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II Festival de Inverno 17 a 23 de Julho Estudantes da rede municipal e estadual de ensino de Valença lutam e conseguem manter o direito de gratuidade no transporte coletivo Página 5 Ano II n.º 13 Valença, maio de 2006 Direito assegurado Gildo [email protected] II Festival de Inverno 17 a 23 de Julho

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17 a 23 de Julho 17 a 23 de Julho Estudantes da rede municipal e estadual de ensino de Valença lutam e conseguem manter o direito de gratuidade no transporte coletivo Página 5 Ano II n.º 13 Valença, maio de 2006 [email protected] Gildo

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II Festival de Inverno17 a 23 de Julho

Estudantes da rede municipal e estadual de ensino de Valença lutam e conseguem manter o direito de gratuidade no transporte coletivo

Página 5

Ano II n.º 13 Valença, maio de 2006

Direito asseguradoG

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ExpedienteEdição, Reportagens, Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica: Vitor Monteiro de Castro. Mat: 2003.1.02178-12.Colaboraram nesta Edição: Antônio Duarte, Breno Slade, Bebeto, Gustavo Fort, Julia Barata, Marcel e Rico (charges), Samir Resende.Fotografia: Luiz Fernando JúniorTiragem: 2.000 exemplaresImpressão: Gráfica Rio FlorenseOs textos publicados podem ser reproduzidos se citado a fonte e autoria do material. O Valença em Questão é uma publicação mensal sem fins lucrativos, distribuída gratuitamente.

Participe do Valença em QuestãoEnvie críticas, matérias, sugestões,

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Para Anunciar ou ColaborarEntrar em contato pelo correio eletrônico valencae

[email protected] ou pelos telefones (21) 8187-7533 e (21) 9126-9910

Leitor em questão...editorialPOUCO ANTES DO fechamento desta edição, recebemos uma boa notícia. O decreto que cancelava o passe livre dos estudantes de escolas públicas de Valença foi revogado, pelo menos até o final de 2006. Este é um exemplo claro da importância da participação popular nas decisões políticas. Não fosse a pressão exercida pelos estudantes, o direito à gratuidade provavelmente não iria continuar.

É preciso lutar por nossos direitos, ter consciência. E ter consciência não é apenas ter noções dos problemas sociais e dos desafios políticos, mas propiciar aos oprimidos e aos militantes um distanciamento crítico da ideologia dominante, de modo que assumam práticas inovadoras e renovadoras, rejeitando as influências negativas. É preciso, para isso, intensificar o trabalho de base, de formação dos jovens. Esta é a missão da Frente Popular por Políticas Públicas para as Juventudes de Valença, que através da formação e ampliação dos grêmios estudantis, fomenta a mobilização dos jovens.

Além dessa movimentação política, sabemos da importância da cultura como fator aglutinador do povo. Por isto, a Rede Jovem Valenciana junto à sociedade, está organizando o II Festival de Inverno, com uma semana de atrações. Confira a programação na próxima edição.

Onde encontrar o VQ

BANCA DO JARDIM DE CIMA

REVISTARIA VAMOS LER

ROGEGUT’STOTAL LOCADORA

FUNDAÇÃO DOM ANDRÉ ARCOVERDE

O Sepe-Valença realiza Seminário de Educação no dia 19 de maio, com os temas “Previdência e Aposentadoria dos Profissionais de Educação” e “Programa Nova Escola”. Para falar foram convidados Eliane do Departamento Jurídico do Sepe-Rio e o professor Jorge Najjar, da Faculdade de Educação da UFF. O evento começa às 13 horas, no anfiteatro do Colégio Theodorico Fonseca. A entrada é gratuita e não é necessário credenciamento. Para mais informações ligar para o Sepe, no número (24) 2453-4121.

SEPE REALIZA SEMINÁRIO

No dia 31 de março, por volta de 4 horas da manhã, um grupo de rapazes em um veículo Santana, de cor branca, chegaram ao Parque da Concórdia, onde já foram ajuntando lenha para fazer fogueira no estacionamento, de forma que foram abordados pelos guardiões onde foi informado que não poderiam permanecer no local e muito menos fazer fogueira por se tratar de uma Unidade de Conservação. Após muita discussão eles foram embora. Porém, pela manhã veio a surpresa desagradável: os elementos retiraram e amassaram todas as placas indicativas da estrada de acesso ao Parque e as atiraram para fora da estrada (algumas não foram localizadas).

