FICHA PARA CATÁLOGO PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA
Título: Tecnologias: possibilidades e limites no processo ensino aprendizagem.
Autor Silvia Surmas Schuta.
Escola de Atuação Colégio Estadual Dr. Afonso Alves de Camargo. Ensino Fundamental e Médio.
Município da escola Rio Azul
Núcleo Regional de Educação Irati
Orientador Sandra Aparecida Machado Polon.
Instituição de Ensino Superior UNICENTRO
Disciplina/Área Pedagogia
Produção Didático-pedagógica Caderno Temático
Relação Interdisciplinar Todas
Público Alvo Professores
Localização Colégio Estadual Dr. Afonso Alves de Camargo. Ensino Fundamental e Médio. Rua Cafieiro Corsi s/n – Rio Azul – PR
Apresentação: Este material, na forma de Caderno Temático é uma produção didático-pedagógica elaborada como parte das atividades do Programa de desenvolvimento Educacional – PDE/2010, da Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Foi produzido com a finalidade de gerar reflexões teóricas, discussões com relação ao tema de estudo, subsidiar o professor PDE na implementação do seu Projeto de Intervenção Pedagógica na escola e oferecer material de apoio a professores interessados no tema. Este Caderno Temático está composto por textos que buscam suscitar nos profissionais da educação algumas reflexões, indagações e questionamentos sobre as tecnologias no âmbito educacional. Apresenta, também, algumas definições sobre tecnologia, tecnologia educacional e tecnologias da informação e comunicação. O segundo texto faz alguns apontamentos sobre educação, o papel da escola e do professor diante desse novo desafio da contemporaneidade, bem como a necessidade de redimensionar o conceito de tecnologia de informação e comunicação à tecnologia de educação. Os demais textos apresentam uma breve apresentação sobre os temas: história em quadrinhos, recursos audiovisuais, computador, internet e jornal. Também são apresentadas algumas sugestões para seu uso em sala de aula como ferramenta pedagógica. Também apresenta bibliografia comentada na área das Tecnologias de Informação e Comunicação na educação.
Palavras-chave Educação, Mídias, Formação de Docentes.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED
SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
EQUIPE PEDAGÓGICA DO PDE
SILVIA SURMAS SCHUTA
CADERNO TEMÁTICO
TECNOLOGIAS: POSSIBILIDADES E LIMITES NO PROCESSO
ENSINO APRENDIZAGEM
IRATI
2011
SILVIA SURMAS SCHUTA
CADERNO TEMÁTICO
TECNOLOGIAS: POSSIBILIDADES E LIMITES NO PROCESSO
ENSINO APRENDIZAGEM
Produção Didático Pedagógica a ser apresentada a SEED/SUED-PR como requisito para o cumprimento das atividades previstas dentro do Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE do Estado do Paraná, orientado pela Prof.ª MS. Sandra Aparecida Machado Polon.
IRATI
2011
SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO..............................................................................................................04
2. TECNOLOGIAS: ALGUNS APONTAMENTOS...........................................................06
2.1.O PAPEL DA ESCOLA E DOS DOCENTES FRENTE ÀS TICs....................................08
2.2. HISTÓRIA EM QUADRINHOS.......................................................................................13
2.3.RECURSOS AUDIOVISUAIS..........................................................................................18
2.4.COMPUTADOR.................................................................................................................23
2.5. INTERNET........................................................................................................................28
2.6. JORNAL NA ESCOLA.....................................................................................................31
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................................35
4. BIBLIOGRAFIA COMENTADA.....................................................................................36
5. REFERÊNCIAS..................................................................................................................42
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1. APRESENTAÇÃO
Este material, na forma de Caderno Temático é uma produção didático-pedagógica
elaborada como parte das atividades do Programa de desenvolvimento Educacional – PDE/2010, da
Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Foi produzido com a finalidade de gerar reflexões
teóricas, discussões com relação ao tema de estudo, subsidiar o professor PDE na implementação do
seu Projeto de Intervenção Pedagógica na escola e oferecer material de apoio a professores
interessados no tema.
Atualmente, muitos são os desafios e conflitos com os quais nos defrontamos e que
permeiam a educação na sociedade contemporânea. A escola está perdendo espaço, pois está cada
vez mais difícil competir com toda essa parafernália tecnológica que agrega inúmeras funções em
um único aparelho e com a agitação que acontece fora dos muros escolares e que é mais atraente.
Diante deste contexto, a escola precisa repensar e redimensionar suas ações para desenvolver
melhor o seu trabalho contribuindo, dessa forma, para que ela se torne mais atrativa.
Para atender às exigências da implantação dos recursos tecnológicos em sua prática
profissional, torna-se relevante suscitar reflexões, sensibilizar e instrumentalizar os profissionais da
educação na compreensão e na busca de alternativas para o uso das tecnologias de informação e
comunicação a fim de auxiliá-los nos seus afazeres educacionais. O professor deve estar aberto a
inovações e disposto a estudar, pesquisar, educar-se continuamente, pois precisa ter conhecimento
sobre os recursos ou ferramentas de que as novas tecnologias dispõem e como podem ser usadas no
processo educacional de forma que atendam aos objetivos educacionais.
Assim, todos que fazem parte do contexto escolar, precisam ser criativos, propor soluções
diferentes, desenvolver ações, estratégias, meios para ampliar o caminho do conhecimento e acolher
toda e qualquer forma de expressão para que os educandos encontrem retorno, respaldo para sanar
suas dúvidas, angústias e ideias.
Este Caderno Temático está composto por textos que buscam suscitar nos profissionais da
educação algumas reflexões, indagações e questionamentos sobre as tecnologias no âmbito
educacional. Apresenta, também, algumas definições sobre tecnologia, tecnologia educacional e
tecnologias da informação e comunicação. O segundo texto faz alguns apontamentos sobre
educação, o papel da escola e do professor diante desse novo desafio da contemporaneidade, bem
como a necessidade de redimensionar o conceito de tecnologia de informação e comunicação à
tecnologia de educação.
O terceiro texto apresenta um breve relato sobre a história em quadrinhos, algumas
sugestões para seu uso em sala de aula como ferramenta pedagógica, dicas para a construção de
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uma história em quadrinhos e sugestão de sites para a sua confecção. O quarto texto faz alguns
apontamentos sobre os recursos audiovisuais e as possibilidades de uso em sala de aula. O texto
teve como embasamento alguns livros e artigos que falam sobre o assunto e que foram escritos por
autores consagrados com o objetivo de auxiliar os professores. O quinto texto apresenta algumas
possibilidades e limites no uso do computador e suas ferramentas.
Seguindo a mesma estrutura dos textos anteriores, o sexto texto faz alguns apontamentos
sobre os benefícios e perigos no uso da internet. O sétimo e último texto, apresenta bibliografia
comentada na área das Tecnologias de Informação e Comunicação na educação.
Portanto, este caderno tem a pretensão de oferecer aos educadores, material teórico
atualizado sobre as tecnologias de informação e comunicação, objetivando dinamizar o trabalho
pedagógico, promover a reflexão sobre os benefícios e sua influência na vida das pessoas. Através
dos textos apresentados pretende-se oportunizar a reflexão, troca de experiências e conhecimento no
que se refere ao uso das tecnologias.
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2. TECNOLOGIAS: ALGUNS APONTAMENTOS
Quando ouvimos falar em tecnologias, logo imaginamos os grandes equipamentos,
aparelhos e artefatos inventados recentemente e muitas vezes não nos damos conta, de todos os bens
materiais de que fazemos uso em nossos afazeres diários, que nos ajudam a viver melhor por serem
frutos da tecnologia.
Podemos assim dizer que, as tecnologias são tão antigas quanto a espécie humana. Em busca
da sobrevivência, para defender-se dos animais ferozes e das manifestações da natureza, a espécie
humana, mais frágil fisicamente, passou a fazer uso de paus, ossos de animais para matar ou
afugentar aqueles que ofereciam algum perigo para seu abrigo ou para sua integridade física. “A
utilização dos recursos naturais para atingir fins específicos ligados à sobrevivência da espécie foi a
maneira inteligente que o homem encontrou para não desaparecer” (KENSKI, 2003, p. 20).
Com o uso do raciocínio e da engenhosidade humana, foram criadas as mais diferenciadas
tecnologias que, com o passar do tempo, sofreram um processo crescente de adaptações e inovações
de acordo com a necessidade de cada tribo, de cada povo. Porém, os artefatos a princípio utilizados
para a defesa, passaram a ser usados para o ataque, a dominação e o acúmulo de riquezas.
No sentido amplo do termo (lato sensu) podemos entender tecnologia como todo e qualquer
conhecimento e empreendimento humano, seja ele científico ou não, tudo o que possa ser utilizado
para resolver problemas ou facilitar a vida das pessoas. Apesar disso, ou por causa disso, tendemos
a relacionar esta palavra apenas a coisas modernas, de última geração, o que há de mais novo. No
entanto tudo o que foi construído pelo ser humano para um fim determinado pode ser entendido
como tal. Nesse sentido podemos entender como tecnologias os:
(...) utensílios, livros, giz e apagador, papel, canetas, lápis, sabonetes, talheres... – são formas diferenciadas de ferramentas tecnológicas. Quando falamos da maneira como utilizamos cada ferramenta para realizar determinada ação, referimo-nos à técnica. A tecnologia é o conjunto de tudo isso: as ferramentas e as técnicas que correspondem aos usos que lhes destinamos, em cada época. (KENSKI, 2003, p.19)
Tecnologia é um termo que possui múltiplos significados podendo ser interpretada de
diferentes maneiras, de acordo com o contexto a que se aplica. O Programa de formação
Continuada em Mídias na Educação relata que:
Tecnologia do grego tekhno – (de tékhné, ‘arte’) e – logia (de logos, ou ‘linguagem, proposição)... é um termo usado para atividades de domínio humano, embasadas no conhecimento de um processo e/ou no manuseio de ferramentas. A tecnologia tem a possibilidade de acrescentar mudanças aos meios por resultados adicionais à competência natural, proporcionando, desta forma, uma evolução na capacidade das atividades humanas, desde os primórdios do tempo. A tecnologia pode ser vista, assim, como artefato, cultura,
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atividade com determinado objetivo, processo de criação, conhecimento sobre uma técnica e seus processos, etc. (EPROINFO, MEC [S.I.: s.n.])
No Caderno de Introdução à Educação Digital, o mesmo termo é assim definido:
Tecnologia: termo que envolve o conhecimento técnico e científico e as ferramentas, processos e materiais criados e/ou utilizados a partir de tal conhecimento. Dependendo do contexto a tecnologia pode ser: ferramentas e máquinas que ajudam a resolver problemas; técnicas, conhecimentos, métodos, materiais, ferramentas e processos usados para facilitar a solução dos mesmos; método ou processo de construção e trabalho (tal como a tecnologia de manufatura, a tecnologia de infraestrutura ou a tecnologia espacial). (BASTOS, 2008. p.20)
Vivemos em um mundo e em uma sociedade que está mudando nas suas formas de
organização, comercialização e produção bens, em divertir-se, bem como aprender e ensinar. Fruto
do conhecimento e de vários avanços tecnológicos que há muito tempo vem ocorrendo, as
inovações tecnológicas proporcionam inúmeras mudanças nas relações sociais, e no mundo do
trabalho, exigindo do homem a adaptação a tais avanços. Por isso, a escola que tem como matéria
prima o conhecimento, necessita estar atenta, e também acompanhar essas transformações.
As recentes tecnologias e a digitalização de quase tudo condicionam as pessoas a busca do
aprendizado e a atualização no uso das novas invenções, pois o seu desconhecimento vem gerando,
na atualidade, o mesmo tipo de exclusão sofrida por uma pessoa que não sabe ler e escrever, ou
seja, quem não acompanha essas mudanças tende a tornar-se um “analfabeto digital”.
Além disso, a sociedade atual está acostumada com o excesso de informação, onde os
jovens e adolescentes principalmente, não conseguem transformar toda essa informação acumulada
em conhecimento, que lhes seja útil para a vida. Moran (2000, p. 23) afirma que: “Um dos grandes
desafios para o educador é tornar a informação significativa, a escolher as informações
verdadeiramente importantes entre tantas possibilidades...”. Por isso a escola tem importante papel
na tentativa de teorizar o que é trazido pelos alunos, fruto de suas vivências e transformá-los em
conhecimento, utilizando-se para isso dos mais variados recursos que atualmente são
disponibilizados.
