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UNIVERSIDADE POTIGUAR – UnP PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO KELSON WAGNER DA SILVA BARROS FATORES DETERMINANTES PARA A LEALDADE DOS USUÁRIOS EM UM SHOPPING CENTER DE NATAL NATAL 2015

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UNIVERSIDADE POTIGUAR – UnP PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO

KELSON WAGNER DA SILVA BARROS

FATORES DETERMINANTES PARA A LEALDADE DOS USUÁRIOS EM UM SHOPPING CENTER DE NATAL

NATAL 2015

KELSON WAGNER DA SILVA BARROS

FATORES DETERMINANTES PARA A LEALDADE DOS USUÁRIOS EM UM SHOPPING CENTER DE NATAL

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Potiguar, como requisito para a obtenção do título de Mestre em Administração, na área de Gestão Estratégica e Competitividade. Orientador: Prof. Domingos Fernandes Campos, Dr.

NATAL 2015

Barros, Kelson Wagner da Silva.

Fatores determinantes para a lealdade dos usuários em um shopping center de Natal / Kelson Wagner da Silva Barros. –Natal,2015.

94f. Orientador: Dr. Domingos Fernandes Campos

Dissertação (Mestrado em Administração). – Universidade Potiguar. Pró-Reitoria Acadêmica – Núcleo de Pós-Graduação.

Bibliografia 74-80f.

1. Administração – Dissertação. 2. SERVPERF. 3. Equações estruturais. 4. Lealdade do consumidor. I. Título.

KELSON WAGNER DA SILVA BARROS

FATORES DETERMINANTES PARA A LEALDADE DOS USUÁRIOS EM UM

SHOPPING CENTER DE NATAL

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração da Universidade Potiguar, como requisito para a obtenção do título de Mestre em Administração, na área de Gestão Estratégica e Competitividade.

Aprovado em: 30/06/2015

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________________

Prof. Dr. Domingos Fernandes Campos

Orientador

Universidade Potiguar – UnP

_____________________________________________

Profa. Dra. Lieda Amaral de Souza

Examinadora

Universidade Potiguar – UnP

_____________________________________________

Prof. Dr. Anailson Márcio Gomes

Examinador Externo

Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN

Dedico esta dissertação à minha família,

por todo apoio e compreensão de minha

esposa, Alessandra, dos meus filhos,

João Filipe e Rafael, minha mãe, Marlene,

e todos que deixei de dar mais um pouco

de atenção para me dedicar a este projeto

que tanto sonhava.

AGRADECIMENTOS

Antes de tudo, agradeço a Deus, por me permitir está saudável e capaz de

realizar este projeto. Em sua infinita bondade me fez forte para superar todas as

dificuldades que se apresentaram no caminho.

À minha mãe Marlene, que me educou e dedicou seu esforço mais profundo,

para que um dia eu pudesse alcançar meus objetivos, estando sempre ao meu lado

dando seu apoio e acreditando em mim.

À minha família, por todo apoio dado, especialmente a minha esposa,

Alessandra, e meu filho, João Filipe, que me permitiram dedicar um precioso tempo

na execução deste trabalho.

Ao meu orientador, Prof. Dr. Domingos Campos, que se mostrou eficiente,

mas acima de tudo compreensivo, de modo que me transmitiu segurança para

seguir e não fraquejar, mesmo nos momentos mais difíceis desta jornada.

A Prof.ª Dr.ª Lieda Amaral, por se mostrar atenciosa em sua coorientação.

Aos meus preciosos amigos de mestrado, que sempre buscaram ajudar e

contribuir para um crescimento em conjunto.

Aos meus amigos que ajudaram a divulgar a pesquisa, tornando possível este

trabalho.

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Determinantes da satisfação do consumidor ...................................... 20

Figura 2 – Modelo conceitual de qualidade de serviço ......................................... 23

Figura 3 – Modelo dos valores de consumo ......................................................... 31

Figura 4 – Modelo das atividades ......................................................................... 31

Figura 5 – Modelo teórico de Boubeta ................................................................. 33

Figura 6 – Modelo conceitual de Lima e Neto (2010) ........................................... 34

Figura 7 – Modelo estrutural................................................................................. 37

Figura 8 – Modelo conceitual de Kaura e Datta ................................................... 39

Figura 9 – Modelo de Yilmaz ................................................................................ 41

Figura 10 – Esquema metodológico para realizar a pesquisa .............................. 42

Figura 11 – Modelo hipotético preliminar ............................................................. 44

Figura 12 – Distribuição de dados do G*Power.................................................... 53

Figura 13 – Resultados da simulação do G*Power .............................................. 53

Figura 14 – Modelo hipotético estrutural ajustado – SmartPLS............................ 67

Figura 15 – Modelo hipotético com os coeficientes estatísticos “t” ....................... 68

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Hipóteses confirmadas ....................................................................... 36

Tabela 2 – Fator de Inflação da Variância (VIF) ................................................... 60

Tabela 3 – Confiabilidade composta .................................................................... 61

Tabela 4 – Alfa de Cronbach ................................................................................ 61

Tabela 5 – Cargas fatoriais iniciais sem ajuste .................................................... 62

Tabela 6 – Average Variance Extracted (AVE) sem ajustes ................................ 63

Tabela 7 – Cargas fatoriais após ajustes no modelo ............................................ 63

Tabela 8 – Average Variance Extracted (AVE) após ajustes ............................... 64

Tabela 9 – Validade discriminante ....................................................................... 64

Tabela 10 – Coeficientes do R2 ............................................................................ 65

Tabela 11 – Coeficientes de caminho (Beta) ....................................................... 66

Tabela 12 – Fator de Cohen (f2) ........................................................................... 66

Tabela 13 – Valores do t-estatístico ..................................................................... 67

Tabela 14 – Resumo dos índices de ajuste ......................................................... 68

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Fatores de atratividade de Shopping ................................................. 26

Quadro 2 – Construtos e dimensões .................................................................... 35

Quadro 3 – Construtos e indicadores ................................................................... 38

Quadro 4 – Variáveis adaptadas .......................................................................... 39

Quadro 5 – Fatores relacionados à escolha pelo shopping center ....................... 40

Quadro 6 – Construtos relacionados .................................................................... 43

Quadro 7 – Variáveis dos valores hedônicos ....................................................... 45

Quadro 8 – Variáveis dos valores utilitários ......................................................... 46

Quadro 9 – Variáveis da satisfação do cliente ..................................................... 46

Quadro 10 – Variáveis da lealdade ...................................................................... 47

Quadro 11 – Comparativo das dimensões da qualidade ...................................... 47

Quadro 12 – Variáveis da qualidade de serviço ................................................... 50

Quadro 13 – Ordenamento das variáveis conforme o construto .......................... 54

Quadro 14 – Variáveis dos construtos ................................................................. 54

Quadro 15 – Perfil da amostra ............................................................................. 58

Quadro 16 – Resultados das Hipóteses ............................................................... 69

LISTA DE SIGLAS

ABEP Associação Brasileira de Estudos Populacionais

AVE Average Variance Extracted

CB-SEM Covariance Based Structural Equation Modeling

LC Lealdade do Consumidor

PLS-SEM Partial Least Square Structural Equation Modeling

QS Qualidade do Serviço

SC Satisfação do Cliente

SEM Structural Equation Modeling

VHC Valor Hedônico de Consumo

VIF Variance Inflation Factor

VUC Valor Utilitário de Consumo

RESUMO

Este trabalho teve como objetivo analisar as relações determinantes entre os construtos: qualidade de serviço, satisfação do cliente e valores de consumo (hedônico e utilitário), que conduzem à lealdade do consumidor. Para tanto, realizou-se uma pesquisa de natureza aplicada, com uma abordagem quantitativa e exploratória do tipo descritiva. O universo pesquisado envolveu os frequentadores de um Shopping Center em Natal. A amostra foi composta de 435 questionários válidos, sendo 236 através do Survey on line Qualtrics, e 199 através de entrevistas presenciais nos arredores do shopping. Como instrumento de coleta foi utilizado um questionário estruturado, baseado em 45 atributos oriundos dos construtos pesquisados: valores utilitários de consumo, valores hedônicos de consumo, satisfação do cliente, lealdade do consumidor e qualidade do serviço. Este último foi analisado com base na escala SERVPERF. Para efetivar a análise foi elaborado um modelo hipotético preliminar, o qual foi analisado com a técnica de equações estruturais com mínimos quadrados parciais. Os resultados revelaram que o modelo explica a lealdade do consumidor, com 70%, e a satisfação do cliente, com 57%, configurando-se como importante determinante dentro do modelo. A qualidade de serviço apresentou influência significativa para os valores utilitários de consumo e, comparando-se aos demais, razoável influência com relação à lealdade do consumidor. Finalmente, a limitação deste trabalho se deve ao fato da pesquisa ter sido aplicada somente junto aos frequentadores de um shopping. Deste modo, sugere-se a aplicação do modelo validado, também, com frequentadores de outros estabelecimentos desta natureza. Palavras-chave : SERVPERF. Equações Estruturais. Lealdade do Consumidor. Satisfação do Cliente.

ABSTRACT

This research aimed to analyze determinant relationships among constructs: service quality, customer satisfaction and customer values (hedonic and utilitarian), which drives customer loyalty. Therefore, it was performed an applied research with a quantitative and exploratory approach, type descriptive. The research universe was the users of a shopping center in Natal. The sample was composed of 435 valid questionnaires, which 236 were from Qualtrics on line survey and 199 were from interviews performed around the shopping center. As data collection instrument was used a structured questionnaire based on 45 attributes from the constructs researched in the literature: utilitarian value, hedonic value, customer satisfaction, customer loyalty and service quality. The SERVPERF scale was used to perform service quality analysis. An hypothetical preliminar model was proposed to perform the analysis, which was submitted to partial least square structural equation technic in order to analyse its validation. The results showed that customer loyalty was 69,2% explained by the hypothetical model, and customer satisfaction was 57,8% explained also. Service quality was presented as stronger influential construct for utilitarian values and, in comparison to others, it was a few influential regarding to customer loyalty. Finally, job limitation is due to research had worked with only one mall. As suggestion, the valid model can be used with others malls in the city. Keywords : SERVPERF. Structural Equations. Customer Loyalty. Customer Satisfaction.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................... 14

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ............................................................................. 14

1.2 PROBLEMA ............................................................................................... 15

1.3 OBJETIVOS ............................................................................................... 16

1.3.1 Geral .......................................................................................................... 16

1.3.2 Específicos ............................................................................................... 16

1.4 JUSTIFICATIVA ......................................................................................... 16

1.5 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO ............................................................ 17

2 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................ 18

2.1 LEALDADE DO CONSUMIDOR ............................................................... 18

2.2 SATISFAÇÃO DO CLIENTE ...................................................................... 19

2.3 QUALIDADE DE SERVIÇO ....................................................................... 21

2.4 VALORES DE CONSUMO ........................................................................ 24

2.5 ELEMENTOS DE ATRATIVIDADE DOS SHOPPINGS ............................. 25

2.6 EQUAÇÕES ESTRUTURAIS .................................................................... 28

2.7 MODELOS RELACIONAIS ........................................................................ 30

2.7.1 Modelo de Michon e Chebat (2002) ........................................................ 30

2.7.2 Modelo de Boubeta et al (2009) .............................................................. 32

2.7.3 Modelo de Lima e Neto (2010) ................................................................ 34

2.7.4 Modelo de Ha e Im (2012) ........................................................................ 36

2.7.5 Modelo de Kaura e Datta (2012) .............................................................. 38

2.7.6 Modelo de Yilmaz (2004) ......................................................................... 40

3 METODOLOGIA ........................................................................................ 42

3.1 TIPO DE PESQUISA ................................................................................. 43

3.2 MODELO HIPOTÉTICO PRELIMINAR...................................................... 43

3.2.1 Mensuração dos valores hedônicos ...................................................... 44

3.2.2 Mensuração dos valores utilitários ........................................................ 45

3.2.3 Mensuração da satisfação do cliente ..................................................... 46

3.2.4 Mensuração da lealdade do cliente ........................................................ 47

3.2.5 Mensuração da qualidade do serviço .................................................... 47

3.3 LOCUS DA PESQUISA ............................................................................ 50

3.4 POPULAÇÃO E AMOSTRA ...................................................................... 51

3.5 INSTRUMENTO DE PESQUISA ............................................................... 53

3.6 COLETA DOS DADOS .............................................................................. 55

4 ANÁLISE DOS DADOS ............................................................................ 57

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA ......................................................... 57

4.2 TRATAMENTO DOS DADOS .................................................................... 59

4.3 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............................................................ 67

5 CONCLUSÃO ............................................................................................ 72

REFERÊNCIAS ......................................................................................... 74

APÊNDICE ................................................................................................ 81

14

1 INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

Atingir um nível de satisfação do consumidor pode definir um passo para um

diferencial competitivo. A lealdade do consumidor, advinda de sua satisfação, pode

dar uma vantagem competitiva à organização (OLIVER, 1999).

O comportamento dos consumidores tem mudado nos últimos anos e três

importantes mudanças têm destaque: a solução individualizada, mais atenção à

saúde e disponibilidade de produtos. Estas novas tendências fazem com que haja

uma modificação na cadeia de suprimento. Na realidade estas mudanças aumentam

o nível de competitividade e revelam que novos padrões devem ser adotados para

cada grupo de consumidor (MOMTAZ et al, 2013).

Para esses consumidores serem leais a uma empresa, esta deve se

apresentar como a melhor alternativa no mercado (OLIVER, 1999). Para tanto, deve-

se considerar o papel dos valores de consumo, hedônico e utilitário, na motivação

por consumir (RINTAMAKI et al., 2006), bem como a qualidade, que tem sido

reconhecida como uma ferramenta de estratégia para atingir a eficiência operacional

e melhorar a performance dos negócios (JAIN; GUPTA, 2004; ZEITHALM, 1988).

No contexto dos shoppings, os valores hedônicos de consumo se referem às

aquisições multissensoriais, afetivas e holísticas vinculadas às experiências de

compras. Já os valores utilitários referem-se à aquisição de produtos e serviços

baseados na percepção do que é recebido e do que é ofertado (BABIN et al, 1994).

Uma empresa deve entender como focar melhor na qualidade do serviço para

atingir níveis de satisfação do cliente que favoreçam sua retenção. O fator mais crucial

da excelência da qualidade está em como satisfazer as expectativas e requerimentos

do cliente (PUN; HO, 2001). Estas expectativas envolvem um processo de via dupla, no

qual se pode confirmar ou desconfirmar, conforme uma comparação de desempenho

(FARIAS; SANTOS, 2000). Conhecer as necessidades, expectativas e identificar os

atributos de serviço ofertados que se destacam, torna-se imprescindível para que as

empresas de serviço estejam mais competitivas (TINOCO; RIBEIRO, 2007).

Nesse contexto, nos ambientes como shopping centers, que se configuram como

locais onde há uma grande variedade de lojas e ramos de atividade (LUNDBERG,

2009), os consumidores têm uma experiência de consumo completa, que está

15

relacionada às motivações utilitárias, como realizar uma tarefa ou serviço, bem como às

motivações hedônicas, nas quais se busca o prazer em consumir (BABIN et al., 1994;

HASTREITER; MARCHETTI, 2013). Seu sucesso como empreendimento se configura

em sua capacidade, através de seus gestores, para conquistar e reter clientes

(LUNDBERG, 2009).

A lealdade tem sido definida como um comportamento, a atitude de um

posicionamento leal como que um desejo de continuar um relacionamento com uma

empresa. Em uma perspectiva comportamental, a lealdade pode ser entendida como

um padrão de repetição (BONTIS et al, 2007).

As relações entre esses construtos podem ser analisadas estatisticamente

através de equações estruturais, a SEM (Structural Equation Modeling). Esta é uma

importante ferramenta para os pesquisadores da área de marketing (IACOBUCCI,

2009). Este método baseia-se na análise multivariada, todavia ainda não tem suas

capacidades totalmente usadas pelos pesquisadores, sendo algumas vezes mal

aplicadas (HAIR et al, 2012).

Dessa forma, este trabalho tem como proposta analisar as relações dos

construtos que envolvem o comportamento de frequentadores no ambiente de

shopping center, pelo fato deste local ter como característica a ampla concentração

de lojas e serviços, que atraem jovens e adultos. Tais relações podem ter

consequências para a lealdade destes usuários para com estas organizações.