O projeto de implantação das placas foi uma parceria entre a Prefeitura e a Caixa Econômica Federal, que contemplou Valença com um plaqueamento de todos os pontos turísticos na sede e distritos.

Sabemos ser muito difícil chegar aos verdadeiros responsáveis pela depreciação do patrimônio público, mas nossa parte, dentro da legalidade, está sendo feita.

Administração do Parque da Concórdia

VANDALISMO NA CONCÓRDIA

Amigos do Valença em Questão. No dia 20/04, no show do grupo Revelação, na boate A+/Coroados, ocorreu uma briga no salão. Após a confusão os populares avistaram uma pistola caída no chão e ficaram observando assustados. Logo em seguida, um rapaz desconhecido a apanhou. Quando chegaram os seguranças, um deles me segurou por trás num mata leão me acusando de estar com a pistola. Eu jamais faria isso!

Até mesmo os outros seguranças e pessoas que estavam próximas falaram a ele que eu não estava com a arma. Nisto ele me empurrou pra fora do salão gritando pra eu ajudar a recuperá-la.

O problema é que meu direito de ir e vir e o respeito à pessoa humana já haviam sido infringidos. Fiquei abalado, porém consciente do que fazer. Levei minha namorada em casa e fui à Delegacia ver quais medidas poderiam ser tomadas. Ao chegar lá me deparei com policiais que estavam atrás da tal arma que pertencia a um policial militar de folga que estava no baile. Os policiais civis não souberam para onde me encaminhar, mas sugeriram que procurasse um advogado.

Fica registrada minha revolta contra os “seguranças” despreparados de nossa cidade.

Jorge Nogueira-Juninho

INSEGURANÇA

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O II FESTIVAL de Inverno de Valença, promovido pela Rede Jovem Valenciana e seus parceiros, ocorre entre os dias 17 e 23 de julho. Durante uma semana, Valença irá acompanhar uma série de atividades que vão desde o artístico até o esportivo, passando por debates, shows, oficinas, gastronomia e exposições.

As comissões formadas estão trabalhando firme para fazer deste evento um marco da participação popular na construção de atividades que retratem o jeito do valenciano enxergar e promover sua cultura. O Jardim de Cima será o palco principal. Como o lema deste ano é Valença se encontra aqui, nos encontramos lá.

ENEM 2006

OFICINA DE JORNALISMODIA 22 de abril, aniversário do VQ, foi realizada oficina de jornalismo para alunos do Colégio Benjamin Guimarães, do Theodorico e José Fonseca. A publicação agradece em especial a Paulo Oliveira, Antônio Duarte (autor da foto ao lado), que visitaram nossa cidade e participaram da oficina, e à direção do Colégio Benjamin Guimarães, que cedeu o espaço para a realização da oficina e da palestra sobre comunicação.

Os alunos do José Fonseca frisaram que a oficina foi muito importante. “Agora podemos lançar um jornal em nosso colégio, um jornal que relate corretamente o nosso dia-a-dia como estudante e o que acontece em nossa escola”, escreveram Rodrigo Nonato, Eloy Clementino e Camila Stephane.

Sara, aluna do Benjamin, disse que quer ser jornalista: “a aula me fez enxergar coisas maravilhosas sobre a profissão”. Maura, também do Benjamin, disse que para ser jornalista “não basta apenas escrever o que se ouve e/ou o que se vê, tem-se que aferir os fatos”, conclui.

Antônio Duarte - www.olhares.com/antonioduarte

O EXAME NACIONAL do Ensino Médio (Enem) recebe inscrições até dois de junho. Este ano é possível fazer a inscrição pela Internet, tanto para quem está concluindo o ensino médio em 2006 como para quem já concluiu há mais tempo. Outra novidade é quanto aos locais de prova, que serão designados com base no CEP informado no ato da inscrição. Desta forma, o participante fará a prova em local mais próximo de sua residência.

O Enem é gratuito para os alunos concluintes da rede pública. Para os estudantes da rede particular e egressos, a taxa de inscrição é de R$ 35,00 a ser paga com boleto bancário impresso no ato da inscrição. Bolsistas da rede particular e egressos que efetuarem a inscrição nas agências dos Correios, poderão solicitar a isenção da taxa preenchendo a declaração de carência, constante na ficha de inscrição.

