Síntese de Intermediários de Fármacos pela Utilização da...

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA MARCELO EIJI MIYAZAKI Síntese de Intermediários de Fármacos pela Utilização da Tecnologia de Ultrassom Lorena SP 2012

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA

MARCELO EIJI MIYAZAKI

Síntese de Intermediários de Fármacos pela

Utilização da Tecnologia de Ultrassom

Lorena – SP

2012

MARCELO EIJI MIYAZAKI

Síntese de Intermediários de Fármacos pela

Utilização da Tecnologia de Ultrassom

Monografia apresentada à Escola de Engenharia de Lorena – Universidade de São Paulo para a conclusão da disciplina Trabalho de Conclusão de Curso 2. Área de concentração: Química Ambiental e Química Fina Orientador: Profa. Dra. Jayne Carlos de Souza Barboza

LORENA – SP

2012

2

AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE

TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO,

PARA FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

3

Dedico esta monografia a

minha família e amigos.

4

AGRADECIMENTOS

Ao meus deuses que sempre me iluminaram nos momentos sombrios, que

firmaram meus pés e me ajudaram a levantar quando eu já estava exausto,

dando-me força, coragem e perseverança, sempre olhando por mim e por todos

que amo,

Ao apoio, carinho, compreensão e exemplode meus pais, Jorge e Raura ; a

meu irmão Jorge Júnior pela alegria de sempre e pelo legítimo sentimento de

fraternidade; as minhas tias Bá e Go por todo o carinho, pelo exemplo de

integridade e pelos conselhos; aos meus avós paternos Satiko e Hiroshi por toda

experiência passada, por toda hospitalidade e por todas as suas preces; aos

meus avós maternos Hatsumi e Tastuo que, mesmo pelo pouco convívio, me

deram a graça de suas presenças e a felicidade de seus sorrisos.

A Ester, minha amiga e companheira que sempre me acompanhou nos

meus piores e melhores momentos, sempre com amor e carinho incondicionais

Aos professores Jayne e Aarão por toda a orientação, acompanhamento e

ensinamentos passados, assim como pela a paciência e dedicação.

Aos meus amigos que fiz em Lorena, em especial Rodelão, Everton,

Nathalia, Karen, Joyce, e Cynthia que sempre me escutaram e me ajudaram nas

mais variadas situações e aos quais devo meus momentos mais felizes e

engraçados durante o período de minha graduação.

A todos os colegas da Pensalab, minha superiora Luciane pela confiança,

feedbacks e confidência; a Márcia e Kemilla e Caio por sempre responderem

minhas incontáveis dúvidas com disposição e pela convivência harmoniosa e pelo

trabalho; Ao Victor e Tatiana por me auxiliarem em camihos além do âmbito

empresarial e pelo ambiente de trabalho alegre e saudável.

5

“O primeiro passo para o conhecimento é sabermos que somos ignorantes”

Cícero

“A nossa maior glória não reside no fato de nunca cairmos, mas sim em

levantarmo-nos sempre depois de cada queda.

Confúcio

“Aprender sem pensar é tempo perdido..”

Confúcio

“A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original.”

Albert Einstein

“Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas

defenderei até a morte o direito de você dizê-las.”

Voltaire

“Ninguem é tão sábio que nada tenha a aprender, nem tão tolo que nada tenha

para ensinar.”

Blaise Pascal

6

RESUMO

MIYAZAKI, M. E.Síntese de Intermediários de Farmacos pela Utilização da

Tecnologa de Ultrassom . 2012.45 f. Monografia (Trabalho de Conclusão de

Curso) – Escola de Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena,

2012.

Devido a crescente preocupação da sociedade com o meio ambiente as

indústrias têm buscado novas maneiras de preservação. O que antes se resumia

em destinar ou tratar adequadamente o poluente formado, nos dias de hoje se

trata principalmente de evitar o uso e a produção destes compostos. A

preservação se tornou um fator crítico a ser avaliado quando as indústrias

planejam implantar um novo projeto, podendo até mesmo inviabilizar o mesmo.

Foi seguindo esse pensamento que foi criada a Química Verde, um ramo da

química que visa à redução do uso e geração de substâncias nocivas ao meio

ambiente. Este trabalho tem como objetivo o estudo dos benefícios da utilização

do método de ultra-som na síntese de iminas, que são intermediários orgânicos

de extrema importância para a obtenção de fármacos, pela reação de aldeído

(benzaldeído) com aminas (isopropilamina e n-butilamina) quando comparado

com o método de agitação. As reações foram realizadas primeiramente por

ultrassom e em seguidasob agitação. Após a reação os compostos foram

analisados por ressonância magnética nuclear de carbono 13 (RMN) empregando

a técnica apt.

Palavras-chave: Química Verde, Ultrassom, Síntese Orgânica, Iminas

7

ABSTRACT

MIYAZAKI, M. E. The syntesis of pharmacon intermediates by using the

ultrasound technology. 2012. 45 f. Monograph (Trabalho de Conclusão de

Curso) – Escola de Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena,

2012.

Due to the growing concern of society with the enviroment, the industries have

sought new ways of preservation. What was summarized in foward or treat

appropriately the pollutant formed, nowadays it is mainly to prevent the use and

production of these compounds. The preservation became such a critical factor to be

evaluated when the industries are planning to deploy a new project that can even

cancel it. It was based on this thought that the Green Chemistry was born, a branch of

chemistry that aims to reduce the use and generation of hazardous substances to the

environment. This work aims the study of the benefits of using ultrasound method in

synthesis of imines, which are extremely important organic intermediates for obtaining

pharmacon, by reaction of aldehydes (benzaldehyde) with amines (isopropylamine

and n-butylamine) when compared with the shaking method with the use of organic

solvents. The reactions will be carried out primarily by ultrasound and then by

shaking. After the reaction compounds will be analysed by nuclear carbon 13

magnetic resonance (NMR) for qualitative analysis.

Keywords: Green Chemistry, Ultrasound, Organic Chemistry, Imines.

