TEORIA_AVALIATIVIDADE

101
UFMG-FALE-PosLin-ESTRA TEORIA DA AVALIATIVIDADE Prof. Dr. Pedro Henrique Lima Prof. Dr. Pedro Henrique Lima Praxedes Filho Praxedes Filho Universidade Estadual do Ceará-UECE Universidade Estadual do Ceará-UECE Centro de Humanidades-CH Centro de Humanidades-CH Curso de Letras Curso de Letras Programa de Pós-Graduação em Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada-PosLA Linguística Aplicada-PosLA [email protected]

description

Avaliatividade

Transcript of TEORIA_AVALIATIVIDADE

UFMG-FALE-PosLin-ESTRA

TEORIA DA AVALIATIVIDADE

Prof. Dr. Pedro Henrique Lima Praxedes FilhoProf. Dr. Pedro Henrique Lima Praxedes FilhoUniversidade Estadual do Ceará-UECEUniversidade Estadual do Ceará-UECE

Centro de Humanidades-CHCentro de Humanidades-CHCurso de LetrasCurso de Letras

Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada-Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada-PosLA PosLA

[email protected]

ENQUADRAMENTO EPISTEMOLÓGICO

•A Teoria da Avaliatividade foi concebida a partir da Linguística Sistêmico-Funcional (LSF).

•A linguagem verbal é vista como um fenômeno social, o que equivale a dizer que uma língua deve ser estudada com base nas situações reais de uso por seus falantes. Em outras palavras, a LSF está preocupada em investigar o que e como as pessoas fazem ao usar a língua.•Uma língua é constituída de redes de sistemas contextuais, semânticos, lexicogramaticais e fonológicos-grafológicos cuja função é permitir que seus falantes construam e negociem significados por meio de um processo de escolhas.

Ideacionais: habilitam-nos a utilizarmos a língua para representar nossas experiências cotidianas (quem faz o que com quem sob quais circunstâncias – i.e. onde, quando, como, por que) e combinarmos experiências.Interpessoais: habilitam-nos a estabelecermos nossas relações interpessoais – i.e., como utilizamos a língua para interagir com outras pessoas (negociação) e construir nossas identidades (posicionamento/avaliação), criando, assim, laços de envolvimento interpessoal. Textuais: habilitam-nos a estruturarmos nossas interações linguísticas em textos coesos e coerentes.

DEFINIÇÃO GERAL O sistema de Avaliatividade, que inclui e expande o sistema de modalidade, situa-se na área dos significados interpessoais que têm a ver com a construção das identidades dos enunciadores e a projeção das identidades dos enunciatários via posicionamentos/avaliações e é constituído de três subsistemas: •O subsistema de Atitude se refere a recursos utilizados para tratar de sentimentos: expressando afetividade (sentimentos de emoção), julgando o caráter e comportamento das pessoas (sentimentos éticos) e avaliando o valor de objetos, coisas e fenômenos em geral (sentimentos estéticos).•O subsistema de Gradação oferece recursos que permitem aumentar ou diminuir o grau de intensidade de nossas avaliações.•O subsistema de Engajamento oferece recursos para introduzir ou rejeitar a opinião de outras pessoas em nossos discursos.

O SISTEMA DE AVALIATIVIDADE (resumido)

AVALIATIVIDADE

Atitude

Engajamento

Gradação

Afeto

Julgamento

Apreciação

Tipos de realização lexicogramatical: explícita/inscrita x implícita/evocada

• Explícita: A forma de realização mais comum das avaliações ocorre por meio de itens lexicais que são claramente avaliativos, principalmente os adjetivos. Porém, há realizações gramaticais também:

Adjetivos/Epítetos: Ele é um menino corajoso.Advérbios: Ele falou corajosamente.Participantes/Atributos: Ele é corajoso.Outros Participantes-nominalizações verbais e adjetivais: Sua coragem

salvou a todos. Processos : O menino adorou o presente.Adjuntos modais: Infelizmente, ele teve que sair.

• Implícita: Ocorre por meio de orações que são capazes de provocar uma reação avaliativa nos ouvintes/leitores mesmo não havendo itens lexicais que sejam claramente avaliativos (i.e., através da conjunção de significados ideacionais-experienciais).

Menino de cinco anos retira irmã de casa em chamas.

O SUBSISTEMA DE JULGAMENTO

JULGAMENTO

normalidade

veracidade

propriedade

tenacidade

Estima social capacidade

Sanção social

O subsistema de Julgamento refere-se às avaliações que fazemos a respeito do comportamento e caráter das pessoas:

•Os julgamentos de sanção social têm a ver com valores que comprometem o indivíduo perante a lei e/ou as religiões (honesto – corrupto - pecador - herege).

•Os julgamentos de estima social envolvem valores que comprometem o indivíduo perante o círculo de pessoas de seu convívio (trabalhador - preguiçoso).

EXEMPLOS DE JULGAMENTOS

Estima Social Julgamento Positivo Julgamento Negativo

Normalidade (o quão [in]comum

alguém é) Capacidade (o

quão capaz alguém é)

Tenacidade (o quão determinado

alguém é)

sortudo, familiar, estável

vigoroso, saudável, maduro

corajoso, paciente, flexível

azarado, excêntrico, errático

fraco, doente, imaturo

covarde, impaciente, cabeça dura

Sanção social Julgamento Positivo Julgamento Negativo

Veracidade (o quão verdadeiro

alguém é)Propriedade (o

quão ético alguém é)

verdadeiro, honesto, franco

bom, moral, ético, justo

mentiroso, desonesto, dissimulado

mau, imoral, corrupto, injusto

EXEMPLOS DE JULGAMENTOS Fonte: Código de ética profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal:

Deveres fundamentais: exercer suas atribuições com com rapidez, perfeição e rendimentorapidez, perfeição e rendimento; ser proboprobo, , retoreto, , lealleal, , justojusto, demonstrando toda integridadeintegridade do seu caráter; ser cortêscortês, ter urbanidadeurbanidade, , disponibilidadedisponibilidade e e atençãoatenção; ser assíduoassíduo e frequente ao serviço. A dignidadedignidade, o decorodecoro, o zelozelo, a eficáciaeficácia e a consciência dos consciência dos princípios moraisprincípios morais são primados maiores que devem nortear o servidor público (...) O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legallegal e o ilegalilegal (-), o justo e o injustonjusto (-), (...), mas principalmente entre o honestohonesto e o desonestodesonesto (-).

O SUBSISTEMA DE AFETO

O subsistema de Afeto refere-se às avaliações que fazemos a respeito do estado emocional das pessoas.

AFETO

In/Felicidade

In/Satisfação

In/Segurança

EXEMPLOS DE AFETO Afeto Positivo Afeto Negativo

In/Felicidade (emoções

relativas aos assuntos do

coração)

feliz, alegre, contente, gostar, amar, adorar, rir, abraçar

triste, entediado, prá baixo, deprimido, detestar, odiar, magoado

In/Segurança (emoções

relativas ao bem estar ecossocial)

confiante, seguro, certo, convencido, convicto

ansioso, nervoso, inseguro, hesitante, receoso

In/Satisfação (emoções relativas ao

telos ou busca de objetivos)

satisfeito, impressionado, deleitar-se, comprazer-se

irritado, descontente, furioso, insatisfeito

O SUBSISTEMA DE APRECIAÇÃO Oferece recursos interpessoais utilizados, principalmente, para expressar avaliações positivas ou negativas referentes a aspectos estéticos de objetos, coisas e fenômenos em geral, tais como: “programas de televisão, filmes, livros, CDs, pinturas, esculturas, casas, prédios públicos, parques, (...), pores-do-sol, constelações, estrelas cadentes etc,” (MARTIN; ROSE, 2003, p. 33).

