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UNIVERSIDADE POTIGUAR – UnP PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO – PPGA MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO – MPA GUIDO SALVI DOS SANTOS AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO SERVIÇO EDUCACIONAL NUMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR PRIVADA: A PERSPECTIVA DE ALUNOS DE GRADUAÇÃO EM UM ESTUDO LONGITUDINAL NATAL/RN 2014

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UNIVERSIDADE POTIGUAR – UnP

PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO – PPGA

MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO – MPA

GUIDO SALVI DOS SANTOS

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO SERVIÇO EDUCACIONAL NUMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR PRIVADA: A PERSPECTI VA DE ALUNOS

DE GRADUAÇÃO EM UM ESTUDO LONGITUDINAL

NATAL/RN 2014

GUIDO SALVI DOS SANTOS

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO SERVIÇO EDUCACIONAL NUMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR PRIVADA: A PERSPECTI VA DE ALUNOS

DE GRADUAÇÃO EM UM ESTUDO LONGITUDINAL

Dissertação de Mestrado apresentada ao

Programa de Pós-graduação do Mestrado

Profissional em Administração da Universidade

Potiguar, como requisito parcial para obtenção

do título de Mestre em Administração.

ORIENTADOR: Prof. Dr. Domingos Fernandes

Campos.

Natal/RN 2014

GUIDO SALVI DOS SANTOS

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO SERVIÇO EDUCACIONAL NUMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR PRIVADA: A PERSPECTI VA DE ALUNOS

DE GRADUAÇÃO EM UM ESTUDO LONGITUDINAL

Dissertação de Mestrado apresentada ao

Programa de Pós-graduação do Mestrado

Profissional em Administração da Universidade

Potiguar, como requisito parcial para obtenção

do título de Mestre em Administração.

ORIENTADOR: Prof. Dr. Domingos Fernandes

Campos.

Aprovado em: 18 / 06 / 2014

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________ Prof. Dr. Domingos Fernandes Campos

Orientador Universidade Potiguar – UnP

_______________________________________ Prof. Dr. Felipe Nalon Castro

Examinador Interno Universidade Potiguar – UnP

_______________________________________ Profª. Drª. Patricia Whebber Souza de Oliveira

Examinador Externo Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Nesse momento é que percebemos como algumas pessoas realmente acreditam em nosso trabalho e contribuem

para que os sonhos se transformem em realidade.

Dedico esse trabalho aos meus familiares, em especial a minha esposa, Rosane, pelo companheirismo incondicional

e aos meus filhos, Bárbara e Guilherme, pelo apoio e sacrifício nesse período de dedicação aos estudos.

AGRADECIMENTOS

A Deus.

Aos meus pais.

A toda minha família, pelo suporte, amizade e compreensão pelas ausências.

Ao Prof. Domingos Fernandes Campos, meu orientador, por compartilhar

conhecimentos e experiências, em nome do qual agradeço a todos os docentes do

Mestrado em Administração da Universidade Potiguar (UnP);

Aos mestres Marcel Lima Ribeiro Dantas e Evádio Pereira Filho e ao Prof. Dr. Felipe

Nalon Castro, por suas valiosas contribuições para este trabalho.

Ao Profº Raniery Christiano de Queiroz Pimenta, Diretor da Escola de Gestão e

Negócios, pelo apoio e estímulo, em nome do qual agradeço a toda Universidade

Potiguar.

À Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte pelo apoio dado para

esta jornada.

Aos alunos que, pacientemente, responderam os questionários nos cinco momentos

da pesquisa, contribuindo com suas impressões para alimentar este trabalho.

E a todos que, de forma direta e indireta, contribuíram para essa vitória.

"Para conquistarmos algo na vida não basta ter talento,

não basta ter força, é preciso também

viver um grande amor." (Mozart)

RESUMO

O contexto da educação superior brasileira passou, nestes últimos 20 anos, por profundas transformações. Particularmente, no que tange à gestão, as IES se aproximaram muito de empresas de alto desempenho, pela intensa concorrência, fusões envolvendo altas cifras, mercado promissor e, o mais delicado, trabalha-se com o fornecimento de serviços, educacionais no caso, que envolve um alto grau de subjetividade. Avaliar a qualidade dos serviços passou a ser uma ação crucial para a manutenção das IES no mercado. O presente estudo tem como objetivo avaliar longitudinalmente a qualidade dos serviços oferecidos por uma IES aos alunos de graduação de uma instituição de ensino superior de uma capital do nordeste brasileiro. A pesquisa caracterizou-se por ser exploratória, descritiva, censitária e com abordagem quantitativa. A população da pesquisa foi constituída por alunos de cinco turmas que entraram na instituição no mesmo período e se mantiveram ao logo de 12 meses, nos quais foram realizados cinco momento de coleta de dados. No período de maio/2013 e maio/2014, foram tabulados 1055 respostas válidas. Como instrumento de coleta, foi utilizado um questionário estruturado, composto por três módulos, validados por membros da coordenação da IES, professores e alunos, com base em 35 atributos extraídos da literatura e do contexto local. Com base no Modelo da Desconfirmação de Parasuraman, Zeithaml, e Berry, foram analisadas as lacunas de qualidade e, com base nos conceitos de Matrizes de Oportunidade de Stock e Lambert (2001), foram construídas matrizes de oportunidades, confrontando o grau de importância e o desempenho conferido a cada atributo, para cada momento pesquisado. O perfil do grupo pesquisado, foi identificado como sendo de adultos trabalhadores, muitos dos quais empresários, autônomos ou empregados, com nível de renda médio entre 2 e 10 salários mínimos (78%) e que identificaram como maior vantagem do modelo de ensino em que se matricularam o fato de haver somente dois dias de aulas presenciais (50%). Conclui-se que, dos 33 atributos constantes na pesquisa, 14 são os que possuem expectativa mais elevada pelos alunos e, dentre estes, 43% estão associados à dimensão professores e 36% à dimensão infraestrutura. A matriz de oportunidade apontou que os atributos Disponibilidade de acesso à internet via wifi; Limpeza e manutenção das salas de aulas, banheiros e corredores; Disponibilidade de vagas no estacionamento do campus e/ou no seu entorno e Sentimento de segurança dentro e nas imediações da instituição, são os que precisam melhorar sem dúvida. Além destes, outros atributos, por terem frequentado constantemente os rankings das maiores lacunas da qualidade, também sugerem ações corretivas, porém com nível de importância conferida pelos respondentes, mais abaixo dos que os anteriores. A comparação entre as médias de todas as expectativas e as médias de todas as lacunas da qualidade demonstrou que, em nenhum momento o desempenho dos serviços superou a expectativa dos alunos. Dentre as implicações gerenciais propostas, revela-se a importância da avaliação constante da qualidade dos serviços e correções de problemas evidenciados pelas matrizes de oportunidade.

Palavras chaves: Lacunas da qualidade. Matriz importância-desempenho. Expectativas.

ABSTRACT

The context of Brazilian higher education has, over the past 20 years, profound changes. Particularly with respect to management, HEs approached very high performance companies, as competition became intense, there are mergers and acquisitions involving high figures, the market is promising and, the most delicate of all, works with the provision of services, education in the event, which involves a high level of subjectivity. Evaluate the quality of services has become critical to maintaining of HEs in the market. The current study aims to longitudinally evaluate the quality of the services offered by an university from a Brazilian northeast capital to its graduation students. This research was characterized as exploratory, descriptive, census and with a quantitative approach. The research population consisted of five groups of students. They started studying at the same semester and they had been still studying for 12 months when the data was collected. The data collection was performed in five different moments during these 12 months from May 2013 and May 2014. 1055 valid answers were tabulated. The data was collected using an structured questionnaire composed of three modules validated by higher education institution coordination members, professors and students, It was based on 35 attributes excerpted from literature and the local context. Based on the Disconfirmation model from Parasuraman, Zeithaml and Berry, the quality gaps were analyzed and, based on the concepts of importance x performance matrix to Stock and Lambert (2001), the opportunities matrices were built, comparing the relevance and performance assigned to each attribute, for every research moment, assembling all earlier results. The profile of the group studied, was identified as adult workers, most of them entrepreneurs, self-employed or employees. They earn monthly from 2 and 10 minimum salaries (78%). They identified as the major advantage of the the course teaching model the fact that there are only two days of face-to-face classes (50%). The conclusion is that, from 33 attributes considered on the research, 14 were classified by the students as the most important and among those, 43% are associated to professors and 36% to infrastructure. The opportunity matrix pointed out that the attributes which undoubtedly needs improvement are: Safe internet access availability for researches development and virtual activity; Classrooms, bathrooms and hallways cleaning and maintenance; Parking lot availability at the campus or surroundings and Sense of security inside the campus and surroundings. Besides those other attributes, that constantly attends the biggest quality gaps rankings, corrective actions also emerges, however with its relevance considered lower than the previous ones by the research respondents. The comparison between the averages of all the expectations and the means of all the gaps in quality showed that at no time the service performance exceeded the expectations of students. Among the managerial implications proposals reveals the importance of constant assessment of service quality and specific correction of problems revealed by matrix of opportunity.

Keywords : Gap. Importance–performance matrix. Expectations

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Evolução da matrícula na educação superior de graduação por modalidade de ensino – Brasil 2002 – 2011

18

Figura 2 Camadas envolvidas na entrega do serviço 27

Figura 3 Modelo de qualidade de serviço de Grönroos (1984) 29

Figura 4 Modelo conceitual da qualidade de serviços ou Model o de GAPs de PARASURAMAN, ZEITHAML, BERRY (1985)

30

Figura 5 Matriz de Importância x Desempenho 33

Figura 6 Matriz importância-desempenho proposta por Slack 35

Figura 7 Matriz de Oportunidade 36

Figura 8 Evolução da matrícula na educação superior de gradu ação

por ano. Brasil 1980-2011 39

Figura 9 Esquema metodológico adotado 55

Figura 10 Trajetória do atributo 13 97

Figura 11 Trajetória do atributo 22 98

Figura 12 Trajetória do atributo 19 99

Figura 13 Trajetória do atributo 21 99

Figura 14 Médias gerais das Expectativas e das Lacu nas da Qualidade 105

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 Lacuna da Qualidade 28

Quadro 2 Resultado dos estudos empíricos relacionad os 52

Quadro 3 Estudos consultados para definição dos atr ibutos 59

Quadro 4 Frequência de registro dos atributos na li teratura consultada 61

Quadro 5 Definição dos atributos 65

Quadro 6 Questionário 2 – Percepção da Importância 69

Quadro 7 Questionário 3 – Percepção do Desempenho 7 0

Quadro 8 Quantidade de alunos respondentes, por eve nto de pesquisa 71

Quadro 9 Teste de correlação de Spearman para Expec tativas 76

Quadro 10 Teste de correlação de Spearman para Lacunas da Qua lidade 76

Quadro 11 Matriz Importância x Lacunas da qualidade, para os cinco momentos

96

Quadro 12 Achados na pesquisa x achados na literatura 108

Quadro 13 Atributos de maior expectativa acumulada, por dimen são 111

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 Expectativa por atributo, nos momentos 1, 2, 3, 4 e 5 79

Gráfico 2 Lacunas da qualidade, por atributos, para os moment os M1, M2, M3, M4 e M5

80

Gráfico 3 Ranking acumulado das expectativas, por a tributo 84

Gráfico 4 Médias considerando todos os momentos de pesquisa 87

Gráfico 5 Ranking acumulado das Lacunas da qualidad e, por atributo 92

Gráfico 6 Lacunas da qualidade – valores acumulados nos cinco momentos

93

Gráfico 7 Média geral da expectativa por momento 10 0

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Diferenças entre Serviços e Bens 25

Tabela 2 Resultado da entrevista para identificação do grau de representatividade de atributos

64

Tabela 3 Perfil sócio-demográfico dos respondentes 74

Tabela 4 Teste ANOVA para o resultado das Expectati vas 78

Tabela 5 Teste ANOVA para o resultado das Lacunas d a Qualidade 79

Tabela 6 Médias e Ranking das Expectativas, em cada momento pesquisado

82

Tabela 7 Ranking das expectativas, por momento e acumuladas, por atributo

83

Tabela 8 Desempenhos, importâncias e lacunas da qualidade po r momento

86

Tabela 9 Desempenhos dos serviços prestados por mom ento 88

Tabela 10 Ranking das Lacunas por momentos e frequê ncia 90

Tabela 11 Ranking das Lacunas da qualidade, por momento e acumuladas, por atributo

92

LISTA DE SIGLAS

IES Instituições de Ensino Superior

INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educ acionais

MEC Ministério de Educação e Cultura

SINAES Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior

NDE Núcleo Docente Estruturante

ENADE Exame Nacional de Desempenho Educacional

FIES Fundo de Financiamento Estudantil

PROUNI Programa Universidade para Todos

ANOVA Análise de variância

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................... 16

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO.............................................................................. 17

1.2 PROBLEMA E QUESTÃO DE PESQUISA............................................... 19

1.3 OBJETIVOS............................................................................................... 21

1.3.1 Geral.. ........................................................................................................ 21

1.3.2 Específicos. ............................................................................................... 21

1.4 JUSTIFICATIVA......................................................................................... 21

2 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................ 24

2.1 SERVIÇOS E QUALIDADE DE SERVIÇOS.............................................. 24

2.2 PRIORIDADE E LACUNAS DE QUALIDADE........................................... 33

2.3 SERVIÇOS EM INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR....................... 36

2.3.1 Evolução do Ensino Superior no Brasil. .............................................. 36

2.3.2 Avaliação da Qualidade dos Serviços em Educaç ão.......................... 40

2.4 ESTUDOS EMPÍRICOS SOBRE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DOS SERVIÇOS EM INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR............... 43

3 METODOLOGIA. ........................................................................................ 54

3.1 ESQUEMA METODOLÓGICO................................................................... 54

3.1.1 Abordagem Longitudinal ......................................................................... 56

3.2 LOCUS DA PESQUISA.............................................................................. 58

3.3 DEFINIÇÕES DOS ATRIBUTOS COM BASE EM ESTUDOS EMPÍRICOS............................................................................................... 58

3.4 ENTREVISTAS SEMIESTRUTURADAS................................................... 63

3.5 INSTRUMENTOS DE PESQUISA............................................................. 68

3.6 POPULAÇÃO............................................................................................. 70

3.7 COLETA DE DADOS................................................................................. 71

3.8 TRATAMENTO DOS DADOS.................................................................... 72

4 RESULTADOS ................................................................. 73

4.1 PERFIL DOS RESPONDENTES............................................................... 73

4.2 TESTES DE CORRELAÇÃO DE SPEARMAN.......................................... 75

4.2.1 Teste de correlação de Spearman para as Expec tativas ...................... 75

4.2.2 Teste de correlação de Spearman para as Lacun as da Qualidade ..... 76

4.3 TESTE ANOVA ........................................................................................ 77

4.3.1 Teste ANOVA para as Expectativas ....................................................... 77

4.3.2 Teste ANOVA para as Lacunas da Qualidade ...................................... 79

4.4 ANÁLISE DAS EXPECTATIVAS DOS ALUNOS....................................... 81

4.5 DESEMPENHO DOS SERVIÇOS E AS LACUNAS DA QUALIDADE..... 85

4.5.1 Resultados para o comportamento das Lacunas d a Qualidade ......... 89

4.6 MATRIZES DE OPORTUNIDADES........................................................... 93

4.7 IMPLICAÇÕES GERENCIAIS.................................................................... 98

4.7.1 Aumento do nível de expectativas .......................................................... 99

4.7.2 Agrupamento de atributos em função do ranking acumu lado das expectativas .............................................................................................. 100

4.7.3 Desconfirmação da qualidade do serviço em tod os os momentos e em todos atributos ................................................................................... 101

4.7.4 O que há de mais crítico e urgente ......................................................... 101

4.7.5 O que é crítico pela importância e lacuna da qualidade ....................... 102

4.7.6 O que é crítico pela lacuna da qualidade ............................................... 102

4.7.7 Comparação entre médias gerais de cada moment o das Expectativas e das Lacunas da Qualidade ............................................ 103

4.8 ACHADOS NA PESQUISA........................................................................ 105

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... 110

5.1 CONCLUSÕES........................................................................................... 110

5.2 LIMITAÇÕES E INDICAÇÕES PARA FUTURAS PESQUISAS................. 112

REFERÊNCIAS.......................................................................................... 112

APÊNDICE A .............................................................................................. 125

APÊNDICE B. ............................................................................................. 127

16

1 INTRODUÇÃO

Para que uma organização continue atuando no mercado cada dia mais

competitivo, é fundamental que ela promova melhorias contínuas em seus

processos, produtos e serviços, e para que a intervenção dos gestores seja precisa

nesse sentido, é necessário medir desempenhos para identificar como atuar. No

ensino, particularmente no superior, isso não é diferente. As tradicionais

mensurações da qualidade utilizadas por Instituições de Ensino Superior (IES) são

aquelas normalmente impostas por lei, geridas pelo Ministério da Educação (MEC),

que levam em consideração os padrões por este estabelecidos. Esses padrões não

refletem a importância que o serviço educacional representa para a sociedade, muito

menos a sua magnitude enquanto negócio.

Com a finalidade de entender o que é qualidade para os alunos de ensino

superior, foram feitas consultas a um grupo de alunos quanto à percepção da

qualidade dos serviços prestados em uma instituição de ensino superior do Rio

Grande do Norte, ao longo de doze meses. Mas, antes, é preciso entender que

qualidade, para efeito desse trabalho não é a definição técnica estabelecida pelo

ISO – INTERNATIONAL STANDARDIZATION ORGANIZATION “Qualidade é a

adequação ao uso. É a conformidade às exigências” ROTHERY (1993).

A qualidade compreendida neste trabalho, esta relacionada às percepções de

cada indivíduo e, por isso, sujeita à influência de diversos fatores externos,

recebendo influências diretas das necessidades e expectativas de cada indivíduo

(ZEITHAML; BERRY; PARASURAMAN, 1993). Existem várias abordagens na busca

de definições sobre qualidade mais precisas para cada caso. Adotar-se-á, neste

estudo, uma abordagem baseada nas necessidades do usuário ou cliente (aluno).

Slack et al. (1997, p. 552), buscando estabelecer um consenso entre as diversas

abordagens, define que “Qualidade é a consistente conformidade com as

expectativas dos consumidores”. O surgimento do termos expectativas reforça a

necessidade de comparação com as percepções e indica a utilização de um modelo

que contemple essas variáveis.

Assim, utilizando como base o modelo Gap de qualidade dos serviços

(GRÖNROOS, 1984; PARASURAMAN, ZEITHAML, BERRY, 1985) e a matriz de

oportunidade de Stock e Lambert (2001), demonstrar-se-á o grau de

17

desconformidade existente entre as expectativas e percepções dos estudantes

universitários avaliados, em 33 atributos pesquisados ou variáveis a serem

investigadas. Utiliza-se métodos e técnicas, normalmente aplicados em ambiente de

negócios tradicionais que, com as devidas adaptações, têm se mostrado úteis no

ambiente educacional, como demonstram estudos e pesquisas empíricas abordados

neste trabalho, mesmo não havendo uma fórmula ideal definida (HOUSTON, 2008).

Reforça-se que as IES devem investir na capacidade e autonomia avaliativa

dos alunos do ensino superior enquanto clientes de serviços para conhecimento do

seu padrão de expectativas, compreendendo o nível de importância e as prioridades

que eles conferem a determinados atributos da qualidade do serviço.

Essa é uma das formas de tornar a intervenção dos gestores educacionais

uma ação simples e de fácil visualização, permitindo o direcionamento de recursos e

esforços, de forma mais condizente com o papel das IES como prestadoras de

serviços à sociedade, sejam elas públicas ou privadas.

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

As modificações ocasionadas pela lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional (Lei 9394/96) no contexto educacional brasileiro introduziram,

definitivamente, as Instituições de Ensino Superior (IES) no ambiente de mercado.

As diretrizes foram estabelecidas em consonância com o a política liberal adotada

pelo governo federal da década de 1990, cujo novo direcionamento modificou

substancialmente as bases em que se firmavam as instituições de ensino,

particularmente as do terceiro grau.

Isso resultou, dentre outras consequências, na expansão e diversificação do

ensino superior brasileiro (REAL, 2007). A literatura a respeito e os dados oficiais

são muito fartos na demonstração desse crescimento. O número de IES cresceu no

período de 1995 a 2002, 83,11%, saltando de 894 para 1637 unidades. Desse

montante, as instituições privadas representaram 81,4%. O número de matrículas

(presencial e a distância) entre 1995 e 2011, subiu 283%, sendo as IES privadas,

responsáveis por 73% das matrículas em 2011 (MANCEBO, 2013; INEP, 2013;

SILVA, 2010).

18

Mas, a velocidade de crescimento do número de IES, já se mostra mais

arrefecida. Segundo o Resumo do Censo da Educação Superior de 2011 (BRASIL,

2012), o número de IES no período de 2009 a 2011 foi, respectivamente, 2314, 2378

e 2365, demonstrando certa estabilidade. No entanto, o número de vagas

disponíveis para o ensino superior continua crescendo. No mesmo período citado

(2009 a 2011), o número de vagas cresceu 24% (FÁVERO, 2013). O grande

responsável pelo novo fenômeno da expansão da educação superior no Brasil foi o

financiamento público (FIES e PROUNI) voltado à iniciativa privada, que tem sido

destinado a todas as modalidades da educação superior.

Se o crescimento do número de IES apresenta uma estabilidade, o de vagas

continua aumentando. Isso demonstra existir um trabalho de gestão que está

buscando, além da otimização de instalações, outras formas de ampliar suas

matrículas sem, necessariamente, ter que ampliar o número de instituições. É nesse

cenário que a Educação a Distância se apresenta, com significativo crescimento a

partir de 2008. Em 2011 já se registrava quase 1 milhão de alunos no formato a

Distância (BRASIL, 2012), conforme pode ser percebido na Figura 1.

Figura 1 – Evolução da matrícula na educação superior de graduação por modalidade de ensino – Brasil 2002 – 2011

Fonte: BRASIL, 2012

19

De qualquer forma que se apresente o crescimento, a necessidade de gestão

passa a ser mais premente, pois deve-se administrar o negócio em si e a sua

expansão. Para que a atividade econômica atinja níveis de qualidade, se mantendo

como negócio com retorno aos investidores, há a necessidade das IES se

distinguirem como instituições de qualidade, o que as faz buscar a eficácia na

disputa pelos mercados, como qualquer outra empresa (ZEITHAML; BITNER, 2003).

1.2 PROBLEMA E QUESTÃO DE PESQUISA

Se por um lado houve uma grande expansão do mercado para educação no

Brasil, por outro, na perspectiva do prestador do serviço, houve uma ampliação da

concorrência, gerando um direcionamento de investimentos do capital internacional

para atender às demandas crescentes do mercado nacional. O acirramento da

concorrência, aliado ao rápido crescimento experimentado pelas IES, levaram à

adoção de ferramentas de gestão mais sofisticadas, fazendo com que o setor

educacional, antes refratário à ideia de associar educação à disputa por mercado,

finalmente se rendesse à compreensão de que educação também é serviço, e as

empresas que são prestadoras estão sujeitas às regras de mercado tanto como

qualquer outra que se aventure na prática comercial. Para sobreviver em um

mercado competitivo, as organizações necessitam investir cada vez mais em

qualidade de serviços (FITZSIMMONS, FITZSIMMONS, 2005; ZEITHAML, BITNER,

2003).

Dentre as diversas ferramentas de gestão, uma particularmente foi alvo deste

trabalho. Trata-se da avaliação da qualidade do serviço prestado. Análises e

percepções sobre a prestação de serviços em IES, negligenciadas até então em

função de certa reserva de mercado conferida pela regulamentação do governo

sobre a educação superior anterior à LDB de 1996, passaram a ser vitais para a

existência e permanência das IES no mercado do ensino superior brasileiro.

Empreender na qualidade é uma das principais formas das organizações

melhorarem significativamente o seu desempenho (HILL, 1995).

20

Diferentemente da avaliação da qualidade de bens, os serviços são dinâmicos

em sua prestação, resultado das suas caraterísticas intrínsecas. Associado a isso, o

fator tempo implica que qualquer avaliação realizada num dado momento, vai

perdendo a sua exatidão e confiabilidade se não é levada em consideração a

dimensão tempo em sua avaliação (O'NEILL, 2000). O foco da análise não deve ser

estático para permitir compreender a avaliação da qualidade de um fenômeno que

difere no tempo. Os atributos considerados na avaliação global da qualidade do

serviço podem variar entre novos e velhos consumidores, ou, entre os mesmos

consumidores, pode variar a intensidade da importância conferida a determinados

atributos, ou mesmo a sua percepção do serviço recebido, de modo que estudos

longitudinais permitem compreender a dinâmica da formação da qualidade do

serviço (DAGGER; SWEENEY, 2007). Isto é especialmente relevante para o setor

do ensino superior, onde há pouca evidência empírica sobre a dinâmica da

qualidade do serviço percebido (HILL, 1995).

Os argumentos citados indicam que a importância conferida por clientes aos

atributos associados aos serviços recebidos varia com o tempo. A literatura

(GRÖNROOS, 1994; FITZSIMMONS, FITZSIMMONS, 2005; KOTLER, KELLER,

2006), comprova que serviços são heterogêneos, sendo impossível assegurar a

constância da qualidade a cada momento em que são prestados. Dessa forma, o

fator tempo estabelece uma relação crucial com esses dois construtos a partir do

momento em que eles estejam contextualizados numa instituição de ensino, cujos

serviços se caracterizam por uma relação continuada e não um serviço único ou em

momentos estanques.

Para avaliar a qualidade dos serviços em uma IES, portanto, deve-se

contextualizar a pesquisa à realidade apresentada (HILL, 1995; HOUSTON, 2008),

estabelecer uma estratégia de avaliação que considere os ciclos de transformação

que se deseja observar (O’NEILL, 2000; SALDAÑA, 2003) e definir uma metodologia

que consiga capturar os elementos essenciais, buscando identificar os atributos que

são mais significativos na percepção de qualidade do serviço educacional e suas

dissonâncias com a qualidade desejada, permitindo aos gestores das IES a sintonia

com os novos paradigmas emergentes, direcionando eficazmente recursos para a

retenção, fidelização e atração dos clientes através do atendimento de suas

expectativas.

21

Assim, a questão central que esta pesquisa coloca é como se comportam as

expectativas e a qualidade percebida por alunos de cursos de graduação ao longo

do tempo?

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Geral

Avaliar longitudinalmente a qualidade dos serviços oferecidos por uma IES

aos alunos de cursos de graduação.

1.3.2 Específicos

a) Identificar os atributos mais importantes para a avaliação da qualidade do

serviço numa IES.

b) Avaliar a variação nos níveis das expectativas e percepções dos serviços

recebidos ao longo do tempo;

c) Avaliar as implicações relativas à gestão da IES determinadas pela matriz de

oportunidades.

1.4 JUSTIFICATIVA

Dourado e Oliveira (2009) quando abordam o aspecto de qualidade na

educação, refletem que não há como fazê-lo sem considerar que qualidade é um

conceito histórico que se altera no tempo e no espaço e exprimem a complexidade

dessa tarefa com questionamentos de profundidade política e filosófica.

22

Que conceitos, representações ou concepções sinalizam uma escola de qualidade? Quais são os principais conceitos e definições que embasam os estudos, as práticas e as políticas educativas, bem como as dimensões e os fatores que apontam a construção de uma educação de qualidade? É possível uma escola de qualidade para todos? Tais questões revelam a complexidade da temática da qualidade no campo educativo. (DOURADO E OLIVEIRA, 2009, p. 203)

O caráter competitivo presente no segmento educacional superior promove

transformações nas organizações que se ajustam e se adequam às exigências

impostas pelo mercado. O setor de serviços educacionais não foge a essa regra e

tem sido um dos mais ativos nessa adaptação, em função das recentes aquisições

de organizações nacionais por grupos estrangeiros.

Resultados obtidos por Mehralizadeh et al. (2007) em estudo longitudinal

realizado em uma IES do Iran, reforça que existe uma crescente consciência da

necessidade de fortalecer uma cultura de qualidade interna nas IES e que tem sua

origem em uma série de fatores que levaram as universidades a se tornarem mais

proativas em termos de busca pela qualidade, dentre eles a necessidade de

diversificar as fontes de recursos, a ascensão à sociedade do conhecimento, o

aumento da internacionalização e o aumento da globalização.

Sendo a qualidade dos serviços um pré-requisito indispensável para a

manutenção do cliente na empresa e da empresa no mercado, é primordial que esse

conceito passe a ser mais bem entendido, considerando as especificidades do

segmento educacional. A qualidade dos serviços é um aspecto de fundamental

importância para quem já está acostumado com a lógica empresarial, mas ainda é

uma novidade para quem é neófito nos meandros do mercado, tais como as IES.

Considerando que os serviços educacionais estão se tornando uma fonte

singular de geração de riqueza, a qualidade percebida pelo cliente é fator de decisão

na compra, recompra e recomendação (RUBINSZTEJN; PALACIOS; SOLANA,

2009). As estratégias de retenção de clientes passam a ser de fundamental

importância para as IES, pois o conhecimento mais profundo e detalhado sobre

serviços e como transformá-los num diferencial qualitativo pode ser vital para

qualquer organização estabelecida no mercado.