8

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Iminas e derivados ............................................................................... 21

Figura 2 – Mecanismo da reação ......................................................................... 21

Figura 3 - Frequência do som ............................................................................... 24

Figura 4 - Propagação das ondas ......................................................................... 24

Figura 5 – Comportamento da cavitação .............................................................. 25

Figura 6 - Efeito piezoelétrico ............................................................................... 26

Figura 7 - Transdutor piezoelétrico ....................................................................... 27

Figura 8 - Banho de ultrassom .............................................................................. 27

Figura 9 - Frequência dos carbonos ..................................................................... 29

Figura 10 – Preparação da benzilideno isopropilamina ........................................ 31

Figura 11 – Preparação da benzilideno n-butilamina ............................................ 33

Figura 12 - Espectro de 1H do benzaldeído .......................................................... 39

Figura 13 - Espectro de 1H da benzilideno n-butilamina ....................................... 40

Figura 14 - Espectro de 1H da benzilideno isopropilamina ................................... 41

Figura 15 - Espectro de 13C apt do benzaldeído e da benzilideno n-butilamina das

reações sob agitação e sob influência de ondas ultrassonoras ....... 42

Figura 16 - Espectro de 13C apt do benzaldeído e da benzilideno isopropilamina

das reações sob agitação e sob influência de ondas ultrassonoras 43

9

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Benzilideno Isopropilamina por Ultrassom ........................................... 37

Tabela 2 - Benzilideno Isopropilamina por Agitação ............................................. 37

Tabela 3 - Benzilideno n-Butilamina por Ultrassom .............................................. 37

Tabela 4 - Benzilideno n-Butilamina por Agitação ................................................. 37

Tabela 5 - Tabela de Rendimentos Médios .......................................................... 44

10

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .................................................................................... 12

2 OBJETIVOS ....................................................................................... 14

2.1 Objetivos Gerais .......................................................................... 14

2.2 Objetivos Específicos................................................................... 14

3 REVISÃO BIBIOGRÁFICA ................................................................. 15

3.1 Desenvolvimento da Síntese Orgânica ........................................ 15

3.2 Preocupação Ambiental ............................................................... 16

3.2.1 Ações tomadas para a preservação ambiental ........................ 16

3.2.2 Princípios da Química Verde ................................................... 17

3.2.3 Toxidade dos Solventes Orgânicos ......................................... 19

3.3 Iminas .......................................................................................... 21

3.4 Cromatografia de Camada Fina (CCF) ........................................ 22

3.5 Ultrassom ..................................................................................... 23

3.5.1 Ondas Ultrassonoras ............................................................... 23

3.5.2 Efeito Piezoelétrico .................................................................. 25

3.5.3 Transdutores ............................................................................ 26

3.5.3.1 Transdutores tipo Sonda ................................................... 26

3.5.3.2 Transdutores tipo Banho ................................................... 27

3.6 Espectroscopia de Ressonância Magnética Nuclear (RMN) ....... 28

3.6.1 Metodologia ............................................................................. 28

3.6.2 Identificação de Compostos ..................................................... 28

3.6.3 Quantificação de Compostos ................................................... 29

4 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................. 30

4.1 Materiais ...................................................................................... 30

4.1.1 Equipamentos .......................................................................... 30

4.1.2 Reagentes ............................................................................... 30

11

4.2 Métodos ....................................................................................... 31

4.2.1 Preparação do Benzilideno isopropilamina (figura 10) ............. 31

4.2.1.1 Reação sob agitação ......................................................... 31

4.2.1.2 Reação sob sonicação ...................................................... 32

4.2.2 Preparação de Benzilideno n-butilamina (figura 11) ................ 33

4.2.2.1 Reação sob agitação ......................................................... 33

4.2.2.2 Reação sob sonicação ...................................................... 34

4.2.3 Acompanhamento das Reações por Cromatografia ................ 35

4.2.4 Observações gerais ................................................................. 36

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................... 36

5.1 Resultados ................................................................................... 36

5.2 Discussão..................................................................................... 38

6 CONCLUSÃO ..................................................................................... 44

12

1 INTRODUÇÃO

Existe uma grande preocupação com a poluição ambiental mundial

atualmente. Uma boa parcela disto está relacionada com a produção industrial,

onde podemos encontrar muitos processos voltados para a síntese orgânica. Uma

das metodologias de procedimento de reação descobertas, que tem apresentado

potencial para a diminuição desse efeito negativo, é a reação com auxílio de

ondas de ultrassom.

A utilização do ultrassom é uma técnica muito empregada atualmente, sua

aplicação de conhecimento geral é na medicina, usado principalmente no

acompanhamento do período de gestação, mas ele também é empregado em

diversas outras áreas como na bioquímica para a obtenção de material celular, na

engenharia para perfurações e processamentos de materiais e no segmento

industrial para a dispersão de pigmentos e limpeza de materiais, por exemplo. Na

área da química o ultrassom foi utilizado primeiramente em reações em meio

aquoso, como adições, hidratações, oxidações entre outras finalidades, mas

nenhuma apresentou grandes resultados1. A sonoquímica, utilização de ondas de

ultrassom para o desenvolvimento das reações químicas, só foi utilizada para

produção industrial no final dos anos 70, aplicada inicialmente na indústria de

laticínios para emulsificação e homogeneização1,2. Hoje em dia esse segmento se

utiliza deste método, em conjunto com outras ferramentas,para a determinação da

coagulação e detecção de micróbios em leite que sofreram o processo UHT 2.

O estudo da utilização de ondas ultrassonoras em reações de síntese

vem se expandindo devido ao forte e crescente apelo pela melhoria contínua dos

processos, do ponto de vista ambiental. Isso se deve, na síntese orgânica, aos

procedimentos que são realizados com solventes orgânicos, os quais são em sua

maioria tóxicos tanto ao manipulador do composto quanto ao meio ambiente. A

utilização do método sonoquímico, em algumas reações, pode levar a redução da

quantidade de solvente orgânico utilizado ou sua substituição por água. Além

disso, algumas reações já mostraram que o tempo de reação pode cair

drasticamente quando comparado ao método tradicional, aumentando assim a

produtividade.

13

Entre os processos de síntese orgânica destaca-se aqui a síntese de

iminas. Elas podem ser obtidas de aldeídos ou cetonas em reações com aminas,

empregando diferentes métodos. Contudo essas metodologias normalmente

necessitam de procedimentos complexos, com longos tempos de reação e uma

grande quantidade de solventes aromáticos. O ultrassom já é aplicado para

elaboração de iminas mas foi aplicado para apenas alguns componentes e a

possibilidade do crescimento desta vertente ainda não foi medida 3.

As iminas são compostos importantes pois agem como intermediários

orgânicos na preparação de compostos de nitrogênio, podendo produzir, pelo

método de sonoquímica, produtos sem a necessidade de operações de

separação, com reagentes mais baratos, bons rendimentos e sem a necessidade

de técnicas de manuseio diferenciadas. Esses compostos são utilizados,

principalmente, pela indústria farmacêutica, compondo moléculas com princípio

ativo4.

