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  • 8/6/2019 SAN_BAO

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    SAN BAOZINE DIY MUITA FIXE PRA PESSOAL MUITA

    TEXTOS PESSOAIS

    HISTRIAS

    COZINHA DIABLICASHAOLIN

    AIKIDOTAIJIQUANBRITNEY SPEARS

    BARRABS

    COMO MUDAR

    COLUNAS DEGAJOS FAMOSOS

    O MUNDO?

    YOUTH OF TODAYJUDGE

    UNBROKEN

    MALUCO VERO OU OUTONO 2000 N NICO(ESPERO EU)

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    Britney Spears oops!... I did it again. CDUnbroken crushed on you. 7Fu Manchu - cassete que o Sega me gravouMetallica garage inc 2xCDThe Royal Philharmonic Orchestra plays The Police CD

    Slayer diabolus in musica CDJohn Williams return of the jedi ost 2xCDTexas the hush CDBeethoven symphony n 9 Carlo Maria Giulini CDThe Red Hot Chili Peppers californication CD

    Albinoni adagio per archi ed organo Ca7Snapcase designs for automotion CDJohn Barry out of Africa ost CD

    TOP 13 MSICA

    Da Mo (483; 539 D.C.), tambm conhecido como Bodhidharma,foi um prncipe Indiano da escola Mahayanna de budismo, queDA MO

    BODHIDHARMA era considerado por muitos um bodhisattva, ou um seriluminado que renuncia o cu para ajudar os outros. Aconvite do imperador Liang Wu, Da Mo foi para a China em 527 D.C. a fim deensinar a doutrina budista. O imperador no gostou da forma como Da Mo ensinavao Budismo, tendo este, se retirado para o templo de Shaolin da provncia de Henan,onde reparou que os monges budistas chineses, apenas cultivavam o esprito,negligenciando o treino fsico. Este facto fazia com que muitos fossem fracos edoentes. Para ponderar sobre o problema, Da Mo meditou numa caverna durantenove anos, emergindo com dois tratados que iriam revolucionar no s o budismochins como tambm o daoismo. A grande revoluo seria a introduo de treinofsico, sendo este to importante para a cultivao pessoal como o treino espiritual.Como qualquer pessoa inovadora e de ideias prprias, Da Mo encontrou grandeoposio nas suas teorias, pois os budistas diziam que o corpo apenas uma roupaque pouco tempo durar, e como tal no necessitaria de treino. Poucose sabe quanto sua personalidade. Num poema do sculo XII, o poetaLu Yu, supostamente descrevendo o modo de ser de Da Mo, escreveu:

    Os outros esto revoltados, eu estou calmo.Presos pelos seus desejos, eu estou indiferente.Ouvindo a sabedoria dos sbios, no me movo.Movo-me apenas minha maneira.

    DA MO

    Hell yeah! Hey baby, wassup? J passaram as tais 6 ou 7 horas(???). Dormi bemmas pouco. O acumular dos dias a deitar-me tarde desorienta-me todo. Tenho umsabor nojento na boca e nem quero imaginar o bafo. Os olhos esto todos humidose s me aptece esfreg-los. E assim, parece que hoje j vou tirar as fotocpias.

    pena que agora no seja poca concertil para vender logozines, mas mesmo por isso que isto do vero e outono.Se calhar ainda vou mudar na capa e por s outono. Assimquando comear a poca de concertos as pessoas pensamque recente. E ser mesmo, pois uma zine com 2 ou 3meses ainda uma zine nova. Alis, uma zine semprenova para quem a l a primeira vez. Agora h de novo venda uma data de zines do tempo dos dinssauros.

    Aproveitem a oportunidade de adquirir alguns clssicoscomo por exemplo a Vontade de Ferro, a Abraando oVeganismo, a Fora Suprema (que modesto) e muitosoutros. Quem as est a vender o Rafael de PointongFinger. Bom, gostaria de agradecer aos gajos queescreveram cenas prqui e a todos os que de alguma formame ajudaram com a zine. Fiquem bem...

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    IntroO que quer dizer San Bao? Ora essa!!! Como se nosoubesses! San Bao so os trs (san) tesouros (bao).Sim, sim, mas afinal o que so os trs tesouros? Os trs tesouros soa essncia (jing), a energia (qi) e o esprito (shen). Os chinesesacreditam que estas so as fundaes do ser humano. A partir daessncia que a matria mais refinada de cada ser, forma-se aenergia, e com a energia alimenta-se o esprito. No caso do homem e

    da mulher, a essncia o espermatozoide e o vulo respectivamente.Atravs de exerccios especficos desenvolvidos ao longo de algunssculos, os chineses acreditam que se pode converter a essncia emqi. O qi, ainda que no haja uma definio cientfica, pode dizer-se que a energia universal, que no caso do homem est, hoje em dia,associada a uma forma de bio-electricidade. Atravs do treino, o qi ento canalizado para o crebro para nutrir o esprito e aumentar anossa percepo da realidade. Tudo isto faz parte da teoria do QigongChins. Claro que se queimares inseno e beberes ch, ainda ficasmais espiritual. De facto, testes feitos nos E.U.A., comprovam que

    beber ch e queimar inseno leva iluminao muito mais rpido doque a prpria meditao. Deve ser por isso que faz parte dos pr-requesitos para seres uma pessoa cool e bo New Age, beber ch equeimar inseno. Se assim no fizeres, podes dizer adeus cultivaoespiritual. Puto, no nasceste para isso. Conforma-te porque osdeuses assim o quiseram.

    Em relao a esta zine, devo dizer que fiquei bastante contente com oresultado. Est mais ou menos na onda que tinha planeado, eescusado ser dizer que muito ainda faltou. Mas enfim, no quero dar

    mais tempo a este projecto e vai ficar por aqui. Depois de trsmaravilhosos anos ausente da cena fanzineira, senti que precisava deescrever. No sei bem porqu, mas sentia isso e assim foramaparecendo alguns textos. Contudo, nada foi forado para a zine, naonda da pressa de acabar. Sinto que os artigos esto simples mascom contedo e era mesmo assim que os queria. O nmero depginas anda dentro do que eu gosto e tem um poster bem giro. Oprincipal objectivo era divulgar algumas coisas e sentimentos, que novejo muito por a e acho deveras importantes. Felizmente tenhoamigos com umas ideias fixes e poderam dessa forma contribuir paraa expano e melhoramento da comunicao. Afinal ao que isto seresume. Comunicar, partilhar e o resto conversa. Sei queprovavelmente, s dentro da cena hardcore que irei vender a zine,mas espero conseguir infiltar algumas no mundo de pessoasestranhas cena. Uma vez que os assuntos no esto directamenterelacionados com esta ou aquela cena, as pessoas, mesmo de forapodero sempre (acho eu) tirar proveito. Espero que possa servir deinspirao a essas mesmas pessoas para que no se limete aohardcore, a existncia de algum a tentar construir algo e passarinformao. Sinceramente, espero que de alguma forma, estapapelada que tens nas mos te toque e possas crescer um pouco comela sem que no entanto aceites sem pensar, o que aqui est escrito.Lembra-te que isto s o produto das experincias de quem escreveue no a verdade suprema. Acima de tudo, espero que passes um bombocado na companhia dela e te divirtas a l-la.

    Introsan

    bao

    jing

    qi

    shen

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    O friends, no more these sounds!Let us sing more cheerful songs,more full of joy!Joy, bright spark of divinity,Daughter of Elysium,Fire inspired we treadThy sanctuary.Thy magic power re-unites

    All that custom has divided,All men become brothersUnder the sway of thy gentle wings.Whoever has created

    An abiding friendship,Or has won

    A true and loving wife,All who can call at least one soul theirs,Join in our song of praise;But any who cannot must creep tearfullyAway from our circle.

    All creatures drink of joyAt nature's breast.Just and unjust

    Alike taste of her gift;She gave us kisses and the fruit of the vine,

    A tried friend to the end.Even the worm can feel contetment,

    And the cherub stands before God.

    Gladly, like the heavenly bodiesWich He set on their coursesThrough the splendour of firmament;Thus, brothers, you should run your race,

    As a hero going to conquest.

    You millions, I embrace you.This kiss is for all the world!Brothers, above the starry canopyThere must dwell a loving Father.Do you fall in worship, you millions?

    World, do you know your Creator?Seek Him in the heavens;Above the stars must He dewll.

    Ode To Joy(Friedrich Von Schiller)

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    Quantos dens j no

    tivemos aquela conversa do, se eu agoradescobrisse que tinha um cancro, deixava otrabalho ou a escola e ia viajar e viver tudo oque me apetessece para aproveitar o curtotempo que tenho. S j tenho seis meses ecomo tal quero aproveitar ao mximo o restoda minha vida. Que eganados que estamos.To cegos e habituados ao conforto deapenas estar espera de morrer, nem nosapercebemos que de facto o resto da nossavida comeou no instante logo aps a uniodas clulas reprodutoras dos nossos pais.Quanto tempo realmente temos? Ninguemsabe. Como vamos ns saber se os seismeses da pessoa que tem cancro no sopara ns apenas alguns minutos? Podemoss j ter um dia de vida e nunca osaberemos. Por isso, o resto da nossa vida agora! agora e neste momento que temosde fazer por ns, sonhar e materializar essesonho. O tempo tem uma direco e no

    duas, um evento nunca acontece para trs,uma vez que acontea nunca poder seralterado. No entanto, abraamos a falsasegurana das nossas vidas e continuamos air em frente neste ciclo interminvel dereencarnao. J que no vivi esta vida, vivona prxima. NO, no daqui a pouco, agora e nesta vida que tudo tem de ser feito.Cada segundo um segundo e cada dia foioutro dia. Iremos viver ns toda a nossa vidaapontada para algo distante e que nemsabemos se por ventura l chegaremos, ouvamos quebrar estas correntes que nos

    cercam com as nossas prprias mos?Ninguem o far por ns. So os nossossonhos (objectivos, como queiram chamar)que estamos a neglignciar. Uma vez ouvinum concerto, uma pessoa da banda a dizer,temos de olhar as coisas com a maravilha deuma criana e viv-las com a intensidade deum condenado. Sim, porque afinal todosestamos a morrer. Todos estamoscondenados e no s as pessoas a quem foidiagnosticada uma doena terminal. E no por isso que vamos entrar em ondasnegativas e ficar triste por perceber quetambm um dia voltaremos para o mar depoeiras csmicas. sim uma razo de ficarainda mais maravilhado e apreciar todas apequenas coisas que acontecem todos osdias e que nem damos valor por estarmos tolonge do nosso prprio ser, da nossaidentidade natural que um dia se manifestounuma criana e aos poucos foi enterrado efechado numa caixa por uma serie deinfluncias externas. Estas influnciasacabam por nos condicionar de tal forma queacabamos por viver em funo dasespctativas dos outros, e daquilo que suposto uma pessoa normal fazer, ter uma

    casa, um carro, uma famla, etc no pora que quero ir, e sei que tudo isso contribuirde uma forma ou de outra para a nossaaprendizagem, mas at quando vamos viverna iluso de que amanh voltaremos a ver oSol nascer, sempre lindo, e por isso nem vale

    apena ver hoje. At quando vamos pensarque podemos escrever este texto amanh,quando amanh as ideias se podem terdesvanecido? Sei que muito tenho aprendidopor ser uma destas pessoas que adiam tudopara amanh, no deixes para amanh oque podes fazer depois de amanh (boa?),mas chega a um ponto em que se tornasaturante e deprimente. Mas temos a chavenas mos, s abrir a porta. E agora que a

    vamos abrir, quantas vezes j deixei a portafechada na comodidade do pensamento, eusei que a posso abrir mas como agora dmuito trabalho logo a abro. Afinal j achei achave e no me parece que a v perder. Atao dia em que a perco ou que a opurtunidadede a abrir se vai. Por isso vivo maravilhado, oque natural em mim, maravilhar-me com ascoisas. Ainda no as vivo com a intensidadede um condenado mas aos poucos atiro-medo precepcio. Atiro-me de cabea. Decido nomomento e aprecio o instante. Sei que aindame falta muito, ainda caio muitas vezes neste

    buraco que j reconheci, mas saio comfacilidade (Autobiografia em cinco captulos,vou no terceiro). Saio e sei que no querochegar aos sessenta anos a pensar que novaleu a pena, triste e frustrado por no teraproveitado quando sempre sabia quetambm chegaria a esse momento. Quero lchegar e olhar para trs e sorrir. Sorrir por tertido o meu tempo e agora me unir de novo aocaminho natural da Fora que nos leva vidaaps vida atravs da dana das estrelas.Sorrir e relembrar todos os momentos. Sorrire pensar como a vida vale a pena viver. Mascomo no sei se l chegarei, quero pensarque pelo menos estes trinta minutos que aquiestive a escrever valeram a pena e que tudosaiu l dofundo eno ficoumais umavez svoltas,perdidonestemundoque existedentro de

    mim.Estestrintaminutosvalem por todos os anos que possa terdesperdiado, porque agora sim, sinto-mebem e isso que me interessa. O quepassou passou, e no quero desperdiar nemmais um minuto a pensar o que poderia terfeito. Isto sim, estas palavras so o que mealimenta neste preciso momento e nelasque est toda a minha dedicao. assimque gostaria de viver tudo, com dedicao e

    esforo. assim, que poderei transformar aminha vida de uma simples cano para umasinfonia (James). E vocs tambm.