Apesar da existência de trabalhos avaliando a qualidade dos serviços

educacionais, tanto no Brasil como no exterior, a originalidade deste trabalho está na

aplicação de uma pesquisa longitudinal em uma modalidade educacional que

permite mesclar a educação a distância com momentos presenciais trazendo

23

benefícios a quem ainda não se sente confortável para participar de um curso

totalmente on line, necessitando ainda do contato com professores e seus

esclarecimentos presenciais. Beneficia ainda aos que regularmente, necessitam se

ausentar, em viagens ou compromissos que os impeçam de frequentar regularmente

aos encontros de ensino, tendo reduzidas disponibilidades para sala de aula. O

cliente para essa modalidade tem um perfil diferenciado e, por isso mesmo,

necessita ser conhecido, desvendado em suas expectativas e principais demandas,

bem como na identificação de como está percebendo o serviço recebido.

Assim, os resultados obtidos neta pesquisa, demonstrados principalmente

através das matrizes de oportunidade, serão críticos para os ajustes que uma nova

modalidade de serviços demanda. Os gestores da IES estudada passarão a ter um

diagnósticos pormenorizado das fragilidades e das potencialidades do serviço

oferecido, pela visão dos clientes.

24

2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 SERVIÇOS E QUALIDADE DE SERVIÇOS

São muitas as contribuições na literatura sobre o constructo da qualidade e

sobre os conceitos dos serviços, abordagens centrais neste trabalho. Dar-se-á foco

à qualidade dos serviços e às maneiras de avaliá-la. Apesar de não haver consenso

da melhor forma de medir, alguns métodos de como ela é percebida pelos

consumidores são amplamente utilizados e serão abordados neste trabalho.

Segundo Hill (1995), “os serviços são comportamentais, em vez de entidades

físicas”. Este vaticínio resume bem os conceitos que o antecederam. Para Grönroos

(2009, p.54), “os serviços são atividades ou uma série de atividades em vez de

objetos”. Entende-se por prestação de serviço, uma atividade intangível,

intransferível, não transportável, que supre determinadas necessidades e que criam

valor e fornecem benefícios para a outra parte (KOTLER, KELLER, 2006;

ZEITHAML, BITNER, 2003; LOVELOCK, WRIGHT, 2006).

Serviços já foram definidos como ações, atos ou performances (BERRY,

1980); atividades ou processos (GRÖNROOS, 1994). Avaliar serviços é uma tarefa

que requer muito cuidado. Mesmo com ampla divulgação junto às camadas

decisórias das organizações e da produção acadêmica, ainda gera diversas

discussões (CRONIN; TAYLOR, 1992; ZEITHAML, BERRY, PARASURAMAN, 1993;

GRÖNROOS, 2009;). Algumas características dos serviços os tornam singulares e

por isso a importância do seu estudo (FITZSIMMONS, FITZSIMMONS, 2005;

KOTLER, KELLER, 2006). Sinteticamente, podem ser distinguidos de bens físicos

conforme a Tabela 1.

25

Tabela 1. Diferenças entre Serviços e Bens Físicos

Serviços Bens Físicos

Intangível Tangível

Heterogêneo Homogêneo

Uma atividade ou processo Uma coisa Produção, distribuição e consumo são processos simultâneos.

Produção e distribuição separadas do consumo

Valor principal produzido nas interações entre comprador e vendedor

Valor principal produzido em fábrica

Clientes participam da produção Clientes normalmente não participam do processo de produção

Não pode ser mantido em estoque Pode ser mantido em estoque

A propriedade não pode ser transferida A propriedade pode ser transferida Fonte: Grönroos (2009, p.38)

Dentre estas características, há que se ressaltar a intangibilidade que é

considerada um consenso como fator exclusivo e grande diferenciador dos bens.

Essa natureza abstrata causa problemas tanto para os prestadores de serviços

como para os consumidores, uma vez que torna-se difícil aos fornecedores

diferenciar dos concorrentes, não podendo ser um valor agregado percebido antes

do consumo, assim como para o cliente não é tarefa fácil avaliar antes que seja

adquirido e consumido (HILL, 1995).

Dada a expressividade do setor de serviços na economia mundial, o aumento

da importância nas últimas décadas, da prestação de serviços e a sua participação

na economia das nações, como demonstram dados da economia, os estudos

realizados nessa área tem se tornado frequentes e voltados para a aplicação prática

nos mais diversos ambientes empresariais. “Os serviços constituem o grosso da

economia de hoje, não só no Brasil, onde respondem por 55% do Produto Interno

Bruto (PIB), mas também no mundo” (LOVELOCK; WRIGHT, 2006, p.5). Corrigindo

os percentuais citados pelos autores, em 2011 o setor de serviços representou

68,5% do PIB do Brasil (BRASIL, 2012). Nos Estados Unidos, de acordo com o The

World Bank Group (2006), a participação da indústria de serviços no Produto Interno

Bruto (PIB) passou de 70%, em 1990, para 77%, em 2003. No tocante ao impacto

do referido setor sobre o total de empregos na economia americana, a sua

representatividade, em 2003, era de 76% (GRÖNROOS, 2009).

26

A dificuldade de compreendê-lo por completo devido às suas características

abstratas e de não poder controlá-lo em termos de padrão de qualidade como se

pode fazer com os bens materiais, provocam e desafiam os teóricos e gestores a

encontrar formas de minimização dos seus efeitos indesejáveis e perpetuação dos

diferenciais que são percebidos como qualidades desejadas pelos clientes. Os bens

são passíveis de disseminação da tecnologia que os produz e das técnicas de

controle da qualidade. Os serviços são os únicos diferenciadores que permitem às

empresas imprimirem uma característica própria distinguindo-se da concorrência.

Por isso, é imprescindível compreender a sua relevância para os negócios

contemporâneos. Essa magnitude do setor de serviços explica a importância

crescente que ele vem recebendo de pesquisadores de diversos portes, em todos os

segmentos e áreas geográficas do planeta (BEXLEY, 2005).

A prestação de serviços pode ser ou não agregada a um bem e, se for, pode

ser em níveis diferentes de intensidade. Mas, independentemente do nível de

agregação existente e, mesmo para bens tangíveis, sempre haverá alguma

prestação de serviço no relacionamento com o cliente. Considerando as dificuldades

em manter as diferenciações em produtos e serviços em relação aos concorrentes,

cada vez mais a competição em qualidade da prestação de serviços tem sido

utilizada como diferencial, agregando valor ao seu produto/serviço central (KOTLER,

KELLER, 2006; FITZSIMMONS, FITZSIMMONS, 2005). Pelas suas características

específicas, além dos serviços serem distintos dos bens manufaturados, ainda

podem ser divididos em dois sistemas de operações: um interativo, de contato direto

com o cliente (front office) e um de suporte (back office) sem contato direto com o

cliente, de caráter mais técnico, atrás da visibilidade do cliente (GRÖNROOS, 2009).

Voss e Zomerdijk (2007) detalham mais esse relacionamento e citam cinco

áreas envolvidas de forma integrada na prestação de serviço para o cliente:

atividades de suporte, ambiente físico, funcionários, processo de entrega do serviço

e amigos dos clientes (comunicação boca a boca). Desde que estejam integradas e

desenvolvendo bem as suas funções de modo conjunto, o cliente poderá ter uma

experiência satisfatória com o serviço. A Figura 2 demonstra as relações entre as

cinco áreas.

27

Figura 2 – Camadas envolvidas na entrega do serviço

Fonte: Voss e Zomerdijk (2007).

Além dessas características mais básicas associadas aos serviços, algumas

abordagens específicas de teóricos, ajudam a compreender melhor as suas

implicações.

A forma com que Grönroos (2009) teoriza sobre serviço tem a ver com a

percepção do cliente. Para ele, qualidade de um produto ou serviço é qualquer coisa

que o cliente perceba que ela seja. Um conceito muito subjetivo e amplo, mas que

ilustra bem e simplifica a realidade. A compreensão clara do que oferecer ao cliente

é o direcionamento principal para agregar valor ao produto central, seja este um bem

ou serviço. Tudo que for possível associar para melhorar ou ampliar o desempenho,

sem alterar muito as relações de qualidade e custo finais do produto ou serviços,

serão bem vistas pelos clientes (GRÖNROOS, 2009). A percepção do cliente é o

que realmente interessa. A abordagem do autor é apoiada na teoria do

comportamento do consumidor, principalmente na avaliação pós-consumo.

Segundo Grönroos (1984), a qualidade de um serviço como percebida pelo

cliente, tem duas dimensões: uma técnica ou de resultado e outra funcional ou

relacionada a processo. Isto faz sentido, pois o cliente é influenciado pelo modo

28

como ele recebe o serviço e como ele experimenta o processo simultâneo de

produção e consumo. No entanto, compõem o seu modelo outros elementos como

imagem, qualidade esperada, qualidade experimentada e qualidade de serviço

percebida.

Qualidade técnica é compreendida como o resultado final da interação

empresa-cliente, ou seja, é o que é deixado com o cliente quando acontece a

entrega do que foi solicitado. No entanto, as interações são frequentes, pois a

simultaneidade em que os serviços ocorrem, ampliam as possibilidades de

percepções, influenciando a maneira como a qualidade técnica é transferida. A

qualidade funcional, por sua vez, é percebida através da forma com que funcionários

se portam no relacionamento com os clientes, como desempenham as suas

funções, o que dizem e como dizem. O conceito de imagem presente no modelo de

Grönroos (1984), representa os valores existentes entre a organização e os clientes.

A imagem funciona como um filtro e como um amplificador dos valores da empresa à

disposição dos clientes.

A qualidade percebida não é o resultado somente dos níveis das qualidades

funcionais e técnicas, conceitos extremamente subjetivos, mas é dada pela

diferença (lacuna) entre o serviço esperado (SE) e o serviço percebido (SP), que

pode ser medida e expressa em fórmulas, conforme o Quadro 1.

Quadro 1: Lacuna da Qualidade

Discrepância Lacuna da qualidade

SE > SP A qualidade percebida é menor que a esperada. Tende à insatisfação.

SE = SP A qualidade percebida é satisfatória

SE< SP A qualidade percebida é maior do que a esperada. Tende à satisfação.

Fonte: Parasuraman, Zeithaml, Berry (1985). Adaptado pelo Autor Legenda: SE=Serviço Esperado, SP=Serviço Percebido

Como mostra a Figura 3, a qualidade esperada é uma função de diversos

valores, tais como, comunicação de marketing, boca a boca, imagem da empresa,

preço, necessidades, etc. “A boa qualidade percebida é obtida quando a qualidade

experimentada atende às expectativas do cliente, isto é, à qualidade esperada.”

(GRÖNROOS, 2009, p.90). Esquematicamente, o modelo de Grönroos (1984) é o

seguinte:

29

Figura 3: Modelo de qualidade de serviço de Grönroos (1984)

Fonte: Grönroos (1984, p.40). Adaptado pelo Autor

Os autores Parasuraman, Zeithaml, Berry (1990), inovam na avaliação do

serviço em ralação ao modelo de Grönroos (1984) quando apresentam um modelo

de qualidade de prestação de serviços em que as avaliações dos clientes são o

resultado de uma comparação das expectativas que eles possuem em relação ao

serviço que irão receber com o desempenho real percebido, tudo dentro da ótica do

cliente, mesmo que não tenha havido uma experiência anterior com o serviço ou

com o fornecedor para se ter um conceito sobre a qualidade de um produto ou

serviço. “Operadores e usuários podem se relacionar e ter percepções diferentes

sobre a qualidade do serviço prestado” (CAMPOS; PINHEIRO, 2013). Eles

entendem que, mesmo sem ter havido consumo anterior do produto ou serviço, o

cliente pode sofrer influências e possuir padrão preconcebido de qualidade através

necessidades pessoais, das experiências anteriores do consumidor, da

comunicação boca a boca e, por fim, da comunicação de marketing realizada pelo

prestador do serviço. Por outro lado, o serviço percebido é consequência de uma

sequencia de ações e serviços internos das organizações que registram sua

30

influência tanto no serviço esperado quanto no serviço percebido. Através da

constatação de que podem ocorrer impedimentos para a entrega de serviços de

excelência tanto no ambiente interno das organizações quanto no relacionamento

direto com os clientes, que os autores identificaram cinco lacunas resultantes da

percepção do esperado em comparação ao percebido. O nome dessas lacunas em

inglês (GAP) nomeou o modelo definido pelos autores e apresentado na Figura 4.

É importante ressaltar que a diferença entre o serviço recebido e o esperado

já havia sido identificado e denominado por Richard Oliver em 1977 como paradigma

da desconfirmação (OLIVER, 1980).

Figura 4 - Modelo conceitual da qualidade de serviços ou Modelo de GAPs de Parasuraman, Zeithaml, Berry (1985).

Fonte: Adaptado de Parasuraman, Zeithmal e Berry (1985)

31

Por este modelo, quatro “gaps” estão na dimensão do prestador de serviços e um

“gap” na área do consumidor. Conseguir identificar em qual gap um bloqueio impede

a oferta de serviços mais apropriada, é fundamental para a gestão de serviços.

Resumidamente, os gaps podem ser assim definidos:

a) GAP 1 – Denominada lacuna do conhecimento. Evidencia a discrepância entre as

expectativas dos consumidores e as percepções da administração quanto a estas

expectativas. Demonstra o nível de conhecimento que a gerência de uma

organização detém sobre o perfil de seus clientes;

b) GAP 2 – Denominada lacuna dos padrões. Evidencia a discrepância entre as

percepções que a administração tem quanto às expectativas dos consumidores e

especificação da qualidade do serviço. Surge no momento em que os padrões

internos de desempenho fixados pela organização não refletem minuciosamente as

expectativas dos clientes.

c) GAP 3 – Denominada lacuna do desempenho. Evidencia a dissonância entre

desempenho real e o desempenho padrão preestabelecido pela empresa.

d) GAP 4 – Denominada lacuna da comunicação. Ocorre, principalmente, quando a

organização declara um comprometimento demasiado ou expõe um rol de

promessas em relação ao serviço que não consegue cumprir.

e) GAP 5 – Denominada lacuna da satisfação ou qualidade. Evidencia as

expectativas dos clientes em relação ao serviço e a percepção destes em relação ao

desempenho do serviço prestado. Essa lacuna é resultante das demais, uma vez

que as discrepâncias ocorridas em outros gaps refletirão em todo o processo,

redundando em uma desconformidade entre o serviço esperado e o desempenho

percebido pelo consumidor, acarretando insatisfação (PARASURAMAN; ZEITHAML;

BERRY, 1985).

O paradigma da desconformidade é um método utilizado para avaliação da

qualidade em serviços por relacionar expectativas/importância e

performance/percepções e, obtendo a razão entre elas, verificar se é positivo ou

negativo, consequentemente se há lacuna (gap) ou não. Em estudos de campo

realizado por Parasuraman, Zeithaml, Berry (1985), foi identificada discrepância

entre a percepção de qualidade de serviços para clientes e para as empresas.

Enquanto os clientes pensam em um conjunto de serviços, as empresas focam em

um simples serviço. Essa discrepância gerou as lacunas que foram identificadas

pelos autores, confirmando o método e permitindo desenvolver o modelo dos cinco

32

gaps, que permite gerenciar e melhorar a qualidade dos serviços que proporcionam

a satisfação. Portanto, a posição da percepção que um consumidor tem da

qualidade de serviço depende da natureza da discrepância entre o Serviço Esperado

(SE) e o Serviço Percebido (SP), Parasuraman, Berry e Zeithmal (1990).

Ao estabelecer métodos, padrões e escalas, os teóricos atendem a uma

máxima recorrente na área de administração que diz que “não se gerencia sem

controle e não se controla sem medir”. Apesar da origem popular da frase, ela

retrata a realidade da importância da mensuração para o controle da qualidade dos

serviços. Devido à percepção dessa importância, diversos pesquisadores têm

envidado esforços na construção de técnicas de medição que sejam, ao mesmo

tempo, gerais na abrangência e simplificadas na operacionalização. Na literatura

acadêmica, a medição da qualidade do serviço tem atraído diferentes opiniões. A

principal se refere ao que está realmente sendo medido. Em geral, existem três

tendências de constructos que são utilizadas para avaliar a qualidade de serviço:

qualidade, satisfação e valor. Pesquisas na área têm se concentrado principalmente

na qualidade e na satisfação. Grönroos (2009) reconhece que a linha que separa as

avaliações da qualidade de outras avaliações de experiências de serviço, não está

muito bem definida. Para os fins deste trabalho só foi utilizado o conceito de

qualidade.

Um dos modelos mais consagrados, já apresentado na Figura 6, é o Modelo

de Lacunas de Qualidade de Serviço (PARASURAMAN, ZEITHAML, BERRY, 1990;

ZEITHAML, BERRY, PARASURAMAN, 1993), e que foi fundamental no presente

trabalho, pois o foco foi o gap 5 (lacuna da satisfação ou qualidade).

Segundo Brochado (2009), para mensurar a qualidade em serviços, muito se

tem utilizado a escala SERVQUAL (PARASURAMAN; ZEITHAML; BERRY, 1988) ou

a escala SERVPERF, ferramenta desenvolvida por Cronin e Taylor (1992) a partir do

modelo SERVQUAL. No entanto, alguns autores (ABDULLAH, 2006; BROCHADO,

2009), citam como instrumento mais apropriado para a mensuração da qualidade de

serviço para ensino superior o HEdPERF - Higher Education PERFormance

(ABDULLAH, 2006) por utilizar fatores em seu método associados ao contexto

educacional.

33

2.2 PRIORIDADE E LACUNAS DE QUALIDADE

Além da mensuração, é importante definir a forma com que os resultados

serão apresentados e manuseados. O modelo de análise matriz de oportunidades,

tem sido utilizado com sucesso na demonstração dos resultados obtidos em

pesquisa de avaliação da qualidade em serviços educacionais (FORD, JOSEPH,

JOSEPH, 1999; O’NEILL, PALMER, 2004; BROCHADO, 2009). É um método de

identificação de oportunidades de melhoria que permite confrontar a dimensão da

lacuna de qualidade com o grau de importância conferido ao atributo, analisando-os

simultaneamente (CAMPOS; DE SOUSA MARTINS; NETO, 2013). A matriz de

oportunidades leva em consideração os graus de importância conferidos pelos

clientes ao atributo e os gaps existentes. O grau de importância é conferido ao

atributo independentemente de quem seja o fornecedor.

O modelo visa permitir que as organizações obtenham uma visão de quais

atributos de seu produto ou serviço deveriam ser aprimorados para proporcionar

qualidade aos clientes. Os serviços podem ser classificados conforme o seu

desempenho, como também pela importância para os seus clientes.

A análise do desempenho e da importância pode ser usada para avaliar os

atributos do serviço, auxiliando na identificação de ações de melhoria com

prioridade. Desta forma, tanto o desempenho como a importância são avaliados em

uma escala de pontos.

Figura 5 – Matriz de Importância x Desempenho

Fonte: Slack (1994)

34

Uma interpretação da matriz Importância-desempenho (Figura 5) é bem

sintetizada por Campos (2006). A combinação da importância do atributo com a

avaliação do desempenho revela quatro situações extremas. A primeira conjuga alta

importância com alto desempenho, destacando ótimas oportunidades de melhoria

(quadrante I). São oportunidades com alto potencial de alcance e com alta

repercussão na percepção dos clientes. No extremo diametralmente oposto

(quadrante III), tem-se baixa importância com baixos desempenhos, indicando que

os clientes perceberam esses atributos como menos importantes e há pouco a

alcançar em relação às melhores práticas. O segundo quadrante conjuga alta

importância com baixos desempenhos, que é um indicador prioritário, mas há pouco

a alcançar em relação às melhores práticas. O quarto quadrante contempla baixa

importância com alto desempenho, há muito que alcançar em relação às melhores

práticas, mas isso não é prioritário.

Apesar do reconhecido mérito da simplicidade apresentada por esse formato,

ele falha ao não permitir que os gestores vejam como desempenhos aceitáveis de

um atributo, aquilo que os clientes consideram como um atributo importante. Ou

seja, a fronteira entre o que é considerado como um desempenho aceitável e

inaceitável, e, portanto, uma prioridade para os gestores pela sua representatividade

competitiva, dependerá da sua importância para os clientes (SLACK, 1994).

Slack (1994), num relato sobre o uso da matriz importância-desempenho,

examina como a matriz pode ser modificada para refletir as relações percebidas dos

gestores entre "importância", "performance" e "prioridade para melhoria", e propõe

um zoneamento diferenciado para a matriz original de Martilla e James. O autor

apresenta uma abordagem indicando quatro zonas alternativas para a matriz de

importância-desempenho que delimita o limite aceitável de uma zona para outra,

conforme demonstradas na Figura 6.

35

Figura 6- Matriz importância-desempenho proposta por Slack

Fonte: Adaptado de Slack (1994)

Na sequência, Stock e Lambert (2001) propõem uma matriz que estabeleça

um ranking de importância dos atributos ou fatores competitivos de uma empresa

em relação às expectativas dos clientes (LUNDBERG; CAMPOS; DE SOUZA, 2010).

Essa matriz é denominada matriz de oportunidades ou matriz de avaliação de

desempenho (Figura 7). Ela é obtida através da criação de uma matriz três por três,

sendo no eixo das ordenadas registradas as importâncias de cada atributo e

avaliação do desempenho do serviço no eixo das abcissas. A matriz é dividida em

nove células, para as quais Stock e Lambert (2001) sugerem cinco diferentes ações

que remetem a uma gradação relativa a esforços das organizações: Definitivamente

Melhorar; Melhorar; Manter ou Melhorar; Manter e Reduzir ou Manter.

36

Figura 7 – Matriz de oportunidades ou matriz de avaliação de desempenho

Fonte: Adaptado de Stock e Lambert (2001 p.122).

LUNDBERG; CAMPOS; DE SOUZA, (2010) ressaltam ainda que a

importância conferida por clientes a um atributo é resultante do conjunto de

expectativas pré-estabelecidas. Clientes têm expectativas mais altas e são menos

tolerantes à variação na qualidade do serviço em atributos mais importantes

(ZEITHAML; BITNER, 2003).

2.3 SERVIÇOS EM INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR (IES)

2.3.1 Evolução do Ensino Superior no Brasil

As características e origens da educação superior no Brasil aconteceram

diferentemente da América espanhola, apesar de ambas terem origens nas

37

instituições religiosas. Enquanto nas colônias espanholas a criação das IES data do

século XVI, no Brasil, elas só surgiram no século XIX, quando a família real

portuguesa se transferiu para o Brasil. E, mesmo assim, somente depois de haver

recebido pressão de comerciantes de Salvador, na Bahia. Após eles terem

“colaborado com uma significativa ajuda financeira”, foi então criada não uma

Universidade, mas o Curso de Cirurgia, Anatomia e Obstetrícia (SOARES, 2002).

Com a transferência da corte para o Rio de Janeiro, foram criados outros cursos,

além de academias, museus, a Biblioteca Nacional e o Jardim Botânico. Ou seja,

nos 300 anos de Brasil colônia, quem desejasse aprofundar os estudos, deveria ter

como referência as instituições europeias.

Ao longo desses 200 anos desde a criação da primeira IES no Brasil colônia,

e dos diversos regimes políticos, sistemas de controle econômico e participação

mais ou menos intensa da Igreja no governo, as IES sempre estiveram vinculadas

ao poder político e econômico dominante no país, que direcionava a sua tendência

conforme seus interesses. No âmbito da educação superior nacional, as mudanças

foram muitas, e as relações entre Estado e mercado são muito complexas e às

vezes “imposta na forma de decretos”. O contexto da globalização nesse ambiente

de constantes mudanças e incertezas só contribui para a ampliação da participação

de grupos econômicos no “negócio” educação (SILVA, 2010).

Com o rápido crescimento da demanda de educação superior no Brasil, fez-

se necessário o estabelecimento de critérios e parâmetros para avaliação dos

serviços educacionais prestados pelas instituições de ensino superior que se

reproduziam nos país, principalmente as instituições particulares. Por isso, é notório

considerar a importância dos sistemas de avaliação nas IES, aperfeiçoando e

monitorando o seu desempenho para o alcance satisfatório de qualidade no sistema

educacional brasileiro. Seu principal instrumento é o SINAES – Sistema Nacional de

Avaliação da Educação Superior que tem como princípios: i) integração, ii)

participação, iii) promoção de valores democráticos, iv) respeito à diversidade, v)

busca da autonomia, vi) afirmação da identidade e vii) dimensão formativa (Brasil,

2004).

Essa forma de avaliação, apesar de ser estabelecida por parâmetros

incontestáveis na ótica da busca de uma sociedade equânime e democrática, não

leva em consideração a perspectiva da expectativa e percepção do usuário, em

38

última instância, pelo cliente. É um foco direcionado para o produto e não para o

serviço.

A educação superior sempre foi controlada e regulada pelo governo federal,

particularmente nos momentos de expansão ao setor privado, que ficou

demonstrado desde os governos do período militar até a o neoliberalismo do

Governo Fernando Henrique (SILVA, 2010), chegando até ao presente com a franca

abertura do mercado aos grupos internacionais que chegam trazendo as práticas

das fusões e incorporações.

Nesse cenário, ocorre a intensificação do processo de privatização da educação superior, sobretudo a partir de 1995, referendado por vários dispositivos legais (decretos, portarias, resoluções, aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e a aprovação do Plano Nacional de Educação). Nesse contexto, a lógica expansionista, com base em política de flexibilização, permitiu o incremento das matrículas e, consequentemente, a consolidação da hegemonia do setor privado, que ampliou o escopo de sua atuação, passando a responder, em 2002, por 83,34% das 1.773.087 vagas para a educação superior. (DOURADO, 2011 - p.107)

Um mercado que apresenta crescimento no número de IES de 200% em 10

anos (BRASIL, 2012), com crescente participação da iniciativa privada, não pode se

portar de forma amadora. Pinheiro (2012) reflete, de forma clara, quanto ao

posicionamento não conflituoso entre IES públicas e privadas evidenciando que o

setor público não consegue atender a toda a demanda da sociedade (Figura 8) e o

setor privado “supera as expectativas de matrículas com um número elevado de

pessoas que conseguem chegar ao Ensino Superior e contribuindo de forma

significativa para a inclusão social do Brasil” (PINHEIRO, 2012, p. 43).

39

Figura 8: Evolução da matrícula na educação superior de graduação por ano. Brasil 1980-2011

Fonte: BRASIL, 2012

A partir de 2005, muito dinheiro foi investido na aquisição de grupos

educacionais. Segundo Silva (2010), as 78 aquisições e fusões ocorridas no período

de 2006 a 2009, movimentaram a cifra de R$ 1,07 bilhões. A região com maior

volume (56%) foi o Sudeste, seguido do Sul (12%), Centro-Oeste (11%), Nordeste

(9%) e Norte (4%). Ou seja, o sistema de ensino superior brasileiro se

profissionalizou como requerem as melhores práticas do sistema capitalista. Ações

foram lançadas nas bolsas de valores, auditores independentes foram contratados,

sistemas integrados de gestão forma implantados, o marketing ficou mais agressivo

e há grandes disputas pelo market share (participação no mercado, fatia do

mercado). Algumas das deficiências encontradas dizem respeito à falta de

profissionais capazes de gerir todo esse sistema para o qual não estávamos

preparados. Também as ferramentas capazes de instrumentá-los nos quesitos de

qualidade, até então medidos por parâmetros e regras definidas pelo próprio MEC,

necessitam atualização por estarem fora de consonância do que o mercado exige.

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Pública Privada

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2.3.2 Avaliação da Qualidade dos Serviços em Educaç ão

São muitas as formas de perceber a qualidade em educação. Raszl, et

al.(2012) relaciona as diversas formas em que se pode perceber a qualidade na

educação, dependendo da perspectiva do observador. Para educadores e

pedagogos, a qualidade na educação se apresenta sob o foco da construção e

apreensão do conhecimento. Para estudantes de cursos profissionalizantes, o foco

passa a ser no preparo para o trabalho e na empregabilidade. Sob o ponto de vista

da indústria, a qualidade na educação visa a competência profissional, habilidades e

atitudes que levem a um aumento da produtividade. Para instituições privadas de

ensino, a qualidade está intimamente relacionada com a competitividade que

garanta sua sobrevivência no mercado. Para os órgãos governamentais de

regulação da educação, a qualidade na educação abrange a formação docente, a

pesquisa e extensão, os índices de aproveitamento de estudos, o regime de trabalho

dos docentes, etc.

O Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), instituído

pelo MEC em 2004, vincula a “avaliação como processo sistemático e periódico,

envolvendo as instituições, os cursos e o desempenho dos estudantes” (GOULART

et al., 2011), integrado por uma série de instrumentos complementares, como auto

avaliação, avaliação externa, ENADE, avaliação dos cursos de graduação e

instrumentos de informação (censo e cadastro).