14

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivos Gerais

Tem-se como objetivo principal deste trabalho o estudo da utilização do

método sonoquímico na síntese orgânica de iminas, visando a minimização ou a

eliminação do uso de solventes orgânicos, entre outros fatores que favoreçam a

proteção do meio ambiente. Sendo justificado pela necessidade de melhoria

contínua dos processos do ponto de vista ambiental, uma vez que esse se tornou

um objetivo primordial da química moderna.

2.2 Objetivos Específicos

Comparar as condições da síntese de iminas empregando o método com

agitação, com o método sonoquímico

Produzir iminas abrangendo os conceitos da química verde

Avaliar o efeito de ondas ultrassonoras durante a reação.

15

3 REVISÃO BIBIOGRÁFICA

3.1 Desenvolvimento da Síntese Orgânica

A síntese orgânica é uma arte poderosa, que tem um grande impacto em

vários seguimentos da ciência. Ela se desenvolveu de acordo com a necessidade

das épocas e também devido à curiosidade humana. Originalmente as

substâncias orgânicas eram obtidas principalmente através das plantas, sendo

sempre necessário um processo adicional para o seu isolamento de outros

compostos. O aumento do interesse pela fabricação destes compostos se deu

pela compreensão dos mecanismos de reação e análise conformacional, que

possibilitaram um melhor conhecimento da reatividade química no início do séc

XX5, 6.

Antes do seu período de expansão a química orgânica enfrentou

dificuldades para sobrepor uma barreira chamada Teoria da Força Vital. Essa

teoria defendia que somente seres vivos eram capazes de sintetizar compostos

orgânicos, em outras palavras, seria impossível que os compostos gerados pelas

plantas fossem produzidos por via sintética. Essa teoria foi aceita por muitos

químicos influentes na época, o que diminuiu o interesse da sociedade pela

química orgânica. A Teoria da Força Vital veio abaixo quando Frederich Wöhler,

em 1828, sintetizou a uréia a partir do cianato de amônio, criando assim a

Química Orgânica Sintética 5.

16

3.2 Preocupação Ambiental

3.2.1 Ações tomadas para a preservação ambiental

No mundo atual é impossível não se pensar na preservação do meio

ambiente. Seja por causa de legislações cada vez mais rigorosas, pressão social

ou pela melhoria contínua dos processos. Para chegar neste nível de

conscientização diversos encontros foram realizados por líderes internacionais

para a discussão e resolução do problema da poluição ambiental. Pode-se citar,

como resultado dessas reuniões, o Protocolo de Kyoto, que criou sistema de

créditos de carbono e as metas de redução e também a ECO-92, realizada na

cidade do Rio de Janeiro, que teve presença mundial e foi elaborada a Agenda

21, na qual os países se comprometeram em prezar pelo desenvolvimento

sustentável. Ainda tendo em vista o cenário mundial, pode-se citar a criação da

ISO 14000, totalmente voltada para a gestão ambiental. Esta ISO trata de uma

norma facultativa que pode, dependendo do consumidor, ter um grande peso no

produto ou serviço oferecido7.

Como uma das evidências mais alarmantes da preocupação crescente com

o meio ambiente os Estados Unidos, que não ratificaram o Protocolo de Kyoto em

1997, declararam em 2009 que o dióxido de carbono e outros cinco tipos de

poluentes representam uma ameaça ao planeta. E começaram a determinar como

em que medida essas emissões seriam reduzidas8.

De acordo com CANZIAN8, "Não existe mais a opção de fazer uma nova legislação ou não fazer nada", afirma Edward Markey, membro da Câmara dos Representantes pelo Partido Democrata, o mesmo de Obama. "Agora, é uma escolha entre (o Congresso) legislar ou (a EPA) regular"

Não só no cenário mundial vê-se esta preocupação. No Brasil observa-se a

preocupação ambiental desde a elaboração da constituição de 1988, onde de

acordo com o artigo 255, tem-se:

17

“Art.255. Todos têm o direito ao meio

ambiente ecologicamente equilibrado, bem

de uso comum do povo e essencial à sadia

qualidade de vida, impondo-se ao Poder

Público e à coletividade o dever de

defendê-lo e preservá-lo para as presentes

e futuras gerações”

Neste mesmo artigo também consta a necessidade de se exigir um estudo

prévio para a realização de atividades potencialmente causadoras de poluição e

do controle de produção, comercialização, emprego de técnicas e substâncias

que possam acarretar riscos na qualidade de vida e no meio ambiente7, 9.

3.2.2 Princípios da Química Verde

As indústrias químicas sempre foram relacionadas, direta ou indiretamente,

a desastres ambientais no decorrer dos anos. Isso ocorreu devido aos

vazamentos, o não tratamento adequado de efluentes e acidentes, sendo que o

único tipo de medida adotada era a remediação dos resíduos formados no final da

linha de produção. Mas esse panorama começou a mudar no início da década de

90 onde, ao invés de remediar, começaram a pensar na redução da produção de

resíduos. Esse novo pensamento foi denominado “Química Verde”.

Atualmente a “Química Verde” é definida como: “A invenção, projeto e

aplicação de produtos químicos e processos para reduzir o uso e geração de

substâncias nocivas ao meio ambiente”10. Para tanto, foi definido alguns tópicos

básicos, mencionados abaixo.

1. Prevenção: é melhor evitar a produção de resíduos/desperdícios do

que tratá-los após estarem formados;

18

2. Economia do átomo: os métodos sintéticos devem ser desenvolvidos

no sentido de maximizar a incorporação de todos os materiais de

partida no produto final;

3. Sínteses com compostos menos tóxicos: sempre que possível, as

metodologias sintéticas devem ser desenvolvidas no sentido de

utilizar e/ou originar substâncias com pouca ou nenhuma

toxicidade para a saúde humana e para o ambiente;

4. Desenvolvimento de produtos seguros: os produtos químicos devem

ser desenvolvidos no sentido de poderem realizar a função

desejada e ao mesmo tempo não serem perigosos;

5. Solventes e auxiliares mais seguros: o uso de substâncias auxiliares

(por exemplo, solventes, agentes de separação, catalisadores de

transferência de fase, etc.) deve ser reduzido, ou mesmo evitado,

sempre que possível (e, quando utilizadas, essas substâncias

devem ser inócuas);

6. Procura da eficiência energética: as necessidades energéticas

devem ser consideradas no nível de seu impacto econômico e

ambiental, e devem ser minimizadas. Se possível, os processos

químicos devem ser realizados à temperatura e pressão

ambiente;

7. Uso de fontes renováveis de matérias-primas: sempre que técnica e

economicamente viável, a utilização de matérias-primas

renováveis (por exemplo, óleos e açúcares) deve ser escolhida

em detrimento de fontes não renováveis;