APRECIAÇÃO

impacto

proporção

complexidade

qualidadeReação

valor social

composição

EXEMPLOS DE APRECIAÇÃO

Apreciação Positiva Apreciação Negativa

Reação (nossas reações às coisas: elas

prendem a nossa atenção?; elas nos

agradam?)

fascinante, envolvente, intenso, sensacional, encantador

feio, chato, sem graça, monótono, previsível, seco

Composição (a composição das

coisas: equilíbrio, complexidade)

harmonioso, equilibrado, claro, preciso, rico em detalhes, elegante, complexo

irregular, com falhas, desorganizado, simples, destorcido

Valor Social (o valor das coisas: o quão inovadoras,

autênticas, oportunas elas são)

importante, inovador, criativo, excepcional, autêntico, real, valioso

superficial, insignificante, ultrapassado, convencional, fajuto, inútil

EXEMPLOS DE APRECIAÇÃO: EXEMPLOS DE APRECIAÇÃO: GÊNERO RESENHA CRÍTICA DE CINEMA GÊNERO RESENHA CRÍTICA DE CINEMA

(CARVALHO, 2010, p. 117)(CARVALHO, 2010, p. 117)

ApreciaçãoApreciação(O que você (O que você acha de X?)acha de X?)

ReaçãoReaçãoImpactoImpacto

O filme prendeu minha atenção? O filme prendeu minha atenção? O filme correspondeu às minhas expectativas?O filme correspondeu às minhas expectativas?

QualidadeQualidade O filme me agradou?O filme me agradou?

ComposiçãoComposiçãoProporçãoProporção

O enredo/roteiro é bem costurado? As partes O enredo/roteiro é bem costurado? As partes fazem sentido? A perspectiva é adequada? O fazem sentido? A perspectiva é adequada? O ritmo é bom? Os personagens são bem ritmo é bom? Os personagens são bem construídos ? construídos ?

ComplexidadeComplexidade O enredo é complicado, difícil de acompanhar? O enredo é complicado, difícil de acompanhar?

ValorValor

RelevânciaRelevânciaO filme levanta questões sociais, filosóficas etc. O filme levanta questões sociais, filosóficas etc. importantes?importantes?

OriginalidadeOriginalidade O filme é original?O filme é original?

O SUBSISTEMA DE GRADAÇÃO

Oferece recursos lexicogramaticais para expressar e ajustar o grau ou ‘volume’ da intensidade das avaliações de julgamento, afeto e apreciação, disponíveis no subsistema de Atitude, e o ‘volume’ da intensidade dos recursos de posicionamento intersubjetivo disponíveis no subsistema de Engajamento (Martin; White, 2005).

O SUBSISTEMA DE GRADAÇÃO

FORÇA

GRADAÇÃO

FOCO

INTENSIFICAÇÃO

QUANTIFICAÇÃO

quantidade

volume

EXTENSÃO

distribuição

proximidade

tempo

espaço

aumento

diminuição

processo

qualidade

isolada

fusionada

ESCALA DE INTENSIDADE LEXICAL

Intens. Qualidades

Alta arrasado acabado brilhante excelente

Média triste exausto inteligente ótimo

Baixa chateado cansado esperto bom

Intens. Processos

Alta adorar berrar implorar correr

Média amar falar suplicar andar

Baixa gostar sussurrar pedir arrastar (se)

ESCALA DE INTENSIDADE GRAMATICAL

um pouquinho

um pouco

relativamente

bastante

muito

extremamente

completamente

cansado

(–)

(+)

ele está

só um pouquinho

O SUBSISTEMA DE ENGAJAMENTO Oferece recursos para que os falantes se posicionem em relação a seus interlocutores e em relação às avaliações que produzem. O engajamento parte da premissa básica de Bakhtin (1981, p. 72) de que o diálogo “é a forma clássica da comunicação verbal” e, por isso, toda interação prevê um posicionamento. O subsistema de Engajamento “fornece um modo sistemático para que possamos observar como esses posicionamentos realizam-se linguisticamente, de forma a caracterizar o estilo interpessoal adotado pelo produtor textual” (VIAN, JR., 2010) .

O SUBSISTEMA DE ENGAJAMENTO

Monoglossia

Heteroglossia

Contração

DiscordânciaNegação

Contraexpectativa

Proclamação

Concordância

Pronunciamento

Endosso

Expansão

Entretenimento

Atribuição

Reconhecimento

Distanciamento

Afirmar

Conceder

ENGAJAMENTO: MONOGLOSSIA X HETEROGLOSSIA

•De modo bastante amplo, o conceito de monoglossia refere-se a “asserções categóricas que não permitem o questionamento ou que não dão margem à dialogia” (VIAN, JR., 2010, p. 35).

A ação afirmativa é um instrumento legítimo do Estado democrático (BALOCCO, 2010).

“We also demonstrate the ways in which categorical or bare assertions (eg the banks are being greedy) are just as intersubjectively loaded and hence ‘stanced’ as utterances including more overt markers of point of view or attitude. Our account, then, of these various sets of locutions amounts to a reanalysis, from this Bakhtinian, dialogistic perspective, of meanings and structures which have largely only been considered from the perspective of theories of language which view the individual, psychological, and selfexpressive function of language as primary and as fundamental, and which, in many cases, see meaning as ultimately a matter of ‘truth conditions’ and not of social relationships” (MARTIN; WHITE, 2005, p. 94).

EXEMPLO DE ASSERÇÃO CATEGÓRICA

COM VIÉS INTERSUBJETIVO

(MARTIN; WHITE, 2005, p. 154-157)

I KNOW Inspector Morse was supposed to be the pinnacle of the late John Thaw’s career, but to my mind he never did

anything better than Detective Inspector Jack Regan in The Sweeney. I still occasionally watch reruns on satellite TV.

Even now, 25 years on, they remain wonderful – not least in their depiction of a proper police force in the days before the

twin blights of the Police and Criminal Evidence Act and political correctness. [From a weekly column by Simon

Heffer, Daily Mail – 23/02/02]

not least in their depiction of a proper [graduation/focus: (sharpen),token of attitude: ve normality] police force in the days before the

twin blights [attitude ve appreciation (valuation unhealthy)] of thePolice and Criminal Evidence Act and political correctness. [for this

writer, attitude: ve propriety]

The crucial propositions here are that previously the UK had a ‘proper’ police force, but this is no longer the case, and that this is because the Police and Criminal Evidence Act and political correctness have ‘blighted’ law enforcement in the UK. The proposition that policing has been ruined in this way is monoglossedmonoglossed and, by means of the nominalisation the twin blights of, formulated as ‘taken-for-granted’. This takenfor-grantedness acts to present this highly negative view of policing policy as unproblematic and self-evident for the reader for whom the text is intended, thus construing both writer and the intended reader as having categorical membership in this particular attitudinal community. Via the monoglossia, the writer construes the value positions of Via the monoglossia, the writer construes the value positions of those who have a different view of these changes to policing practices those who have a different view of these changes to policing practices (presumably those who implemented them and keep them in place) as not (presumably those who implemented them and keep them in place) as not needing to be recognised or engaged with in any way. needing to be recognised or engaged with in any way. As a consequence, those who might hold to such a dissenting view are excluded from any possible solidarity with the writer since, not only are they very obviously at odds with the writer, but theirs is a viewpoint which places them outside the discursive community which the text constructs for itself.

