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UNICESP – INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR E PESQUISA ______________________________________________________________________ GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO NAS ORGANIZAÇÕES - “IN COMPANY” ABORDAGEM CENTRADA NA PESSOA Brasília, Distrito Federal - Brasil Julho de 2007

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UNICESP – INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR E PESQUISA

______________________________________________________________________

GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS

TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO NAS ORGANIZAÇÕES - “IN

COMPANY”

ABORDAGEM CENTRADA NA PESSOA

Brasília, Distrito Federal - Brasil

Julho de 2007

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2 Treinamento e Desenvolvimento In Company: Uma abordagem centrada na pessoa

por Albany Ossege

UNICESP – INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR E PESQUISA

______________________________________________________________________

GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS

TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO NAS ORGANIZAÇÕES - “IN

COMPANY”

ABORDAGEM CENTRADA NA PESSOA

Monografia submetida à Unicesp -

Instituição de Ensino Superior e

Pesquisa para obtenção do grau de

tecnologia em Gestão de Recursos

Humanos.

Albany Ossege

Brasília – Distrito Federal - Brasil

Julho de 2007

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3 Treinamento e Desenvolvimento In Company: Uma abordagem centrada na pessoa

por Albany Ossege

AGRADECIMENTOS

À minha família, Eduardo, Carolina e

Filipe que sempre me apoiaram em todos os

sentidos de minha vida, incentivando minhas

descobertas e direcionando minhas conquistas no

desenvolvimento familiar.

Ao amigo, conselheiro e “coach” Regis

Pinheiro, que esteve ao meu lado me ajudando e

me dando suporte nos momentos mais difíceis.

Aos meus pais e irmãos pelo amor e

incentivo.

A todos os professores e colegas de

faculdade que fizeram parte deste processo de

aprendizagem, em especial às amigas Elaine

Lima, Juliana Frota , Sonia Brazil e a Adriana.

À Professora Adriana Giubertti e Anelise,

pelas palavras de incentivo e por acreditar em

meu potencial como aluna e profissional.

Muito obrigada!

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por Albany Ossege

A PROPOSTA

Se eu for capaz de criar uma relação,

caracterizada de minha parte

por autenticidade e transparência, em que eu sou meus reais sentimentos,

por aceitação afetuosa e apreço pela

outra pessoa como um indivíduo distinto,

por uma capacidade sensível de ver seu mundo e a ele como ele os vê,

então o outro indivíduo na relação experienciará

e compreenderá aspectos de si mesmo que antes havia reprimido,

dar-se-á conta de que está se tornando

mais integrado, mais apto a funcionar efetivamente,

tornar-se-á mais semelhante à pessoa

que gostaria de ser, será mais autodiretivo e autoconfiante,

realizar-se-á mais como pessoa,

sendo mais único e auto-expressivo,

será mais compreensivo e terá mais aceitação com relação aos outros,

será mais capaz de enfrentar de forma adequada

e tranqüila os problemas da vida.

Carl Rogers, Tornar-se Pessoa, cap.2

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RESUMO

O tema deste trabalho é direcionado ao Treinamento e Desenvolvimento nas organizações in company, levando-se em conta a educação continuada dos colaboradores para o desenvolvimento pessoal e profissional. O ensino defendido pela autora deste trabalho é voltado para a abordagem humanística, onde, em sua opinião, o aprendriz adulto, possuindo experiências e aspirações próprias, se sente livre e motivado na sua caminhada de vida pessoal e profissional. O objetivo geral do trabalho é analisar a aceitação pelos treinandos da abordagem humanística (centrada na pessoa) em comparação com o modelo meramente técnico. Na pesquisa foi utilizado o método científico, as técnicas empregadas foram a comparação e a análise racional dos resultados. Tópicos relevantes neste trabalho são o ensino humanista centrado no aluno e o papel do facilitador no processo de aprendizagem centrado no aluno. A pesquisa de campo foi realizada em sala de aula, com alunos das instituições que contrataram os serviços da Empresa de Treinamento e Desenvolvimento de Pessoas Albany Classic, especializada em treinamento com foco humanístico. Os alunos responderam ao questionário sobre a preferência por um dois tipos de treinamento. A autora deste trabalho, em sua experiência como facilitadora, tendo atuado em sala de aula usando os dois métodos, percebeu que, nas turmas onde o aprendizado é voltado para o foco humanístico, o acolhimento e o interesse pelo conhecimento são mais evidentes, os alunos se sentem acolhidos e respeitados e, conseqüentemente, abrem-se de forma segura para o novo, tornando-se mais flexíveis e interessados. O resultado da pesquisa demonstrou que o índice de aceitação do método humanístico é bem superior à do modelo tradicional, comprovando a clara evidência do benefício dessa abordagem em sala de treinamento, pois o conhecimento deve ser usado para a evolução do homem e não para a sua involução.

Palavras-chave: Abordagem centrada na pessoa, treinandos, treinamento, desenvolvimento, foco humanístico.

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ABSTRACT

The theme of this work is directed to training and development in the organisations – in company - , taking in account a continuous education of the colaborators for a personal and professional development. The education defended by the author of this work is directed to humanistic approach, when in her opinion the adult learner, having his own experiences and aspirations, feels free and motivated in his personal and professional life. The general object of the work is to analyse the acceptance of humanistic approach (person-centered) by the trainees in comparison with the merely technical model. In the ressearch was used the cientific method; the techniques made use of were the comparison and the rational analysis of the results. Relevant points in this work are humanistic education centered in the student and the role of the facilitator in the process of learning centered in the student. The field-work was carried out in the class-room with students of institutions which contracted the services of the Company for Training and Developing of Persons Albany Classic (Empresa de Trainamento e Desenvolvimento de Pessoas Albany Classic), specialized in training with a humanistic focus.The students answered to the questionnaire about preferring for one of the two kinds of training.The author of this work, in her experience as a facilitator and having used two kinds of training in the class-room, realized that in the classes with teaching having a humanistic focus the students feel welcomed and respected and therefore open themselves really for the new and become more flexible and interested. The result of the research showed that the degree of acceptance of the humanistic method is very superior to the acceptance of the traditional method, proving the evidence of the benefit of this approach em the training-room, for the knowledge has to be used for the evolution of mankind and not for involution.

Key-words: trainees, training, development, humanistic focus, person-centered approach

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LISTA DE ABEVIATURAS E SIGLAS

S.A – Sociedade Anônima

CNI – Confederação Nacional da Indústria

UNIDERP – Universidade para o desenvolvimento do pantanal

GEAPE -

TCU - Tribunal de Contas da União

MPT - Ministério Público do Trabalho

MMA - Ministério do Meio Ambiente

Minc - Ministério da Cultura,

TST - Tribunal Superior do Trabalho

BRB - Banco de Brasília S.A.

IPEA - Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas

TCP – Terapia Centrada no Cliente

T & D – Treinamento e Desenvolvimento

PHD –

SHN – Setor Hoteleiro Norte

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1. INTRODUÇÃO

Este trabalho procura demonstrar os conceitos humanísticos e a sua aceitação quando

aplicados em treinamento e desenvolvimento de pessoas in company.

A valorização do ser humano e o respeito às suas potencialidades constituem o

princípio básico da visão humanística; os efeitos advindos dessa filosofia na vida do

profissional, em especial do aprendiz na educação continuada, devem ser amplamente

considerados.

Foi objeto da revisão de literatura aqui apresentada a exposição de um pequeno

resumo do modelo andragógico e do modelo pedagógico tradicional em aprendizado e a

descrição de pesquisas realizadas com aplicação da Abordagem Centrada na Pessoa. A

pesquisadora apresenta também a Abordagem Centrada na Pessoa, criada e difundida por

Rogers (1977), renomado psicólogo americano, e a indicação do aprendizado centrado no

aluno, baseado em suas pesquisas e estudos.

O presente trabalho derivou da experiência vivenciada na empresa Albany Classic,

especializada em treinamento e desenvolvimento de pessoas com abordagem humanística. A

autora pretende utilizar a presente pesquisa para buscar seu posicionamento no mercado, pois

o foco humanístico em treinamento e desenvolvimento de pessoas in company é fato inédito

no comércio de treinamento continuado na praça de Brasília, o que, se bem divulgado e

compreendido, poderá tornar-se uma tendência. Isso se viabilizará por meio de pesquisa de

campo feita pela empresa Albany Classic, cujos resultados demonstram que existe uma

preferência dos treinandos pelo treinamento com foco humanístico em relação à forma

tradicional de treinamento.

As etapas que compõem este trabalho foram divididas em: análise documentos sobre o

histórico de treinamentos realizados pela empresa Albany Classic a partir de 2003, consulta a

autores, escolha de bibliografia, pesquisa de campo e análise dos resultados da pesquisa.

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1.1. Tema

Treinamento in company na Abordagem Humanística de Carl Rogers.

1.2. Delimitação do Tema

Treinamentos realizados in company pela empresa Albany Classic, entre 2003 e 2006,

com foco humanístico, nas empresas privadas: Brasil Telecom S.A, Americel S.A (Claro),

Escola Pedacinho do Céu, Organizações Paulo Octávio, Sistema CNI, Faculdades AD1,

UNIDERP e GEAPE e nas empresas públicas: Tribunal de Contas da União – TCU,

Ministério Público do Trabalho – MPT, Ministério do Meio Ambiente – MMA, Ministério da

Cultura, Tribunal Superior do Trabalho – TST, BRB - Banco de Brasília S.A. e IPEA -

Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas.

1.3. Objetivo Geral

Estudar a aceitação da abordagem humanística centrada na pessoa no treinamento de

pessoas in company.

1.4. Objetivos Específicos

a) Mostrar um pequeno resumo do Modelo Andragógico e do Modelo Pedagógico

Tradicional em Aprendizado;

b) Apresentar o método centrado na pessoa criado e difundido por Carl Rogers;

c) Apresentar o aprendizado centrado no aluno;

d) Descrever as pesquisas realizadas com a aplicação do método centrado na pessoa;

1.5. Justificativa

O presente trabalho pretende demonstrar que o aprendizado é uma ponte que liga o

aluno e o seu desenvolvimento como “ser” humano, “ser” social e “ser” capaz. A reflexão se

faz necessária no mundo contemporâneo, onde o indivíduo é cada vez mais rotulado de

acordo com padrões de comportamento e nível social e intelectual.

