Senso (in)comum 09

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Apesar de garantido por lei, o acesso pleno à universidade ainda não é realidade para os portadores de deficiência [4] Lucas Felipe Jerônimo ( ( i i n n ) ) a a c c e e s s s s í í v v e e l l JORNALLABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO UFU ANO 02 Nº 09 ABRILMAIO/2012 ATUALIDADES: Aumenta número de pessoas que optam por alimentação sem produtos animais [3] Polêmica marca mudança na gestão do HCU [6] Ciência da Computação promove jornada científica [6] CULTURA & LAZER: Atividades físicas são opções para universitários [7] Comportamento na rede: existe certo e errado? [8] Confira dicas de cinema, livros e música [8]

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Apesar de garantido por lei, o acesso pleno à universidade ainda não é realidade para os portadores de deficiência. Fazer valer a ConstituiçãoBrasileira que garante a educação como direito de todos, exige grandes esforços, de muitas instâncias. Oferecer apenas o aparato legal, sem garantir o mínimo necessário para seu cumprimento, significa continuar mantendo o acesso à universidade restrito a poucos. Nesta edição, o Senso (in)comum abraça esta luta, discutindo os avanços e dificuldades da UFU para oferecer acessibilidade aos seus alunos. Também passamos a oferecer uma versão em áudio dos textos do jornal impresso, disponível no Blog do Senso.

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JORNAL‐LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO UFU ● ANO 02 ● Nº 09 ● ABRIL‐MAIO/2012

ATUALIDADES: Aumenta número de pessoas que optam por alimentação sem produtos

animais [3]•Polêmica marca mudança na gestão do HCU [6]•Ciência da Computação promove

jornada científica [6] CULTURA & LAZER: Atividades físicas são opções para

universitários [7]•Comportamento na rede: existe certo e errado? [8]• Confira dicas de

cinema, livros e música [8]

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VOZES

Arthur FrancoDesceu com o pé direito naquela terra

estranha. Não sabia o que lhe esperava, mas eramelhor não contrariar as superstições. Pareciaque havia borboletas em seu estômago. Masnessa altura já tinha se acostumado àquelasensação: já as sentia revirando fazia quatromeses, desde que descobrira que Portugal seriasua próxima morada. Nunca saíra da casa dospais, nunca morara sozinho, ainda mais em outropaís. A língua certamente não seria umadificuldade, mas a distância dos amigos e dafamília poderia ser tornar uma preocupação. Pelomenos no início. Mas estava decidido a dar umachance àquela experiência. Nos primeiros doismeses achou que aquilo não mudaria em nada asua existência. Que, depois de um ano em terrasestrangeiras, voltaria o mesmo, sem tirar nempor. Mas o tempo tem o seu próprio modo deagir. Agora, sete meses depois, ainda não eratempo de fazer as malas e desembarcar no Brasil.Ainda tinha mais quatro meses no país deCamões, mas via que já não era o mesmo: tinhacrescido sem ver. Via o mundo com a cabeça

mais aberta. Conhecera gente dos quatro cantosdo mundo. Tomou café da manhã com asiáticos,almoçou com europeus e jantou comamericanos. Conheceu outros modos de vida,outras maneiras de interpretar uma mesmasituação. Tocou na Torre Eiffel, ouviu o badalardo Big Bem, comeu pastéis de Belém, nadou naoutra margem do Atlântico. Viu muitos lugaresde tirar o fôlego. E então entendeu que nãoeram as cidades européias ou os lugares quehaviam o mudado. Foram as pessoas quehabitavam nesses lugares. Foi conhecer oscostumes, as crenças, o modo de encarar a vidade pessoas muito diferentes. E se deu conta deque o intercâmbio foi a melhor coisa que já lheaconteceu. Percebeu que depois de ver omundo não se quer mais criar raízes, não sequer voltar a ter a cabeça fechada. A dica queele passa? Não ter medo, porque o medosempre te puxa para trás. O medo do novo, dodesconhecido é normal, mas que, a partir domomento que se deixa ele de lado, um infinito depossibilidades aparece.

Crônica de viagem

ExpedienteO jornal-laboratório Senso (in) Comum éproduzido por discentes, docentes e técnicosdo curso de Comunicação Social – habilitaçãoem Jornalismo da Universidade Federal deUberlândia, como projeto de graduação eatividade curricular.

instituiçãoReitor: Alfredo Julio Fernandes Neto/ Diretor daFACED: Marcelo Soares Pereira da Silva/Coorde-nadora do curso de Jornalismo: Adriana Omena

equipeEditora-chefe: Ana Spannenberg (MTb 9453)/Reportagem, redação e edição: Cindhi Belafontee Lucas Felipe Jerônimo/Arte e Diagramação:Danielle Buiatti

colaboraçãoReportagem e redação: Aline de Sá, Ana GabrielaFaria, Brunner Macedo, Felipe Saldanha, LíviaRodrigues Machado, Natália Faria, NatáliaNascimento, Paula Arantes, Thiago Lima eRassendil Júnior / Opinião: Arthur Franco, LucasFelipe Jerônimo, Natália Faria e Stella Vieira /Fotografia: Ana Gabriela Faria, Cindhi Belafonte,Lívia Rodrigues Machado, Lucas Felipe Jerônimoe Paula Arantes

As imagens que foram utilizadas na página 8, nasseções Senso Musical, Página Aberta, SessãoPipoca e Penso, Logo Clico, são de divulgação.Tiragem: 2000 exemplaresImpressão: Imprensa Universitária/Gráfica UFUE-mail: [email protected]: sensoincomumufu.blogspot.comTwitter: @_sensoincomumTelefone: (34) 3239-4163

Há poucas décadas o mundo abriu osolhos para enxergar que nem todas as pessoas sãoiguais e, mesmo assim, cada uma tem o direito deconstruir a sua vida como deseja, desde que issonão prejudique aos outros. Na educação superior,isto significou ampliar o acesso aos bancosescolares para pessoas que, de muitas maneiras,haviam sido privadas desta oportunidade. Nessegrupo encontram-se portadores das mais diversasdeficiências, motoras, auditivas, visuais. Contudo,esta ampliação não pode ser calcada apenas emdecisões jurídicas, ela deve ser sustentada pelospoderes públicos com investimentos quepermitam adequar espaços, formar pessoal

qualificado e realizar campanhas deconscientização. Fazer valer a ConstituiçãoBrasileira que garante a educação como direito detodos, exige grandes esforços, de muitas instâncias.Oferecer apenas o aparato legal, sem garantir omínimo necessário para seu cumprimento,significa continuar mantendo o acesso àuniversidade restrito a poucos.

Nesta edição, o Senso (in)comum abraçaesta luta, discutindo os avanços e dificuldades daUFU para oferecer acessibilidade aos seus alu-nos. Também passamos a oferecer uma versãoem áudio dos textos do jornal impresso, disponí-vel no Blog do Senso.

Acesso restrito

Editorial

“Eu sou um ponto de acesso 4G”. É o quedizia em algumas camisetas que causaram polêmi-ca no South by Southwest (SXSW) deste ano, umfestival de música, cinema e novas tecnologias queocorre anualmente no mês de Março em Austin,no Texas, EUA. A polêmica se deu porque as pes-soas que vestiam essas camisetas não trabalhavamno evento, tampouco estavam ali para aproveitar ofestival. Eram, de fato, objetos. Pontos de acesso4G, no sentido mais cru da descrição.

