Capacitor MOS 2 - Regimes de Polarização - Parte 3

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Capacitor MOS 2

Regiane Ragi

Regimes de polarização

PARTE 3

2

Após ter estudado o capacitor MOS na acumulação e na depleção, nesta

apresentação, vamos estudar o capacitor MOS no regime de inversão

3

Inversão

4

Se agora, aumentarmos ainda mais a tensão de gate Vg, tornando-a cada vez mais e mais positiva, acima da tensão de threshold, VT, chegaremos a uma situação

+

+

++

+

+

+

--

--

-

-

-

-

S

-+VG

+

+

++

+

++

------

-

-

-

-

+

-

-

-------

-

--- SiO2 (óxido)

Silício tipo-p

Silício tipo-n

Gate

SubstratoS

++ Lacunas móveis- Aceitadores fixos- Elétrons móveis

-

5

em que só existirão aceitadores ionizados e praticamente nenhum portador majoritário, no caso lacunas.

+

+

++

+

+

+

--

--

-

-

-

-

S

-+VG

+

+

++

+

++

------

-

-

-

-

+

-

-

-------

-

--- SiO2 (óxido)

Silício tipo-p

Silício tipo-n

Gate

SubstratoS

++ Lacunas móveis- Aceitadores fixos- Elétrons móveis

-

6

+

+

++

+

+

+

--

--

-

-

-

-

S

-+VG

+

+

++

+

++

------

-

-

-

-

+

-

-

-------

-

---

Elétrons, portadores minoritários, começam a aparecer em grande quantidade sob a região do gate, e linhas de campo elétrico adicionais terminam nesses novos elétrons.

SiO2 (óxido)

Silício tipo-p

Silício tipo-n

Gate

SubstratoS

++ Lacunas móveis- Aceitadores fixos- Elétrons móveis

-

7

E surge uma camada de inversão de elétrons sob o gate, a qual pode conectar as duas regiões tipo-n de um MOSFET completo.

+

+

++

+

+

+

--

--

-

-

-

-

S

-+VG

+

+

++

+

++

------

-

---

+

-

SiO2 (óxido)

Silício tipo-p

Silício tipo-n

Gate

SubstratoS

++ Lacunas móveis- Aceitadores fixos- Elétrons móveis

-

8

Vamos em seguida, discutir o diagrama de banda de energia na inversão.

9

Quando a tensão no gate for maior do que a tensão de threshold, VG > Vt, surge uma camada de inversão de elétrons sob o gate, a qual podemos visualizar no diagrama de banda de energia através do

EFM

EFSM

EV

EC

qVg

M O S

qVox

10

encurvamento da banda próximo à interface, e o nível de Fermi no metal abaixa ainda mais, com relação ao diagrama apresentado para a condição de threshold.

EFM

EFSM

EV

EC

qVg

M O S

qVox

11

Como VG é positivo, as bandas de energia, no semicondutor e no óxido, exibem uma inclinação ascendente.

EFM

EFSM

EV

EC

qVg

M O S

qVox

12

A camada de inversão é preenchida com elétrons.

13

A densidade de carga na inversão é representada pela quantidade Qinv (C/cm2).

14

Na inversão, qψs, o encurvamento da banda, não aumenta além de 2ψB, permanecendo constante.

qψs

EFM

EFSM

EV

EC

qVg

M O S

qVox

15

Se ψs não aumenta, a largura da região de depleção

Também não aumenta.

16

Isto significa que, a largura da região de depleção alcançou um valor máximo.

17

A tensão no gate é dada pela equação geral

18

A tensão através do óxido é obtida através da equação

19

A tensão no óxido é obtida através da equação

Qsub é toda a carga que pode ser encontrada no substrato, incluindo agora, a carga de inversão.

20

Então,

21

A carga de depleção corresponde à carga devido a largura máxima da região de depleção, que é negativa, porque é devido à íons aceitadores negativos.

22

Conhecendo-se a carga de depleção Wdep e Vox, podemos escrever a partir da equação geral

23

Note que, a primeira parte da equação acima corresponde exatamente à tensão de limiar (tensão de threshold)

24

Então, podemos escrever

25

... E a partir disso, podemos escrever a carga de inversão.