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O aprendizado centrado na pessoa utilizado em treinamento e desenvolvimento de

pessoas in company, pode levar a uma reflexão mais profunda sobre os métodos de interação

do facilitador com o treinando.

O olhar humanístico poderá ajudar todos os envolvidos no processo de aprendizagem

de pessoas in company a diminuir a distância entre a área de T&D da instituição, o facilitador

e o treinando, utilizando a percepção e a compreensão do outro como elemento primordial na

inter-relação no processo de educação continuada dentro das empresas e, principalmente,

promovendo o encontro do treinando com o seu self e por conseqüência, o encontro em

direção a seu semelhante (relações interpessoais). Faz parte da natureza humana o processo de

autodesenvolvimento. O descobrimento do universo que habita (seu ambiente) e das

possibilidades advindas de suas ações e reações, ou seja, das conseqüências de seus atos, são

condições inatas dos seres humanos, organismos vivos em direção ao auto-aperfeiçoamento,

esperando apenas uma oportunidade para desabrochar em todo o seu potencial e esplendor.

O papel do setor de T&D das organizações e do facilitador pode e deve ser o de

promover esse processo, de forma saudável e segura, guiando o treinando na busca do

conhecimento necessário à sua capacitação profissional. No entanto, deve-se colocar em

primeiro plano o desenvolvimento desse treinando enquanto pessoa, ser humano, em pleno

processo de ampliação de suas capacidades, habilidades e possibilidades.

As pesquisas da autora sobre a abordagem centrada na pessoa, agregadas à sua

experiência na área de treinamento in company, com foco humanístico, têm-lhe permitido a

propagação desta nova abordagem, a qual, acredita, pode levar o ser humano, o capital

humano da empresa, a um desenvolvimento pleno e a empresa ao amadurecimento e a um

padrão autêntico de excelência em seus produtos e serviços.

1.6. Problema

Qual é a opinião, por parte dos treinandos, sobre o treinamento com foco humanístico

em relação ao pedagógico tradicional?

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1.7. Hipóteses

As hipóteses deste trabalho de pesquisa foram direcionadas à distinção entre a

preferência pelo treinamento humanístico em relação ao tradicional, recorrendo à experiência

adquirida pelos treinados em outros eventos em que foram submetidos ao método tradicional

de aprendizado.

As duas questões que nortearam esta pesquisa foram:

H1 - A aceitação do método de aprendizado humanístico é maior do que o do método

tradicional de pedagogia;

H2 - O aprendizado humanístico é mais atraente em comparação com o método tradicional

pedagógico.

1.8. Metodologia

O presente trabalho foi estruturado em duas etapas interdependentes e cujos dados

aparecem interligados no texto: pesquisa teórica e pesquisa empírica. Na pesquisa teórica

foram buscadas informações sobre autores e trabalhos acadêmicos que colaborassem para

melhor entendimento da proposta da psicologia rogeriana aplicada à educação. e teorias que

focam o aprender no formato humanístico e tradicional.

A pesquisa bibliográfica foi fundamentada na consulta a livros, artigos e páginas da

internet e todos os dados consultados foram relacionados ao tema de treinamento,

desenvolvimento de pessoas e aprendizagem humanística.

Realizou-se também uma pesquisa empírica quantitativa junto a uma amostra de 885

treinandos, retirada do universo de 1.447 pessoas submetidas a treinamento desde 2003,

quando a empresa Albany Classic começou a funcionar.

A pesquisa empírica teve por finalidade comprovar a aceitação do treinamento

continuado in company com abordagem humanística. Para tanto, utilizou-se um questionário

composto apenas de duas perguntas:

a) O que você acha do treinamento com foco humanístico? b) O que você acha do treinamento técnico?

Geralmente os questionários cumprem pelo menos duas funções: a de descrever as

características de um determinado fenômeno e a de medir determinadas variáveis de um grupo

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social (Richardson, 1989). Tal técnica possui a vantagem de economizar tempo, de obter

respostas mais rápidas e mais precisas, dentre outras características (Marconi & Lakatos,

1990). Segundo Cervo, Bervian & Silva (2006, p. 53), o questionário é a maneira mais usada

de coleta de dados quando o objetivo é medir com mais exatidão o que se deseja. Além disso,

é um instrumento que apresenta características de fácil entendimento (leitura direta), rapidez

de preenchimento e identificação da intensidade da resposta através da opção por três tipos de

resposta: positivo, neutro e negativo.

A aplicação de questionário demonstrou ser o melhor instrumento de coleta de dados para a

finalidade desse trabalho. Os treinandos responderam de espontânea vontade ao questionário, que

permitia cinco opções de ênfase para cada questão: excelente, muito bom, bom, ruim e péssimo.

A análise dos dados previu os seguintes níveis de aceitação: a) positivo para respostas

marcadas como excelente e muito bom; b) neutro para respostas assinaladas como bom e c)

negativo para respostas nas opções ruim e péssimo.

O questionário foi aplicado ao final do treinamento, em sala de aula convencional,

sendo que no início de cada evento foram repassadas informações aos treinandos sobre as

características do treinamento com abordagem humanística.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1. MODELO ANDRAGÓGICO E PEDAGÓGICO DE APRENDIZAGEM

Conforme Freire (2005, p.27), “ninguém educa ninguém, nem ninguém aprende

sozinho, nós homens (mulheres) aprendemos através do mundo”. A Andragogia é o termo

usado para o “ensino de adultos”. Um caminho educacional que busca promover o

aprendizado através da experiência, fazendo com que a vivência do aluno estimule e

transforme o conteúdo a ser aprendido, facilitando e impulsionando a assimilação dos

conhecimentos. O adulto, após absorver e digerir o conhecimento, começa a aplicá-lo. É o que

se chama de aprender através do fazer, o aprender fazendo. A moderna teoria de

aprendizagem de adulto baseia-se em grande parte nas pesquisas de Lindeman (1926) que

identificou os cinco pressupostos-chaves para a educação de adultos: “1. Adultos são motivados a aprender na medida em que experimentam e que suas necessidades e interesses serão satisfeitos. Por isto estes são os pontos mais apropriados para se iniciar a organização das atividades de aprendizagem do adulto. 2. A orientação de aprendizagem do adulto está centrada na vida; por isto as unidades apropriadas para se organizar seu programa de aprendizagem são as situações de vida e não disciplinas. 3. A experiência é a mais rica fonte para o adulto aprender; por isto, o centro da metodologia da educação do adulto é a análise das experiências. 4. Adultos têm uma profunda necessidade de serem autodirigidos; por isto, o papel do professor é engajar-se no processo de mútua investigação com os alunos e não apenas transmitir-lhes seu conhecimento e depois avaliá-los. 5. As diferenças individuais crescem com a idade; por isto, a educação de adultos deve considerar as diferenças de estilo, tempo, lugar e ritmo de aprendizagem.”

(Lindeman, 1926 p. 23 )

A educação tradicional trata o aluno como objeto a ser modelado por um processo de

transmissão do saber do professor para o aluno (entregar, passar para outro, transmitir),

segundo podemos observar na crítica de Not: "O que há de mais evidente, com efeito, do que a necessidade de formar um ser quando ele está inacabado, e de lhe transmitir aquilo que se possui e de que ele está desprovido?" (Not, 1989, p. 17)

Esta proposta de educação está centrada no professor, cuja função define-se por vigiar

os alunos, aconselhá-los, ensinar a matéria e corrigi-la. A metodologia decorrente de tal

concepção tem como princípio a transmissão dos conhecimentos através da aula do professor,

freqüentemente expositiva, numa seqüência predeterminada e fixa, enfatiza a repetição de

exercícios com exigências de memorização. Valoriza o conteúdo livresco e a quantidade. O

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professor fala, o aluno ouve e aprende. Não propicia ao sujeito que aprende um papel ativo na

construção dessa aprendizagem, que é aceita como vinda de fora para dentro. Muitas vezes

não leva em consideração o que o aluno aprende fora da sala de aula, seus esforços

espontâneos, a construção coletiva. A figura do professor como detentor do saber é uma força

motriz nesse processo de educação. A transmissão dos conhecimentos disciplinares para a

formação geral do aluno é uma constante, existe uma sobrecarga de informações que são

veiculadas aos alunos, o que torna o processo de aquisição de conhecimento, muitas vezes

burocratizado e destituído de significação. “Pretensão de conduzir o aluno até ao contacto com as grandes realizações da humanidade: obras primas da literatura e da arte, raciocínios e demonstrações plenamente elaborados, aquisições científicas atingidas pelos métodos mais seguros.” (Snyders, 1974, p. 16)

O Quadro 1 apresenta a Tabela de Malcom Knowles (1999) que compara o modelo

pedagógico (aprendizagem de crianças) e o modelo andragógico (aprendizagem de adultos).

Quadro 1: Tabela de Malcom Knowles

CARACTERÍSTICAS DA APRENDIZAGEM

PEDAGOGIA ANDRAGOGIA

Relação Professor/Aluno

Professor é o centro das ações, decide o que ensinar, como ensinar e avalia a aprendizagem.

A aprendizagem adquire uma característica mais centrada no aluno, na independência e na auto-gestão da aprendizagem.

Razões da Aprendizagem

Crianças (ou adultos) devem aprender o que a sociedade espera que saibam (seguindo um curriculo padronizado).

Pessoas aprendem o que realmente precisam saber (aprendizagem para a aplicação prática na vida diária).

Experiência do Aluno

O ensino é didático, padronizado e a experiência do aluno tem pouco valor.

A experiência é rica fonte de aprendizagem, através da discussão e da solução de problemas em grupo.

Orientação da Aprendizagem

Aprendizagem por assunto ou matéria.

Aprendizagem baseada em problemas, exigindo ampla gama de conhecimentos para se chegar a solução.

