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Programa Saúde da Família Pós-Graduação a distância Suporte Básico de Vida e Socorro de Emergência Jorge Nascimento

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Programa Saúde da Família

Pós-Graduação a distância

Suporte Básico de Vida e Socorro de Emergência

Jorge Nascimento

Sumário

Suporte e treinamento básico em emergência ........................................................ 5

Doença Cardiovascular e Parada Cardiorrespiratória ..................................................................5

Insuficiência coronariana .....................................................................................................................5

Fisiopatologia ....................................................................................................................................5

Angina .............................................................................................................................................5

Infarto agudo do miocárdio ..................................................................................................................5

Estado de choque ...............................................................................................................................6

Choque Hipovolêmico ............................................................................................................................................... 6

Choque Cardiogênico ................................................................................................................................................ 6

Choque Septicêmico ................................................................................................................................................. 6

Choque Anafilático ................................................................................................................................................... 6

Choque Neurogênico ................................................................................................................................................ 6

Causas Principais do Estado de Choque: ................................................................................................6

Sintomas ..........................................................................................................................................6

Prevenção do Choque .........................................................................................................................7

Parada Cardiorrespiratória ......................................................................................................................................... 7

Reanimação Cardiopulmonar ..................................................................................................................................... 7

Parada Cardiorrespiratória na Comunidade ................................................................................................................... 8

Suporte Básico de Vida .......................................................................................... 8

Cadeia de Sobrevivência .......................................................................................................8

Lei de Sobrevivência à Parada Cardíaca ...................................................................................9

Cadeia de Sobrevivência ...................................................................................................... 10

Reanimação Cardiopulmonar-Cerebral .................................................................................... 10

Qualidade da Reanimação ................................................................................................................... 10

Novas Técnicas em Reanimação Cardiopulmonar .................................................................................... 10

Compressões Torácicas Eficazes ................................................................................................................................ 10

Ventilação com Duração de 1 Segundo ....................................................................................................................... 11

Uma Única Relação Compressão-Ventilação para Adultos ............................................................................................... 11

Aplicação de um Choque Seguido de RCP .................................................................................................................... 11

Ventilação ............................................................................................................................................................. 11

Sociedade Brasileira de Cardiologia 2010 .............................................................. 11

Novas Diretrizes Durante a Parada Cardiorrespiratória .............................................................. 11

Parada Cardiorespiratória ................................................................................................................... 12

Epidemiologia: causas de PCR e predisposições .......................................................................................................... 12

Modalidades de parada cardíaca ......................................................................................................... 12

Ressuscitação Cardiorrespiratória Básica (RCRB) - Socorro Básico ............................................................ 13

Definição .............................................................................................................................................................. 13

Reconhecimento e abordagem inicial ......................................................................................................................... 13

Seqüência das manobras de RCRB ...................................................................................................... 14

Comentários finais ............................................................................................................................ 17

Consenso Nacional de Reanimação Cardiorrespiratória ......................................... 18

Reanimação Cardiorrespiratória Avançada - Socorro Especializado: ............................................ 18

Suporte Avançado de Vida ................................................................................................................. 18

Definição .............................................................................................................................................................. 18

Algoritmos para atendimento dos diferentes tipos de PCR ............................................................................................ 18

Desfibrilação ......................................................................................................................................................... 18

Recomendações sobre os níveis de energia em desfibrilação .......................................................................................... 19

Atendimento de Emergência Pré-Hospitalar .......................................................... 22

Protocolo Internacional de Atendimento Pré-hospitalar ............................................................. 22

Etapas Básicas de Primeiros Socorros .................................................................................... 22

Aspectos Legais do Socorrismo ............................................................................. 24

Etapas Básicas do Socorrismo ............................................................................................... 25

Roteiro de Prioridades no Atendimento ................................................................................... 26

“A” (Hiperextensão cervical)................................................................................................................ 26

Manobra de Heimlich ......................................................................................................................... 26

Estabilização cervical ......................................................................................................................... 26

“B” ................................................................................................................................................. 26

“C” Massagem cardíaca externa ........................................................................................................... 26

Controle das hemorragias ................................................................................................................... 26

“D” ................................................................................................................................................. 26

“E” Exame físico da vítima .................................................................................................................. 26

Controle térmico ............................................................................................................................... 26

Reanimação CARDIOPULMONAR (RCP) ................................................................................... 27

· Parada Respiratória (P.R.) - interrupção brusca da função pulmonar

· Parada Cardiorrespiratória (P.C.R.) - suspensão imediata das funções pulmonar e cardíaca .......... 27

Hemorragias ...................................................................................................................... 28

Lesões Traumáticas ............................................................................................................. 29

Alterações Psico-Motoras ..................................................................................................... 30

Técnicas de Imobilizações................................................................................................................... 31

Técnicas de Transportes ..................................................................................................................... 31

Reanimação Cardiorrespiratória ............................................................................................ 31

Pediátrica ........................................................................................................................................ 31

Introdução ............................................................................................................................................................. 31

Esquema dos eventos relacionados com a PCR em crianças ........................................................................................... 32

Conduta ................................................................................................................................................................ 32

Diagnóstico ............................................................................................................................................................ 32

Freqüências respiratória (FR) e cardíaca (FC) durante a RCR em pediatria. ...................................................................... 33

Consenso reanimação cardiorrespiratória .................................................................................................................... 34

Situações especiais de RCR ...................................................................................................................................... 35

Parada cardiorrespiratória no traumatizado ................................................................................................................ 37

Abandono das Manobras de Ressuscitação .................................................................................................................. 37

Situações em que não há indicação para início de manobras de RCR ............................................................................... 37

Ensino da RCR ........................................................................................................................................................ 37

Queimaduras ......................................................................................................................................................... 38

Recomendações Finais ............................................................................................................................................. 46

Referências Bibliográficas .................................................................................... 47

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parada cardiorrespiratória ), em 90% dos ataques cardíacos

graves, o coração deixa de contrair em função da desorgani-

zação da atividade elétrica do músculo cardíaco ( miocárdio)

Esta desordem elétrica é chamada arritimia, sendo a Fibrila-

ção Ventricular (FV ) a mais comum.

A FV leva a PCR e o único tratamento imediato é a DESFI-

BRILAÇÃO. Tão importante que a cada 1 minuto deixado de

desfibrilar, as chances caem em menos de 10% de reverte-la.

Insuficiência coronarianaA insuficiência coronariana pode ser definida como um

desequilíbrio entre a oferta e o consumo de oxigênio pelo

miocárdio, levando a graus variáveis de isquemia e podendo

resultar, na dependência de sua duração e intensidade, em

necrose celular.

FisiopatologiaComo o coração é um órgão essencialmente aeróbico, a

extração de oxigênio pelo miocárdio é máxima. Em condi-

ções de hipoxia tissular, o coração tenta aumentar o fluxo

na região, a fim de aumentar o aporte de oxigênio. Porem,

se não existe condição para esse aumento de fluxo, as fibras

miocárdicas não conseguem manter função contrátil adequa-

da, já que a energia do metabolismo aeróbico é insuficiente.

Aparecem então a dor ( angina) e dispnéia.

AnginaO termo angina pectoris se refere ao desconforto relacio-

nado à isquemia miocárdica que não se acompanha de ne-

crose celular, podendo ser descrito como aperto, queimação,

sufocação ou peso. Sua localização é geralmente precordial

ou retroesternal, podendo haver irradiações para a face me-

dial do membro superior esquerdo, face anterior do pescoço,

mandíbula, dorso e região epigástrica. É desencadeada por

esforço físico ou emoção e tem duração curta, inferior a 10

minutos. O quadro pode ser acompanhado de sudorese, pali-

dez, náuseas, dispnéia e tontura. É aliviada pelo repouso ou

pelo uso de vasodilatadores sublinguais.

Infarto agudo do miocárdioO infarto agudo do miocárdio é a situação extrema da

insuficiência coronariana, quando a isquemia miocárdica se

acompanha de necrose celular. As queixas do paciente com

infarto agudo do miocárdio são semelhantes àquelas da crise

de angina, porem a dor é mais prolongada e mais intensa,

alem de ser acompanhada de náuseas, vômitos, sudorese

fria, palidez e outros sintomas como dispnéia intensa e a

falência circulatória.

Suporte e treinamento básico em emergência

Objetivos

Estabelecer conteúdo técnico prático e teórico em esta-

ções algorítmicas com finalidade de proporcionar aos profis-

sionais, bases para atendimento de situações em urgência e

emergência clínica sobretudo no apoio a Parada Cárdiorres-

piratória (PCR) com manuseio e importância do desfibrilador

externo automático (DEA). Visa a ampliação, discussão, es-

tímulo a protocolos internos, a sistematização e a prevenção

dos eventos clínicos graves, sensibilizando os alunos em unir

esforços para “ salvar vidas” , na sua plenitude e função,

em detrimento de seqüelas neurológicas irreversíveis. Visa

também o treinamento sistematizado dos alunos para lidar

com situações clínicas básicas, fornecendo informações para

efetuar atendimento primário, destacando-se com apoio na

manutenção da cadeia de vida, estabelecendo indicações e

contra-indicações.

Objetivos planejados

• Incorporar a dinâmica de grupo do atendimento na ur-

gência e emergência;dxtt

• Vivenciar as principais situações clínicas comuns: tais

como Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), Parada Cárdio-

-Respiratória (PCR), Manobra de reanimação Cárdio-Pul-

monar (MRCP), entre outras;

• Enfatizar mecanismos fisiopatológicos da anóxia cerebral

com manobras e terapêuticas para evitá-las, haja vista

a reanimação cerebral constituir o foco do atendimento;

• Reconhecer a Fibrilação Ventricular como principal arrit-

mia envolvida na PCR, demonstrando a Desfibrilação Au-

tomática Externa (DEA);

• Atuar em estados hemorrágicos superficiais e profundos,

diferenciando sangramento arterial e venoso, destacan-

do os ferimentos faciais e membros, medidas iniciais

como compressões, e percepção do Estado de Choque

(Insuficiência Circulatória com Hipotensão Arterial ). Pra-

ticar técnicas de imobilizações, Manobras de Reanimação

Cardio-Pulmonar, oxigenioterapia, aplicação do DEA, uti-

lização da oximetria e Bolsa-máscara.

Doença Cardiovascular e Parada

Cardiorrespiratória

A Doença cardiovascular é a principal causa de óbito no

Brasil. Estima-se que pelo menos 30% da população poderá

apresentar evento grave e de conseqüência fatal. Na PCR (

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samos fazer para reverter a síndrome. Muitas vezes é difícil

este reconhecimento, mas podemos notar algumas situações

predisponentes ao choque e adotar condutas para evitá-lo

ou retardá-lo. De uma maneira geral, a prevenção é consi-

deravelmente mais eficaz do que o tratamento do estado de

choque.

O choque pode ser provocado por várias causas, especial-

mente de origem traumáticas. Devemos ficar sempre atentos

à possibilidade de choque, pois a grande maioria dos aciden-

tes e afecções abordadas neste manual pode gerar choque,

caso não sejam atendidos corretamente.

Causas Principais do Estado de

Choque:

● Hemorragias intensas (internas ou exter-

nas)

● Infarto

● Taquicardias

● Bradicardias

● Queimaduras graves

● Processos inflamatórios do coração

● Traumatismos do crânio e traumatismos

graves de tórax e abdômen

● Envenenamentos

● Afogamento

● Choque elétrico

● Picadas de animais peçonhentos

● Exposição a extremos de calor e frio

● Septicemia

No ambiente de trabalho, todas as causas citadas acima

podem ocorrer, merecendo especial atenção os acidentes gra-

ves com hemorragias extensas, com perda de substâncias

orgânicas em prensas, moinhos, extrusoras, ou por choque

elétrica, ou por envenenamentos por produtos químicos, ou

por exposição a temperaturas extremas.

SintomasA vítima de estado de choque ou na iminência de entrar

em choque apresenta geralmente os seguintes sintomas:

· Pele pálida, úmida, pegajosa e fria. Cianose (arroxea-

mento) de extremidades, orelhas, lábios e pontas dos

dedos.

● Suor intenso na testa e palmas das mãos.

● Fraqueza geral.

● Pulso rápido e fraco.

● Sensação de frio, pele fria e calafrios.

Nem sempre o paciente chega até o atendimento medico,

podendo ocorrer a morte súbita. Na dependência do grau de

comprometimento a massa infartada pode ser muito gran-

de, havendo dificuldade na manutenção do débito cardíaco,

surgindo choque cardiogenico, complicação de alta letalida-

de. Pode ocorrer também ruptura da parede do ventrículo

esquerdo, com tamponamento cardíaco e morte.

Estado de choqueO choque é um complexo grupo de síndromes cardio-

vasculares agudas que não possui, uma definição única que

compreenda todas as suas diversas causas e origens. Didati-

camente, o estado de choque se dá quando há mal funciona-

mento entre o coração, vasos sangüíneos (artérias ou veias) e

o sangue, instalando-se um desequilíbrio no organismo.

O choque é uma grave emergência médica. O correto

atendimento exige ação rápida e imediata. Vários fatores

predispõem ao choque. Com a finalidade de facilitar a análise

dos mecanismos, considera-se especialmente para estudo o

choque hipovolêmico, por ter a vantagem de apresentar uma

seqüência bem definida. Há vários tipos de choque:

Choque HipovolêmicoÉ o choque que ocorre devido à redução do volume intra-

vascular por causa da perda de sangue, de plasma ou de água

perdida em diarréia

e vômito.

Choque CardiogênicoOcorre na incapacidade de o coração bombear um volume

de sangue suficiente para atender às necessidades metabóli-

cas dos tecidos.

Choque SepticêmicoPode ocorrer devido a uma infecção sistêmica.

Choque AnafiláticoÉ uma reação de hipersensibilidade sistêmica, que ocorre

quando um indivíduo é exposto a uma substância à qual é

extremamente alérgico.

Choque NeurogênicoÉ o choque que decorre da redução do tônus vasomotor

normal por distúrbio da função nervosa. Este choque pode ser

causado, por exemplo, por transecção da medula espinhal ou

pelo uso de medicamentos, como bloqueadores ganglionares

ou depressores do sistema nervoso central.

O reconhecimento da iminência de choque é de importân-

cia vital para o salvamento da vítima, ainda que pouco pos-

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MRCP , Manobra de Reanimação Cardiopulmonar estabele-

cendo a viabilidade imediata da circulação e oxigenação.

Reanimação CardiopulmonarHistória

O atendimento da PCR foi estabelecido por Peter Safar,

médico anestesista e intensivista, que em 1950 desenvol-

veu as técnicas de reanimação incluindo a respiração boca

a boca, que recentemente foi retirada do protocolo de RCP.

Safar ainda contribuiu para a sistematização do atendimento

desenvolvendo o BLS ( Basic Life Support ) ou SBV ( Suporte

basico de Vida )e o ACLS ( Advanced Cardiologic Support ) ou

SAVC ( Suporte avançado de Vida em cardiologia ).

Diversas pessoas apresentam parada cardiorespiratória

em vários locais todos os dias. É importante saber que muitas

das situações que levam à interrupção súbita do funciona-

mento do sistema cardiorrespiratório são reversíveis e uma

vez removidas as causas, essa pessoas podem continuar seu

curso normal de vida. Para isso, esforços devem ser realiza-

dos no sentido de restaurar a atividade espontânea desses

corações, antes que o cérebro venha a apresentar lesão per-

manente. Para o atendimento de pacientes que estão em pa-

rada cardiorrespiratória devem ser seguidas diversa s etapas

assim como as técnicas e intervenções utilizadas pela equipe

de reanimação cardiorrespiratória.

Cerca de 50% de pacientes com IAM têm morte súbita,

dentro da primeira hora a partir do inicio dos sintomas. O tra-

tamento atual do IAM contrasta drasticamente com a condu-

ta expectante e o diagnostico retrospectivo de duas décadas

atrás. Os agentes fibrinolíticos e as intervenções coronarianas

percutâneas reabrem os vasos coronários ocluídos que provo-

cam isquemia miocárdica o que salva vidas e melhora quali-

dade de vida. Essa intervenções devem ser realizadas dentro

das primeiras horas a partir do inicio dos sintomas.

A morte cardíaca súbita é a principal complicação das

doenças cardiovasculares. O ritmo inicial documentado com

maior freqüência durante uma parada cardíaca súbita teste-

munhada é a fibrilação ventricular ( FV ). O tratamento mais

eficaz para a FV é a desfibrilação externa automática( DEA ).

Porem o sucesso da desfibrilação também está limitada pelo

tempo. A probabilidade de que a desfibrilação seja bem suce-

dida diminui, de 7% a 10% a cada minuto que é retardada.

Sem tratamento a FV tende a transformar-se em assistolia

em minutos.

Muitas vitimas de traumatismo, afogamento, eletrocus-

são, asfixia, obstrução das vias aéreas e intoxicação por dro-

gas, podem ser salvas pela ativação rápida do serviço médico

de emergências ( SME ) , a reanimação cardioplulmonar ( RCP

● Respiração rápida, curta, irregular ou muito

difícil.

● Expressão de ansiedade ou olhar indiferente

e profundo com pupilas

● dilatadas, agitação.

● Medo (ansiedade).

● Sede intensa.

● Visão nublada.

● Náuseas e vômitos.

● Respostas insatisfatórias a estímulos exter-

nos.

● Perda total ou parcial de consciência.

● Taquicardia

Prevenção do ChoqueAlgumas providências podem ser tomadas para evitar o

estado de choque. Mas infelizmente não há muitos procedi-

mentos de primeiros socorros a serem tomados para tirar a

vítima do choque.

Existem algumas providências que devem ser memoriza-

das com o intuito permanente de prevenir o agravamento e

retardar a instalação do estado de choque.

DEITAR A VÍTIMA: A vítima deve ser deitada de costas.

Afrouxar as roupas da vítima no pescoço, peito e cintura e,

em seguida, verificar se há presença de prótese dentária, ob-

jetos ou alimento na boca e os retirar.

Os membros inferiores devem ficar elevados em relação

ao corpo.

Isto pode ser feito colocando-os sobre uma almofada, co-

bertor dobrado ou qualquer outro objeto. Este procedimento

deve ser feito apenas se não houver fraturas desses mem-

bros; ele serve para melhorar o retorno sanguíneo e levar

o máximo de oxigênio ao cérebro. Não erguer os membros.

Parada CardiorrespiratóriaA Parada Cardiorrespiratória ( PCR ) é o limite da gravida-

de que impõe o atendimento imediato por parte da equipe de

saúde. Os conceitos atuais reforçam a necessidade do atendi-

mento imediato ou “ hora dourada “ em virtude de não existir

reserva de oxigênio na corrente sanguinea, portanto a oxige-

nação tecidual deve ser prontamente estabelecida. Evitar a

hipóxia e anóxia cerebral é o objetivo de todo atendimento,

haja vista o cérebro não suportar mais de três minutos sem

oxigênio, dando inicio a isquemia e danos imprevisíveis o que,

teoricamente, após dez minutos ou menos podem surgir os

sinais definitivos de morte encefálica. A medida imediata é a

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Suporte Básico de Vida e Socorro de Emergência

pressões e percepção do Estado de Choque ( Insuficiencia

Circulatoria com Hipotensão Arterial ).

Praticar técnicas de curativos, imobilizações, manobras de

reanimação cardiopulmonar, aplicação do DEA, utilização da

oximetria e bolsa-mascara ( Ambu ).

O Suporte Básico de Vida ( SBC ) inclui as intervenções

que podem ser realizadas rapidamente por agentes de saú-

de ou leigos treinados, para garantir o reconhecimento das

emergências comuns, o acesso rápido ao suporte avançado

de vida ( SAV ) e vias aéreas, respiração, oxigenação e circu-

lação adequadas.

As habilidades de SBV podem ser aprendidas e realiza-

das em qualquer lugar, tanto por socorristas leigos como por

profissionais. Estas manobras podem salvar vidas, portanto

devem ser ensinadas a todas as pessoas capazes de aprende-

-las.

A RCP é um componente fundamental do SBV. A RCP ime-

diata é crucial em todos os esforços de ressuscitação. A vitima

de uma parada cardíaca extra-hospitalar tem poucas probabi-

lidades de ser reanimada com sucesso sem uma RCP imediata

com uso do desfibrilador externo automático ( DEA ). Os DEA

são parte importante do SBV para socorristas e provedores de

saúde. Um choque elétrico administrado rapidamente a uma

vitima de morte cardíaca súbita pode salvar sua vida.

Todas as pessoas treinadas para RCP e utilização do DEA

devem ter um plano de ação bem formulado para aplicar du-

rante uma emergência. É necessário chamar uma unidade

móvel de suporte vital quando há sintomas que sugerem um

colapso circulatório profundo e uma parada cardíaca iminen-

te.

Cadeia de SobrevivênciaSobreviver a uma parada cardíaca depende de uma série

de intervenções. A sobrevivência é menos provável se qual-

quer uma das ações fundamentais for negligenciada ou re-

tardada.

O termo “Cadeia de sobrevivência“ é uma metáfora útil

sobre o conceito do atendimento cardiológico de emergên-

cia ( ACE ). Os quatro elos da cadeia de sobrevivência do

adulto são: Acesso rápido do sistema medico de emergência

( SME ), RCP rápida, desfibrilação rápida ( DEA ), atendimen-

to cardiovascular avançado rápido ( SAVC ).

O conceito de Cadeia de Sobrevivência destaca vários

princípios importantes: As taxas de sobrevivência serão bai-

xas se qualquer elo da cadeia for fraco ou estiver ausente. To-

dos os elos devem ser fortes para garantir uma desfibrilação

rápida. Infelizmente, os intervalos prolongados entre a cha-

mada ao numero local de emergências medicas e a desfibri-

) e o uso do desfibrilador externo automatico ( DEA ). Isso

ajudará não só a salvar vidas, mais também a evitar o dano

cerebral devastador que pode provocar sofrimento e dificul-

dades econômicas em longo prazo.

Parada Cardiorrespiratória na

ComunidadeA educação e o treinamento público são aspectos cruciais

de qualquer esforço para reduzir a morte cardíaca súbita.

Como a maioria das mortes súbitas causadas por parada car-

díaca acontece fora do hospital, é evidente que a comunidade

deve ser reconhecida como “unidade coronária básica “.

Os Programas de treinamento devem incorporar a edu-

cação em prevenção primaria, que compreende a detecção

e a modificação dos fatores de risco e o reconhecimento dos

sinais de um evento cardiovascular iminente. O treinamento

de pessoas leigas em RCP e na utilização do DEA pode salvar

vidas que, de outra forma, seriam perdidas com as paradas

cardíacas. As comunidades com um alto de pessoas treinadas

nas técnicas de salvar vidas , como RCP e uso do DEA, podem

alcançar índices de reanimação de até 50% em pacientes com

FV documentada extra-hospitalar, uma arritimia grave, que

se transforma em assistolia em minutos.

Suporte Básico de Vida

Objetivos

Estabelecer conteúdo técnico pratico e teórico em esta-

ções algorítmicas com finalidade de proporcionar aos profis-

sionais de saúde bases para atendimento de situações em

urgência e emergência clinica sobretudo no apoio a Parada

Cardiorrespiratória ( PCR ) com manuseio e importância do

uso do desfibrilador externo automático ( DEA ).

Incorporar a dinâmica de grupo do atendimento na urgên-

cia e emergência;

Vivenciar as principais situações clinicas comuns: Infarto

Agudo do Miocárdio ( IAM ), Parada cardiorrespiratória ( PCR

), Manobra de Reanimação Cardiopulmonar ( MRCP ).

Enfatizar mecanismos fisiopatológicos da anóxia cerebral

com manobras terapêuticas para evitá-las, haja vista a reani-

mação cerebral constituir o foco do atendimento.