Diante de todas estas mudanças, a escola (principalmente a pública) enquanto espaço de
socialização e democratização dos conhecimentos acumulados ao longo da história, tem que estar
ciente de seu papel. É preciso também que os professores mudem seu perfil a fim de acompanharem
essas mudanças, tornando-as aliadas e não como algo que veio para desvalorizar seu trabalho, pois
se bem utilizadas elas podem auxiliá-lo para enriquecer o conteúdo do seu trabalho e muito
colaborar para e na formação dos alunos, visando a formação de cidadãos plenos, conscientes de
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seus direitos e deveres e de seu papel na sociedade em que estão inseridos. Raquel Carneiro a esse
respeito defende que:
A escola como instituição de formalização do saber, repensa atualmente, seu papel diante da realidade do mundo. Uma das questões do atual debate curricular inclui a formação do indivíduo como parte integrante e ativa da sociedade. Esse indivíduo, hoje, convive em uma sociedade repleta de informações imediatas, superficiais e rápidas, caracterizadas por um tempo de validade sempre curto, características essas que, perigosamente, podem ser transportadas para o que se entende por conhecimento. (CARNEIRO, 2002, p. 43)
Entendamos aqui, tecnologia educacional como tudo o que vem para auxiliar o professor na
realização de seu importante trabalho. Atualmente podemos contar com: vídeo, TV pen drive,
computadores, pen drive, data show, internet, jornal, histórias em quadrinhos, etc., tudo isso para
que os alunos aprendam da melhor forma possível àquilo que é repassado pelos professores e para
que estejam preparados para encarar os desafios da vida.
A respeito da tecnologia na educação, Marcos T. Massetto defende que deve haver a
mediação pedagógica entre essas tecnologias e os alunos, afirma que:
É importante não nos esquecermos de que a tecnologia possui um valor relativo: ela somente terá importância se for adequada para facilitar o alcance dos objetivos e se for eficiente para tanto. As técnicas não se justificarão por si mesmas, mas pelos objetivos que se pretenda que elas alcancem que no caso serão a aprendizagem. (MASSETO, In: MORAN, 2000, p.144)
Para toda esta tecnologia existente ser útil para a educação se faz necessário que haja um
trabalho conjunto entre todos os agentes envolvidos nesse processo. É importante que haja um
comprometimento de todos, primeiramente dos professores em aprender a lidar com tais inovações
tecnológicas, mas principalmente do estado que precisa investir mais na formação dos docentes,
pois atualmente são delegados à escola e aos professores à incumbência de sanar todos os
problemas e mazelas da sociedade, tais como drogas, violência, abuso sexual, etc.. Portanto, é
preciso investir na formação continuada desses profissionais, para que, no que diz respeito às novas
tecnologias, possam contribuir para realizar efetivamente a inclusão digital, tão falada atualmente.
2.1. O PAPEL DA ESCOLA E DOS DOCENTES FRENTE ÀS TICs
Na atualidade, com certeza está mais fácil adquirir os objetos frutos da tecnologia que,
facilitam os afazeres diários das pessoas, mas apesar de todo este aparato tecnológico, parece que as
pessoas estão alienadas diante de tanta novidade, de tantos recursos que surgem diariamente e que
aumentam o desejo de consumo. Tantos recursos, tantos instrumentos que, sem dúvida melhoram, e
muito, a qualidade de vida das pessoas, mudaram também os modos de relacionamento, de
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convivência. Estamos tão próximos uns dos outros e, ao mesmo tempo, tão distantes. Sabemos o
que acontece no mundo, mas não sabemos o que está acontecendo com nosso vizinho. Parece que
os recursos, frutos da tecnologia, além de trazer mais conforto e praticidade para os afazeres
profissionais e particulares, também tornou as pessoas insensíveis.
O avanço tecnológico está deixando o ser humano angustiado por ter consciência de sua
fragilidade para absorver e superar os desafios por ela provocados. Diante desta realidade, a escola
não pode ficar alheia, não pode continuar a sua caminhada distante da realidade e com lentidão. É
mister restruturar o conceito de escola e selecionar conteúdos mais significativos e atuais; para
garantir o direito humano ao acesso à educação qualificada , pois as pessoas tem direito de querer
superar suas condições de existência, construindo, aperfeiçoando e transformando suas condições
para viver melhor em sociedade.
A educação, não só a escolar, mas também a educação no seu sentido mais amplo é um dos
elementos fundamentais para a transformação do indivíduo e da sociedade, pois considera o
desenvolvimento da afetividade, do social, do cultural e do intelectual, buscando a ampliação da
capacidade de perceber o mundo e interferir nele. De maneira geral, a educação extrapola a
aquisição do conhecimento escolar, ou seja, busca transmitir conhecimentos e atitudes necessárias
para que o indivíduo tenha condições de interagir em sociedade. Portanto:
Para que todos possam ter informações que lhes garantam a utilização confortável das novas tecnologias é preciso um grande esforço educacional geral. Como as tecnologias estão permanentemente em mudança, o estado permanente de aprendizagem é consequência natural do momento social e tecnológico que vivemos. (KENSKI, 2003, p. 26)
A educação, enquanto processo social se configura pela constante busca de transformação e
adaptação aos rearranjos sociais, de modo a satisfazer cada vez mais as demandas sociais, tanto do
ponto de vista político e econômico, como do cultural e, agora, também do tecnológico.
No atual contexto de mudanças, um dos fatores que mais chamam a atenção é a ênfase na
utilização das tecnologias de informação e comunicação (TICs) que provocou muitas mudanças na
trajetória pessoal e profissional dos seres humanos e nas relações pessoais e interpessoais nos mais
diversificados campos de trabalho e convivência.
TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação) podem ser definidas como aquelas que envolvem a aquisição o armazenamento, o processamento e a distribuição da informação por meios eletrônicos e digitais como rádio, televisão, telefone e computadores, entre outros. Resultou da fusão das tecnologias de informação, antes referenciadas como informática, e as tecnologias de comunicação, relativas às telecomunicações e mídia eletrônica. (EPROINFO, MEC [S.I.: s.n.])
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A inserção de tecnologias de informação e comunicação (TIC) no processo educacional vai
muito além da instância pedagógica, pois perpassa todo um conjunto de políticas públicas no que
diz respeito desde aos investimentos em tecnologia, e também na formação dos profissionais para
que tenham aparato físico e conhecimento para atuar em sala de aula.
Nesse contexto, é preciso compreender que as TIC estão presentes no cotidiano de todos em
diverso0s aspectos, desde o uso corriqueiro do telefone celular, dos caixas eletrônicos das
instituições bancárias, sem falar do computador e da internet. Este universo informatizado é ainda
mais familiar às gerações mais jovens que se encontram em processo de escolarização, o que
justifica a necessidade de inserir as TIC no processo pedagógico, mesmo porque as metodologias
tradicionais já não satisfazem as necessidades e curiosidades dos alunos que vivem imersos nesse
mundo digital.
No entanto, há outros aspectos mais profundos que justificam as TIC como apoio
pedagógico, e que muitas vezes passam despercebidos. Como aponta Medeiros (2009, p. 143):
“Talvez o aspecto mais interessante da inserção das TIC na educação, do ponto de vista pedagógico,
seja a oportunidade de encarar as questões educacionais sob um ponto de vista mais centrado no
processo de ensinar e aprender”.
Nesse sentido, as TIC podem auxiliar positivamente no sentido de transpor visões reduzidas
em que o foco educacional seja o professor, o aluno, ou simplesmente o conteúdo. Centralizar
atenções no processo de aprendizagem é uma forma de valorizar a importância de cada agente do
processo educacional.
Além disso, é necessário salientar a necessidade de oferecer a todos o acesso ao universo
das TIC, o que se constitui na chamada inclusão digital com alfabetização digital ou midiática, para
que se possa alcançar outro objetivo importante da educação que é formação para a cidadania.
Inclusão digital pode ser considerada como:
…a garantia de acesso à informação, domínio das linguagens básicas e de programas para, com autonomia, criar conhecimentos, elaborar conteúdos, comunicar-se e expressar ideias; utilizá-los como ferramenta de desenvolvimento, inovação, participação ativa na sociedade e emancipação. (BASTOS, 2008, p. 19)
É importante salientar que os conceitos de inclusão e exclusão digital, delimitam fortemente
as possibilidades de ascensão social e profissional. O incluído seria o sujeito que tem acesso aos
bens e serviços da era digitalizada, e o excluído seria aquele que se encontra fora deste processo.
... a expressão inclusão digital no sentido de alfabetização digital ou, de forma mais abrangente, de alfabetização midiática, considerada como uma das condições fundamentais para a vivência plena nas sociedades contemporâneas pautada por uma perspectiva cidadã. Nessa ótica, a alfabetização midiática ganha tanta importância quanto a alfabetização
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entendida em seu sentido habitual, tendo em vista que ambas se efetivam por meio da apreensão das linguagens e seus códigos, sendo esses domínios também considerados como potencializadores de leitura crítica, de intervenção e de transformação do mundo. (SETTE, AGUIAR e ANGEIRAS, 2009, p. 93)
Nesse contexto, convém apontar a questão relacionada à formação dos professores, para que
estes tenham condições de trabalhar de forma adequada com as TIC, uma vez que grande parte do
corpo docente ainda teve uma formação pautada nos parâmetros tradicionais. Essa formação
complementar é imprescindível para que o professor possa assumir uma nova postura frente à sala
de aula, o que não é tarefa fácil, pois requer uma nova visão de educação e abertura para o estudo e
o aprimoramento de sua prática.
Conforme apontam Sette, Aguiar e Angeiras (2009, p. 95), considerar a formação do
professor para a inserção das TIC no processo educacional é “base para o desenvolvimento de
projetos pedagógicos que utilizem as mídias e ensejem impactos nos processos de aprendizagem e
na sociedade”.
É muito rico; o campo de discussões acerca dos pontos positivos e negativos acerca do uso
de TIC no processo pedagógico. Mas em especial, é importante que sua inserção ocorra de forma
responsável para satisfazer as necessidades educacionais dos alunos e as demandas sociais que
atualmente estão mais complexas do que nunca.
...torna-se necessário não só introduzir tecnologias nas escolas, mas, sobretudo, integrá-las numa perspectiva crítica que proporcione condições político-pedagógicas para que educadores, alunos e comunidade compreendam e utilizem as linguagens das mídias, expressem o pensamento, dialoguem, desenvolvam a criatividade e a criticidade. (ALMEIDA, 2009, p. 76)
No cenário atual, não há como negar a importância das tecnologias em nossas vidas.
Estamos cada vez mais imersos num mundo onde os meios de comunicação incentivam o
consumismo através da divulgação de produtos e serviços tecnológicos; que dão mais conforto,
comodidade e facilidade para realizar afazeres cotidianos. Portanto, não é mais possível ignorar a
relação entre tecnologia e educação.
A crescente introdução e utilização das TICs no processo educativo implicam numa série de
problematizações contínuas acerca das suas potencialidades e limitações. Implica não apenas a
necessidade de uma aprendizagem instrumental, mas da emergência da adequação do processo de
formação docente, concomitante com a articulação de novos saberes e fazeres educativos. Urge,
também, investir na própria formação continuada que estimule à autoaprendizagem, a pesquisa, a
criatividade, a sensibilidade, a capacidade de interagir.
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Todos sabem a importância e a influência que a educação exerce no cotidiano da
humanidade. No entanto, um bom professor é imprescindível para que a educação se efetive
satisfatoriamente no ambiente escolar. Assim:
É preciso que o professor, antes de tudo, posicione-se não mais como o detentor do monopólio do saber, mas como um parceiro, um pedagogo, no sentido clássico do termo, que encaminhe e oriente o aluno diante das múltiplas possibilidades e formas de alcançar o conhecimento e de se relacionar com ele. (KENSKI, 2003, p. 46)
O trabalho de educar é árduo, porém necessário, mas os profissionais que exercem esta
tarefa cada vez mais se sentem desvalorizados, mal remunerados, com baixo prestígio social e
responsabilizados pelo fracasso da educação. Mesmo assim, continuam apaixonados pelo seu
trabalho, resistindo bravamente apesar de todo estresse emocional e ameaças físicas e psicológicas
que enfrentam.
Atualmente a escola deixou o seu papel de ser o órgão responsável pelo repasse de
conhecimento, para ser um órgão que oportuniza o sujeito a novas possibilidades de aprendizagem.
O estabelecimento de ensino é responsável em oportunizar um ensino que possibilite o sujeito
interagir na sociedade onde está inserido como um todo.
No cotidiano do seu fazer pedagógico, os educadores se deparam com muitos desafios e
quando entram numa sala de aula, tem uma responsabilidade imensa. Porém, é inegável que este
sujeito tem instrumentos preciosos à disposição que poderão contribuir para a transformação da
sociedade.
O avanço tecnológico também promoveu maior rapidez e acessibilidade às informações,
novas possibilidades de comunicação e interação, mudanças nas formas de aprender e produzir
conhecimento. Com isso, os alunos estão trazendo mais informações e novidades para a sala de aula
sendo necessário ao professor adotar uma nova postura diante desta nova realidade. José Manuel
Moran a esse respeito destaca que “O papel do professor amplia-se significativamente. Do
informador, que dita conteúdo, transforma-se em orientador da aprendizagem, em gerenciador de
pesquisa e comunicação, dentro e fora da sala de aula...” (MORAN, 2000, p. 46).