Saiu no Le Figaro: a empresa de comunica-ção BBH Labs teve uma iniciativa que considerou“inovadora” no festival com a Homeless HospotOperation, uma campanha de caridade. Nos EUA,a venda de jornal impresso na rua é ummeio de vi-da convencional para os sem-teto. Por meio dacampanha, a BBH quis oferecer a eles uma novaopção de trabalho: “Nós acreditamos que oferecerserviço digital renderá a esses indivíduos mais di-nheiro que produtos impressos”. Como? Transfor-mando os moradores de rua em ponto deWiFi.

Isso mesmo. Durante o festival, cada desa-brigado participante da campanha carregava umroteador fornecido pela BHH junto ao corpo, porbaixo de uma camiseta. A intenção era estabele-cer uma rede de conexão sem fio pelo festival. Alógica era a seguinte: se você estivesse passeandopelo evento e quisesse acessar a Internet pormeio de smarthphone ou tablet, bastava mandarum SMS para o número indicado na camiseta do

sem-teto mais próximo. Por 2 dólares (3,60 re-ais) você podia se conectar à rede por quinze mi-nutos e ainda contribuir com os moradores derua, já que era com eles que ficava o dinheiro ob-tido através da operação.

O episódio teve intensa repercussão na In-ternet. A principal crítica diz respeito à exploraçãodos sem-teto pela empresa; a redução deles a me-ros objetos. No entanto, os moradores de rua, quesão os mais interessados, consideraram a experiên-cia boa. Em depoimentos, eles demonstraram sa-tisfação, dizendo que o festival rende um pouco dedinheiro e permite que eles entrem em contatocom as pessoas. Será que esse “pouco dinheiro”seria suficiente para que eles comprassem o pró-prio equipamento que ajudavam a vender nessaoperação de marketing bizarra? E será que esse de-sejo de pertencer à sociedade, sair do isolamento,não poderia ser atendido de outra forma?

O SXSWmovimenta, só na economia lo-cal, crescentes 100 milhões de dólares ao ano. Oque impede um evento desse porte de promovera inclusão digital no lugar da exclusão? Onde es-tão os gênios que inventaram Twitter, Foursqua-re e tantos outros aplicativos e ferramentasrevelados nesse festival? Por que não uma cami-seta com os dizeres “Estou conectado com omundo” e uma iniciativa que faça jus à ideia? Se-ria mais humano, e não menos tecnológico. Issosim seria inovar.

VOZES

Natália FariaInovação

A função jornalística exige do profissionalo equilíbrio no que diz respeito ao envolvimentocom o assunto a ser retratado. Se um repórterpretende mostrar os problemas enfrentados pelapopulação em um hospital público, ele não podese deixar levar pelo calor da emoção dos diálogoscom os pacientes e esquecer de mostrar o outrolado, o da administração. Outro dia, esse mesmorepórter pode vir a falar sobre crianças queprecisam de ajuda num abrigo mal estruturadopor conta de desvio de verbas; o tom dareportagem muda, é de denúncia e a aproximaçãoé outra.

Para escrever uma reportagem sobre oconsumo vegetariano, nada melhor do que vivera experiência de passar 40 dias sem comer carne.O mais interessante desse caminho é perceber

que as dificuldades que os entrevistados passamdiariamente, foram bastante parecidas com asque vivi nesse período. São os restaurantescomuns com opção limitada, as lanchonetes comapenas uma ou duas variedades de salgados, e aconstatação de que nos supermercados, ossemiprontos não apresentam uma alternativatotalmente verde.

A escolha por se alimentar de carne ounão deve ser pessoal e acompanhada de umareflexão íntima, que ultrapasse a degustação esobretudo a digestão. Acredito que ouvir relatosde quem mudou radicalmente a sua alimentaçãopode ilustrar e, quem sabe, despertar a motivaçãopara fazer a experiência. A partir disso, cada umpode escolher que tipo de alimento vai lhesatisfazer.

Viver para escreverVOZES

Lucas Felipe Jerônimo

Bazinga!

Stella Vieira

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A terceirização do trabalho no Restauran-te Universitário (RU), ocorrida no inicio de2010, trouxe novidades para o processo de produ-ção das refeições, entre elas, a opção para quemnão ingere carne. A demanda pelos pratos vegeta-rianos aumentou nos últimos meses. Com o intui-to de evitar que falte a alternativa para os alunos,foi feita uma pesquisa com os estudantes, assimque eles entravam no restaurante.

Inicialmente eram servidas apenas saladasvegetarianas, à base de grãos: soja ou grão-de-bi-co. Aos poucos o cardápio foi sendo aperfeiçoa-do, como conta Silmara Lopes do Nascimento,nutricionista do RU. “Hoje a gente serve o arrozintegral, o feijão, a guarnição que é a mesma usa-da para o cardápio geral. Essa guarnição geralmen-te é um legume ou uma verdura, pode ser cozidaou assada e a opção vegetariana que seria uma op-ção à carne, sempre é à base de soja, grão de bico,lentilha, ovo, leite”. O regime utilizado para a con-fecção das refeições do RU segue o estilo ovolac-tovegetariano. A decisão foi tomada para não

restringir demais os ingredien-tes a serem usados nas receitas.

O estudante do 5º perío-do de Artes Visuais da UFU,Guilherme Bernardes CirinoGomes, é vegetariano há cercade dois anos e meio. A opçãopor abandonar a carne se deu apartir de pesquisas em sites so-bre a consciência animal. O alu-no consome vegetais e cereais,e no final do ano passado, deci-diu retirar o leite e o queijo dasua dieta, e afirmou ainda quetende a ingressar na vertentedo veganismo (que não conso-me produto algum de origemanimal) . Guilherme costumacomer em casa, mas quando sealimenta fora, procura seguir adieta. “De vez em quando euvou à lanchonete, geralmenteali tem um salgado de soja, eugosto, mas tem gente que falaque é ruim”, comenta.

Um desafio comum pa-ra quem decide seguir o vegetarianismo diz respei-to à disponibilidade de cardápios adequados aoseu consumo, visto que a maioria das receitasapresenta carne vermelha ou itens como presun-to, bacon e frango. Para muitos, a solução é procu-rar por pratos com proteína de soja, muitocomum na substituição da carne, ou então refor-mular receitas.

A convivência em um ambiente de predo-minância carnívora pode ser um desafio. A profes-sora do Instituto de Filosofia, Kátia Cunha,começou a dieta vegetariana há um ano, por umamotivação espiritual, a partir da sua introduçãoao reiki, um método de cura natural pelas mãos,que trabalha com a energia. Para Kátia, esse come-ço não foi fácil. “Eu venho de uma família que co-me carne, muita carne, todos os aniversários sãofestejados com churrasco, bebidas. Então eu sentimuita dificuldade de achar restaurantes que tives-sem comidas, que tivessem muitas saladas ou co-midas que eu pudesse substituir, como soja”,explica. A professora não tenta convencer as pes-

soas a aderirem ao vegetarianismo, mas afirmaque a experiência lhe rende benefícios. “Comeceia ver também que a pele melhorou, a necessidadetambém de beber água e essa ideia de alimentosmais saudáveis, tudo melhorou”, disse.

DecisãoFabio Turci é repórter da TV Globo e

atua na sede da emissora em São Paulo. Vegetari-ano convicto há 14 anos, Fabio parou de consu-mir todo tipo de carne em 1998. A decisão partiude uma reflexão na época da faculdade, sobre a ne-cessidade de matar um animal para a própria ali-mentação. O repórter diz que se sente bem físicae espiritualmente com a opção e afirma “se vocêtem vontade de parar, seja por filosofia de vida, se-ja por achar que o vegetarianismo faz bem à saú-de, experimente. Conheça. Isso fundamenta suadecisão”.