    At Quando?

    Z (da tou)

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    beleza no nosso caminhoUm carregador de gua na ndia tinha dois potes, cada um deles preso num dosextremos de uma vara de bambu, a qual este carregava no seu pescoo. Um dospotes tinha uma pequena fenda, e por causa do seu defeito chegava sempre meiocheio, aps a longa caminhada que o carregador fazia desde a fonte at casa domestre. Por outro lado, o pote bom, trazia sempre a poro total de gua para aqual havia sido concebido. Durante dois anos seguidos, o carregador entregavaapenas uma vez e meia a quantidade de gua que deveria entregar na casa doseu mestre. Claro que o pote bom se sentia orgulhoso das suas capacidades,perfeito at ao fim enquanto que o pobre pote rachado tinha vergonha de simesmo e sentia-se miservel, por conseguir fazer apenas metade do que deveria.

    Aps dois anos que ele considerava como um falhano,resolveu um dia junto da fonte, falar com o carregador: Tenho

    vergonha de mim mesmo e quero pedir-te desculpa.

    Porqu? Perguntou o carregador: Do que que teenvergonhas?Durante os ltimos dois anos, tenho sido capaz de entregar

    apenas metade da minha carga, porque esta racha que tenhode lado faz com que a gua se escape, e assim vou sempre apingar at casa do teu mestre. Por causa do meu defeito, tens

    todo este trabalho e no recebes o devido valor pelos teusesforos. Disse o pote.

    O carregador sentiu pena do velho pote rachado, e de modocompassivo disse-lhe: Quando agora regressarmos para.

    casa do meu mestre, quero que repares nas bonitas flores que existem ao longo docaminho. E assim, medida que iam subindo a colina em direco a casa domestre, o velho pote rachado reparou nas flores que se banhavam delicadamentecom a luz solar, o que de certo modo o alegrou. Contudo, no final do trilho voltou asentir-se triste porque tinha vertido metade da gua, e de novo pediu desculpa aocarregador pela sua falha. Ento, o carregador disse ao pote: Reparaste queapenas do teu lado do caminho haviam flores, e no no lado do outro pote? Isso .acontece porque eu sempre soube da tua falha e aproveitei-me dela para tirar

    partido da situao. Plantei sementes de flores no teu lado do trilho, e todosos dias quando regressvamos da fonte, tu foste-as regando. Durante estesdois anos, as pessoas tm desfrutado desta beleza no caminho dafonte e os pssaros e insectos tm tido a oportunidade de recolher oplen e assim perpetuar o milagre da vida sua prpria maneira.

    Alm disso, tenho recolhido algumas flores, com as quais decoro amesa do meu mestre. Sem seres assim, exactamente como s,ele no teria toda essa riqueza natural para embelezar a suacasa.

    Amigos, todos temos as nossas falhas, os nossos defeitos.Todos somos potes rachados, mas se o permitirmos, poderemosusar as nossas falhas para enriquecer o nosso mundo.

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    jesus e ofutebol

    Disse Jesus que nunca tinha visto umapartida de futebol. Resolvemos, ento,lev-lo a uma, eu e alguns amigos. Foi um

    jogo feroz entre os Catlicos, de azul, e osProtestantes, de preto e branco.

    O primeiro golo foi dos Catlicos, com grandealegria para Cristo que atirou o chapu ao ar.Mas, logo os Protestantes meteram tambmum golo, e Cristo teve a mesma reaco deentusiasmo, fazendo o mesmo gesto com ochapu.

    Isso deixou meio confuso um amigo queestava atrs de ns; bateu no ombro de Jesuse perguntou: Mas afinal por quem que est

    a torcer?. Eu? responde Jesus por ladonenhum; estou aqui pura e simplesmente para divertir-me a ver o jogo. O homemque estava atrs de ns, disse ento ao vizinho: V tu bem! Mais um ateu!

    Ao sair do estdio, pusemos Jesus ao corrente da situao religiosa do mundoactual. E dissemos: Sabe Senhor, as pessoas religiosas so muito engraadas...Elas julgam que Deus est sempre do lado delas e contra as pessoas do outrolado. assim mesmo concordou Jesus eis a razo porque eu no vou emReligies; eu quero pessoas! As pessoas so muito mais importantes que asReligies. O homem mais importante que o sbado. Cuidado Jesus! Olhe bem o

    que est a dizer! disse um dos nossos companheiros Lembre-se que j foicrucificado uma vez por andar a afirmar tais coisas... Sim, sim, fui crucificado e porpessoas religiosas... disse Jesus com um sorriso entre os dentes.

    como mudar o mundo?Eis o que conta de si mesmo, o Sufi Bayazid:

    Na juventude, eu era um revolucionrio erezava assim: Dai-me energia, Deus, para

    mudar o mundo! Mas notei, ao chegar meia idade, que metade da vida j passarasem que eu tivesse mudado homem algum.

    Ento mudei a minha orao, dizendo aDeus: Dai-me graa, Senhor, de transformar

    os que vivem comigo no dia a dia, comosejam a famlia e os amigos; e com isto j eufico satisfeito.... Agora que sou velho e com

    os dias contados, percebo bem quanto fuitolo ao rezar assim. A minha orao, agora,

    apenas esta: Dai-me a graa, Senhor, de memudar a mim mesmo. Se eu tivesse rezadoassim desde o princpio, no teria esbanjado

    a minha vida.ricardo (taijiquan)

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    barrab sPilatos entrou novamente no palcio, chamou Jesus e perguntou-lhe: Tu s o reidos judeus? Ele respondeu: Perguntas-me isso, porque tu mesmo o pensaste, ouforam os outros que to disseram de mim? Pilatos replicou: Por acaso sou eu

    judeu? O teu povo e os chefes dos sacerdotes que te entregaram a mim. Que

    que tu fizeste? Jesus respondeu-lhe: O meu Reino no deste mundo. Se o meuReino fosse deste mundo, os meus servos teriam lutado para eu no cair nas mosdas autoridades judaicas. Mas o meu Reino diferente. Nesta altura, Pilatosperguntou-lhe: Mas ento sempre s rei? Jesus respondeu-lhe: s tu que o dizes:Eu sou rei. Nasci e vim ao mundo para dizer o que a verdade. Todos os que vivemda verdade ouvem aquilo que eu digo. Mas Pilatos perguntou-lhe: Mas o que averdade?Depois de fazer esta pergunta, Pilatos saiu do palcio para falar com os judeus, edisse-lhes: No encontro nenhum motivo para condenar este homem! Vocs esto

    acostumados a que eu vos solte um preso todos os anos por esta altura da festa daPscoa. No querem que vos solte este ano o Rei dos judeus? Eles gritaram: No,no, esse no! Solta-nos antes Barrabs! Ora Barrabs era um criminoso.Ento Pilatos mandou prender e chicotear Jesus. Os soldados entrelaaram umacoroa de espinhos que puseram na cabea de Jesus. Depois colocaram-lhe aosombros um manto vermelho. Aproximavam-se e faziam pouco dele dizendo: Viva orei dos judeus! E davam-lhe bofetadas.Uma vez mais, Pilatos saiu do palcio e foi dizer aos judeus: Eu vou traz-lo cpara fora, para que vocs vejam que no encontrei nenhuma razo para o mandarmatar. Quando Jesus saiu do palcio, trazia a coroa de espinhos na cabea e o

    manto vermelho pelos ombros. Pilatos disse aos judeus: Aqui est o homem!Quando os chefes dos sacerdotes e os guardas do templo o viram, comearam agritar: Crucifica-o! Crucifica-o! Disse-lhes Pilatos: Levem-no e crucifiquem-novocs. Eu no encontro nenhuma razo para o condenar. Os judeus responderam-lhe: Ns temos uma lei, e segundo essa lei ele deve morrer, porque afirmou queera o filho de Deus.

    Ao abrir-se o evangelho de Joopodem ler-se as seguintes palavras:

    Quando Pilatos ouviu estas palavras, ficou aindacom mais medo. Entrou outra vez no palcio eperguntou a Jesus: Donde s tu? Mas Jesus no

    respondeu. Admirado, Pilatos disse-lhe: No mefalas? No sabes que eu tenho o poder para tesoltar ou para te mandar crucificar? Respondeu-lhe Jesus: No terias qualquer poder contra mim,se Deus no to desse. Por isso mesmo, quem teentregou a ti tem mais culpa diante de Deus doque tu. Por causa destas palavras, Pilatosprocurava todas as maneiras de o pr emliberdade. Mas os judeus gritavam: Se dsliberdade a esse homem, no s amigo doimperador. Pilatos, ao ouvir isto, levou Jesus parafora do palcio. Depois sentou-se na cadeira de

    juiz.Era vspera da Pscoa, por volta do meio-dia.Pilatos disse aos judeus: Aqui est o vosso rei.

    britney 2000

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    Mas eles gritaram: Fora com ele! Fora com ele! Crucifica-o! Pilatos respondeu-lhes: Ento hei-de crucificar o vosso rei? Nisto, os chefes dos sacerdotesrespoderam: Ns no temos outro rei a no ser o Imperador! Ento, Pilatosentregou-lhes Jesus para ser crucificado.

    Quando observo o que se passa no mundo, s possoachar uma certa piada. Hoje em dia, ouvem-se estes

    excertos bblicos e pensamos logo que foi uma estupidezo que os judeus fizeram. Afinal trocaram um homem quelhes tentava ensinar algo de muito valioso por um ladroe entregaram-no morte, apenas para que o seu poderno fosse abalado. Algum j disse: a histria repete-sea si mesma. Como verdadeira esta pequena frase.