•A utilização dos recursos heteroglóssicos, ao contrário, implica o reconhecimento, por parte do falante, de que existem outras vozes ou pontos de vista acerca do assunto sobre o qual está tratando.

Eu/fulano acho/sugiro que; obviamente; não tem como negar que; talvez / possivelmente; acredita-se que; embora; etc.

ENGAJAMENTO: MONOGLOSSIA X HETEROGLOSSIA - EXEMPLO

COLUNA Arthur Dapieve, Jornal O Globo, Segundo Caderno, 20/10/2006

Mérito e cotas são incompatíveis? Duas semanas atrás critiquei o que vi como ato falho numa declaração de Lula contra os que pretendem mudar o povo. Pensava eu que o objetivo mais nobre da política era mudar o povo... Algumas das mensagens suscitadas, conquanto concordassem com o teor geral da coluna, gentilmente apontavam o que lhes soou como uma contradição: defendi o mérito, mas elogiei a discussão sobre a adoção de cotas raciais no Ensino Superior, iniciativa do atual governo. (BALOCCO, 2010, p. 46).

ENGAJAMENTO: MONOGLOSSIA X HETEROGLOSSIA - EXEMPLO

Queria comentar a opinião da leitora Ana Carolina S. B. da Silva; (ed. de 3.3) e aproveitar para esclarecer essa questão da cota para negros nas universidades. Com certeza, existe muita gente que tem forte preconceito contra negros e tem opiniões ridículas por causa disso. Mas um grande erro da leitora Ana Carolina foi o de cometer a mesma falta, fazendo um comentário pejorativo e preconceituoso contra os brancos em geral. E, para encerrar o assunto, essa cota para negros é simplesmente uma forma fácil de acalmar a população burra, que pensa que “agora, sim, estamos a caminho da igualdade”, quando isso é apenas um “tapa-buraco”, que não adiantará nada, pois o problema real está na educação de base. Daniel Marques Granato, 21 – Jornal A Folha de São Paulo / Data: 10/03/2003 – Carta do Leitor. (BALOCCO, 2010, p. 49-50).

INDIVIDUAÇÃO e AFILIAÇÃO

CHAVE AVALIATIVA (KEY/REGIME)

POSIÇÃO / POSICIONAMENTO / PONTO DE VISTA AVALIATIVA(O)

(STANCE)

ASSINATURA AVALIATIVA (SIGNATURE)

Antes de tratarmos do

CONTÍNUO INDIVIDUAÇÃO/AFILIAÇÃO,

retomemos

o CONTÍNUO REALIZAÇÃO

e o CONTÍNUO INSTANCIAÇÃO

29

discoursesemanti cs

lex icogrammar

phonology

REALIZAÇÃO – somente a língua (MARTIN,

2009)

30

textual

interpersonal

ideational

fi eld

tenor

mode

genre

REALIZAÇÃO – LÍNGUA E CONTEXTO: um contínuo de abstração (MARTIN, 2009)

INSTANCIAÇÃO:

um contínuo de generalização

(MARTIN; WHITE, 2OO5)

•As relações sistema e uso na LSF: sistema (potencial linguístico) / registro (subpotencial linguístico característico de determinado domínio institucional) / tipo de texto (repertório de usos) / texto (instância de uso / produção) / leitura (instância de uso / recepção).

Adaptado de Balocco (2008)

(MARTIN, 2010)

(MARTIN, 2009)

(MARTIN, 2010)

INDIVIDUAÇÃO E AFILIAÇÃO

ADAPTADO DE MARTIN (2010, p. 24)

ENTENDENDO O CONTÍNUO INDIVIDUAÇÃO/AFILIAÇÃO (MARTIN, 2010)

•“Enquanto a instanciação tem a ver com o nível de especificidade do potencial de significados de uma cultura em cada texto, a individuação refere-se ao nível de especificidade desse potencial de significados para cada pessoa (de acordo com os usuários ao invés de com os usos da língua)” (p. 22).

•“[R]econhecemos não apenas os estilos semânticos associados a identidades-‘mestre’ como as de gênero, geração [classe social] … mas também os estilos de grupos sociais menores, incluindo nações …, ‘tribos’ de vários tipos (emos, góticos, motoqueiros/bikies, surfistas/surfies etc.), círculos de amigos …, casais e indivíduos propriamente ditos” (p. 23).

ENTENDENDO O CONTÍNUO INDIVIDUAÇÃO/AFILIAÇÃO (MARTIN, 2010)

•“Quanto às extremidades do contínuo, a individuação tem a ver, em termos bernsteinianos, com a relação entre o reservatório de significados de uma cultura e o repertório que um dado indivíduo cosegue mobilizar” (p. 23).

ENTENDENDO O CONTÍNUO INDIVIDUAÇÃO/AFILIAÇÃO (MARTIN, 2010)

•Nas próprias palavras de Berstein:

•“Usarei o termo repertório para referir-me ao conjunto de estratégias, juntamente com seu potencial respectivo, pertencente a qualquer indivíduo; usarei o termo reservatório para referir-me ao total de conjuntos, juntamente com seus potenciais respectivos, pertencente à comunidade como um todo. O repertório de cada membro da comunidade terá um núcleo comum, mas haverá diferenças entre os repertórios. Essas diferenças existirão em função das diferenças entre os membros que resultam, por sua vez, de diferenças quanto aos contextos onde circulam, às atividades que realizam e a questões relacionadas. (Bernstein 1996/2000: 158)” (p. 23).

ENTENDENDO O CONTÍNUO INDIVIDUAÇÃO/AFILIAÇÃO (MARTIN, 2010)

•As estratégias e seus respectivos potenciais têm a ver com regras de reconhecimento e regras de realização:

•“As regras de reconhecimento permitem que os falantes identifiquem as diferenças e as semelhanças entre os contextos, orientando-os quanto ao que é esperado e legítimo naquele contexto; as regras de realização capacitam os falantes para desenvolverem os textos e as práticas culturalmente específicos. Como comentado por Bernstein ‘ … alguém pode conseguir reconhecer que está numa aula de sociologia, mas não ser capaz de desenvolver os textos e as práticas específicos desse contexto. Para produzir o texto apropriado, é necessário as regras de realização’ (Bernstein 1996/2000: 105)” (p. 24).

ENTENDENDO O CONTÍNUO INDIVIDUAÇÃO/AFILIAÇÃO (MARTIN, 2010)

•“[P]odemos pensar na individuação ao longo de duas trajetórias caso nos perguntemos se estamos classificando identidades ou as negociando. Ao longo da trajetória resevatório-repertório, podemos conceber a cultura dividindo-se em comunidades cada vez menores na medida em que nos movemos da comunidade como um todo, passando pelas identidades-mestre (geração, gênero, classe, etinia, (não)deficiência) e subculturas, até as personas que compõem cada membro da comunidade. Nesse caso, focamos: no poder, na classificação e nas regras de reconhecimento – as fronteiras entre as identidades. Na trajetória contrária, podemos conceber as personas agrupando-se em subculturas, configurando identidades-mestre e constituindo a cultura. Ao longo dessa trajetória, focamos: nas regras de realização, no enquadramento e no controle – a negociação entre as identidades” (p. 24).

