Balanço Hidroeletrolítico

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Sérgio Fonteles

Componente com maior

presença no corpo humano

50% a 60% da MCT

Tecidos Magros ≈ 75%

Distribuição de água em vários tecidos

Tecido Água (%)

Sangue 83,0

Rins 82,7

Coração 79,2

Pulmões 79,0

Baço 75,8

Músculo 75,6

Cérebro 74,8

Intestino 74,5

Pele 72,0

Fígado 68,3

Esqueleto 22,0

Tecido adiposo 10,0

Se assumirmos que há apenas uma pequena

quantidade de água nas células de gordura (varia de

5 a 10%), a maior diferença na água total do corpo

entre indivíduos de mesmo peso poderia ser devido

a uma diferença no conteúdo de gordura do corpo;

Tomemos o exemplo de dois indivíduos, cujo peso é

igual a 70 kg;

Um deles tem 10% (7 kg) de gordura corpórea e o

outro tem 30% (21 kg) de gordura corpórea;

O indivíduo com 10% de gordura teria 63 kg de massa

livre de gordura, que conteria então 46 kg de água

(63 kg x 0,73), enquanto o indivíduo com 30% de

gordura teria 49 kg de massa livre de gordura,

contendo 35,8 kg de água (49 kg x 0,73);

As mulheres tendem a ter uma porcentagem maior de

gordura corpórea do que os homens;

COMPARTIMENTOS HÍDRICOS DO CORPO

Embora as moléculas de água possam passar

facilmente de uma área para outra, é útil dividir o corpo

em compartimentos separados de fluídos:

Intracelular – 60% da água total do corpo;

Extra-celular – 30% das reservas totais (intersticial e

intravascular);

Transcelular – raramente considerado (inclui fluído

articular, globo ocular, medula espinhal e secreções

digestivas)

Água Total do Corpo e Volume dos Vários Compartimentos

Homem Mulher

Peso Corpóreo 70 kg 55 kg

Água total do corpo 42 L 28 L

Intracelular 26 L 17 L

Extracelular 13 L 9 L

(Intersticial) (10 L) (6,5 L)

(Plasma) (3 L) (2,5 L)

Transcelular 3 L 2 L

Distribuição dos líquidos corporais nos diversos compartimentos, sua magnitude,

suas trocas e relações com as vias de entrada e vias de egresso (Douglas, 2002).

Ingestão de Fluidos

Perda de fluidos

Pele ≈ 530 ml

Suor ≈ 650 ml

Fezes ≈ 100 ml

Ar expirado ≈ 320 ml

Urina ≈ 1400 ml

Água nos alimentos ≈ 1000 ml

Fluídos ≈ 1600 ml

Produção metabólica de água ≈ 400 ml

3000 ml

BALANÇO HIDROELETROLÍTICO DURANTE O EXERCÍCIO

A alteração maior e potencialmente mais séria no

estado do fluido corpóreo durante o exercício está

relacionada com o aumento na produção do suor para

a regulação da temperatura;

Apenas 20 a 25% da energia que utilizamos durante o

exercício resulta em trabalho mecânico real devido a

contrações musculares. O remanescente é liberado na

forma de calor;

O conteúdo eletrolítico é o fator adicional significativo que influencia a necessidade de água

Em menor extensão o conteúdo de proteína que altera o volume de urina

A água das bebidas e alimentos sólidos atende à quase toda a demanda diária

Perdas de

Água Urina

Fezes

Suor

Ar expirado

Pele

Concentrações eletrolíticas de fluidos corpóreos

selecionados

Fluido

Na+

(mEq/L)

Clˉ

(mEq/L)

K+

(mEq/L)

Mg²+

(mEq/L)

Osm

(mOsm/

L)

Suor 40 – 60 30 – 50 3 – 4 1 – 5 80 – 150

Plasma 140 101 4 1 – 2 290

Músculo 9 6 162 31 290

Umidade pode ser mais importante do que a temperatura ambiente

Perda de água pela respiração → umidificação do ar inspirado

ÁGUA E ELETRÓLITOS

Quase todas as reações químicas que ocorrem nas células do corpo dependem do balanço de fluídos;

O adequado balanço hidroeletrolítico é fundamental para a manutenção do fluxo de corrente elétrica dentro de cada uma das células;

Clima quente e úmido

• ≈ 200 ml/dia

Baixa umidade

• ≈ 2 x ↑

Frio e Seco e altitude Elevada

• Trabalho Pesado

• ≈1500 ml/dia

Perdas Respiratórias

Influência da Dieta

O volume sanguíneo e a osmolalidade do fluído intracelular são mantidos em limites restritos

Alterações em cerca de 5 mosmol/L no plasma é suficiente para alterar o funcionamento renal

Rim Conservação máxima de

água

Eliminação máxima de

urina

O Na+, contribui com 50% da osmolalidade total do plasma

A manutenção do equilíbrio osmótico está intimamente relacionado com a ingestão e excreção de Na+ e de água

Rins

Conservam água e eletrólitos por

meio da redução da taxa de perda

Vasoconstricção

Reabsorção de água

ADH - Vassopressina

Reabsorção de Na+

Reduz osmolalidade do suor

Aldosterona

Rins Impotentes para repor um déficit

de fluidos

BALANÇO HIDROELETROLÍTICO DURANTE O EXERCÍCIO

Durante o exercício sem reidratação, duas fontes

podem ser consideradas na adição de suprimento

total de água corpórea:

A primeira fonte é um aumento na produção

metabólica de água. Se considerarmos um homem

gastando energia durante uma corrida numa taxa de

15 kcal/min, podemos encontrar uma produção

metabólica de água de aproximadamente 100g/h;

BALANÇO HIDROELETROLÍTICO DURANTE O EXERCÍCIO

Uma segunda fonte de água durante o exercício é

aquela que é liberada quando o glicogênio muscular

é utilizado como substrato energético durante o

exercício;

Cada grama de glicogênio é armazenado com ≈ 2,7 g

de água, que é liberada durante a glicogenólise;

BALANÇO HIDROELETROLÍTICO DURANTE O EXERCÍCIO

Se assumirmos que o glicogênio corresponde a aproximadamente 80% da energia gasta pelo corredor (que está se exercitando numa taxa de 15 kcal/min):

Aproximadamente 500g de água será liberada por hora;

Durante 1h de exercícios, o corredor terá “adicionado” 600g de água a sua reserva total de fluido sem ter tomado nem mesmo um gole;

CURIOSIDADE

O corredor utilizando uma eficiência mecânica

estimada em 20%, adicionará aproximadamente 720

kcal de calor para seu corpo no curso de 1h de

corrida. Se este calor não fosse removido, sua

temperatura corpórea aumentaria aproximadamente

12°C.

A temperatura interna aumenta 1 a 2°C após 1h de

exercícios!!!

TERMORREGULAÇÃO

Perda de Calor:

- Radiação

- Condução

- Convecção

- Evaporação

Principal defesa

fisiológica contra o

superaquecimento

BALANÇO HIDROELETROLÍTICO DURANTE O EXERCÍCIO

É importante enfatizar que não é meramente a

produção de suor que resulta em remoção de calor.

O calor é removido do corpo quando as alterações da

água do estado líquido para o gasoso ocorrem na

superfície da pele;

A situação ideal para a remoção máxima do calor

seria ter constantemente uma fina camada de suor

formada e imediatamente evaporada sobre toda a

superfície do corpo.

A melhor advertência que pode ser dada com relação

ao exercício no calor é a ingestão de fluidos antes,

durante e após o treinamento.

Em seres humanos, isto é uma adaptação mais

comportamental do que fisiológica;

Quando estamos com sede durante o exercício, já nos

tornamos pelo menos parcialmente desidratados.

A menos que um esforço consciente para que a

reidratação seja feita, a sede será responsável por

apenas uma fração da bebida necessária para uma

reposição suficiente de fluidos;

Quanto um indivíduo deve ingerir de fluidos

durante o exercício?

A resposta estará diretamente relacionada com a

velocidade do esvaziamento gástrico de fluido para o

intestino;

Costill estudou extensivamente esse assunto e parece

que a absorção de água deve se dar numa taxa

máxima de 800 ml/h;

Os fluidos que são hiperosmóticos (superior a 280 ou

290 mOsm/L) para o plasma são absorvidos mais

lentamente. Em outras palavras, o fluido não deve

conter grandes concentrações de açúcar e/ou

eletrólitos;

A habilidade do corpo para absorver água de forma a

manter os níveis de fluido corporal é um fator

limitante no desempenho.

Em atividades de longa duração um indivíduo pode

produzir de 1,0 a 2,0L de suor/h.

A água, mais que a reposição eletrolítica, é de

importância primária durante o exercício.

Em alguns casos, as perdas ou desbalanceamento

eletrolíticos sérios são muito menos freqüentes do

que a desidratação devido à deficiência de água.

As exceções estão postas em repetidas exposições ao

exercício ou ao trabalho no calor, ou eventos de ultra

resistência.

Tipicamente, os problemas começam a ocorrer em

eventos durando mais de 4h e se tornam ainda mais

comuns quando os períodos de atividade se aproximam

ou excedem 8h;

Hiponatremia, ou intoxicação hídrica onde os níveis

de sódio plasmático se tornam diluídos;

Hiponatremia:

incluir 1g de sal por litro de água ingerida durante

os eventos durando mais de 4h, particularmente

quando as condições ambientais são quentes e

úmidas;

Em eventos durando menos de 4h, o tempo mais lógico

para a reposição eletrolítica é após o término da

competição.

Neste período se encoraja a ingestão de alimento não

apenas pelo seu valor eletrolítico, mas também porque

tem sido demonstrado aumentar o consumo de fluidos

e assim auxiliando o processo de reidratação;

Não foi observada vantagem na hiper hidratação

durante sessões de exercícios no calor exceto para o

fato de que esta prática possa retardar o início de

problemas relacionados com a sudorese;

É difícil para um indivíduo ser hiper hidratado pela

ingestão de grandes quantidades de fluidos antes da

competição;

Ritmo de esvaziamento gástrico após uma única ingestão de um bolo

(600ml) ou com ingestão repetida. Solução isotônica a 7% de CH –

eletrólito.

BROUNS, F. Heat – sweat – dehydration – rehydration: a praxis

oriented approach. Journal Sports of Science, n. 9, p. 143-152, 1991

Ferreira et al.

Ferreira et al.

SBME, 2009

RUIZ et al.

RUIZ et al.

RUIZ et al.