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MATERIAL DIDÁTICO COMUNICAÇÃO E INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD) UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES CREDENCIADA JUNTO AO MEC PELA PORTARIA Nº 1.282 DO DIA 26/10/2010 Impressão e Editoração 0800 283 8380 www.ucamprominas.com.br

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MATERIAL DIDÁTICO

COMUNICAÇÃO E INFORMÁTICA NA

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD)

U N I V E R S I DA D E

CANDIDO MENDES

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................................ 3

UNIDADE 1 - COMUNICAÇÃO E INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD) ................. 4

UNIDADE 2 - TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO E INFORMÁTICA NA EDUCACAO A

DISTÂNCIA: DESAFIOS .................................................................................................................................. 13

UNIDADE 3 - COMUNICAÇÃO, LINGUAGENS, TECNOLOGIAS E INFORMAÇÃO NA

EDUCAÇÃO ........................................................................................................................................................ 19

UNIDADE 4 - A EDUCAÇÃO NO MUNDO DA COMUNICAÇÃO E DA INFORMAÇÃO: DESAFIOS

DO MUNDO CONTEMPORÂNEO .................................................................................................................. 35

UNIDADE 5 - A MELHORIA DO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM A PARTIR DA

UTILIZAÇÃO DAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC) ........................... 40

UNIDADE 6 - COMUNICAÇÃO E INTERAÇÃO ENTRE PROFESSORES/TUTORES E

ESTUDANTES NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD)............................................................................... 53

UNIDADE 7 - GLOSSÁRIO DE TERMOS-CHAVE NA PERSPECTIVA DE VÁRIOS AUTORES ....... 61

REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................. 64

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APRESENTAÇÃO

Caro aluno,

É início de um novo milênio e, com ele, novos tempos se descortinam.

Pensando nisso e na Revolução que se vislumbra no horizonte, o Instituto

PROMINAS busca acompanhar esses novos tempos, atendendo às demandas

contemporâneas de novos pensamentos e novas tendências educacionais.

Nessa perspectiva, criou-se a disciplina “Comunicação e Informática na

Educação a Distância” por se acreditar, ser esta, a modalidade do futuro que se

constrói neste momento.

Para tanto, elegemos alguns temas para debate e análise, posto que, a

humanidade vive um momento histórico especial onde a presença dos meios

eletrônicos de comunicação e informação é marcante em todos os âmbitos

permitidos pelas novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) e seus

desafios.

Vive-se um processo de informatização da sociedade, fortemente articulado

com todos os sistemas midiáticos de comunicação, que não se estabelecem como

se fossem apenas mais uma atualização dos meios tradicionais de comunicação, de

informação, de envio de dados, de sons e imagens, mas, constituem-se nos

elementos estruturantes de uma nova forma de ser, pensar e viver.

Tem-se, então, uma nova razão, um mundo novo, que às vezes pode ser

mais e outras vezes menos maravilhoso, sendo instituído e instituindo essas novas

tecnologias.

Nesse ínterim, pode-se mapear alguns elementos característicos deste novo

momento, mas as questões básicas que colocam em cheque o sistema educacional,

ainda continuam sendo as mesmas. Por isso, discutiremos a internalização dessas

tecnologias pela educação, suas novas linguagens e paradigmas.

Esperamos contribuir para a absorção dessas temáticas, bem como,

possibilitar uma visão crítica das mesmas e suas aplicações na Educação brasileira.

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UNIDADE 1 - COMUNICAÇÃO E INFORMÁTICA NA

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA (EAD)

Nota-se que em apenas uma geração, a humanidade vive transformações

equivalentes a muitos séculos.

Ao iniciar este novo milênio, a humanidade vive um momento histórico

especial, com uma presença generalizada dos meios eletrônicos de comunicação e

informação permitidos pelas novas Tecnologias de Informação e Comunicação

(TIC), como o surgimento e evolução: da Internet, da TV Interativa, dos

computadores de última geração (muito mais velozes) e do avanço dos celulares

como verdadeiros minicomputadores, fazendo do desenvolvimento dessas

tecnologias algo quase que incontrolável.

Contemporaneamente, novos valores vão surgindo, colocando a modernidade

em seu limite histórico. Uma nova ciência começa a ser criada, baseada em um

outro logos, não mais operativo, mas que tem na globalidade, na interatividade e na

integridade seus focos e vetores mais fundamentais.

E, é nesse contexto que o sistema educacional se encontra e tem razão de

ser, dentro da perspectiva de seus processos metodológicos, e se justificativa

levando em conta, em seus processos didático-pedagógicos, a natureza e as

especificidades deste mundo de comunicação e informação. Porém, observa-se os

novos recursos da comunicação e informação – destacado aqui, o vídeo e a TV –

sendo incorporados a partir de uma perspectiva instrumental, como apenas mais um

recurso didático-pedagógico. Não se pode pensar que a pura e simples incorporação

desses recursos na educação seja uma garantia de que se esteja fazendo uma nova

educação, uma nova escola para o futuro, muito pelo contrário, vê-se que esta

incorporação relaciona-se, basicamente, como ferramentas instrumentais, como uma

pura e simples introdução de novos elementos considerados mais modernos, como

computadores portáteis e projetores, porém, continuam-se as velhas práticas

educativas.

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Faz-se mister uma integração mais efetiva entre a comunicação, seus novos

mecanismos e a educação. Percebe-se que isso só se dará quando esses novos

meios estiverem presentes como fundamentos dessa nova educação e não apenas

como novas ferramentas de trabalho. Dessa forma, os novos valores desta

sociedade, ainda em construção, serão fatores presentes e integrantes dessa nova

escola, dessa vez, porém, com futuro e para o futuro.

Sendo assim, a escola estará presente, e sendo participante da construção de

uma nova sociedade que se vislumbra, a partir e através das TIC, não permanecerá

resistindo aos velhos valores em declínio ou, talvez o pior, como mera espectadora

dos novos valores em ascensão, sem ao menos questioná-los ou tentar internalizá-

los.

Educação e Comunicação devem caminhar juntas, a partir da inclusão da

Tecnologia Educacional na prática educacional, utilizando-se da Tele-educação, da

Informática, do Vídeo Educativo, do CD, do DVD e de todos os multimeios, conforme

a visão de Nelson De Luca Pretto (2007), possíveis e utilizáveis para que a

aprendizagem ocorra de forma satisfatória e agradável.

E assim, advém o computador e sua inserção na sala de aula. Este é o tema

em voga no momento: a discussão acerca da presença de computadores nas

escolas e a situação da Internet no Brasil. Fala-se da importância dessas

tecnologias e até, legalmente, já existem políticas públicas específicas para a

introdução das TIC. A conexão com a Internet virou a menina dos olhos de todos,

professores, acadêmicos e políticos e, até a Lei Geral das Telecomunicações, de

1997, criou um fundo especial para viabilizar isso – Fundo de Universalização dos

Serviços das Telecomunicações (FUST) – que até agora não pode ser usado por

conta das questões jurídicas e políticas que estão envolvidas na questão. Discute-se

tanto na possibilidade de milionários negócios para as indústrias, como um forte

impacto nos sistemas escolares.

Percebe-se que as conexões e os conectados vêm aumentando seu

percentual, porém, apenas 13 milhões de brasileiros, de um total de quase 168

milhões, estão conectados e esse crescimento tem se dado nas classes sociais

menos favorecidas (C, D e E). Também, de acordo com os números médios, temos

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mais de 35% de escolas do ensino médio e 6,7% do ensino fundamental

conectadas. Parece um quadro animador, se não estivéssemos falando em médias.

Segundo Pretto (2007), na hora em que se observa o que de fato está

acontecendo no interior de cada escola, vê-se uma situação lamentável e que, de

certa forma, dá a dimensão do equívoco das políticas públicas e do tamanho do

desafio para o governo. Trabalha-se de forma intensa, em vigilância permanente,

para que essas políticas sejam modificadas urgentemente. Porém, não resta a

menor dúvida: ainda se investe muito pouco em conexão no país.

Para o mesmo autor, citado anteriormente, começam a surgir os famigerados

portais para dar apoio ao trabalho dos professores. Portais com materiais didáticos

elaborados de forma nada democrática e centralizada, distribuídos de cima para

baixo. Os computadores continuam a chegar, via políticas públicas ou programas

televisivos. As escolas passam a ser equipadas ou entulhadas de máquinas, mas o

sistema educacional, em primeira e última instância, permanece o mesmo: vertical;

exageradamente centralizado; hierárquico; burocrático. Uma escola com cara de

moderna, porém, continua “uma velha escola velha”, ou quem sabe, pós-moderna.

E, nota-se que os professores são e sentem-se culpados, posto que, são culpados

por este velho fazer.

Os professores são acusados de desânimo e da falta de interesse em usar as

TIC, porém, esse discurso é o mesmo dos anos 80, quando o debate ocorria em

torno do livro didático, os editores diziam que faziam livros ruins porque era essa a

demanda dos professores. Isso era a desculpa para se ter livros de tão baixa

qualidade e aulas muito ruins. Porém, os mesmos livros de baixa qualidade são

distribuídos ainda hoje, haja vista o escândalo ocorrido com o governo de São

Paulo, em março de 2009, quando foram detectados e publicados em todos os

meios de comunicação, os absurdos contidos nos livros de Geografia, História e

Ciências daquele estado e distribuídos para todas as escolas públicas. Desculpas

esfarrapadas para que não se enfrente o problema: o necessário fortalecimento da

escola e do professor; visto que não ocorrerão mudanças substanciais enquanto o

centro das políticas públicas não forem a escola e seus professores.

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Se não forem dadas as condições adequadas, os professores não terão como

enfrentar esse enorme desafio. É necessário políticas públicas que considerem os

professores diferentes entre si e entre todos, como sujeitos capazes de liderar todo o

processo escolar. Caso isso não seja feito, não adianta distribuir parâmetros, vídeos,

computadores, livros, conexões virtuais, internet ou parabólicas. Precisa-se,

imediatamente, de professores bem pagos e continuamente formados, como

também de escolas bem equipadas e, principalmente, conectadas para que, em

rede, articulando-se uns com os outros, possam os professores montar uma

verdadeira cruzada de transformação radical da educação em nosso país. Mais

ainda, necessita-se de projetos e políticas que fortaleçam os locais, as regiões, e

não que sejam elaborados por especialistas iluminados e distribuídos em

broadcasting para o conjunto dos brasileiros que estão na escola e fora dela.

Na visão de Pretto (2007) e Arroyo (2004), currículo se faz na escola, por

aqueles que fazem o cotidiano escolar e, corrobora com esse posicionamento Mary

Arapiraca, vice-diretora da Faculdade de Educação da UFBA. Ambos afirmam que o

professor é um profissional e como tal deve ser considerado. É preciso acabar com

essa nova história de dizer que ele é o centro das resistências às transformações. O

professor quer é condições de trabalho e de formação, básica e continuada, por

isso, as políticas não podem prescindir de uma fortíssima articulação com as

Universidades e Faculdades que formam os professores, sobretudo, as públicas que

se constituem num arsenal de mão-de-obra qualificada para enfrentar coletivamente

essa mudança. Sem dúvida, existem muitos problemas nas Universidades, mas,

também isso, precisa ser enfrentado e essa pode ser mais uma das formas de o

fazer. E, novamente aqui, o que se precisa é de projetos diferenciados e não de

projetos gestados em gabinetes e distribuídos para serem seguidos Brasil afora.

Sendo assim, está na hora de acabar ou mudar essa história de que é preciso

melhorar a autoestima do professor. Precisa-se de mudar a forma como o

profissional da educação é colocado dentro do processo educacional. Se a escola

fosse inserida na comunidade e atuasse com esta de forma integrada, se o

professor tivesse bom salário e tempo para comer, ler, namorar, conversar com

filhos, passear, estudar, se divertir, entre outros, a autoestima ocorreria

naturalmente.

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Urge mudar o rumo das coisas, caso contrário, em breve haverá muitas

escolas conectadas, mas não para promover interações, e sim para oferecer, a

distância, cursos de autoajuda e autoestima para professores feridos em seus

sentimentos porque foram e estão sendo desrespeitados profissionalmente. A

Internet na educação no Brasil está apenas começando, porém, é preciso mais,

muito mais!

Em dezembro de 1999, o Governo Federal lançou o Programa Sociedade da

Informação cujo objetivo foi o de construir um documento inicial – conhecido

internacionalmente como Livro Verde (Green Book) – que, após a sua publicação,

ocorrida em setembro de 2000, pudesse ser amplamente discutido pela sociedade

brasileira, através de audiências públicas, congressos, conferências e discussões

em associações, sindicatos, federações, empresas, universidades, escolas, enfim,

em todos os espaços sociais.

Esse lançamento gerou debates em todos os setores da sociedade, porém,

será abordado aqui, o debate acadêmico e seus resultados para a educação

brasileira, haja vista, ser esse o objetivo desta disciplina: a comunicação e a

informática na educação a distância.

O Programa Sociedade de Informação possui um site na Internet e neste,

mais informações poderão ser obtidas. Está disponível em:

<http://www.socinfo.org.br/.> Acesso em 1 mar. 2009.

Dentre os debates que surgiram e se frutificaram sobre o tema, Pretto (2000)

escreve sobre o que seria essa sociedade da informação, indagando: “mas (...) que

sociedade?!” e nesse mesmo artigo, o autor argumenta sobre a implementação

desse projeto dentre centenas de profissionais, como políticos, administradores

públicos, acadêmicos, empresários, lideranças comunitárias, entre outros, para

produzir um documento inicial que definisse as bases para a inserção do país na

chamada Sociedade da Informação.

Como tantos outros estudiosos que debateram a questão, Pretto relata todo o

processo de construção do programa e a preocupação governamental no que tange

à elaboração de uma política de inserção, levando em conta as mudanças que

acontecem no mundo em função da presença generalizada das TIC.

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Pode-se perceber uma enorme dificuldade no sentido de conceituação das

TIC, em todo o processo de discussão, e também de redigir o programa, o que, pode

ser facilmente percebido nas publicações contidas no site.

Torna-se visível, desde a primeira versão do Livro Verde, essas dúvidas de

conceitos e fatos, o que se pode perceber, desde a página de abertura, a qual

contêm a seguinte frase: "assistir televisão, falar ao telefone, movimentar a conta no

terminal bancário e, pela Internet, verificar multas de trânsito, comprar discos ou o

que quiser, trocar mensagens com o outro lado do planeta, pesquisar e estudar são

hoje atividades cotidianas, no mundo inteiro e no Brasil, também, como não

poderia deixar de ser."(p. 3 Livro Verde - grifo de Pretto e da autora).

Pretto da UFBA e Leonardo Lazarte, da UnB, coordenaram o Grupo de

Trabalho sobre Educação e, desde o início, combateram fortemente essa abertura já

que ela não representa a realidade brasileira e muito menos serem essas as

atividades cotidianas neste nosso país de tantas diferenças econômicas e sociais.

Os autores também questionaram a necessidade de considerar que esse programa

deveria estar centrado numa lógica diversa daquela imposta pela economia e pelo

mercado internacional. Um programa como esse, mais do que um projeto específico

para a chamada sociedade da informação, tinha que ser entendido como sendo um

verdadeiro projeto de sociedade.

