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Revista das Faculdades Integradas Claretianas – Nº6 – janeiro/dezembro de 2013 72
Estilo de vida e as alterações da flexibilidade e resistência muscular localizada na fase adulta
Vicente P. Kannebley Jr.1
Tatiana Müller2
RESUMO Estudar o indivíduo adulto é fundamental para entendermos como iremos envelhecer. O objetivo deste trabalho foi analisar adultos jovens com idade de 20 a 39 anos, sua aptidão física e estilo de vida. Participaram da pesquisa 20 homens, divididos em 2 grupos: praticante de exercício físico (GEP) e isento de programa de exercício físico (GIE). Foi realizada avaliação antropométrica e avaliação da capacidade física com testes de flexibilidade e resistência muscular localizada. Apesar do número limitado de participantes, por meio dos resultados observados, concordamos com as teorias apresentadas na ciência, as quais afirmam que a prática de exercício físico e um estilo de vida ativo contribuem positivamente para um envelhecimento saudável. Palavras-chave: adultos; estilo de vida; saúde; envelhecimento; exercício físico
1 Introdução O censo demográfico de 2010 nos ajuda a observar melhor o país onde vivemos. O trabalho
estatístico realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresenta informações
detalhadas sobre quem são os brasileiros, onde e como vivem, além de analisarem a projeção da
população (IBGE, 2012).
Somos mais de 190 milhões pessoas no território brasileiro. A estatística também confirma a
afirmação de que o país está envelhecendo. A população com idade de 65 anos ou mais passou de 4,8%
em 1991 para 7,4% em 2010. O IBGE aponta, ainda, que esse crescimento ocorreu em função do
aumento da população adulta.
Para Santos e Antunes (2007), o estudo com o adulto é fundamental para conhecermos melhor a
sociedade do futuro. As autoras acrescentam que a fase adulta é a mais longa de toda a nossa existência
e merece atenção da ciência.
Mosquera (1982 apud SANTOS; ANTUNES, 2007) subdivide a fase adulta em etapas. O adulto
jovem inicial tem idade entre 20 e 25 anos; adulto jovem compreende a idade entre 25 e 35 anos; adulto
jovem final tem idade entre 35 e 40 anos; adulto médio inicial tem idade entre 40 e 50 anos. A adultez
média plena compreende a idade entre 50 e 60 anos e a adultez média final a idade entre 60 e 65 anos.
O estudo do desenvolvimento humano apresenta vários autores que procuram classificar as
etapas de vida do indivíduo para melhor entendê-lo nos aspectos afetivos, cognitivos e motores. Dentre
esses, Bühler (1935, apud NERI, 2005) afirma que, dos 25 aos 45 anos, ocorre um movimento de
expansão e de significado da própria existência para o indivíduo. Esse momento é denominado como fase
adulta. A fase seguinte compreende a idade entre 45 e 65 anos, em que o indivíduo tem a tendência de
reavaliar sua vida até o momento e perceber suas realizações.
Independente da nomenclatura utilizada para dividir a fase do homem que vai dos 20 aos 50
anos, entendemos que é real a necessidade de avaliarmos a aptidão física de indivíduos nessa faixa
etária, assim como seu estilo de vida, com o objetivo de verificarmos o processo de envelhecimento físico
dessa população.
1 Aluno do curso de Bacharelado em Educação Física do Claretiano Faculdade 2 Mestre em Educação Física e professora do Claretiano Faculdade
Estilo de vida e as alterações da flexibilidade e resistência muscular localizada na fase adulta
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Dessa forma, este estudo se justifica em função de que uma população adulta ativa é um
indicativo de uma população idosa mais saudável.
O trabalho teve como objetivo principal verificar as capacidades físicas, flexibilidade e resistência
muscular localizada de homens adultos que não praticam programa de exercício físico regular e aqueles
que praticam programa de exercício físico regular. Além disso, procurou-se comparar os resultados entre
os grupos para verificar a importância de um estilo de vida ativo e relacionar a aptidão física com
envelhecimento.
