ROBERTO VIEIRA DE MENESES SISTEMA INTEGRADO DE ... · - Ao orientador, Professor Dr. Érico...
Transcript of ROBERTO VIEIRA DE MENESES SISTEMA INTEGRADO DE ... · - Ao orientador, Professor Dr. Érico...
1
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA E CON TABILIDADE
MESTRADO PROFISSIONAL EM CONTROLADORIA
ROBERTO VIEIRA DE MENESES
SISTEMA INTEGRADO DE CONTABILIDADE, COMO FERRAMENTA DE CONTROLE E
ACOMPANHAMENTO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEI RA:
O CASO DO ESTADO DO CEARÁ
FORTALEZA-CEARÁ
2009
ROBERTO VIEIRA DE MENESES
SISTEMA INTEGRADO DE CONTABILIDADE, COMO FERRAMENTA DE CONTROLE E
ACOMPANHAMENTO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIR A:
O CASO DO ESTADO DO CEARÁ
Dissertação submetida à Coordenação do Curso de
Mestrado Profissional em Administração e
Controladoria da Universidade Federal do Ceará,
como requisito parcial para obtenção do título de
Mestre.
Orientador: Prof. Dr. Érico Veras Marques
FORTALEZA-CEARÁ
2009
ROBERTO VIEIRA DE MENESES
SISTEMA INTEGRADO DE CONTABILIDADE, COMO FERRAMENTA DE CONTROLE E
ACOMPANHAMENTO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIR A:
O CASO DO ESTADO DO CEARÁ
Dissertação submetida à Coordenação do Curso de Mestrado Profissional em Administração
e Controladoria em 03/04/2009, da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial
para obtenção do título de Mestre.
Aprovada em __/__/2009.
BANCA EXAMINADORA:
__________________________________________________
Prof. Dr. Érico Veras Marques (Orientador)
Universidade Federal do Ceará – UFC
_________________________________________________
Profa. Dra. Sandra Maria dos Santos
Universidade Federal do Ceará – UFC
__________________________________________________
Profa. Dra. Ana Vládia Cabral Sobral
Faculdade Christus – FC
AGRADECIMENTOS
- Ao mentor universal, por respaldar nossas atitudes na condução deste trabalho;
- In memoriam aos meus inesquecíveis pais, Raimundo e Maria, que mesmo com seus
modestos conhecimentos acadêmicos sempre se posicionarem de forma firme para que eu
completasse os estudos;
- À minha amável esposa Elisa e meus queridos filhos, Ramires, Anelise e Ayana, que me
apoiaram sempre com palavras e gestos de carinho, acreditando que somos capazes de
transpor as dificuldades que a vida nos apresenta;
- À Professora Dra. Sandra Santos pela condução firme do Curso de Mestrado, com suas
atitudes sóbrias e sempre prestativas para todos os mestrandos que a procuraram;
- Ao orientador, Professor Dr. Érico Marques, pelas críticas propositivas e construtivas, no
intuito de melhor contribuir na consecução deste trabalho. Suas idéias foram fundamentais
para a realização desta dissertação;
- Aos demais professores componentes da Banca de Qualificação e Exame, representados
pelas Professoras Dra. Sandra Santos e Dra. Ana Vládia;
- Aos demais professores componentes do corpo docente do Mestrado, pelo muito que nos
ensinaram, durante a realização deste;
- Aos colegas mestrandos, da turma de 2007, pelo convívio saudável durante esses dois
anos, em especial ao parceiro e companheiro Lúcio, pelo seu incentivo e colaboração em
todas as tarefas que realizamos;
- Aos meus colegas funcionários do Estado do Ceará, que se prontificaram a responder os
questionários e entrevistas, em especial a Giovanna do TCE, Dolores da SEFAZ, Iran da
ETICE, Paulo Roberto da CGE e Carlos Eduardo da SEPLAG, pela dedicação com que
esses profissionais conduziram os procedimentos desta pesquisa junto ao seu Órgão.
RESUMO
Os Sistemas de Informação (SI), baseados na Tecnologia de Informação e Comunicação (TCI), são capazes de processar grande volume de dados de forma rápida e precisa, bem como estocar (armazenar) e acessá-los rapidamente, além de fornecer comunicação a contento e otimizar as informações para suportar a tomada de decisão da Administração Pública Gerencial, difundida mundialmente, mormente nos países ocidentais e na observância da linha democrática, no trato dos entes públicos e na preocupação como o zelo da coisa pública. O Estado do Ceará, buscando a otimização, a captação e a aplicação dos recursos e possibilitando a transparência dos atos e fatos da Administração Pública, implantou, em 1981, o sistema informatizado em contabilidade pública, denominado de Sistema Integrado de Contabilidade (SIC), que tinha como missão precípua possibilitar a administração dos recursos públicos, de forma eficaz, eficiente e efetiva. O objetivo geral deste estudo foi analisar a contribuição do SIC no controle e acompanhamento da execução orçamentária e financeira do Estado do Ceará, isto é, sua efetiva contribuição à realidade, o grau de sua performance e eficiência no atendimento à finalidade para a qual foi implantado e criado, há vinte anos. Pretendeu-se atingir essa finalidade, identificando, em primeiro lugar, as reais necessidades de controle e acompanhamento da execução orçamentária do Estado, como suas necessidades do controle da execução financeira, além de suas características tecnológicas, no suporte a essa execução orçamentária e financeira do Estado. Dentro da metodologia da pesquisa, foi feita uma revisão teórica sobre as temáticas Tecnologia e Sistemas de Informação, explicitando os conceitos básicos, tipos de sistemas, e formas de controle; a Contabilidade e o Orçamento Público, em uma perspectiva técnica e legal; a Gestão Pública e Finanças Públicas e características determinantes. A metodologia aplicada é um estudo de caso único, compreendendo coleta e análise de dados, seguida de considerações e conclusões. Os resultados decorrentes apontam, de um lado, para um consenso sólido e majoritário atestando a importância e a qualidade da atuação do SIC no cenário contábil e financeiro do Estado, mas, por outro lado, para a inegável premência por sua imediata atualização e modernização, de modo a corrigir pontos de estrangulamento, que impedem, inegavelmente, uma melhor performance. Palavras-chave: Sistemas de Informação, Controle e Administração Pública.
ABSTRACT
The information systems (SI), based on the information and communication technology (TCI), are capable of processing precisely and quickly a big volume of information, to load and to access a big volume of data, besides, they are able to supply correctly, all kinds of communications to support the decisions of the Public Administration Management, worldly expanded, mostly through the occidental countries, and according to the democratic profile of taking care seriously of the public matters. The state of Ceará, trying to improve the collection and the application of the public resources in order to make clear and transparent all its actions and facts of the Public Management, created in 1981 the Public account system called the Integrated Account System – SIC – which has as first purpose to take care efficiently of the public resources. The objective of this study is to analyze the contribution of SCI in the control and monitoring of budget execution in the State of Ceara, that is, their effective contribution in reality, the degree of performance and efficiency in serving the purpose for which it was located and created twenty years ago. We tried to reach this purpose, firstly, identifying the real control and following up the budget execution of the State, as well as its financial control needs, besides its technology aspects in order to support the budget and financial execution of the State. According to the research methodology a theoretical revision on the Technology and Information Systems has been done, i.e. fundamental concepts, systems types, and control ways; the accounting and the Public Budget study was the second step of this project; after that, the Public Management and the Public Finances with its decisive features were studied in this third research moment. In the methodology used a case study was done, with the collection and data analysis, followed by its final considerations and conclusions. Therefore, the theoretical and personal research results confirm the fundamental thesis: on the one hand, a great majority of the SIC users agree with its importance and efficiency in the accounting and budget field of the State of Ceará; on the other hand, this research made clear the existence of several critical points through the SIC system and the evident urgency to improve all these restrictions points to reach its better operation performance. Key-words: Information systems, control and government
LISTA DE QUADROS E FIGURAS
Quadro 1 - Abordagens do processo decisório................................................ 19
Quadro 2 – Conceitos de Tecnologia de Informação........................................... 20
Quadro 3 – Conceitos de Sistemas de Informação e da Comunicação.............. 23
Quadro 4 – Conceitos de Software...................................................................... 23
Quadro 5 - Características dos Sistemas de Informação - Itens do modelo de mensuração. ..............................................................................................
28
Quadro 6 – Modelos de Alinhamento Estratégico.............................................. 30
Figura 1 – Delineamento da pesquisa.................................................................
66
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Órgão em que o entrevistado trabalha (%).................................... 64
Gráfico 2 – Sexo do entrevistado (%)............................................................. 68
Gráfico 3 – Faixa etária do entrevistado (%)................................................... 69
Gráfico 4 – Tempo de trabalho do entrevistado (%)............................................
Gráfico 5 - Avaliação do SIC pelos usuários........................................................
71
105
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Sexo do entrevistado.......................................................................... 67
Tabela 2 – Faixa etária do entrevistado................................................................ 68
Tabela 3 – Órgão em que o entrevistado trabalha................................................. 69
Tabela 4 – Tempo de trabalho do entrevistado no SIC........................................... 70
Tabela 5 – ETICE - Nível de descrição e avaliação tecnológica do SIC.................... 73
Tabela 6 - SEPLAG - Quanto ao nível de utilização e avaliação do SIC.................. 77
Tabela 7 - CGE - Quanto ao nível de utilização e avaliação do SIC........................ 81
Tabela 8 - SEFAZ - Quanto ao nível de utilização e avaliação do SIC..................... 85
Tabela 9 - TCE - Quanto ao nível de utilização e avaliação do SIC......................... 89
Tabela 10 - Quanto ao nível de utilização e avaliação do SIC - GERAL (%)............ 92
Tabela 11 – Nível de utilização de base de dados do SIC X Faixa etária do entrevistado.................................................................................................................
95
Tabela 12 - Nível de utilização do banco de dados do SIC, com técnicas de entrelaçamento com outros sistemas x Faixa etária do entrevistado.......................