1.2 PROBLEMA

Nas relações comerciais estão envolvidos vários construtos, os quais muitas

vezes se relacionam configurando um fator importante de se conhecer para prover

uma melhoria relacional. A qualidade, os valores, a satisfação e a lealdade foram

relacionados em vários estudos. Mas, até então, realizando uma associação sem

envolvê-los em conjunto. Conduzir um cliente a um comportamento favorável de

posicionamento leal para continuar consumindo de uma determinada empresa pode

gerar vantagem competitiva.

Nesse contexto, suscita-se o questionamento acerca de quais relações são

determinantes, entre os construtos: qualidade de serviço, satisfação do cliente,

valores utilitários de consumo e valores hedônicos de consumo, que conduzem a um

comportamento de continuar um relacionamento com um shopping center?

16

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Geral

Analisar as relações determinantes entre os construtos: qualidade de serviço,

satisfação do cliente, valores utilitários de consumo e valores hedônicos de consumo

que conduzem à lealdade dos usuários de um shopping center.

1.3.2 Específicos

a) Analisar os principais modelos relacionados ao tema e seus construtos;

b) Definir os construtos a serem trabalhados;

c) Propor um modelo hipotético;

d) Selecionar as variáveis associadas aos construtos analisados;

e) Aplicar o modelo ao ambiente de um shopping center;

f) Validar o modelo proposto.

1.4 JUSTIFICATIVA

No âmbito acadêmico, a verificação do modelo hipotético proposto é um passo

importante na pesquisa usando a SEM como ferramenta estatística, que ainda é

pouco difundida neste âmbito (HAIR et al, 1998; HAIR et al, 2012). Uma vez verificada

a validade deste modelo, através da confirmação das hipóteses propostas, o trabalho

contribuirá para a sua aplicação como novo modelo relacional dos construtos

estudados, representando as relações determinantes para a lealdade do consumidor.

A sociedade poderá se beneficiar de uma melhor adequação dos shoppings às

expectativas de seus consumidores, configurando uma melhora na qualidade percebida

e, consequentemente, em sua satisfação (PARASURAMAN et al, 1985; CRONIN;

TAYLOR, 1994; GRONHOLDT et al, 2000), fruto da interpretação das relações desses

construtos favoráveis à lealdade do consumidor apresentados nesta pesquisa.

Através desta pesquisa os gestores poderão verificar em que devem manter o

foco para ganhar a lealdade dos clientes, aumentar a participação de mercado e o

faturamento e, consequentemente, reduzir o custo para conquistar novos clientes

(REICHHELD, 1992).

17

1.5 ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO

Visando o melhor entendimento e leitura desta dissertação, o trabalho foi

dividido em cinco capítulos.

O primeiro capítulo consta da introdução, composta pela contextualização, o

problema de pesquisa, os objetivos: geral e específicos, bem como a justificativa,

definindo-se, assim, o assunto a ser estudado.

O segundo capítulo discorre o referencial teórico que embasa o trabalho. Nele

são abordados os construtos: lealdade do consumidor, satisfação do cliente, valores

hedônicos de consumo, valores utilitários de consumo e qualidade do serviço. Além

disso, apresentam-se os elementos de atratividade dos shoppings e os modelos

relacionais que envolvem tais construtos e que, em sua maioria, foram estudados na

temática dos shoppings.

O terceiro capítulo trata da metodologia utilizada na realização do trabalho,

constando o tipo de pesquisa, um modelo hipotético preliminar, a população e

amostra, e, também, o instrumento de coleta de dados.

O quarto capítulo diz respeito à análise e discussão dos resultados alcançados.

A amostra foi caracterizada gerando o perfil dos entrevistados. Os dados foram

tratados estatisticamente e avaliados quanto a sua validade, e o modelo hipotético foi

submetido à verificação de validade de acordo às hipóteses levantadas.

Finalizando-se, o quinto capítulo traz as conclusões acerca da pesquisa

realizada, suas limitações e possibilidades para trabalhos futuros. E, posteriormente,

são apresentadas as referências utilizadas no desenvolvimento do trabalho e, em

seguida, o apêndice.

18

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 LEALDADE DO CONSUMIDOR

A fidelidade ou lealdade do consumidor tem como base a conquista da

confiança e o estabelecimento de trocas relacionais com alto valor (SIRDESHMUKH

et al, 2002). Isto gera um compromisso em comprar repetidamente um mesmo

produto ou serviço sem sofrer as influências externas da concorrência (BEI; CHIAO,

2001). A lealdade é definida como uma atitude, um comportamento, um

posicionamento em uma perspectiva de atitude leal como um desejo em continuar

um relacionamento com uma empresa (BONTIS et al, 2007).

Uma melhora na lealdade do consumidor pode ser originada de clientes

satisfeitos, proporcionando um melhor desempenho nos negócios (GRONHOLDT et

al, 2000). Um cliente leal pode ser responsável por grandes frações de lucros em

muitos negócios. Muitos construtos tais como, satisfação, confiança, colaboração do

cliente, interação do cliente, imagem da empresa e personalização, têm sido

medidos e relacionados à lealdade (BALL et al, 2006).

Conforme Sajadi e Rizzuto (2013), a lealdade de um cliente é um pré-requisito

para um negócio de sucesso, e muitos autores afirmam que a satisfação é um

antecedente para a lealdade. Existem três maneiras distintas de se definir lealdade,

são elas:

1. Comportamental: comportamento repetitivo de compra.

2. Atitude: vínculos emocionais e psicológicos.

3. Composta: uma combinação dos dois primeiros e as medidas da lealdade

através das preferências do cliente, padrão de repetição, boca-a-boca e propensão à

mudança na marca.

Dessa forma, a lealdade comportamental pode ser definida como a intenção

do cliente em se engajar em um comportamento de recompra. Já a lealdade de

atitude pode ser entendida como a preferência por um serviço particular de uma

empresa (JONES; TAYLOR, 2012).

A qualidade do serviço tem impacto direto na satisfação do cliente e impacto

indireto na lealdade. Uma visão completa é essencial para verdadeiramente entregar

o que o cliente deseja (SAJADI; RIZZUTO, 2013).

19

Mandhachitara e Poolthong (2011) relatam que muitas pesquisas têm focado a

lealdade em termos de produtos tangíveis. Serviços e produtos tangíveis têm

características distintas. Os resultados das pesquisas envolvendo lealdade de

produtos não podem ser generalizados de forma satisfatória para serviços. A lealdade

do cliente é considerada vital para o crescimento e sobrevivência da empresa.

Quando uma empresa direciona consistentemente seus valores e ganha a

lealdade dos clientes, aumenta a sua participação de mercado e o seu

faturamento, e, consequentemente, o custo para conquistar novos clientes

diminui (REICHHELD, 1992).

Uma abordagem distinta acerca da lealdade foi realizada por Jones e Taylor

(2012), pesquisando-se sobre a contribuição do capital social na relação de

lealdade. Segundo os autores, se a relação com o cliente tem valor, a empresa

poderá se apropriar deste valor e gerar riqueza econômica, de modo que o benefício

desta relação do uso do capital social será a geração da lealdade do cliente.

2.2 SATISFAÇÃO DO CLIENTE

A avaliação do cliente é uma questão crítica na qualidade de serviço em

empresas que objetivam uma melhora em suas estratégias de mercado (JAIN;

GUPTA, 2004). Apesar de todas as pesquisas já realizadas sobre satisfação do

cliente e seus antecedentes e consequentes, nenhum consenso foi atingido com

relação à definição de satisfação do cliente (SUNAYNA, 2013).

A qualidade é definida pelo modelo de Parasuraman et al (1985) como sendo

a diferença entre o serviço percebido pelo cliente e sua expectativa, definido por eles

como o gap 5 no serviço, tem-se como implicação deste modelo para a melhora da

satisfação do cliente o fato da relação linear entre a redução dos gaps, em cada

atributo, e a melhora da satisfação do cliente (TSAI et al., 2011).

Seguindo esse raciocínio, a aplicação tradicional da análise dos gaps para a

tomada de decisão sobre a satisfação do cliente pode levar a um posicionamento

enganoso, pois a linearidade é apenas uma das possibilidades, entre várias, dos

atributos de desempenho e a satisfação do cliente (TSAI et al, 2011).

Tinoco e Ribeiro (2007) compilaram em sua pesquisa os principais

determinantes encontrados na literatura que afetam a avaliação do produto ou

serviço pelo cliente. Os modelos pesquisados por eles constam dos seguintes

20

determinantes: expectativas, desempenho percebido, desconfirmação de

expectativas, qualidade percebida, valor percebido, preço, desejos, afetos/emoções

e imagem corporativa.

No modelo proposto por Cronin e Taylor (1994) a satisfação do cliente é

relacionada à qualidade do serviço, no qual um serviço com boa performance leva a

um cliente satisfeito.

De acordo com Farias e Santos (2000), a satisfação do consumidor tem

relação com os antecedentes: equidade, performance, expectativa, desconfirmação,

emoção e atribuição. Em sua pesquisa, com base no modelo teórico de Oliver

(1997), adaptaram um modelo que buscou demonstrar as relações entre estas

variáveis determinantes, conforme mostra a Figura 1.

Figura 1 – Determinantes da satisfação do consumidor. Fonte: Farias e Santos (2000).

O determinante atribuição não pode ser estudado na modelagem devido à

dificuldade em os respondentes entenderem este determinante e deixá-lo incompleto

ou não respondido. Neste aspecto, o modelo teve que ser modificado no momento

da análise por equações estruturais, excluindo-se a atribuição, não obstante a perda

de informação por esta exclusão (FARIAS; SANTOS, 2000). Este determinante pode

ser entendido como sendo a qual fator o consumidor atribuirá a causa de sua

satisfação, segundo Oliver e DeSarbo (1988) o consumidor tende a imputar a causa

de sua insatisfação em uma fonte externa.

Em sua análise usando as equações estruturais, Farias e Santos (2000)

identificaram a dimensão da equidade como sendo a mais relevante, que reflete o

Equidade

Performance

Desconfirmação

Expectativas

Satisfação

Emoções

Atribuição

21

senso de justiça quanto ao serviço recebido, sendo o consumidor atendido dentro do

que se configura merecido pelo que esteja pagando (OLIVER; SWAN, 1989).

O estudo de Farias e Santos (2000) demonstrou que a justiça, dimensão da

equidade, contribui de forma relevante para a satisfação. Todavia, considerando as

influências diretas e indiretas, a performance teve maior destaque na satisfação. Fato,

possivelmente, correlacionado à percepção do desempenho dos serviços ofertados.

Os autores buscaram entender como o construto satisfação do consumidor

pode ser explicado e quais os determinantes que têm mais influência nesta

explicação. Para tanto, usaram o modelo teórico apresentado na figura 1.

As variáveis observadas e presentes na análise dos resultados foram: justiça,

desconfirmação de serviços, desconfirmação características, emoção negativa,

emoção positiva, satisfação, performance características e performance serviços.

Foram acrescentadas à análise do modelo mais seis variáveis não observadas, que

se referem aos erros. O modelo apresentado pelos autores necessita de ajustes de

acordo ao resultado do índice de adequação de ajustamento, que ficou em 0,258.

Em seus resultados constataram que os seis determinantes que explicam a

satisfação do consumidor são: expectativas, performance, desconfirmação,

atribuição, equidade e emoções. Eles verificaram o inter-relacionamento destes

determinantes e suas contribuições para a satisfação dando destaque a

performance como a variável que mais contribui para a satisfação.

Segundo Oliver (2010), nesse contexto de expectativas, performance e

emoções, o consumidor deve ser atendido no que se refere a realização plena do

seu desejo, logo, a resposta que ele terá com relação ao serviço prestado indicará o

seu nível de satisfação, em comparação ao seu julgamento, podendo estar acima ou

abaixo do nível esperado de realização.

2.3 QUALIDADE DE SERVIÇO

A qualidade de serviço não é tão simples de se mensurar, diferentemente de

um bem, que pode ser julgado de acordo a suas características, tais como,

resistência, cor, estilo, etc. O serviço tem um caráter menos tangível, sendo este

aspecto atribuído, limitadamente, aos equipamentos, pessoal e instalações do

prestador do serviço (PARASURAMAN et al, 1985).

22

Gerir a qualidade de serviços é um desafio devido aos processos de

avaliação que agregam uma carga elevada de subjetividade. As variáveis presentes

requerem instrumentos e escalas capazes de medir percepções e expectativas, os

quais têm uma complexidade devido a sua dependência de cada indivíduo

(CAMPOS; NÓBREGA, 2009).

Muitas pesquisas aplicam a escala SERVQUAL para medir a qualidade de

serviço percebida (QIN et al, 2010), esta escala aplica o conceito de lacuna ou

desconfirmação entre a expectativa do cliente e a percepção do serviço, medindo

assim a qualidade do serviço (PARASURAMAN et al, 1985).

A escala SERVQUAL apresenta cinco dimensões, as quais são confiança,

responsividade, tangibilidade, segurança e empatia. Embora este instrumento tenha

sido empregado entusiasticamente, ele recebeu críticas dos profissionais e teóricos

(QIN; PRYBUTOK, 2009).

Parasuraman et al (1985) perceberam em seus estudos, em literatura e

pesquisas da época, que a qualidade de serviço está relacionada a três temas, são

eles:

a) A qualidade de serviço é mais difícil de ser avaliada pelo cliente que a

qualidade de bens;

b) A percepção da qualidade de serviço é resultado de uma comparação entre

as expectativas do cliente com a real performance do serviço;

c) A qualidade de serviço não é fruto unicamente do resultado de um serviço,

ela também envolve a avaliação do processo de entrega do serviço.

Eles conduziram uma pesquisa com grupos focais de clientes e entrevistas de

profundidade com executivos para desenvolver o modelo conceitual da qualidade de

serviço. São identificadas cinco discrepâncias ou lacunas entre a percepção da

qualidade do serviço e os processos associados a entrega efetiva do mesmo. Neste

estudo inicial foram identificadas dez dimensões que determinam a qualidade do

serviço, são elas: tangibilidade, confiança, sensibilidade, comunicação, credibilidade,

segurança, competência, cortesia, conhecimento do cliente e acesso (PARASURAMAN

et al, 1985).

Esse modelo conceitual, conforme mostra a Figura 2, foi posteriormente

consolidado em apenas cinco dimensões, tangibilidade, confiança, capacidade de

resposta, fiabilidade e empatia (PARASURAMAN et al, 1988).

23

Figura 2 – Modelo conceitual de qualidade de serviço. Fonte: Parasuraman et al. (1985).

Buttle (1996) criticou o fato de esse modelo ser embasado no paradigma da

desconfirmação e relegar o fator atitude como sendo o principal paradigma.

Contrapondo-se ao modelo mencionado e corroborando com as críticas

realizadas, Cronin e Taylor (1994) propuseram um modelo baseado na performance,

SERVPERF. Segundo eles a escala SERVQUAL não deixa clara a diferença entre

satisfação e atitude. Sendo o desempenho do serviço o ponto chave para se medir a

qualidade do mesmo. A avaliação da performance da empresa gera uma avaliação

do serviço e se adequa mais a mensuração da qualidade. Pois, segundo Buttle

(1996) as expectativas do cliente são dinâmicas e podem variar com o tempo, não

podendo ser medidas estaticamente como na SERVQUAL. Sendo mais indicado

para fazer uma comparação entre os serviços de diversas empresas tendo uma

visão global da qualidade. Mas, eles ressaltam também, que a SERVQUAL tem sua

importância em identificar as deficiências na qualidade de serviço das empresas,

provendo informações úteis para uma intervenção gerencial.

De acordo com Law (2013) a escala SERVPERF representa uma

aproximação genérica às medidas de qualidade de serviço sem considerar a

natureza específica de seu contexto de resposta. O seu foco é a percepção da

qualidade, resultando em estimativas mais confiáveis, com maiores convergências e

24

validade discriminante, apresentando maiores variâncias explicadas (ABDULLAH,

2005). Nesta escala a expectativa do cliente não é um dado adquirido pela

performance, assim ela se apresenta mais eficiente que a SERVQUAL (VERONIMO;

MEDEIROS, 2013).