    Ainda hoje e penso que eternamente, ns mesmosestamos a fazer coisas semelhantes ao que os judeusfizeram, ainda que numa escala um pouco diferente. Sum pequeno exemplo foi o que se passou h bem poucotempo com aquela histria dos activistas da Greenpeaceque estiveram naquele barco no porto de Leixes, aprotestar por causa do abate das rvores em Africa. O que que lhes aconteceu?Foram presos, claro! J para no falar na quantidade de gente da Earth First!, da

    ALF e outras organizaes que est presa apenas por querer conservar a natureza.Ou seja, prendemos e condenamos os que nos querem ajudar, e como se nobastasse damos dinheiro aos que nos matam. Continuamos todos os dias a dar riosde dinheiro a corporaes e pessoas que continuam a destruir florestas, fazerdescargas de produtos txicos em rios e tantas outras coisas. Mas como facil para

    eles fazer isso! Como fcil fazer com que o povo nem pense nestas coisas.Dem-lhes lixo camuflado de necessidade, dem-lhes divertimento fcil e sercomo lama que lhe atiram para os olhos. Depois simples, faamos ns o quefizermos, eles tm mais que fazer do que pensar sobre isso. Afinal a vida est m eeles no tero tempo de dar a volta a isto. A vida est m, o que se ouve dizer.Interrogo-me se assim ser. No vejo uma pessoa que se prese sem um telemvel.Qualquer miudo tem uma Playstation em casa. Ento no percebo onde que aspessoas se inspiram para falarem que a vida est m. natural que se a nossamente gira em torno destas necessidades to importantes criadas por ns

    mesmos, que pensemos que a vida est m. Onde que eu vou ter dinheiro paracomprar aqueles nike? Fogo, j vistes o novo 24SXI da Nokia? E assim,continuamos a fazer a vontade deles. Que contentes devem ficar ao ver a facilidadecom que nos controlam. Basta um pouco de futebol, discotecas, tabco, droga,bebidas, telemveis, televiso, computadores e ns camos que nem patinhos. Porisso acho engraado ouvir pessoas to revoltadas com certas coisas quando nofundo continuamos os mesmos tristes de h 2000 anos, a trocar Jesus por Barrabse ainda a enriquecer o Barrabs custa de porcaria. Se queremos mudar algo, quetal comear por ns mesmos, pela nossa mente. Se a mudana se der a esse nvel,a sim, comear a manifestar-se para o exterior. Mas se continuamos apenas aescrever letras e textos, ou mudarmos a nossa dieta, ou fazer msicasrevolucionrias de pouco servir. Essas coisas duram pouco e quem as ouve nemchega, por vezes, a encarnar o sentido das palavras. No h uma verdadeiramudana porque as coisas no nos tocam no ntimo. So apenas mscaras ourtulos que nos fazem sentir bem enquanto nos disfaramos da realidade.

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    COLUNAS

    mestreyang96

    A amizade construda baseada naconfiana mtua. Uma vez que aconfiana seja perdida, uma relaovai com certeza ficar diminuda oucompletamente destruda. No geral,uma amizade onde haja verdadeiraconfiana leva anos a construir mas

    pode serdestrudaapenasnumanoite.Uma vezdanificada oudestruda,uma

    amizadepodelevaranos parase reconstruir.Todostemosmuitosamigos

    mas a questo : quo reais soestas relaes? A relao existeapenas para benefcio mtuo? Arelao apenas te ajuda a avanarnas tuas ambies da vida? Se estefor o caso, ento, uma vez que opropsito deixe de existir, o mesmoacontecer relao (amizade).Confiana mtua o standard comqual julgamos a profundidade daamizade. Quando inicialmenteconhecemos um amigo, quoconfiantes somos ns nesse amigo?Quo sincero o sentimentopartilhado? Bons amigos quemeream a nossa confiana no sofceis de encontrar. Uma vezencontrados devemos conserv-lospara sempre.

    A amizadeno vo

    construda sobre benefcios mtuosmas sim sobre a partilha da vida e daespiritualidade. Na cultura chinesaacredita-se que se no teu tempo de

    vidaconseguiresencontrarapenas umou dois amigos verdadeiros, ento atua vida ter um grande significado.Bons amigos vo dizer-te quando

    fizeste algo de errado ou estpido,ainda que isso possa por em perigo arelao. Bons amigos no hesitaroem partilhar contigo os lucros e liesde vida que acumularam atravs daexperincia. Bons amigos no te irotrair em prol da sua glria oudignidade. A verdadeira amizade construda com preocupao ecompreenso mtuas. Ainda que

    possas ter descoberto um verdadeiroamigo, deves compreender umacoisa bastante importante: aspessoas mudam, s vezes por causade um novo ambiente, outras porcausa de novas maneiras de pensar.Nestes casos, novas ideias e sonhosiro substituir os antigos. Muitasvezes para nos protegermos a nsmesmos, temos de aprender a

    ajustar-nos nova maneira. As tuasideias e standards de amizadeestaro sempre a mudar. No fcilmanter uma verdadeira amizade alongo prazo. Na minha opinio,devemos sempre apreciar os nossosamigos enquanto ainda os temos.Devemos sempre preocupar-nos comos sentimentos e situaes uns dosoutros. Assim, mesmo quando aamizade muda, ainda que esta possaser diminuda, o feeling de amizadevai continuar e durar.

    O Mestre Yang nasceu na Formosa noano de 1946. Treina e ensina artesmarciais chinesas, nomeadamente oestilo Grou Branco, Punho Longo eTaijiquan (estilo Yang). Em 1982, criou aYMAA (Yangs Martial Arts Ass.) e nosdias que correm ensina em vrios pasesincluindo Portugal. Este artigo foi-megentilmente cedido e encontra-setambm publicado na newsletter n53 daYMAA (YMAA News). Actualmente,oMestre Yang vive na area de Boston..

    amizadepor Mestre Yang, Jwing-Ming

    COLUNAS

    mestreyang96

    A amizade construda baseada naconfiana mtua. Uma vez que aconfiana seja perdida, uma relaovai com certeza ficar diminuda oucompletamente destruda. No geral,uma amizade onde haja verdadeiraconfiana leva anos a construir mas

    pode serdestrudaapenasnumanoite.Uma vezdanificada oudestruda,uma

    amizadepodelevaranos parase reconstruir.Todostemosmuitosamigos

    mas a questo : quo reais soestas relaes? A relao existeapenas para benefcio mtuo? Arelao apenas te ajuda a avanarnas tuas ambies da vida? Se estefor o caso, ento, uma vez que opropsito deixe de existir, o mesmoacontecer relao (amizade).Confiana mtua o standard comqual julgamos a profundidade daamizade. Quando inicialmenteconhecemos um amigo, quoconfiantes somos ns nesse amigo?Quo sincero o sentimentopartilhado? Bons amigos quemeream a nossa confiana no sofceis de encontrar. Uma vezencontrados devemos conserv-lospara sempre.

    A amizadeno vo

    construda sobre benefcios mtuosmas sim sobre a partilha da vida e daespiritualidade. Na cultura chinesaacredita-se que se no teu tempo de

    vidaconseguiresencontrarapenas umou dois amigos verdadeiros, ento atua vida ter um grande significado.Bons amigos vo dizer-te quando

    fizeste algo de errado ou estpido,ainda que isso possa por em perigo arelao. Bons amigos no hesitaroem partilhar contigo os lucros e liesde vida que acumularam atravs daexperincia. Bons amigos no te irotrair em prol da sua glria oudignidade. A verdadeira amizade construda com preocupao ecompreenso mtuas. Ainda que

    possas ter descoberto um verdadeiroamigo, deves compreender umacoisa bastante importante: aspessoas mudam, s vezes por causade um novo ambiente, outras porcausa de novas maneiras de pensar.Nestes casos, novas ideias e sonhosiro substituir os antigos. Muitasvezes para nos protegermos a nsmesmos, temos de aprender a

    ajustar-nos nova maneira. As tuasideias e standards de amizadeestaro sempre a mudar. No fcilmanter uma verdadeira amizade alongo prazo. Na minha opinio,devemos sempre apreciar os nossosamigos enquanto ainda os temos.Devemos sempre preocupar-nos comos sentimentos e situaes uns dosoutros. Assim, mesmo quando aamizade muda, ainda que esta possaser diminuda, o feeling de amizadevai continuar e durar.

    O Mestre Yang nasceu na Formosa noano de 1946. Treina e ensina artesmarciais chinesas, nomeadamente oestilo Grou Branco, Punho Longo eTaijiquan (estilo Yang). Em 1982, criou aYMAA (Yangs Martial Arts Ass.) e nosdias que correm ensina em vrios pasesincluindo Portugal. Este artigo foi-megentilmente cedido e encontra-setambm publicado na newsletter n53 daYMAA (YMAA News). Actualmente,oMestre Yang vive na area de Boston..

  • 8/6/2019 SAN_BAO

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    o crculo do erropor Hell Der (Resignation)Tantas so as vezes em que nossentimos deprimidos, seja porquemotivos forem (perdas, inveja,orgulho, sofrimento, desgostos) e por

    vezes quanto mais pensamos nestesmesmos motivos, menosconseguimos fugir desta angstiadolorosa. Muito mais angustiadosnos sentimos ainda, quando paramospara pensar e olhar para overdadeiro desespero, o daquelaspessoas que o sentemverdadeiramente (no querendo comisto dizer que a nossa maneira de

    sofrer no seja verdadeira) devido fome, seca, guerra, etc O que seriade ns, pessoas do primeiro mundo,se nos acontecesse o que aconteceem Angola, Moambique e atmesmo em Timor? Ambos ossentimentos so sentidos comsofrimento mas de maneirasdiferentes, uns mais do que outros.Por exemplo, o desgosto de terminaruma relao com a namorada,comparado com um lar destrudo ouuma famlia separada por inundaesou guerras. Este exemplo dorompimento com a namorada podeparecer estpido, cruel e frio, mas uma situao em que as pessoaspensam que a vida termina j ali.Para qu construir um muro delamentaes em volta da situaopara depois no conseguir fugir doprprio obstculo que foi criado? Hque continuar a viver a vida (o restoque falta). As pessoas tm que ter anoo do que a vida significa e tentarser feliz mesmo, depois dorompimento. Talvez esteja a serpessimista e mariquinhas com estecomentrio mas o que estou asentir neste momento. E sepensarmos bem no nenhuma

    pieguice ou mariquice mas sim arealidade nua e crua. Muitas sotambm as vezes em que queremosestar sozinhos e distantes,

    suprimindo tudo etodos. Mas no fundo

    no conforto que queremos?! Equantas vezes nos vm ajudar emque no medimos a consequncias esomos cruis repelindo essasmesmas ajudas? O que fazer com

    este impasse? Ser orgulho que nosleva a no pedir ajuda? Ou sermesmo ter medo e receio de sermosconfrontados com a verdade? Oumedo de comentar os nossospensamentos e sofrimentos comalgum com medo do que essaspessoas podero vir a pensar dens? Talvez o conforto tenha de virde ns prprios em vez de

    esperarmos que nos venham apoiare dar uma mo amiga. detestvelcriar expectativas e sofrer com elas(o que frustrante), criando iluses edesiluses. Tudo isto porqueesperamos e exigimos bastante daspessoas, querendo tudo e todos nummundo de invejas. Mas o que euacho que est na altura de mataro tempo, pensar em ns prprios eviver a vida independentemente doque os outros possam pensar eachar ser melhor. Acima de tudointeligncia e saber criar o melhorpara ns. E no nos alimentem ocrebro com merdas. Depois destepequeno texto (que poderia prolongarmais) criei este pequeno crculo:

    amor

    medo

    dioorgulho

    arrependimento

    Chamei a este crculoo crculo do erro. arCrculo do erroporquepor maisatitudesque possamoster vai tudodar a estecrculo. Tudocomea, acaba ese inicia na base do erro, podendoexcluir fases. Pensem!!! Insiram uma

    amizade, amor ou at mesmo afamlia e criem este crculo. Ser quevai dar certo? Comigo deu.