E, nesse sentido, Pretto (2000) questiona a “concepção de sociedade que

temos e que queremos que deverá presidir qualquer ação nessa área”. Essa

discussão sobre que sociedade se tem no Brasil levantou a questão da necessidade

de um programa de governo, baseado em uma política pública de inclusão, que

buscasse resolver ou, pelo menos, atenuar as desigualdades existentes e visíveis no

país e que, ao tratar de questões como o uso das tecnologias na educação e fora

dela, não criasse mais uma, que seria a exclusão a elas.

Pretto analisa e adverte que esse programa esteve preocupado com a

modernização do governo em desenvolver propostas para uma administração virtual

através do uso da eletrônica e da informática.

Sobre o mesmo programa, Pretto afirma que, também esteve “preocupado

com o desenvolvimento e a automação das linhas de produção, do sistema

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bancário, dos transportes, do comércio”. E julga não ser possível imaginar que haja

possibilidade de “esquivar-se dessas e de tantas outras questões” mas, clareia, “o

que precisa presidir essas iniciativas e políticas é a busca da construção de uma

sociedade menos injusta”.

Ao especificar o uso da Internet, Pretto diz que “os dados são assustadores e

bem demonstrados, tanto no próprio Livro Verde como também no excelente artigo

‘Internet no Brasil: o acesso para todos é possível?’" de Carlos A. Afonso, diretor da

Rede de Informações para o Terceiro Setor (RITS) e um dos integrantes do GT

Educação.

Nele, o autor analisa os dados e relata que, “menos de 6% dos municípios

brasileiros têm provedores de acesso local à rede Internet e o número de brasileiros

conectados é muito baixo, não chegando a 7%”, porém, adverte que, apesar disso,

“a grande maioria pertencente às classes mais abastadas”. Podemos dizer que

naquele momento, esses números nos permitem alicerçar a ideia da “chamada

infoexclusão ou exclusão digital”, contida nos documentos oficiais, do governo

brasileiro, ao se dirigir a este tema, e coloca em pauta o maior problema, neste caso

que é, conforme Afonso, no mesmo texto: “como aumentar a presença de toda a

população brasileira na Sociedade da Informação?”.

Pode-se perceber que essa exclusão poderá aumentar se não houver

mudança na política governamental, permanecendo “a lógica excludente, como

acontece com todas as demais políticas brasileiras para a área social”. Nesse

sentido, Carlos Afonso sugere os Telecentros.

Na Faculdade de Educação da UFBA, foram criados os Ciberparques, ligados

ao sistema público de educação (demais informações podem ser obtidas no

endereço: www.ufba.org.br).

Além da inclusão, é necessário discutir também, a alfabetização digital,

aventada por Bonilha, no mesmo veículo de informação.

Discute-se, atualmente, a importância da inclusão digital e as ferramentas

necessárias para que ela ocorra. O governo trabalha nesse sentido ao criar o projeto

“um computador por aluno”, já colocado em prática em alguns estados da federação,

tais como Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, entre outros. Porém, antes desse

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projeto atual, vários outros foram tentados, mas não obtiveram os resultados

esperados e, entre eles, analisaremos o Livro Verde, pelo qual investiu-se na

alfabetização digital, como a habilidade necessária para que a população possa

fazer uso das TIC, mas não precisou muito bem qual o significado desse termo, pois

no capítulo que trata da Educação na Sociedade da Informação, isso não fica muito

claro. Nele é relatado que:

a alfabetização digital precisa ser incentivada e fomentada em todos os níveis de ensino por meio da mudança curricular, fazendo parte da capacitação desejada para atuar no âmbito do uso dessas ferramentas tecnológicas, sendo que para atuar no âmbito da aplicação e geração, outras competências tornam-se necessárias. Em um quadro destaque dá a entender que alfabetização digital é um processo somente de compreensão de informações. Apesar do meramente (termo utilizado literalmente no texto), ligar alfabetização à compreensão.(LIVRO VERDE, p. 43)

Bonilha adverte, no mesmo texto que “é necessário salientar o destaque

correlato à condição necessária para que aumente o grau de penetração das novas

tecnologias na sociedade brasileira”, salientando a necessidade de “aumentar

drasticamente o nível de alfabetização digital do País, de forma que esta sociedade

esteja mais bem preparada para as mudanças em curso”.

Percebe-se que isso já vem sendo feito no atual governo, ao incentivar o uso

do computador nas escolas e o investimento realizado na compra dos mesmos pelos

professores, por um preço mais acessível.

Esse conceito é melhor explicitado no capítulo que trata da temática da

Universalização de Serviços para a Cidadania, no qual está relatado ser

imprescindível promover a alfabetização digital, de maneira a proporcionar a

aquisição e internalização de habilidades e técnicas básicas para o uso de

computadores e da Internet, competências que, com certeza, aumentaram as

possibilidades desse cidadão no mercado de trabalho. Sendo assim, ser

alfabetizado digital é ser usuário de serviços oferecidos pelas TIC, como caixas

eletrônicos de bancos.

O Programa tinha como meta que 20% dos brasileiros atingissem “um nível

de alfabetização digital mínimo, até 2003”, porém, isso não ocorreu até o ano de

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2008, quando foram realizadas as últimas pesquisas a respeito. Mas, “o que é

mesmo um nível de alfabetização digital mínimo?”, pergunta Bonilha, no mesmo

texto já citado anteriormente. No texto do Livro Verde, há indicação da oferta de

“treinamento básico para que a população pudesse adquirir essa habilidade, nesse

curto espaço de tempo”.

Muitas autoridades no assunto, tais como Pretto, Bonilha, entre outros,

sugeriram o oferecimento de (auto)aprendizado de noções básicas de uso de

serviços de informática, Internet, etc., disponíveis a custo zero (em vídeo e/ou na

rede), cursos livres, presenciais e a distância, testes de habilitação reconhecidos

pelo mercado, como formas de promover essa "alfabetização" a toque de caixa.

O ser humano tem capacidade de se expressar, produzir conhecimento e

ciência, ser crítico e criativo na produção e geração de informação, com ou sem as

TIC. No entanto, as TIC possibilitam a potencialização dessas capacidades e

permitem a abertura de espaços para o surgimento de outras, independentemente

das pessoas terem ou não um curso especializado na área ou afins.

Isso possibilita o trabalho, tendo em vista a noção de fluência nas TIC em

todos os níveis sociais, permitindo o relacionamento entre essa noção e o conceito

de cidadania, enfatizando o papel da Educação nesse processo. Sendo que a

Educação prevista é aquela que acontece em todos os espaços de aprendizagem,

formais ou não, tais como: escolas, igrejas, ruas, clubes, etc., e não apenas em

cursos especializados, técnicos ou de pós-graduação lato sensu.

O governo e demais instituições, entre elas as ONGs, devem fazer uma

escolha entre oferecer à população alfabetização digital ou alfabetização ampla e

fluência nas TIC, estabelecendo uma ligação entre a cidadania plena e sua

aplicação e relacionamento entre os indivíduos através delas, porém, oferecer estes

ou qualquer outro conhecimento ou habilidade que esteja relacionado à educação, é

apenas uma decisão política.

Ademais, não existe nenhuma limitação para que o ser humano de toda

ordem, participe e internalize essas habilidades, seja de natureza pedagógica,

sociológica, psicológica ou econômica, ou seja, não há nada que impossibilite esse

acesso.

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UNIDADE 2 - TECNOLOGIAS DE COMUNICAÇÃO E

INFORMÁTICA NA EDUCACAO A DISTÂNCIA: desafios

O surgimento e desenvolvimento das Tecnologias de Comunicação e

Informação, bem como, a informática e seu desenvolvimento, trouxeram consigo

desafios de toda ordem para a sua incorporação na Educação presencial ou a

distância, além da introdução de novos recursos tecnológicos na Educação que é

vista como possibilitadora de diversas modificações importantes neste momento

histórico contemporâneo que, potencialmente, pode permitir uma efetiva

transformação de nossa realidade educacional.

Nesse ínterim, este é um momento histórico especial. Todas as teorias e

conhecimentos da humanidade, vigentes até então, estão sendo postas em questão.

Fala-se do fim da História, fim da Ciência, fim da geografia, do espaço, do tempo.

No decorrer da evolução da humanidade, o mundo passou por diversas e

complexas transformações e revoluções. Desde a metade do século XX, a ciência

vem experimentando um movimento de rearranjo e arrumação, na perspectiva da

queda de velhos paradigmas e da busca de novos, que possibilitem a explicação

dos fenômenos naturais e sociais, até então, tidos como definitivos e

comprovadamente certos e exatos. Questiona-se mesmo a existência desses novos

paradigmas e a possibilidade de quebra dos antigos, ou seja, vive-se a Era das

Incertezas, em que as verdades absolutas da humanidade, comprovadamente

aceitas por séculos, tenham sido abaladas em suas raízes, consideradas, até o

momento, inabaláveis.

A partir de todo esse contexto histórico, pode-se afirmar a vivência

contemporânea de um processo de informatização da sociedade, enormemente

articulado com todos os sistemas de mídias de comunicação e informação, que não

se fortalecem como se fossem, meramente, mais uma atualização e/ou

modernização dos meios de comunicação tradicionais, além dos meios de

informação, também tradicionais, variadas formas de envio de dados, de sons,

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vídeos e imagens; mas, constituem-se nos elementos que estruturam uma nova

forma de ser, pensar e viver da humanidade.

Pode-se traçar os caminhos e mapear alguns elementos que caracterizariam

este novo momento histórico da humanidade, mas as questões básicas que colocam

em debate constante o sistema educacional brasileiro, ainda continuam sendo as

mesmas. Como consequência desses fatos, é preciso aprofundar a análise desse

procedimento e de como ocorre a aquisição do conhecimento pelos jovens e

crianças brasileiras, bem como, estudar as possibilidades de integração das TIC no

dia-a-dia dos alunos, no ambiente escolar, como elementos estruturantes de um

novo processo do conhecer a si mesmo e ao outro, conhecendo o ser humano num

todo.

Contemporaneamente, junto a essa enxurrada de informações e

conhecimentos disponibilizados, é permitido a percepção e sentimento quanto a

falta de espaços de pesquisa na Internet que permitam o acesso, de qualidade e de

quantidade, aos profissionais envolvidos com a educação formal e não-formal de

informações e comunicação dos conteúdos em língua portuguesa, língua inglesa ou

matemática, entre outras disciplinas; de tal forma a estimular e incentivar que cada

escola, cada professor e cada criança e jovem possam ser efetivamente criadores,

formuladores e produtores de conhecimento, em vez de simples consumidores de

informações a la carte ou self service.

Além do projeto do governo federal atual, que objetiva colocar um computador

para cada aluno das escolas públicas brasileiras, até 2010, chamado de “um

computador por aluno”, outras experiências de produção e desenvolvimento de

projetos de educação envolvendo as TIC, principalmente computadores com

diversos softwares educacionais e com acesso à Internet, projetos de cursos a

distância, como a universidade aberta, entre outros, sejam eles formais ou não-

formais, estão em andamento no Brasil.

A atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394-96, em seu

octogésimo artigo, prevê a possibilidade de que a formação se dê a partir de cursos

oferecidos a distância. A regulamentação desse artigo se deu com a edição do

decreto nº 2.494, de 10 de fevereiro de 1998. Porém, e em função disso, aumentou

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de forma assustadora o número de instituições, públicas ou privadas, a elaborar e

oferecer cursos, nessa modalidade.

Admite-se então, a necessidade de se buscar sua sistematização, além de se

buscar a sociabilização mais intensa acerca dessas possibilidades. Isso se fará, não

só oferecendo uma relação de cursos, mas também uma relação de outras

instituições públicas e empresas privadas que desenvolveram softwares e

hardwares para a elaboração dos mesmos.

Não obstante, tornou-se necessário ampliar e aprofundar o levantamento

sobre os trabalhos científicos relativos ao tema, formulando uma relação de

dissertações, teses, artigos e outras publicações que abordariam a temática,

considerando-as em um amplo espaço e tempo. Essa seria a abordagem de uma

visão muito moderna acerca da internalização e implantação das TIC na educação

brasileira. Nessa, muitas instituições buscaram atender à crescente demanda sobre

o tema e formas possíveis de como alcançá-lo.

Nesse ínterim, a Universidade Federal da Bahia (a título de exemplo),

arquitetou um projeto de implantação e implementação de uma Biblioteca virtual

objetivando ampliar a reflexão teórica que reúne e articula a relação da educação

com a comunicação e com os sistemas tecnológicos de informação e comunicação

(ICT - Information Communication Technologies).

Possibilitando a sua criação, aplicação e monitoramento através de pesquisas

gerenciadas pelos diversos profissionais que nela atuam, tais como o Professor

Nelson Pretto, permitiu-se o estabelecimento de um olhar investigativo diversificado,

com o objetivo de considerar os diversos aspectos do campo de ligação e interseção

da educação com a comunicação, com as TIC, com elementos da produção

audiovisual e da cultura local e mundial.

Dentro desse processo e desde o seu início, trabalhou-se no sentido de

definir claramente o que seriam essas experiências e/ou projetos, bem como, seus

possíveis e esperados significados. Para tanto, trabalhou-se com um referencial

metodológico mais amplo que pudesse dar conta da multiplicidade de experiências

nessa área. A pretensão da aplicação desse método e do seu estudo era a não

aplicação e consideração do todo sem nenhum tipo de análise, nem correr o risco do

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estabelecimento de critérios muito severos e indiscutíveis acerca da seleção de

qualidade que pudessem separar e afastar o diferente. O que se esperava era o

trabalho com as variadas perspectivas de compreensão dessa complexidade, sem a

preocupação de torná-la única e inequívoca.

O que se vê, conforme Pretto (2005) é a evolução da ciência e uma grande

mudança de análise, visão e concepção dela e sobre ela, bem como, uma

percepção e concepção de mundo, irregular e descontínuo, surgindo, assim,

categorias e perspectivas direta e completamente diferentes e até mesmo, opostas.

Estudam-se a falta de ordem, de regularidade, além dos fenômenos ímpares, em

vez de tentar o ajuntamento de fenômenos diferentes e diferenciados pela

explicação que resultou de uma única lei fundamental. Dessa maneira, como método

e lei fundamental, a individualidade é reconhecida, ou pelo menos, começa a ser,

por exemplo, no fato de que os sistemas que estruturam-se de forma idêntica,

revelam comportamentos muito diferenciados, provavelmente provocados por

ínfimas diferenças que, até então, eram consideradas desinteressadas e não

importantes para esse processo.

A evolução é algo inevitável e, atualmente, tem ocorrido em uma velocidade

ímpar, jamais vista pela humanidade, e, nesse contexto, busca-se visualizar este

mundo das TIC em relação à educação, como parte integrante deste mundo cheio

de processos em evolução.

Tudo isso visa a análise e estudos de identificação de projetos e experiências

significativas em EAD na rede de computadores e por ela, e deve ser desenvolvida a

partir de cotidianas navegações na WEB e de visitas aos sites que tratem das

temáticas a serem abordadas acerca da criação e implantação de bibliotecas virtuais

e diversas outras ferramentas possibilitadas pelas TIC inseridas na educação. Para

tanto, deve-se buscar utilizar de todos os possíveis recursos multimídia conhecidos

e ofertados para a educação, a saber, tais como os possíveis recursos de busca:

AltaVista, Cadê, Yahoo, SMTP, MetaMiner, ATT, Lycos, EuroFerret, Surf, Virgilio e

até mesmo o Google. Sendo que nesses sites, deve-se buscar: a leitura dos artigos

científicos e de revisão sobre a temática e identificação; a participação em listas de

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discussões sobre a temática; a participação de congressos e seminários,

analisando-se os anais dos mesmos.