Reconhecer a Fibrilação Ventricular como principal arriti-

mia envolvida na PCR, demonstrando a Desfibrilação Automa-

tica Externa ( DEA ).

Atuar em estados hemorrágicos superficiais e profundos,

diferenciando sangramento arterial e venoso, destacando os

ferimentos faciais e membros, medidas iniciais como com-

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30 compressões para 02 ventilações ). Na presença de ape-

nas 01 socorrista, manter a mesma proporção, evitando a in-

terrupção da Massagem cardíaca. Estudos recentes demons-

tram que a maior importância concentra-se na manutenção

do fluxo cardíaco para perfusão cerebral.

A massagem cardíaca externa deve ser realizada colocan-

do-se a região hipotenar ( base da mão )acima de 2 cm do

processo xifóide esternal. As compressões deverão atingir por

volta de 5 cm e o maior risco está na fratura do arco costal.

A posição do socorrista deve permitir a extensão plena dos

membros superiores. A efetividade da manobra pode ser ve-

rificada através do pulso carotídeo ou femoral no adulto e

axilar na criança.

TERCEIRO ELO: Desfibrilação rápida

A desfibrilação rápida é o elo da Cadeia de Sobrevivencia

com mais probabilidades de melhorar as taxas de sobrevivên-

cia. A colocação do DEA ao alcance de grandes quantidades

de socorristas treinados pode ser a intervenção fundamental

para aumentar a sobrevivência de parada cardíaca extra hos-

pitalar. A AHA recomenda que todo veiculo de emergência que

possa transportar pacientes em parada cardíaca seja equipa-

do com um desfibrilador e que o pessoal de emergência seja

treinado e autorizado para usa-lo. O acesso publico a desfibri-

lação deve diminuir o intervalo entre a perda de consciência e

a desfibrilação. O tempo é a variável mais importante para a

reversão bem sucedida da FV a um ritmo normal. Cada minu-

to que passa pode reduzir as chances de uma reversão bem

sucedida em 7% a 10%. O tempo até o primeiro choque pode

ser diminuído colocando-se um DEA em predios públicos, es-

tádios, transportes públicos, condomínios, locais de trabalho,

e outros lugares que reúnam muitas pessoas.

Lei de Sobrevivência à Parada

CardíacaQuase todos os estados dos EUA promulgaram uma legis-

lação para facilitar o uso do DEA, permitindo e encorajando

seu uso pelo publico. A Lei de Sobrevivência à Parada cardí-

aca oferece proteção judicial a socorristas leigos que utilizam

o DEA e a empresas ou outras entidades ou indivíduos que

compram um aparelho desse tipo.

Este tipo de legislação obedece a três propósitos funda-

mentais:

• Primeiro, amplia a cobertura atual da Lei para socorristas

leigos, incluindo o uso do DEA.

• Segundo, encoraja o uso do DEA, ao garantir a proteção

judicial para os participantes fundamentais do programa

de APD.

lação são freqüentes. São necessários intervalos mais curtos

para melhorar as taxas de sobrevivência.

PRIMEIRO ELO: Acesso rápido

O acesso engloba os eventos iniciados desde que o pa-

ciente perde a consciência até a chegada do pessoal do SME

preparado para dar o atendimento em SAVC. O reconheci-

mento dos primeiros sinais de alarme, como dor torácica e

dispnéia, que levam as vitimas ou os socorristas a ligarem

para o numero local de emergências medicas antes da perda

da consciência, é a chave para a eficácia do elo. No caso de

uma parada cardíaca, as seguintes ações fundamentais de-

vem ser executadas rapidamente:

· Identificação rápida da perda de consciência do paciente

por uma pessoa que possa ativar o SME . VER, OUVIR,

SENTIR, determina a possibilidade ou não de volume cor-

rente.

· Reconhecimento da ausência de resposta, inconsciência.

Na inconsciência a checagem do pulso central é obriga-

tória onde na ausência de pulso carotídeo no adulto e

braquial na criança configura-se o diagnostico de PCR.

· Reconhecimento rápido de uma possível parada cardíaca.

· Envio rápido dos socorristas do SME levando equipamen-

to para desfibrilação ( DEA ).

· Identificação da parada cardíaca. Independente do rit-

mo cardíaco a manobra de reanimação cardiopulmonar (

MRCP ) deve ser iniciada priorizando-se a desobstrução e

abertura das vias aéreas.

Cada ação é parte vital do elo de acesso rápido

SEGUNDO ELO: RCP rápida

A RCP é mais efetiva quando é iniciada imediatamente

após a perda de consciência da vitima. A RCP realizada por

socorristas ou leigos treinados em SBV demonstrou de forma

constante, que exerce um efeito positivo significativo na so-

brevivência. A RCP rápida é o melhor tratamento que pode

receber um paciente em parada cardíaca, até a chegada de

um desfibrilador e do atendimento de SAVC.

Portanto no caso de adulto, o socorrista deve estabelecer

que a vitima esta inconsciente, chamar o numero local de

emergências medicas e, depois, iniciar a RCP. Diante de uma

vitima adulta, um socorrista sozinho, sem ajuda, deve ativar

o SME depois de estabelecer que a vitima esta inconsciente.

A manobra de reanimação cardiopulmonar ( MRCP ) é

realizada com a finalidade de restabelecer a circulação com

objetivo principal de oxigenação tecidual predominantemen-

te cerebral. As compressões torácicas devem ser realizadas

mantendo em média 12 ciclos respiratórios, realizados com a

Bolsa-mascara ( Ambu ), quando da presença de dois socor-

ristas, e 60 ciclos cardíacos por minuto representando 30:2 (

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Qualidade da ReanimaçãoInfelizmente, o prognóstico de pacientes com parada car-

diorrespiratória ( PCR ) ainda é ruim, uma fração muito pe-

quena de pacientes consegue ter alta hospitalar e levar uma

vida produtiva. Acredita-se que parte do prognóstico ruim da

PCR deva-se a inadequada técnica de RCP. Isso foi corrobora-

do pelo estudo realizado em Chicago ( EUA . Os pesquisado-

res mostraram que:

• Os pacientes ficam sem compressão torácica por quase

¼ do tempo da RCP.

• Em mais de 1/3 dos pacientes, as compressões não fo-

ram adequadas.

• Os socorristas costumam hiperventilar o paciente ( fre-

qüência respiratória média 21/minuto ).

• Pior ainda, quase 60% das PCR são ventiladas com fre-

quência maior que 20/minuto.

É importante lembrar que a HIPERVENTILAÇÃO ocasio-

na aumento da pressão intratorácica, diminuindo o retorno

venoso e reduz o fluxo de perfusão coronariana. Por isto, o

socorrista deve evitar a hiperventilação em pacientes com

PCR ( uma regra útil é contar de 1 a 6 segundos e ventilar

apenas no sexto segundo que representa 10 irpm ). Outro

estudo mostrou que ocorre um grande atraso no inicio da

RCP, gastou-se mais de 1 minuto entre diagnosticar o ritmo

da PCR e iniciar o tratamento seja desfibrilação ou compres-

sões torácicas.

Novas Técnicas em Reanimação

Cardiopulmonar

Compressões Torácicas EficazesNa vigência de PCR não existe fluxo sanguineo. As com-

pressões torácicas produzem uma pequena quantidade de

fluxo sanguineo para órgãos vitais como coração e cérebro.

Quanto melhores forem as compressões torácicas, melhor

será o fluxo sanguineo para esses órgãos. Estudos recentes

mostraram que 50% das compressões torácicas realizadas

por socorristas são muito superficiais e interrompidas com

muita freqüência.

RECOMENDAÇÃO: As compressões devem ser em uma

freqüência de 100 por minuto, o socorrista deve fazer com-

pressão forte, rápida e sem parar, de maneira que o tórax

retorne a posição inicial antes de ser iniciada uma nova com-

pressão. O tempo de compressão e relaxamento deve ser

praticamente o mesmo. As compressões devem ter uma pro-

fundidade de aproximadamente 4 a 5 cm. O socorrista deve,

ao máximo, evitar interrupções nas compressões torácicas.

• Terceiro, a legislação em muitos estados norte-america-

nos define os componentes estruturais de um programa

de APD, com o envolvimento com o SME local, os reque-

rimentos para treinamento, e a manutenção dos DEA.

QUARTO ELO: Suporte avançado rápido

O suporte avançado rápido fornecido por profissionais de

saúde treinados em SAV é outro elo fundamental no trata-

mento da parada cardíaca. O SAV inclui equipamento para

suporte da ventilação, estabelecimento de acesso IV, admi-

nistração de fármacos, controle de arritmias e estabilização

da vitima para transporte.

Cadeia de SobrevivênciaO SBV inclui os primeiros três elos da Cadeia de sobrevi-

vência: acesso rápido ao numero local de emergências me-

dicas. RCP rápida e desfibrilação rápida com o DEA. Quando

esta conectado com o quarto elo , SAV rápido, maximiza as

probabilidades de sobrevivência para vitimas de ataque car-

díaco. AVC e morte cardíaca súbita. Os provedores de saúde

têm um papel essencial no desenvolvimento de sistemas de

ACE, na educação do publico e na pratica de SBV em situa-

ções clinicas.

Reanimação Cardiopulmonar-

CerebralNovas diretrizes e técnicas em Reanimação Cardiopulmo-

nar ( RCP ).

Em dezembro de 2005 a American Heart Association (

AHA ) divulgou as mais recentes diretrizes do suporte de vida

( reanimação cardiopulmonar-cerebral ). As principais modifi-

cações, para todos os socorristas, segundo a AHA são:

1. Recomendação de que cada ventilação resgate seja feita

por 1 segundo e produza visível elevação do tórax.

2. Compressões torácicas eficazes

3. Uma única relação compressão-ventilação ( 30:2 )com

2 socorristas. Caso haja apenas 1 socorrista priorizar a

massagem cardíaca.

4. PCR atendida após 4-5 minutos do evento deve ser pro-

cedida a reanimação ( 5 ciclos de compressões-

-ventilação ) antes de se desfibrilar o paciente.

5. Não são mais recomendados choques escalonados na

TV/FV ( 200, 300, 360 J ), aplicar um choque de 360 J

do monofásico ( 150-200 J do Bifásico ) ou usar o DEA

caso o atendimento seja extra-hospitalar. O Desfibrilador

externo automático avalia a necessidade do paciente e

emite a carga necessária, além de instruir o socorrista

quanto a continuidade das manobras de reanimação car-

diopulmonar.

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de circulação ( movimentação, respiração e tosse )para lei-

gos ou presença de pulso central, para profissionais de saú-

de. Muito importante: Se a duração da parada for maior

que 4-5 minutos, os socorristas devem realizar 5 ciclos de

compressão torácica e ventilação ( 1 ciclo:30 compressões

e 2 ventilações) mesmo que seja uma fibrilação ventricular

( FV ) ou taquicardia ventricular ( TV ) antes de desfibrilar.

OBS: Quando for apenas 1 socorrista priorizar a massagem

cardíaca.

Caso seja desfibrilado com DEA ( desfibrilador externo au-

tomático ) equipamento que pode ser usado por leigos e pro-

fissionais de saúde treinados,e que consiste em um aparelho

que transforma energia elétrica em choque bifásico que for-

nece carga e desfibrilação de 200 joules no tórax do paciente

adulto. Possui sistema microprocessado que faz a leitura do

traçado do ECG mediante eletrodos adesivos já colocados no

tórax. Após o choque elétrico, através de mecanismo de voz,

orienta o socorrista a prioridade do atendimento tal como

massagem cardíaca externa e ventilação.

VentilaçãoMuito cuidado para não hiperventilar os pacientes. Regras

gerais recomendadas pela AHA:

• Aplicar as ventilações durante um segundo/cada;

• Volume corrente suficiente para elevar a parede torácica;

• Não usar ventilações forçadas;

Sociedade Brasileira de Cardiologia 2010

Novas Diretrizes Durante a Parada

CardiorrespiratóriaA Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) anunciou na

noite desta segunda-feira (18) a publicação das “Novas Dire-

trizes Mundiais das Emergências de Ressuscitação após Para-

da Cardíaca”, uma atualização do conhecimento médico sobre

como evitar a morte de uma vítima de infarto, com a ajuda da

massagem cardíaca e do uso de desfibriladores.

A nova recomendação é que, diante de uma pessoa in-

consciente e que não respira, o leigo peça a alguém para

telefonar para o 192 e inicie imediatamente a compressão

do peito, ou seja, a massagem cardíaca. A compressão deve

ser intensa e profunda: a cada uma o peito do paciente deve

ser comprimido por pelo menos 5 centímetros (ou, no caso

de crianças, 4 centímetros) e devem ser feitas 100 compres-

sões por minuto. Um vídeo de divulgação da American Heart

Association ensina que o ritmo é parecido com o da música

Stayinsg Alive, do grupo Bee Gees.

Ventilação com Duração de 1 SegundoDurante as manobras de RCP o fluxo sanguineo para os

pulmões é muito menor que o normal, portanto, a vitima ne-

cessita de muito menos ventilação que o normal. As venti-

lações de resgate podem ser aplicadas com segurança por

um segundo. Inclusive, devemos limitar o tempo empregado

nas ventilações de resgate, pois elas promovem interrupção

das compressões torácicas e também aumentam a pressão

intratorácica diminuindo o retorno venoso para o coração e

prejudicando a eficácia da RCP.

RECOMENDAÇÃO: A ventilação deve durar um segundo

e produzir elevação evidente o tórax. Os socorristas devem

aplicar o numero recomendado de ventilações; nunca, porém,

devem ultrapassar esse numero ou então realizar ventilações

prolongadas e/ou forçadas.

Uma Única Relação Compressão-

Ventilação para AdultosA ventilação, nos primeiros minutos de uma parada res-

piratória, parece desempenhar um papel secundário quando

comparada às compressões torácicas, porém em alguns ca-

sos com PCR em lactentes ou crianças, afogamentos e parada

cardiorrespiratória por overdose de drogas tem um impor-

tante componente de hipóxia, determinando nesse casos uma

importância fundamental das ventilações, daí a recomenda-

ção da compressão torácica associada à ventilação.

RECOMENDAÇÃO: Realizar ciclos de compressão torá-

cica-ventilação 30:2, ou seja, 30 compressões alternadas

com 2 ventilações. Essa orientação aplica-se desde socorris-

tas leigos até profissionaisde saúde treinados em normas de

BLS/ACLS e objetiva uniformizar o atendimento para todos os

socorristas, facilitat a memorização, aumentar o numero de

compressões torácicas e diminuir o tempo de interrupções na

massagem cardíaca.

Aplicação de um Choque Seguido de RCPMesmo quando a aplicação de um choque consegue re-

verter uma FV, demora-se alguns minutos para que o coração

retorne ao ritmo cardíaco “normal” e mais tempo ainda para

retornar ao fluxo sanguineo efetivo. Um período de compres-

sões torácicas pode oferecer sangue e oxigênio para o cora-

ção, aumentando a probabilidade de que esse coração ofere-

ça uma circulação eficaz.

RECOMENDAÇÃO: Os socorristas devem aplicar um

choque e depois começar RCP imediata; a verificação da

presença de pulso central após desfibrilação foi abolida. O

socorrista, depois do choque deve realizar 5 ciclos de RCP

( 2 minutos aproximadamente ) e só então verificar sinais

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miocárdio; miocardiopatia dilatada; hipertensão arterial sis-

têmica; cardiomiopatia hipertrófica; síndrome do QT longo e

portadores de síndrome de Wolf Parkinson White com episó-

dios de fibrilação atrial; em crianças: diferentemente dos

adultos, o mais comum em criança é apresentar parada car-

díaca devido à parada respiratória. Menos de 10% dos casos

devem-se a fibrilação ventricular (FV), sendo geralmente as-

sociados a doenças cardíacas congênitas. Por este motivo, a

sobrevida é muito baixa. Como a falência respiratória é a cau-

sa fundamental das PCR na criança, prevenir a insuficiência

respiratória e, principalmente, observar muito de perto crian-

ças com insuficiência respiratória, diminuirão a necessidade

de medidas de ressuscitação, nessa faixa etária. No nosso

país, distúrbios hidroeletrolíticos e ácido básicos são outras

causas comuns de PCR em criança. Em relação aos trauma-

tismos, estes são causa freqüente de PCR em crianças abaixo

de 1 ano de idade; na gravidez: os eventos que mais comu-

mente levam a parada cardíaca na gestação são: embolia pul-

monar, trauma, hemorragia periparto com hipovolemia, em-

bolia de líquido amniótico, doenças cardíacas pré-existentes e

complicações pelo uso de medicamentos durante a gravidez.

Modalidades de parada cardíaca Assistolia - É a cessação de qualquer atividade elétrica

ou mecânica dos ventrículos. No eletrocardiograma (ECG) ca-

racteriza-se pela ausência de qualquer atividade elétrica ven-

tricular observada em, pelo menos, duas derivações (fig. 1).

Fig. 1 - Assistolia ventricular; no início do traçado regis-

trou-se um complexo QRS e onda T, seguido de linha isoelé-

trica.

Fibrilação ventricular - É a contração incoordenada do

miocárdio em conseqüência da atividade caótica de diferentes

grupos de fibras miocárdicas, resultando na ineficiência total

do coração em manter um rendimento de volume sangüíneo

adequado. No ECG, ocorre a ausência de complexos ventri-

culares individualizados que são substituídos por ondas irre-

gulares em ziguezague, com amplitude e duração variáveis

(fig. 2).

A SBC ressalta que a “massagem” recomendada é muito

mais intensa e a frequência aumentou. Além disso, o leigo

não precisa fazer a respiração boca a boca. Mais importante,

segundo as novas diretrizes, é que ele faça as compressões e

peça para alguém trazer o mais rápido possível um desfibri-

lador automático, que hoje existe em locais de grande aglo-

meração de pessoas, como estádios, aeroportos e shoppings.

“Essas Diretrizes são da maior importância num país como

o nosso, em que 315 mil pessoas morrem de doenças car-

diovasculares a cada ano”, diz o presidente da SBC, Jorge

Ilha Guimarães. Para ele, é possível que metade dessas mor-

tes possam ser evitadas, se o público leigo estiver preparado

para fazer a compressão e usar o desfibrilador. A cada minuto

de parada cardíaca, o paciente perde 10% da chance de so-

breviver.

A redação das novas diretrizes contou com a participação

do cardiologista brasileiro Sérgio Timerman, junto com mais

de 350 especialistas de 29 países.

Para os médicos, as novas diretrizes também trazem a

norma resumida na sigla CAB, isto é, “Compression, Airway e

Breath” (compressão, vias respiratórias e respiração). A regra

é que primeiro se inicie a compressão, em seguida se garan-

ta a abertura das vias respiratórias e, como consequência, a

respiração. Numa segunda etapa, a recomendação é que os

profissionais providenciem o resfriamento do organismo para

32 a 34 graus, em até 24 horas, e o cateterismo de urgência.

Parada CardiorespiratóriaConceitos gerais - PCR é a interrupção súbita da ativi-

dade mecânica ventricular, útil e suficiente, e da respiração;

morte clínica: falta de movimentos respiratórios e batimen-

tos cardíacos eficientes na ausência de consciência, com via-

bilidade cerebral e biológica; morte biológica irreversível:

deterioração irreversível dos órgãos, que se segue à morte

clínica, quando não se institui as manobras de RCR; morte

encefálica (freqüentemente referida como morte cerebral):

ocorre quando há lesão irreversível do tronco e do córtex ce-

rebral, por injúria direta ou falta de oxigenação, por um tem-

po, em geral, superior a 5min em adulto com normotermia.

Epidemiologia: causas de PCR e

predisposições Em adultos: a doença coronária é a principal causa de

PCR. Em nosso país, a doença de Chagas, por levar a im-

portantes distúrbios elétricos no coração, também tem pa-

pel deflagrador desses episódios. Os fatores pregressos mais

importantes, que acrescentam riscos, são episódios prévios

e história de: PCR; taquicardia ventricular (TV); infarto do

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Consiste no conjunto de medidas básicas e avançadas de

RCR.

Ressuscitação Cardiorrespiratória

Básica (RCRB) - Socorro Básico

Definição É constituída por um conjunto de procedimentos de emer-

gência que pode ser executado por profissionais da área de

saúde ou por leigos treinados, consistindo no reconhecimento

de obstrução das vias aéreas, de parada respiratória e de

parada cardíaca e na aplicação da RCR através da seqüência

ABC: abertura de vias aéreas (desobstrução); boca a boca

(respiração); circulação artificial (compressão torácica exter-

na).

Reconhecimento e abordagem inicial A abordagem da vítima com provável PCR deve ser ini-

ciada com detecção de inconsciência. Constatado este fato,

o socorrista tenta solicitar auxílio e, imediatamente, iniciar

os procedimentos adequados. Para que a RCR seja eficiente,

a vítima deve estar em decúbito dorsal sobre uma superfície

dura, firme e plana. Se a vítima estiver em decúbito lateral

ou ventral, o socorrista deve virá-la em bloco de modo que a

cabeça, pescoço e ombros movam-se simultaneamente, sem

provocar torções. O socorrista deve se colocar ao nível dos

Fig. 2 - Fibrilação ventricular. A) ondas amplas e rápidas

- fibrilação ventricular tipo “grosseiro”; B) ondas pequenas e

lentas - fibrilação tipo “fino”.

Taquicardia ventricular sem pulso - É a sucessão rá-

pida de batimentos ectópicos ventriculares que podem levar

à acentuada deterioração hemodinâmica, chegando mesmo a

ausência de pulso arterial palpável, quando, então, é conside-

rada uma modalidade de parada cardíaca, devendo ser trata-

da com o mesmo vigor da FV. O ECG caracteriza-se pela repe-

tição de complexos QRS alargados não precedidos de ondas P

e, se estas estiverem presentes, não guardam relação com os

complexos ventriculares. Podem ocorrer capturas isoladas de

alguns complexos QRS. Em geral os ciclos ventriculares têm

sucessão a intervalos irregulares (fig. 3).

Fig. 3 - Taquicardia ventricular. Atividade elétrica sem pulso - É caracterizada pela au-

sência de pulso detectável na presença de algum tipo de ati-

vidade elétrica, com exclusão de taquicardia ou FV. A ativida-

de elétrica sem pulso incorpora a dissociação eletromecânica

(DEM) e um grupo heterogêneo de ritmos que inclui: pseudo

DEM, ritmo idioventricular, ritmo de escape ventricular, ritmo

idioventricular pós desfibrilação e ritmos bradiassistólicos. Ao

ECG, caracteriza-se pela presença de complexos QRS largos e

bizarros que não produzem resposta de contração miocárdica

eficiente e detectável (fig. 4).

Fig. 4 - Dissociação eletromecânica ou ritmo agônico.

Complexos QRS largos e bizarros. Ritmo idioventricular, sem

contração mecânica ventricular correspondente.

Tratamento

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Fig. 7 - Manobra da mandíbula: observar a colocação dos

dedos nos ramos, atrás dos ângulos da mandíbula, deslocan-

do-a para a frente, com a cabeça dorsofletida. Os polegares

retraem o lobo inferior. O socorrista deve colocar-se atrás do

polo cefálico da vítima.

Uma técnica variante é a chamada “manobra de mandíbu-

la”, que consiste na colocação dos dedos de ambas as mãos

do socorrista nos ramos atrás dos ângulos da mandíbula,

deslocando-a para frente enquanto a cabeça é dorsofletida

(fig. 7). O socorrista deve se colocar atrás da cabeça da víti-

ma com os cotovelos apoiados na superfície na qual ela está

deitada. Se a boca permanecer fechada, o lábio inferior deve

ser retraído com o auxílio dos polegares. A manobra da man-

díbula tem indicação imediata quando se suspeita de trauma

cervical, quando então deve ser empregada sem dorsoflexão

excessiva da cabeça. Se após estas medidas a respiração não

se instalar espontaneamente, deve-se dar seqüência à me-

dida B.