Em um estudo comparativo entre estas duas escalas, Salomi et al (2005)

apresentaram a escala SERVQUAL como a mais difundida e referenciada, enquanto

a SERVPERF apresenta os melhores índices de confiabilidade e um questionário

mais conciso, devido este instrumento ter seu foco apenas no desempenho

perceptível do serviço. Como explicado por Carrillat (2007), medindo-se a

performance diretamente a expectativa se torna desnecessária. Pois como relata

Oliver e DeSarbo (1988), esta escala está baseada na noção que a percepção da

performance já é resultado da comparação entre o serviço esperado e o real.

Um fator importante a favor da escala SERVPERF é a não necessidade de

modificação de escala original para o contexto, algo que exige maior esforço na

escala SERVQUAL (CARRILLAT, 2007).

Considerando os fatores de simplificação do questionário, por não necessitar

questionar sobre as expectativas, e a não necessidade de modificação da escala

original para contextualizar, bem como o espaço aberto nas pesquisas no Brasil para

o uso desta escala, como citou Mondo e Fiates (2013), tem-se respaldado o uso da

SERVPERF como a escala de mensuração da qualidade.

Como exemplo das escalas mencionadas, tem-se Cavalcanti (2011), que em

seu trabalho usa as variáveis de imagem de shopping, sendo uma das variáveis

usadas conforme abaixo:

Este shopping tem um aroma agradável (discordo – neutro – concordo).

2.4 VALORES DE CONSUMO

Uma experiência de compra envolve uma complexidade que vai além de

simplesmente adquirir um serviço ou produto, ela envolve a motivação e as

avaliações desta experiência, atribuindo-se um valor a estes, que são ligados aos

benefícios e sacrifícios do consumo (ZEITHAML, 1988; RINTAMAKI, 2006). Este

construto tem aspecto variado, pois envolve benefícios funcionais e psicológicos. Em

um contexto de valores de shopping centers existem dois valores destacados pelos

pesquisadores, hedônico e utilitário. Os valores hedônicos são vinculados a

25

experiência prazerosa ou gratificante nos shopping centers, enquanto os valores

utilitários são mais funcionais e vinculados a orientação das atividades em si

(MICHON; CHEBAT, 2002). Assim, consumidores que têm valores hedônicos focam

mais no lazer, entretenimento e escapismo, enquanto os consumidores com valores

utilitários estão mais interessados em resolver suas várias tarefas em um mesmo

local (HASTREITER; MARCHETTI, 2013).

Ha e Im (2012) trabalharam com os valores hedônicos e utilitários verificando

as suas relações com a satisfação e lealdade. Elas relatam que estes construtos são

dimensões distintas, bem como são importantes para a experiência satisfatória de

compra. A qualidade funcional de um shopping pode ser entendida como o valor

utilitário, o qual ajuda aos compradores a darem conta de maneira efetiva e racional

das informações e de suas tarefas de compras. Estes valores contribuem

moderadamente para a satisfação dos clientes.

As dimensões dos valores podem ser: visão/perspectiva, propósito de

consumação, critérios/benefícios, sacrifícios, tipo de consumidor. Com relação a

dimensão da visão, o valor utilitário é cognitivo e o hedônico é experiencial. Com

respeito ao propósito, o utilitário é um meio para realizar algum fim e o hedônico um

fim em si mesmo. Os critérios/benefícios têm no utilitário o caráter econômico, de

conveniência e funcional. Da mesma forma, o hedônico tem um caráter emocional,

de entretenimento e diversão. A dimensão sacrifício remete a um valor utilitário

relacionado a dinheiro, tempo e esforço. Com relação ao valor hedônico esta

dimensão remete ao stress e emoções negativas. Os tipos de consumidores para

cada valor são: utilitário é o homo economicus e o hedônico é o homo ludens (LIMA;

NETO, 2010).

O conhecimento acerca destes valores é muito útil, pois permite uma melhor

interação entre os vendedores e os clientes. Vendedores que sejam capazes de

perceber o tipo de cliente que estão atendendo podem realizar a abordagem mais

apropriada para aquele cliente caso ele seja hedônico ou utilitário, realizando um

atendimento coerente com as necessidades do cliente (OSLEN; SKALLERUD, 2011).

2.5 ELEMENTOS DE ATRATIVIDADE DOS SHOPPINGS

Hastreiter (2012) realizou em sua pesquisa um levantamento dos atributos

determinantes para a escolha de um shopping center. Através de uma revisão da

26

literatura ela apresentou os mais citados e que podem contribuir para atrair um maior

número de clientes. O Quadro 1 traz um resumo dos fatores de atratividade

elencados pela autora.

Quadro 1 – Fatores de atratividade de Shopping.

Atributos Definição Referência Acesso e estacionamento

Local de fácil e acesso rápido com estacionamento suficiente para o fluxo

Oliveira Lima Filho, 1969;

Arquitetura e infraestrutura

Ambientes parecidos aos centros urbanos, com conforto e segurança.

Balarin, 1995; ICSC, 2012.

Composto de lojas Um mix atrativo de lojas contendo, lojas âncoras, não âncoras, conveniência e serviços.

ABRASCE, 2012; Arakawa, 2006; Gaeta, 1992;

Organização espacial interna

Posicionamento das áreas de lazer e alimentação que favoreça o fluxo, evitando-se pontos mortos.

Arakawa, 2006; Gaeta, 1992.

Horário de funcionamento

Maior flexibilidade dos horários de funcionamento

Hastreiter, 1998.

Segurança Ambiente seguro e protegido da desordem urbana.

Frugoli Jr, 1992; Gaeta, 1992; Pintaudi, 1992.

Eventos e Promoções

Descontos, feiras, promoções. Severin; Louviereb; Finnc, 2001; Anselmsson, 2006.

Comunicação Informações impressas, serviço de alto-falante, divulgação do shopping na mídia.

Bolding et al, 1993; Oliver, 1981.

Lazer Presença de cinemas, jogos eletrônicos, boliche, bares etc. são atrativos para se consumir os produtos e serviços.

Frugoli Jr, 1992;

Atmosfera do shopping

Tudo que torna o ambiente mais agradável: ar condicionado, elevador, escadas rolantes, bancos, internet.

Hastreiter, 1998; Majumdar, 2005; Meira, 1997

Postura do shopping em relação aos clientes

Cartão de cliente especial, acesso a direção do shopping, ouvidoria etc. Meira, 1997.

Fonte: Compilado de Hastreiter (2012).

Lundberg (2009) realizou uma pesquisa nos shoppings da cidade do Natal e

verificou os fatores de atratividade em shopping centers, sendo os principais com

médias acima de 8,0 hierarquizados a seguir: diversidade do seguimento do

comércio, presença de cinemas nos shoppings, agradabilidade da praça de

alimentação, espaço de serviço, localização do shopping, facilidade de acesso ao

shopping mediante ao transporte coletivo, facilidade de locomoção, valor cobrado no

estacionamento, proximidade do shopping a sua residência, diversidade de

restaurante na praça de alimentação, ambiente interno refrigerado, qualidade das

lojas âncoras, segurança em todas as instalações do shopping, número de vagas no

estacionamento, variedade de lojas no mesmo segmento, nível de preço apropriado

a sua renda e áreas para descanso nos corredores.

27

Comparando os fatores de atratividade pesquisados por Hastreiteer (2012) e

Lundberg (2009) aos modelos apresentados no referencial teórico, podem-se

destacar as dimensões em comum, que favorecem a elaboração de um modelo

hipotético preliminar.

Michon e Chebat (2002) focaram sua pesquisa no âmbito cultural, mas

apresentam os valores de consumo exercendo uma influência sobre o comportamento

do consumidor, verificando sua satisfação com relação ao shopping. Para tanto,

utilizaram em suas pesquisas alguns elementos para mensurar estes parâmetros, são

eles: as atividades realizadas para passar o tempo em um shopping (caminhar pelo

shopping para se exercitar, conversar com outros frequentadores, andar pelo shopping

sem a intenção de comprar, comprar um lanche, comprar algo não planejado) ou

serviços realizados (visitar um médico ou clínica, ir ao banco, fotografar).

Boubeta et al (2009) focaram diretamente nos fatores para a fidelização do

cliente, os fatores apresentados por eles são confirmados pelos atributos levantados

por Hastreiter (2012), havendo destaque para a distância e a publicidade, como

fatores que mais influenciam na escolha do shopping, sendo os demais: imagem

(solução eficaz de problemas, rapidez de serviço, facilidade de pagamento, limpeza,

fácil acesso, segurança, compra tranquila, comunicação entre os estabelecimentos) e

envolvimento (utilidade, identidade, importância, prazer, busca por informação, risco).

Lima e Neto (2010) destacaram os valores de consumo como determinantes

para a satisfação, ressaltando-se que a Qualidade percebida e as Emoções não

foram os mais determinantes para a Satisfação, sendo que as Emoções nem se

confirmaram como hipóteses determinantes, provavelmente devido ao número de

opções ofertadas neste ambiente, reduzindo a influência das emoções na satisfação

do consumidor.

Seguindo pela mesma vertente dos valores hedônicos e utilitários, que estão

bastantes presentes no levantamento realizado por Hastreiter (2012), Ha e Im (2012)

analisaram sua influência na satisfação com os shoppings e na intenção de

lealdade. Destaca-se em suas pesquisas que o valor utilitário não se confirmou

como fator determinante para a intenção de lealdade, indicando que, possivelmente,

não haja necessidade de relacionar estes dois construtos no modelo hipotético.

Yilmaz (2004) pesquisou o que pode influenciar na escolha por um

determinado shopping center e verificou que a proximidade com a residência, a

28

aplicação de descontos, a imagem e o acesso fácil são fatores que podem

determinar a escolha por um shopping center.

2.6 EQUAÇÕES ESTRUTURAIS

A Modelagem de Equações Estruturais (Structural Equation Model – SEM) é

uma metodologia que usa evidências empíricas para confirmar um conjunto de

hipóteses representando uma teoria largamente aceita (KOHN et al, 2011). Ela

representa uma técnica estatística multivariada que apresenta boa robustez

(CAMPANA et al, 2009).

A SEM, propriamente empregada, oferece um grande potencial para o

desenvolvimento de teorias e validação de construtos (ANDERSON; GERBIN, 1988).

Ela se tornou quase um padrão nas pesquisas de marketing e gestão, já que busca

analisar as relações de causa e efeito entre os construtos latentes (HAIR et al, 2011).

Na SEM esta relação se dá em um conjunto de variáveis dependentes e seu uso

contribui para se testar esta relação de causa e efeito (FARIAS; SANTOS, 2000).

O processo de modelagem com equações estruturais vem sendo bastante

difundido nas diversas áreas do conhecimento, isto se deve ao fato de ser uma opção

para tratar múltiplas relações simultaneamente com eficiência estatística e propiciar

uma avaliação das relações de uma maneira geral, fornecendo uma transição da

análise exploratória para a análise confirmatória (HAIR et al, 1998). Este método de

análise se configura mais como confirmatório que exploratório, sendo necessária a

construção de um modelo que expresse o sistema de efeitos unidirecionais entre as

variáveis, apresentado na forma de um diagrama de caminhos (GOLOB, 2003). Este

diagrama deve ser definido com base nos construtos, em seguida tem-se a definição

das variáveis que servirão como medida. Assim, têm-se dois componentes no

diagrama: o modelo estrutural, que faz a relação das variáveis dependentes e

independentes, e o modelo de mensuração, que especifica os indicadores das

variáveis latentes permitindo avaliar a confiabilidade dos construtos através da

estimativa das relações causais (HAIR et al, 1998).

A SEM não é somente a técnica analítica ideal, mas talvez a única técnica que

pode prover uma base teórica para análise (KOHN et al, 2011). Ela apresenta três

suposições em relação aos dados da pesquisa: observações independentes,

amostragem aleatória e linearidade de todas as relações (CAMPANA et al, 2009).

29

Importante, em uma pesquisa na qual se deseja relacionar dois construtos, é verificar a

necessidade de se escalonar as variáveis latentes deles, no caso de não apresentarem

uma uniformidade de unidade de medidas (DIAMANTOPOULOS, 2011).

As aplicações iniciais da SEM se concentravam no embasamento em

covariância (CB-SEM), mas os pesquisadores também têm a opção de escolher a

técnica dos mínimos quadrados parciais (PLS-SEM), que se baseia na variância

(REINARTZ et al, 2009). Estas duas técnicas, embora distintas, são métodos

estatísticos complementares para a SEM (HAIR et al, 2012). Comparada com a CB-

SEM, a PLS-SEM apresenta muitas vantagens. Uma delas e que a maioria dos

dados empíricos das áreas de ciências sociais e negócios são caracterizados por

dados não-normais, consequentemente, as aplicações de CB-SEM, que usam o

algoritmo de máxima verossimilhança, ignoram a inerente violação do requisito desta

técnica. Como a PLS-SEM não requer esta condição restritiva, ela é frequentemente

mais valorizada (HAIR et al, 2013).

Hair et al (2012) realizou um estudo para verificar a aplicabilidade da PLS-SEM

e suas razões, foram 37 pesquisas analisadas, das quais 32 proveram as razões para

se usar PLS-SEM. Dentre elas as quatro maiores razões para usar a PLS-SEM são,

em ordem de importância, dados não-normais (68,8%), tamanho reduzido de

amostras (53,1%), indicadores formativos (31,3%) e foco na predição (31,3%).

Observações consistentes com os padrões observados nas pesquisas de marketing.

Pode-se encontrar sua aplicabilidade em diversas áreas de pesquisa, tais

como: psicologia, saúde, educação, gestão e marketing. Segundo a pesquisa de

Silva (2006), na literatura há diversos autores especificando os estágios a serem

seguidos para se realizar a SEM de uma maneira estruturada e ordenada, devido a

sua complexidade no que tange as técnicas empregadas. Para Silva (2006) o

modelo de estágios sugerido na obra de Hair et al (1998) é o mais completo e

detalhado, conforme a seguir.

1. Desenvolver um modelo teórico

2. Construir um diagrama de caminhos

3. Converter o diagrama de caminhos

4. Número de indicadores e confiabilidade do construto

5. Identificar as correlações de construtos e variáveis observadas

6. Escolher o tipo de matriz de entrada de dados

7. Normalidade dos dados

30

8. Adequação do tamanho da amostra

9. Método de estimação do modelo

10. Avaliar a identificação do modelo

11. Graus de liberdade

12. Correção de problemas de identificação

13. Avaliar as estimativas do modelo e qualidade do ajuste

14. Interpretação e modificação do modelo

2.8 MODELOS RELACIONAIS

2.7.1 Modelo de Michon e Chebat (2002)

Michon e Chebat (2002) estudaram os valores e as atividades dos shoppings

centers no contexto canadense sob o ponto de vista de consumidores que falassem

inglês e francês, buscando analisar sob a ótica cultural os comportamentos dos

consumidores. No que concerne aos valores, eles estudaram duas dimensões,

valores hedônicos e utilitários, que se relacionam conforme o modelo da Figura 3.

Os valores utilitários se referem às atividades que o consumidor realiza, enquanto os

hedônicos estão relacionados ao prazer na experiência de estar no shopping. Os

autores adaptaram as escalas com base em pesquisas anteriores de Babin et al

(1994) e Babin e Attaway (2000). Embora o foco deles tenha sido a questão cultural,

o modelo gerado pode ser usado para aprofundar o entendimento de como estes

construtos refletem o comportamento do consumidor e sua satisfação com relação

ao shopping center. Haja visto que no modelo apresentado na Figura 3 há questões

de ordem prática, que se bem avaliadas, podem culminar em uma relação de

consumo satisfatório.

As hipóteses usadas na pesquisa de Michon e Chebat (2002) não refletem

exatamente o foco da satisfação do consumidor ou sua relação com os construtos

estudados. Elas são, sobretudo, de caráter cultural, mas seus modelos servem de

base para entender as variáveis que refletem os valores de consumo.

31

Figura 3 – Modelo dos valores de consumo. Fonte: Michon e Chebat (2002),

No que se refere às atividades, Michon e Chebat (2002) focaram em apenas

três dimensões, das quatro, que definem o ambiente do shopping center. Nos

estudos originais há o consumo no shopping, consumo de serviços, “fazer hora” no

shopping e o consumo de produtos. A escala usada no modelo das atividades do

shopping center foi binária (sim ou não). Os autores usaram apenas as três

primeiras dimensões, conforme se observa no modelo da Figura 4.

Figura 4 – Modelo das atividades. Fonte: Michon e Chebat (2002).