96
Tabela 13 - Nível de utilização do banco de dados do SIC, com técnicas de entrelaçamento com outros sistemas x Tempo de trabalho do entrevistado.............
97
Tabela 14 - Nível de utilização dos relatórios (orçamentário-financeiro-patrimonial) determinados pela Lei 4.320/64, disponibilizados pelo SIC x Faixa etária do entrevistado.......................................................................................................
97
Tabela 15 - Nível de utilização dos relatórios (orçamentário-financeiro-patrimonial) determinados pela Lei 4.320/64, disponibilizados pelo SIC x Tempo de trabalho do entrevistado.......................................................................................................
98
Tabela 16 - Nível de utilização de relatórios gerenciais, disponibilizados pelo SIC, para auxiliar os trabalhos desenvolvidos nos órgãos x Sexo do entrevistado.......................................................................................................
99
Tabela 17 - Nível de utilização de dados e relatórios da execução da receita, disponibilizados pelo SIC x Tempo de trabalho do entrevistado..............................
99
Tabela 18 - A concepção das rotinas de processamentos do SIC foi desenvolvida para, preventivamente, auxiliar no controle e acompanhamento da execução orçamentária e financeira do Estado do Ceará. Em que nível? x Faixa etária do entrevistado.......................................................................................................
100
Tabela 19 - A concepção das rotinas de processamentos do SIC foi desenvolvida para, preventivamente, auxiliar no controle e acompanhamento da execução orçamentária e financeira do Estado do Ceará. Em que nível? x Tempo de trabalho do entrevistado...................................................................................................
101
Tabela 20 - A concepção das rotinas de processamentos do SIC foi desenvolvida para, preventivamente, auxiliar no controle e acompanhamento da execução orçamentária e financeira do Estado do Ceará. Em que nível? x Sexo do entrevistado.......................................................................................................
101
Tabela 21 - Nível de tecnologia de comunicação do SIC, para disponibilizar dados e interagir com outros sistemas x Faixa etária do entrevistado...............................
102
Tabela 22 - Nível de tecnologia de comunicação do SIC, para disponibilizar dados e interagir com outros sistemas x Tempo de trabalho do entrevistado.....................
103
Tabela 23 - Nível de tecnologia de comunicação do SIC, para disponibilizar dados e interagir com outros sistemas x Sexo do entrevistado.........................................
103
LISTA DE SIGLAS
AE - Alinhamento Estratégico
CGE – Controladoria e Ouvidoria Geral do Estado do Ceará
COTES - Coordenadoria do Tesouro do Tesouro Estadual
DSS - Decision Support Systems (Sistemas de Apoio à Decisão)
EIS - Executive Information System (Sistemas de Informação Executivos)
ERP – Entreprice Recourse Planning
ES - Especialist Systems (Sistemas Especialistas)
ETICE – Empresa de Tecnologia da Informação do Ceará
IFAC - Internacional Federation of Automatic Control
LRF – Lei de Responsabilidade Fiscal
MIS - Management Information System (Sistemas de informação Gerenciais)
OAS - Office Automation Systems (Sistemas de Automação de Escritórios)
SAC - Statement of Accounting Concepts
SEPLAG – Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado do Ceará
SEFAZ-CE – Secretaria da Fazenda do Estado do Ceará
SIAP - Sistema de Acompanhamento Físico de Projetos
SIC – Sistema Integrado de Contabilidade
SI - Sistemas de Informação
SMART - Sistema Modular de Administração de Recursos do Tesouro
SPSS - Statistical Package for the Social Sciences
TCE - Tribunal de Contas do Estado do Ceará
TI - Tecnologia de Informação
TIC - Tecnologia da informação e da Comunicação
TPS - Transaction Procssing System (Sistemas Transacionais)
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 13
1.1 Justificativa....................................................................................................... 15
1.2 Problema.......................................................................................................... 15
1.3 Objetivos.......................................................................................................... 16
1.3.1 Geral............................................................................................................. 16
1.3.2 Específicos..................................................................................................... 16
1.4 Pressupostos.................................................................................................... 16
1.5 Estrutura do Trabalho........................................................................................ 17
2 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E SISTEMAS DE INFORMAÇÃO.................... 19
2.1 Conceitos básicos............................................................................................ 19
2.2 Classificação dos Sistemas de Informação......................................................... 24
2.3 Características dos sistemas de informação......................................................... 27
2.4 Alinhamentos Estratégicos e Produtividade da TI................................................ 29
2.5 Custo e Benefício da TI: visões contrastantes..................................................... 32
2.6 Gestão Pública e Tecnologia da Informação........................................................ 34
3 CONTABILIDADE E ORÇAMENTO PÚBLICO....................................................... 44
3.1 Conceito de contabilidade pública....................................................................... 44
3.2 Objetivos da contabilidade pública...................................................................... 45
3.3 Plano de Contas................................................................................................ 47
3.4 Qualidades na Contabilidade Pública................................................................. 50
3.5. Orçamento Público........................................................................................... 53
4 METODOLOGIA........................................................................................................ 60
4.1 Tipologia da Pesquisa....................................................................................... 60
4.1.1 Estudo de caso................................................................................................. 61
4.2 Coleta de dados................................................................................................ 61
4.2.1 Amostra da Pesquisa..................................................................................... 63
4.3 Tratamento da Pesquisa...................................................................................... 64
5 ANÁLISE DE RESULTADOS................................................................................ 66
5.1 Perfil dos respondentes..................................................................................... 67
5.2 Análise dos dados da pesquisa.......................................................................... 71
5.3 Cruzamentos de dados das variáveis.................................................................. 95
5.4 Resumo das análises........................................................................................ 104
5.4.1 Resultados do controle e acompanhamento da execução orçamentária e financeira de todos os órgãos..................................................................................
104
5.4.2 Resultados das avaliações tecnológicas do SIC................................................ 106
5.4.3 Resultados dos cruzamentos das variáveis...................................................... 107
5.4.4 Resultados específicos dos órgãos.................................................................. 108
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................. 110
6.1 Contribuições da pesquisa................................................................................. 113
REFERÊNCIAS...................................................................................................... 115
APÊNDICE A – ENTREVISTA DO RESPONSÁVEL PELO ÓRGÃO...........................
APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO APLICADO NA PESQUISA.......................................
ANEXO A – ÓRGÃOS DO ESTADO DO CEARÁ.......................................................
119
121
124
1 INTRODUÇÃO
Nesta seção serão apresentados os diversos passos dados neste estudo como a
relevância e a importância do tema, o problema, as hipóteses, os objetivos, os aspectos
metodológicos e a estrutura básica deste trabalho.
As telecomunicações e a informática têm evoluído nos últimos anos por serem
importantes ferramentas para o sucesso do sistema de informação. Essas ferramentas
contribuíram, de forma decisiva, para as mudanças de comportamento da sociedade, das
administrações públicas e privadas, quebrando os mais diversos paradigmas.
O caso em estudo, que tem como objeto a implantação do SIC, justifica-se pela
institucionalização da conta única no Ceará, por meio da Lei nº. 10.338, de 16.11.79,
regulamentado pelo Decreto nº 14.222/1980, em pleno apogeu do surgimento da
Administração Pública Gerencial, em que a Administração Estadual procurou criar
mecanismos para o acompanhamento ágil da execução orçamentária e dos atos correlatos,
com informações hábeis e oportunas.
O objetivo fundamental proposto ao SIC tem sido o de prever insuficiências
financeiras e indicar a localização de recursos ociosos, orientar as ações corretivas,
melhorar a utilização da eventual disponibilidade e, ainda, permitir o conhecimento da
composição patrimonial, o levantamento dos balanços, a análise dos resultados econômicos
e financeiros.
A partir da sua implantação e em todo o transcurso da década de 1990, o SIC tem
demonstrado ser um investimento tecnológico bem sucedido, na área de tecnologia de
informação do Estado do Ceará, inclusive atraindo novos investimentos no sistema
informatizado. Pode-se propor, como exemplo, o pagamento automatizado de seus
credores, com a institucionalização dos pagamentos em crédito, na conta bancária de seus
fornecedores, que até então eram realizados, pelo Estado, através de cheques nominais
descentralizados, nos seus diversos órgãos, sem um controle efetivo e sistematizado.
Mesmo sem sofrer significativas alterações, o SIC tem se destacado como um
importante sistema de informação contábil/financeiro do Estado do Ceará, dada a magnitude
de dados registrados e armazenados, que vão desde a elaboração e execução do
orçamento do Estado, incluindo a movimentação e controle financeiro do próprio orçamento,
como também de toda a arrecadação das receitas do Estado, assim como o desembolso
financeiro para realização das despesas dos entes da Administração Direta e Indireta.
Ressalte-se, também, que, conforme o Cadastro Geral da Coordenadoria do Tesouro
Estadual, da SEFAZ-CE, atualizada até julho/2009, o SIC atende a 128 (cento e vinte e oito)
Órgãos, sendo 39 (trinta e nove) entes da administração direta, 33 (trinta e três) entes
descentralizados e 56 (cinqüenta e seis) da administração indireta (Anexo A).
O SIC interage, além disso, com diversos sistemas da administração pública
estadual, fornecendo e recebendo informações, destacando os seguintes sistemas:
- Sistema Modular de Administração de Recursos do Tesouro (SMART);
- Sistema de Acompanhamento Físico de Projetos (SIAP);
- Sistema de Arrecadação (RECEITAS), Folha de Pagamento de Pessoal;
- Sistema de Acompanhamento de Desembolso Financeiro de Projetos.
Como se pode observar, o SIC se insere adequadamente nos pressupostos da
Administração Pública Gerencial, a qual pretende ter uma visão aberta e globalizante. O
administrador não teria que se preocupar em fundamentar suas ações restringindo-se,
apenas, aos quesitos legais. Isso é o mínimo que ele pode oferecer à sua sociedade. Seu
compromisso essencial está em oferecer os serviços públicos, procurando atender às suas
demandas, de forma continuada e com qualidade, com atitudes preventivas que, de um
lado, valorizem os recursos do Estado e, de outro lado, evitem ou amenizem o desperdiço e
o desmando da coisa pública.