Ventilação boca a boca - Para se avaliar a presença de

respiração espontânea, o socorrista deve colocar o seu ouvido

próximo à boca e ao nariz da vítima enquanto mantém pér-

vias as vias aéreas (fig. 8).

ombros da vítima e se ajoelhar quando ela estiver no solo

(fig. 5)

Fig. 5 - Socorro básico - o socorrista coloca-se ao nível

dos ombros da vítima e ajoelha-se quando ela estiver no solo.

Seqüência das manobras de RCRB Abertura das vias aéreas - Na ausência do tônus mus-

cular, a língua e/ou a epiglote poderão ocluir as vias aéreas,

uma causa comum de obstrução em pessoas inconscientes.

A dorsoflexão da cabeça determina a progressão do maxi-

lar inferior para frente, promovendo o afastamento da língua

da parede dorsal da faringe, com a conseqüente abertura das

vias aéreas superiores. É realizada colocando-se a palma de

uma das mãos na fronte da vítima e as pontas dos dedos,

indicador e médio, da outra mão sob a parte óssea do queixo,

tracionando-o para frente e para cima (fig. 6).

Fig. 6 - Abertura das vias aéreas: A) com a cabeça fletida

para a frente, a mandíbula desloca a língua para trás, a qual

oclui as vias aéreas em sua porção superior; B) a dorsoflexão

da cabeça torna a via aérea pérvia corrigindo a posição da

língua.

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Na ausência de respiração espontânea, deve se aplicar a res-

piração artificial.

Na respiração boca a boca, após ocluir as asas do nariz da

vítima com os dedos, polegar e indicador, da mão que está na

fronte, o socorrista, após inspiração profunda, aplica seus lá-

bios sobre a parte externa da boca da vítima, de modo a obter

uma boa vedação e insufla um volume de ar para expandir o

tórax (fig. 9).

A expiração se faz passivamente pela própria elasticidade

do tórax. A manobra ventilatória inicial deve ser de 2 ventila-

ções amplas, com duração de 1 e 1/2 a 2s cada, no adulto. A

seguir, a insuflação dos pulmões deve ser repetida 12 vezes

por minuto. A respiração boca a nariz (fig. 10) constitui uma

variante, em situações em que a respiração boca a boca não

pode ser utilizada, como trisma, trauma bucal ou impossibili-

dade de vedação adequada. A posição das mãos do socorrista

nesta modalidade, será uma na testa e a outra erguendo a

mandíbula ocluindo a boca, enquanto insufla o ar pelo nariz.

Na vítima inconsciente, na qual se restabeleceram a res-

piração e o pulso, deve-se procurar manter a permeabilidade

das vias aéreas, colocando-se cuidadosamente a mesma em

decúbito lateral (posição de recuperação) quando não houver

suspeita de trauma cervical.

Circulação artificial: compressão torácica externa -

O reconhecimento da parada cardíaca em adulto é feita pela

constatação da ausência de pulso na artéria carótida (fig. 11)

ou, eventualmente, na artéria femoral associada à perda de

consciência e a outros sinais periféricos, como palidez, ciano-

se e pele marmórea.

Fig. 11 - Localização do pulso carotídeo.

Recomenda-se não fazer pressão forte sobre a artéria,

pois isto pode impedir que se percebam os batimentos.

O pulso radial pode ser sentido na parte da frente do pu-

nho. Usar as pontas de 2 a 3 dedos levemente sobre o pulso

da pessoa do lado correspondente ao polegar, conforme a fi-

gura abaixo.

Pulso radial e carotídeo

O pulso carotídeo é o pulso sentido na artéria carótida que

se localiza

Fig. 8 - Avaliação da presença de respiração espontânea -

ver eventuais movimentos respiratórios do tórax, ouvir ruídos

respiratórios, sentir fluxo do ar exalado sobre a sua face.

Fig. 9 – Resp. boca a boca. Nova diretriz SBC 2010- crian-

ça e adulto PCR>10’

Fig. 10 - Ventilação boca a nariz. Diretriz 2010 SBC-

criança e adulto PCR >10’

A atenção do socorrista deve se concentrar: ver even-

tuais movimentos respiratórios do tórax; ouvir ruídos

respiratórios;sentir o fluxo do ar exalado sobre a sua face.

Na ausência destes sinais indicativos, conclui-se que a vítima

está apnéica. Esta avaliação deve ser feita no máximo em 5s.

Em caso de retornarem os movimentos respiratórios, o

socorrista deve continuar a manter as vias aéreas abertas.

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tábua ou uma bandeja de servir de tamanho apropriado, in-

terposta entre o doente e o leito.

Com o paciente e o socorrista adequadamente posicio-

nados, este último desliza os dedos, indicador e médio, pelo

rebordo costal até o entalhe onde as costelas encontram o

osso esterno (ângulo de Charpy). Com o dedo médio neste

entalhe, o indicador é colocado ao seu lado na extremidade

inferior do esterno. A região hipotenar da outra mão é coloca-

da no esterno ao lado do indicador. A primeira mão é removi-

da do entalhe e colocada sobre a mão apoiada no esterno, de

tal maneira que ambas estejam paralelas (fig. 12). Os dedos

podem ficar estendidos ou entrelaçados, mas afastados do

gradeado costal, evitando-se fratura de costelas.

Fig. 16 - Localização do ponto de aplicação das compres-

sões torácicas externas.

Fig 17- Técnica de compressão torácica externa.

Os braços do socorrista devem permanecer em extensão

com as articulações dos cotovelos fixas, transmitindo ao es-

terno da vítima a pressão exercida pelo peso dos seus ombros

e tronco, reduzindo a fadiga (fig. 13). A pressão aplicada deve

ser suficiente para deprimir o esterno de 3,5 a 5cm no adulto.

de cada lado do pescoço. Posicionam-se os dedos sem

pressionar muito

para não comprimir a artéria e impedir a percepção do

pulso .

Do ponto de vista prático, a artéria radial e carótida são

mais fáceis para localização e não podem ser descartados.

Fig. 12 Locais onde podemos aferir pulso no corpo

Fig. 13 Pulso Radial Fig 14 e 15 Pulso Carotídeo

A pesquisa do pulso deve consumir de 5 a 10s pela pos-

sibilidade dele ser lento, irregular ou de pouca amplitude. Na

presença de pulso, porém com respiração ausente após as 2

ventilações iniciais, estas devem ser continuadas na freqüên-

cia de 1 ventilação a cada 5s.

Uma vez caracterizada a parada cardíaca, deve-se ten-

tar novamente chamar por auxílio de “socorro especializado”

sem abandono da vítima e prontamente iniciar a compressão

torácica externa. O paciente deve estar em decúbito dorsal

horizontal, apoiado numa superfície rígida como o solo, uma

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2) compressão abdominal interposta à compressão torácica;

3) enfaixamento abdominal contínuo; 4) vestimentas com-

pressivas anti-choque; 5) compressão-descompressão ativas.

Teoricamente é possível gerar fluxo sangüíneo durante RCR

pelos 2 mecanismos descritos.

Comentários finais A seqüência ABC poderá ser dispensada quando o pacien-

te estiver monitorizado ou a parada cardíaca for presenciada,

eventualidades nas quais se tenta restabelecer os batimentos

cardíacos pelo golpeamento do precórdio, pela desfibrilação

elétrica ou, se a vítima ainda estiver consciente, induzindo-a

a tossir.

O golpe do precórdio difere de compressão torácica, pois

tem a finalidade de tentar cessar a taquicardia ou a FV ou,

ainda, reiniciar a atividade elétrica cardíaca na assistolia pela

transformação da energia mecânica em elétrica. Aplica-se um

único e vigoroso golpe na região médio esternal com os pu-

nhos cerrados de uma altura de 20 a 30cm (fig. 14).

Fig. 18 - Golpe no precórdio.

A compressão deve ser regular e rítmica, seguindo-se

imediatamente o relaxamento de igual duração, aliviando to-

talmente a pressão, permitindo ao tórax retornar a sua posi-

ção normal, sem entretanto, retirar as mãos.

A seqüência destas manobras deve ser ininterrupta. A res-

piração artificial e a compressão torácica externa devem ser

associadas, para uma reanimação efetiva. A freqüência das

compressões deve ser de 80 a 100/min no adulto. As com-

pressões torácicas devem ser alternadas com as ventilações

na seguinte proporção: na presença de um socorrista, a al-

ternância deve ser de 15 compressões para cada duas venti-

lações; caso haja um segundo socorrista, um encarregar-se-á

das ventilações e o outro das compressões, e a alternância

compressões/ventilações passará a ser de 5 compressões

para cada ventilação.

Após 4 a 5 ciclos de compressão e ventilação (aproxima-

damente 1min), aconselha-se a reavaliação de presença de

pulso e de respiração espontânea, repetindo-se as reavalia-

ções a cada 3min.

Durante a parada cardíaca, a compressão torácica externa

realizada de modo apropriado pode produzir uma onda de

pressão sistólica próximo a 100mmHg; entretanto, a pressão

diastólica é ao redor de zero, resultando, assim, uma pressão

média de 40mmHg que irá representar a pressão de perfu-

são em grandes vasos, ou seja, 1/3 a 1/4 do normal. Essa

situação de fluxo em nível crítico, impõe ao socorrista uma

eficiência e exige uma constância nas compressões.

Atualmente, existem 2 teorias que tentam explicar a cir-

culação do sangue durante as compressões torácicas. A te-

oria de “bomba cardíaca”, subentendendo a compressão do

coração entre o esterno e a coluna, impulsionando o sangue

nas artérias pulmonar e aorta e a teoria de “bomba toráci-

ca”, fundamentando-se na elevação concomitante da pressão

intratorácica de todas as estruturas vasculares; as artérias

intratorácicas resistem ao colapso, havendo uma transmissão

quase total de sua pressão para as artérias extratorácicas.

As válvulas venosas competentes e o colapso venoso durante

as compressões torácicas impedem a transmissão plena da

pressão para as veias extratorácicas, criando um gradiente

arteriovenoso de pressão extratorácica, promovendo a circu-

lação.

A teoria da “bomba torácica” é reforçada pela observa-

ção nas salas de hemodinâmica da manutenção do paciente

consciente por até 30s de parada cardíaca, quando solicita-

do a tossir vigorosamente. Técnicas alternativas vêm sendo

investigadas com o objetivo de se elevar a pressão intrato-

rácica para melhorar os resultados da RCR. Entre elas des-

tacam-se: 1) compressão torácica e ventilação simultâneas;

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de FV, muitos adultos podem sobreviver neurologicamente

bem, mesmo se desfibrilados tardiamente, após 6 a 10min.

A RCR, realizada enquanto se espera pela desfibrilação, pro-

longa a FV e conserva o miocárdio e o cérebro. Isoladamente,

no entanto, dificilmente converte uma FV em ritmo regular.

A rapidez com que se realiza a desfibrilação é o principal

determinante de sucesso, o que explica a alta taxa de su-

cesso de desfibrilação, obtida pelos cardioversores-desfibri-

ladores-automáticos implantáveis (CDAI). Estes dispositivos

detectam a FV e realizam automaticamente a desfibrilação

segundos após o seu início. Obviamente o sucesso da des-

fibrilação depende das condições metabólicas do miocárdio.

Quanto maior a duração da FV, maior a deterioração meta-

bólica e, conseqüentemente, menor a chance do choque elé-

trico convertê-la a ritmo regular. Se a FV é de curta duração

(paciente de unidade coronária, portador de CDAI ou nos ca-

sos de parada cardíaca, rapidamente atendida por pessoal

treinado) quase sempre responde ao choque. Isto justifica

o constante aperfeiçoamento das formas de pronto atendi-

mento da parada cardíaca, dentro e fora do ambiente hos-

pitalar, e o uso cada vez mais difundido dos desfibriladores

automáticos externos, que aumentam o número de pessoas

que podem utilizar o desfibrilador, reduzindo o tempo entre o

colapso e a desfibrilação. É altamente recomendável que as

ambulâncias estejam equipadas com desfibriladores manuais

e/ou automáticos e que o pessoal de suporte esteja treinado

para sua utilização.

Desfibriladores - Um desfibrilador é o equipamento que

permite aplicar um choque elétrico controlado ao paciente,

com o objetivo de terminar uma FV (desfibrilação) ou uma

TV ou supraventricular (cardioversão). Consiste num sistema

eletrônico que, partindo de uma fonte de corrente elétrica

alternada ou contínua, carrega um capacitor com alta volta-

gem, cujo valor é selecionado pelo médico, descarregando-o

sobre o tórax ou sobre o miocárdio, de forma sincronizada

ou não-sincronizada com o ritmo cardíaco. A forma de onda

do pulso de descarga em meia senóide é preferível à trape-

zoidal, pelo fato de reduzir eventuais lesões sobre o miocár-

dio. Descargas com pulsos bifásicos ou multidirecionais têm

se mostrado mais eficazes na desfibrilação interna, estando

sob investigação para a desfibrilação transtorácica. Os siste-

mas automáticos de desfibrilação externa têm a vantagem de

monitorar constantemente o ritmo cardíaco, avisando caso

ocorra uma taquiarritmia. Além disso, são conectados ao tó-

rax por eletrodos adesivos, os quais permitem a desfibrilação

sem a utilização das pás convencionais. É recomendável que

o desfibrilador tenha associado um marcapasso torácico ex-

Consenso Nacional de Reanimação Cardiorrespiratória

Reanimação Cardiorrespiratória

Avançada - Socorro Especializado:

Suporte Avançado de Vida

Definição A RCR avançada (RCRA) ou o suporte avançado de vida

(SAV) consiste na ressuscitação com uso de equipamento adi-

cional ao usado no suporte básico ou ABC. Inclui desfibrilação

e monitorização, marcapasso, equipamentos e técnicas para

obtenção das vias aéreas e ventilação, obtenção de via veno-

sa, e administração de medicamentos e cuidados pós-ressus-

citação. Deve ser realizada por médico ou pessoal treinado e

amparado pela lei.

Algoritmos para atendimento dos

diferentes tipos de PCR FV e TV sem pulso; assistolia; atividade elétrica sem pulso

(AESP).

As medidas terapêuticas ou farmacológicas, utilizadas no

manejo das PCR costumam ser classificadas, de acordo com

as evidências científicas comprovadas em: classe I - efeti-

vamente útil; classe II - aceitável de eficácia incerta e pode

ser controverso; classe IIa - aceitável, provavelmente útil;

classe IIb - aceitável, possivelmente útil (provavelmente não

é danoso); classe III - não indicado (sem base científica que

a suporte, pode ser prejudicial).

Desfibrilação Desfibrilação é o uso terapêutico do choque elétrico de

corrente elétrica contínua, com grande amplitude e curta du-

ração, aplicado no tórax ou diretamente sobre o miocárdio.

Durante uma atividade elétrica irregular, a desfibrilação des-

polariza todas as células cardíacas, permitindo o reinício do

ciclo cardíaco normal, de forma organizada em todo o mio-

cárdio.

Importância da desfibrilação - Nos casos de parada

cardíaca súbita, o ritmo mais freqüentemente observado é

a FV; o único tratamento realmente eficaz da FV é a desfi-

brilação elétrica; a probabilidade de sucesso na desfibrilação

decai rapidamente com o passar do tempo; a FV tende a se

transformar em assistolia em poucos minutos.

Estas considerações justificam que em caso de parada

cardíaca, a desfibrilação deve ser realizada o mais rápido pos-

sível. Além disto é importante se ter em mente que, em caso

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Suporte Básico de Vida e Socorro de Emergência

na região dorsal, na área infraescapular esquerda. Nunca se

deve colocar a pá do desfibrilador sobre ou muito próxima do

gerador do marcapasso. Após a desfibrilação é importante

realizar uma avaliação e, eventualmente, uma reprograma-

ção do marcapasso para avaliar a integridade e segurança do

sistema.

Energia para desfibrilação/cardioversão - Se, por

um lado a baixa energia pode ser ineficaz para desfibrilação,

por outro, a alta energia pode provocar lesões com compro-

metimento orgânico e funcional do miocárdio. Assim sendo,

no adulto, para tratamento da FV/TV, recomenda-se iniciar

com uma energia de 200J. Não se obtendo a reversão da

arritmia, deve-se tentar um segundo choque de 300J. Se os

dois primeiros choques forem ineficazes, a energia deve ser

aumentada para 360J. Caso haja recorrência da FV/TV, deve-

-se repetir o choque com o último valor de energia eficaz. Se

os 3 primeiros choques falharem, deve-se continuar com as

manobras de RCR e, logo que possível, repetir os choques.

É importante considerar que a impedância torácica se re-

duz com os choques repetidos. Desta forma, um choque com

energia insuficiente poderá ser eficaz numa segunda tenta-

tiva.

O tratamento das taquicardias supraventriculares, fibrila-

ção e flutter atriais, deve ser feito com cardioversão sincro-

nizada com a onda R. Tipicamente são necessárias menores

quantidades de energia, iniciando-se com 100J. A FV é in-

comum nas crianças e bastante rara nos lactentes. Quando

ocorre, geralmente é secundária a parada respiratória. En-

contrando-se uma criança sem pulso deve-se imediatamente

estabelecer uma adequada ventilação e oxigenação, manten-

do-se a circulação através de compressão torácica externa.

Caso a FV seja confirmada, deve-se iniciar a desfibrilação com

2J/kg, dobrando-se a dose em caso de ineficácia. É importan-

te manter no mínimo 3 a 6cm de distância entre as pás ou

utilizar a posição ântero-posterior.

Recomendações sobre os níveis de

energia em desfibrilaçãoDesfibrilação externa transtorácica (indireta) em

adultos

● 1ª desfibrilação: 200J

● 2ª desfibrilação: 300J

● 3ª e subseqüentes desfibrilações: 360J

Desfibrilação interna (direta) em adultos

● desfibrilação inicial: 5J

terno, tendo em vista sua inquestionável aplicação nas bra-

diarritmias intercorrentes.

Impedância torácica - A resistência elétrica que se opõe

à súbita movimentação dos elétrons através do tórax (cor-

rente elétrica), durante a desfibrilação, é a “impedância torá-

cica”. Seu valor médio geralmente está entre 70 a 80 Ohms

(variando de 15 a 150 Ohms). Existe um valor mínimo de

corrente elétrica capaz de promover a desfibrilação (limiar

de desfibrilação). Obviamente, quanto menor a impedância

torácica, maior a corrente elétrica. Por outro lado, valores

muito altos, freqüentemente, provocam insucesso na desfi-

brilação. Muitos fatores determinam a impedância torácica:

tamanho dos eletrodos; energia selecionada; área de contato

dos eletrodos; substância usada no contato entre os eletrodos

e a pele; número e intervalo de tempo entre choques prévios;

fase ventilatória, distância entre os eletrodos; tamanho do

tórax; pressão de contato dos eletrodos no tórax. Embora

todos estes fatores sejam importantes, uma substancial re-

dução na impedância é obtida com a colocação adequada de

pasta condutora nas pás do desfibrilador, uma firme pressão

de contato das pás sobre o tórax e uma aplicação do choque

durante expiração máxima. É fundamental ter-se o cuidado

de limpar qualquer quantidade de pasta condutora, eventual-

mente existente entre as pás do desfibrilador, pelo fato deste

artefato reduzir a eficácia da desfibrilação. A baixa impedân-

cia na desfibrilação também evita eventuais faiscamentos, al-

tamente desfavoráveis pelo risco de provocar lesões cutâneas

e, acidentalmente, incêndio, num ambiente normalmente rico

em oxigênio. Eventualmente, na impossibilidade de se usar a

pasta condutora, pode-se utilizar gaze embebida em solução

salina. O surgimento recente dos desfibriladores baseados em

“corrente” deverá resolver os problemas advindos das varia-

ções de impedância. Além disso, a maioria dos desfibriladores

modernos tem uma indicação que mostra se a impedância

está ou não adequada, imediatamente antes do choque.

Eletrodos ou pás de desfibrilação - Por razões de efi-

cácia, acima dos 10kg de peso (1 ano de idade) devem ser

usadas pás de desfibrilação para adultos, que apresentam

de 8,5 a 12cm de diâmetro. Pás muito pequenas ou muito

grandes podem provocar altos limiares de desfibrilação. As

pás devem ser posicionadas, de modo a proporcionar que a

maior corrente elétrica possível atravesse o miocárdio. Isto é

obtido colocando-se uma das pás no lado direito do esterno,

na região infraclavicular e, a outra, ao nível do ápex, na li-

nha médio-axilar esquerda. Nos portadores de marcapassos

implantados na região infraclavicular direita, esta disposição

não deve ser utilizada. Nestes casos deve-se usar a posição

ântero-posterior: uma pá colocada no precórdio e a outra

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Suporte Básico de Vida e Socorro de Emergência

a unidade não tiver sido utilizada, é necessário limpar sua su-

perfície, periodicamente, com um pano umedecido com água.

Em situações em que o paciente entra em FV, sob ob-

servação, se não houver resposta ao golpe precordial e, se

o desfibrilador está disponível, recomenda-se imediatamente

realizar a desfibrilação elétrica (com menos de 1min); se o

desfibrilador não estiver disponível para uso imediato, reco-

menda-se iniciar a RCR. Logo que o desfibrilador esteja dis-

ponível, deve ser utilizado (quadros II e III).

Desfibrilação automática externa - A maioria das pes-

soas que sofre morte súbita fora do hospital, encontra-se ini-

cialmente em FV, antes de entrar em assistolia; nos casos

documentados em que há a monitorização cardíaca contínua,

observa-se que mais de 60% dos casos apresentam TV por

curto espaço de tempo antes de entrar em FV.

Está bem estabelecido que o tratamento mais eficiente

da FV é a desfibrilação elétrica, e que o fator mais impor-

tante para a sobrevivência é a rapidez com que se aplica o

tratamento. Na fase hospitalar, o primeiro elo na “cadeia do

suporte de vida” (termo introduzido por Peter Safar) é o leigo

que dá início à RCR básica; depois os paramédicos com trei-

namento em cuidados avançados, incluindo a desfibrilação,

e, finalmente, o transporte para salas de emergência hospi-

talares.

Com a introdução dos desfibriladores automáticos exter-

nos (DAE), foi incluído um elo a mais entre o leigo e os pa-

ramédicos, permitindo a aplicação de desfibrilação precoce,

com aumento da taxa de sobrevivência, já mencionado. Tais

desfibriladores permitem que o pessoal de emergência (po-

lícia, bombeiros, pessoal de ambulância), que não tem trei-

namento avançado e nem habilidade para o diagnóstico de

arritmias, possa ter treinamento definitivo em casos de FV.

Outras situações para o uso dos desfibriladores automá-

ticos externos são: a) lugares onde há grande número de

pessoas adultas, estádios desportivos, centros comerciais,

centros industriais, centros militares, auditórios ou centros de

conferência, aeroportos e meios de transporte, como navios

e aviões; b) para uso domiciliar, no caso de pessoas com alto

risco de FV primária; c) em centros de reabilitação cardio-

vascular, dentro e fora do hospital; d) em salas hospitalares,

onde o pessoal não tem habilidade técnica para o reconheci-

mento de arritmias e o uso do desfibrilador-padrão.

