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ESQUIZOFRENIA HEBEFRÊNICA

Saúde MentalProfessor: Leonardo Batista

Enfermagem 8°

Ravenne Caminha FernandesAcadêmica em Enfermagem

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O QUE É A ESQUIZOFRENIA?• A esquizofrenia é um transtorno psiquiátrico crônico e em muitos

casos incapacitante, que se inicia geralmente em jovens e que se caracteriza pela presença de sintomas psicóticos ou positivos (delírios e alucinações), desorganização (do pensamento e da conduta), sintomas negativos (empobrecimento afetivos-volitivo), perdas cognitivas (sobretudo déficit da capacidade de abstração e prejuízo de funções executivas) e sintomas depressivos.

• A esquizofrenia não é apenas um transtorno psicótico, mas um transtorno do neurodesenvolvimento cerebral em que a psicose é encontrada.

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ESQUIZOFRENIA HEBEFRÊNICA• A esquizofrenia hebefrênica é uma forma de esquizofrenia caracterizada pela presença proeminente de

uma perturbação dos afetos; as ideias delirantes e as alucinações são fugazes e fragmentárias, o comportamento é irresponsável e imprevisível; existem frequentemente maneirismos.

• O afeto é superficial e inapropriado. O pensamento é desorganizado e o discurso incoerente. Há uma tendência ao isolamento social. Geralmente o prognóstico é desfavorável devido ao rápido desenvolvimento de sintomas "negativos", particularmente um embotamento do afeto e perda da volição.

• A hebefrenia deveria normalmente ser somente diagnosticada em adolescentes e em adultos jovens. A esquizofrenia quando aparece na infância, é um quadro grave, com mau prognóstico, na maioria dos casos. Incide numa personalidade que ainda não está completamente desenvolvida e bloqueia o processo do desenvolvimento dessa personalidade. Por isto, considera-se que a gravidade é menor quanto mais velha está a criança, pelas defesas que já têm estruturadas.

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SINAIS E SINTOMAS

• Inicia-se antes dos 25 anos de idade de acordo com a CID;

• Risos, choros e acesso de raiva involuntários com imprevisibilidade;

• Expressões bizarras;

• Condutas tolas;

• Afastamento social;

• Descuido com a própria aparência;

• Embotamento afetivo.

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SINAIS E SINTOMAS• Comportamento pueril ou regredido, desorganização do

pensamento e do comportamento, dependência de terceiros para atividades mais básicas, perda da autonomia, desinteresse, isolamento ou perda do contato social e afetividade mais superficial ou infantil.

• Ocorrem alterações cognitivas, principalmente relacionadas à atenção, memória e raciocínio, que podem trazer prejuízos sociais e laborativas.

• Timidez, tendência ao isolamento, reações emotivas desmesuradas ou inoportunas, riso imotivado, fantasias, projetos e ações extravagantes.

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INCIDÊNCIA DAS ESQUIZOFRENIA

• O risco de desenvolvimento de esquizofrenia na população geral ao longo da visa varia de 0,5% a 1%.

• Os homens apresentam um risco de 1,4 a 2,3 vezes maior do que as mulheres para desenvolverem esquizofrenia, com idade média de início cinco anos menor, sendo o pico de incidência aos 15-25 anos nos homens e 25-35 anos nas mulheres.

• Um segundo pico de incidência ocorre após os 50anos, havendo desta vez uma predominância de mulheres afetadas, fato atribuído a perda da proteção estrogênica.

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PREVALÊNCIA DA ESQUIZOFRENIA• A prevalência da esquizofrenia ao longo da vida foi

estimada entre 2,7 a 8,3/1.000 habitantes, isto é 0,3-0,8%, o que se aproxima de 1%, prevalência citada na maioria dos textos.

• De acordo com os dados do censo de 2000 (www.ibge.gov.br), se este índice for aplicado à população de faixa etária entre 17 e 49 anos, ou seja, aquela com maior risco para esquizofrenia, poder-se-ia estimar que existem aproximadamente 1,75 milhão de portadores esquizofrenia no país.

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CASO CLÍNICO15.03.2016, Pct. Masculino A.F.G. de 20 anos, Relata que há cerca de 6 meses, vem sendo perseguido por um bicho muito grande, mais alto que ele, metade animal, metade gente, que para ele representa o diabo. Possui uma "corcunda" em seu espinhaço e chifres como o diabo". Diz que via tal aparição sempre que parava suas atividades na obra, o que acontecia à tarde ou à noite. Diz que além de ver, também sonha com a aparição e que esta não fala, mas que o olha com cara de "enfezado" ou ri e zomba dele. Relata que fica muito assustado quando tal coisa lhe aparece, que pedia ajuda aos amigos, mas que ninguém quis se envolver com o "bicho". Na véspera de ser internado (20/10/15) foi passear na Rodoviária e viu o bicho perseguindo-o, descobriu que o bicho tinha uma "botija" enterrada no chão. Tentou então arrancar a "botija" do chão e que o "bicho" ao vê-lo fazendo isso não gostou e avançou em cima dele. Pegou então um ferro que estava pendurado na parede e começou a lutar contra o "animal". Diz que já estava todo machucado quando um enfermeiro o amarrou e o levou para o hospital. Não sabe para que foi levado para lá nem como lá chegou. Não se acha doente e só se sente machucado da briga, apesar de não existir marca alguma que confirmem as agressões físicas. Logo após a internação, disse que não via mais o diabo, pois se sentia protegido, voltando a vê-lo porém de tamanho, cores e "quantidades" diferentes.

