Um estudo da percepção do acesso aberto à literatura científica por pesquisadores brasileiros

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UM ESTUDO DA PERCEPÇÃO DO ACESSO ABERTO À LITERATURA CIENTÍFICA POR PESQUISADORES BRASILEIROS Dra. Ariadne Chloë FURNIVAL (Departamento de Ciência da Informação, Universidade Federal de São Carlos UFSCar) [Processo CNPq nº 401875/2011-3] Dr. Pedro OPRIME (Departamento de Engenharia de Produção-UFSCar); Nelson Sebastian SILVA JEREZ (Graduando em Biblioteconomia e Ciência da Informação UFSCar) [Bolsista IC-FAPESP] Introdução:: Esta pesquisa em andamento se propõe examinar como a crescente circulação da informação científica em acesso aberto (OA) é percebida pela comunidade científica brasileira, localizando-se dentro de um corpo de estudos internacionais sobre a percepção do OA pelos produtores e usuários da informação científica. Subjacente a tais estudos é a premissa que é relevante aprofundar níveis de compreensão das opiniões e atitudes de cientistas sobre o OA, já que existe um consenso que um dos principais à adoção ampla de práticas da disseminação aberta da informação científica é justamente a postura do pesquisador diante dessas novas práticas. REFERÊNCIAS BJÖRK, B. et al. Open Access to the Scientific Journal Literature: Situation 2009. PLoS ONE 5(6), 2010. Disponível em http://www.plosone.org/article/info:doi/10.1371/journal.pone.0011273 Acesso em: 10 maio 2011 BROPHY, P. The academic library. London: Facet, 2005. BUDAPEST Open Access Initiative, 2001. Disponível em: http://www.soros.org/openaccess/read.shtml; Acesso em: 14 maio 2011. WILSON, T. D. Human Information Behavior. Informing Science, v. 3, n. 2, 2000. CRESWELL, John W.. Research design: qualitative, quantitative, and mixed methods approaches. 2 ed. Thousand Oaks: Sage, 2003. 246 p. ISBN 0-7619-2442-6. DAVIES, S. Analysis of Chemists and Economists survey on Open Access. Nottingham: RCS/CRC/JISC. Disponível em: http://crc.nottingham.ac.uk/projects/rcs/Chemists&Economists_Analysis-Steve_Davies.pdf; ; acesso em 15 out. 2011. HAJJEM, C; et al. Open Access to research increases citation impact . Technical Report , Institut des sciences cognitives, Université du Québec à Montreal, 2005. Disponível em: http://eprints.ecs.soton.ac.uk/11687; Acesso em: 10 maio 2011. PEER Publishing and the ecology of European Research. PEER Behavioural Research: Authors and Users vis-à-vis Journals and Repositories Final Report, August, 2011. Disponível em http://www.peerproject.eu/fileadmin/media/reports/PEER_D4_final_report_29SEPT11.pdf; acesso em 19 out. 2011. SCHMOLLER, S.; JENNINGS, D.; FERGUSON, N. A further exploration of the views of chemists and economists on Open Access issues in the UK. Disponível em: http://crc.nottingham.ac.uk/projects/rcs/Chemists&EconomistsViews_on_OA.pdf; acesso em 14 out.2011. SWAN, A. The Open Access citation advantage. Studies and results to date. Technical Report , School of Electronics & Computer Science, University of Southampton. 2010. Disponível em: <http://eprints.ecs.soton.ac.uk/18516/> Acesso em: 20 ago. 2011. SWAN, A.; BROWN, S. Authors and open access publishing. Learned Publishing, 17, 219 224, 2004. SWAN, A.; BROWN, S. Open access self-archiving: An author study. Devon: Key Perspectives, 2005. Disponível em: http://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/download?doi=10.1.1.112.5048&rep=rep1&type=pdf.; acesso em 16 out 2011. ZUCCALA, A; OPPENHEIM, C; DHIENSA, R. (2008). Managing and evaluating digital repositories. Information Research, 13, n.1. Paper 333. Disponível em: http://informationr.net/ir/13-1/paper333.html; Acesso em: 13 maio 2011. Objetivos:: Levantar as percepções