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Melhor ser educadinho ou educador?

Julia BarataProfessora da Rede Pública

de Ensino de Valenç[email protected]

Morre lentamente quem não vira a mesa quando está infeliz com seu

trabalho, quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um

sonho, quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos

conselhos sensatos (Pablo Neruda)

“PESSOAL, VAMOS FAZER silêncio! Vamos mostrar que somos bem comportados, obedientes, disciplinados, pois afinal, somos educadores!”.

Depois de ouvir essa frase por centenas de vezes, através das mais variadas bocas e épocas, fico me perguntando a quem interessaria esse tipo de educador, e o que é pior, que tipo de geração virá influenciada por estes?

Os profissionais de educação do Estado do Rio de Janeiro convivem há oito anos com a política rasteira do casal Garotinho-Rosinha, que acredita que com tudo lhes custando apenas R$ 1, inclusive esses trabalhadores, estará garantida a realização de seus medíocres planos eleitoreiros. Até aqui estes profissionais têm suportado “obedientemente” os 10 anos sem qualquer reajuste salarial; as escolas caindo aos pedaços; a falta total de material; o valor de R$ 0,32 por aluno para a merenda escolar; a falta de milhares de professores e funcionários, obrigando os primeiros a aceitarem turmas superlotadas, precarizando o atendimento aos alunos, e os segundos à sobrecarga de trabalho nas escolas; eliminação de direitos, como por exemplo, o de tirar licença médica por doença ou gravidez, sob pena de terem seus salários diminuídos; falta de democracia nas escolas (a comunidade escolar não pode mais eleger o diretor pelo voto direto, sendo esse escolhido por indicação de setores ligados ao governo). O professor está sendo obrigado a “empurrar” o aluno para a série seguinte, mesmo que ainda não se encontre preparado para tal, pois, se houver alto índice de reprovação em determinada escola,

esta perde ponto, e com isso, dinheiro. Resumindo: “escola virou fábrica, professor virou máquina e aluno virou mercadoria”!

EDUCAÇÃO DE QUALIDADE

É, os trabalhadores da educação já tiveram paciência demais! No dia 16 de março, reunidos em assembléia no Rio de Janeiro, os profissionais que acreditam que seu trabalho não vale somente R$ 1 resolveram parar. Parar de obedecer e fazer silêncio para exigir respeito! Respeito e cumprimento do que é dever do Estado: a educação pública de qualidade. Este é um direito do filho do trabalhador, que também já não agüenta mais pagar tantos impostos e não ter direito a nada!

Em Valença no dia 24 de março, como parte das at iv idades de esclarecimento à população do que vem ocorrendo, realizamos uma linda, alegre e barulhenta manifestação no centro da cidade, com faixas, cartazes, apitos e a presença dos profissionais, pa is de a lunos e estudantes, mostrando à sociedade que não queremos uma próxima geração de meros reprodutores obedientes da

atual sociedade desigual e injusta, mas sim, de jovens verdadeiramente conscientes, críticos e com o poder de transformar a triste realidade na qual vivemos. Esse poder, penso, só será conseguido quando eles aprenderem a pensar antes de obedecerem cegamente aos inimigos dos trabalhadores, da juventude, seus partidos e seus governos e a se organizarem para a luta em defesa do que é direito. Penso também que o papel do educador que quer contribuir para essa transformação não é o de ensinar a obedecer e ponto, mas sim o de dar o exemplo de coragem e o de mostrar que é necessário e urgente virar esse jogo! Ou será que queremos ver nossos queridos alunos pensando exatamente como querem os mal intencionados, ou seja, “não tem jeito, melhor deixar como está”?! Isso seria mesmo um alívio para nossos opressores.

Viva o nosso barulho desobediente na Rua dos Mineiros!

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Vitória estudantilNOS ÚLTIMOS MESES Valença passou por uma discussão que transcende a questão econômica: o passe livre para estudantes da rede pública de ensino. O decreto número 186, de 14 de outubro de 2005 estipula, entre outras coisas, o credenciamento de estudantes para fins de gratuidade do transporte coletivo apenas se no bairro ou distrito em que o aluno reside não houver, nas redes municipal e estadual de ensino, vaga ou curso em que esteja matriculado, com declaração comprobatória da escola mais próxima de sua residência.