Esses instrumentos de avaliação vêm se atualizando com o tempo, passando

da concepção de uma relação quantidade/qualidade para a expansão dos cursos e

instituições. Apesar do impacto positivo causado pela adoção de um formato de

avaliação do ensino superior, “sem, contudo alterar a essência da qualidade do

ensino superior” (REAL, 2007), evidências apontam para um esgotamento desse

modelo que é baseado em aspectos formais.

Apesar de importantes, até por serem obrigatórios, os referidos instrumentos

de avalição são aplicados e utilizados pelas IES, mais no sentido de melhorias

internas de processos, muitos dos quais sem utilidade mercadológica. São, no

entanto, impotentes para captar a percepção do usuário dos serviços prestados

pelas IES. Para isso, é necessário lançar mão de ferramentas amplamente utilizadas

41

e testadas no mercado e capazes de mensurar a qualidade dos serviços pela ótica

do consumidor.

Walter et al. (2005), ao observar o crescimento do mercado para as IES,

ressaltam que, apesar de ser um mercado com regulação governamental, adquiriu

características de competitividade empresarial que a torna sujeita às reações dos

consumidores de seus serviços. Em determinados momentos, esse papel pode ser

exercido pela sociedade que avalia a qualidade do produto “aluno” que tem recebido

e em outro o próprio aluno que avalia, no presente e no futuro, a qualidade e a

adequação de sua formação em relação às exigências do mercado. Seja qual for a

perspectiva, as IES precisam identificar como os seus atributos e seus cursos estão

afetando a satisfação dos seus clientes e como isso pode ser gerenciado.

Com tantas e diferentes formas de se perceber, avaliar e medir a qualidade

na educação, torna-se complexo saber qual está correta, pois todas possuem

validade, uma vez que expressam os valores defendidos por quem as desenvolveu.

Houston (2008), num estudo crítico sobre as concepções para a qualidade do ensino

superior, conclui que não há uma fórmula definida para se promover a melhoria na

qualidade do ensino que substitua a necessidade de estudar e desenvolver as

próprias questões e desafios específicos para uma IES.

Douglas e Mc Clelland (2008) afirmam também que na educação a relação

entre o prestador do serviço e o aluno nem sempre é tão bem definida, e que os

alunos também são parceiros no processo de aprendizagem. Em parte,

corroborando o que Fitzsimmons e Fitzsimmons (2005) afirmam quando atribuem ao

consumidor de serviços o papel de coprodutor.

Considerando ser a educação um serviço, não seria difícil definir as

dimensões de qualidade que, no entanto, podem ser extremamente generalizadas.

Mas, devido às características específicas da prestação de serviços, como qualquer

outra atividade econômica, se faz necessário encontrar as dimensões adequadas,

para além das características comuns a quaisquer outros serviços. Há uma

percepção geral que a qualidade do serviço é um conceito multidimensional ou que

atende a atributos múltiplos. Entretanto, não há um acordo geral sobre a natureza ou

o conteúdo das suas dimensões. Apropriadamente, Martínez-Argüelles et al.(2013)

alertam que, em educação a distância, um serviço prestado em ambiente virtual de

aprendizagem tem duas características únicas: é um serviço puro, pois não se

materializa em transações específicas, mas promove uma interação prolongada ao

42

longo do tempo, e também complexo por incluir ensino e outros serviços

complementares.

Dourado e Oliveira (2009), afirmam que não há como adotar um único padrão

de qualidade, mas dimensões, fatores e condições de qualidade em função do seu

contexto social e político. Mas, compreendendo a necessidade do estabelecimento

de referências analíticas para o devido monitoramento de resultados visando uma

educação de qualidade socialmente referenciada, ressaltam que dimensões para

avaliação de qualidade em educação devem expressar relações de validade,

credibilidade, incorruptibilidade e comparabilidade.

Alguns estudos até conseguem identificar atributos ou dimensões com os

quais é possível iniciar um esboço das formas possíveis de avaliação da qualidade

dos serviços prestados em educação, buscando o estabelecimento de um padrão.

Muitos pesquisadores usaram a versão adaptada do SERVQUAL para avaliar a

experiência dos alunos como parte do sistema de garantia de qualidade (HILL,

1995). Brochado (2009) relacionou o desempenho de cinco instrumentos de

medidas alternativas para a qualidade de serviço no setor da educação: SERVQUAL

(PARASURAMAN et al., 1985), SERVQUAL ponderado pela importância

(PARASURAMAN et al., 1991), SERVPERF (CRONIN; TAYLOR, 1992), SERVPERF

ponderado pela importância (CRONIN; TAYLOR, 1992) e HEdPERF (ABDULLAH,

2006). Segundo a autora, não foi possível neste trabalho identificar qual é o melhor.

Mahapatra e Khan (2007) desenvolvem uma abordagem sistemática e integrada

conhecida como EduQUAL, que é usada para medir o nível de satisfação dos

diferentes stakeholders. Mas, complementam os autores, todos apresentam

demasiadas lacunas e não atendem a necessidades específicas de cada contexto.

Há muitas áreas ainda não esclarecidas no debate sobre a forma de medir a

qualidade do serviço educacional (SENTHILKUMAR; ARULRAJ, 2011). A opinião

geral parece ser que, embora existam ferramentas que tenham sido concebidas

como medidas genéricas de qualidade de serviço com aplicabilidade em diversos

setores é importante ver os referidos instrumentos como "esqueletos" básicos que

obrigatoriamente exigem modificação para se ajustar na situação da aplicação

específica.

43

2.4 ESTUDOS EMPÍRICOS SOBRE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DOS SERVIÇOS

EM INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR

O trabalho de revisão da literatura sobre os conceitos a serem abordados,

como serviços e a sua aplicação no ambiente educacional, requereu uma pesquisa

do tipo exploratória, por contribuir de forma significativa para que o pesquisador

perceba as várias opções aplicáveis ao seu problema de pesquisa, Mattar (2012).

Estudos sobre a qualidade do serviço da educação devem levar em

consideração a importância de cada determinante para tornar o estudo significativo,

pois a sua utilidade depende da natureza do serviço. Segundo Real (2007), a

produção científica que pesquisa a qualidade da oferta de serviços (central ou

complementares e suplementares) nas instituições de ensino, não é grande, e isso

se deve a diversos fatores. A heterogeneidade do sistema acadêmico é um

problema que dificulta o estabelecimento de um padrão de análise da qualidade do

ensino superior. Segundo Pereira (2003), as diferenças legais, a diversidade e as

peculiaridades entre universidades, faculdades e centros universitários, o fato de

serem públicas ou privadas, confessionais, federais ou estaduais, torna difícil o

estabelecimento de padrões de comparação.

Estudos desenvolvidos, no Brasil e no exterior, quanto à percepção da

qualidade do ensino superior, constatam que não há consenso quanto ao conceito

de qualidade percebida, pois os autores utilizaram diferentes dimensões para sua

avaliação. Da mesma forma, não há consenso quanto aos atributos a serem

utilizado para avaliação da qualidade do ensino superior, independentemente da

metodologia utilizada, evidenciando a ausência de padronização (WALTER, 2006;

SENTHILKUMAR, ARULRAJ, 2011; MAHAPATRA, KHAN, 2007; BROCHADO,

2009).

Porém, alguns estudos conseguem identificar atributos ou dimensões com os

quais é possível iniciar um esboço das formas possíveis de avaliação da qualidade

dos serviços prestados em educação. Brochado (2009), como já citado, relacionou o

desempenho de cinco instrumentos de medidas alternativas para a qualidade de

serviço no setor da educação, constatando que, para os alunos, os atributos mais

importantes foram os acadêmicos. Os atributos físicos das IES foram considerados

menos importantes. Os dados foram coletados por meio de um questionário

44

estruturado com 360 estudantes do curso de Economia. As dimensões mais

importantes foram: confiabilidade e capacidade de resposta, seguido por empatia,

garantia e tangibilidade.

Hill (1995) pesquisou 62 alunos de uma instituição inglesa de contabilidade

durante três anos, avaliando a importância e desempenho nos aspectos

acadêmicos, serviços financeiros e alojamento. Algumas de suas conclusões foram:

do primeiro para o segundo ano, diminuíram a importância do contato pessoal com

os docentes e das facilidades computacionais. Por outro lado, neste mesmo período,

cresceram de importância os serviços financeiros. Ao longo do tempo, os alunos

com financiamento de seus estudos passaram a ser mais exigentes que os demais e

todos passaram a ser mais exigentes de forma geral.

De forma semelhante, Athiyaman (1997), realizou pesquisa em uma IES da

Austrália com alunos de área de gestão e marketing no primeiro ano e dois anos

após de terem iniciado os seus estudos. O objetivo foi avaliar as percepções,

atitudes e intenções dos alunos em relação a oito dimensões dos serviços

educacionais. Os resultados obtidos indicaram que a qualidade percebida influi

fortemente sobre o comportamento dos alunos matriculados.

Joseph e Joseph (1997) analisaram a qualidade do serviço no ensino superior

na Nova Zelândia, reunindo, para este estudo, 616 questionários de estudantes da

área de negócios matriculados no último ano. Encontrou sete fatores determinantes

da qualidade do serviço: currículo, reputação acadêmica, aspectos físicos,

oportunidades de carreira, localização, relação custo/hora e outros fatores como

família e influências do boca a boca. Ao comparar entre as percepções de sua

própria universidade e as de uma universidade de qualidade ideal, eles descobriram

que as universidades da Nova Zelândia não tinham atingido um alto nível de

percepção da qualidade do serviço que pudesse dar-lhes uma vantagem

competitiva. Em uma escala de cinco pontos, a resposta média para a pergunta

sobre a sua satisfação com a universidade foi de 3,749. A análise dos resultados

mostrou que a reputação acadêmica era o fator mais importante, seguido por

oportunidades de carreira, currículo, relação custo/hora, aspectos físicos, localização

e outros. Segundo os autores, pode-se argumentar que o desempenho das

universidades tenha ficado na "zona de tolerância”. Isto sugere que, embora os

entrevistados percebam suas instituições como sendo de “não qualidade", eles estão

satisfeitos com o seu desempenho, desde que certas condições sejam atendidas.

45

Ford, Joseph e Joseph, (1999) apreenderam as percepções de alunos sobre

a importância de atributos do serviço educacional, as percepções sobre o serviço

efetivamente recebido em suas universidades e sobre aqueles que receberiam de

uma excelente universidade. Foram utilizados 20 atributos relativos a currículos e

programas, reputação acadêmica, estrutura física e custos, oportunidades e

empregabilidade, localização, tempo e outros fatores numa amostra de 616 alunos

na Nova Zelândia e 206 alunos nos EUA. Na Nova Zelândia as dimensões mais

importantes foram reputação acadêmica, oportunidades e empregabilidade; nos

EUA, reputação acadêmica, duração e custos do programa.

O'Neill (2000) desenvolveu um trabalho para confirmar a hipótese de que a

percepção de um serviço esperado pode mudar com o passar do tempo, permitindo

diferenças individuais em função da velocidade e maneira dessa transformação. Ela

foi testada usando uma pesquisa longitudinal quantitativa com base nas percepções

de qualidade de serviço coletadas por um ano junto os estudantes de uma grande

universidade estadual em Perth, Austrália Ocidental. A metodologia quasi-

experimental foi empregada, para medir a percepção imediatamente pós-consumo

(tempo t) e, novamente, no espaço de um mês (tempo t +1). Os resultados

experimentais sugerem que a avaliação inicial de um indivíduo da qualidade

imediatamente após o consumo (tempo t) pode ser significativamente diferente da

que o entrevistado atribui ao mesmo fenômeno em algum momento no futuro (tempo

t +1). As maiores quedas foram observadas no caso dos aspectos mais logísticos do

serviço, compreendendo a confiabilidade e os aspectos mais tangíveis da

experiência de serviço.

Numa pesquisa realizada com todos os alunos de um curso a distância de

uma universidade do sudoeste dos Estados Unidos, pela internet, Ortiz-Rodríguez

(2005) identificou que mais da metade dos estudantes (124 em 200) consideram a

comunicação como um importante fator na educação a distância. Os estudantes

entendem comunicação como uma ação que vai do sistema de comunicação entre

alunos e professores a grupos e fóruns de discussão, passando pelo feedback

recebido.

Chua (2004) realizou pesquisa sobre a qualidade do ensino superior tendo

com base uma escala SERVQUAL e consultando as partes interessadas na

educação, com a seguinte proporção de resultados válidos: alunos (35), pais (27),

professores (10) e empregadores (12). O objetivo foi avaliar como a qualidade da

46

educação é percebida por esses diferentes grupos de clientes, e, em seguida,

classificar essas qualidades percebidas em um quadro Input-Process-Output (IPO).

Os resultados mostraram que, para a maioria das dimensões, os alunos, os pais e

os empregadores esperam mais do que o que eles percebem que a escola poderia

proporcionar. A autora descobriu que todas as dimensões, em geral, os membros do

corpo docente estão satisfeitos em todas as dimensões, exceto para os itens

associados às dimensões tangíveis e garantia. Os alunos deram a maioria das

sugestões de melhorias relativas ao processo do sistema de ensino para alcançar

resultados de qualidade. Algumas das sugestões mencionadas por eles foram:

atenção do professor, fornecer vários serviços de apoio para os alunos, provisão de

uma variedade de serviços de consultoria, participação na elaboração de currículos

e estímulo para a aprendizagem ao longo da vida. Os pais gostariam de ter uma

comunicação aberta. Os empregadores sugeriram melhor relevância do

conhecimento e mais competências transversais integradas nos cursos.

Abdullah (2006) realizou um amplo estudo bibliográfico e posteriormente uma

pesquisa do tipo focus group com estudantes da Malasia para desenvolver e validar

uma nova escala de medição da qualidade do serviço projetado especificamente

para o setor de ensino superior (HEdPERF ) usando as medidas qualitativas e

quantitativas. Num primeiro momento ele identificou seis dimensões mais

significativas para o contexto. No entanto, na percepção dos estudantes a dimensão

acesso (acessibilidade, facilidade de contato, disponibilidade e conveniência) parece

ser mais importante do que as outras dimensões na determinação da qualidade do

serviço por eles recebidos. Essa dimensão sozinha é responsável por 15% da

variação do nível de qualidade de serviço, enquanto as outras dimensões

contribuíram apenas com um adicional de 27,9%. Isto implicou que as outras cinco

dimensões - aspectos não-acadêmicos, aspectos acadêmicos, reputação, questões

de programa e compreensão - não contribuíram significativamente para explicar a

variação na classificação geral.

Mahapatra e Khan (2007) também desenvolveram uma abordagem integrada

para a avaliação sistemática da qualidade do serviço aplicado ao ensino técnico, a

partir da consulta a estudantes (408 respondentes), ex-alunos (250), pais de alunos

(246) e empregadores (120), de diferentes instituições técnicas (privadas e públicas)

em toda a Índia. Utilizou um instrumento de pesquisa conhecido como EduQUAL,

especificamente desenvolvido para consultar as partes interessadas no setor da

47

educação. Os dados foram coletados num questionário com 43 itens, numa escala

Likert de 1 a 7, validado por análise fatorial, seguido pelo método varimax. Como

resultado, o estudo demonstrou necessidades de melhorias em: formação no

estado-da-arte da tecnologia, recursos em métodos globais de aprendizagem,

oportunidades para o campus, formação e colocação no mercado, estreita

supervisão dos trabalhos dos estudantes, experiência nas disciplinas e aulas bem

organizadas e, por fim, boa habilidade de comunicação do pessoal acadêmico.

Sahney, Banwet e Karunes (2006), num estudo conduzido para avaliar a

qualidade dos serviços de educação, na perspectiva do estudante como cliente

externo de institutos de engenharia e negócios, em Dheli, India, analisaram 219

questionários validados e estruturaram um Quadro da Qualidade desenvolvido

através da aplicação das técnicas do Desdobramento da Função Qualidade (QFD),

Modelagem Interpretativa Estrutural (ISM) e Técnicas de Análise de Caminho. A

técnica de QFD foi utilizada para identificar o conjunto de componentes mínimos

característicos do projeto/qualidade que atendam as exigências dos alunos como um

cliente do sistema educacional. Os itens foram, então, identificados e também

confirmados tanto quantitativa como qualitativamente. Os atributos identificados com

potencial para contribuir para a Educação de Qualidade Total, no estudo em análise,

por ordem de importância, são: adequação e relevância dos conteúdos curriculares;

projeto curricular bem definido; curriculum bem planejado e com revisões periódicas;

competência instrucional - experiência e adequação; políticas e procedimentos

claros e específicos; máquinas e aparelhos para avaliação e controle; Uma liderança

eficaz e eficiente; foco no cliente; canais de comunicação bem definidos; arranjo

instrucional - tamanho da classe, infraestrutura e de meios adequados.

Yeo (2008) realizou trabalho para identificar qualidade dos serviços em um

curso de engenharia, em Singapura. Foram considerados os clientes internos

(alunos, seus pais e professores) e os clientes externos (graduados e empresas

empregadoras dos mesmos). As principais dimensões identificadas foram a

receptividade, a empatia e a tangibilidade. Também se observou a importância de

uma relação mais próxima de trabalho com os parceiros da indústria a servir como

uma auditoria na relevância dos currículos e que a qualidade a longo prazo nos

serviços pode ser alcançada através de medidas de curto prazo, como a formação

de pessoal, mais centrado na orientação ao aluno para a tarefa.

48

Num trabalho que buscou identificar os determinantes de qualidade para os

serviços de educação prestados pelas IES na Grécia, a partir de pontos de vista de

265 alunos, Tsinidou, Gerogiannis e Fitsilis (2010) utilizaram metodologia de multi-

critérios para tomada de decisão e o processo analítico hierárquico (AHP). Nas sete

dimensões pesquisadas os atributos mais valorizados foram: habilidades de

comunicação; corretas orientações administrativas; disponibilidade de livros e

periódicos, laboratórios; custo de transporte; classes e laboratórios devidamente

equipados e as perspectivas de carreira.

Douglas e MC Clelland (2008), utilizando o método Técnica do Incidente

Crítico (CIT) relata os resultados de um estudo com 163 alunos de graduação da

Liverpool John Moores University, no Reino Unido. Os resultados deste estudo

indicam que, para os alunos, as principais fontes de insatisfação são os aspectos

tangíveis, capacidade de resposta, comunicação, acesso. O autor utiliza como

referência as variáveis identificadas no SERVQUAL, acrescidas de outras variáveis.

Gruber et al. (2010), investigou como os alunos percebem os serviços que

são oferecidos em uma universidade de educação alemã, utilizando uma nova

ferramenta, não padronizada, para medir 15 dimensões abrangendo a maioria dos

aspectos da vida do aluno. Um total de 374 alunos (estudo piloto realizado em

2005/2006) e 544 alunos (estudo principal 2006/2007) preencheram os

questionários, usando escala Likert de cinco pontos. Ambos os resultados mostram

que a satisfação dos alunos com a sua universidade se baseia em uma relação

relativamente estável pessoa-ambiente. Os alunos estavam particularmente

satisfeitos com a localização da escola e com a atmosfera entre os estudantes. A

insatisfação vinha dos edifícios universitários e da qualidade das salas de aula.

Num estudo que analisa a satisfação dos estudantes do ensino superior, no

Paquistão, BUTT, et al. (2010) pesquisou 350 alunos do ensino público e privado.

Os resultados da análise de regressão revelaram que todos os atributos têm impacto

significativo e positivo sobre a satisfação dos estudantes, embora com diferentes

graus de força. No entanto, a experiência dos professores é o fator mais influente

entre todas as variáveis.

Gallifa e Batallé (2010) apresentam o resultado de pesquisa realizada em um

sistema multi-campus da Espanha abordando a qualidade de serviço e utilizando um

questionário baseado no modelo SERPERF modificado. Com os resultados foi

possível fazer comparações entre as medições de tempos distintos (2002 e 2006) de

49

um mesmo campus e entre campi, identificando o perfil de cada um, o que permitiria

o direcionamento das necessidades de melhorias identificadas. Segundo os autores,

o que se obteve de comum, realizada uma análise fatorial que explica 66% da

variabilidade entre os campi, foi que a melhoria nos resultados dos atributos

associados à dimensão tangíveis aumenta o grau de satisfação na dimensão

empatia.

DeJager e Gbadamosi (2010) desenvolvem uma escala para a medição da

qualidade do serviço no ensino superior e a utilizam na medida de qualidade de

serviço em duas IES na África do Sul. Usando questionários estruturados (escala

Likert de 5 pontos), 391 estudantes escolhidos aleatoriamente responderam a

questões relacionadas a 52 itens de qualidade de serviço no ensino superior,

distribuídos em 13 dimensões. Foi utilizada análise fatorial como uma ferramenta de

redução de dados e foi aplicada rotação Varimax. A matriz de intercorrelação entre

as variáveis de estudo indica uma relação positiva significativa entre a confiança na

gestão, a intenção de sair da universidade e a satisfação geral com a universidade,

demonstrando ser um importante sinal da natureza entrelaçada das variáveis do

estudo. Outro dado interessante é que quanto menor a intenção de deixar a

universidade, maior a confiança na gestão e maior é a satisfação geral com a

universidade. Ficou evidenciado que os alunos vão querer ficar em uma

universidade, onde eles geralmente são felizes e satisfeitos, acredita que a gestão

da universidade vai continuar a trabalhar no seu próprio interesse, daí a confiança

nos gestores.

Alves e Raposo (2010) seguindo a estratégia de modelagem de dois estágios

para definir o modelo estrutural da pesquisa e fazendo regressão com pesos

padronizados, pesquisaram 2687 estudantes portugueses oriundos de universidades

públicas, concluindo que o construto da imagem é o que possui maior influência

sobre os estudantes, representando 86% da sua satisfação.

Senthilkumar e Arulraj (2011) ao proporem desenvolver um novo modelo de

medição da qualidade de serviço no ensino superior na Índia (SQM-IES)

identificaram que os instrumentos de avaliação da qualidade de serviços em

educação superior, mesmo aqueles que são que adaptados, são todos impróprios

pois não consideram as especificidades da do ensino superior. Mesmo assim,

identificaram que a qualidade do serviço educacional é fundamentada na qualidade

50

do corpo docente, em recursos físicos de excelência e na diversidade de disciplinas

à disposição dos alunos.

Calvo-Porral, Lévy-Mangin e Novo-Corti (2013), numa análise baseada em

um instrumento SERVQUAL modificado, buscou a comparação entre a percepção

de 212 alunos sobre a educação oferecida por uma IES pública (77 alunos) e uma

privada (135 alunos), na cidade espanhola de La Coruña. Realizou uma abordagem

de comparação de médias e análises de estrutura de covariância para testar as

diferenças na qualidade percebida entre os diferentes alunos e encontrou que as

dimensões tangibilidade e empatia são as variáveis mais influentes sobre a

percepção da qualidade. Foram selecionados estudantes nos últimos anos de seus

estudos, por possuírem uma percepção mais acurada da instituição e das variáveis

relacionadas com a qualidade de sua educação. Além disso, nos últimos anos, os

alunos têm, geralmente, um ponto de vista mais crítico de sua educação e muitas

vezes têm uma grande preocupação com o seu futuro profissional. A seleção da

amostra foi feita de forma aleatória, com um erro de amostragem aleatória foi de 6,8

por cento.

Sultan e Wong (2013), realizaram um estudo com 19 ex-alunos de uma

universidade australiana buscando entender quais são os antecedentes críticos para

a qualidade de serviços. A pesquisa adotou um método qualitativo exploratório e

empregou a técnica de grupo focal para a coleta de dados e pode identificar que os

antecedentes críticos para a qualidade do serviço percebida são "informação" (na

forma de comunicações de marketing) e “experiência anterior” de estudo e/ou

interação com a instituição. Este estudo encontrou, ainda, três aspectos

fundamentais na avaliação da qualidade de serviço: instalações físicas, aspectos

acadêmicos e aspectos administrativos.

Jain, Sahney e Sinha (2013) com base na revisão da literatura sobre a

qualidade do serviço e utilizando a abordagem hierárquica, propõe um modelo que

inclui duas dimensões primárias: qualidade do programa e qualidade de vida que,

por sua vez são subdivididas. Qualidade do programa é composta por: currículo,

instalações acadêmicas, orientação empresas e da qualidade de entrada. Qualidade

de vida por instalações de apoio, relações interpessoais, atividades não-acadêmicas

e campus.

No Brasil também são desenvolvidos estudos na linha da pesquisa da

qualidade se serviços em educação, Torres (2011) avaliou a percepção da qualidade

51

dos serviços prestados em diferentes segmentos de uma Universidade, sob a ótica

dos vestibulandos e graduandos, utilizando o modelo SERVQUAL adaptado. Na

execução da pesquisa foram aplicados 307 questionários, sendo 156 alunos

universitários e 151 vestibulandos, tratados por análise estatística. Identificou-se a

existência de lacuna na qualidade nos componentes de todas as dimensões da

escala: tangíveis, confiabilidade, presteza, segurança e empatia, uma vez que todos

os quesitos foram avaliados abaixo da zona de tolerância existente. O estudo

demonstrou não haver nenhum índice de superioridade (qualidade superior), ou

seja, nenhuma avaliação superior ao considerado máximo desejado.

Objetivando determinar a qualidade da administração das IES que oferecem

cursos de graduação em Administração em Joinville, SC, Mainardes e Domingues

(2009) realizaram uma pesquisa quantitativa descritiva transversal com alunos

formandos em duas IES em Administração. Aplicou-se um questionário estruturado

não disfarçado, com perguntas fechadas, em 292 formandos. Os atributos de melhor

performance refletem de maneira forte o bom desempenho do corpo de professores

(qualidade do ambiente do curso na IES; imagem da IES na comunidade; qualidade

da IES com relação à inovação; qualidade dos professores e reputação do curso e

da IES). Já os atributos de pior desempenho referem-se, às características, conduta

e ética dos profissionais não docentes ligados às IES (qualidade da IES na solução

de problemas; qualidade do curso comparada ao valor da mensalidade; atitudes dos

funcionários da IES, como amigáveis, úteis, simpatia; ofertas extras de cursos e

atividades pela IES; atendimento de promessas feitas pela IES aos alunos e

cortesia, honestidade, confiança, empatia e segurança dos funcionários da IES).

O trabalho de Martins et al.. (2009) foi realizado com vestibulandos dos

cursos de graduação em Administração de Empresas oferecidos pelas IES na

cidade de Belo Horizonte. Foram trabalhados 397 questionários válidos, em oito

instituições de ensino e teve como objetivo, identificar e analisar os fatores que

influenciam a etapa de avaliação de alternativas pré-compra no processo de decisão

dos prospects por cursos superiores em Administração de Empresas, de Belo

Horizonte. O estudo baseia-se no modelo do Processo de Decisão do Consumidor -

PDC, em que foram agrupados e mapeados sete fatores: qualidade de ensino,

infraestrutura, localização e comodidade, reputação da instituição no mercado,

endosso social, competitividade do egresso no mercado e comodidade de horários.

Os resultados indicam que a qualidade de ensino é o fator mais relevante para os

52

vestibulandos das IES pesquisadas. Os outros foram, por ordem: reputação da

instituição no mercado de trabalho; competitividade do egresso no mercado de

trabalho; comodidade de horários; infraestrutura e localização e comodidade.

Conforme exposto, é importante observar o contexto em que a instituição de

ensino está inserida e considerar o ambiente externo e não só a sala de aula.

Existem muitos outros fatores sendo avaliados pelos clientes quando consomem um

serviço educacional. Daí a complexidade em afirmar se uma IES possui ou não

qualidade (MENDONÇA et al., 2012). No entanto, a preocupação com esse

processo é fundamental e deve ser contínuo, principalmente em IES privadas, pois

uma percepção negativa pode acarretar evasão e descrédito por parte da

comunidade. Todas as oportunidades de contato entre o consumidor de serviços e a

empresa prestadora de serviços, são críticos para se criar e perceber valor pelo

cliente, influenciando definitivamente a sua avaliação da qualidade.

Resumidamente, pode-se apresentar as principais contribuições dos estudos

empíricos, conforme o Quadro 2.

Quadro 2 – Resultados dos estudos empíricos relacionados

Autor(es) Destaques

Brochado (2009) A dimensão mais importante é a acadêmica. Hill (1995) Ao longo do tempo, todos os alunos passaram a ser mais exigentes de

forma geral. Athiyaman (1997) A qualidade percebida influi fortemente sobre o comportamento dos

alunos matriculados. Joseph e Joseph (1997) Os atributos mais importantes são: reputação acadêmica; oportunidades

de carreira; currículo; relação custo/hora; aspectos físicos; localização. Ford, Joseph e Joseph, (1999)

As dimensões mais importantes são: reputação acadêmica; oportunidades e empregabilidade; duração e custos do programa.

O'Neill (2000) As maiores quedas na avaliação da qualidade foram na confiabilidade e nos aspectos mais tangíveis.

Ortiz-Rodríguez (2005) Os atributos mais importantes estão associados à dimensão comunicação Chua (2004) Os atributos mais importantes são: maior atenção dos professores;

melhores serviços de apoio ao aluno; participação na elaboração de currículos e estímulo para a aprendizagem ao longo da vida.