Fonte: Adaptação da Tabela de Knowles (Knowles apud Cavalcanti, 1999)

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2.2. MODELO DE APRENDIZADO CENTRADO NO ALUNO

O Modelo de Aprendizado Centrado no Aluno é derivado da Abordagem Centrada na

Pessoa – ACP que teve início com o trabalho de Rogers, nos EUA, na década de 1940 e que,

inicialmente, foi conhecida como Psicoterapia Centrada no Cliente ou Aconselhamento Não-

Diretivo. Para Gomes, Holanda & Gauer (2004, p. 24-24), a proposta terapêutica de Rogers

foi “de extrema importância para a humanidade” e teve um papel de destaque na história da

psicologia. “Ela abriu o trabalho psicoterapêutico aos psicólogos, antes uma atividade exclusivamente médica, e introduziu a pesquisa rigorosa e quantitativa ao estudo da efetividade psicoterapêutica. (Rogers, 1961/1970). Também incentivou o uso de métodos qualitativos em pesquisa psicológica. (Rogers, 1970/1972).”

(Gomes, Holanda & Gauer, 2004, p. 24-24)

De La Puente (1970) distinguiu três fases na trajetória do pensamento rogeriano: “...a fase técnica baseada em regras de atendimento não-diretivo, tais como respostas reiterativas e reflexos de sentimentos (Rogers, 1942/1973); a fase das atitudes terapêuticas baseadas na autenticidade, aceitação calorosa e compreensão empática (Rogers, 1951/1974); e a fase da investigação do processo terapêutico, ocorrendo neste período a aproximação do existencialismo (Rogers, 1961/1970). Certamente, uma quarta fase pode ser acrescida, referindo-se à transformação da teoria em abordagem, quando o pensamento rogeriano volta-se para um amplo espectro de questões, incluindo educação (Rogers, 1969/1971), grupos (Rogers, 1970/1972), casamento e alternativas (Rogers, 1972/1974) e temas mais gerais (Rogers & Rosenberg, 1977). ”

(De La Puente, 1970, p. 32)

A teoria rogeriana caracteriza-se pela crença nas potencialidades de desenvolvimento e

crescimento psicológico em condições comunicativo-relacionais realistas, sensíveis e

compreensivas. Em suas origens, ela recebeu influências do funcionalismo americano, do

gestaltismo, das teorias do self, da psicanálise, da terapia relacional de Rank (ano), dos

psiquiatras culturalistas e do existencialismo.

2.2.1. A Pessoa Que Aprende

Seguindo sua linha de pesquisa e raciocínio, Rogers (1985) usou seus conhecimentos e

introduziu o Aprendizado Centrado no Aluno, uma abordagem não-diretiva de confiança na

potencialidade do aluno, e por isso reconhecida como um tipo de educação humanista-

centrada na pessoa, que toma como ponto de partida a proposição de que seres humanos

possuem uma tendência positiva para o autodesenvolvimento, denominada de tendência

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realizadora, ou seja, uma capacidade própria para amadurecer, expressa na necessidade de se

atualizar, também chamada de tendência atualizadora (Rogers 1985).

Para Rogers (1985), quando o educando descobre sua (s) expertise (s), consciente da

direção que está seguindo e encontra-se seguro sobre a forma mais assertiva de conquistar

seus objetivos, certamente encontra dentro si respostas positivas e assertivas às dificuldades

naturais em sua caminhada existencial. Esta garantia é conquistada através de uma educação

voltada às necessidades pessoais do aluno e o educador tem um papel fundamental nesse

processo: ele deve estar disposto a vivenciar junto ao aluno esta caminhada, de braços abertos

e com transparência, de forma construtiva e significativa, levando em consideração o histórico

de vida e de valores do educando, suas metas e interesses e, principalmente, voltando seu

olhar para o desenvolvimento progressivo e direcionado das capacidades individuais de seus

aprendizes. Se as condições facilitadoras (respeito, confiança, aceitação, autenticidade e tolerância) estiverem presente na relação, a pessoa entra num processo de aceitação de si própria e dos seus sentimentos, tornando-se por isso, na pessoa que deseja ser, mais flexível nas suas percepções , adaptando objetivos mais realistas para si própria e, simultaneamente, torna-se mais capaz de aceitar os outros. (Rogers, 1985, p. 253).

Na abordagem rogeriana o aprendizado humanista se apóia no seguinte tripé:

“1º: A aceitação positiva incondicional é uma atitude estável na crença do potencial interno humano, derivando do principal conceito proposto, a Tendência Atualizante, ou seja, todo organismo é animado por uma disposição intrínseca para o desenvolvimento de todas as suas potencialidades: a) Impulsionado pela tendência ao desenvolvimento, o homem procura a sua realização; b) O organismo se regula a si mesmo através da imagem de si; “2º. A compreensão empática é um processo dinâmico que significa a capacidade de penetrar no universo perceptivo do outro sem, no entanto, deixar de respeitar o seu ritmo de descoberta de si próprio;

“3º. A congruência pretende indicar o estado de coerência ou acordo interno e de autenticidade de uma pessoa, a qual se traduz na sua capacidade de aceitar os sentimentos, as atitudes, as experiências, de ser genuíno e integrado na relação com o outro.” (Rogers, 1985, p. 76)

De forma geral autores da abordagem humanista da educação consideram que o ser

humano guarda em si os instrumentos necessários ao seu desenvolvimento, quando motivado

e amparado é pró-ativo e responsável por suas ações, capaz de fazer escolhas assertivas,

inteligentes e autodirecionadas, aprende a pensar e se volta para o aprendizado crítico e

analítico, avaliando as informações e subsídios recebidos no processo de instruir-se,

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interioriza os conhecimentos que são relevantes para a solução de seus problemas e alcance de

seus desejos, sente-se apto para usar a sua experiência, percebe-se livre e usa sua criatividade,

cooperando efetivamente com outros em várias atividades coletivas, relacionando-se de forma

adequada com seu semelhante.

Ao estudar Protágoras, Jaeger (1985) percebeu que o filosofo compreendia a força

natural intrínseca no ser humano, voltada ao autodirecionamento, um dos pilares da educação

com foco no aluno: “O ideal da educação humana é para Protágoras a culminação da cultura no seu sentido mais amplo. Tudo se engloba nela, desde os primeiros esforços do homem para dominar a natureza física até o grau supremo da auto-formação do espírito humano”. (Jaeger, 1995, p. 365)

Entende-se dessa forma, com Rogers (1977), que em um relacionamento verdadeiro e

adequado, cada pessoa descobrirá dentro de si a capacidade de utilizar a relação para crescer,

e a partir dessa descoberta, mudanças significativas e o desenvolvimento pessoal ocorrerão.

Quanto mais genuína a relação, mas útil esta será, para ambas as partes. A afinidade será

significativa no sentido do contínuo compreendimento do outro. É somente à medida que se

compreende os sentimentos e os pensamentos dos interlocutores é que se pode criar um

ambiente de confiança mútua, de segurança e liberdade, condições essas importantes em

qualquer relação madura e de desenvolvimento humano. “Se eu posso criar uma relação caracterizada da minha parte: por uma autenticidade e transparência, em que eu sou meus sentimentos reais; por uma aceitação afetuosa e apreço pela outra pessoa como um individuo separado; por uma capacidade sensível de ver seu mundo e a ele como eles o vê: “Então o outro individuo na relação: experimentará e compreenderá aspectos de si mesmo que havia anteriormente reprimido; dar-se-á conta de que está se tornando mais integrado, mais apto a funcionar efetivamente; tornar-se-á mais semelhante a pessoa que gostaria de ser; será mais autodiretivo e autoconfiante; realizar-se-á mais quanto pessoa, sendo mais único e auto-expressivo; será mais compreensivo, mais aceitador com relação aos outros; estará mais apto a enfrentar os problemas da vida adequadamente de forma mais tranqüila.”

(Rogers, 1977, p. 43)

Portanto, a compreensão rogeriana do processo de aprendizagem pode ser definida

como um ato de sensibilidade.

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"Quando o professor tem a capacidade de compreender internamente as reações do estudante, tem uma consciência sensível da maneira pela qual o processo de educação e aprendizagem se apresenta ao estudante" (Rogers, 1986, p. 131)

O ato de aprender é sempre um ato individual, o que significa que aquilo que se

aprende, tem um sentido e um significado próprio a cada pessoa, tendo como reflexo seu

momento psicológico e realidade de vida. "Se os professores aceitam os alunos como eles são, permitem que expressem seus sentimentos e atitudes sem condenação ou julgamentos, planejam atividades de aprendizagem com eles e não para eles, criam uma atmosfera de sala de aula relativamente livre de tensões e pressões emocionais, as conseqüências que se seguem são diferentes daquelas observadas em situações onde essas condições não existem. As conseqüências, de acordo com as evidências atuais, parecem ser na direção de objetivos democráticos." (Gobbi, 1998, p. 27)

2.2.2. O Self e o Aprendizado

O ensino centrado na pessoa tem como objetivo principal o encontro do aluno com o

seu self, a sua conscientização, a compreensão de suas limitações e capacidades, de suas

vontades e necessidades, de seus sonhos e objetivos, sendo o educador um porto seguro, uma

luz que se soma ao brilho do aluno na sua caminhada de vida.

A proposição da personalidade humanista difundida por Rogers (ano) afirma que um

indivíduo aprende de forma significativa aquilo que ele percebe e que isso está relacionado

diretamente com a manutenção ou aperfeiçoamento do seu self, sendo que essa estrutura (do

self) parece estar ou ficar mais rígida quando se sente ameaçada, e mais relaxada quando se

encontra completamente livre de ameaça. Assim, entende-se que o novo conhecimento,

aprendizado ou experiências pode vir a ameaçar o self e, portanto, muitas vezes amedronta e

impede o bom desenvolvimento do aluno. Por isto, o olhar do professor para o aluno deve ser

cuidadoso e direcionado à segurança e confiança. Esta disposição garante ao aluno a sensação

de acompanhamento e compartilhamento tirando a impressão de vazio e solidão quando o seu

self sente-se de alguma forma incomodado com o desconhecido, com o novo, pois todo o

aprendizado assimilado e compreendido contribui de forma explicita para a modificação

continua do self. Isso é inevitável e faz parte do ciclo de vida de cada ser humano, cabendo à

educação humanística diminuir o sofrimento e maximizar as potencialidades de

amadurecimento em direção à plenitude da pessoa, um ser em pleno desenvolvimento, liberto

de seus medos e inseguranças.