ADAPTADO DE MARTIN (2010, p. 24)

(MARTIN, 2010)

ADAPTANDO O CONTÍNUO DE INSTANCIAÇÃO SOMENTE PARA OS SIGNIFICADOS AVALIATIVOS

(MARTIN; WHITE, 2OO5)

•As relações sistema e uso na Teoria da Avaliatividade: avaliatividade (potencial linguístico avaliativo) / key (regimes avaliativos característicos de determinado domínio institucional ou ordem do discurso) / stance (a concretização de posições discursivas num determinado texto, no interior de determinado regime avaliativo) / signature (padrões individuais de realização de sistemas avaliativos).

Adaptado de Balocco (2008)

•Como diz Balocco (2008), quanto à instanciação, a ‘assinatura avaliativa’ equivale à avaliação (instância).

•Quanto à individuação, a ‘assinatura avaliativa’ encontra-se na persona (repertório).

(MARTIN, 2009)

25

system instance

persona

instantiation

individuation

persona as repertoire based on pattern of instantiations

“Martin e White (2005) usam [a] hierarquia de instanciação para discutir como os sistemas de avaliatividade são, na realidade, empregados na mídia e no discurso da história. Eles usam o termo key para se referirem a registros avaliativos como a voz do comentarista, do correspondente e do repórter usada em textos da mídia; as keys são refinadas na forma de stance, o que é ilustrado em relação a estilos diferentes da voz do comentarista; isso nos leva à avaliação codificada em textos particulares, à qual se pode reagir através de uma leitura resistente, condescendente ou tática” (MARTIN, 2008, p. 33).

Pesquisa de Martin e White (2005)

sobre

‘chave (padrão?) avaliativa’,

‘posição (posicionamento / ponto de vista?) avaliativa’ e

‘assinatura avaliativa’

“Nosso propósito nos capítulos anteriores foi prover uma descrição geral dos recursos de avaliatividade e posicionamento intersubjetivo da língua inglesa. Neste capítulo, mudamos dessa perspectiva geral para uma mais local. Agora, vamos tratar de padrões relativos ao uso de recursos avaliativos em textos, através dos quais certos tipos de avaliação e posicionamento/stance são favorecidos ou destacados enquanto outros ocorrem raramente, somente em contextos restritos, ou não ocorrem de forma alguma. Relatamos os resultados preliminares que sugerem que tais padrões de uso reaparecem em grupos de textos relacionados e defendemos a existência de certos ‘estilos’ ou ‘regimes’ convencionalizados de posicionamento avaliativo. Concluímos que esses estilos ou regimes podem estar relacionados a efeitos retóricos específicos e construir identidades autorais ou personas específicas. Demonstramos que – em alguns domínios discursivos como, por examplo, o do jornalismo broadsheet convencional –, convenções específicas de produção textual operam no sentido de condicionar fortemente os estilos avaliativos adotados pelos escritores” (MARTIN; WHITE, 2005, p. 161).

“[I]dentificamos duas maneiras de examinar o efeito comunicativo/retórico que temos chamado … de estilo avaliativo. A noção de ‘estilo’ sempre envolve graus de generalização. Em alguns casos, a generalização pode estar nos enunciados que constituem um número relativamente grande de textos, cuja voz ocorre periodicamente de modo muito geral em ambientes institucionais. Referimo-nos a esse tipo de generalização das opções avaliativas como ‘key’. Dentro de uma key, estamos interessados também em distinções mais delicadas entre vozes, com base em generalizações sobre números relativamente menores de textos. Referimo-nos a essas subkeys como ‘stance’” (MARTIN; WHITE, 2005, p. 163-164).

“Propomos a existência de três keys avaliativas que operam no jornalismo de notícias e atualidades em língua inglesa …. Nomeamos essas keys de ‘voz do repórter’, ‘voz do correspondente’ e ‘voz do comentarista’” (MARTIN; WHITE, 2005, p. 163-164).

•CORPUS:“In outlining this taxonomy of journalistic evaluative styles we rely on the previous work of Iedema et al. 1994, and White 1998 …, but also on our own close textual analysis of a small-scale corpus of journalistic texts. The corpus is made up of the following items:1. Police rounds reporting (accident and misadventure)● 10 news-page items (wire service, BBC online and broadsheets)2. Crime and Court reporting● 10 news-page items (wire service, BBC online and broadsheets)3. War reporting● 10 news-page items (wire service, BBC online and broadsheets)4. Political Coverage● 30 news-page items; 10 items from ‘analysis’ sections or with‘political editor’, ‘correspondent’ or similar by-lines (wire service,BBC online, and broadsheets)● 15 comment/opinion/editorial page items (broadsheets)” (MARTIN; WHITE, 2005, p. 165).

•PROCEDIMENTOS DE ANÁLISE DOS DADOS:

“Na análise, todas as ocorrências de valores de atitude, engajamento e gradação foram registradas e cada valor identificado foi etiquetado quanto ao seu subtipo e à sua fonte (se o autor ou alguma fonte externa ou citada)” (MARTIN; WHITE, 2005, p. 165).

•RESULTADOS DA ANÁLISE:

“A análise revelou dois tipos de padrão” (MARTIN; WHITE, 2005, p. 166).

•PRIMEIRO PADRÃO:“[P]adrão altamente regular envolvendo a presença/ausência de um subconjunto de significados avaliativos através dos quais os textos do corpus puderam ser divididos em grupos claramente distintos: as ‘keys’ já referidas [vozes de repórter, correspondente e comentarista] … os textos … se dividiram nos seguintes grupos: (1) aqueles nos quais não há nenhum julgamento inscrito não mediado [fonte=autor]; (2) aqueles nos quais há estima social inscrita não mediada (normalidade, capacidade, tenacidade), mas nenhuma sanção social (veracidade, propriedade); e (3) aqueles nos quais há tanto estima social como sanção social não mediada. Para os dados do nosso corpus, as probabilidades associadas a esses padrões foram próximas de 1 ou 0 de acordo com o tipo de key” (MARTIN; WHITE, 2005, p. 166).

•PRIMEIRO PADRÃO:“[A]pareceram duas contingências associadas a esses padrões. Avaliações não mediadas (fonte=autor) de obrigação (eg they should/must; it’s necessary that) e o relato das respostas afetivas do próprio autor somente apareceram nos textos que continham também ocorrências de sanção social inscrita não mediada. Portanto, no nosso corpus, a ausência de sanção social inscrita não mediada indica, de modo definitivo, que não haverá nenhuma ocorrência de avaliação não mediada de obrigação ou de relato das respostas afetivas do próprio autor” (MARTIN; WHITE, 2005, p. 166).

