Saiba Mais - 15 a 30 de setembro de 2013

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Desde 2006 15 de setembro de 2013 Faculdade de Jornalismo - Puc Campinas

Bandas de Campinas lutampor mais público e espaços

Divulgação

SCOTH TAPE:Meninas formam banda

indepedente e saemna luta por uma espaçonas casas de campinas.

projetos autorais vêm ganhando cada vez mais

espaço em festivais independentes nos

últimos anos. “Campinas, de um tempo pra cá

principalmente, tem recebido mais bandas

independentes de diversas regiões e ganhado um público cada vez mais

fiel a esse tipo de evento”, comenta Luiza Judice, 23.

Pág. 04 e 05

Reividicações pela internet trazem benefícios a ValinhosGrupo no facebook com 4 mil participantes tem con-seguido melhorias na cidade. As mudanças que o grupo provoca vão além da política. O criador do grupo e ex-ve-reador pela cidade, Heriberto Pozzuto, contou um dos ca-sos resolvidos por meio do “Pé de Figo”. “Recentemente uma pessoa publicou fotos de um supermercado que jogou embalagens de madeira e papelão na calçada e num terre-no vizinho. Em seguida um diretor da empresa entrou no grupo, pediu desculpas e informou as providências toma-das. Logo depois a mesma pessoa publicou novas fotos do local, limpo e arrumado”. Pág 03

Tesouro empresta, mas ficamdúvidas para quem vai pagarO impasse permanece e o futuro continua incerto, já que a conta das termelétricas e do empréstimo do Tesouro pode cair nas mãos das geradoras, distribuidoras ou do próprio consumidor. O problema começou com uma jun-ção de fatores. Primeiro, os reservatórios das usinas hi-drelétricas estavam baixos - o final do ano passado teve a pior média dos últimos 10 anos. Pág 06

Novos modelos de ensino em tempo integral podem combater a criminalidadeNo Brasil, menos da metade (44%) da população de 15 anos ou mais não têm instrução ou não completaram o Ensino Fundamental, segundo última pesquisa do IBGE, em 2010. O baixo índice de escolaridade se repete no sistema peni-tencial e carcerário brasileiro: 66% dos detentos não concluíram o Ensino Fun-damental e apenas um em cada dez detentos participa de atividades educacio-nais oferecidas nas prisões, de acordo com o Conselho Nacional de Educação (CNE). Pág 08

Indústria estética e cosmética dobra crescimento em um ano

Cerca de 66% dos jovens gastam o dinheiro que ganha dos pais ou conquista trabalhando, em roupas e acessórios. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, de 2008 a 2012, o número de cirurgias quase triplicou. Em 2008 foram realizadas 37.740, já em 2012 foram realizadas 91.100. O professor de cirurgia plástica da PUC-Campinas, Gilson Luis Duz, declara que a indicação médica é fundamental antes de se submeter ao processo cirúrgico por estética. O corpo é o foco das atenções. Fazer academia, se alimentar bem e cuidar da saúde são de extrema importância, porém o excesso de tudo isso pode acarretar diversas conseqüências. Pág 07

12% das vagas na construção civilsão ocupadas por

mulheresPág 03

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ARTIGO

O Brasil não tem espírito esportivoVinicius DuranEstudantE dE Jornalismo

Estar em uma Olimpíada é para poucos e ser medalhis-ta Olímpico é para heróis.

Ultimamente as críticas aos atletas brasileiros são re-correntes. O grande público não acompanha a maioria das modalidades e julga saber o que acontece com o atleta. Muitos já foram campeões e, como qualquer um, passam por maus momentos. Porém, os “pseudo-torcedores” pen-sam ter o direito de xingar esses esportistas. Toda crítica é bem vinda, mas as ofensas são desnecessárias.

Alguns dos problemas que nossos atletas sofrem em grandes competições é o medo da cobrança e da ofen-sa. O brasileiro não sabe va-lorizar o adversário, sempre acha que o atleta nacional amarelou ou foi roubado.

O Brasil não possui uma estrutura para ter atletas de ponta, uma vez que não exis-te uma política esportiva no país. Investir em atletas sim-plesmente pra ganhar meda-lhas em Jogos Olímpicos não pode ser considerada uma boa política, pois em longo prazo ela não é viável.

Existe um grande proble-ma cultural no país, já que só é bom quem ganha medalha,

e o esporte tem que ser bem mais que isso. Estar nos Jo-gos Olímpicos é o ponto alto da carreira de um atleta.

O nadador, Thiago Pe-reira, foi muito criticado por ter ganhado “apenas” uma medalha de prata durante os Jogos Olímpicos de 2012. Quantas pessoas consegui-ram isso? Quantos conse-guiram bater o maior meda-lhista Olímpico da história, Michael Phelps?

Dentre as 7 bilhões de pessoas no mundo, apenas 10.500 disputam os Jogos Olímpicos. São distribuí-das 4.700 medalhas, então, conquistar uma delas não é simples. Poucas pessoas tem a honra de participar de uma Olímpiada, portanto, não se deve criticar quem conse-guiu esse mérito, pois só o fato de estar lá já é uma vitó-ria.

A nossa sociedade preci-sa mudar essa cultura de não apoiar seus atletas. Apesar de não sermos uma potência olímpica, o apoio da torcida é imprescindível. Em 2016 será a vez de o Brasil receber os Jogos Olímpicos e é mui-to importante nosso apoio mesmo na derrota, pois nem todos podem ganhar.

RÁPIDASMaior corrida do interior paulista completa 30 anos

A Corrida Integração acontece dia 29 de se-tembro, às 8h, e comemora 30 anos de tradi-ção em Campinas. Com percurso pelas ruas e avenidas da cidade, a prova é competitiva nos 10 km e participativa nos 5 km e caminha-da. Todos os integrantes recebem um kit de participação com chip (exceto caminhantes), número de peito, sacola personalizada, cami-seta e medalha. As inscrições podem ser feitas até o dia 20 de setembro no site da corrida e na Prosport Bike, localizada na Av. Orosimbo Maia, n° 2001.