Fabio é ovolactovegetariano, eliminou to-das as carnes e frutos do mar da sua dieta, e conso-me, do reino animal, apenas leite e ovos. No quediz respeito à variedade de receitas, o jornalistadiz que é possível variar bastante na forma de pre-paro. “Os vegetais – e o Brasil tem muitos – nãoservem só pra fazer salada. Você pode cozinhar,grelhar, fritar, refogar, assar, fazer massas, risotos,tortas, mousses, suflês, tudo sem carne alguma”.

Na rotina como repórter, Fabio não pos-sui horário fixo de trabalho, e nem horário paraterminar a jornada do dia, o fato de estar em di-versos lugares tornamais difícil manter umarotina alimentar diferen-ciada. “Às vezes, conse-guimos parar numrestaurante self-service eeu faço um prato bemadequado. Mas, muitofrequentemente, a gentecome em padarias, baresou restaurantes muitosimples, que não têm amesma oferta de op-ções. Aí, eu percebo co-mo o hábito alimentarpadrão é baseado nascarnes. São raras as op-

ções vegetarianas”, conta.A sua alimentação depende sempre dos

ambientes de gravação, pode ser uma estrada, ocentro da cidade ou a periferia, dessa forma, ohorário de comer e o cardápio variam muito.“muitas vezes, acabo almoçando sanduíche dequeijo, ou um prato de arroz, feijão e batata frita,que é o que tem”, relata.

Apesar disso, o jornalista destaca a bio-diversidade do Brasil no que diz respeito aos vege-tais e reforça que o com o tempo o indivíduoapura o paladar para as sutilezas dos sabores des-ses alimentos. “Existem infinitas combinaçõespossíveis. O importante é não descuidar de proteí-nas, ferro, vitamina B12, que são elementos muitopresentes nas carnes, mas que podem ser substi-tuídos com uma dieta vegetariana equilibrada”,diz. O repórter relata ainda que os resultados dosexames médicos sempre foram muito bons: os ín-dices de colesterol, glicose e triglicérides são bai-xos, e nunca apresentou falta de nutrientes.

Fabio brinca que os vegetarianos co-mem muito bem, até mesmo em churrascarias.“Uma boa churrascaria tem, sempre, muita sala-da – embora não seja agradável ver os animais as-sados nos espetos, pra lá e pra cá... Também estácada vez mais comum, ao menos em São Paulo,encontrar restaurantes vegetarianos. Acho que éuma questão de querer. Se você quer, você mudade vida. Falta do que comer não é desculpa”,conclui.

Lucas Felipe Jerônimo

Guilherme optou por abandonar a carne a partir de pesquisas sobreconsciência animal

Fotos: Lucas Felipe Jerônimo

ALIMENTAÇÃO

Cresce consumo vegetariano na UFUProcura pela opção à carne apresentou aumento nos últimos meses

Kátia relata que apesar das dificuldades, a dieta vegetariana traz benefíciospara a saúde

Candidatos devem passar por seleção na UFU e aprovação da instituição internacionalCiência Sem Fronteiras oferece bolsas fora do país

Natália Faria

A UFU aderiu, em 2011 , ao Ciência SemFronteiras (CSF) , programa do Governo Federalque oferece bolsas para os universitários estuda-rem fora do país, com o objetivo de promover aexpansão da ciência e da tecnologia brasileira pormeio da mobilidade internacional.

De acordo com a Secretária Executiva daDiretoria de Relações Internacionais e Interinsti-tucionais (DRII) da UFU, Denise Duarte, paraprimeira chamada, que foi aberta somente paraos EUA, a instituição teve 17 inscritos. “AUniver-sidade foi feliz na candidatura dos estudantes,aprovou todos, sendo que apenas dois ficaram pa-ra o meio do ano. A segunda chamada aprovou66 estudantes”, afirma.

Os cursos que mais têm aprovado bolsistas

são as Engenharias. A secretária explica: “Isso por-que a prioridade do programa tem sido por estu-dantes da área de desenvolvimento tecnológico.Mesmo assim, a partir de dezembro do ano passa-do, o CSF acrescentou a Indústria Criativa comouma área prioritária também, que contemplaMúsi-ca, Dança, Teatro, Comunicação Social, dentre ou-tros cursos”. Até o momento, o CSF ampliou aabrangência internacional, oferecendo bolsas paraAustrália, Coréia do Sul, Bélgica, Itália, EUA, Fran-ça, Reino Unido, Espanha e Portugal.

Para ser um bolsista do CSF, o estudantedeve comprovar à Coordenação de seu curso queatende aos requisitos do edital que pretende con-correr e, após isso, participar de uma pré-seleçãorealizada pela Diretoria de Relações Internacio-

nais e Interinstitucionais (DRII) da Universida-de. Uma vez aprovada, a candidatura doparticipante é homologada por esses órgãos, eentão o estudante fica apto a concorrer às bolsascom candidatos de todo o Brasil. O último passoé ser aprovado pela Instituição Internacional vin-culada com a chamada para a qual o estudante seinscreveu. “Diante da documentação apresenta-da, são as universidades estrangeiras que avaliame selecionam os candidatos”, explica Denise Du-arte, Secretária Executiva da DRII.

Conforme Denise, a DRII está à disposi-ção dos estudantes para esclarecer dúvidas comrelação às chamadas. Ela, porém, recomenda:“Antes de nos procurar, o estudante deve ler oedital com calma”.

SAIBA MAIS

ADRII fica no Bloco A,na sala 1A 239.

Os interessados tambémpodem entrar em contato por

e-mail ou telefone:[email protected]

3239-4536 ou 3239-4541

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Acessibilidade na UFU ainda é desafioEstudantes com deficiência enfrentam dificuldades para garantir seu direito à educação

Aline de Sá, Brunner Macedo, Cindhi Belafonte e Lucas Felipe Jerônimo

VIDA UNIVERSITÁRIA

O que torna um lugar acessível?Acessível é o “espaço, edificação, mobi-

liário, equipamento urbano ou elemento, quepossa ser alcançado, acionado, utilizado e vi-

venciado por qualquer pessoa, inclusive aque-las com mobilidade reduzida”. No Brasil, anorma que estabelece os critérios observados

para garantir a acessibilidade na construção eadaptação de edificações, mobiliário e equipa-mentos urbanos é NBR 9050, de 2004. Confira

algumas das normas que precisam ser cumpri-das para garantir acesso irrestrito no espaço dauniversidade.

Ana Spannerberg

Aacessibilidade é um direito fundamenta-do no princípio constitucional de igualdade doscidadãos e assegurado pela lei 10.098/2000. Elagarante que pessoas portadoras de deficiência oucom mobilidade limitada, temporária ou definiti-va, possam circular em espaços públicos com se-gurança e autonomia.

Segundo dados da Diretoria de Adminis-tração e Controle Acadêmico (DIRAC), a UFUconta com 18 alunos que se declaram portadores

de alguma deficiência. Para atender às necessida-des destes cidadãos, a universidade tem passadopor um processo de reestruturação dos espaços,seguindo as diretrizes de acessibilidade estabeleci-das na Norma Brasileira de Acessibilidade 9050(NBR9050 – ver quadro abaixo) .

De acordo comAna Beatriz Lima, arquite-ta da instituição e responsável pela reforma deboa parte dos espaços, a adaptação dos campiconforme a legislação é uma tarefa difícil. “Você

pode pegar os projetos antigos, a gente não vêrampas, têm muitos degraus, têm muitos desní-veis, não tem elevador. Então é difícil adaptar.”Ela argumenta que algumas reformas demandammuito espaço, o que é difícil de obter em algunsprédios já construídos. Em relação às alteraçõesrealizadas nos projetos originais, a arquiteta rela-ta que têm sido implantadas rampas de acesso,elevadores ou plataformas que garantem a circula-ção em todos os pavimentos dos prédios, além deadaptações nos sanitários.