Atualmente não podemos mais adiar o encontro com a informatização que está adentrando
em nossas vidas de forma cada vez mais acelerada, uma vez que os alunos, imersos nesses recursos,
desenvolvem competências e uma intimidade quase instantânea com todas as novidades
tecnológicas.
A tecnologia está cada vez mais presente em todas as instâncias. Dominar os recursos
tecnológicos e usá-los competentemente como recurso de ensino não é uma tarefa fácil. Fazer uso
de um editor de textos, acessar a internet, enviar e-mails, elaborar uma apresentação, são atividades
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consideradas relativamente simples. Porém, a inserção dos novos instrumentos educativos no
cotidiano escolar e o uso pedagógico destes recursos requer mais conhecimento e habilidade, pois a
metodologia de ensino precisará ser redimensionada, considerando questões como as concepções de
tempo, espaço, currículo, ensino e aprendizagem.
Usar pedagogicamente as ferramentas de ensino implica também na mudança de postura do
professor com relação aos conteúdos. Diante dos novos desafios postos pela complexidade da
sociedade, ser professor neste contexto significa ser vigilante em relação à qualificação pedagógica
para oferecer aos estudantes um conhecimento teórico atualizado e de forma inovadora. Ser
professor na atualidade é enfrentar desafios, buscar incessantemente a sua formação continuada e
permanente, é gostar de estudar, estar aberto para aprender melhor o que já sabe para alcançar um
pensar crítico a fim de compreender cada vez melhor o mundo. Também exige pesquisa, reflexão,
revisão e organização teórica e não somente atualizar-se em novas receitas pedagógicas ou
aprendizagem técnica das últimas invenções tecnológicas sem levar em consideração as reais
necessidades, interesses e dificuldades dos educandos. O professor também precisa tempo para
refletir, pesquisar e elaborar seu próprio conhecimento manter-se curioso e aberto a inovações, pois
a educação é um processo de produção e reconstrução do saber.
A escola, lugar de aprendizagem permanente, deve oportunizar um espaço de formação para
a pesquisa. O ambiente pedagógico tem que abrir espaço para a reinvenção do saber. Portanto, a
escola:
...como uma das instituições de memória social, coloca-se como ponto de recepção e de troca com as demais instituições culturais, visando promover a “educação” em um sentido amplo. Garantir a necessária adesão social a um projeto de convivência integrada com os outros espaços sociais e as mais recentes tecnologias – essa é a necessidade educacional da nova era. (KENSKI, 2003, p. 48).
Portanto, para atender a crescente necessidade criativa de interação com as novas
tecnologias, o professor necessita estar condicionado à busca de novos saberes, que proporcionem o
complemento necessário para melhorar sua atuação em sala de aula. Proporcionar o aprendizado
interativo com inúmeras possibilidades de significados, isto posto que, tudo o que se recebe por
afinidade é internalizado.
2.2. HISTÓRIA EM QUADRINHOS
Para enriquecer o processo de ensino e aprendizagem, visando tornar as aulas mais
dinâmicas a fim de despertar e incentivar os educandos para as atividades acadêmicas, os
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professores necessitam fazer uso dos mais diversos métodos. Entre eles, as histórias em quadrinhos,
assim definida por POCHO (2010, p.32): “As histórias são formadas por sequências de quadros que
utilizam dois códigos de signos gráficos – a imagem e a linguagem escrita – conjugando dois tipos
de arte – literatura e desenho”.
Sobre o histórico das histórias em quadrinhos, não há dados muito concretos com relação à
época do seu surgimento e nem quem foi o primeiro artista dos quadrinhos. Na Europa, em meados
do século XIX, começou a ser apreciada depois da edição das histórias de Busch na Alemanha e de
Topffer na Suíça. No fim do século XIX surgiu o primeiro herói dos quadrinhos conhecido como
Yellow Kid, Menino Amarelo, criado por Richard Outcault e publicado semanalmente no Jornal
New York World.
A primeira exposição Internacional da história em quadrinhos aconteceu no Brasil na década
de 50, sendo Álvaro de Moya o seu responsável. Angelo Agostini destacou-se como o representante
das histórias em quadrinhos no Brasil.
No período pós-guerra, começaram a surgir os gibis que exploravam histórias de suspense e
terror. Nas décadas de 60 e 70, alguns autores começaram a ter maior destaque na elaboração das
histórias em quadrinhos dos quais podemos citar: Ziraldo, Hugo Pratt, Guido Crepax, Moebius,
Quirino e Will Eisner.
A história em quadrinhos, presentes em nosso contexto sociocultural vem se disseminando
cada vez mais por todas as mídias. Apesar de serem aceitas na escola como objeto de leitura, suas
potencialidades como material pedagógico ainda são pouco exploradas e incorporadas às práticas
pedagógicas em sala de aula.
Apesar de ser muito conhecida, este meio de comunicação visual ainda é pouco explorado
no meio educacional como veículo de aprendizagem. A utilização deste produto cultural no
processo educativo pode ser de grande valia, pois a sua aplicação como ferramenta pedagógica pode
ser o ponto de partida para um novo conteúdo, fomentar atitudes críticas em debates e discussões,
incentivar e criar o hábito da leitura, incentivar o trabalho em equipe. “... Durante esse processo o
professor observa e proporciona condições para que os alunos desenvolvam criatividade, sequencia
lógica, domínio da língua, independentemente das áreas de conhecimento dos conteúdos” (POCHO,
2010, p.33).
Pouco a pouco as histórias em quadrinhos começam a ganhar importância no contexto da
prática pedagógica. Elas são atividades que abrem caminhos para a produção de novos sentidos, e
estabelecem relações com o cotidiano do aluno de forma rica e prazerosa. Seu uso em sala de aula,
além de proporcionar a mudança na prática pedagógica, proporciona o contato dos alunos com
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diferentes formas e modalidades linguísticas. Também podem ser utilizadas para campanhas de
conscientização, onde o aluno terá oportunidade de expressar suas ideias, valores e saberes.
Ao utilizar as histórias em quadrinhos como ferramenta pedagógica o educando será
instigado a refletir, a pesquisar, a criar, a desenvolver sua imaginação e criatividade. O contato com
a linguagem verbal e não verbal, aos códigos que foram incorporados ao sistema de significados e a
articulação entre textos e imagens, levará o educando a compreender com mais clareza certos
conceitos abstratos, além de exigir uma percepção maior para preencher as lacunas que se
configuram, pois geralmente os textos são fragmentados.
A história em quadrinhos (HQ) é uma modalidade de literatura, cuja linguagem se distingue
pelo seu caráter verbal e icônico e pela sua sequenciação, assim descritos no material do curso
Mídias na Educação do Módulo História em Quadrinhos e Charges.
O caráter verbal (escrito) e icônico (desenho) surge da associação entre o texto e a imagem, o que facilita o entendimento do leitor. A parte de sequenciação é formada por uma maneira de ler, padronizada no ocidente. Nesse caso as vinhetas (quadros da história) são lidas da esquerda para a direita e de cima para baixo. Em cada vinheta existe um conteúdo temporal que é somado às demais vinhetas da história. Algumas transições entre uma vinheta e outra representam um “salto” temporal que caracteriza uma elipse. (COSTA; MERCADO, [S.I.] p.10).
Seu público abrange crianças, adolescentes e adultos de diferentes níveis culturais,
socioeconômicos e educacionais. Além de entreter, as histórias em quadrinhos podem auxiliar no
processo de ensino-aprendizagem dos mais diversos conteúdos, como: Língua Portuguesa que
poderá abordar a produção textual; Matemática: cálculos para dividir as páginas adequadamente
melhorando, assim, a apresentação estética do trabalho, Arte: criação dos personagens, ilustração do
cenário; Geografia e História abordando conteúdos específicos, Língua Estrangeira, entre outras.
As histórias em quadrinhos se constituem num rico material, do qual os professores podem
fazer uso para analisar e discutir sobre as múltiplas formas de uso da linguagem, analisar os
recursos visuais e não linguísticos.
A criação de um espaço na sala de aula para expor a produção dos alunos ou para reunir
coleções impressas de revistas em quadrinhos, denominado gibiteca, permite que os alunos tenham
mais contato com esse gênero textual. A gibiteca também pode incentivar e despertar o gosto pela
leitura e a ampliação das fontes de aprendizagem de forma lúdica. Em situações que requeiram
conversas em grupo, onde o aluno tem a possibilidade de expressar suas opiniões e sentimentos,
relatar acontecimentos, defender pontos de vista, as histórias em quadrinhos podem possibilitar,
entre outras atribuições, a ampliação do vocabulário e da oralidade.
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Contudo, todo trabalho de leitura e análise deve culminar na elaboração dos próprios
quadrinhos. Porém, de acordo com o Programa Mídias na Educação (Construção de uma história
em quadrinhos) as HQ “... abrangem a invenção de uma história, seu tratamento, sua estruturação e
sua organização em vinhetas, a invenção dos diálogos, a caracterização física e moral dos
personagens e outros fatores que divertem as crianças ao trabalharem sozinhas” (COSTA;
MERCADO, [S.I.] p.10).
Para atender as demandas didáticas mínimas, Heine [S.I.: s.n.], propõe algumas dicas que
visam facilitar o trabalho dos professores e alunos na confecção do material. Primeiro sugere que
seja escrito toda a história inclusive as falas dos personagens. Em seguida, deve-se calcular o
número de quadrinhos necessários, quantos serão colocados em cada página e o número de páginas,
sem esquecer-se da diagramação. Diagramar é decidir a forma e o tamanho dos quadrinhos,
lembrando que um pode ser o dobro dos outros e ocupar uma tira inteira. Os quadrinhos também
podem ser recortados e colados em folha colorida, deixando espaços iguais entre eles.
Depois, será preciso criar, inventar um personagem e desenhá-lo. Se algum aluno apresentar
pouca aptidão e criatividade para desenhar, eles poderão ser criados através da colagem ou da
observação de objetos que fazem parte do cotidiano e acrescentar um par de olhos, pernas ou outra
característica dos seres humanos para “animar” algo que não tem vida.
Heine salienta que as histórias devem ser iniciadas pelo texto dos personagens para depois
fazer os balões, local onde é inserida a fala do personagem. O cenário deve ser feito depois do texto
para que não fique tudo encolhido. Ainda lembra que é necessário deixar espaço para o título,
caprichar no desfecho da história, utilizar frases mais curtas e fazer primeiro a lápis, pois assim é
possível mudar algo errado, diminuir o texto, entre outras coisas.
Para compreender melhor esta forma de comunicação, é preciso conhecer alguns elementos
que compõem a linguagem dos quadrinhos. A seguir, serão apresentados os principais elementos
que fazem parte desta manifestação artística.
Nas histórias em quadrinhos usam-se diversos tipos de balões. Para indicar que um
personagem esta cochichando, faz-se um balão com linhas pontilhadas; pensamento através de
linhas onduladas e o rabicho são substituídos por bolinhas que se dirigem ao personagem; a fala é
indicada através de um balão simples; formado por linhas angulares ou pontiagudas, este balão
indica que o personagem esta gritando. Ainda há o balão que apresenta vários rabichos indicando
que os personagens falam ao mesmo tempo.
As onomatopéias são palavras que representam ruídos e sons como explosões, objetos
quebrados, socos, colisões, etc.. Também são utilizadas para indicar que o personagem esta com
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frio, dormindo, mastigando, chorando, entre outros. Exemplo: ZZZZzzzz! NHAC! NHAC! BUM!
CRASH! BUUUUUÁÁÁÁ´! BBBRRRR!
Nas histórias em quadrinhos, ainda são usadas as metáforas visuais. São signos que nas
histórias em quadrinhos recebem uma conotação diferente como o uso de corações para indicar que
o personagem está apaixonado, estrelas para indicar que o personagem esta sentindo dor, lâmpada
acesa sobre a cabeça indica que o personagem teve uma ideia.
A elaboração das histórias em quadrinhos pode ser realizada de forma tradicional, fazendo
uso das dicas de HEINE que servem para confeccionar histórias em quadrinhos em papel ou
cartolina, ou utilizar o ambiente virtual para elaborar atividade de produção, as HQtrônicas. É uma
mistura de histórias em quadrinhos tradicionais, com cenários, balões, entre outros recursos
disponíveis. Atualmente existem várias ferramentas online que permitem a confecção deste
material. No geral são simples de manusear e podem ser adaptadas para o trabalho em sala de aula,
porém algumas exigem cadastro do usuário ou estão em inglês.
Sugestões de sites para confecção de Histórias em Quadrinhos:
- O portal www.maquinadequadrinhos.com.br é o 1º editor online de histórias em quadrinhos do
Brasil, no qual fãs de todas as idades poderão criar suas próprias histórias, usando personagens,
cenários, objetos e balões do universo da Turma da Mônica. As histórias poderão ser lidas e votadas
por todos os visitantes do portal e as melhores poderão até ser publicadas nas revistas da Turminha.