Fotografia é tema de evento no Senac

O Senac Campinas recebe dia 16 de setem-bro, das 19h30 às 21h30, os fotógrafos Bob Wolfenson e Ernani d’Almeida para o evento “Diálogos da Fotografia”. O objetivo é pro-mover a discussão sobre a fotografia e suas perspectivas nos contextos mercadológico, cultural e social, além de abordar os conceitos e as inovações da transformação da imagem analógica para a digital. A entrada é gratui-ta. Para mais informações (19) 2117-0600 ou pelo e-mail [email protected].

MIS exibe filme baseado em música do The Who

O Museu da Imagem e Som (MIS) exibe dia 16 de setembro, às 19h, o filme “Quadrophe-nia”, inspirado no disco homônimo da ban-da de rock britânica The Who. Dirigido por Franc Roddam, o filme mostra a alienação da juventude britânica da década de 1960. A obra conta a história de Jimmy (Phil Daniels) que, desiludido com seus pais e seu emprego, torna-se um membro da gangue adolescen-te Mods, rival de outra gangue, a Rockers. A apresentação faz parte do ciclo “Mostra Rock Anos 60”. A entrada é gratuita. Para mais in-formações www.miscampinas.com.br.

SAIBA +

Jornal laboratório produzido por alunos da Faculdade de Jornalismo da PUC-Campi-nas. Centro de Comunicação e Linguagem (CLC): Diretor: Rogério E. R. Bazi; Diretora--Adjunta: Professora Maura Padula; Diretor da Faculdade: Professor Lindolfo Alexandre de Souza. Tiragem: 2 mil.

Professor responsável: Prof. Luiz R. Savia-ni Rey (Mtb 13.254)

Editora: Carolina de Campos TornichDiagramador: Armando Sagula Neto

CRÔNICA - por Ronnie Romanini

Notem: quão raro é você entrar em um consultório e tratar o médico que lhe atende com outra palavra que não “doutor”? Há no Brasil arrogância de um lado e submissão de

outro em torno dessa palavra. O morador de rua que fica contente com as moedinhas de troco do cigarro caro que você acabou de comprar, agradece: - obrigado, ‘Dotô’. A mãe que, orgu-lhosa, acompanha o progresso do filho no ensino superior exultante declama “meu menino vai ser doutor!”. Advogados e médicos adoram a auto-denominação de “Doutor” apenas por terem frequentado uma faculdade, ignorando o que teriam de fazer para merecer a alcunha.

Talvez todo esse processo tenha finalmente desencadeado algo que estava para explodir: a arrogância desses “profissionais”. Quando o ministro da saúde, Alexandre Padilha, anunciou a contratação de médicos estrangeiros para atender as cidades onde os doutores brasileiros não se interessaram por trabalhar, foi uma gritaria e uma choradeira. Questionaram a capacidade desses médicos (afinal, tudo que há em Cuba deve ser tratado com um ceticismo tremendo pela mídia e elite brasileira - que se confundem bastante), falaram em trabalho escravo diante da “denúncia” de que o salário desses profissionais seria pago diretamente ao governo cubano que repassaria uma parte aos médicos - sem informar qual seria essa parte.

Mas afinal, qual a motivação disso? Estariam esses Doutores preocupados com o povo? Ou preocupados com os salários que os cubanos receberão? O que parece é que há um excesso de arrogância e soberba - e aí voltamos ao início do texto - nesses profissionais. Esses “Doutores” têm como função salvar vidas, cuidar de outras, amenizar sofrimentos. É uma profissão digna. Mas um médico sem humanidade, sem amor e sem um senso de justiça social profundo, não pode ser considerado nem médico, quem dirá doutor. Por isso fica a pergunta: Profissionais de quê? De manejar equipamentos e ferramentas, aplicar diagnósticos e acharem-se acima do bem e do mal?

Há que se relativizar o contexto histórico, e já está mais do que enraizado na cultura brasileira a elitização dessas profissões. Vem desde a época onde Direito e Medicina eram as duas únicas profissões tidas como dignas para o filho, geralmente como “herança” profissional coercitiva que passava de geração para geração, mas tudo isso não é justificativa para o nível baixo da dis-cussão que há sobre o programa “Mais Médicos” e no que podemos aproveitar da vinda desses forasteiros.

É, portanto, um alento ver a primeira declaração de um médico cubano ao desembarcar no Brasil. Ao ser prontamente questionado sobre o salário que receberia (ou não, de acordo com alguns Doutores), Nelson Rodriguez, 45, afirmou: “Não nos interessa o salário, fazemos o traba-lho por amor. Somos médicos por vocação, não por dinheiro”. Que sirva de aprendizado. Nelson Rodriguez, médico cubano, nos ensina desde já uma lição proveniente de uma cultura diferente e serve de motivação para essa leva de profissionais que virão. O trabalho como vocação e como amor, não apenas tendo em mente salários e a ascensão social.

Sejam bem-vindos, médicos. E se posso dar uma sugestão: aprendam o que é profissiona-lismo, Doutores. Não é a vida como ela é, mas como deveria ser. Obrigado, Nelson Rodriguez.

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Guilherme Boneto

O advento da internet enfim chegou a Va-

linhos. A cidade, considera-da uma das 15 melhores do país para se viver, segundo o ranking de IDH da ONU, tem apenas quatro jornais, que circulam uma vez por semana. Para os valinhen-ses que mantêm um perfil no Facebook, contudo, não há falta de informação.

Criado há aproximada-mente seis meses, o grupo “Pé de Figo, Sim Senhor” tornou-se palco de reivindi-cações e troca de informa-ções entre seus usuários. A agremiação, que hoje conta com pouco mais de quatro mil membros, tem temas que vão de acaloradas dis-cussões políticas a ruas es-buracadas em bairros afas-tados do Centro. Boa parte dos vereadores que inte-gram a Câmara Municipal de Valinhos fazem parte do grupo “Pé de Figo”, assim como secretários munici-pais e funcionários públi-cos; todo o conteúdo do grupo passa por essas pes-soas, e vários dos proble-mas são resolvidos quando as autoridades tomam co-nhecimento das reivindica-ções.