e opiniões da comunidade científica brasileira, em relação à crescente disseminação de publicação em OA, referente tanto à quanto à ; Identificar os fatores que afetem a sua aceitação ou resistência em publicar suas pesquisas nas revistas em OA ou depositar cópias dos seus trabalhos em repositórios de OA; Mapear aspectos do comportamento informacional desses pesquisadores como usuários de informação no que diz respeito ao seu acesso, uso e percepções de fontes disponíveis em OA. Em relação ao auto-arquivamento em repositórios, houve uma pequena preferência (53% dos respondentes) pela frequencia de depósito do postprint revisada pelos pares, à versão preprint. Ao mesmo tempo, 11% dos respondentes declarou que sempre optam por publicar em revistas científicas com fator de impacto alto, junto com 26% e 34% que frequentemente e às vezes, respectivamente, optam por tais revistas. Este resultado pode ser interpretado à luz do fato que a publicação em canais tradicionais e prestigiosos é inteiramente compatível com o depósito de versões em repositórios. Mesmo assim, 38,6% acredita que depositar num repositório um artigo já publicado em uma revista de assinatura implica na infração de copyright, com 39% acreditando o contrário. 54,7% dos respondentes concordam totalmente com a noção de que o OA pode aumentar o impacto das publicações científicas, contribuindo assim para a potencial evolução dos campos científicos, e quase 34% concordaram parcialmente com este enunciado. Na mesma linha, 85% acreditam que o OA suscita maior visibilidade aos grupos de pesquisa e às IESs. CONSIDERAÇÕES PARCIAIS:: Esta pesquisa ainda está em andamento: haverá uma análise mais apurada dos dados, ainda sendo levantados, para atingir maior representatividade. Os resultados até agora apontam para uma percepção positiva do OA pela comunidade científica brasileira. A disseminação das publicações científicas em OA é entendida pelos respondentes como uma forma de melhorar a eficiência e efetividade do sistema de comunicação científica, suscitando potenciais vantagens tanto para os pesquisadores-autores, quanto para as instituições de ensino e pesquisa e para a sociedade em geral. Mas é interessante observar que tais percepções positivas existem ao lado de práticas de publicação e citação ainda mais convencionais, e um entendimento para uma parte substancial da amostra pesquisada de que o OA não é compatível com o copyright. Espera-se que os resultados possam eventualmente subsidiar políticas institucionais (das universidades públicas brasileiras) de comunicação, mediação e divulgação científica em canais de OA. Metodologia:: A abordagem metodológica adotada foi quantitativa, para garantir a maior cobertura possível do universo dos sujeitos da pesquisa. Foi elaborado um survey composto por 29 perguntas fechadas utilizando uma escala Likert, e uma aberta. As questões foram agrupadas em três grandes conjuntos que visaram captar a) o grau de conhecimento dos preceitos e práticas de OA detidos por pesquisadores; b) suas opiniões em relação ao OA; e c) suas práticas e hábitos atuais em relação à publicação e uso de trabalhos científicos. A amostragem foi não-probabilística, usando para fundamentá-la a base de dados de acesso público, a GeoCapes, que mostra que há 52.547,00 doutores permanentes distribuídos nas universidades brasileiras. O tamanho da amostra para com 95% de confiança de erro de estimativa de +/11% é de 2300 doutores, aproximadamente. Depois, foi calculado o tamanho da amostra para cada UF, e o convite para acessar e responder o survey online (usando o software em código aberto, Limesurvey [http://www.limesurvey.org/]) foi enviado no e-mail do