Abdullah (2006) A dimensão mais importante é o acesso (acessibilidade, facilidade de contato, disponibilidade e conveniência)

Mahapatra e Khan (2007)

Os atributos mais importantes são: formação no estado-da-arte da tecnologia; recursos em métodos globais de aprendizagem; oportunidades para o campus; formação e colocação no mercado; estreita supervisão dos trabalhos dos estudantes; experiência dos professores nas disciplinas e aulas bem organizadas; boa habilidade de comunicação do pessoal acadêmico.

Sahney, Banwet e Karunes (2006)

Os atributos mais importantes são: adequação e relevância dos conteúdos curriculares; projeto curricular bem definido; currículo bem

53

planejado e com revisões periódicas; competência instrucional - experiência e adequação; políticas e procedimentos claros e específicos; máquinas e aparelhos para avaliação e controle.

Yeo (2008) As principais dimensões são: receptividade, empatia e tangibilidade. Tsinidou, Gerogiannis e Fitsilis (2010)

Os atributos mais importantes são: habilidades de comunicação; corretas orientações administrativas; disponibilidade de livros e periódicos; laboratórios; custo de transporte; classes e laboratórios devidamente equipados e as perspectivas de carreira.

Douglas e MC Clelland (2008)

As principais fontes de insatisfação são os aspectos tangíveis, capacidade de resposta, comunicação, acesso.

Gruber et al. (2010) Alunos satisfeitos com: localização da escola; atmosfera entre os estudantes. Insatisfeitos com: baixa qualidade dos edifícios universitários e das salas de aula.

Butt, et al. (2010) O atributo mais importante é a experiência dos professores. Alves e Raposo (2010) A dimensão mais importante é a imagem. Senthilkumar e Arulraj (2011)

Os atributos mais importantes são: qualidade do corpo docente; recursos físicos de excelência; diversidade de disciplinas à disposição dos alunos.

Calvo-Porral, Lévy-Mangin e Novo-Corti (2013)

As dimensões mais importantes são: tangibilidade e empatia.

Sultan e Wong (2013) As dimensões mais importantes são: instalações físicas, aspectos acadêmicos e aspectos administrativos.

Mainardes e Domingues (2009)

Atributos de melhor desempenho são os associados à qualidade dos professores e os de piores desempenhos estão associados à ética e reputação.

Martins et al.. (2009) Os atributos mais importantes são: qualidade de ensino; reputação da instituição no mercado de trabalho; competitividade do egresso no mercado de trabalho; comodidade de horários; infraestrutura e localização e comodidade.

Fonte: Elaborado pelo Autor

54

3 METODOLOGIA

Aborda-se neste capítulo, as etapas e procedimentos metodológicos

utilizados para atingir os objetivos propostos no início do documento, demonstrados

através da caracterização da pesquisa, o locus da pesquisa, a definição dos

atributos (ou variáveis), instrumento de pesquisa, população, coleta e tratamento de

dados. O estudo realizado para esta pesquisa caracteriza-se por ser, descritivo,

censitário e com abordagem quantitativa.

3.1 ESQUEMA METODOLÓGICO

O esquema metodológico adotado para alcançar os objetivos da pesquisa é

representado na Figura 9 e mostra as etapas percorridas para alcançar o objetivo

final desse trabalho. A base teórica da investigação contempla a teoria da gestão

dos serviços com ênfase no modelo das lacunas proposto por Parasuraman,

Zeithaml, Berry (1985) e estudos empíricos relevantes presentes na literatura

nacional e internacional.

55

Figura 9 – Esquema metodológico adotado

Fonte: Elaborado pelo Autor

Após a revisão da literatura sobre serviços e sobre qualidade do ensino

superior, identificou-se um conjunto de atributos utilizados em pesquisas empíricas

nacionais e internacionais sobre o tema, que foram submetidos a uma análise

preliminar. Foi elaborada uma relação de atributos e apresentada aos principais

envolvidos em educação na IES foco da pesquisa, com a finalidade de avaliação,

ampliação e redução de atributos, através de uma entrevista semiestruturada. A

contribuição dessa etapa foi uma evolução da definição dos atributos, pois, através

de um questionário respondido pelos próprios envolvidos no processo, obteve-se um

resultado de alto valor agregado que permitiu a seleção inicial dos atributos a serem

56

trabalhados, a partir de uma classificação em função do grau de representatividade

atribuído por eles mesmo, para cada atributo.

Definidos os atributos, os questionários foram organizados em três módulos

sendo um para importância (expectativa), outro para o desempenho percebido pelo

aluno e outro para pesquisa sociodemográfica. A mensuração das variáveis se deu

em uma escala Likert de 11 pontos. Foi aplicada uma pesquisa piloto para validação

final do instrumento de pesquisa. A pesquisa para a coleta dos dados foi aplicada

em cinco momentos distintos e intercalados ao longo de doze meses, caracterizando

um estudo longitudinal, com um mesmo grupo de alunos da modalidade ora em

estudo e que foram matriculados na 1ª série dos cursos no primeiro semestre de

2013.

Conforme Zeithaml, citada por Hill (1995, p.12), "Saber o que os clientes

esperam é o primeiro, e possivelmente mais crítico, passo no fornecimento de

qualidade de serviço”. Portanto, quantificar a importância de um atributo, é

estabelecer um padrão para a medida da expectativa. Da mesma forma, foram

quantificadas as percepções sobre o serviço recebido (desempenho). De posse

destas informações, foram feitos tratamentos estatísticos, classificações de

importância por rankeamento, médias e testes estatísticos com software específico.

Posteriormente, foram elaboradas matrizes de oportunidades em cada momento e

uma do conjunto dos momentos.

Por fim, foram analisadas as implicações gerenciais dos resultados obtidos,

comparados os achados da pesquisa com os achados da literatura previamente

pesquisada e feita a conclusão do presente trabalho.

3.1.1 Abordagem Longitudinal

Optou-se pela aplicação de pesquisa longitudinal em função de possíveis

variações na qualidade da prestação de serviços, conforme observado por Hill

(1995) que, em estudo aplicado em instituições de ensino da Inglaterra, destaca ser

importante para os gestores educacionais a reunião de informações sobre as

expectativas dos alunos antes e durante a experiência educacional e a necessidade

de gerenciar as mudanças nas expectativas, de modo que o serviço educacional

possa ser melhor e mais rapidamente posicionado para atendê-las com qualidade.

57

Baseou-se também nesse argumento, o trabalho de O'Neill (2000), quando afirma

que a qualidade dos serviços varia ao longo do tempo, na perspectiva de avaliação

dos estudantes, sendo necessárias verificações periódicas para ajuste na gestão do

processo.

Em pesquisa longitudinal desenvolvida por sete anos, num contexto

competitivo das atividades relacionadas à educação superior, Vauterin (2011),

reforça que as pesquisas longitudinais caracterizam uma atividade permanente de

observação da prestação de serviço ao cliente e que, através do envolvimento

contínuo ao longo de um período determinado, permite aos pesquisadores obter

informações valiosas e um bom nível de compreensão de processos e os desafios

da prestação de serviços em análise. As prestações de serviços de longo termo

possuem características próprias, uma vez que o contexto e atores envolvidos na

prestação de um serviço estão permanentemente submetidos a diversas forças que

podem provocar mudanças nas suas percepções e alterações nas formas de

prestação do serviço pesquisado (YEO, 2008).

Quanto à duração de um estudo longitudinal, Saldaña (2003) aponta que o

contexto da pesquisa é definidor do tempo necessário para caracterizar se uma

pesquisa é ou não longitudinal. Mesmo as obras específicas da área metodológica

não são conclusivas quanto a esse tempo, reforçando que é impossível estipular um

prazo sem levar em consideração as possíveis mudanças que se deseja analisar.

No entanto, no contexto educacional, o autor vaticina que se fosse forçado a

especificar uma duração mínima de trabalho de campo para uma pesquisa

qualitativa ser considerada um estudo longitudinal, diria ser de, no mínimo, nove

meses (SALDAÑA, 2003).

A pesquisa foi aplicada com alunos de um mesmo grupo, em cinco momentos

diferentes, gerando medições, avaliações e comparações, sendo possível a

elaboração de resultados, gráficos e tabelas que geraram conclusões e

recomendações.

58

3.2 LOCUS DA PESQUISA

A presente pesquisa foi aplicada junto aos alunos de uma IES situada no

nordeste do Brasil que iniciou, em 2012, uma nova modalidade de oferta de ensino

que associa o ensino a distância com momentos presenciais, em uma única

matrícula. Com base em uma consulta prévia com o público potencial de adultos

trabalhadores, a instituição formatou uma nova modalidade que possui

características conforme as preferencias e limitações identificadas. O formato final,

em linhas gerais, possui aulas noturnas, algumas disciplinas totalmente à distância e

outras num formato misto, onde há somente dois encontros semanais obrigatórios

para discussões e troca de experiências em sala de aula, com complementação de

atividades realizadas em ambiente virtual de aprendizagem. As avaliações são,

predominantemente, presenciais, como preconiza a legislação para qualquer tipo de

curso a distância.

Os alunos selecionados pertencem a cinco cursos de graduação sendo dois

bacharelados, administração e ciências contábeis, e três tecnólogos, marketing,

gestão comercial e recursos humanos. Todos os pesquisados iniciaram os cursos na

primeira série do curso, no primeiro semestre de 2013.

3.3 DEFINIÇÃO DOS ATRIBUTOS

Com base nos estudos empíricos sobre a qualidade dos serviços em IES e

referências teóricas disponibilizadas em bases de dados, foram identificados os

atributos já utilizados em estudos empíricos sobre qualidade na prestação de

serviços, tendo como foco os serviços educacionais.

Foram compilados, ao todo, 807 atributos recolhidos de 25 documentos,

nacionais e internacionais, entre artigos, teses e dissertações utilizados nesta

pesquisa que estão, relacionados no Quadro 3. Deles se extraiu os atributos que

posteriormente foram filtrados, agrupados, analisados e avaliados. Até este primeiro

momento, os atributos estão isentos de qualquer análise qualitativa por parte do

pesquisador.

59

Quadro 3 – Estudos consultados para definição dos atributos

Or-dem

Autor Ano Título Qtdd de

atrib. nos títulos

1 MARTINS, J. M. D.; TEIXEIRA, L. A. A.; SILVA, J. T. M.

2009 Marketing educacional: uma análise de atributos e posicionamento de instituições de ensino superior

30

2 MAINARDES, E. W.; DOMINGUES, M. J. C. S.

2009 Avaliação da qualidade nos serviços educacionais das instituições de ensino superior em joinville, sc

63

3 EBERLE, L. 2009 Identificação das dimensões da qualidade em serviços: um estudo aplicado em uma ies de caxias do sul

49

4 BROCHADO, A. 2009 Comparing alternative instruments to measure service quality in higher education - hedperf

41

5 BROCHADO, A. 2009 Comparing alternative instruments to measure service quality in higher education servperf and servqual - perceptions

22

6 BROCHADO, A. 2009 Comparing alternative instruments to measure service quality in higher education - servqual – expectations section

22

7 LÓPEZ, I. G.; COBO, I. L.

2010 Validación y propuesta de un modelo de indicadores de evaluación de la calidad en el la universidad

20

8 EBERLE, L.; MILAN, G. S.; LAZZARI, F. 2010

Identificação das dimensões da qualidade em serviços: um estudo aplicado em uma instituição de ensino superior

40

9 MAINARDES, E. W.; DOMINGUES, M. J.

2010

A qualidade da administração das instituições de ensino superior: um estudo multicaso em instituições privadas que oferecem cursos de graduação em administração em joinville, sc

17

10 TSINIDOU, M.; GEROGIANNIS, V.; FITSILIS, P.

2010 Evaluation of the factors that determine quality in highereducation: an empirical study

40

11

SPANHOL, C. P.; NETO, L. F. F.; DE OLIVEIRA LIMA-FILHO, D.

2010 Qualidade dos serviços educacionais: o caso de uma instituição de ensino superior privada

20

12 XAVIER, R. N. 2010 Avaliação da qualidade dos serviços de uma instituição de ensino superior utilizando a aplicação do modelo adaptado de mensuração dos 5 gap’s

18

13 CHAGAS, L. R.; COSTA, H. G.; SANT'ANNA, A. P.

2011 Adaptação ao modelo hedperf para o mapeamento da percepção dos discentes de uma escola de idiomas

40

14 TORRES, R. D. 2011 A qualidade dos serviços prestados por uma instituição de ensino superior federal na visão dos vestibulandos e universitários

22

15 FIEDLER, L. 2012 O impacto da qualidade percebida e da autocongruência com a marca na lealdade dos alunos de instituições de ensino superior

22

60

16 PINHEIRO, C. S. M. 2012

A qualidade dos serviços educacionais na percepção dos estudantes: análise comparativa entre ies pública e ies privada no estado do rio grande do norte

29

17 MEDEIROS JUNIOR, N. M. R.

2012 Qualidade em serviço: um estudo da qualidade dos serviços de ensino ao longo de um curso de administração de uma ies de natal

53

18 LIMA, M. V. A. et al. 2012 Fatores críticos de sucesso na educação superior brasileira

42

19 DALMARCO, G et al. 2012

Inserção internacional de universidades e valor percebido: uma análise em três instituições de ensino superior

34

20 ALCÂNTARA, V. A. et al. 2012

Dimensões e determinantes da satisfação de alunos em uma instituição de ensino superior

19

21 JAIN, R.; SAHNEY, S.; SINHA, G.

2013 Developing a scale to measure students’ perception of service quality in the indian context

39

22 POFFO, G. P.; MARINHO, S. V.

2013 Qualidade na percepção discente do curso de administração

41

23

MARTÍNEZ-ARGÜELLES, M. J.; CALLEJO, M. B.; FARRERO, J. M. C.

2013 Las dimensiones de la calidad del servicio percibida en entornos virtuales de formación superior 24

24 ANTUNES, B. L. 2013 Desenvolvimento de uma escala de avaliação de atributos importantes para a escolha da instituição de ensino superior presencial no distrito federal

40

25 IS’HAQ, M. M.; MUSA, S. I.; BELLO, T. H.

2013 Quality of property management service in public educational buildings in nigeria

20

Fonte: Elaborado pelo Autor

Pela dimensão que possuem os estudos na área de qualidade em serviços

educacionais, não se teve a pretensão de esgotar o tema, mas, primou-se na

seleção dos documentos em função da atualidade do material, privilegiando

documentos publicados ou produzidos posteriormente ao ano de 2009.

Foi realizada uma análise dos atributos encontrados nos documentos

pesquisados para localizar as duplicidades e semelhanças, buscando a aglutinação

daqueles termos que poderiam ser condensados sem prejuízo ao atendimento de

todos os fatores a serem pesquisados. Como exemplo, em alguns trabalhos

consultados encontrou-se atributos da seguinte forma: “Ter professores com

experiência de mercado nas áreas que ensinam” (MARTINS et al. 2009); “O domínio

teórico e prático do conteúdo por parte do professor” (MEDEIROS JUNIOR 2012);

“Experiência prática dos professores sobre o conteúdo ministrado” (ALCÂNTARA et

61

al. 2012). Todos são atributos relacionados à utilização de conhecimentos práticos

que o professor possui e os aplica em sala, enriquecendo os conteúdos teóricos.

Esses atributos foram reunidos e, no presente trabalho, essa definição foi nomeada

de Conhecimento prático do professor. Percebe-se que nos estudos empíricos

consultados e que utilizavam esses termos, pretendeu-se abordar a mesma

característica, mas com palavras diferentes.

A frequência com que os atributos aparecem nos documentos consultados

está registrada na Quadro 4. Esse resultado atesta a importância dos atributos

selecionados, mas não o torna a única referência para definição final destes. Alguns

atributos, mesmo com baixa frequência na literatura consultada, destacaram-se

posteriormente quando foram realizadas entrevistas estruturadas com um grupo

focal. É o caso do atributo Disponibilidade de reprografia, por exemplo, que tem

baixa frequência nas pesquisas empíricas realizadas, mas que acabou inserido no

instrumento de pesquisa, pois não foi descartado nas entrevistas prévias para

validação dos atributos. Ou quando surgiu outro atributo que não havia sido

considerado anteriormente pela sua baixa frequência. É o caso do estágio, no que

se refere à capacidade da IES de gerar emprego e estágio.

Quadro 4 - Frequência de registro dos atributos selecionados na literatura consultada

Ord. Atributo Frequência

1 Reputação e credibilidade da instituição. 78

2 Estimulo e motivação oferecidos pelo professor ao aluno para a aprendizagem.

65

3 Didática dos professores. 62

4 Atenção, cordialidade e presteza do pessoal administrativo. 58

5 Horário e dias em que os encontros presenciais acontecem. 39

6 Cumprimento de prazos administrativos e acadêmicos. 35

7 Facilidade de acesso e relacionamento como os professores 33 8 Facilidade de acesso e relacionamento com a coordenação do

curso. 30

9 Conexão entre o currículo do curso e o que o mercado de trabalho exige do profissional.

29

10 Conforto ambiental da sala de aula (climatização, acústica, iluminação, espaço).

26

11 Pontualidade dos professores. 26 12 Qualidade do material didático disponibilizado virtualmente. 19 13 Disponibilidade de uma ouvidoria como canal para expor as suas

opiniões. 18

62

14 Conhecimento prático dos professores. 16 15 Recursos multimídia disponíveis em salas de aula equipadas

(projetor, computador, TV, som, ...) 15

16 Limpeza e manutenção das salas de aulas, banheiros, corredores e outros espaços

13

17 Titulação e capacitação dos professores. 12 18 Acesso à internet através de rede sem fio (wi-fi). 12 19 Ambiente Virtual de Aprendizagem de fácil utilização e interação. 11 20 Disponibilidade de vagas no estacionamento do campus e/ou no seu

entorno 11

21 Realização de eventos extra sala de aula, promovidos pelo curso ou pela instituição.

11

22 Disponibilidade e qualidade do acervo bibliográfico (quantidade e qualidade).

10

23 Serviços administrativos disponibilizados aos alunos através do Portal Virtual (acesso a documentos, resultados de notas, planos de ensino, serviços da biblioteca, requerimentos, ...)

10

24 Disponibilidade de serviços de alimentação (cantinas e lanchonetes) 9 25 Disponibilidade de laboratórios de informática equipados e

modernos 8

26 Participação em atividades de pesquisa científica ou extensão universitária durante a realização do curso.

8

27 Segurança nas instalações, inclusive no entorno da instituição. 8 28 Possibilidade de realização de parte do curso de graduação ou de

outras atividades acadêmicas em instituições internacionais da Rede Laureate.

7

29 Acesso à instituição mediante transporte coletivo 7 30 Relação custo/benefício entre os os valores pagos e os serviços

obtidos 6

31 Disponibilidade de um serviço institucional para intermediação de oportunidades de estágios e/ou empregos NO MERCADO DE TRABALHO

5

32 Disponibilidade e conforto das bancadas em salas de aula adequadas ao uso de notebooks ou similares.

4

33 Disponibilidade e qualidade dos serviços de reprografia (fotocópias e encadernações, ...)

3

Fonte: Elaborado pelo Autor

A primeira estruturação dos atributos, gerou uma lista com 40 itens que serviu

de base para a entrevista semi-estruturada realizada com os principais atores

envolvidos na modalidade de ensino pesquisada. Após a análise do grau de

representatividade desses atributos, resultou em uma lista com os 33 finais e a sua

ressonância nos trabalhos empíricos está registrada no Quadro 3. Dos 807 atributos,

63

alguns não se aplicavam ou possuíam alguma vinculação à presente pesquisa e, por

isso, não foram relacionados.

3.4 ENTREVISTAS SEMIESTRUTURADAS

A composição final do conjunto de atributos utilizados nesta pesquisa

obedece a critérios de completude, especificidade e presença em trabalhos

empíricos relevantes, além de ter sido submetida a entrevistas com grupo de

representativo de profissionais envolvidos com a modalidade ofertada e, por fim,

validada por um pré-teste no ambiente da pesquisa.

Para validar os atributos inicialmente identificados e selecionados com base

nos estudos empíricos selecionados, foi elaborado um roteiro para uma pesquisa

semiestruturada sobre qualidade em serviços de ensino de nível superior com o

objetivo de identificar o grau de relevância dos atributos e validar a definição de cada

um dos atributos a serem utilizados na pesquisa. Essa entrevista foi direcionada aos

principais envolvidos no processo em que a prestação de serviço acontece:

docentes, discentes, membros do staff e componentes do Núcleo Docente

Estruturante (NDE), num total de quarenta entrevistas. O roteiro utilizado pode ser

encontrado nos apêndices deste trabalho.

Quantitativamente, as entrevistas foram distribuídas com 15 alunos da

modalidade pesquisada, 10 professores da modalidade, 5 membros do NDE, um

diretor da Escola de Negócios e outros 9 professores da instituição. Ao serem

inteirados do objetivo da pesquisa, houve um momento de livre conversação dentro

do tema proposto, permitindo-se a indicação de atributos que considerassem

essenciais, além dos previamente relacionados no instrumento de pesquisa, e

abordando a clareza e o nexo do atributo com o objetivo da pesquisa.

Posteriormente, foi solicitado que atribuíssem graus de importância para 40 atributos

preliminarmente selecionados para a entrevista. Os graus de importância variavam

entre Muito representativo (3); Representativo (2); Pouco Representativo (1); Sem

representatividade (0). O tratamento desses dados gerou a Tabela 2, que apresenta

o grau de importância de cada atributo, considerando o grupo entrevistado.

64

Tabela 2: Resultado da entrevista para identificação do grau de representatividade de atributos pré-selecionados

ORDEM ORIGINAL ATRIBUTOS

GRAU DE REPRESENTATIVIDADE

3 2 1 0 Argumento

1 Professor com capacidade de associar teoria à prática 31 8 1 0 110 3 Professor sabe transmitir conhecimento 32 6 2 0 110 12 Atualidade e quantidade do acervo 30 10 0 0 110 25 Segurança (inclusive no entorno) 30 10 0 0 110 6 Conexão com o mercado de trabalho 30 9 1 0 109 30 Segurança no local 29 11 0 0 109 27 Segurança no estacionamento 28 10 2 0 106 7 Potencial de empregabilidade 27 11 2 0 105 8 Currículo do curso atualizado 26 13 1 0 105 33 Recursos multimídia das salas de aula 26 13 1 0 105

13 Qualidade da Rede WI-FI (Disponibilid., estabilidade e velocidade)

26 12 2 0 104

19 Agilidade nos serviços da secretaria 25 14 1 0 104 22 Iluminação (exceto sala de aula) 25 14 1 0 104 31 Conforto ambiental térmico das salas de aula 24 16 0 0 104 18 Cumprimento dos prazos 25 13 2 0 103 28 Acessibilidade ao estacionamento 23 17 0 0 103 29 Acessibilidade por transporte público 24 15 1 0 103 32 Luminosidade das salas de aula 23 17 0 0 103 34 Carteiras das salas de aula 24 15 1 0 103 11 Qualidade das instalações 23 14 3 0 100 20 Cortesia nos serviços da secretaria 22 16 2 0 100 10 Relacionamento ao coordenador do curso 21 17 2 0 99 2 Bom relacionamento com alunos 20 18 2 0 98 9 Acessibilidade ao coordenador do curso 19 20 1 0 98 4 Cumprimento dos prazos administrativos 19 19 2 0 97 15 Interatividade do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) 18 21 1 0 97 14 Serviços disponibilizados pelo Portal Virtual. 17 22 1 0 96 23 Banheiros 18 21 0 1 96 26 Quantidade de vagas no estacionamento 21 14 5 0 96 40 A IES gera oportunidade de emprego 19 17 4 0 95 24 Escadas/Elevadores/Rampas 18 18 4 0 94 17 Quantidade de materiais no AVA 15 20 7 0 92

39 Possibilidade de participação em projetos de pesquisa e extensão durante o curso

13 23 4 0 89

5 Titulação dos professores 14 18 8 0 86 35 Praça de alimentação 10 25 5 0 85 16 E-Mail 9 26 5 0 84 36 Serviços de cópias e encadernações 8 24 8 0 80 38 Internacionalidade da IES 9 21 8 1 77 21 Fila (existência de) para atendimento 6 23 8 3 72 37 Existência de livraria 7 17 15 1 70

Fonte: Elaborado pelo Autor

65

Não foi objetivo destas entrevistas qualificar os atributos. No entanto, a

classificação resultante serviu de orientação para priorização, aglutinação e

exclusão em fases posteriores de refinamento dos atributos a serem escolhidos. A

exclusão dos dois últimos itens - Fila (existência de) para atendimento e Existência

de livraria, na relação dos atributos finais, se deu pela sua baixa representatividade

relativa. Os demais ainda foram submetidos a análises de compreensão,

semelhanças e familiaridade.

Por fim, o instrumento de pesquisa composto por 35 atributos foi submetido a

um pré-teste com 30 alunos da modalidade de ensino em foco, porém pertencentes

a uma série diferente da que foi objeto do presente estudo. Esse teste-piloto

identificou a necessidade de ajustes no questionário de informações

sociodemográficas, sendo a mais significativa, a inclusão de uma pergunta quanto

ao período em que o discente havia sido matriculado, visando garantir que somente

discentes matriculados no primeiro semestre de 2013 estivessem na pesquisa. As

justificativas para esse recorte na amostra a ser pesquisada serão detalhadas no

item que trata da definição da amostra. As respostas ao teste-piloto, que não foram

tabuladas por não interessar ao presente escopo, visaram perceber a capacidade de

compreensão dos questionários pelos discentes, não tendo gerado nenhum outro

fato relevante e que se deva registrar.

É necessário que todos os atributos possuam uma definição clara do seu

escopo e propósitos dentro da pesquisa. O Quadro 5 relaciona os 33 atributos

utilizados na pesquisa, apresentando-os na forma como são utilizados nos

questionários (ATRIBUTOS). Simplificadamente, eles foram grafados de forma

abreviada, para utilização ao longo do trabalho, na apresentação de resultados das

pesquisas e tabulações (ATRIBUTO ABREVIADO). E para que não houvesse

dúvidas quanto ao que se pretendeu consultar com o atributo utilizado, a última

coluna apresenta as suas definições (DEFINIÇÃO).

Quadro 5 - Definição dos atributos

Ord. Atributos (como figuram no instrumento de pesquisa)

Atributo Abreviado Definição

1 Conhecimento prático dos professores

ExpPráticaProf

O domínio teórico e prático do conteúdo por parte do professor, estabelecendo um equilíbrio entre eles.

66

2 Didática dos professores DidáticaProf

Capacidade do professor em tornar compreensíveis conteúdos teóricos, associados à prática, diversificando a metodologia utilizada na exposição do conteúdo.

3 Pontualidade dos professores

PontualidProf

Pontualidade a assiduidade dos professores e respeito ao calendário acadêmico estabelecido.

4

Estimulo e motivação oferecidos pelo professor ao aluno para a aprendizagem

MotivPeloProf

Interesse na compreensão e resolução de dúvidas das atividades didáticas e habilidade em despertar interesse pelos assuntos abordados.

5 Titulação e capacitação dos professores

Capacitprof

Professores com formação adequada à disciplina ministrada.

6 Ambiente Virtual de Aprendizagem de fácil utilização e interação

AmbVirtual

A plataforma utilizada para disponibilizar o material de ensino virtual e para interação com professores e colegas em fóruns, é amigável e de fácil utilização.

7 Disponibilidade e qualidade do acervo bibliográfico (quantidade e qualidade)

QualidAcervo

Biblioteca com ambiente e acervo bibliográfico apropriado para estudo.

8 Qualidade do material didático disponibilizado virtualmente

QualidMatDid

Materiais didáticos baseados em referências bibliográficas com credibilidade, de fácil compreensão, adequado à proposta do curso e sem erros.

9 Facilidade de acesso e relacionamento como os professores

AcessibProf

Bom relacionamento e acessibilidade dos alunos ao professor

10 Horário e dias em que os encontros presenciais acontecem

Horários

Compreender e atender às expectativas quanto ao horário adequado das aulas.

11

Conexão entre o currículo do curso e o que o mercado de trabalho exige do profissional

CurrícAlinhMerc

As disciplinas refletem as necessidades que o mercado apresenta e, consequentemente, o mercado reconhece o curso como de validade para as suas necessidades.

12 Facilidade de acesso e relacionamento com a coordenação do curso

AcessibCoord

Facilidade de acesso, resolução de pendências e esclarecimento de dúvidas junto à coordenação do curso, ao mesmo tempo em que é possível perceber o interesse pela melhoria do relacionamento.

13 Acesso à internet através de rede sem fio (Wi-Fi)

AcessoWifi

Disponibilidade de acesso à internet com segurança para desenvolvimento de pesquisas e das atividades virtuais.

14

Serviços administrativos disponibilizados aos alunos através do Portal Virtual (acesso a documentos,

ServPortalVirtual

Homepages claras e atraentes que proporcionam suporte acadêmico e administrativo, tais como: acesso a documentos, cadastros, resultados

67

resultados de notas, planos de ensino, serviços da biblioteca, requerimentos)

de notas, planos e material de ensino, inscrição em disciplinas, serviços da biblioteca, requerimentos.