Essas reformas facilitam a circulação de pes-soas com deficiências motoras, mas ainda não re-solvem o problema do acesso aos deficientesvisuais. Para estes, a recomendação mínima é quehaja uma pista podo tátil, que é um piso específicocomposto por dois padrões: direcional e alerta. En-tretanto, apesar das propostas existentes, a implan-tação deste sistema está comprometida pelaconfiguração atual dos campi. “Nas calçadas maisantigas é complicado, porque tem a questão das raí-zes das árvores. Você precisa de um espaço razoá-vel, as calçadas são estreitas, as raízes impedem agente de colocar esse piso”, comenta Ana Beatriz.

Amanda Cristina Silva, aluna do 3º perío-do do curso de Relações Internacionais utiliza ca-deira de rodas para se locomover pelauniversidade e enfrenta problemas para circularpelo campus. A estudante adquiriu autonomia pa-ra transitar sozinha através do uso de uma cadeiramotorizada, entretanto, as dificuldades não sãomenores. O curso de Relações Internacionais pos-sui sua secretaria no segundo andar do bloco J,que não é adaptado com rampas nem elevador.Toda vez que Amanda precisa de alguma informa-ção é necessário que alguém chame um funcioná-rio da secretaria até o térreo.

Além de circular entre buracos e calçadasirregulares, a aluna precisa fazer as aulas no térreoou no bloco 3Qque possui rampas. Nos blocoscom elevadores, a dificuldade é que eles não funci-onam o tempo todo e, muitas vezes, estão interdi-tados. Isso ocorre no bloco G, por exemplo, ondeAmanda faz aulas de inglês na Central de Línguas(Celin) . Ela explica que, em breve, precisará mu-dar de sala devido ao mau funcionamento do ele-

vador. “Eu acho que cada bloco devia ter rampa eelevador [...] pelo menos a rampa não estraga”,ironiza. Outra reclamação da estudante diz res-peito ao uso da área reservada aos portadores dedeficiência nos banheiros como depósito porparte da equipe de limpeza, que acontece nos sa-nitários de diversos prédios.

IgualdadeAlém de adaptações físicas previstas nes-

ta normatização, a instituição tem vivenciadoajustes que visam cumprir a Lei de Diretrizes eBases da Educação. Esta legislação determinaque portadores de qualquer necessidade especialtenham acesso, em condições de igualdade, aoensino educacional regular.

Atualmente a UFU possui três alunossurdos na graduação, nos cursos de Letras, Mate-mática e Química e três na pós-graduação, um dedoutorado e dois de mestrado na área de Educa-ção, mas não possui intérprete para a Língua Bra-sileira de Sinais (Libras) . As pessoas surdasutilizam a língua de sinais para se comunicar, teracesso ao conteúdo e como recurso de avaliação.O que faz com que a presença de um intérpreteseja um direito desses estudantes.

Para tentar solucionar a questão, o Cen-tro de Ensino, Pesquisa, Extensão e Atendimentoem Educação Especial (CEPAE), órgão que tra-balha em parceria com a UFU na abordagem di-recionada ao aluno com necessidades especiais,abriu concurso no final de 2011 para duas vagasde intérpretes. Entretanto, apenas uma intérpre-te foi aprovada e a outra vaga está em suspensoaguardando recurso judicial impetrado por umdos candidatos, por isso o concurso ainda nãopode ser concluído.

Lázara Cristina da Silva, coordenadorado centro, explica que o ingresso de alunos sur-dos na UFU é recente, e anteriormente não exis-tia o cargo de intérprete nas instituições federais.“Com a criação do cargo, a UFU conseguiu duasvagas para técnico intérprete de libras. Foi libera-do o concurso, mas nós não tivemos quantidadede aprovados suficiente para preencher as vagas”,relata.

Lázara Cristina explica que cada aluno surdo precisaria de dois intérpretes por dia

Fotos: Lucas Felipe Jerônimo

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O problema, para a coordenadora, está nonúmero reduzido de intérpretes com formação. Aequipe do CEPAE tem feito uma busca ativa porprofissionais da cidade, mas são poucos até o mo-mento. Os encontrados são contatados e rece-bem bolsas fornecidas pelo MEC/Sesu para atuarjunto aos estudantes recebendo R$ 40 por hora.“Isso demonstra que nós temos que investir naformação de intérpretes. A faculdade tem que cri-ar algum curso de formação porque senão não va-mos conseguir suprir a demanda”, argumenta. Oscursos mais próximos estão localizados nas capi-tais, como Belo Horizonte, Goiânia e Brasília. Se-gundo estimativas do CEPAE, cada aluno surdoprecisaria de dois intérpretes por dia.

Joiciene Alves Batista é deficiente auditi-va e estudante do primeiro período de Letras.Quando ingressou na UFU, em fevereiro de2012, a aluna passou duas semanas sem o auxíliode intérprete, tentando apreender o que era ex-posto, sem compreender a fala do professor. Auniversidade, em parceria com o CEPAE, provi-denciou uma intérprete que agora acompanha Joi-ciene em sala de aula. “Se o intérprete não estiver,eu não consigo acompanhar todo o conteúdo”,afirma a aluna, que concedeu entrevista mediadapor sua intérprete, Letícia Leite. Com a intérpre-te é possível seguir o ritmo da classe e dos cole-gas, afirma a estudante, que também pode tirardúvidas. “Os professores entendem a minha dife-rença, participam e existe uma troca. A comunica-ção flui, eu participo de todas as aulas”,entusiasma-se.

Para a estudante, acostumada à Libras, amaior dificuldade na universidade diz respeito àsua relação com o português, por não ser sua lín-

gua materna. Além da intérprete, ela tambémtem uma monitora que a acompanha durante asaulas para facilitar o aprendizado. Mas Joicieneacredita que um professor bilíngüe facilitariamuito o processo de ensino. “Professor bilíngueé uma nova realidade que os surdos e eu tam-bém almejo, é uma aprendizagem mais atrativa”,afirma.

DificuldadesOs estudantes com deficiência também

têm atendimento educacional especializado. NaBiblioteca Central, localizada no Campus SantaMônica, por exemplo, existe um setor que contacom estagiários nos três turnos para recebê-los eauxiliar nas pesquisas. Os estagiários são treina-dos pelo CEPAE para realizar o atendimento. Asdemais bibliotecas da UFU, porém, não disponi-bilizam tal serviço. Outra ajuda vem dos alunoscom bolsas de monitoria, que colaboram no queé necessário durante e depois das aulas, seja paraler um texto, acompanhar os estudos ou ajudar aorganizar um trabalho. Os monitores não são es-pecializados ou recebem treinamento obrigatórioe são recrutados pelas coordenações de curso.Em caso de dificuldades, estudantes com deficiên-cia e monitores, podem procurar o auxílio do CE-PAE e recebem orientação.

Por outro lado, esses alunos enfrentamdificuldades no cotidiano da universidade. KésiaPontes, aluna do curso de mestrado em Históriada UFU, é deficiente visual e estuda na universi-dade desde 2004. No decorrer dos oito anos, aestudante não considera que houve muitas me-lhoras na acessibilidade do Campus Santa Môni-ca. Segundo ela, a maior parte dos pisos táteis,que facilitam a locomoção de deficientes visuais,foi feita fora dos padrões da ABNT e as escadasde alguns blocos, como o 5O, são vazadas e re-presentam perigo para pessoas como ela. “Faltamuito dialogo entre a reitoria e as pessoas comdeficiência, após sofrer acidentes já fiz cartas, re-clamações, mas nunca melhorou nada”, afirma.