Nota-se que para pretender um trabalho de qualidade, é necessário que

esses levantamentos partam do princípio da pesquisa científica, de forma a se

estabelecer um recorte no tempo e espaço e a partir daí, iniciar a análise de um

período histórico específico. Não se deve considerar as ferramentas e mídias

tradicionais, uma vez que elas demandam uma seleção de ações implementadas, já

que para a sua viabilização é necessário o estabelecimento de uma rotina de

trabalho diário, linear e hierárquica, às vezes, muito rígidas, posto que, as mudanças

são constantes e rápidas, tornando possível a obsoletatividade de tais ferramentas.

Todo esse desenvolvimento trouxe consigo o avanço de inúmeras, senão

todas, as ciências (físicas e biológicas) da mesma forma que o desenvolvimento da

informática com o aumento na velocidade de processamento de dados.

Na educação, também, as pesquisas desse nível de desenvolvimento e sua

dispersão social só é possível porque já se tem disponíveis os programas de

computadores que são desenvolvidos, especificamente para tal. Muitas dificuldades

são sentidas no que tange a operacionalização dessas ferramentas.

Apesar dos diversos problemas enfrentandos acerca do bom andamento da

criação, aplicação e implementação das TIC nas escolas e, consequentemente, na

educação, é possível aceitar e considerar que avanços vem acontecendo e sendo

percebidos por todos, em todos os espaços formais e não-formais na educação do

país, tais como, o crescimento e, também, o desenvolvimento dessa base de dados

sobre a Educação e as TIC, analisando, a ampliação da bibliografia básica sobre os

temas, comentada em variados sites, considerando artigos, livros, revistas,

periódicos, produtos tele e audiovisuais e de informática, em diversas áreas, tais

como: a EAD; a informática educativa; a utilização do software educacional; as redes

de comunicação e informação e a Internet; tv digital, tv tradicional, rádio, internet e

vídeo educativo e comunitário; materiais didáticos impressos e em CD-Rom;

políticas públicas e inovações tecnológicas, entre outros. Além desses, podemos

relacionar: Artigos Científicos e outros textos; Teses e Dissertações; Periódicos;

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Livros e Manuais; Legislação; Software e hardware; Sites da rede; Internet; Suporte

Tecnológico; Listas de Discussão e Newsgroups.

Todas essas ferramentas relacionadas podem auxiliar na busca pela

excelência na Educação nacional, alavancando o desenvolvimento científico e

tecnológico brasileiro.

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UNIDADE 3 - COMUNICAÇÃO, LINGUAGENS,

TECNOLOGIAS E INFORMAÇÃO NA EDUCAÇÃO

A mudança sempre ocorreu concomitantemente com a evolução da humanidade.

Porém, contemporaneamente, essas mudanças tem ocorrido numa velocidade

estonteante e inesperada, chegando ao ponto de, se não houver um acompanhamento

diário da mesma, corre-se o risco de se perder nos trilhos dela. E nestes novos tempos,

a comunicação se transmuta através da utilização das Tecnologias de Informação e

Comunicação (TIC), tornando-se um elo entre os homens e entre os homens e as

máquinas, chamada, conforme Primo (2005), “interação mediada por computador”.

É necessário que se faça uma análise acerca do surgimento de inúmeras e novas

linguagens advindas da aproximação das TIC com uma enorme e abrangente miríade

de áreas do conhecimento, e exige-se firmar uma visão sobre diversos elementos do

surgimento, crescimento e desenvolvimento científico e tecnológico do mundo moderno

e contemporâneo. Nesse ínterim, é preciso buscar alguns desses elementos tentando

dimensionar o que vai ser tratado neste texto.

Diversos autores alertam que, a relação do ser humano consigo e com as

máquinas é um dos primeiros aspectos que necessita de uma análise e reflexão mais

profunda. Deve-se pensar historicamente sobre essa relação para que se possa

compreender melhor algumas das necessidades e dificuldades que se encontram

atualmente no uso das TIC na educação e por ela, bem como, em outras áreas do

conhecimento.

A primeira análise deve ser feita e pode-se nela associar a palavra techné, do

grego, à palavra arte. Esse aspecto pode ser percebido e analisado por diversos autores

e outros tantos diversos textos. O homem e a arte estão interligados e um depende do

outro. Outrossim, a arte do fazer, aliada à capacidade do homem e, totalmente,

dependente de suas habilidades no ato de fazer, tornam esse processo dinâmico e

perfeito. Ademais, como parte do desenvolvimento histórico e científico da humanidade,

analisado a partir e após o surgimento da ciência moderna, a técnica é associada ao

fazer do homem e não mais ao como fazer, ou seja, com a razão do fazer. Nesse

sentido, surge a tecnologia, quaisquer que sejam, como ferramenta e como extensão

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dos sentidos do homem, possibilitando a ele realizar quase tudo que se quer e se

deseja, através dos sentidos e com eles. A existência do fazer do homem está

totalmente ligada à ideia e intencionalidade dele, bem como, aos sentidos e significados

do que se faz e como se faz.

A característica básica da relação do ser humano com as máquinas, até esse

momento, é o fato desta ser sempre uma relação de utilidade e instrumento do fazer

humano, auxiliando-o. Sozinha, a tecnologia surge e está cimentada a serviço do

homem e para o homem, sendo definida socialmente em função da utilização e do uso

que será dado a ela, tecnologia, por ele, o homem. Ela passa, então, a ser quase

autônoma, desconhecida e, ao mesmo tempo, independente, com um desenvolvimento

ilimitado e crescente, livre de qualquer domínio ético, o que vem se tornando um fato na

exploração desenfreada e inconteste da natureza, o que traz consequências nefastas

para o planeta. Uma das consequências desse relacionamento é que, sob essa

perspectiva tecnológica e sob a ótica da tecnologia, a manipulação da natureza passa a

ser o verbo da ordem, manipular, colocando em forte risco a própria sobrevivência do

homem e da humanidade, num todo.

A falta de humanidade ou, até mesmo a desumanização de alguns dos diversos

seres humanos passa a ter como responsável a tecnologia. O que não procederia sem

as reações dos próprios humanos.

Podemos destacar que como um dos acontecimentos mais marcantes desse

relacionamento entre os seres humanos e as novas ferramentas compostas por

máquinas ocorreu na metade do século XIX, através de um acontecimento

revolucionário que ficou conhecido como “o movimento ludista”, iniciado em Manchester

na Inglaterra, que foi iniciado e constituiu-se numa manifestação grevista de

trabalhadores das indústrias têxteis, desempregados, e tornou-se um movimento de

contraponto e resistência às tecnologias daquela época, as máquinas de fiar, tecer e

descaroçar algodão, com diferentes versões para o próprio nome do movimento.

De acordo com Falcão (1995), pode-se observar, em diversos compêndios e

livros de História e em diversas pesquisas realizadas pela comunidade científica sobre o

tema, que o nome desse moviemnto tenha sido referente ao fato de um dos seus líderes

ter sido Midlands Ned Ludd, que atacou e quebrou um tear mecânico, com um martelo.

Este ato, porém, não se constituiu em protesto e nem por ele, inconsciente da

resistência contra as máquinas, porém e tão somente, por estar com raiva do patrão por

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ter sido espancado por ele. E, como fato que culmina dessa ação e consequência desse

ataque, o grupo liderado por Ludd movimenta-se contra os patrões da época na

Inglaterra e o sistema fabril, destruindo os equipamentos, o que, mais tarde, foi seguido

por diversos outros trabalhadores em diversos lugares do mundo onde a Revolução

Industrial ocorreu num segundo e num terceiro momento.

Em pleno século XXI, vive-se um outro momento dessa relação homem-máquina.

Alguns autores falam em tecnolatria, outros em tecnofobia.

Por tecnolatria entende-se a paixão pelas máquinas e, em tecnofobia, o oposto,

ou seja, o ódio por elas. Homens e máquinas se aproximam cada vez mais, permitindo

a compreensão e o entendimento de que, as máquinas surgem e se desenvolvem a

partir do mesmo processo social que constitui o ser humano social. Dessa maneira, não

existe, a muito comentada e tradicional distância e separação entre a técnica, a cultura e

a sociedade, que vigorava até meados do século XX.

Ao procurarmos e pesquisarmos por outras classificações, encontaremos muitas

e diversas, porém, uma dessas perspectivas para a relação homem-máquina é aquela

colocada por Santaella (1997, p.34-36), que define esses níveis em " nível muscular-

motor, o nível sensório e o nível cerebral". Podemos dizer que o primeiro dos três níveis

está diretamente relacionado com a possibilidade de aumento da capacidade física

humana, com a possível ampliação da sua força, a mecanização da locomoção,

permitindo aumentar e diferenciar o movimento e a ampliação da sua precisão,

garantida hoje em dia pela utilização do GPS, por exemplo. A extensão dos sentidos é

percebida no segundo nível que a caracterizaria, isso se dá, basicamente, com relação

ao aperfeiçoamento e melhoria de olhos e ouvidos, possibilitados pelo uso de óculos,

lentes e aparelhos auditivos.

Sobre o tema abordado, Santaella (1997, p.37) afirma que "enquanto as

máquinas musculares produzem objetos, os aparelhos produzem e reproduzem signos:

imagens e sons". No nível cerebral, isso se torna possível com a presença de

computadores e seus suprimentos e da digitalização dos processos, é possível

encontrar mecanismos que passam a criar esses e outros símbolos acerca do tema. É

possível, também, que se faça imitações e simulações de processos mentais, processo

sociais, como aqueles possibilitados pelo second life, incluindo novos elementos nessa

relação entre máquina-homem-homem-máquina, isso acarretaria o que a autora

denomina de novo tipo de humanidade.

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É justamente esse novo ecossistema sensório-cognitivo que está lançando novas bases para se repensar a robótica não mais como máquinas que trabalham para o homem, mas como a emergência de um novo tipo de humanidade. (...) Com isso são os sentidos e o cérebro que crescem para fora do corpo humano, estendendo seus tentáculos em novas conexões cujas fronteiras estamos longe de poder delimitar. (SANTAELLA 1997, p. 41-42)

O que a autora afirma ser um “novo ecossistema” pode ser percebido como

sendo as mudanças que vem acontecendo e que essas são de cunho estrutural e

ocorrem desde o início do século XX. Mais tarde, já por volta da metade do século

XX, com o surgimento e advento da teoria do Caos, da teoria dos Fractais, da teoria

da Complexidade e da teoria das estruturas não lineares, imputaram e colocaram

em voga as discussões científicas e tecnológicas em outros patamares de definições

e resultados. Assim, o conhecimento e sua construção passa a indicar para uma

outra ideia e uma nova e diferente perspectiva científica, transformando um mundo

em que as leis científicas eram verdades absolutas e estavam centradas na ordem e

na previsibilidade, em outro mundo onde estão, dessa vez, em primeiro plano a

mudança, o aleatório, a incerteza e o imprevisto nos resultados obtidos e a obter.

Enquanto isso, no Japão e em outros países, a miniaturização das diversas

ferramentas tecnológicas é outro importante elemento por que passa o momento

contemporâneo. É o que se chama nanotecnologia. As máquinas normais, ganham

réplicas em miniaturas e ficam de tamanhos minúsculos, o que possibilita, entre

tantos fenômenos, uma grandiosa e indizível aceleração e mudança nos meios de

comunicação informação e da circulação das mesmas informações. Isso possibilitou

e introduziu uma outra dimensão de utilização de ferramentas com as TIC, que não

têm mais o mesmo significado verdadeiro de antes.

Através, e a partir, dessas ferramentas, é possível que se esteja aqui, ali e lá

ao mesmo tempo. A distância entre aqueles que produzem e aqueles que recebem e

utilizam essas informações e essas ferramentas é praticamente zero. E, dessa

forma, e mais uma vez, essa modificação de espaço e tempo, introduz uma outra

perspectiva diante dessa relação do ser humano com a técnica.

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Na Inglaterra, partindo do Departamento de Pesquisa da empresa Inglesa

Britsh Telecom, uma empresa de telefonia daquele país, cujo departamento é

coordenado por Peter Cochrane, divulgou em meados do ano de 1998, o resultado

de uma pesquisa, pelo qual foi detectado que: cerca de 20% dos órgãos funcionais

do nosso corpo podem e já estão sendo substituídos por próteses artificiais e que,

naquele mesmo ano, mais de meio milhão de pessoas já viviam com implantes

mecânicos ou eletrônicos em seus corpos. Em vista disso, os pesquisadores da BT

estão desenvolvendo um mecanismo protótipo do BT Wired Man, através de um

estudo do potencial da comunicação, considerando o interior e o exterior do corpo

humano.

Assim, e em vista disso, seria possível a busca de novos contornos e

caminhos para o conhecimento científico e tecnológico e, com isso, caracterizar e

analisar as questões educacionais e institucionais, bem como o uso que estamos

dando, na educação, para as TIC.

Porém, antes de adentrar mais profunda e especificamente na educação,

vizualisando-se e ampliando-se o perfil dessa análise, torna-se imprescindível,

investigar o fato de como se dá o uso dessas tecnologias em outras áreas, a título

de comparação e, em especial nas artes, na mídia, no sistema financeiro, entre

outros.

Contemporaneamente, o desenvolvimento das comunicações eletrônicas e o

seu uso dentro e fora do mercado financeiro, é uma das questões mais significativas

de aceitação e incorporação das TIC, criando e introduzindo um novo modo de criar

e operar com os valores do mesmo campo econômico-financeiro e, até mesmo, o

social. A visão clara de todo esse grande movimento está intrínseca e intimamente

ligada a uma palavra atualmente muito em voga, diria, até na moda: a globalização.

No entanto, é possível o entendimento da globalização no ímpar e no singular –

esse entender significa um aumento e alargamento da expansão das fronteiras e

barreiras norte-americanas – ou então, entendê-la no diverso e plural – num

movimento de várias, incontroláveis e infinitas mãos. Globalizações, se é que se

pode dizer assim, como possibilidades de múltiplas e diferentes relações. Essa

possibilidade de diversas e múltiplas relações carece e exige o plural pleno e

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absoluto e isso trazerá para si, além de introduzir uma nova dinâmica racional nessa

relação, pois impõe, e muito, situações mais complicadas do que simplesmente

setores de uma região ou estado, ou continente, presentes em outras, mas a

possibilidade elevada e potencial de todos os setores da vida humana e da

sociedade como um todo, interagindo entre si.

Com os demais, e além desses setores, bem além do campo econômico-

financeiro, social e político, mas intimamente articulado com ele, pode-se observar

alguns traços e contornos especiais e aventados como um todo, desse cenário

mundial, planetário e até, quem sabe, no futuro, interplanetário. Um deles, é a

possibilidade, inaugurada e alavancada com o movimento histórico Zapatista no

México, acerca do uso dessas novas tecnologias de comunicação generalizadas

para a criação e organização de movimento sociais, políticos e econômicos.

Organizações municipais, estaduais, nacionais e até planetárias, que passam a se

juntar, crescer e articular pela Internet de forma intensa, clara, dinâmica e objetiva e,

com isso, promover diversas manifestações concretas e constantes, em lugares

físicos e virtuais onde a lógica do capitalismo selvagem e desenfreado é de forma

regular, implantado e implementado.