Assim, é no contexto de uma Administração Pública Gerencial e do uso de Sistemas
de Informação no setor público, mais especificamente, em relação ao Sistema Integrado de
Contabilidade do Estado do Ceará (SIC), que se insere esta pesquisa.
1.1 Justificativa
A gestão pública mundial vem sofrendo alterações desde a segunda metade do
século XX, objetivando atender aos constantes cobranças da sociedade por mais serviços e
com qualidade, porque o modelo burocrático existente não mais supria suas necessidades.
Bresser Pereira (1997) entendia que as transformações exigidas para a Administração
Pública derivaram-se da mudança de consciência dos cidadãos, ou seja, da cognominada
Administração Burocrática, que não correspondia às demandas que a sociedade civil exigia
dos governos.
A importância deste estudo decorre, portanto, do fato que de um sistema de
informação, com a amplitude de serviços do SIC, constituir-se em uma ferramenta essencial
para uma eficaz administração orçamentário-financeira do Estado do Ceará e de sua
inegável importância, também, para o gerenciamento e controle de todo e qualquer recurso
estatal.
Um sistema de informação, com a dimensão e o alcance do SIC, se manifesta, pois,
como um importante objeto de pesquisa e rica fonte de conhecimentos acadêmicos, sendo.
Também, útil para o pesquisador e estudiosos de sistemas de informação
contábil/financeiro, dada a sua relevância para sociedade como um todo, por se tratar de um
sistema aperfeiçoado, utilizando tecnologia de ponta, que possibilita um eficiente controle
dos recursos públicos.
1.2 Problema
A implantação do SIC tinha, desde o princípio, como pressuposto a execução
orçamentária das receitas previstas e das despesas fixadas nas peças orçamentárias, com
um viés muito forte na gestão financeira dos recursos. Seu objetivo claro tem sido o de
otimizar as disponibilidades financeiras, seja na captação das receitas, como e, mormente,
no desembolso desses ativos nas diversas aplicações de despesas correntes ou de capital.
Diante dessas considerações, coloca-se o seguinte problema: qual a contribuição do
SIC ao controle e acompanhamento da execução orçamentária e financeira do Estado do
Ceará?
1.3 Objetivos
1.3.1 Geral
Analisar a contribuição do SIC no controle e acompanhamento da execução
orçamentária e financeira do Estado do Ceará.
1.3.2 Específicos
Podem ser apresentados os seguintes objetivos específicos:
1)Avaliar as necessidades do controle e acompanhamento da execução
orçamentária do Estado;
2)Identificar as necessidades do controle e acompanhamento da execução financeira
do Estado;
3)Analisar as características tecnológicas do SIC, no suporte para o controle e
acompanhamento da execução orçamentária do Estado;
4)Apontar as características tecnológicas (avaliação) do SIC, no suporte para o
controle e acompanhamento da execução financeira do Estado.
1.4 Pressupostos
Em relação aos problemas anteriormente levantados, este trabalho teve como pano de
fundo os seguintes pressupostos:
1.O SIC é uma ferramenta contábil eficiente no controle e acompanhamento da
execução orçamentária.
2.O SIC é uma ferramenta contábil eficiente no controle e acompanhamento da
execução financeira.
1.5 Estrutura do Trabalho
Este estudo está dividido em seis partes, a saber: a primeira, a Introdução,
apresentando os diversos momentos deste trabalho, como o contexto, a justificativa, os
objetivos e os pressupostos da pesquisa. Na segunda parte, são discutidos os conceitos
básicos de Tecnologia e Sistemas de Informação, classificação de sistemas, formas de
controle e avaliação, vantagens e contribuições para o setor público. Na terceira parte, são
discorridos assuntos sobre a contabilidade pública e orçamento público no contexto técnico
e legal. Na quarta parte, esclarecem-se a Metodologia utilizada nesta pesquisa, a sua
tipologia, coletas de dados, instrumentos de coleta e os procedimentos da pesquisa. Na
quinta parte são evidenciadas as análises e os resultados do estudo de caso; na sexta e
última parte, expõem-se a conclusão da pesquisa com as considerações e sugestões.
19
2 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E SISTEMAS DE INFORMAÇÃO
Nesta seção apresenta-se a fundamentação teórica acerca da tecnologia e dos
sistemas de informação.
2.1 Conceitos básicos
A definição de dados e de informações é, comumente, confundida num grupo de
pessoas que não têm intimidade com o assunto. Informação, no sentido lato, pode ser
definida como sendo dados trabalhados que servirão para auxiliar a tomada de decisão; por
sua vez, os dados são fatos estáticos, sem nenhuma agregação de outros valores, sem
relacionamento com outros dados. Para aprimorar essas definições faz-se necessário
recorrer aos teóricos americanos Stair e Reynolds (2006, p. 5-6):
Informação é o termo usado no título do livro, nesta seção e em quase todos os capítulos. Um gerente eficaz em qualquer área de negócios deve entender que as informações são um dos recursos organizacionais mais valiosos e importantes. Esse termo, entretanto, é freqüentemente confundo com o termo dados. Dados são compostos por fatos básicos, como o nome e a quantidade de horas trabalhadas em uma semana de um funcionário, número de peças em estoque ou pedidos. [...] Quando esses fatos são organizados ou arranjados de maneira significativa, eles se transformam em informações. Informação é um conjunto de fatos organizados de modo a terem valor adicional, além do valor dos fatos propriamente ditos. [...] A transformação de dados em informação é um processo ou conjunto de tarefas logicamente relacionadas desenvolvidas para atingir um resultado definido. O processo de definição de relações entre dados para criar informações específicas, requer conhecimento. Conhecimento é a consciência e o entendimento de um conjunto de informações e formas de torná-las úteis para apoiar uma tarefa específica ou tomar uma decisão.
Portanto, fica evidenciada a importância e a influencia de utilização de TI e SI nos
processos gerenciais da moderna administração, seja pública ou privada. O desafio maior
que o administrador deve levar em consideração é a melhor forma de escolher os seus
investimentos de TI. Audy e Brodbeck (2003, apud MARQUES E ALBERTIN, 2005), fazem
abordagens facilitadoras sobre esse processo decisório, a respeito do modo como o
administrador pode encaminhar a melhor decisão para contratar as ferramentas
tecnológicas, exemplificando as seguintes visões, que estão expostas no Quadro 1.
20
Abordagem Características
Racional
Decisão Ótima
Técnicas de Pesquisa Operacional
Considera o comportamento psicológico do decisor individual, considerando-o possuidor de uma racionalidade limitada e influenciada pelo ambiente psicológico. Neste contexto, o tomador de decisão não se define pela decisão ótima, em virtude de não ter todas as informações e da limitação intelectual de analisar todas as alternativas. desta forma, a sua decisão se contentará à primeira solução que julgar satisfatório, não usando o conceito de decisão ótima.
Racionalidade Limitada
Decisão Satisfatória
Visão Comportamental
Considera o comportamento psicológico do decisor individual, considerando-o possuidor de uma racionalidade limitada e influenciada pelo ambiente psicológico. Neste contexto, o tomador de decisão não se define pela decisão ótima, em virtude de não ter todas as informações e da limitação intelectual de analisar todas as alternativas. desta forma, a sua decisão se contentará à primeira solução que julgar satisfatório, não usando o conceito de decisão ótima.
Política
Negociação Política
O processo decisório organizacional é um processo de negociação politica e de coalização de forças, desta forma, impossibilitando um ideal de racionalidade e, sim, um processo político.
Esta visão caracteriza-se por chamar a atenção sobre o jogo de poder que se esconde atrás dos discursos racionais.
Incrementalismo Lógico
Político-lógico-comportamental
Aspectos racionais
Papel do Dirigente
Uma visão realista do processo decisório, articulando e integrando os modelos racionais, os sistemas formais de planejamento e os aspectos políticos. Neste ambiente, o decisor possui certo poder de influência no processo de decisão. Mas este poder ocorre muito mais de forma indireta e informal.
Componente subjetivo
Subjetividade
Introduz a subjetividade como uma componente significativa do processo decisório, ressaltando a importância de desejos e crenças do decisor neste processo.
Quadro 1 - Abordagens do processo decisório.
Fonte: Adaptada de Audy e Brodbeck (2003, apud MARQUES e ALBERTIN, 2005, p. 20).
Verifica-se, atualmente, que o termo ‘Tecnologia de Informação’ se encontra
onipresente e determinante, no uso de computadores em todas as organizações e, na
maioria das vezes, não há nem um consenso entre os estudiosos, nem ideias claras sobre o
assunto, o que, normalmente, provoca equívocos com prejuízos na sua operacionalização,
por parte dos usuários.
21
Procura-se a seguir, basicamente, a partir de um trabalho de Laurindo (2008), chegar
a um esclarecimento sobre o significado preciso de Tecnologia de Informação. Dessa forma,
o Quadro 2 apresenta os conceitos dos seguintes estudiosos, citados por Laurindo (2008).
Autor Abordagem
Keen (1993)
A expressão ‘Tecnologia de Informação’ é um termo passível de equívocos e a mudanças no seu significado, quando se refere a computadores, telecomunicações, ferramentas de acesso e recursos multimídia.
Luftman et al. (1993) e Keen (1993)
A ‘Tecnologia de Informação’ (TI) é um termo muito mais amplo do que os termos, processamento de dados, sistemas de informação, engenharia de software, informática, ou até o conjunto de hardware e software. Conforme esses autores, os termos envolvem, também, aspectos humanos, administrativos e organizacionais.