Na biblioteca, os deficientes visuais en-frentam o problema da falta de computadorescom leitores de telas que os auxiliam no acessoàs páginas virtuais. Késia afirma que as máqui-nas são poucas e antigas. “Eu já tentei ver al-guns DVDs lá, mas não consegui porque amemória é baixa e o computador trava”, relata.Além disso, reclama que, por ser um espaçomuito amplo, a biblioteca é mal sinalizada paraos deficientes visuais. Para a estudante, é im-portante que a universidade esteja bem prepa-rada para receber e lidar com alunos comdeficiências, mas a preparação só se consegue

realmente através do contato. “É preciso que oprofissional tenha informação para que nãocaia na piedade nem trate o deficiente com indi-ferença”, afirma.

Os alunos com deficiência visual e físicapassam por diversas dificuldades cotidianas, afir-ma a coordenadora do CEPAE, Lázara Cristina.“Nós temos sérios problemas de acessibilidade,desde rampas que são muito inclinadas, calçadasque têm corrimão só no meio e não nas duas late-rais, rampas que dão acesso às calçadas com pla-cas em frente, quando pessoas que precisam decadeira de rodas para se locomover sobem na cal-çada, não conseguem ir pra lado nenhum porqueo piso é totalmente irregular”, descreve.

Outro item para o qual a coordenadorado CEPAE chama a atenção são os elevadores,que deveriam funcionar como facilitadores da ro-tina dos cadeirantes e das demais pessoas com difi-culdade de locomoção, entretanto, a maioria nãopermite o manuseio independente por parte dousuário. Outro empecilho é a interdição dos equi-pamentos, sem aviso prévio e sem data de retornodo funcionamento. Lázara alerta para a amplia-ção das necessidades: “Não são só as pessoas comdeficiência que precisam de um lugar acessível,hoje a gente pode ter uma necessidade, e aí sim éespecial e específica, temporária”.

InfraestruturaA Prefeitura Universitária da UFU (PRE-

FE) é o órgão responsável pela manutenção da in-fraestrutura (prédios, sistema viário, áreas decirculação, etc.) e prestação dos serviços de apoio,como limpeza e conservação, telefonia, transporte,jardinagem, vigilância entre outros. É dela tambéma responsabilidade pela adequação da infraestrutu-ra para os portadores de deficiência.Segundo Rena-to Alves, prefeito de Campus, a legislação brasileiraque determina a acessibilidade para deficientes é re-cente. Assim, tem sido feito um trabalho de ade-quação dos prédios antigos para atender asnecessidades exigidas. As novas construções, no en-tanto, já estão sendo arquitetadas de acordo comas especificidades determinadas pela lei. “No Cam-pus novo já está tudo adaptado, já aprovamos o pla-no diretor do campus Glória com todos osrecursos”, conta. Nos demais campi, as reformassão realizadas na medida do possível e dos recur-sos financeiros conquistados. “Nós temos que ade-quar 152 sanitários para cadeirantes. É um volumeque extrapola a possibilidade imediata”, explica.

Quanto às reformas realizadas nos últi-mos meses no Campus Santa Mônica, a gerentede projetos da Divisão de Projetos da Diretoriade Infraestrutura da UFU, Elaine Saraiva, destaca

a construção de plataformas de travessias eleva-das. “As travessias foram feitas com dois intuitos:acessibilidade, que é você promover a livre circu-lação de qualquer cadeirante pelo campus, pormeio dos passeios, e redução de velocidade deveículos dentro do campus, porque a gente tevetrês casos de atropelamento”, explica.

Para a coordenadora do CEPAE, apesardos desafios a serem superados, o saldo daacessibilidade na universidade é positivo. “Agente já tem bastante avanço, nós já temos alu-nos com deficiência na universidade, realizan-do o curso com fluxo natural. Por mais quetenham barreiras arquitetônicas, atitudinais, eaté conceituais, a gente tem quebrado essasbarreiras, eles têm entrado, têm conseguido seformar”, conclui Lázara.

Fotos: Lucas Felipe Jerônimo

Letícia, a intérprete, faz o sinal que significa "aprender"e Joiciene, articula o sinal para "libras" Universo

UFUAtualmente estão matriculadose com vínculo 18 alunos com al-gum tipo de deficiência declara-da, segundo dados da Diretoriade Administração e ControleAcadêmico:

7 alunos com deficiênciafísica (motora)

5 alunos com baixa visão2 alunos com deficiênciavisual (cegueira total)

1 aluno com deficiênciaauditiva parcial1 aluno com surdez

2 alunos com outrasnecessidades

EspaçoSolicitações ou reclamações so-bre inadequações na infraestru-tura nos campi universitáriosdevem ser encaminhados para aPREFE, localizada no bloco J,campus Santa Mônica, fone(34) 3239-4358.

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INSTITUIÇÃO

Proposta de nova gestão para HCU divide opiniõesReitoria defende adesão a empresa pública; movimentos estudantil e sindical são contra

AReitoria da UFU estuda contratar a Em-presa Brasileira de Serviços Hospitalares (EB-SERH) para administrar o Hospital de Clínicasde Uberlândia (HCU). A proposta já foi aprova-da pelo Conselho Administrativo do hospital. Aprevisão é que o Conselho Universitário (CON-SUN), que deve decidir sobre a contratação, deli-bere sobre o assunto em maio.

A EBSERH, criada pela lei nº12.550/2011, é uma empresa pública dotada depersonalidade jurídica de direito privado e patrimô-nio próprio. Com sede em Brasília e atuação em to-do o território nacional, tem entre suas finalidadesa prestação de serviços gratuitos de assistência mé-dico-hospitalar, ambulatorial e de apoio diagnósti-co e terapêutico à comunidade, inseridas integral eexclusivamente no âmbito do Sistema Único deSaúde (SUS). A empresa também prestará auxílioa instituições públicas federais em atividades refe-rentes ao ensino, pesquisa e extensão.

Segundo acórdão de 2006 do Tribunal deContas da União (TCU), órgãos da administra-ção pública federal direta, bem como as autarqui-as e fundações públicas – como é o caso da UFU,devem substituir os terceirizados por servidores

concursados. O vice-reitor da Universidade, Dari-zon Alves de Andrade, explica essa situação. “Aolongo do tempo, nós tínhamos muitos servidoresde fundações nas secretarias, aqui e ali. E o TCUentende que nós não devemos ter servidores defundações assumindo responsabilidades que sãodos cargos do RJU”, diz, referindo-se ao RegimeJurídico Único, ao qual estão submetidos os servi-dores da instituição.

A UFU conseguiu resolver este problemaem suas fundações, menos no caso da Fundaçãode Assistência, Estudo e Pesquisa de Uberlândia(FAEPU), que atua no Hospital de Clínicas. “Éimpossível tirar as pessoas hoje de lá. Se eu tirar1 .370 pessoas, eu vou reduzir o atendimento àmetade. E aí eu causo um caos no atendimentopúblico”, diz o vice-reitor. Ele ainda destaca quecom a criação da Empresa Brasileira de ServiçosHospitalares, passa a existir uma solução para es-se caso. “Não estamos defendendo que seja a me-lhor solução, mas uma solução passa a existir”. Aadesão à EBSERH pela universidade seria, segun-do o vice-reitor, a única alternativa da instituiçãopara cumprir com as exigências do TCU.