A pessoa encarregada do desfibrilador automático deverá

ser treinada em RCR básica e no manejo do desfibrilador. Isso

elimina a necessidade de treinar pessoal na interpretação de

arritmias. O operador coloca os eletrodos no peito da pessoa

que se supõe morta; ao prender a unidade, começa-se a in-

terpretação do ritmo cardíaco; se houver indicação de choque

● desfibrilações subseqüentes: aumentar

progressivamente até 50J

Desfibrilação externa em crianças

● 1ª desfibrilação: 2J/kg

● desfibrilações subseqüentes: 4J/kg

Desfibrilação interna (direta) em crianças

● 1ª desfibrilação: usar o nível de energia

mais baixo que for possível com a unidade

em torno de 2J

● desfibrilações subseqüentes: 3-10J

Cardioversão sincronizada - O sincronismo com a onda

R é fundamental para evitar a liberação do choque sobre a

onda T, o que facilmente produz FV. Assim, o sincronismo

deve ser utilizado nas taquicardias supraventriculares, na fi-

brilação/flutter atriais e nas taquicardias ventriculares. Nas

TV muito rápidas ou com QRS muito bizarro ou com poli-

morfismo, pode ser difícil obter-se o sincronismo. Neste caso

o choque deve ser aplicado sem sincronismo. Se qualquer

choque sincronizado ou não causa FV, deve-se imediatamente

aplicar um outro choque não sincronizado, com energia ajus-

tada para o tratamento da FV.

Precauções, segurança e manutenção dos desfibri-

ladores - Na aquisição de um desfibrilador, devem ser consi-

derados vários fatores, como o apoio técnico do fabricante, a

incorporação dos avanços técnicos atuais (tais como o marca-

passo transtorácico) e a simplicidade do manuseio.

O pessoal encarregado do uso do desfibrilador deve se-

guir as normas para a segurança do paciente, bem como dos

membros da equipe presente durante a descarga de energia.

É necessário manter um protocolo de prova e manutenção do

equipamento. Antes do início de um procedimento de risco,

deve-se ter à disposição um desfibrilador previamente tes-

tado.

Uma das precauções importantes é evitar proceder as

descargas elétricas quando não há indicação clínica para tal.

Há que recordar que ondulações irregulares no monitor po-

dem ser produzidas por artefatos como, por exemplo, quando

o paciente treme, ou por uma interferência elétrica. É essen-

cial verificar-se a presença ou a ausência do pulso arterial

antes de se proceder a desfibrilação.

É importante, depois de cada uso, limpar os eletrodos e os

fios do desfibrilador, assim como todo o restante da unidade,

utilizando um pano úmido com água e detergente líquido. Se

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Suporte Básico de Vida e Socorro de Emergência

Segundo reanimador

1. Colocar o desfibrilador automático próximo ao paciente.

2. Ligar a unidade.

3. Conectar os eletrodos ao cabo.

4. Colocar o eletrodo branco debaixo da clavícula direita na

parte paraesternal direita. Colocar o eletrodo vermelho

no lado esquerdo do tórax, 2cm abaixo do mamilo.

5. Ordenar a interrupção da RCR e afastar-se do paciente.

6. Ativar o analisador.

7. A unidade indica que o choque está indicado e ordena

afaste-se.

8. A unidade procede a 1ª desfibrilação de 200J. Em unida-

de semi-automática o 2º reanimador ativa manualmente

o choque.

9. Repetir a seqüência indicada pelo analisador e, se houver

ordem de choque proceder à 2ª descarga com 300J. Re-

petir o mesmo para a 3ª análise e choque; o 3º choque

está programado para 360J. Não proceder a RCR entre

as 3 descargas.

10. Se o paciente continuar em FV (sem pulso) depois de 3

descargas consecutivas, continuar com a RCR por 1min

e recomeçar com outras 3 desfibrilações se forem ne-

cessárias.

11. Quando a unidade emitir a mensagem choque não indi-

cado, o reanimador deverá verificar o pulso: se presente,

manter os eletrodos no tórax e monitorar; se ausente,

indicar dissociação eletromecânica ou assistolia e deve-

-se continuar com a RCR.

Protocolo para um só reanimador com

desfibrilador automático externo

1. Verificar a inconsciência.

2. Abrir a via respiratória.

3. Verificar a respiração.

4. Dar duas ventilações.

5. Verificar pulso carotídeo.

6. Se pulso ausente, ligar o desfibrilador automático exter-

no.

7. Conectar os cabos aos eletrodos.

8. Colocar os eletrodos na posição adequada no tórax.

9. Ativar o analisador.

10. Se o choque estiver indicado, dar ordem de afastar-se.

Choques de 200-300-360J, ativando o analisador entre

os choques.

11. Verificar o pulso e, se ausente, proceder RCR por 1min.

12. Repetir a série de 3 desfibrilações, se houver indicação.

elétrico, a unidade automaticamente carrega os capacitores

a um nível pré-selecionado de energia e dá a descarga; ou

então, no caso de desfibrilador semi-automático, se a unidade

acusa ao resgatador a necessidade de choque, este ativa a

unidade e dá a descarga.

Aspectos técnicos dos desfibriladores

automáticos externos

Nos desfibriladores automáticos externos, identificam-se

os seguintes componentes: osciloscópio para monitoriza-

ção cardíaca - a maioria destes desfibriladores conta com

monitor eletrocardiográfico; no entanto, existem unidades

que não contam com o monitor; microprocessador para

a análise da atividade cardíaca - o tempo da análise é de

6 a 12s; a fonte de energia é uma bateria recarregável

quando está completamente carregada, pode prover até 20

descargas de 360J. O tempo total para a carga completa das

baterias varia entre 10 e 16h. O tempo de recarga é de 10s

para choques de 200J e de 15s para 360J; o módulo de

controle médico mantém registro de partes críticas do ECG,

do número de descargas e marca a hora dos eventos. Isso

é importante para análises posteriores e controle médico;

eletrodos - são dois eletrodos removíveis, que atuam como

condutores do choque, um como eletrodo positivo e outro

como negativo, para análise de arritmia na derivação DII; a

unidade tem a capacidade de dar as seguintes ordens,

através de sinais sonoros: checar eletrodos - nos casos em

que o operador se esqueça de colocar os eletrodos no tórax

ou haja mau contato; retirar-se - esta é a ordem dada pela

unidade antes da descarga; checar o paciente - indica que

se deve “checar” o pulso quando não houver indicação de

desfibrilação; dar o choque - este sinal se encontra unica-

mente em desfibriladores semi-automáticos. Os quadros IV e

V contêm as relações de procedimentos para a desfibrilação

automática externa e para um só reanimador com desfibrila-

dor automático externo.

Protocolo para desfibrilação automática

externa

Primeiro reanimador

1. Certificar-se de que o paciente está inconsciente. Pedir

ajuda.

2. Abrir a via respiratória. Verificar a respiração. Proceder

a duas ventilações.

3. Verificar o pulso. Se não houver pulso solicitar imediata-

mente o desfibrilador.

4. Começar com as compressões torácicas externas.

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Suporte Básico de Vida e Socorro de Emergência

É importante observar rapidamente se existem perigos

para o acidentado e para quem estiver prestando o socorro

nas proximidades da ocorrência. Por exemplo: fios elétricos

soltos e desencapados; tráfego de veículos; andaimes; vaza-

mento de gás; máquinas funcionando. Devem-se

identificar pessoas que possam ajudar. Deve-se desligar a

corrente elétrica; evitar chamas, faíscas e fagulhas; afastar

pessoas desprotegidas da presença de gás; retirar vítima de

afogamento da água, desde que o faça com segurança para

quem está socorrendo; evacuar área em risco iminente

de explosão ou desmoronamento.

Avaliar o acidentado na posição em que ele se encontra,

só mobilizá-lo com segurança (sem aumentar o trauma e os

riscos), sempre que possível deve-se manter o acidentado

deitado de costas até que seja examinada, e até que se saiba

quais os danos sofridos. Não se deve alterar a posição em

que se acha o acidentado, sem antes refletir cuidadosa-

mente sobre o que aconteceu e qual a conduta mais adequa-

da a ser tomada.

Se o acidentado estiver inconsciente, por sua cabeça em

posição lateral antes de proceder à avaliação do seu estado

geral.

É preciso tranqüilizar o acidentado e transmitir-lhe se-

gurança e conforto. A calma do acidentado desempenha um

papel muito importante na prestação dos primeiros socorros.

O estado geral do acidentado pode se agravar se ela estiver

com medo, ansiosa e sem confiança em quem está cuidando.

2. Proteção do Acidentado

Avaliação e Exame do Estado Geral do acidentado

A avaliação e exame do estado geral de um acidentado de

emergência clínica ou traumática é a segunda etapa básica

na prestação dos primeiros socorros. Ela deve ser realizada

simultaneamente ou imediatamente à “avaliação do acidente

e proteção do acidentado”. O exame deve ser rápido e siste-

mático, observando as seguintes prioridades:

· Estado de consciência: avaliação de respostas lógicas

(nome, idade, etc).

· Respiração: movimentos torácicos e abdominais com en-

trada e saída de ar normalmente pelas narinas ou boca.

· Hemorragia: avaliar a quantidade, o volume e a qualida-

de do sangue que se perde. Se é arterial ou venoso.

· Pupilas: verificar o estado de dilatação e simetria (igual-

dade entre as pupilas).

· Temperatura do corpo: observação e sensação de tato na

face e extremidades.

Deve-se ter sempre uma idéia bem clara do que se vai

fazer, para não expor desnecessariamente o acidentado, veri-

13. Se depois de qualquer desfibrilação, a unidade registrar

que o choque não está indicado, verificar o pulso: se pre-

sente, parar RCR e desfibrilações; se ausente, continuar

a RCR

Atendimento de Emergência Pré-Hospitalar

Protocolo Internacional de

Atendimento Pré-hospitalar

Para qualquer assunto que você queira estudar, sempre haverá

um livro, artigo ou apostila. Em primeiros socorros também há, só que

não dá tempo de recorrer a eles !

URGÊNCIA – Situação onde não há risco à vida

EMERGÊNCIA - Situação onde há risco á vida

SOCORRO BÁSICO - são os procedimentos não invasivos.

SOCORRO AVANÇADO - são os procedimentos invasivos.

Etapas Básicas de Primeiros

SocorrosO atendimento de primeiros socorros pode ser dividido em

etapas básicas que permitem a maior organização no atendi-

mento e, portanto, resultados mais eficazes.

1. Avaliação do Local do Acidente

Esta é a primeira etapa básica na prestação de primeiros

socorros.

Ao chegar no local de um acidente, ou onde se encontra

um acidentado, deve-se assumir o controle da situação e pro-

ceder a uma rápida e segura avaliação da ocorrência. Deve-

-se tentar obter o máximo de informações possíveis sobre o

ocorrido. Dependendo das circunstâncias de cada acidente, é

importante também:

a. Evitar o pânico e procurar a colaboração de outras pes-

soas, dando ordens breves, claras, objetivas e concisas;

b. Manter afastados os curiosos, para evitar confusão e

para ter espaço em que se possa trabalhar da melhor

maneira possível.

Ser ágil e decidido observando rapidamente se existem

perigos para o acidentado e para quem estiver prestando o

socorro

A proteção do acidentado deve ser feita com o mesmo

rigor da avaliação da ocorrência e do afastamento de pessoas

curiosas ou que visivelmente tenham perdido o autocontrole

e possam prejudicar a prestação dos primeiros socorros

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Suporte Básico de Vida e Socorro de Emergência

para um rápido exame nas áreas que sofreram alguma lesão.

O acidentado deve ficar deitado de costas ou na

posição que mais conforto lhe ofereça.

Exame do acidentado Inconsciente

O acidentado inconsciente é uma preocupação, pois além

de se ter poucas informações sobre o seu estado podem sur-

gir, complicações devido à inconsciência.

O primeiro cuidado é manter as vias respiratórias superio-

res desimpedidas fazendo a extensão da cabeça, ou mantê-la

em posição lateral para evitar aspiração de vômito. Limpar a

cavidade bucal.

O exame do acidentado inconsciente deve ser igual ao do

acidentado consciente, só que com cuidados redobrados, pois

os parâmetros de força e capacidade funcional não poderão

ser verificados. O mesmo ocorrendo com respostas a estímu-

los dolorosos.

É importante ter ciência que nos primeiros cuidados ao

acidentado inconsciente a deverá ser mínima.

A observação das seguintes alterações deve ter prioridade

acima de qualquer outra iniciativa. Ela pode salvar uma vida:

· Falta de respiração;

· Falta de circulação (pulso ausente);

· Hemorragia abundante;

· Perda dos sentidos (ausência de consciência);

· Envenenamento.

Observações:

1. Para que haja vida é necessário um fluxo contínuo de

oxigênio para os pulmões. O oxigênio é distribuído para

todas as células do corpo através do sangue impulsiona-

do pelo coração. Alguns órgãos sobrevivem algum tempo

sem oxigênio, outros são severamente afetados. As cé-

lulas nervosas do cérebro podem morrer após 3 minutos

sem oxigênio.

2. Por isso mesmo é muito importante que algumas altera-

ções ou alguns quadros clínicos, que podem levar a essas

alterações, devem ter prioridade quando se aborda um

acidentado de vítima de mal súbito. São elas:

· Obstrução das vias aéreas superiores;

· Parada cárdio-respiratória;

· Hemorragia de grandes volumes;

· Estado de choque (pressão arterial, etc);

· Comas (perda da consciência);

· Convulsões (agitações psicomotoras);

· Envenenamento (intoxicações exógenas);

· Diabetes mellitus (comas hiper e hipoglicêmicos);

· Infarto do miocárdio; e

ficando se há ferimento com o cuidado de não movimentá-lo

excessivamente.

Em seguida proceder a um exame rápido das diversas

partes do corpo.

Se o acidentado está consciente, perguntar por áreas do-

lorosas no corpo e incapacidade funcionais de mobilização.

Pedir para apontar onde é a dor, pedir para movimentar as

mãos, braços, etc.

Cabeça e Pescoço

Sempre verificando o estado de consciência e a respiração

do acidentado, apalpar, com cuidado, o crânio a procura de

fratura, hemorragia ou depressão óssea.

Proceder da mesma forma para o pescoço, procurando

verificar o pulso na artéria carótida, observando freqüência,

ritmo e amplitude, correr os dedos pela coluna cervical, desde

a base do crânio até os ombros, procurando alguma irregula-

ridade. Solicitar que o acidentado movimento

lentamente o pescoço, verificar se há dor nessa região.

Movimentar lenta e suavemente o pescoço, movendo-o de

um lado para o outro. Em caso de dor pare qualquer mobili-

zação desnecessária.

Perguntar a natureza do acidente, sobre a sensibilidade e

a capacidade de movimentação dos membros visando confir-

mar suspeita de fratura na coluna cervical.

Coluna Dorsal

Perguntar ao acidentado se sente dor. Na coluna dorsal

correr a mão pela espinha do acidentado desde a nuca até o

sacro. A presença de dor pode indicar lesão da coluna dorsal.

Tórax e Membros

Verificar se há lesão no tórax, se há dor quando respira ou

se há dor quando o tórax é levemente comprimido.

Solicitar ao acidentado que movimente de leve os braços e

verificar a existência de dor ou incapacidade funcional. Locali-

zar o local da dor e procurar deformação, edema e marcas de

injeções. Verificar se há dor no abdome e procurar todo tipo

de ferimento, mesmo pequeno. Muitas vezes um ferimento de

bala é pequeno, não sangra e é profundo, com conseqüências

graves.

Apertar cuidadosamente ambos os lados da bacia para

verificar se há lesões. Solicitar à vítima que tente mover as

pernas e verificar se há dor ou incapacidade funcional.

Não permitir que o acidentado de choque elétrico ou trau-

matismo violento tente levantar-se prontamente, achando

que nada sofreu. Ele deve ser mantido imóvel, pelo menos

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Suporte Básico de Vida e Socorro de Emergência

7. Tranqüilizar o acidentado. Em todo atendimento ao aci-

dentado consciente, comunicar o que será feito antes de

executar para transmitir-lhe confiança, evitando o medo

e a ansiedade.

8. Quando a causa de lesão for um choque violento, deve-

-se pressupor a existência de lesão interna. As vítimas

de trauma requerem técnicas específicas de manipula-

ção, pois qualquer movimento errado pode piorar o seu

estado. Recomendamos que as vítimas de traumas não

sejam manuseadas até a chegada do atendimento emer-

gencial. Acidentados presos em ferragens só devem ser

retirados pela equipe de atendimento emergencial.

9. No caso do acidentado ter sede, não ofereça líquidos

para beber, apenas molhe sua boca com gaze ou algodão

umedecido.

10. Cobrir o acidentado para conservar o corpo quente e pro-

tegê-lo do frio, chuva, etc.

11. Em locais onde não haja ambulância, o acidentado só

poderá ser transportado após ser avaliado, estabilizado

e imobilizado adequadamente. Evite movimentos desne-

cessários.

12. Só retire o acidentado do local do acidente se esse local

causar risco de vida para ele ou para o socorrista. Ex:

risco de explosão, estrada perigosa onde não haja como

sinalizar, etc. A pessoa que está prestando os primeiros

socorros deve seguir um plano de ação baseando-se no

P.A.S., que são as três letras iniciais a partir das quais

se desenvolvem todas as medidas técnicas e práticas de

primeiros socorros. Prevenir - afastar o perigo do aci-

dentado ou o acidentado do perigo. Alertar - contatar o

atendimento emergencial informando o tipo de acidente,

o local, o número de vítimas e o seu estado. Socorrer -

após as avaliações

Aspectos Legais do Socorrismo· OMISSÃO DE SOCORRO (ART. 135º DO CÓDIGO PENAL.)

Todo cidadão é obrigado a prestar auxílio a quem este-

ja necessitando, tendo três formas para fazê-lo: aten-

der, auxiliar quem esteja atendendo ou solicitar auxílio.

Exceções da lei (em relação a atender e/ou auxiliar): meno-

res de 16 anos, maiores de 65, gestantes a partir do terceiro

mês, deficientes visuais, mentais e físicos (incapacitados).

Telefones de emergência:

CB: 193

SAMU: 192

PM: 190

“ A principal causa-morte pré-hospitalar é a falta de atendi-

mento. A segunda é o socorro inadequado.”

· Queimaduras em grandes áreas do corpo.

3. Toda lesão ou emergência clínica ocorrida dentro do âm-

bito da Instituição deve ser comunicada ao NUST - Nú-

cleo de Saúde do trabalhador / DIREH, através de uma

ficha de registro específica e anotada no “livro de registro

de acidentes”.

4. É importante ter sempre disponível os números dos

telefones e os endereços de hospitais e de centros de

atendimento de emergência;socorro especializado para

emergências cardíacas; plantão da Comissão Nacional de

Energia Nuclear; locais de aplicação de soros antiveneno

de cobra e de outros animais peçonhentos e centro de

informações tóxicofarmacológica.

Resumo

Para o bom atendimento é imprescindível:

1. Manter a calma. Evitar pânico e assumir a situação.

2. Antes de qualquer procedimento, avaliar a cena do aci-

dente e observar se ela pode oferecer riscos, para o aci-

dentado e para você. EM HIPÓTESE NENHUMA PONHA

SUA PRÓPRIA VIDA EM RISCO.

3. Os circunstantes devem ser afastados do acidentado,

com calma e educação. O acidentado deve ser mantido

afastado dos olhares de curiosos, preservando a sua in-

tegridade física e moral.

4. Saiba que qualquer ferimento ou doença súbita dará ori-

gem a uma grande mudança no ritmo da vida do aci-

dentado, pois o coloca repentinamente em uma situação

para a qual não está preparado e que foge a seu controle.

Suas reações e comportamentos são diferentes do nor-

mal, não permitindo que ele possa avaliar as próprias

condições de saúde e as conseqüências do acidente. Ne-

cessita de alguém que o ajude. Atue de maneira tranqüila

e hábil, o acidentado sentirá que está sendo bem cuidado

e não entrará em pânico. Isto é muito importante, pois a

intranqüilidade pode piorar muito o seu estado.

5. Em caso de óbito serão necessárias testemunhas do

ocorrido. Obter a colaboração de outras pessoas dando

ordens claras e concisas. Identificar pessoas que se en-

carreguem de desviar o trânsito ou construir uma prote-

ção provisória. Uma ótima dica é dar tarefas como, por

exemplo: contatar o atendimento de emergência, bus-

car material para auxiliar no atendimento, como talas e

gaze, avisar a polícia se necessário, etc.

6. JAMAIS SE EXPONHA A RISCOS. Utilizar luvas descar-

táveis e evitar o contato direto com sangue, secreções,

excreções ou outros líquidos. Existem várias doenças que

são transmitidas através deste contato

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Suporte Básico de Vida e Socorro de Emergência

● Cor e umidade da pele – pode indicar prob-

lemas circulatórios e hipotermia. São avali-

ados pela observação e toque na vítima.

Independem do estado de consciência.

● Motilidade – avaliamos lesões muscu-

lares e déficit neurológico. Avaliamos pela

observação e solicitando ações à vítima. Só

pode ser avaliada nas pessoas conscientes.

● Sensibilidade – idem ao anterior e mais a

hipotermia.

● Fotorreatividade pupilar (pupilas dilatadas

chamam-se midríase e contraídas chamam-

se miose) – o problema não é a posição

final da pupila e sim a ausência de sua rea-

tividade. Midríase paralítica pode ser indica-

tivo de hipóxia cerebral, edema intracrani-

ano, hipovolemia, TCE. Miose pode indicar

envenenamento, intoxicação. A presença de

midríase e miose juntas, geralmente indica

edema intracraniano por TCE, sendo que

o edema nesses casos localiza-se do lado

da midríase. Utiliza-se uma lanterna clínica

para avaliação e independe do estado de

consciência da vítima.

Observação

Se a vítima apresentar duas midríases ou duas mioses,

chamamos de “pupilas isocóricas” ou estando em “isocoria”.

Se a apresentar midríase e miose ao mesmo tempo, chama-

mos de “anisocóricas”, ou estando em “anisocoria”.

● Enchimento capilar – pelo tempo decor-

rido, estimamos a perfusão sanguínea ou

se houve alguma lesão traumática naquele

segmento, que retarda a irrigação. Essa

lesão também pode ser vascular. A aval-

iação depende da luminosidade do ambi-

ente, mas independe do estado de con-

sciência da vítima.

Comprimindo a unha e Observando o enchi-

mento.

Observação

O tempo ideal desse teste é o que levamos para dizer

“enchimento capilar” após soltarmos a compressão na unha.

Etapas Básicas do SocorrismoToda vez que um socorrista realizar um atendimento, ele

levará em consideração dois fatores iniciais:

1. Está consciente ou não? Vítima consciente já demonstra

estar viva.

2. É evento clínico ou traumático? Em princípio, os eventos

clínicos nos permitem maior liberdade de manipulação

das vítimas.

Análise da cena

· cuidados com a segurança do profissional (prioridade)

· observação

· sinalização

Análise da cena - Abordagem da vítima

· Verificação da responsividade – pode ser realizada a dis-

tância. Procuramos perceber as manifestações da vítima.

· Checagem dos sinais vitais – só pode ser realizada em

contato com a vítima.

Abordagem da vítima:

Se for na maca, colocamos ambas as mãos nos ombros

do vítima e falamos com ele. Se for no chão, apoiamos um

joelho e colocamos ambas as mãos nos ombros da vítima.

Sinais - são os indicativos que obtemos sem auxílio da vítima.

Sintomas - são os indicativos que obtemos com auxílio da

vítima.

SINAIS VITAIS - – formas de checagem: “VER / OUVIR / SENTIR”

● Respiração – geralmente usa-se o dorso da

mão para sentir.

● Pulso – carotídeo (em adultos e crianças) /

braquial (em bebês).

● Pressão arterial – precisa-se de instrumen-

tal específico.

● Temperatura – precisa-se de instrumental

específico.