Hedônico

Utilitário

Compras são como uma fuga

O tempo foi bem gasto

Gosto de novos produtos

Sentimento de aventura

Realizei o que queria fazer

Não pude comprar o que queria

Encontrei os itens que procurava

Atividades

Serviços

Caminhei no shopping para

exercício

Conversei com outros consumidores

Andei sem planos de comprar

Comprei um lanche

Visitei um médido / Clínica

Oftamológica

Fui ao banco

Fui a um estúdio fotográfico

Fiz uma compra não planejada

32

Em suas pesquisas eles apresentaram como hipóteses:

− H1: Os valores do shopping e o habitat do shopping são invariantes entre

os compradores ingleses e franceses.

− H2: Espera-se que os compradores franceses tenham índices mais

elevados que os compradores ingleses na escala de hedonismo.

− H3: Espera-se que os compradores franceses tenham índices mais

elevados na dimensão utilitária.

− H4: Devido a sua propensão ao hedonismo os compradores franceses são

mais comumente envolvidos que os ingleses em outras atividades que não seja

comprar produtos e serviços.

A hipótese H1 foi confirmada apenas parcialmente, pois o construto valores

do shopping tem escala quasi-invatiante, ao contrário do construto habitat do

shopping.

As hipóteses H2 e H3 foram confirmadas, mas a covariância entre as

dimensões do hedonismo e utilitário não foi tão forte quanto a encontrada por outros

autores como Babin e Attway (2000).

A hipótese H4 não foi confirmada.

2.7.2 Modelo de Boubeta et al (2009)

Boubeta et al (2009) buscaram em seu estudo identificar os fatores que

favorecem a fidelização dos consumidores de shopping centers. Eles partem da

hipótese que a fidelidade do cliente, entendendo-se consequentemente que o

mesmo esteja satisfeito, é influenciada por quatro variáveis: imagem, envolvimento,

publicidade e distância.

Para este estudo foi utilizado um modelo com as quatro variáveis, sendo a

imagem definida por oito elementos, como: eficácia na solução de problemas,

rapidez de serviço, facilidades de pagamento, limpeza, acesso fácil, segurança,

compra tranquila e comunicação entre os estabelecimentos. A variável envolvimento

foi definida por seis elementos: utilidade, identidade, importância, prazer, busca de

informação e risco.

Em seu modelo teórico os autores relacionaram as variáveis conforme a

Figura 5.

33

Figura 5 – Modelo teórico de Boubeta. Fonte: Boubeta et al. (2009).

Nesse modelo a variável latente é a Fidelidade, a qual é definida por apenas

um indicador direto, que é a frequência de visita.

Eles constataram na pesquisa que os clientes mais habituais dos shoppings

centers são aqueles que estão mais próximos, gastando menos tempo para chegar

ao shopping, bem como eles recordam mais das propagandas. Entre estes clientes

houve um maior destaque para as dimensões de utilidade (6.71) e prazer (6.71),

configurando a preferência pelo shopping como um valor hedônico.

A fidelidade foi bastante influenciada pela distância, eles constataram que

devido ao coeficiente de regressão negativo, quanto maior a distância entre a casa do

consumidor e o shopping center, mais difícil será para ele se tornar um cliente fiel.

O modelo proposto por Boubeta et al. (2009) apresenta um bom ajuste aos

dados empíricos. Porém, as quatro variáveis que eles apresentam explicam apenas

44% da fidelidade dos clientes. Isto conduz a uma complexidade maior na

especificação dos determinantes para a escolha de um shopping center preferencial,

exigindo um número maior de variáveis para se chegar a esta conclusão. Todavia,

seu trabalho tem relevância pelo fato de apresentar a ordem de importância destas

quatro variáveis apresentadas, sendo a distância e a publicidade as mais prioritárias,

isso em detrimento da imagem e envolvimento (implicação).

Enfim, por esse modelo apresentado possuir uma capacidade reduzida para

explicar a fidelidade do cliente, Boubeta et al. (2009) sugerem a busca de mais

variáveis que componham um modelo mais consolidado que possa compreender

melhor a fidelidade do cliente.

Imagem

Distância

Publicidade

Implicação

Fidelidade

34

2.7.3 Modelo de Lima e Neto (2010)

No que se refere à satisfação do cliente, Lima e Neto (2010) realizaram um

trabalho para verificar as influências que a Qualidade Percebida, os Valores de

Consumo e as Emoções exercem na Satisfação do consumidor de shopping center.

Em seu estudo, eles propuseram três variáveis: qualidade percebida, valores de

consumo e emoções (positivas e negativas). A partir destas, eles formularam

hipóteses de como as variáveis se relacionam e sua influência na Satisfação Global,

de acordo ao modelo conceitual da figura 6.

Figura 6 – Modelo conceitual de Lima e Neto (2010). Fonte: Lima e Neto (2010).

As hipóteses formuladas pelos autores foram:

− H1: A qualidade percebida afeta positivamente a satisfação global.

− H2: A qualidade percebida afeta positivamente os valores de consumo.

− H3a: A qualidade percebida afeta positivamente as emoções positivas.

− H3b: A qualidade percebida afeta negativamente as emoções negativas.

− H4a: Os valores de consumo afetam positivamente as emoções positivas.

− H4b: Os valores de consumo afetam negativamente as emoções negativas.

− H5: Os valores de consumo afetam positivamente a satisfação global.

− H6a: As emoções positivas afetam positivamente a satisfação global.

− H6b: As emoções negativas afetam negativamente a satisfação global.

Cada construto foi operacionalizado com base em estudos já realizados por

outros autores, gerando um quadro conforme mostrado no Quadro 2.

35 Quadro 2 – Construtos e dimensões.

Construtos Dimensões Referências

Qualidade percebida

1. Acesso ao estacionamento 2. Arquitetura e atmosfera do shopping center 3. Qualidade e preço 4. Mix de lojas 5. Serviços 6. Comodidade e conveniência 7. Atendimento e composto promocional 8. Praça de alimentação 9. Lazer e entretenimento

Hastreiter, Marchetti e Prado (1999)

Valor utilitário

1. Obtenção do que era desejado 2. Não encontrar o que necessitava 3. Encontrar o que buscava 4. Desapontamento por ter que ir atrás de outro shopping que fornecesse o que desejava 5. Sucesso na visita ao shopping 6. Não encontrar o que buscava

Babin et al. (1994)

Valor hedônico

1. Entretenimento com o consumo 2. Prazer com o consumo 3. Escapismo com o consumo 4. Envolvimento com o consumo 5. O consumo como uma forma de fuga 6. Excitação com o consumo 7. Consumo por querer e não por necessidade 8. O tempo durante o consumo ter sido agradável 9. Durante o consumo, sentir sensação de aventura 10. Durante o consumo, sentir sensação de alegria 11. Capacidade de fantasiar durante o consumo

Babin et al. (1994)

Valor social/simbólico

1. O significado que o shopping tem para o consumidor Wolff (2002)

Emoções

1. Raiva 2. Descontentamento 3. Preocupação 4. Tristeza 5. Medo 6. Vergonha 7. Inveja 8. Solidão 9. Paixão 10. Amor 11. Tranquilidade 12. Contentamento 13. Otimismo 14. Alegria 15. Excitação 16. Surpresa 17. outros itens

Richins (1997)

Satisfação 1. Satisfação global 2. Desconformidade global 3. Distância do ideal

Fornell (1992) e Fornell et al. (1996)

Fonte: Lima e Neto (2010).

O modelo proposto por Lima e Neto (2010) foi avaliado e submetido a teste

para checar quais hipóteses se confirmariam. Os resultados obtidos por eles

36

indicaram que das nove hipóteses seis se confirmaram, ressalvando uma delas com

nível de significância 0,05.

Entre as hipóteses confirmadas está a relação entre a Qualidade Percebida e

Satisfação, apesar disso, eles constataram que a relação não é a mais importante,

outros fatores também contribuem para a Satisfação dos consumidores de shopping

center. Assim, relatam que a Qualidade Percebida não pode ser considerada como o

único antecedente para a Satisfação.

Assim, pode-se compor um panorama com as hipóteses confirmadas pelo

estudo, conforme a Tabela 1.

Tabela 1 – Hipóteses confirmadas.

Relação estrutural Coeficientes Hipótese

Qualidade percebida -> Satisfação 0,341 H1 Qualidade percebida -> Valores de consumo 0,565 H2 Qualidade percebida -> Emoções negativas 0,265 H3b Valores de consumo -> Emoções positivas 0,994 H4a Valores de consumo -> Emoções negativas -1,081 H4b Valores de consumo -> Satisfação 0,761 H5

Fonte: Compilado de Lima e Neto (2010).

Os autores usaram na segunda hipótese três valores de consumo, se

configurando uma inovação neste tipo de estudo, pois apenas os valores utilitário e

hedônico eram usados, mas os autores inseriram o valor simbólico. As hipóteses que

relacionaram os Valores de consumo com as Emoções e Satisfação se confirmaram.

Todavia, ainda não é muito clara a relação destes construtos na literatura.

O estudo constatou que as emoções em si não configuram fatores

determinantes para a satisfação do consumidor em shopping center. Isso devido à

variedade de opções ofertadas pelo ambiente, fator decisivo para que as emoções

não exerçam influência na Satisfação do consumidor nestes locais.

Embora, como relatado pelos autores, sua pesquisa necessite de uma maior

abrangência estatística, que pode ser buscada através de uma amostra

probabilística e uma maior variedade de shopping centers pesquisados.

2.7.4 Modelo de Ha e Im (2012)

Ha e Im (2012) realizaram um trabalho no qual buscavam explicar os efeitos

da auto-congruência nos resultados chave relacionados com a experiência de

37

compras em shopping centers tradicionais nos EUA. Elas focaram nos valores

(hedônicos e utilitários), satisfação e intenção de lealdade e sua relação com a auto-

congruência, conforme o modelo estrutural apresentado na Figura 7.

Auto-congruência

Valor Hedônico

Satisfação com o

shopping

Intenção de

Lealdade

Valor Utilitário

Figura 7 – Modelo estrutural. Fonte: Ha e Im (2012).

Nesse modelo as autoras usaram cinco hipóteses a serem confirmadas pela

modelagem estrutural. Porém, devido ao foco deste trabalho não tratar da auto-

congruência e sua relação, as hipóteses quatro e cinco serão descartadas da

análise, concentrando a atenção na relação dos valores com a satisfação e lealdade,

conforme as três primeiras hipóteses.

− Hipótese 1 – Valores de compra (hipótese 1a – utilitário, hipótese 1b –

hedônico) de um shopping center influenciarão positivamente a satisfação com o

shopping.

− Hipótese 2 – Satisfação com o shopping influenciará positivamente a

lealdade para com o shopping.

− Hipótese 3 – Valores de compra (hipótese 3a – utilitário, hipótese 3b –

hedônico) influenciarão positivamente a lealdade para com o shopping.

Para avaliar as hipóteses as autoras usaram indicadores conforme o Quadro

3, que será apresentada omitindo os itens referentes a auto-congruência, por não

ser o foco desta pesquisa.

38 Quadro 3 – Construtos e Indicadores.

Construtos Indicadores

Valor Utilitário

1. Enquanto comprava, encontrei os itens que procurava.

2. Realizei o que eu queria fazer nestas compras. 3. Eu estava desapontado, porque eu tive que ir a outro shopping para finalizar minhas compras.

Valor Hedônico

1. Comparado com outras coisas que poderia ter feito, o tempo gasto nas compras foi realmente agradável. 2. Enquanto comprava, senti um senso de aventura.

3. Eu gostei de estar imerso em excitantes novos produtos.

4. Esta saída de compras foi realmente como uma fuga.

5. Esta saída para compras foi realmente divertida.

6. Gostei da viagem de compras em si, não apenas pelos itens que comprei.

7. Eu tive um momento agradável, porque fui capaz de agir no calor do momento.

8. Enquanto comprava fui capaz de esquecer de meus problemas. Satisfação com o shopping center

1. Eu estou satisfeito com minha decisão de ter vindo a este shopping center.

2. Minha escolha de visitar este shopping center foi a mais sábia.

3. Estou certo que foi a coisa certa visitar este shopping center.

Intenção de Lealdade

1. Eu direi coisas positivas sobre o shopping center.

2. Eu recomendarei este shopping center

3. Eu encorajarei amigos e parentes a visitar este shopping center.

4. Eu voltarei a este shopping center no futuro. Fonte: Compilado de Ha e Im (2012).

Os resultados da pesquisa mostraram que Ha e Im (2012) confirmaram as

hipóteses 1 (a e b) e 2. A hipótese 3 teve apenas o item 3b confirmado, que se

refere ao valor hedônico. A influência do valor utilitário na lealdade não se confirmou.

2.7.5 Modelo de Kaura e Datta (2012)

Kaura e Datta (2012) realizaram um estudo sobre a relação entre a qualidade

de serviço, satisfação do cliente e sua lealdade em setor bancário. Embora não

esteja envolvido com a temática do shopping, este modelo foi selecionado devido

seu agrupamento de três construtos foco do trabalho e avaliar suas relações através

de equações estruturais. Sua pesquisa seguiu o modelo da Figura 8.

39

Qualidade de

Serviço

• Pessoas

• Processo

• Evidência física

Satisfação do

Cliente

Lealdade do

Cliente

Figura 8 – Modelo conceitual de Kaura e Datta. Fonte: Kaura e Datta (2012).

Foram estabelecidas três hipóteses:

− H1: Qualidade de serviço tem impacto positivo na satisfação do cliente.

− H2: Satisfação do cliente tem impacto positivo na lealdade do cliente.

− H3: Qualidade de serviço tem impacto positivo na lealdade do cliente.

As variáveis usadas para o estudo foram adaptadas de trabalhos de outros

autores conforme o Quadro 4.

Quadro 4 – Variáveis adaptadas

Construto Variáveis Autores de Referência

Qualidade de serviço (Pessoas)

1. Os empregados do banco são amigáveis e educados; 2. Os empregados deste banco cuidam das transações dos clientes de forma confidencial; 3. Os empregados deste banco fornecem informações precisas sobre os serviços disponíveis no banco;

Sureshchandar et al. (2002).

Qualidade de serviço (Processos)

1. O sistema computacional deste banco é rápido, eficiente e preciso; 2. Habilidade para usar o sistema computacional com o mínimo de esforço; 3. Confiança associada a funcionalidade técnica das facilidades computacionais; 4. Dados não são compartilhados e a informação de crédito é segura na transação computacional

Zhu et al. (2002).

Qualidade de serviço (Evidência Física)

1. As condições de ambiente tais como temperatura, ventilação, ruído e odor prevalecem nas premissas do banco; 2. O arranjo físico dos equipamentos e outros móveis sendo confortável para os clientes interagirem com os empregados; 3. Sinais visualmente aparentes, símbolos, quadro de anúncios, panfletos e outros artefatos do banco;

Sureshchandar et al. (2002)

Satisfação do cliente

1. Num todo, estou satisfeito com o banco; Cronin e Taylor (1992)

Lealdade do cliente

1. Eu considero investir neste banco no futuro; Zeithaml et al. (1996)

Fonte: Compilado de Kaura e Datta (2012).

40

Os pesquisadores buscaram examinar a força da associação entre a

qualidade de serviço e satisfação do cliente e entre satisfação do cliente e lealdade.

Bem como, examinar a importância das variáveis da qualidade de serviço na

satisfação do cliente.

A melhoria nas pessoas, nos processos e nos aspectos físicos ajudam a

melhorar a satisfação do cliente. Mas o aspecto pessoal foi constatado como o de

maior destaque para a satisfação do cliente. Um cliente satisfeito tende a ser leal,

reforçando que a satisfação tem forte influência na lealdade (KAURA; DATTA, 2012).

Apesar de seu foco ser no mercado bancário, este modelo traz variáveis que podem

ser adaptadas a outros ambientes e, assim, obter uma validação do mesmo de

forma mais extensa.

2.7.6 Modelo de Yilmaz (2004)

Yilmaz (2004) pesquisou fatores que se relacionam e que podem direcionar a

escolha do consumidor por um determinado shopping center, são fatores diversos

que envolvem comportamento e qualidade do serviço prestado. No Quadro 5 estão

listados os fatores usados na pesquisa.

Quadro 5 – Fatores relacionados à escolha pelo shopping center.