pesquisador. Para que fossem os mais atualizados e confiáveis, os e-mails de contato dos pesquisadores foram colhidos de artigos publicados em 2013 em revistas científicas no SciELO e na Web of Science (WoS). A pesquisa está em andamento, e até hoje, o retorno de surveys completados na íntegra foi baixo: 298 dos 2.304,00 enviados (12,9%). As respostas ao enunciado que apresenta à definição mais hardcore de OA, a de que refere-se à da pessoa acessar, reproduzir, disseminar, distribuir, produzir cópias, imprimir o artigo/arquivo, contando que isto não envolva qualquer tipo de uso comercial dele, e contando que o autor do conteúdo seja devidamente revelam que quase 84% dos respondentes concordam de alguma forma ou outra. Resultados preliminares:: O breakdown dos respondentes por área é apresentado no gráfico abaixo, embora nesta fase preliminar, o campo disciplinar do respondente ainda não foi utilizado como variável de análise: Em relação à obrigatoriedade de disponibilizar seus artigos e manuscritos em OA (mandatos), seja em nível do governo, agência de fomento ou IES, 54% dos respondentes concordam com a possibilidade das suas instituições ou das agências de fomento à pesquisa obrigarem os pesquisadores a disponibilizar os resultados de pesquisa em OA, pois 57% discordaram de algum modo com o enunciado afirmando que tais mandatos estão errados, como demonstra o gráfico abaixo: Em relação aos seus hábitos de uso da informação, quase 70% dos respondentes sinalizaram o uso (ler e citar) frequente de artigos do seu campo científico encontrados em canais de OA, p.ex. acessíveis em revistas científicas OA e repositórios digitais na Internet. Porém, 58% costumam referenciar nos seus próprios artigos a versão de um artigo citado publicada numa revista de assinatura, mesmo tendo primeiramente o encontrado livremente acessível na internet, p.ex via Google Acadêmico ou num repositório/arquivo digital de Acesso Aberto. 13,1% 9,1% 13,4% 23,5% 10,4% 14,4% 12,8% 2,3% 1,0% 0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0% Ciências Humanas Ciências sociais aplicadas Ciências exatas e da terra Ciências da saúde Engenharias Ciências biológicas Ciências agrárias Outros Linguística, letras e artes Area (%) 63,8% 21,8% 2,0% 8,4% 4,0% Grau de concordância com a definição (BOAI) de acesso aberto (%) Concordo totalmente Concordo parcialmente Não discordo nem concordo Discordo parcialmente Discordo totalmente 16,4% 17,4% 10,4% 20,5% 35,2% É errado as agências de fomento à pesquisa e/ou o governo e/ou as IES e os institutos de pesquisa obrigarem aos pesquisadores-autores a disponibilizar seus artigos e produção científica em Acesso Aberto Concordo totalmente Concordo parcialmente Não discordo nem concordo Discordo parcialmente Discordo totalmente 54,7% 33,9% 3,4% 5,4% 2,7% Acesso aberto aumentará o impacto das publicações científicas Concordo totalmente Concordo parcialmente Não discordo nem concordo Discordo parcialmente 1,3% 8,7% 20,1% 40,3% 29,5% Frequência de uso de artigos encontrados em canais de OA Nunca Raramente Às vezes Frequentemente Sempre 12,8% 54,0% 11,4% 16,4% 21,8% 15,8% 26,8% 7,4% 27,2% 6,4% Postprint Preprint Frequência de auto-arquivamento em repositórios do preprint vs. postprint Nunca Raramente Às vezes Frequentemente Sempre A maioria dos respondentes concordou com o enunciado que o público em geral tem o direito de ter acesso aos artigos resultantes da pesquisa científica financiada dos cofres públicos, como demonstra o gráfico abaixo. 0,7% 2,7% 1,3% 20,5% 74,8% O público tem o direito de acessar a pesquisa científica Discordo totalmente Discordo parcialmente Não discordo nem concordo Concordo parcialmente Concordo totalmente