Checando respiração: Em lactentes não fazemos hiperex-

tensão cervical.

SINAIS DE APOIO

● São os que fornecem mais informações so-

bre o estado da vítima. Não são prioritários,

mas são válidos para mais informações.

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Suporte Básico de Vida e Socorro de Emergência

Ventilação ambú-máscara(Duas mãos fixando a máscara)

Ventilação ambú-tubo (Em lactente)

“C” Massagem cardíaca externa

Em crianças e adultos é realizada sobre o terço in-

ferior do esterno, utilizando-se ambas as mãos apoian-

do apenas a região tenar e com os cotovelos estendidos.

Em lactentes, essa manobra é realizada com os dedos

médio e anelar sobre o esterno, abaixo da linha mami-

lar. Nas gestantes, a execução é como nos adultos, porém

é importante e tração do útero gravídico para a esquer-

da, objetivando a descompressão da veia cava inferior.

Pode ser feito a Massagem cardíaca sobre a maca ou a Mas-

sagem cardíaca no chão.

Controle das hemorragiasGeralmente é realizado com a compressão de gaze so-

bre o local da hemorragia. Mas também pode ser neces-

sária a aplicação de um garrote ou torniquete, depen-

dendo do local da hemorragia e do volume de sangue.

Pode ser Compressivo apropriado e Compressivo improvisado

“D”Não se administra nada via oral para pessoas inconscien-

tes pelo risco da broncoaspiração.

“E” Exame físico da vítima

Objetivando procurar lesões e hemorragias. O exame físi-

co será interrompido se for encontrada: PR / PCR / hemorra-

gia significante / fratura bi-lateral de fêmur e/ou de quadril.

• Roteiro do exame físico – vítima em decúbito dorsal. ca-

beça / pescoço / tórax / abdômen / quadril / genitália /

membros inferiores / membros superiores / coluna ver-

tebral / nuca.

Sempre que o profissional desconfiar que há uma lesão,

procederá como se houvesse.

Controle térmicoManter a vítima aquecida é uma das pre-

ocupações no atendimento em via

pública ou em qualquer lugar onde possa ocorrer

queda de temperatura corporal.

PRIORIDADE ABSOLUTA (CHAMADO DE A B C DA VIDA)

A - ABERTURA DAS VIAS AÉREAS COM CONTROLE CER-

VICAL

Roteiro de Prioridades no

Atendimento

● Abertura das vias aéreas com controle

cervical

● Boa ventilação

● Controle hemodinãmico (circulação / con-

trole das hemorragias).

● Déficit neurológico exposição completa da

vítima e controle térmico

● Toda vítima de trauma possui lesão cervical

até provar o contrário!

● O estado de uma vítima é inversamente

proporcional ao número de informações

obtidas pelo socorrista.

● Não se administra nada via oral para víti-

mas inconscientes!

“A” (Hiperextensão cervical)É a manobra mais utilizada, pois a maior causadora de

obstrução das vias aéreas superiores é a queda da língua.

Em lactentes não fazemos hiperextensão cervical para

abrir as vias aéreas e nem para checar a respiração

● Cabeça na posição retificada(Mostrando a

queda da língua)

● Cabeça em hiperextensão(Mostrando a

língua elevada)

● Empuxo mandibular (Repare na posiçãodo

polegar e indicador)

● Lateralização da vítima(Serve para liberar

as vias aéreas e exame físico)

Manobra de Heimlich

Também conhecida como “compressões abdominais”.

Destinada às obstruções causadas por corpos estranhos só-

lidos. Em crianças e adultos é realizada no epigástrio. Em

gestantes e lactentes, essa manobra é realizada no tórax,

sobre o esterno, sendo entre os seios na gestante e na linha

mamilar com os dedos indicador e médio nos lactentes.

Estabilização cervicalO colar cervical não dispensa a estabilização manual.

“B”

Ventilação boca-a-boca (Pode ser boca-

-nariz, Em lactentes é boca-a-boca/nariz.)

Ventilação boca-máscara (Duas mãos fixando a máscara)

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Suporte Básico de Vida e Socorro de Emergência

1. Checando a respiração - Realizando hiper-

extensão cervical

A checagem da respiração inicialmente é

realizada sem a hiperextensão. Caso não

seja constatado movimento ventilatório,

fazemos a hiperextensão da cabeça para

verificar se a ausência da respiração é

devida à queda da língua no oro-faringe.

2. Ventilando- Preferencialmente boca-a-boca,

mas pode ser boca-nariz . ( Diretriz SBC

2010 referenda ventilação boca a boca só-

mente em criança ou adulto com tempo de

parada maior que 10 minutos ).

3. Checando o pulso - Carotídeo (com os de-

dos indicador e médio).

4. Massageando-No terço inferior do esterno,

apoiando a região tenar.

Em lactentes (de 0 até 1 ano).• 1 ex-

ecutante 2 ventilações X 30 massagens

cardíacas

RCP em lactentes

1 – Checando a responsividade (Tocando o bebê).

2 – Checando a respiração (sem hiperextensão).

3 – Insuflando - Boca-a-boca/nariz (sem hiperextensão).

4 – Checando o pulso(Braquial).

5 – massageando (Dois dedos na linha mamilar).

6 – ventilando e massageando

• Checagem da respiracao (em qualquer vítima) . vias aé-

reas

• Checagem do pulso (em criancas e adultos) . carotídeo

• Checagem do pulso (em bebes) . braquial

• Iniciamos a manobra de RCP sempre pelas ventilações!!

OBSERVAÇÃO

1 - A Associação Americana do Coração preconiza que

a RCP seja realizada por apenas uma pessoa, até a exaus-

tão, para somente então ser realizada a troca do executan-

te, por motivo de sincronia! Exceção para os casos onde

os executantes estejam acostumados a fazerem juntos.

2 - O centro respiratório, localizado no bulbo raquídeo é cons-

tituído por duas partes: o apnêustico, estimulado pelo CO2

e o pneumotáxico, estimulado pelo O2. Portanto, o alto per-

centual de CO2 insuflado nas ventilações da RCP, no ato do

socorro básico é essencial.

Complicações na RCP

B - BOA VENTILAÇÃO

C - CIRCULAÇÃO E CONTROLE DAS HEMORRAGIAS

Em princípio, as letras “D” e “E” não são prioridades no pri-

meiro atendimento.

Avaliação Primária:

Responsividade

Sinais Vitais

A / B / C

Atenção!

A Avaliação Primária só será inter-

rompida se ocorrer ou for verificada:

obstrução das vias aéreas / parada respiratória / parada cár-

dio-respiratória / grandes hemorragias / fratura bi-lateral de

fêmur.

Avaliação Secundária:

Sinais de Apoio

Exame físico

Reanimação CARDIOPULMONAR

(RCP)

· Parada Respiratória (P.R.) - interrupção brusca da

função pulmonar

· Parada Cardiorrespiratória (P.C.R.) - suspensão

imediata das funções pulmonar e cardíaca

IMPORTANTE

NÃO HÁ PARADA SOMENTE CARDÍACA, POIS ESSA SITU-

AÇÃO É IMPOSSÍVEL DE OCORRER. PARANDO O CORAÇÃO,

IMEDIATAMENTE OCORRERÁ PARADA DA FUNÇÃO PULMO-

NAR, OU SEJA, PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA.

Em crianças e adultos (de 8 anos em diante).

● 1 ou 2 executantes – preferencialmente

com 2 ventilações X 30 massagens cardía-

cas

● Em crianças (de 1 até 8 anos).

● 1 executante 2 ventilações X 30 massagens

cardíacas

2 executantes 2 ventilações X 15 massa-

gens cardíacas

● CHECAGEM DA RESPIRAÇÃO (QUALQUER

VÍTIMA) - VIAS AÉREAS

● CHECAGEM DO PULSO (VÍTIMA INFANTIL E

ADULTA) – NO PULSO CAROTÍDEO.

RCP em crianças e adultos.

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Suporte Básico de Vida e Socorro de Emergência

H. INTERNAS - SÃO AQUELAS QUE NÃO OCORREM NA

SUPERFÍCIE CORPORAL

AS HEMORRAGIAS INTERNAS:

PODEM SER DIVIDIDAS EM EXTERIORIZADAS OU NÃO

EXTERIORIZADAS. SÃO EXTERIORIZADAS QUANDO O SAN-

GRAMENTO APRESENTA- SE PARA O MEIO EXTERNO.

HEMORRAGIAS INTERNAS EXTERIORIZADAS

OTORRAGIA - sangramento pelo conduto da orelha ex-

terna. Não fazemos tamponamento. Se a vítima está cons-

ciente, posicionamos em decúbito dorsal. Se estiver incons-

ciente ou com suspeita de trauma cervical, lateralizamos com

a orelha que esteja sangrando para baixo.

EPISTAXE - sangramento pelas narinas. Fazemos com-

pressão manual com a cabeça posicionada à frente 45º.

Podemos utilizar gelo juntamente com a compressão, prin-

cipalmente nos casos de trauma. Em último caso, fazemos

o tamponamento utilizando roletes de gaze com vaselina.

ESTOMATORRAGIA - sangramento proveniente da ca-

vidade oral, podendo ser originada por ferimentos na bo-

checha, língua e extrações dentárias. Seja qual for o caso

usamos gaze sobre a lesão, fazendo compressão, similar ao

procedimento utilizado pelos dentistas. O gelo pode ser apli-

cado, na parte externa, nos casos de hemorragias dentárias.

Atenção!

As otorragias e epistaxes podem apresentar saída de lí-

quor (líquido cefalorraquidiano / LCR), sendo isso um indício

de TCE (Traumatismo Crânio Encefálico), e, portanto, todos

os cuidados com a estabilização cervical devem ser tomados

prioritariamente!

HEMOPTISE – sangramento de origem do aparelho res-

piratório, em geral dos pulmões e/ou árvore brônquica. Não

utilizamos gelo nesse tipo de hemorragia. Na vítima cons-

ciente, o posicionamento é recostado e tentamos mantê-lo

calmo. Esse sangramento tem características de coloração

vermelha rutilante, espumante e é expelido por tosse. Em

caso de vítima inconsciente ou com trauma associado, adota-

mos a lateralização. Se houver tosse no momento da posição

recostada, colocamos sua cabeça para o lado a fim de facilitar

o escoamento das secreções.

HEMATÊMESE – sangramento originário do sistema di-

gestório alto (esôfago, estômago e duodeno), que normal-

mente é expelido por vômito, juntamente com restos alimen-

tares. Costuma ter coloração escura como borra de café. Em

vítimas conscientes, utilizamos saco de gelo sobre o epigás-

trio em decúbito dorsal e, em casos de vômito ou inconsciên-

cia, lateralizamos. Nos casos de hematêmese por trauma, se

o vômito ocorrer muito rápido, sua coloração poderá ser ver-

melha normal, mas haverá presença de restos alimentares.

(PODEM OCORRER MAS NÃO SÃO INDICATIVOS OBRIGA-

TÓRIOS DE INTERRUPÇÃO DA RCP)

● FRATURAS DE COSTELAS - EM PRINCÍPIO

CONTINUAMOS.

● FRATURAS DE ESTERNO - TORNA-SE

CONTRA-INDICAÇÃO.

● LUXAÇÃO COSTO-ESTERNAL - EM PRINCÍ-

PIO CONTINUAMOS.

● PERFURAÇÃO DE VÍSCERAS (CORAÇÃO /

PULMÕES / AORTA / DIAFRAGMA / ETC...)

- DEPENDE DE EXAMES COMPLEMENTARES

PARA QUE HAJA CONFIRMAÇÃO DA LESÃO.

CONTRA-INDICAÇÕES DA RCP (SÃO AS SITUAÇÕES QUE,

QUANDO ENCONTRADAS, JÁ SÃO INDICATIVOS PARA A NÃO

REALIZAÇÃO DO PROCEDIMENTO DE RCP, PORÉM, EM CER-

TOS CASOS, A DECISÃO DE CONTINUAR OU NÃO FICARÁ A

CRITÉRIO DO SOCORRISTA):

● PCR POR TRAUMA DE TÓRAX

● VÍTIMAS COM DOENÇAS EM ESTÁGIO

TERMINAL

● VÍTIMAS COM MAIS DE 75 ANOS

● PCR OCORRIDA A MAIS DE 15 MINUTOS.

● SURGIMENTO DE RIGIDEZ CADAVÉRICA.

ATENÇÃO:

NA ABORDAGEM DA VÍTI-

MA, CHECAMOS PRIMEIRO A RESPIRAÇÃO.

EM CASO DE AUSÊNCIA, REALIZAMOS DUAS INSUFLAÇÕES.

SÓ ENTÃO CHECAMOS O PULSO. SE AUSENTE TAMBÉM,

COMBINAMOS COM MASSAGENS CARDÍACAS!

POSSIBILIDADES DE RECUPERAÇÃO:

Quanto mais rápido a vítima for atendida é aumentada a

sua chance de recuperação e sobrevivência.

● 1`= 98% de chance

● 5` = 25% de chance

● 10` = 1% de chance

Hemorragias· DEFINIÇÃO: PERDA AGUDA DE SANGUE. EM GERAL,

TODAS AS HEMORRAGIAS DEVEM SER CONTIDAS:

· CLASSIFICAÇÃO:

H. VENOSAS - SANGRAMENTO MAIS ESCURO, QUE SAI

ESCORRENDO.

H. ARTERIAIS - SANGRAMENTO DE COR VIVA (RUTILAN-

TE), QUE SAI EM JATOS.

H. EXTERNAS - SÃO AQUELAS COM ORIGEM NA SUPER-

FÍCIE CORPORAL.

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Suporte Básico de Vida e Socorro de Emergência

1-FERIMENTO PERFURANTE

● Mecanismo de ação: ocorre por pressão.

● Características: geralmente apresenta orifí-

cio pequeno, o que dificulta a antisepsia e a

avaliação da extensão da lesão.

Agentes causadores: a grande maioria é de objetos pon-

tiagudos como pregos, tachinhas, furadores de gelo, etc,

que podem ser encontrados fixados no local da lesão, po-

rém, não obrigatoriamente necessitam possuir pontas.

No entanto não podem apresentar lâminas.

CORTANTE

- mecanismo de ação: ocorre por deslizamento.

- características: apresenta bordos regulares, o que em

princípio facilita a cicatrização e a sutura. Podem possuir pro-

fundidade e extensão variáveis.

- agentes causadores: qualquer objeto que apresente lâ-

mina, como faca, navalha,etc.

CONTUSÃO

podem apresentar-se como: “hematomas” / “equimoses”

ou escoriações”

- mecanismo de ação: ocorrem por trauma.

- características: nos casos dos “hematomas” e das “equi-

moses”, são os ferimentos que não rompem a integridade da

pele. Quando ocorre a ruptura da pele são chamadas de “es-

coriações”. Os hematomas e as equimoses são identificados

por manchas arroxeadas, sendo que as “equimoses” são mais

difusas e os “hematomas” mais localizados.

Considera-se que todas as manchas azuladas e / ou ar-

roxeadas no corpo são denominadas equimoses, mas onde

puder haver coleta de sangue, será classificado como “he-

matoma”.

As “escoriações” são superficiais, sangram pouco, porém

apresentam-se extremamente dolorosa.

ENTORSES

Perda momentânea de contato das superfícies articulares –

podem apresentar 3 graus. Ocorrem apenas em articulações.

Os graus de classificação das entorses são referentes à ex-

tensão da ruptura dos ligamentos, sendo conferido o 1º grau

para nível microscópico, 2º grau para nível parcial e 3º grau

para ruptura total.

LUXAÇÕES

Perda definitiva de contato das superfícies articulares.

Ocorrem apenas em articulações.

. FRATURAS - SOLUÇÃO DE CONTINUIDADE ÓSSEA

· FECHADAS - OCORRE APENAS A LESÃO ÓSSEA, SEM

ROMPIMENTO DA INTEGRIDADE DA PELE.

OBSERVAÇÃO: NUNCA UTILIZA-SE GELO DIRETAMENTE

SOBRE A PELE, NEM SOBRE A GENITÁLIA E MUCOSAS!

· HEMOSTASIA: AÇÃO DE CONTENÇÃO DAS HEMORRA-

GIAS

· MÉTODOS DE HEMOSTASIA: - compressão direta – tam-

bém chamada de compressão no local. É o método mais uti-

lizado e eficaz.

ELEVAÇÃO DO SEGMENTO - USA-SE A GRAVIDADE À

NOSSO FAVOR

COMPRESSÃO DIRETA ( TAMBÉM CHAMADA DE COM-

PRESSÃO NO LOCAL, É O MÉTODO MAIS EFICAZ)

-GARROTE - É O RECURSO EMPREGADO QUAN-

DO OS DOIS MÉTODOS ANTERIORES NÃO SURTIRAM

EFEITO. UTILIZAMOS UM PEDAÇO DE TECIDO, FITA

DE BORRACHA OU QUALQUER MATERIAL SEMELHANTE

PARA ENVOLVER O SEGMENTO, APERTANDO FIRMEMENTE,

ATÉ CESSAR A HEMORRAGIA.

-TORNIQUETE - PODEMOS DI-

ZER QUE CONSISTE EM UM GARROTE MAIS

FIRME, POIS ALÉM DO MATERIAL ANTERIOR, USAMOS UM

OBJETO COMO CANETA OU GRAVETO PARA AUMENTAR A

COMPRESSÃO.

CUIDADO: GARROTE E TORNIQUETE SÃO APLICADOS

APENAS EM MEMBROS, E O TORNIQUETE É PREFERENCIAL

PARA AMPUTAÇÕES TRAUMÁTICAS!

Observação

Não é verdade que garrotes e torniquetes tenham que ser

obrigatoriamente afrouxados a cada 15’. Nos procedimentos

de emergência, principalmente pré-hospitalares, considera-

mos que os membros superiores podem suportar isquemia de

até 1:30’h, e os membros inferiores de até 2:00h. Portanto,

se o garrote ou torniquete foi aplicado e o tempo de chegada

com a vítima ao hospital for inferior a essa margem de se-

gurança, não haverá necessidade de liberação do fluxo san-

güíneo. Entretanto, nos casos onde o socorro mais adequado

demore muito, podemos liberar por 1’ a compressão a cada

15’, não esquecendo de que o curativo sobre a lesão deverá

ficar firme durante o tempo de circulação para impedir perda

volêmica. Cirurgias em membros só podem ser realizadas na

ausência de sangue na região, demorando geralmente mais

de 2:00h. E nem por isso a isquemia provocada pelo tempo

decorrido provoca malefícios à vítima.

Lesões TraumáticasO trauma é a doença que mais mata entre 05 e 40 anos!

CLASSIFICAÇÃO: FERIMENTOS / ENTORSES / LUXAÇÕES

/ FRATURA

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Suporte Básico de Vida e Socorro de Emergência

a característica da retomada de consciência

espontânea.

● Coma – inconsciência por mais de 3’ ? Ger-

almente as vítimas apresentam apenas as

funções vegetativas, mas que podem ainda

assim estarem reduzidas.

No atendimento de emergência, a classificação da incons-

ciência como síncope ou coma não é prioridade. O socorrista

atende da mesma forma, ou seja, os procedimentos são refe-

rentes a uma pessoa inconsciente!

CAUSAS DE ALTERAÇÕES DA CONSCIÊNCIA

● Hipoglicemia . Diminuição do % de glicose

circulante (ocorre em qualquer pessoa).

- a administração de açucar por via oral

e o procedimento clássico, contanto que

a vítima esteja consciente. Nos casos de

inconsciência, o açucar poderá ser posto na

mucosa sublingual, sem haver deglutição.

● Hiperglicemia . O aumento do percentual

de glicose circulante (ocorre somente em

diabeticos).

● - a conduta e a administração de insulina.

Nos casos de inconsciência onde não temos

diagnóstico de hipo ou hiperglicemia, e

colocado açucar sublingual. Se a víitima

reagir satisfatoriamente, temos a confir-

mação de hipoglicemia. Em caso contrário,

confirmamos hiperglicemia. Portanto, se

houver dúvida quanto ao diagnóstico, no

caso de diabéticos e inconscientes, a ad-

ministrção de açúcar sublingual e o procedi-

mento indicado.

● Convulsão . na crise convulsiva pode ocor-

rer diminuição de aporte sanguineo cerebral

com todos os resultados ja conhecidos.

ATENÇÃO

Na convulsão, a vítima não enrola nem engole a língua e a

saliva não é contagiosa. A crise convulsiva é dividida em duas

fases distintas:

1 - Fase tônico-clônica - duração de 40” a 1’, onde a prin-

cipal preocupação é evitarmos outras lesões, principalmente

T.C.E., realizando a contenção da cabeça e assim evitando

choques com o solo.

2 - Fase de relaxamento - não tem duração pré-deter-

minada. É onde a vítima corre risco, pois estando geral-

- Procedimentos nas fraturas fechadas: evitar movimen-

tação / checar pulsos distais (só em membros) / estabilizar

/ imobilizar.

· ABERTAS (COM OU SEM EXPOSIÇÃO ÓSSEA).

- NESSES CASOS, ALÉM DA LESÃO ÓSSEA, OCORRE TAM-

BÉM A RUPTURA DA PELE, PORÉM A ESPÍCULA ÓSSEA PODE

ESTAR EXTERIORIZADA OU SIMPLESMENTE TER CAUSADO A

ABERTURA NA PELE E RETORNADO PARA O INTERIOR.

- Sempre que ocorrer uma fratura aberta, seja com expo-

sição ou não, a prioridade será a hemostasia

- Procedimentos nas fraturas abertas sem exposição: evi-

tar movimentação / hemostasia / checar pulsos distais (só em

membros) / cobrir o ferimento / estabilizar/imobilizar.

- Procedimentos nas fraturas abertas com exposição: evi-

tar movimentação / hemostasia / checar pulsos distais (só

em membros) / cobrir o osso exposto / estabilizar/imobilizar.

Pulsos distais nos membros superiores: gradial e ulnar

Pulsos distais nos membros inferiores: pedioso e tibial pos-

terior

Cuidados básicos com os ferimentos abertos

¨ antes de qualquer atitude, proteja-se. Se a ferida apre-

senta sangramento, pare a hemorragia.

¨ agora, lave o ferimento com agua e sabao neutro ou

preferencialmente, soro-fisiológico.

¨ cubra a ferida com gaze esterilizada.

¨ não use pomadas, nem qualquer outro produto que pos-

sa causar reação alérgica.

APLICAÇÃO DE GELO

Em todos os casos de lesão aberta, a antitetãni-

ca é obrigatório! Uso do gelo. Nas lesões fechadas o gelo

não pode ser usado diretamente sobre a pele, nem em

ferimentos abertos, mucosas, globo ocular e genitália.

Deve ser aplicado no local da lesão fechada, envolvido em

saco plástico, por 20’, com intervalos de 20’ também, sendo

repetida a aplicação por três vezes.

Alterações Psico-Motoras

DISTÚRBIOS DA CONSCIÊNCIA E DO COMPOR-TAMENTO

● Consciência – lucidez e orientação no

tempo e no espaço.

● Comportamento – conduta de acordo com o

padrão da sociedade local.

● Síncope - inconsciência até 3’ ? É a perda

da consciência completa e breve, levando a

um estado de morte aparente, porém com

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Suporte Básico de Vida e Socorro de Emergência

mite a livre circulação sanguínea e não diminui a sensibi-

lidade no segmento estabilizado.

Técnicas de Transportes. Transporte só passa a ser prioridade quando:

1 Não há mais nada a fazer no local.

2 Quando dele depender a vida da vítima.

3 Quando o local oferecer risco a vítima ou ao socorrista.

. Métodos de transporte poderão ser com: 1, 2, 3 ou

mais executantes . Não há técnicas de transporte com mais

de 3 pessoas, pois o que ocorrerá será aumento de co-

laboradores, mas o método continuará sendo o mesmo.

