principalmente, em
relação aos diversos posicionamentos e discursos opressores que
vivenciamos cotidianamente na Universidade. A Chapa Maria
Maria irá enfrentar os posicionamentos misóginos, racistas e
classistas dos docentes do curso.
E agora, Maria?
Debater o Projeto Político Pedagógico em conjunto com
estudantes, demais Coordenadorias do Centro Acadêmico,
Representantes Discentes e a Comissão de Reforma de
Grade, a fim de divulgar e aprofundar a discussão acerca
da grade curricular e da carga horária, bem como
proporcionar um ensino jurídico mais crítico e reflexivo;
Fomentar o debate do modelo de disciplinas optativas
vigentes com estudantes, atuando em parceria com
Representantes Discentes do Conselho de Curso e dos
Departamentos. Além de pressionar por uma ampliação do
leque de matérias optativas oferecidas em nossa
graduação, buscando a efetivação de uma perspectiva de
interdisciplinaridade por meio da possibilidade de cursar
matérias de outros cursos;
o Atuar em conjunto com a Coordenadoria de Cultura e
![Page 18: Carta Proposta Maria Maria](https://reader036.fdocumentos.tips/reader036/viewer/2022062501/5695d5391a28ab9b02a481eb/html5/thumbnails/18.jpg)
Atuar em conjunto com a Coordenadoria de Cultura e
Eventos na promoção de um evento sobre o PRONERA que
traga beneficiários do programa e docentes de outras
universidades onde o programa já foi implementado;
Expandir o diálogo com os discentes de cada turma a
respeito de questões conjunturais e problemáticas para
melhor representá-los nos órgãos colegiados, a fim de
reforçar a atuação conjunta do CADir e dos Representantes
Discentes nesses espaços;
Fiscalizar o processo e divulgar os editais de contratação
de professores;
Protocolar faltas injustificadas de docentes;
Posicionar-se frente a comportamentos autoritários e de
viés opressor.
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Coordenadoria de Pesquisa e Extensão
Karla Gabriella dos Santos Santana (Karlinha)
A proposta de formação e produção do conhecimento dentro
da Universidade Pública é fundamentada no Ensino, na Pesquisa e
na Extensão. Esse tripé tem sido abordado de forma desigual, em
que a Pesquisa mercadológica e que visa o interesse econômico de
nossa sociedade capitalista é extremamente valorizada em
detrimento do Ensino e, principalmente, da Extensão, que vem
sofrendo com o processo de privatização da Universidade Pública e
pela perda de sua função social. Portanto, em virtude da influência
neoliberal dentro da Universidade, a Pesquisa tornou-se interessada
em corresponder aos anseios do capital, sem atender as demandas
e os interesses sociais e coletivos. Em nossa concepção, é
fundamental criar espaços e mecanismos que promovam a
valorização da pesquisa social, que é precarizada institucionalmente
e pelas agências de fomento à Pesquisa frente às realizadas pelas
Ciências Exatas e Biológicas.
Portanto, a Chapa Maria Maria como um todo e,
principalmente, a Coordenadoria de Pesquisa e Extensão, buscará
promover o incentivo de uma Pesquisa que corresponda à função
social da Universidade Pública; como também em fomentar espaços
de debate acerca da Extensão Universitária, sob a perspectiva de
Paulo Freire. Tais projetos serão pensados e articulados por meio
de espaços que estimulem esse tipo de construção teórica e prática
extensionista, como o IPDMS.
O IPDMS (Instituto de Pesquisa, Direitos e Movimentos
Sociais), surgido na UNESP – Campus Franca, é um instituto de
pesquisa que reúne professores, pesquisadores, estudantes,
movimentos sociais do campo e da cidade e advogados populares e
militantes de assessorias jurídicas populares a fim de debater a
importância do estudo dos Direitos sob um viés crítico e
![Page 20: Carta Proposta Maria Maria](https://reader036.fdocumentos.tips/reader036/viewer/2022062501/5695d5391a28ab9b02a481eb/html5/thumbnails/20.jpg)
movimentos sociais do campo e da cidade e advogados populares e
militantes de assessorias jurídicas populares a fim de debater a
importância do estudo dos Direitos sob um viés crítico e
transformador; debate fundamental na construção de mecanismos
de intervenção e transformação das instituições de Ensino de
Direito e da realidade social.
E agora, Maria?
Promover, incentivar e auxiliar a pesquisa e a extensão no
curso de Direito;
Aproximar as pautas dos grupos de pesquisa e extensão
do Direito à atuação do Centro Acadêmico;
Realizar, junto da Coordenadoria de Cultura e Eventos e
dos grupos de extensão, estudo e pesquisa do Campus,
um curso sobre “Metodologia da Pesquisa Social”, como
também colaborar com o fórum sobre “Extensão
Comunicativa e Popular”;
Incentivar e difundir a produção científica do Curso de
Direito através da criação de uma Comissão para a
reativação da publicação da Revista dos Acadêmicos de
Direito da Unesp (RAD) e a publicação de revistas e
periódicos dos grupos de pesquisa, estudo e extensão do
Campus.
![Page 21: Carta Proposta Maria Maria](https://reader036.fdocumentos.tips/reader036/viewer/2022062501/5695d5391a28ab9b02a481eb/html5/thumbnails/21.jpg)