Alguns exemplos foram visualizados durante a conhecida e histórica

manifestação denominada "Carnaval contra o Capitalismo Global", realizada em

junho de 1999, de forma a coincidir com a reunião do Grupo G8 em Colônia, na

Alemanha, no continente europeu, tendo como um dos seus organizadores o

Movimento J18. Essa manifestação só foi possibilitada por ter sido organizada via

Internet, e aconteceu em lugares físicos distintos e bem definidos, como alvos do

processo, tais como, os centros financeiros das grandes capitais do planeta. Isso

tudo de forma simultaneamente, com aproximadamente 43 países. E, se

analisarmos mais recentemente, nas reuniões da organização internacional, cujo

nome é: Câmara Internacional de Comércio, realizada em Seattle, nos Estados

Unidos, onde outras manifestações dessa natureza e de outras diferentes

aconteceram, sendo também e tão somente, a Internet o elemento mobilizador e

catalizador das mesmas.

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Podemos observar, lendo o jornal inglês The Times, considerado um dos mais

tradicionais veículos de informação daquele país, que esse movimento torna-se

analítico de sucesso como nenhum outro em termos de organização descentralizada

e distante, tendo, na liderança, líderes denominados de "novos anarquistas",

caracterizados por esse jornal como cidadãos advindos de respeitadas e

conceituadas Universidades, compostas de "classe média, educação, imaginação e

on the internet".

Com certa obviedade, esse nível de organização nasce e viabiliza-se, por um

lado, pela existência de um grande número de pessoas conectadas na rede, mas de

outro, pela existência de inúmeras condições de formação e informação que lhes

possibilite, o fato de que, tendo acesso aos meios, possa-se fazer uso dos mesmos

de forma plena e gratificante. Nesse ínterim, ao usar a tecnologia e suas

possibilidades, passam a modificar o seu próprio significado e sua utilização. Isso de

certa forma, indica claramente, que a formação e as específicas condições sociais

se tornam as condições básicas para inserção completa e plena no mundo

contemporâneo das TIC.

Sozinhos ou juntos, Indivíduos e grupos articulados em várias partes do

mundo, usando ou não intensamente as TIC, passam a ter um grande e importante

papel na quebra total da presença que mistura tudo e todos, tornando-se

homogeneizante dessa mídia moderna e da tradicional, também, ligada diretamente

nela e centrada ainda na forte concentração de conhecimento e propriedade dos

meios tecnológicos e naquilo que passou a ser chamado de sistema broadcasting de

comunicação.

Pelo mundo afora, pode-se constatar essa mesma visão e tendência acerca

do tema, que começa a ser reproduzida na rede mundial de computadores,

caminhando na contra-mão das origens da própria Internet. Como exemplo,

podemos citar as criações de toda ordem pela rede, como a criação de portais.

Pierre Lévy adverte que parecem estar todos presos aos Portais-currais que,

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configuram-se como estrutura de informação (conteúdo) que nos tratam como bois digitais forçados a passar por suas cercas para serem aprisionados em seus calabouços interativos. Devemos nos afogar em números. (LEMOS, 2000 apud LÉVY, 2006, p. 49).

Sem nos afogar, podemos perceber que essa tendência de criação, análise e

convergência de equipamentos e ferramentas e também de empresas e pessoas,

vê-se que a própria mídia vive um momento de mudança.

Quanto aos jornais e revistas, ainda é possível acompanhar uma certa

migração da mídia impressa para a mídia virtual na Web. Dessa forma, são os

jornais e as revistas ocupando esse espaço e, nesse ínterim, podemos perceber que

dentro das mesmas redações que produzem o jornal impresso é produzido o jornal

virtual e, dessa maneira, alimentando os sites online, (espaços ou sítios ou lotes)

que, no fundo, e quase na íntegra, reproduzem o mesmo jornal impresso, às vezes e

somente acrescentando uma pitada a mais de atualidade que não é permitida no

jornal impresso, que necessita de prazo para impressão, não podendo ser

atualizado, instantaneamente, como na rede mundial de computadores. Porém, isso

está mudando e os primeiros sinais da mudança podem ser percebidos com o

surgimento de algumas redações específicas para a rede, dentro de alguns dos mais

renomados jornais e revistas do país.

Vê-se o começo de uma febre no surgimento dos portais, que passam a

ocupar as melhores manchetes dos mesmos jornais, trazendo furos imediatos e

fazendo publicidade nas mesmas TV, daquele velho sistema midiático, o que

significa, empiricamente, um movimento nervoso e quase alucinado na tentativa de

recuperação do controle das ações e notícias da Net.

Se fizermos uma análise mais aprofundada, será possível perceber, e até

visualizar, a montagem de redações especiais e específicas para esse novo mundo

ascendente da rede mundial, cravado e centrado ainda no tradicionalíssimo princípio

do “furo jornalístico”, ou seja, notícia em primeira mão e, na verdade, uma busca

desenfreada e desorganizada de se buscar a organização de tudo isso.

De acordo com Lévy (2005), sintetizando o tema, busca-se ou pelo menos

tenta-se trazer para si o leitor, o maior interessado, o cliente, o leitor virtual, o

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cibernauta, que, nesse contexto é entendido como um ser quase incapaz de andar

com suas próprias pernas, estando preso ao computador e que precisa ser atendido,

porém, guiado na sua navegação no ciberespaço. O que, em outras palavras, é

exatamente o oposto do que foi entendido e daquilo que se entende como sendo a

maior e melhor característica da rede e do ciberespaço.

O crescimento na utilização da rede, pelos internautas, leva a inúmeras

pesquisas na área, porém, essas não são passíveis de atualização pelo mesmo

motivo: a rapidez nas mudanças e no aumento diário do número de usuários a

utilizarem a rede. Sendo assim, quando em 1998, a organização W3C apresentou o

resultado daquele ano, do crescimento do número de usuários da rede e constatou

que 50% dos cliques na internet, levavam a apenas 2% de visitas aos mesmos sítios

e 80% levavam à apenas 26% dos sítios existentes, deixando de lado a

possibilidade quase infinita de sítios na rede.

A partir disso, pode-se perceber o quanto é importante se preocupar com

relação a essa temática, porque a Internet tende a se tornar a maior biblioteca de

todo o conhecimento humano já produzido, embora mantendo aquela mesma

maneira de concentração na preparação e produção do conhecimento, bem como,

na divulgação de informações e comunicações dos chamados tradicionais meios de

comunicação de massa, TV, rádio, jornal, revista, entre outros.

Dentro dessa perspectiva, não se chega a tal afirmação de que se tem o

mesmo sistema de broadcasting, ou seja, de distribuição de informações e

comunicações, via meios centralizados, como se vê no caso dos sistemas de

televisão.

Conquanto, segundo Pretto (2005), esse é um enorme indicador para que se

permita pensar na pouca variedade e diversidade de sítios a serem localizados e

utilizados por essas buscas, indicando a enorme necessidade de se repensar acerca

da sistemática de criação e divulgação de sítios que transmitam as diferentes

culturas e valores locais e mundiais.

Numa tentativa de se colocar ordem nesse caos, o movimento nesse sentido

foi rápido e criou-se uma febre dos portais, aqueles mesmos portais, já ditos

anteriormente. Noutrossim, organizar a Internet para que o leitor, chamado no meio

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por receptor, tenha consciência de onde ir e para onde ir, ou em outras palavras,

saiba o que comprar e consumir.

O Instituto PROMINAS, visando atender a essa questão, desenvolveu uma

biblioteca online em que já se tem traçados, os caminhos a serem seguidos em cada

curso, por cada aluno.

Nessa mesma linha de raciocínio, tende-se a observar o desenvolvimento das

TIC em todo o mundo e percebe-se que a tendência em voga é que a comunicação

e as informações continuem a se dar em um único sentido. Essa visão é muito forte.

Como exemplo dessa visão, há tempos, existia uma perspectiva de que na

página da HTML, em 2002, 75% dos acessos à Internet ocorreriam pelos seguintes

meios tecnológicos, conhecidos por non-desktop manchines, por exemplo, os

celulares. Recentes pesquisas determinam que, hoje, esse percentual chega a 95%,

e desses acessos, a maioria, são realizados a partir de equipamentos desprovidos

de recursos de edição, recortes e formatação de mensagens, o que significa dizer

que, mais uma vez, os internautas são apenas consumidores de informações e

comunicação geradas de forma centralizada por aqueles que fazem a rede, sem a

participação dos usuários. Conforme Primo (2004), sem essas possibilidades de

criação, edição, recorte e formatação das mensagens, posto que, essas são

capacidades indispensáveis à distribuição da inteligência e não se tem a

possibilidade da escolha de o que, quando, como e em que nível de profundidade e

abordagem se deseja nessa interação com o sistema em questão.

A palavra controle, portanto, volta à cena podendo ser vista, em um certo

aspecto como mais um elemento para a organização desse mundo contemporâneo.

De outro aspecto de observação, pode-se começar como uma possibilidade do tal

controle absoluto inexistente, lembrando-nos, sem saudades, algumas vezes, do

Grande Irmão de George Orwell, no seu famoso romance de 1984, fato que deu

origem aos famigerados programas em que as pessoas ficam expostas à toda a

rede nacional.

Em supermercados, farmácias, bancos e praças, há a presença constante e

insistente de câmeras de vídeos e avisos de sua existência, juntamente, com as

informações pessoais de clientes e consumidores que passam a compor os bancos

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de dados de imensos cadastros empresariais, cartões de créditos, contas bancárias,

bem como, os computadores pessoais que estão conectados às redes de diversas

empresas produtoras de softwares que recolhem as configurações, além dos

identificadores de chamadas nos telefones que hoje inundam casas e celulares,

sendo, estes, apenas alguns dos inúmeros exemplos dessa situação.

E, para ilustrar a questão, de acordo com Bevan (1999), dando-lhe aval, o

jornal inglês The Sunday Times, em uma matéria publicada em 09/05/99, noticiou a

experiência de empresas inglesas que estavam desenvolvendo chips que poderiam

e deveriam ser introduzidos nos corpos dos seus trabalhadores e parceiros para que

a administração da fábrica ou da empresa, banco, etc., pudessem localizar

facilmente o empregado durante o seu turno de trabalho, sabendo, exatamente,

onde ele estaria e o que estaria fazendo. Além disso, os dados possibilitariam

estimar a produtividade e a eficiência dos trabalhadores. Um absurdo, se analisado

sob a ótica dos direitos humanos e do direito a liberdade.

Ainda não se chegou a tanto, mas estamos bem próximos de algo bem

parecido no mundo e, já podemos ver: presidiários com pulseiras e tornozeleiras de

controle; carros com sistema de satélite para busca, ou seja, GPS em todo lugar;

controles remotos para quase tudo que se possa imaginar. Tudo isso são

demonstrações claras de que o controle está nas mãos daqueles que detêm a

tecnologia e suas infindáveis benesses, em detrimento daqueles que não as

possuem.

Noutra perspectiva, o mundo da novas tecnologias está intimamente ligado ao

mundo das artes e da subjetividade criativa humana, e, em sendo, a tecnologia não

é limpa e asséptica e a exigida competência técnica, de certa forma, é um

engajamento quase político que controla e reforça o coletivo social em um imbróglio

interativo.

Conforme Primo (2004), essa relação máquina-homem passa a ganhar novos

olhares e contornos, quando é possível ter máquinas que buscam encontrar o que

de mais próximo se possa chegar da imitação perfeita do modelo de funcionamento

da mente humana. Pode-se, então, perceber e considerar que no começo desse

surgimento e desenvolvimento tecnológico levam ao início da segunda metade do

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século XX, com as máquinas de raciocinar de Alan Turing, que segundo Holtzman

(1994, p. 134), "Máquinas que poderiam pensar".

Porém, a partir dessa segunda metade do século XX, o desenvolvimento

tecnológico segue caminhando e passando por profundas modificações e, no

entanto, as pedagogias continuam centradas num padrão associado à tecnologia

mecânica, própria do modelo da Revolução Industrial, do mecanicismo, da repetição

e do fazer de novo.

Contemporaneamente, surgem outras pedagogias, agora centradas no

ensinamento das técnicas de utilização das tecnologias e, consequentemente, para

o seu domínio e administração. Poder-se-ia falar da pedagogia nova, das

pedagogias tradicionais, da pedagogia do diálogo, da pedagogia técnica,

progressista ou crítica. Em todas essas, visualiza-se uma relação com as

tecnologias, centrada na perspectiva de dominação das mesmas pelos usuários.

Com o desenvolvimento da computação eletrônica, que se dá de forma

vertiginosa, a partir do surgimento e aperfeiçoamento dos transistores, mas, que

ganha grande impulso nos anos 80 e 90, o que se vê, são máquinas, cada vez mais,

aproximando-se daquilo que é a característica única dos seres humanos: a

capacidade de operar com as ideias. Nesse sentido, ao se pensar nas pedagogias

correspondentes a esse novo momento, não se pode imaginar a possibilidade de

uma pedagogia centrada na lógica da assimilação. Ao contrário, precisa-se pensar

na possibilidade de pedagogias que ofereçam condições de trabalhar com a

diferença enquanto elemento fundante do processo humano.

Mudando de foco e observando o setor financeiro, pode-se ver como essas

transformações estão acontecendo. Para Manuel Castells (1999, p.467), o que muda

é a lógica que está presente nesse mundo de articulações, para ele, "as redes

constituem a nova morfologia social de nossas sociedades e a difusão da sua lógica

modifica substancialmente a operação e os resultados nos processos de produção,

experiência, poder e cultura".

A preparação do ser humano deve ser outra, modificada para atender à

demanda contemporânea. Sendo assim, de nada adianta pensar em preparar para o

futuro como sendo uma preparação para o mercado, se essa preparação continuar

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centrada no ensinamento e no aprendizado de técnicas para o simples uso das

tecnologias, entendidas ainda como ligadas à lógica utilitarista-instrumental a que

nos referimos anteriormente. Aprender a usar um computador, por exemplo, não é

garantia de que o seu uso se dará plenamente. Ao contrário, o simples domínio da

técnica não possibilita o uso da tecnologia no seu sentido pleno: como uma máquina

de raciocinar que interage com o ser que a opera. Essa ideia requer pensar no

desenvolvimento de competências dos sujeitos às novas tecnologias da

comunicação e da informação.

As redes são sinônimo de poder, pelas quais encontram-se informação,

mercadoria, velocidade e conectividade global. A sua existência representa a busca

pela diminuição das distâncias e pela possibilidade da onipresença. O ponto básico

passa a ser, então, a conectividade. No sistema financeiro isso, hoje, é bastante

evidente.

Novamente, é preciso recuperar a dimensão da globalização no plural:

globalizações. Em sendo, entende-se que essas conexões possibilitam a conivência

entre o local e o não local, o fortalecimento da cultura dos valores locais, mesmo

enfrentando todos os movimento de monopólio do sistema midiático.

Falando-se em mundo dos negócios, este trabalha, contemporaneamente,

centrado na perspectiva de rede. Os trabalhadores dessa área estão se

relacionando, através das redes de computadores: as telas assumem as novas

interfaces intra-humanos. Cria-se uma nova sociabilidade que, de um lado, pode

afogar as individualidades e de outro, pode ser uma potencialização das mesmas.

É possível perceber essa linguagem dentro do setor financeiro. A questão que

se coloca aqui não é a de valorar se este tipo de comunicação instantânea é

benéfico ou não. Busca-se interpretar o que está acontecendo e como isso é

completamente diferente da maioria dos processos que ocorrem no sistema

educacional.