26

Esta equação nos conta que, o capacitor MOS sob forte inversão comporta-se como um capacitor, com um deslocamento Vt.

27

Em Vg= Vt, a carga de inversão

28

qψs

EFM

EFSM

EV

EC

qVg

M O S

qVox

Podemos admitir que elétrons aparecerão na camada de inversão, sempre que a proximidade entre Ec e Ef , na interface, sugerem a sua presença.

29

No entanto, poderíamos fazer a seguinte pergunta:

30

De onde vem esses elétrons do canal de inversão ?

31

Sabemos que no MOSFET de canal-n, com o substrato tipo-p não existe doadores no material.

32

Então pode nos parecer um pouco confuso o aparecimento desse canal de inversão.

33

Uma forma de explicarmos esses elétrons é através do fenômeno de geração térmica.

34

Lembre-se que, em semicondutores, há sempre alguns pares elétron-lacuna sendo gerados por excitação térmica em qualquer instante.

35

Elétrons são criados na região de depleção, são capturados pelo campo elétrico, e são varridos até a extremidade do gate.

36

Além disso, em um dispositivo MOS real existem duas regiões tipo-n, e seria relativamente fácil para elétrons de uma região, ou de ambas, "cair" no poço de potencial sob o gate, e criar uma camada de inversão de elétrons.

37

Em resumo, nesta situação, dizemos que no dispositivo formou-se uma camada de inversão de elétrons sob o gate, e esta camada de elétrons conecta as duas regiões tipo-n do dispositivo, e é responsável pelo fenômeno de condução de corrente no MOSFET.

38

Em outras palavras, os elétrons de inversão são fornecidos pelas junções n+ do MOSFET.

substrato tipo-p

tipo-n+ tipo-n+

MetalÓxido

Semicondutor

39

A camada de inversão pode ser visualizada como uma camada n muito fina, consequentemente, o termo inversão, refere-se à inversão do tipo de condutividade da superfície.

substrato tipo-p

tipo-n+ tipo-n+

MetalÓxido

Semicondutor

40

O transistor MOS como mostrado abaixo é uma estrutura mais versátil para se estudar o sistema MOS do que o capacitor MOS.

substrato tipo-p

tipo-n+ tipo-n+

substrato tipo-p

tipo-n+ tipo-n+

substrato tipo-p

tipo-n+ tipo-n+

Vg Vg > Vt Vg > Vt

- - - - - -

41

O comportamento da superfície de inversão é melhor compreendido, considerando-se a junção p-n de reserva do capacitor MOS, para suprir a carga de inversão.

substrato tipo-p

tipo-n+ tipo-n+

substrato tipo-p

tipo-n+ tipo-n+

substrato tipo-p

tipo-n+ tipo-n+

Vg Vg > Vt Vg > Vt

- - - - - -

42

... E pode ser pensada também como uma camada fina tipo-n.

substrato tipo-p

tipo-n+ tipo-n+

substrato tipo-p

tipo-n+ tipo-n+

substrato tipo-p

tipo-n+ tipo-n+

Vg Vg > Vt Vg > Vt

- - - - - -

43

Escolha de Vt e do tipo de dopagem

44

O transistor de substrato tipo-p opera em um circuito

integrado com Vg oscilando (swinging) entre zero e

uma tensão de alimentação positiva.

45

Para tornar o projeto de circuito mais fácil, é rotineiro definir Vt em um valor positivo pequeno, por exemplo, 0.4 V, de modo que, em Vg = 0, o transistor não tenha nenhuma camada de inversão, e corrente não flua entre as duas regiões tipo n+.

46

Um transistor que não conduz corrente em Vg = 0 é chamado em inglês de

ENHANCEMENT TYPE DEVICE

ou dispositivo do tipo enriquecimento ou intensificação,

Termos usuais na literatura científica brasileira.