Variáveis Itens

Características dos bens vendidos

1. Nomes das marcas dos bens vendidos 2. Qualidade dos bens vendidos 3. Preços baixos 4. Ampla seleção

Atitude e comportamento da equipe 1. Comportamento da equipe de vendas 2. Genialidade da equipe

Localização geográfica 1. Mais perto de casa 2. Fácil de acessar

Redução de preços 1. Opções de pagamento 2. Promoções de vendas 3. Cartão de descontos

Regularidade 1. Bem organizado 2. Movimento em volta do shopping center sem dificuldade

Escolha do shopping center 1. Indicação do vizinho 2. Propaganda 3. Imagem

Fonte: Yilmaz (2004).

O pesquisador usou as seguintes hipóteses em seu estudo para testar o

modelo:

41

− H1: Existe uma relação significante entre a escolha do shopping center e

as características dos bens vendidos.

− H2: Existe uma relação significante entre a escolha do shopping center e a

atitude e comportamento da equipe.

− H3: Existe uma relação significante entre a escolha do shopping center e a

localização geográfica.

− H4: Existe uma relação significante entre a escolha do shopping center e a

redução de preços.

− H5: Existe uma relação significante entre a escolha do shopping center e

ele ser bem projetado e organizado.

O resultado da análise de seu modelo foi que, em ordem de prioridade na

preferência do consumidor estão os seguintes itens: mais perto de casa, aplicação

de cartão de desconto, imagem de mercado e acesso fácil ao shopping center. Isto

corroborado por outras pesquisas como de Boubeta et al. (2009).

Como modelo final da pesquisa de Yilmaz (2004) tem-se a Figura 9.

Características dos

bens vendidos

Localização

geográfica

Escolha do

shopping center

Nomes das

marcas dos bens

vendidos

Qualidade dos

bens vendidos

Ampla seleção

Fácil de acessar

Mais perto de

casa

Figura 9 – Modelo de Yilmaz. Fonte: Yilmaz (2004).

Uma vez escolhido o shopping através de algum desses critérios, outros

fatores poderão influenciar na questão da satisfação do cliente com sua escolha e

sua posterior lealdade a este shopping.

42

3 METODOLOGIA

Este trabalho teve como esquema metodológico a Figura 10, que apresenta

os passos que foram seguidos para a realização da pesquisa.

Figura 10 – Esquema metodológico para realizar a pesquisa. Fonte: elaborado pelo autor.

Na etapa inicial foram buscados na literatura os trabalhos de pesquisa que

abordassem os construtos relacionados ao comportamento do consumidor e

qualidade do serviço. Isto possibilitou a compilação dos principais modelos, seus

construtos e as relações existentes. O uso das equações estruturais como fator de

análise foi considerado na seleção dos modelos.

Através da análise dos modelos, destacam-se os fatores de atratividade e as

variáveis relevantes. Um modelo hipotético proposto foi usado, no qual as variáveis

associadas são as mais relevantes oriundas da análise dos modelos existentes na

literatura.

A partir desse modelo hipotético proposto, foi elaborado um questionário com

base nas variáveis associadas aos construtos do modelo hipotético, o qual foi

aplicado de forma on-line, em uma amostra não probabilística por adesão e

conveniência, com foco nos frequentadores de um shopping em Natal.

43

Os dados foram submetidos a um tratamento estatístico através da aplicação

de equações estruturais.

Uma análise foi realizada para verificar as relações entre os construtos

propostos no modelo, obtendo-se a conclusão sobre as relações determinantes para

a lealdade dos frequentadores do shopping center.

3.1 TIPO DE PESQUISA

Conforme especifica Gil (2006), esta pesquisa tem natureza descritiva por

buscar a compreensão da relação entre os construtos: qualidade de serviço,

satisfação do cliente e lealdade. Com dados a serem coletados no ambiente onde se

dá o fenômeno a ser analisado conferindo-lhe a característica de pesquisa de campo

(MATTAR, 2012). Através de uma abordagem quantitativa, que segundo Santos

(2005), usa os dados coletados para uma análise estatística.

3.2 MODELO HIPOTÉTICO PRELIMINAR

O modelo hipotético preliminar verificado foi compilado dos diversos modelos

na literatura, os quais foram e apresentados no referencial deste trabalho, conforme

mostra a Figura 11.

Analisando os modelos apresentados, verificam-se os construtos em comum,

que serviram de base para o modelo hipotético preliminar. Os mesmos foram

compilados no Quadro 6, o qual relaciona os construtos aos autores que verificaram

suas relações em seus modelos.

Quadro 6 – Construtos relacionados. Construtos Autores do Referencial Valores de consumo hedônicos e utilitários

Michon; Chebat (2002); Lima; Neto (2010); Ha; Im (2012)

Satisfação do cliente Lima; Neto (2010); Ha; Im (2012); Kaura; Datta (2012)

Qualidade do serviço Lima; Neto (2010); Kaura; Datta (2012); Yilmaz (2004)

Lealdade do consumidor BOUBETA et al (2009); Ha; Im (2012); Kaura; Datta (2012) Fonte: elaborado pelo autor.

Com base nesses pontos em comum, este trabalho propõe um modelo

hipotético preliminar conforme a Figura 11. No qual as relações são embasadas

pelos autores referenciados neste trabalho conforme o Quadro 6.

44

Satisfação

do Cliente

Qualidade do

serviço

Valores

hedônicos de

Consumo

Lealdade do

Consumidor

Valores

Utilitários de

Consumo

H1

H2

H3

H4

H5

H6

H7

Figura 11 – Modelo hipotético preliminar. Fonte: Elaborado pelo autor.

Para avaliar este modelo foram testadas sete hipóteses. São elas:

− H1: Os valores hedônicos influenciam positivamente a satisfação do cliente.

− H2: Os valores utilitários influenciam positivamente a satisfação do cliente.

− H3: Os valores hedônicos influenciam positivamente a lealdade do

consumidor.

− H4: A satisfação do cliente influencia positivamente a lealdade do

consumidor.

− H5: A qualidade do serviço influencia positivamente a satisfação do cliente.

− H6: Os valores utilitários influenciados positivamente pela qualidade de

serviço.

− H7: A qualidade de serviço influencia positivamente a lealdade do

consumidor.

O modelo hipotético usado incorpora as variáveis dos modelos analisados

neste trabalho conforme mensuração a seguir.

3.2.1 Mensuração dos valores hedônicos

Este construto baseia-se no modelo elaborado por Lima e Neto (2010), o qual

relaciona os valores de consumo com a satisfação e qualidade percebida, eles

usaram a escala trabalhada por Babin et al (1994) em sua forma original, pois

seguiram a recomendação apresentada no trabalho original dos autores, a qual

aconselha que trabalhos futuros se utilizem da escala completa para tentar capturar

45

todos os aspectos dos valores de consumo. Esta escala consta de 20 itens, sendo

13 itens para os valores hedônicos. A escolha deste modelo se deve ao quantitativo

de variáveis utilizada na escala, que leva a uma abrangência maior do construto,

comparando-se aos demais trabalhos na literatura que usam apenas alguns dos

itens da escala de Babin et al (1994), como o caso de Ha e Im (2012), fazendo

adaptações convenientes às suas pesquisas. Os valores hedônicos foram reduzidos

a 11 indicadores, pois dois deles foram retirados seguindo a sugestão da análise

fatorial de Babin et al (1994).

Os indicadores selecionados, conforme Quadro 7, são apresentados no

instrumento de pesquisa conforme o questionário estruturado no Apêndice A.

Quadro 7 – Variáveis dos valores hedônicos.

VHC01 1. Fazer compras no Shopping center é uma atividade prazerosa.

VHC02 2. O tempo gasto nas compras no Shopping center foi realmente agradável se comparado com outras coisas que poderia ter feito

VHC03 3. Quando passeio no Shopping center fico entusiasmado

VHC04 4. Passear no Shopping center é como uma válvula de escape que me desliga da realidade

VHC05 5. Eu gosto muito das novidades que o Shopping center proporciona.

VHC06 6. O Shopping center proporciona uma visita divertida por si só, não somente pelos itens que se pode consumir.

VHC07 7. No Shopping center continuei consumindo, não porque precisava, mas porque queria

VHC08 8. No Shopping center eu passo momentos agradáveis porque posso agir espontaneamente

VHC09 9. Enquanto compro no Shopping center esqueço meus problemas

VHC10 10. Enquanto passeio no Shopping center sinto uma sensação de aventura

VHC11 11. Passear no Shopping center me faz sonhar e fantasiar muitas situações Fonte: Elaborado pelo autor.

3.2.2 Mensuração dos valores utilitários

Seguindo o raciocínio de mensuração para os valores hedônicos, buscou-se

no trabalho de Lima e Neto (2010) o suporte para obter as variáveis necessárias

para mensurar os Valores Utilitários de consumo. Eles usaram sete itens para medir

este construto. Desta forma, os itens originais do construto valores utilitários foram

mantidos, pois para a avaliação por equações estruturais é importante haver pelo

menos 3 itens para não comprometer a análise, no caso de haver a necessidade de

se eliminar alguma variável que não esteja adequada aos parâmetros de ajuste.

Deste modo, tem-se mais segurança ao invés de se iniciar a análise com 04,

conforme realizado por Ha e Im (2012).

46

As variáveis selecionadas para avaliar este construto encontram-se no

Quadro 8.

Quadro 8 – Variáveis dos valores utilitários.

VUC01 1. Eu fiz exatamente o que queria ao ir ao Shopping center

VUC02 2. No Shopping center não pude comprar o que realmente precisava

VUC03 3. Enquanto visitava o Shopping center, eu encontrei o(s) item(ns) que eu procurava

VUC04 4. O Shopping center me desapontou, pois foi necessário ir a outro shopping para finalizar uma compra

VUC05 5. Eu sinto que a visita ao Shopping center foi bem sucedida

VUC06 6. Eu sinto que comprar no Shopping center foi uma decisão inteligente

VUC07 7. O Shopping center é um bom lugar pra visitar, porque favorece a aquisição do que se quer rapidamente

Fonte: Elaborado pelo autor.

3.2.3 Mensuração da satisfação do cliente

Este construto foi usado na pesquisa de Ha e Im (2012) cujo modelo foi

adaptado do trabalho de Caro e Carcía (2007), o qual originalmente tem foco na

área esportiva. As autoras adaptaram os itens referentes à satisfação do cliente,

constando 3 itens confirmados. A escolha pelo modelo usado por Ha e Im (2012) se

deve a sua maior abrangência dentre os modelos verificados na literatura e sua

utilização no contexto dos shoppings centers relacionando satisfação e lealdade do

cliente. Foi adicionado um quarto item referente a satisfação global, conforme usado

por Kaura e Datta (2012) com base nas orientações apresentadas por Cronin e

Taylor (1992) e Parasuraman et al (1994), neste caso, buscou-se a junção do efetivo

uso de mais de um indicador e a inserção da satisfação global, obtendo-se com isso

uma escala mais estável.

Os indicadores usados na mensuração deste construto estão no Quadro 9.

Quadro 9 – Variáveis da satisfação do cliente.

SC01 1. Eu estou satisfeito com minha decisão de visitar o Shopping center

SC02 2. Minha escolha em visitar o Shopping center foi a mais sábia

SC03 3. Eu estou seguro que visitar o Shopping center foi a coisa certa

SC04 4. De maneira geral o Shopping center satisfaz Fonte: Elaborado pelo autor.

47

3.2.4 Mensuração da lealdade do cliente

Este construto foi medido com base nos estudos de Ha e Im (2012) que

confirmaram quatro itens, dos cinco originais da escala de Caro e Carcia (2007) que

elas usaram. As variáveis usadas para medir a Lealdade encontram-se no Quadro 10.

Quadro 10 – Variáveis da lealdade.

LC01 1. Direi coisas positivas sobre o Shopping center

LC02 2. Recomendarei o Shopping center

LC03 3. Encorajarei amigos e parentes a visitar o Shopping center

LC04 4. Voltarei ao Shopping center no futuro Fonte: Elaborado pelo autor.

3.2.5 Mensuração da qualidade do serviço

A qualidade do serviço mensurada neste trabalho está baseada na escala

SERVPERF, pelo fato de ser amplamente recomendada na literatura como a mais

eficaz na mensuração da qualidade. Conforme Jain e Gupta (2004), esta escala

promove uma maior convergência e uma explanação discriminante válida deste

construto. Para compor as variáveis de análise da qualidade, buscou-se na

literatura os fatores que mais se destacam com relação à atratividade de um

shopping center. Conforme pode ser observado no Quadro 11, o qual compila as

dimensões a serem analisadas.

Quadro 11 – Comparativo das dimensões da qualidade. Dimensões e Variáveis Autores 1. Acesso ao estacionamento 2. Arquitetura e atmosfera do shopping center 3. Qualidade e Preço 4. Mix de lojas 5. Serviços 6. Comodidade e conveniência 7. Atendimento e composto promocional 8. Praça de alimentação 9. Lazer e entretenimento

Hastreiter, Machetti e Prado (1999);

1. Acesso ao estacionamento 2. Arquitetura e atmosfera do shopping center 3. Qualidade e Preço 4. Mix de lojas 5. Serviços 6. Comodidade e conveniência 7. Atendimento e composto promocional 8. Praça de alimentação 9. Lazer e entretenimento

Lima (2009);

48

1. Geral 2. Estacionamento 3. Preço e Qualidade 4. Conveniência 5. Mix 6. Comunicação 7. Acessibilidade 8. Conforto ambiental I 9. Segurança 10. Conforto ambiental II 11. Banheiros 12. Atenção e cuidado 13. Comodidade 14. Alimentação 15. Informações 16. Aroma 17. Aparência externa 18. Música 19. Luxo

Campos e Lundberg (2013)

1. Melhor ambiente físico 2. Ambiente superior 3. Shopping possui prestígio 4. Espaço suficiente para conforto 5. Variedade de lojas 6. Classificação alta 7. Ambiente geral agrada 8. Decoração agradável 9. Impressionado com o ambiente 10. Acessórios do interior estão na moda 11. Espaço para descanso confortável 12. Cores atrativas 13. Praça de alimentação agradável 14. Arquitetura atrativa 15. Empregado amigável 16. Empregado prestativo 17. Empregado suficiente 18. Cliente amigável 19. Acesso fácil 20. Lojas de marca que compro 21. Horário de funcionamento adequado 22. Presteza/disponibilidade dos funcionários 23. Simpatia dos funcionários 24. Rapidez dos funcionários no atendimento 25. Priorização dos interesses dos clientes 26. Confiança no shopping 27. Segurança em realizar compras neste

shopping 28. A beleza do ambiente 29. A modernidade das instalações 30. Aparência dos materiais associados ao

shopping

Cavalcanti (2011)

Fonte: Elaborado pelo autor.

Lima e Neto (2010), usando uma escala gerada no estudo de Hastreiter et al

(1999), corroboraram com a ideia da qualidade poder ser mensurada de acordo com

os atributos de atratividade. Em seus estudos foram usados os seguintes atributos:

acesso ao estacionamento, arquitetura e atmosfera do shopping center, qualidade e

49

preço, mix de lojas, serviços, comodidade e conveniência, atendimento e composto

promocional, praça de alimentação, lazer e entretenimento.

Hastreiter (2012) classifica os atributos e características que são

determinantes para a escolha de um shopping center, em ordem de importância,

como: localização, variedade de lojas, facilidade de acesso e estacionamento,

segurança, estrutura de lazer e opções de alimentação.

Lundberg (2009) em sua pesquisa hierarquizou os atributos de atratividade,

sendo os dezessete principais que atingiram médias acima de oito pontos:

diversidade de segmentos do comércio, presença de cinemas, agradabilidade da

praça de alimentação, espaço de serviço, localização do shopping, facilidade de

acesso ao shopping mediante ao transporte coletivo, facilidade de locomoção, valor

cobrado no estacionamento, proximidade do shopping à sua residência, diversidade

de restaurante na praça de alimentação, ambiente interno refrigerado, qualidade das

lojas âncoras, segurança em todas as instalações do shopping, número de vagas no

estacionamento, variedade de lojas no mesmo segmento, nível de preço apropriado

a sua renda, áreas para descanso nos corredores.

Campos e Lundberg (2013), após realizar uma análise fatorial verificaram

uma redução na quantidade de fatores, que de 37 foram agrupados em 19 grupos,

conforme o Quadro 11.

Cavalcanti (2011) realizou um estudo que relaciona a imagem dos shoppings

centers com a qualidade percebida. Constatando que há uma relação positiva entre

estes construtos. As variáveis deste estudo são usadas na comparação com outros

trabalhos sobre qualidade.