O consultor Adriano To-

Rua das Azaleias, no bairro Fonte Nova, cujos buracos teriam sido remendados graças à reivindicação de uma moradora pelo Facebook

Guilherme Boreto

Internet vira ferramenta de reivindicações em Valinhos

Grupo do Facebook, com pouco mais de quatro mil membros, obtem melhorias na cidade

non, membro do grupo des-de sua criação, comentou a redução de R$ 0,10 na pas-sagem de ônibus no último dia 30 de junho, resultado dos protestos que tomaram o país e chegaram também a Valinhos. “A planilha de custos referente ao aumento da passagem [de ônibus] foi analisada por um membro do ‘Pé de Figo’, que iden-tificou de cara a falta do cálculo do ISS na compo-sição do valor. Essa pessoa procurou o vereador Paulo Montero (PMDB), que por sua vez deu entrada no pe-dido de paralisação. Tenho ido às sessões da Câmara Municipal, e vejo que toda sessão o ‘Pé de Figo’ é ci-tado. Vários vereadores uti-lizam a página para pegar temas e levar em considera-ção na bancada”, disse ele. Tonon mencionou ainda o recapeamento de uma rua graças a uma reclamação no grupo. “Depois que recla-mamos [das condições] do asfalto na Rua das Azaleias, no bairro Fonte Nova, três dias depois a prefeitura ti-nha tapado os buracos de lá”, contou. Ele e vários outros membros do grupo participam com frequência das sessões feitas no plená-

rio da Câmara dos Vereado-res, e muitos deles comen-tam cada acontecimento em tempo real, pelo Facebook.

As mudanças que o gru-po provoca vão além da po-lítica. O criador do grupo e ex-vereador pela cidade, Heriberto Pozzuto, contou um dos casos resolvidos por meio do “Pé de Figo”. “Recentemente uma pessoa publicou fotos de um super-mercado que jogou embala-gens de madeira e papelão na calçada e num terreno vizinho. Em seguida um diretor da empresa entrou no grupo, pediu desculpas e informou as providên-cias tomadas. Logo depois a mesma pessoa publicou novas fotos do local, limpo e arrumado”, comentou ele. Recentemente, uma inter-nauta publicou a foto de um cão abandonado, que se-gundo ela, seria morto em dois dias caso não conse-guisse um novo dono. Com a mobilização dos membros do “Pé de Figo”, em pouco tempo o cão já tinha um novo dono, com direito a fotos publicadas.

Heriberto Pozzuto fa-lou também sobre o uso do grupo “Pé de Figo” para debates políticos e confron-

to de ideias. “O princípio fundamental do grupo é a liberdade. Diferentemente de outros grupos que sur-giram antes, que a meu ver pecaram pelo excesso de regras e preocupações, no Pé de Figo vale tudo. Nada é censurado, nem mesmo as baixarias e agressões”, disse ele. “Há gente de to-das as correntes: direita, es-querda e muito pelo contrá-rio”, brincou. O consultor Adriano Tonon, que partici-pa com frequência das dis-cussões, destacou o papel

positivo dos debates. “Da mesma maneira que exis-tem excessos em discussões sobre futebol, sobre reli-gião, vai existir sobre gru-pos ‘políticos’. Sempre vai ter quem defenda o seu lado e queira ‘impor’ sua vonta-de. Por mim, o que vale é a liberdade de expressão de cada um, o direito de opi-nar, mesmo sendo algo bem fora da realidade. Melhor assim, lendo coisas dife-rentes, do que calado, como era na época da repressão militar”, falou ele.

Foi–se a época em que os canteiros de obras

eram exclusivos do univer-so masculino. Com unhas pintadas e blush no rosto, as mulheres chegaram com força total no mercado da construção civil colocando literalmente a mão na massa.

Além da independência almejada pelas mulheres desde a década de 60, o fe-minismo ainda em evidência toma conta de forma genera-lizada em pleno século 21. A fim de promover mais revo-lução e igualdade dos gêne-ros, as mulheres não deixam por menos, e fazem bonito nas obras civis.

Segundo uma pesqui-

sa realizada pelo Sindicato da Construção Civil de São Paulo, (SINDUSCON-SP), o número de pessoas do sexo feminino empregadas no setor, passou de 119.538 no ano de 2007 para 264.365 em 2012. Aumento de 12% em cinco anos.

Existem inúmeras razões para este fenômeno ocorrer, segundo o vice-presiden-te de Capital e Trabalho do Sindicato da Construção Ci-vil de São Paulo (SINDUS-CON-SP), Haruo Hishikawa é a falta de mão de obra masculina a maior culpada pela ascensão feminina na construção civil. “Este é um setor que tem sofrido com

a escassez de profissionais qualificados, fato que está abrindo espaço para as mu-lheres. Elas, inclusive, têm chegado ás empresas até melhor preparadas do que os homens.”

Esmalte, maquiagem e betoneira...

Rebeca Almirante 25 anos, é tecnóloga em Segu-rança do Trabalho, formada pela Faculdade Unisal de Campinas e atua como en-carregada em duas obras na região do Taquaral, bairro nobre em Campinas. Esco-lheu o curso pelo salário e pela curiosidade em traba-lhar com máquinas de gran-

de porte dentro das obras. “Tinha curiosidade em saber como as mulheres podiam trabalhar dentro de um can-teiro de obras, por esta razão quis me especializar como encarregada e assistente de obras. É muito gratificante ver que somos capazes de trabalhar da mesma forma que os homens, só que com mais delicadeza.” Conta Re-beca Almirante.

Outro chamariz para as moças é o salário. No esta-do de São Paulo, por exem-plo, os pisos mensais são de R$1.067 para trabalhadoras não qualificadas (servente, vigia, auxiliares e demais trabalhadoras cujas funções

não demandem formação profissional); R$1268 para quem tem qualificação (pe-dreiro, carpinteiro, gesseiro e pintor) e R$ 1.555 para os que têm formação e são qua-lificados com especialidades em montagem de instala-ções industriais.

A Construtora Prime En-genharia de Campinas (SP), no ano de 2012, contratou 95 funcionários, sendo 32 do sexo feminino. “As ope-rárias tem uma forma mais polida de trabalhar e se rela-cionar, por isso, a presença delas nos trazem muitos be-nefícios. São mais delicadas e detalhistas.” Conta Renata Quinturia, uma das gerentes.

Mulheres na construção civil ocupam 12% das vagasNandra Brites

CIDADES

“Luar de Sol”

O cantor Jorge Vercillo realiza um show no dia 14 de setembro, às 21h, no Premium Pau-línia. A apresentação “Luar de Sol” privilegia canções mais brasileiras e menos radiofônicas do compositor, como “Numa corrente de Ve-rão”, em parceria com Marcos Vale, “Raiou”, “Apesar de Cigano”, “Oração Yoshua”, “D.N.A.” e “Como diria Blavatsky”. Para mais informa-ções e ingressos: premiumpaulinia.com.br e ingressorapido.com.br.