•SEGUNDO PADRÃO:“O segundo tipo de padrão tem a ver, não com diferenças categóricas entre as keys, mas com uma escala de probabilidades indicativa de que um dado significado avaliativo ocorre menos frequentemente ou mais frequentmente de acordo com o tipo de key. Aqui, frequência refere-se tanto a se há, ou não, quaisquer ocorrências do significado num texto pertencente a uma dada key, como ao número de ocorrências do significado num dado texto. Este segundo tipo de padrão mobilizou valores de apreciação (subtipo de atitude), gradação e engajamento” (MARTIN; WHITE, 2005, p. 166).

•KEYS JORNALÍSTICAS: ATITUDE“Uma análise da ocorrência de julgamento inscrito (explícito) no nosso corpus indica a seguinte distinção geral:1. (grupo 1) textos nos quais não há nenhuma ocorrência de julgamento inscrito não mediado (fonte=autor) – todas as ocorrências de julgamento são atribuídas a alguma fonte externa ou citada (36 textos no corpus, sendo todos ‘páginas de notícias’);2. (grupo 2) textos nos quais julgamento inscrito não mediado (fonte=autor) ocorre com alguma regularidade (33 textos)” (MARTIN; WHITE, 2005, p. 167).

“Nosso estudo preliminar indica que a proibição absoluta relativa à ocorrência de julgamento explícito não mediado (grupo 1) opera mais frequentemente em certos domínios jornalísticos do que em outros: por exemplo, ocorre comumente em relatos de rondas policiais e de tribunais, mas muito menos frequentemente no contexto de cobertura política… Usamos o termo ‘voz do repórter’ … para essa key avaliativa. A escolha do termo foi motivada pela forte associação entre essa voz e o papel jornalístico de ‘repórter geral’ – a função jornalística mais tipicamente associada com cobertura de ‘hard news’” (MARTIN; WHITE, 2005, p. 168-169).

“A segunda categoria [grupo 2], na qual há uma ocorrência regular de julgamento não mediado, foi denominada de ‘voz do escritor’, termo motivado pela distinção baseada no senso comum entre a cobertura mais previamente padronizada de ‘realatos’ de ‘hard news’ e a ‘escritura’ relativamente menos previamente padronizada e mais individualizada associada com a ‘análise’, o ‘comentário’ e o ‘interesse humano’ da mídia” (MARTIN; WHITE, 2005, p. 169).

Martin e White (2005, p. 169)

“Uma subdivisão dos textos relacionados à ‘voz do escritor’ pode ser identificada quando atentamos mais refinadamente nos tipos de valores de julgamento que ocorrem: …1. textos nos quais não há nenhuma restrição relativamente a quaisquer valores de julgamento – quaisquer que sejam os valores (estima social ou sanção social); eles podem ocorrer em contextos não mediados (os autores são livres para avaliar usando a gama completa de escolhas de julgamento); e2. textos nos quais os valores de julgamento de estima social ocorrem em contextos não mediados, mas nos quais quaisquer valores de julgamento de sanção social ocorrem somente em contextos mediados (os autores fazem julgamentos de normalidade, capacidade e/ou tenacidade, mas não de veracidade ou propriedade)” (MARTIN; WHITE, 2005, p. 169).

“Na primeira categoria, então, o repertório completo de valores atitudinais é empregado sem quaisquer requisitos cotextuais aparentes. É somente neste caso, na verdade, que encontramos textos jornalísticos nos quais o autor emprega, em seu próprio nome, o potencial atitudinal completo da língua. Atribuímos o rótulo ‘voz do comentarista’ a este grupo pela razão óbvia de que, na mídia broadsheet, este estilo avaliativo é tipicamente encontrado somente no contexto de comentários, opiniões e editoriais” (MARTIN; WHITE, 2005, p. 169-170).

“Textos que se enquadram na segunda categoria (estima social não mediada, mas nenhuma/mínima sanção social não mediada) ocorrem mais frequentemente no contexto de análise de página de notícia/news page analysis e coletivas de imprensa/backgrounders por escritores de rondas/rounds writers e correspondentes. Esta key avaliativa foi, portanto, nomeada de ‘voz do correspondente’. É também muito frequentemente a ‘voz’ de página de notícia de cobertura política. Esses textos, então, assemelham-se a textos com voz de comentarista quanto ao fato de que o autor jornalístico de fato faz julgamento, mas deles se diferenciam quanto ao fato de que o autor está limitado a um repertório menor de valores de julgamento. Por outro lado, eles são semelhantes a textos com voz de repórter quanto à sanção social inscrita no que toca o fato de que, quando tal avaliação de fato ocorre, ela ocorre somente em trechos atribuídos a fontes externas” (MARTIN; WHITE, 2005, p. 170).

“Esses padrões sugerem, então, que, no discurso jornalístico, há três configurações/reconfigurações distintas do potencial global da língua em relação à construção de significado avaliativo – três subpotenciais. A voz do comentarista opera sob um arranjo avaliativo no qual toda a gama dos valores de julgamento está à disposição do escritor. Tanto na voz do correspondente quanto na do repórter há uma reconfiguração pela qual menos escolhas estão acessíveis: na voz do correspondente, o autor jornalístico não tem nenhum acesso, ou somente de modo muito limitado, à sanção social explícita não mediada; na voz do repórter o accesso a julgamento explícito não mediado de todos os tipos é reduzido. Dessa perspectiva, a voz do repórter e a voz do correspondente se agrupam como instâncias de restrição atitudinal. Nosso estudo sugere que essas reconfigurações são altamente regulares no discurso jornalístico ‘broadsheet’” (MARTIN; WHITE, 2005, p. 173).

“Os padrões relativos aos outros subsistemas atitudinais (apreciação e afeto) apresentaram-se diferentes. A apreciação ou o afeto não mediado não é sujeito ao mesmo grau de restrição que aquele ao qual se submetem o julgamento inscrito na voz do repórter e o julgamento inscrito/sanção social na voz do correspondente. Ambos os subtipos ocorrem nas três keys… o afeto e a apreciação não mediados ocorrem com alguma regularidade em textos com a voz do repórter” (MARTIN; WHITE, 2005, p. 174).

“Nossos dados sugerem fortemente, contudo, que os valores de apreciação ocorrem mais frequentemente na voz do escritor do que na voz do repórter, o que indica … que as diferenças de padrão entre as keys se distribuem ao longo de um contínuo de ocorrência” (MARTIN; WHITE, 2005, p. 176).

“Nenhum padrão significativo de diferença entre as keys foi observado no uso de valores de afeto até atentarmos para se o autor estava descrevendo suas próprias reações emocionais ou estava pretendendo relatar as reações emocionais dos participantes do evento sendo descrito… As únicas ocorrências de escritores relatando suas próprias reações afetivas aconteceram nos textos com a voz do comentarista – isso é, em textos que também apresentaram sanção social explícita não mediada” (MARTIN; WHITE, 2005, p. 177).

“A ausência total de tais significados em todos os textos com voz de repórter e de correspondente sugere fortemente que há uma reconfiguração convencionalizada do potencial de significados pela qual esse tipo de afeto tem sua ocorrência restringida nessas duas vozes. A restrição de afeto autoral anda de braços dados com a restrição de julgamento não mediado. Contudo, também notamos que o afeto autoral desse tipo não é um traço particularmente regular do subgrupo ‘voz do comentarista’ no nosso corpus…” (MARTIN; WHITE, 2005, p. 177).