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Pôster apresentado à CONFOA 2013 (06 a 09 de outubro de 2013 - São Paulo, SP, Brasil) - Ariadne Chloe Furnival, Pedro Carlos Oprime, Nelson Sebastian Silva Jerez

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UM ESTUDO DA PERCEPÇÃO DO ACESSO ABERTO À LITERATURA CIENTÍFICA POR PESQUISADORES BRASILEIROS

Dra. Ariadne Chloë FURNIVAL (Departamento de Ciência da Informação, Universidade Federal de São Carlos UFSCar) [Processo CNPq nº 401875/2011-3] Dr. Pedro OPRIME (Departamento de Engenharia de Produção-UFSCar); Nelson Sebastian SILVA JEREZ (Graduando em Biblioteconomia e Ciência da Informação UFSCar) [Bolsista IC-FAPESP]

Introdução:: Esta pesquisa em andamento se propõe examinar como a crescente circulação da informação científica em acesso aberto (OA) é percebida pela comunidade científica brasileira, localizando-se dentro de um corpo de estudos internacionais sobre a percepção do OA pelos produtores e usuários da informação científica. Subjacente a tais estudos é a premissa que é relevante aprofundar níveis de compreensão das opiniões e atitudes de cientistas sobre o OA, já que existe um consenso que um dos principais à adoção ampla de práticas da disseminação aberta da informação científica é justamente a postura do pesquisador diante dessas novas práticas.

REFERÊNCIAS BJÖRK, B. et al. Open Access to the Scientific Journal Literature: Situation 2009. PLoS ONE 5(6), 2010. Disponível em http://www.plosone.org/article/info:doi/10.1371/journal.pone.0011273 Acesso em: 10 maio 2011 BROPHY, P. The academic library. London: Facet, 2005. BUDAPEST Open Access Initiative, 2001. Disponível em: http://www.soros.org/openaccess/read.shtml; Acesso em: 14 maio 2011. WILSON, T. D. Human Information Behavior. Informing Science, v. 3, n. 2, 2000. CRESWELL, John W.. Research design: qualitative, quantitative, and mixed methods approaches. 2 ed. Thousand Oaks: Sage, 2003. 246 p. ISBN 0-7619-2442-6. DAVIES, S. Analysis of Chemists and Economists survey on Open Access. Nottingham: RCS/CRC/JISC. Disponível em: http://crc.nottingham.ac.uk/projects/rcs/Chemists&Economists_Analysis-Steve_Davies.pdf; ; acesso em 15 out. 2011. HAJJEM, C; et al. Open Access to research increases citation impact. Technical Report , Institut des sciences cognitives, Université du Québec à Montreal, 2005. Disponível em: http://eprints.ecs.soton.ac.uk/11687; Acesso em: 10 maio 2011.

PEER Publishing and the ecology of European Research. PEER Behavioural Research: Authors and Users vis-à-vis Journals and Repositories Final Report, August, 2011. Disponível em http://www.peerproject.eu/fileadmin/media/reports/PEER_D4_final_report_29SEPT11.pdf; acesso em 19 out. 2011. SCHMOLLER, S.; JENNINGS, D.; FERGUSON, N. A further exploration of the views of chemists and economists on Open Access issues in the UK. Disponível em: http://crc.nottingham.ac.uk/projects/rcs/Chemists&EconomistsViews_on_OA.pdf; acesso em 14 out.2011. SWAN, A. The Open Access citation advantage. Studies and results to date. Technical Report , School of Electronics & Computer Science, University of Southampton. 2010. Disponível em: <http://eprints.ecs.soton.ac.uk/18516/> Acesso em: 20 ago. 2011. SWAN, A.; BROWN, S. Authors and open access publishing. Learned Publishing, 17, 219 224, 2004. SWAN, A.; BROWN, S. Open access self-archiving: An author study. Devon: Key Perspectives, 2005. Disponível em: http://citeseerx.ist.psu.edu/viewdoc/download?doi=10.1.1.112.5048&rep=rep1&type=pdf.; acesso em 16 out 2011. ZUCCALA, A; OPPENHEIM, C; DHIENSA, R. (2008). Managing and evaluating digital repositories. Information Research, 13, n.1. Paper 333. Disponível em: http://informationr.net/ir/13-1/paper333.html; Acesso em: 13 maio 2011.