2 Metodologia A população da nossa pesquisa foi composta de homens residentes na cidade de Rio Claro – SP.
Foram selecionados 20 homens – 5 voluntários por grupo, escolhidos de maneira intencional, com idade
mínima de 20 anos e máxima de 39 anos, caracterizadas como adultos jovens. Todos os voluntários
foram classificados como fisicamente ativos de acordo com PAR-Q, exceto os participantes do grupo
isento de programa de exercício físico, sendo os mesmos divididos em 2 grupos, a saber:
GEP = Grupo praticante de exercício programado;
GIE = Grupo Isento de programa de exercício.
As idades também foram divididas em grupos como descrito abaixo:
G1 = 20 a 29 anos;
G2 = 30 a 39 anos.
Então, foram formados 4 grupos. O grupo GEP/G1, caracterizado por voluntários que praticam
exercício físico e têm idade entre 20 a 29 anos. Grupo GEP/G2, caracterizado por praticantes de exercício
físico com idade entre 30 a 39 anos. Grupo GIE/G1, caracterizado por voluntários que são isentos da
prática de exercício físico e tem idade entre 20 a 29 anos. E, finalmente, o grupo GIE/G2, caracterizado
por isentos da prática de exercício físico com idade entre 30 a 39 anos.
Todos os voluntários estavam na faixa etária estabelecida pela pesquisa. Os praticantes de
programa de exercício físico estavam vinculados a alguma academia ou clube e confirmaram sua
frequência de, no mínimo, 3 e, no máximo, 5 dias por semana. Os isentos de exercício não estavam
envolvidos em programa de treinamento ou exercício físico, salvo suas respectivas atividades da vida
diária.
Todos os voluntários estiveram cientes dos objetivos da pesquisa e, na concordância, assinaram
um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. O pesquisador e sua orientadora se comprometeram a
garantir integralmente o sigilo dos dados obtidos, sem a divulgação dos nomes dos participantes,
informando, ainda, sobre isenção de pagamento para os mesmos em função da participação dos testes;
isenção da faculdade sobre qualquer problema com respeito à aplicação dos testes e esclarecendo que as
mesmas poderiam abandonar o programa em qualquer momento.
O trabalho foi encaminhado para aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa – Faculdades
Claretianas – campus de Batatais.
Todos os voluntários foram avaliados antropometricamente, com análise e comparação estatística
descritiva com média e desvio padrão de peso, altura, índice de massa corporal (IMC) e porcentagem de
gordura, além de avaliação das capacidades físicas, flexibilidade e resistência muscular localizada.
Para análise da massa corporal, o participante teve o peso corporal total verificado em balança
antropométrica, marca Filizola com graduação de 100 gramas. A vestimenta exigida foi camiseta e
bermuda ou shorts, sem nenhum calçado. A estatura foi medida em centímetros no mesmo equipamento
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para o peso. O voluntário permaneceu em posição ortostática, descalço e com os pés unidos. A medida
foi realizada com o participante em estado de apneia inspiratória, cabeça ereta e olhos fixos à frente.
O índice de massa corporal ou IMC, também conhecido como índice de Quetelet, foi calculado por
meio da fórmula de peso corporal dividido pela estatura ao quadrado, sendo o peso expresso em quilos
(Kg) e a estatura, em metros (m).
Estudos relatados por Queiroga (2005) demonstraram que o IMC é um método barato e rápido, e
seus resultados podem ser associados às doenças crônico-degenerativas e sua margem de erro, quando
se trata de observar o grau de obesidade em grupos, é baixo.
A OMS (2004) apresenta uma tabela com os valores de referência para avaliar o IMC, a qual
consta na Tabela 1. Esclarece, ainda, que os índices podem ser utilizados para ambos os sexos.
Tabela 1 – Valores referentes ao IMC.
Classificação Valor (kg/m2) Baixo peso <18,5
Peso Normal 18,5 a 24,99 Sobrepeso >25 Obesidade >30
Adaptado da OMS (2004).