8. Evitar a formação de derivados: a derivatização desnecessária (por

exemplo, proteção/desproteção) deve ser minimizada ou, se

possível, evitada, porque estas etapas requerem reagentes

adicionais e podem gerar resíduos;

9. Catálise: reagentes catalíticos (tão seletivos quanto possível) são

superiores relativamente aos reagentes estequiométricos;

10. Desenvolvimento no sentido da degradação: os produtos químicos

devem ser desenvolvidos de tal modo que, após exercerem a sua

função, se degradem em produtos inócuos e que não persistam

no ambiente;

19

11. Análise em tempo real para a prevenção da poluição: é necessário o

desenvolvimento de metodologias analíticas que viabilizem

monitoração e controle no decorrer do processo, em tempo real,

antes da formação de substâncias nocivas;

12. Química intrinsecamente segura para a prevenção de acidentes: as

substâncias, bem como o modo pelo qual uma substância é

utilizada num processo químico, devem ser escolhidas a fim de

minimizar o potencial para acidentes químicos, incluindo

derrames, corrosões, explosões e incêndios.

As indústrias químicas estão muito preocupadas com seus efluentes,

principalmente pelo aspecto legislativo, assim sendo, estão empregando cada vez

mais os princípios acima mencionados em seus processos.

3.2.3 Toxidade dos Solventes Orgânicos

Brucknere Warren11, apresenta os solventes orgânicos como uma classe

de líquidos orgânicos que têm a capacidade de dissolver, diluir ou dispersar

materiais que são insolúveis em água. São aplicados em grande escala como

constituintes de vernizes, tintas, na síntese química, parafinas, óleos lubrificantes,

combustíveis entre outros, e sua maior parcela é proveniente do refino do

petróleo.

Há apelos contra o uso desse tipo de solvente, pois eles apresentam

características como lipofilicidade, que é a capacidade de um composto se

dissolver em gordura, e volatilidade variável. Essas propriedades associadas ao

baixo peso molecular fazem com que esses compostos sejam facilmente inalados

e absorvidos pelo corpo, o que dá origem a um grande problema tendo em vista

que a maioria destes compostos é tóxica aos organismos. Como exemplos de

solventes podem ser citados o benzeno e o tolueno.

Benzeno:

20

“Riscos à Saúde: Prejudicial se ingerido, inalado ou absorvido

pela pele. Vapor ou névoa é irritante para os olhos, membranas

mucosas e trato respiratório superior. Causa irritação na pele.

Exposição pode causar: náuseas, tonturas e dor de cabeça e

efeito neurótico.

Efeitos Crônicos: Cancerígeno. Pode alterar o material genético.

Efeitos no sangue. Inalação de alta concentração de benzeno

pode ter um efeito inicial estimulatório sobre o sistema nervoso

central caracterizada por alegria, excitação nervosa e/ou tontura,

depressão, sonolência ou fadiga. A vítima pode sentir apertos no

peito, respiração ofegante e perda de consciência.Tremores,

convulsões e mortes devido à paralisia respiratória ou colapso

circulatório podem ocorrer dentro de poucos minutos ou em várias

horas. Aspiração de pequenas quantidades de líquido causam

imediatamente edema pulmonar e hemorragia do tecido pulmonar.

Contato direto com a pele pode causar eritema. O contato repetido

ou prolongado com a pele causa secagem, descamação ou

infecções de pele.”12

Tolueno:

”Riscos à saúde: Prejudicial se inalado, ingerido ou absorvido

pela pele. Vapor ou névoa é irritante para os olhos, membranas

mucosas e trato respiratório superior. Causa irritação de pele.

Sintomas de exposição podem incluir sensação de queima, tosse,

laringite, respiração ofegante, dores de cabeça, náusea e vômito.

Exposição pode causar: irritação nos pulmões, dores no peito e

edema, que pode ser fatal.

Efeitos Crônicos:danos no fígado, efeitos no sangue, danos nos

rins. Pode causar distúrbios no sistema nervoso. Ouso do álcool

pode agravar o efeito narcótico e sangramentos causados pelo

tolueno.”12

21

3.3 Iminas

Iminas são compostos orgânicos formados a partir da reação de aldeídos

ou cetonas com aminas primárias. São caracterizados por uma dupla ligação

entre os átomos de carbono e nitrogênio sendo sua estrutura representada pela

fórmula R1N=CR2R3. Em sua maior parte são moléculas instáveis porém, em

alguns casos especiais, quando o ligante do nitrogênio for um grupo

eletronegativo, normalmente ficam estáveis e recebem nomenclatura

diferenciada13. Na figura 1, é mostrada a imina e alguns de seus derivados.

Figura 1 - Iminas e derivados

Ao misturar os reagentes para a produção de iminas, a amina ataca o

carbono carbonílico, formando um hemiaminal, o qual elimina a água presente no

composto formando assim a imina. Denomina-se esse processo como

condensação (figura 2)14.

Figura 2 – Mecanismo da reação

22

Pela reação, nota-se que há a formação de água como subproduto e que a

mesma hidrolisa a imina devido à reversibilidade da reação, dificultando assim a

obtenção de substâncias puras. Contudo esse problema pode ser contornado

através da destilação da mistura ou, em casos onde deseje usar a imina como o

reagente para outra reação, pode ser adicionado ao meio o outro reagente de

interesse de modo que este, reagindo com a imina formada, além de formar o

produto de interesse também desloca o equilíbrio da reação inicial para a

produção de imina.15

Para a produção destes compostos um dos fatores que mais influenciam a

velocidade de reação é o pH. Na literatura pode-se encontrar que a faixa de pH

ótimo para a reação é de 4 a 6. Isso se explica, caso o meio seja muito ácido

haverá a protonação da amina, dificultando a reação de adição inicial entre amina

e cetona ou aldeído; caso o pH esteja muito alto a concentração de prótons será

muito baixa, dificultando a protonação do grupo OH na molécula, assim

retardando a etapa de desidratação 13.

3.4 Cromatografia de Camada Fina (CCF)

A cromatografia é um método de separação de extrema importância

atualmente, isso se deve ao seu fácil manuseio levando em consideração sua

facilidade para a separação, identificação e quantificação de espécies químicas.

“A cromatografia é um método físico-químico de separação dos

componentes de uma mistura, realizada através da distribuição

destes componentes em duas fases, que estão em contato íntimo.

Uma das fases permanece estacionária, enquanto a outra se

move através dela. Durante a passagem da fase móvel sobre a

fase estacionária, os componentes da mistura são distribuídos

pelas duas fases de tal forma que cada um deles é seletivamente

retido pela fase estacionária, o que resulta em migrações

diferenciais desses componentes”16.