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Dowbor & Ladislau (1998, p. 259) resumem essas idéias no seguinte pensamento

sobre ensino: “a escola deixará de ser lecionadora, para ser do conhecimento”, sendo

possível afirmar que existe entre os autores da abordagem humanística de educação um

consenso em torno da idéia de que um professor eficiente e eficaz promove no aluno um

aprendizado constante e significativo, onde as ameaças ao self devem ser diminuídas até

serem resumidas a um mínimo, para que, então, seja incentivada a percepção e estimulada a

abertura a novas informações e conhecimentos, liberando o indivíduo para aventurar-se em

um mundo de novas descobertas e desafios, fazendo-o sentir-se mais seguro e livre de

preconceitos ou entraves ao seu amadurecimento.

2.2.3. A Relação Educador – Educando

Ser educador no mundo contemporâneo é um desafio. As ferramentas de comunicação

estão cada vez mais eficientes, a globalização e o mercado de trabalho estão acelerando o

processo de maturação do ser humano. A educação a distância é hoje uma realidade. Nela o

relacionamento é virtual, desprovido de afetividade, o que exacerba as características do

modelo pedagógico de aprendizado.

A proposta rogeriana combate essa tendência de fortalecimento do modelo pedagógico

de aprendizado e coaduna-se com o pensamento de Freire (1983). Os autores em suas obras

percebem que o educando busca de forma consciente ou inconsciente um ambiente seguro e

livre, onde ele possa aplicar suas experiências e descobertas, onde a troca de informações e

conhecimentos seja estimulada e onde ele possa debater acontecimentos vivenciados em sua

família, seu grupo e na própria comunidade. Trazer o conhecimento à realidade do aluno

transforma o aprendizado em permuta, onde a experiência do aluno é acrescentada à

especialidade pedagógica do educador. Pode ser observada na leitura de Freire (1983), a

crítica mordaz ao modelo pedagógico de educação: “O educador é o que educa; os educandos, os que são educados; o educador é o que sabe; os educandos, os que não sabem; o educador é o que pensa; os educandos, os pensados; o educador é o que diz a palavra; os educandos, os que a escutam docilmente; o educador é o que disciplina; os educandos, os disciplinados; o educador é o que opta e prescreve sua opção; os educandos os que seguem a prescrição; o educador é o que atua; os educandos, os que têm a ilusão de que atuam; o educador escolhe o conteúdo programático; os educandos, se acomodam a ele; o educador identifica a autoridade do saber com sua autoridade funcional, que opõe antagonicamente à liberdade dos educandos; estes devem adaptar-se às determinações daquele; o educador, finalmente, é o sujeito do processo; os educandos, meros objetos.” (Freire, 1983, p.68)

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A denúncia de Freire abre uma clareira sobre esse “acordo velado” no relacionamento

de quem julga deter o conhecimento e de quem julga não ter o conhecimento. Sua insatisfação

com o modelo de educação tradicional corre especialmente por conta do relacionamento

interpessoal entre educando e educador: Na visão "bancária" da educação, o "saber" é uma doação dos que se julgam sábios aos que julgam nada saber. Doação que se funda numa das manifestações instrumentais da ideologia da opressão - a absolutização da ignorância, que constitui o que chamamos de alienação da ignorância, segundo a qual esta se encontra sempre no outro.” (Freire, 1983, p. 67)

Para Freire (1983), essa postura de doação do conhecimento pelo sábio ao ignorante

pode ser entendida como uma visão bancária da educação que não se enquadra no desígnio

da educação democrática a que se refere Hutchins (1992) que é o de “auxiliar os educandos a

tornarem-se indivíduos”, tal como o modelo de ensino centrado no aluno prevê. “A base da democracia é o sufrágio universal. O sufrágio universal faz de cada homem um governante. Se todos os homens são governantes, todos os homens necessitam da educação que governantes devem ter... O principal propósito de um sistema educacional democrático é a educação de governantes.”

(Hutchins, 1992, p. 92)

Segundo a Abordagem Centrada no Aluno (l974), da relação vivenciada pelo educador

e educando, estão excluídos qualquer julgamento, avaliação, interpretação e diagnóstico do

conhecimento implícito e explícito do outro. O respeito, a compreensão e a aceitação do aluno

são prioridades nesse tipo de trabalho, pois se acredita que o indivíduo tenha dentro de si a

motivação para a automanutenção e para o aperfeiçoamento constante, através da tendência

atualizadora. Parte-se do pressuposto de que o ser humano detém dentro de si as

potencialidades necessárias ao encontro da plenitude do seu ser, requerendo apenas

oportunidades para desvendá-las e aplicá-las no seu cotidiano, sem receio ou alarde, de forma

natural e espontânea.

A partir disso, na opinião de Rogers (1974), um educador humanista deve promover e

incentivar a tendência atualizadora em seu educando, percebendo-o como um ser aberto à

ascendência de novos conhecimentos, descobrindo os movimentos relacionados à ampliação

de seus potenciais subentendidos e explícitos, direcionando-o ao crescimento e ao

desenvolvimento. Deve também ajudar o aprendiz a definir objetivos e usá-los como força

motivacional direcionada à aprendizagem, organizando e tornando disponíveis os recursos

necessários a seu crescimento e formação, conforme Freire (2002, p. 25): “[...] quem forma se

forma e re-forma ao formar e quem é formado forma-se ao ser formado.”

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por Albany Ossege

O professor humanista percebe mudanças e acredita na relação afetuosa, mantém de

forma aberta a inclusão do ensinar e do aprender, volta seus conhecimentos à realidade do

aluno, com consciência e sensibilidade, transformando as informações recebidas pelo

educando em conhecimento direcionado e personalizado à sua formação e amadurecimento. O

educador humanista auxilia a formação de “pessoas plenas”, ajuda-as a encontrar-se em um

mundo em processo global de mudanças e de cobranças, sejam nos aspectos pessoais,

profissionais ou sociais.

Seria inconcebível um futuro para a humanidade sem o papel do educador, já que fazer

fluir o saber (não o dado, a informação e o puro conhecimento), é preparar a construção de um

sólido alicerce para a vida das pessoas e, conseqüentemente, para a humanidade futura. O ato

de ensinar e aprender sempre estiveram intimamente ligados à concepção do mundo e do

homem sendo que esse é um processo cíclico na vida de todo ser humano. Portanto, a

educação centrada no aluno contribui para o seu modo de melhorar o mundo, pois o

direcionamento de seus ensinamentos é voltado para a valorização do “outro”, do “aluno”, em

um contexto humano e social, voltado ao futuro.

O ser humano também é dotado de limitações, no entanto, o mais importante não é o

obstáculo e sim as atitudes tomadas para transpor barreiras. Nesse ponto, o papel do educador

é diminuir esses empecilhos, criando uma atmosfera de aceitação e confiança no aluno, no ser

humano, na perspectiva de liberar suas capacidades, usando o bom senso e a interação entre

ambos, explorando de forma mais profunda suas limitações e potencialidades, facilitando o

aprendizado, centralizando o processo de desenvolvimento nas metas do aluno e por

conseqüência da sociedade.

2.2.4. O Papel do Professor como Facilitador do Processo de Aprendizagem

O pensamento rogeriano pode ser bem sintetizado através da seguinte frase: “Não

podemos ensinar a alguém diretamente; só podemos facilitar seu aprendizado”. (Rogers,

1979, p. 444). Assim, dentro da perspectiva da educação humanista, o educador torna-se um

facilitador e moderador da tendência natural de desenvolvimento e amadurecimento do aluno.

É ele quem direciona o aprendizado sgundo sua realidade e necessidade; é ele quem decide

suas prioridades de acordo com seu cronograma de vida, inserindo o conhecimento em sua

realidade vivencial.

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“Não se admite uma prática metodológica com um programa previamente estruturado assim como qualquer tipo de exercícios mecânicos para verificação da aprendizagem, formas essas próprias da "educação bancária", onde o saber do professor é depositado no aluno, práticas essas domesticadoras.”

(Barreto, 1988, p. 4).

Segundo observação de Rosas (1991), o professor-facilitador compreende que o

processo de aprendizagem é uma arte, e que sua cátedra não é a de introduzir os ensinamentos

e conhecimentos de forma massificada e autoritária, e sim, a de ser instrumento de base ao

educando, promovendo de forma saudável a ampliação de sua instrução e amadurecimento,

direcionando-o a sentir-se seguro em sua caminhada de vida, resguardado pelos seus

experimentos e suas descobertas, pela liberdade de ser e de sentir, pela oportunidade de

escolha e, principalmente, por ser apreciado e validado como um ser humano, um ser que

pensa, um ser que experimenta, um ser em pleno processo de tornar-se pessoa. “Desde o início identifiquei Paulo Freire como um professor diferente: um educador. Sem dúvida, àquela altura, não lhe era familiar o pensamento de Carl Rogers. No entanto, sua conduta na sala de aula lembrava a de um "rogeriano", na medida em que estava muito mais centrado em cada um dos alunos, como pessoas, do que sobre os conteúdos "ensinados". Não que renunciasse ao papel de professor, desacreditasse no valor da função docente no processo da aprendizagem. Que aceitasse a posição quase passiva de "facilitador" descomprometido. No entanto, educador, compreendia a esterilidade, como gostava de dizer, dos "eu já lhe mostro com quem está falando", das atitudes paternalistas tanto quanto das autoritárias, do estabelecimento de linhas demarcadoras entre a "sabedoria" do mestre e a "ignorância" do aluno. Valorizava a intermediação do professor no processo da aprendizagem. Mas - assim vejo o Paulo Freire dos anos 50 -, não ignorava a complexidade do ato de aprender, sua redução a uma experiência pessoal e, no fundo, intransferível.” (Rosas, 1991, p. 10).

