Sítio Fundão em Arcoverde é referência em agrofloresta e manejo de solo

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Sítio Fundão em Arcoverde é referência em agrofloresta e manejo de solo Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Ano 7 • nº1140 Setembro/2013 Arcoverde Vivendo no Sítio Fundão, numa propriedade de 24 hectares, em Arcoverde, D. Dionete Josefa, 52 anos, e Sr. Antônio Feitosa, 62 anos, moram com neta Maria Carolina, de 07 anos na zona rural de Arcoverde. Beneficiados com uma cisterna de 16 mil litros e um viveiro de mudas, o casal mantem um sistema de agroflorestal e manejo do solo na propriedade. A área já virou referência para aulas de banco de sementes realizadas pelo Programa Uma Terra e Duas Águas (P1 + 2), da Articulação no Semiárido (ASA). Aglofloresta é um sistema que abriga as culturas agrícolas com as culturas florestais, utilizando espécies da flora da própria região. “A fauna e a flora a gente tem que proteger. Quando a gente vai plantar um pé de árvore, não é só para gente, é para o passarinho também”, disse Sr. Antônio, já entendendo bem como funciona o sistema agloflorestal, que depende da interação com a fauna local. O sítio possui uma grande variedade de plantas frutíferas, como: acerola, goiaba, castanha-do-pará, cana-de- açúcar, amora, banana, coco, abacate, caju, pitanga, urucum, pinha e graviola, dentre outras. “A alimentação é a melhor possível para saúde. Quando não tem uma fruta, tem outra”, informou dona Dionete, muito empolgada com a rica qualidade dos alimentos que consome, pois são todos produzidos sem agrotóxicos.

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Sítio Fundão em Arcoverde é referência

em agrofloresta e manejo de solo

Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas

Ano 7 • nº1140

Setembro/2013

Arcoverde

Vivendo no Sítio Fundão, numa propriedade de 24 hectares, em Arcoverde, D. Dionete Josefa, 52 anos, e Sr. Antônio Feitosa, 62 anos, moram com neta Maria Carolina, de 07 anos na zona rural de Arcoverde. Beneficiados com uma cisterna de 16 mil litros e um viveiro de mudas, o casal mantem um sistema de agroflorestal e manejo do solo na propriedade. A área já virou referência para aulas de banco de sementes realizadas pelo Programa Uma Terra e Duas Águas (P1 + 2), da Articulação no Semiárido (ASA).

Aglofloresta é um sistema que abriga as culturas agrícolas com as culturas florestais, utilizando espécies da flora da própria região. “A fauna e a flora a gente tem que proteger. Quando a gente vai plantar um pé de árvore, não é só para gente, é para o passarinho também”, disse Sr. Antônio, já entendendo bem como funciona o s istema aglof loresta l , que depende da interação com a fauna local.

O sítio possui uma grande variedade de plantas frutíferas, como: acerola, goiaba, castanha-do-pará, cana-de- açúcar, amora, banana, coco, abacate, caju, pitanga, urucum, pinha e graviola, dentre outras. “A alimentação é a melhor possível para saúde. Quando não tem uma fruta, tem outra”, informou dona Dionete, muito empolgada com a rica qualidade dos alimentos que consome, pois são todos produzidos sem agrotóxicos.

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Boletim Informativo do Programa Uma Terra e Duas Águas Articulação Semiárido Brasileiro – Pernambuco

Realização Apoio

A horta também é um diferencial na propriedade, pois na época das chuvas, além de plantar para consumo da família, seu Antônio e dona Dionete vendem o excedente, gerando um aumento da renda familiar. Plantam, dentre outras hortaliças alface, coentro, beterraba, tomate, cebola, pimenta de cheiro. “Dá todo tipo de verdura”, informou dona Dionete, que cultiva tudo com adubo orgânico e fertiliza as plantas com urina de vaca para evitar insetos indesejáveis.

A família ainda investe em ervas medicinais, que é uma verdadeira farmácia natural, onde tem colônia, capim santo, erva cidreira, arruda, romã e outras variedades. “Tá com dor de cabeça, faz um chá”, recomenda seu Antônio, que diz ter aprendido a cura pela natureza com os pais e os avós, mostrando a riqueza da cultura local passada de geração a geração.

O casal foi beneficiado com um viveiro de mudas pelo Programa Uma Terra e Duas Águas, que mantém uma área telada e uma estufa com uma grande variedade de plantas ornamentais, hortaliças e plantas frutíferas.

Além das frutas e verduras, seu Antônio e dona Dionete ainda mantém cerca de 30 galinhas, que geram carne e ovos para a família, enriquecendo ainda mais a alimentação.

Uma mulher de muitas qualidades - Além da arte de plantar, a D. Dionete ainda avançou na área de construção, pois sem ajuda produziu uma mesa de alvenaria no quintal da casa, mais um fogão a lenha, que usa como churrasqueira nos dias em que a casa enche de amigos e familiares para desfrutar da propriedade comendo churrasco e tomando caldo-de-cana produzido na propriedade.

A história da cisterna – Beneficiados com uma cisterna de 16 mil litros pela ASA há 7 anos, seu Antônio e dona Dionete ainda comemoram os benefícios do reservatório. “A gente já se prepara a sete anos para esta seca, mas fomos surpreendidos”, disse seu Antônio, levando em consideração a estiagem em que vivemos na atualidade, porém com muita esperança de que a chuva venha, pois com um pouco de água que choveu dias atrás já deu para encher uma parte da cisterna. “Já está quase meio metro de água com a água da chuva”, informou dona Dionete, que faz a manutenção corretamente, garantindo a durabilidade da tecnologia.

O casal ainda lembra do período de construção da cisterna, quando toda a comunidade foi envolvida, colaborando para o fortalecimento do saber e trabalho compartilhado. “Essa cisterna foi um trabalho que até hoje está na história. Foi um trabalho coletivo colocar as placas”, disse seu Antônio, saudoso do tempo da construção.