23

Existem diversos tipos de cromatografia, entre eles figuram a cromatografia

em papel, por troca iônica, por adsorção e de camada fina. Nesse trabalho será

comentado sobre este último procedimento, por ser pertinente para este estudo

A Cromatografia de Camada Fina consiste no arraste e separação dos

componentes do produto formado por uma solução polar-apolar de proporção

conhecida (fase móvel) que, em contato com uma camada delgada de um

composto adsorvente, fica sujeita à migração de alguns de seus componentes de

acordo com suas respectivas afinidades. A camada delgada é suportada em uma

superfície plana, e é denominada fase estacionária. Foi escolhido o uso desta

técnica porque, além das vantagens já apresentadas, ela apresenta uma grande

repetitividade, versatilidade, tempo de separação reduzido e baixo custo16, 17.

3.5 Ultrassom

3.5.1 Ondas Ultrassonoras

Denomina-se ultrassom todos os sons emitidos com frequências maiores

que o limite de percepção da audição humana (>16 KHz). A sonoquímica tem

como fundamento básico o uso dessas ondas, inaudíveis para humanos, visando

transformações químicas e físicas da matéria pela criação, aumento e implosão

de cavidades de gases, ativando reações químicas. Essas ondas podem ser

divididas em 2 grupos: de alta potência (<1 W a milhares de W.cm-2), usadas, por

exemplo, na sonoquímica e na esterilização de materiais, e as de baixa potência

(frequência maior que 20 KHz) usados na medicina para acompanhamento de

gestação e exames de soldas e fissuras entre outras utilidades. 1

Pode-se verificar na figura 3, a capacidade da audição humana e a região

de alta frequência.

24

Figura 3 - Frequência do som

A propagação das ondas ultrassonoras se procede como uma variação de

pressão contínua. Essa variação pode ser ilustrada por ondas de pressão no ar

produzidas por diapasão, como mostra a figura 4.

.18

Figura 4 - Propagação das ondas

Com isso há a formação de bolhas no meio líquido, que tendem a se

expandir criando uma região de pressão reduzida quando comparada com o meio

em que está exposta (figura 5). Quando essa diferença de pressão atinge um

determinado valor, a bolha se rompe gerando a cavitação. A temperatura

estimada no interior da cavidade, na iminência de sua implosão, é de

aproximadamente 5500ºC, e ao seu redor a temperatura é de 2100ºC. A pressão

é de cerca de 500 atm. Para ter uma idéia do poder de aquecimento ao usar o

ultrassom pode-se ter como base a temperatura da chama acetilênica, que é

aproximadamente 2400ºC18.

25

Figura 5 – Comportamento da cavitação

De acordo com Barbosa e Serra1, dois elementos são de extrema

importância para o processo: a presença de gás dissolvido, responsável pelo

aumento das bolhas e a presença de partículas em suspensão, que diminuem a

força de coesão molecular, fazendo com que as bolhas se rompam mais

facilmente.

3.5.2 Efeito Piezoelétrico

Descoberto em 1880 pelos irmãos Pierre e Jacques Curie, o efeito

piezoelétrico consiste na oscilação física de certos materiais quando expostos a

campos elétricos.

O conceito utilizado para a fabricação dos transdutores atuais é do efeito

piezoelétrico reverso, ou seja, devido à aplicação de uma tensão alternada as

moléculas se re-alinham e em seguida retornam as suas orientações originais, a

repetição contínua da mudança da conformação gera a oscilação do material, que

por sua vez gera as ondas de ultrassom (figura 6).

26

Figura 6 - Efeito piezoelétrico

3.5.3 Transdutores

Para a utilização do método sonoquímico se faz necessário o uso de um

transdutor. Equipamento que converte energia elétrica em energia sonora.

Existem dois tipos distintos transdutores: o banho e a sonda.

3.5.3.1 Transdutores tipo Sonda

Os transdutores tipo sonda consistem no uso de uma cerâmica

piezoelétrica localizada entre duas chapas metálicas. Um sinal transmitido por um

gerador de frequência é transformado em ondas mecânicas e amplificado pelas

chapas de onde essas ondas são transmitidas para o meio reacional1 (Figura 7).

27

Figura 7 - Transdutor piezoelétrico

3.5.3.2 Transdutores tipo Banho

No banho, o transdutor é preso no fundo da cuba do aparelho, devido à sua

passagem por um meio de transmissão, normalmente água, antes de chegar a

amostra, a energia é dispersada, fazendo com que o sistema de sonda seja mais

eficiente devido ao contato direto com o sistema reacional 1 (Figura 8).

Figura 8 - Banho de ultrassom

28

3.6 Espectroscopia de Ressonância Magnética

Nuclear (RMN)

3.6.1 Metodologia

A espectroscopia é definida como a interação da radiação eletromagnética

com a matéria. Seu uso em conjunto com a ressonância magnética nuclear se dá

devido ao fato de que alguns núcleos têm a capacidade de absorver radiação

eletromagnética externa quando imersos em um campo magnético intenso. Essa

absorção pode ser medida e analisada e, em conjunto com outros métodos de

análise, pode fornecer dados qualitativos e quantitativos da amostra19, 20.

O processo da formação do espectro se inicia pela imersão da mistura em

um forte campo magnético. Com isso os 13C absorvem a radio frequência e

emitem um sinal que dependerá da vizinhança dos carbonos da molécula. Cada

carbono com vizinhança diferenciada dos outros emitirá um sinal no espectro e

carbonos que possuem a mesma vizinhança, presentes em moléculas simétricas,

produzirão um único sinal, proporcional à quantidade de sua soma.

3.6.2 Identificação de Compostos

Um espectro de RMN, assim como um espectro no infravermelho,

raramente é suficiente para a identificação de um composto orgânico. Contudo,

em conjunto com espectros de massa, infravermelho e ultravioleta, bem como

uma análise elementar, a RMN é uma ferramenta poderosa e indispensável para

a caracterização de compostos puros 19. Também é de grande utilidade quando

se conhece algo sobre as estruturas das moléculas analisadas ou até mesmo

quando não se conhece nada sobre a estrutura, pois, neste último caso, podem-

se reduzir as possibilidades apenas pela observação do espectro formado.

29

A figura 9 mostra as faixas de freqüências de carbonos com determinadas

vizinhanças, quando analisado por RMN 13C (apt).

Figura 9 - Frequência dos carbonos

3.6.3 Quantificação de Compostos

Um aspecto único do espectro de RMN de próton é a proporcionalidade

direta entre a área do pico e o número de núcleos responsáveis por este pico.