    COLUNASCOLUNASCO UN SL A

  • 8/6/2019 SAN_BAO

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    liberdadepor Ricardo Z (Renewal)

    COLUNAS

    Do que adianta realmente gritarmose manifestarmo-nos em prol daliberdade e dos direitos dos outros?Para muitos esta questo poderparecer estpida e at egosta, umavez que poder parecer que no mepreocupo com a situao de certas

    pessoas ou povos. Mas na verdadevejamos o que se passa onde hliberdade e direitos para aspessoas. Devidoa essa liberdade,a grande partedas pessoas temuma vidademasiadamentefcil e depressa

    perdem ointeresse em lutarseja pelo que fore at mesmo dedesenvolver o seupotencial como seres humanos. Oque vemos mais frequentemente soas pessoas a queixarem-se das suasvidas sem aparente razo. Grandeparte das pessoas tem asnecessidades bsicas (comida, casa,etc) satisfeitas e ainda assim noesto contentes. Outros ainda estopiores. O caso das geraes mais

    jovens, das quais fao parte, tem avida to facilitada que tudo serve dedesculpa para dizerem que o mundo injusto. Pode parecer paradoxal,mas assim mesmo. Por estarmosto habituados a este confortoexcessivo e a ter a papinha todafeita, tornamo-nos preguiosos edeixamos de fazer as coisas quetemos e devemos fazer. Deste factoadvm a frustrao e a frustrao, medida que se acumula e cresce, dorigem a uma energia negativa quecircula pelas mentes de 90% dahumanidade. Esta energia negativa a causa do modo como os sereshumanos se tratam entre si e ao

    planeta. Voltando questo dasgeraes mais jovens, vemos, porexemplo, que toda gente se queixadisto e daquilo e que no gostam do

    quefazem(especialmenteda escola). Mais uma vez o problema que nos do muitas chances emuitas oportunidades, o que faz comque nos tornemos moles, indecisos e

    at birrentos por no saber o quefazer, ou por onde optar e o queparecia ser bom torna-se mau. , pois

    Quando as pessoas stm uma escolha, no adeixam escapar, poissabem que outrahiptese pode demorare at nem aparecer denovo. Daqui nascem

    algumas questes naminha mente: at queponto as pessoasconseguiriam ser livres?

    At que ponto saberiamusar essa liberdade? Conseguiriamas pessoas aproveitar essa liberdadesem nenhum estmulo externo oupresso por parte de outrm, outornar-se-iam apenas escravas dodia-a-dia e deixariam tudo passar aseu lado por nada terem de fazer?No acredito em sociedadesperfeitas. Acho que certas coisas tmde ser como so para que haja ummotivo de viver. Se no seria tudocomo no cu e no necessitvamosde vir c abaixo. Afinal nada havia denovo para aprender, nem desafiospara nos melhorar-mos. Tudo o quetemos de fazer para ter comida, casae ainda algum dinheiro, ir a umasquantas aulas por semana e ajudar aarrumar a casa. Quantas pessoas nomundo no dariam tudo para estar nanossa situao? Alm de termos tudoisto(comida, casa) ainda temos aoportunidade de aprender e tirarpartido da vida. Contudo esta nossa

    naturezapraguejadora no

    o permite. Em vezde sorrirmos e aproveitarmos aomximo essas oportunidades,deixamo-las passar ao lado enquanto

    eu, o pastel e o bernardcore 98

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    vamos arranjando desculpas. Nuncachegamos a descobrir o nossopotencial de reaco, de reagirquando algo parece correr mal.Deixamo-nos apenas estarconfortavelmente sentados, enquantodizemos mal do sistema e dos

    polticos que nada fazem para ajudaros que necessitam. Mas ns, almde no os ajudarmos, como segozssemos com eles. como seolhssemos para eles edissssemos: eu tenho tudo e tu tensnada, ainda assim eu deito tudo foraenquanto tu davas tudo para ter umtero do que eu tenho. No sertambm um crime no aproveitar

    essa ddiva da vida? Enquantoesperamos que os polticos faamalgo para melhorar, os minutospassam e em vez de os agarrarmoscom todas as nossas energias etirarmos proveito deles, limitamo-nosa rejeit-los e troc-los por coisasinteis que nada nos traro de jeito.

    Ainda um esforo para mim;especialmente nas aulas de Filosofia,custa-me estar com ateno e tenhoa tendncia para ficar molengo. Masno pode ser. Enquanto esse tempoest a passar, h algum que nemtem o que comer, e eu estou adesperdiar um potencial to grande.O potencial de aprender, decompreender a vida humana, aminha Vida. Por favor, acordem,puxem por vocs mesmos. Puxempelos que esto vossa volta. Noprecisamos de estar espera demilagres. Se sabemos que h coisaspara fazer, vamos faz-las.Explorem-se, testem-se. De outromodo somos apenas uns fantochescomandados por pessoas que nemelas ainda se aperceberam da suatristeza.

    As mentiras sempre foram, e so,teis. Sempre serviram para termosum maior, embora que relativo,domnio sobre a realidade, para nos

    dar um maiorcontrolosobre todas z

    mentirapor Ricardo (Renewal/Sanissi)

    as situaes em que julgamos seremnecessrias, situaes que ouporque parecem fugir do nossocontrolo ou porque julgamos que ao

    ir omitindo, ou ao ir mentindo, vamossuavizar( aquilo que uma verdade iriaapenas piorar mais a situao) vo-se tornando cada vez maisinsustentveis. Mas porque escondero que quer que seja? Falando de umcaso prximo, e que me levou aescrever este texto, este tipo decomportamento s leva ao desgastedas relaes entre as pessoas. A

    pessoa em questo, apesar dadesconfiana dos pais, continuava afumar droga e sempre queconfrontada, negava faz-lo. claroque quando finalmente os paisdescobriram, a tragdia foi muitomaior do que teria sido se o filhotivesse tomado a deciso de contar

    COLUNAS

    desde logo aos pais. Muitas vezes osproblemas so criados mais pela suaomisso do que propriamente pelasua descoberta. Muitas vezes atno queremos fazer certas cenas aque somos forados por no termosa coragem de ser sinceros e cortarcom essa fora que nos pressiona.Falar abertamente sobre problemas

    com as pessoas directamenteenvolvidas muito mais saudvel doque arrast-los at ao infinito, atporque parece que o infinito muito

    rui,ric

    ard

    o2

    000

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    menos infinito do que julgamos.Quem fala de problemas com droga,fala tambm de outro tipo qualquerde problemas onde a sinceridade e aresponsabilizao pessoal por aquiloque se faz, de longe essencial paraque esse problema, se chegar a

    existir, seja muito mais facilmenteultrapassvel. A mentira a antteseda responsabilizao pelos nossosactos. tambm a anttese da nossavontade, obriga-nos a viv-laescondidos. Como que queremostambm que as pessoas percebam oque queremos se vamos continuar aviver escondidos? Esconder averdade no nos vai libertar, no nos

    vai tornar melhores, por vezespoupa-nos muitas discusses verdade mas no nos vai fazer sentirmelhor do que se abrirmos o jogo. Sehouver um confronto maisprovvel que haja um comeo demudana de mentalidades e umaresoluo muito mais fcil doproblema, do que se cada pessoacontinuar com a mesma opiniosobre o mesmo assunto. Ho-desempre haver barreiras entrepessoas enquanto as pessoascontinuarem a fazer os mesmoserros e a julgarem que no vale apena serem sinceras. A verdade doimas liberta!

    H uns 2000 anos, vagueava peloOriente Mdio, um homem invulgar,

    hojepor Miguel Alves

    COLUNAS

    pede o po para hoje.No existe uma queixa

    que pela suahumildade,amor e

    inteligncia, mudou o mundo.Chamavam-lhe Jesus de Nazar.

    Ainda hoje as suas palavrasmerecem a nossa reflexo eadmirao. Uma das suas frases,que mais me tocou, foi aquela que utilizada pelos Cristos numa orao,

    em que se diz: o po nosso de cadadia nos dai hoje. esta ltimapalavra que valoriza de grande formaesta frase. Repara que apenas se

    sobre o po quecomemos ontem, nem se demonstrapreocupao sobre o po de amanh.Pode aplicar-se este concelho a umaescala bem maior: toda a nossa

    vivncia. De que nos valeangustiarmo-nos com o que fizemos(ou no fizemos) ontem? E de quenos vale inquietarmo-nos com ofuturo? O po de hoje o nico quepodemoscomer.Todos nsvivemos noponto de

    unio deduaseternidades:o vastopassado quese estinguiuparasempre, e oinfinito futuroqueeternamentese aproxima. impossivel viver, um segundo queseja, numa ou noutra dessaseternidades. importante esteconcelho? Para mim foi. Carregar ofardo de amanh, mais o fardo deontem, acrescentados ao fardo dehoje, faz o mais forte vacilar, perderenergia, desgastar-se. Temos sim deencontrar a nossa inteligncia, onosso entusiasmo, o nossoempenho, todo o nosso ser, no queestamos a fazer hoje, agora, deforma a que o que fazemos seja omais belo possvel. E esta a melhorforma de preparar o futuro. StephenLeacock escreveu certa vez: Como estranha a pequena procisso davida! O garoto diz: Quando eu forcrescido.... O rapazinho declara:

    Quando eu for homem.... E aochegar a adulto afirma: Quando eume casar.... Depois a frase muda:Quando eu me reformar.... E

    miguel 99

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    quando a reforma chega, ele olhapara o caminho percorrido. Um ventoglido parece percorrer essecaminho e de certo modo ele tudoperdeu e a vida j se foi. A vida aprendemos muito tarde est emse viver plenamente cada dia e cada

    hora.Li, j no sei onde, umpensamento em que se lia mais oumenos isto: Cada dia constitui umavida nova para o homem que sabeviver.De facto, assim . desperdiar o nosso ser, senegligenciarmos o presente eestivermos espera de diasvindouros melhores. desperdiar onosso ser, amargurarmos o presente

    lamentando situaes passadas. Oque interessa tirarmos proveito dodia. Os Romanos tinham uma frasepara isto: Carpe Diem, ou agarra odia. Sim, agarra o dia o mais quepuderes. Quando que vais comeara fazer, amanh, para a semana, ou

    j hoje?

    pensam muito sobre o assunto. Mal sesai de casa e nos jardins, que viso! Aquantidade e diversidade de Vida;insectos, plantas, enfim, mil e uma corese sons que no acabam. E tudo isto nospassa ao lado. Tudo isto desaparece

    donossomundoporqueestamostoafastados densmesmos. To afastados da nossaorigem, agarrados eterna mentira quens mesmos fizemos ao fugirmos danatureza e pensarmos que ao nosprotejermos dela estamos a serinteligentes. Todos vem, s algunsreparam! Assim , basta que calemosum pouco a nossa mente e que nosentreguemos ao mundo, ao momento, aoinsignificante, e toda essa belezapenetrar por ns a dentro. Quempoderia resistir ao paladar de apreciarum campo todo floreado, ou de ver umsimples ribeiro correr enquanto umanimaleco qualquer l bebia? verdade,no conseguimos aperceber-nos dessaspequenas coisas e por isso fcil ignor-las. Mas uma vez tocados por elas, serdifcil esquec-las. So coisas que nosenchem verdadeiramente o ser e quedificilmente poderemos substituir na

    nossa vivncia. Ouvi certa vez umahistria interessante. Certo dia emGomorra, entrou pela cidade a dentro umhomem que tocava lindamente umaflauta. A melodia era to inspiradora efluda que todo o povo se ps a danar.Ora, havia por ali um surdo, que ao ver oencanto do povo e no conseguindoouvir a melodia, ficou muito admirado,pois no compreendia qual a razo de

    toda aquela alegria. Quis ento que opovo deixasse de se divertir. O homemsurdo somos ns. A melodia anda pora, ns que no a conseguimos ouvir.

    Todos vem......s alguns reparam!