Visto que os atributos em muitos estudos são comuns, conforme mostra o

Quadro 11, verificou-se que o estudo de Lundberg (2009) possui um agrupamento

mais completo em relação aos demais, pois abrange as variáveis pesquisadas por

outros autores, conforme apresentado no Quadro 11. Desta forma, foram

selecionadas as variáveis usando a base de fatores de Lundberg (2009), conforme

se encontram no Quadro 12.

50 Quadro 12 – Variáveis da qualidade de serviço.

QS01 O Shopping center tem uma boa aparência interna, de fácil locomoção, com lojas âncoras de qualidade e agradável praça de alimentação.

QS02 O estacionamento do Shopping center tem espaço e disponibilidade de vagas adequados.

QS03 Os preços praticados e a qualidade dos produtos no Shopping center são adequados a minha renda.

QS04 O Shopping center é bem localizado.

QS05 O Shopping center tem uma boa diversidade de segmento de comércio e uma variedade de lojas no mesmo segmento.

QS06 O Shopping center tem um bom horário de funcionamento, abrindo aos domingos e feriados, dispondo de um serviço de informações eficiente.

QS07 O Shopping center possui fácil acesso mediante transporte coletivo. QS08 O Shopping center possui boa iluminação e boa climatização.

QS09 O Shopping center tem boa manutenção e limpeza com boa segurança em todas as instalações.

QS10 O Shopping center apresenta uma boa ornamentação interna com música ambiente. QS11 O Shopping center possui bons banheiros limpos e higiênicos em quantidade suficiente.

QS12 O Shopping center possui boa acessibilidade para os portadores de necessidades especiais, bem como boa área especial de atenção para crianças.

QS13 O Shopping center possui um bom espaço de serviços e boas áreas para descanso nos corredores.

QS14 O Shopping center possui grandes cadeias de fast food e uma boa diversidade de restaurantes na praça de alimentação.

QS15 O Shopping center possui boa programação visual e sinalização. QS16 O Shopping center possui um bom aroma ambiental. QS17 O Shopping center possui uma boa aparência externa. QS18 O Shopping center possui boas lojas renomadas em quantidade. QS19 O Shopping center possui boas salas de cinema.

Fonte: Elaborado pelo autor.

3.3 LOCUS DA PESQUISA

O trabalho se desenvolveu tomando como base um shopping localizado na

cidade do Natal. Inaugurado em abril de 2005, e localizado na região central da

cidade, situa-se no caminho de quase todos os fluxos entre as regiões

metropolitanas. O shopping possui três pisos que comportam uma variedade ampla

de lojas e restaurantes, com um fluxo mensal de mais de dois milhões de clientes.

Sua praça de alimentação, com 32 opções, tem capacidade para comportar até duas

mil pessoas. Suas opções de lazer vão desde cinema com sete salas até um teatro

moderno com capacidade para 1500 pessoas. Possui estacionamento com mais de

3500 vagas cobertas e gratuitas e área bruta locável de 64.615 m2 (MIDWAY, 2015).

51

3.4 POPULAÇÃO E AMOSTRA

Segundo Marconi e Lakatos (2010) a população, que é o universo de onde

será retirada a amostra, foi composta pelos frequentadores de um shopping center,

localizado na cidade do Natal-RN.

A amostragem foi não probabilística, que por conveniência abordou os

respondentes de forma eletrônica usando as redes sociais (Twitter, Facebook e

WhatsApp) e correio eletrônico, conferindo-lhe uma característica de adesão

voluntária e do tipo “bola de neve”, na qual cada respondente foi solicitado a

repassar a pesquisa ao seu grupo de amigos (MATTAR, 2012), bem como através

de questionário presencial, aplicado aos frequentadores do shopping que se

encontravam nos seus arredores.

O tamanho da amostra pôde ser calculado com base no número de

frequentadores do shopping, o qual foi escolhido devido a sua localização e tamanho

que favorecem ao maior número de frequentadores, que segundo o site do

shopping, pode chegar a dois milhões por mês. Ao passo que, quando não se pode

determinar o tamanho do universo a ser pesquisado, busca-se um critério mínimo de

dimensionamento (MATTAR, 2012), como também se pode adotar a população

como sendo infinita, como no caso de valores elevados, tal qual os dois milhões de

frequentadores apresentados pelo shopping, seguindo o cálculo amostral conforme

orienta Santos (2015).

Nesse estudo, tiveram-se como referência as pesquisas já realizadas com a

mesma forma de tratamento de dados e a modelagem por equação estrutural

(SEM) usando PLS. Este apresenta a vantagem de poder trabalhar com tamanho

reduzido de amostras, desde que as variáveis sejam confiáveis com efeito forte e o

modelo não seja excessivamente complexo, amostras entre 50 e 100 são

suficientes (IACOBUCCI, 2010).

Reinartz et al (2009), em sua análise sobre o tamanho da amostra, citam que

um tamanho mínimo é necessário para gerar resultados com precisão suficiente.

Eles afirmam que na maioria dos casos amostras com tamanhos maiores que 200

atendem a redução do erro padrão do modelo. A grande maioria dos trabalhos com

SEM tem amostras com tamanhos entre 150 e 500 (HWANG et al, 2010; FARIAS;

SANTOS, 2000; ANDERSON; GERBING, 1988). Nas recomendações de Hair et al.

52

(1998) tem-se que o número aceitável de uma amostra está entre 5 a 10 vezes o

número de variáveis do maior construto.

A primeira vantagem da PLS-SEM em relação à CB-SEM é que ela trabalha

bem com tamanho reduzido de amostras (REINARTZ et al, 2009). Em seu estudo,

Hair et al (2012) verificou que após o ano 2000 as amostras, com o uso da PLS-

SEM, tiveram tamanhos em média de 211,3, corroborado com os estudos de Ringle

et al (2012) que verificaram os tamanhos médios de 238.1.

Embora sejam conhecidos os efeitos estatísticos de amostras com tamanhos

reduzidos, a PLS-SEM é bem conhecida por ser robusta quando usada com dados

altamente não simétricos e amostras de tamanho pequeno (REINARTZ et al, 2009).

A regra extremamente difundida, ten times rule of thumb, recomenda que um

tamanho mínimo de amostra deva ter dez vezes o número de variáveis

independentes no modelo exterior e no modelo interior, ou dez vezes o maior

número de caminhos estruturais direcionados a um construto particular no modelo

interno (REINARTZ et al, 2009; HAIR et al, 2012).

Isso equivale a dizer que o tamanho mínimo da amostra deveria ser dez

vezes o número máximo de setas apontadas a uma variável latente em qualquer

local do modelo PLS (HAIR et al, 2014). Esta regra oferece um guia grosseiro para

um requerimento mínimo de tamanho da amostra, a PLS-SEM requer, como

qualquer técnica estatística, que o pesquisador confronte o tamanho da amostra

com o modelo a ser usado e as características dos dados. Especificamente, o

tamanho requerido deveria ser determinado por meio da análise de poder estatístico

com base na parte do modelo com o maior número de variáveis independentes ou

preditoras (HAIR et al, 2014; HAIR et al, 2012).

Como recomendado por Hair et al (2014), usou-se o software G*Power para

gerar uma análise de poder estatístico de forma reversa, chegando a um tamanho

de amostra, sugerido pelo software, que atenda a estes requisitos estatísticos.

Pode ser observado na Figura 12 a distribuição gráfica como resultado da

simulação para se obter o valor da amostra necessária.

O cálculo do programa considera um valor de 5% para o erro e um poder

estatístico de 95%, conforme mostra a Figura 13, resultando em uma amostra de, no

mínimo, 220 participantes.

53

Figura 12 – Distribuição de dados do G*Power. Fonte: dados de simulação do Software G*Power.

Figura 13 – Resultados da simulação do G*Power. Fonte: dados de simulação do Software G*Power.

Logo, o cálculo da amostra mínima foi baseado nas relações de erro amostral

de 5% e 95% de nível de confiança, conforme orienta Santos (2015), que apresenta

um valor mínimo de 385.

3.5 INSTRUMENTO DE PESQUISA

O instrumento, conforme visto no Apêndice A, consta de um questionário

tipo survey auto-administrado de forma eletrônica (on line) e presencial com os

frequentadores nos arredores do shopping, com perguntas fechadas, utilizando a

escala Likert com base na escala SERVPERF com 7 pontos que variam de:

concordo muito, concordo moderadamente, concordo ligeiramente, nem concordo

e nem discordo, discordo ligeiramente, discordo moderadamente, discordo muito.

As perguntas foram baseadas nos atributos da qualidade de serviço, valores de

consumo (hedônico e utilitário), satisfação do cliente e lealdade do consumidor

(QIN; PRYBUTOK, 2009, CRONIN; TAYLOR, 1994; TINOCO; RIBEIRO, 2007;

MICHON; CHEBAT, 2002; LIMA; NETO, 2010; HASTREITER; MARCHETTI, 2013;

HA; IM, 2012).

54

Foi realizado um pré-teste do instrumento com 40 (quarenta) pessoas, as

quais avaliaram o nível de clareza das perguntas. O resultado do pré-teste suscitou

a reformulação de cinco questões, consideradas pelos respondentes como pouco

claras em alguns termos usados.

As variáveis foram adaptadas buscando a maior clareza para representar os

construtos especificados por cada autor usado como referência, visando a melhor

operacionalização do instrumento de coleta.

Para operacionalizar a inserção e manipulação dos dados de forma ordenada

e orientada com relação às variáveis, usou-se um critério de nomenclatura das

variáveis, conforme denota o Quadro 13.

Quadro 13 – Ordenamento das variáveis conforme o construto. Construto Variável nomeada

Valores Utilitários de Consumo VUC (01 a 07) Valores Hedônicos de Consumo VHC (01 a 11) Satisfação do Cliente SC (01 a 04) Lealdade do Consumidor LC (01 a 04) Qualidade do Serviço QS (01a 19)

Fonte: Elaborado pelo autor.

O resultado encontra-se no Quadro 9, do qual origina-se o instrumento para

operacionalizar o modelo hipotético.

Quadro 14 – Variáveis dos construtos. VUC01 Eu fiz exatamente o que queria ao ir ao Shopping center. VUC02 No Shopping center não pude comprar o que realmente precisava. VUC03 Enquanto visitava o Shopping center, eu encontrei o(s) item(ns) que eu procurava. VUC04 O Shopping center me desapontou, pois foi necessário ir a outro shopping para finalizar

uma compra. VUC05 Eu sinto que a visita ao Shopping center foi bem sucedida. VUC06 Eu sinto que comprar no Shopping center foi uma decisão inteligente. VUC07 O Shopping center é um bom lugar pra visitar, porque favorece a aquisição do que se

quer rapidamente. VHC01 Fazer compras no Shopping center é uma atividade prazerosa. VHC02 O tempo gasto nas compras no Shopping center foi realmente agradável se comparado

com outras coisas que poderia ter feito. VHC03 Quando passeio no Shopping center fico entusiasmado. VHC04 Passear no Shopping center é como uma válvula de escape que me desliga da

realidade. VHC05 Eu gosto muito das novidades que o Shopping center proporciona. VHC06 O Shopping center proporciona uma visita divertida por si só, não somente pelos itens

que se pode consumir. VHC07 No Shopping center continuei consumindo, não porque precisava, mas porque queria. VHC08 No Shopping center eu passo momentos agradáveis porque posso agir

espontaneamente. VHC09 Enquanto compro no Shopping center esqueço meus problemas.

55 VHC10 Enquanto passeio no Shopping center sinto uma sensação de aventura. VHC11 Passear no Shopping center me faz sonhar e fantasiar muitas situações. SC01 Eu estou satisfeito com minha decisão de visitar o Shopping center. SC02 Minha escolha em visitar o Shopping center foi a mais sábia. SC03 Eu estou seguro que visitar o Shopping center foi a coisa certa. SC04 De maneira geral o Shopping center satisfaz. LC01 Direi coisas positivas sobre o Shopping center. LC02 Recomendarei o Shopping center. LC03 Encorajarei amigos e parentes a visitar o Shopping center. LC04 Voltarei ao Shopping center no futuro. QS01 O Shopping center tem uma boa aparência interna, de fácil locomoção, com lojas

âncoras de qualidade e agradável praça de alimentação. QS02 O estacionamento do Shopping center tem espaço e disponibilidade de vagas

adequados. QS03 Os preços praticados e a qualidade dos produtos no Shopping center são adequados a

minha renda. QS04 O Shopping center é bem localizado. QS05 O Shopping center tem uma boa diversidade de segmento de comércio e uma

variedade de lojas no mesmo segmento. QS06 O Shopping center tem um bom horário de funcionamento, abrindo aos domingos e

feriados, dispondo de um serviço de informações eficiente. QS07 O Shopping center possui fácil acesso mediante transporte coletivo. QS08 O Shopping center possui boa iluminação e boa climatização. QS09 O Shopping center tem boa manutenção e limpeza com boa segurança em todas as

instalações. QS10 O Shopping center apresenta uma boa ornamentação interna com música ambiente. QS11 O Shopping center possui bons banheiros limpos e higiênicos em quantidade suficiente. QS12 O Shopping center possui boa acessibilidade para os portadores de necessidades

especiais, bem como boa área especial de atenção para crianças. QS13 O Shopping center possui um bom espaço de serviços e boas áreas para descanso nos

corredores. QS14 O Shopping center possui grandes cadeias de fast food e uma boa diversidade de

restaurantes na praça de alimentação. QS15 O Shopping center possui boa programação visual e sinalização. QS16 O Shopping center possui um bom aroma ambiental. QS17 O Shopping center possui uma boa aparência externa. QS18 O Shopping center possui boas lojas renomadas em quantidade. QS19 O Shopping center possui boas salas de cinema.

Fonte: Elaborado pelo autor.

Foram estabelecidas variáveis para a coleta dos dados demográficos a fim de

caracterizar a amostra. As variáveis usadas foram: gênero, idade, escolaridade,

renda pessoal, estado civil, filhos, frequência no shopping, motivo de frequentar o

shopping.

3.6 COLETA DOS DADOS

A coleta dos dados se deu de duas formas: eletrônica, através de um

questionário on line, usando o site Qualtrics.com; presencial, aplicando-se o mesmo

questionário aos frequentadores no entorno do shopping. O instrumento eletrônico

56

de coleta de dados foi disponibilizado, através do seguinte endereço:

https://qtrial2014az1.az1.qualtrics.com/SE/?SID=SV_aayOx11vpsYF16l

O link de acesso foi enviado através das redes sociais e e-mail. O

questionário ficou disponível durante um mês para que pudesse ser respondido,

entre os dias 12 de março de 2015 e 12 de abril de 2015. No questionário o

entrevistado foi direcionado a responder sobre o Shopping center, sendo

questionado antes de iniciar as perguntas se havia estado neste shopping nos

últimos dois meses. Foram entrevistados apenas maiores de 18 anos.

Considerando a amostragem não probabilística, tomada por conveniência,

foram enviados os links da survey através de redes sociais, de forma em cascata, na

qual quem recebe deve escolher outras pessoas de seu ciclo para enviar o link da

pesquisa, a fim de abranger o máximo de pessoas escolhidas dentre os

frequentadores do shopping center (MARCONI; LAKATOS, 2010).

Como forma de incentivo, foi sorteado um tablet entre os respondentes on line

que optaram por se identificar. Esta forma de incentivo foi recomendada pela

Hastreiter (2012), a qual usou um incentivo financeiro de 500 reais, a ser sorteado

entre os respondentes de seu questionário eletrônico.

Para complementar a coleta de dados eletrônica, foi realizada a pesquisa na

forma de entrevista presencial, aplicando-se o mesmo questionário, aos

frequentadores do Shopping center. As entrevistas ocorreram nas proximidades do

mesmo.

Este trabalho apresentou uma quantidade de amostras perfazendo um total

de 435, sendo 236 respostas válidas dentre as 316 obtidas através da survey online

e 199 válidas dentre as 200 obtidas através de questionário presencial aplicado aos

frequentadores do shopping, atingindo um nível de confiança de 95% e um erro

amostral menor que 5%, de acordo ao cálculo amostral (SANTOS, 2015).

Essa quantidade de amostra trata-se de um número superior ao recomendado

na literatura de equações estruturais, conforme discorrido anteriormente, ao valor

que atenda ao nível de significância adotado, segundo Santos (2015); e ao valor

obtido pela simulação no software G*Power, conforme recomenda Hair et al (2014).