15 Cumprimento de prazos administrativos e acadêmicos

CumprimPrazos

Pontualidade na entrega dos serviços acadêmicos ou administrativos solicitados, conforme previsão de entrega estabelecida.

16

Recursos multimídia disponíveis em salas de aula equipadas (projetor, computador, tv, som, ...)

RecursMultim

As salas são devidamente equipadas com recursos multimídia e em pleno funcionamento.

17

Disponibilidade e conforto das bancadas em salas de aula adequadas ao uso de notebooks ou similares.

ConfortBancadas

As carteiras utilizadas nas salas de aula são adequadas para a finalidade que se prestam

18

Conforto ambiental da sala de aula (climatização, acústica, iluminação, espaço)

ConfortoAmbSalas

Qualidade da estrutura física da sala de aula com instalações físicas adequadas, confortáveis e agradáveis.

19

Limpeza e manutenção das salas de aulas, banheiros, corredores e outros espaços.

Limpeza

Limpeza e manutenção das salas de aulas, banheiros e corredores.

20 Disponibilidade de laboratórios de informática equipados e modernos

LabInformática

Os laboratórios existentes na instituição possuem equipamentos adequados e existem em quantidade que permitam a disponibilização quando necessários.

21 Disponibilidade de vagas no estacionamento do campus e/ou no seu entorno

DisponibEstacion

Disponibilidade de vagas no estacionamento do campus e/ou no seu entorno.

22 Segurança nas instalações, inclusive no entorno da instituição.

Segurança

Os alunos se sentirem seguros dentro e nas imediações da instituição.

23 Acesso à instituição mediante transporte coletivo

AcessibTranspColet

A localização da instituição permite um fácil acesso por transporte coletivo de qualquer ponto da cidade.

24 Atenção, cordialidade e presteza do pessoal administrativo.

CordialSecret

Receptividade, cordialidade, empenho e pronto atendimento dos funcionários administrativos em atender às demandas dos alunos.

25 Relação custo/benefício entre os valores pagos e os serviços obtidos

RelCustBenef

Valores pagos e formas de pagamento da mensalidade cobrada, para obtenção do serviço desejado.

26 Disponibilidade de uma ouvidoria como canal para expor as suas opiniões

Ouvidoria

Interesse e valorização das opiniões dos alunos por parte da instituição.

27 Realização de eventos extra sala de aula

EventosExtraSala

Promoção de palestras, seminários ou visitas técnicas promovidas pela

68

promovidos pelo curso ou pela instituição.

instituição direcionadas aos alunos.

28

Participação em atividades de pesquisa científica ou extensão universitária durante a realização do curso.

PartPesqeExt

Participação em atividades de pesquisa científica ou extensão universitária durante a realização do curso.

29 Reputação e credibilidade da instituição.

ReputaçãoInstit

Visibilidade e reconhecimento da instituição de ensino e do curso escolhido perante sociedade.

30 Disponibilidade de serviços de alimentação (cantinas e lanchonetes).

ServiçoAlim

Qualidade do atendimento e dos serviços das lanchonetes e em quantidade suficiente para os alunos.

31

Disponibilidade de um serviço institucional para intermediação de oportunidades de estágios e/ou empregos NO MERCADO DE TRABALHO.

OfertEstagEmpr

Através de mecanismos próprios, a universidade interage com a sociedade oferecendo vagas disponíveis no mercado e cadastrando currículos de interessados em empregos e estágios.

32

Disponibilidade e qualidade dos serviços de reprografia (fotocópias e encadernações)

ServiçoReprogr

Serviços terceirizados de reprografia e encadernações disponíveis aos alunos no ambiente da instituição.

33

Possibilidade de realização de parte do curso de graduação ou de outras atividades acadêmicas em instituições internacionais da Rede Laureate.

CursoNoExt

A possibilidade e facilidades oferecidas pela instituição aos alunos da graduação de cursar disciplinas do curso no exterior, em instituições vinculadas à Rede Laureate.

34 Avaliação da modalidade de ensino. AvalModalid

Avaliação geral da qualidade dos serviços prestados aos alunos da modalidade em estudo..

35 Avaliação da instituição de ensino como um todo. Avalglobal

Avaliação geral da qualidade dos serviços prestados aos alunos da Instituição.

Fonte: Elaborado pelo Autor

3.5 INSTRUMENTOS DE PESQUISA

Finalizado o processo de validação e consolidação tanto dos atributos que

avaliam os serviços educacionais, quanto dos fatores sociodemográficos, a serem

utilizados na pesquisa, desenvolveu-se um questionário estruturado, constituído por

três módulos. O primeiro módulo refere-se identificação dos dados

sóciodemográficos e visou obter informações voltadas à caracterização do perfil dos

69

respondentes, tais como: sexo, faixa etária, nível de escolaridade, renda familiar,

emprego atual, meio de transporta à IES, local de residência e quais foram os

motivos para ter escolhido a IES e a modalidade de ensino na qual se matriculou.

Os outros dois módulos foram estruturados especificamente para aferir a

qualidade do serviço prestado. Com base no modelo dos gaps (PARASURAMAN,

ZEITHAML, BERRY, 1985), as duas informações essenciais para o desenvolvimento

desse modelo são a importância e o desempenho conferidos a determinados

atributos ou fatores que, postos em comparação, gerarão um terceiro elemento

derivado da desconfirmação dessa relação, denominada lacuna (gap) da qualidade.

Os módulos 2 e 3 foram estruturados conforme os atributos selecionados para a

presente pesquisa, citados no Quadro 5, adotando-se uma escala Likert de 11

pontos para as respostas.

O módulo 2 foi utilizado para apreender as expectativas dos alunos com base

na importância conferida a cada atributo, pois segundo Zeitahaml e Bitner (2003), a

importância é uma medida da expectativa. Nele consultou-se sobre a “percepção de

importância em relação a um conjunto de atributos dos serviços ofertados”

contemplando em seus extremos 0 para não importante e 10 para muito importante,

conforme Quadro 6.

Quadro 6 – Questionário 2 – Percepção da importância

QUESTIONÁRIO 2 RESPONDA A IMPORTÂNCIA QUE O ATRIBUTO TEM PARA VOCÊ.

Neste questionário, pergunta-se sobre a sua percepção de importância em relação a um conjunto de atributos dos serviços ofertados por Instituições de Ensino Superior. O respondente marcará uma

nota, numa escala de zero a dez, para indicar o grau de IMPORTÂNCIA de cada um dos atributos. O valor 0 (ZERO) significa que o atributo não tem importância para você, ao passo que o valor 10 (DEZ)

indica importância máxima para o atributo. Numa escala de 0 (zero) a 10 (dez), considerando os serviços relacionados a uma UNIVERSIDADE,

qual a IMPORTÂNCIA que você atribui à (ao):

1) Conhecimento prático dos professores.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

Fonte: Elaborado pelo Autor

O módulo 3, foi estruturado com as mesmas questões do módulo anterior

porém com uma escala de desempenho que conduz o respondente a responder

70

quanto à sua percepção do desempenho do serviço oferecido em uma escala

variando de 0 para péssimo e 10 para excelente, conforme Quadro 7.

Quadro 7 – Questionário 3 – Percepção do desempenho

QUESTIONÁRIO 3 AVALIE O DESEMPENHO DE SUA UNIVERSIDADE EM CADA ATR IBUTO.

Neste questionário, pergunta-se sobre a sua percepção do desempenho do serviço oferecido pela UNIVERSIDADE na qual você está matriculado (a) no que se refere a cada um dos atributos enumerados. O respondente marcará uma nota, numa escala de zero a dez, para indicar o DESEMPENHO da universidade em cada um dos atributos. O valor 0 (ZERO) indica que a

universidade que você frequenta apresenta um péssimo desempenho para o atributo analisado, ao passo que o valor 10 (DEZ) indica um excelente desempenho.

Numa escala de zero a dez, como você avalia o DESEMPENHO da sua UNIVERSIDADE em relação à (ao):

1) Conhecimento prático dos professores

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D E S E M P E N H O

péssimo ruim médio bom excelente Fonte: Elaborado pelo Autor

Foi acrescido ao questionário 3, outras duas perguntas: a de número 34

relacionada à avaliação geral da modalidade em estudo e a de número 35,

abordando a avaliação geral da instituição.

3.6 POPULAÇÃO

A pesquisa foi aplicada a alunos de cinco turmas, de cinco cursos diferentes,

totalizando 267 alunos, que entraram na instituição no primeiro semestre de 2013.

Foram alunos ingressantes na primeira série da modalidade mista de educação a

distância e presencial, objeto desta pesquisa. Esses mesmos alunos foram

pesquisados ao longo dos doze meses, nos cinco momentos relatados no Quadro 5.

A amplitude do estudo é censitária, uma vez que a população e amostra

representam o mesmo conjunto nos dias em que se aplicaram a pesquisa.

No caso da presente pesquisa, para conhecer as expectativas do aluno,

optou-se por investigar as turmas da primeira série, para conseguir captar a

71

expectativa antes que a prestação do serviço pudesse mascarar as opiniões

originais dos alunos. Um consumidor pode estar influenciado antes de receber os

serviços de um fornecedor (ZEITHAML; BERRY; PARASURAMAN, 1993), portanto,

para efeito de pesquisa expectativa-percepção, quanto antes o consumidor for

consultado para conhecer suas expectativas primárias, melhor.

3.7 COLETA DE DADOS

A coleta de dados foi realizada nas salas de aula, mediante

autopreenchimento de um questionário estruturado contendo três módulos (perfil

sociodemográfico, importância e percepções), dentro do horário das aulas e após

solicitada a permissão do professor. O próprio pesquisador explicou os objetivos da

pesquisa, a importância da atitude responsável e madura no momento da resposta,

os tipos de questões e questionários utilizados. Em todos os cinco momentos de

coleta de dados, obteve-se cooperação do professor da disciplina nos momentos de

distribuição e na verificação da integridade das respostas e recolhimento dos

questionários.

O período da coleta de dados foi de maio de 2013 a maio de 2014,

compreendendo 12 meses. A data das pesquisas e a quantidade efetivamente

pesquisada em todos os momentos de pesquisas estão demonstradas no Quadro 8.

Quadro 8 - Quantidade de alunos respondentes, por evento de pesquisa.

DATA Quantidade de pesquisas válidas

13/05/2013 241

02/09/2013 198

25/11/2013 204

10/03/2014 207

05/05/2014 205

Fonte: Elaborado pelo Autor

72

A data da realização das pesquisas respeitou a distribuição dos cinco

momentos nos três semestres disponíveis para a realização da pesquisa, conforme

calendário estabelecido pelo Programa de Pós-Graduação em Administração,

mantendo uma margem entre cada momento e resultando em um espaço maior

entre os momentos que intercalavam períodos de férias.

3.8 TRATAMENTO DOS DADOS

Inicialmente os questionários respondidos foram tabulados em planilhas do

software Excel, para se obter médias e frequências. Também foi utilizado para

calcular as lacunas da qualidade a partir dos dados obtidos com a tabulação da

importância e da expectativa de atributo e em cada momento. Quanto ao perfil do

grupo estudado, este foi identificado com a coleta no primeiro momento de pesquisa,

com seus dados sendo tratados também pelo Excel.

O tratamento estatístico dos dados foi realizado pelo programa Statistical

Package for the Social Science (SPSS), que realizou os testes de Spearman para

verificar o alinhamento entre os rankings de expectativa e das lacunas da qualidade

em todos os momentos pesquisados, bem como o teste ANOVA (análise de

variância) que visa fundamentalmente verificar se existe uma diferença significativa

entre as médias oriundas de grupos diferentes e se os fatores exercem influência em

alguma variável dependente.

73

4 RESULTADOS

Os resultados apresentados nesta seção refletem a apuração das respostas

atribuídas nos 1055 questionários obtidos durante os cinco momentos de pesquisa,

ao longo de doze meses. Esses resultados foram divididos em seis partes: i) perfil

sóciodemográfico dos respondentes; ii) expectativas dos alunos, onde são

analisadas as importâncias conferidas aos atributos; iii) desempenho e lacunas,

onde são analisados os desempenhos dos atributos e as lacunas da qualidade dos

serviços prestados; iv) matrizes de oportunidade geradas; v) as implicações

gerenciais dos resultados obtidos e, por fim, vi) comparações obtidas com a

literatura estudada.

4.1 PERFIL DOS RESPONDENTES

Os dados da tabela 3 ressaltam algumas observações, dentre elas:

a) que a maioria dos alunos é do sexo feminino (55,6%).

b) no que se refere à idade, a maioria dos alunos está na faixa até 35 anos (65,6%).

c) a maior faixa de renda dos alunos está entre 2 e 5 salários mínimos(56,8%).

d) no que se refere à forma de transporte utilizado para se locomover até a

Universidade, observa-se que a maioria (52,3%) utiliza carro próprio. Outra grande

parte dos alunos (37,3%) utiliza transporte público para chegar à Universidade. Se

forem agrupados com os outros itens, pode-se dizer que 37% dos alunos dependem

de alguma forma de transporte público e quase 60% tem autonomia no transporte.

e) quanto ao tipo de instituição em que cursou, mais de 50% dos alunos fizeram todo

o ensino básico em escolas públicas.

f) fica evidenciado que a Instituição optou pelo modelo misto presencial/a distância

em função dos motivos que realmente interessam ao seu público alvo. Dos

respondentes, 50% optaram por esse modelo em função da exigência de somente

dois dias presenciais.

74

g) dos respondentes, 88% estão empregados e 94% possuem alguma atividade

remunerada.

Tabela 3 – Perfil sócio-demográfico dos respondentes. Variáveis Abs % Variáveis Abs %

Gênero Meio de transporte à universidade Feminino 134 56% Ônibus urbano 65 27% Masculino 107 44% Ônibus interurbano 25 10% Faixa Etária Carro próprio 126 52% Até 30 67 28% Motocicleta 17 7% 30 a 35 91 38% A pé 0 0% 36 a 40 42 17% Carona 8 3% 41 a 45 15 6% Residência 46 a 50 16 7% Parnamirim 64 26,6% 51 a 99 10 4% São Gonçalo 58 24,1% Renda (salários mínimos) Macaíba 43 17,8% Até 2 36 15% Ceará-Mirim 28 11,6% 2 a 5 137 57% Extremoz 9 3,7% 6 a 10 50 21% São José de Mipibú 2 0,8% 11 a 20 12 5% Natal - Zona Norte 1 0,4% 20 a 99 6 2% Natal - Região Central 1 0,4% Atualmente empregado (a) Natal - Zona Sul 1 0,4% Sim 212 88% Outro 34 14,1% Não 29 12% Motivos para escolher a modalidade mista Predominância do estudo básico Valor da mensalidade 51 13%

Sempre em escola particular 42 17% Qualidade dos cursos oferecidos

54 14%

Sempre em escola pública 121 50% Por ser em parte a distância

41 11%

Maior parte em escola particular

33 14% Ter somente dois dias presenciais

190 50%

Maior parte em escola pública

45 19% Indicação de amigos / familiares

27 7%

Ocupação profissional atual Outro 16 4%

Somente estudante 14 6% Motivos da escolha dessa Instit. de Ensino Superior

Estagiário (a) de empresa privada

2 1% Proximidade de onde mora 32 8%

Estagiário (a) de empresa pública

0 0% O conceito da instituição 122 29%

Funcionário público 24 10% O quadro de professores 15 4%

Funcionário de empresa privada

142 59% A modalidade do ensino 136 32%

Empresário 32 13% O horário das aulas 55 13% Autônomo 20 8% Preço acessível 37 9%

Outro 7 3% Indicação de amigos e/ou familiares

28 7%

Fonte: Pesquisa (2014) realizada pelo Autor.

75

4.2 RELACIONAMENTO ENTRE AS VARIÁVEIS

Foi utilizado o Teste de Spearman para aferir o grau de alinhamento ou da

intensidade da relação entre variáveis ordinais com uma ordenação clara, que é o

caso do rankeamento. Este é um método não-paramétrico que usa somente os

postos identificado e não faz nenhuma suposição. Os valores obtidos podem variar

de 1 (correlação total) a -1 (completamente desalinhado) e quanto mais próximo o

resultado estiver dos extremos, maior será a associação entre as variáveis. Ter valor

positivo na correlação significa que as variáveis variam no mesmo sentido, isto é, as

categorias mais elevadas de uma variável estão associadas a categorias mais altas

da outra variável. Se for negativo, as mais elevadas estão associadas às mais

baixas.

4.2.1 Alinhamento das Expectativas entre os moment os

Foi realizado o teste de Spearman entre os rankings das expectativas para

verificar o alinhamento entre os cinco momentos de pesquisa. O Quadro 9 apresenta

os índices obtidos na comparação entre os rankings das expectativas e pode-se

observar uma variação entre 0,601 (mínimo) e 0,890 (máximo), o que denota

correlação entre as variáveis, a sua compatibilidade e que ela é positiva, ou seja há

uma relação direta entre as variáveis. Portanto, independente do momento

analisado, é significante o nível de semelhança entre as hierarquias de expectativa

dos atributos.

76

Quadro 9 - Teste de correlação de Spearman para expectativas

R1 R2 R3 R4 R5

R1 1,00 0,730 0,601 0,890 0,747

R2 1,00 0,851 0,814 0,853

R3 1,00 0,720 0,830

R4 1,00 0,824

R5 1,00 Correlações são significantes ao nível de 0.01 (2-tailed) Fonte: Pesquisa (2014) realizada pelo Autor. Legenda: Rk1 = Ranking momento1; Rk2 = Ranking momento2 ; Rkn = Ranking momento n

4.2.2 Alinhamento das Lacunas da Qualidade entre os momentos

Foi realizado o teste de Spearman entre os rankings das lacunas da

qualidade para verificar o alinhamento entre os cinco momentos de pesquisa. O

Quadro 10 apresenta os índices obtidos na comparação entre os rankings das

lacunas da qualidade e pode-se observar uma variação entre 0,681 (mínimo) e

0,885 (máximo), o que denota correlação entre as variáveis, a sua compatibilidade e

que ela é positiva, ou seja há uma relação direta entre as variáveis. Portanto,

independente do momento analisado, é significante o nível de semelhança entre as

hierarquias de lacuna da qualidade dos atributos.

Quadro 10 - Teste de correlação de Spearman para as Lacunas da Qualidade

R1 R2 R3 R4 R5

R1 1,00 0,798 0,790 0,756 0,670

R2

1,00 0,800 0,885 0,735

R3

1,00 0,819 0,707

R4

1,00 0,681

R5 1,00 Correlações são significantes ao nível de 0.01 (2-tailed) Fonte: Pesquisa (2014) realizada pelo Autor.

77

4.3 COMPARAÇÃO ENTRE OS MOMENTOS

Para comparar as médias obtidas, foi utilizada análise de variância (ANOVA).

Este teste compara médias de diferentes populações para verificar se essas

populações possuem médias iguais ou não, permitindo que vários grupos sejam

comparados ao mesmo tempo. É utilizada para verificar se as diferenças das

amostras são reais, genuínas (diferenças significativas) ou casuais (pequenos

desvios). A análise parte do princípio que o acaso só produz pequenos desvios,

sendo as grandes diferenças geradas por causas reais. As medidas são

independentes, utilizando os momentos como variáveis independentes e a

pontuação obtida nas pesquisas como variável dependente. Considerou-se a

probabilidade de 5%.

A ANOVA foi aplicada em todos os cinco momentos dos resultados das

expectativas e das lacunas da qualidade. Os resultados obtidos rejeitam H0 e não

rejeitam H1, pois M1≠M2≠M3≠M4≠M5.

Após a aplicação da análise de variância (ANOVA), que possui limitações por

não indicar onde estão as diferenças, a aplicação de testes post-hoc são

necessários para identificar quais dos pares de grupos diferem. O teste de

comparação de múltiplas médias, pos-hoc Tukey, se configura como um teste para

verificar que as diferenças existentes são genuínas e onde se encontram.

4.3.1 Contrastes para as Expectativas

As letras a, b ou c, que acompanham cada resultado, exprimem a magnitude de

cada média e, consequentemente se há intersecção nas faixas de cada média.

Aplicado o teste de Tukey nos resultados das expectativas (Tabela 4), os resultados

obtidos em M4, principalmente, e em M1 são menos semelhantes aos dos outros

momentos, sem, contudo, deixar de apresentar interseção entre os momentos.

78

Tabela 4 – Teste ANOVA para o resultado das expectativas.

ATRIBUTOS Momento 1

Momento 2

Momento 3

Momento 4

Momento 5

F (4, 1046)

P

01 ExpPráticaProf 8,93 b 9,21 ab 9,06 ab 9,35 a 9,18 ab 4,47 0,001 02 DidáticaProf 8,74 b 9,07 a 8,98 ab 9,19 a 9,05 a 4,92 0,001 03 PontualidProf 8,71 c 9,07 ab 8,89 bc 9,38 a 8,87 bc 10,39 <0,001 04 MotivPeloProf 8,67 b 8,90 ab 8,90 ab 9,19 a 8,85 b 4,96 0,001 05 Capacitprof 8,72 b 8,96 ab 8,87 ab 9,14 a 8,93 ab 3,83 0,004 06 AmbVirtual 8,45 c 8,66 bc 8,82 ab 9,02 a 8,70 abc 5,65 <0,001 07 QualidAcervo 7,87 c 8,26 bc 8,54 ab 8,77 a 8,48 abc 13,20 <0,001 08 QualidMatDid 8,46 b 8,45 b 8,75 ab 9,08 a 8,75 ab 7,22 <0,001 09 AcessibProf 8,77 b 8,80 b 8,88 ab 9,13 a 8,76 b 3,71 0,005 10 Horários 8,82 b 8,77 b 8,81 b 9,27 a 8,84 b 5,17 <0,001 11 CurrícAlinhMerc 8,68 b 8,88 b 8,99 ab 9,26 a 8,91 b 6,49 <0,001 12 AcessibCoord 7,93 c 8,30 c 8,64 ab 8,87 a 8,60 bc 15,83 <0,001 13 AcessoWifi 7,83 b 9,21 a 9,00 a 9,04 a 9,06 a 28,81 <0,001 14 ServPortalVirtual 8,56 b 8,62 b 8,54 b 9,09 a 8,68 b 7,12 <0,001 15 CumprimPrazos 8,41 b 8,71 b 8,54 b 9,19 a 8,62 b 12,40 <0,001 16 RecursMultim 8,39 c 8,68 bc 8,64 bc 9,05 a 8,81 ab 7,65 <0,001 17 ConfortBancadas 8,84 b 8,84 b 8,83 b 9,26 a 8,87 b 5,36 <0,001 18 ConfortoAmbSalas 8,95 b 8,84 b 8,92 b 9,26 a 9,03 ab 3,95 0,003 19 Limpeza 8,95 b 8,78 b 8,87 b 9,42 a 9,09 b 9,33 <0,001 20 LabInformática 8,30 c 8,21 c 8,54 bc 9,08 a 8,79 ab 15,54 <0,001 21 DisponibEstacion 7,86 c 8,40 b 8,90 a 9,01 a 8,72 ab 16,86 <0,001 22 Segurança 8,58 b 8,80 b 8,84 b 9,23 a 8,90 ab 6,11 <0,001 23 AcessibTransColet 8,23 b 8,41 b 8,47 ab 8,90 a 8,41 b 4,57 0,001 24 CordialSecret 8,28 c 8,53 bc 8,54 bc 9,01 a 8,75 ab 9,31 <0,001 25 RelCustBenef 8,44 c 8,58 bc 8,83 ab 8,97 a 8,83 ab 5,03 0,001 26 Ouvidoria 8,21 c 8,32 bc 8,28 bc 8,85 a 8,64 ab 7,48 <0,001 27 EventosExtraSala 7,35 c 7,89 b 8,03 b 8,50 a 8,34 ab 16,43 <0,001 28 PartPesqeExt 7,66 c 7,95 bc 8,08 ab 8,50 a 8,35 ab 9,77 <0,001 29 ReputaçãoInstit 8,81 b 8,92 ab 8,76 b 9,23 a 8,92 ab 4,47 0,001 30 ServiçoAlim 8,13 b 8,32 b 8,12 b 8,97 a 8,43 b 11,21 <0,001 31 OfertEstagEmpr 8,59 bc 8,39 c 8,53 bc 9,06 a 8,86 a 7,50 <0,001 32 ServiçoReprogr 7,84 d 7,92 cd 8,26 bc 8,93 a 8,52 b 19,24 <0,001 33 CursoNoExt 8,08 b 8,15 b 8,14 b 8,73 a 7,87 b 8,37 <0,001 Fonte: Pesquisa (2014) realizada pelo Autor.

79

Gráfico 1 – Expectativa por atributo, para os momentos 1, 2, 3, 4 e 5.

Fonte: Pesquisa (2014) realizada pelo Autor.

Esses dados, transformados em gráficos ilustram o comportamento das

expectativas em cada momento, tornando possível a comparação entre eles. O

Gráfico 1 demonstrou o comportamento dos atributos em cada um dos cinco

momentos. A amplitude entre o valor máximo e o valor mínimo alcançado pela

expectativas é de 2,07 pontos.

4.3.2 Contrastes para as Lacunas da Qualidade

O teste de comparação de múltiplas médias (Tabela 5), identificou os

resultados obtidos em M3, como menos semelhantes aos dos outros momentos,

entre si. As letras a, b ou c, que acompanham cada resultado, exprimem a amplitude

de cada média e, consequentemente se há intersecção nas faixas de cada média. O

predomínio da letra a demonstrada na Tabela 5 representa um comportamento

menos semelhante aos demais, sem, contudo, deixar de apresentar interseção entre

os momentos.

Tabela 5 – Teste ANOVA para o resultado das Lacunas da qualidade.

ATRIBUTOS Momento 1

Momento 2

Momento 3

Momento 4

Momento 5

F (4, 1046)

P

80

01 ExpPráticaProf -1,07 a -1,03 a -1,39 ab -1,14 a -1,74 a 6,81 <0,001 02 DidáticaProf -1,09 b -1,15 b -1,51 b -1,19 b -2,01 a 10,50 <0,001 03 PontualidProf -0,80 b -0,90 ab -1,32 a -0,66 b -0,85 ab 3,49 0,008 04 MotivPeloProf -0,95 c -1,26 bc -1,63 ab -1,10 c -1,82 a 8,11 <0,001 05 Capacitprof -0,89 a -0,85 a -1,21 a -0,80 a -1,23 a 2,92 0,020 06 AmbVirtual -0,86 b -0,87 b -1,97 a -1,08 b -1,29 b 10,99 <0,001 07 QualidAcervo -0,56 c -0,92 bc -1,73 a -0,86 bc -1,20 ab 10,83 <0,001 08 QualidMatDid -0,89 c -1,22 bc -1,63 ab -1,53 ab -1,95 a 8,00 <0,001 09 AcessibProf -0,74 b -0,99 ab -1,26 a -0,94 ab -1,36 a 4,71 0,001 10 Horários -0,59 b -0,62 b -1,08 ab -0,86 ab -1,27 a 4,71 0,001 11 CurrícAlinhMerc -0,83 b -1,14 b -1,77 a -1,28 b -1,96 a 15,04 <0,001 12 AcessibCoord -1,20 b -1,13 b -2,37 a -1,55 b -1,48 b 11,10 <0,001 13 AcessoWifi -3,29 b -4,75 a -3,84 b -3,04 b -3,26 b 9,47 <0,001 14 ServPortalVirtual -1,07 b -1,42 ab -1,85 a -1,69 a -1,66 a 4,73 0,001 15 CumprimPrazos -1,16 b -1,32 ab -1,78 a -1,31 ab -1,48 ab 3,29 0,011 16 RecursMultim -1,02 c -1,24 bc -2,00 a -1,60 ab -2,02 a 9,39 <0,001 17 ConfortBancadas -0,80 a -1,15 ab -1,43 a -0,99 b -1,15 ab 3,44 0,008 18 ConfortoAmbSalas -0,82 c -0,90 c -1,53 ab -1,05 bc -1,60 a 7,88 <0,001 19 Limpeza -0,85 c -1,29 c -1,92 b -1,37 bc -2,73 a 23,35 <0,001 20 LabInformática -1,06 b -1,09 b -2,09 a -1,10 b -2,02 a 15,13 <0,001 21 DisponibEstacion -2,01 c -2,83 ab -3,64 a -2,78 bc -2,44 bc 7,99 <0,001 22 Segurança -1,72 b -2,00 b -2,95 a -2,24 b -2,24 b 7,47 <0,001 23 AcessibTranspColet -1,27 b -1,45 b -2,42 a -1,72 b -1,40 b 6,79 <0,001 24 CordialSecret -1,29 c -1,61 bc -2,23 a -1,51 c -2,16 ab 7,77 <0,001 25 RelCustBenef -1,71 c -1,79 bc -3,06 a -1,72 c -2,36 b 14,05 <0,001 26 Ouvidoria -1,88 bc -1,45 c -2,87 a -1,76 bc -2,23 ab 10,22 <0,001 27 EventosExtraSala -1,32 b -1,69 ab -2,04 a -1,81 ab -2,14 a 3,62 0,006 28 PartPesqeExt -1,62 b -1,71 b -2,46 a -1,65 b -1,93 ab 4,15 0,002 29 ReputaçãoInstit -0,78 b -1,23 b -1,81 a -1,22 b -1,87 a 12,31 <0,001 30 ServiçoAlim -0,67 b -1,20 ab -1,74 a -1,70 a -1,51 a 8,76 <0,001 31 OfertEstagEmpr -1,61 b -1,75 ab -2,29 a -2,12 ab -2,12 ab 3,60 0,006 32 ServiçoReprogr -0,90 c -1,27 bc -1,85 ab -1,92 a -1,80 ab 8,22 <0,001 33 CursoNoExt -0,90 b -1,17 ab -1,61 a -1,35 ab -0,97 b 3,70 0,005

Fonte: Pesquisa (2014) realizada pelo Autor.