“Our analysis identified several other similarly clinal and probabilistic patternings involving sub-types of both graduation and engagement. For reasons of space we provide only a brief outline of these below” (MARTIN; WHITE, 2005, p. 181).

“● ‘grammatical’, ‘isolating’ intensification (eg somewhat, slightly, quite, rather, very, fairly, extremely and greatly) was less frequent in unattributed contexts in reporter voice texts than in correspondent voice and commentator voice texts.● ‘infused’ intensification of processes (eg the ski lift plunged, the Marine EA-6B Prowler swooped, prices sky-rocketed) was more frequent in reporter voice texts than in the writer voice texts.● Attribution (typically acknowledge, but also distance) occurs regularly across the three voices (in association with the journalistic function of mediating other voices and discourses) but at the highest frequency in reporter voice and at the lowest frequency in commentator voice.● Values of entertain (eg may, perhaps, it seems, arguably, evidently) occur with a significantly lower frequency in reporter voice than in writer voice (in unattributed contexts).● Denials (in unattributed contexts): less frequent in reporter voice (only 14 of the 42 reporter voice texts contained instances, with rates of from 0.6 to 1.2 instances per 500 words) than in writer voice (eg in commentator voice rates of from 4.5 to 9.8 instances per 500 words.)● No significant patterns were found with respect to values of counter when the meaning was realised as a logical connection between clauses (for example, by conjunctions such as however, although, yet, but, etc.). A significant pattern did emerge when we considered counter-expectational particles such as only, still, just, even. Instances were found in only three of the reporter voice texts, where they occurred at a low rate (no more than .9 per 500 words). In contrast, they occurred in almost half of our correspondent voice texts and all but two of our commentator voice texts. In the writer voice texts the rate per 500 words was significantly higher than for the reporter voice texts.● No instances of pronounce in unattributed contexts occurred in the reporter voice texts (eg the truth of the matter, I contend … etc.). Here there was a clear contrast with both the writer voices, although values of pronounce occurred significantly more frequently in commentator than in correspondent voice texts. We also found no instance of values of concur (of course, naturally, predictably) in the reporter-voice grouping, and once again there was a clear contrast with the writer voice texts where these values occur at roughly equal rates across the two voices.● Values of endorse (‘they demonstrated that …’ etc.) occur across the three voices” (MARTIN; WHITE, 2005, p. 182-183).

“Através desse tipo de análise … podemos descrever, com um certo grau de especificidade, as regularidades e tendências linguísticas que constituem os estilos ou as keys avaliativas do discurso jornalístico. Nossos achados indicam que as vozes caracterizam-se por reconfigurações particulares do potencial de criação de significados do sistema, com essas reconfigurações estabelecendo probabilidades claramente diferentes relativas à ocorrência dos diferentes tipos de atitude, gradação e engajamento. É possível relacionar essas diferentes configurações a diferentes presenças autorais e diferentes efeitos retóricos potenciais. A voz do repórter, por exemplo, pode ser vista como um regime de impessoalidade estratégica pela qual o papel subjetivo do autor fica em segundo plano. Assinalamos com interesse que, enquanto esse regime opera via uma quase total proibição quanto a julgamento e avaliações de obrigação autorais inscritas, favorece fortemente a intensificação por fusão e permite ocorrências de apreciação autoral inscrita, o relato das reações afetivas de terceiros, avaliações de contraexpectativa construídas via relação inter-cláusulas e o distanciamento e endosso dos pontos de vista de fontes externas. …

…Também, ela faz uso frequente de julgamento evocado. Opera, então, ideologicamente ao apresentar-se como ‘factual’ e ‘neutra’ através desse evitamento de significados de sanção e estima sociais, posicionando, simultaneamente, o leitor via seu uso seletivo de valores de engajamento, gradação, de outros tipos de atitude e julgamento evocado. A evidência da eficácia dessa ideologia encontra-se na persistência da opinião do senso comum de que jornalismo de ‘qualidade’ é ‘objetivo’ e avaliativamente imparcial. A distinção entre a voz do correspondente e a do comentarista age tendo em vista a naturalização de uma hierarquia de poder dentro das organizações da mídia convencional, pela qual faz-se uma distinção entre o papel discursivo em que o escritor é autorizado a usar toda a gama de significados avaliativos, incluindo aqueles que expressam julgamento moral, e o papel discursivo em que o escritor, mesmo ainda autorizado a ser explicitamente avaliativo, é significativamente mais restringido atitudinalmente” (MARTIN; WHITE, 2005, p. 183-184).

•STANCE:“[A] instanciação é um contínuo que faz a mediação entre o ‘clima’ semiótico geral de uma cultura e o ‘tempo’ textual…. [Agora], vamos nos mover para baixo no contínuo da key para o stance e examinar as diferentes posições avaliativas que podem ser assumidas quanto à voz do comentarista. A intenção não é ser exaustivo quanto às possibilidades relativas a essa key; nós, no momento, temos pouco conhecimento sobre qual seria a gama de stances associados a essa key. A única intenção aqui é ilustrar diferentes configurações de significado avaliativo, com cada uma lidando, de modo complementar, com a sanção social de comportamento” (MARTIN; WHITE, 2005, p. 186).

•CORPUS:

Textos jornalísticos com voz de comentarista:Dois textos da revista Granta: The magazine of new writing sobre a questão What we think of America: Episodes and opinions from twenty-four writers, tendo sido analisados somente os trechos dos textos dos escritores britânicos Harold Pinter e Doris Lessing que tratam da reação dos americanos ao 11/9.Um texto, sobre o mesmo assunto, de William Raspberry e publicado no Guardian Weekly.

“É realmente apenas em seu parágrafo final que Pinter expande seu discurso. Ele aprecia suas proclamações como ainda mais válidas do que antes, mas individualiza essa apreciação como sendo a sua opinião dentre outras (seems to me). E ele gradua a declaração de guerra da America contra o mundo como uma afirmação de que ela não é totalmente precisa/correta, mas uma descrição razoável do que está acontecendo (effectively)… Ele deixa de falar para uma audiência cativa … e passa a escrever para um grupo maior de leitores, que pode descartar suas opiniões por serem irracionalmente extremistas. No geral, contudo, podemos, talvez, nos referir ao stance aqui exemplificado como condenatório – um forte … ataque violento com recursos avaliativos. Quanto à solidariedade, esse tipo de stance parece destinado a reunir os convertidos, chamar a atenção para uma causa e desafiar um transgressor poderoso” (MARTIN; WHITE, 2005, p. 191).

“Embora tenha julgamento, o texto de Lessing destaca a crítica (estima social) em relação à condenação (sanção social). E quase toda a sanção que lá está envolve julgamentos feitos por Americanos, não sobre eles… No geral, talvez possamos nos referir a este stance como dar desculpa. Lessing oferece uma explicação para o comportamento americano àqueles que o consideram errado. Quanto à solidariedade, os leitores são posicionados no sentido de se afastarem um pouco das reações que o extremismo americano pode provocar e verem as coisas de um outro ângulo. Como esse stance alinha os leitores em comunidades de simpatia ou rejeição não é algo que ela tenta controlar” (MARTIN; WHITE, 2005, p. 192/195).