O Grêmio Estudantil do Colégio José Fonseca, junto com alunos de outras escolas, reuniu mais de 3 mil assinaturas contra a cassação desse direito. A administração municipal arquivou a decisão de limitar a gratuidade (pelo menos por este ano).

VITÓRIA DOS ESTUDANTES

Segundo Rodrigo Nonato de Jesus, presidente do Grêmio do Colégio José Fonseca, “essa vitória só aconteceu porque a juventude está atenta e consciente de seu papel, não só para construção do futuro, mas também para as questões mais delicadas que atingem a população neste momento”.

Outro dirigente estudantil, Luiz Antônio Assumpção, o Zan, presidente do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da FAA, concorda com a opinião de Rodrigo. “O protagonismo juvenil é tão importante que deveria ser base para todo e qualquer projeto político. Mas o que percebemos são ações insuficientes ou isoladas, não levando em conta o aspecto amplo e transversal que o tema juventude assume na sociedade”, complementa.

FRENTE POR POLÍTICAS PÚBLICAS

Essa vitória dos estudantes pelo passe livre estudantil, no entanto, só foi possível porque exerceram seus direitos. É justamente com a participação de todos, com a radicalização da democracia e da emancipação libertária dos diversos segmentos sociais oprimidos que a Frente Popular por Políticas Públicas para as Juventudes de Valença procura trabalhar.

É urgente que todos os movimentos sociais e populares da cidade direcionem suas forças para a formação de entidades representativas (associações de bairros, conselhos, fóruns, ONGs, fundações, diretórios etc), notadamente àquelas ligadas a questão da juventude: os grêmios estudantis, diretórios acadêmicos e sociedades culturais e esportivas (posse de hip-hop, grupo de folia de reis, times de futebol, entre outros).

CARTILHA PPJTendo em vista esta metodologia,

a Frente por PPJ de Valença produziu uma “Cartilha para Construção de Grêmios Livres”, publicação com o objetivo didático de esclarecer sobre a

criação e revitalização de entidades estudantis nos colégios e faculdades da cidade; além de assinalar a necessidade de uma Associação Valenciana de Estudantes, que junto com o Diretório Central dos Estudantes da FAA (DCE/FAA), terá papel essencial na conscientização e mobilização da nossa juventude em torno de questões fundamentais como política, cultura, trabalho, cidadania e, claro, educação.

PLANO ESTRATÉGICO

Além da cartilha, as entidades que compõem a Frente Popular por PPJ estão em processo de discussão com o poder público - representado pela “Frente Jovem” - para execução de um plano estratégico para as juventudes de Valença. Este plano passa necessariamente pela criação e revitalização das entidades juvenis da cidade. Atualmente estamos em fase de mapeamento destas iniciativas para a construção e revitalização de Grêmios Estudantis e Diretórios Acadêmicos.

O cronograma de atividades é o seguinte: a partir deste mês, levar às direções dos colégios a “Cartilha de Construção dos Grêmios” e em agosto próximo (mês dos estudantes) realizar uma semana cívica para realização das eleições e posse dos grêmios. Estas entidades eleitas e empossadas teriam a responsabilidade de construir - junto com outros segmentos juvenis - a “I Semana das Juventudes de Valença”, com palestras, debates, shows, oficinas, entre outras atividades que levem em conta a atuação e importância do jovem na sociedade. Essa Semana entraria no calendário oficial do município e seria espaço também para criação do Conselho Municipal das Juventudes. A princípio, a Semana ocorreria no mês de Setembro.

Para colocar o plano em prática é necessário a participação e o comprometimento de todos os interessados no tema. Quem quiser participar desta empreitada envie e-mail para [email protected] ou ligue para 8802-4704 / 2453-4417 (falar com Samir).

Manifestação de estudantes durante sessão na Câmara de Vereadores

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Greve de fomeASSISTIMOS A GREVE de fome do ex-governador do Estado do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, que se diz perseguido pelas Organizações Globo e Revista Veja. Garotinho, pré-candidato do PMDB à presidência da república, é acusado de receber R$ 650 mil de ONGs para sua campanha. Segundo a denúncia feita pelo jornal O Globo de 28 de abril de 2006, estas doações mostraram uma conexão ampla com recursos do governo do estado, já que 90% dos contratos feitos pela FESP (Fundação Escola de Serviço Público), no valor de R$ 254 milhões a 12 ONGs para prestação de serviço, foram feitos sem processo de licitação e as mesmas não explicam como prestam serviço ao estado.