Rogers propõe um conjunto de qualidades fundamentais para a uma mudança de

postura do professor para tornar-se um facilitador no processo de aprendizagem. São elas:

• “Autenticidade do facilitador, a capacidade de ser real, sem máscara nem fachada na

relação com o aluno.” (Rogers, 1986, p. 128);

• “Aceitação e confiança, competência de aceitação do aluno, enquanto pessoa, levando

em conta os seus sentimentos, as suas opiniões, com valor próprio, confiando nele sem o

julgar. É uma confiança no organismo humano e uma crença nas suas capacidades

enquanto pessoa.” (Rogers, 1986, p. 130);

• “Capacidade de compreender empaticamente o aluno, ou seja, compreendê-lo a partir do

seu quadro de referência interno.” (Ibidem).

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2.2.5. A Metodologia Rogeriana de Facilitação da Aprendizagem

A concepção de uma atmosfera de aceitação incondicional do educando em sala de

aula e a relação de transparência e de confiança estabelecida entre professores e educandos

seriam os primeiros passos a serem seguidos na metodologia centrada no aluno. As outras

técnicas seriam usadas de maneira secundária, pois na aprendizagem humanística o

educando é mais importante que o próprio conhecimento.

Em Rogers (1973; 1983) são definidos conceitos sobre as formas mais apropriadas de

facilitar o processo de aprendizagem, momento em que o autor apresenta um novo modelo

educativo, onde o centro das suas exposição é o indivíduo “aluno”, em oposição ao método

tradicionalista onde tudo leva em consideração a figura do professor. Algumas condições e

pressupostos fundamentais para o desenvolvimento da metodologia de aprendizagem

centrada no aluno resumem-se nos seguintes pontos:

• “O ser humano contém em si uma potencialidade natural para a aprendizagem.” (Rogers,

1986, p.28);

• “Não podemos ensinar, apenas podemos facilitar a aprendizagem.”(Rogers, 1974, p.

381);

• “A aprendizagem significativa acontece quando o assunto é percebido pelo aluno como

relevante para os seus propósitos, o que significa que o aluno aprende aquilo que percebe

como importante para si.”(Rogers, 1974, p. 382);

• “A aprendizagem que implique uma mudança ameaçadora na percepção do self, tende

para a resistência.” (Rogers, 1974, p. 383);

• “As aprendizagens são melhor apreendidas e assimiladas quando a ameaça externa ao

self é reduzida ao mínimo.” (Rogers, 1974, p. 384);

• “A maioria das aprendizagens significativas são adquiridas pela pessoa em ação, ou seja,

pela sua experiência.” (Rogers, 1986, pgs. 136-137);

• “A aprendizagem qualitativa acontece quando o aluno participa responsavelmente neste

processo.” (Rogers, 1974, p. 390);

• “A aprendizagem que envolve a auto-iniciativa por parte do aluno e a pessoa na sua

totalidade, ou seja, dimensões afetiva e intelectual, torna-se mais duradoura e sólida.”

(Ibidem);

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• “Quando a autocrítica e a auto-avaliação são facilitadas, e a avaliação de outrem se torna

secundária, a independência, a criatividade e a auto-realização do aluno tornam-se

possíveis.” (Rogers, 1974, pgs. 404-405);

• “A aprendizagem concretiza-se de forma plena quando o professor é autêntico na relação

pedagógica.” (Rogers, 1986, p. 11);

• “Uma aprendizagem apropriada acarreta na necessidade do aluno a aprender a aprender.”

(Rogers, 1986, p. 126);

• “O mais significativo é a capacidade do indivíduo interiorizar o processo constante de

aprendizagem.” (Ibidem).

2.3. ALGUMAS PESQUISAS SOBRE APLICAÇÃO DE MÉTODOS DE APRENDIZADO

CENTRADO NA PESSOA

Os trabalhos e experimentos apresentados a seguir, realizados por diversas pessoas em

diferentes atividades, com distintos interesses, comprovam ou deixam evidências claras dos

bons resultados de uma abordagem centrada na pessoa.

2.3.1. O Trabalho de Tough

Tough (1979, 1982) vem se dedicando a descrever vários programas formais, no nível

de graduação em Artes Liberais, que são baseados na responsabilidade do aluno pela sua

própria aprendizagem.

2.3.2. Pesquisa Realizada pelo Dr. David Aspy

Durante dez anos o Dr. David Aspy (1974) conduziu pesquisas com o intuito de

verificar se as atitudes humanas centradas na pessoa em sala de aula têm quaisquer efeitos

mensuráveis e, se assim for, que efeitos são esses. Ele e sua colega, Dra. Flora Roebuck,

reuniram 3.700 horas gravadas em sala de aula, de 550 professores de escolas de 1°e 2°graus,

e usaram métodos rigorosamente científicos para analisar os resultados do trabalho desses

professores. Eles verificaram que os alunos de professores mais centrados-na-pessoa diferiam

acentuadamente de alunos de professores menos centrados-na-pessoa. Os primeiros

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apresentavam melhores resultados ao aprender matérias convencionais, o que ficou atestado

pelos seguintes fatos comprovados:

• Mostravam que eram hábeis em usar seus processos cognitivos superiores, como o de

solução de problemas;

• Tinham um auto-conceito mais positivo do que se verificou em outros grupos;

• Começaram a comportar-se melhor em sala de aula;

• Apresentavam menos problemas de disciplina;

• Apresentavam uma porcentagem mais baixa de ausência escolar;

• Apresentavam um aumento de Quoeficiente de Inteligência.

2.3.3. O Programa SOLSTRAM

Na Noruega, o Programa SOLTRAM é destinado ao treinamento de executivos, com

uma abordagem que dá liberdade aos participantes de decidir a alocação dos

recursos orçamentários do programa. Desta forma, alunos, como um grupo, são responsáveis

por decisões voltadas para o programa.

2.3.4. Programa de Aprendizagem na Wharton School Universidade de Pensilvânia

No Departamento de Sistemas Sociais da Wharton School University os alunos de

PHD, sob a orientação do Professor Scott Armstrong, são responsáveis pelo planejamento da

execução do curso de Pesquisa em Marketing.

2.3.5. Programa Dimensões Humanas na Educação Médica

Os resultados de Aspy foram confirmados na experiência prática de educação médica.

A Medical School of McMaster University, canadense, vem adotando o método da

abordagem facilitadora centrada na pessoa para o treinamento de médicos após comprovação

de sua efetividade. Ficou provado que um grupo de formandos se saiu muito bem no rigoroso

exame de licenciatura, demonstrando também maior criatividade e melhor competência

interpessoal após ser submetido durante 3 anos à metodologia de aprendizado centrado no

aluno.

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Além disso, outros novecentos professores de medicina do mais alto escalão, nos

Estados Unidos, preocupados com os efeitos desumanizantes do treinamento médico,

inscreveram-se no programa “Dimensões Humanas na Educação Médica”. Em conferências

intensivas de quatro a dez dias, aprenderam a ouvir, a serem centrados-na-pessoa em suas

aulas, a serem mais comunicativos em seus relacionamentos pessoais.

As mudanças em algumas escolas de medicina já são surpreendentes. As modificações

geradas pelas atitudes centradas na pessoa têm sido eficientes, mudando o processo de

aquisição de conhecimento e a política da educação empreendida pelas escolas. Esses

profissionais de saúde alegam que aprenderam muito mais por si próprias, e as análises

detalhadas dos resultados de suas experiências de aprendizagem comprovam essa afirmação.

(Tough, 1979).

2.3.6. Programa de Executivos do Swedish Institute of Management

Em Estocolmo, os participantes do programa de executivos têm a responsabilidade de

gerenciar individualmente a sua aprendizagem. A abordagem usada, bastante estruturada,

exige que os alunos fixem seus objetivos de aprendizagem, selecionem as tarefas e estratégias

(métodos) de aprendizagem, realizem eles próprios a revisão de conteúdos, se auto-avaliem e

executem as aplicações, durante o programa, do que haviam se proposto a aprender

(Armstrong, 1980).

2.3.7. Columbia University

O professor Roger Harrison, em vários programas de desenvolvimento de executivos

na Europa e no Programa de Pós-graduação da Columbia University, vem aplicando a

abordagem de aprendizagem auto-dirigida pelo aluno (Harrison, 1977).

2.3.8. Pesquisa de Malcolm Knowles

Knowles (1973) relata várias experiências de aplicação da metodologia humanística a

programas de desenvolvimento de executivos ou de pós-graduação, onde foi adotado o

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"contrato de aprendizagem".

2.3.9. Pesquisa de Dwight Ladd (1970)

Ladd (1970) disserta sobre diversas experiências de aprendizagem em sala de aula

com dinâmicas auto-dirigida nas quais obtiveram sucesso.

2.3.10. Pesquisa em Companhia de Seguros

Uma equipe de pesquisadores, sob a orientação de Likert (1975), realizou um estudo

de supervisão numa companhia de seguros. Foram avaliadas a produtividade e o moral dos

que estavam sendo supervisionados, dividindo-os em “indivíduos de alta produtividade e alto

moral” e “indivíduos de baixa produtividade e baixa moral”. Encontraram diferenças

significativas no comportamento, método e personalidade dos supervisores que foram

considerados de alta produtividade em relação aos supervisores de baixa produtividade.

Nas unidades de trabalho de alta produtividade, os supervisores e lideres interessavam-

se, em primeiro lugar, pelos trabalhadores como pessoas e, em segundo lugar, pela produção.

Eles não supervisionavam de perto o trabalho a ser realizado, confiando no trabalhador como

sendo capaz de assumir a responsabilidade de realizar um bom trabalho. Os supervisores nas

unidades de baixa produtividade mostravam um comportamento totalmente oposto.

Preocupavam-se principalmente com a produção, tomavam decisões sem consultas e

supervisionavam o trabalho de perto.