Um pacote de imagens gratuito está sempre disponível para todos os participantes cadastrados.
- Stripgenerator: o serviço aposta em uma linha de personagens minimalistas e bem humorados.
Inclui lista de acessórios e os desenhos são com traços simples e em preto.
- O site http://www.toondoo.com/ permite criar tirinhas e cartuns totalmente personalizados sem
saber desenhar. Ele traz um ambiente simples, prático e conta com vários recursos. Você quem
define cada detalhe das cenas, sendo que os elementos já estão prontos. A interface para o
desenvolvimento é um pouco infantil. Rica em imagens é ideal para quem gosta de histórias
coloridas. Depois de pronta, é possível divulgar suas tirinhas e suas produções em um site ou blog.
-Super Hero Squad (http://superherosquad.marvel.com/). Este serviço é ofertado pela Marvel e é
indicado para os fãs dos super-heróis. O site disponibiliza versões de personagens como Wolverine,
Mística, Hulk, Homem de Ferro, Thor, Capitão América, entre outros.
- O HagaQuê é um software para a edição de História em Quadrinhos com fins pedagógicos,
utilizando figuras prontas ou criadas pelos usuários. Além de impressão possibilita também a
publicação das histórias na internet. Foi desenvolvido por uma equipe da Unicamp com o objetivo
de facilitar o processo de criação de uma história em quadrinhos por pessoas pouco experientes no
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uso do computador e também ser acessível alunos com necessidades educacionais especiais.
Acessando o site do projeto http://www.nied.unicamp.br/~hagaque/, é possível baixar o software,
aprender a utilizá-lo e conhecer as pesquisas que já foram realizadas sobre este programa.
2.3. RECURSOS AUDIOVISUAIS
Ao chegar à escola, toda criança já vivenciou diferentes processos educacionais importantes,
sendo que, esses processos, tem início no seio familiar e são influenciados por outros setores da
sociedade e vão sendo ampliados à medida que a criança adquire mais autonomia.
Atualmente o ser humano, educa-se e é educado por diversas fontes. Entre família, escola e
sociedade, também podemos citar os meios de comunicação que, por ser de fácil acesso,
influenciam cada vez mais as formas de pensar, agir, sentir, aprender. Os meios de comunicação,
principalmente a televisão que através de sua programação, passa muitas informações, sensações de
forma lúdica e prazerosa através de imagens, cenas, palavras, sons, músicas, linguagens, conteúdos,
através de situações concretas, reais que muitas vezes padronizam comportamentos. Portanto, como
destaca José Manuel Moran:
A educação escolar precisa compreender e incorporar mais as novas linguagens, desvendar os seus códigos, dominar as suas possibilidades de expressão e as possíveis manipulações. É importante educar para os usos democráticos, mais progressistas e participativos das tecnologias que facilitem a evolução dos indivíduos. (MORAN, 2000, p. 36).
No Estado do Paraná muitos foram os investimentos na área tecnológica nos últimos anos.
Um bom exemplo de tecnologia em sala de aula são as TVs Multimídia, que foram distribuídas a
maioria das escolas do estado. Com elas aumentam os recursos didáticos e também se abrem várias
possibilidades para que o ensino de qualidade efetivamente aconteça. A TV Multimídia é um
equipamento que, além dos atributos de uma TV comum, como a entrada para DVD, VHS e saídas
para caixa de som, possui entradas para pen drive (dispositivo de armazenamento de arquivos) e
para cartão de memória, aqueles que são usados em máquinas fotográficas e filmadoras digitais.
Também é equipada com um tubo de imagem que possibilita o congelamento de imagens sem
causar alterações.
Com o intuito de diferenciá-las dos modelos convencionais, a TV Multimídia possui a cor
laranja e uma tela inicial que identifica o aparelho como um patrimônio do Estado do Paraná. A re-
ferida TV suporta os formatos de arquivos de vídeo como MPEG (1 e 2), DivX e XviD; arquivos de
áudio MP3 e WMA e arquivos de imagens em formato JPG (JPEG).
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A TV Multimídia permite a leitura de cartões de memória de vários tipos, inclusive os de câ-
meras fotográficas digitais e celulares, sem a necessidade de serem editadas em um computador.
Portanto, as imagens podem ser visualizadas diretamente na TV. Em um cartão de memória é possí-
vel armazenar fotos, músicas, arquivos de vídeo, entre outros.
O pen drive, (dispositivo portátil de armazenamento de arquivos digitais) pode ser conectado
à TV Multimídia ou na entrada USB do computador para visualizar as informações. Ele pode ser
utilizado para levar para a sala de aula textos, imagens, sons, vídeos, animações, documentários,
etc. Para isso, basta gravar o conteúdo desejado.
A TV Multimídia, ao contrário do que muitos pensavam, não veio para tirar o lugar dos pro-
fessores, nem sanar todos os problemas na educação. Apesar de ser de grande importância, é mais
um dos recursos a serem utilizados pelos professores do Paraná. Com ela abrem-se inúmeras possi-
bilidades para que os professores dinamizem suas aulas, podendo utilizá-la para ouvir uma música,
ver fotografias, analisar imagens, gráficos, passar slides, ver trechos de filmes, documentários, co-
nectar o notebook na TV Multimídia e transformá-la num projetor, etc.
Portanto, o uso da TV Multimídia pode expandir as situações de abordagens da prática do-
cente e favorecer a interação entre professor e aluno acerca dos conteúdos curriculares. Contudo, é
preciso conhecer as técnicas que viabilizam o acesso operacional dos equipamentos, a pesquisa, a
produção e a veiculação de conteúdos educacionais como a conversão de imagens e vídeos. Para fa-
cilitar o trabalho docente, além da equipe dos assessores da Coordenação Regional de Tecnologia
na Educação (CRTE) também foi disponibilizado materiais didáticos de apoio ao uso das tecnolo-
gias dos quais podemos citar o caderno TV Multimídia. Pesquisando e Gravando Conteúdos no Pen
Drive, ou acessar diretamente o Portal dia-a-dia Educação (www.diaadiaeducacao.pr.gov.br), clicar
em educadores e após na opção TV Multimídia. À esquerda da tela estão disponíveis os links para
acesso ao acervo e do lado direito os links que darão acesso aos conteúdos que auxiliarão no uso do
pen drive, do cartão de memória, na gravação de imagens, passo a passo para converter imagens
para o formato compatível da TV, entre outras atribuições.
Na internet é possível encontrar muitos sites que disponibilizam materiais que podem ser
utilizados no processo educativo, desde que seja referenciada a fonte. No, entanto, no Portal dia-a-
dia Educação do Estado do Paraná é possível ter acesso a conteúdos de todas as disciplinas que fo-
ram pré-selecionados por especialistas de todas as áreas do currículo. Na página da TV Multimídia
(www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/tvmultimidia) os conteúdos já estão convertidos para serem exibi-
dos na TV Multimídia nos formatos de arquivos compatíveis com o modelo do aparelho.
Mesmo os programas que não tenham como objetivo principal educar podem e devem ser
utilizados. A fim de auxiliar o trabalho didático e pedagógico a escola pode fazer uso de entrevistas,
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cenas de novela, noticiários, trechos de programas de auditório, um comercial, trechos de filmes,
para ampliar um tema específico ou para uma discussão mais abrangente e polêmica sempre com o
objetivo de refletir sobre as causas e consequências dos fatos, de analisar criticamente de modo a
perceber se há neutralidade e interesses ideológicos, como se dá a relação entre TV e consumo, TV
e violência, observar o que é considerado notícia nos telejornais, pensar no sensacionalismo, na es-
peculação, como os fatos são noticiados, etc. As reflexões podem ser ampliadas e enriquecidas con-
forme o desenvolvimento de cada turma.
Além dos programas de conteúdo geral, dentro de sua programação a TV também exibe pro-
gramas voltados para a educação com conteúdo específico para crianças e adolescentes. Também
existem emissoras cuja programação está voltada para a formação de alunos e professores como a
TV Escola e o Canal Futura.
O vídeo já auxiliava os professores antes do advento da TV Multimídia, todavia a partir dela
aumentam as possibilidades para seu uso, onde o professor ao invés de passar um filme inteiro,
pode baixar da internet apenas o trecho que considera relevante, ou que está mais adequado, aos ob-
jetivos educacionais. Mesmo porque, para se assistir a um filme inteiro em sala de aula, são neces-
sárias cerca de três aulas e isso compromete os conteúdos e o planejamento do professor, principal-
mente no Ensino Médio onde a maioria das matérias possui apenas duas aulas semanais.
O uso do filme permite discutir o mesmo assunto inúmeras vezes, de diferentes formas e em
diferentes disciplinas. No entanto, o seu uso só se torna significativo em termos pedagógicos quan-
do se estabelece uma relação com o assunto tratado em aula. Por isso é interessante que seja passa-
do aos alunos apenas aquilo que irá contribuir para que eles compreendam e assimilem o conteúdo
transmitido pelo professor. Gerbase (2009) em seu artigo publicado no Jornal Mundo Jovem ressal-
ta que o ideal seria trabalhar com trechos ou algumas cenas, intercalando com outro material para
enriquecer o conteúdo e ampliar as possibilidades de discussões e debates acerca do tema. Os curta
metragem são outra opção que estão disponíveis. Possibilita que, em uma mesma aula sejam apre-
sentados dois curtas diferentes que abordam o mesmo tema, ampliando os pontos de análise e as vá-
rias interpretações que ambos ensejam.
Na internet é possível acessar alguns sites que disponibilizam curtas dos quais podemos ci-
tar:
- O site Curtagora (http://www.curtagora.com/) que disponibiliza filmes de curta e média metragem
com duração máxima de 60 minutos nos gêneros de ficção, documentário, experimental, animação,
educativo, videoarte e videoclipe. Também oferece espaço para realizadores que queiram divulgar
fotos e trailers online de seus filmes no site.
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- O site CurtanaEscola (http://www.curtanaescola.com.br/) apresenta os curtas com aplicação peda-
gógica que incluem vários temas e podem ajudar na abordagem lúdica de temas e disciplinas em
sala de aula.
- O site PortaCurtas (http://www.portacurtas.com.) é um projeto desenvolvido com o patrocínio do
programa Petrobrás Cinema. O serviço publica na internet a produção nacional de filmes de curta
metragem. O banco de dados do site permite a exibição dos mais de 1.400 filmes publicados. Além
disso, incentivam atividades de pesquisa reunindo informações detalhadas a respeito de seus direto-
res, elenco e até mesmo das palavras existentes nos diálogos e roteiros.
José Manuel Moran em artigo sobre o vídeo na sala de aula alerta que,
(...) dele se esperam, como em tecnologias anteriores, soluções imediatas para os problemas crônicos do ensino-aprendizagem. O vídeo ajuda a um bom professor, atrai os alunos, mas não modifica substancialmente a relação pedagógica. Aproxima a sala de aula do cotidiano, das linguagens de aprendizagem e comunicação da sociedade urbana, mas também introduz novas questões no processo educacional. (MORAN, 1995, [s.n.])
Por isso, Moran (2000) ressalta que é necessário utilizar o vídeo em sala de aula de forma
consciente, utilizando-o adequadamente e evitando o seu uso indevido. Por exigir pouco esforço e
envolvimento, o uso da TV e do vídeo em sala de aula, muitas vezes é visto com descaso pelos edu-
candos devido a sua forte ligação com o lazer e o entretenimento. Isto exige que o educador adote,
estabeleça critérios para que seu uso ultrapasse as barreiras e seja percebido como recurso com fins
pedagógicos.
Para Moran entre as formas inadequadas de se utilizar o vídeo em sala de aula estão: o vídeo
tapa buraco: para que a turma permaneça em “ordem” é colocado quando falta professor ou quando
ele precisa se ausentar; vídeo enrolação: como o próprio nome sugere, o vídeo é utilizado com o
intuito de enrolar e passar o tempo, pois o vídeo exibido tem pouca ou nenhuma ligação com a
matéria; vídeo deslumbramento: o professor, deslumbrado com o novo recurso, passa vídeos em
todas as aulas esquecendo-se de outros recursos e metodologias disponíveis; o vídeo perfeição:
quando o professor questiona e procura possíveis defeitos nele, sem teorizá-lo a partir do tema
tratado e, finalmente, o vídeo somente, sem discussão e sem fazer relação com o conteúdo tratado.
Moran (2000) também propõe algumas formas para a utilização do vídeo, para que ele
efetivamente seja um recurso aliado e que colabore no processo ensino aprendizagem. Sugere para
o trabalho com vídeos iniciar pelo mais simples, mais atraente, tanto do ponto de vista temático,
quanto técnico.