Porém, no ambiente hospitalar, raramente fazemos transpor-

te e sim remoções entre leitos, salas ou setores, e mesmo

assim, em cadeiras de rodas ou macas.

. A escolha do método de transporte dependerá:

1 - Da gravidade da lesão.

2 - Do nº de pessoas disponíveis.

3 - Do local do evento

. Antes de iniciarmos o transporte, temos que ve-

rificar: peso, posição e lesões da vítima / percur-

so / local onde se encontra / ajuda disponível.

Essas observações acima são particularmente verdadeiras

nas ocorrências pré-hospitalares.

. Toda vítima que apresentar lesão de coluna tem que

ser transportado em decúbito dorsal, sobre superfície pla-

na e rígida (prancha), ou em último caso, em bandeja

de braços . Não é admissível pensarmos em transportar

pessoas com TRM utilizando material que permita flexibilida-

de, desestabilizando a coluna.

Reanimação Cardiorrespiratória

Pediátrica

IntroduçãoA parada cardíaca em crianças, na maioria das vezes, é

conseqüência de problemas respiratórios ou circulatórios,

sendo a parada cardíaca primária, diferentemente do adulto,

evento raro nessa faixa etária. Assim, em crianças freqüente-

mente se observam várias doenças e lesões traumáticas, de-

sencadeando hipoxemia e acidose progressivas, que levam à

parada cardíaca em assistolia. FV ocorre na minoria dos casos

de PCR em crianças (menos de 10%) e é observada mais co-

mumente em portadores de doença cardíaca congênita pré-

via. O prognóstico da assistolia cardíaca é bastante reserva-

do. Os índices de sobrevida são reduzidos e, freqüentemente,

os sobreviventes desenvolvem seqüelas neurológicas graves.

mente em decúbito dorsal, sofre a ação da gravidade, oca-

sionando queda da língua e provocando asfixia. Tomamos

cuidados com a permeabilidade das vias aéreas, e a coloca-

mos lateralizada, para escoamento das secreções da boca.

Posição de recuperação (deitado em decúbito lateral do

lado esquerdo)

Observações

1 – Essa posição é adotada nas emergências clínicas, prin-

cipalmente nas pessoas inconscientes. Devem ser posiciona-

das preferencialmente para o lado esquerdo. É a posição ideal

para os casos de pessoas que não recuperaram a consciência

na fase de relaxamento da convulsão.

2 – Três motivos pelos quais o lado esquer-

do é preferencial na Posição de recuperação.

- Curvatura da Aorta (Facili-

ta o escoamento sanguíneo pelo aórtico)

- Fundo do estômago (Mantém o con-

teúdo gástrico no fundo do estômago)

- Veia cava inferior (Evita compressão da veia cava inferior)

Técnicas de Imobilizações

• A estabilização cervical e sempre prioridade . É claro

que se temos uma vítima com lesão traumática apenas

em membros e o mecanismo não sugere trauma cer-

vical, não haverá essa prioridade, porém, estabilizar a

região cervical será sempre uma preocupação, mesmo

que seja por precaução.

• As imobilizações de um segmento devem abranger as

articulações adjacentes . Quando fazemos imobilização

em segmentos, temos que estabilizar as articulações ad-

jacentes pelo fato das mesmas criarem segmentos ins-

táveis.

• Pessoas inconscientes necessitam de vigilância mais pró-

xima – se o socorrista estiver distante da vítima, a che-

cagem dos sinais vitais será impossível de ser realizada.

• Em casos de lesões em um dos membros inferiores, utili-

za-se o lado íntegro como amparo ao lado lesado – esse

procedimento só é possível nos membros inferiores, e,

normalmente utilizamos algum material, como colcha

/ cobertor / etc..., na intenção de aumentar a congruên-

cia entre os dois membros.

• Nas imobilizações de membros, não esquecer da checa-

gem da sensibilidade, enchimento capilar e pulsos distais

– uma imobilização é considerada bem feita quando per-

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Suporte Básico de Vida e Socorro de Emergência

Vias aéreas - A avaliação do nível de consciência e do

padrão respiratório é feita de imediato, ao se deparar com

uma criança com suspeita de PCR.

Fora do ambiente hospitalar, se a criança está irresponsiva

a um estímulo táctil, mas apresenta esforço respiratório, deve

ser imediatamente transportada a um centro de atendimento.

Se a criança estiver em apnéia, a ressuscitação deve ser

imediatamente iniciada enquanto se providencia a chamada

de socorro.

É fundamental a colocação da criança em posição supina

sobre uma superfície firme para realizar a RCR. Entretanto,

em crianças vítimas de trauma deve-se ter extremo cuidado

na manipulação da coluna, principalmente a cervical.

Nestes casos, a movimentação da vítima deve ser em blo-

co, mantendo-se tração cervical até que a imobilização da

coluna esteja completa.

O relaxamento dos músculos do pescoço da parede pos-

terior da faringe e da língua, devido à inconsciência e hipo-

xemia, é causa de obstrução aérea. Para que as vias aéreas

fiquem pérvias, a cabeça deve ser inclinada e ou o mento

elevado. Este procedimento deve ser

executado com suavidade tanto maior quanto menor for a

criança, tomando-se o cuidado de não estender em excesso o

pescoço, não pressionar os tecidos moles abaixo do pescoço

e nem fechar a boca, manobras que ocluem a via aérea

DiagnósticoA suspeita diagnóstica da PCR é feita imediatamente ao se

visibilizar a criança. Apnéia ou respiração agônica (gasping)

configuram parada respiratória e ausência de pulsos em gran-

des artérias, parada circulatória. Outros sintomas de doenças

e injúrias insuficiência, falência respiratória e circulatória

Consenso reanimação cardiorrespiratória

Abertura de via aérea na criança, ao invés de abrí-la. Para

manter a cabeça em posição, deve-se colocar um coxim pe-

queno sob a nuca da criança. Nos casos de trauma apenas o

mento deve ser elevado sem inclinação da cabeça.

Respiração artificial - Após a criança estar adequada-

mente posicionada, a ventilação pulmonar deve ser iniciada

imediatamente se não houver retorno espontâneo da mesma.

Há várias maneiras de realizar a respiração artificial:

Boca-a-boca ou boca-a-boca/nariz - O reanimador

deve fazer uma inspiração profunda e insuflar o pulmão da

criança. A boca do reanimador deve englobar a boca e nariz

da criança, se esta tiver menos de 1 ano. Para idades maio-

Assim, conclui-se que a prevenção da PCR é essencial na

faixa etária pediátrica, implicando no emprego imediato de

terapia adequada a cada doença. A monitorização dos parâ-

metros clínicos - freqüência respiratória, FC, coloração das

mucosas e perfusão periférica - é obrigatória em todas as

crianças que apresentem algum risco, mesmo que mínimo, de

desenvolverem insuficiência respiratória ou circulatória.

São várias as situações que podem causar PCR. Em nosso

meio, destacam-se as doenças infecciosas que acometem o

sistema nervoso central, o trato respiratório e o trato gas-

trintestinal. As lesões traumáticas constituem a 1ª causa de

morte em crianças acima de 1 ano de idade.

Esquema dos eventos relacionados com

a PCR em criançasSinais acessórios também devem ser considerados: res-

piração irregular, batimentos cardíacos muito baixos, cianose

e palidez cutânea. A observação ao ECG de ritmos inadequa-

dos, como assistolia, FV, bradicardia intensa e complexos bi-

zarros, corroboram o diagnóstico de parada cardíaca.

CondutaSuspeitando-se de PCR, as manobras de RCR devem ser

imediatamente iniciadas. Manobras que têm o objetivo de

manter fluxo de sangue oxigenado aos órgãos vitais, princi-

palmente cérebro.

Algumas considerações são necessárias antes de serem

descritas as técnicas de RCR. A intervenção na parada respi-

ratória deve ser agressiva para evitar a ocorrência de parada

cardíaca, pois, como já comentado anteriormente, o seu

prognóstico é reservado. Em todos os hospitais deve haver

um treinamento específico e contínuo em RCR, pois já é

comprovado que o prognóstico relaciona-se diretamente

com a qualidade de atendimento prestado. Didaticamente,

divide-se a RCR em suporte básico e SAV. O suporte básico

de vida inclui a abertura das vias aéreas, a respiração

artificial (ventilação pulmonar) e a circulação artificial (com-

pressão torácica). Este atendimento inicial não requer equi-

pamentos

sofisticados e pode ser executado em qualquer circuns-

tância. O êxito é dependente da destreza e rapidez com que

as manobras são aplicadas.

O SAV implica no aperfeiçoamento das técnicas utilizadas

no suporte básico, na obtenção de via de acesso vascular, na

administração de fluidos e medicamentos, na monitorização

cardíaca e no emprego da desfibrilação. As manobras utiliza-

das na RCR pediátrica são:

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Suporte Básico de Vida e Socorro de Emergência

direta do coração e “bomba torácica” onde a circulação resul-

ta da variação da pressão intratorácica que ocorre durante a

compressão-descompressão. É aceito o mecanismo de “bom-

ba cardíaca” em crianças.

A técnica de compressão torácica externa varia com a ida-

de da criança. Em recém-nascidos, a compressão torácica ex-

terna é realizada através da compressão do esterno imediata-

mente abaixo da interseção da linha intermamilar e esternal

(fig. 19). Em recém-nascidos grandes, é indicada a técnica

usada em crianças maiores, ou seja: de 1 mês a 1

ano - a compressão deve ser realizada sobre o esterno a

um dedo abaixo da interseção da linha intermamilar com a

linha Cada tentativa de intubação deve ser precedida de oxi-

genação adequada e não pode ultrapassar 30s. Se durante a

tentativa de intubação, ocorrer intensa bradicardia nos casos

em que houver ritmo cardíaco espontânea e ou piora

da perfusão ou da cor da pele, a manobra deve ser in-

terrompida. Este procedimento deve ser realizado por indiví-

duo mais experiente. As cânulas de intubação traqueal para

crianças, abaixo de 8, anos devem ser desprovidas de cuff,

com diâmetro interno variando com as diferentes idades e,

em geral, igual ao diâmetro do 5º dedo da mão e igual ao

diâmetro das narinas:

cânulas <0,5cm e >0,5cm devem estar disponíveis

antes de se proceder à intubação. OBS: A Via Aérea Ar-

tificial com introdução do Tubo Oro-traqueal ( TOT ) só pode

ser feito por Equipe de SAV que tenha o médico socorrista

presente.

Freqüências respiratória (FR) e cardíaca

(FC) durante a RCR em pediatria.Idade FR FC

Recém-nascido 25 120

1 mês a 1 ano 20 100

1 ano a 8 anos 16 80

8 anos ou mais 12 60

Para que a ventilação seja eficaz algumas observa-

ções dever ser seguidas - Durante a reanimação pulmonar

deve-se, sempre que possível, utilizar oxigênio a 100%; a

ventilação deve ser iniciada com duas respirações profun-

das (1 a 1,5s/respiração) para expandir áreas pulmonares

colapsadas; para vencer a alta resistência, devido ao calibre

reduzido das vias aéreas da criança, a ventilação deve ser su-

ave evitando-se fluxos altos de oxigênio e ventilações muito

rápidas; o cuidado descrito no item acima também minimiza

a distensão gástrica que ocorre durante a respiração artifi-

cial; a passagem de sonda naso-gástrica deve ser realizada

tão logo seja possível. A distensão gástrica é prejudicial por

res, o procedimento é realizado englobando somente a boca

da criança. Este modo de respiração é um método útil até que

outro mais efetivo seja viável.

Máscara acoplada a bolsa-valva - Trata-se de técnica

eficaz e mais higiênica que a anterior. Uma máscara de ta-

manho adequado é adaptada à face da criança, envolvendo-a

Ventilação na criança com menos de um ano.

Manobra da mandíbula na criança.

Ventilação na criança com mais de um ano.

Mascara envolvendo a boca e o nariz, sendo a ventilação

realizada através de uma bolsa-valva (Ambu). A bolsa-valva

é conectada à fonte de oxigênio, cujo fluxo deve variar de 10

a 15L/min.

Tubo de borracha acoplada a um fluxômetro de oxi-

gênio

- O reanimador deve manter a via aérea aberta através da

elevação do queixo com o dedo indicador da mão esquerda

e ocluir uma narina com o polegar da mesma mão. Através

da outra narina, a ventilação é efetuada com o tubo de

borracha conectado a fluxômetro de oxigênio. Se a criança já

estiver intubada, a “borracha” é usada diretamente no tubo

traqueal. O fluxo de oxigênio não deve ultrapassar 3L/min.

Intubação traqueal - Trata-se de, procedimento do SAV,

que será descrito mais a diante. A intubação traqueal deve

ser realizada se não houver retorno da respiração espontânea

com um dos procedimentos anteriores. Em situações de

emergência, a via orotraqueal deve ser preferida em relação

à nasotraqueal.

Circulação artificial - Verificação do pulso: batimento

cardíaco ausente ou inefetivo resulta em ausência de pulsos

em grandes artérias. Nas crianças <1 ano a artéria braquial

e femoral são facilmente acessíveis e nas crianças >1 ano a

carótida também pode ser utilizada. A atividade precordial

não se correlaciona obrigatoriamente com a geração de pul-

so, não devendo, portanto, ser técnica de escolha para esta

finalidade. A circulação artificial é realizada através da com-

pressão torácica externa, que deve ser iniciada assim que for

constatada a ausência de pulso. Além da ausência de pulso

em grandes artérias, a bradicardia (FC <60bpm), que não

reverte com a ventilação e oxigenação, é indicação de com-

pressão torácica externa.

Técnica de compressão torácica externa - A técnica

de compressão torácica é aceita como manobra eficaz para

manter fluxo sangüíneo mínimo aos órgãos vitais, o que pode

ocorrer através de dois mecanismos comprovados: “bomba

cardíaca”, onde a circulação do sangue se dá por compressão

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Suporte Básico de Vida e Socorro de Emergência

criança, fazendo o movimento de compressão e relaxamento

suavemente, sem “socos”, sobre o esterno; a criança deve

estar colocada sobre uma superfície dura; na ausência desta,

a mão do reanimador colocada sobre as costas da criança pe-

quena pode substituí-la; durante a compressão torácica, não

se deve alterar a posição do pescoço e da cabeça da criança,

o que pode prejudicar a permeabilidade da via aérea.

Observação: Não se utiliza o golpe precordial, em ne-

nhuma situação, no atendimento à PCR em criança. A eficácia

das manobras de RCR, respiração e circulação artificiais, deve

ser avaliada, utilizando a monitorização do pulso nas grandes

artérias, a observação do tamanho e reatividade à luz das

pupilas e a análise do traçado registrado através do ECG.

Farmacoterapia - Faz parte do SAV durante a RCR, a

administração de fluidos e medicamentos. A monitorização da

atividade elétrica cardíaca é obrigatória através do ECG, pois

indica o medicamento mais adequado e seu efeito.

Vias de acesso para a infusão de medicamentos –

Para que seja possível a administração de medicamentos é

necessário a instalação de um acesso vascular, tarefa esta

difícil de ser executada nas crianças que estão em PCR. O

melhor acesso vascular é aquele que não atrapalha as mano-

bras de reanimação e oferece o maior calibre. Serão comen-

tados, por ordem de prioridade, as diferentes vias utilizadas

em crianças.

Veia periférica - Acesso venoso periférico é uma via útil

e facilmente obtida na reanimação pediátrica. Os locais de

punção são os habitualmente empregados: couro cabeludo,

braços, mãos, pernas e pés. Para que o medicamento admi-

nistrado, através da veia periférica, alcance rapidamente a

circulação central, deve-se administrar um push de SF logo a

seguir; acesso intra-ósseo - trata-se de acesso vascular para

crianças com <6 anos de idade; deve ser utilizado após insu-

cesso com 3 tentativas ou 90s de punção de veia periférica.

Por esta via pode-se administrar medicamentos fluidos, cris-

talóides, colóides e derivados de sangue.

A punção é realizada na porção proximal da tíbia ou distal

do fêmur com agulha apropriada ou agulha de punção de me-

dula óssea; endotraqueal - por esta via podem ser adminis-

trados medicamentos lipo-solúveis, como adrenalina, atropi-

na, lidocaína e naloxone. As doses a serem utilizadas por esta

via não estão adequadamente estabelecidas. A utilização des-

ta rota exige que a criança esteja com tubo traqueal e para

aumentar a absorção a instilação dos medicamentos deve ser

o mais profunda possível na árvore traqueobrônquica; para

atingir esta finalidade deve-se passar um cateter dentro do

tubo traqueal e que ultrapasse a sua extremidade inferior.

Os medicamentos devem ser diluídos em 1 a 2mL de solução

aumentar o risco de aspiração pulmonar de conteúdo gástri-

co e desencadear reflexo vagal e conseqüente bradicardia; a

ventilação deve proporcionar expansibilidade torácica, que é

avaliada através da visibilização do tórax da criança e através

da ausculta de murmúrio vesicular nos ápices pulmonares. Se

não ocorrer ventilação adequada durante a respiração artifi-

cial, suspeitar de obstrução de vias aéreas, que pode ocorrer

por posição errada da cabeça da criança ou devida a corpo

estranho (as manobras de retirada de corpo estranho (vide

capítulo de obstrução de vias aéreas superiores). Problemas

associados, como pneumotórax, pobre complacência pulmo-

nar e distensão abdominal grave também podem dificultar

a ventilação pulmonar; a freqüência respiratória durante a

ventilação artificial deve se aproximar da esperada para cada

idade.

Consenso reanimação cardiorrespiratóriaCompressão torácica externa em crianças de um mês a

um ano.

Compressão torácica externa em crianças de 1 a 8 anos.

Esternal; a compressão ao nível do apêndice xifóide é de-

letéria. O reanimador executa a compressão com 2 ou 3 de-

dos de uma das mãos; a outra mão pode servir como suporte

abaixo das costas da criança. Também pode ser empregada a

técnica do recém-nascido, desde que o reanimador, ao envol-

ver o tórax da criança, não impeça a sua expansão adequada;

crianças de 1 a 8 anos - o local de compressão no esterno é a

um dedo acima do ângulo de Charp) e realizada com a região

tenar de uma das mãos do reanimador, sem colocar os de-

dos sobre as costelas. Esta técnica exige que a criança esteja

sobre uma superfície dura. O reanimador deve estar situado

bem acima da criança e manter os seus braços esticados du-

rante a compressão; maiores de 8 anos - é a mesma técnica

descrita para adultos, onde o reanimador posiciona uma mão

sobre a outra para fazer a compressão.

Algumas normas devem ser seguidas para que a compres-

são torácica externa produza circulação sangüínea adequada

- a freqüência da compressão torácica varia com a idade da

criança; o tempo de compressão deve ser igual ao tempo de

relaxamento, isto é, tempo sem compressão; a compressão

torácica deve ser coordenada com a respiração, isto é, a cada

5 compressões torácicas se faz uma pausa de 1 a 1,5s onde

é realizada a ventilação pulmonar. A ventilação e a compres-

são torácica devem ser seriadas e rítmicas durante toda a

reanimação; o diâmetro ântero-posterior do tórax deve di-

minuir de um terço a metade durante a compressão; ao final

de cada compressão a pressão é liberada sem entretanto o

reanimador retirar a mão ou dedos da superfície do tórax da

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Suporte Básico de Vida e Socorro de Emergência

umbilical. O punho fechado ( Manobra de Heimlich. com a

vítima consciente; com a vítima inconsciente).

deve ser agarrado pela outra mão. Em seguida, aplica-se

um golpe rápido para dentro e para cima. Esta manobra pro-

voca uma tosse artificial tentando expelir o corpo estranho.

Na vítima inconsciente, esta manobra deve ser realizada com

o paciente em decúbito dorsal, ficando o socorrista ajoelhado

sobre a vítima, cavalgando-a, colocando a base de uma das

mãos na região do abdômen, já descrita. A outra mão é colo-

cada sobre a 1ª, pressionando o abdômen para dentro e para

cima com múltiplos impulsos. Em pacientes muito obesos ou

em grávidas esta manobra é realizada com as mãos aplicadas

na região medioesternal.

Em caso de insucesso, procede-se a punção da emergên-

cia cricotireoídiana com agulha de grosso calibreou com outro

instrumento perfurante.

Em crianças que estiverem com obstrução de via aérea

por corpo estranho podemos utilizar a manobra do tapa nas

costas, desde que a mesma possa ser colocada de cabeça

para baixo. Nesta situação, além da diferença de pressão e da

trepidação causada pelo próprio tapa, contaremos também

com o auxílio da força da gravidade.

Gravidez - A PCR na gravidez é uma situação única de-

vido às importantes alterações na fisiologia cardiovascular e

respiratória na mãe. Numa gravidez normal, há um aumento

de até 50% no DC e no volume sangüíneo materno.A FC, vo-

lume minuto respiratório e o consumo de oxigênio se elevam

proporcionalmente. A capacidade residual funcional pulmo-

nar, a resistência vascular sistêmica e pulmonar, a pressão

oncótica do plasma e o índice pressão oncótica do plasma/

capilar pulmonar apresentam todos uma redução. Também

quando a mãe está deitada, o útero pode comprimir os vasos

ilíacos, a veia cava inferior e a aorta abdominal, o que resulta

em hipotensão arterial, promovendo redução do DC em até

25%.

Numa mulher grávida, os procedimentos, medidas de re-

animação, incluindo os medicamentos, são os habitualmente

utilizados. Entretanto, pela presença de um útero gravídico,

algumas medidas são necessárias para reduzir os efeitos des-

te, no retorno venoso e no DC. Assim, aconselha-se colocar

um travesseiro ou um coxim sob o flanco direito e quadril

direito a fim de deslocar o útero para o lado esquerdo do

abdômen.

Outro aspecto importante é o momento de se indicar a

cesárea perimorte, que deve ser indicada o mais rápido possí-

vel, geralmente com não mais que 5min após iniciada a PCR.

Todavia, esta decisão depende das circunstâncias que precipi-

salina; veia central - a obtenção de acesso venoso central é

difícil de ser obtida em crianças em PCR; devido ao pequeno

tamanho da criança, a passagem de cateter venoso central

freqüentemente atrapalha as manobras de reanimação. Esta

não é via de escolha e só deve ser tentada se houver indiví-

duo experiente na técnica. A veia femoral é a de técnica mais

segura e acessível.

Terapia elétrica - As pás de adultos (8 a 9cm de diâ-

metro) são adequadas para crianças acima de 10kg, abaixo

deste peso devem ser usadas pás menores. As pás devem ser

colocadas firmemente sobre o tórax, uma do lado superior

direito e outra à esquerda do mamilo.

A quantidade de energia a ser utilizada em crianças não

está bem estabelecida, preconiza-se dose inicial de 2J/kg, se

não houver reversão da FV usa-se 4J/kg e, se necessário,

esta dose é repetida. Estas 3 desfibrilações devem ser reali-

zadas em rápida seqüência. Nos casos de insucesso corrigir

possíveis distúrbios: hipoxemia, acidose, hipoglicemia e hi-

potermia.

Após administrar lidocaína, repetir 4J/kg.

Cardioversão - A dose inicial é 0,5 J/kg, doses maiores

podem ser utilizadas, se necessário. Aqui também é impres-

cindível corrigir hipoxemia, acidose, hipoglicemia e hipoter-

mia.

Marcapasso - É pequena a experiência com uso de mar-

capasso transdérmico ou externo por punção. Não é habitu-

al ou necessário o seu uso. Nos casos habituais de PCR em

crianças, o seu uso nas bradiarritmias é considerado classe

- IIb.