Como resultado, uma determinação quantitativa de um composto específico não

requer amostras puras para calibração. Assim, se um pico de ressonância pode

ser empregado para determinar os constituintes de uma amostra e se este pico

não se sobrepor aos picos de um outro constituinte, a área desse pico pode ser

usada para determinar a concentração da espécie de interesse, desde que seja

conhecida a área do sinal por próton. Esta área pode ser convenientemente

obtida com o uso de um padrão interno de concentração conhecido 20.

Para a análise dos produtos obtidos será realizada a RMN de 1H e

Carbono-13 empregando a técnica apt (teste do hidrogênio ligado). Na

designação dos sinais do espectro de 1H, t significa tripleto; d, dupleto; s, singleto;

Har, hidrogênio aromático. O espectro de 13C apt mostra de forma gráfica os

carbonos presentes nas moléculas dos produtos, e os diferencia, facilitando a

análise19, 20. Neste, esta distinção mostra os carbonos do grupo CH3 e CH para

baixo da linha base e os carbonos quaternários (Cq) e CH2 para cima.

30

4 MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 Materiais

4.1.1 Equipamentos

Aparelho gerador de ondas ultrassonoras – banho;

Espectrômetro de RMN – Marca Varian (modeo Mercury – 300 MHz);

Balança analítica – Marca Shimadzu (Modelo: A Y220);

Lâmpada de UV – Marca MineralightLamp (Modelo: UVGL-25);

Rotaevaporador – Marca Fisaton (Modelo: 803);

Placa de agitação e aquecimento: Marca Fisaton (Modelo: 753ª);

Placas cromatográficas (CCF) :Cromatofolhas de Al com Sílica Gel 60 F254

– Marca Merck;

Reveladores: lâmpada de UV e vapores de iodo ressublimado.

4.1.2 Reagentes

-Aminas:isopropilamina, 99%; Butilamina, 99%;

-Aldeído: Benzaldeído, 99%;

-Solventes Orgânico:Diclorometano, 99%; Clorofórmio deuterado;

-Outros Reagentes: Sulfato de sódio anidro, 99%.

31

4.2 Métodos

4.2.1 Preparação do Benzilideno isopropilamina (figura 10)

Figura 10 – Preparação da benzilideno isopropilamina

4.2.1.1 Reação sob agitação

O procedimento iniciou-se com a pesagem de 0,5g de benzaldeído 99%

(4,7 mmols) em balão de fundo redondo de 50mL, munido de barra

magnética. Após o balão ser selado introduziu-se gás nitrogênio ao

mesmo, de forma a deixar a atmosfera interna sem oxigênio (inerte). Em

seguida foi adicionado 0,61mL de isopropilamina 99% (7,1 mmols). A

mistura foi então mantida sob agitação magnética por 30 minutos. Após

esse tempo, o produto foi submetido à cromatografia de camada fina para

o acompanhamento da reação, contudo a técnica não foi frutífera, pois os

reagentes não se revelaram de forma esperada. Com isso foi necessário o

tratamento do produto com a adição de diclorometano, para diluir a reação,

e sulfato de sódio anidro, para a remoção dos vestígios de água que se

formaram como subproduto da reação. A solução foi agitada, filtrada e

recolhida em um outro balão previamente pesado. O balão foi acoplado ao

rotaevaporador, com atmosfera interna negativa, com a rotação ajustada

para 50 rpm e então parcialmente submerso em banho-maria a 50C. Após

a evaporação do diclorometano o balão foi seco e novamente pesado,

32

sendo a amostra depois analisada por RMN de 1H e 13C (apt) para verificar

a formação do produto e o final da reação através do espectro obtido da

amostra. (Ver páginas 39 e 41).

Os rendimentos obtidos da reação e sua duplicata foram respectivamente

86,74% e 88,03%, sendo o mesmo calculado através da razão da massa

de produto final pesada e a massa teórica.

4.2.1.2 Reação sob sonicação

O procedimento iniciou-se com a pesagem de 0,5g de benzaldeído 99%

(4,7 mmols) em balão de fundo redondo de 50mL. Após o balão ser selado

introduziu-se gás nitrogênio ao mesmo, de forma a deixar a atmosfera

interna sem oxigênio (inerte). Em seguida foi adicionado 0,61mL de

isopropilamina 99% (7,1 mmols). A mistura foi levada ao aparelho de ultra-

som previamente preparado com 300mL de água, um trocador de calor

imerso e um termômetro metálico. Posicionou-se o balão no aparelho de

ultrassom onde foi identificada, visualmente, a maior agitação do meio

reacional. Procedeu-se a reação durante 5 minutos com temperatura do

banho controlada em aproximadamente 25C. A utilização do transdutor

tipo banho foi devida à utilização dos equipamentos já disponíveis no

laboratório. Após esse tempo, o produto foi submetido à cromatografia de

camada fina para o acompanhamento da reação, contudo a técnica não foi

frutífera pois os reagentes não se revelaram de forma esperada. Com isso

foi necessário o tratamento do produto com a adição de diclorometano,

para diluir a reação, e sulfato de sódio anidro, para a remoção dos

vestígios de água que se formaram como subproduto da reação. A solução

foi agitada, filtrada e recolhida um outro balão previamente pesado. O

balão foi acoplado ao rotaevaporador, com atmosfera interna negativa, com

a rotação ajustada para 50 rpm e então parcialmente submerso em banho-

maria a 50C. Após a evaporação do diclorometano o balão foi seco e

novamente pesado, sendo a amostra analisada por RMN de 1H e 13C (apt)

33

para verificar a formação do produto e o final da reação. (Ver páginas 39 e

41).

Os rendimentos obtidos da reação e sua duplicata foram respectivamente

96,03% e 94,26%, sendo o mesmo calculado através da razão da massa

de produto final pesada e a massa teórica.

4.2.2 Preparação de Benzilideno n-butilamina (figura 11)

Figura 11 – Preparação da benzilideno n-butilamina

4.2.2.1 Reação sob agitação

O procedimento iniciou-se com a pesagem de 0,5g de benzaldeído 99%

(4,7 mmols) em balão de fundo redondo de 50mL, munido de barra

magnética. Após o balão ser selado introduziu-se gás nitrogênio ao

mesmo, de forma a deixar a atmosfera interna sem oxigênio (inerte). Em

seguida foi adicionado 0,52mL de n-butilamina 99% (5,2 mmols). A mistura

foi então mantida sob agitação magnética por 30 minutos. Após esse

tempo, o produto foi submetido à cromatografia de camada fina para o

acompanhamento da reação, contudo a técnica não foi frutífera, pois os

reagentes não se revelaram de forma esperada. Com isso foi necessário o

tratamento do produto com a adição de diclorometano, para diluir a reação,

e sulfato de sódio anidro, para a remoção dos vestígios de água que se

formaram como subproduto da reação. A solução foi agitada, filtrada e

recolhida em um outro balão previamente pesado. O balão foi acoplado ao

34

rotaevaporador, com atmosfera interna negativa, com a rotação ajustada

para 50 rpm e então parcialmente submerso em banho-maria a 50C. Após

a evaporação do diclorometano o balão foi seco e novamente pesado,

sendo a amostra analisada por RMN de 1H e 13C (apt) para verificar a

formação do produto e o final da reação através do espectro obtido da

amostra. (Ver páginas 38 e 40).