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O vídeo pode ser utilizado como forma de sensibilização para iniciar um novo assunto, para
despertar a curiosidade, motivar os educandos para novos temas e para a pesquisa, o que o levará a
aprofundar o assunto da matéria ou do vídeo.
O vídeo como ilustração: utilizado para ilustrar a explicação do professor, mostrar de forma
mais concreta o que se fala em sala de aula. Possibilita, também, trazer para a sala de aula
realidades distante dos alunos.
Vídeo como simulação: considerado uma ilustração mais sofisticada, pode ser utilizado para
simular experiências nas mais variadas disciplinas, que exigiriam muitos recursos, tempo e
poderiam colocar em risco a integridade física dos educandos. Rico em recursos, através do vídeo
pode-se mostrar o crescimento de uma planta, da semente até a maturidade em poucos segundos, o
que seria impossível sem a técnica do vídeo.
O vídeo como conteúdo de ensino: utilizado de forma direta com o intuito de informar sobre
um conteúdo específico a fim de orientar a sua interpretação e de forma indireta que mostra um
determinado tema, mas que possibilita abordagens múltiplas, interdisciplinares.
O vídeo ainda pode ser utilizado como documentação, onde o professor registra, grava o que
é mais importante para o seu trabalho. Assim como tem seus livros para preparar as aulas, também
terá seu próprio material audiovisual para não depender da locação ou empréstimo. Como
intervenção: o material pode ser editado de forma mais compacta, acrescenta-se outras cenas com
novos significados, modifica-se a trilha sonora entre outras possibilidades. Vídeos como expressão
e forma de comunicação: os alunos podem ser incentivados a criar seus próprios vídeos dentro de
uma determinada disciplina, produzir um documentário, programas informativos que podem ser
exibidos para outras turmas. É uma atividade lúdica que integra várias linguagens.
Moran em seu artigo “O vídeo na sala de aula” sugere que antes da exibição do vídeo, o
professor precisa conhecer o seu conteúdo, verificar a qualidade das imagens, informar somente
aspectos gerais como autor, duração, anotar as cenas mais importante e não fazer interpretações
prévias para que cada educando faça sua própria leitura.
Moran (2000), ainda com relação ao trabalho com o vídeo sugere que este seja utilizado para
produzir outro final que envolverá a produção textual; modificar, editar uma nova versão a partir de
um determinado vídeo, ou seja, criar um novo material adaptado a sua realidade; produzir vídeo
sobre um determinado assunto, incluindo roteiro, gravação, edição, sonorização, para exibi-lo em
classe ou circuito interno, analisando os pontos positivos e negativos, bem como a intenção e o
produto final; utilizar o vídeo para representar, dramatizar as cenas mais importantes, adaptando-as
a realidade local.
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Cabe aqui ressaltar que a construção de um vídeo pelos próprios alunos é de extrema
relevância, visto que usará de criatividade, imaginação e, sobretudo, de pesquisa. A criação da
sinopse acerca do conteúdo contribui para a produção textual, desenvolve a capacidade de
expressar-se e a capacidade de criação.
Na contemporaneidade, utilizarmos o mundo imperativo, persuasivo e toda cultura
dominante da televisão como subsídio para uma leitura crítica é de fundamental importância, visto
que parâmetros de certo e errado, leal e desleal, não são mais aprendidos na escola. O ser humano é
influenciado por toda essa realidade mostrada na televisão, nas propagandas, nas novelas, nos
filmes, enfim, por toda essa cultura midiática que dita padrões de comportamento e que de alguma
forma contribui para nossa construção enquanto sujeitos.
A mídia, considerada por muitos como sendo o grande mal da sociedade porque cria
necessidades, torna as pessoas passivas e alienadas, esta cada vez mais presente na vida dos seres
humanos. É preciso aprender a conviver com elas e formar pessoas com um olhar crítico para que
saiba analisar um programa de TV, um filme, uma reportagem de um jornal impresso ou on-line.
Ao levarmos para a sala de aula o som e o movimento expressos pelos programas televisivos a que
eles têm acesso fora da escola, podemos aproximar a sala de aula ao cotidiano dos alunos, tornando
o processo de aprendizagem mais significativo.
Televisão e vídeo são sensoriais, visuais, linguagem falada, linguagem musical e escrita. Linguagens que agem superpostas, interligadas, somadas, não separadas. Daí a sua força. Atingem-nos por todos os sentidos e de todas as maneiras. Televisão e vídeo nos seduzem, informam, entretêm, projetam em outras realidades (no imaginário), em outros tempos e espaços. (MORAN, 2000, p, 38)
Diante do exposto, a escola não pode mais ser um mero reprodutor. Enquanto instituição
responsável pela formação do cidadão deve estimular os educandos a apropriarem-se das novas
tecnologias, a criar e buscar novos conhecimentos. Assim sendo, é possível concluir que a educação
deve se efetuar de forma dinâmica para oferecer ao educando a oportunidade de desenvolver sua
capacidade de criar, de questionar criticamente, de interpretar a realidade que o cerca para intervir
de modo inovador, encontrar soluções para os problemas que o desafiam vencer suas próprias
limitações e buscar o melhoramento contínuo. A esse respeito Cox (2008, p.20) afirma que “É papel
da educação escolar capacitar o indivíduo para a vida. A escola deve preparar o ser humano para a
sobrevivência, para viver e trabalhar dignamente, tomar decisões fundamentadas e estar apto a
aprender continuamente”.
2.4 COMPUTADOR
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Nas últimas décadas, assistimos a um acentuado avanço das pesquisas e do desenvolvimento
de sofisticados meios tecnológicos de informação e comunicação. Este período marcado pelas
descobertas científicas serviu de alavanca para muitas mudanças nas organizações sociais que,
gradativamente foram afetando nossos hábitos e atividades cotidianas, alterando as formas como
nos comunicamos e nos relacionamos com as pessoas, os objetos e o meio no qual estamos
inseridos e as formas como ensinamos e aprendemos.
Este cenário, marcado pela disseminação em massa de informações transmitidas pelos meios
de comunicação e pela grande diversidade de fontes de saber, tornou o cenário social altamente
competitivo. As diversificadas fontes de conhecimento, ocasionadas pelo avanço das tecnologias
estão interferindo direta ou indiretamente na vida dos seres humanos. De acordo com Maria Luiza
Belloni,
O impacto do avanço tecnológico (entendido como um processo social) sobre processos e instituições sociais (educação, comunicação, trabalho, lazer, relações pessoais e familiares, cultura, imaginário e identidades etc.) tem sido muito forte, embora percebido de modos diversos e estudado a partir de diferentes abordagens. (BELLONI, 2009, p. 6)
O impacto das tecnologias na sociedade tornou-se uma realidade da qual não podemos fugir,
pois cada vez mais estão fazendo parte das tarefas do cotidiano. Os recursos tecnológicos foram
criados para atender a humanidade desde a sua forma mais simples, até a mais sofisticada. No
entanto, com toda essa tecnologia disponível, é preciso aprimorar as estratégias de uso para
aproveitar o máximo possível de tudo que se dispõe, bem como dos seus dispositivos. Neste
cenário, a educação é desafiada a buscar caminhos, abrir os horizontes a fim de esclarecer o sentido
das coisas para sabermos qual papel temos que desempenhar. Para Raquel Carneiro (2002, p.12):
(...) a escola também convive com todo esse processo de informação sob diversos aspectos, seja no controle administrativo e financeiro, nas novas necessidades de formação profissional, na utilização do computador como ferramenta auxiliar do processo de ensino/aprendizagem e nas questões do cotidiano trazidas para a sala de aula.
Na contemporaneidade da história muitos desafios surgem quanto ao uso e aplicabilidade
dos aparatos tecnológicos. Não podemos negar o efeito inebriante que esses objetos exercem sobre
nós, fazendo-se necessário refletir sobre seus efeitos dominadores e reconhecer que esses recursos
ainda não se encontram disponíveis para todos da mesma forma. Nesse contexto encontra-se bem
evidente reportagens que relatam a situação das escolas no país. Enquanto em algumas escolas,
avançados recursos computacionais estão a disposição da comunidade escolar e dos objetivos
educacionais, há outras em que sequer dispõe de quadro negro, giz, energia elétrica, biblioteca, sem
mencionar, ainda, a falta de estrutura física adequada para atender seus alunos. Existem escolas com
25
laboratórios equipados com os mais diversos recursos computacionais e outras com computadores
sucateados.
As escolas da Rede Estadual de Ensino do Paraná atualmente têm à sua disposição os
laboratórios de informática montados pelo Proinfo com computadores conectados à internet via
ADSL (Linha Digital Assimétrica de Assinantes). Integra o uso de softwares livres equipados com
o sistema operacional Linux, desenvolvido especialmente para uso de professores, alunos e gestores
da rede pública de ensino.
Sem dúvida, a informática é mais um recurso que esta se fazendo presente em nossas vidas.
Podemos encontrá-la no ambiente doméstico, no ambiente do trabalho, no ambiente em que
exercemos nossa cidadania e também nas escolas. Neste local é usado tanto para os serviços
administrativos como para o uso dos professores, que podem utilizar-se deles para realizar
pesquisas em sites, preparar aulas, baixar imagens e vídeos, digitar avaliações, etc. Além disso, os
computadores também estão disponíveis para os alunos fazerem pesquisas e trabalhos.
No seu bojo, a informática nas escolas traz algumas questões importantes a serem
repensadas. Em uma cidade pequena em que as escolas que existem são públicas, recebem alunos
das mais diversas classes sociais, tanto alunos que possuem computadores em casa e preferem até
não se utilizarem dos computadores no laboratório da escola; uma vez que a internet que possuem
em casa é mais rápida, e está disponível a eles a hora que desejarem, como alunos que não possuem
contato com os computadores apenas na escola e precisam ter esse acesso. Cabe à “... escola,
especialmente à escola pública, atuar no sentido de compensar as terríveis desigualdades sociais e
regionais que o acesso desigual a estas máquinas está gerando”. (BELLONI, 2009, p.10).
O uso da informática se faz cada vez mais evidente na educação. Os professores cada vez
mais sentem a necessidade de usar a informática como um instrumento de ensino-aprendizagem,
sendo que, para que se efetive, um dos requisitos é manter-se atualizado.
A multimídia tem sido encarada como uma das grandes promessas para a revolução no
ensino. No entanto, muitas pesquisas ainda precisam ser realizadas nesta área para comprovar os
efeitos das novas tecnologias de informação e comunicação na educação, para encontrar as
melhores opções de aplicação desse recurso em situações de ensino-aprendizagem.
É importante salientar que a tecnologia por si só não muda o ensino e a aprendizagem e nem
promove a sua melhoria. O mais importante é analisar como e com que finalidade, esses recursos
estão sendo utilizados e incorporados no campo educacional.
A docência, independente do uso das novas tecnologias é uma profissão que exige
atualização constante, principalmente em decorrência das mudanças nas políticas educacionais. De
acordo com as afirmações de Borba (2010) as inovações educacionais, fator necessário para o fazer
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pedagógico, pressupõe mudanças na prática docente, não sendo exigência exclusiva do uso das
tecnologias. Muitos professores preferem permanecer onde tudo é conhecido e controlável, do que
partir para um território desconhecido, trilhar caminhos que geram incertezas e evitam qualquer
tentativa de mudança, atribuindo a culpa a falta de preparo para usar as tecnologias e falta de
condições adequadas de trabalho.
No entanto, existem professores que buscam utilizar as novas tecnologias, mas seguem um
roteiro rígido, sem fazer uma avaliação dos objetivos e metas. Outros, porém, são mais flexíveis,
utilizam a informática no seu dia a dia, buscam utilizar esse novo e importante recurso a fim de
melhorar e dinamizar seu trabalho; abrem-se para inovações e buscam organizar as atividades a fim
de atender as necessidades dos educandos, e aperfeiçoar a sua prática.
Sabe-se que a rede mundial de computadores, favorece significativamente a disseminação e
coleta de informações que podem ser fundamentais a educação escolar. Cabe ao professor planejar
o seu uso determinando critérios que visem à exploração das capacidades cognitivas dos alunos
através de situações-problema significativas que incentivem o uso de estratégias, do raciocínio e de
conhecimentos prévios para resolver os desafios, ou seja, que envolva o aluno na construção do
conhecimento.
Mas o contato com as tecnologias existentes e conhecer as suas técnicas de utilização, não
são suficientes para enriquecer a prática pedagógica. É preciso criar oportunidade para que alunos e
professores possam fazer uso desses aparatos e de suas linguagens de forma crítica a fim de atender
os propósitos e objetivos da educação escolar. No entanto, para que tal meta se concretize, faz-se
necessário conhecer métodos e processos pertinentes de abordagem de ensino que podem ser
realizados através dos recursos midiáticos, além de conhecer os recursos computacionais.