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Página 4 15 de setembro de 2013

Bandas buscam espaços para sobreviver de rock em Campinas e regiãoCultura

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Em meio a limitações de mercado, falta de incentivo por parte de donos de butecos e restrição às músicas autoriais, bandas covers e autorais sobrevivem por amor à música

O cenário musical do rock alternativo pra-

ticado por bandas covers e bandas independentes é bastante limitado em Cam-pinas. A cidade, apesar de ser uma metrópole, ainda carrega o estigma de cida-de do interior, e, como tal, o fenômeno do sertanejo universitário toma conta da região. Dessa forma bandas autorais e bandas covers di-videm a cena local e tentam aumentar o seu espaço de divulgação. Isso acaba ge-rando uma certa rivalidade, visto que a maior lucrativi-dade é gerada pelas bandas covers, “queridinhas” do público de diversos bares, como o Sebastian Bar, Delta Blues, e Gainees Pub.

A dificuldade para as bandas autorais crescerem vai além dos espaços limita-dos pelos bares, pois mesmo quando surge a oportunida-de de valorizar projetos in-dependentes, eles não atin-gem a demanda esperada. O Sebastian Bar, por exemplo, foi sede do Projeto Movi-mento Permanente Musicá-lica Campinas (Mopemuca) entre 2010 e 2011, mas não fez tanto sucesso com o pú-blico. O co-proprietário do bar, Cláudio Costa, 46, afir-ma que apesar da vontade de ajudar a divulgar bandas autorais, muitas vezes aca-ba ficando inviável. “Nós precisamos pagar as contas, então recorremos à deman-da do público. Acho que pouquíssimos outros bares deram tanta oportunidades

para bandas autorais como a gente continua fazendo”.

Liderado por Maks Tiri-tan, 50, o Mopemuca surgiu em 2006, quando Tiritan deixou a capital catarinense para vir morar em Campi-nas. O produtor percebeu uma maior valorização da música autoral no sul e pro-curou movimentar o cenário musical no interior de São Paulo. Já tendo passado por diversas fases, incluindo parceria com bares, atual-mente o Mopemuca pro-move festivais de bandas independentes, como o Au-torock realizado em agosto desse ano, que contou com a participação de 35 ban-das, duas exposições e uma mostra de filme. O próximo evento será o Baton Rock, festival de bandas femini-nas e/ou bandas com vocal principal femino, que acon-tece nos dias 26, 27, 29 de setembro e 6 de outubro, nos bares Delta Blues, Woods, Sonique e Echos Studio, respectivamente.

O projeto é uma alter-nativa para as bandas au-torais que vêm, cada vez mais, perdendo o espaço nos bares. “Alguns bares são dependentes das bandas covers. Eles desistem de for-mar o próprio público e de-positam a responsabilidade nestas bandas, o que é pés-simo pois o estabelecimento perde a identidade e acaba, de certa forma, contribuin-do para um público mais volátil, sem compromisso algum com a cena musical”,

conta Tiritan. Integrantes de bandas covers também reconhecem o fato: “É ver-dade que as bandas indepen-dentes perderam espaço nos bares, e, apenas nos bares, mas isso se dá mais por cau-sa do público e, por conse-quência, dos donos de bares que, é óbvio, preferem ver a casa cheia”, diz Luiz Felipe Moura, 27, vocalista e gui-tarrista da banda Live Shit,

cover do Metallica. Moura também possui um projeto de banda autoral e critica a falta de interesse de pessoas por novos projetos. “O que será da música se todos de-cidirem tocar apenas cover? O público tem que tomar consciência, e usar um pou-co mais o cérebro pra conhe-cer coisas novas”, indaga.

Contudo, em contraparti-da a perda de espaço nos ba-

res, os projetos autorais vêm ganhando cada vez mais espaço em festivais inde-pendentes nos últimos anos. “Campinas, de um tempo pra cá principalmente, tem recebido mais bandas inde-pendentes de diversas regi-ões e ganhado um público cada vez mais fiel a esse tipo de evento”, comenta Lui-za Judice, 23, guitarrista da banda independente Scoth

Tape. Para ela, o problema das bandas autorais é a fal-ta de reconhecimento. “Há espaço demais para bandas covers e público demais, enquanto shows de bandas autorais independentes fre-quentemente sofrem com falta de divulgação, público aquém do esperado, cachê insuficiente, ou às vezes até ausente”, disse, sem deixar de ressaltar a importância

que ambos os estilos pos-suem, “todo e qualquer evento tem seu público e isso deve ser respeitado”.

CovernationO fenômeno das bandas

cover surgiu no início dos anos 90, quando artistas descobriram a facilidade de conciliar a lucratividade do cover com o prazer de

reproduzir artisticamente o que seus ídolos produzem no palco. No ano de 2005, com o programa Coverna-tion da MTV apresentado por Marcos Mion, se deu uma grande popularização dessas bandas que caíram cada vez mais no gosto po-pular.

O Whitesnake Cover Brasil, por exemplo, primei-ro cover brasileiro da banda

inglesa Whitesnake, se tor-nou uma opção para os fãs do grupo. “Eu gosto muito da banda, como não posso vê-los ao vivo, eu vim ao cover”, conta o funcioná-rio público Rafael Ortale, 23, no show da banda. Na estrada desde 2004, a Whi-tesnake Cover Brasil surgiu pela semelhança do timbre de voz do vocalista Vagner Moura, 43, com o do voca-lista da banda original. Por gostarem da banda, o grupo resolveu gravar um DVD com algumas músicas e fo-ram divulgando em bares e casas noturnas. O sucesso foi tanto que logo no co-meço conseguiram marcar diversos shows e assim se consolidaram no cenário co-ver da capital e interior pau-lista. Hoje, com uma baga-gem de shows em diversas cidades brasileiras, como Goiânia e Brasília, os inte-grantes prezam a qualidade que uma banda cover tem que ter e reconhecem que fa-zer cover não é apenas tocar música de uma banda famo-sa. “As boas bandas cover se consolidam pela qualidade. Tem 30 covers de tal banda, mas qual é realmente boa?”, questiona Costa ao justificar a escolha pelo Whitesnake Cover Brasil.