Gráfico 2 – Lacunas da qualidade por atributo para os momentos M1, M2, M3, M4 e M5.

Fonte: Pesquisa (2014) realizada pelo Autor. Legenda: M1= Lacuna momento1; M2= Lacuna momento2; M3= Lacuna momento3; M4= Lacuna momento4; M5= Lacuna momento5.

81

Aliás, este atributo merece uma referência especial em função de seus

resultados em todos os momentos. Para ilustrar melhor os dados obtidos, o Gráfico

4 demonstra visualmente o que se registrou em números, através das médias dos

cinco momentos, em cada uma das variáveis. A amplitude entre o valor máximo e o

valor mínimo alcançado pela lacuna da qualidade é de 4,19 pontos. Se comparado à

amplitude das expectativas (2,07), percebe-se que a curvas das expectativas

apresentam um padrão mais homogêneo do que as curvas das lacunas.

4.4 ANÁLISE DAS EXPECTATIVAS DOS ALUNOS

Os consumidores avaliam a qualidade do serviço, pelo resultado da

comparação entre as suas expectativas, antes de receber o serviço, e a experiência

real do serviço após recebe-lo (BERRY E PARASURAMAN, 1992) não sendo,

portanto, possível avaliar os serviços sem um dos elementos que compõem essa

fórmula. No presente trabalho, este é tópico que descreve quais foram as

expectativas dos respondentes em relação aos 33 atributos pesquisados. Eles foram

instruídos a atribuir uma nota de zero (não importante) a dez (muito importante) para

cada um dos atributos apresentados.

Os dados coletados foram ordenados na Tabela 6 a partir das médias de

cada atributo, baseadas na percepção dos alunos entrevistados. Foram realizadas

análises descritivas nesses dados, iniciando pelo quadro geral que apresenta a

média e o ranking por cada atributo e em cada momento pesquisado. A expectativa

dos alunos sobre os atributos nos cinco momentos variou entre o mínimo de 7,34,

corresponde ao atributo 27 - Realização de eventos extra sala, no momento 1, ao

máximo de 9,42 que corresponde ao atributo 19 - Limpeza - salas, banheiros e

outros, no momento 4.

82

Tabela 6 - Médias e Ranking das Expectativas, em cada momento pesquisado.

Nº ATRIBUTO Momento1 Momento2 Momento3 Momento4 Momento5

EXP1 Rk1 EXP2 Rk2 EXP3 Rk3 EXP4 Rk4 EXP5 Rk5

1 Experiência prática professores 8,93 3 9,21 1 9,06 1 9,35 3 9,18 1

2 Didática dos professores 8,74 8 9,07 4 8,98 4 9,19 10 9,05 4

3 Pontualidade dos professores 8,70 10 9,07 3 8,89 8 9,38 2 8,87 10

4 Motivação dada pelo professor 8,67 12 8,90 7 8,90 6 9,19 11 8,85 13

5 Capacitação dos professores 8,72 9 8,96 5 8,87 10 9,14 13 8,93 6

6 Portal Virtual de fácil utilização 8,45 17 8,66 17 8,82 15 9,02 21 8,70 22

7 Qualidade acervo bibliográfico 7,87 28 8,25 28 8,54 24 8,77 30 8,48 28

8 Qualidade do material didático 8,46 16 8,45 21 8,75 17 9,08 16 8,75 19

9 Acessibilidade aos professores 8,77 7 8,80 11 8,88 9 9,13 14 8,76 18

10 Horários encontros presenciais 8,82 5 8,77 14 8,81 16 9,27 4 8,84 14

11 Currículo alinhado com mercado 8,68 11 8,88 8 8,99 3 9,26 6 8,91 8

12 Acessibilidade à coordenação 7,93 27 8,30 27 8,64 19 8,87 28 8,60 26

13 Acesso internet rede sem fio 7,81 31 9,21 2 9,00 2 9,04 20 9,06 3

14 Serviços disponíveis Portal Virtual 8,56 14 8,62 18 8,54 25 9,09 15 8,68 23

15 Cumprimento de prazos 8,41 19 8,71 15 8,54 21 9,19 12 8,62 25

16 Recursos multimídia nas salas 8,39 20 8,68 16 8,64 20 9,05 19 8,81 16

17 Conforto das bancadas salas 8,84 4 8,84 9 8,83 13 9,26 5 8,87 11

18 Conforto ambiental das salas 8,95 1 8,84 10 8,92 5 9,26 7 9,03 5

19 Limpeza (salas, banheiros...) 8,94 2 8,78 13 8,87 11 9,42 1 9,09 2

20 Laboratórios de informática 8,30 21 8,21 29 8,54 22 9,08 17 8,79 17

21 Disponibilidade estacionamento 7,86 29 8,39 23 8,90 7 9,01 22 8,72 21

22 Segurança instalações e entorno 8,56 15 8,80 12 8,84 12 9,23 8 8,90 9

23 Acessibilidade transp coletivo 8,23 23 8,40 22 8,46 27 8,90 27 8,41 30

24 Cordialidade secretaria 8,28 22 8,53 20 8,54 23 9,01 23 8,75 20

25 Relação custo/benefício 8,44 18 8,58 19 8,83 14 8,97 24 8,83 15

26 Disponibilidade de ouvidoria 8,21 24 8,32 26 8,28 28 8,85 29 8,64 24

27 Realização eventos extra sala 7,34 33 7,89 33 8,03 33 8,50 33 8,34 32

28 Participação pesquisa/extensão 7,65 32 7,95 31 8,08 32 8,50 32 8,35 31

29 Reputação da instituição 8,80 6 8,92 6 8,75 18 9,23 9 8,92 7

30 Serviços de alimentação 8,13 25 8,32 25 8,12 31 8,97 25 8,43 29

31 Oferta estágios/empregos 8,59 13 8,39 24 8,53 26 9,06 18 8,86 12

32 Serviços de reprografia 7,84 30 7,92 32 8,26 29 8,93 26 8,52 27

33 Parte do curso exterior 8,07 26 8,15 30 8,14 30 8,73 31 7,87 33

Média 8,39 8,60 8,66 9,06 8,74

Fonte: Pesquisa (2014) realizada pelo Autor.

Legenda: EXP1=Expectativa momento 1; Rk1 = Ranking momento1; EXPn = Expectativa momento n; Rkn = Ranking momento n

83

Percebe-se que o padrão de expectativas apresentado no M4 é maior do que

os demais e o padrão apresentado no M1 é, pelo contrário, o menor de todos. Isso

pode ser constatado pela média de cada momento, a saber: M1= 8,40; M2= 8,60;

M3= 8,66; M4= 9,06 e M5= 8,74 (Tabela 6).

Mesmo assim, é importante registrar que o único momento em que a linha do

M4 foi ultrapassada por linha de outro momento, foi no atributo 13 (Acesso à internet

pela rede sem fio). Paradoxalmente, este mesmo atributo apresentou no M1, o seu

menor valor para essa expectativa (7,81). Ou seja, o atributo 13, é o único que

apresenta uma alteração radical de comportamento de um momento para outro na

pesquisa. Equivalente 1,4 pontos, ele subiu de 7,81, onde representava o 31º lugar

no ranking do M1, indo para 9,21, passando a representar o 2º lugar no ranking de

expectativas do M2.

Os dados gerais dos resultados da pesquisa para expectativa, quando

organizados na forma que ranking, facilita a interpretação dos dados, tornando a

visualização dos resultados de cada momento da pesquisa mais fácil de ser

analisado, não deixando de manter a vinculação entre os atributos e os momentos.

A Tabela 7 representa os rankings (Rk) de cada atributo, obtidos em cada momento.

84

Tabela 7 - Ranking das expectativas, por momento, por atributo e acumuladas.

RANKING DE EXPECTATIVAS ACUMULADAS

Atributo Rk1 Rk2 Rk3 Rk4 Rk5 Ranking

acumulado Classificação

1 3 1 1 3 1 9

MU

ITO

IM

PO

RT

AN

TE

18 1 10 5 7 5 28

19 2 13 11 1 2 29

2 8 4 4 10 4 30

3 10 3 8 2 10 33

11 11 8 3 6 8 36

17 4 9 13 5 11 42

5 9 5 10 13 6 43

29 6 6 18 9 7 46

4 12 7 6 11 13 49

10 5 14 16 4 14 53

22 15 12 12 8 9 56

13 31 2 2 20 3 58

9 7 11 9 14 18 59

8 16 21 17 16 19 89

ME

DIA

NA

ME

NT

E

IMP

OR

TA

NT

E

25 18 19 14 24 15 90

16 20 16 20 19 16 91

6 17 17 15 21 22 92

15 19 15 21 12 25 92

31 13 24 26 18 12 93

14 14 18 25 15 23 95

21 29 23 7 22 21 102

20 21 29 22 17 17 106

24 22 20 23 23 20 108

12 27 27 19 28 26 127 P

OU

CO

IM

PO

RT

AN

TE

23 23 22 27 27 30 129

26 24 26 28 29 24 131

30 25 25 31 25 29 135

7 28 28 24 30 28 138

32 30 32 29 26 27 144

33 26 30 30 31 33 150

28 32 31 32 32 31 158

27 33 33 33 33 32 164

Fonte: Pesquisa (2014) realizada pelo Autor.

Legenda: Rk1 = Ranking momento1; Rk2 = Ranking momento2 ; Rkn = Ranking momento n

No entanto, um gráfico gerado com esses rankings ainda apresentaria cinco

linhas com 33 posições diferentes, mantendo a mesma dificuldade de análise.

Sugere-se a adoção do Ranking Acumulado, demonstrado na Tabela 7 e no Gráfico

3 que é o resultado da soma, para cada atributo, das cinco posições que ele assume

85

em cada momento. A classificação desse resultado demonstra que os valores

absolutos baixos frequentaram mais vezes os primeiros lugares no ranking dos cinco

momentos individualmente. Ao passo que, valores absolutos altos, representam

baixa importância na soma dos rankings individualmente.

Gráfico 3 – Ranking acumulado das expectativas, por atributo.

Fonte: Pesquisa (2014) realizada pelo Autor.

O agrupamento dos resultados em 3 conjuntos distintos e sua classificação

em níveis diferentes de importância modula os resultados, permitindo compreender

o posicionamento de cada atributo em relação ao seu agrupamento e em relação ao

todo. Além do mais, permite visualizar e estabelecer interpretações diferenciadas

para cada grupo. Figuram como atributos classificados como MUITO

IMPORTANTES na avaliação dos alunos, representados tanto na Tabela 5 como no

Gráfico 2, os seguintes atributos: 1 - Experiência prática professores, 2 - Didática

dos professores, 3 - Pontualidade dos professores, 5 - Capacitação dos professores,

4 - Motivação dada pelo professor e 9 - Acessibilidade aos professores (mantida a

ordem do ranking), que representam 43% dessa classificação, dizem respeito

exclusivamente às atividades que envolvem diretamente os professores. Os itens 18

- Conforto ambiental das salas , 19 - Limpeza (salas, banheiros...) , 17 - Conforto

das bancadas salas, 22 - Segurança instalações e entorno e 13 - Acesso internet

rede sem fio, que representam 36%, dizem respeito a atributos associados à

infraestrutura. Os atributos 11 - Currículo alinhado com mercado e 10 - Horários

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

1 18 19 2 3 11 17 5 29 4 10 22 13 9 8 25 16 6 15 31 14 21 20 24 12 23 26 30 7 32 33 28 27

Ranking acumuladodas expectativa

MUITO IMPORTANTE

MEDIANAMENTE IMPORTANTE

POUCO IMPORTANTE

86

encontros presenciais estão associados à organização acadêmica dos cursos e o

item 29 - Reputação da instituição, está associado a um resultado geral do

desempenho de todos os anteriores.

Por si só, essa informação resultante de uma classificação que tem origem

nas avaliações de alunos sobre o que eles consideram como importante nos

serviços prestados por uma IES, já seria suficiente para gerar diversas análises e

ações dos gestores responsáveis por cada dimensão envolvida. No entanto, nem

sempre o que possui alta importância é crucial para a empresa, pois precisa ser

levado em consideração a avaliação da lacuna da qualidade para os mesmos

atributos. Assim, essa constatação é importante e deve ser valorizada, mas não é

definitiva em termos de ações prioritárias para os gestores.

4.5 DESEMPENHO DOS SERVIÇOS E AS LACUNAS DA QUALIDADE

Segundo o preconizado por Parasuraman, Zeithaml, Berry (1985), a qualidade

de serviço é a diferença entre as expectativas dos clientes e sua percepção de como

foi desempenhado o serviço recebido. A discrepância gerada é denominada de gap

(em inglês) ou lacuna, e pode ser positiva, se a percepção do serviço recebido

supera as expectativas dos clientes, ou negativa, indicando que o serviço recebido

não atende às expectativas dos clientes. No presente estudo, como demonstrado na

Tabela 7, as lacunas resultaram da subtração entre a média dos desempenhos e a

média das expectativas.

Obtidas as médias e lançadas na Tabela 8, é possível observar que não há

nenhum valor positivo nas colunas das lacunas. Ou seja, nenhum dos atributos

avaliados, em nenhum dos momentos pesquisados, o serviços recebido pelos

alunos superou a sua expectativa quanto à qualidade esperada.

87

Tabela 8 – Desempenhos, importância e lacunas da qualidade por momento.

Momento 1 Momento 2 Momento 3 Momento 4 Momento 5

A D1 EXP1 LAC1 D2 EXP2 LAC2 D3 EXP3 LAC3 D4 EXP4 LAC4 D5 EXP5 LAC5

1 7,86 8,93 -1,07 8,19 9,21 -1,02 7,67 9,06 -1,39 8,21 9,35 -1,14 7,43 9,18 -1,74

2 7,66 8,74 -1,09 7,92 9,07 -1,15 7,46 8,98 -1,51 8,00 9,19 -1,19 7,04 9,05 -2,01

3 7,91 8,70 -0,79 8,17 9,07 -0,90 7,65 8,89 -1,24 8,72 9,38 -0,66 8,02 8,87 -0,85

4 7,73 8,67 -0,95 7,65 8,90 -1,26 7,27 8,90 -1,63 8,08 9,19 -1,10 7,02 8,85 -1,82

5 7,83 8,72 -0,89 8,11 8,96 -0,85 7,67 8,87 -1,21 8,34 9,14 -0,80 7,69 8,93 -1,23

6 7,59 8,45 -0,86 7,79 8,66 -0,87 6,85 8,82 -1,97 7,94 9,02 -1,08 7,41 8,70 -1,29

7 7,31 7,87 -0,56 7,34 8,25 -0,91 6,81 8,54 -1,73 7,91 8,77 -0,86 7,28 8,48 -1,20

8 7,57 8,46 -0,89 7,24 8,45 -1,22 7,12 8,75 -1,63 7,55 9,08 -1,53 6,80 8,75 -1,95

9 8,02 8,77 -0,74 7,80 8,80 -0,99 7,62 8,88 -1,26 8,19 9,13 -0,94 7,40 8,76 -1,36

10 8,23 8,82 -0,59 8,15 8,77 -0,62 7,73 8,81 -1,08 8,40 9,27 -0,86 7,57 8,84 -1,27

11 7,85 8,68 -0,83 7,74 8,88 -1,14 7,22 8,99 -1,77 7,98 9,26 -1,28 6,95 8,91 -1,96

12 6,73 7,93 -1,20 7,17 8,30 -1,13 6,27 8,64 -2,37 7,33 8,87 -1,55 7,12 8,60 -1,48

13 4,54 7,81 -3,27 4,45 9,21 -4,75 5,16 9,00 -3,84 6,00 9,04 -3,04 5,80 9,06 -3,26

14 7,49 8,56 -1,07 7,20 8,62 -1,42 6,69 8,54 -1,85 7,40 9,09 -1,69 7,02 8,68 -1,66

15 7,25 8,41 -1,16 7,39 8,71 -1,32 6,76 8,54 -1,78 7,88 9,19 -1,31 7,14 8,62 -1,48

16 7,38 8,39 -1,02 7,44 8,68 -1,24 6,64 8,64 -2,00 7,45 9,05 -1,60 6,80 8,81 -2,02

17 8,05 8,84 -0,80 7,69 8,84 -1,15 7,40 8,83 -1,43 8,28 9,26 -0,99 7,72 8,87 -1,15

18 8,13 8,95 -0,82 7,93 8,84 -0,90 7,39 8,92 -1,53 8,21 9,26 -1,05 7,43 9,03 -1,60

19 8,10 8,94 -0,85 7,49 8,78 -1,29 6,95 8,87 -1,92 8,05 9,42 -1,37 6,36 9,09 -2,73

20 7,24 8,30 -1,06 7,12 8,21 -1,09 6,46 8,54 -2,09 8,02 9,08 -1,06 6,77 8,79 -2,02

21 5,85 7,86 -2,01 5,57 8,39 -2,82 5,26 8,90 -3,64 6,24 9,01 -2,78 6,27 8,72 -2,44

22 6,86 8,56 -1,70 6,80 8,80 -2,00 5,89 8,84 -2,95 6,99 9,23 -2,24 6,65 8,90 -2,24

23 6,96 8,23 -1,27 6,95 8,40 -1,45 6,04 8,46 -2,41 7,17 8,90 -1,72 7,01 8,41 -1,40

24 6,99 8,28 -1,29 6,92 8,53 -1,61 6,32 8,54 -2,23 7,50 9,01 -1,51 6,59 8,75 -2,16

25 6,73 8,44 -1,71 6,79 8,58 -1,79 5,76 8,83 -3,06 7,25 8,97 -1,72 6,48 8,83 -2,36

26 6,33 8,21 -1,88 6,86 8,32 -1,45 5,41 8,28 -2,87 7,09 8,85 -1,76 6,41 8,64 -2,23

27 6,02 7,34 -1,32 6,20 7,89 -1,69 5,99 8,03 -2,04 6,68 8,50 -1,81 6,20 8,34 -2,14

28 6,04 7,65 -1,61 6,25 7,95 -1,71 5,62 8,08 -2,46 6,85 8,50 -1,65 6,42 8,35 -1,93

29 8,03 8,80 -0,77 7,69 8,92 -1,23 6,95 8,75 -1,80 8,01 9,23 -1,22 7,04 8,92 -1,87

30 7,46 8,13 -0,67 7,13 8,32 -1,20 6,39 8,12 -1,74 7,27 8,97 -1,70 6,93 8,43 -1,51

31 6,98 8,59 -1,61 6,64 8,39 -1,75 6,25 8,53 -2,29 6,95 9,06 -2,12 6,74 8,86 -2,12

32 6,93 7,84 -0,90 6,66 7,92 -1,27 6,41 8,26 -1,85 7,00 8,93 -1,92 6,72 8,52 -1,80

33 7,18 8,07 -0,90 6,98 8,15 -1,17 6,53 8,14 -1,61 7,38 8,73 -1,35 6,90 7,87 -0,97

Fonte: Pesquisa (2014) realizada pelo Autor. Legenda: A = Atributo; D = Desempenho; EXP = Importância; LAC = Lacuna. D1=Desempenho momento1; EXP1=Expectativa momento 1; LAC1 = Lacuna momento1;

Dn = Desempenho momento n; EXPn = Expectativa momento n; LACn = Lacuna momento n

Os valores obtidos para o desempenho registram a variação entre o máximo

de 8,72, referente ao atributo 3 - Pontualidade dos professores no M4, e o mínimo

de 4,45 para o atributo 13 - Acesso à internet pela rede sem fio, no M2.

88

A Tabela 8 também fornece elementos para a construção do Gráfico 4, que

apresenta visualmente a desconformidade com os valores gerais da pesquisa. A

linha referente à lacuna da qualidade sempre esteve abaixo do índice 0 (zero) o que

significa não ter havido, no mínimo, equilíbrio ou igualdade, em nenhum atributo,

entre as médias das expectativa e as médias do desempenho percebido nos cinco

momentos avaliados.

Gráfico 4 – Médias considerando todos os momentos de pesquisa.

Fonte: Pesquisa (2014) realizada pelo Autor.

Embora o déficit exista para todos atributos, é necessário verificar a

magnitude de cada um deles e a posição no ranking da escala de importância. Do

ponto de vista gerencial, maiores lacunas negativas e maior importância geram

efeitos mais danosos na satisfação dos alunos. Com lacunas menores em fatores de

menor importância, o efeito pode ser mínimo no grau de satisfação. Só o

posicionamento final da Matriz de oportunidade, cruzando a lacuna com a

importância conferida a cada atributo, demosntrará a representatividade do atributo

e a prioridade de ação.

-4,00

-2,00

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33

Valores médios de EXPECTATIVA, DESEMPENHO e LACUNA DA QUALIDADE

Média do Desempenho Média da Expectativa Média da Lacuna

89

Na Tabela 9, foram grafados em cinza escuro os menores valores para o

desempenho dos serviços prestados e, em cinza claro, os maiores valores de

desempenho. Observa-se que os menores valores estão, em todos os momentos,

associados ao atributo 13 - Acesso à internet pela rede sem fio. Já os maiores

valores para o desempenho, variaram entre os atributos 1 - Experiência prática dos

professores no M2, atributo 10 - Horários dos encontros presenciais nos M1 e M3 e

atributo 3 - Pontualidade dos professores nos M4 e M5.

Tabela 9 – Desempenhos dos serviços prestados por momento.

A D1 A D2 A D3 A D4 A D5

1 7,86 1 8,19 1 7,67 1 8,21 1 7,43 2 7,66 2 7,92 2 7,46 2 8,00 2 7,04 3 7,91 3 8,17 3 7,65 3 8,72 3 8,02 4 7,73 4 7,65 4 7,27 4 8,08 4 7,02 5 7,83 5 8,11 5 7,67 5 8,34 5 7,69 6 7,59 6 7,79 6 6,85 6 7,94 6 7,41 7 7,31 7 7,34 7 6,81 7 7,91 7 7,28 8 7,57 8 7,24 8 7,12 8 7,55 8 6,80 9 8,02 9 7,80 9 7,62 9 8,19 9 7,40 10 8,23 10 8,15 10 7,73 10 8,40 10 7,57 11 7,85 11 7,74 11 7,22 11 7,98 11 6,95 12 6,73 12 7,17 12 6,27 12 7,33 12 7,12 13 4,54 13 4,45 13 5,16 13 6,00 13 5,80 14 7,49 14 7,20 14 6,69 14 7,40 14 7,02 15 7,25 15 7,39 15 6,76 15 7,88 15 7,14 16 7,38 16 7,44 16 6,64 16 7,45 16 6,80 17 8,05 17 7,69 17 7,40 17 8,28 17 7,72 18 8,13 18 7,93 18 7,39 18 8,21 18 7,43 19 8,10 19 7,49 19 6,95 19 8,05 19 6,36 20 7,24 20 7,12 20 6,46 20 8,02 20 6,77 21 5,85 21 5,57 21 5,26 21 6,24 21 6,27 22 6,86 22 6,80 22 5,89 22 6,99 22 6,65 23 6,96 23 6,95 23 6,04 23 7,17 23 7,01 24 6,99 24 6,92 24 6,32 24 7,50 24 6,59 25 6,73 25 6,79 25 5,76 25 7,25 25 6,48 26 6,33 26 6,86 26 5,41 26 7,09 26 6,41 27 6,02 27 6,20 27 5,99 27 6,68 27 6,20 28 6,04 28 6,25 28 5,62 28 6,85 28 6,42 29 8,03 29 7,69 29 6,95 29 8,01 29 7,04 30 7,46 30 7,13 30 6,39 30 7,27 30 6,93 31 6,98 31 6,64 31 6,25 31 6,95 31 6,74 32 6,93 32 6,66 32 6,41 32 7,00 32 6,72 33 7,18 33 6,98 33 6,53 33 7,38 33 6,90 Fonte: Pesquisa (2014) realizada pelo Autor. Legenda: D=Desempenho; A=Atributo; D1=Desempenho momento1; Dn=Desempenho momento n

90

Apesar de demonstrar resultados significativos e que merecem uma análise

mais detalhada, para o presente trabalho, concentraremos a atenção na lacuna da

qualidade que é o resultado da diferença entre desempenho e importância.

4.5.1 Resultados para o comportamento das lacunas d a qualidade

Em todos os momentos, as lacunas da qualidade são negativas, como pode

ser observado na Tabela 10 e que foi visualizado no Gráfico 4. Ou seja, nenhum

atributo, em nenhum dos cinco momentos de pesquisa, teve a percepção da

qualidade dos serviços recebidos superiores à expectativa, na avaliação dos

respondentes.

Tabela 10 – Ranking das Lacunas por momentos e frequência.

Momento 1 Momento 2 Momento 3 Momento 4 Momento 5

nº Atributos LAC1 Rk1 LAC2 Rk2 LAC3 Rk3 LAC4 Rk4 LAC5 Rk5 1 ExpPráticaProf -1,07 15 -1,02 26 -1,41 29 -1,14 24 -1,74 19 2 DidáticaProf -1,09 13 -1,15 22 -1,52 27 -1,19 22 -2,01 12 3 PontualidProf -0,79 28 -0,90 30 -1,27 31 -0,66 33 -0,85 33 4 MotivPeloProf -0,95 18 -1,26 15 -1,65 24 -1,10 23 -1,82 17 5 Capacitprof -0,89 22 -0,85 32 -1,21 32 -0,80 32 -1,23 29 6 AmbVirtual -0,86 23 -0,87 31 -1,96 15 -1,08 25 -1,29 27 7 QualidAcervo -0,56 33 -0,91 28 -1,76 21 -0,86 30 -1,20 30 8 QualidMatDid -0,89 21 -1,22 18 -1,67 23 -1,53 15 -1,95 14 9 AcessibProf -0,74 30 -0,99 27 -1,30 30 -0,94 29 -1,36 26 10 Horários -0,59 32 -0,62 33 -1,07 33 -0,86 31 -1,27 28 11 CurrícAlinhMerc -0,83 25 -1,14 23 -1,77 20 -1,28 20 -1,96 13 12 AcessibCoord -1,20 11 -1,13 24 -2,35 8 -1,55 14 -1,48 23 13 AcessoWifi -3,27 1 -4,75 1 -3,83 1 -3,04 1 -3,26 1 14 ServPortalVirtual -1,07 14 -1,42 11 -1,90 16 -1,69 11 -1,66 20 15 CumprimPrazos -1,16 12 -1,32 12 -1,82 18 -1,31 19 -1,48 24 16 RecursMultim -1,02 17 -1,24 16 -2,03 13 -1,60 13 -2,02 10 17 ConfortBancadas -0,80 27 -1,15 21 -1,48 28 -0,99 28 -1,15 31 18 ConfortoAmbSalas -0,82 26 -0,90 29 -1,57 26 -1,05 27 -1,60 21 19 Limpeza -0,85 24 -1,29 13 -1,99 14 -1,37 17 -2,73 2 20 LabInformática -1,06 16 -1,09 25 -2,07 11 -1,06 26 -2,02 11 21 DisponibEstacion -2,01 2 -2,82 2 -3,64 2 -2,78 2 -2,44 3 22 Segurança -1,70 5 -2,00 3 -2,94 4 -2,24 3 -2,24 5 23 AcessibTranspColet -1,27 10 -1,45 10 -2,51 6 -1,72 8 -1,40 25 24 CordialSecret -1,29 9 -1,61 8 -2,23 10 -1,51 16 -2,16 7 25 RelCustBenef -1,71 4 -1,79 4 -3,09 3 -1,72 9 -2,36 4 26 Ouvidoria -1,88 3 -1,45 9 -2,84 5 -1,76 7 -2,23 6

91

27 EventosExtraSala -1,32 8 -1,69 7 -2,04 12 -1,81 6 -2,14 8 28 PartPesqeExt -1,61 7 -1,71 6 -2,39 7 -1,65 12 -1,93 15 29 ReputaçãoInstit -0,77 29 -1,23 17 -1,78 19 -1,22 21 -1,87 16 30 ServiçoAlim -0,67 31 -1,20 19 -1,75 22 -1,70 10 -1,51 22 31 OfertEstagEmpr -1,61 6 -1,75 5 -2,27 9 -2,12 4 -2,12 9 32 ServiçoReprogr -0,90 19 -1,27 14 -1,84 17 -1,92 5 -1,80 18 33 CursoNoExt -0,90 20 -1,17 20 -1,60 25 -1,35 18 -0,97 32 Fonte: Pesquisa (2014) realizada pelo Autor. Legenda: LAC1=Lacuna momento 1; Rk1 = Ranking momento1; LACn = Lacuna momento n; Rkn = Ranking momento n

Alguns atributos podem ser analisados pela frequência com que estiveram

presentes entre os dez atributos com maiores lacunas e ente os dez atributos com

menores lacunas. Não houve atributo que tenha frequentado a porção mediana de

forma constante em todos os momentos de forma significativa.