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3. PESQUISA DE CAMPO

3.1. HISTÓRICO DAS ATIVIDADES DE TREINAMENTO REALIZADAS PELA

EMPRESA ALBANY CLASSIC

Esta pesquisa de campo foi realizada na empresa Albany Classic, dedicada ao

treinamento e desenvolvimento de pessoas com base no pensamento humanístico e

especializada na abordagem centrada na pessoa, sediada à SHN Quadra 2, Bloco A, Loja 90 –

Brasília/DF.

A pesquisa teve início em junho de 2003, quando a empresa foi criada e necessitava

saber se a metodologia de ensino humanístico tinha espaço no mercado vigente de educação

continuada, fato este, de extrema importância para a sobrevivência da instituição, pois de

posse dessa informação, a organização poderia validar sua posição no negócio ou mudar seu

foco de atuação. Neste período foram treinadas 1.447 pessoas, no entanto, apenas 885

responderam ao questionário da pesquisa de campo. Os treinamentos foram realizados in

company, e geraram uma amostra composta de aproximadamente 70% de respostas oriundas

de empresas privadas contra 30% vindas de empresas públicas, conforme mostra o gráfico

contido na Figuras 1.

Figura 1: Perfil da amostra segundo o regime jurídico Fonte: Pesquisa de campo realizada pela empresa Albany Classic

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As Figuras 2 e 3 apresentam a distribuição das respostas obtidas na pesquisa em função do ramo de atividade das empresas que compuseram a amostra.

Figura 2: Perfil da amostra em relação à participação de empresas privadas Fonte: Pesquisa de campo realizada pela empresa Albany Classic

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Figura 3: Perfil da amostra em relação à participação de empresas públicas Fonte: Pesquisa de campo realizada pela empresa Albany Classic

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3.2. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS

De acordo com o resultado da pesquisa de campo contido na Figura 4, observa-se que

o modelo de aprendizado com abordagem humanística foi aprovado por 100% da amostra,

pois 81,24% dos entrevistados o apontaram como excelente, outros 15,14 % o consideraram

muito bom e 3,62% dos participantes o avaliaram como bom.

Figura 4: Distribuição das Respostas à Pergunta “O que você acha do treinamento com foco humanístico? Fonte: Pesquisa de campo realizada pela empresa Albany Classic

Essa aceitação pode ser justificada através da Moderna Teoria de Aprendizagem de

Adulto (Lindemam, l926), que enfatiza, entre outros pontos, que os adultos são mais

motivados a aprender na medida em que experimentam e que suas necessidades e interesses

serão satisfeitos. Pode também ser compreendida através do pensamento de Márquez (1998),

ao explicar que as regras do ensino são diferentes quando se dá o aprendizado humanístico

para adultos: “o mestre (Facilitador) e os alunos (participantes) sabem que têm diferentes

funções, mas não há superioridade e inferioridade, normalmente não é o mesmo que acontece

na educação com crianças”. Essa interpretação revela que o treinando, em se sentindo

participante no processo de educação continuada, e tendo um tratamento de respeito e

igualdade por parte do facilitador, tende a preferir o modelo humanístico.

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Figura 5: Distribuição das Respostas à Pergunta: “O que você acha do treinamento técnico?” Fonte: Pesquisa de campo realizada pela empresa Albany Classic

A Figura 5 mostra o resultado da pesquisa no que tange à segunda pergunta: “o que

você acha do treinamento técnico”, o qual apontou que 72,77% dos treinandos o aprovam,

pois 30,4% dos entrevistados o consideraram excelente, outros 36,27% o avaliaram como

muito bom e 3,05% dos respondentes disseram que o mesmo é bom. Os demais treinados,

que somam 27,23% da amostra, avaliaram negativamente o método tradicional, pois 24,18%

o consideram ruim e outros 3,05% como péssimo.

Vale ressaltar, a partir da análise das Figuras 6 e 7, que a resposta às duas perguntas

sugere existir possível preferência pelo método humanístico em relação ao método tradicional

pois aproximadamente 30% da amostra o considerou insuficiente para a educação de adultos.

Esta rejeição pode ser corroborada pelo pensamento de Freire (1983): O educador é o que educa; os educandos, os que são educados; o educador é o que sabe; os educandos, os que não sabem; o educador é o que pensa; os educandos, os pensados; o educador é o que diz a palavra; os educandos, os que a escutam docilmente; o educador é o que disciplina; os educandos, os disciplinados; o educador é o que opta e prescreve sua opção; os educandos os que seguem a prescrição; o educador é o que atua; os educandos, os que têm a ilusão de que atuam; o educador escolhe o conteúdo programático; os educandos, se acomodam a ele; o educador identifica a autoridade do saber com sua autoridade funcional, que opõe antagonicamente à liberdade dos educandos; estes devem adaptar-se às determinações daquele; o educador, finalmente, é o sujeito do processo; os educandos, meros objetos. (Freire, 1983, p. 68)

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por Albany Ossege

Figura 6: Comparação da Distribuição dos Resultados Entre as Duas Questões (em percentuais) Fonte: Pesquisa de campo realizada pela empresa Albany Classic

Figura 7: Comparação da Distribuição dos Resultados Entre as Empresas Públicas e Privadas em Relação à Metodologia Humanística (em percentuais) Fonte: Pesquisa de campo realizada pela empresa Albany Classic

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34 Treinamento e Desenvolvimento In Company: Uma abordagem centrada na pessoa

por Albany Ossege

3.3. CONCLUSÃO DA PESQUISA

O resultado apurado na pesquisa de campo reafirma os pressupostos conceituais desse

trabalho: Se as condições facilitadoras (respeito, confiança, aceitação, autenticidade e tolerância) estiverem presentes na relação, a pessoa entra num processo de aceitação de si própria e dos seus sentimentos, tornando-se por isso, na pessoa que deseja ser, mais flexível nas suas percepções, adaptando objetivos mais realistas para si própria e, simultaneamente, torna-se mais capaz de aceitar os outros.

(Rogers, 1985, p. 253) A afirmação do autor demonstra o porquê da preferência do treinando pelo modelo de

treinamento com foco na abordagem humanística em relação àquele técnico, pois o indivíduo

sente-se mais realizado e pleno e, portanto, mais feliz quando seu treinamento continuado é

conduzido dentro do modelo humanístico.

Na crítica de Paulo Freire ao modelo pedagógico tradicional percebe-se a existência de

um distanciamento imposto pelo educador em relação ao educando, o que pode ter provocado

o sentimento de rejeição por parte dos entrevistados quando opinando sobre o modelo técnico.

Desta forma, pode-se depreender que os autores pesquisados e relatados anteriormente

trazem embasamento teórico aos resultados obtidos na pesquisa de campo realizada pela

empresa Albany Classic.

Comprovou-se a primeira hipótese deste trabalho, de que a aceitação do aluno exposto

ao método de aprendizagem humanístico é maior do que ao método tradicional, o que pode

fortalecer o pensamento de Rogers (1974, p. ), quando afirma: “a aprendizagem que implique

uma mudança ameaçadora na percepção do self, tende para a resistência”.

A comprovação da primeira hipótese sugere a validade da segunda hipótese proposta

nesse trabalho, qual seja, o método de aprendizado humanístico é mais atraente do que o

método tradicional, o que também pode vir a comprovar, através de mais pesquisa voltada

para o tema, as linhas gerais do pensamento rogeriano: “Se os professores aceitam os alunos como eles são, permite que expressem seus sentimento e atitudes livremente sem condenação ou julgamento, planejam atividades de aprendizagem com eles e não para eles, criam uma atmosfera de sala de aula relativamente livre de tensões e pressões emocionais, as conseqüências que se servem são diferentes daquelas observadas em situações onde essas condições não existem. As conseqüências, de acordo com as evidencias atuais, parecem ser na direção de objetivos democráticos.” (Rogers apud Gobbi, 1998, p. 27)

Estas hipóteses tornaram-se factíveis quando se verificou, na resposta ao questionário

da pesquisa, o posicionamento firme do treinando em relação aos métodos pesquisados,

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35 Treinamento e Desenvolvimento In Company: Uma abordagem centrada na pessoa

por Albany Ossege

apontando, com grande margem de distância, a preferência dos mesmos pelo método

humanístico.

Assim, a partir da pesquisa de campo de autoria da empresa Albany Classic, pode-se

considerar válidas para a adoção de uma mudança no processo de ensino-aprendizagem, o

pensamento e posicionamento dos autores pesquisados neste trabalho, tais como: Lindemam

(l926), Freire (1983) e Rogers (1985).

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por Albany Ossege

7 CONCLUSÕES FINAIS

Este trabalho obteve resultados positivos no que tange à adoção do modelo de ensino

humanista nos treinamentos de pessoas ministrados pela empresa Albany Classic, pois

permitiu que fosse avaliada a aceitação dos eventos praticados com foco no aprendizado

humanístico, tomando como parâmetro a experiência anterior dos treinados em relação à

educação no modelo tradicional. Além do mais, possibilitou o direcionamento futuro por meio

de plano de ação para divulgação do modelo proposto pela empresa.

Na análise dos resultados da pesquisa, verificou-se uma possível preferência pelo

ensino com abordagem humanística. 719 entrevistados, de um universo de 885,

representando 81,24%, apontaram como “excelente” este modelo de aprendizado, contra 269

entrevistados, ou seja, 30,40%, que consideraram como “excelente” o método de abordagem

técnica.

As respostas da pesquisa de campo foram agrupadas pela natureza jurídica das

organizações alcançadas pela pesquisa. Pôde-se observar que os resultados guardam

semelhança com o todo, pois 80,03% dos entrevistados oriundos de empresas privadas e

84,17% daqueles de empresas públicas, assinalaram como “excelente” o modelo humanístico,

contra 30,83% (privados) e 29,34% (públicos) que consignaram cotação “excelente” para o

ensinamento dito tradicional.

Isto por si só já seria suficiente para definir a tendência dentro do universo

considerado.