A utilização dessas chamadas tecnologias inteligentes na educação, no

entanto, configura-se, num movimento absolutamente oposto ao que se viu até aqui

em outras áreas do conhecimento. O desafio que se impõe é, portanto, duplo e se

constitui até de um dilema. Por um lado, não cabe à escola simplesmente aderir às

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tecnologias e aos novos paradigmas do mundo contemporâneo como se à ela não

restasse outra opção. Ao contrário, incorporar essas tecnologias é fundamental,

inclusive, para uma melhor compreensão do que elas estão significando no mundo

contemporâneo. Por outro lado, o desafio é pensar em perspectivas pedagógicas

que dêem conta dos desafios do mundo contemporâneo, sendo que, sem dúvida,

numa primeira aproximação, não está reservado à escola a pura e simples função

de preparação para o mercado.

Ao mesmo tempo, observa-se como a meninada está se comunicando

através dos chats, dos bate-papos e mesmo através do correio eletrônico,

observamos uma quantidade significativa desses mesmos elementos. A multitarefa

sendo a norma. Os símbolos ditando as regras, as comunicações rápidas sendo a

norma. A cultura do zapping e do zipping na TV, da edição rápida e com múltiplas

imagens simultâneas. Como diz Douglas Rushkoff (1996, p.44), “essa geração não

está procurando a mídia para respostas, mas para questões”. Eles entendem como

operar com os eventos lineares, quebrando-o quadro-a-quadro. Para o mesmo

autor, “Perde-se o sentido original – ou pelo menos o sentido que tinha sido

originalmente pensado. Para essa audiência jovem, a descontinuidade da mídia não

é a exceção, é a regra”.

É preciso pensar na dimensão social da ciência e da técnica e, com isso,

superar a concepção de ser apenas consumidora dessas tecnologias e sim entendê-

las como fruto de uma produção social. O uso que pode ser dado a essas

tecnologias vai depender do tipo de sociedade que se tem e, principalmente, do tipo

de sociedade que se quer ter.

Portanto, a presença das TIC na escola pode representar um movimento

ímpar, uma vez que ao se pensar na redução das distâncias está se pensando na

possibilidade de construir o que Pierre Lévy chama de Inteligente Coletivo. Escolas

que tenham uma maior integração com outras escolas e com o mundo

contemporâneo; escolas que tenham dentro de suas propostas pedagógicas uma

inserção maior no mundo da mídi. Aqui também num duplo sentido: de um lado, com

a presença de programas, emissões, emissoras e todas as fontes possíveis de

informação; de outro, como possibilidade de efetivamente produzir, com a

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possibilidade de fazer de cada espaço escolar um espaço de produção coletiva e,

principalmente, de emissão de significados.

Busca-se, então e, a partir desse enfoque, a construção de um novo espaço

educacional e comunicacional que tenha como base essas redes de relações. É, em

última instância, rede. É comunicação, com o estabelecimento de conexões que

respeitem os nós interconectados como elementos fundantes. Elementos de valor.

Assim, o substrato dessa nova escola será a diferença e não a identidade.

Para o desenvolvimento de propostas e projetos com base numa outra

perspectiva, precisa-se de uma escola centrada numa pedagogia que não seja a da

assimilação. Uma pedagogia que tenha a diferença como sendo o seu pilar, a sua

fundação.

Não se estará então buscando uma hegemonia universal, ou seja, uma

grande narrativa legitimadora dessa hegemonia que, consequentemente, terá que

ser ensinada. Uma vez que não existe essa dimensão do pronto a ser ensinado,

passa-se a trabalhar, sob o ponto de vista do conhecimento, com outra perspectiva,

na qual não vale a linearidade.

Tem-se, portanto, segundo Primo (2006), uma rede não-linear de diferenças

em interação. Cada estudante e cada professor libertar-se-iam do uno como

fundante e passariam a ser elementos dessa rede de diferenças, onde cada

elemento seria também uma rede de diferenças. Nesse sentido, a única referência

ao uno é o movimento, ou seja, o devir.

Pode-se perceber que institucionalmente tem-se uma quebra entre as

tradicionais divisões da teoria e da prática; do conhecimento básico e do

conhecimento aplicado; do pensamento e da ação; do trabalho e do lazer; entre

outros. O conhecimento passa, então, a ser trabalhado como um espaço onde os

acontecimentos ocorrem, na singularidade do que acontece, com sentido e, ao

mesmo tempo, ao nível da linguagem, num outro espaço, o das proposições, numa

topologia de vizinhança das interações humanas. A aprendizagem seria dada pela

interpenetração desses espaços através da intensidade e do sentido.

Nessa perspectiva, tem-se o fortalecimento de cada criança, cada jovem,

cada professor, enfim de cada cidadão envolvido com o processo escolar, enquanto

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produtor de cultura e conhecimento. A escola passa a se constituir num espaço

aberto de interações não-lineares, e, ao contrário da perspectiva dominante, em vez

de formar para o mercado, trabalhe numa perspectiva de fortalecimento da rebeldia.

Da rebeldia institucional e individual. Rebeldias que, quando coletivamente

articuladas, possibilitam a criação de várias sinfonias e a mudança do que se espera

da educação. Uma educação para todos e por todos. Uma educação formadora de

cidadãos plenos e conscientes dessa plenitude. Somente assim, a revolução se fará

e haverá um novo homem e uma nova educação.

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UNIDADE 4 - A EDUCAÇÃO NO MUNDO DA

COMUNICAÇÃO E DA INFORMAÇÃO: desafios do mundo

contemporâneo

Quem acredita na educação a distância e nas novas tecnologias de

informação e comunicação, acredita que elas não afastam as pessoas, ao contrário,

aproximam aqueles que jamais se encontrariam sem estas ferramentas de contato.

Desses contatos articulam-se inúmeros projetos em comum, vários deles com a

presença física, seja no mesmo bairro, seja em estados longínquos ou até mesmo,

em outros países.

Coisas do mundo contemporâneo. Um mundo em veloz e constante

transformação.

A humanidade vive um momento especial. O processo histórico do

desenvolvimento da ciência e da tecnologia aproximou as pessoas, diminuiu as

distâncias, resgatou o gosto pela escrita e universalizou o homem contemporâneo,

criando condições objetivas para que ele seja, ao mesmo tempo, universal e não-

local, bem como, tribal e local.

Sobre essa questão, Gianni Vattimo apud Pretto (2005), em seu livro A

sociedade Transparente, já dizia que apesar de todos os esforços de concentração

das grandes corporações multi e transnacionais "vivemos o mundo da comunicação

generalizada, da sociedade do mass media, com uma multiplicação de valores

locais". Essa multiplicação de valores locais e mundiais, nos faz pensar de certa

forma, de maneira diferenciada e sistêmica sobre o conceito de História, uma

história unitária, verdadeira, com um sentido absurdamente privilegiado. Porém, e

ainda de acordo com Vattimo, o fim dessa conceituada concepção unitária de

história, da história com H maiúsculo, da ciência histórica, está ligado à questão da

impossibilidade de se ver o passado como um único e imenso conjunto de imagens

e fatos.

Essas mudanças, transformações e desafios estão intimamente relacionadas

com o desenvolvimento das novas tecnologias da comunicação e informação que,

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mais recentemente, ganham incremento a partir do movimento de aproximação

entre as diversas indústrias de equipamentos, tais como a eletrônica, a informática,

o telefone, os cabos, os satélites, o entretenimento e a comunicação. Este

movimento, que é a condição objetiva para o aperfeiçoamento dessas tecnologias,

faz com que, potencialmente, aumentem as possibilidades de comunicação entre as

pessoas.

Para Vattimo apud Pretto (2005), "existem imagens do passado propostas de

pontos de vistas diversos" e "é ilusório pensar que exista um ponto de vista

supremo, globalizante, capaz de unificar todos os outros.

Esta concentração no caminho, mesmo da constituição de grandes impérios

de comunicação e divulgação de fatos e propagandas, geram uma centralização na

criação e desenvolvimento das imagens, das notícias e de toda e qualquer

informação. É emblemático o caso brasileiro, que vive em função da existência de

uma grande concentração dos meios de comunicação de massa por pequena parte

da população e que, em sua grande maioria, junta-se o fato de que grande parte do

Congresso Nacional ser proprietário de emissoras de Rádio e televisão o que

permite por exemplo, grande concentração na propriedade das emissoras por

poucos e poderosos detentores desse que é conhecido como o quarto poder: a

mídia.

No entanto, como em todo momento de transição, ainda convivem, neste

mesmo tempo, valores deste mundo em transformação com os valores antigos,

vinculados aos velhos paradigmas da sociedade contemporânea. A concentração do

capital na esfera do sistema mundial de comunicações é um desses elementos da

modernidade ainda presente no momento contemporâneo.

Em uma matéria publicada pelo jornal Folha de São Paulo, de 12.06.94,

intitulada Oito grupos dominam as TVs no Brasil, Elvira Lobato mostrava claramente

o quanto essa dominação ocorre e que nem mesmo a legislação em vigor à época

era respeitada. Isso porque "a legislação proíbe a concentração de mercado,

estabelecendo que nenhuma entidade ou pessoa pode ter participação em mais de

dez emissoras de TV em todo o país, das quais cinco, no máximo, devem ser VHF

todas identificadas pelos canais de televisão do número um ao número 13." As

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famílias que dominam a mídia brasileira são enormes e bem conhecidas de todos:

Roberto Marinho (Rede Globo), Saad (Band), Abravanel (SBT, grupo Silvio Santos)

e Câmara (do grupo Anhanguera, da Região Centro-Oeste), entre outras.

Ao mesmo tempo, o processo de privatização do sistema de telefonia

brasileiro, alavancado e surrupiado pelas grandes empresas de telefonia mundiais,

multinacionais e transnacionais, que colocava a questão na ordem do dia da

sociedade brasileira como um todo, posto, ser este um setor de importância

fundamental na defesa do país. Isso porque, com um sistema privatizado, se não

houver uma legislação bastante forte na defesa dos interesses daqueles que não

tem recursos para pagar pelo sistema, haverá um incremento considerável na

parcela dos excluídos dessa sociedade de informação, e é o que se percebe

atualmente, com o crescente número de excluídos, bem como, o péssimo serviço

prestado pelas já citadas empresas, operadoras do sistema de telefonia nacional

móvel e fixo.

Para os atores da educação, essas são questões fundamentais, haja vista

que, por mais que pareça simples a utilização das tecnologias, o que se vê é o

crescente estabelecimento de uma nova razão, um nova forma de pensar e viver,

que começa a ser produzida e analisada, sendo baseada em um outro fator, não

mais operativo e operacional, mas que tem na globalidade e na integridade dos

usuários, seus vetores de acesso mais fundamentais e mais importantes para a

nova era que se descortina.

As novas redes de repercussão e atendimento planetárias, de comunicação,

crescem de forma inesperada e quase que alucinante e, com isso, coloca-se em

cheque e na ordem do dia, todos os valores de um novo sistema educacional ainda

alicerçado sobre antigos paradigmas que já necessitam de mudanças e quiçá a

implementação de novos.

É preciso, portanto, que o velho sistema educacional brasileiro, assuma,

nesse momento, uma outra nova postura, haja vista que, países como o Brasil, com

tantos problemas sociais a serem enfrentados, depara-se com este novo desafio:

construir uma escola que forme o profissional do novo milênio que viverá neste novo

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milênio, impregnado de comunicação e informações, num mercado de trabalho em

constante e rápida transformação em todos os níveis e em todos os espaços.

As crianças e os jovens, que já vivem plenamente este mundo alucinado, uma

vez que convivem mais intimamente com computadores, televisores, mp3, celulares,

ipod, videogames, iphones, terminam trazendo para dentro da escola este mesmo

mundo regado de imaginação impregnada nele, além de emoção, de raciocínios

rápidos e velozes, introduzindo esses novos elementos, mais presentes no dia-a-dia

e mais determinantes do seu universo cultural, para o interior da escola.

No entanto, a escola ainda resiste a essas transformações, como se vivesse

em outro tempo histórico, desconhecendo o universo moderno e virtual das crianças

e dos jovens que nela chegam. Estabelece-se, então, um verdadeiro embate. Em

sendo, as dificuldades de uma compreensão mais completa e até mesmo integral,

do significado deste momento histórico e que atinge, evidentemente, a sociedade

como um todo e a escola em particular, pelas particularidades que ela traz consigo.

Busca-se, então, considerá-la como parte integrante deste movimento

planetário de transformações e, para tal, uma nova postura torna-se necessária e

urgente. Muitos problemas precisam ser pesquisados, levantados e enfrentados

para uma empreitada desse tamanho.

Internalizar e incorporar a amizade, a imaginação, a afetividade, e uma nova

razão, esta, não mais operativa, porém, a mesma baseada na integridade e na

generalização global, encontra-se muitas e diferentes resistências.

Nessa perspectiva, é difícil admitir que esse imaginário e essa afetividade

possam, de toda ordem, influenciar a escola, a empresa ou a organização social.

Dentro da mente humana, que detêm esse poder cultural e qualquer expressão

advinda dessa imaginação ou afetividade, está ligada ao prazer, à arte, à

manipulação, à criação e ao estudo.

Dificulta-se, portanto, que a realização da articulação entre o mundo da

comunicação virtual e moderna e o mundo escolar se dê de forma fluida, contínua e

transparente. Não obstante, a escola e também a educação como um todo, não

pode permanecer apenas observando e contemplando esse movimento de

ininterrupto de transformação que ocorrem na sociedade mundial como um todo. Ela

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própria precisa ser repensada, analisada e integrada a este grupo de ações e ao

conjunto de transformações.

É impossível continuar pensando que criar, aceitar, conhecer e incorporar os

novos recursos da comunicação e informação na educação seja uma enorme

garantia, pura e simples, de que se esteja criando uma nova educação, em uma

nova escola, para o futuro que se faz presente. Ao contrário, e diferentemente,

observa-se que esta incorporação ocorre, basicamente, numa perspectiva das

ferramentas, ou seja, ela é instrumental, com uma simples introdução de novos

elementos ns mesmas velhas práticas educativas. Nesse caso, não procede a

mudança, haja vista que o resultado obtido será o mesmo de sempre. Assim, deve-

se perguntar: O que é preciso?

Nota-se que é preciso haver uma integração mais efetiva e atuante entre a

educação e a comunicação moderna e até mesmo contemporânea, e isso se fará

quando esses novos meios de comunicação estiverem presentes nas práticas

educacionais das escolas como fundamento desta nova educação a ser criada. Aí

sim, esses novos valores, em construção, serão presentes neste futuro a se

descortinar e integrantes desta nova escola, agora, também com futuro.

Sendo assim, esta escola estaria no futuro, presente, seria participante da

construção desta nova sociedade por essa nova escola, e não permaneceria como

uma velha resistência a esses valores já em declínio ou, e talvez pior, como

simplesmente uma mera espectadora dos novos valores em construção e ascensão,

sem a devida e necessária crítica que deve ser construída e anexada a toda e

qualquer inovação tecnológica que surge e penetra à mesma velha-nova escola.

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UNIDADE 5 - A MELHORIA DO PROCESSO DE ENSINO E

APRENDIZAGEM A PARTIR DA UTILIZAÇÃO DAS TECNOLOGIAS

DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC)

Novos espaços para o conhecimento surgiram por conta do desenvolvimento

das tecnologias mais recentes e, portanto, mais modernas. Contemporâneas.