A avaliação da composição corporal também foi realizada pela medida das espessuras das dobras
cutâneas. Foi utilizado um compasso da marca Sanny com precisão de medida em 0,1 milímetro. As
dobras cutâneas para homens foram tricipital, peitoral e subescapular, de acordo com Pollock, Schmidt e
Jackson (1980), indicadas para adultos com idade entre 18 e 61 anos. As medições foram realizadas do
lado direito usando a média de três resultados. Para Heyward (2004), a porcentagem de gordura corporal
pode ser classificada como baixa, média, alta e obesidade. Na tabela a seguir, para o sexo masculino com
idade entre 18 e 34 anos, os números são 8%, 13%, 22% e >22%, respectivamente, e com idade entre
35 e 55 anos são 10%, 18%, 25% e >25%. Já Pollock e Wilmore (1993) sugerem a classificação de
acordo com a figura abaixo:
Figura 1 – Percentual de gordura para homens
Fonte: Adaptado de Pollock (1993)
Os resultados do IMC e do percentual de gordura foram rodados no software Physical Test 7.0 for
Windows/ Terrazul Informática, de aquisição das Faculdades Claretianas de Rio Claro, com número de
série 1235516.
Para análise da resistência muscular localizada foram aplicados dois testes: Abdominal (Tabela
3), proposto pela AAHPERD (1980; apud POLLOCK; WILMORE, 1993), e o testes de Flexão e Extensão
dos braços – FEB (Tabela 4), proposto por Pollock e Wilmore (1993). Ambos os testes foram realizados
no tempo de 1 minuto, contando-se somente as execuções corretas dos movimentos, objetivando-se o
maior número de exercícios dentro do tempo estabelecido.
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Tabela 3 – Classificação para Resistência Muscular Localizada de abdominais para homens.
Classificação 20-29 anos 30-39 anos Excelente >43 >36
Acima da média 37-42 31-35 Média 33-36 27-30
Abaixo da média 29-32 22-26 Ruim <28 <21
Adaptado de Pollock; Wilmore (1993).
Tabela 4 – Classificação para Resistência Muscular Localizada de membros superiores para homens.
Classificação 20-29 anos 30-39 anos Excelente >36 >30
Acima da média 29-35 22-29 Média 22-28 17-21
Abaixo da média 17-21 12-16 Ruim <16 <11
Adaptado de Pollock; Wilmore (1993).
Para análise da flexibilidade, foi realizado o Teste de Sentar e Alcançar com banco de Wells
(POLLOCK; WILMORE,1993) com o voluntário sentado, descalço, com os pés apoiados no banco e as
pernas estendidas. Todos executaram o teste em três momentos, utilizando-se o valor máximo das
tentativas. Os valores de referência para esse teste constam na Tabela 5.
Tabela 5 – Valores de referência para o teste de sentar em banco para homens
Classificação 20 a 29 anos 30 a 39 anos Excelente >40 >38
Acima da média 34-39 33-37 Média 30-33 28-32
Abaixo da média 25-29 23-27 Ruim <24 <22
Adaptado de Pollock; Wilmore (1993).
3 Resultados e discussão
As análises dos dados foram realizadas de maneira descritiva, já que o trabalho enfrentou o
desafio de analisar homens adultos jovens. Entendemos como desafio, já que foi observada a dificuldade
em aceitar participar de pesquisa científica por parte das pessoas convidadas. O medo da exposição era
um problema tal que, mesmo a garantia do sigilo dos resultados obtidos não foi suficiente para a
aderência dos voluntários no trabalho. Entendemos que houve um prejuízo na discussão e comparação
dos resultados por se tratar de um número mínimo de voluntários por grupo.
Na Tabela 6, apresentamos os resultados de peso, altura, percentual de gordura e índice de
massa corporal do GEP/G1. Na Tabela 7, podemos verificar os dados obtidos para o GIE/G1,
respectivamente.
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Tabela 6 – Valores obtidos para o GEP/G1 para peso, altura, IMC e porcentagem de gordura.