    As aves so, para mim, uma das maismaravilhosas vises que se pode ter aosair de casa. Toda a graciosidade eelegncia com que voam so uma belarepresentao da grandeza do senhorque as fez assim, como a tantas outrascoisas, simples, humildes, transparentes,lindas. Os milagres esto por todo olado. s espreitar e l esto eles.Basta acordar e logo se ouve o cantar dapassarada, que no perdem tempo nem

    arranjamdesculpaspara adiar. assim asuanatureza,

    apenasfazem o quetm a fazere no

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    CARTASOBRE A QUALIDADE

    URGENTEDE VIDA

    O que a qualidade de vida? O quequeremos e o que buscamos? Como

    coalesce 97

    e qual ser a resposta snecessidades autnticas e

    profundas da nossacondio? Porque

    razo a luta pela sobrevivnciamata no homem a condio de pessoa? E porque razotambm, ultrapassada a meta da sobrevivncia, camosna angstia da avidez? Porqu o Amor, a Alegria, aAmizade, a Beleza, sendo inerentes a todo o homem, soto difceis de praticar?S pode falar das coisas quem as experimentou,amando-as e sofrendo-as. O resto so meras imagensque a memria e a educao nos deram. por isso que,depor sobre a qualidade da vida efectivamente algo dedelicado porque, para uns, essa percepo duma vidamelhor est ligada superao da misria, para outros eliminao da angstia gerada pela abundncia, para

    eu motoqueiro,tom 1994

    outros conquista de novos bens ou poderese, se calhar, para todos, realizao do Amor

    nas suas vidas. talvez tambm por isso quecada homem sofre pelos seus ideais e ficadecepcionado se outros no o acompanhamou no compreendem a sua luta. E o idealistafica to desesperado como o materialista,porque ambos circunscrevem a sua ansiedadea uma meta do futuro, que no sabem qualseja e os impede de perceberem e viverem opresente. Desta confuso e desta tentativafeita por cada homem para encontrar umarazo para a existncia, ou uma razo para am existncia, nasce naturalmente uma

    constante situao de conflito entre o que e o que julga que deveria ser. Odescontentamento do actual cria a alternativa do futuro para onde transferimostodos os desejos duma realizao indefinida, inevitavelmente suposta melhor.

    Acontece assim provavelmente maioria de ns. Poucos, porm, se apercebemdisso porque, ou se agarram com uma falsa alegria aos meios da diverso eatordoamento, ou se absorvem em responsabilidades tidas por importantes, outransferem, para o destino, a sociedade, o emprego, a famlia, os governos, aorigem da mediocridade das suas vidas, e a amargura, a bem consciente, dumaexistncia sempre adiada. Esta a origem do conflito em cada homem: no gostarda forma como est na vida, e desistir todos os dias da sua forma de ser. Est, masno . E como subterfgio ele dir sempre que ainda um diaUm dia que nunca chega, porque, entretanto, ele ser enredado a cada passo pelas

    preocupaes da sobrevivncia e, logo em seguida, ainda sem poder respirar, portoda uma sociedade formada por homens sfregos tambm angustiados queinventam necessidades, prometem sucesso, acenam com a esperana, e vendemdesesperadamente tudo, a troco de dinheiro que ir servir para inventar novasnecessidades e novas esperanas. Assim o homem esvaziado no seu todo. Temde lutar para sobreviver, sem espao para ser. E quando poderia comear a ser,outros graus de sobrevivncia as falsas necessidades o iro consumir no corpoe na alma. a nossa sociedade a sociedade de consumo. De facto, quanto maiso homem consome mais consumido. E no consumido apenas no salrio, pois osalrio consequncia do consumo. Aumentam por reaco, um aps o outro,nunca se bastando. Onde ele consumido na vida. Quando as necessidadesvitais deixam de ser obsessivas, os objectos tomam-no, e dominam-no, e atenopara consigo prprio quase no existe. Quando quer saber de si, no se encontraporque, entretanto, transfere toda a sua energia interior para a busca de sensaese de bens, na trgica esperana de encontrar o que o prprio processo da vida o fezperder o significado da existncia. por isso que na sociedade do nosso tempo,palavras comoprogresso, eficincia, futuro, etc., pouco ou nada dizem a um homemque, desiludido e frustrado, no pode entender o que no lhe qualifica a vida. Tudo

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    lhe parece ento sem sentido. D-se a inverso dos valores. O que bom que fazesquecer; o que mau o que lhe lembra a condio em que vive. Qual ento aqualidade de vida? esta amargura constante em que procuramos sobreviver? oriso forado e provocado pela excitao dos vrios tipos de drogas espectculosgrotescos, livros, msicas alienantes, carros, frias de cansao, competies? terum bom emprego, ou bens ou negcios, que desenvolvem, quase sempre, no aspotencialidades criadoras, mas a avidez, a ambio e a inveja? ter desistido da vida pessoal, em favor do futuro, nos filhos que no ammos osuficiente para que nos negssemos a transmitir-lhes os nossos falsos valores? Sea vida um acontecimento que magoa, empobrece e amedronta, ento algo deveser revisto urgentemente, porque falhmos ao cri-la. E o que deve ser revisto aqualidade da existncia e o seu verdadeiro significado, no para mim, pessoalmente

    j infectado por necessidades falsas, e por isso contrrias vida, nem para o outroque colrica ou tragicamente se agarra esperana do futuro, porque no acreditano presente. Para o homem, na sua universalidade. E porque a qualidade de vidase liga ao seu significado, necessria uma disponibilidade interior, como quempra um pouco, para a descobrir.Sentir a vida no alienar-se dela. tom-la no seu todo, estar desperto parans e para os outros, para os movimentos que se processam dentro e fora da nossainterioridade.Mas para que isto seja possvel, para que a qualidade da vida seja resposta

    prpria vida, imprescindvel que o homem tome conscincia da sua condio,repudiando iluses e criando realidades. E se a luta pela sobrevivncia , emprincpio, a mais tremenda das formas de alienao, porque obceca, fere, etransporta a nossa mente para a incerteza do amanh, no deixando nem espao,nem tempo para sermos, as lutas por outras sobrevivncias em outros graus -sucesso, poder, importncia no so menos alienantes, porque tambm elas,metas falsas sem significado, nos absorvem e distraem da profunda comunicaocom a existncia. No tem lugar o Amor, portanto no tem lugar a vida.

    Agem assim contra o homem, vrias foras que o agrilhoam e o desgastam.Deformam-lhe a mente e os valores, a tal ponto, que o prprio desejo de umaqualidade de vida melhor, acaba por ser povoado pela ambio daquilo que matanele a alegria que tanto procura[...].

    []A confuso, infelizmente, gera-se muitas vezes na ideia de que simplicidadeimplica pobreza, pobreza que empobrece mesmo, porque a insatisfao dasnecessidades vitais a maior afronta condio humana e a denncia irreversvelda falncia do progresso.E porque o homem no faz dos bens que descobre e cria, os meios da sua vida,mas lhes submete a vida e a alma, que eles o absorvem, escravizam e lhe tiram asimplicidade que permitiria o conhecimento de si prprio. Pergunta-se, ento, o que que o progresso adianta para a qualidade da vida humana? Provavelmente nada,pelo menos para a grande maioria marginal; mas a minoria que se aproveita dele,tambm no colheu grandes frutos, a avaliar pela angstia que caracteriza as suasvidas. O que falta, ao progresso ou como lhe queiramos chamar, essa condio

    sega,h

    um

    an

    bean

    s9

    6

    base de servir o homem, em vez deservir os interesses de forasabstractas. Se o progresso for posto aoservio do homem, ento ele no serapenas tcnica, conquista de riquezasmateriais para a satisfao de cientistasou investidores; no ser erigido emmeta da inteligncia, mas tersobretudo a motivao dos homens namelhoria da qualidade da vida. Noservir para alienar o homem, mas parao tornar ligado vida e para simplific-la. O progresso a educao que tornaa mente livre para perceber a diferena

    entre existir e sobreviver; o progresso criao ou renovao de valores quedesmistifiquem as falsas necessidades;

    o progresso a descoberta e construo de sistemas que libertem o homem daangstia do amanh e lhe dem espao e tempo livre, para ser pessoa; o progresso

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    a criao de condies interiores que permitam a percepo do significado da vidae tornem o corao do homem a morada do Amor, da Beleza, e da Alegria.

    Ser este o caminho da qualidade de vida?

    Jlio Roberto

    Pois , espero que este no seja apenas mais um texto de um fanzine que nslemos e depois fechamos na gaveta e talvez nunca mais pensemos sobre o quelemos. Este texto foi aqui posto para ns pensarmos. L e rel para depois poderestirar as tuas prprias concluses. Espero que o convite que o Z me fez de escreverum texto sobre qualquer coisa que eu achasse importante, no tenha sido apenasuma oportunidade desperdiada porque como ns podemos ver, o tempo passa nossa frente e quando pensamos sobre a nossa qualidade de vida , podemoschegar a trgicas concluses. Escolhi este texto porque achei que tinha tudo a vercom aquilo que eu tenho andado a viver e tambm porque ns aprendemos muitocom a experincia e s pode falar das coisas quem as experimentou. Por issovou-vos falar um pouco da minha experincia e do que eu aprendi com ela. Esperoque possa servir de exemplo para algum que possa eventualmente pensar comoeu. De h dois anos para c, mais ou menos, eu fao parte daquilo a que podemos

    chamar a engrenagem, o motor desta sociedade. A partir do momento em quecomecei a trabalhar passei a ser mais uma das peas que faz andar este sistemabem complexo e podre. As coisas at podiam ser bem simples, mas ao fim de umcerto tempo apercebemo-nos de que tudo isto est errado. Tudo comeou quandoum jovem de 20 anos (eu) no acabou o liceu por causa de uma disciplina, que vaise l saber porqu, ele no conseguiu conclu-la. Bem, com isto teve que arranjarum emprego, pois os paizinhos dele no sustentam vagabundos. E assim foi. Porsorte ou por azar, arranjei um emprego numa semana trabalhar como carteiro noscorreios. Pensei fixe, entra-se s 6:00 mas s 12:00 j estou em casa e assimainda tenho muito tempo para fazer o que eu gosto depois! Ainda para mais ganho130 contos por ms, nada mau!. Pois , no incio tudo eram rosas at as coisascomearem a dar para o torto, at comear a perceber, que para fazer parte disto,

    temos de nos sujeitar a umas tantas coisas. Ter de ouvir presses do teu chefe dotipo se voc no faz horas extraordinrias ento o seu contrato no vai serrenovado, ou a empresa precisa de si pois no v que no temos pessoalsuficiente?; chegar a casa e doerem tanto as pernas que s te apetece estarsentado frente da tv sem fazer nenhum; ou andares o resto do dia cheio de sonoporque 6:00 da manh no devia ser hora de acordar para ningum, etc. verdade,estas e outras coisas comearam a ser constantes no meu dia a dia e em vez desair ao meio dia, comecei a sair s 3:00 e 4:00 da tarde, e o tal tempo livre que tinha

    passou a ser preenchido com umas horas dedescanso para poder enfrentar o outro dia.Ou seja, comecei a trabalhar mais porque,uma empresa gigante como so os correios,no mete mais pessoal porque tem quepoupar. assim neste sistema, se umapessoa fizer o trabalho de 2 ou 3, melhor.Mas o que facto que esta mais uma dasrazes que contribuem para ns no termosuma boa qualidade de vida. E nssubmtemos-nos a isto. Porqu? Porquequando nos vimos com dinheiro vamos atrsdas coisas que eles nos oferecem para nosdar conforto e convenincia, com as quaisns achamos que nos satisfazemos. Porexemplo, eu achei que a ganhar tanto podia

    bem dar-me ao luxo de comprar um carro. E no contente com isto ainda fui

    comprar um carro novo. Ou seja, o que eu fiz com isto foi, acorrentar-me ainda maisao sistema prendendo a mim mesmo umas duras e pesadas 60 prestaes de40.000 contos. Assim, mesmo que eu quisesse sair do trabalho no podia poistenho 5 anos de prestaes para pagar. Por isto, vi-me completamente preso aosistema que eu abomino e completamente infeliz, porque andava a fazer aquilo que