Diversos e diferentes espaços, além da escola, tornaram-se educativos, haja

vista, a empresa, a igreja, o clube e, até mesmo, o espaço domiciliar. Cada vez mais

pessoas estudam em casa, ou mesmo na empresa, na igreja, na associação de

bairro, podendo buscar serviços que, de certa forma, respondam às suas

necessidades de conhecimento nas diversas mídias e fontes de informações

disponíveis na rede mundial de computadores interligados, a Internet.

Estudos como o realizado por Jacques Delors (1998) apontam como principal

consequência do surgimento e desenvolvimento da Sociedade do Conhecimento, a

crescente demanda de uma aprendizagem ininterrupta ao longo de toda a sua vida,

fundamentada em quatro pilares que são, contemporaneamente, pilares da

formação continuada e do conhecimento adquirido, a saber: o aprender a conhecer;

o aprender a fazer; o aprender a viver juntos e o aprender a ser.

Esses mesmos pilares são internalizados e incluídos na base da educação

brasileira e mundial.

Além disso, é necessário tornar prazeroso esse conhecer, esse aprender,

esse compreender, esse descobrir, esse construir e esse reconstruir o

conhecimento. É necessário valorizar questões como a curiosidade, a autonomia e a

atenção. É preciso aprender a pensar, pensar o pensar, repensar e criticar, pensar

também o novo, reinventar o pensar, enfim, pensar sempre e criticamente, dessa

forma, mudar o jeito de aprender, sem repetição. Aprender de fato e de direito.

Além disso, não basta preparar-se para o trabalho apenas profissionalmente.

É mister acompanhar a evolução das profissões nos últimos tempos, e, nesse

sentido, vale mais a competência pessoal, as habilidades que tornam a pessoa apta

a enfrentar novas e diferentes situações de emprego e a trabalhar em equipe, do

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que a pura qualificação profissional. É essencial saber trabalhar em equipe e

coletivamente, ter iniciativa, gostar de certa dose de risco, ter criatividade, ter

intuição, seguir o coração, saber comunicar-se, saber resolver conflitos e ser flexível.

Atualmente, a tendência é a valorização de quem aprende a viver com os

outros, a compreender os outros, a desenvolver a percepção da interdependência de

uns para com os outros, a administrar conflitos internos, grupais, pessoais e

profissionais, além de participar de projetos comuns e a ter prazer no esforço

comum.

Ademais, é importante desenvolver a sensibilidade, o sentido ético e estético,

a responsabilidade pessoal e profissional, o pensamento autônomo e ao mesmo

tempo crítico, a imaginação, a criatividade, a iniciativa e o desenvolvimento integral

da pessoa em relação à inteligência e sua utilização. A aprendizagem precisa ser

integral sem, no entanto, negligenciar nenhuma das habilidades e potencialidades

de cada indivíduo.

Com essa perspectiva, a partir dos quatro pilares do conhecimento, de Delors,

é possível prever grandes e esperadas consequências na educação. O ensino-

aprendizagem voltado apenas para a absorção de conhecimento, que durante muito

tempo, tem sido objeto de preocupação constante de quem ensina, deverá dar lugar

ao ensinar a pensar, ler analisando a leitura, fazer sínteses e elaborações teóricas,

ser independente e autônomo, ser feliz, saber comunicar-se e comunicar-se bem, ter

raciocínio lógico, saber pesquisar, enfim, ser socialmente competente e altamente

eficiente.

Para desenvolver tais competências, envolvendo habilidades diversificadas,

quer no ensino presencial quer na educação a distância (EAD), é necessário dispor

de uma metodologia que trabalhe a informação e a comunicação, indicando, ao

mesmo tempo, como ler com alta competência e como construir o próprio texto de

forma clara e objetiva, além do saber pesquisar, onde pesquisar e como pesquisar.

Esta metodologia também deve ajudar o participante do processo de aprendizagem,

seja ele, aluno ou professor, a perceber as diversas e diferenciadas maneiras, como

as pessoas aprendem e apreendem nas variadas áreas do conhecimento.

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42

Quando se trata de EAD, a educação, segundo Primo (2005), fundada nos

quatro pilares acima citados, se faz através da Mediação Pedagógica por

computador, ou ainda, a mediação pedagógica que contribui para esse aprendizado,

utilizando estratégias como:

Desenvolvimento da pedagogia da pergunta;

Relacionamento do tema com a experiência do estudante e de outros

personagens do contexto social;

Envolvimento do estudante num processo que conduz a resultados,

conclusões ou compromissos para a prática;

Utilização da relação dialógica com o estudante;

Construção do texto paralelo pelo estudante;

Processo de auto-aprendizagem; e

Utilização do jogo pedagógico com o princípio de construir o texto. (DELORS,

1998. Trecho adaptado).

Nas diversas modalidades de ensino presentes na educação contemporânea,

a mediação pedagógica ocupa um lugar de destaque e privilegiadíssimo em

quaisquer desses sistemas de ensino-aprendizagem. No ensino presencial, por

exemplo, é o docente quem atua como mediador pedagógico entre a informação a

oferecer e a aprendizagem a ser construída pelos estudantes.

Já nos sistemas de educação a distância (EaD), de acordo com Primo

(2007), a mediação pedagógica é mediada e interativa e acontece por meio de

textos e outros materiais postos à disposição do estudante através da TV, do rádio e

do computador, isso supõe que esses materiais sejam pedagogicamente diferentes

dos materiais utilizados na educação presencial. A diferença, no entanto, passa pelo

tratamento dos conteúdos educacionais que estão a serviço do ato educativo,

estando válido num todo, na medida em que contribui para desencadear e

desenvolver um desses processos educativos. A diferença se faz na mediação,

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posto que, uma informação por si só não ajuda e nem potencializa e, muitas das

vezes, nem permite o aprendizado da mesma forma que uma informação mediada

pedagogicamente, seja pessoalmente ou por ferramentas tecnológicas modernas e

utilizadas de diversas formas.

Para Gutierrez (1990), a mediação pedagógica é "o tratamento de conteúdos

e de formas de expressão dos diferentes temas, a fim de tornar possível o ato

educativo dentro do horizonte de uma educação concebida como participação,

criatividade, expressividade e racionalidade". Nesse sentido, a mediação pedagógica

parte de uma concepção quase que totalmente oposta a dos sistemas educacionais

de instrução baseados na extrema supremacia do ensino como simplesmente uma

mera transferência de informação.

Para Primo (2007), a interação mediada pessoalmente ou pelo computador, e

pedagogicamente efetuada pelo professor, ocupa um lugar privilegiado em qualquer

sistema de ensino-aprendizagem.

Os cursos online, em especial, devem ser fruto de cuidadoso projeto de

mediação e interação pedagógica. E, isso é o que ocorre no Instituto PROMINAS

que, durante a produção dos cursos, há toda a preocupação com o aprender de fato

e a interação de professores e alunos através de diversos e possíveis meios, sob

três enfoques de igual importância, a saber: a base do tema; a base da

aprendizagem; e a base da forma como isso se dará.

Na base do tema, situa-se a temática, define-se, nesse ínterim, o tratamento

do conteúdo, as estratégias de linguagem e deixa-se claro os conceitos básicos.

Esse processo é realizado no momento da elaboração do material didático.

Na base da aprendizagem, desenvolvem-se procedimentos para a

autoaprendizagem e os convertem num verdadeiramente ato educativo. Os

exercícios utilizados referem-se às experiências e ao contexto do aluno e do tema

abordado no curso e na disciplina em questão.

Por fim, na base da forma, é possibilitado ao aprendiz identificar-se com o

produto pedagógico, fruto desse processo.

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A interatividade é buscada em cada curso para que um aprendizado efetivo e

ativo ocorra e, para tanto, os conteúdos e as estratégias pedagógicas de ensino e

aprendizagem, são projetados de modo a permitir um alto grau de interação entre o

aluno-aprendiz e seu professor, através do computador e do telefone.

Neste e em outros cursos, todos os módulos devem conter diversas

atividades, como exercícios, simulações, jogos instrucionais, quebra-cabeças,

estudo de casos, ente outros, que possibilitem ao aluno construir seu próprio

conhecimento e ser um aprendiz ativo.

O modelo pedagógico utilizado pela instituição ou escolhido pelo aluno define

a opção de ensino/aprendizagem em que os conteúdos serão acessados pelos

aprendizes, no caso de um ensino totalmente mediado por computador, sendo

várias as possibilidades, tais como: a autoaprendizagem, sem tutoria, individual ou

em grupo de aprendizes; o ensino/aprendizagem, com tutoria, individual ou em

grupo; encontros periódicos a cada um, dois ou três meses, com tutoria, individual;

autoaprendizagem com mediação da TV e DVD, individual ou em grupo; entre

outras.

São utilizadas diferentes mídias para diferentes cursos que as buscam e

requerem assim e são escolhidas considerando-se o valor da sua aplicação, o

número de usuários e a velocidade com que a informação e comunicação necessita

ser distribuída. Caso haja necessidade de se entregar informação ou fazer

comunicação, rapidamente, os cursos utilizarão mídias simples, como documentos e

apresentações, mediados pela TV e DVD (teleaula) ou rádio (audioaula), ou ainda, o

computador e a internet.

Por outro lado, mídias modernas e sofisticadas são muito eficientes e eficazes

com grandes e diferentes públicos, com treinamento e propósitos diferentes, a partir

de exigências críticas de segurança ou que, em outros casos, exijam alto grau de

compreensão e retenção da informação oferecida.

Devido ao desenvolvimento e elevado estágio tecnológico das TIC,

enfrentados pela humanidade, neste início de século XXI, tais como, as principais

mídias utilizadas em cursos Web, serão agora, apresentadas em ordem crescente

de valor dos custos e de tempo necessários para desenvolver o seu conteúdo, e são

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as seguintes: textos, hipertextos e ilustrações; apresentações em slides;

documentos e hiperlinks; conteúdos da internet; áudio e vídeo; animações;

simulações como o the sims; comunicação virtual; second life; entre outros.

Para Primo (2007) quanto mais interação mediada pelo computador com a

utilização da internet tiver o curso, melhores serão os resultados obtidos por alunos

e professores no processo ensino-aprendizagem, porém, mais caro e demorado

será o seu desenvolvimento, haja vista, o custo do equipamento, das ferramentas e

da produção do conteúdo. Por isso, o curso deve ser produzido e executado por

uma preparada equipe de mediação pedagógica bem capacitada para buscar

sempre a melhor relação entre o custo-benefício para cada aplicação dessas

ferramentas no ensino e na aprendizagem.

Equipes multidisciplinares e diversas formações em design de mediação

pedagógica para Web devem ser compostas por especialistas nos conteúdos

aplicados, principalmente, em ensino a distância pela Web e em Web Design, para

projetarem esses cursos. Na fase de desenvolvimento desses conteúdos, são

utilizados os serviços de diversos profissionais de análise de sistemas e

programação em Web que transformam o projeto do curso em um site da Web, e

este deverá ser de fácil utilização e manuseio, sendo facilmente acessado pelos

alunos através de Intranets ou da Internet.

No ensino presencial, as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC)

começam a se tornar comum nas escolas e universidades como recurso para

melhoria desse processo de ensino e aprendizagem. Essa incorporação de

elementos informacionais torna cada vez melhor e mais eficientes os documentos

digitais, como provas e aulas com utilização de recursos multimídia, como o Teleduc

e o Moodle, bem como melhora a acessibilidade a esses documentos.

Nota-se que isso vale para todos os indivíduos que os utilizam e também

àqueles que possuem alguma deficiência para acessar o ensino regular. Trata-se de

uma tecnologia que oferece múltiplas perspectivas às pessoas, deficientes ou não,

facilitando o processo de assimilação e internalização de algum conhecimento novo.

Pode-se perceber que o conhecimento codificado dessa forma, em

documentos e outros textos, possui, em geral, diferentes e novas representações e,

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por conseguinte, todas essas pessoas têm diferentes capacidades e competências

ao assimilarem novos conteúdos.

Nesse ínterim, é possível notar ainda que o entendimento e aquisição de

novos conceitos e de um novo conhecimento depende, completamente, da maneira

que eles são apresentados às pessoas. Dessa forma, documentos e textos digitais

que incorporam múltiplos recursos, possuindo vários recursos de natureza

multimídia, tornam o aprendizado mais prazeroso e menos cansativo para alunos.

A partir daí, utilizar tais recursos, permite que tornemos menos enfadonho e

mais simples o ensino e aprendizado de tantos conceitos abstratos, haja vista, a

apresentação do novo conceito sob diferentes perspectivas. Podemos citar como

exemplos a utilização de simuladores da realidade, como o second life, como

recursos para facilitar a aprendizagem de novos conceitos e, até mesmo, o the sims,

simples jogo de computador para crianças e adolescentes.

No entanto, pode-se observar que os esforços de pesquisas têm se

concentrado em estudos, análises e testes empíricos, buscando conhecer e

compreender, além de adequar a forma através da qual as pessoas executam suas

tarefas, buscando-se relacionar todos esses diversos aspectos das experiências e

interações humanas na utilização de ferramentas informacionais e computacionais

para o ensino e a aprendizagem. Nesse sentido, a junção entre o entendimento

minucioso do ser humano, juntamente com a compreensão e análise da tecnologia

empregada, permite a concepção, projeto e execução de novos produtos.

Dessa maneira, pode-se perceber que as fronteiras da sala de aula estão em

processo de mutação constante, facilitando cada vez mais o processo de consulta,

busca, ensino, aprendizado e interação colaborativa entre estudantes, professores e

profissionais de várias especialidades. Uma pequena parcela de educadores da

EAD, já percebeu a riqueza das TIC e como elas podem e devem melhorar e

aprimorar o processo de ensino-aprendizagem. Contudo, é preciso aumentar esse

percentual no número deles, de modo a gerar multiplicadores em toda parte, para

que se consiga atingir uma parcela maior da sociedade e que, a mesma, possa se

beneficiar, constante e socialmente, desses instrumentos e do conhecimento que

eles possibilitam a todos de forma democrática.

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E, a Internet, essa rede mundial de computadores, cresce em todo o mundo,

atingindo, a cada dia que passa, mais e mais pessoas, aumentando a parcela da

população que tem acesso a ela no mundo inteiro, alterando a maneira com a qual

formamos comunidades, trabalhamos e até mesmo aprendemos. Devido às suas

características de independência de espaço e tempo, associadas à possibilidade de

edição de documentos, áudio e vídeo, a rede se configura como um meio adequado

para a educação a distância (EAD). Para permitir e facilitar esse processo

educacional foram desenvolvidos inúmeros ambientes para autoria e oferecimento

de cursos na Web. Os resultados obtidos, após alguns anos de uso desses

sistemas, apontam para a necessidade de revisão do design dessas ferramentas.

Esses espaços virtuais de aprendizagem são a interseção de aspectos sociais e

técnicos, e o seu design envolve ambas as considerações. No entanto, os ambientes

atuais têm privilegiado mais os aspectos técnicos, esquecendo um pouco do

elemento humano que é fundamental e peça-chave no desenvolvimento de qualquer

artefato, e o software, não é diferente.

