Psicologia e Senso Comum

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Psicologia e Senso Comum Profª Georgia Feijão

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Psicologia e Senso Comum

Profª Georgia Feijão

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A PSICOLOGIA OU AS PSICOLOGIAS

A psicologia, usada no cotidiano pelas pessoas, em geral, é denominada de psicologia do senso

comum.

Nessa dimensão do conhecimento, o que importa é a praticidade e a solução rápida para

os problemas que se apresentam no dia a dia. (tradições).

Sem esse conhecimento intuitivo, espontâneo, de tentativas e erros, a nossa vida diária seria

muito complicada.

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SENSO COMUM: UMA VISÃO DE MUNDO

Esse conhecimento do senso comum, além de sua produção característica, acaba por se

apropriar, de uma maneira muito singular, de conhecimentos produzidos pelos outros setores do

saber humano.

O senso comum mistura e recicla esses outros saberes, muito mais especializados, e os reduz a um tipo de teoria simplificada, produzindo uma

determinada visão de mundo.

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Quando utilizamos termos como “rapaz complexado”, “menina histérica”, “ficar neurótico”, estamos usando termos definidos pela Psicologia cientifica.

Não nos preocupamos em definir as palavras usadas e nem por isso deixamos de ser entendidas pelo outro.

Podemos até estar muito próximos do conceito cientifico, mas, na maioria das vezes, nem o sabemos.

Esses são exemplos da apropriação que o senso comum faz da ciência.

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Somente esse tipo de conhecimento, porém, não seria suficiente para as exigências de desenvolvimento da humanidade.

Os gregos, por volta do século IV a.C., já dominavam complicados cálculos matemáticos, que ainda hoje são considerados difíceis. Mas eles precisavam entender esses cálculos para resolver seus problemas agrícolas, arquitetônicos, navais etc. Era uma questão de sobrevivência. Com o tempo, esse tipo de conhecimento foi-se especializando cada vez mais, até atingir o nível de sofisticação que permitiu ao ser humano conquistar o espaço.

A esse tipo de conhecimento chamamos de ciência.

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Os povos antigos preocuparam-se com a origem e com o significado da existência humana. As especulações em torno desse tema formaram um corpo de conhecimentos denominado filosofia.

A formulação de um conjunto de pensamentos sobre a origem do ser humano, seus mistérios, princípios morais, forma outro corpo de conhecimento humano conhecido como religião.

Por fim, desde a sua pré-história, o ser humano deixou marcas nas paredes das cavernas, quando desenhou a sua própria figura e a figura da caça, criando uma expressão do conhecimento que traduz a emoção e a sensibilidade. Denominamos esse tipo de conhecimento de arte.

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Arte, religião, filosofia, ciência e senso comum são domínios do conhecimento humano.

E o que é Ciência?

Ela compõe-se de um conjunto de conhecimentos sobre fatos ou aspectos da realidade (que chamamos de objeto de estudo), expresso por meio de uma linguagem

precisa e rigorosa.

Essa característica da produção cientifica possibilita sua continuidade: um novo conhecimento é produzido sempre a partir de algo anteriormente desenvolvido.

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Negam-se, reafirmam-se, descobrem-se novos aspectos, e assim a ciência avança. Nesse sentido, a ciência caracteriza-se como um processo.

Tem ainda uma característica fundamental: ela aspira à objetividade. Suas conclusões devem ser passíveis de verificação e isentas de emoção, para, assim, tornarem-se válidas para todos.

Objeto específico, linguagem rigorosa, métodos e técnicas específicas, processo cumulativo do conhecimento e objetividade fazem da ciência uma forma de conhecimento que supera em muito o conhecimento espontâneo do senso comum.Texto 02 (pág. 16)

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A psicologia enquanto ciência

A história da psicologia enquanto ciência inicia-se em 1879, quando na Universidade de Leipzig, Alemanha, o médico, filósofo e psicólogo alemão, Wilhelm Wundt, funda o primeiro grande laboratório de pesquisa em psicologia.

Antes de Wundt a psicologia era tida, simplesmente, como um ramo da filosofia.

Como profissão, no Brasil, foi regulamentada em 1962 (Lei nº 4.119)

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DIVERSIDADE DE OBJETOS DA PSICOLOGIA

Provavelmente, a Psicologia jamais terá um único paradigma confiável que possa ser adotado por todos sem questionamentos. Isso porque a Psicologia é uma

ciência humana, e as ciências humanas são caracterizadas pela contaminação que sofrem por estudar o que estudam: o próprio ser humano.

Isso significa estudar um ser que é histórico e está em permanente mudança. As diferentes formas de pensar a Psicologia representam a própria riqueza do ser humano e sua capacidade múltipla de pensar sobre si mesmo.

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Outro motivo que contribui para dificultar uma clara definição de objeto da Psicologia é o fato de o cientista –

o pesquisador – confundir-se com o objeto a ser pesquisado (pois ele está inserido na categoria a ser

estudada).