Como vem demonstrando, o atributo 13 - Acesso à internet pela rede sem fio,

foi primeiro lugar em todos os momentos no que tange à lacuna da qualidade. Na

sequência, aparecem os atributos 21 - Disponibilidade no Estacionamento, 22 -

Segurança nas instalações e entorno, 25 - Relação custo/benefício, 26 -

Disponibilidade de ouvidoria e 31 - Oferta de estágios e empregos. Outros dois

atributos são observados em todos os momentos pesquisados, porém no segmento

de menores lacunas, apesar de permanecerem com lacunas negativas. São os

atributos 3 - Pontualidade dos professores e 10 - Horários dos encontros

presenciais.

92

Tabela 11 - Ranking das lacunas da qualidade, por momento, por atributo e acumuladas.

Fonte: Pesquisa (2014) realizada pelo Autor.

Legenda: Rk1 = Ranking momento1; Rk2 = Ranking momento2 ; Rkn = Ranking momento n

Os dados da tabela 11, apresentados na forma de gráfico, geram o que é

demonstrado pelo Gráfico 5

Atributo Rk1 Rk2 Rk3 Rk4 Rk5Ranking

acumulado

Classific

ação

13 1 1 1 1 1 5

21 2 2 2 2 3 11

22 5 3 4 3 5 20

25 4 4 3 9 4 24

26 3 9 5 7 6 30

31 6 5 9 4 9 33

27 8 7 12 6 8 41

28 7 6 6 12 15 46

24 9 8 10 16 7 50

23 10 10 7 8 25 60

16 17 16 13 13 10 69

19 24 13 15 17 2 71

32 19 14 16 5 18 72

14 14 11 17 11 20 73

12 11 24 8 14 23 80

15 12 12 19 19 24 86

20 16 25 11 26 11 89

8 21 18 23 15 14 91

2 13 22 27 22 12 96

4 18 15 24 23 17 97

11 25 23 20 20 13 101

29 29 17 18 21 16 101

30 31 19 21 10 22 103

1 15 26 29 24 19 113

33 20 20 25 18 32 115

6 23 31 14 25 27 120

18 26 29 26 27 21 129

17 27 21 28 28 31 135

9 30 27 30 29 26 142

7 33 28 22 30 30 143

5 22 32 32 32 29 147

3 28 30 31 33 33 155

10 32 33 33 31 28 157

RANKING DAS LACUNAS DA QUALIDADE ACUMULADO

MA

IOR

ES L

AC

UN

AS

LAC

UN

AS

MÉD

IAS

MEN

OR

ES L

AC

UN

AS

93

Gráfico 5 – Ranking acumulado das lacunas da qualidade, por atributo.

Fonte: Pesquisa (2014) realizada pelo Autor.

A Tabela 11 e o Gráfico 5 são formas diferentes de representar o

comportamento dos mesmos atributos ao longo da pesquisa. No entanto, o Gráfico

6 trás uma forma diferente de representar os resultados das lacunas da qualidade.

Ele é o resultado da soma dos resultados dos cinco momentos para cada atributo,

refletindo a condição acumulada de cada atributo, independentemente do momento.

Adicionalmente, foram feitos agrupamentos dos atributos por semelhanças em cinco

dimensões: Dimensão Professor; Dimensão Infraestrutura; Dimensão Acadêmica;

Dimensão Administrativa e Serviços acessórios. O resultado na classificação das

MAIORES LACUNAS e das MENORES LACUNAS não difere da sequencia

demonstrada na Tabela 11, com o atributo 10 sendo o de menor lacuna e o 13 o de

maior lacuna. No entanto, essa forma de apresentação inova quando agrupa os

atributos em dimensões, permitindo visualizar as principais lacunas entre e intra-

dimensões. É possível identificar em cada dimensão qual ou quais atributos são os

com maiores e menores lacunas da qualidade. Mais uma vez, ressalta que a

dimensão que associa os atributos ligados a infraestrutura é a que demonstra

maiores lacunas.

MAIORES LACUNAS

LACUNAS MÉDIAS

MENORES LACUNAS

94

Gráfico 6 – Lacunas da qualidade – valores acumulados nos cinco momentos.

Fonte: Pesquisa (2014) realizada pelo Autor. Legenda: Dimensão Professor ; Dimensão Infraestrutura ; Dimensão Acadêmica ; Dimensão Administrativa ; Serviços acessórios . 4.6 MATRIZES DE OPORTUNIDADES

A matriz importância-desempenho tem sido citada por diversos autores, como

uma ferramenta apropriada para ser associada a ferramentas de mensuração da

qualidade dos serviços em educação (ANGELL, HEFFERNAN, MEGICKS, 2008;

O’NEILL, PALMER, 2004; FORD at al., 1999; JOSEPH, JOSEPH, 1997), e se

mostrar como instrumento de gestão, uma vez que permite a visualização dos

resultados na matriz, identificando possíveis áreas de preocupação antes de se

tornarem problemas que poderiam levar à insatisfação (JOSEPH; JOSEPH (1997)).

Da mesma forma, permite evitar o equívoco de acreditar que um desempenho alto

será sempre sinônimo de qualidade positiva, uma vez que a importância conferida

ao atributo pode ser maior ainda do que foi avaliado no desempenho, gerando a

desconfirmação da qualidade. O oposto também é possível, pois se um atributo tem

baixa importância para o consumidor e se o desempenho também for baixo, mas

-20,00

-18,00

-16,00

-14,00

-12,00

-10,00

-8,00

-6,00

-4,00

-2,00

0,003 5 9 1 4 2 17 18 20 16 19 22 21 13 10 7 6 11 15 8 14 12 33 29 24 27 28 31 26 25 30 32 23

LACUNA DA QUALIDADE - Valores acumulados dos cinco momentos, por atributo.

95

acima da importância, poderá ser configurado como serviço de qualidade. A matriz

importância-desempenho evita esse engano.

Com base nos dados coletados, foram construídas Matrizes de Oportunidade,

segundo preconizado por Stock e Lambert (2001). A matriz de avaliação de

desempenho permite avaliar cada atributo, bem como, a sua evolução em se

tratando de uma aplicação longitudinal, como o do presente trabalho. Ela faz o

cruzamento, para cada atributo pesquisado, entre o grau de importância atribuído

pelos alunos (eixo das ordenadas), classificando-as em alta, média e baixa , com o

outro eixo (das abcissas), registrando os valores encontrados na lacuna da

qualidade e também classificando-o em maiores, médias e menores . Essa matriz

3x3, denominada Matriz Absoluta de Oportunidades (STOCK; LAMBERT, 2001)

gera nove quadrantes representados da seguinte forma: Melhorar sem Dúvida (MD),

Melhorar (ME), Manter ou Melhorar (MM), Manter (MA) e Manter ou Reduzir (MR).

Cada momento pesquisado gerou uma matriz, que se encontra disponível no

anexo deste trabalho para consultas. No entanto, a apresentação dessas cinco

matrizes ao mesmo tempo teve que ser ajustada para uma matriz com a mesma

lógica, porém com a flexibilidade para receber os cinco resultados ao mesmo tempo.

Assim, o Quadro 11 apresenta os nove quadrantes citados e, dentro de cada um,

outro quadro demonstrando quais atributos pertenceram àquele quadrante e em qual

momento ele foi identificado.

96

Quadro 11 – Matriz Importância x Lacunas da qualidade, para os cinco momentos.

Fonte: Pesquisa (2014) realizada pelo Autor.

A análise de cada atributo em todos os quadrantes seria um trabalho longo e

sem objetividade, vez que certos atributos frequentaram o mesmo quadrante ou

quadrantes com a mesma recomendação, durante alguns momentos da pesquisa

sem que isso tenha significância para o presente trabalho. Assim, far-se-á uma

análise mais detalhada do quadrante em que a urgência de ação gerencial é maior

em função de ter alta importância para os alunos e ter registrado as maiores lacunas

da qualidade. Este é o quadrante com a recomendação de melhorar sem dúvida.

Os atributos que aparecem no quadrante Alta Importância x Maiores

Lacunas da Qualidade são:

a) 13 - Acesso à internet pela rede sem fio, nos momentos M2, M3 e M5;

b) 19 - Limpeza - salas, banheiros e outros, no momento M5;

c) 21 - Disponibilidade no estacionamento, no momento M3 e;

d) 22 - Segurança nas instalações e entorno, nos momentos M4 e M5

Algumas observações são evidentes e merecem registro. O momento M1 não

registrou nenhum atributo neste quadrante que, a partir dos seguintes, teve uma

frequência ascendente, terminando com 3 atributos no momento M5. O atributo 13

M1 M2 M3 M4 M5M1 M2 M3 M4 M5 M1 M2 M3 M4 M5 3 1 1 1 3

13 13 22 13 1 2 11 2 1 9 3 2 3 521 19 2 4 19 18 2 10 5 3 4 17

22 5 17 19 11 11 11 4 1029 29 18 17 18 5 11

29 18 9 9 1719 1829

M1 M2 M3 M4 M5 M1 M2 M3 M4 M5 M1 M2 M3 M4 M522 14 12 13 16 4 8 6 8 4 6 6 8 5 624 22 20 14 20 8 15 15 15 8 10 10 6 925 23 22 21 21 14 16 16 16 9 1031 24 25 31 24 15 19 17 20

25 25 16 2931 20

M1 M2 M3 M4 M512 21 23 23 26 M1 M2 M3 M4 M5 M1 M2 M3 M4 M513 26 24 25 27 32 30 7 12 14 30 7 33 7 721 27 26 26 33 32 14 24 28 7 12 1223 28 28 27 33 27 28 30 20 1526 31 31 30 30 33 32 2327 32 32 3328

L A C U N A S D A Q U A L I D A D E

I M P O R T Â N C I A

MAIORES MÉDIAS MENORES

ALT

AM

ÉD

IAB

AIX

A

MELHORAR SEM DÚVIDA MELHORAR

MELHORAR

MANTER OU MELHORAR

MANTER

MANTER MANTER OU REDUZIR MANTER OU REDUZIR

MANTER OU REDUZIR

97

esteve presente em três vezes, demonstrando, como já percebido na análise da

Expectativa, na análise do desempenho e na avaliação das lacunas, ser um atributo

crucial na avaliação da qualidade pelos alunos.

Mas, a trajetória desses atributos, até chegar ao quadrante em análise,

também deve ser verificada, pois auxilia na identificação de tendências dos

respondentes.

a) Trajetória do atributo 13 - Acesso à internet através de rede sem fio (Wi-Fi) nos

cinco momentos. Observa-se na Figura 10, que no M1 esse atributo não

representava uma grande importância (31º lugar no ranking de importância no M1),

apesar de ser um item do qual já se tinha uma percepção ruim de qualidade. No M2

e M3 os alunos percebem a importância que o atributo tem para as suas atividades e

ele sobe para o 2º lugar em importância, uma vez que a modalidade de ensino

avaliada possui conteúdos trabalhados a distância maior do que no presencial. O

que fez o atributo mudar de quadrante foi o crescimento da importância atribuída a

ele que passou de 7,81 (M1) para 9,21 (M2) e 9,00 (M3), provando que a lacuna

aumentou em função do aumento da importância atribuída pelos alunos e nem tanto

pela queda na qualidade, pois esta já estava baixa. Posteriormente ele retorna ao

quadrante Melhorar , pois foi percebida uma melhora creditada às ações realizada

para tornar mais forte o nível do sinal de rede nas instalações. Mas, na pesquisa

seguinte (M5), um conjunto de fatores formados pelo aumento da importância e

queda na qualidade, retornou o atributo à condição de item que deve Melhorar Sem

Dúvida .

Figura 10 – Trajetória do atributo 13 na Matriz de Oportunidades

Fonte: Pesquisa (2014) realizada pelo Autor.

M1 M2 M3 M4 M5 M1 M2 M3 M4 M5 M1 M2 M3 M4 M513 13 13

M1 M2 M3 M4 M5 M1 M2 M3 M4 M5 M1 M2 M3 M4 M513

M1 M2 M3 M4 M5 M1 M2 M3 M4 M5 M1 M2 M3 M4 M513

L A C U N A S D A Q U A L I D A D E

MAIORES MÉDIAS MENORES

I M P O R T Â N C I A

ALT

AM

ÉD

IAB

AIX

A

MELHORAR SEM DÚVIDA MELHORAR

MELHORAR

MANTER OU MELHORAR

MANTER

MANTER MANTER OU REDUZIR MANTER OU REDUZIR

MANTER OU REDUZIR

98

b) Trajetória do atributo 22 - Segurança nas instalações, inclusive no entorno da

instituição, nos cinco momentos. Ele esteve presente no quadrante Melhorar nos

três primeiros momentos da pesquisa e, nos dois últimos migrou para o quadrante

Melhorar Sem Dúvida em função do aumento da importância conferida ao atributo

pelos alunos (Figura 11). Ou seja, a insatisfação com a segurança já existia, mas

este atributo passou a ter maior importância para os alunos nos dois últimos

momentos da pesquisa que ocorreram nos meses de março e maio de 2014.

Comprova que as condições para que um atributo altere o seu quadrante não estão

associadas somente à qualidade inferior ao desejado pelos alunos, mas também

pela mudança no nível de importância conferida ao atributo insatisfação (ZEITHAML,

BITNER, 2003).

Figura 11 - Trajetória do atributo 22 na Matriz de Oportunidades

Fonte: Pesquisa (2014) realizada pelo Autor.

c) Trajetória do atributo 22 - Limpeza e manutenção das salas de aulas, banheiros,

corredores e outros espaços, nos cinco momentos (Figura 12). A trajetória desse

atributo foi um pouco diferente dos anteriores, pois os respondentes perceberam

uma piora em sua qualidade. Ele saiu do quadrante Manter ou Melhorar no M1

onde se registram as menores lacunas da qualidade e migrou para quadrantes que

estão na sequencia de crescimento das lacunas da qualidade, médias e depois

maiores, até atingir no M5 o quadrante Melhorar Sem Dúvida . Isso se deveu tanto

ao aumento da importância conferida ao atributo, quanto à percepção da baixa

qualidade dos serviços.

M1 M2 M3 M4 M5 M1 M2 M3 M4 M5 M1 M2 M3 M4 M522 22

M1 M2 M3 M4 M5 M1 M2 M3 M4 M5 M1 M2 M3 M4 M522 22 22

M1 M2 M3 M4 M5 M1 M2 M3 M4 M5 M1 M2 M3 M4 M5

L A C U N A S D A Q U A L I D A D E

MAIORES MÉDIAS MENORES

I M P O R T Â N C I A

ALT

AM

ÉD

IAB

AIX

A

MELHORAR SEM DÚVIDA MELHORAR

MELHORAR

MANTER OU MELHORAR

MANTER

MANTER MANTER OU REDUZIR MANTER OU REDUZIR

MANTER OU REDUZIR

99

Figura 12 - Trajetória do atributo 19 na Matriz de Oportunidades

Fonte: Pesquisa (2014) realizada pelo Autor.

d) Trajetória do atributo 19 - Disponibilidade de vagas no estacionamento do campus

e/ou no seu entorno, nos cinco momentos. Essa trajetória (Figura 13) demonstra o

aumento da importância dada ao atributo estacionamento nas pesquisas, quando

representou o 7º lugar (M3) no ranking de importância. Ter ido para o quadrante que

recomenda Melhorar não diminui a sua relevância para os alunos em questão, pois

refere-se a um assunto do interesse de 59% de alunos da modalidade de ensino em

estudo que se locomovem até à Instituição, utilizando carro ou motocicletas próprios.

Figura 13 - Trajetória do atributo 21 na Matriz de Oportunidades

Fonte: Pesquisa (2014) realizada pelo Autor.

4.7 IMPLICAÇÕES GERENCIAIS

Ao mesmo passo que o presente trabalho evidencia características

importantes da percepção dos alunos, ele não estaria completo se essas evidências

M1 M2 M3 M4 M5 M1 M2 M3 M4 M5 M1 M2 M3 M4 M519 19 19 19

M1 M2 M3 M4 M5 M1 M2 M3 M4 M5 M1 M2 M3 M4 M519

M1 M2 M3 M4 M5 M1 M2 M3 M4 M5 M1 M2 M3 M4 M5

L A C U N A S D A Q U A L I D A D E

MAIORES MÉDIAS MENORES

I M P O R T Â N C I A

ALT

AM

ÉD

IAB

AIX

A

MELHORAR SEM DÚVIDA MELHORAR

MELHORAR

MANTER OU MELHORAR

MANTER

MANTER MANTER OU REDUZIR MANTER OU REDUZIR

MANTER OU REDUZIR

M1 M2 M3 M4 M5 M1 M2 M3 M4 M5 M1 M2 M3 M4 M521

M1 M2 M3 M4 M5 M1 M2 M3 M4 M5 M1 M2 M3 M4 M521 21

M1 M2 M3 M4 M5 M1 M2 M3 M4 M5 M1 M2 M3 M4 M521 21

L A C U N A S D A Q U A L I D A D E

MAIORES MÉDIAS MENORES

I M P O R T Â N C I A

ALT

AM

ÉD

IAB

AIX

A

MELHORAR SEM DÚVIDA MELHORAR

MELHORAR

MANTER OU MELHORAR

MANTER

MANTER MANTER OU REDUZIR MANTER OU REDUZIR

MANTER OU REDUZIR

100

não fossem estruturadas como forma de potenciais melhorias através de ações

gerenciais. Busca-se nesse tópico, relacionar as situações mais críticas para futuras

ações dos gestores da IES.

4.7.1 Aumento do nível de expectativas

De uma forma geral, os alunos pesquisados elevaram o nível de expectativa

conferida aos atributos da pesquisa ao longo dos cinco momentos, como mostra no

Gráfico 7, a média geral das expectativas de cada momento.

Gráfico 7 – Média geral da expectativa por momento.

Fonte: Pesquisa (2014) realizada pelo Autor.

Essa mesma configuração de aumento das expectativas de alunos em

ralação às IES e/ou seus cursos, está corroborada na literatura pesquisada em

O'Neill e Palmer (2000) e Rubinsztejn, Palacios e Solana (2009). A propósito, O'Neill

e Palmer (2000) reforçam a relevância do monitoramento da expectativa para os

alunos para entender os efeitos do tempo de percepção da qualidade pois, para

eles, a percepção mais importante é aquela que é realizada no momento em que é

feita a próxima decisão de compra.

8,30

8,50

8,70

8,90

9,10

M1 M2 M3 M4 M5

Média geral da EXPECTATIVA, por momento

101

4.7.2 Agrupamento de atributos em função do ranking acumulado das

expectativas

É significativo identificar que entre os 14 atributos de maior expectativa para

os alunos, 43% estão associados diretamente aos professores, o que seria de

esperar em se tratando de uma instituição de ensino, por isso mesmo, encontrou-se

nas referencias pesquisadas uma forte associação com uma dimensão que poderia

ser classificada como professor, citada em Mahapatra e Khan (2007); Sahney,

Banwet e Karunes (2006); Butt, et al. (2010); Martins, Teixeira e Silva (2009); Chua

(2004) e Torres (2011).

No entanto, os alunos demonstram sua expectativa também com a

infraestrutura em que o relacionamento com os professores irá acontecer, pois os

atributos relacionados à infraestrutura representam 36% dos considerados muito

importantes. Os pesquisados exprimem, através dos resultados das pesquisas, que

neste espaço de vivência em que conviverão por no mínimo 2 anos, tempo relativo à

duração de um curso tecnológico, ou 4 anos, duração mínima de um bacharelado,

as condições de conforto em sala de aula, limpeza, segurança das instalações e do

entorno e o acesso à rede wi-fi, são muito valorizados. Essa que poderia ser

considerada a dimensão da infraestrutura, também é encontrada nas referencias

Martins, Teixeira e Silva (2009); O'Neill e Palmer (2000); Jain, Sahney e Sinha

(2013); Sahney, Banwet e Karunes (2006), Calvo-Porral, Lévy-Mangin e Novo-Corti

(2013); Douglas e Mc Clelland (2008) e Gruber et al. (2010).

Os resultados revelam, também, que os alunos pesquisados possuem alta

expectativa com a sintonia existente entre o currículo dos cursos e as exigências do

mercado, atributo que também é referenciado por Martins, Teixeira e Silva (2009);

Jain, Sahney e Sinha (2013); Sahney, Banwet e Karunes (2006); Joseph e Joseph

(1997). Culmina essa associação com o atributo que trata importância que dão à

reputação da IES em que estudam que é corroborado por Martins, Teixeira e Silva

(2009); Joseph e Joseph (1997).

Merece destaque também, no outro extremo, aqueles atributos em que a

expectativa depositada não é grande, sendo considerados pouco importantes. Estão

nesse grupo de nove atributos, as atividades que não são relacionadas com

aspectos didáticos e de ensino, as que não despertam a atenção e o interesse dos

102

alunos pesquisados, tais como serviços assessórios (serviços de reprografia e de

alimentação) e outras vantagens oferecidas pela IES, mas que não interferem no

ensino (Disponibilidade de ouvidoria; Realização de eventos extra sala; Participação

pesquisa e extensão; Parte do curso no exterior).

4.7.3 Desconfirmação da qualidade do serviço em tod os os momentos e em

todos atributos

A comparação entre as expectativas dos alunos (serviço esperado ou

qualidade esperada) e as percepções do serviço que lhes foi prestado (serviço

percebido ou qualidade experimentada) resulta no que Oliver (1980) inicialmente,

chamou de paradigma da desconfirmação. Aplicada essa teoria à presente

pesquisa, observa-se que não há nenhum momento em que a qualidade dos

serviços prestados aos alunos supera ou, pelo menos, iguala a expectativas dos

alunos, demonstrado no Gráfico 4. A constatação de que em todos os atributos a

lacuna da qualidade é negativa é uma sinalização inequívoca aos gestores da

necessidade de adoção de medidas que permitam o aprofundamento dessa

investigação e a tomada de medidas mitigadoras e corretivas, em especial nos

aspectos mais críticos.

4.7.4 O que há de mais crítico e urgente

Em diversos momentos na análise dos resultados, o atributo 13 - Acesso à

internet através de rede sem fio - Wi-Fi, desponta, ora como integrante dos atributos

mais importantes no ranking acumulado, ora como menor valor para o desempenho

dos serviços prestados ou como o primeiro lugar no ranking da lacuna da qualidade.

Fica evidente a urgência de ações para a solução esse atributo que, no M1 não teve

uma importância tão marcante para os alunos pois, sendo novatos na modalidade de

ensino mista presencial e a distância, ainda não haviam percebido a necessidade

que um bom acesso à internet teria para o desenvolvimento deles nos cursos. No

103

entanto, nos momentos seguintes ele subiu na escala da importância e caiu na de

desempenho percebido.

4.7.5 O que é crítico pela importância e lacuna da qualidade

Foram demonstrados, através da matriz de oportunidade, os atributos que

devem melhorar sem dúvida. Além do atributo 13 - Acesso à internet, já comentado,

figuram ainda os atributos 19 - Limpeza - salas, banheiros e outros; 21 -

Disponibilidade no estacionamento e 22 - Segurança nas instalações e entorno. Eles

se tornaram críticos por associarem baixa qualidade com alta importância. Pensando

pela ótica do gestor, todos devem ser melhor conhecidos e identificados na sua

essência, pois podem estar na alçada de decisão do gestor, como no caso da

limpeza e até segurança, como envolver aspectos mais complexos como a

disponibilização de estacionamento.

4.7.6 O que é crítico pela lacuna da qualidade

Alguns atributos estiveram presentes na classificação das dez maiores

lacunas nos cinco momentos de pesquisa, são eles: 13 - Acesso internet rede sem

fio, 21- Disponibilidade estacionamento, 22 - Segurança instalações e entorno, 25 -

Relação custo/benefício, - Disponibilidade de ouvidoria e 31 - Oferta de estágios e

empregos. Isso confere a eles a certeza de serem aqueles que os alunos lembram

com frequência por estarem aquém da qualidade de serviço que desejam. Os

atributos 13, 21 e 22, já foram comentados nos itens 4.7.4 e 4.7.5. Restam os

atributos 25 - Relação custo/benefício, 26 - Disponibilidade de ouvidoria e 31 - Oferta

de estágios e empregos. São atributos que merecem uma consulta mais detalhada

para conhecer a fundo os detalhes que levaram a esse resultado, pois pode estar na

falta de uma melhor divulgação aos alunos, provocando o desconhecimento da

existência da ouvidoria e de um serviço de cadastramento de currículos e

104

oferecimento de emprego e estágio, o que não exime a Instituição da

responsabilidade e necessidade de divulgação de seus serviços. Quanto ao atributo

25 - Relação custo/benefício, ele representa uma síntese de tudo que já foi relatado,

exprimindo a percepção global do serviço prestado, que está abaixo da expectativa

existente nos alunos pesquisados.

4.7.7 Comparação entre médias gerais de cada moment o das Expectativas e

das Lacunas da Qualidade.

A comparação entre as médias gerais da expectativa e das lacunas da

qualidade, visualizada através da Figura 14, sugere que o comportamento da mais

alta expectativa dos cinco momentos que foi registrada no M4, tenha ocorrido em

função de uma reação dos alunos pesquisados e de sua insatisfação registrada na

média mínima atribuída ao M3. Segundo Zeithaml, Berry e Parasuraman (1993), há

uma relação positiva entre os níveis de experiência vivenciada com um serviço no

passado e os níveis de serviço desejado e previsto num momento do futuro. Ou

seja, a experiência ruim num determinado momento faz aumentar a expectativa para

um próximo momento. Esses dois momentos são significativos pelo comportamento

extremo de ambas as linhas, ao ponto de serem registrados no teste ANOVA como

sendo médias com menos semelhanças às demais, em cada uma das análises,

separadamente. Reforça esse argumento o fato das médias, nos momentos

seguintes, terem retomado o comportamento mais semelhante aos demais

momentos.

105

Figura 14 – Médias gerais das Expectativas e das Lacunas da Qualidade

Fonte: Pesquisa (2014) realizada pelo Autor.

4.8 ACHADOS NA PESQUISA

Ao comparar os resultados obtidos na pesquisa com o referencial teórico

utilizado para o embasamento deste estudo, algumas similaridade foram observadas

e merecem destaque.

Um dos resultados obtidos nesta pesquisa identificou não haver nenhum

atributo que tenha sido avaliado com desempenho acima da expectativa

demonstrada. Campos e Nascimento (2014) ao analisarem a qualidade do serviço

em duas bibliotecas universitárias concluíram que os atributos, em todos os

contextos de avaliação, demonstram lacunas de qualidade negativas. Da mesma

forma, Campos, Martins e Lopes Neto (2013), ao entrevistar 650 alunos dos cursos

106

de Administração e Contabilidade de uma IES privada do nordeste brasileiro,

identificaram que para todos os atributos, nos dois cursos, há um déficit de

qualidade. Isto quer dizer que o desempenho dos cursos está abaixo das

expectativas dos alunos em todos os fatores pesquisados. Também Torres (2011),

em pesquisa com vestibulandos e universitários, identificou a existência de lacuna

na qualidade em todas as dimensões consultadas. Apesar dos estudos citados

contemplarem IES privadas e públicas, o presente estudo, concentrado em uma IES

privada, corrobora a citação de Hill (1995) que constatou que os alunos de uma

universidade inglesa, que possuíam financiamento para os seus estudos, eram

consumidores mais exigentes do que os demais. Em determinadas circunstâncias,

as lacunas negativas podem ser explicadas mais pela alta expectativa do que pelo

desempenho em si.

Outra constatação da pesquisa e que conta com a confirmação da literatura

pesquisada, é que as expectativas crescem ao longo do tempo. O'Neill e Palmer

(2000), constataram, em pesquisa longitudinal junto os estudantes de uma grande

universidade da Austrália, que a avaliação da qualidade inicial de um serviço,

realizada por um indivíduo, pode ser significativamente diferente da que o mesmo

entrevistado atribui ao mesmo fenômeno em algum momento no futuro. As maiores

quedas foram observadas no caso dos aspectos mais logísticos do serviço,

compreendendo a confiabilidade e os aspectos mais tangíveis da experiência de

serviço. Também Rubinsztejn, Palacios e Solana (2009), em trabalho longitudinal

desenvolvido num período de três anos com alunos de uma universidade do

Uruguai, mostram que o peso dos fatores que determinam a qualidade do serviço

percebido varia ao longo do tempo, à medida que avança a relação com o

fornecedor de serviços, demonstrando que a qualidade do serviço é um fenômeno

dinâmico e não estático.