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CASO CLÍNICO

• Ao exame psíquico, apresentou-se em péssimas condições de higiene, aparência descuidada, embotamento afetivo, totalmente desorientado, em episódio de delírio de cunho persecutório, alucinações visuais, atitude indiferente, hipovigil, hipotenaz e hipopragmático. Não demonstrava vontade de conversar mas falava rapidamente, referindo-se ao "cão", chegando a apresentar fuga de idéias. Diz que não sabe porque está aqui, que lugar é esse, que quer ir embora. Levanta-se, pede dinheiro, roupas para ir embora, senta-se e volta a falar no "cão" e de suas brigas com ele.

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DIAGNÓSTICOS• 1. Autonegligência relacionada à distúrbios da cognição (Mudanças

comportamentais e confusões mentais), evidenciada por falta de adesão ás práticas de saúde.

Resultados Esperados:

• Reconhecerá a dificuldade de manter as práticas de higiene.

• Demonstrará capacidade de administrar as mudanças do estilo de vida e o esquema de tratamento farmacológico.

• Verbalizará que compreende os fatores individuais que desencadearam a situação atual.

• Realizará as atividades da vida diária nos limites da sua capacidade.

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Intervenções:

• Determinar os problemas de saúde existentes, a idade, o nível de desenvolvimento e os fatores cognitivos ou psicológicos do cliente, inclusive a ocorrência de ilusões, interferindo na capacidade de atender às suas próprias necessidades.

• Demonstrar ou recapitular as habilidades necessárias ao autocuidado e utilizar termos apropriados ao nível de entendimento do cliente.

• Realizar uma avaliação do estado mental.

• Avaliar a necessidade de segurança, levando em consideração a necessidade de autonomia do cliente.

• Iniciar um programa de remotivação ou ressocialização quando houver necessidade.

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• 2. Isolamento Social relacionado à alterações da aparência física e estado mental e incapacidade de estabelecer relacionamentos pessoais gratificantes, evidenciado por tristeza e embotamento afetivo.

Resultados Esperados:

• Reconhecerá as causas e as ações para evitar isolamento.

• Verbalizará desejo de envolver-se com outras pessoas.

• Participará das atividades ou dos programas de acordo com suas capacidades e seus desejos.

• Expressará mais valor próprio.

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Intervenções:

• Determinar quando a doença física ou mental começou e se a recuperação é esperada, ou se o problema é crônico ou progressivo.

• Realizar o exame físico e atentar especialmente para quaisquer doenças detectadas.

• Identificar os obstáculos as interações sociais.

• Avaliar os sentimentos do cliente sobre si próprio, sua sensação de ser capaz de controlar a situação e o sentimento de esperança.

• Elaborar um plano de ação junto com o cliente: Identificar os recursos disponíveis, apoiar os comportamentos assertivos para estabelecer interações sociais, controlar os recursos pessoais, cuidados médicos ou autocuidado apropriado.

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• 3. Risco real de violência dirigida a si próprio evidenciada por problemas de saúde mental e escassez de recursos sociais.

• Resultados Esperados:

• Reconhecerá a realidade da situação.

• Verbalizará que compreende as razões desse comportamento.

• Identificará os fatores desencadeantes.

• Participará da assistência e atenderá a suas próprias necessidades de maneira assertiva.

• Utilizará os recursos e os sistemas de apoio de modo eficaz.

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Intervenções:

• Verificar se há história familiar de comportamento suicida ou homicida.

• Estabelecer uma relação terapêutica entre enfermeiro e o cliente. Designar o mesmo cuidador para atender ao cliente, se isto for possível.

• Ajudar o cliente a reconhecer que suas ações podem ser motivadas pelo medo, pela dependência ou pelo sentimento de impotência.

• Ajudar o cliente a identificar soluções ou comportamentos mais apropriados (p. ex. atividades físicas e exercícios).

• Ajudar o cliente a diferenciar entre a realidade e as alucinações ou ilusões.

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REFERÊNCIAS

• <http://www.minhavida.com.br/saude/temas/esquizofrenia>

• <ALVARENGA, Pedro Gomes , ANDRADE, Arthur Guerra. Fundamentos em Psiquiatria. São Paulo: Manole, 2008.>

• <DOENGES, Marilynn E, MOORHOUSE, Mary Frances, MURR, Alice C. Diagnósticos de Enfermagem. Rio de Janeiro: RJ, 2010.>