Situações especiais de RCRObstrução das vias aéreas por corpo estranho - Pode

ser completa ou incompleta. Nas incompletas a ventilação e

as trocas gasosas podem ser suficientes ou insuficientes.

Na presença de troca gasosa suficiente, a vítima tosse

vigorosamente, o que deve ser encorajado. O socorrista não

deve tentar a expulsão do corpo estranho com manobras,

como o golpeamento da região posterior do tórax. A troca

gasosa insuficiente é reconhecida por tosse fraca e ineficien-

te, com ruído inspiratório agudo, crescente dificuldade respi-

ratória e cianose. O seu manuseio é idêntico ao da obstrução

completa.

Na vítima de obstrução completa, ainda consciente, utili-

za-se a manobra de Heimlich . O socorrista posiciona-se atrás

da vítima envolvendo-a com os braços, fechando uma das

mãos que é colocada com o lado do polegar contra o abdômen

da vítima na linha média entre o apêndice xifóide e a cicatriz

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Suporte Básico de Vida e Socorro de Emergência

Triagem – Quando o socorrista encontra-se diante de

uma eventualidade onde existem múltiplas vítimas para se-

rem atendidas, ele é obrigado a realizar a triagem a fim de

selecionar a ordem de atendimento. Quando o número de

pacientes e a gravidade de suas lesões não excedem a habi-

lidade e a capacidade da equipe médica, todos os pacientes

devem ser atendidos e, o mais grave, atendido em primeiro

lugar. Quando o número de pacientes e a gravidade de suas

lesões excedem a habilidade e a capacidade da equipe médi-

ca, o paciente que possui maior chance de sobrevida é aten-

dido em primeiro lugar.

Eletrocussão, choque elétrico e acidente por raio

– Os pacientes que apresentam PCR como conseqüência de

choque elétrico devem ser abordados, levando-se em conta

todas a particularidades do paciente traumatizado. Quando

um indivíduo sofre choque elétrico pode apresentar contra-

tura muscular que o impede de retirar o ponto de contado

de seu corpo com a fonte de energia elétrica. Neste caso, o

indivíduo que irá resgatar esta vítima deve tomar o cuidado

de providenciar a interrupção de funcionamento dessa fonte

de energia elétrica. Tal procedimento deve ser realizado por

pessoal habilitado e treinado para tanto.

Uma particularidade importante é que a PCR ocorre ime-

diatamente após a descarga elétrica. Assim sendo, a triagem

deve obedecer uma normatização particular para essas víti-

mas. Na presença de múltiplas vítimas de choque elétrico,

deve-se atender em primeiro lugar os pacientes mais graves

que se encontram em PCR.

Afogamento - No atendimento à vítima de afogamento,

o indivíduo deve ser considerado como vítima de trauma. O

atendimento inicial no local é o mesmo, independentemente

de ter acontecido em água de mar, rio, lago ou piscina.

Sempre se deve considerar a possibilidade de lesão cervical

nestes casos. O atendimento inicial na água só deve ser feito

por pessoas especializadas e treinadas para estes procedi-

mentos, incluindo as técnicas de mergulho. O afogado deve

ser manipulado em bloco, conforme orientação do suporte

básico de vida. Deve-se iniciar a ventilação boca a boca, to-

mando-se os cuidados que se tem com os indivíduos portado-

res de lesão cervical.

Quando houver a suspeita de corpo estranho nas vias

aéreas superiores, ou esta suspeita for percebida durante a

ventilação, pode ser tentada uma manobra para retirada de

corpo estranho de via aérea, como por exemplo, a mano-

bra de Heimlich (classe I). Não se deve tentar retirar água dos

pulmões por nenhum meio que não seja através da aspiração,

pois outros tipos de manobra podem ejetar material gástrico

com conseqüente aspiração. Enquanto na água, não se pro-

taram a parada, a idade gestacional e conseqüente potencial

de sobrevivência do feto, e a existência de pessoal treinado.

O esquema a seguir serve de orientação, levando-se em con-

ta o tempo gestacional.

Trauma - O tratamento de pacientes que desenvolvem

parada cardíaca após trauma é diferente do tratamento dado

a um paciente cujo evento primário foi uma parada cardíaca

ou respiratória sem trauma. A PCR associada ao trauma pode

ter uma série de causas, com prognósticos e formas de abor-

dagem também variados. Estas causas incluem:

1) lesão neurológica central grave com um colapso car-

diovascular;

2) hipóxia secundária a uma parada respiratória, resul-

tado de uma lesão neurológica, de uma obstrução de vias

aéreas, de um grande pneumotórax aberto ou uma laceração

grave traqueobrônquica;

3) lesão grave e direta em órgãos vitais como coração e

aorta;

4) doenças clínicas pré-existentes que podem levar a FV

súbita;

5) diminuição severa do DC por pneumotórax hipertensivo

ou por tamponamento cardíaco;

6) perda intensa de sangue levando a déficit de oxigena-

ção dos tecidos;

7) traumatismos (por exemplo fratura de fêmur) em

ambiente frio, complicada por hipotermia grave. Quando se

atende paciente traumatizado com PCR, muitas vezes não se

consegue determinar o mecanismo que originou essa emer-

gência, portanto, alguns critérios devem ser sempre segui-

dos: 1) tentar sempre reanimar um paciente, que tenha so-

frido trauma, com arritmia cardíaca primária; 2) direcionar o

tratamento para as lesões potencialmente reversíveis e asso-

ciadas a condições que afetam a ventilação, oxigenação, ou

DC; 3) transportar rapidamente o paciente para um centro de

tratamento definitivo de trauma; 4) reaquecer o paciente que

tenha sofrido PCR como conseqüência de hipotermia.

Atendimento fora do ambiente hospitalar - No pa-

ciente traumatizado, a abordagem das vias aéreas e a venti-

lação com estabilização da coluna cervical é uma prioridade

em relação à compressão torácica.

A estabilização da coluna cervical pode ser conseguida

com suportes cervicais laterais, faixas colocadas, na fronte

e no mento, presas à prancha curta e/ou longa. Tal conduta

irá reduzir a incidência de lesões de medula, principalmente

nos pacientes que apresentam alterações ocultas da coluna

cervical.

Consenso reanimação cardiorrespiratória

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Abandono das Manobras de

RessuscitaçãoSituações que se autorizam a interrupção das manobras

de ressuscitação

Partindo-se do princípio de que as manobras de RCR estão

sendo realizadas, de maneira adequada, autoriza-se a inter-

rupção dessas manobras na situação em que há ausência de

restabelecimento cardiocirculatório, usualmente, após 30min

de RCR, exceto na hipotermia. Embora seja recomendação

geral, devem ser considerados outros fatores e ou situações

para esta decisão, preditivos de sucesso na RCR, quanto à

interrupção das manobras de RCR, ou sejam:

● Antecedentes e história prévia, causa da

parada, mecanismo da parada, local de

ocorrência; presença de testemunha;

● Tempo dos sintomas;

● Tempo de chegada do socorro especiali-

zado;

● Tempo de ressuscitação pré-hospitalar

Situações em que não há indicação para

início de manobras de RCR

a) Nas condições de doenças irreversíveis, quando bem

estabelecida a doença do indivíduo e o médico assistente

encontra-se apto a afirmar ser uma doença terminal. Nestas

condições aconselha-se que seja discutida com os familiares

e, eventualmente, até com o paciente, a obtenção e a ordem

expressa de não reanimar. Obtida a ordem por expresso,

o eventual socorrista, seja no ambiente hospitalar ou não,

estará autorizado a não proceder a uma reanimação ou, até

mesmo, interrompê-la.

b) Na condição em que existam evidentes sinais de dete-

riorização dos órgãos, caracterizando morte biológica.

Ensino da RCRO Consenso de Reanimação Cardiorrespiratória da Socie-

dade Brasileira de Cardiologia recomenda, com grande ênfa-

se, que esteja contido no currículo de graduação dos cursos

de medicina, enfermagem, odontologia, educação física e fi-

sioterapia, aulas teóricas e práticas sobre RCR. Em hospitais,

o Consenso recomenda a criação de uma comissão perma-

nente de RCR composta por médicos e enfermeiros, devida-

mente credenciados, com as seguintes finalidades:

● Assumir a responsabilidade técnica, quanto

à execução do programa de RCR na insti-

tuição:

cede à compressão do tórax. Após sair da água, as manobras

são similares às do suporte básico no trauma.

Suporte avançado segue as normas gerais do trauma.

Deve-se considerar que, no afogamento em água gelada, as

recomendações para hipotermia devem ser seguidas.

Hipotermia - Hipotermia é definida como uma tempera-

tura corpórea central abaixo de 35ºC. Clinicamente, pode ser

classificada como leve (32º a 35ºC), moderada (30º a 32ºC),

ou grave (<30ºC).

Na hipotermia grave, as vítimas podem parecer clinica-

mente mortas devido a uma intensa depressão do funciona-

mento do sistema cardiovascular e do cérebro, especialmente

considerada em pacientes com intoxicação exógena. O aten-

dimento no local da ocorrência deve seguir às padronizações

do atendimento de suporte básico, deixando o atendimento

avançado para ser realizado no ambiente hospitalar, uma vez

que o transporte deve ser o mais rápido possível.

Quando se dispuser da possibilidade de realizar o atendi-

mento avançado no local, lembrar que não se deve repetir o

uso de medicamentos e desfibrilação, conforme o algoritmo

para tratamento da hipotermia (vide algoritmo para atendi-

mento de indivíduo com hipotermia).

Parada cardiorrespiratória no

traumatizado Oxigene/Ventile

Sem trauma maxilo- Com trauma maxilofacial grave fa-

cial grave Intubação orotraqueal imobilização cervical. Não foi

possível Abordagem cirúrgica das vias aéreas

Atendimento em ambiente hospitalar - O atendimen-

to da PCR em ambiente hospitalar deve seguir os princípios

de SAV. Dentro do hospital permite a realização de drenagem

torácica quando houver um pneumotórax hipertensivo ou

hemotórax maciço. O tamponamento cardíaco também pode

ser temporariamente resolvido com a punção e esvaziamento

do saco pericárdico.

A toracotomia de emergência pode ser um recurso adju-

vante no tratamento da PCR do traumatizado, podendo ser

usada na ausência de resposta hemodinâmica imediata, com

compressão torácica externa, na presença de afundamen-

to de tórax ou quando o paciente for portador de ferimento

penetrante precordial. A toracotomia de emergência oferece

oportunidade de diagnosticar e aliviar tamponamento cardía-

co, tratar ferimentos cardíacos, realizar compressão torácica

interna e ocluir a aorta torácica, reduzindo eventual sangra-

mento abdominal e aumentando a perfusão cerebral e coro-

nariana hospitalar, uma vez que o transporte deve ser o mais

rápido possível.

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ocorrem a vasodilatação periférica e a vasoconstrição esplêni-

ca (do baço); a produção de suor aumenta. A perda de fluidos

através do suor pode chegar, por exemplo, até a 4 litros por

hora, numa pessoa submetida a trabalhos pesados em tem-

peraturas elevadas. O conteúdo de sal do suor aumenta de

0,2 a 0,5% com temperaturas elevadas.

O controle da temperatura é feito de maneira gradativa

quando ocorre a aclimatação. Normalmente um indivíduo leva

de 8 a 10 dias exposto a temperaturas elevadas para se acli-

matar, Mesmo assim, pode sofrer transtornos funcionais e clí-

nicos se ocorrer fadiga; infecção grave; intoxicação alcoólica

ou por drogas alucinógenas; má hidratação; ingestão

de sal ou de calorias. Pessoas com idades avançadas ou

obesas, e os indivíduos que sofrem de doenças debilitadoras

crônicas são mais suscetíveis a transtornos provocados pelo

calor. Os problemas podem ocorrer devido à falência do me-

canismo de sudorese.

As quatro principais desordens devidas a stress de calor

ambiental, que estudaremos neste item em ordem decres-

cente de gravidade, são:

● queimaduras,

● insolação ou golpe de calor;

● exaustão pelo calor; e

● cãibras de calor.

O suor é um líquido incolor, de odor particular, secretado

pelas glândulas sudoríparas. É uma solução hipotônica de só-

dio. A normalização da perda de sal e volume circulante do

organismo é feita principalmente através do estímulo à pro-

dução de hormônio antidiurético e aldosterona, a produção

de suor pode ser aumentada para duas vezes e meia, assim

como pode ser diminuída a perda de sódio.

Queimaduras

Queimaduras são lesões provocadas pela temperatura,

geralmente calor, que podem atingir graves proporções de

perigo para a vida ou para a integridade da pessoa, depen-

dendo de sua localização, extensão e grau de profundidade.

O efeito inicial e local, comum em todas as queimaduras

é a desnaturação de proteínas, com conseqüente lesão ou

morte celular, por este motivo elas têm o potencial de desfi-

gurar, causar incapacitações temporárias ou permanentes ou

mesmo a morte.

A pele é o maior órgão do corpo humano e a barreira

contra a perda de água e calor pelo corpo, tendo também um

papel importante na proteção contra infecções. Acidentados

com lesões extensas de pele tendem a perder temperatura e

líquidos corporais tornando-se mais propensos a infecções.

● Sistematizando o atendimento;

● Provendo os recursos adequados ou

necessários para a execução dos socorros

básico e especializado;

● Desenvolvendo atividades de educação,

treinamento e reciclagem com caráter

periódico para os profissionais de saúde e,

sempre que possível, para a comunidade;

● Dispondo de um sistema uniforme para

acumular os dados vinculados com o pro-

grama de RCR.

Também se recomenda que o ensino de RCRB seja difun-

dido a todas as pessoas mais expostas às situações de PCR,

como bombeiros, salvavidas, patrulheiros e outras profissões

envolvidas com possíveis riscos.

Queimaduras

Introdução

A temperatura, calor ou frio, e os contatos com gases, ele-

tricidade, radiação e produtos químicos, podem causar lesões

diferenciadas no corpo humano.

A temperatura do corpo humano, em um determinado

momento, é o resultado de vários agentes que atuam como

fatores internos ou externos, aumentando ou reduzindo a

temperatura. Mecanismos homeostáticos internos atuam

para manter a vida com a constância da temperatura corporal

dentro de valores ideais para a atividade celular. Estes valores

oscilam entre 34,4 e 400C.

O equilíbrio entre ganho e perda de calor do corpo huma-

no tem suas oscilações corrigidas sob controle do centro ter-

morregulador do cérebro. Este controle é bastante limitado.

Quando a temperatura corporal atinge, por exemplo, valores

entre 41,7 e 43,30C, não existe qualquer possibilidade de

regulação da perda de calor pois, neste caso, já ocorreu lesão

no próprio aparelho termorregulador.

O controle da temperatura pode ocorrer de maneira súbi-

ta, devido a reações inesperadas, ou gradativamente, através

de aclimatação.

Quando a temperatura corporal tende a subir, devido a

fatores climáticos, ou devido ao aumento da atividade me-

tabólica, as temperaturas superficiais do corpo e da pele au-

mentam. O hipotálamo é automaticamente estimulado por

sensores periféricos e pela ação direta do sangue aquecido. O

Sistema Nervoso Autônomo é ativado e se processam inúme-

ras alterações fisiológicas. O ritmo cardíaco aumenta; a fre-

qüência respiratória aumenta par aumentar a perda de calor;

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a exposição dos tecidos, vasos e ossos. Como há destruição

das terminações nervosas, o acidentado só acusa dor inicial

da lesão aguda. São queimaduras de extrema gravidade.

Na prática é difícil de distinguirmos queimaduras de se-

gundo e terceiro graus. Além disto, uma mesma pessoa pode

apresentar os três graus de queimaduras, porém a gravidade

do quadro não reside no grau da lesão, e sim na extensão da

superfície atingida.

Tipos de queimaduras:

Grau Causa Profundidade Cor

1º grau

Luz solar ou chamuscação pouco intensa epiderme erite-

ma presente Dolorosa

2º grau

Chamuscação ou líquidos ferventes epiderme e derme eri-

tema e bolhas presente Dolorosa

3º grau

Chama direta todas as camadas branca, preta ou marrom

ausente. Pouca dor, Anestesiada

Extensão da lesão

É a mais importante e se baseia na área do corpo queima-

da. Quanto maior a extensão da queimadura, maior é o risco

que corre o acidentado. Uma queimadura de primeiro grau,

que abranja uma vasta extensão, será considerada de muita

gravidade.

A pele tem diversas funções. Ela isola o organismo de seu

ambiente; protegendo-o contra a invasão de microrganismos

patogênicos; controla sua temperatura; retém os líquidos cor-

porais e fornece informações ao cérebro sobre as condições

do ambiente externo, através de suas terminações nervosas.

Qualquer lesão desta superfície de revestimento permite a

interrupção destas funções.

Quanto maiores forem as lesões causadas na pele, mais

graves são as conseqüências para o acidentado.

O grande queimado é caracterizado por hipovolemia com

hemoconcentração, e pelo intenso desequilíbrio hidroeletrolí-

tico decorrente da grande perda de líquidos causada por ação

direta da temperatura ambiental sobre estruturas adjacentes

à pele; modificação da permeabilidade vascular; seqüestro de

líquidos, eletrólitos e proteínas na área queimada. O quadro

se agrava com a destruição das hemácias e infecção, que

se instala imediatamente ao trauma e, mais lentamente, nos

períodos subjacentes. Estas alterações fisiopatológicas são

diretamente proporcionais à extensão da lesão e ao peso do

acidentado

Todo tipo de queimadura é uma lesão que requer atendi-

mento médico especializado imediatamente após a prestação

de primeiros socorros, seja qual for a extensão e profundi-

dade.

Afastar o acidentado da origem da queimadura é o passo

inicial e tem prioridade sobre todos os outros tratamentos.

Observar sua segurança pessoal, com máximo cuidado, du-

rante o atendimento a queimados.

Gravidade da Queimadura

Depende da causa, profundidade, percentual de super-

fície corporal queimada, localização, associação com outras

lesões, comprometimento de vias aéreas e estado prévio do

acidentado.

Como efeitos gerais (sistêmicos) das queimaduras podem

ter:

● Choque primário (neurogênico) - vasodil-

atação

● Choque secundário - hipovolemia

● Infecção bacteriana secundária a lesão

● Paralisia respiratória e fibrilação - choque

elétrico

Classificação das Queimaduras:

Profundidade ou Grau das Queimaduras

O agente causador das queimaduras produz uma série de

alterações sistêmicas, mas o revestimento cutâneo, sendo o

mais atingido primariamente, apresenta alterações mais vi-

síveis.

As lesões não são uniformes, existem, em geral, vários

graus de profundidade em uma mesma área. O tratamento

inadequado e a infecção podem converter queimaduras de

segundo grau em queimaduras de terceiro grau.

Dependendo da profundidade queimada do corpo, as

queimaduras são classificadas em graus para melhor compre-

ensão e adoção de medidas terapêuticas adequadas.

As queimaduras de primeiro grau são caracterizadas pelo

eritema (vermelhidão), que clareia quando sofre pressão.

Existe dor e edema, mas usualmente há bolhas.

As queimaduras de segundo grau são caracteristicamen-

te avermelhadas e dolorosas, com bolhas, edema abaixo da

pele e restos de peles queimadas soltas. São mais profundas,

provocam necrose e visível dilatação do leito vascular. Nas

queimaduras de segundo grau superficiais não há destruição

da camada basal da epiderme, enquanto nas queimaduras

secundárias profundas há. Não há capacidade de regeneração

da pele. A dor e ardência local são de intensidade variável.

As queimaduras de terceiro grau são aquelas em que toda

a profundidade da pele está comprometida, podendo atingir

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· Queimadura de terceiro grau que tenha atingido até 10%

da superfície corporal, sem atingir face, mãos e pés.

LEVES

· Queimadura de primeiro grau com menos de 20% da su-

perfície corporal atingida.

· Queimadura de segundo grau com menos de 15% da su-

perfície corporal atingida.

· Queimadura de terceiro grau com menos de 2% da su-

perfície corporal atingida.

Mecanismos de Lesão

A inalação de fumaça é a principal causa de óbito precoce

(primeiras horas) após a queimadura.

Lesão térmica das vias aéreas

A inalação de gases superaquecidos pode causar obstru-

ção alta de vias aéreas por edema da hipofaringe. Raramente

ocorre lesão dos pulmões, pois a traquéia absorve o calor

Intoxicação por Monóxido de Carbono (CO)

O CO é um gás inodoro e incolor presente na fumaça do

escapamento de automóveis, sendo o produto da combustão

de diversos materiais.

É a complicação causada pela inalação de fumaça e a cau-

sa mais comum de morte precoce em vítimas de incêndio

(Quadro XVI). O Monóxido de Carbono se liga à hemoglobina,

formando a carboxi-hemoglobina e impedindo o transporte

de oxigênio. A lesão dos tecidos é provocada por falta de

oxigênio.

A morte ocorre por lesão cardíaca produzida pela falta de

oxigênio.

A cianose não aparece e a coloração vermelho-cereja da

pele e mucosas descrita como um sinal clássico é raro.

Quadro clínico das intoxicações por monóxido de

carbono

Lesão química de vias aérea e sistêmica

A combustão de determinados materiais produz substân-

cias químicas tóxicas que podem envenenar o acidentado.

Não adianta ingerir leite como tratamento para intoxica-

ção por fumaça.

Traumatismos Associados

Em explosões, acidentes automobilísticos e outros aciden-

tes, as queimaduras podem se associar a outras lesões como

traumatismos da cabeça, coluna cervical e fraturas e hemor-

ragias internas. A gravidade destas lesões vai ter, por vezes,

importância maior no prognóstico do acidentado do que da

queimadura.

Intoxicação por Monóxido de Carbono (CO)

Grau - Quadro clínico

Leve - Dor de cabeça pulsátil e dispnéia aos esforços

Estimativa da Extensão das Queimaduras

Para melhor entendermos a avaliação da extensão das

queimaduras, é importante conhecermos a chamada “regra

dos nove”, um método muito útil para o cálculo aproximado

da área de superfície corporal queimada.

O grau de mortalidade das queimaduras está relacionado

com a profundidade e extensão da lesão e com a idade do

acidentado. Queimaduras que atinjam 50% da superfície do

corpo são geralmente fatais, especialmente crianças e em

pessoas idosas.

A Figura 36 é adotada comumente para calcular e avaliar

a extensão das queimaduras em função da superfície corporal

total, segundo a “regra dos nove”.

Suspeitar de queimaduras de vias aéreas superior:

Queimadura de face

● Sobrancelhas queimada

● Pêlos nasais queimado

● Queimaduras na boca

● Escarro carbonáceo (negro)

● Lábios inchados

● Rouquidão é um sinal precoce

● Estridor (ruído agudo semelhante ao da

foca) - sinal tardio e

● 85% de obstrução

Queimaduras em espaço confinado

· Olhos: Podem causar cegueira.

· Períneo: Tem alta incidência de infecção, sendo difícil tra-

tamento.

· Queimaduras circunferênciais: Qualquer queimadura cir-

cunferencial profunda pode causar complicações graves.

No pescoço pode causar obstrução de vias aéreas, do tó-

rax restrição à ventilação pulmonar e nas extremidades,

obstrução à circulação.

· Além do grau de profundidade as queimaduras podem

ainda ser classificadas como graves, moderadas e leves.

GRAVES

· Todo tipo de queimadura, de qualquer grau e extensão,

se houver complicação por lesão do trato respiratório.

· Queimadura de terceiro grau na face, mão e pé.

· Queimadura de segundo grau que tenha atingido mais de

30% da superfície corporal.

MODERADAS

· Queimadura de primeiro grau que tenha atingido mais de

50% da superfície corporal.