    sega 2000

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    eu no quero. E como eu, vive a grande maioria de ns, que ainda faz pior, em vezde comprar 1 carro, compra 2 ou 3, uma casa, uma tv de 200 contos, um telemvel

    de 50 contos, um sof de pele de vaca de 400 c., etc., etc., etc. Isto tudo, porquens cometemos o erro de nos submetermos s coisas fceis, convenientes. scoisas que foram feitas para nos controlarem, aos luxos, s novas invenes quenos mantm ocupados, distrados e contentes. Se ns estamos contentes, porque estamos inconscientes, parte das coisas terrveis que acontecem nossavolta. A realidade deixa de ser a verdadeira REALIDADE. Ns deixamos de ser umaameaa e assim que eles nos querem. A maior parte de ns no est satisfeitocom as nossa vidas e mesmo assim no fazemos nada para as mudar. Temosmedo da realidade e evitamo-la a o todo custo. Estamos a viver em funo datecnologia e do progresso e de tudo aquilo que te torna a tua vida conveniente. Noser que a vida demasiado curta para a passarmos a roer aquilo que nos fazinfelizes? Pois , podemos ver que dias inteiros fechados num escritrio a trabalhar

    para algum que por vezes nem sabemos quem , em troca dum msero ordenado,que at podem ser trs mil contos por ms, pode ser mesmo, o desperdiar de umavida inteira onde nunca vamos estar contentes. Vai sempre existir a insatisfao, vaisempre existir o cansao, a monotonia. Todos os nossos desejos, coisas quegostamos de fazer vamos faz-las nos nossos chamados tempos livres, que nuncachegam, que acabam por ser tempos para recuperar energias para podermos estarfrescos para o dia seguinte. Que perda de tempo! Trs mil contos por ms nopagam o tempo que ns gastamos com o trabalho; no pagam a nossa juventude;no substituem as pessoas de quem gostamos; no fazem de ns pessoas comuma verdadeira qualidade de vida. E tudo aquilo que pensamos que nos satisfaz apenas uma superficialidade. No te deixes enganar! Porque, se tu souberes queaquilo que te prende so coisas que, se tu quiseres, podes bem passar sem elas,podes sim, voltar a ser livre outra vez. Basta quereres! Eu vou acabar o meucontrato dia 18 de junho de 2000. Vou vender o carro e voltar a andar no belotransporte pblico, mas sei que nada me prende para eu fazer o que eu quiser. Vouser livre outra vez. Se tudo correr bem Renewal vai andar em tournee e voucontinuar a tirar o meu curso de fotografia. claro que eu tenho sorte pois h quemno possa dizer no quero mais isto ao seu chefe. Mas, se ns soubermos no quenos estamos a meter nada nos vai fazer ficar presos. S tens de pagar aquilo emque te metes. Eu aprendi que isto foi um erro que eu fiz e espero que no o volte acometer pois eu quero sentir-me livre para sempre. claro tambm que, livre talveznunca venha a ser mas viver assim no quero mais. Porque a vivermos assim, nofim de cada dia temos de fazer uma pergunta a ns mesmos: O QUE QUE RESTADA TUA VIDA? E por isto, eu quero que se lixe o estilo de vida das 9 s 5; que selixe vender a minha alma por um miservel cheque; que se lixe o conceito de fazer

    algum mais rico enquanto deito fora os meus preciosos dias; eu exijo mais daminha vida e deste mundo. J foi dito e volto a dizer: EU RECUSO-ME A SERMAIS UM DOS MORTOS VIVOS!!!!!!!!!

    SEGA RENEWAL/SANNYASIN 2000

    jet li O Jet Li dos meus actores preferidos nos pelo aspecto da porradaria como pelafilosofia marcial que est presente emalguns dos seus filmes. Na Saga OnceUpon a Time in China, representa Wong,Fei-Hong (foto), um artista marcial emdico chins do sec. XIX. Vale mesmo apena ver pelas cenas de porrada. Almdisso, os filmes retratam com algumaveracidade a poca e os respectivosacontecimentos. Um mustpara quemgosta de filmes de artes marciais. A suaestreia em Holywood foi no filmeArmaMortfera 4 e est j a sair o primeiro comoprotagonista principal, intitulado RomeoMust Die.

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    H muito, muito tempo, havia um velho ebondoso homem que vivia junto dagrande muralha da China. Este homem

    tinha apenas duas paixes na sua vida.Uma eracoleccionarlinhagensraras decavalos e aoutra era oseu filho, oqual ele

    amava maisdo qualqueroutra coisana sua vida.O velhohomem e oseu filho,andavam decavalo todos

    os dias e chegavam a viajar grandes

    distncias, para trocar cavalos, conhecernovas pessoas e apreciar a boa fortuna emaravilhas que a vida lhes tinha trazido.Numa manh, um criado deixou a portado estbulo aberta e um dos cavalospreferidos do homem fugiu.Quando os vizinhos ouviram da fuga docavalo, logo se apressaram a reconfortaro velhote, dizendo-lhe como tinham pena

    do azar que se tinha abatido sobre ele.Mas estranhamente, o velho bondosohomem no estava chateado e explicouaos seus vizinhos que perder o cavalono era necessariamente azar. Nohavia maneira alguma de prever que ocavalo iria fugir, apenas aconteceu eagora nada se poderia fazer pararemediar o assunto. No h razo paraestar chateado, disse o homem.Depressa os vizinhos perceberam quenada poderiam fazer para recuperar ocavalo e que no deveriam sentir-setristes pela m sorte do homem.

    UmaDisfarada

    retirado do livro

    BenoThe Mask Of The King

    do Mestre Yang, Jwing-Ming

    Contudo, uma semanamais tarde o cavalo

    apareceu e trouxe com ele umagua. Mas no era uma gua

    qualquer, era uma rara e valiosa guabranca.Quando os vizinhos souberam da boa

    sorte do homem, rapidamente vieramcongratul-lo. Mas como tinha sucedidoanteriormente, o homem no estavademasiadamente excitado com asituao. Como j tinha explicado, noera necessariamente boa sorte o factodo cavalo ter regressado com a guabranca. Apenas aconteceu e no hrazo para estar todo excitado com isso.

    Ainda surpresos com as atitudes dovelho homem, os vizinhos foram-seembora to rpido como tinham vindo.

    Alguns dias depois, enquanto o filho dohomem passeava na gua branca, elaescorregou e caiu-lhe em cima da pernadeixando-o coxo. Mais uma vez, osvizinhos vieram lamentar o azar do filhodo velho homem. Um dos vizinhosaconselhou o homem a vender a gua

    antes que mais algum se aleijasse. Osoutros chegaram a incentiv-lo a vingar-se na gua matando-a. Contudo, o velhohomem no fez nem uma coisa nemoutra. Explicou aos seus vizinhos queno deveriam ter nem pena do seu filhonem raiva da gua. Tinha sidopuramente um acidente que no poderiaser previsto e que nem ele nem os

    vizinhos podiam fazer nada queremediasse o acontecimento. Nestaaltura, osvizinhospensaramque o velhoera malucoe decidiramdeix-lo empaz.Dois anosmais tarde,o pas foiinvadido por

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    um povo inimigo e todos os filhos dosvizinhos foram recrutados para o exrcitoafim de defender o pas dos invasores.Porque era coxo, o filho do bondosohomem no teve de se alistar no exrcitoe no pode participar nas batalhas. Aguerra foi muito m e grande parte dos

    filhos dos vizinhos foram mortos, mas ofilho do velho homem foi poupado, poistinha ficado coxo dois anos antes quandoa gua branca lhe cara em cima.

    Esta histria das minhas preferidas.Aparece aqui separada das outras quepuz na zine, e porqu? Bem, eu j aconhecia h alguns anos e no umaquesto desta ser mais especial paramim que as outras. Acontece que h unstempos atrs escrevi um texto com o

    mesmo nome desta histria, e quegostaria de partilhar contigo que ests aler. Uma vez que dei o nome ao textoinspirado nesta histria, achei oportunop-la aqui junto do texto. C fica ento.

    O nome deste texto roubado a umahistria chinesa que fala de como muitasvezes as coisas que nos acontecem, eque nos desagradam, podem ser issomesmo: Uma Beno Disfarada. Comose diz pelas nossas bandas: h males

    Uma Beno Disfarada

    que vm por bem. Quando geralmentenos acontece algo ou temos de fazeruma coisa que no queremos, o maiscomum queixarmo-nos de como a vidafoi injusta. Nunca damos sequer aodestino uma hiptese e rejeitamos partida essa situao. Nunca tentamos

    encarar as coisas de frente e viv-las deforma aberta e positiva. Pois . Quandono ano passado soube que teria de irpara a tropa quase chorei. Ainda paramais j tinham passado trs anos desdea inspeco e supostamente j no ia.Nem sequer fui ver os editais quando umdia em que almoava descansadinho daminha vida chegou A carta do exrcito.

    A terrvel carta. Bem, parece que tinhafaltado incorporao e tinha de meapresentar o mais rpido possvel noRC3 (Regimento de Cavalaria n3) emEstremoz. Nem sei o que que sepassava na minha cabea. Foi daspiores coisas que me aconteceram. Naaltura andava um bocado deprimido enuma rotina de no fazer nenhum.Quanto menos fazia menos queria fazer,

    e tudo isso adicionado aos pensamentosdas coisas que estava a deixar para trscomeou-me a enterrar num buraco parao qual no via sada aparente. Claro quepensei, e agora tenho de ir para l, eainda vai ser pior e isto e aquilo. Tudoestava a cair em cima de mim ao mesmotempo. Com o passar dos dias e medida em que se aproximava a data de

    ir, comecei a pensar que realmente novalia a pena lutar com a situao e entrarem ondas negativas quando de nadaisso serviria. Era assim que a minha vidatinha de ser, porqu lutar contra acorrente natural das coisas? Ento decidiir viver essa experincia da melhormaneira que pudesse e tirar o maiorpartido da situao, que era o melhorque eu podia fazer. De outro modoseriam seis meses deitados fora. Desdeo primeiro dia da recruta que comecei afazer e tentar aprender as cenas omelhor que conseguisse. No tinha

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    qualquer interesse no que l ensinavama nvel de ideais, mas os exerccios emsi eram interessantes. Depois haviammontes de cenas que se aprendiam eque eu gostava mesmo bastante,relacionadas com cartografia, orientao,azimute magntico, descobrir o olho

    director (coisa que nem sabia daexistncia) e montes de outras coisas. Otempo foi passando e estava sempreansioso de vir ao fim-de-semana. Bem,l se ia estando. Fazia-se o melhor etentava-se aprender algo de til. Duranteo tempo da recruta muito aprendi acercados esquemas de manipulao, da formacomo se conseguem incutir ideais e pr

    pessoas a lutar por eles sem osquestionarem. Tambm aprendi sobremim. Da maneira como reagia ssituaes, de como no era assim topraguejador como pensava. Toda agente levava os dias a dizer que osfurriis embirravam com eles. Estranhoque comigo ningum embirrava. Seria euo melhor de todos? No, simplesmenteno lhes dava razes para embirrarem.Em vez de estar ali revoltado e a querermat-los a todos, no fiz nada disso.Tentei sim conhecer as pessoas como sefossem pessoas normais (e o queverdadeiramente so) c de fora. Eufazia o meu melhor no era por medodeles mas sim por gosto de aprender epor saber que era a melhor coisa quepodia fazer para que isto se tornasse

    numa boa experincia. Depois darecruta, que foi em Beja (RI3), fui paraAbrantes(Ri2) e lsim. Lainda vimelhor quequem seesfora

    pelascenas notem lugarna tropa,pelo

    menos na classe de Praas. Claro queh praas e praas, aqui estou ageneralizar. Trabalhava na Messe deSargentos, a servir mesa. Depois darecruta a relao dos militaresvoluntrios com os obrigados mudatotalmente. J no precisam de exercer asua presso para que ns tenhamosmedo deles e ento do-se mesmo bemconnosco. A maior parte dos furriis sopessoas tipo eu entre os 19/23 anos e aminha relao com eles era excelente.