47

O valor de Vt pode então ser obtido com um gate n+ e uma conveniente concentração de dopagem Na no substrato, simplesmente usando-se a equação obtida

48

Se o dispositivo de substrato tipo-p fosse pareado com um gate tipo p+, Vt seria muito grande, acima de 1 V, e necessitaria de uma alta tensão de alimentação.

49

O que levaria a um grande consumo de energia e muita geração térmica.

50

Analogamente, um substrato tipo-n é rotineiramente pareado com um gate p+.

51

Em resumo,

i. um corpo ou substrato tipo-p é rotineiramente pareado com um gate tipo n+ para se obter uma

pequena tensão de threshold positiva, e

ii. um corpo ou substrato tipo-n é rotineiramente pareado com um gate tipo p+ para se obter uma

pequena tensão de threshold negativa.

52

Outras combinações de gate-substrato são quase sempre nunca encontrados.

53

Revisão

Regimes de operação no MOS - Revisão

As condições de operação no MOS dependem do potencial VG aplicado ao contato de metal com respeito ao nível de Fermi do semicondutor aterrado

MetalÓxido

SemicondutorVG

Nota: Sempre em nossas apresentações, chamamos de Metal o eletrodo de gate, que

pode ser metal, ou silício policristalino.

54

Regimes de operação no MOS

Para entendermos os diferentes modos de polarização de um MOS nós consideramos três faixas de tensão:

55

Regimes de operação no MOS

Para entendermos os diferentes modos de polarização de um MOS nós consideramos três faixas de tensão:

Esses regimes são chamados:

• Abaixo da tensão de flat-band, Vfb

• Entre Vfb e Vt,

• E maiores que Vt.

VG < Vfb

Vfb < VG < Vt

VG > Vt

Vfb Vt

Acumulação Depleção Inversão

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Acumulação

Ocorre quando se aplica uma tensão VG < Vfb.

Neste caso, apenas uma pequena quantidade de

encurvamento de banda no semicondutor, ψs, é necessária para acumular a carga de acumulação, de modo que quase toda a variação de potencial encontra-se dentro do óxido, Vox = VG.

Vfb Vt

Acumulação Depleção Inversão

57

Depleção

Ocorre quando se aplica uma tensão Vfb < VG < Vt.

Em geral, as cargas móveis no semicondutor são empurradas pela tensão no gate, e uma região de depleção se forma no semicondutor, se estendendo desde a interface óxido-semicondutor até uma largura Wdep dentro do semicondutor.

Vfb Vt

Acumulação Depleção Inversão

Wdep

58

Inversão

Ocorre quando se aplica uma tensão VG > Vt.

Quando há um aumento adicional na tensão de gate os portadores minoritários excedem os portadores majoritários e dizemos que o MOS está operando no regime de inversão.

Vfb Vt

Acumulação Depleção Inversão

Wdep

59

Regimes de operação no MOS

Vfb Vt

Acumulação Depleção Inversão

GATE ÓXIDO SUBSTRATO Tipo-p

EFM

EFSM

EV

EC

M O S

qVg < qVfb

qVox

qψs

χSiO2

ϕM

EFM

EFSM

EV

EC

ϕsχSi

M O S

E0

qVg = qVfb

EFM

EFSM

EV

EC

qVg

M O S

qVox

EFM

EFSM

EV

EC

qVg

M O S

qVox

AcumulaçãoVG < Vfb

Flat-bandVG = Vfb

DepleçãoVfb < VG < Vt

InversãoVG > Vt

60

Usando-se considerações de polarização análogas ao de um MOS de substrato tipo-p, obtenha também o diagrama de banda de energia do MOS de substrato tipo-n para cada regime de polarização.

GATE ÓXIDO SUBSTRATO Tipo-n

Exercício

61

62

Em seguida, tendo já estudado em detalhes os regimes de polarização do capacitor MOS, na próxima apresentação, iremos estudar a característica C-V do MOS.

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Referências

64

http://www.eecs.berkeley.edu/~hu/Chenming-Hu_ch5.pdf

https://engineering.purdue.edu/~ee606/downloads/T5.PDF

https://cnx.org/contents/uypBDhNi@2/Basic-MOS-Structure