Segundo Darizon, o artigo 7º da lei que

cria a EBSERH, ao permitir a cessão de servidoresda UFU, tranquiliza a administração da universida-de, “porque os nossos servidores não terão ne-nhum prejuízo”. Ele ainda interpreta que algunsquestionamentos contra a EBSERH não cabemnessa situação, como a possibilidade de ocorreruma “privatização da saúde”, uma vez que a empre-sa é pública. Sobre o apoio às atividades voltadaspara os estudantes, ele garante que “a empresa, co-mo consta no artigo 4º da legislação, deverá propi-ciar todas as condições para o desenvolvimentodas atividades de ensino, pesquisa e extensão”.

Reação da sociedadeA proposta de contratação da EBSERH

tem levantado discussões. Para o movimento estu-dantil, o governo deve manter com investimentopúblico as atividades educacionais do HCU. A es-tudante Jacqueline Paiva, integrante do DiretórioAcadêmico Domingos Pimentel de Ulhôa (DA-DU), ligado ao curso de Medicina da UFU, afirmaque a EBSERH possibilitaria ao governo captar re-cursos externos para financiar essas práticas, o quepoderia gerar conflitos de interesses. Ela ainda afir-ma que “o poder público tem capacidade de gerir ohospital” e que são necessárias “pessoas competen-tes para administrar o que é público”.

O movimento estudantil realizou umama-nifestação contrária à contratação da empresa.“Nem o DAnem os estudantes sabiam que isto se-ria votado”, diz Jacqueline. Ela relata que, emuma semana, a proposta foi aprovada no Conse-lho do hospital e levada em março ao ConselhoUniversitário, que optou por adiar a votação. “Oque se exige é que essas medidas sejam discutidaspor todos”, completa. Com este intuito, estão sen-do realizadas assembleias com os estudantes parapensar alternativas à adoção da EBSERH.

O Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições Federais de Ensi-no Superior de Uberlândia (SINTET-UFU) tam-bém é contrário à proposta de mudança da gestãodo HCU. Para José Veridiano de Oliveira, da co-ordenação geral do sindicato, falta clareza na leique criou a EBSERH. “Enquanto a gente não en-

tender o que ela realmente vai ser, a gente nãoquer parar de discuti-la”, afirma.

Uma das críticas é contra o regime pre-visto para os funcionários a EBSERH, o da Con-solidação das Leis do Trabalho (CLT). Aentidade defende que as contratações deveriamser feitas sob o Regime Jurídico Único. SegundoOliveira, há uma preocupação com a “precariza-ção do trabalho”, uma vez que contratações e de-missões seriam mais simples por meio da CLT.

Outro questionamento do sindicato équanto ao fato de a administração de todos oshospitais universitários ficar concentrada emBrasília. De acordo com Oliveira, isso iria ferir oprincípio da descentralização do SUS, previstona legislação. O sindicalista afirma também que afixação de metas para a empresa prejudicará asfunções de ensino dos hospitais.

Para Darizon, vice‐reitor da UFU, não há possibilidade de ocorrer uma “privatização da saúde”

Felipe Saldanha, Lívia Rodrigues Machado, Thiago Lima e Rassendil Júnior

Lívia Rodrigues Machado

Histórico do HCUO Hospital de Clínicas de

Uberlândia foi inaugurado em 26 de agostode 1970, como uma unidade hospitalar deensino para o curso de Medicina. Suasatividades se iniciaram apenas em outubrodo mesmo ano, com 27 leitos disponíveis.Com a constituição de 1988, o hospitalpassou a atender pacientes do SUS naemergência e em tratamentos de altacomplexidade, tornando-se o único hospitalpúblico regional aberto 24 horas.

Hoje, o HCU conta com 530 leitos emais de 3000 funcionários, sendo o maiorprestador de serviços pelo SUS do estado deMinas Gerais e o terceiro maior dos 46hospitais universitários federais. A unidadede saúde é referência a nível regional,abrangendo cerca de três milhões de pessoasde 86 municípios do Triângulo e AltoParanaíba.

Fontes: Darizon Alves de Andrade, vice-reitor da UFU, e site do HCU

Jornada da Computação apresenta tendências de TI

Cindhi Belafonte

O Diretório Acadêmico da Computação(DACOMP) realizou na UFU, entre os dias 11 e14 de abril, a quinta edição da Jornada da Compu-tação. O evento, que ocorre anualmente com oapoio da faculdade vinculada ao curso (FA-COM), teve como objetivo aproximar os estudan-tes do cotidiano da profissão.

Neste ano, além das palestras com profissi-onais da área de Tecnologia da Informação (TI), ajornada contou com minicursos de programação,mesas redondas para discutir o futuro do profissio-nal na área e um campeonato de jogos. Os partici-pantes também tiveram a chance de apresentarprojetos inovadores para empresas potencialmen-te investidoras e de assistir a uma palestra ministra-da por dois membros da Wikipedia Brasil. “Comoo mercado de computação é muito amplo, a gentetenta abranger o máximo possível das tendências

que tem em tecnologia”, explicou Heldson Luiz daSilva, Diretor Geral do DACOMP.

Humberto Henrique Monteiro é alunodo curso de Gestão da Informação e participa dajornada há dois anos. Para ele, o evento é impor-tante para a formação profissional. “As várias ativi-dades que acontecem durante o evento trazemum conhecimento interessante, uma visão dife-rente de várias áreas. Isso pode nortear bastante oque se fazer no futuro e é sempre uma forma de fa-zer contato”, pondera.

O coordenador do curso de Ciência daComputação, Ronaldo Castro Oliveira, conside-rou relevante a participação dos alunos. “É extre-mamente importante para que o aluno tenha umavivência maior em relação a esse contato com omercado de trabalho e que ele possa se interessarmais, principalmente por coisas que ele vê além

da sala de aula”, reforça. Segundo ele, a coorde-nação e a direção da faculdade pretendem conti-nuar apoiando os próximos eventos. “A ideia étalvez transformar essa jornada em algo um pou-co maior, algo crescente nessa parte de produçãocientífica e acadêmica também”, completa.

Para Heldson, o principal desafio é con-seguir patrocínio. “A gente tem um custo muitoalto para trazer os palestrantes, então precisa doapoio de empresas do ramo da tecnologia emUberlândia”, relata. Em relação à participaçãodos alunos, o diretor declara que gostaria quehouvesse um número maior de interessados, poisa intenção do diretório é oferecer perspectivas di-ferentes do mercado de trabalho. “Eu acho im-portante que os alunos tivessem aderido mais,mas a gente está contente com a participação de-les”, conclui.

Mesa de abertura contou com a presença do diretor geral doDACOMP (Heldson Luiz da Silva), do coordenador do cursode Ciência da Computação (Ronaldo Oliveira) e com odiretor da Faculdade de Computação (Ilmério Reis da Silva)

Cindhi Belafonte

Alunos também tiveram oportunidade de apresentar projetos inovadores para empresas

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SAÚDE

Universidade incentiva prática de atividades físicaEsporte, dança e musculação são algumas das opções oferecidas

Durante a preparação para entrar na facul-dade, o habito de praticar atividades esportivas ede lazer dos estudantes é prejudicado pela árduarotina de estudos. Mesmo após o ingresso na uni-versidade, muitos alunos ainda encontram dificul-dades em abandonar a vida sedentária. A falta de

tempo e a distanciade locais apropriadossão alguns dos moti-vos. A Divisão de Es-portes e LazerUniversitário (DIE-SU), apóia, estimulae desenvolve progra-mas, projetos e ativi-dades parauniversitários e técni-cos de todos os cam-pi da UFU.