Os músicos acreditam que não exista rivalidades entre as bandas covers e au-torais, muito pelo contrário. “Acho que não tem rixa. Eu tenho banda cover de AC/DC e tenho uma banda au-toral. A cover se torna ne-cessária não só para ganhar uma grana, mas pelo prazer de estar no palco. Se eu não tiver show para fazer, eu sinto falta”, conta Fabiano Drude, 42, músico e co-pro-prietário do Sebastian Bar. “Rixa mesmo eu vejo entre bandas covers de um mesmo grupo. Já vi outros covers de Whitesnake que se alegam ‘oficiais’ ou ‘melhores’, não há necessidade disso, quem for bom de verdade vai se consolidar por isso”, com-pleta Marcelo Moura, 38, baterista da banda.

Uma opção para quem possui ambas as modali-dades de banda, cover e autoral, é utilizar o espaço do cover para divulgação

de projetos independentes. “Uma banda autoral, para segurar público, acaba fa-zendo covers. Por volta de 60%, ou mais, de um show de uma banda autoral aca-ba sendo apenas de músicas covers para que eles possam se manter”, diz Drude. E acrescenta: “A gente ganha dinheiro com a banda cover e se diverte com a autoral. O que a gente ganha com uma, investe na outra”.

EducaçãoA competitividade pelo

mercado musical por gru-pos autorais torna-se ainda mais difícil quando a juven-tude tende a selecionar esti-los musicais já conhecidos. Hoje, com letras mais leves e mais fáceis de assimilar, o sertanejo domina o cená-rio musical universitário. “A banda autoral não é tão acessível porque quem sai à noite quer ouvir músicas co-nhecidas, quer cantar junto com os amigos. Não é todo mundo que quer conhecer uma banda nova”, afirma Marcelo Moura. Dessa ma-neira, a dificuldade para al-cançar o sucesso com uma banda autoral não se dá ape-nas pela falta de divulgação, mas pela própria demanda de público. Para Luiz Mou-ra, falhas na educação do país refletem diretamente na música. “Um tipo de edu-cação que não estimula a procura pelo conhecimento. É mais fácil copiar do que criar, não é mesmo?”, ques-tiona.

Esse fato se dá também devido ao alto investimen-to de produtores em músi-cas mais populares. “Hoje é muito mais fácil pra al-guém que tem dinheiro in-jetar dinheiro em um músi-co sertanejo universitário, por exemplo, porque tem mais público e o retorno é garantido”, explica Daniel de Lucca, 27, tecladista da Whitesnake Cover Brasil. Mesmo com as dificuldades em que os músicos passam no cenário musical atual, uma coisa é certa: muito mais do que um emprego, eles consideram o trabalho um hobby remunerado, mo-vidos pela paixão à música.

Divulgação

Os festivais e os even-tos que dão oportunidades para novas bandas, inde-pendentes ou cover, são indispensáveis para quem quer divulgar o seu som. Assim, desde 2010 ocorre anualmente o encontro de Big Bands na Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCC), sendo um modo dos músicos te-rem contato com seus pos-síveis primeiros fãs.

O maestro Moisés Cantos, coordenador do Centro de Cultura e Arte

(CCA) da PUCC, é o res-ponsável pela organização do encontro. “Apesar de serem bandas, procuramos sempre valorizar a parte instrumental, grupos instru-mentais de clarinetas e sa-xofones, que chamamos de ‘combos’. Neste ano o foco foi mais em instrumentos elétricos como guitarras e baixos”, diz.

A banda Funplex foi uma das convidadas, se apresen-tando no primeiro dia do encontro (26/08) com músi-cas no estilo indie rock, que

segundo a vocalista Maria-na Ceriani é uma vertente musical pouco explorada e escassa no interior paulista. A apresentação contou com sucessos de Florence and The Machine, The Ting Tin-gs, Arctic Monkeys, Gossip e outros. “Temos preferên-cia por cover com vocais femininos, embora eu tam-bém cante Arctic Monke-ys”, afirma Mariana. Apesar de existir há um ano e meio, a Funplex já se apresentou em casas noturnas conhe-cidas na cidade, como Del-

ta Blues Bar, Espaço Mog, Sonique e Tetriz, que saem do DJ convencional para animar a festa. A banda é composta por Mariana Ce-riani (vocal), Carlos Eduar-do Gomes (guitarra), Alexis Maximiliano (baixo) Lucas William (bateria) e Patrícia Macedo (teclado).

No segundo e último dia (27/08) foi a vez do gru-po formado pelo Ricardo Vendramini (sax alto-tenor e flauta transversal), João Paulo Martins (trompete), Jaqueline Rodrigues (per-

cussão) e outros. Vendra-mini já atuou com a dupla Chitãozinho & Xororó, mas não se restringe somente ao sertanejo, variando entre Metric (combat baby) e The Asteroids Galaxy Tour (the golden age).

O termo Big Band é uma expressão da língua inglesa usada para identificar um grande grupo instrumental, sendo uma das formações musicais mais usadas pelos artistas de jazz. Esse tipo de formação se populari-zou em meados dos anos 20

até os anos 50 nos EUA, que foi conhecida como a era do swing, chegando ao Brasil a partir dos anos 60. Os grupos deram opor-tunidade para a primeira experiência profissional de artista como Duke Elling-ton, Glenn Miller, Benny Goodman, Tommy Dor-sey, Artie Shaw e Frank Sinatra. Também é das Big Bands que vem a expres-são band leader, o artista que influencia e guia o res-to da banda, sendo geral-mente o trompetista.

PUC-Campinas promove encontro de Big Bands

Inayara PoianiRenam Lopes

Paulo Cartaxo

Divulgação

COVER: Whitesnake Cover Brasil está nas estrada desde 2004 e virou uma opção para quem nunca teve a oportunidade de conhecer e ver de perto a verdade banda inglesa Whitesnake

Banda independente formada por meninas “Scoth Tape”

Cultura

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Cosméticos cada vez mais presentes

Nos últimos tem-pos, a vaidade, o

cuidado excessivo com o corpo e o consumo, cada vez mais, tem feito parte da vida dos jovéns. Se-gundo a pesquisa “Latee-nos”, da empresa “Kantar World Panel”, líder mun-dial em conhecimentos e insights sobre o consumi-dor, que incluiu 15 países da região, o Brasil está em destaque nesse ranking. Cerca de 66% dos jovens gasta o dinheiro que ga-nha dos pais ou conquista trabalhando, em roupas e acessórios; 43% deles se preocupa com os dentes; 39% com o cuidado pes-soal; 36% cabelos e 31% acnes.