Alter (1995)
Distingue ‘Tecnologia da Informação’ e ‘Sistemas de Informação’. A primeira expressão se refere aos aspectos técnicos. A segunda expressão envolveria questões do fluxo de trabalho e as intervenções humanas neste processo.
Venkatraman (1993), Keen (1993), Weil (1992)
Servem-se da expressão, ‘Tecnologia de Informação’, entendendo tanto os aspectos técnicos, como os aspectos humanos.
Quadro 2 – Conceitos de Tecnologia de Informação.
Fonte: Adaptado de Laurindo (2008).
Ainda, conforme Laurindo (2008), a expressão ‘Tecnologia de Informação’, a partir
da década de 1980, substituiu os termos ‘Informática’ e ‘processamento de dados’ que eram
empregados indiscriminadamente nesse campo, visto que o conceito de TI é mais amplo e
insere-se na expressão ‘convergência digital’, termo frequente na indústria de computadores
e nas telecomunicações. Já os Europeus, por sua vez, trabalham com a expressão
Tecnologia da informação e da Comunicação (TIC).
Como se pode observar no quadro 2, ainda não existe um consenso sobre o sentido
exato do termo Tecnologia de Informação e que, pelo contrário, seu significado acha-se em
constante evolução e discussão. Porém todos convergem para a ideia de que se trata de um
processo que envolve tanto os aspectos técnicos quanto os aspectos humanos.
Quanto aos sistemas de informação, a palavra-chave aqui é informação. Seria
conveniente, antes de tudo, fazer uma breve exposição sobre esse conceito. Para isso,
toma-se aqui emprestado o que dizem, a respeito.
Um sistema de informação (SI) é um conjunto de componentes inter-relacionados que coletam, manipulam e disseminam dados e informações
22
para proporcionar um mecanismo de realimentação para atingir um objetivo. Nós todos interagimos diariamente com sistemas de informação, tanto pessoal como profissionalmente. Nós usamos caixas eletrônicos em bancos, funcionários em lojas verificam nossos itens com códigos de barras e dispositivos de varredura, nós acessamos informações pela Internet e obtemos informações de quiosques com telas sensíveis a toques. As 500 principais companhias, segundo a Fortune, gastam mais de um bilhão de dólares por ano em tecnologia de informações. No futuro, dependeremos ainda mais dos sistemas de informação (STAIR; REYNOLDS, 2006, p.4).
Os sistemas de informação encontram-se presentes no cotidiano, tornando-se
imprescindíveis, seja na vida privada: na execução de tarefas caseiras ou mesmo quando
nos interagimos, via internet, com amigos ou solucionando transações comerciais ou
bancárias; como também nas mais diversas aplicabilidades dos entes públicos ou privados.
Porém, sua importância é de tal importância, que não se consegue sobreviver sem a
utilização dos sistemas de informação (SI), visto que, devido à evolução dessa ferramenta,
em qualquer atividade que se executa, atualmente, estão, quase sempre, presentes a TI e o
SI.
Essa dependência tecnológica é tão grande que, no simples fato da retirada dos
ativos (dinheiro) numa instituição financeira, se os sistemas que operacionalizam os
recursos não estiverem funcionando, acarretarão uma dificuldade para o correntista, daí
porque, pode-se dizer que os sistemas de informações manipulam, administram as riquezas,
tornando os indivíduos impotentes diante de tal tecnologia.
Com certeza, os sistemas de informação são instrumentos para auxiliar o tomador de
decisão, com dados ou de informações que irão influenciar positivamente, ou não,
dependendo da qualidade, da tempestividade e da oportunidade, como eles forem servidos.
Portanto, para o desenvolvimento de qualquer sistema de informação é de fundamental
importância a escolha da TI a ser utilizada. Para a formatação desse sistema, devem ser
observados fatores que influenciam o uso dessa ferramenta, ou seja: variáveis tecnológicas,
variáveis não tecnológicas, variáveis do setor e variáveis macroeconômicas. Moura (2003,
apud MARQUES; ALBERTIN, 2005, p. 19) definiu essas variáveis como sendo:
- Variáveis Tecnológicas: incluem as tecnologias selecionadas e a própria evolução da TI, em si.
- Variáveis Não Tecnológicas: neste grupo, estão as mudanças de processos, a adoção e assimilação das TIs selecionadas.
- Variáveis do Setor: neste grupo, encontram-se as características econômicas do setor em que a empresa atua, como regulamentação, nível de informação etc.
23
- Variáveis Macroeconômicas: neste grupo, encontram-se variáveis mais amplas, como o desempenho econômico do país e suas políticas.
As variáveis retro mencionadas são de capital importância para auxiliar na tomada
de decisão, no momento da escolha do Sistema de Informação a ser utilizado. A escolha da
‘Variável Tecnológica’ é um passo crucial para o êxito de um SI, em si, visto que a qualidade
e tempestividade (evolução) da TI é o repositório estrutural sistêmico de qualquer Sistema
de Informação bem sucedido; o segundo grupo, chamado pelos autores aqui citados de
‘Variáveis Não Tecnológicas’, dá importância ao desenvolvimento dos processos que serão
beneficiados pelo avanço tecnológico. Nesse instante, o envolvimento e comprometimento
dos recursos humanos são decisivos para se lograr sucesso nessa empreitada; o terceiro
instante trata das ‘Variáveis do Setor’ que se preocupam com a instituição em que está
sendo implantada a nova ferramenta tecnológica.
Surge, então o seguinte questionamento: se do setor privado, qual o segmento
econômico da empresa ou, se do setor publico, qual a ramificação do ente, na esfera de
governo? Seja público ou privado, o ente deve ser avaliado nos aspectos econômicos,
legais, conhecimentos e cultura tecnológica; e, por último, as ‘Variáveis Macroeconômicas’
que, como o próprio nome sugere, preocupam-se com a adequação do investimento
tecnológico com as políticas amplas de médio e de longo alcance, sejam de características
puramente do desenvolvimento econômico e suas implicações no contexto nacional, ou,
também, no contexto na linha de pensamento da administração nos entes públicos, se a
filosofia comunga com uma administração chamada de Administração Pública Gerencial,
que tem como um dos seus pressupostos a valorização da avaliação de seus resultados.
Deve-se notar que um sistema de informação está sempre constituído de três
setores básicos, a saber: entrada de dados brutos, o processamento dos dados, e a saída
das informações.
Apresentam-se, no quadro 3, algumas formulações e conceitos sobre Sistemas de
Informação e da Comunicação (TIC) de autores, citados por Laurindo (2008).
24
Autor Abordagem
Sommerviille (2004)
Sistema de Informação, conforme Sommerviille (2004) seria um conjunto significativo de componentes interligados, operando de forma integrada dentro de um objetivo comum.
Zwass (1998)
Sistema de Informação seria um conjunto de componentes organizados com o objetivo de coletar, transmitir, armazenar e processar dados de modo a fornecer informação voltada para a ação.
Laudon e Laudon (2003)
Estes autores apresentam a mesma concepção de Zwass, só que mais detalhada e precisa, no sentido de incluir os aspectos de planejamento, controle, coordenação, análise e tomada de decisões nas empresas.
Quadro 3 – Conceitos de Sistemas de Informação e da Comunicação.
Fonte: Adaptado de Laurindo (2008).
Depreende-se do exposto no quadro 3, que um sistema de informação é um
conjunto de procedimentos tecnológicos e humanos, que interagindo simultaneamente
convergem para alcançar um objetivo preestabelecido, contribuindo, também, com
informações para tomadas de decisão.
Quanto à conceituação de Software, podem ser destacadas as seguintes
definições citadas por Laurindo (2008), conforme apresentado no Quadro 4.
Autor Abordagem
Turban et al. (2004) Software seria um conjunto de programas pelos quais os dados introduzidos são processados pelos equipamentos (Hardware).
McLean, Wetherbe (2002) Definem o software como um ‘código de instruções’ que, unido ao hardware, permite a operacionalidade de um sistema de computador.
Pressman (2001)
Software seria ‘um conjunto de instruções’ ou ‘um programa de computador’, além da própria estrutura de dados destes programas e a documentação, com as devidas instruções, sobre o sistema operacional
Quadro 4 – Conceitos de Software.
Fonte: Adaptado de Laurindo (2008).
Pressman (2001, apud LAURINDO, 2008) apresenta, ainda, uma lista de tipos de
software, quais sejam:
1.Software básic, isso é, os sistemas operacionais, Windows, Linux, Dos, Bios e os
Drivers dos periféricos.
25
2.Software de tempo real, usado no processamento on-line.
3.Software comercial: para o processamento de grandes volumes de dados, mas
sem muitos cálculos complexos.
4.Software científico: para o processamento de um pequeno volume de dados, mas
com cálculos complexos.
5.Software embutido: inserido no funcionamento das diversas máquinas e
equipamentos modernos.
6.Software de computador pessoal: utilizado nos computadores (PCs) pessoais.
7.Software de inteligência artificial: um simulador do comportamento humano.
Portanto, pode-se concluir que um software é um conjunto de instruções, códigos,
comandos e programas que, utilizados nos hardware, é capaz de processar dados nos
computadores para atingir determinado objetivo.
2.2 Classificação dos Sistemas de Informação
Laurindo (2008) expõe quatro classificações para os sistemas de informação,
considerando a visão de autores como:
a) Por níveis de decisão . Na opinião de Anthony (1965, apud LAURINDO, 2008),
existiriam na operação dos sistemas de informação três tipos de decisões bem
distintas, isso é, decisões referentes às operações, outras referentes ao ‘controle
direto’ e outras referentes ao ‘planejamento estratégico’. No nível estratégico, as
informações dizem respeito ao campo externo, mais voltadas para o planejamento
em longo prazo, mas, também, com sistemas estratégicos de inovação, por causa
da dinamicidade dos mercados. No nível do controle, os dados seriam internos e
externos, a partir do problema. No nível operacional, seriam focados os dados
internos, analíticos, com a automação dos processos repetitivos, nas atividades
de curto prazo.
b) Conforme USO . De acordo com Alter (1995, apud LAURINDO, 2008), as
tipologias utilizadas pelas empresas são de:
1.Sistemas Transacionais (TPS) (Transaction Procssing System):
26
armazenam e coletam eventos e dados repetitivos no dia-a-dia das
organizações, administrando os dados conforme regras pré-estabelecidas.