GEP/G1 Peso (kg) Altura (cm) IMC Porcentagem de Gordura
1 110.5 180 34.10 27.12 2 83 186 23.99 13.22 3 73 178 23.04 8.23 4 67.5 170 23.36 9.36 5 68 173 22.72 10.68
Utilizamos uma análise estatística descritiva para verificar que a média dos resultados de IMC
para o grupo GEP/G1 foi de 25,44. Ao compararmos com a Tabela 3 apresentada anteriormente,
entendemos que o peso dos voluntários é classificado como normal para a Organização Mundial de Saúde
(OMS). A porcentagem de gordura apresenta média descritiva de 13,72%, o que é classificado como bom
e acima da média nos valores sugeridos por Pollock e Wilmore (1993).
Em estudo apresentado por Thomaz et al. (2010), foram analisados 469 voluntários adultos na
região de Brasília (DF) com o objetivo de correlacionar atividade física e estilo de vida. O IMC foi um dado
importante analisado no contexto, que demonstrou que 43,3% dos homens são classificados pela OMS
como obesidade leve e 40,9% como aceitável ou ideal. Dos 203 voluntários do sexo masculino, apenas
22,7% foram classificados como inativos.
Quando observamos os dados do grupo GIE/G2 na Tabela 7, verificamos que o IMC apresenta
valor médio de 23,65, também classificado como aceitável ou ideal. Porém, o percentual de gordura
apresentou média de 11,54%, o que indica indivíduos mais magros quando comparados ao grupo
praticante de exercício.
Tabela 7 – Valores obtidos para o GIE/G1 para peso, altura, IMC e porcentagem de gordura.
GIE/G1 Peso (kg) Altura (cm) IMC Porcentagem de Gordura
1 88 174 29.07 17.5 2 66 165 24.24 9.8 3 68.5 171 23.43 16.76 4 68 173 22.72 8.46 5 53 168 18.78 5.18
O trabalho de Rezende et al. (2010) avalia a aplicabilidade do IMC na verificação de gordura
corporal. Os autores confirmam a facilidade na utilização do método, porém alertam que sua
fidedignidade se mantém em estudos gerais da população, mas deve-se ter cautela na análise individual.
Dessa forma, entendemos que a utilização dessa ferramenta está justificada.
Nas tabelas 8 e 9, podemos observar os valores obtidos de peso, altura, IMC e percentual de
gordura para os grupos GEP/G2 e GIE/G2, como segue.
Tabela 8 – Valores obtidos para o GEP/G2 para peso, altura, IMC e porcentagem de gordura.
GEP/G2 Peso (kg) Altura (cm) IMC Porcentagem de Gordura
1 84.5 168 29.94 17.62 2 86 178 27.14 11.52 3 96 183 28.67 15.29 4 72 168 25.51 10.86 5 56 174 18.50 5.27
Tabela 9 – Valores obtidos para o GIE/G2 para peso, altura, IMC e porcentagem de gordura.
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GIE/G2 Peso (kg) Altura (cm) IMC Porcentagem de Gordura
1 92 185 26.88 17.99 2 113 178 35.66 29.58 3 88 174 29.07 20.49 4 108 174 35.67 25.63 5 75 167 26.89 17.24
Verificamos que a idade influencia a mudança na composição corporal, como ressaltam Gigante et
al. (2011), que avaliaram a variação da antropometria durante um período de 3 anos. Concordamos com
essa ideia quando verificamos que a média do IMC do grupo GEP/G2 foi de 25,95 e do grupo GIE/G2 foi
de 30,83. Sendo classificados como obesidade leve e obesidade moderada, respectivamente.
Quanto à porcentagem de gordura, verificamos que o GEP/G2 apresentou média descritiva de
12,11% e o grupo GIE/G2 apresentou média de 22,19%. Sendo classificado como bom ou na média
como sugerido na Tabela 2.