O professor de psico-logia da PUC-Campinas, Ilton de Oliveira, comen-ta que o ponto de partida para que haja uma mu-dança nesse cenário é a educação: “Um mundo onde um dos critérios fun-damentais de seleção está na aparência, é claro que é um mundo que está traba-lhando para não se tornar muito bom para se viver. Quando a gente fala que uma coisa está enraizada

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Pedalar por prazer, para estar em for-

ma e para fazer amigos. Junte tudo isso com mais um motivo, trazer bene-fícios para sua saúde. Diversos estudos mos-tram as vantagens que traz o exercício de andar de bicicleta. Está com-provado que é uma das atividades mais comple-tas e universais.

As pessoas que ado-tam andar de bicicleta ao ar livre tem a motivação das paisagens e da com-panhia de outras pesso-as, já que muitas vezes isso acontece em grupo, além do exercício físico. “O hábito de andar de bi-cicleta traz modificação corporal, prevenção de doenças como a diabetes e a hipertensão, fortale-

ce o coração, combate o stress e ajuda na redução de peso”, conta o profes-sor de Educação Física e Personal Trainer, Daniel Marinho.

A arquiteta, Ana Be-atriz Arantes, 25 anos, procurou por todos esses benefícios. Ela encon-trou através da internet um grupo de pessoas que organizam passeios de bicicletas semanais pela cidade de Campi-nas. “Eu participo regu-larmente das atividades desde março e isso trou-xe um bem estar maior para minha vida e pude também sair da minha rotina” contou Ana Be-atriz. “Eu já perdi um pouco de peso e conse-gui sentir uma mudança no seu desempenho físi-

Ciclismo, uma ótima opção que fortalece o corpo e a alma

ComPortamEntoPágina 6 15 de setembro de 2013

Governo cria resolução para destinar a conta às companhias de energia elétrica, que entram na justiça contra a medida

Novos capítulos es-tão sendo dese-

nhados na novela da conta de luz. No final do mês de agosto, a Associação dos Produtores Independentes de Energia Elétrica (Apine) e a Associação Brasilei-ra de Geração de Energia Limpa (Abragel), órgãos que representam as gerado-ras, conseguiram uma de-terminação para não pagar a conta de acionamento das térmicas. Portanto, o im-passe permanece e o futu-ro continua incerto, já que a conta das termelétricas e do empréstimo do Tesouro pode cair nas mãos das ge-radoras, distribuidoras ou do próprio consumidor.

O problema começou com uma junção de fato-res. Primeiro, os reserva-tórios das usinas hidrelétri-cas estavam baixos - o final do ano passado teve a pior média dos últimos 10 anos. Diante disso, foi necessá-rio ligar as usinas termelé-tricas e, ao mesmo tempo, veio a determinação de re-dução de 20% da conta de luz para o consumidor (MP

Claudia Muller

Quem pagará o empréstimo do Tesouro?EConÔmia

579).O custo da energia se dá

pelos gastos para gerá-la mais encargos e esse cená-rio mostrou que a energia ficou mais cara para ser produzida, já que o gover-no passou a arrecadar me-nos e cada megawatt ge-rado na termelétrica custa mais de 4 vezes o gerado pela hidrelétrica. Contudo, era possível fornecer ape-nas 15% de desconto na tarifa, os outros 5% teriam de ser ‘forçados’. Portan-to, a MP nº 605 e o decreto nº 7.891/13 determinaram um aporte do Tesouro para atender a meta.

Depois dessa medida, fi-cou pendente quem pagaria esse dinheiro ‘empresta-do’, então o governo deci-de mudar a forma de rateio (por meio da resolução CNPE nº 3) para reduzir as despesas do Tesouro, ou seja, divide essa conta entre os geradores, comer-cializadores e consumido-res.

Contudo, as empresas de energia elétrica não gostaram dessa decisão e

Evelyn Candia

Cerca de 66% dos jovens brasileiros consomem serviços e produtos de beleza, desde a estética até ondontolgia

na cultura, nós estamos fa-lando no modo como edu-camos nossos filhos e vá-rios aspectos das relações interpessoais, fundamen-talmente na educação.”

Outra questão que abrange esse assunto são as cirurgias plásticas. De acordo com a Socieda-de Brasileira de Cirurgia Plástica, de 2008 a 2012, o número de cirurgias quase triplicou. Em 2008 foram realizadas 37.740, já em 2012 foram reali-zadas 91.100. O professor de cirurgia plástica da PU-C-Campinas, Gilson Luis Duz, declara que a indica-ção médica é fundamental antes de se submeter ao processo cirúrgico por es-tética:

“Cabe um consenso en-tre o paciente, a família e o profissional que está in-dicando isso. A indicação médica tem que sempre prevalecer em relação à vontade do indivíduo, a possibilidade, condição financeira. Às vezes é pre-ciso falar não.”

O corpo é o foco das atenções. Fazer academia, se alimentar bem e cuidar da saúde são de extrema

importância, porém o ex-cesso de tudo isso pode acarretar diversas conse-qüências, como afirma o professor de Educação Física da PUC-Campi-nas, Alexandre Gomes de Almeida: “Passar dos li-mites na atividade física, treinar mais que o neces-sário, traz vários proble-mas como, por exemplo, o indivíduo pode ter dis-túrbios de sono, pode não conseguir atingir os obje-tivos esperados, perde o apetite. Então são vários problemas que acabam levando a pessoa ao es-gotamento.” Professor de mecânica no Instituto fe-deral de São Paulo, Carlos