Dentre estas Organizações Não-Governamentais, há três - Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Treinamento (IBDT), Instituto Nacional de Pesquisa e Ensino na Administração Pública (Inep) e Instituto Nacional de Aperfeiçoamento da Administração (Inaap) - cujos diretores são sócios de empresas que doaram recursos ao PMDB. Somente estas três instituições ficaram com R$ 82,8 milhões (32,5% do total). Desde o início do governo Rosinha, elas receberam R$ 112,5 milhões.

O QUE QUEREMOS

Analisando esta atitude do ex-governador em fazer greve de fome ao invés de explicar o que realmente aconteceu, venho perguntar a você leitor se não deveríamos fazer também uma greve de fome? Ora, se em vez de

colocar tudo em panos limpos alguns p r e f e r e m fazer um grande teatro e se fazer de vítima, nós também p o d e m o s dizer um basta e a p e n a s afirmar que a partir de agora não engolimos mais sapos!

Imagine se parássemos de ingerir o sapo da ignorância política?! Ao invés de encher o peito e dizer “Eu não gosto de política” na hora do almoção familiar de domingo, que tal acompanhar na Câmara de Vereadores de Valença o trabalho realizado por aquele que você ajudou a eleger e daí lutar por seus direitos? Muito melhor assim do que ver vereador dormir na hora da sessão, cortar o passe livre estudantil ou até mesmo votar o aumento do salário dele empurrando tudo isto nossa goela abaixo, sem nossa participação e contestação!

PRÓ-ATIVIDADE

Que tal parar de saborear o sapo da alienação imposta pela manipulação da notícia?! Procure fontes alternativas de informação ao invés de digerir sempre a mesma visão de uma única classe, a dos poderosos e de quem quer estar no poder. A grande mídia mostra o que quer,

mas será que isto interessa a você e será que não era para discutirmos sobre a péssima condição do ensino público no nosso estado, por exemplo?

Sejamos pró-ativos e não compremos uma caixa de antiácidos porque sabemos que o que comemos era podre e vai continuar a ser. Não! Vamos juntos mudar este quadro. Vote consciente, não troque seu voto por uma cesta básica ou um

saco de cimento. Quem paga isto é você mesmo, com seus impostos. Fiscalize as ações de quem você votou e exija que ele cumpra o que prometeu. Junte-se aos seus vizinhos e organize um fórum de discussão na sua rua para apresentar sugestões e reclamações aos poderes executivo e legislativo. Participe do grêmio estudantil da sua escola e, caso não exista um, junte os amigos e o crie.

POSTURA CIDADÃ

Está na hora de não mais nos trancarmos em nossas casas com medo da violência e ficar em frente à telinha falando que não tem mais jeito. Devemos é ir às ruas, às Câmaras Municipais, aos sindicatos e associações de moradores para juntos mostrarmos aos “donos do poder” que vivemos numa demo+cracia = poder do povo. Não agüentamos mais verbas de auxílio paletó para os deputados, gastos exorbitantes dos governantes com viagens e festinhas particulares, descasos com o ensino público e a falta de oportunidades e distribuição de renda que geram todo o problema da violência.

Caso não façamos esta greve de fome e engolir tudo o que nos impõe garganta abaixo, continuaremos a ser um povo com um sobrepeso de indignação, como uma massa manipulável e apenas mais um número de título de eleitor.

Bebeto, estudante de Engenharia de Produção da PUC-Rio

e membro do Movimento Valença em Questã[email protected]

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ParreiraEM ENTREVISTA COLETIVA no auditório do jornal O Globo, Carlos Alberto Parreira, técnico da Seleção Brasileira de Futebol, respondeu a perguntas dos presentes, incluindo membros do MVQ, sobre expectativas, sonhos, lições do futebol e a importância do espírito coletivo na conquista da Copa do Mundo. Participaram também deste debate o coordenador técnico da seleção Zagallo e o supervisor Américo Faria, que lembrou, junto a Parreira, da visita que fizeram à Valença com o time do Fluminense em 1999. Américo disse que, na ocasião, a estrutura da cidade era “precária, faltava um bom hotel e um bom campo de futebol para receber a delegação”, porém “o que valeu e o que ficou foram o carinho e a simpatia com que fomos recebidos pelo povo valenciano. Valença é uma cidade muito acolhedora e muito bonita”, conclui Américo.