Atualmente, aDIESU, com objetivode atender à crescenteprocura e necessidadeesportiva e de lazer dacomunidade universi-tária, está montandoequipes de treinamen-to na UFU, abertas atodos nas modalida-des: vôlei, basquete,futsal, handebol e cor-rida de rua. Na Uni-versidade, há tambémacademia, o projetoVida Ativa, no campus

SantaMônica, aulas de dança, campeonatos espor-tivos dentre outras opções. As atividades não têmcusto nenhumpara os alunos e técnicos e vêm agre-gando cada vez mais participantes.

Cláudio Gomes Barbosa, técnico de des-porto da DIESU, afirma que os projetos de ativi-

dades físicas oferecidos pela UFU ultrapassa oincentivo à prática de esportes. “Nosso objetivovai além de incentivar a pratica esportiva, quere-mos também promover a integração entre os estu-dantes da faculdade e fazer com que eles seencontrem através do esporte”, afirma.

Para os estudantes, a prática de esportedentro da universidade torna-se mais que umamaneira de manter a forma e a boa saúde e tam-bém de relaxar no intervalo entre uma aula e ou-tra. Entretanto eles questionam o quadro dehorários. Lucas Sartini Silva, aluno do quinto pe-ríodo do curso de Ciências Contábeis e partici-pante do projeto “Dançando na UFU”, afirmaque a atividade “é uma forma muito boa de des-contrair durante os estudos e, olhando pelo ladotécnico da dança, o projeto oferece uma boa basepara quem é apaixonado por dança e nunca teveoportunidade de aprender”. Porém, relata quevem encontrando dificuldades para encaixar oshorários da dança e das aulas.

Alguns estudantes optam pelos exercíciose atividades que a UFU oferece por falta de tem-po e também pela questão financeira, visto que osprojetos são gratuitos “Como fico na faculdademuito tempo e ainda trabalho, não teria outro mo-mento para fazer atividades físicas em outro lugare nem dinheiro para pagar essas três atividades”,conta Letícia França, estudante de Jornalismoque pratica ginástica localizada e dança.

BenefíciosA prática de esporte é fundamental para a

saúde, potencializa o aprendizado e também podeser um momento de fuga do stress do trabalho e

dos estudos, é o que diz o estudante de EducaçãoFísica e praticante de musculação, Carlos Eduar-do Silva. A disponibilização de ambientes e profes-sores capacitados para ensinar as práticasesportivas a qualquer aluno e técnico da universi-dade é uma alternativa para implantar uma rotinade atividades físicas na vida dos participantes.

“Particularmente, pratico esporte pararelaxar e por gostar da musculação”, diz ele, argu-mentando que “a implantação desses projetos, éuma estratégia bem válida”. O estudante acreditaque tais atividades não podem ficar restritas aoscampus Educação Física e, sim, levadas a todosos campi, pois é um meio de inserção da práticade exercício regular e de todos os benefícios queo esporte carrega na vida dos universitários.

Carlos Eduardo diz que a prática potencializa o aprendizado e ajuda a desestressar

Ana Gabriela Faria

Fotos: Ana Gabriela Faria

Cláudio afirma que objetivo é promover integração entreestudantes e incentivar o esporte

Os investimentos no mercado financeirosempre foram associados à incerteza e ao risco deperda de grandes quantias em dinheiro. É paraevitar esse tipo de preocupação que surgiram ossimuladores da bolsa de valores, que apresentamem tempo real as cotações da Bovespa – Bolsa de

Valores de São Paulo. Com dinheiro fictício, qual-quer pessoa pode investir nas empresas que pos-suem ações, e com isso, entender como funcionaas negociações do pregão. Essa ferramenta é acon-selhada para aprender o funcionamento do merca-do de compra e venda de ações e simular arealidade para quem tem curiosidade e vontadede investir, mas não quer arriscar dinheiro de ver-dade.

Décio Fagundes, aluno do 8º período docurso de Engenha Mecatrônica da UFU, é umdesses casos. Ele ainda não investe na bolsa comdinheiro real e vê, no simulador, a oportunidadepara aplicar o conhecimento adquirido em várioscursos que já realizou em uma corretora local dacidade. “Sempre tive curiosidade de interagircom isso porque eu acho que é uma forma de ren-dimento de dinheiro bem melhor do que as ou-tras que a gente tem hoje em dia”, afirma Décio.

Já a estudante do 8º período de Economiada UFU, Juliana Duarte, descobriu os simulado-res ao cursar, neste semestre, a disciplina “Merca-do de capitais”. A discente conta que todasemana, durante 90 dias, os alunos devem movi-mentar suas contas, comprando e vendendoações. “Eu não sabia mexer, não sabia nem o queera ação. Aos poucos a gente aprende como quemexe, compra, vende e eu estou gostando mui-to”, conta Juliana. Além disso, na hora de investir,

ela revela que todos devem arriscar: “a gente tema obrigatoriedade de ser arrojado. No simulador,a gente ganha 100 mil reais virtuais, então vocêpode perder tudo ou fazer esse 100 mil crescer”.

Ao entrar no simulador, cada investidortem um perfil e um objetivo e, consequentemen-te, um prazo de operação diferente dentro da bol-sa. Há quem invista a longo prazo, há quemprefira investir por um curto período de tempo ehá também os que compram e vendem ações dia-riamente. Definidos os perfis, todos devem saberde antemão o que esperam e para quando espe-ram os resultados.

O professor do curso de Economia daUFU, Guilherme Costa, já teve experiência comsimuladores e diz que qualquer pessoa podeaprender a mexer, mas não são todos que conse-guirão ser habilidosos o suficiente para compre-ender o vai e vem da bolsa. “O aluno que decideentrar nessa área precisa ter uma certa habilida-de, não só de matemática, estatística, mas tam-bém gostar de ler muito, porque você tem queler não só materiais em português, mas tambémem inglês. Tem que ser atento a tudo que acon-tece no mundo pra tentar captar com alguma an-tecedência como rumores nos lugares maisremotos do mundo podem afetar as ações queele está investindo aqui. Essa sensibilidade não énata”, reforça o docente.

Uma das principais funções do simula-dor, segundo o professor, é testar se a pessoa temvocação para o mercado econômico. Ele reco-menda principalmente para os alunos de econo-mia, mas revelou ao Senso (In) Comum que osmais bem sucedidos vêm das áreas de engenha-ria, estatística e matemática. “A maioria dos ana-listas que eu conheço que são bem sucedidos,realmente tem uma formação que não é a de eco-nomista necessariamente”, mas ressalva, “nadaque impeça um economista de ser habilidosodessa forma”.

Quando se trata de investir na bolsa comdinheiro de verdade, Décio e Juliana são bastantediferentes. O futuro engenheiro revela que estátreinando para investir no mercado financeiro:“[o simulador] é uma forma interessante de apli-car um pouco do que você aprendeu para come-çar a ter mais segurança”. E é decidido: “voumexer na bolsa, com certeza”. Juliana discorda:“Quem está disposto a correr risco, acho que po-de investir de verdade, mas particularmente, nãoquero mexer com isso”, completa.

O Mercado financeiro abre às 10h e fechaàs 17h, mas outras atividades acontecem antes edepois desse horário. Ficou curioso e quer come-çar a investir? Acesse o site www.investpe-dia.com.br e aprenda mais sobre a bolsa devalores e quais estratégias você pode utilizar.

Paula Arantes

O universitário acessa sua conta a qualquer hora do dia,seja do notebook ou do celular

Paula Arantes

Simulador da bolsa insere jovens nomundo das açõesBrincadeira de gente grande ajuda a entender o funcionamento do mercado econômico

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Lucas Felipe Jerônimo

Marina de La RivaIdílioMarina de La Riva possui um repertó-rio dividido em canções tradicionais einéditas, tanto em espanhol como emportuguês. O segundo disco da canto-ra apresenta 14 faixas, que vão da me-lancolia nostálgica de “Ausência”, deVinícius de Moraes e Marília Meda-lha, ao animado mambo de “EstúpidoCupido”.