Braga Martins, comenta que além da academia, faz caminhada todo fim de semana, adota uma alimentação saudável, e procura seguir um padrão de beleza: “Hoje em dia eu acho que é essencial a gente ter uma boa saúde, uma boa preparação para o dia-a-dia que é corrido. É interessante porque sem saúde não se faz nada.” Porém, mesmo com todos esses cuidados, dados iné-ditos da pesquisa “Vigitel” de agosto de 2013, do Mi-nistério da Saúde revelam que, pela primeira vez, o percentual de pessoas com excesso de peso supera mais da metade da popu-

lação brasileira.Sem especificar dados,

o estudo “Lateenos” afir-ma, ainda, que as meninas são a maioria entre aque-les que compram, assim como a estudante Juliana Santos de Araújo, que as-sume ser difícil responder à pergunta do que está em primeiro lugar em sua lis-ta de compras no fim do mês: “Eu sempre compro algum tipo de roupa ou maquiagem.” O profes-sor Almeida ainda decla-ra: “O brasileiro tem um apelo com o corpo porque a gente mora em um país tropical, tem sol quase o ano inteiro e as pessoas acabam expondo o corpo em diversos momentos. E a mídia influencia nis-so, em mostrar uma pro-paganda com modelos de corpos perfeitos, que gera expectativas nas pessoas e elas acabam querendo se parecer com outras. O principal cuidado é saber seu limite e ter a noção que seu corpo não vai mu-dar, apenas terá algumas adaptações, mas a pessoa não vai virar outra. Apren-der lhe dar com o próprio corpo.”

Produtos encarecem, mas a vontade de compra-los só aumenta

co” disse.O grupo chamado

Campinas Bike Clube participa dos aconteci-mentos ciclísticos da região. De acordo com o presidente do Clube, Luis Carlos Rosa, essa iniciativa surgiu em 2004 com a união de

dois grupos que pedala-vam a noite e decidiram se fortalecerem, já que um grupo grande seria mais respeitado no trân-sito.

Hoje o clube tem em média 450 participantes divididos nos passeios que acontecem todas as terças e quintas feiras às 19h30min e aos sábados às 15h. No domingo de manhã acontece o Pedal Cultural, que percorre a ciclo faixa da Norte-Sul. O ponto de encontro é na Lagoa do Taquaral, por-tão dois, na entrada da Concha Acústica.

Os passeios são gratuitos e as rotas são definidas previamente através de um grupo de e-mail. De acordo com Luis Carlos, só é divul-

gado para onde vão após o grupo iniciar o pedal, por motivos de seguran-ça. Os passeios são di-vididos em três níveis, para os iniciantes, o in-termediário, para quem já tem maior condiciona-mento e o avançado para quem encaram grandes distâncias.

Para participar do Clube é necessário ter boas condições de saúde, uma bicicleta tipo mon-tain bike e capacete que é obrigatório. Recomen-da-se óculos e luvas para completar a proteção. Os menores de idade devem ir acompanhados pelo responsável. Deve-se fa-zer um cadastro antes de sair para o passeio, levar a bicicleta revisada e ter muita disposição.

Evelyn Candia

Natalia OliveiraNatalia Oliveira

se juntaram para entrar na justiça contra essa medida. Para as empresas, esse ce-nário representa a perda de bilhões de reais e a conse-quente dificuldade em in-vestir. Tudo isso pinta, para o consumidor, um quadro preocupante.

Pode-se esperar que essa conta volte para o consumi-dor, ou seja, que o desconto deixe de existir ou que as empresas não consigam se

reerguer desse prejuízo fi-nanceiro. Isso traria o risco de apagão para a popula-ção, já que a distribuição de energia é feita em áreas definidas de concessão, ou seja, é um monopólio onde apenas uma empresa pode e deve suprir esse serviço de utilidade pública.

Em um cenário menos alarmista, o consumidor por sofrer com a má quali-dade na prestação dos ser-

viços por falta de investi-mento das companhias em novos empreendimentos e infraestrutura, por exem-plo.

O presidente da consul-toria PSR, Mário Veiga, considera como um grande problema que “não houve tempo para simular os efei-tos das medidas tomadas ou testar as metodologias”, no caso do rateio de custos, por exemplo.

Ciclismo em Campinas

Aos 50 anos, ITAL - Campinas define dieta moderna mais leve

Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL) demonstra preocupação com o futuro do setor de aliemntaçãoYasmin Marini

A preocupação com o futuro do setor

de alimentos por conta das transformações sociais foi uma das diversas novidades apresentadas na cerimônia comemorativa de 50 anos do Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL), ligado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, no último dia 30.

A sociedade contemporâ-nea busca alimentos de fácil preparo, como os alimentos processados, que geralmen-te possuem alto prazo de va-lidade e mantém a qualidade nutricional dos alimentos in natura. Por grande parte dos alimentos industrializados nascerem do trabalho do agricultor, ele se torna fun-damental para a produção

de alimentos que venham suprir o ritmo acelerado da vida moderna. “O aumento populacional, a expectativa de vida, o nível educacional e de renda, a preocupação com meio ambiente e com a saúde, exigirão uma mudan-ça e uma modernização do setor de alimentos, bebidas e embalagens, de forma que possa suprir a necessidade de novos produtos em quantida-de e qualidade para atender a demanda desta nova socie-dade”, afirma o diretor do ITAL, Luis Madi.

O ITAL trabalha com projetos de inovação, as-

sistência tecnológica e capa-citação na área de alimentos, bebidas e embalagens, todos consumidos pela população brasileira. Dentre os traba-

lhos, destacam-se projetos com cana de açúcar, café, suco de laranja, açaí, ali-mentos com características funcionais, e outros.

Fundado em 1963, pe-ríodo em que o país es-

tava em avanço na produção agrícola, o ITAL sentiu a ne-cessidade de desenvolver pes-quisas para garantir melhorias em toda a cadeia de alimen-tos. “A partir da criação do ITAL, o primeiro instituto de tecnologia de alimentos do país, uma série de outras entidades foram criadas: a primeira faculdade de enge-nharia de alimentos do país, associações e outras entida-des de apoio como a Socie-dade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos (SBCTA), foram formadas

para melhor organizar e de-senvolver a então indústria de alimentos brasileira”, comenta Madi. O instituto iniciou sua trajetória a fim de auxi-liar no desenvolvimento de

pesquisas e novos produtos, oferecendo para o campo de alimentos e embalagens o conhecimento necessário para a produção de alimentos se-guros e de qualidade.