Dessa forma, na prática educacional escolar, ao introduzir o uso do computador e seus
aplicativos, são necessárias significativas mudanças. Em função da sua utilização, é preciso adotar
um posicionamento crítico, pois a sua inserção no processo educativo não pode ser efetuada de
forma aleatória e não se constitui numa ferramenta mágica que irá sanar todos os problemas
educacionais. O uso da tecnologia, se não for planejada adequadamente, não promoverá a melhoria
do processo educativo. Irá somente apresentar, mascarar as velhas práticas transmissoras
tradicionais.
Para que o uso dos recursos da computação seja útil à ação educacional, faz-se necessário
estabelecer algumas ações como: capacitação do corpo docente; vencer a resistência e o medo de
inovar; disponibilizar horários e recursos para que os professores de todas as disciplinas possam
fazer uso do laboratório; disponibilizar um agente educacional para auxiliar professores e alunos e,
principalmente manter os equipamentos em bom estado e com conexão rápida e eficaz da internet.
27
Kenia Kodel Cox, em seu livro Informática na Educação Escolar, propõe algumas reflexões
sobre a informática educativa ou o uso da informática na educação. Define o tema como “... área
científica que tem como objeto de estudo o uso de equipamentos e procedimentos da área de
processamento de dados no desenvolvimento das capacidades do ser humano visando a sua melhor
integração individual e social” (COX, 2008, p.31).
A autora apresenta algumas das inúmeras possibilidades de uso dos recursos computacionais
nas práticas educacionais como para simulação. As simulações, mais econômicas e seguras que
atuar no ambiente busca apresentar o processo real com um pouco de fidelidade, possibilitando aos
seus usuários a tomada de decisões e a resolução de problemas para alcançar os resultados
almejados. Tal recurso seria possível para o aluno fazer experimentos e análise de dados e reações
químicas consideradas perigosas na prática e, a partir daí, elaborar suas hipóteses e conclusões.
Porém, o professor deve fazer uma análise criteriosa dos softwares disponíveis com a finalidade de
verificar se são adequados aos objetivos que deseja atingir. No entanto, vale ressaltar que ao
substituir a atividade concreta pelo software, as respostas às indagações poderão sofrer relevantes
variações. A simulação é uma atividade que se estruturada segundo critérios definidos previamente,
instigará, motivará e contribuirá para a discussão de conteúdos, para a formação do raciocínio
crítico e para o desenvolvimento de estratégias de aprendizagem.
Outra sugestão da autora são os jogos criados para oferecer entretenimento e desafios aos
usuários. O número de programas de jogos em computadores e videogames tem crescido de modo
considerável nos últimos anos e atualmente estão recebendo atenção acadêmica.
Atualmente, há uma infinidade de jogos que podem ser úteis ao processo educativo, mas
também há aqueles que não atendem aos propósitos educacionais por apresentar cenas violentas,
lutas, guerras, cenas impróprias para menores que podem aumentar a presença de pensamentos e
comportamento mais agressivo.
Repletos de imagens, sons, cores e animações, os jogos computacionais podem proporcionar
ao usuário a aprendizagem e a diversão. Os jogos podem ser definidos como interações
interpessoais para atingir metas específicas e exigem que o usuário siga as regras, tenha muita
atenção, agilidade, estratégia, reflexão, imaginação, raciocínio rápido para a busca de soluções para
alcançar o objetivo do jogo. Ou seja, o jogo pode incentivar o desenvolvimento e o aprimoramento
de capacidades importantes no processo de aprendizagem de um indivíduo: respeito ao ritmo
próprio, avaliação de erros e acertos, busca de soluções sozinho ou em grupo. (STEFANI in COX,
2008. p. 39).
28
2.5. INTERNET
A internet ou simplesmente net é “uma rede de comunicação de milhões de computadores
conectados, que oferece inúmeros serviços” (BASTOS, 2008, P. 49), também conhecida como web.
Considerada por muitos como o maior fenômeno da comunicação humana, com a internet
dispomos de um recurso dinâmico, atraente e atualizado. É uma ferramenta que facilita, aproxima,
promove lazer, entretenimento, comodidade e acesso mais rápido às informações, ou seja, é uma
ferramenta que vem gradativamente mudando os hábitos e atitudes do ser humano.
A internet oferece tantos benefícios que se torna difícil enumerá-los. Atualmente é utilizada,
embora por uma minoria da população, para o trabalho, como fonte e troca de informações e
notícias, publicidade, comércio, entretenimento, cultura, comunicação em tempo real com pessoas
que estão distantes. Para assim, realizar cursos a distancia, fazer pesquisas sobre diversos temas,
acessar as páginas de jogos ou games, fazer consultas sobre lançamentos do cinema, livros,
músicas, pesquisar e ver vídeos, ouvir rádio, consultar bibliotecas. Também é possível fazer uso de
outros serviços como realizar compras, transações financeiras, entre tantas outras funções que
possibilitam economia de tempo, conforto e praticidade com baixo custo.
Desde o seu surgimento, uma grande e crescente variedade de ferramentas foi agregada a
este recurso o que possibilitou a troca de informações de forma rápida, acesso a vários arquivos e
repositórios de informações. Pois, promove a comunicação privada e em grupo que possibilita de
forma objetiva e rápida, a interação com pessoas do mundo inteiro, rompendo as barreiras
geográficas de espaço e de tempo. No entanto, o uso da internet precisa ser incorporado ao ambiente
educacional, pois:
O uso da internet com critério pode tornar-se um instrumento significativo para o processo educativo em seu conjunto. Ela possibilita o uso de textos, sons imagens e vídeo que subsidiam a produção do conhecimento. Além disso, a internet propicia a criação de ambientes ricos, motivadores, interativos, colaborativos e cooperativos. (BEHRENS in MORAN, 2000, p. 99)
Porém, para uma plena utilização da internet alguns fatores devem ser considerados como a
necessidade de políticas públicas que diminuam a exclusão digital, ou seja, ampliar as
possibilidades de acesso aos recursos básicos e essenciais às tecnologias de informação e
comunicação. Outros fatores como as dificuldades com compatibilidades entre os sistemas em uso,
os problemas com a velocidade de transmissão dos dados e problemas com a conexão também
precisam ser solucionados.
29
Infelizmente a internet também apresenta diversos aspectos negativos que podem causar
transtornos desagradáveis dos quais podemos citar a dependência aos jogos virtuais principalmente
entre os adolescentes. Essa dependência, em geral, afeta profundamente os relacionamentos entre
familiares e amigos e, em casos mais extremos, o usuário reporta para o convívio social a violência
dos jogos on-line. O usuário passa a viver a ficção dos jogos.
Outro fator é o uso compulsivo por pessoas que tem ou sofrem rejeição. Essas pessoas
encontram na internet o que não encontram na realidade porque com o anonimato é possível criar
perfis falsos e demonstrar somente os aspectos positivos, aquilo que desejam ser. O indivíduo que
utiliza a internet de modo compulsivo geralmente deixa de cumprir suas responsabilidades, de
desempenhar atividades de lazer, acaba se confinando e passa a apresentar sérias dificuldades de
relacionamento. O usuário compulsivo usa a internet para fugir de problemas pessoais,
preocupações, medo, frustrações, sentimentos.
O uso excessivo da internet, devido à postura incorreta frente ao computador, pelo manuseio
incorreto do mouse ou pela digitação, também pode gerar problemas físicos, de visão ou adquirir
LER (Lesão por Esforço Repetitivo).
Porém, movidos ou atraídos pela agilidade e facilidade de acesso, fragilidade na segurança,
anonimato e leis pouco claras quanto aos regulamentos, a internet também está sendo amplamente
utilizada para a prática de crimes como roubos, prostituição, difamação de pessoas, invasão de
privacidade, entre outros.
Os crimes da internet, também conhecidos como crimes cibernéticos, geralmente motivados
por vingança, disputas de poder e fortunas ou porque acreditam que estão protegidos pelo
anonimato, são fatos que vem crescendo nos dias atuais e causando muitos problemas e
constrangimentos para os internautas. Entre as práticas mais comuns de crimes cibernéticos
podemos citar o envio de mensagens e e-mails com vírus que danificam os programas dos
computadores, clonagem de cartões de crédito e contas bancárias, roubo de senhas, desvio de
dinheiro, invasão de privacidade, acesso a informações sigilosas, entre outras.
Os sites populares de relacionamento, ou redes sociais da internet como o Orkut, MSN, e o
Youtube de vídeos, são os mais polêmicos. O Orkut é um espaço em que é possível criar uma
página pessoal, descrever o seu perfil e preferências, adicionar “amigos” (muitas vezes
desconhecidos) e manter contato de comunidades. Através do Orkut também é possível fazer parte
de comunidades. Muitas dessas comunidades incitam a violência, o ódio, o racismo, a vingança,
pornografia, uso de entorpecentes, etc. Outras, porém, buscam promover a paz, a tolerância, o
respeito à diversidade de gênero, raça, credo...
30
O ciberbullying, prática realizada através da internet, é usado pelo agressor para ameaçar,
humilhar, ridicularizar, constranger ou maltratar pessoas ou rivais perante a sociedade virtual. Para
isso, o agressor faz uso de diversas tecnologias de informação e comunicação, como textos escritos
no celular, blogs, Orkut, MSN, Facebook, Twiter, publicações de vídeos no Youtube, fotos no
fotologs, locais esses onde as calúnias e difamações podem se multiplicar rapidamente. Geralmente,
o bullying e o ciberbullying são praticados por pessoas com tendência a má conduta, ou por líderes
de gangues.
Jaine Arantes, em seu artigo publicado na Revista Eletrônica, faz alguns comentários sobre
os crimes cibernéticos e sobre as ações desenvolvidas para que estes crimes não fiquem impunes.
Relata que atualmente as ofensas anônimas feitas pele rede, mesmo que o agressor não assuma
abertamente usa autoria ou use nomes falsos, podem ser identificadas com o auxílio da justiça,
podendo o agressor ser processado pelos crimes cometidos e obrigado a indenizar a vítima.
Arantes sugere que toda violação dos direitos humanos, mesmo no espaço cibernético,
devem ser denunciadas. As vítimas devem salvar e imprimir as páginas com as ofensas e fazer o
Boletim de Ocorrência (B.O.) em uma delegacia, além de entrar em contato e fazer o pedido para
que o provedor retire as páginas com as agressões.
Porém, Arantes [S.I.: s.n.] comenta que o uso indevido da rede de computadores para a
prática de crimes e violação dos Direitos Humanos exige medidas permanentes de prevenção e
educação contra os perigos na Web. Por esse motivo, autoridades, dirigentes e entidades não
governamentais estão desenvolvendo ações educativas e de prevenção para reduzir a incidência de
atos ilícitos que ocorrem nas redes sociais.
Um bom exemplo dessas ações é a Cartilha SaferDicas disponível em:
http://www.safernet.org.br/site/prevencao/cartilha/safer-dicas que orienta crianças, jovens e adultos
sobre o uso ético e responsável da rede. Apresentam vários temas e suas respectivas definições,
possibilidades de uso e cuidados necessários. Também é possível acessar uma história em
quadrinhos que apresenta alguns apontamentos sobre o uso dos computadores, suas ferramentas e
ações preventivas. A história em quadrinhos encontra-se disponível em:
http://www.safernet.org.br/site/sites/default/files/HQ-SaferDicas_web.pdf.
Outro material disponibilizado na internet é a Cartilha Educando 2008 – O Uso Responsável
da Internet. Este material apresenta uma coletânea de sugestões para ajudar as crianças a entender
como funciona a rede e a selecionar os conteúdos acessados. A Cartilha encontra-se disponível em:
http://pt.scribd.com/doc/4644542/Cartilha-Educando-2008-O-Uso-Responsavel-da-Internet.
Atualmente a internet é uma ferramenta muito importante, e seus benefícios devem ser
apreciados da melhor maneira possível. Para que este instrumento de aprendizagem represente uma
31
possibilidade de produção de conhecimento, frutos da reflexão, estudos e discussões em grupo. O
grande desafio é o seu uso consciente e racional para não causar danos à vida das pessoas. Cabe ao
professor, aprender a usar a internet para orientar as pesquisas ou a navegação pelos sites.
2.6. JORNAL NA ESCOLA
O jornal é um meio de comunicação que nos apresenta a linguagem oficial da informação,
na qual a relação entre autor e leitor, ouvinte, telespectador ou internauta não é de mera transmissão
de informações. Na escola, apresenta-se como um trabalho interessante, envolvente, que exige
organização pelo aluno da matéria obtida, domínio de diversas ferramentas (editor de textos,
navegação na Internet, uso de e-mail, ferramentas de editoração do jornal, manuseio de figuras) e
envolve um extenso processo de pesquisa na Internet e nos meios convencionais.