Nascido na cidade do Rio de Janeiro, Parreira formou-se em Educação Física em 1967, conquistou sua primeira Copa do Mundo em 1970, como preparador físico, e colecionou títulos ao longo de 49 anos de carreira. Foi eleito o melhor treinador do mundo em 2005.

EXPECTATIVA PARA A COPA - Sabemos que no Brasil não se espera outra coisa a não ser o título. As outras seleções querem nos colocar como favoritos, mas isso não vai nos prejudicar, porque é uma coisa que vem lá de fora pra cá. E esses jogadores, que são consagrados, fizeram com que esse favoritismo fosse exacerbado. Mas com certeza eles já deram uma demonstração inequívoca de que na hora que é preciso humildade, empenho, determinação e vontade, eles estão lá presentes e a gente espera que na Copa do Mundo esse espírito coletivo da equipe possa, mais uma vez, prevalecer. O nosso grande desafio é fazer com que esses jogadores se dispam de qualquer vaidade, esqueçam o “eu” e pensem no “nós”. E o que queremos, tanto quanto vocês, é ser campeões do mundo. Deverá existir uma força interior muito grande para que cada jogo seja encarado, enfrentado e conquistado como uma final. Dessa maneira, acredito que o Brasil possa trazer o título.

SER CAMPEÃO - É uma sensação indescritível, é muito subjetivo. Eu só posso dizer que é muito gostoso. Uma conquista se revela em muito esforço, na determinação e não existe receita nem fórmula mágica para alcançá-la. Ela deve ser conquistada dia-

a-dia. Chegar ao ápice da carreira, ser campeão do mundo com a seleção canarinho é uma coisa que não tem preço. Você carrega pro resto da sua vida e recompensa todo sacrifício que passou. Sacrifício talvez nem seja a melhor palavra, pois a gente se doa e é sempre lembrado como campeão. Quero sempre ser lembrado como campeão do mundo e gostaria de ter o privilégio de participar de mais uma conquista.

COBRANÇAS E PEDIDOS DE CONVOCAÇÃO - O torcedor participa muito, mas também é muito influenciado pelo que ouve, lê e vê. Na Copa de 94, disse e fui muito criticado, que o torcedor é uma caixa de ressonância, ele se deixa influenciar por tudo o que ouve. Escutando sempre “tem que ser convocado, tem que ser convocado”, ele acaba achando que determinado jogador tem que ser convocado. O importante é que tenhamos consciência do trabalho que foi feito durante toda a preparação, pois a lista final não é feita hoje, ela começou a ser elaborada há mais de três anos. Todos os jogadores tiveram oportunidade, foram testados 70 atletas e cabe a nós julgarmos quem são os mais adequados para que o Brasil possa conquistar o título. Como disse o ex-presidente Kennedy, dos Estados Unidos, “a fórmula do sucesso não existe, mas a do

fracasso é tentar agradar a todos”.PESO DA RESPONSABILIDADE - O campeão

se vê nessas horas. Ele cresce. Não se aterroriza com a responsabilidade nem com desafios, pelo contrário, busca força, energia e cresce. Nosso futebol está acostumado a ganhar, essa é a grande diferença, sabe conviver bem com o sucesso e essa auto-estima ajuda

muito numa Copa do Mundo.ORGULHO - É importante o torcedor saber que o jogador

tem orgulho em jogar pela Seleção Brasileira e nós temos que apostar é no coração, nesse orgulho de ir a uma Copa do Mundo. É importante que na hora da competição todos tenham muito orgulho em defender a seleção. E isso eles têm porque a Seleção é o Brasil que dá certo, que nos enche de orgulho. Eu já percorri mais de 120 países e em qualquer canto que você falar que é brasileiro, a primeira coisa que relacionam é ao futebol, seleção brasileira, camisa amarelinha e as nossas conquistas. E o futebol tem essa capacidade de polarização, o elemento que une o Brasil de norte a sul. Então o traço de união da nação brasileira é a camisa amarela numa Copa do Mundo. O país se une e veste o verde e amarelo e é isso que nós queremos ver até a Copa.