“Como o de Pinter e Lessing, o stance de Raspberry é de julgamento, mas mais relacionado à tenacidade e veracidade, juntamente com a propriedade… O traço mais marcante deste texto [de Raspberry] é, naturalmente, seu modo oracional: há mais de uma dúzia de orações interrogativas. É como se o medo de traição impedisse o modo declarativo em favor de um stance que seja explicitamente dialógico, aparentemente convidando uma gama de opiniões sobre as proposições de Raspberry… Talvez possamos nos referir a este stance repleto de receios como cético, contrastando-o, como é o caso, com o tom condenatório de Pinter e com o tom de dar desculpa de Lessing” (MARTIN; WHITE, 2005, p. 196-197/203).

“Há, é claro, muito mais a ser dito sobre estes três textos do que conseguimos fazê-lo aqui, tanto interpessoal como multifuncionalmente. Nosso objetivo foi simplesmente de percorrer o contínuo de instanciação de cima para baixo e ilustrar o conceito de subkeys dentro de uma key – a voz do comentarista –, em um nível de delicadeza ao qual podemos, utilmente, nos referir como stance. Não fazemos nenhuma ideia sobre se nossos conceitos de um stance ‘condenatório, ‘dar desculpa’ ou ‘cético’ vão sobreviver ao tempo. Depende, é claro, do quanto as configurações de recursos de avaliatividade que observamos vão reaparecer e de como elas se distinguem das ou se assemelham às configurações de julgamento a elas relacionadas que não exploramos. Devemos também enfatizar novamente, neste ponto, que a instanciação é um contínuo não discreto e, então, não há como fazer uma distinção categórica entre key e stance ao longo desse contínuo. Tendo dito isso, … continuaremos a percorrer o contínuo ainda mais para baixo e consideraremos síndromes de avaliatividade que identificamos relativamente a indivíduos específicos” (MARTIN; WHITE, 2005, p. 203).

•SIGNATURE (assinatura avaliativa):“Neste nível de delicadeza, ocupamo-nos das síndromes de avaliação que caracterizam um indivíduo – sua assinatura avaliativa” (MARTIN; WHITE, 2005. p. 203).CORPUS:Um texto do comentarista australiano, Mike Carleton, publicado na seção ‘News Review’ do jornal Sydney Morning Herald.Carleton é considerado um jornalista de centro esquerda, “é irreverentemente franco sobre uma série de questões e regularmente assume o stance condenatório que apresentamos com o texto do Pinter” (MARTIN; WHITE, 2005, p. 203).O texto é “um exemplo de seu tom de proclamar julgamento em volume elevado, no qual ele encarna na manipulação da insegurança e do medo, ao invés do foco em liderança, por parte do Governo Howard” (MARTIN; WHITE, 2005, p. 203).

•JULGAMENTOS inscritos sublinhados:“Worse, this is a mean administration, a miserly, mingy, minatory bunch if ever there was one. It has a head but no heart, a brain but no soul. Without generosity of spirit, devoid of compassion, absorbed in narrow self-interest, the Howard Government has no concept of any over-arching duty to articulate the aspirations of the governed and to lead them, with some hope, to a happier and more complete nationhood. If the polls slump, how easy it is to play the Hansonite politics of greed and envy, to send in the bovver brigade: Herron to cosh the boongs, Tony Abbott to drop-kick the unemployed, Jocelyn Newman to savage these on social welfare. This is not government, it is mere management, a very different thing, and it is what will do for them in the end. A cold and bloodless lot, their veins run with piss and vinegar. [Carleton 2000: 38]” (MARTIN; WHITE, 2005, p. 203-204).

“Para nós, o traço chave que torna o stance condenatório de Carleton reconhecível, pelo menos para leitores de Sydney, é seu volume, que pode ser extremamente alto. Para alcançá-lo, ele usa uma gama de recursos de amplificação, incluindo léxico coloquial (bovver brigade, cosh the boongs, piss), metáfora lexical (drop-kick the unemployed, their veins run with piss and vinegar), trios retóricos (without generosity of spirit, devoid of compassion, absorbed in narrow self-interest) e aliteração (a mean administration, a miserly, mingy, minatory bunch). Ainda mais distintivo talvez seja seu uso de proliferação lexical para aumentar a ‘massa’ de uma avaliação (as with mean, miserly, mingy, minatory just noted)” (MARTIN; WHITE, 2005, p. 204).

“O exemplo mais longo disso de que dispomos parece ter sido produzido com a ajuda de um thesaurus (ou isso ou o vocabulário do Carleton é muitas vezes maior que o nosso!)…:For too long – far too long – capricious, cautious, chicken-livered, cowardly, craven, duck-brained, dim-witted, faint-hearted, gutless, gormless, ignorant, indecisive, irresolute, jelly-backed, limp-wristed, namby pamby, negligent, obdurate, opportunist, perfunctory, poltroonish, pusillanimous, shallow, shameless, spineless, squeamish, timid, weak-kneed, vacuous, backsliding, bending, bickering, cheating, compromising, cringing, deal-doing, dillydallying, dithering, equivocating, failing, faking, faltering, fiddling, fidgeting, grovelling, hesitating, kowtowing, lying, obfuscating, obstructing, oscillating, paltering, pandering, posturing, quitting, quivering, resiling, see-sawing, shilly- shallying, slithering, squabbling, swivelling, tergiversating, teetering, tottering, twisting, vacillating, wavering, weaseling, wobbling, yellowing politicians have buckled to the gun lobby. [The Sydney Morning Herald, Saturday May 4, 1996; News Review p. 36]” (MARTIN; WHITE, 2005, p. 204).

“O que parece distinguir a voz de Carleton, então, é que ele condena em volume mais alto do que qualquer um outro ... Um volume alto, é claro, não é algo da propriedade de Carleton … O que estamos sugerindo, contudo, é que as estratégias de amplificação de Carleton, combinadas com seus julgamentos irreverentes, indentificam-no de fato para seus leitores, distinguindo-o de outros colunistas de seu jornal e da mídia impressa semelhante de que temos conhecimento. Isso não significa dizer que a mesma síndrome avaliativa não possa aparecer em textos em outros lugares; pode. Mas, para se identificar um avaliador/appraiser, seria necessário recorrer a uma gama de textos de um mesmo indivíduo. E, para desafiar a assinatura de Carleton, seria necessário ofuscar sua identidade recorrendo-se a discurso consumido por um público leitor compartilhado. Neste nível de delicadeza, então, precisamos esclarecer que a assinatura é um conceito que necessitamos operacionalizar dentro de uma comunidade discursiva específica, pois nomeia a síndrome de recursos avaliativos que distingue indivíduos, um do outro, dentro daquela comunidade: é a comunidade que alinha o valor relevante. É a identidade do Carleton como um jornalista de Sydney que interessa aqui” (MARTIN; WHITE, 2005, p. 205).

“Subindo de volta no contínuo de instanciação da assinatura para o stance, é possível que possamos generalizar um stance condenatório em volume alto guiado por exasperação e destinado a denegrir vigorosamente os transgressores – um substance ao qual os Australianos podem se referir coloqialmente como ‘lixo’/‘rubbishing’. Dessa perspectiva, a questão da assinatura de Carleton torna-se uma questão de se seu estilo de ‘rubbishing’ serve para identificá-lo ou não.

Em última instância, a resposta a esse tipo de questão depende de uma análise quantitativa fatorial, como a exemplificada no trabalho de Biber e seus colegas” (MARTIN; WHITE, 2005, p. 205-206).