Em complemento às considerações já feitas, foi elaborada a análise dos resultados da

pesquisa, grupando-se as respostas segundo valorações consideradas positivas (excelente e

muito bom), neutras (bom) e negativas (ruim e péssimo), conforme apresentado (no quadro ou

gráfico numero)

Segundo este arranjo, a opção humanística alcançou 853 citações positivas, ou 96,38%

da amostra, 32 citações neutras, ou 3,62% da amostra, sem qualquer citação negativa. Já o

treinamento com abordagem técnica obteve 590 citações positivas (66,67% da amostra), 54

citações neutras (6,10% da amostra) e 241 citações negativas (27,23% da amostra).

Assim, dentro das hipóteses levantadas e considerando o universo da amostra, pode-se

afirmar, com segurança, que o ensino continuado in company com o uso de uma abordagem

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37 Treinamento e Desenvolvimento In Company: Uma abordagem centrada na pessoa

por Albany Ossege

humanística possui significativa margem de aceitação positiva em relação à abordagem

técnica, o que permitiu que a empresa da autora do trabalho em apreço buscasse seu

posicionamento no mercado, utilizando, inclusive, o resultado da pesquisa como ferramenta

de marketing na abordagem de seus clientes, e mostrando que o tipo de treinamento proposto

constitui, na realidade, imenso diferencial de qualidade.

A pesquisa abrange os treinandos de várias organizações, públicas e privadas, onde a

autora pôde ministrar aulas com o diferencial do foco humanístico.

Percebeu-se, durante os eventos de treinamento, um nítido envolvimento do

colaborador-aluno com a abordagem aplicada, tendo sido notado que as turmas se sentiam

seguras, confiantes e confortáveis. Constatou-se também a gratidão dos participantes por

poder compartilhar do treinamento oferecido. A facilitadora sentiu-se acolhida pelos

treinandos e o relacionamento interpessoal com os participantes foi customizado e estreitado

pelo afeto fraterno e compreensão mútua.

Quanto às limitações da pesquisa vale observar que a metodologia da Abordagem

Centrada na Pessoa ainda é pouco difundida no meio corporativo. Os autores consultados em

sua maioria não são brasileiros; outra limitação diz respeito à imposição de carga horária por

parte dos recursos humanos das instituições trabalhadas, fato que restringiu a liberdade e a

espera de retorno por parte dos aprendizes.

O assunto é muito significativo para as instituições e, consequentemente, para o seu

capital humano. As pessoas começam a compreender que são os alicerceis de todas as

organizações. Serão necessárias novas pesquisas de avaliação da qualidade de vida dentro das

organizações que treinam e reciclam seus colaboradores com a metodologia humanística. A

autora acredita que esse é um dos caminhos para a distinção e a valorização do capital

humano das organizações.

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38 Treinamento e Desenvolvimento In Company: Uma abordagem centrada na pessoa

por Albany Ossege

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFIAS

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Martins Fontes, 1988.

CAVALCANTI, RA. Andragogia: a aprendizagem nos adultos. Revista de Clínica Cirúrgica

da Paraíba [artigo online] 1999; 6(4). Disponível na Internet via lista:

<http://www.ccs.ufpb.br/depcir/andrag.html> (8 de Jun 2004).

CERVO, Amado Luiz ; BERVIAN, Pedro Alcino ; SILVA, Roberto da . Metodologia

Científica. 6. ed. São Paulo: Pearson, 2007. v. 1. 162 p. 53.

DOWBOR, Ladislau - A Reprodução Social - Vozes, Petrópolis 1998

FREIRE, Paulo, Pedagogia do Oprimido, . 13.ed. Rio de Janeiro, Paz e Terra. ( Coleção O

Mundo, Hoje,v.21)., 1983.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 24 ed. São

Paulo: Paz e Terra, 2002.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Tolerância. São Paulo: UNESP, 2005.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 40ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.

GOBBI, Sérgio Leonardo, MISSEL, Sinara Tozzi (Org.), Abordagem Centrada na Pessoa:

Vocabulário e Noções Básicas, Editora Universitária UNISUL, 1998.

GOMES, W. B., Holanda, A. F., & Gauer. Psicologia Humanista no Brasil, Porto Alegre,

2004.

JAEGER, W. Paidéia. São Paulo: Martins Fontes/UNB, 1989.

LA PUENTE , Miguel de, O Ensino Centrado No Estudante: Renovação e Crítica das

Teorias Educacionais de Carl Rogers, Cortez e Moraes, São Paulo, 1978.

LINDEMAN, Eduard C. The Meaning of Adult Education, New York, New Republic,1926.

MARCONI, M.A.; LAKATOS, E.M. Técnicas de Pesquisa. São Paulo: Atlas, 1990, p 231.

MÁRQUEZ (1998). Palestra no Primeiro Encontro Nacional de Educação e Pensamento, na

República Dominicana (1998).

NOT, Louis, L'enseignement répondant, Paris, PUF, 1989.

RANK, O., The Development of Psychoanalysis, 1924.

RICHARDSON, R. J. Pesquisa social: métodos e técnicas. São Paulo: Atlas, 1989.

ROGERS, Carl R., Liberdade para Aprender, 2 Edição, Belo Horizonte, Inter Livros de

Minas Gerais, 1973.

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39 Treinamento e Desenvolvimento In Company: Uma abordagem centrada na pessoa

por Albany Ossege

ROGERS, Carl R., A Terapia Centrada no Paciente, Lisboa Moraes Editores, 1974.

ROGERS, Carl R., Liberdade de Aprender em nossa Década, 2 Edição, Porto Alegre, Artes

Médicas, 1986.

ROGERS, Carl R., Tornar-se Pessoa, 7 Edição, Lisboa Moraes Editores, 1985.

ROGERS, Carl R., Um Jeito de Ser, 3 Edição, São Paulo, Editora Pedagógica e Universitária,

1983.

ROGERS, Carl R., Sobre o Poder Pessoal, 3 Edição, São Paulo, Martins Fontes Editora, 1977.

ROSAS, Paulo. Como vejo Paulo Freire, Recife: Secretaria de Educação, Cultura e Esportes,

1991.

SNYDERS, Georges, Pedagogia progressista, Coimbra, Livraria Almedina, 1974.

UNIVERSIDADE E EDUCAÇÃO , São Paulo: Papirus, 1992. Universidade e Utopia : O

Pensamento de Robert Maynard Hutchins, Campinas: 1989.

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por Albany Ossege

ANEXO I

PESQUISA DE CAMPO - “ALBANY CLASSIC”

QUADRO Nº 1

ENTIDADES PARTICIPANTES DO PROCESSO

a) Privadas Brasil Telecom S.A Americel S.A (Claro) Escola Pedacinho do Céu Organizações Paulo Octávio Sistema CNI Faculdades AD1 UNIDERP GEAPI

b) Públicas Tribunal de Contas da União - TCU Ministério Público do Trabalho - MPT Ministério do Meio Ambiente - MMA Ministério da Cultura Tribunal Superior do Trabalho - TST BRB - Banco de Brasília S.A. IPEA - Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas

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QUADRO Nº 2 NÚMERO DE TREINANDOS POR INSTITUIÇÃO

INSTITUIÇÃO Quantidade a)Privadas

Brasil Telecom S.A 476 Americel S.A (Claro) 226 Escola Pedacinho do Céu 27 Organizações Paulo Octávio 53 Sistema CNI 54 Faculdade AD1 41 UNIDERP 94 GEAPI 47 Subtotal 1018

b)Públicas

Tribunal de Contas da União - TCU 49 Ministério Público do Trabalho -MPT 106 Ministério do Meio Ambiente -MMA 36 Ministério da Cultura 29 Tribunal Superior do Trabalho 41 BRB - Banco de Brasília S.A 87 Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas - IPEA 81 Subtotal 429 TOTAL 1447

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QUADRO Nº 3 QUANTIDADE DE QUESTINONARIOS RESPONDIDOS POR INSTITUIÇÃO

INSTITUIÇÕES Quantidade

a)Privadas Brasil Telecom S.A 354

Americel S.A (Claro) 147 Escola Pedacinho do Céu 11 Organizações Paulo Octávio 49 Sistema CNI 50 Faculdade AD1 15 UNIDERP 0 GEAPI 0 Subtotal 626

b)Públicas

Tribunal de Contas da União - TCU 35 Ministério Público do Trabalho -MPT 68 Ministério do Meio Ambiente -MMA 0 Ministério da Cultura 0 Tribunal Superior do Trabalho 22 BRB - Banco de Brasília S.A 75 Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas - IPEA 59 Subtotal 259 TOTAL 885

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43 Treinamento e Desenvolvimento In Company: Uma abordagem centrada na pessoa

por Albany Ossege

QUADRO Nº 4

TABULAÇÃO DAS RESPOSTAS

Questão a) O que voce acha do treinamento com foco humanistico?

Gradação

Quantidade

%

Excelente

719

81,24 Muito Bom

134

15,14

Bom

32

3,62 Ruim

0

0,00

Péssimo

0

0,00 Total 885 100,00

Questão b) O que voce acha do treinamento meramente técnico?

Gradação

Quantidade

%

Excelente

269

30,40 Muito Bom

321

36,27

Bom

54

6,10 Ruim

214

24,18

Péssimo

27

3,05 Total 885 100,00

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44 Treinamento e Desenvolvimento In Company: Uma abordagem centrada na pessoa

por Albany Ossege

QUADRO Nº 4.1

RESPOSTAS POR ENTIDADE 1. Brasil Telecom S.A.

Questão a) O que voce acha do treinamento com foco humanistico?

Gradação

Quantidade

%

Excelente

283

79,94

Muito Bom

59

16,67 Bom

12

3,39

Ruim

0

0,00 Péssimo

0

0,00

Total

354

100,00

Questão b) O que voce acha do treinamento meramente técnico?

Gradação

Quantidade

%

Excelente

116

32,77 Muito Bom

116

32,77

Bom

23

6,49 Ruim

92

25,99

Péssimo

7

1,98 Total

354

100,00

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por Albany Ossege

QUADRO Nº 4.2

RESPOSTAS POR ENTIDADE 2. Americel S.A (Claro)

Questão a) O que voce acha do treinamento com foco humanistico?