Os rendimentos obtidos da reação e sua duplicata foram respectivamente

92,88% e 92,18%, sendo o mesmo calculado através da razão da massa

de produto final pesada e a massa teórica.

4.2.2.2 Reação sob sonicação

O procedimento iniciou-se com a pesagem de 0,5g de benzaldeído 99%

(4,7 mmols) em balão de fundo redondo de 50mL. Após o balão ser selado

introduziu-se gás nitrogênio ao mesmo, de forma que a deixar a atmosfera

interna sem oxigênio (inerte). Em seguida foi adicionado 0,52mL e n-

butilamina 99% (5,7 mmols). A mistura foi levada ao aparelho de ultrassom

previamente preparado com 300mL de água, um trocador de calor imerso e

um termômetro metálico. Posicionou-se o balão no aparelho de ultrassom

onde foi identificada, visualmente, a maior agitação do meio reacional.

Procedeu-se a reação durante 5 minutos com temperatura de banho

controlada em aproximadamente 25C. A utilização do transdutor tipo

banho foi devida a utilização dos equipamentos já disponíveis no

laboratório. Após esse tempo, o produto foi submetido à cromatografia de

camada fina para o acompanhamento da reação, contudo a técnica não foi

frutífera, pois os reagentes não se revelaram de forma esperada. Com isso

foi necessário o tratamento do produto com a adição de diclorometano,

para diluir a reação, e sulfato de sódio anidro, para a remoção dos

vestígios de água que se formaram como subproduto da reação. A solução

foi agitada, filtrada e recolhida em um outro balão previamente pesado. O

balão foi acoplado ao rotaevaporador, com atmosfera interna negativa, com

35

a rotação ajustada para 50 rpm e então parcialmente submerso em banho-

maria a 50C. Após a evaporação do diclorometano o balão foi seco e

novamente pesado, sendo a amostra por RMN de1H e 13C (apt) para

identificar o produto e verificar o final da reação através do espectro obtido

da amostra, (Ver páginas 38 e 40).

Os rendimentos obtidos da reação e sua duplicata foram respectivamente

93,39% e 91,67%, sendo o mesmo calculado através da razão da massa

de produto final pesada e a massa teórica.

4.2.3 Acompanhamento das Reações por Cromatografia

A cromatografia se procedeu colocando em três pontos de uma das

extremidades das cromatofolhas reagente limitante (benzaldeído), reagente

limitante mais amostra da reação e amostra da reação, a esquerda, meio e direita

respectivamente. A folha foi colocada em contato com o eluente (solução de

solventes polar e apolar) e aguardou-se a eluição (passagem da solução pela

sílica, carregando os reagentes conforme a polaridade dos mesmos). Após a folha

(cromatograma) ser retirada, esperou-se a evaporação do eluente e expôs-se o

cromatograma a luz ultra-violeta para a identificação do benzaldeído e do produto.

Depois da marcação do benzaldeído a folha foi exposta a uma atmosfera de

vapor de iodo-ressublimado para a constatação do andamento da reação.

Contudo não foi possível a identificação precisa dos compostos

independentemente do procedimento de reação adotado, mesmo quando

analisados em tempos de reação diferente.

36

4.2.4 Observações gerais

As reações foram realizadas varias vezes até chegar ao resultado de

menor tempo de reação com bons rendimentos.

Tentativas foram feitas para acompanhar por CCF, mas as revelações dos

produtos na placa foram de difícil verificação.

Nas reações iniciais também foi estudado se a presença de sulfato de

sódio anidro no meio reacional influenciaria no rendimento, contudo em ambos os

métodos a adição não influenciou no rendimento, sendo assim, não foi dado

prosseguimento desta possível interferência nos estudos das reações finais.

Para o procedimento da produção da benzilideno isopropilamina, foi

utilizada a proporção de 1 mol de benzaldeído para 1,5 mol de isopropilamina

porque essa amina é extremamente volátil. O excesso de amina se fez necessário

uma vez que, nas primeiras reações realizadas, não foi identificado o produto de

interesse, sendo a causa mais provável do ocorrido a volatilização do reagente.

A refrigeração do meio, quando procedido por ultrassom, se fez necessária

pois foi verificado um aumento considerável da temperatura devido principalmente

as ondas de ultrassom. Sendo verificado, quando não controlado a temperatura

do meio, uma temperatura próxima a 60C nos primeiros 20 minutos de reação,

podendo causar a perda da amina.

As reações foram realizadas em duplicata para suas devidas validações.

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Resultados

Com base nos experimentos realizados as seguintes tabelas foram

elaboradas.

37

Utilizando a Isopropilamina, tabela 1 e 2

Tabela 1 - BenzilidenoIsopropilamina por Ultrassom

Tabela 2 - BenzilidenoIsopropilamina por Agitação

Utilizando a n-Butilamina, tabela 3 e 4

Tabela 3 - Benzilideno n-Butilamina por Ultrassom

Tabela 4 - Benzilideno n-Butilamina por Agitação

Os procedimentos das duas reações, tanto pelo método sonoquímico

quanto por agitação apresentaram resultados consistentes.

38

5.2 Discussão

Para a constatação do término da reação foi estudado o espectro gerado

pelo RMN de 1H (figuras 12, 13 e 14) e 13C apt. (figuras 15 e 16).

Dados do RMN 1H e do 13C apt do benzaldeido: RMN 1H (CDCl3, δ, ppm,

300MHz): 7,49-7,93 (m, 5H, Har); 10,02 (CH, HC=O). RMN 13C apt (CDCl3, δ,

ppm, 75MHz): 129,14 (2CH, Har); 129,89 (2CH, Har); 134,60 (CH, Har); 136,60

(Cq); 192,48 (CH, HC=O).