Senso MusicalGossipA Joyful NoiseA banda norte-americana Gossip lan-ça em 22 de maio seu novo disco, “AJoyful Noise”, inspirado no ABBA. Acanção “Perfect World”, que já estádisponível para download, é o seu car-tão de visita. O quinto álbum do gru-po foi gravado entre a sede doXenomania no Reino Unido e o KBCStudios, em Portland.

Maria BethâniaOásis de BethâniaO disco de número 50 da cantorapossui dez faixas, cada uma com ar-ranjo original de um artista convida-do. Djavan assina sua própria einédita “Vive”. Lenine cria sobre “Ve-lho Francisco”, de Chico Buarque.Hamilton de Holanda, Jorge Helder eAndré Mehmari também assinamcanções interpretadas por ela.

Natália NascimentoDoce GabitoO autor Francisco Azevedo traz a fantasiosahistória da jovem Gabriela. Após a morte deseus pais na guerrilha do Araguaia, a meninavai para o Rio de Janeiro morar com o avô, nafavela Santa Marta. Ela começa a ver um se-nhor bigodudo, que lhe traz muitos conse-lhos. Um deles salva a vida da garota.

Página AbertaSentimento do MundoTerceiro trabalho poético do mineiro CarlosDrummond de Andrade foi publicado pelaprimeira vez em 1940. O livro está recheadocom 28 poemas que trazem nas palavras a vi-são de mundo do escritor. É uma obra quetende à política, escrita na época em que omundo se recuperava da Primeira Guerra.

O Melhor de MimO romancista Nicholas Sparks leva os leitoresà primavera de 1984 em seu novo livro. Osestudantes Amanda Collier e Dawson Colese apaixonam, mas, por pertencerem a mun-dos completamente diferentes acabam se se-parando. Vinte e cinco anos depois sereencontram na cidade onde tudo começou.

Sessão Pipoca

A internet oferece atualmente uma sériede ferramentas que permitem que usuários de to-da a rede estejam em contato e possam interagirde diversas maneiras. As redes sociais estão em al-ta e a oportunidade de compartilhar fotos, vídeos,imagens e texto permite ao usuário expressar asua opinião, e marcar sua personalidade.

Assim como nas interações físicas, os am-bientes virtuais possuem regras de comportamen-to. A liberdade para compor a sua própria linhado tempo é um dos princípios fundamentais de al-gumas redes. Entretanto, para que os demaisusuários que compartilham o ciberespaço não sesintam diante de uma poluição virtual, é precisoseguir algumas regras.

A professora do curso de ComunicaçãoSocial da UFU e pesquisadora de mídia social,Mirna Tonus, acredita que o ambiente virtual se

estrutura nas relações pessoais, e que devido ao al-cance estendido, cada indivíduo expressa seu pen-samento para o mundo. “É preciso ter uma certaetiqueta, um certo cuidado na hora de postar.Não que você não possa também se expressar,mas a expressão precisa ser cuidada, a pessoa pre-cisa ter critérios pra postar”, afirma.

Diego Soares é aluno do curso de Design deInteriores e utiliza a internet com frequência paramanter contato com os amigos e para ficar por den-tro dos eventos da cidade. Para ele não existem re-gras de comportamento na internet, contudo existeuma forma de julgamento por parte dos usuários:“Você é livre para se expressar, mas existem con-sequências”, afirma. Em relação às gafes, Diego acre-dita que a exposição exagerada da vida íntima narede é o comportamento mais inadequado.

Victor Masson, estudante de Comunica-

ção Social e apresentador do programa de rádioDegustação, possui uma visão mais livre da for-ma de se comportar na internet. Além das temá-ticas recorrentes como as datas comemorativas,surgem assuntos que rapidamente atingem o to-po das discussões. É o caso dos memes, que, ge-ralmente, possuem um prazo de exploraçãolimitado. Para Victor esse fluxo pode ser umamaneira de se inserir nos ambientes com maiseficiência. “Eu tento aproveitar essa oscilação,identificar o que está rolando e pegar essa ondapra ter mais acesso”, diz.

Sobre a facilidade para filtrar o conteúdo,o estudante afirma que a graça das redes sociaisestá na possibilidade de montar o seu próprio ro-teiro: “O Twitter mesmo, ele está em decadên-cia, né, mas a graça dele é essa, você podetransformar ele no que você quiser”, conclui.

Netiqueta e a norma do bom comportamento na internetA existência de regras para se relacionar no mundo virtual divide opiniões

Lucas Felipe Jerônimo

Para Diego, exposição da vida íntima é atitude maisinadequada

Penso, logo clico!Natália Nascimento

Titanic 3DO famoso romance do cineastaJames Cameron, Titanic, voltaàs telonas em abril. A escolha dadata de estreia foi planejada, poisno dia 15 completam-se 100anos que o navio naufragou naságuas do Atlântico. A nova ver-

são custou US$ 18 milhões e contou com o tra-balho de 300 pessoas durante 60 semanas.

Espelho, Espelho MeuA Rainha Má precisa se casarcom o príncipe do reino paranão ir à falência. Mas ele estáapaixonado por Branca de Ne-ve, que contará com a ajuda dossete anões para reconquistarseu trono. Releitura do clássico

“Branca de Neve”, dos irmãos Grimm, o longatrará magia e comédia às telonas esse mês.

Homens de Preto 3Barry Sonnenfeld retorna à dire-ção do novo longa da série “Ho-mens de Preto”. No terceirofilme, os agentes J (Will Smith)e K (Tommy Lee Jones) volta-rão no tempo, até o ano de1969, para combater uma amea-

ça alienígena que coloca em risco a vida na Ter-ra. A estreia está prevista para 25 de maio.

O Espetacular Homem AranhaPeter Parker, o famoso super-herói das histórias em quadri-nho, volta com um enredo total-mente diferente. A nova versão,prevista para julho, será inter-pretada por Andrew Garfield edirigida por Marc Webb, que

afirmou dar maior destaque aos dramas do ado-lescente, deixando os vilões em segundo plano.

Lucas Felipe Jerônimo

NA REDE

Pra quem trabalha com cores, este site apresentauma ferramenta para criar diversos esquemas, oque permite uma análise do que combina. Umasugestão para quem está reformulando um site oublog e também para quem estuda sobre o assunto.http://www.colorschemedesigner.com

Você é daqueles que assiste dezenas de séries enão sabe em qual episódio parou?! O Orango-tag.com permite a você criar um perfil e gerenciaras suas listas de maneira simples: assim que verum episódio você o marca como assistido, assimsempre vai saber de onde deve continuar.http://www.orangotag.com

Série Desperate Housewives

Ainda na área da criação, conheça um blog de es-tudantes da UFU que retrata o design de produ-tos e de interiores que conta ainda com críticasde moda. Uma biblioteca de arquivos de inspira-ção para design comercial, identidade de marca,com dicas de eventos sobre o tema.http://www.falardecoisas.com.br

O portal Acessibilidade Brasil faz parte de uma soci-edade constituída por especialistas da área e outrosprofissionais que apoiam ações e projetos que privi-legiem a inclusão social e econômica de pessoascom deficiência, idosos e pessoas com baixa escola-ridade. Conheça um pouco mais sobre o tema.http://www.acessobrasil.org.br

Lucas Felipe Jerônimo