2.Sistemas de informação Gerenciais - Management Information System
(MIS): trabalham as informações de maneira mais agregada.
3.Sistemas de Apoio à Decisão - Decision Support Systems (DSS), forma
interativa de contato dos usuários com o computador, sendo fundamental a
forma de suprimento de informações.
4.Sistemas de Informação Executivos - Executive Information Systems
(EIS): fornecem um maior nível de agregação nas suas informações, com
interface, visando a um nível mais alto da direção da empresa.
5.Sistemas Especialistas– Especialist Systems (ES): um sistema facilitador
de diálogo com o usuário, buscando resolver problemas conjunturais, por
regras internas, tipo ‘se, então, senão’.
6.Sistemas de Automação de Escritórios - Office Automation Systems
(OAS): basicamente procura facilitar a interatividade e a comunicação,
buscando maior eficiência e fluidez no trabalho de um escritório.
c) Conforme a estrutura organizacional . Turban, McLean e Wetherbe (2002, apud
LAURINDO, 2008) criaram uma nova forma de classificação, a partir da
hierarquia organizacional:
1. Os sistemas de informações departamentais: para atender aos
departamentos da empresa.
2. Os sistemas de informação empresariais: com todo o conjunto de
aplicativos para o planejamento e administração de todos os recursos da
organização.
3. Os sistemas de informação interorganizacionais: com a possibilidade da
interligação de diversas empresas.
Os três sistemas de informação supraclassificados atendem às necessidades
institucionais. A primeira classificação, como o próprio nome sugere, procura atender aos
objetivos específicos de cada departamento. A segunda categoria envolve aqueles sistemas
que interagem com todos os departamentos da mesma organização, são os conhecidos
sistemas integrados do tipo Enterprise Recource Planning (ERP). Por último, os sistemas
27
interorganizacionais são aqueles que interligam e consolidam os grandes objetivos de várias
empresas.
Alter (1992, apud LAURINDO, 2008) indica, ainda, mais cinco níveis de coordenação
dos sistemas de informação, a saber:
1.Inter-organizacional: o processo se dá entre as diversas organizações envolvidas
numa intercomunicação sistêmica.
2.Organizacional: o processo, nesse caso, fica restrito à organização como um todo,
que assim se integra em todos os seus setores.
3.Trabalho em Grupo: essa coordenação vai acontecer em determinado grupo da
empresa e fica restrito a este.
4.Individual – obrigatório: um processo a envolver um único indivíduo determinado de
um setor da empresa.
5.Individual – discricionário (isso é, pode ou não ser executado): o processo limita-se
a um indivíduo, opcionalmente.
d) Pelas Tarefas que apóiam: de acordo com Alter (1995, apud LAURINDO, 2008),
há a possibilidade de se executarem diversas tarefas nos sistemas de
informação, seja substituindo atividade humana, seja reforçando-se regras e
procedimentos, seja, fornecendo-se informações e ferramentas necessárias para
a execução do acesso, como processar dados, comunicar-se, tomar de decisões
e planejar ações físicas.
Alter (1992, apud LAURINDO, 2008) apresenta alguns referenciais para a descrição
e avaliação dos sistemas de informação, como:
− A complexidade: pelo número de variáveis interfaces, pela dificuldade possível nos
cálculos, pela intensidade e variedade de acesso ao banco de dados.
− Padrão de erros: o tipo de erros cometidos pelo sistema, os sistemáticos e os não-
sistemáticos.
− Compatibilidade: maior ou menor compatibilidade do sistema com outros
equipamentos, sistemas e aplicativos.
− Controlabilidade: maior ou menor controle sobre a operação do sistema.
28
− Adaptabilidade: capacidade do sistema de adaptar-se a mudanças tecnológicas e
organizacionais.
− Custo: os custos de aquisição, implantação e de operação.
− Atrasos: o grau de defasagem em relação à atualidade tecnológica.
− Capacidade: o volume de dados e transações possíveis de serem processadas e
armazenadas e o número de usuários compatíveis.
− Confiabilidade: a certeza possível diante das respostas fornecidas pelo sistema.
− Eficiência: a forma como o sistema opera, mais ou menos perfeitamente.
− Eficácia: os resultados obtidos e os benefícios colhidos.
As classificações dos sistemas definidos, assim como a descrição e avaliação dos
sistemas de informação, são informações importantíssimas na avaliação e na tomada de
decisão para implantação de qualquer sistema de informação-SI. A inobservância desses
referenciais poderá acarretar a ineficiência da escolha do tomador da decisão do SI,
causando-lhe prejuízos financeiros ou de oportunidade, desequilibrando a relação custos
versus benefícios.
2.3 Características dos sistemas de informação
Alter (1999), Audon e Laudon (2000) e O’Brien (2003), citados por Dolci; Becker
(2006), a partir do estudo de traços característicos de um conjunto dados, com o objetivo de
determinar os tipos de sistemas de informação, ou seja, as tipologias adotadas para
caracterizar sistemas de informação, classificam os recursos em humanos, de hardware, de
software, de dados, de rede e de informação.
Essas características, entretanto, quando fundamentadas atendem, principalmente, a
recursos técnicos, dificultam a identificação e a mensuração das características relevantes
da TI, para estudos que visam a entender seu relacionamento com as organizações
(CROWSTON; MALONE, 1994, apud MULLIGAN, 2002).
Os autores Dolci e Becker (2006) dizem que tais tipologias focam a capacidade de
29
produção e componentes mensuráveis, tangíveis das máquinas, quando associadas à TI.
Concluindo seus pensamentos, os autores entendem que, de fato, os recursos são
diferenciados pela capacidade de processamento, armazenamento, recuperação,
transmissão e apresentação dos dados.
Contrapondo-se ao exposto anteriormente, Mulligan (2002) direciona que os estudos
sobre caracterização da TI devem passar da observação direta (objetiva) de elementos, com
caráter de tangibilidade da tecnologia, para a percepção dos usuários e desenvolvedores.
Para fundamentar suas ideias, o autor desenvolveu uma pesquisa exploratória em que faz
uso do método Delphi, junto a especialistas, numa primeira fase, e comparou alguns casos,
numa segunda, concluindo que os principais atributos que caracterizam os sistemas de
informação são: escopo, acessibilidade, integração e foco dos sistemas.
No intuito de melhor mensurar os atributos de cada construto definido (conceitos não
observáveis), Dolci e Becker (2006) apresentam, para cada construto, um conjunto de
enunciados (itens para medir variáveis observáveis). Após a análise de 394 sistemas de
informação, utilizando uma ferramenta sofisticada em estatística, confirmaram os estudos
anteriores de Mulligan (2002) e Dolci; Becker (2006).
Os autores Dolci e Becker (2006) oferecem itens (variáveis observáveis) que devem
ser empregados para cada construto (variável latente), conforme exposto no Quadro 5.
Construto Itens
Escopo São abrangentes quanto ao número de áreas funcionais que acessam o sistema dão apoio à execução de uma vasta gama de tarefas dão apoio à execução de diferentes tipos de serviços exigidos em diversas áreas funcionais.
Acessibilidade Estão disponíveis 24 horas, 7 dias por semana, para serem acessados por sistemas de informação externos à organização. Podem ser acessados fora do expediente de trabalho.
Integração São integrados a outros sistemas de informação que dão apoio a decisões realizadas em níveis superiores da organização. Registram dados ou executam processos fundamentais a outros sistemas de informação.
Foco
Ajudam a tomada de decisões gerenciais.
Ajudam a tomada de decisões em grupo.
Ajudam nas decisões da alta administração.
Quadro 5 - Características dos Sistemas de Informação - Itens do modelo de mensuração.
Fonte: Dolci e Becker (2006).
30
Conforme exposto no Quadro 5, as quatro variáveis para caracterizar os sistema de
informação foram definidas pelos autores como sendo: ESCOPO – grau de abrangência, em
termos de distintos grupos de usuários e número, e funções (ou áreas funcionais) auxiliados
pelo sistema; ACESSIBILIDADE – grau de facilidade de acesso ao aplicativo e de
distribuição de dados; INTEGRAÇÃO – grau de integração com outros sistemas de
informação, internos ou externos à organização; e FOCO – grau em que a TI direciona seu
foco no apoio a processos decisórios.
2.4 Alinhamento Estratégico e Produtividade da TI
Andrade e Souza e Jóia (2008), estudiosos de TI, abordaram o assunto da
complexidade do conceito e da aplicação da TI. Os estudos sobre TI acentuaram que o
conceito de Tecnologia da Informação (TI) envolve uma série de aspectos, desde os
sistemas de informação e aplicativos (Software), passando pelos equipamentos e periféricos
(hardware), redes e telecomunicações, envolvendo até um terceiro aspecto, também de
suma importância, os recursos humanos (people ware). As empresas, atualmente,
consideram a TI uma importante ferramenta estratégica, no nível operacional e no próprio
repensar das metas da empresa no mercado (ANDRADE E SOUZA ; JOIA, 2008).
Segundo Laurindo (2008), o alinhamento estratégico seria a resposta para a questão,
que contesta essas dúvidas, sugerindo que a inexistência de resultados mais satisfatórios
decorrentes dos investimentos em TI deve-se, sobretudo, à falta de alinhamento entre a
tecnologia e a própria gerência dos negócios.