Na escola, os professores têm buscado várias formas de trabalhar os conteúdos na tentativa
de propiciar aos educandos um conhecimento ideal para a formação intelectual e cognitiva destes e,
ao mesmo tempo, facilitar o aprendizado. Durante a aula, o professor pode fazer uso de revistas,
gibis, panfletos, jornais, etc., devemos considerar que devido o jornal nos proporcionar uma forma
de nos comunicarmos na atualidade nos permitindo saber o que está ocorrendo, onde e por que, este
exerce função relevante, objetivando atender aos interesses da sociedade no sentido de informá-la e
colaborar para melhorar o nível de educação e civilidade, o mesmo deve ser utilizado durante o
processo de ensino aprendizagem como facilitador.
O jornal tem a capacidade de transmitir informações e influenciar as pessoas, por trabalhar
com a diversidade de tempos sociais, com a diversidade de memórias coletivas, que idealmente
devem expressar-se de produção informativa sendo considerada uma forma de transmissão de
saberes, os quais geram e mantém crenças que se revertem ou não em determinados atos. Portanto,
devemos utilizá-lo com sabedoria e principalmente planejamento, uma vez que apresenta muita
riqueza de textos e oferece uma visão ampla e atualizada com recursos importantes como tabelas,
gráficos e assuntos que permitem explorar a interdisciplinaridade e a multidisciplinaridade.
Desse modo, sendo o jornal um meio de comunicação que permite a mediação de
acontecimentos ao público de forma eficaz, bem como uma forma de disseminação de memória e
conhecimento, pode ser utilizado no ambiente escolar de forma a transmitir conhecimentos,
favorecendo a interação do aluno com a realidade social, uma vez que o jornal insere o aluno na
vivência e reflexão da atualidade.
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Para tanto, no âmbito escolar, assim como na sociedade em geral, o jornal deve apresentar-
se como uma forma de comunicação que cause impacto, tornando o aluno um ser ativo e
consequentemente participativo da realidade social, na qual conforme (Hernandes 2006), é preciso
apresentar o que se entende por fato, notícia, ideologia, realidade, verdade, questões sempre
cercadas de grande controvérsia, utilizando-se da objetividade.
Desse modo, o jornal deve apresentar notícias que despertem o interesse dos educandos e
ao mesmo tempo tragam a objetividade em destaque; para que a manipulação da informação ocorra
de forma efetiva, as matérias publicadas devem incluir tipos e gêneros textuais diferentes e
presentes no convívio social e na vida do aluno. A forma de abordagem do jornal deve considerar
que para esclarecer as inúmeras questões, não basta escrever bem, mas sim, buscar sempre que a
mensagem seja transmitida de forma clara e compreensiva e ao mesmo tempo permita a busca pela
leitura do mesmo na escola, para tanto deve apresentar publicações como: artigos de opinião,
poesias, notícias, concursos, acrósticos, charges, dicas (saúde, esporte, trabalho, vivências), recados,
bilhetes, cartas, crônicas, contos, diários, receitas, entrevistas, histórias em quadrinhos, resenhas
(livros, filmes), adivinhações, charadas, desafios matemáticos etc.
O jornal pode ser elaborado com o intuito de levar a informação aos alunos, permitindo
que ao tomar conhecimento dos acontecimentos, os alunos possam comentar a respeito ou
eventualmente intervir, tornando-se protagonistas ao tomarem conhecimento sobre o que ocorre e
quando acharem necessário ter a possibilidade de dar sua opinião e contribuir com o discurso social.
Assim, a utilização do jornal na escola pode ser uma forma de despertar o interesse pela
literatura informativa, uma vez que o mesmo tem a capacidade de atingir grande quantidade de
leitores em função do local de circulação, estabelecendo um canal democrático de comunicação
entre leitores e escritores, sensibilizando os primeiros para o engajamento crítico.
Entretanto, para que isso se torne possível, ao elaborar o jornal da escola deve-se
incentivar os alunos a ler muito sobre a informação que se pretende publicar no jornal, pois somente
lendo muito sobre o assunto em outros jornais, revistas, livros, entre outras fontes, se consegue
escrever bem. Assim, a pesquisa é uma tarefa básica na tentativa de tomar familiaridade com o
assunto; o que permite coletar dados, realizar estudos, depoimentos, para obter as informações
necessárias e obter melhores resultados com a matéria; pois não podemos escrever um texto simples
facilmente, sendo as frases curtas, a ordem direta, o uso das palavras simples e a checagem de
informações ajudam a apresentar o texto com maior clareza.
Mas não podemos esquecer nunca que ao nos propormos a elaborar o jornal na escola,
deve sempre ser evidenciada a questão ética e da veracidade dos fatos, uma vez que ao interpretar a
33
realidade a partir de diferentes versões dos fatos e notícias, o leitor é instigado a posicionar-se sobre
as questões políticas e sociais emergentes do nosso tempo por meio da narrativa do cotidiano.
Como no jornalismo, a ética é mais que um rótulo, que um acessório, uma vez que, a
conduta ética se mistura com a própria qualidade técnica de produção do trabalho, o jornal deve
prestar informações relevantes para os educandos, segundo os direitos e necessidades do público.
Para tanto, ao elaborar o jornal os envolvidos precisam dominar a linguagem, o que contribui com a
formação de novos leitores, ao despertar a curiosidade dos alunos mediante a apresentação da
variedade de notícias que demonstram a complexidade do mundo contemporâneo aumentando o
hábito da leitura nas instituições de ensino o que contribui para melhoria da produção de textos e
para o aprimoramento da comunicação individual e em grupo.
Está no fundamento da ética jornalística, qualquer que seja sua acepção, a defesa da
liberdade, da verdade, da justiça, da pluralidade de opiniões e de pontos de vista e da vigilância de
atos do governo.
Além do compromisso ético, durante a elaboração do jornal na escola, é necessário ter
pleno conhecimento de sua responsabilidade social da informação transmitida ao público,
destacando o compromisso social sem deixarem ser conduzidos por interesses, deixando os alunos
convictos de sua ética e ao mesmo tempo incentivá-los ao hábito de leitura e à formação de
escritores.
Portanto, o jornal na escola deve ser apresentado de tal maneira que os educandos
apresentem a capacidade de escrever bem, somada a responsabilidade de não errar, de aprofundar-
se exaustivamente sobre determinado assunto, expondo-o de maneira clara, apresentando
compromisso ético e visando a integração do estudante no contexto da cidadania, motivando-o a
uma atitude participativa no âmbito da comunidade, aprimorando a capacidade de expressão,
desenvolvendo o espírito crítico através do conhecimento e da reflexão acerca das notícias locais,
do país e do mundo.
Como o jornal é um mosaico de informações cotidianas, um registro da história do dia-a-
dia e sua linguagem é rica e variada, é preciso que o aluno tenha um bom conhecimento da
linguagem em geral e das funções da linguagem em particular para avaliar/produzir um texto
jornalístico, apresentando capacidade de síntese e de objetividade. Para tanto o mesmo não deve ser
considerado superficialidade, romantismo ou alienação, pois se trata da confecção da notícia em um
texto que deve apresentar a essência dos fatos em versão compatível com a lógica, pautada pela
ética, contribuindo para o conhecimento de quem lê.
Desse modo, o jornal na escola requer amplo trabalho de detalhes, pois o mesmo apresenta
inúmeras possibilidades de uso didático e coloca o aluno em contato com a linguagem informativa,
34
aproximando-o dos fatos e ao mesmo tempo proporciona ao leitor sua ambientação, em que
expressões, costumes, aspectos geográficos e tantos outros detalhes são fundamentais. Portanto,
deve fugir do noticiário superficial apresentando uma mescla de jornalismo, literatura e história,
praticados com responsabilidade e princípios morais e seguindo alguns passos como:
Apresentar vários jornais locais para que os alunos estabeleçam as semelhanças e
diferenças na diagramação, primeira página, manchetes, leads e temáticas
abordadas;
Promover a comparação dos jornais locais com o jornal escolar;
Solicitar a identificação dos principais elementos de uma notícia: O quê? Quem?
Quando? Onde? Como? Por quê?
Desenvolver a capacidade argumentativa e crítica do aluno, solicitando-lhe que
concorde ou discorde de um texto ou notícia através de argumentos convincentes;
Pedir que estabeleçam a distinção entre fato e opinião;
Solicitar a enumeração das temáticas abordadas;
Explicitar os tipos de texto e os gêneros textuais presentes no jornal escolar;
Incentivar a produção de cartas do leitor ou artigos de opinião sobre um problema
da comunidade escolar ou do entorno da escola para publicação em um jornal
local.
Desse modo, o jornal na escola é de grande importância, pois propicia a produção em
grupo e diversificada de um instrumento de socialização de informações pesquisadas e coletadas ao
longo do processo, envolvendo planejamento tanto por parte dos professores como por parte dos
alunos, bem como permite a execução de atividades diversas.
Para os professores, esse é um projeto muito positivo que tem dado bons frutos à escola, pois
oportuniza desenvolver um trabalho a partir das ideias dos alunos, aproximando-os da leitura e da
escrita e facilitando na diversificação da metodologia de trabalho devido à diversidade de textos que
são explorados, possibilitando o desenvolvimento do senso crítico dos alunos.
35
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A cada dia somos desafiados com novos aparelhos que agregam inúmeras funções e que é
fruto do avanço tecnológico. Esses aparelhos exigem novas aprendizagens e a descoberta de novas
habilidades, maneiras, ou jeitos de utilizá-las. As tecnologias sempre estiveram presentes no
cotidiano escolar, porém, sua constante evolução e sua disseminação em massa estão ocasionando
um novo desafio aos profissionais da educação e à escola, pois como afirma POCHO, 2010 “... é
necessário ao professor dominar a utilização pedagógica das tecnologias de forma que elas facilitem
a aprendizagem e que sejam objeto de conhecimento a ser democratizado e instrumento para a
construção do conhecimento”. (POCHO, 2010, p.15)
Espera-se que o desenvolvimento desse material possa contribuir para o aprimoramento
teórico dos educadores sobre os temas abordados e leve-os a refletir sobre o seu papel e sobre a
função da escola frente às novas tecnologias, bem como, suscitar reflexões sobre o uso pedagógico
das Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) no processo de ensino aprendizagem. Assim,
o uso das tecnologias no processo de ensino será facilitado,
... na medida em que o professor se apropriar do saber relativo às tecnologias, tanto em termos de valoração e conscientização de sua utilização (por que e para que utilizá-las), quanto em termos de conhecimentos técnicos (como utilizá-las de acordo com as suas características) e de conhecimento pedagógico (como integrá-las ao processo educativo). (POCHO, 2010, p. 15)
Diante do que foi exposto neste material, pretende-se apontar alguns caminhos e algumas
reflexões sobre o uso das tecnologias na prática pedagógica escolar. Em momento algum se teve a
intenção de sugerir receitas e nem o propósito de esgotar o assunto, mas contribuir com indicações e
reflexões que possam contribuir para a educação para as mídias como cita BELLONI (2009, p. 12)
“... a educação para as mídias é condição sine qua non da educação para a cidadania, sendo um
instrumento fundamental para a democratização das oportunidades educacionais e do acesso ao
saber e, portanto, de redução de desigualdades sociais”.
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4. BIBLIOGRAFIA COMENTADA
Quando abordamos as questões sobre tecnologia na educação, verificamos que variados
pesquisadores vêm produzindo artigos, livros, que apresentam
reflexões e indicações sobre as TICs vinculadas a educação. Isso vem ocorrendo porque o tema
está cada vez mais inserido em todos os âmbitos da sociedade e a educação precisa também
direcionar seu foco para as novas tecnologias. Assim, destacam-se algumas dessas produções:
KENSKI, Vani Moreira. Educação e tecnologias: O novo ritmo da informação. Campinas, SP:
Papirus, 2007.
Em uma linguagem simples, porém clara, a autora apresenta explicações sobre as
tecnologias, principalmente as mais recentes. O tema educação e tecnologias são abordados de
forma abrangente, propiciando aos leitores esclarecimentos e informações sobre o tema,
independente do grau de familiaridade das pessoas com elas. Enfoca os avanços que as TIC
proporcionam e como modificam as relações políticas, financeiras, culturais e educacionais. Através
de alguns relatos de experiências, procura demonstrar que tecnologia e educação são indissociáveis
e também apresenta formas de aprender mediadas pelas TICs.
Nessa obra a autora conta a história de relacionamentos entre os vários tempos da sociedade,
os avanços sucessivos ocorridos no campo tecnológico e os seus reflexos, sobretudo na educação,
no processo ensino/aprendizagem.
BELLONI, Maria Luiza. O que é mídia-educação. Campinas, SP: Autores Associados, 2009.
Partindo do pressuposto de que a educação, e a comunicação são instrumentos de
emancipação dos indivíduos e das classes e que não devem ser estruturas de reprodução das
desigualdades sociais e dominação, a autora defende a ideia de que a escola pública é um local
privilegiado de formação de cidadãos e meio de compensação das desigualdades sociais.