Em um sentido mais amplo, o objeto de estudo da Psicologia é o ser humano.

Porém, a Psicologia, hoje, se caracteriza por uma diversidade de objetos de estudo, pois este deve ser

aquele que reúna as condições de aglutinar uma ampla variedade de fenômenos psicológicos.

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A Psicologia e o Misticismo

Uma vez que a Psicologia passou a ser tida como ciência, ela desliga-se das idéias abstratas e

espiritualistas, que defendiam a existência de uma alma nos seres humanos, a qual seria a sede

da vida psíquica.

A partir daí, a história da Psicologia é de frotalecimento de seu vínculo com os princípios e

métodos científicos.

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Ainda hoje a Psicologia não consegue explicar muita coisa sobre o ser humano.

Alguns desses conhecimentos têm levado os psicólogos a buscarem respostas em outros campos do saber humano (práticas não psicológicas) = astrologia,

numerologia, entre outras áreas adivinhatórias e/ou místicas.

ESSAS NÃO SÃO PRÁTICAS DA PSICOLOGIA!!

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São outra forma de saber que não podem ser confundidas com psicologia, pois:

Não são construídas no campo da ciência (a partir de métodos e princípios científicos);

Estão em oposição aos princípios da Psicologia, que vê não só o ser humano como ser autônomo, que se desenvolve e se constitui a partir de sua relação com o mundo social e cultural, mas também o vê sem destino pronto, que constrói seu futuro ao agir sobre o mundo.

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As práticas místicas têm pressupostos opostos, pois nelas há a concepção de destino, da existência de forças que não estão no campo do humano e do mundo material.

A Psicologia, ao relacionar-se com esses saberes, deve ser capaz de enfrentá-los sem preconceitos, reconhecendo que o ser humano construiu muitos “saberes” em busca de sua felicidade.

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Aquele psicólogo que usa a prática mística (sem critério científico comprovado) como acompanhamento psicológico são passíveis de punição de acordo com o códico de ética dos psicólogos (charlatanismo – desempenho inadequado da profissão).

É preciso reconhecer que pessoas que acreditam em práticas adivinhatórias ou místicas têm o direito de consultar e de serem consultadas.

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A EVOLUÇÃO DA PSICOLOGIA

Toda e qualquer produção humana tem por trás de si a contribuição de inúmeros seres humanos.

Que num tempo anterior fizeram indagações, descobertas, desenvolveram idéias, então por trás de

qualquer produção (material ou espiritual) existe história.

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PSICOLOGIA TAMBÉM TEM HISTÓRIA

E na sua história, duas vertentes são importantes:

• Uma é quando retomamos a história grega, em um período anterior a era cristã;

• A outra quando retomamos o desenvolvimento da modernidade, que é, efetivamente, a responsável pelo surgimento da psicologia como ciência.

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O mundo psicológico entre os gregos

• Não havia Psicologia na Grécia Antiga, porém a preocupação com a alma e a razão humanas já existia entre os gregos antes da era cristã.

• Alguns homens como Platão e Aristóteles dedicaram-se a compreender o espírito empreendedor do conquistador grego, ou seja, a filosofia começou a especular em torno do homem e da sua interioridade.

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• É entre os filósofos gregos que surge a primeira tentativa de sistematizar um pensamento sobre o espírito humano.

• O próprio termo psicologia vem do grego psyché, que significa alma, e de logos razão.

• A alma ou espírito era concebida como a parte imaterial do ser humano e dizia respeito ao pensamento, os sentimentos de amor e ódio, a irracionalidade, o desejo, a sensação e a percepção.

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• É com Sócrates que as idéias sobre mundo psicológico ganharam consistência. Sua principal preocupação era com o limite que separa o ser humano dos animais.

• Razão como principal característica humana, abrindo caminho para a teoria sobre consciência, naquele momento, campo da Filosofia.

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• O passo seguinte foi dado por Platão (427 – 347 a.C), que procurou definir um “lugar” para a razão em nosso corpo.

• Definiu que seria na cabeça, onde se encontra a alma humana e a medula seria o elo de ligação da alma com o corpo.

• Platão concebia qua a alma era separada do corpo. Quando alguém morria, a matéria desaparecia, mas a alma ficava livre.

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• Já Aristoteles (384-322 a. C.) postulou que alma e corpo não podem ser dissociados.

• Psyché ou alma seria o princípio ativo da vida.

• Chegou a estudar as diferenças entre razão, percepção e sensações.

• Dentro desse contexto, 2.300 anos antes do advento da Psicologia Científica, os gregos já haviam formulado duas “teorias”:

• Platônica: postulava a imortalidade da alma e a concebia separada do corpo.

• Aristotélica: afirmava a mortalidade da alma e sua relação de pertencimento ao corpo.

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Recomendação de Leitura:

• Cap. 01 e 02 – Livro: Psicologias (Ana Mercês Bahia Bock).