Conforme Luftman (2000, apud ANDRADE E SOUZA; JÓIA, 2008), o alinhamento
estratégico (AE) consiste nas atividades feitas, de forma coordenada, pela gerência da
organização, integrando as várias áreas da empresa como a tecnologia de informação,
finanças, marketing, recursos humanos, manufatura e outros. Portanto, insistem esses
autores, entre os quais Laurindo (2008), que esse alinhamento estratégico tem como
pressuposto uma correspondente mudança no pensamento gerencial na função específica
da TI na organização. Em outras palavras, a TI deve estar sintonizada com os negócios, e
os negócios, consequentemente, alinhados com a TI.
Há diversas propostas, atualmente, de modelos de AE da informação, como
31
tentativas de indicar os meios para se chegar ao alinhamento estratégico nas organizações,
dentre os quais podem-se citar, no Quadro 6, os modelos propostos por autores, citados por
Andrade e Souza; Jóia (2008).
Nº Autores Modelo
1 Henderson e Venkatramar (1993)
Destacam quatro domínios: Estratégia de Negócio, Estratégia de TI, Infraestrutura e Processos Organizacionais e Infraestrutura e Processos de TI. Sustentam ainda esses estudiosos que o alinhamento estratégico não pode ser considerado como um fato isolado, mas como um processo de contínuo, ajustes e adaptações, sempre acompanhada de uma profunda mudança no pensamento gerencial sobre a TI e a organização em vista.
2 Reich e Benbasat (1996)
distingue um framework de integração entre negócios e TI, definido por eles como Dimensão Intelectual e Dimensão Social. Nesse aspecto, são feitas importantes distinções entre causas, isso é, os determinantes do alinhamento estratégico de TI, e o efeito, o alinhamento estratégico em si. A novidade desse modelo é a distinção entre a dimensão intelectual (metodologias, técnicas e dados e o aspecto social, os participantes, o grau de envolvimento dos mesmos, métodos de comunicação e decisões). A dimensão intelectual é o estado em que os objetivos de Negócio e de TI estão integrados e uníssonos, enquanto que a dimensão social é o estado de interação entre os executivos do Negócio e de TI, comprometidos com os objetivos e planos de suas respectivas áreas.
3 Teo e King (1977)
Apresentam Teorias Evolucionária e de Contingência, segundo as quais deve ser levado em consideração um padrão de evolução na integração entre Negócios e TI que passa por quatro etapas: a integração administrativa, a integração sequencial, a integração recíproca e integração plena. Teo e King (1997) chegaram às seguintes conclusões: 1) O salto de uma etapa a outra, ou a evolução reversa, é pouco usual. 2) As organizações, nem sempre, iniciam o processo de alinhamento pela primeira etapa. 3) O tempo de cada etapa vai decrescendo na medida em que a organização evolui. Além disso, os autores citados insistiram na importância da característica organizacionais e ambientais na integração entre Negócios e TI, e, ao mesmo tempo reafirmaram que nesse caso é fundamental o conhecimento do executivo da TI sobre o outro lado da situação, os negócios, para o sucesso do alinhamento.
4 Chan et al (1997)
Relacionam o alinhamento estratégico de TI com a Efetividade da TI e o Desempenho Organizacional. A criação da estratégia da TI seria somente o primeiro passo para o alinhamento, quando o segundo, a sua implantação, seria tão importante quanto o primeiro. Segundo os citados teóricos, as empresas de sucesso nessa operação são as que apresentam o alinhamento entre as estratégias de Negócios e TI. Insistem, também, na necessidade de se ter muito cuidado com a formulação da estratégia de TI, devendo envolver a participação da administração sênior da empresa.
5 Luftman (2000)
Procura medir o grau de maturidade do alinhamento estratégico entre Negócios e TI, o qual tende a crescer com o aumento da capacidade de TI e das demais áreas da empresa de crescerem e se ajustarem mutuamente nas suas estratégias. O autor citado lembra, ainda, a utilidade das discussões em grupo dentro da empresa como sendo essencial para sua maturidade e integração.
32
Nº Autores Modelo
6 Hirschheim e Sabherwal (2001)
Afirmam que a estratégia de TI se divide em três dimensões, a saber: 1. O papel da TI, isso é, como ela é entendida pela gerência sênior da empresa. 2. A Sourcing da TI, que se refere ao modo como os produtos e serviços são adquiridos. 3. A estrutura da TI, que diz respeito à forma como é organizada e suas decisões. Os autores acima citados lembram a importância, nesse caso da empresa formar uma estrutura apta para suas decisões estratégicas, na sua integração funcional.
7 Keams e Sabherwal (2006)
Apresentam Teoria da Gestão do Conhecimento, é necessário o envolvimento sistemático de gerentes do Negócio no planejamento estratégico de TI e, por outro lado, também, a participação do corpo de gerentes de TI no planejamento estratégico do Negócio, visando a uma perfeita integração e sintonia dos dois lados. A importância dada ao gerenciamento do conhecimento e à centralização das decisões de TI é um fator congregador imprescindível. Aqui, diversamente do que opinavam Teo e King (1997), Keams e Sabherwal (2006) acentuam que o conhecimento de TI, pelos executivos de Negócios, é bem mais determinante para o alinhamento estratégico do que o conhecimento do executivo de TI sobre os negócios da empresa.
8 Brodbeck e Hoppen (2003)
propõem uma nova visão espacial, com um plano de frente, com o objetivo de alinhar Negócios e TI, durante a fase de formulação, com outros planos de promoção de alinhamento contínuo, durante os diferentes estágios, quando falam de um alinhamento circular, entre objetivos e estratégias de Negócios e TI e alinhamento cíclico/crescente no tempo e no espaço, com os movimentos dos itens e das metas propostas.
Quadro 6 – Modelos de alinhamento estratégico.
Fonte: Adaptado de Andrade e Souza; Jóia (2008).
Diante do exposto, Andrade e Souza; Jóia (2008) observam que os vários modelos
de alinhamento estratégico procuram fazer várias avaliações do mesmo fenômeno,
insistindo sempre na interação dos Negócios e dos executivos com a TI, bem como dos
executivos, para com o pleno sucesso e alcance dos resultados positivos, na implantação de
TI na empresa.
Os pontos de vista acima mais uma vez coincidem com as teses dos principais
teóricos em administração de empresas, quando insistem na necessidade da integração
sistêmica dos departamentos e operações das empresas, evitando ações e setores
estanques, como pressupostos iniciais para o sucesso do todo.
Sobretudo em se tratando da implantação de novas tecnologias como a TI, é
fundamental que este instrumental se encaixe perfeitamente nos objetivos, nas
especificidades, na estrutura e nos limites de cada empresa. O executivo da TI, pois, por si
33
só não conseguirá reverter em lucros expressivos os investimentos nesse campo, senão
integrando-se aos demais departamentos e sendo por eles acolhido.
2.5 Custo e Benefício da TI: visões contrastantes
Os autores Santos, Silva, e Chamon (2008) discutiram, em um estudo conjunto, a
respeito do paradoxo da Produtividade da TI no setor industrial. O ponto exato da questão é
que não se apresentam evidências claras de que o investimento empresarial em instalações
da TI tenha sido sempre seguido de aumento de produtividade. Nesse trabalho, os autores
mencionados apresentam algumas posições sobre o assunto a partir de conclusões de
diversos estudiosos.
Iniciando sua argumentação, afirmam, estes estudiosos, que desde a década de
1970, o mundo tem sido invadido pela nova tecnologia da Informação. Microcomputadores,
impressoras, redes de alta velocidade, alta capacidade de armazenamento de dados, entre
outras novidades dessa tecnologia de ponta, entre outras, gerando uma expectativa e
crença no conseqüente aumento da eficiência e da produtividade das empresas. Todavia,
algumas análises de resultados obtidos, nem sempre vêm confirmando essa expectativa.
Se alguns estudos confiáveis defendem a contribuição positiva da TI para as empresas, a
mensuração desses resultados tem sido problemático.
Solow (1987), posicionando-se também sobre a questão, chegou a reconhecer, em
artigo publicado no New York Times, nestes exatos termos “nós vemos computadores por
toda parte, exceto nas estatísticas de produtividade (SOLOW, 1987, 36). Até hoje, não se
chegou a uma conclusão e a um consenso sobre a afirmação de Solow. Foi, no entanto com
Roach (1988), que consagrou a expressão Paradoxo da Produtividade para essa questão.
Trata-se, pois, de uma questão ainda em plena discussão e envolvida em muitas
controvérsias, mas um assunto de interesse primordial para os governos e as empresas.
Os autores Dewan e Kraemer (1998), em uma pesquisa no nível mundial,
constataram que os países que investiram em TI, entre 1985 e 1992, tiveram um retorno
positivo em seus investimentos nessa área, enquanto os países que optaram por
investimentos em baixa tecnologia (não TI) não obtiveram resultados positivos. Os autores
mencionados, ainda, destacam que os investimentos em TI, em geral, aumentam a cada
34
ano, mas a produtividade permanece baixa.
Em outra pesquisa sobre os investimentos e retornos de TI, realizada em 36 países,
Dewan e Kraemer (2000) analisaram o comportamento desses países no período de 1985 a
1993, focando os investimentos feitos em alta tecnologia (TI) e em baixa tecnologia (não-TI).
Dessa pesquisa, resultou que os países desenvolvidos, que investiram em alta tecnologia,
tiveram um sensível progresso nos seus resultados, o que não ocorreu com os que
investiram em baixa tecnologia. Por outro lado, o contrário tem ocorrido com os países em
desenvolvimento: a aplicação em baixa tecnologia tem proporcionado significativos
resultados, o que não ocorreu com seus investimentos em alta tecnologia.
Oliver e Sichel (2000) confirmam que a utilização de alta tecnologia foi, no caso dos
Estados Unidos, a responsável pelo crescimento na produtividade do trabalho, com os
softwares e outros equipamentos agregados ao processo. Os referidos autores, no seu
trabalho (2003), atestam que, entre 1995 e 2000, a produtividade nos negócios não rurais
teve um crescimento notável, se for comparada aos anos de 1973 a 1995, levando os
citados autores a creditam a implementação da TI.