Antonio Carrier

Luis Madi, diretor do ITAL mostra preocupação com alimentos industrializados

Page 5: Saiba Mais - 15 a 30 de setembro de 2013

Página 8 15 de setembro de 2013

CamPinas rumo aos 240 anos

A educação como formadora de caráter possibilita perspectiva de diminuição do índice de criminalidade

Programa Mais Educação é premissa para novos modelos de ensino de macrocampos em tempo integral

Governo e especialis-tas discutem meios

para que educação em tem-po integral seja alternativa efetiva para elevar os índi-ces de instrução e diminuir os de criminalidade. Re-cente pesquisa da Unicamp expõe que os pais percebem melhora na conduta do alu-no. Para 21% dos pais, os filhos ficaram na escola por mais tempo e se mantive-ram fora das ruas, e para 8,5%, os estudantes apre-sentaram melhora no rendi-mento escolar. O Programa Mais Educação (PME), ba-seado em estudos desenvol-vidos pelo Fundo das Na-ções Unidas para a Infância (UNICEF), aumenta a ofer-ta educativa nas escolas pú-blicas por oferecer, durante o contraturno, atividades optativas em diversas áreas do conhecimento, como meio ambiente, esporte e lazer, direitos humanos, cultura e artes, informática, saúde, educação científi-ca e educação econômica, além de acompanhamento pedagógico. Segundo Luiz Cappellano, professor da

rede pública e coordenador do Programa Mais Educa-ção em Campinas, o projeto é indutor da política públi-ca de educação em tempo integral. “O que se propõe é a ampliação do tempo de permanência na escola para 7 horas diárias, mediante a premissa da inserção das atividades da parte diversifi-cada do currículo”, explica. A iniciativa é coordenada pela Secretaria de Educação

Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD/MEC), Secretaria de Edu-cação Básica (SEB/MEC) e Secretarias Estaduais e Municipais de Educação. Em Campinas, são 40 es-colas municipais de ensino fundamental (EMEFs) que atendem ao programa e en-volvem, aproximadamente, 6 mil alunos; a expectativa da expansão nacional para este ano é que a oferta de educação integral alcance todos os municípios do país, atingindo aproximadamente 45 mil escolas, segundo o MEC.

A educação em tempo integral possibilita a per-manência dos jovens no ambiente escolar produtivo e o afastamento do meio ocioso das ruas. A propos-ta de atividades que vão do acompanhamento pedagó-gico aos esportes aumenta a autoestima e confiança, de acordo com Márcia Marcos, pedagoga e psicopedagoga, o que induz o cidadão à bus-ca continuada por informa-ção e boa formação de ca-ráter. Márcia aponta como

construtivo o tempo integral investido na educação. “Os benefícios são inúmeros; entre eles, a possibilidade de capacidade de avaliação do estudante como um todo, não apenas como aluno, mas como pessoa”. Assim, explica a educadora clínica, é possível que esse tipo de ensino auxilie na formação de um jovem que, muitas vezes, não encontra ampa-ro da família em relação à

moral e educação. O con-trário pode levar o jovem à criminalidade, como aponta Willey Lopes Sucasas, ad-vogado criminalista: “um jovem desocupado, que não esteja em um ambiente sa-dio e que não tenha oportu-nidades de desenvolver os seus talentos e gastar a sua energia com coisas produ-tivas, certamente pode vis-lumbrar no crime e nas dro-gas oportunidades de “subir na vida” ou de “apagar os seus problemas”... É uma realidade muito triste, mas é uma realidade que não pode ser maquiada!”

Para muitos pais, a es-cola se classifica como instituição protetora (que mantém os jovens “fora das ruas”), provedora (que sa-tisfaz necessidades físicas e bio-psico-sociais) e edu-cadora, conforme explica Luiz Cappellano, coordena-dor do Programa Mais Edu-cação em Campinas. Dessa maneira, os benefícios se estendem também aos fa-miliares, já que, em período integral, ampliam-se as pos-sibilidades dos três tipos de

atendimento escolar. De acordo com Márcia

Marcos, é necessário que se reforme não apenas o siste-ma educacional, mas o pro-fessorado. “Tento enxergar algo que vá contra os bene-fícios agregados pela educa-ção integral e não consigo; mas ela precisa, entretanto, ser colocada em prática por profissionais capacitados, comprometidos e motiva-dos a educar e formar cida-

dãos”, alega a pedagoga e psicopedagoga.

Os especialistas acredi-tam que a classe dos profes-sores capacitada e motivada para enfrentar o desafio de reformar o sistema educa-cional no Brasil, a conscien-tização das famílias sobre a importância do engajamen-to estudantil nas instituições de ensino e a vontade de permanência no ambien-te saudável são fatores que possibilitam a perspectiva de enfraquecimento da cri-minalidade a médio/longo prazo. Acerca desta questão, Willey Lopes Sucasas con-clui: “o papel da educação na formação das pessoas, ao lado de outras políticas pú-blicas de inclusão social, é sim o mecanismo mais ade-quado e necessário para que se evite o crescimento dos índices de criminalidade”.

No Brasil, menos da me-tade (44%) da população de 15 anos ou mais não têm instrução ou não completa-ram o Ensino Fundamental, segundo última pesquisa do IBGE, em 2010. O baixo índice de escolaridade se re-pete no sistema penitencial

e carcerário brasileiro: 66% dos detentos não concluí-ram o Ensino Fundamental e apenas um em cada dez detentos participa de ativi-dades educacionais ofereci-das nas prisões, de acordo com o Conselho Nacional de Educação (CNE).

Recentemente, casos nos quais jovens se envolveram em crimes hediondos ga-nharam destaque na mídia e chocaram a sociedade. Não se pode apontar a pouca ins-trução como causa da crimi-nalidade, pois não há ape-nas uma razão que eleve os números da terceira maior população carcerária do mundo, a brasileira. Sucasas afirma que órgãos sociais que vão além da escola tam-bém são influenciadores. “As causas da criminalida-de são plurais, isto é, não é possível atribuir a sua exis-tência a um, dois ou três fa-tores isolados. Entretanto, é inegável que os sistemas de controle extrapenais, isto é, a família, a escola, os clubes e projetos sociais, a igreja etc., constituem importantes mecanismos dissuasórios da delinquência”, manifesta.

Leticia Boaretto

Márcia Marcos, educadora clínica, trabalha na área da edu-cação há 30 anos e já atuou como professora e coordenadora infantil

Willey Lopes Sucasas, advo-gado criminalista, defende a educação formal

Fonte: Conselho Nacional de Educação (CNE)