Os atributos avaliados como sendo os de maior lacuna da qualidade,

encontram ressonância na literatura em Abdullah (2006) quando identificou que, na

percepção dos estudantes, a dimensão acesso foi responsável por 50% da variação

para baixo do nível de qualidade de serviço. A relação custo/benefício foi citada por

Mainardes e Domingues (2009) que realizaram uma pesquisa com alunos de duas

IES em Administração, identificando como atributos de desempenho insuficiente,

dentre outros, a qualidade do curso comparada ao valor da mensalidade. Abdullah

(2006) também identificou que a facilidade de contato, influenciou significativamente

107

a percepção de qualidade global do serviço. Equivalentemente, na presente

pesquisa encontrou-se a disponibilidade de ouvidoria como representante de outra

lacuna da qualidade, corroborado por Sahney, Banwet e Karunes (2006) que, ao

avaliar a qualidade dos serviços de educação na perspectiva do estudante em Dheli,

India, considerou que o atributo canais de comunicação bem definidos, não

demonstravam a qualidade desejada pelos estudantes pesquisados. No que tange

ao atributo oferta de estágio e emprego, Mahapatra e Khan (2007) identificaram

necessidades de melhorias na formação e colocação dos alunos no mercado de

trabalho.

As referências diretas aos professores representam 43% das maiores

expectativas para os alunos pesquisados, seja na forma da experiência prática, da

didática utilizada, da motivação ou da importância da capacitação que eles

receberam. Mahapatra e Khan (2007) encontraram resultado que confirma a

importância da experiência dos professores nas disciplinas e na produção de aulas

bem organizadas. Sahney, Banwet e Karunes (2006) identificaram que a

competência instrucional deve ser complementada pela experiência e adequação ao

conteúdo ministrado; Butt, et al. (2010) encontrou que a experiência dos

professores é o fator mais influente entre todas as variáveis pesquisadas junto a

alunos de IES privadas e públicas do Paquistão; Mahapatra e Khan (2007) também

identificaram a importância dos professores quando os alunos avaliaram que

experiência nas disciplinas e aulas bem organizadas necessitam de melhorias no

ambiente dos cursos pesquisados; Chua (2004) identificou ser muito importante a

atenção dispensada pelos professores aos alunos.

A infraestrutura foi tratada de forma separada por também figurar assim nas

referências pesquisadas As associações diretas aos atributos específicos da

infraestrutura, são significativamente mais numerosas na pesquisa, representando

36% das maiores expectativas dos alunos. Dos trabalhos já citados, Martins,

Teixeira e Silva (2009); O'Neill e Palmer (2000); Sahney, Banwet e Karunes (2006),

fazem referencias generalistas à infraestrutura. Também os trabalhos de Jain,

Sahney e Sinha (2013) relacionam qualidade do programa acadêmico com

instalações acadêmicas e qualidade de vida com instalações de apoio. Calvo-Porral,

Lévy-Mangin e Novo-Corti (2013) buscaram a comparação entre a percepção de

alunos sobre a educação oferecida por uma IES pública e uma privada, na

Espanha, e encontraram que a dimensão tangibilidade é comum às duas realidades.

108

Douglas e Mc Clelland (2008) identificaram que a comunicação e o acesso são os

áreas críticas em que os gerentes da educação precisam concentrar-se. Gruber et

al. (2010) com o objetivo de investigar como os alunos percebem os serviços que

são oferecidos em uma universidade alemã, identificou que os alunos eram, em sua

maioria, insatisfeitos com os edifícios e a estrutura das salas de aula .

Despontam no aspecto relacionado à maior expectativa, por possuírem o

maior número de associações nas referencias pesquisadas, o atributo 11 - currículo

alinhado com o mercado e a opção genérica de infraestrutura, que não é uma

constatação recente, pois em 1997, Joseph e Joseph (1997), já registravam isso.

Essa sintonia com muitas referências demonstra uma preocupação generalizada dos

alunos, seja qual for o contexto, pois foi registrado por trabalhos de diversas origens.

O Quadro 12 apresenta um resumo com os principais achados.

Quadro 12 – Achados na pesquisa x achados na literatura

Achados no presente trabalho Achados na literatura

1

Em nenhum momento e em nenhum atributo a qualidade dos serviços prestados aos alunos pesquisados supera ou, pelo menos, iguala a expectativas demonstrada pelos alunos.

Torres (2011); Campos e Nascimento (2014); Campos, De Sousa Martins e Neto (2013).

2 Foi crescente o nível de expectativa conferida aos atributos ao longo dos cinco momentos da pesquisa.

O'Neill e Palmer (2000); Rubinsztejn, Palacios; Solana (2009);

3

Os atributos avaliados como sendo de pior qualidade.

13) Acesso à internet pela rede sem fio

Abdullah (2006); Martínez-Argüelles et al.(2013)

19) Limpeza - salas, banheiros e outros

21) Disponibilidade no estacionamento

22) Segurança nas instalações e entorno

25) Relação custo/benefício Mainardes e Domingues (2009)

26) Disponibilidade de ouvidoria

Abdullah (2006); Sahney, Banwet e Karunes (2006),

31) Oferta de estágios e empregos

Mahapatra e Khan (2007); Joseph e Joseph (1997);

4

mai

or

expe

ctat

iva

para

Associados diretamente aos professores (43%)

Professores (genericamente) Torres (2011)

1) Experiência prática dos professores

Mahapatra e Khan (2007); Sahney, Banwet e Karunes (2006); Butt, et al. (2010)

2) Didática dos professores Martins, Teixeira e Silva (2009); Mahapatra e Khan (2007)

109

3) Pontualidade dos professores

4) Motivação dada pelo professor Chua (2004)

5) Capacitação dos professores

Sahney, Banwet e Karunes (2006),

9) Acessibilidade aos professores

Associados à infraestrutura (36%)

Infraestrutura (genericamente)

Martins, Teixeira e Silva (2009); O'Neill e Palmer (2000); Jain, Sahney e Sinha (2013); Sahney, Banwet e Karunes (2006), Calvo-Porral, Lévy-Mangin e Novo-Corti (2013); Douglas e Mc Clelland (2008);

13) Acesso à internet pela rede sem fio

17) Conforto das bancadas das salas Gruber et al. (2010)

18) Conforto ambiental das salas

Sahney, Banwet e Karunes (2006); Gruber et al. (2010)

19) Limpeza (salas, banheiros e outros) Gruber et al. (2010)

22) Segurança nas instalações e entorno

Outros (21%)

10) Horários dos encontros presenciais Martins, Teixeira e Silva (2009)

11) Currículo alinhado com mercado

Martins, Teixeira e Silva (2009); Jain, Sahney e Sinha (2013); Sahney, Banwet e Karunes (2006); Joseph e Joseph (1997)

29) Reputação da instituição Martins, Teixeira e Silva (2009); Joseph e Joseph (1997);

Fonte: Pesquisa (2014) realizada pelo Autor.

110

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O ultimo capítulo desta dissertação apresenta-se dividido em três partes. No

primeiro momento há a conclusão, onde são feitos comentários e considerações

acerca da pesquisa e seus resultados, à luz dos conteúdos da fundamentação

teórica, do modelo de avaliação proposto e dos objetivos a que se propunha. Em

seguida apresentam-se limitações do trabalho e por último, indicações para futuras

pesquisas.

5.1 Conclusões

O contexto político, social e econômico por que passa o Brasil, gerou

interferências significativas no segmento econômico associado à educação superior,

exigindo que as empresas do segmento assumam a meta de oferecer serviços

educacionais de qualidade para a manutenção da competitividade. A esse cenário,

deve-se acrescer o papel cada vez mais representativo do aluno como cliente, seja

em IES públicas ou privadas, em função dos movimentos generalizados pelo direito

à educação de qualidade.

Embasado nestes pressupostos e considerando as sutilezas inerentes às

atividades econômicas que envolvem a prestação de serviços, o presente estudo

propôs a discussão sobre a avaliação da qualidade dos serviços educacionais

oferecidos em cursos de graduação, por ser um tema atual, de interesse da

sociedade e, em especial, das instituições de ensino superior que possuam, em

seus princípios, a busca constante pela qualidade na transformação das pessoas em

profissionais aptos a exercerem uma profissão.

Optou-se por uma análise longitudinal considerando as comprovações, em

estudos anteriores, de que a percepção da qualidade dos serviços varia com o

tempo na perspectiva dos consumidores e, em especial, dos estudantes uma vez

que a prestação de serviços na área educacional se caracteriza por ser de longo

prazo, numa relação contínua.

111

Assim, os resultados obtidos indicam que os atributos de maior expectativa

para o alunos pesquisados são os que obtiveram maiores índices no rankeamento

acumulado dos cinco momentos pesquisados. Ao agrupá-los considerando

dimensões por similaridade dos atributos, obteve-se o que é demonstrado no

Quadro 13.

Quadro 13 – Atributos de maior expectativa acumulada, por dimensão.

Atributo Dimensão Ranking acumulado

Representa -tividade

1 Experiência prática dos professores Professor 1

43%

2 Didática dos professores Professor 4

3 Pontualidade dos professores Professor 5

5 Capacitação dos professores Professor 8

4 Motivação dada pelo professor Professor 10

9 Acessibilidade aos professores. Professor 14

18 Conforto ambiental das salas Infraestrutura 2

36% 19 Limpeza (salas, banheiros e outros) Infraestrutura 3 17 Conforto das bancadas das salas Infraestrutura 7 22 Segurança nas instalações e entorno Infraestrutura 12 13 Acesso à internet pela rede sem fio Infraestrutura 13

11 Currículo alinhado com mercado Acadêmica 6 14%

10 Horários dos encontros presenciais Acadêmica 11

29 Reputação da instituição Administrativa 9 7%

Fonte: Pesquisa (2014) realizada pelo Autor.

Atende-se, com isso, o objetivo específico de Identificar os atributos mais

importantes para a avaliação da qualidade do serviço educacional na IES estudada.

Adicionalmente, estabelece-se uma classificação e relativização dos atributos

identificados.

Ficou evidenciado, também, o aumento crescente da expectativa dos alunos

ao longo da pesquisa, registrado pelas avaliações feitas para o nível de importância

conferida aos atributos em cada momento pesquisado. Eles apresentam resultados

com valores crescentes, configurando um aumento da expectativa geral dos alunos.

Da mesma forma, porém em sentido contrário, os registros referentes às percepções

dos serviços recebidos (desempenho), foram todos negativos, demonstrando um

distanciamento das médias das expectativas, gerando sempre lacunas negativas. A

propósito, não houve em nenhum momento pesquisado e para nenhum atributo

relacionado, a superação ou equivalência do serviço recebido em relação à

112

expectativa. Ficam demonstradas, então, as variações nos níveis das expectativas e

percepções dos serviços recebidos ao longo do estudo.

Dos resultados obtidos, alguns atributos foram evidenciados pela matriz de

oportunidades, principal ferramenta gerencial utilizada neste trabalho, que são

críticos para a instituição. Por ordem, eles são: i) Disponibilidade de acesso à

internet com segurança para desenvolvimento de pesquisas e das atividades

virtuais; ii) Limpeza e manutenção das salas de aulas, banheiros e corredores; iii)

Disponibilidade de vagas no estacionamento do campus e/ou no seu entorno e iv)

Os alunos se sentirem seguros dentro e nas imediações da instituição. É importante

ressaltar que o atributo “acesso à internet sem fio” esteve no quadrante relativo à

maiores lacunas da qualidade e de maior expectativa para os alunos, em três dos

cinco momentos pesquisados, conferindo a este atributo o título de principal

deficiência na qualidade observada a ser equacionado pela gestão da IES. Além

dessas, várias outras implicações gerenciais foram relatadas no item 4.5, atendendo

ao que foi preconizado como objetivo que era avaliar as implicações relativas à

gestão da IES determinadas pela matriz de oportunidades.

Adicionalmente, outras constatações foram evidenciadas e corroboradas pelo

referencial teórico, tais como a insatisfação com relação à infraestrutura; a

importância conferida à existência de um currículo para os cursos que estejam

alinhados com as exigências do mercado; a visibilidade e reconhecimento da

instituição de ensino e do curso escolhido perante sociedade; e, por fim, mas não

menos importante, a constatação de que os alunos conferem aos atributos

associados aos professores uma grande importância ao ponto de representarem

43% dos atributos classificados como muito importantes.

Diante do exposto, enfatiza-se a necessidade dos gestores reunirem

informações referentes às expectativas dos alunos, não apenas durante seu tempo

na universidade, mas desde o momento de chegada e, se possível, de antemão, e

de gerenciar essas expectativas, medindo-as em relação aos serviços prestados,

alinhando-os mais estreitamente possível com o que pode ser entregue por via de

serviço de qualidade.

5.2 Limitações e indicações para futuras pesquisas

113

Apesar do estudo longitudinal ter sido a melhor opção para captar as

percepções ao longo do tempo dos alunos de um mesmo grupo em uma IES, esse

tempo foi restrito às possibilidades de extensão de tempo deste trabalho, que

poderia se prolongar até a conclusão dos estudos deste grupo.

A extrapolação dessas conclusões para outros ambientes dentro da própria

IES pesquisada, deve ser feita de forma cuidadosa, pois foi limitada aos alunos a um

grupo, condicionados a uma modalidade de ensino específica, num determinado

tempo. Qualquer transbordamento dos registros deste trabalho deverá levar em

consideração o contexto desejado e efetuadas as adaptações necessárias.

O aprofundamento dos resultados dessa pesquisa através de técnicas de

focus group pode detalhar os achados e conclusões obtidas. A continuidade do

estudo e seu aprofundamento em outras áreas da IES, pode fornecer novos

subsídios para os gestores da instituição.

Pode-se, ainda, aprofundar os estudos em cada uma das relações

estabelecidas anteriormente, ou desenvolver outras, tais como explorar a ligação

entre expectativa e lacunas da qualidade; explorar a sensibilidade dos diferentes

tipos de clientes; comparar com a modalidade tradicional presencial; continuar o

estudo longitudinal, estabelecendo uma série contínua; pesquisar a existência e criar

um instrumento para avaliação da qualidade de ensino a distância ou ensino misto,

parte presencial e parte a distância.

114

REFERÊNCIAS

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125

APÊNDICE A - ROTEIRO PARA PESQUISA SEMIESTRUTURADA SOBRE QUALIDADE EM SERVIÇOS DE ENSINO DE NÍVEL SUPERIOR.

UNIVERSIDADE POTIGUAR – UNP PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO - PPGA

MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO - MPA NATAL/RN

2013

Mestrando: Guido Salvi dos Santos Orientador: Dr. Domingos Fernandes Campos

Roteiro para pesquisa semiestruturada sobre Qualidade em Serviços de Ensino de Nível Superior. Objetivo: identificar atributos de qualidade para serviços de ensino superior. 1) É perceptível a diferença entre a qualidade da prestação de serviços educacionais de

uma Universidade Particular para uma Pública?

2) Aplica-se às Universidades Particulares as mesmas regras de mercado de qualquer outra atividade econômica? Ou as Universidades são isentas desse processo mercantil?

3) É, portanto, importante avaliar a qualidade do serviço educacional prestado?

4) Os instrumentos geralmente utilizados pelo MEC para avaliar uma Universidade são suficientes para avaliar a qualidade dos serviços educacionais prestados aos alunos?

5) Em sua opinião, quais atributos são os mais representativos para avaliar a qualidade dos serviços educacionais prestados? -

__________________________________________________________________________________________________________________________________________

6) Segundo a escala de representatividade abaixo, marque a opção que melhor

representa cada atributo relacionado nas colunas que se seguem. Grau de Representatividade

+ + + Muito representativo

+ + Representativo

+ Pouco Representativo

0 Sem representatividade

Obrigado

126

Dimensão ASPECTOS ACADÊMICOS Nº Atributos

Grau de Representatividade + + + + + + 0

Professores

1 Capacidade de associar teoria à prática 2 Bom relacionamento com alunos 3 Saber transmitir conhecimento 4 Cumprimento dos prazos 5 Titulação Currículo do curso

6 Conexão com o mercado de trabalho 7 Potencial de empregabilidade 8 Atualizado Coordenador do curso

9 Acessibilidade 10 Relacionamento Biblioteca

11 Qualidade das instalações 12 Atualidade e quantidade do acervo

Dimensão VIRTUALIDADE

Nº Atributos

Grau de Representatividade + + + + + + 0

13

Qualidade da Rede WI-FI (Disponibilidade,

estabilidade e velocidade).

14 Serviços disponibilizados pelo Portal Virtual.

15

Interatividade do Ambiente Virtual de

Aprendizagem (AVA)

16 E-Mail 17 Quantidade de materiais no AVA

Dimensão RELACIONAMENTO

Nº Atributos

Grau de Representatividade + + + + + + 0

Serviços de secretaria

18 Cumprimento dos prazos 19 Agilidade 20 Cortesia 21 Fila

127

Dimensão ESTRUTURA Nº Atributos

Grau de Representatividade + + + + + + 0

Infraestrutura

22 Iluminação 23 Banheiros 24 Escadas/Elevadores/Rampas 24 Segurança (inclusive no entorno) Estacionamento

26 Quantidade de vagas 27 Segurança 28 Acessibilidade Localização da Universidade

29 Acessibilidade por transporte público 30 Segurança Salas de aula

31 Conforto ambiental térmico 32 Luminosidade 33 Recursos multimídia 34 Carteiras

Dimensão NÃO ACADÊMICA (OUTROS)

Nº Atributos

Grau de Representatividade + + + + + + 0

Serviços de terceiros oferecidos na Universidade

35 Praça de alimentação 36 Serviços de cópias e encadernações 37 Livraria 38 Internacionalidade da IES

39 Possibilidade de participação em projetos de pesquisa

e extensão durante o curso

40 A IES gera oportunidade de emprego Comentários/observações: ______________________________________________________

128

APÊNDICE B – INSTRUMENTO DE PESQUISA.

DATA

dia:

mês: Sim Feminino

ano: Não

Estagiário(a) de empresa privada

Estagiário(a) de empresa pública

Funcionário de empresa privada

4. Atualmente empregado

Sim

Ônibus interurbano

Carro próprio

A pé

Motocicleta

De 6 a 10 salários

Não

5. Ocupação profissional atual

Somente estudante

QUESTIONÁRIO 1

Prezado(a):

Este questionário visa coletar dados para subsidiar a pesquisa intitulada Avaliação da qualidade na

prestação de serviços em uma instituição de ensino superior: relação entre expectativa e percepção. O

objetivo é avaliar as expectativas e percepções de desempenho dos alunos a respeito dos serviços

ofertados por uma Instituição de Ensino Superior (IES), em Natal-RN. Nos relatórios e resultados do

estudo, será mantido o CARÁTER CONFIDENCIAL das informações individuais colhidas. Os dados serão

úteis para avaliar a qualidade dos serviços prestados, de acordo com as percepções dos alunos da IES

pesquisada. Os resultados do trabalho poderão ser disponibilizados no âmbito da comunidade

acadêmica. Na certeza de contar com a sua honrosa colaboração, agradecemos antecipadamente.

Atenciosamente,

MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO

UNIVERSIDADE POTIGUAR

3. Renda Familiar

Menos de 2 salários

De 2 a 5 salários

1. SexoMatriculado(a) na 1ª série

da GEx em 2013.1? Masculino

Funcionário público

Empresário

Outro

Autônomo

De 11 a 20 salários

Mais de 20 salários

O conceito da instituição

2. Idade

Menos de 30 anos

De 30 a 35 anos

De 36 a 40 anosCeará-Mirim

9. O que levou você a escolher a GRADUAÇÃO

EXECUTIVA? (Pode escolher mais de uma

alternativa)

Valor da mensalidade

6. Residência

Parnamirim

São Gonçalo

Macaíba

De 41 a 45 anos

De 46 a 50 anos

Mais de 50 anos

10. O que levou você a escolher essa Instituição de

ensino? (Pode escolher mais de uma alternativa)

Natal - Zona Sul

8. Ensino Básico

Outro

Preço acessível

Indicação de amigos e/ou familiares

Indicação de amigos e/ou familiares

Outro

Por ser em parte a distância

Por ter somente dois dias presenciais O horário das aulas

A modalidade do ensino (GEx)

Qualidade dos cursos oferecidos O quadro de professores

Extremoz

São José de Mipibú

Natal - Zona Norte

Maior parte em escola pública

Proximidade de onde mora

Natal - Região Central

7. Meio de transporte no acesso à

universidade

Ônibus urbano

Carona

Sempre em escola particular

Sempre em escola pública

Maior parte em escola particular

129

QUESTIONÁRIO 2

RESPONDA A IMPORTÂNCIA QUE O ATRIBUTO TEM PARA VOCÊ. Neste questionário, pergunta-se sobre a sua percepção de importância em relação a um

conjunto de atributos dos serviços ofertados por Instituições de Ensino Superior. O respondente marcará uma nota, numa escala de zero a dez, para indicar o grau de

IMPORTÂNCIA de cada um dos atributos. O valor 0 (ZERO) significa que o atributo não tem importância para você, ao passo que o valor 10 (DEZ) indica importância máxima para o

atributo. Numa escala de 0 (zero) a 10 (dez), considerando os serviços relacionados a uma

UNIVERSIDADE, qual a IMPORTÂNCIA que você atribui à (ao):

1) Conhecimento prático dos professores.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

2) Didática dos professores.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

3) Pontualidade dos professores.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

4) Estímulo e motivação oferecidos pelo professor ao aluno para a aprendizagem.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

5) Titulação e capacitação dos professores.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

6) Ambiente Virtual de Aprendizagem (Ambiente Virtual) de fácil utilização e interação.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

130

7) Disponibilidade e qualidade do acervo bibliográfico (quantidade e qualidade).

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

8) Qualidade do material didático disponibilizado virtualmente.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

9) Facilidade de acesso e relacionamento como os professores

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

10) Horário e dias em que os encontros presenciais acontecem.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

11) Conexão entre o currículo do curso e o que o mercado de trabalho exige do profissional.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

12) Facilidade de acesso e relacionamento com a coordenação do curso.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

13) Acesso à internet através de rede sem fio (wi-fi).

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

14) Serviços administrativos disponibilizados aos alunos através do Portal Virtual (acesso a documentos, resultados de notas, planos de ensino, serviços da biblioteca, requerimentos, ...)

131

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

15) Cumprimento de prazos administrativos e acadêmicos.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

16) Recursos multimídia disponíveis em salas de aula equipadas (projetor, computador, TV, som, ...)

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

17) Disponibilidade e conforto das bancadas em salas de aula adequadas ao uso de notebooks ou similares.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

18) Conforto ambiental da sala de aula (climatização, acústica, iluminação, espaço)

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

19) Limpeza e manutenção das salas de aulas, banheiros, corredores e outros espaços

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

20) Disponibilidade de laboratórios de informática equipados e modernos

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

21) Disponibilidade de vagas no estacionamento do campus e/ou no seu entorno

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

132

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

22) Segurança nas instalações, inclusive no entorno da instituição

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

23) Acesso à instituição mediante transporte coletivo

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

24) Atenção, cordialidade e presteza do pessoal administrativo

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

25) Relação custo/benefício entre os os valores pagos e os serviços obtidos

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

26) Disponibilidade de uma ouvidoria como canal para expor as suas opiniões.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

27) Realização de eventos extra sala de aula promovidos pelo curso ou pela instituição.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

28) Participação em atividades de pesquisa científica ou extensão universitária durante a realização do curso.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

29) Reputação e credibilidade da instituição.

133

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

30) Disponibilidade de serviços de alimentação (cantinas e lanchonetes).

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

31) Disponibilidade de um serviço institucional para intermediação de oportunidades de estágios e/ou empregos no mercado de trabalho.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

32) Disponibilidade e qualidade dos serviços de reprografia (fotocópias e encadernações, ...)

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

33) Possibilidade de realização de parte do curso de graduação ou de outras atividades acadêmicas em instituições internacionais.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

não importante pouco importante mediana importância importante muito importante

QUESTIONÁRIO 3

AVALIE O DESEMPENHO DE SUA UNIVERSIDADE EM CADA ATRIBUTO. Neste questionário, pergunta-se sobre a sua percepção do desempenho do serviço oferecido pela UNIVERSIDADE na qual você está matriculado(a) no que se refere a cada um dos atributos

enumerados. O respondente marcará uma nota, numa escala de zero a dez , para indicar o DESEMPENHO da universidade que frequenta em cada um dos atributos. O valor 0 (ZERO)

indica que a universidade que você frequenta apresenta um péssimo desempenho para o atributo analisado, ao passo que o valor 10 (DEZ) indica um excelente desempenho.

Numa escala de zero a dez, como você avalia o DESEMPENHO da sua UNIVERSIDADE em relação à (ao):

1) Conhecimento prático dos professores

134

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

D E S E M P E N H O

péssimo ruim médio bom excelente

2) Didática dos professores

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D E S E M P E N H O

péssimo ruim médio bom excelente

3) Pontualidade dos professores

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D E S E M P E N H O

péssimo ruim médio bom excelente

4) Estimulo e motivação oferecidos pelo professor ao aluno para a aprendizagem

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D E S E M P E N H O

péssimo ruim médio bom excelente

5) Titulação e capacitação dos professores

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D E S E M P E N H O

péssimo ruim médio bom excelente

6) Ambiente Virtual de Aprendizagem (Ambiente Virtual) de fácil utilização e interação

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D E S E M P E N H O

péssimo ruim médio bom excelente

7) Disponibilidade e qualidade do acervo bibliográfico (quantidade e qualidade)

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D E S E M P E N H O

péssimo ruim médio bom excelente

8) Qualidade do material didático disponibilizado virtualmente

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D E S E M P E N H O

péssimo ruim médio bom excelente

9) Facilidade de acesso e relacionamento como os professores

135

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D E S E M P E N H O

péssimo ruim médio bom excelente

10) Horário e dias em que os encontros presenciais acontecem

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D E S E M P E N H O

péssimo ruim médio bom excelente

11) Conexão entre o currículo do curso e o que o mercado de trabalho exige do profissional

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D E S E M P E N H O

péssimo ruim médio bom excelente

12) Facilidade de acesso e relacionamento com a coordenação do curso

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D E S E M P E N H O

péssimo ruim médio bom excelente

13) Acesso à internet através de rede sem fio (wi-fi)

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D E S E M P E N H O

péssimo ruim médio bom excelente

14) Serviços administrativos disponibilizados aos alunos através do Portal Virtual (acesso a documentos, resultados de notas, planos de ensino, serviços da biblioteca, requerimentos, ...)

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D E S E M P E N H O

péssimo ruim médio bom excelente

15) Cumprimento de prazos administrativos e acadêmicos

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D E S E M P E N H O

péssimo ruim médio bom excelente

16) Recursos multimídia disponíveis em salas de aula equipadas (projetor, computador, tv, som, ...)

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D E S E M P E N H O

péssimo ruim médio bom excelente

136

17) Disponibilidade e conforto das bancadas em salas de aula adequadas ao uso de notebooks ou similares.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D E S E M P E N H O

péssimo ruim médio bom excelente

18) Conforto ambiental da sala de aula (climatização, acústica, iluminação, espaço)

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D E S E M P E N H O

péssimo ruim médio bom excelente

19) Limpeza e manutenção das salas de aulas, banheiros, corredores e outros espaços

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D E S E M P E N H O

péssimo ruim médio bom excelente

20) Disponibilidade de laboratórios de informática equipados e modernos

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D E S E M P E N H O

péssimo ruim médio bom excelente

21) Disponibilidade de vagas no estacionamento do campus e/ou no seu entorno

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D E S E M P E N H O

péssimo ruim médio bom excelente

22) Segurança nas instalações, inclusive no entorno da instituição

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D E S E M P E N H O

péssimo ruim médio bom excelente

23) Acesso à instituição mediante transporte coletivo

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D E S E M P E N H O

péssimo ruim médio bom excelente

24) Atenção, cordialidade e presteza do pessoal administrativo

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D E S E M P E N H O

péssimo ruim médio bom excelente

137

25) Relação custo/benefício entre os valores pagos e os serviços obtidos

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D E S E M P E N H O

péssimo ruim médio bom excelente

26) Disponibilidade de uma ouvidoria como canal para expor as suas opiniões

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D E S E M P E N H O

péssimo ruim médio bom excelente

27) Realização de eventos extra sala de aula promovidos pelo curso ou pela instituição

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D E S E M P E N H O

péssimo ruim médio bom excelente

28) Participação em atividades de pesquisa científica ou extensão universitária durante a realização do curso

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D E S E M P E N H O

péssimo ruim médio bom excelente

29) Reputação e credibilidade da instituição

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D E S E M P E N H O

péssimo ruim médio bom excelente

30) Disponibilidade de serviços de alimentação (cantinas e lanchonetes)

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D E S E M P E N H O

péssimo ruim médio bom excelente

31) Disponibilidade de um serviço institucional para intermediação de oportunidades de estágios e/ou empregos NO MERCADO DE TRABALHO

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D E S E M P E N H O

péssimo ruim médio bom excelente

32) Disponibilidade e qualidade dos serviços de reprografia (fotocópias e encadernações, ...)

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

138

D E S E M P E N H O

péssimo ruim médio bom excelente

33) Possibilidade de realização de parte do curso de graduação ou de outras atividades acadêmicas em instituições internacionais. 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

D E S E M P E N H O

péssimo ruim médio bom excelente 34) Avaliação da modalidade de ensino mista presencial / a distância.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D E S E M P E N H O

péssimo ruim médio bom excelente

35) Avaliação da Instituição de Ensino como um todo.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 D E S E M P E N H O

péssimo ruim médio bom excelente