Gust e Márquez (2004) assinalam que, se nos Estados Unidos a utilização da TI
repercutiu de forma positiva nas estatísticas de produtividade, isso não aconteceu em outros
países desenvolvidos. O que fez a diferença, conforme os autores referidos, é que os
Estados Unidos, de um lado, adotam com muito mais facilidade as novas tecnologias e, por
outro lado, as produzem em uma concorrência aberta. Os demais países se mantiveram em
uma posição rígida e conservadora, em relação à adoção da TI e seu contexto geral que,
definitivamente, exige, para seu sucesso, uma profunda reestruturação na força de trabalho,
dentro de uma flexibilidade das leis normativas do mercado da informática. Em regra geral,
esses autores reafirmam que os países que vêm investindo, como os Estado Unidos, em
alta tecnologia, estão recebendo os frutos positivos desse investimento.
Dentro do cenário brasileiro, a discussão e os estudos se concentram, sobretudo,
nos exemplos de investimentos em TI das instituições bancárias, pelo fato de estas serem
as primeiras a considerarem a informação como um insumo básico nas suas operações,
apresentando-se como uma exceção à regra acima expressa (TEIXEIRA e CAVALCANTE,
2005). Na opinião de Maçada (2001), o fato se explica, também, pois, são essas instituições,
35
os bancos, que mais têm investido em TI.
Focando o processo de automação promovido pelos bancos, no período de 1997 e
2001, este não resultou em maiores níveis de flexibilidade das organizações. Também, aí,
não existe um consenso sobre o aumento da produtividade resultante da utilização da TI.
Outro dado conclusivo de Maçada (2001) foi que o investimento puro e simples, em TI, não
garante a eficiência, mas que deve ser acompanhado por uma reestruturação empresarial
para que os investimentos em TI gerem uma maior produtividade.
Pode isso, esse concluir que o fenômeno do Paradoxo da Produtividade dos
investimentos em TI por parte das empresas vem chamando a atenção da comunidade
acadêmica, há mais de 20 anos e é uma questão atual para o empresário.
Questionam-se entre outros os reais motivos da adoção, pelos empresários, da
implantação da TI, o que ocorre, muitas vezes, por motivos irrelevantes e não pertinentes,
como o fato de o concorrente já ter investido nessa tecnologia, ou por acreditarem nos
resultados automáticos positivos da utilização da TI.
Por isso, este paradoxo ainda carece de mais pesquisa e discussão para se chegar a
um consenso a respeito do problema. Finalmente, são esses estudos acadêmicos que
fornecerão aos investidores os necessários subsídios técnicos para suas futuras decisões.
2.6 Gestão Pública e Tecnologia da Informação
Nesta seção apresentar-se-á uma análise sobre a inserção da administração pública
na Tecnologia da Informação - Economia Digital.
Há, entre os estudiosos da Administração, como Drucker (1989) e outros, o
reconhecimento de que os grandes avanços tecnológicos surgiram em um cenário exigente
de guerra, na empresa pública, mais precisamente, nas operações das forças armadas, em
relação à administração, controle de qualidade e, inclusive, a própria comunicação pela
Internet.
36
Foi, inicialmente, a partir da experiência da empresa pública, seja nas forças
armadas ou no campo da saúde, que a administração deu seus saltos de qualidade, se
projetando, a partir daí, para a iniciativa privada.
Assim, durante 250 anos, quase todo avanço na tecnologia militar logo provocou um novo ímpeto na economia civil. A tecnologia militar criou as primeiras estradas modernas (projetadas e construídas principalmente para que Luis XIV se tornasse senhor do continente europeu no início do século XVIII) que imediatamente se converteram em estradas de comércio com o interior. No intuito de preparar engenheiros capazes de construí-las, foi fundada em 1747 a primeira universidade técnica, a École des Ponts e Chaussées. Com ela surgiu a profissão de engenheiro e a aplicação sistemática da ciência e da tecnologia à idealização, ao projeto e à produção de bens e serviços. [...] e as guerras, a despeito de toda destruição e de todo o desperdício, sempre constituíram um ímpeto econômico durante este quarto milênio, acelerando tremendamente o avanço técnico que de outra forma levaria várias décadas até chegar à aplicação comercial (DRUCKER, 1989, 39-40).
O autor faz, em seguida, uma revista por todos os instrumentos atualmente utilizados
na tecnologia de ponta, e mostra exatamente suas origens, a partir dos campos de batalha e
da premência pela eficiência, a qualidade e a rapidez.
Se não fosse a Primeira Grande Guerra, o rádio provavelmente só teria sido desenvolvido 30 anos depois, ou seja, só na década de 1950. Foi por causa do mau funcionamento dos telefones de campanha durante as batalhas da Primeira Grande Guerra, que tanto talento de engenharia e tanto dinheiro governamental foram aplicados ao desenvolvimento da transmissão sem fio de voz e música. O computador, também poderia ter esperado mais 30 ou 40 anos se não fosse a Segunda Guerra. O primeiro computador operacional, o famoso ENIAC, foi construído para fins militares e com dinheiro militar. A Guerra Fria alguns anos depois acabou por dar à IBM a liderança mundial no ramo de computadores: as encomendas militares de “sistemas de aviso antecipado” no Ártico canadense permitiram que a IBM projetasse e fabricasse os primeiros computadores operacionais em grande quantidade (DRUCKER, 1989, 39-40).
Registre-se, ainda, que os grandes avanços dos japoneses na questão da qualidade
total na Administração, tornaram sua tecnologia automobilística como a melhor do mundo,
enquanto nos Estados Unidos e Reino Unido o sucesso decorreu de um empenho de
produção de qualidade, exigido pelo cenário bélico. Drucker lembra como na história surgiu
a excelência da Inglaterra no comércio e no poderio naval:
Um importante motivo da ascensão da Grã-Bretanha à liderança econômica no início do século XIX foi sua capacidade de converter os estaleiros onde se construíra a frota de Nelson em estaleiros para os recém-projetados paquetes e clípers que dominaram o comércio oceânico durante 50 anos (DRUCKER, 1989, p.40).
37
Em outras obras, Drucker (2006) chama a atenção sobre o pioneirismo da
administração dos grandes generais americanos, durante a Segunda Grande Guerra, sua
capacidade de escolher pessoas certas para as missões certas, sua capacidade de decisão
e firmeza como D.Eisenhower. Mas, o próprio autor reconhece que essa ‘escola’ foi o
exército e a administração pública que, atualmente, perdeu seu pioneirismo e sua
capacidade de ser um padrão administrativo e a iniciativa privada é quem vem tomando a
dianteira.
Analisando o papel da Informática, em geral, na atualidade, Albertin et al (2004)
afirmam que a TI faz parte do dia-a-dia das pessoas, em todas as suas atividades. A partir
desse momento, o processo fica irreversível, visualizando-se o reflexo dessa realidade nas
novas gerações, que já nascem acostumando-se a operar com os mais diversos
mecanismos de tecnologias.
Castells (2001, apud ALBERTIN, 2004), argumenta que não é a sociedade
informacional que provoca uma deterioração nas condições de trabalho e de vida entre o
operariado, em geral, mas o que deve ser entendido é que se trata do resultado de uma
reestruturação das relações de capital e trabalho, com a ajuda da TI. Não se pode negar
que esse quadro vem gerando um distanciamento entre as classes da sociedade, devido à
concentração de poucos no ápice da pirâmide social, em posição a muitos outros, com
poucas condições de ascender socialmente.
De acordo ainda com Volti (1995, apud ALBERTIN, 2004), um dos maiores
determinantes para a desigualdade do poder é a desigualdade da distribuição de
conhecimento. Se a tendência da educação é utilizar as novas tecnologias de informação,
as conseqüências para as camadas da população que ficam fora deste quadro são
extremamente graves.
O certo é que a aplicação de TI é uma decisão sem retorno, isso é, não é mais
possível, atualmente, imaginar o mundo sem o uso da TI. Com isso, entende-se sua
aplicação a todas as áreas da vida social, como saúde, educação, governo e diversão.
Todavia, essa parceria entre o ser humano e a TI depende, cada vez mais, do conhecimento
específico por parte dos usuários.
38
Laurindo (2008), tratando sobre avaliação da TI, cita Wtherbe (1979) e Walrad e
Moss (1993) que afirmam haver diversas formas de avaliar a TI, com duas abordagens
básicas, isso é, pela ênfase na eficiência e na eficácia. Quando menciona ênfase na
eficiência, entende-se medição do desempenho com que as entradas (inputs) são
transformadas nas saídas (outputs), objetivando o desenvolvimento dos sistemas interno e
técnico.
Quanto à ênfase na eficácia, conforme o mesmo autor, trata-se da medição do modo
como as saídas do sistema buscam o alcance dos objetivos propostos, com o foco no
impacto do sistema no todo da organização.
Ferrer (2007), analisando o caso específico da inserção da TI na empresa pública,
aponta sintomas da dificuldade do Poder Público, em geral, de adaptar-se e abrir-se às
mudanças que já estariam em pleno curso nas empresas privadas:
Complementando as idéias sobre a tecnologia já discutidas, é necessário mencionar que enquanto o setor privado é sempre pioneiro na introdução de inovações, o mesmo não acontece com o setor público, em que estas só penetram nos processos com uma grande defasagem temporal ou simplesmente não penetram. Isto, conforme veremos mais adiante que se deve a fatores resultantes das próprias características da burocracia (FERRER, 2007, p.28).
Um dos grandes entraves da Gestão Pública Gerencial tem sido, inegavelmente, a
questão de absorver na administração do Estado a nova Tecnologia da Informação (TI).
Como sempre, o recurso à história faz-se necessário e amplamente útil, como o
melhor caminho para uma compreensão mais profunda de uma questão. Em princípio,
busca-se entender em que contexto surgiu, no cenário da Gestão Pública, a Economia
Digital, e quais suas características específicas, sua finalidade proposta e seus resultados
concretos.