Objetivos:: Levantar as percepções e opiniões da comunidade científica brasileira, em relação à crescente disseminação de publicação em OA, referente tanto à quanto à

; Identificar os fatores que afetem a sua aceitação ou resistência em publicar suas pesquisas nas revistas em OA ou depositar cópias dos seus trabalhos em repositórios de OA; Mapear aspectos do comportamento informacional desses pesquisadores como usuários de informação no que diz respeito ao seu acesso, uso e percepções de fontes disponíveis em OA.

Em relação ao auto-arquivamento em repositórios, houve uma pequena preferência (53% dos respondentes) pela frequencia de depósito do postprint revisada pelos pares, à versão preprint. Ao mesmo tempo, 11% dos respondentes declarou que sempre optam por publicar em revistas científicas com fator de impacto alto, junto com 26% e 34% que frequentemente e às vezes, respectivamente, optam por tais revistas. Este resultado pode ser interpretado à luz do fato que a publicação em canais tradicionais e prestigiosos é inteiramente compatível com o depósito de versões em repositórios. Mesmo assim, 38,6% acredita que depositar num repositório um artigo já publicado em uma revista de assinatura implica na infração de copyright, com 39% acreditando o contrário.

54,7% dos respondentes concordam totalmente com a noção de que o OA pode aumentar o impacto das publicações científicas, contribuindo assim para a potencial evolução dos campos científicos, e quase 34% concordaram parcialmente com este enunciado. Na mesma linha, 85% acreditam que o OA suscita maior visibilidade aos grupos de pesquisa e às IESs.

CONSIDERAÇÕES PARCIAIS:: Esta pesquisa ainda está em andamento: haverá uma análise mais apurada dos dados, ainda sendo levantados, para atingir maior representatividade. Os resultados até agora apontam para uma percepção positiva do OA pela comunidade científica brasileira. A disseminação das publicações científicas em OA é entendida pelos respondentes como uma forma de melhorar a eficiência e efetividade do sistema de comunicação científica, suscitando potenciais vantagens tanto para os pesquisadores-autores, quanto para as instituições de ensino e pesquisa e para a sociedade em geral. Mas é interessante observar que tais percepções positivas existem ao lado de práticas de publicação e citação ainda mais convencionais, e um entendimento para uma parte substancial da amostra pesquisada de que o OA não é compatível com o copyright. Espera-se que os resultados possam eventualmente subsidiar políticas institucionais (das universidades públicas brasileiras) de comunicação, mediação e divulgação científica em canais de OA.

Metodologia:: A abordagem metodológica adotada foi quantitativa, para garantir a maior cobertura possível do universo dos sujeitos da pesquisa. Foi elaborado um survey composto por 29 perguntas fechadas utilizando uma escala Likert, e uma aberta. As questões foram agrupadas em três grandes conjuntos que visaram captar a) o grau de conhecimento dos preceitos e práticas de OAdetidos por pesquisadores; b) suas opiniões em relação ao OA; e c) suas práticas e hábitos atuais em relação à publicação e uso de trabalhos científicos. A amostragem foi não-probabilística, usando para fundamentá-la a base de dados de acesso público, a GeoCapes, que mostra que há 52.547,00 doutores permanentes distribuídos nas universidades brasileiras. O tamanho da amostra para com 95% de confiança de erro de estimativa de +/11% é de 2300 doutores, aproximadamente. Depois, foi calculado o tamanho da amostra para cada UF, e o convite para acessar e responder o survey online (usando o software em código aberto, Limesurvey [http://www.limesurvey.org/]) foi enviado no e-mail do pesquisador. Para que fossem os mais atualizados e confiáveis, os e-mails de contato dos pesquisadores foram colhidos de artigos publicados em 2013 em revistas científicas no SciELO e na Web of Science (WoS). A pesquisa está em andamento, e até hoje, o retorno de surveys completados na íntegra foi baixo: 298 dos 2.304,00 enviados (12,9%).