Ao surgir, a pouco tempo, a Internet era vista como uma ferramenta para

computação remota, que permitia o uso de um computador longe da pessoa que

precisava da tarefa. Recentemente, com o desenvolvimento de aplicações para a

Web que transformam a rotina de vida das pessoas, os computadores não são mais

ferramentas cujo propósito principal é a computação de tarefas. Computadores,

juntamente com periféricos e toda a rede, são dispositivos que proporcionam às

pessoas um novo meio de comunicação entre si e com outros indivíduos.

Atualmente, ao invés de usar seus recursos para a computação remota, como

na sua proposta original, a maioria das pessoas se conecta à rede mundial de

computadores para desfrutar da facilidade de se comunicar com pessoas do mundo

todo através de e-mail, chats, fóruns, listas de discussão, salas de bate-papo, entre

outros. O interesse que move a computação está na exploração de novas

capacidades de manipular e comunicar todo o tipo de informação em diversos tipos

de mídia de uma forma não imaginada antes do computador. Essa é a chamada

interação mediada por computador, de que tanto fala Alex Primo (2007).

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A partir dessa nova concepção de uso da rede, pesquisas de educadores e

cientistas da computação no mundo todo, resultaram na possibilidade de várias

pessoas acessarem salas de aula virtuais, grupos de trabalho na rede, campus

eletrônicos e bibliotecas online num espaço compartilhado. Dessa forma, a Internet

passou a ser amplamente utilizada para fins educacionais. As redes de

aprendizagem permitem aos alunos engajar-se em grupos para participar em

projetos com outros alunos de regiões distantes, compartilhando ideias e recursos,

acessando informações e interagindo com especialistas. Muitos professores

envolvidos nessas experiências vislumbram novas oportunidades de interação com

outros professores e alunos, e atestam o valor desses ambientes para o aumento

das opções de aprendizagem. A rede introduz um novo mundo na educação: a

oportunidade de interação com pares e especialistas sobre um determinado assunto

e o compartilhamento de informação.

De acordo com Lévy (2007), apesar da Internet, como qualquer outra

tecnologia digital, ser constituída de duas vertentes – a informativa e a construtiva –

há uma predominância do lado informativo na concepção das suas aplicações. O

processo educacional também pode ser visto como a união equilibrada das mesmas

vertentes: a informativa e a construtiva. Parte do aprendizado ocorre através da

obtenção de informação, que vem da leitura de livros, das aulas expositivas, ou de

pesquisa na Web. A outra parte é conseguida pela construção de “coisas”, fazendo e

experimentando. No entanto, o que se nota é um desbalanceamento dessas duas

vertentes, onde o lado construtivo da aprendizagem tem sido pouco privilegiado, em

parte pela ausência de tecnologia adequada, e o lado informativo assume uma

posição dominante.

De forma análoga à maioria das aplicações na Web, os ambientes

desenvolvidos para apoiar cursos a distância na rede também têm privilegiado o

lado informativo. Ao entrar em qualquer um desses ambientes, o aluno ou professor

não "enxerga" outras pessoas compartilhando o mesmo espaço, mas vê apenas um

conjunto de ferramentas que apresenta e organiza a informação gerada nos cursos.

Os primeiros design dessas ferramentas tinham por objetivo reproduzir na Internet

as mesmas condições de trabalho disponíveis em uma sala de aula presencial. No

entanto, ao longo do tempo, o elemento humano foi esquecido e o foco principal do

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desenvolvimento dessas aplicações se concentrou na tecnologia para criar,

apresentar e tornar disponível de uma forma cada vez melhor a informação, ou seja,

o conteúdo dos cursos. Ao proporcionar um espaço na rede voltado para a

aprendizagem, é preciso ter em mente os conceitos e necessidades que essa tarefa

envolve.

Conforme Primo (2008), um espaço virtual de ensino-aprendizagem não é

apenas um conjunto de objetos ou atividades, mas um meio pelo qual as pessoas

experimentam, agem e vivem. Assim, a consciência social da necessidade de se

formar essas comunidades através da rede e de participar nesse processo é

essencial para assegurar que as redes habilitem as pessoas a se expressar em

novos e melhores meios.

A ideia tradicional da interação humano-computador implica centrar o design

das aplicações em duas entidades: a pessoa e o computador. No entanto, na rede,

as pessoas operam num espaço que é co-habitado por múltiplos indivíduos,

estações de trabalho, servidores e outros dispositivos, numa rede complexa de

interação. Assim, o design desses novos sistemas não pode apenas propiciar novas

ferramentas para trabalhar com objetos do mundo real, mas possibilitar a criação de

novos mundos, nos quais o humano possa perceber, agir e responder a

experiências.

Em meados dos anos 80, o termo interação humano-computador (IHC)

passou a ser utilizado, e essa interação é afetada pela tecnologia e por fatores

sociais e organizacionais do contexto no qual o usuário está inserido. Vários

paradigmas de interação surgiram, do ponto de vista tecnológico, ao longo da

história da área de IHC e do desenvolvimento de sistemas interativos, como as

interfaces WIMP (windows, icons, menus e pointers), manipulação direta, hipertexto,

ente outros. A literatura de autores como Primo (2007); Lévy (2007); Castells (2005);

Winograd et al (1999); também apresenta vários princípios para a interação que

dependem muito mais de um entendimento profundo do elemento humano do que

da tecnologia.

Dessa forma, o design dos ambientes de cursos a distância na rede precisa

considerar as necessidades e as tarefas dos seus usuários, tendo em vista o

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potencial e os recursos dessa nova mídia, a Internet. Adicionalmente, o enfoque do

design deve estar no aprendiz e não no conteúdo dos cursos que são ministrados

pela Web. Nesses cursos, têm-se por objetivo analisar e discutir a problemática

envolvida no design da interface dos ambientes educacionais baseados na Web

desenvolvidos até o momento. Mais especificamente, é apresentado o design de

ferramentas do ambiente Teleduc (1998) que procuram dar maior visibilidade dos

indivíduos que compartilham o espaço de aprendizagem oferecido pelo ambiente.

De uma maneira geral, de acordo com Primo (2007), a interface é entendida

como uma superfície de contato que reflete as propriedades físicas daqueles que

interagem, por exemplo, um puxador de gaveta é a interface entre uma pessoa e a

gaveta. A interface (puxador) será mais adequada dependendo de quão bem

projetada for para a pessoa que vai utilizá-la. Quando o conceito de interface surgiu,

há algumas décadas, ele era entendido como o hardware e o software através do

qual o homem e o computador podem se comunicar. Esse conceito evoluiu e foram

incluídos aspectos cognitivos e emocionais das experiências do usuário. Assim, a

interface com o usuário, também conhecida como interface homem-máquina, tornou-

se um conceito geral para projetistas e pesquisadores, passando a ser definida

como algo que se pode mapear, fazer o design, projetar, implementar e juntar à

funcionalidade do sistema no desenvolvimento do software.

O processo de design passou a ter maior atenção e preocupação por parte

dos desenvolvedores de software considerando essa importância do humano nas

interfaces, que buscaram entender o usuário do sistema, com suas atitudes, tarefas,

percepção entre outras características. No entanto, sempre que objetos, como por

exemplo o software, são criados para as pessoas usarem, decisões são tomadas e

eles são construídos carregando uma intenção do designer para com o usuário final.

Muitas técnicas e metodologias têm sido propostas ao longo do tempo para auxiliar

o designer no desenvolvimento de interfaces mais adequadas e adaptadas aos

usuários. Dentre elas, destaca-se o design de sistemas centrado no usuário, que o

coloca como figura central no processo de confecção do artefato, neste caso, o

software.

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A identificação dos requisitos necessários ao sistema, a observação das

tarefas e a sequência de ações executadas pelo usuário, bem como o próprio design

do sistema, podem contar com a participação do próprio usuário. Esse método

sugere que o designer conheça o usuário e suas necessidades para elaborar um

sistema que o atenda satisfatoriamente. Esse método é conhecido como design

participativo. Em ambas as abordagens, a contínua avaliação do sistema, junto a

especialistas em IHC e aos usuários, é fundamental para alcançar um produto

adequado e coerente com seu objetivo inicial.

As pesquisas realizadas para melhorar a interação humano-computador

enfoca basicamente os traços de comunicação entre o indivíduo e a máquina. Pode-

se ver claramente isso na Teoria da Ação de Norman (1986), na qual as metas da

pessoa são expressas em termos relativos a ela – termos psicológicos – e os

mecanismos do sistema e estados são expressos em termos relativos a ele – termos

físicos. O usuário inicia as atividades através do estabelecimento de uma meta e de

posse dela, ele deve ser capaz de engajar-se num processo planejado no qual

formula uma intenção, especifica a sequência de ações e as executa. Essa é apenas

parte dos obstáculos envolvidos na interação humano-computador, sendo a outra

parte relacionada com a reação do sistema. Outra vez, do ponto de vista do usuário,

isso envolve uma avaliação do comportamento do sistema em termos da meta

original.

Primo (2007) adverte que não se interage com computadores, mas através

deles, o que enfatiza a importância dos computadores como meio para a

comunicação e a interação dos seres humanos.

São muitas as ferramentas projetadas para permitir CSCW, porém, entre

elas podem-se citar o correio eletrônico, bulletin boards, videoconferências, entre

outras. Sendo que o correio eletrônico é a mais popular e a mais usada e sua

interface aprimora-se ao longo do tempo.

De acordo com Primo (2007), muitas são as tarefas desenvolvidas pelos

usuários, professores e alunos nesses ambientes, sendo que algumas são

individuais e outras mais interativas. O professor possui tarefas que vão do preparo

do material a ser disponibilizado para o aluno até o acompanhamento do

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desenvolvimento do mesmo. De outra forma, o aluno executa tarefas, desde leitura

do conteúdo, pesquisa de artigos e até a participação em fóruns de discussão e

grupos. Enquanto a atividade realizada pelo usuário concentra-se no trabalho

individual, temos a predominância da interação humano-computador. Quando a

tarefa relaciona-se a comunicação entre os indivíduos desses sistemas, aparece

então, a interação humano-humano através do computador, e, novamente citamos a

interação mediada pela máquina, o computador.

O usuário desse sistema é o aprendiz de todo esse processo, ou seja, o

aluno. Outro fator fundamental é que ao desenvolver sistemas computacionais para

fins educacionais, notar que eles estão sendo projetados para aprendizes. Nesse

caso os princípios do design centrado no usuário, não são suficientes.

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UNIDADE 6 - COMUNICAÇÃO E INTERAÇÃO ENTRE

PROFESSORES/TUTORES E ESTUDANTES NA EDUCAÇÃO A

DISTÂNCIA (EAD)

A autora desta apostila, durante a elaboração da pesquisa sobre a educação

a distância e o perfil do profissional dessa modalidade, investigou a comunicação e

as prováveis interações entre os interagentes desse processo: professores, tutores e

alunos e os meios utilizados para isso na EAD.

Segundo Belloni (1999), na EAD e no seu processo de ensino-aprendizagem,

professores e alunos estão separados no espaço e no tempo, o que faz com que as

relações e as comunicações entre ambos nesse percurso ocorram pela utilização de

diferentes meios tecnológicos, tais como ambientes online, videoconferências,

correios, telefone, materiais impressos, entre outros.

É possível identificar diferentes modelos de EAD, o que implica em diferentes

usos de tecnologias e meios de comunicação no processo de ensino-aprendizagem.

No modelo didático da educação a distância, nas licenciaturas e nas pós-

graduações, são utilizados como tecnologias e meios de comunicação o computador

e a internet, através de chats, fóruns, e-mails, msn, biblioteca online, aluno online,

atendimento feito por tutores pelo telefone e presencialmente, no próprio Instituto,

materiais impressos e em cd-rom, em conjunto com os encontros presenciais, pelos

quais são realizadas as atividades práticas presenciais nas unidades de estudo.

Segundo Gutiérrez; Prieto (1994), esses métodos utilizados permitem a

circulação do saber e a transmissão de informações gerando um processo de

comunicação, embora, de acordo com Polistchuk; Trinta (2003), ela não possa ser

considerada apenas como mecanismo de transmissão. Conforme Primo (2003),

esse processo de comunicação acontece quando os sujeitos participam,

compartilham e interagem entre si, o que os caracteriza como sujeitos interagentes.

Para Polistchuk e Trinta (2003), a comunicação está cimentada na troca de

mensagens, e é significativa, produzindo sentidos, o que diz respeito à interação

cotidiana, à interação linguística, bem como às relações de sentido e significado.

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Noutra perspectiva, Paulo Freire (1977, p.69) afirma que “a educação é

comunicação, é diálogo, na medida em que não é transformação do saber, mas um

encontro de sujeitos interlocutores que buscam a significação dos significados”, e

nesse sentido, a relação dialógica é indispensável ao ato do conhecimento.

O que se percebe é uma variedade de sujeitos, de concepções e de

linguagens envolvidas em um processo educativo, o que possibilita a construção de

diversos sentidos e significados sobre a prática pedagógica e sua efetiva ocorrência.

A linguagem se faz fundamental como instrumento mediador das relações

homem-mundo e ao mesmo tempo de comunicação, para a formação de

consciências, que ocorre por meio do diálogo e da interação verbal entre os sujeitos.

São os sentidos atribuídos à linguagem que permitem que esses sujeitos signifiquem

o mundo e se relacionem entre si e, segundo Polistchuk e Trinta (2003, p.50), a

linguagem é um sistema autônomo de expressão, “um instrumento ao qual o ser

humano recorre para conferir existência e imprimir objetividade as suas idéias,

desejos, pensamentos e experiências”.

O Instituto PROMINAS colhe os frutos de sucesso em EAD por conta de

variados fatores dentro dessa modalidade de ensino, porém, e, após muitas

pesquisas realizadas dentro deste contexto, admite-se que esse fato ocorra devido à

forma de comunicação entre os participantes neste processo, isto é, quem conversa

com quem? Através de que meios? Como? Quando? Em que lugar? E, para quê?,

bem como, as ferramentas ofertadas para tanto.

Conforme Gutierrez; Prieto (1994), não se pode deixar de salientar a

importância da função do docente dessa modalidade e sua atuação a partir dos

conceitos de mediação pedagógica e, segundo Belloni (1999), de mediatização, que

enfatizam o processo de comunicação e interligação nas relações de ensinar e

aprender na EAD entre os agentes desse processo.

A maioria dos professores dessa modalidade considera a educação a

distância uma modalidade inovadora, apesar de, os mesmos, terem se formado na

educação presencial. Analisam eles, ser a EAD caracterizada como um processo

pelo qual existem conflitos, opiniões diversas, modelos de educação distintos e

possibilidades de experimentar. Essa afirmação se torna possível após as

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entrevistas realizadas pela pesquisadora, autora desta apostila, durante a sua

pesquisa de mestrado.

Entre os professores entrevistados, alguns disseram que a EAD provoca uma

mudança de paradigma na educação, na relação entre professor e estudante no

processo de ensino-aprendizagem. Afirmam ainda que o estudante precisa ser mais

autônomo, a relação entre professor e os estudantes não deve ter hierarquias, deve

ser clara e direta, sem pontes. O professor não pode ser autoritário e nem

estabelecer relações de poder com os mesmos. A esse respeito, outros professores

ainda pontuam que, a EAD não é ensino para todos, pois a pessoa tem que ter

determinado perfil, a saber: um perfil autodidata. Essa definição é muito bem

colocada pelo Instituto PROMINAS, em seu manual didático, documento elaborado

para a perfeita aplicação dessa modalidade.