Configurando, assim, uma robustez aos dados analisados.

57

4 ANÁLISE DOS DADOS

Os dados pesquisados foram submetidos a um tratamento estatístico através

da modelagem de equações estruturais (SEM), também conhecida como análise de

caminhos com variáveis latentes, que é usada para a especificação e análise de

interdependência entre variáveis observadas e construtos teóricos, frequentemente

chamados de variáveis latentes (HWANG, 2010).

Essa técnica é bastante aplicada quando se pretende buscar direcionamentos

de satisfação do cliente, imagem da marca ou reputação da corporação. Para muitos

pesquisadores a SEM é o mesmo que usar CB-SEM, mas existe outra metodologia

que pode ser aplicada, a técnica dos mínimos quadrados parciais, Partial Least

Squares (PLS) (HAIR et al, 2013).

Para a análise utilizou-se da PLS-SEM, que se diferencia por não usar a

estrutura de covariância, mas em regressões e não trabalhar simultaneamente todos

os parâmetros (BIDO et al, 2010).

Inicialmente foram analisados os dados demográficos para traçar o perfil dos

respondentes, caracterizando a amostra. Em seguida foi realizada uma análise dos

parâmetros estatísticos gerados e o confronto destas informações com as hipóteses

do modelo hipotético preliminar. Desta forma, pôde-se analisar se o que está

proposto neste trabalho corresponde às informações existentes na literatura.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

A amostra foi composta por 435 respondentes oriundos dos questionários on

line e presencial. Como o objetivo mínimo foi atingir o nível de confiança de 95% e

erro amostral de 5%, a amostra mínima considerada foi de 384 participantes.

Portanto, superando-se o mínimo necessário para avaliar a amostra com segurança,

conforme discorrido anteriormente.

Conforme o Quadro 15, os resultados relacionados ao perfil dos respondentes

mostraram que 46% dos entrevistados são do gênero masculino e 54% do gênero

feminino. Com relação à renda, puderam-se classificar os grupos conforme o critério

de classe econômica adotado pela ABEP (2015), sendo as classes C e D

representadas por 72% dos frequentadores e 28% representando as classes A e B.

58

A escolaridade dos respondentes teve sua maior concentração entre o ensino

médio e superior incompleto, totalizando em 49% a soma de ambas. Sendo 46%

aqueles com nível superior completo e pós-graduação.

Fazer compras e serviços significam juntas 52% dos motivos que levam o

usuário ao shopping. Isto remete ao valor utilitário de consumo, representado neste

estudo pelo construto Valor Utilitário de Consumo. O lazer representa 38% dos

motivos para se frequentar o shopping, remetendo ao valor hedônico de consumo.

Os frequentadores do shopping, em sua maioria, 67%, vão ao menos duas

vezes por mês ao estabelecimento. Destes, 29% comparecem semanalmente e

apenas 7% vão raramente, conforme mostra o Quadro 15.

Quadro 15 – Perfil da amostra.

Variáveis Quantidade Percentual

Qual a sua idade?

18 a 24 anos 100 23%

25 a 35 anos 147 34%

36 a 45 anos 115 26%

46 a 55 anos 47 11%

56 a 65 anos 20 5%

Acima de 65 anos 6 1%

Total 435 100%

Gênero

Masculino 198 46%

Feminino 237 54%

Total 435 100%

Hábitos de frequência em shopping centers

Diariamente 50 11%

Semanalmente 128 29%

Quinzenalmente 112 26%

Mensalmente 105 24%

Bimestralmente 11 3%

Raramente 29 7%

Total 435 100%

Escolaridade

1º grau incompleto 0 0%

1º grau / ensino fundamental 20 5%

2º grau / ensino médio 119 27%

3º grau / ensino superior incompleto 95 22%

3º grau / ensino superior completo 97 22%

Pós-graduação / Mestrado / Doutorado 104 24%

Total 435 100%

Estado civil

Solteiro 211 49%

Casado / União estável 199 46%

Separado / Divorciado 17 4%

Viúvo 8 2%

Total 435 100%

59

Quadro 15 (continuação)

Variáveis Quantidade Percentual

Possui filhos?

Sim 216 50%

Não 219 50%

Total 435 100%

Renda pessoal

Menos de um salário mínimo 66 15%

1 a 2 salários mínimos 146 34%

3 a 5 salários mínimos 100 23%

5 a 10 salários mínimos 71 16%

10 a 20 salários mínimos 42 10%

Acima de 20 salários 10 2%

Total 435 100%

Qual motivo leva você a frequentar um shopping?

Lazer 164 38%

Fazer compras 144 33%

Serviços (bancos, cabeleireiro, etc.) 83 19%

Outros 44 10%

Total 435 100% Fonte: Dados da pesquisa.

4.2 TRATAMENTO DOS DADOS

Os dados foram submetidos a um tratamento estatístico através da

modelagem de equações estruturais, usando o software WarpPLS 5.0 (KOCK,

2015), que foi utilizado para a verificação do parâmetro VIF (Variance Inflation

Factor). Este fator é utilizado para verificar a multicolinearidade, que poderá

comprometer o modelo e seus parâmetros, logo se busca um valor de VIF inferior a

3.3 conforme recomenda Kock (2015). O VIF calculado pelo WarpPLS 5.0 apresenta

a vantagem de não considerar a não linearidade no comportamento das variáveis,

identificando o relacionamento “real” entre as variáveis latentes. Foi utilizado

também o SmartPLS 3.2.1 (RINGLE et al, 2015), como forma de avaliação geral do

modelo e dos dados a serem tratados.

Os dados foram submetidos à análise estatística no WarpPLS 5.0. Como

resultado inicial tem-se a avaliação do VIF médio do modelo, sendo este confrontado

com os limites de aceitação, o qual estabelece um valor inferior a 3,3. Estando

dentro deste padrão procede-se a continuação da análise, caso contrário o modelo

proposto e os dados devem ser reavaliados (KOCK, 2015).

Sendo assim, iniciou-se a análise pelo VIF (Fator de Inflação da Variância),

pois o mesmo informa o grau de multicolinearidade existente. Caso este valor se

60

apresente acima do ideal recomendado o modelo fica comprometido e deve ser

revisto (BIDO et al, 2010; ESPOSITO, 2010), pois a multicolinearidade entre as

variáveis cria resultados não confiáveis (RINGLE et al, 2014). Segundo Kock (2010),

caso haja indicativos de multicolinearidade, alguns preditores devem ser removidos

para eliminá-la, isso ocorre quando se usam variáveis latentes com 1 ou 3

indicadores, as quais se tornam fontes de colinearidade.

Este estudo apresentou um VIF aceitável (KOCK, 2015). Conforme a Tabela

6, o VIF médio calculado pelo WarpPLS foi 2,399, confrontando-se com o valor ideal

de Kock (2015), que define como valor ideal VIF menores ou iguais a 3,300,

percebe-se que o VIF do modelo é aceitável. Como podem ser observados na

Tabela 2, os valores do VIF atenderam ao recomendado. Isto denota um modelo

com baixa multicolinearidade, o que é desejável para a aplicabilidade do modelo.

Tabela 2 – Fator de Inflação da Variância (VIF).

LC QS SC VHC VUC

LC

QS 1,713

1,573

1,000 SC 2,017

VHC 1,877

1,759

VUC

1,599

Fonte: Dados da pesquisa.

O VIF médio do modelo ficou em 2,399, estando este valor em conformidade

com o limite proposto como ideal de 3,300. Logo, procedeu-se com a continuidade

das análises, sendo estas realizadas no SmartPLS 3.2.1.

Segundo Hair Jr et al (2014), deve-se verificar inicialmente a confiabilidade e

a validade do modelo. A confiabilidade composta é uma medida que sinaliza a

consistência dos indicadores que compõem o construto, ela é calculada

automaticamente pelo algoritmo do SmartPLS para o modelo proposto, seu valor

limite de aceitação é igual ou superior a 0,7. Ela visa verificar a confiabilidade do

teste e sua escala, por isso vem sendo mais usada como alternativa à tradicional

medida do Alfa de Cronbach, que tem sua aplicação criticada quando se trata de

modelos de equações estruturais (PETERSON; YEOLIB, 2013; AZEVEDO et al,

2012), pois a confiabilidade composta não considera que todos as cargas

indicadoras são iguais na população e também não é sensível ao número de itens

na escala (HAIR JR et al, 2014). Ambos os parâmetros expressam se a amostra está

livre de vieses ou se as respostas são confiáveis (RINGLE et al, 2014).

61

As Tabelas 3 e 4 mostram os valores da confiabilidade composta e do Alfa de

Cronbach para o modelo em análise, ambos acima do valor limite de 0,7, o que

atesta que o modelo se baseia em uma escala confiável, justificando o uso desses

indicadores (BIDO et al, 2010).

Tabela 3 – Confiabilidade composta. Composite Reliability LC 0,940 QS 0,926 SC 0,944 VHC 0,914 VUC 0,864

Fonte: Dados da pesquisa.

Tabela 4 – Alfa de Cronbach. Cronbachs Alpha LC 0,914 QS 0,912 SC 0,921 VHC 0,892 VUC 0,792

Fonte: Dados da pesquisa.

Seguindo a sequência recomendada por Hair Jr et al (2014), avaliaram-se as

cargas fatoriais, conforme visto na Tabela 5, a qual apresenta as cargas fatoriais das

variáveis, antes de se realizar os ajustes, que visam eliminar as variáveis que

tenham cargas menores que 0,7, conforme orienta Hair Jr et al (2014). Todavia, esta

análise requer uma avaliação da relevância teórica do indicador candidato a

remoção, julgando também, sua importância com relação a outros construtos através

de uma sobreposição (HAIR et al, 2012).

Portanto, os indicadores da Tabela 5 foram analisados à luz desta

recomendação, bem como se buscando um AVE (Average Variance Extracted),

que significa a validade convergente, a qual denota a parcela dos dados que é

explicada por cada construto, verifica-se o quanto as variáveis se correlacionam

com os seus respectivos construtos, sendo o limite aceitável valores iguais ou

maiores que 0,5 configurando um modelo que converge a um resultado satisfatório

(HAIR JR et al, 2014).

62 Tabela 5 – Cargas fatoriais iniciais sem ajuste.

LC QS SC VHC VUC

Direi coisas positivas - LC01 0,912 Recomendarei - LC02 0,953

Encorajarei - LC03 0,862

Voltarei - LC04 0,837

Geral - QS01

0,744

Estacionamento - QS02

0,601

Preços adequados a renda - QS03

0,335

Bem localizado - QS04

0,590

Lojas e Comércio - QS05

0,668

Horário de funcionamento - QS06

0,706

Acesso por trans. coletivo - QS07

0,584

Iluminação e climatização - QS08

0,694

Manutenção e limpeza - QS09 0,778 Ornamentação / Música - QS10

0,695

Banheiros - QS11

0,663

Acessibilidade - QS12

0,701

Serviços / áreas descanso - QS13

0,672

Restaurantes e fast food - QS14

0,656

Programação visual - QS15

0,712

Aroma ambiente - QS16

0,697

Boa aparência externa - QS17

0,547

Lojas renomadas - QS18

0,641

Salas de cinema - QS19

0,599

Satisfeito em visitar - SC01

0,895

Escolha sábia em visitar - SC02 0,905 Coisa certa em visitar - SC03

0,924

Satisfeito de forma geral - SC04

0,872

Atividade prazerosa - VHC01

0,739

Tempo gasto agradável - VHC02

0,721

Entusiasmado ao passear - VHC03

0,797

Válvula de escape - VHC04

0,690

Gostar das novidades - VHC05

0,774

Visita divertida - VHC06

0,783

Consumi porque queria - VHC07

0,593

Momentos agradáveis - VHC08

0,753

Esquecer os problemas - VHC09

0,718

Sensação de aventura - VHC10 0,626 Sonhar e fantasiar - VHC11

0,525

Exatamente o que queria - VUC01

0,577

Não pude comprar - VUC02

-0,312 Encontrar que procurava - VUC03

0,760

Buscar outro shopping -VUC04

-0,534 Visita bem sucedida - VUC05

0,703

Compra inteligente - VUC06

0,770 Consumismo - VUC07

0,819

Fonte: Dados da pesquisa.

63 Tabela 6 – Average Variance Extracted (AVE) sem ajustes.

AVE

LC 0,796 QS 0,427 SC 0,809 VHC 0,499 VUC 0,436

Fonte: Dados da pesquisa.

Usando dos critérios mencionados anteriormente, cargas fatoriais e AVE,

buscou-se ajustar o modelo para obter uma melhoria em ambos os índices, AVE

(>=0,5) e cargas fatoriais (>=0,7) (HAIR JR et al, 2014). Assim, após os ajustes

realizados com seis iterações visando a adequação do valor do índice AVE, com

suporte do SmartPLS, foram eliminados os seguintes indicadores: VUC01, VUC02,

VUC04, VHC07, VHC10, VHC11, QS02, QS03, QS04, QS07, QS17, QS18 e QS19.

Os resultados das cargas e AVE pós-ajustes se encontram nas Tabelas 7 e 8.

Tabela 7 – Cargas fatoriais após ajustes no modelo. LC QS SC VHC VUC Direi coisas positivas - LC01 0,912

Recomendarei - LC02 0,953 Encorajarei - LC03 0,863

Voltarei - LC04 0,836

Geral - QS01 0,762 Lojas e Comércio - QS05

0,659

Horário de funcionamento - QS06

0,712

Iluminação e climatização - QS08 0,682 Manutenção e limpeza - QS09

0,812

Ornamentação / Música - QS10

0,719

Banheiros - QS11 0,710 Acessibilidade - QS12

0,728

Serviços / áreas descanso - QS13

0,701

Restaurantes e fast food - QS14

0,655 Programação visual - QS15

0,715

Aroma ambiente - QS16

0,704

Satisfeito em visitar - SC01 0,895 Escolha sábia em visitar - SC02

0,905

Coisa certa em visitar - SC03

0,925

Satisfeito de forma geral - SC04 0,871 Atividade prazerosa - VHC01

0,756

Tempo gasto agradável - VHC02

0,738

Entusiasmado ao passear - VHC03 0,804 Válvula de escape - VHC04

0,691

Gostar das novidades - VHC05

0,779

Visita divertida - VHC06 0,785 Momentos agradáveis - VHC08

0,753

Esquecer os problemas - VHC09

0,715

Encontrar que procurava - VUC03 0,759 Visita bem sucedida - VUC05

0,708

Compra inteligente - VUC06

0,787 Consumismo - VUC07

0,833 Fonte: Dados da pesquisa.

64 Tabela 8 – Average Variance Extracted (AVE) após ajustes. AVE LC 0,796 QS 0,510 SC 0,809 VHC 0,570 VUC 0,615

Fonte: Dados da pesquisa.

Os valores de AVE apresentados estão dentro de um limite aceitável, AVE >=

0,5 (BIDO et al, 2010; ESPOSITO, 2010; HENSELER;SARSTEDT, 2012; KOCK,

2015), conforme pode ser observado na Tabela 8. Estes valores indicam uma validade

convergente e uma confiabilidade satisfatórias. Respaldando o fato das variáveis

latentes serem bem explicadas pelas variáveis observadas (HAIR JR et al, 2014).

A validade discriminante é a segunda etapa do processo de verificação da

validade. Seguindo as verificações dos indicadores do modelo, consiste em

comparar as AVE individuais com a raiz quadrada da AVE de cada construto,

conforme a Tabela 9. Sendo aceitável quando todos os valores de variância média

extraída forem menores que os valores da raiz quadrada, os quais estão destacados

em negrito na diagonal da Tabela 9. Logo se pode deduzir que os indicadores estão

relacionados devidamente com suas variáveis latentes, não havendo interferência

nas demais variáveis, atestando assim a validade discriminante do modelo

(AZEVEDO et al, 2012; KOCK, 2015; ESPOSITO, 2010).

Tabela 9 – Validade discriminante.

LC QS SC VHC VUC

LC 0,892

QS 0,661 0,714

SC 0,799 0,605 0,899

VHC 0,618 0,564 0,649 0,755 VUC 0,617 0,500 0,649 0,574 0,784

Fonte: Dados da pesquisa. Nota: raiz quadrada da variância média extraída (AVEs) está destacada na diagonal.