As respostas ao enunciado que apresenta à definição mais hardcore de OA, a de que refere-se à da pessoa acessar, reproduzir, disseminar, distribuir, produzir cópias, imprimir o artigo/arquivo, contando que isto não envolva qualquer tipo de uso comercial dele, e contando que o autor do conteúdo seja devidamente

revelam que quase 84% dos respondentes concordam de alguma forma ou outra.

Resultados preliminares:: O breakdown dos respondentes por área é apresentado no gráfico abaixo, embora nesta fase preliminar, o campo disciplinar do respondente ainda não foi utilizado como variável de análise:

Em relação à obrigatoriedade de disponibilizar seus artigos e manuscritos em OA (mandatos), seja em nível do governo, agência de fomento ou IES, 54% dos respondentes concordam com a possibilidade das suas instituições ou das agências de fomento à pesquisa obrigarem os pesquisadores a disponibilizar os resultados de pesquisa em OA, pois 57% discordaram de algum modo com o enunciado afirmando que tais mandatos estão errados, como demonstra o gráfico abaixo:

Em relação aos seus hábitos de uso da informação, quase 70% dos respondentes sinalizaram o uso (ler e citar) frequente de artigos do seu campo científico encontrados em canais de OA, p.ex. acessíveis em revistas científicas OA e repositórios digitais na Internet. Porém, 58% costumam referenciar nos seus próprios artigos a versão de um artigo citado publicada numa revista de assinatura, mesmo tendo primeiramente o encontrado livremente acessível na internet, p.ex via Google Acadêmico ou num repositório/arquivo digital de Acesso Aberto.

13,1%

9,1%

13,4%

23,5%

10,4%

14,4%

12,8%

2,3%

1,0%

0,0% 5,0% 10,0% 15,0% 20,0% 25,0%

Ciências Humanas

Ciências sociais aplicadas

Ciências exatas e da terra

Ciências da saúde

Engenharias

Ciências biológicas

Ciências agrárias

Outros

Linguística, letras e artes

Area (%)

63,8%21,8% 2,0%

8,4% 4,0%

Grau de concordância com a definição (BOAI) de acesso aberto (%)

Concordo totalmente Concordo parcialmente Não discordo nem concordoDiscordo parcialmente Discordo totalmente

16,4% 17,4% 10,4% 20,5% 35,2%

É errado as agências de fomento à pesquisa e/ou o governo e/ou as IES e os institutos de

pesquisa obrigarem aos pesquisadores-autores a disponibilizar seus artigos e produção científica

em Acesso Aberto

Concordo totalmente Concordo parcialmente Não discordo nem concordo

Discordo parcialmente Discordo totalmente

54,7% 33,9% 3,4%

5,4% 2,7%

Acesso aberto aumentará o impacto das publicações científicas

Concordo totalmente Concordo parcialmenteNão discordo nem concordo Discordo parcialmente

1,3% 8,7%

20,1% 40,3% 29,5%

Frequência de uso de artigos encontrados em canais de OA

Nunca Raramente Às vezes Frequentemente Sempre

12,8%

54,0%

11,4%

16,4%

21,8%

15,8%

26,8%

7,4%

27,2%

6,4%

Postprint

Preprint

Frequência de auto-arquivamento em repositórios do preprint vs. postprint

Nunca Raramente Às vezes Frequentemente Sempre

A maioria dos respondentes concordou com o enunciado que o público em geral tem o direito de ter acesso aos artigos resultantes da pesquisa científica financiada dos cofres públicos, como demonstra o gráfico abaixo.

0,7% 2,7% 1,3%

20,5%

74,8%

O público tem o direito de acessar a pesquisa científica

Discordototalmente

Discordoparcialmente

Não discordo nemconcordo

Concordoparcialmente

Concordototalmente