FUTEBOL - O futebol é minha vida. Ele me mostrou que só com poder de superação muito grande, muita disciplina, com visão e com emoção é que você irá vencer. No futebol e em qualquer atividade profissional. Você tem que ser dedicado, aproveitar as oportunidades, entrar em ação, acreditar no seu potencial, começar lá de baixo e ir galgando. Ninguém começa lá em cima. Me preparei, tive um sonho. Acho que toda concretização de um trabalho é um sonho que se torna realidade. Você tem que partir pra realizar o seu sonho, transformá-lo em um projeto de vida, entrar em ação e pagar o preço. Quando me formei e entrei nesse circuito, recebi um convite para ser técnico da Seleção de Gana, fui pra lá ganhando 100 dólares por mês. Resolvi pagar o meu preço. Foi uma cota de sacrifício que valeu muito a pena. Com este dinheiro, essa “fortuna” que acumulei em Gana - 2.500 dólares -, fui estudar na Alemanha, onde investi no meu crescimento profissional. Um ano depois, um grande amigo e professor, me convidou para a seleção de 1970, onde tive o privilégio de conhecer o Zagallo um pouco mais de perto. O recado que deixo é, acredite no seu potencial, aproveite as oportunidades e tenha muita disciplina, muita vontade de trabalhar, pois só assim a gente consegue atingir os nossos objetivos.

Por Breno Slade Faria e Gustavo Fort

Para vencer é preciso superação, disciplina,

visão e emoção

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BICHO DE SETE CABEÇAS (BRASIL, 2000). Seu Wilson (Othon Bastos) e seu filho Neto (Rodrigo Santoro) possuem um relacionamento difícil, com um vazio entre eles aumentando cada vez mais. Seu Wilson despreza o mundo de Neto e este não suporta a presença do pai. A situação entre os dois atinge seu limite e Neto é enviado para um manicômio, onde terá que suportar as agruras de um sistema que lentamente devora suas presas. O filme é baseado na história vivida por Austrgésilo Carrano Bueno, que produziu o relato “Canto dos Malditos”, publicado pela editora Lemos e teve a 1ª edição cassada.

Manicômio

O MOVIMENTO LIVRO Livre é organizado por pessoas comuns que acreditam que a leitura, a troca de idéias, a generosidade e o desapego podem ser estimulados e exercitados através de uma idéia simples, mas poderosa: a liberação de livros em espaços públicos. Este é o espaço para a troca de idéias, divulgação das ações e compartilhar o amor pelos livros e por sua força transformadora.

Livro Livrewww.livrolivre.com

CARIOCA. Chico Buarque, depois de oito anos, lança um novo CD, com 12 músicas inéditas. O álbum, de nome Carioca, segundo o autor é uma homenagem a São Paulo, já que por lá todos o chamam peo apelido. Mas, claro, não deixa de ser uma homenagem ao Rio de Janeiro. Inclui também um DVD especial.

Ele é carioca

Arte e CulturaREVISTA ETCETERA - Revista sobre arte e cultura, com textos sobre literatura, cinema, teatro, cultura, poesia, dança, quadrinhos, enfim, sobre arte e cultura. A publicação é veiculada gratuitamente apenas pela internet. Acesse em www.revistaetcetera.com.br.

O MISTÉRIO DAS BOLAS DE GUDE. GILBERTO DIMENSTEIN. EDITORA PAPIRUS. O passeio literário começa na Vila Madalena e segue para o centro de São Paulo. Depois, passa por destinos como Rio, Recife, Cali (Colômbia), Manaus, Nova York e a Índia. Misto de investigação jornalística e de diário de viagem, na obra “O Mistério das Bolas de Gude”, o jornalista Gilberto Dimenstein vai atrás de personagens de diversas origens, com uma história em comum: o desejo de criar alternativas à desesperança vivida pelos que se encontram em situação de risco. Narrando histórias de invisibilidade e de encantamento, o livro descortina casos de pessoas excluídas da sociedade que, das mais diversas formas de expressão, foram “despertadas” e estabeleceram uma relação de pertencimento com o mundo.

Humanos invisíveis

ESPAÇO PÚBLICO. DIARIAMENTE. TVE - 00:30h. Cientistas sociais, economistas, artistas e personalidades se encontram para debater e comentar os principais fatos e notícias nacionais e internacionais.

Reflexão