Uma vez estabelecida a confiabilidade e validade do modelo, segue-se para

avaliar as hipóteses de relacionamento. Para tanto, utiliza-se do coeficiente de

determinação (R2), os coeficientes de caminho e o fator de Cohen (f2) (HAIR JR et

al, 2014).

O coeficiente de determinação R2 demonstra que o modelo explica

significativamente a ocorrência de soluções próprias quando os resultados estão em

concordância com os limites deste parâmetro, sendo mensurado o quanto o

65

construto é explicado pelo modelo de regressão. Nagelkeker especifica 0,5123 e

McFadden o valor de 0,4973 como sendo os valores de referência para uma boa

explicação do construto pelo modelo (REINARTZ et al, 2009).

O R2 médio desse modelo é 0,507 para um p < 0,001. O R2 médio ajustado

ficou em 0,504 para um p < 0,001, conforme pode ser observado na Tabela 10 que

contém os R2 individuais. Embora estes valores de R2 não sejam ruins, pois para a

área de ciências sociais Cohen (1988 apud RINGLE et al, 2014) afirma que 0,26 é

uma valor significativo para a explicação do construto, mas se existir oportunidade

de melhoria no modelo, pode-se focar nos Valores Utilitários de Consumo (VUC),

pois o construto apresenta um R2 abaixo dos demais. Isso pode denotar a

necessidade de remodelação com a possível retirada ou inserção de variável.

Conforme orienta Iacobucci (2009), quando em geral um dos R2 é

relativamente muito menor que os demais, denota que há variável candidata a sair

do modelo. Todavia, como este construto após ajustes ficou com 4 indicadores, não

se procedeu a retirada de nenhuma variável para melhoria do R2, pois isto poderia

comprometer o modelo surgindo soluções impróprias (REINARTZ et al, 2009).

Tabela 10 – Coeficientes do R2.

R2

LC 0,692 SC 0,578 VUC 0,250

Fonte: Dados da pesquisa.

Com base nesta análise a ocorrência de soluções próprias é influenciada pelo

tamanho da amostra, pelos indicadores de carregamento e pelo número de

indicadores, mas não pela distribuição dos indicadores. O número de indicadores

influencia de maneira não linear. Se os indicadores diminuírem de 4 para 2, faz a

solução imprópria aumentar significativamente. Todavia, um aumento de 4 para 6 ou

mais, não resulta em uma solução significativamente própria (REINARTZ et al,

2009). Todos os construtos deste trabalho têm, no mínimo, 4 indicadores,

contribuindo para uma solução significativamente própria.

Os coeficientes de caminho representam as relações hipotéticas entre os

construtos, podendo variar de -1 a +1, sendo os mais próximos de +1 as relações

fortemente positivas e os mais próximos de -1 as relações fortemente negativas. Os

valores próximos de -1 e +1, em sua maioria, são estatisticamente significativos

66

(HELM et al, 2009). Os coeficientes de caminho encontrados após os ajustes são

apresentados na Tabela 11.

Tabela 11 – Coeficientes de caminho (Beta). LC QS SC VHC VUC

LC

QS 0,255

0,261

0,500 SC 0,579

VHC 0,100

0,304

VUC

0,344

Fonte: Dados da pesquisa.

O fator de Cohen (f2) é o tamanho do efeito para cada caminho do modelo. O

mesmo reflete uma mudança no R2 quando um construto é eliminado ou inserido no

modelo. Baseado no valor de f2, o tamanho do efeito do construto eliminado para um

particular construto endógeno pode ser determinado tal que 0,02 seja um efeito

pequeno, 0,15 representa um efeito médio e 0,35 representa um grande efeito,

assim determina-se o quanto cada construto pode ser útil para o ajuste do modelo

(HAIR JR et al, 2014), conforme pode ser visto na Tabela 12.

Tabela 12 – Fator de Cohen (f2).

LC QS SC VHC VUC

LC QS 0,123

0,102

0,332

SC 0,540

VHC 0,017

0,125

VUC 0,175 Fonte: Dados da pesquisa.

Complementando os coeficientes de caminho, os mesmos foram avaliados

com base no teste t de Student, que visa verificar o modelo estrutural, o qual é

baseado em correlações e regressões. Os valores aceitáveis devem ser iguais ou

maiores que 1,96 para que a relação seja estatisticamente significante (HAIR JR et

al, 2014). Assim, os caminhos entre os construtos são considerados como

significantes e o modelo estrutural ajustado, conforme a Tabela 13.

67 Tabela 13 – Valores do t-estatístico.

Coeficiente de caminho t - estatístico

QS -> LC 0,255 4,928 QS -> SC 0,261 5,717 QS -> VUC 0,500 10,734 SC -> LC 0,579 13,012 VHC -> LC 0,100 2,413 VHC -> SC 0,304 6,517 VUC -> SC 0,344 8,272

Fonte: Dados da pesquisa.

4.3 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Com base no modelo hipotético ajustado, podem-se observar nas Figuras 14

e 15 quais as relações determinantes que se confirmam pelos parâmetros de

modelagem. A Tabela 14 resume os índices de ajuste, todos adequados aos valores

recomendados pela literatura, os quais são a base para orientar a análise das

hipóteses formuladas.

Figura 14 – Modelo hipotético estrutural ajustado – SmartPLS. Fonte: Dados da pesquisa.

68

Figura 15 – Modelo hipotético com os coeficientes estatísticos “t”. Fonte: Dados da pesquisa.

Tabela 14 – Resumo dos índices de ajuste.

VUC VHC SC LC QS R-quadrado 0,250

0,578 0,692

R-quadrado ajustado 0.248

0.575 0,690

Confiabilidade composta 0,864 0,914 0,944 0,940 0,926 Alfa de Cronbach 0,792 0,892 0,921 0,914 0,912 AVE 0,615 0,570 0,809 0,796 0,510 VIF 1,776 1,855 3,211 3,247 1,908 Validade Discriminante 0,784 0,755 0,899 0,892 0,714

Fonte: Dados da pesquisa. Nota: P=<0,001

Os resultados obtidos, através da análise de equações estruturais usando o

método dos mínimos quadrados parciais, permitem avaliar as hipóteses abordadas

nesta pesquisa. O Quadro 16 apresenta os resultados para as hipóteses.

69 Quadro 16 – Resultados das Hipóteses.

Hipóteses Relação Resultado

H1 Os valores hedônicos influenciam a satisfação do cliente Não rejeitada

H2 Os valores utilitários influenciam a satisfação do cliente Não rejeitada

H3 Os valores hedônicos influenciam a lealdade do consumidor Não rejeitada

H4 A satisfação do cliente influencia a lealdade do consumidor Não rejeitada

H5 A qualidade do serviço influencia a satisfação do cliente Não rejeitada

H6 Os valores utilitários influenciados pela qualidade de serviço Não rejeitada

H7 A qualidade de serviço influencia a lealdade do consumidor Não rejeitada Fonte: Elaborado pelo autor.

Os Valores Hedônicos e Utilitários têm influências muito semelhantes na

Satisfação do Cliente, com índices de caminho 0,304 e 0,344 respectivamente,

dentro do nível de significância P =<0.01. Isto corrobora com as hipóteses H1 e H2.

Esse resultado dos Valores Utilitários corrobora com a pesquisa de Ha e Im

(2012), que verificaram uma pequena influência, índice de 0,297, destes valores na

Satisfação do Cliente. Todavia, no que tange aos Valores Hedônicos, elas

observaram uma influência relativamente maior, pois encontraram um índice de

0,616, bem como Lima e Neto (2010), que verificaram uma influência dos valores na

satisfação com índice de 0,761. Porém, eles não avaliaram estes valores

separadamente, sendo avaliados como um único construto, Valores de Consumo.

Logo, entende-se que os valores separadamente exercem efeito distinto que quando

analisados em conjunto. Isto pode ser observado nos resultados de Ryu et al (2010),

que verificaram a influência positiva dos valores hedônicos e utilitários na satisfação

do cliente, com destaque para os valores utilitários que obtiveram índice de 0,59

enquanto os valores hedônicos apresentaram uma influência com índice de 0,30.

Esses valores são bem próximos aos encontrados por Carpenter e Fairhurst

(2005), os quais verificaram as influências positivas dos valores na satisfação do

cliente com índices de 0,721 para os valores utilitários e 0,276 para os valores

hedônicos. Corroborando para o fato dos valores utilitários exercerem uma maior

influência que os valores hedônicos na satisfação do cliente.

A Lealdade do Consumidor é bem explicada pelo modelo proposto, com base

em seu R2, cujo valor é 0,697 significando que este construto tem cerca de 70% de

explicação pelo modelo. A hipótese H3 apresentou um baixo índice de caminho

(0,100), ou seja, 10% explicada pela relação proposta, mas que é estatisticamente

significante. Conforme observado por Ha e Im (2012), os Valores Hedônicos

70

influenciam com pouca intensidade a Lealdade do Consumidor, elas encontraram

um índice de 0,233 que embora baixo, elas não rejeitaram a hipótese por ser

estatisticamente significante e está coerente com o proposto de haver uma relação

entre os construtos.

A Satisfação do Cliente é bem explicada dentro do modelo, pois seu coeficiente

de determinação (R2) está em 0,578 que significa que o modelo pode explicar cerca

de 58% deste construto. O índice de caminho da relação Satisfação e Lealdade foi o

mais elevado, ficando em 0,579. Este fato corrobora com a hipótese H4. Esta relação

é respaldada pela literatura, como pode ser observado nas pesquisas de Kaura e

Datta (2012), que verificaram um índice de 0,729, bem como de Ha e Im (2012), que

verificaram índice de 0,618. Segundo Kaura e Datta (2012) a Satisfação tem forte

influência na Lealdade do cliente. Abu-ElSamen et al (2011) também verificaram esta

forte relação entre satisfação do cliente e lealdade, eles ressaltam que sem assegurar

a satisfação na relação, não existirá lealdade como resultado. Assim como verificado

por Thuy e Hau (2010), a satisfação exerce um forte impacto positivo na lealdade do

consumidor, o índice relacional encontrado por eles foi 0,66. Caruana (2002) observou

que apesar da relação se confirmar, com índice 0,59, outros elementos contribuem

para impactar diretamente a lealdade do consumidor.

A Qualidade do Serviço exerce uma influência relacional baixa na Satisfação

do Cliente, apresentando um índice de caminho em 0,261. A hipótese H5 se

confirma, embora este índice seja baixo comparando-se aos demais. Lima e Neto

(2010) relataram em sua pesquisa que a Qualidade tinha uma fraca influência na

Satisfação, com índice de 0,341, mas isto se deve aos demais fatores que

contribuem de maneira significativa para a satisfação, não sendo a qualidade o único

fator. Ou et al (2011) encontraram índice semelhante na relação destes dois

construtos, o valor de 0,293 é semelhante ao encontrado neste trabalho. Bakti e

Sumaedi (2013) verificaram que a qualidade do serviço influencia a satisfação de

forma direta e indiretamente influencia a lealdade, eles usaram o mesmo modelo que

Caruana (2002), mas não verificaram relação direta da qualidade com a lealdade.

De forma análoga a hipótese H6 se confirma, mas apresentando um índice de

caminho elevado, comparando-se aos demais, 0,500. Lima e Neto (2010)

observaram que a Qualidade do Serviço influencia os Valores de Consumo, com

índice 0,565. Todavia eles não realizaram esta análise com os valores em separado.

Observou-se que os Valores Utilitários são influenciados positivamente pela

71

Qualidade do Serviço, que segundo Lima (2009) foi definida como sendo qualidade

técnica, de atendimento e condições físicas do shopping. Todas muito vinculadas ao

aspecto utilitário, pois este envolve aspectos mais funcionais e orientados à

atividade executada, conforme relatam Michon e Chebat (2002).

A Qualidade de Serviço também contribui para explicar a Lealdade do

Consumidor, mas em intensidade menor, com um valor de índice de caminho 0,255

confirmando a hipótese H7. Conforme relatam Kaura e Datta (2012), existe uma

relação significante entre a Qualidade do Serviço e a Lealdade do Consumidor.

Embora não tão forte se comparada às demais relações, o que mostra que outros

fatores também contribuem para a explicação da Lealdade. Estes resultados são

respaldados pelos trabalhos de Caruana (2002), que verificou uma fraca relação

entre os construtos, com índice 0,14. Bem como Bakti e Sumaedi (2013), que não

verificaram relação significante entre os construtos.

72

5 CONCLUSÃO

Este estudo propôs analisar as relações determinantes entre os construtos:

qualidade de serviço, satisfação do cliente, valores hedônicos de consumo e valores

utilitários de consumo, que conduzem à lealdade do cliente em um shopping center

de Natal. Para tanto, foi realizada uma pesquisa de campo e seus dados foram

tratados estatisticamente através de uma análise multivariada de caminhos,

conhecida como equações estruturais, com uma abordagem de mínimos quadrados

parciais.

Para compor a pesquisa foram analisados diversos modelos relacionais que

associassem a temática da Lealdade do Consumidor. Nesta seleção foram

priorizados os modelos analisados pelas equações estruturais, sendo selecionados

para análise: Michon e Chebat (2002), Boubeta et al (2009), Lima e Neto (2010), Ha

e Im (2012), Kaura e Datta (2012) e Yilmaz (2004). Adicionaram-se aos modelos

analisados os elementos de atratividade dos shoppings centers com base nos

estudos de Hastreiter (2012) e Lundberg (2009).

Os construtos trabalhados foram definidos com base nas relações

apresentadas nos modelos relacionais. Foram verificados em cada modelo quais os

construtos que se destacavam como mais determinantes. Desta forma, selecionou-

se dentre os diversos modelos os seguintes construtos: Qualidade do Serviço,

Satisfação do Cliente, Valores de Consumo (Hedônico e Utilitário) e Lealdade do

Consumidor.

Com base na seleção dos construtos propôs-se um modelo relacional

hipotético preliminar, que consta de relações respaldadas pela literatura, com o

aspecto inovador de uni-las em um único modelo, com a finalidade de analisar os

efeitos relacionais destes construtos selecionados. Portanto, o modelo proposto de

forma inovadora, associa os principais construtos encontrados na literatura e avalia

suas influências para a Lealdade do Consumidor.

Para viabilizar a pesquisa, foi necessário selecionar as variáveis que estavam

associadas aos construtos analisados. Para tanto, utilizou-se do critério de análise

dos modelos e buscaram-se as variáveis confirmadas em cada modelo. Como o

modelo era hipotético, as variáveis usadas foram as próprias de cada modelo

relacional selecionado, descartando assim, a validação das variáveis, pois as

mesmas já haviam sido validadas em seus modelos originais.

73

Foi selecionado o ambiente do shopping center para a aplicação da pesquisa

de campo devido a ampla quantidade de frequentadores e possíveis consumidores.

O modelo hipotético preliminar foi aplicado aos frequentadores de um shopping em

Natal, na forma de survey on line e questionário presencial. O índice de resposta foi

considerado muito bom, já que foram obtidos 236 questionários on line e 199

questionários presenciais válidos, totalizando em 435 respondentes válidos. O fato

de não haver autorização para entrevistas dentro do ambiente do shopping, fez-se

conduzir as entrevistas presenciais aos arredores do mesmo.

Com base nos resultados, verificou-se que o construto que exerce maior

influência para a Lealdade do Consumidor é a Satisfação do Cliente. Seguido

desta, tem-se a Qualidade do Serviço como segundo determinante. Apresentando

um baixo índice, os Valores Hedônicos de Consumo exercem pouca influência na

Lealdade do Consumidor. Portanto, pode-se inferir que o modelo hipotético

preliminar tem todas as suas hipóteses confirmadas. Desta forma, o modelo

expõe os fatores determinantes para a Lealdade dos usuários, de acordo aos

parâmetros analisados.

Desta forma, a substancial contribuição deste trabalho se apresenta no fato

de propor um modelo completo de relação entre os construtos, o qual se

configura como único dentre os variados modelos referenciados, os quais não

apresentam resultados semelhantes em termos de abrangência relacional dos

construtos.

Este trabalho teve como limitação o fato da pesquisa ter sido aplicada aos

frequentadores de um único shopping de Natal e pela não definição de uma amostra

probabilística. Deste modo, para uma maior abrangência, sugere-se que o modelo

seja aplicado em outros estabelecimentos, usando amostras probabilísticas, o que

poderá possibilitar a comparação entre os resultados diversos, suscitando a uma

ferramenta gerencial para se obter a fidelização dos frequentadores.

74

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A P Ê N D I C E