•Reação à avaliação:“[C]omo um passo final … precisamos abrir espaço para um último deslocamento no contínuo de instanciação para uma posição que chamaremos de reação, a qual podemos definir como a leitura, feita por alguém, do significado avaliativo em um texto. Quanto à solidariedade, a reação equivale à maneira pela qual os ‘leitores’ comungam com sentimento e alinham-se na e em torno da comunidade sob negociação” (MARTIN; WHITE, 2005, p. 206).

“Em termos gerais, podemos reconhecer leituras condescendentes, resistentes e táticas … leituras condescendentes acomodam a posição de leitura naturalizada por um texto … Leituras resistentes, por outro lado, funcionam contra a natureza desse processo de naturalização … Leituras táticas são leituras que tomam algum aspecto da avaliação que um texto permite e respondem a esse aspecto de um modo interessado que nem aceita nem rejeita a comunhão com o texto como um todo” (MARTIN; WHITE, 2005, p. 206).

“Esta análise de síndromes de avaliação pode ser conduzida em maior ou menor grau de delicadeza. Ao identificar uma ‘key’ avaliativa, observamos padrões de ocorrência e co-ocorrência que são convencionalizados em um dado domínio discursivo e que, então, podem ser encontrados com alguma regularidade em uma variedade de textos. Ao explorar key no jornalismo broadsheet e no domínio da história da escola secundária, vimos como as configurações específicas de significados avaliativos que operam naqueles domínios podem ser relacionadas a objetivos retóricos específicos. Portanto, a reconfiguração do potencial global de criação de significados da língua que constitui a voz do repórter fornece a base para a reivindicação ideológica, da parte do jornalismo como instituição, de que o relato de notícias pode ser ‘objetivo’, ‘neutro’ e ‘imparcial’… Ao identificar ‘stance’ e ‘signature’, observamos reconfigurações mais delicadas e localizadas das reconfigurações que constituem a ‘key’ avaliativa. As stances são reconfigurações que são previstas de recorrem em uma gama de textos e em uma gama de autores pertencentes a um dado domínio discursivo e, talvez, em diferentes domínios discursivos; as signatures são os idioletos de reconfigurações do potencial de criação de significados pelos quais autores individuais alcançam um estilo pessoal reconhecível” (MARTIN; WHITE, 2005, p. 208).

“Então, pela nossa teorização sobre key, stance e signature, o estilo avaliativo tem a ver com as relações que o autor constrói com as vozes e pontos de vista que constituem o pano de fundo heteroglóssico do texto” (MARTIN; WHITE, 2005, p. 208).

(BALOCCO, 2010)“Para exemplificar o princípio da individuação, e explorar o seu potencial analítico, apresenta-se uma investigação sobre as características que distinguem um conjunto de textos [12] do jornalista e escritor José Castello, publicados no caderno Prosa & Verso, do jornal O Globo, no período de um ano (03/01/2009 a 12/12/2009)” (p. 77).

(BALOCCO, 2010)“Do ponto de vista do tratamento dos dados, decidiu-se pelas categorias da Teoria da Valoração (MARTIN & WHITE, 2005), um quadro teórico para o estudo da avaliação na linguagem. A escolha se justifica pelo fato de as resenhas literárias serem, por natureza, textos valorativos. Dentre os diferentes subsistemas da Valoração, elegeram-se o sistema da Atitude (subdividido em Afeto, Julgamento e Apreciação) e o sistema do Engajamento (com foco nos recursos de projeção reunidos sob a rubrica de Atribuição)” (p. 78-79).

(BALOCCO, 2010)“A assinatura de José Castello deve ser entendida contra o pano de fundo de uma comunidade de leitores que atribuem “valeur” (MARTIN & WHITE, 2005: p. 205), ou valor social, a leituras informadas pela experiência pessoal, e por reflexões sobre a literatura e a vida social, ou sobre a linguagem e o mundo” (p. 88).

(BALOCCO, 2010)“Do ponto de vista teórico, isto significa que a assinatura do jornalista deve ser relacionada, através do princípio da individuação, ao contexto de cultura que informa sua escrita (marcado pela pluralidade de concepções sobre a literatura neste ponto do tempo e em nossas memórias discursivas), do qual o potencial semântico da língua é uma parte constitutiva (com sua distribuição de gêneros e registros, em diferentes domínios discursivos)” (p. 88-89).

(BALOCCO, 2010)“Sua assinatura valorativa (o conjunto de recursos valorativos específicos que aparecem de forma consistente nos seus textos) o identificam para seus leitores, mas também identificam seus leitores, ou os alinham a certa comunidade discursiva: uma comunidade discursiva que compartilha a visão da literatura como uma experiência marcadamente pessoal.

A assinatura valorativa pode, portanto, ser vista como resultando, não da escolha deliberada e estratégica de formas de expressão, mas da natureza da relação interpessoal que se estabelece entre escritor e leitor, numa interação de certa feição, contra o pano de fundo das vozes e pontos de vista heterogêneos e distintos presentes no contexto de cultura. A assinatura valorativa não é um projeto consciente de um indivíduo, mas parte de uma formação semiótica, nos limites do regime discursivo de uma época e de uma cultura” (p. 89).

ReferênciasBalocco, A. E. (2008). Uma introdução à teoria da avaliatividade. Handout utilizado

no minicurso com o mesmo título ministrado no IV Congresso da ALSFAL, UFSC, Florianópolis, SC.

Balocco, A. E. (2010). O sistema do engajamento aplicado a espaços opinativos na mídia escrita. In O. Vian Jr., A. A. de Souza, F.A.S.D.P. Almeida (Orgs.), A linguagem da avaliação em língua portuguesa: Estudos sistêmico funcionais com base no Sistema de Avaliatividade (pp. 41-55). São Carlos, SP: Pedro e João.

Carvalho, G. (2010). A prosódia atitudinal: Apreciação e Julgamento em críticas de cinema. In O. Vian Jr., A. A. de Souza, F.A.S.D.P. Almeida (Orgs.), A linguagem da avaliação em língua portuguesa: Estudos sistêmico funcionais com base no Sistema de Avaliatividade (pp. 113-129). São Carlos, SP: Pedro e João.

Martin, J. R. (2008). Tenderness: Realization and instantiation in a Botswanan town. Odense Working Papers in Language and Communication, v. 29, 30-62.

Martin, J. R. (2009). Genre, ideology and intertextuality: A systemic functional perspective. Slides apresentados na University of Michigan.

Martin, J. R. (2010). Semantic variation: Modelling realisation, instantiation and individuation in social semiosis. In M. Bednarek, J. R. Martin (Eds.), New discourse on language: Functional perspectives on multimodality, identity, and affiliation (pp. 1-34). London & New York: Continuum.

Martin, J. R., Rose, D. (2003). Working with discourse: Meaning beyond the clause. London: Continuum.

Martin, J. R., White, P. R. R. (2005). The Language of Evaluation: appraisal in English. London: Palgrave.

Vian Jr. O. (2010). Engajamento: monoglossia e heteroglossia. In O. Vian Jr., A. A. de Souza, F.A.S.D.P. Almeida (Orgs.), A linguagem da avaliação em língua portuguesa: Estudos sistêmico funcionais com base no Sistema de Avaliatividade (pp. 33-40). São Carlos, SP: Pedro e João.