    Todos os dias sabia o que tinha parafazer e nunca me baldei s cenas. Opessoal todo dizia, caga nisso, vamosat ao bar. At ao bar fazer o qu? Notenho hbito de fazer nada do que secostuma fazer num bar e como tal, nessaaltura ou ficava a ver televiso ou liaqualquer coisa. Outras vezes, eu estavaa fazer salada ou a limpar a loia e o

    pessoal dizia do gnero, no limpes issoto bem. Isso para os sargentoscomerem por isso caga. O que meinteressa a mim quem que vai alicomer? Quero sim fazer as cenas bem

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    feitas. Claro que esta mentalidadeinerente a noventa por cento das praasde no fazer as cenas bem porque sosargentos ou oficiais que vo usufruirdisso, no passa de um simplescomplexo de inferioridade e da viso quetemos de que se no tivermos nada em

    troca ento no vale a pena fazer. Eusinto-me bemde fazer ascoisas e noespero nadaem troca.Depois aspessoasdiziam, segue

    os exemplosdossuperiores. Vl se elesfazem algumacoisa! Eles

    esto sempre na balda. Mas isso poucome interessava. Eu seguia o que achavabem. Eu no quero seguir mausexemplos, quanto muito quero criar bons.

    Alm disso, enquanto estava ocupado, otempo passava que era obra. Nem davapor ele e depressa era o fim-de-semana.Depois l ia de novo, o Domingo tardeera sempre atrofiante com o pensamentode, amanh j tenho que voltar para l.Eu dei-me bem com quase toda a gentena tropa quer sargentos, praas ouoficiais. Aquela viso de que as pessoas

    so umas bestas e que toda a gente tratada como nmeros completamentefalsa. Claro que muitas coisas me faziamconfuso, havia pessoal que tinha filhosde pouca idade e estava a seiscentoskms de casa e pouco esforo havia (pelomenos que eu visse) de por estaspessoas numa unidade mais perto dassuas habitaes. Mas no geral, aspessoas eram abertas, conversadoras etentavam sempre animar o pessoal efazer com que a vida ali dentro fosse omais agradvel possvel. Se calhar tivesorte com o comandante e o segundo

    comandante de unidade em que estive.Eram pessoas excelentes e que seesforavam mesmo no dia-a-dia paraque tudo estivesse nos conformes.Especialmente o 2 comandante andavatodos os dias dum lado para o outro averificar e a orientar as cenas, e dava-

    nos sempre umas palavritas. Todas estasexperincias do dia-a-dia foram bastanteenriquecedoras. Passei momentosmesmo fixes, e outros no toagradveis. Passei muito tempo sozinhoa pensar nas cenas da vida, a ver asestrelas noite, a dar de comer aoganso, aos cisnes e aos gatos que lhaviam. Conheci pessoas que nada

    tinham a ver comigo, de outras terras, deoutros costumes mas encaixei e vivi comeles. s vezes l fazamos porcaria nacamarata, guerras de almofadas ecolches, mas sobretudo gostavamesmo de saber sobre as vidas destepessoal. Muitos j trabalhavam desde osdoze anos, outros estavam casados etrabalhavam por conta prpria, enfim,tanta forma de vida diferente e tanto para

    aprender com estas pessoas. Houvetambm outro assunto que me fez teruma tropa ainda mais cheia de coisasboas. A natao. J andava na nataodesde puto e ainda sabia dar umasbraadas. Como tal, fui seleccionadopara a equipa do exrcito e andei porvrios quartis em competies.Resultado, mais stios visitados, mais

    pessoas conhecidas, mais experinciasunbroken 95

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    e horizontes alargados. Todas estascoisas contriburam fortemente para mesentir bem comigo mesmo e dar um bomcontributo ao meu trabalho. O melhordisto tudo, e que s fui reparando aolongo dos meses, que isto me quebroua rotina em que eu estava embebido,

    adormecido a deixar passar a minha vidae a negligenciar os meus sonhos. Apouco e pouco fui aproveitando melhoros momentos e a ter um novo nimo comas coisas que sempre gostei mas quetinha deixado um pouco para trs sabe-

    renewal 2000

    se l porqu. Foi como que uma estalada que levei (e bem precisei de a levar) parame dizer, eh, acorda, vez ali fora o carro cada vez mais longe? a tua vida! Estna altura de correres atrs dele. Hoje dou graas por ter ido tropa, e sei que teria

    dado logo no incio se no fosse a minha falta de f na Natureza. No pela tropa emsi, mas pela experincia que sem dvida foi das melhores coisas que meaconteceram. Espero no futuro ter uma atitude diferente perante as situaes queme apaream frente, pois elas esto l com um propsito e fazem parte do planoque o Amigo desenhou para mim. No quero mais rejeitar experincias. Quero viv-las abertamente. Quero-me encher de vida. Muitas vezes as experincias so boasou ms consoante a forma como mergulhamos nelas. Se partida j formos comuma atitude negativa e derrotista, ento pouco poderemos tirar de l. A tropa paramim, foi de certeza uma beno disfarada.

    SAN BAOSAN BAOSAN BAO

    SAN BAO

    Z (Renewal)

    judge89

    Que pena que tenho de no ter umas fotozitas datropa para pr aqui. Alm disto ficar mais animado,sem ser sempre fotos de bandas ou outras cenas,serviria para me rir que nem um urso pala dasfiguras que por l se faziam. O pessoal a marcharou a tirar fotografias com cara de mau e de G3 empunho. Nem acredito que desperdicei to fantstica

    oportunidade de tirar fotos ridculas. Na altura emque l estive no pensei que poderia vir a querer terumas fotografias de recordao e nunca cheguei atirar. Pensava eu: fotos da tropa!?!? Pra qu?!Bem, agora j no h nada a fazer. Lembrem-se,mesmo que na altura no faa grande sentido,aproveitem e divirtam-se com o que estiverem afazer.

    LX 2000

    LX 2000LX 2000LX 2000

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    Physeter macrocephalus

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    Patience! For the Jedi

    it is time to eat as well!

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    Sugestes:

    Nota:

    Mais uma receita daquelas que s se faz porestar sozinho em casa. verdade, muitasvezes, quando estou sozinho, que me dpara fazer comida e experimentar umasmisturadas. Desta vez foi isto que saiu edevo confesar que da primeira vez que fiz,foi a melhor. J voltei a fazer e no conseguidar o toque. Bem, experimentem vocs.

    Seitan com brculos malficos mestre Yodae cogumelos diablicos

    Ingredientes:

    Preparao:

    Seitan, cogumelos sem ser de lata, brculos,azeite, alho ou alho francs, sal, sumo de limo.

    Corta o seitan aos cubos pequenos e tempera-ocom sal e sumo de limo. Coze os brculos novapor (ou em gua se no fores um jedigenuno). Num tacheco deita um pouco deazeite e o alho picado ou o alho francs cortadoem pequenas tiras; deixa em lume brando at oazeite estar quentinho. Deita l para dentro oscogumelos laminados e tapa deixando estufarum pouco. Ainda antes dos cogumelos estaremtotalmente prontos junta o seitan e escorre bemo sumo de limo para dentro do tacho. Volta atapar e espera mais um pouco. Entretanto, cortaos brculos (j cozidos) em pequenos pedaose junta ao seitan no tacho. Apaga o lume, tapa otacho e deixa ficar um pouco a apurar.

    Arroz branco cai aqui bem que nem ganso. Paraficar ainda melhor, coze um nabo e come

    juntamente com o resto. Se no gostas dearroz, das duas uma: ou tens uma falta deandamento incrvel ou pior ainda, deves ser do

    Rpe. Nesse caso come com esparguete oubatatas fritas. O mestre Yoda costuma comeristo com umas raizes esquisitas mistura masnem por isso acho grande piada. Bem, mas ficaao teu critrio experimentar. S criativo.

    Bem, se tiveres a minha outra zine, ForaSuprema, j deves saber o que vou aquiescrever. Em relao quantidade dos

    ingredientes, tu que deves ver mais oumenos. Eu costumo por partes iguais debrculos, seitan e cogumelos. Depois verquantas pessoas que vo comer e fazercomida que chegue para todos.

    Bem, estou com aquela irritaoque me acontece vrias vezes.No bem irritao, maisdesespero. Estou neste preciso

    momento a imaginar o que quepoderia meter neste espao ondeests a ler. que eu no soucromo dos computadores e aindamenos de design. J enfiei a emcima a foto do Yoda com o Lukemas eu no queria por mais fotos.Bem, tambm as fotos c porcasa parece que levaram um fimqualquer. Tinha 8000 toneladas

    cbicas de fotos do mais variadopessoal, e agora no sei delas.No sei se j repararam mas amoldura que envolve as fotos dazine, sempre a mesma. comovos digo, at sei umas maneirasde fazer molduras, mas digam lse no foi mais fcil mandar oripfe Out Of Step. Foi sdigitalizar uma das fotos que o

    mano l tinha, dar uns toques etem-se uma moldura para meterna zine. Bem, vou ver se estetexto j enche o espao...

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    Aikido, ou a Via da Energia

    Harmoniosa um estilomarcial japons criadopelo Mestre MoriheiHueshiba (1883-1969) durante a primeira metade do sc. XX. Basicamente, o Aikidofoi desenvolvido a partir da combinao de tcnicas de estilos j existentes como oJujitsu e o Kenjutsu. Contudo, algumas das tcnicas resultaram da modificao einovao do Mestre Hueshiba. Ao nvel fsico e tcnico, o Aikido especialista emderrubes e chaves tentando usar a prpria energia do adversrio como meio para ocontrolar. um estilo bastante dinmico, circular e suave. A um nvel mais interior,espiritual, religioso (como lhe queiram chamar), o Aikido d grande enfase cultivao pessoal. O Mestre Hueshiba era devoto duma religio japonesa chamada

    Omotokyo, que tinha como um dos seus objectivos a unificao da humanidadenaquilo a que chamavam o Reino Celestial na Terra. Contudo, o seu criador estavapara alm de fronteiras e como tal no especificou que o Aikido deveria seguir umafilosofia rgida. Assim sendo, muitas so as interpretaes e manifestaes do

    Aikido, tendo quase todas elas uma orientao para a iluminao pessoal. Das

    ChangquanPunho Longo

    Aikido

    Shaolin

    ricardo

    2000

    shaolin

    punho

    longo

    O Punho Longo (Changquan) um estilo externode artes marciais chinesas. A sua histria ainda

    um pouco curta tendo sido criado j no sc. XX. Contudo, assuas raizes remontam aos estilos marciais tradicionais, descendentes dalinhagem de Shaolin. O Punho Longo foi desenvolvido no Instituto Central deGuoshu de Nanjing (I.C.G.N., formado por Chiang Kai-Sheck em 1928), econtm influncias de vrios estilos e divises, incluindo entre outras, adiviso da Natureza do Shaolin do Norte, o Baguazhang, a diviso Tan Tui e adiviso da Lana Li Far. Estes estilos foram trazidos para o I.C.G.N. peloscinco mestres, Gu Zou-Chang, Won Lai-Shen, Fu Chan-Song, Wong Shao-

    Chou e Li Shan-Wu que ficaram conhecidos como os Cinco Tigres do Norte. umestilo caracterstico do norte em que predominam as tcnicas de pernas e a longadistncia de combate. Apesar destas caractersticas, este estilo d alguma nfase atcnicas de luta de curta distncia, como sejam os Qin Na (chaves) e Shuai Jiao(luta livre) e em muitas aplicaes das suas sequncias aparecerem tcnicas dasreferidas categorias de combate. Em termos de gerao de potncia, um estiloexterno, usando a fora muscular como principal suporte da mesma (potncia).Desta forma o treino fsico a componente mais importante do lado marcial. Como

    em quase todos os estilos de artes marciais, no Punho Longo, existem algumasposies bsicas a partir das quais se constroem formas que quando combinadasoriginam tcnicas. Por sua vez as tcnicasagrupam-se naquilo a que se chamamsequncias que permitem, alm de transmitir,treinar, interiorizar e perservar as caractersticasmais essenciais do estilo, ensinar ao praticanteos princpios gerais de ataque e defesa quepoder aplicar a partir do treino das aplicaesmarciais das tcnicas. As sequncias de punholongo so treinadas com velocidade e com

    manifestao de fora. O Punho Longo, treinasequncias de Mos Livres e vrias armas comopor exemplo o Sabre, Basto, Lana e Espada.Em termos filosficos, o Punho Longo umatpica Arte Marcial chinesa, enraizada na culturatradicional de cultivao pessoal influenciadafortemente pelo budismo, daoismo econfucionismo.