O aluno dessa modalidade tem que ter responsabilidades, consciência de que

terá prazos a cumprir, compromisso, muita disciplina, entre outros. Se o aluno se

reconhece nesse perfil ou se adequa a ele, não terá problemas de obter ao final uma

qualidade excelente de aprendizagem de todo o conteúdo pretendido.

Sobre o aluno que estuda na modalidade EAD, vários professores salientam

que esse aluno é muito mais autônomo, pois, caso contrário, ele deixa de ser aluno

a distância, simplesmente tranca a matrícula, desiste, entre outros. E,

necessariamente, ele será um aluno distinto, diferenciado do aluno presencial e

assim deve ser tratado.

Verifica-se portanto que, para os professores, a educação a distância

pressupõe que o estudante possua autonomia, que ele aprenda de acordo com a

sua organização, ou amargue a derrota de si sobre si. No entanto, um processo de

aprendizagem autônoma somente se fará possível a partir do momento em que o

estudante tem a liberdade para gerir seus estudos a partir de suas próprias regras e

necessidades de aprender, o que exigirá desse mesmo professor, desse modelo de

ensino a distância, o desenvolvimento de ações e metodologias didáticas

específicas para tal e que orientem tal aprendizagem, por meio de uma pedagogia

de trabalho que a promova e que seja, de fato, uma aprendizagem completa e

criticamente marcante.

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Em suas percepções e discursos, os professores manifestam que há um

deslocamento do foco no ensino para a aprendizagem autônoma, com a

possibilidade do uso criativo das diversas mídias que estão disponíveis, mas não

fica claro se eles estão tratando da capacidade de ensinar com as mídias, ou de

aprender com elas, o que nos leva a crer que ainda é necessário avançar a

discussão para a construção de uma metodologia de ensino que pressuponha a

aprendizagem autônoma.

Ao questionar os professores a respeito de haver uma metodologia específica

para a atuação na EAD, estes evidenciaram que a diferença entre o ensino na EAD

e no presencial, e, nessa direção, também de metodologia didática, é a necessidade

de capacitação para trabalhar com as mídias disponíveis nesse processo, as novas

TIC. Atentam ainda que a metodologia para atuar na EAD existe, mas está em

constante construção, pelas diversas possibilidades criativas que as mídias

possibilitam, e devido às inovações que a modalidade representa, advindas das TIC.

Essa pesquisadora tem analisado a utilização da teoria pedagógica do

Construtivismo piagetiano e o pós-piagetiano, adaptada ao método de ensino em

questão, propondo uma análise revisional da metodologia em pauta e sua

aplicabilidade nesse processo de ensino e aprendizagem no contexto da EAD.

Nesse ínterim, segundo Primo (2005), não se pode deixar de lado a

importância da comunicação, do diálogo, da interação e da interatividade no

processo de ensino-aprendizagem. E, sob o ponto de vista dos professores, são dois

elementos fundamentais para a educação, estando os mesmos, altamente

relacionados, e que seriam esse diálogo, essa disposição de trocar informações.

Nota-se que isso ocorre porque o aluno que está a distância e opta por essa

modalidade de ensino, precisa de apoio, de esclarecimentos, e de demais outros

dados, visto que precisa de uma série de questões que só se resolvem na base da

conversa, com muita paciência e tolerância, atentando para a questão das

particularidades e dificuldades de cada e de todos.

Para que essa comunicação e diálogo aconteçam a distância, é necessária a

ocorrência de dois aspectos fundamentais em um processo de EAD: a interação e a

interatividade. Na bibliografia consultada de Belloni (1999); Primo (2003); Santaella

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(2004), identifica-se que as discussões em termos de interatividade, apresentam ao

mesmo tempo definições diferentes, semelhantes e híbridas, mas podemos afirmar

que um processo de interatividade tem em sua base a interação.

Belloni (1999) diz que interatividade e interação são termos sociológicos com

significados diferentes, mas que se complementam. Segundo a autora, a interação é

a ação recíproca entre sujeitos e pode ser mediatizada por diferentes meios. E

quanto ao conceito de interatividade, a autora pontua a existência de duas formas de

entendê-la, pois o conceito pode significar a potencialidade técnica oferecida por

algum meio tecnológico, tais como jogos, CDs, e AVA; e, por outro lado,

compreender a atividade humana de usar e agir sobre a máquina, e a modificação

que a máquina pode permitir ao usuário.

Há que se salientar a confusão muito comum que se faz entre estes termos e

seus conceitos. Isso é possibilitado pela enorme variedade de bibliografia a respeito

dos termos e sua diversidade, na qual, alguns autores os consideram sinônimos e

outros autores os diferenciam veementemente interação de interatividade, como

Primo (2005).

Porém, deve-se analisar também: o que pensam os professores de EAD em

relação aos conceitos de interação e interatividade? Para todos os professores, o

termo interação está fundamentalmente relacionado ao diálogo e se refere à troca

de informações e conhecimentos entre duas ou mais pessoas, onde o diálogo é

construído. Alguns afirmam que ela é o diálogo em ação, ou seja, quando o diálogo

acontece, acontece a interação.

Essa situação pode criar uma dificuldade conceitual que aparece na falta de

segurança e dificuldade dos professores de tomar “partido” por uma ou outra

definição. Esse pacto e compactuamento com definições da literatura pode ser

percebido pelas falas de alguns professores que definiram esses e outros conceitos.

Para eles, interatividade tem a ver com a “interação entre o sujeito e uma máquina”,

ou até mesmo “a interação que ocorre entre dois ou mais sujeitos, a partir de uma

mediação tecnológica” a saber: o computador. Nesse sentido, para esses

professores, a interatividade se relaciona com a apropriação e com o uso das

ferramentas disponíveis no ambiente virtual de ensino e aprendizagem.

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Gutiérrez e Prieto (1994) afirmam, ao propor um processo de educação a

distância alternativa, que são necessárias as respostas, o diálogo, a interlocução, de

maneira direta ou mediada entre os agentes que se comunicam. Quando a

comunicação é mediada por meios, ela passa ao mesmo tempo por um processo de

mediação e de mediatização pedagógica.

Os mesmos autores definem a mediação pedagógica como um conjunto de

procedimentos realizados na criação de materiais educativos, neste caso, textos que

objetivam uma educação baseada na comunicação e que por isso, tem como

fundamento o diálogo. Mediatizar, no contexto da educação a distância, segundo

Belloni (2005), significa criar metodologias de ensino, estabelecer estratégias de uso

dos materiais de ensinar e aprender, tais como conteúdos e imaginar metodologias

de ensino e de estudo. Além disso, implica em selecionar os meios mais adequados,

e produzir materiais para que o processo aconteça.

O que se faz evidente é a pouca comunicação entre esses interagentes, haja

vista, a pouca solicitação por parte dos alunos em quaisquer dos meios de interação

oferecidos.

De um modo geral, a importância que cada professor atribui aos elementos

comunicação, diálogo, interação e interatividade em sua prática, talvez, implique na

mediação pedagógica que realiza na EAD. Esse discurso não implica,

necessariamente, sua aplicação na prática, o que nos leva a questionar como

realmente ocorre a comunicação nas relações entre professores, tutores e alunos do

Instituto PROMINAS, por isso, a necessidade de se pesquisar continuamente esse

processo e sua realização.

Conclui-se que a EAD representa um cenário de inovações no campo

educacional, principalmente, no que diz respeito ao uso de novas tecnologias de

informação e comunicação e que muitas das falhas de comunicação que ocorrem

nesse processo, até agora, relacionam-se ao fato de ser tudo muito novo e em

construção. Nas entrevistas, ficou evidente a importância dos termos comunicação,

interação e interatividade na EAD, considerando que os professores se aproximam

de uma concepção dialógica de educação, na qual esses elementos são

fundamentais para que o processo de ensino-aprendizagem aconteça.

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No que se refere às mídias utilizadas para a comunicação com os estudantes

nesse processo, pode-se afirmar ser o diálogo a melhor ferramenta potencial para a

interação entre os sujeitos. Acredita-se, no entanto, que outras ferramentas

disponíveis no poderiam ser mais utilizadas, já que são espaços de escrita e diálogo

colaborativo, que têm um grande potencial comunicativo de ideias, informações e

conhecimentos.

A multiplicidade de agentes envolvidos na EAD indica a complexidade do

estudo da comunicação, mesmo quando estabelecemos como amostra a ocorrida

no Instituto PROMINAS. São muitas as possibilidades de comunicação entre os

agentes, entretanto, acredita-se que ainda é preciso uma maior interação e diálogo

entre professores, estudantes e tutores, para que a aprendizagem autônoma, base

da EAD, aconteça.

Não obstante, a mediação e a mediatização pedagógica são imprescindíveis

para a relação educação e tecnologia. Ao considerar que elas ocorrem por meio de

múltiplas linguagens, o estudo de como essa mediação linguística ocorre, resulta na

identificação de estratégias de ensino-aprendizagem por meio e através das mídias.

Os autores estudados indicam alguns caminhos para a construção de um referencial

teórico metodológico que possibilite analisar as interações entre os agentes e os

resultados desse processo.

Há que se aventar a questão da contemporaneidade dos temas abordados e,

portanto, é necessário ressaltar o fato de que, esses estão sendo construídos em

meio a uma Revolução que se descortina dentro da Educação e, em sendo, não se

pode encerrar essa discussão. Ela deve permanecer e florir dentro do meio

acadêmico e profissional no que tange à Educação a Distância.

QUESTÕES PARA REFLEXÃO

Agora é com você, caro aluno:

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1) Pense em sua experiência na educação a distância e reflita sobre a importância da

mediação pedagógica por computador ou outros mecanismos para a EAD.

2) Qual é a sua percepção acerca das diferenças entre o ensino a distância e o

presencial? Elas seriam suficientes para que seja necessária uma metodologia

especifica para se ensinar a distância?

3) Considerando a importância da comunicação e da interação na EAD, de que maneira

as diferentes mídias utilizadas em um curso auxiliam ou limitam esses processos?

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UNIDADE 7 - GLOSSÁRIO DE TERMOS-CHAVE NA

PERSPECTIVA DE VÁRIOS AUTORES

COMUNICAÇÃO (POLISTCHUK; TRINTA, 2003): É firmada na troca de

mensagens e, por isso, a comunicação é significativa, produzindo sentidos, e

dizendo respeito à interação (PRIMO, 2005) cotidiana, à linguística e ao diálogo

estabelecido entre vários sujeitos. Além disso, Polistchuk e Trinta (2003, p.63),

afirmam que “comunicar é estar em condições de atribuir um sentido – um quase

nada que é tudo, desfazendo-se para logo se reconstituir. O sentido se afigura

infinitamente negociável, porque é essa sua razão mesma de ser”.

DIÁLOGO (BAKHTIN, 1997; FREIRE, 1975; MARCHEZAN, 2006): O diálogo

é a alma de uma educação voltada para a ação, a reflexão e a prática de liberdade.

Além disso, Bakhtin (1997, p.294) afirma que “o diálogo, por sua clareza e

simplicidade, é a forma clássica da comunicação verbal”, ele está relacionado com

tempos, espaços e sujeitos, pois é firmado em toda forma de comunicação verbal

entre duas ou mais pessoas, neste sentido, se torna base para todas as ações da

educação.

EAD (GARCIA ARETIO, 1994): A educação a distância é um sistema

tecnológico de comunicação bidirecional, diz Garcia Aretio e, em sendo, pode ser de

massa e que substitui a interação pessoal, na sala de aula, de professor e aluno

(PRIMO, 2005) , como metodologia de ensino muito utilizada, pela ação sistemática

e conjunta de vários recursos didáticos e pelo apoio de uma organização e tutoria

que permitem o ensino-aprendizagem, independente dos alunos (FREIRE, 1975).

INTERAÇÃO e INTERATIVIDADE (BELLONI, 1999-2008): Interação e

interatividade, apesar de serem termos “sociológicos com significados diferentes”,

eles se complementam, a partir da mediação por computador. A interação é a ação

recíproca entre sujeitos e pode ser mediatizada por diferentes meios (PRIMO, 2005),

enquanto que a interatividade pode ser entendida como a potencialidade técnica

oferecida por algum meio tecnológico, a interação compreende “a atividade humana

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de usar e agir sobre a máquina, e a modificação que a máquina pode permitir ao

usuário” (Idem,id).

LINGUAGEM (PO IS C RIN A, 2003) : Um sistema de expressão

independente e autônomo, “um instrumento ao qual o ser humano recorre para conferir

existência e imprimir objetividade as sua idéias, desejos, pensamentos e experiências”.

Noutra perspectiva, a característica “semiótica da linguagem” faz com que os discursos

produzidos “se relacionem e signifiquem o mundo” (FIORIN, 2006), pois os seres

humanos constroem significados, ao atribuírem sentidos à linguagem, por meio do

diálogo e relacionam-se entre si e com o mundo.

HTTP - Hiper Text Transfer Protocol – “Repositório de informações na forma de

páginas de hipertexto” (MICROSOF ). Nela é possível incluir mecanismos de

informações a partir de links, pesquisar por meio e através de palavras-chave, "tracking"

de sites com caminhos percorridos por professores e pelos alunos, é possível, também,

controlar o acesso a áreas restritas de versão de páginas em Hiper Text Markup

Language (HTML). Ainda serve como “interface” para apresentação dos cursos, sua

administração e produção pelos técnicos e produtores de multimídia.

SMTP - Simple Mail Transfer Protocol – São locais (caixas postais eletrônicas)

que permitem a participação de funcionários, alunos e professores das universidades

virtuais.

NEWSGROUPS – Esses são grupos de discussão abertos, possíveis de se

acessar ou criar em diversos servidores, como o yahoo, em que professores, alunos e

equipe de desenvolvimento de ferramentas, poderão criar e compartilhar informações,

conhecimentos, dúvidas e opiniões durante o andamento dos cursos. Agrupam-se as

mensagens em diferentes grupos temáticos. Cada grupo temático contém um FAQ –

Frequently Asked Questions, que terá respostas às perguntas mais frequentes, como

um banco de dados.

SERVIDOR DE BANCO DE DADOS – SQL – Ferramenta para guardar,

organizar e recuperar um conjunto de dados, dentre os quais, informações

administrativas e acadêmicas, entre outras.

SERVIDOR DE ARQUIVOS – FTP – Ajuntamento de arquivos (tudo o que se

precisa ser guardado, tais como: aplicações, dados, apresentações e documentos) que

poderão ser transferidos pelos administradores, pelos professores e pelos alunos.

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AUDIO/VÍDEO – Aparelhos ou serviços que possibilitam a difusão e publicação

de produções audiovisuais (aulas, palestras, conferências, reportagens, etc.) ao vivo,

online ou armazenadas para referências e utilização posteriores.

CHAT – É uma ferramenta que permite a comunicação escrita em tempo real

entre alunos e professores. As conversações são agrupadas por tema e armazenadas.

MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA (GUTIÉRREZ; PRIETO, 2005): A mediação

pedagógica, que pode ser mediada por computador, consiste em um grupo de ações

realizadas e utilizadas na criação de materiais educativos, com o objetivo de

promover uma educação baseada na comunicação fundamentada no diálogo.

Gutiérrez e Prieto (2005, p.62) afirmam que ela é “o tratamento de conteúdos e das

formas de expressão dos diferentes temas, a fim de tornar possível o ato educativo

dentro do horizonte de uma educação concebida como participação, criatividade,

expressividade e relacionalidade”.

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REFERÊNCIAS

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