· Queimadura de segundo grau que tenha atingido mais de

20% da superfície corporal.

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deve-se adicionar à água sal (uma colher, das de café, de sal

para meio litro de água).

Se o acidentado estiver inconsciente não lhe dê água, pois

pode ocasionar-lhe a morte.

Em todos os casos de queimaduras, mesmo as de primei-

ro grau, são convenientes ficar atento para a necessidade de

manter o local lesado limpo e protegido contra infecções.

As queimaduras de segundo grau requerem outros tipos

de cuidados para primeiros socorros. Além do procedimento

imediato de lavagem do local lesado, proteger o mesmo com

compressa de gaze ou pano limpo, umedecido, ou papel alu-

mínio. Não furar as bolhas que venham a surgir no local. Não

aplicar pomadas, cremes ou ungüentos de qualquer tipo.

Especial menção deverá ser feita quanto a certos hábitos

populares prejudiciais como: uso e aplicação de creme den-

tifrício, manteiga, margarina ou graxa de máquina. É preciso

ficar bem claro que não se pode usar qualquer espécie de

medicamento tópico (pomadas) nestes casos.

Para prevenir o estado de choque o acidentado deverá ser

protegido por cobertor ou similar; colocado em local confor-

tável, com as pernas elevadas cerca de 30 cm, em relação à

cabeça. Tranqüilizar o acidentado devido à existência de dor

e sofrimento, já que a administração de drogas analgésicas é

restrita a pessoa especializada.

Nada deve ser dado à vítima como medicamento. Remo-

ver jóias e vestes do acidentado para evitar constrição com

o desenvolvimento de edema. Não retirar roupas ou partes

de roupa que tenham grudado no corpo do acidentado, nem

retirar corpos estranhos que tenham ficado na queimadura

após a lavagem inicial.

Todas as manobras deverão ser executadas com calma e

precisão. A identificação do estado ou iminência de choque

poderá ser feita pela observação de ansiedade; inquietação,

confusão, sonolência, pulso rápido, sudorese, oligúria e baixa

pressão arterial.

Realizar normalmente o exame primário, priorizando a

manutenção de vias aéreas, respiração e circulação. O aci-

dentado deverá ser encaminhado imediatamente para atendi-

mento especializado. Não transportar o acidentado envolvido

em panos úmidos ou molhados. O atendimento de primeiros

socorros para queimaduras de terceiro grau também consiste

na lavagem do local lesado e na proteção da lesão.

Se for possível, proteger a área com papel alumínio. O

papel alumínio separa efetivamente a lesão do meio externo;

diminui a perda de calor; é moldável, não aderente e protege

a queimadura contra microrganismos. Todas as providências

tomadas para prevenção do estado de choque, administra-

ção de líquidos e cuidados gerais com vítima são as mes-

Moderada - Dor de cabeça, irritabilidade, tonteira, visão

diminuída e dispnéia em repouso.

Severa - Confusão mental ou inconsciência, convulsões,

apnéia, parada cardío-respiratória. Óbito

Fatores do acidentado

Idade - a mortalidade aumenta abaixo dos cinco anos e

acima dos 55 anos.

Estado prévio de saúde - doenças cardíacas, respiratórias

e diabetes pioram o prognóstico.

Primeiros Socorros em Queimaduras

Térmicas

Estes tipos de queimaduras são causados pela condução

de calor através de líquidos, sólidos, gases quentes e do calor

de chamas. Podem ser extremamente dolorosas e nos casos

de queimaduras de segundo grau profundas ou de terceiro

grau, em que a profundidade da lesão tenha destruído termi-

nais nervosos da pele a dor aguda é substituída por insensi-

bilidade.

A dor e a ansiedade podem evoluir para síncope. Nas quei-

maduras térmicas, extensas e/ou profundas, é freqüente so-

brevir o estado de choque, causado pela dor e/ou perda de

líquidos, após algumas horas.

Em conseqüência disto, devem ser tomadas as medidas

necessárias para a prevenção.

Nas queimaduras identificadas como sendo de primeiro

grau, devesse limitar à lavagem com água corrente, na tem-

peratura ambiente, por Definição de Grande Queimado

Grau:

2º grau > 25% de superfície corporal queimada em adul-

tos

2º grau > 20% de superfície corporal queimada em crian-

ças

3º grau > 10% de superfície corporal queimada em qual-

quer faixa etária

Associação com traumatismos graves

Muitas vítimas apresentando queimaduras elétricas, ina-

lação de fumaça, lesões em mãos, pés, face, olhos e períneo.

Queimados com lesões moderadas, mas de alto risco clí-

nico (diabéticos, cardíacos), um máximo de um minuto. Este

tempo é necessário para o resfriamento local, para interrom-

per a atuação do agente causador da lesão, aliviar a dor e

para evitar o aprofundamento da queimadura. O resfriamento

mais prolongado pode induzir hipotermia.

Não aplicar gelo no local, pois causa vasoconstrição e di-

minuição da irrigação sangüínea.

Se o acidentado sentir sede, deve ser-lhe dada toda a

água que desejar beber, porém lentamente. Sendo possível,

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ro. Pode também ser feita com uma mangueira, mas, neste

caso, a força do jato d’água deve ser levada em consideração.

O jato de água muito forte contra um tecido já lesado causará

maior lesão. O fluxo de água deve ser abundante, mas não

pode ser forte.

É impossível determinar exatamente por quanto tempo

uma área queimada por substância química deve ser lavada

com água. Em geral, a água deve correr por um período de

tempo longo o suficiente para que possamos ter certeza de

que toda a substância foi removida da pele.

Freqüentemente, o acidentado será capaz de dizer se a ir-

ritação parou ou se a dor diminuiu na medida em que a subs-

tância é removida. O tempo mínimo de 15 minutos tem-se

mostrado eficaz. As lesões das queimaduras ocasionadas por

agentes químicos aparecem quase que imediatamente após o

acidente; há dor e visível destruição dos tecidos.

Os cuidados subseqüentes às queimaduras produzidas por

ácidos e álcalis são semelhantes: cobrir a queimadura com

curativo esterilizado e transportar o acidentado imediatamen-

te para atendimento especializado.

O diagnóstico de queimadura do trato respiratório por ina-

lação de substâncias de combustão incompleta (potentes irri-

tantes da mucosa respiratória) será feito através do histórico

de exposição a vapores ou gases tóxicos, em acidentes em

ambientes fechados ou não. Alguns gases provocam distúr-

bios sensoriais que só se manifestam algumas horas após o

acidente. Presença de hiperemia (vermelhidão) da mucosa

nasal e faríngea, rouquidão, dispnéia, tosse com expecto-

ração sanguinolenta. A principal complicação deste tipo de

queimadura é o risco de edema pulmonar até 72 horas após o

acidente. Observa-se que somente a inalação de vapor destas

substâncias causa lesão térmica direta no trato respiratório.

Cuidados especiais com os olhos

Os olhos devem receber tratamento especial.

Queimaduras dos olhos são mais comuns em acidentes

com substâncias irritantes (ácidos, álcalis), água quente, va-

por, cinzas quentes, pó explosivo, metal fundido ou chama

direta.

As queimaduras químicas dos olhos são emergência prio-

ritária, podendo haver lesão permanente resultante de uma

pequena exposição destes tecidos a uma substância química.

O olho deve ser lavado com água, conforme o prescrito para

as outras áreas do corpo, usando-se o fluxo contínuo de uma

torneira, ou, de preferência do próprio chuveiro lava-olhos

existente em muitos laboratórios. A lavagem deve durar no

mínimo 15 minutos. Podemos ser obrigados a manter a ca-

beça do acidentado sob a torneira e as pálpebras abertas du-

rante este tratamento, porque geralmente o acidentado será

mas aplicadas nos casos de queimaduras de segundo grau.

As queimaduras de terceiro grau têm a mesma gravidade que

queimaduras de segundo grau profundas.

O acidentado de queimadura térmica na face, cujo aciden-

te ocorreu em ambiente fechado, deve ficar em observação

para verificação de sinais de lesão no trato respiratório. Os

sintomas e sinais, muitas vezes, podem aparecer algumas

horas depois da ocorrência e representar oclusão dos brôn-

quios e edema pulmonar. Pode haver expectoração fuliginosa

com fragmentos de tecido.

Fogo no Vestuário

A combustão das roupas do acidentado agrava considera-

velmente a severidade da lesão. Nestes casos:

● Não deixar o acidentado correr.

● Obrigá-lo a deitar-se no chão com o lado

das chamas para cima.

● Abafar as chamas usando cobertor, tapete,

toalha de mesa, de banho, casaco ou algo

semelhante, ou faça-o rolar sobre si mesmo

no chão.

● Começar pela cabeça e continuar em di-

reção aos pés.

● Se houver água, molhar a roupa do aciden-

tado.

● Não usar água se a roupa estiver com gaso-

lina, óleo ou querosene.

É absolutamente contra indicado a aplicação sobre a quei-

madura de qualquer substância que não seja água na tempe-

ratura ambiente ou pano úmido muito limpo.

É absolutamente contra indicado a aplicação sobre a quei-

madura de qualquer substância que não seja água na tempe-

ratura ambiente ou pano úmido muito limpo.

Primeiros Socorros em Queimaduras Químicas

Os ácidos ou álcalis fortes podem queimar qualquer área

do organismo com a qual entrem em contato. Este contato

é mais freqüente com a pele, boca e olhos, afetando estes

órgãos.

Substâncias químicas podem queimar rapidamente; não

há tempo a perder, porém a pessoa que estiver atendendo

o acidentado deverá, basicamente, saber que as tentativas

de neutralização química da substância podem gerar reações

com produção de calor e piora da lesão e que pode se conta-

minar ao fazer este atendimento.

A área de contato deve ser lavada imediatamente com

água, até mesmo sem esperar para retirar a roupa. Continuar

a lavar a área com água, enquanto a roupa é removida. A me-

lhor lavagem é feita com o acidentado debaixo de um chuvei-

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fonte de eletricidade, e prolongam a duração da exposição à

corrente. O fluxo de corrente transtorácico, mão a mão, tem

maior risco de ser fatal que a passagem de corrente mão para

pé ou pé a pé.

A complicação mais importante das queimaduras elétri-

cas é a parada cardíaca. A lesão local nestas queimaduras

raramente necessita de cuidado imediato, porém as paradas

respiratórias e cardíaca sim. Geralmente a parada respiratória

ocorre primeiro e, se não for tratada de imediato, é rapida-

mente seguida pela parada cardíaca.

As queimaduras elétricas podem ser mais graves do que

aparentam na observação inicial. Em geral, a ferida é peque-

na, porém a corrente elétrica destrói caracteristicamente uma

quantidade considerável de tecido abaixo do que parece ser

uma ferida cutânea sem gravidade.

A parada cardío-respiratória por fibrilação ventricular ou

assistolia é a principal causa de óbito após a lesão elétrica.

A fibrilação ventricular pode ocorrer como resultado direto

do choque elétrico, principalmente a corrente alternada. A

parada cardío-respiratória causada por exposição à corrente

contínua freqüentemente é em assistolia.

A parada respiratória pode ser causada na passagem da

corrente elétrica pelo cérebro causando inibição da função

do centro respiratório, contração tetânica do diafragma e da

musculatura torácica e paralisia prolongada dos músculos

respiratórios.

Primeiros Socorros

A segurança da cena é prioridade. Não se torne também

uma vítima.

Desligar a fonte de energia, antes de tocar no acidentado

Não tente manipular alta voltagem com pedaços de pau,

ou mesmo luvas de borracha. Qualquer substância pode se

transformar em condutor.

É prioridade interromper o contato entre o acidentado e a

fonte de eletricidade.

Cobrir o local da queimadura com um curativo seco este-

rilizado ou papel de alumínio e transporte o acidentado para

atendimento especializado. Estas queimaduras da pele, fre-

qüentemente existem em duas áreas do corpo, nos sítios de

entrada e saída, geradas pelo arco elétrico.

Procurar sempre uma segunda área queimada e tratá-la

como se fez com a primeira. As roupas do acidentado podem

incendiar-se e causar queimaduras de pele adicionais. A pas-

sagem da corrente através dos músculos pode causar violen-

ta contração muscular com fraturas e luxações.

Pode haver lesão muscular e de nervos. A lesão de órgãos

internos como o fígado e baço é rara.

incapaz de cooperar. Provavelmente ela sentirá muita dor e

estará agitada.

O cuidado posterior para as queimaduras oculares deve

incluir o fechamento delicado do olho com a pálpebra, colo-

cação de um curativo macio e transporte do paciente, o mais

rápido possível, para assistência especializada.

Primeiros Socorros em Queimadura por Sódio Me-

tálico

O sódio metálico tem grande afinidade pelo oxigênio, fa-

zendo com que ele reaja com o ar, na temperatura ambiente,

formando óxidos ou hidróxidos.

A reação do sódio pode ter caráter explosivo, se entrar em

contato com a água.

A queimadura por sódio exige pronta intervenção nos 2 a

3 minutos após o acidente. Se atingir 20% de área corporal,

é considerada queimadura grave, com difícil recuperação. Se

atingir 50% de área, é considerada gravíssima, geralmente

levando à morte.

Ao atender uma pessoa vítima deste tipo de acidente, re-

tirar os restos de sódio empregando pinças ou espátulas (de

madeira ou plástico) completamente secas. A seguir, impreg-

nar as regiões com substância oleosa (vaselina líquida) a fim

de eliminar os últimos restos de sódio e limpar com água

corrente abundante.

Queimaduras por Eletricidade

Estas queimaduras são produzidas pelo contato com ele-

tricidade de alta ou baixa voltagem. Os principais danos à

saúde do acidentado são os provocados pelo choque elétrico.

Os danos resultam dos efeitos diretos da corrente e conver-

são da eletricidade em calor durante a passagem da eletrici-

dade pelos tecidos, são difíceis de avaliar, pois dependem da

profundidade da destruição celular, e mesmo as lesões que

parecem superficiais podem ter danos profundos alcançando

os ossos, necrosando tecidos, vasos sanguíneos e provocando

hemorragias.

A severidade do trauma depende do tipo de corrente,

magnitude da energia aplicada, resistência, duração do con-

tato e caminho percorrido pela eletricidade. A corrente de alta

tensão geralmente causa os danos mais graves, porém lesões

fatais podem ocorrer mesmo com as baixa voltagens das re-

sidências.

A pele é o fator mais importante na resistência à passa-

gem da eletricidade, mas a umidade reduz muito esta resis-

tência, podendo aumentar, em muito, a gravidade do choque.

A corrente alternada é mais perigosa que a corrente

contínua de mesma intensidade. O contato com a corrente

alternada pode causar contrações tetânicas da musculatu-

ra esquelética, que impedem que o acidentado se libere da

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Suporte Básico de Vida e Socorro de Emergência

● A hipotermia é uma gravíssima emergência

médica. O atendimento médico especiali-

zado deverá ser prioritário.

Primeiros Socorros

No caso de congelamento dos pés ou das mãos:

● Levar o acidentado a um local aquecido,

mantendo-o deitado.

● Tirar imediatamente os equipamentos de

segurança.

● Aquecer as partes congeladas com água

quente (não fervente) ou panos molhados

com água quente, realizando massagens

delicadas para ativar a circulação nas partes

próximas do membro congelado (nunca

massagear diretamente a parte congelada).

● Dar bebidas quentes, como chá ou café

(nunca bebidas alcoólicas).

● Pedir o acidentado para movimentar os pés

ou as mãos, para ajudar na recuperação da

circulação.

● No caso de desmaio em ambientes frios:

● Retirar imediatamente o acidentado do

ambiente de trabalho.

● Retirar todos os equipamentos de segu-

rança, incluindo a roupa (nunca deixar o

acidentado com as mesmas roupas).

● Cobrir com um cobertor quente, ou dar um

banho de água quente.

● Fornecer bebidas quentes, como chá ou

café, se estiver consciente (nunca bebidas

alcoólicas).

● Levar imediatamente ao atendimento espe-

cializado.

Lembre-se:

Os métodos de prestação de primeiros socorros começam

a ser aplicados somente depois de termos realizado as ma-

nobras de suporte básico à vida, hemostasia, prevenção de

choque e assistência a outras lesões que possam colocar em

risco a vida do acidentado ou piorar seu estado clínico. Quei-

maduras podem ser lesões extremamente dolorosas e com

sérias conseqüências psicológicas, dependendo de sua locali-

zação, extensão e profundidade.

Não demonstrar apreensão. Atuar com calma, rapidez, se-

gurança e bastante compreensão. A ranqüilidade do aciden-

tado é fundamental.

Nunca romper as bolhas.

As queimaduras elétricas, especialmente aquelas de alta

voltagem, podem provocar parada cardíaca e perda de cons-

ciência. Abrir as vias aéreas dos acidentados inconscientes

com manobras manuais, instituindo a respiração artificial.

Solicitar imediatamente apoio se o acidentado estiver in-

consciente.

Observar cuidados com a coluna cervical.

Queimaduras por Frio ou Geladuras

O frio também pode causar queimaduras e lesões nas par-

tes do corpo expostas por muito tempo a baixas temperaturas

ou umidade excessiva.

A exposição a temperaturas no ponto de congelamento ou

abaixo deste, ou mesmo ao frio extremo, ainda que por curto

período de tempo, pode causar geladuras.

Podem ocorrer lesão tecidual local delimitada e resfria-

mento corporal generalizado, que pode causar morte (hipo-

termia).

Na improbabilidade de acidentes graves devido à expo-

sição ao frio intenso em nosso país, é conveniente apenas

lembrar alguns detalhes importantes:

· Lesões pelo frio dependem da temperatura, da umidade

relativado ar, da velocidade do vento.

· O uso de roupas adequadas para condições ambientais

extremas deverá ser observado por todos que tenham

que trabalhar sob estas circunstâncias. Os equipamen-

tos de proteção individual, que servem para isolar o frio,

podem causar dificuldades na movimentação, quer para

segurar objetos, quer porque a visão fica prejudicada.

As luvas e as botas, com a umidade, podem congelar as

mãos e os pés. Isso pode levar a acidentes de trabalho,

como quedas, quedas de materiais, congelamento das

mãos e dos pés, desmaios, etc. Cremes e óleos proteto-

res para nariz, lábios e face também são usados nestas

condições.

Dependendo do tipo de exposição ao frio, podem ocorrer

as seguintes lesões:

● Úlceras

● Pé-de-trincheira

● Hipotermia sistêmica

● As lesões causadas pelo frio são extrema-

mente dolorosas.

● Deve-se ficar atento para a insuficiência

cardío-respiratória em caso de hipotermia

sistêmica.

● Há risco de infecção grave no descongela-

mento de uma área lesada.

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Suporte Básico de Vida e Socorro de Emergência

É utilizada ferimentos em cabeça, braço, mão, joelho, pé

e tórax.

1. Cabeça (Figura)

a. Cobrir o ferimento com pedaço de pano bem limpo.

b. Colocar a bandagem triangular na cabeça do acidentado,

de modo que o vértice do triângulo fique do lado oposto

ao ferimento (nuca e testa).

c. Trazer as pontas laterais do triângulo por cima do vértice.

Princípios Básicos na Aplicação de Bandagens

(Técnica Padrão)

1. Proteger o ferimento com compressa de pano limpo, e

de tamanho suficiente para cobrí-lo até além dos limites

da lesão.

2. Sempre que possível, deixar a extremidade de um mem-

bro ferido descoberta, para observar, pela coloração, se a

ci rculação está se processando normalmente.

3. Fixar a compressa com material que garanta a firmeza e

a integridade do curativo.

4. Evitar apertar demasiado a compressa para não ocorrer

dificuldade na circulação.

Não retirar as roupas queimadas que estiverem aderidas

à pele.

Não submeter à ação da água, uma queimadura com bo-

lhas rompidas.

Separar a causa do acidentado ou o acidentado da causa.

Cobrir cuidadosamente com um pano limpo as partes

queimadas, pois estes ferimentos são vulneráveis à infecção.

Tomar medidas apropriadas para prevenção do choque.

Ajudar o acidentado a obter atendimento qualificado.

Bandagens

Bandagem triangular.

Na prestação dos primeiros socorros, a bandagem trian-

gular é o recurso de maior utilidade, uma vez que pode ser

improvisada facilmente, com qualquer pedaço de pano.

Sua base deve ter aproximadamente um metro e pelo

menos 60 cm de altura (da base até o vértice do triângulo

- Figura).

Para proteger ferimentos a bandagem pode ser improvisa-

da com um pano bem limpo, aberto, dobrado ou combinando-

-se as duas formas de Bandagens

Bandagem Triangular Estendida

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Suporte Básico de Vida e Socorro de Emergência

o Podem produzir incapacidade permanente após o proces-

so de cicatrização devido às retrações.

Face:

o Associa-se com queimaduras de vias aéreas, inalação de

fumaça, intoxicação por monóxido de carbono e desfi-

guração.

Recomendações Finaisa) O indivíduo que realiza o salvamento nunca deve colo-

car a sua vida em risco para salvar uma vítima.

b) Para o atendimento das vítimas de PCR ou qualquer

emergência é importante tomar-se as precauções adequa-

das contra as doenças contagiosas, além da proteção contra

quaisquer riscos para o socorrista.

c) O Consenso de Reanimação Cardiorrespiratória consi-

dera, como membros habilitados, profissionais de saúde que

tenham realizado cursos de RCR em centros de referência.

d) A Sociedade Brasileira de Cardiologia e o FUNCOR,

através da Comissão de Reanimação Cardiorrespiratória, ofe-

recem condições para o desenvolvimento de cursos teórico-

-práticos para qualquer região do Brasil, provendo mecanis-

mos de qualificação e reciclagem a todos os interessados.

e) A Sociedade Brasileira de Cardiologia junto às socie-

dades médicas afins, deverá viabilizar e desenvolver cursos

por ela credenciados e recomenda que os mesmos sejam fre-

qüentados por médicos que atuem na área de emergência e

de medicina intensiva.

f) A comissão de Reanimação Cardiorrespiratória da So-

ciedade Brasileira de Cardiologia será responsável pelo cre-

denciamento e revalidação do certificado de habilitação em

Reanimação Cardiorrespiratória desses profissionais. As soli-

citações deverão ser encaminhadas à sede do FUNCOR ou a

seus representantes regionais

5. Evitar deixar a compressa demasiadamente frouxa para

que não se desprenda com facilidade.

6. Evitar o contato de duas superfícies de pele para evitar

irritação.

7. Colocar o acidentado na posição correta para o tipo de

lesão.

8. Manter sempre apoiada a parte do corpo onde se está

aplicando a bandagem para que se possa manter a po-

sição correta.

9. Proteger as saliências ou os ferimentos com curativos de

gaze.

10. Cobrir apenas um terço da bandagem em cada volta.

11. Correr a bandagem sempre da esquerda para a direita.

12. Imobilizar o local do ferimento.

Figura 6 - Superfície corporal queimada / Grau de gravi-

dade

O pescoço, que está incluído na região da cabeça, repre-

senta 1% da superfície corporal.

Queimaduras nas seguintes áreas são consideradas lesões

graves:

Mãos e pés:

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Suporte Básico de Vida e Socorro de Emergência

Referências Bibliográficas• MANUAL DE PRIMEIROS SOCORROS

• NÚCLEO DE SEGURANÇA FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ

• SECRETARIA DE SAÚDE DO DISTRITO FEDERAL

• CONSENSO DE ATENDIMENTO DE EMERGENCIAS MÉDICAS

• SUPORTE BÁSICO INTENSIVO- SOBRATI

• SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA

• NOVAS DIRETRIZES DE REANIMAÇÃO CARDIO RESPIRATÓRIA -2010

• ADULT BASIC LIFE SUPORT- AHA