Ao compararmos os quatro grupos, percebemos que o IMC apresentou aumento no grupo de
voluntários com idade maior que 30 anos, alertando-nos, ainda, para o grupo GIE/G2, que apresentou o
maior valor médio, o que indica que a inatividade física é preocupante. A análise continua na mesma
linha de pensamento ao observarmos o percentual de gordura e mais uma vez constatarmos que o
mesmo grupo apresentou resultados maiores, passando de 11,24% no GIE/G1 para 22,19%, depois dos
30 anos.
Mota et al. (2011) discutem a importância da avaliação da composição corporal para verificação
de disfunções metabólicas e a relação com as doenças crônicas não transmissíveis. O aumento do peso
corporal, relacionado ao aumento de gordura com diminuição da massa magra, é um fator diretamente
relacionado à mortalidade da população.
Obesidade e inatividade física são fatores que influenciam negativamente o futuro da população.
Quanto mais o indivíduo inativo envelhecer inativo, maiores as chances de adquirir doenças coronarianas,
depressão, diabetes e outras patologias associadas ao envelhecimento. Perde-se autonomia e qualidade
de vida.
Para Araújo e Soares (2002), a aptidão física, a saúde e a qualidade de vida se relacionam entre
si. Os autores verificaram a autopercepção da aptidão física e os resultados de testes de capacidade
física. Foi observado que indivíduos mais sedentários apresentam uma autopercepção mais passível de
erro quando comparados a indivíduos ativos. A conclusão é que o estilo de vida ativo pode ser
influenciado positivamente quando se tem um conhecimento da aptidão física.
Quanto à capacidade de flexibilidade e resistência muscular localizada, nossos grupos
apresentaram os seguintes resultados:
Tabela 10 – Valores médios de aptidão física para os grupos GEP e GIE – G1 e G2.
Capacidade/Grupos GEP/G1 GIE/G1 GEP/G2 GIE/G2
Flexibilidade 28,6 28,8 27.2 24,6 RML Abdominal 34 28 27,2 24,6
RML Flexão 24,8 28,8 31,2 19,4 A flexibilidade é uma capacidade física importante para a autonomia dos movimentos no processo
de envelhecimento. Essa capacidade física está relacionada à capacidade funcional dos indivíduos.
Durante o envelhecimento, a capacidade funcional tende a diminuir, o que altera negativamente a
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qualidade de vida do idoso. Esse quadro pode ser modificado pela prática de exercício físico,
independente da modalidade, como nos mostra Ueno et al (2012). Os autores avaliaram 96 idosos em
três práticas diferentes, como dança, musculação e atividade física geral. Para a flexibilidade, os
resultados apontaram melhora significativa com a prática.
Nossos valores médios descrevem que a flexibilidade não muda com a prática de exercícios físicos
para a idade entre 20 e 29 anos. Talvez isso tenha ocorrido porque nenhum dos voluntários pratica
treinamento específico para esse fim. Entretanto, é importante ressaltar a diminuição da flexibilidade de
28,6 cm para 24,6 cm quando comparamos o grupo GEP/G1 e GIE/G2. Com essa análise, é possível
sugerir que idade e nível de atividade física influenciam a flexibilidade.
A resistência muscular localizada é analisada para entendermos como se apresenta a capacidade
física de membros superiores. Nossos resultados demonstram que, quando comparados os grupos
GEP/G1 e GIE/G2, tanto o movimento abdominal quanto o movimento de flexão apresentaram
diminuição no número de repetições por minuto, passando de 34 para 24,6; e de 24,8 para 19,4,
respectivamente. Mais uma vez, entendemos que o avanço da idade e a inatividade física não contribuem
para a aptidão física.
Entretanto, observamos que o grupo GEP/G2 apresentou o maior valor médio para flexão de
braço, o que nos sugere que a prática de exercício físico pode alterar positivamente as adaptações
musculoesqueléticas de homens com idade acima de 30 anos.
4 Considerações finais
Nosso trabalho apresentou limitação quanto ao número de voluntários participantes da pesquisa.
Porém, verificamos que o número mínimo de participantes confirmou as teorias apresentadas na ciência,
as quais afirmam que a prática de exercício físico e um estilo de vida ativo contribuem positivamente
para um envelhecimento saudável.
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