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    Bem, o Taijiquan , dentro do que eu to

    muitas frases que li, aqui ficam as que mais gostei: O Aikido no uma forma decombater ou derrotar inimigos; sim, uma forma para reconciliar o mundo e fazerde todos os seres humanos uma grande famlia. A essncia do Aikido acultivao do Ki (energia universal). O segredo do Aikido tornarmo-nos unos como universo. Hoje em dia, existem diversos estilos de Aikido, mantendo, no entanto,

    mestrehueshiba

    cada um deles a fundao filosfica inicial e nofuncionando como entidades separadas. Apenasaconteceu que, como em qualquer arte, as natureza dascoisas impermanente e diferentes professores deramnfase a diferentes aspectos da arte consoante a suaprpria viso da vida. Que fique acente, que no pratico

    Aikido nem tenho conhecimentos nenhuns deste estilo.O que aqui escrevi foi inspirado no que li na net epretende apenas divulgar um estilo marcial pelo qualtenho alguma admirao. Se houver algum erro ou minterpretao, por favor digam-me.

    Taijiquanconheo, uma das artes mais profundas que existe.Para falar sobre o Taijiquan, daquilo que se pode e ao

    compreender e da transformao que possamos sentir atravs da sua prtica,teriamos de escrever um testamento que seria mais um gnero de testemunho devida do que propriamente um texto informativo ou explicativo. Alm disso, o que soas palavras seno puras limitaes e por vezes distores do verdadeirosentimento?! Apenas poderemos, atravs delas, dar umas dicas e uma pequenaamostra do que sentimos. Lao Zi disse uma vez: Se pensas que podes falar sobreo que o Dao, claro para mim que no percebes a ponta de um charuto do queests a falar. A partir do momento que falamos e damos nomes j estamos aadulterar a verdadeira realidade. Por isso, falar de Taijiquan e pensar que estamosrealmente a focar o essencial, revela tambm uma certa ignorncia sobre o assunto.Enfim, no espero ser perfeito e apenas quero divertir-me e partilhar convosco umpedacinho desta prola. Sou ignorante por isso? Que seja, at que eventualmente(ou no, nem me interessa) se faa silncio dentro de mim e apenas queira estarcalmamente a apreciar o sentimento. Por agora quero partilhar na esperana quetambm vocs possam um dia achar uma prola (seja Taijiquan, pintura, msica,fotografia, matemtica, etc...). Bem, acho que j perceberam, queria apenas falarum pouco da histria do Taijiquan, e deixei-me completamente merc do

    sentimento que ia c dentro. Que bem que sabe, sentir isso e deix-lo fluir para fora.Nem se d por nada e o tempo passa a voar. Milagre!!! Bem, tenho de voltar!Vamos l ao Taijiquan. H vrias verses sobre o aparecimento deste estilo. A maisaceite a que atribui a sua criao a Zhang San-Feng, um Daoista da montanha deWudang dos finais da dinastia Song (960-1278 D.C.). Certo dia, enquanto San-Fengcaminhava calmamente pela floresta, ter visto uma pega lutar com uma serpente.Diz-se que da observao dos movimentos destes dois animais, ter tido como queuma espcie de inspirao. Aps ponderar sobre o assunto, criou o Taijiquan.Outros registos contam que foi num sonho, que San-Feng recebeu o ensinamentodas artes marciais dum imperador, e ao amanhecer derrotou mil inimigos. A filosofiado Taijiquan est profundamente enraizada no daoismo, tendo como fundao

    terica a teoria de Taiji existente h j vinte e quatro sculos aquando da criaodesta arte marcial. Muito basicamente, a teoria de Taiji diz que no nicio nada havia.O universo estava num estado neutro chamado Wuji, at que uma fora naturalcriou a polaridade, os extremos Yin e Yang. Dos opostos Yin e Yang derivaram-seas quatro fases e por sua vez, das quatro fases derivaram-se os oito trigramas, e

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    depois os sessenta e quatro hexagramas e por a adiante. Ento, a partir dainteraco destes dois polos, e de todas as fases derivadas, tudo foi criado e a vidaapareceu. Os chineses chamaram a esta fora natural que causou a diviso, Taijiouo Grande Ultimato (Grande Diviso). Taijiquan, muitas vezes traduzido como, de

    mestreyanglu-chan Punho (significando estilo) do Grande Ultimato. Enquanto arte

    marcial, o Taijiquan criou as suas tcnicas baseadas nos oitotrigramas (Bagua) e nos cinco elementos para criar aquilo que conhecido pelas treze posturas. As treze posturas representamas oito direces de movimento e os cinco passos estratgicos.Cada direco tem como representante um trigrama, conferindoeste uma natureza mais Yin/Yang (consoante o trigrama) tcnica que lhe associada. Os cinco passos (frente, trs,direita, esquerda, centro) esto tambm associados aos cincoelementos (metal, madeira, fogo, gua, terra). O Taijiquan especialista em curta e mdia distncia, e usa (como quasetodos os estilos chineses) quatro categorias de combate, o

    chutar, socar, chaves e luta livre. A potncia, ao contrrio de tentar contrariar ouparar o ataque do adversrio, mais circular e prentende guiar ou desviar

    suavemente a potncia do outro, usando um mnimo esforo do defensor. O quediferenciou bastante o Taijiquan dos outros estilos foi que ao contrrio de treinar ocorpo com pesados exerccios fsicos, o Taijiquan praticado lentamente e orelaxamento o principal factor. A cultivao do Qi (energia universal) internamente,era mais importante do que desenvolver demasiadamente o corpo muscular. Depoisde Zhang San-Feng, a histria mais relevante do Taijiquan remonta aos finais dosc. XVI e estende-se at aos nossos dias. Na aldeia da famlia Chen, provncia deHenan, foi criado o estilo Chen praticado por mais de dezoito geraes e ainda hojeexistente. Foi tambm na mesma aldeia que Yang Lu-Chan aprendeu o estilo Chendurante o incio do sc. XIX. Mais tarde, Yang Lu-Chan faria modificaes no estiloChen e daria origem ao estilo Yang, tambm este ainda hoje praticado. Diz-se que

    Yang Lu-Chan era um hbil lutador, nunca tendo sido vencido, recebendo assim aalcunha de Yang o invencvel. Dizem tambm que ele e os seus filhos eram deestatura fsica bastante modesta, mas que ainda assim projectavam os seusadversrios vrios metros para trs com movimentos quase imperceptveis. Hoje emdia existem vrios estilos de Taijiquan, na sua maiora derivados do estilo Chen ouYang. Contudo, o treino marcial do Taijiquan comeou a ser ignorado, pois cada vezmais pessoas o procuravam apenas pelos benefcios na sade. Assim sendo, osestilos apenas so treinados como um exerccio de relaxamento e para a sade,tendo sido simplificados. muito comum falares de aplicaes marciais deTaijiquan, e as pessoas ficarem muito admiradas. Hoje, a ideia existente que oTaijiquan uma espcie de meditao dinmica, ou ginstica espiritual. Os

    praticantes, e at muitos professores, no sabem que de facto treinam uma arte deguerra. Apesar de continuar a ser benfico aospraticantes, aqueles que esto interessados no ladoartstico do Taijiquan deveriam treinar as aplicaes, pois opropsito de cada movimento a aplicao marcial, e semesse conhecimento, perde-se a raiz da tcnica,comprometendo assim a essncia da Arte.

    Pinyin o sistema mais usual e actualizado de romanizao de termoschineses. Foi este sistema que utilizei nestes textos. Alguns exemplos:Nome em Pinyin: Tambm escrito como: Pronncia:

    Qi Chi chiChangquan Chang Chuan chang chuenTaijiquan Tai Chi Chuan tai dji chuen

    Lao Zi Lao Tse lao tzDao Tao dao

    Wudang Wu Tang wu dangQin Na Chin Na chin n

    Pinyinnota:

    zhan

    gsan-fen

    g

  • 8/6/2019 SAN_BAO

    32/35

    Do it Yourself!Certo dia, enquanto falava com uma colega minha, ela disse-meque no jornal da escola tinham publicado um poema seu e queestava bastante contente, pois editar um livro estaria fora dequesto. Disse-lhe ento que concordava com ela. Editar um livro,ou melhor, arranjar uma editora que o fizesse no seria fcil.Contudo, nada a impedia de se agarrar ao computador, escreveros seus textos e fazer uma fanzine. Todos podemos criar algo.Todos temos algo a dizer. No entanto, parece que quase ningumse exprime seja de que forma for. Acho mesmo importante esteconceito de sermos ns mesmos a fazer as coisas. Ao fazermosas coisas estamos no s a desenvolver a nossa criatividadecomo tambm aprenderemos muito mais do que se comprarmosprodutos j feitos, ou se algum os fizer por ns. Quer seja umazine, um mvel para o teu quarto, um windlass* para treinares ouqualquer outro produto, mete mos obra. Apaga a televiso edeixa sair o que est l dentro. Em vez de ficares todo ressacadodepois de mais uma tarde a jogar Playstation, pega numasmadeiras velhas e faz aquela estante que precisas para por asrevistas. Da prxima vez que fizeres um cozinhado, no uses

    feijes de lata. Vai praa e aprende a reconhecer os alimentos ea prepar-los desde o incio. Vais ver que o tempo parece passarmuito mais rpido e no fim sabe mesmo bem. Quanto mais tempopassamos a construir algo, mais tempo parece ficar livre. um pouco paradoxal mas sinto isto. Pareceque aproveitando melhor o tempo a fazer algo, o tempo livre mais gostoso. No quero com isto dizerque deveramos voltar pr-histria e no usar nada do mundo moderno, mas sinto-me um pouco tristequando vejo que estamos a perder o gosto por fazer algo e pr o nosso toque especial nas coisas, medida que tudo aparece j feito nos supermercados. Perdemos o contacto com a origem das coisas,com a essncia daquilo que consumimos e estamos dependentes dos outros. Penso que deveriamosarranjar um equilbrio. Deveriamos aproveitar da melhor forma o que o progresso nos d mas tentarmanter um pouco das nossas raizes. Vejo muitas artes que esto a morrer. J ningum sabe cultivar umpedao de terra, ou amaar um po para depois o meter no forno, ou fazer uma pea de vesturio. At j

    os coentros vm cortados e prontos para ir para o tacho. Quanto tempo faltar para estarmos todo o diadeitados com uns fios ligados ao crebro, que nos ensinam tudo o que precisamos enquanto somosalimentados por uma papa qualquer sinttica com os nutrientes todos que necessitamos? Para muitosser uma vida ideal, mas eu prefiro ter o trabalho todo e poder apreciar a forma como a natureza nosfornece as matrias primas essenciais, e trabalh-las aprendendo assim com ela. No percas maistempo. Faz tu mesmo!!!

    eu,pastel,manodiogo

    sesimbra1997

    mestreyang1987

    *Windl