Dados do RMN 1H e do 13C apt do Benzilideno n-butilamina: RMN 1H

(CDCl3, δ, ppm, 300MHz): 0,94 (t, CH3); 1,31-1,46 (m, CH2); 1,62-1,75 (m, CH2);

3,60 (t, CH2); 7,34-7,76 (m, 5H, Har); 8,25 (s, CH, HC=N). RMN 13C apt (CDCl3, δ,

ppm, 75MHz): 14,05 (CH3); 20,65 (CH2); 33,17 (CH2); 61,76 (CH2); 128,16 (2CH,

CHar); 128,71 (2CH, CHar); 130,56 (CH, CHar); 136,55 (Cq); 160,84 (CH, HC=N).

Dados do RMN 1H e do 13C apt do Benzilideno isopropilamina: RMN 1H

(CDCl3, δ, ppm, 300MHz):1,28 (d, 2CH3); 3,47-3,62 (m, CH, HCN); 7,36-7,79 (m,

5H, Har); 8,31 (s, CH, HC=N). RMN 13C apt (CDCl3, δ, ppm, 75MHz): 24,25

(2CH3); 61,98 (CH, HCN); 128,23 (2CH, CHar); 128,69 (2CH, CHar);130.52 (CH,

CHar); 136,73 (Cq); 158,49 (CH, HC=N).

. No espectro de 13C , o término da reação foi avaliado pela ausência do

sinal em 192,48 ppm que corresponde ao CH da carbonila do benzaldeído

(reagente de partida). Sua ausência no espectro significa que não há mais

benzaldeído presente para reagir no meio reacional, pontuando o final das

reações. Pelo espectro também foi avaliado que este pico migrou para a região do

campo alto independentemente do método de reação utilizado. Nos espectros da

benzilideno n-butilamina o pico foi identificado a 160,84 ppm, conforme figura 15 e

no espectro da benzilideno isopropilamina a 158,49 ppm, conforme figura 16. No

espectro de 1H é possível verificar a quantidade de prótons na molécula podendo

assim concluir sua preparação.

39

ppm (f1)0.05.010.0

-500

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

1.0

0

5.3

1

Figura 12 - Espectro de 1H do benzaldeído

O espectro de próton mostra os hidrogênios da molécula. Observa-se 5

prótons na região de aromáticos, entre 7 e 8 ppm e sinal de um próton próximo de

10 ppm. Em zero tem-se o sinal do TMS (tetrametilsilano) que é usado como

referencia para fazer a escala.

OH

40

ppm (f1)0.05.010.0

-1000

0

1000

2000

3000

4000

6.0

0

2.3

0

4.2

9

3.1

2

Figura 13 - Espectro de 1H da benzilideno n-butilamina

Neste espectro observa-se os sinais dos hidrogênios do anel aromático e

do CH ligado ao C=N entre 7 e 8,5 ppm, O sinal do CH2 próximo ao N entre 3 e 4

ppm , os sinais dos dois CH2 entre 1,2 e 2 ppm e o sinal do CH3 em 1 ppm, em

zero tem-se o sinal do TMS.

N

H

CH3

41

ppm (t1)0.05.010.0

0

5000

10000

15000

5.4

7

0.4

4

0.9

4

6.4

4

Figura 14 - Espectro de 1H da benzilidenoisopropilamina

Neste espectro observa-se os sinais dos hidrogênios do anel aromático entre 7 e

8,5 ppm; o sinal do hidrogênio do CH ligado ao C=N em 5,3 ppm; o sinal do CH

ligado aos grupos CH3 em 3,5 ppm e o sinal dos dois grupos CH3 em 1,2 ppm. Em

zero tem-se o sinal do TMS.

N

CH3 CH3

H

42

Figura 15 - Espectro de 13

C apt do benzaldeído e da benzilidenon n-butilamina das reações sob agitação e sob influência de ondas ultrassonoras

Observa-se o sinal referente ao carbono CH da carbonila do benzaldeído

em 192,48 ppm e sua ausência nos espectros dos produtos com o aparecimento

do sinal do CH da função imina em 160,84 ppm. O espectro do produto possui

também os sinais dos carbonos do radical butil, 3 carbonos do grupo CH2 (para

cima) e um carbono do grupo CH3 (para baixo).

O Benzaldeido apresenta, no espectro, cinco sinais sendo: um sinal do

carbono quaternário, um sinal do carbono CH ligado à carbonila, três sinais

representando os carbonos do anel aromático ( um sinal para os carbonos orto,

um sinal para os carbonos meta e um sinal para o carbono para)

No espectro da benzilideno n-butilamina, além destes sinais observa-se os

sinais dos carbonos do radial butila, sendo o sinal do CH ligado ao grupo C=N

deslocado para 160,84 ppm

OH

N

H

CH3

43

Figura 16 - Espectro de 13

C apt do benzaldeído e da benzilideno isopropilamina das reações sob agitação e sob influência de ondas ultrassonoras

Observa-se o sinal referente ao carbono CH da carbonila do benzaldeído

em 192,48 ppm e sua ausência nos espectros dos produtos com o aparecimento

do sinal do CH da função imina em 158,49 ppm. O espectro do produto possui

também os sinais dos carbonos do radical isopropil. 2 carbonos do grupo CH3 e

um carbono do grupo CH (todos para baixo). Os carbonos CH3 apresentam um só

sinal, um pouco mais intenso, porque possuem a mesma vizinhança.

Com essa análise foi verificado o alto grau de pureza das amostras, o que

possibilitou o uso da massa da amostra final como massa de produto de interesse

para o cálculo do rendimento. Com base nessas informações foi montada a tabela

de rendimento médio (tabela 5).

OH

N

CH3 CH3

H

44

Tabela 5 - Tabela de Rendimentos Médios

Pela tabela 5 observa-se que para a produção da benzilideno

isopropilamina os métodos apresentaram uma diferença de rendimento de

aproximadamente 7%, sendo o método sonoquímico mais eficiente. Para o

benzilideno n-butilamina os rendimentos se mostraram muito semelhantes.

Contudo, pode-se observar que o as reações estudadas se desenvolveram

melhor pela técnica de ultrassom, pois atingiu rendimentos iguais ou maiores que

as reações procedidas por agitação com um tempo reduzido de 25 minutos.

6 CONCLUSÃO

Conclui-se com esse trabalho que a utilização do método sonoquímico é

interessante devido ao seu alto rendimento em um curto período de tempo.

Contudo também foi possível observar que as reações de síntese de iminas

variam muito de composto para composto, sendo que as reações devem ser

estudadas previamente para verificar a viabilidade da produção das mesmas,

mesmo com o tempo de síntese reduzido, outros fatores tiveram que ser

considerados, como controle de temperatura e em alguns casos o uso de

recipientes vedados para evitar perdas por volatilização. Do ponto de vista de

uma produção industrial, a relação custo beneficio é extremamente importante.

45

REFERÊNCIAS

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