Gradação

Quantidade

%

Excelente

118

80,28

Muito Bom

23

15,64 Bom

6

4,08

Ruim

0

0,00 Péssimo

0

0,00

Total

147

100,00

Questão b) O que voce acha do treinamento meramente técnico?

Gradação

Quantidade

%

Excelente

47

31,98 Muito Bom

49

33,33

Bom

9

6,12 Ruim

39

26,53

Péssimo

3

2,04 Total

147

100,00

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por Albany Ossege

QUADRO Nº 4.3

RESPOSTAS POR ENTIDADE 3. Escola Pedacinho do Céu

Questão a) O que voce acha do treinamento com foco humanistico?

Gradação

Quantidade

%

Excelente

11

100,00

Muito Bom

0

0,00 Bom

0

0,00

Ruim

0

0,00 Péssimo

0

0,00

Total

11

100,00

Questão b) O que voce acha do treinamento meramente técnico?

Gradação

Quantidade

%

Excelente

0

0,00 Muito Bom

1

9,09

Bom

3

27,27 Ruim

5

45,46

Péssimo

2

18,18 Total

11

100,00

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QUADRO Nº 4.4

RESPOSTAS POR ENTIDADE 4. Organizações Paulo Octávio

Questão a) O que voce acha do treinamento com foco humanistico?

Gradação

Quantidade

%

Excelente

35

71,43

Muito Bom

14

28,57 Bom

0

0,00

Ruim

0

0,00 Péssimo

0

0,00

Total

49

100,00

Questão b) O que voce acha do treinamento meramente técnico?

Gradação

Quantidade

%

Excelente

12

24,49 Muito Bom

20

40,82

Bom

3

6,12 Ruim

13

26,53

Péssimo

1

2,04 Total

49

100,00

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QUADRO Nº 4.5

RESPOSTAS POR ENTIDADE 5. Sistema CNI

Questão a) O que voce acha do treinamento com foco humanistico?

Gradação

Quantidade

%

Excelente

41

82,00

Muito Bom

6

12,00 Bom

3

6,00

Ruim

0

0,00 Péssimo

0

0,00

Total

50

100,00

Questão b) O que voce acha do treinamento meramente técnico?

Gradação

Quantidade

%

Excelente

14

28,00 Muito Bom

22

44,00

Bom

2

4,00 Ruim

10

20,00

Péssimo

2

4,00 Total

50

100,00

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QUADRO Nº 4.6

RESPOSTAS POR ENTIDADE 6. Faculdade AD1

Questão a) O que voce acha do treinamento com foco humanistico?

Gradação

Quantidade

%

Excelente

13

86,66

Muito Bom

1

6,67 Bom

1

6,67

Ruim

0

0,00 Péssimo

0

0,00

Total

15

100,00

Questão b) O que voce acha do treinamento meramente técnico?

Gradação

Quantidade

%

Excelente

4

26,67 Muito Bom

6

40,00

Bom

0

0,00 Ruim

3

20,00

Péssimo

2

13,33 Total

15

100,00

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QUADRO Nº 4.7

RESPOSTAS POR ENTIDADE 7. Tribunal de Contas da União - TCU

Questão a) O que voce acha do treinamento com foco humanistico?

Gradação

Quantidade

%

Excelente

29

82,86

Muito Bom

4

11,43 Bom

2

5,71

Ruim

0

0,00 Péssimo

0

0,00

Total

35

100,00

Questão b) O que voce acha do treinamento meramente técnico?

Gradação

Quantidade

%

Excelente

10

28,57 Muito Bom

14

40,00

Bom

2

5,71 Ruim

7

20,00

Péssimo

2

5,72 Total

35

100,00

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QUADRO Nº 4.8

RESPOSTAS POR ENTIDADE 8.Ministério Público do Trabalho - MPT

Questão a) O que voce acha do treinamento com foco humanistico?

Gradação

Quantidade

%

Excelente

57

83,82

Muito Bom

8

11,77 Bom

3

4,41

Ruim

0

0,00 Péssimo

0

0,00

Total

68

100,00

Questão b) O que voce acha do treinamento meramente técnico?

Gradação

Quantidade

%

Excelente

20

29,41 Muito Bom

27

39,71

Bom

4

5,88 Ruim

14

20,59

Péssimo

3

4,41 Total

68

100,00

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QUADRO Nº 4.9

RESPOSTAS POR ENTIDADE 9. Tribunal Superior do Trabalho - TST

Questão a) O que voce acha do treinamento com foco humanistico?

Gradação

Quantidade

%

Excelente

18

81,81

Muito Bom

3

13,64 Bom

1

4,55

Ruim

0

0,00 Péssimo

0

0,00

Total

22

100,00

Questão b) O que voce acha do treinamento meramente técnico?

Gradação

Quantidade

%

Excelente

7

31,82 Muito Bom

10

45,45

Bom

1

4,55 Ruim

4

18,18

Péssimo

0

0,00 Total

22

100,00

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por Albany Ossege

QUADRO Nº 4.10

RESPOSTAS POR ENTIDADE 10. BRB - Banco de Brasília S.A

Questão a) O que voce acha do treinamento com foco humanistico?

Gradação

Quantidade

%

Excelente

65

86,67

Muito Bom

9

12,00 Bom

1

1,33

Ruim

0

0,00 Péssimo

0

0,00

Total

75

100,00

Questão b) O que voce acha do treinamento meramente técnico?

Gradação

Quantidade

%

Excelente

22

29,33 Muito Bom

31

41,34

Bom

4

5,33 Ruim

15

20,00

Péssimo

3

4,00 Total

75

100,00

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por Albany Ossege

QUADRO Nº 4.11

RESPOSTAS POR ENTIDADE 11.Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas - IPEA

Questão a) O que voce acha do treinamento com foco humanistico?

Gradação

Quantidade

%

Excelente

49

83,05

Muito Bom

7

11,86 Bom

3

5,09

Ruim

0

0,00 Péssimo

0

0,00

Total

59

100,00

Questão b) O que voce acha do treinamento meramente técnico?

Gradação

Quantidade

%

Excelente

17

28,81 Muito Bom

25

42,37

Bom

3

5,09 Ruim

12

20,34

Péssimo

2

3,39 Total

59

100,00

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QUADRO Nº 5 ANÁLISE DOS RESULTADOS

UNIVERSO: 1.447 treinandos

AMOSTRA: 885 treinandos

PREMISSAS: Foram considerados cinco graus de intensidade nas opções de resposta ao questionário apresentado aos treinandos, com o seguinte enfoque:

- Graus positivos - Excelente - Muito bom

- Grau neutro - Bom

- Graus negativos- Ruim - Péssimo

ATIPIAS: Foi entendido como atípica a distribuição das respostas dos treinandos da Escola Pedacinho do Céu no tocante à opinião sobre o treinamento com foco humanístico, com 100% das respostas na opão "Excelente", mas consi- derando que a totalidade dos entrevistados daquela instituição era formada por professores do maternal e ensino fundamental, concluimos como natural a opção assumida.

CRUZAMENTOS E ANÁLISES:

Foram efetivados cruzamentos e comparações entre as respostas tabula- das da questão sobre treinamento humanistico com a de treinamento me- ramente técnico, bem como dentro do próprio quesito. Foi analisada a relação da distribuição das respostas considerando as em- presas privadas com as das empresas públicas, bem como foram feitas comparações entre as graduações positivas, neutras e negativas de cada grupamento.

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QUADRO Nº 5.1 ANÁLISE DOS RESULTADOS

COMPARAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DOS RESULTADOS ENTRE AS QUESTÕES (Em percentuais)

OPÇÃO Humanística (a) Técnica (b) Diferença

Excelente 81,24 30,40 50,84 Muito Bom 15,14 36,27 (21,13) Bom 3,62 6,10 (2,48) Ruim 0 24,18 (24,18) Péssimo 0 3,05 (3,05)

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QUADRO Nº 5.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Distribuição dos resultados pelo regime jurídico das empresas

I - Empresas Privadas OPÇÃO Quantidade Percentuais

a) Opção Humanística: Excelente 501 80,03

Muito Bom 103 16,46 Bom 22 3,51 Ruim 0 0,00 Péssimo 0 0,00

Totais 626 100,00

b) Opção Técnica: Excelente 193 30,83

Muito Bom 214 34,19 Bom 40 6,39 Ruim 162 25,88 Péssimo 17 2,71

Totais 626 100,00

2 - Empresas Públicas OPÇÃO Quantidade Percentuais

a) Opção Humanística: Excelente 218 84,17

Muito Bom 31 11,97 Bom 10 3,86 Ruim 0 0,00 Péssimo 0 0,00

Totais 259 100,00

b) Opção Técnica: Excelente 76 29,34

Muito Bom 107 41,31 Bom 14 5,41 Ruim 52 20,08 Péssimo 10 3,86

Totais 259 100,00

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QUADRO Nº 5.3 ANÁLISE DOS RESULTADOS

COMPARAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DOS RESULTADOS ENTRE AS EMPRESAS PÚBLICAS E PRIVADAS (Em percentuais)

OPÇÃO Empresas Privadas Empresas Públicas Diferença a) Opção Humanística:

Excelente 80,03 84,17 (4,14) Muito Bom 16,46 11,97 4,49 Bom 3,51 3,86 (0,35) Ruim 0,00 0,00 0,00 Péssimo 0,00 0,00 0,00

b) Opção Técnica:

Excelente 30,83 29,34 1,49 Muito Bom 34,19 41,31 (7,12) Bom 6,39 5,41 0,98 Ruim 25,88 20,08 5,80 Péssimo 2,71 3,86 (1,15)

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QUADRO Nº 5.4 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Distribuição dos resultados em função da gradação

OPÇÃO Quantidade Percentuais

a) Opção Humanística:

Positivo 853 96,38 Neutro 32 3,62 Negativo 0 0,00

Totais 885 100,00

b) Opção Técnica:

Positivo 590 66,67 Neutro 54 6,10 Negativo 241 27,23

Totais 885 100,00