A autora apresenta alguns textos baseados em resultados de pesquisa em duas vertentes
teórico-práticas: busca entender como as novas gerações se apropriam das técnicas de informação e
comunicação que o avanço tecnológico colocou à disposição da sociedade e como os professores e
as instituições escolares vão se apropriando e integrando estes instrumentos ao próprio cotidiano.
Sendo assim, defende que as crianças brasileiras precisam que seus direitos sejam
assegurados para terem acesso efetivo a uma educação de qualidade com todas as tecnologias
disponíveis e uma comunicação livre e sem preconceitos.
37
SETTON, Maria da Graça. Mídia e educação. São Paulo: Contexto, 2010.
Nesta obra, SETTON busca relacionar o fenômeno da mídia com a educação e chama a
atenção para o fato de que, apesar de ser bastante polêmico, este assunto exige atenção e
amadurecimento teórico dos educadores por ser um tema interdisciplinar. Apresenta reflexões de
alguns autores, definições e conceitos que se tornaram referência nas discussões sobre o papel
pedagógico das mídias e o impacto que causaram em nossa vida cotidiana.
A autora defende que devemos ver as mídias, cada vez mais presentes na vida das pessoas,
como espaços educativos responsáveis pela transmissão de uma série de informações, valores,
padrões e normas de comportamento que devem ajudar os indivíduos a organizarem suas ideias e
suas vidas, isto é, uma nova instituição socializadora. Propõe também uma reflexão acerca das
mídias na educação, seu papel pedagógico e ideológico, bem como o impacto que esta vem
causando nas questões educacionais. Uma excelente leitura para quem já tem familiaridade, bem
como àqueles que ainda estão aprendendo a lidar com as novas tecnologias.
CARNEIRO, Raquel. Informática na educação: representações sociais do cotidiano. 2. ed. São
Paulo: Cortez, 2002.
A autora parte da questão de como se dá a produção do conhecimento no cotidiano das
pessoas, de modo particular nas escolas. A proposta das reflexões sobre a tecnologia informática é
identificar as ideias ou representações sociais e quais os conceitos reconhecidos por trás dessas
representações e como podem interferir no trabalho com a informática na educação escolar.
O livro convida o leitor a uma reflexão oportuna sobre o papel das novas tecnologias de
informação e comunicação, cada vez mais presentes no meio educacional, bem como a aceitação e a
rejeição das mesmas por parte de alguns profissionais da educação. Apresenta uma rápida revisão
histórica sobre o surgimento dos computadores, inicialmente utilizados para empreendimentos
militares, industriais e comerciais. Com muita habilidade, conhecimento e vivência profissional,
examinam os acertos e desacertos desta nova era da história da humanidade no âmbito da educação.
MORAN, José Manuel. MASSETO, Marcos T. e BEHRENS, Marilda Aparecida. Novas
tecnologias e mediação pedagógica. Campinas, SP: Papirus, 2000.
Este livro esta dividido em três partes. A primeira, Ensino e aprendizagem inovadores com
tecnologias audiovisuais e telemáticas, elaborada por José Manuel Moran, aborda o tema do título.
A segunda parte apresentada por Marilda Aparecida Behrens intitulada Projetos de aprendizagem
colaborativa num paradigma emergente, propõe algumas reflexões sobre a ação docente, apresenta
sugestões para organização de metodologias inovadoras que subsidiem uma aprendizagem
38
colaborativa na era digital, de modo que venham atender as exigências deste novo paradigma. A
terceira parte elaborada por Marcos T. Masseto: Mediação pedagógica e o uso da tecnologia, busca
aprofundar as questões referentes a mediação pedagógica considerada eixo fundamental para o uso
das tecnologias no meio educacional visando proporcionar a melhoria do processo de
aprendizagem.
A expectativa é que através das reflexões propostas sobre a introdução da informática e da
telemática na educação, se estabeleça um diálogo que possa auxiliar os educadores a encarar essa
nova realidade tecnológica. Os autores tratam das novas tecnologias nos diversos níveis da
educação e apresentam propostas de utilização dos recursos tecnológicos na escola.
A ideia central do livro é a de que para o bom uso dessas tecnologias é necessário que haja a
mediação pedagógica, por isso se faz necessário uma ampla revisão do papel do professor nos dias
de hoje.
MORAN, José Manuel. A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá. Campinas,
SP: Papirus, 2007.
Com base na afirmação que a escola é pouco atraente, o autor aborda a educação atual e a
educação que desejamos, que idealizamos, mostrando algumas tendências para um novo modelo de
ensino, um ensino inovador.
Aborda a necessidade de modificar a organização escolar, tornar o ensino e a aprendizagem
mais atrativos, privilegiando a pesquisa e a interação, buscando integrar os aspectos individuais e
sociais aos diversos ritmos, métodos e tecnologias visando formar cidadãos plenos em todas as
dimensões.
Neste livro, o autor também analisa as mudanças e a influência das tecnologias na educação
presencial e a distância em todos os níveis de ensino. Destaca a importância dos gestores e
professores nesta revolução que esta acontecendo.
COX, Kenia Kodel. Informática na educação escolar. 2.ed.Campinas, SP: Autores Associados,
2008.
Na contemporaneidade da história, uma avalanche de aparatos tecnológicos invade a escola,
exigindo um posicionamento com relação ao uso dos múltiplos recursos tecnológicos na educação.
Para vencer os desafios propostos pelo uso das tecnologias, faz-se necessário pesquisar o assunto
com acurada crítica, discutir, refletir, estudar as formas de explorar o melhor de cada um desses
recursos sem incorrer nos vultosos erros de subestimá-las, desperdiçando oportunidades ou de
39
atribuir-lhes papéis miraculosos acreditando que as novas tecnologias possam trazer soluções
imediatas para mudar a educação.
Voltando-se para as principais questões quanto ao uso dos computadores em sala de aula, o
presente trabalho apresenta uma visão crítica sobre as vantagens e requisitos para o uso da
informática na educação escolar, relata algumas experiências e traça sugestões sobre a capacitação
docente.
POCHO, Cláudia Lopes. Tecnologia educacional: descubra suas possibilidades na sala de aula/
Cláudia Lopes Pocho, Márcia de Medeiros Aguiar, Marisa Narcizo Sampaio; Lígia Leite (coord.).
5. ed. - Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.
A cada dia, somos desafiados por novas construções tecnológicas que invadem nossas vidas
exigindo novas aprendizagens, e a descoberta de novas maneiras de lidar com essas tecnologias.
Fruto de pesquisa e sistematização de conhecimentos sobre as tecnologias, este livro destina-se ao
professor diante do desafio de inserir e integrar o uso da tecnologia educacional na prática educativa
enquanto ferramenta de produção e expressão de diferentes saberes.
A tecnologia educacional na sala de aula propicia inúmeras possibilidades pedagógicas. O
objetivo deste material consiste em apresentar ideias e informações sobre o uso das tecnologias
comumente difundidas no ambiente escolar, das mais simples, e nem sempre tão comuns, às mais
complexas. Neste livro é apresentado o conjunto de tecnologias focalizando na leitura crítica dos
meios de comunicação de massa, expõe alguns conceitos teóricos e apresenta sugestões de
atividades práticas. Para cada tecnologia são apresentados os conceitos e características, como
construir ou produzir o material, sugestões dicas e possibilidades para facilitar o uso da tecnologia.
Pretende-se, dessa forma, contribuir para que as tecnologias educacionais, utilizadas num
contexto pedagógico, contribuam para a renovação do processo educacional e para o
desenvolvimento integral do homem. As sugestões apresentadas podem ser questionadas,
adaptadas, combinadas e ampliadas, levando os profissionais da educação a descobrir novas
possibilidades de utilização das tecnologias.
A tecnologia educacional se ocupa do estudo teórico-prático da presença e do papel dos
recursos tecnológicos na educação, sendo fundamental o conhecimento das tecnologias para um
trabalho educacional transformador e de qualidade. Este livro vem ao encontro daqueles que
desejam encontrar novos rumos para a sua prática pedagógica, que desejam inovar suas ações
educativas.
40
MELO, José Marques de. Mídias & Educação/ José Marques de Melo, Sandra Pereira Tosta – Belo
Horizonte: Autêntica Editora, 2008. (Coleção Temas &Educação).
Elaborado para atender os profissionais da educação e da comunicação, este livro apresenta
uma contribuição atual e crítica para o campo educacional e para o campo da comunicação que está
cada vez mais presente, amplo e diversificado. Considerando que os meios de comunicação estão
presentes em todos os setores da vida social e o papel crucial que a educação tem no
desenvolvimento dos indivíduos e da sociedade. Os autores apontam para a necessidade do diálogo
entre mídia, sociedade e escola a fim de compreender como esses campos podem e devem interagir
para a construção de uma sociedade mais democrática e para promover uma educação que considere
o sujeito em sua dimensão integral.
Busca oferecer aos profissionais da educação e da mídia, elementos históricos que poderão
facilitar a compreensão conceitual e empírica de como pensar uma educação midiática e uma mídia
educativa e a relação rica e proveitosa entre esses dois campos. Os autores consideram a
importância da mídia na construção de um cidadão que precisa da escola, do estudo e da informação
para poder se posicionar com consciência e responsabilidade no mundo em que vive.
O livro também disponibiliza aos leitores uma biblioteca multimídia e comentada sobre
livros, revistas, sites, filmes, uma relação de ONGs que desenvolvem projetos de educomídia no
país. Apresenta também, os precursores da mídia educação no Brasil e a legislação sobre o
magistério.
GONNET, Jacques. Educação e mídias. Tradução: Maria Luiza Belloni. São Paulo: Edições
Loyola, 2004.
O tema interação de educação e mídias tem provocado amplos debates. Para preparar a
discussão democrática desta questão, o autor destaca a importância de considerar as mídias como
um saber de base na escola. Para o autor, a educação para as mídias é, hoje, uma necessidade
inquestionável, tão importante quanto saber ler e escrever.
O livro pretende levar seus leitores, a uma reflexão sobre o tema e ajuda na organização de
um programa de educação para as mídias na escola. Também oferece subsídios para escolher a
melhor abordagem das mídias com relação aos temas e métodos. Para uma abordagem consciente
das situações que a mídia apresenta diariamente, aprender as mídias, no mais amplo sentido da
expressão, é uma competência básica para o exercício da cidadania.
41
KENSI, Vani Moreira. Tecnologias e ensino presencial e a distância. Campinas, SP: Papirus,2003.
Neste livro, inicialmente a autora apresenta o conceito e a evolução das tecnologias e
enfatiza a necessidade de fazer o uso adequado dos suportes midiáticos contemporâneos que
viabilizam a realização de um ensino crítico e de qualidade. Através de uma coletânea de textos, a
autora procura levar os leitores a refletir sobre as ideias de conhecimento e ciência e sobre as
formas de interação e comunicação possibilitadas pelas tecnologias. Aborda as alterações na
atuação dos professores decorrentes do uso cada vez mais intenso das novas tecnologias digitais de
informação e comunicação. Analisa as transformações nas práticas de ensino e de pesquisa e
salienta a importância de se buscar novas maneiras de agir, tanto no ensino a distancia cada vez
mais utilizado no Brasil, quanto no ensino presencial, buscando romper com as práticas rotineiras,
em busca de uma educação de mais qualidade.
OROFINO, Maria Isabel. Mídias e mediação escolar: pedagogia dos meios, participação e
visibilidade. São Paulo: Cortez: Instituto Paulo Freire, 2005. - (Guia da escola cidadã; v. 12).
Hoje, mais do que nunca, as mídias ocupam lugar na cultura do nosso tempo e moldam nossas
percepções sobre o mundo. A autora faz uma reflexão sobre o impacto que as mídias vêm causando
na vida das pessoas e o fascínio que elas exercem, sendo impossível imaginar a vida sem os
aparelhos tecnológicos e que tais recursos não estão disponíveis a todos da mesma forma, sendo
necessário e urgente trazer este debate para a sala de aula.
Neste livro, a autora aborda a questão do uso das mídias no espaço escolar, enfatizando a
necessidade de diálogo crítico entre as diferentes linguagens e conteúdos das mídias nas práticas
educacionais. Em um dos textos a autora aborda o uso do vídeo em sala de aula e as etapas da sua
produção, exemplificando como ele pode servir de instrumento de participação.
Com este livro, a autora busca contribuir para o uso das mídias no cotidiano escolar de
forma integradora e que faça parte do Projeto Político Pedagógico.
A autora foca suas discussões no uso reflexivo das novas linguagens e de suas possibilidades
narrativas. Sua proposta para uma educação tecnológica considera um poderoso meio para a
ressignificação do mundo através da produção do conhecimento.
O papel das mídias na sociedade contemporânea e principalmente na escola, precisa ser
amplamente estudado. No entanto, ao tratarmos de educação escolar, não podemos deixar de lado a
reflexão crítica sobre o seu sentido social e histórico.
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5. REFERÊNCIAS
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