Ferrer (2007) introduz o assunto com algumas perguntas de fundo, em uma análise
do cenário de surgimento da TI:
Quais são as bases da Economia Digital? Quais os desafios que o capitalismo enfrentou para ter construído esse tipo de resposta? Podemos dizer que três processos confluíram para configurar as características da Economia Digital:
39
- A evolução da Tecnologia da Informação.
- Um processo de longa data de internacionalização dos mercados.
- Os processos da reestruturação das empresas para enfrentar a crise de rentabilidade da década de 1970 (FERRER, 2007, p.10).
Todo e qualquer avanço, nos recursos humanos ou tecnológicos, tem que ser
conduzindo por um processo evolutivo. Ferrer (2007) entende que esse processo, no campo
da tecnologia da informação, refere-se às tentativas que as organizações vêm buscando, há
muito tempo. A citada autora faz, ainda, um desdobramento de como essa evolução dos
processos tecnológicos ocorreu nas décadas de 1950 a 1990:
A evolução da automação nos processos de negócios pode ser enfocada em cinco processos:
- na década de 1950, as máquinas de comando numérico;
- nas décadas de 1960 e 1970, os controladores de processos;
- na década de 1980, a integração flexível de sistemas;
- no início deste século, o aumento qualitativo da conexão eletrônica entre os sistemas integrados das empresas.
Paralelamente, as formas de comunicação eletrônica entre empresas começaram a se desenvolver dos sistemas EDI (Eletronic Data Interchange) na década de 1980, e no fim da década de 1990, se intensificaram com o advento da rede pública, que é a internet (FERRER, 2007, p.10).
Dentro do entendimento de Ferrer (2007), a era da Economia Digital foi uma
conseqüência da necessidade de adaptação da Gestão Pública às situações históricas, de
fundo social, econômico e organizacional: surgiram as grandes redes transnacionais, com o
objetivo central de privilegiar a intercomunicação horizontal. Nesse contexto de surgimento
da economia digital, mormente nas organizações privadas, o setor público, impulsionado
pela visão da Administra Pública Gerencial, começou a posicionar, de forma mais eficiente,
os seus processos, com a intenção de reduzir custos. Voltando-se para os resultados, foi
incorporando, gradativamente, nos seus procedimentos burocráticos, as ferramentas
Tecnológica de Informação -TI.
Conforme entendimento de Ferrer (2007), a crise de rentabilidade que as empresas
enfrentaram na década de 1970, favoreceu a fragmentação das empresas multinacionais,
dificultando o controle produtivo interno pelos governos. Essa fragmentação dos mercados e
a internacionalização da Economia proporcionaram à nova Gestão Pública o grande
intercâmbio de informações, as articulações cada vez mais abrangentes e a nova estrutura
de redes:
40
Um dos desdobramentos da Economia Digital, o comércio eletrônico entre empresas, vem facilitar e consolidar a estrutura em rede que vinha se desenvolvendo, uma vez que facilita notavelmente o intercâmbio de informações entre empresas. Por isso facilita a fragmentação e posterior articulação dos processos de negócio.
Simultaneamente a esses processos descritos, foi se desenvolvendo a internacionalização dos mercados, tendência inerente ao desenvolvimento do capitalismo (FERRER, 2007, p.12).
Outro posicionamento crítico se encontra nas idéias de Graeml (2003), com sua fala
de ‘mudança de paradigma’ como o fim das mudanças graduais. Vive-se uma fase de
rompimentos e de adoção de novos parâmetros e novos instrumentos, porém, para a
escolha correta da solução tecnológica, para evitar desperdício em um investimento de valor
vultoso, sem quer, essa tecnologia tem sido regulamentada pelos órgãos normalizadores:
[...] a utilização de tecnologia está, normalmente, associada a vultosos investimentos. Entre as opções disponíveis, aparecem soluções tradicionais e soluções que envolvem conhecimentos muito recentes, ainda não sedimentados e sem padronização imposta pelo mercado e por entidades normalizadoras (GRAEML, 2003, p. 28).
A receita comumente sugerida para enxugar a máquina administrativa do Estado e
fazê-la gerar o superávit operacional, tem sido promover uma mudança na Gestão
Administrativa, por um repensar dos métodos, dos objetivos e da estrutura organizacional e,
ao mesmo tempo, introduzir um tipo de governo que use a tecnologia de ponta, isso é, o
‘Governo Eletrônico’, como seu instrumento fundamental operacional. Para expressar
melhor esse sentimento de redesenho da estrutura do governo, utilizada pela Administração
Publica Gerencial, Ferrer (2007) assim se manifesta:
A questão, portanto, seria como “reestruturar” o governo, de tal forma que se permita reduzir despesas correntes (custos de produção) e aumentar os financiamentos de capital (poupança do governo). As duas formas mais comuns, de se aumentar a eficiência do governo, são a mudança da gestão e o governo eletrônico, ou seja, a incorporação de novas tecnologias da informação e da comunicação aos processos. É importante salientar que, como tratamos o governo como estrutura “administrativa”, outras tecnologias (robótica, mecânica, energética etc.) não têm papel a desempenhar (FERRER, 2007, p. 26).
Lima (1975), completa essa apologia, indo ainda mais além ao falar da importância
da TI, ao evocar a necessidade de mudanças na gestão pública, e, para que haja uma
reestruturação do Estado apregoada pelos defensores da Administração Pública Gerencial,
acrescenta: o governo eletrônico é um meio de modernização da gestão pública, mas está
condicionado à mudança de gestão.
41
Por isso, recomenda-se que o governo eletrônico deva ser devidamente inserido em
uma política mais ampla de reforma do Estado, que contemple a análise e a reformulação
de processos, da estrutura administrativa, do marco regulatório, do relacionamento entre os
agentes, das funções do próprio Estado e do relacionamento do Estado com a sociedade
civil.
Portanto, percebe-se, conforme as idéias dos estudiosos aqui referidos, que a
reforma da Gestão Pública passa, necessariamente, por dois fatores fundamentais: uma
maior eficiência, capacitação e incentivo dos recursos humanos,e, de outro, maior oferta,
aos operadores da máquina administrativa, de tecnologia de ponta, na área de informação
atualmente disponível. Isso não se limita ao atual, mas a uma permanente abertura à
pesquisa e à busca do que há de mais revolucionário e moderno nessa tecnologia.
Todavia, os diversos autores citados, insistem, unanimemente, naquilo que, às
vezes, se esquece em qualquer tipo de reforma ou projeto: a prioridade absoluta e o
extremo cuidado com a preparação do ser humano, como o diferencial fundamental. Daí, o
dever de se ressaltar a estreita dependência e condicionamento entre a reforma do Estado e
o Governo eletrônico. Assim, não se pode confundir a utilização de um instrumental
eletrônico com a própria reformulação da Administração do Estado.
O Estado está carente de uma reforma administrativa total, pois a burocracia de Weber já não serve numa era onde prevalecem as Tecnologias de Informação e Comunicação. A inércia e a resistência à mudança, ambas características sociais presentes no âmbito da administração pública, não serão vencidas pela mera implementação de tecnologia, a não ser que um novo conceito de estruturas e processos mais modernos e competitivos, sejam introduzidos ao mesmo tempo (FERRER, 2007, p. 310).
Outros estudiosos como Osborne e Gaebler (1994) chegam a sugerir um modelo do
setor privado pela dinamização dessa máquina pública. Esses autores falam que grandes
mudanças são necessárias. Não se consegue uma modernização da Gestão, se as
estruturas tradicionais da administração pública não evoluírem para ser o receptor do
governo eletrônico e de seus benefícios. Seria impossível se chegar aos tão comentados
benefícios, oriundos da aplicação da tecnologia ao setor público, como economia de
despesas, transparência, competitividade e mercado global, sem a paralela reforma das
instituições públicas, que permitem seu funcionamento, pois aquele está estreitamente
relacionado a esta (OSBORNE; GAEBLER, 1994).
42
Ao final de suas observações sobre esse tema da reforma da Gestão Pública e da
incorporação do processo da Tecnologia de Informação, assim se expressa Ferrer (2007),
chamando a atenção sobre a necessidade de instrumentos não esporádicos, mas,
sistêmicos de avaliação do agir do funcionário público:
Assim, a idéia central para se resolver os problemas de implementação de mudanças no setor público é criar indicadores claros de avaliação, que permitam aos gestores (e à sociedade em geral) conhecerem as formas mais eficientes de se realizar os processos e avaliarem mais objetivamente, seja o funcionário público, seja um resultado ex ante ou ex post de uma determinada ação ou mudança. No fundo, estamos dizendo que hoje os indicadores, quando existem, são muito subjetivos e obscuros, gerando margem para muita desconfiança, falta de impessoalidade e accontability e atitudes fisiológicas. E se a maior limitação para um aumento da eficiência do setor público está na falta de dados e informações registradas, há segundo Ala-Harja e Helgason: a necessidade de construção de uma ferramenta mais gerencial para o gestor público (FERRER, 2007, p.37).
Laurindo (2008) apresenta outros pontos de vista sobre o assunto, em uma de suas
recentes produções sobre essa questão – ‘Tecnologia da Informação, Planejamento e
Gestão de Estratégias’. Para esse autor, a aplicação da Internet e da tecnologia de ponta da
Informação, esse – como se diz – ‘governo eletrônico’ (e-government) deveria, para alcançar
sucesso, levar em conta, seriamente, as idiossincrasias do setor público que o diferenciam
da empresa privada e que devem ser sempre avaliadas. Reporta-se, para isso, às ideias,
sobre esse assunto, de alguns teóricos como Fugini, Maggioline e Pagamici (2005, apud
LAURINDO, 2008), chamando a atenção sobre três pontos básicos: as funções da
Administração pública, os modelos da administração pública e as estratégias de utilização
de TI.
Em relação às funções da Administração Pública, que seria essencial para se
entender a função da TI, os autores citados por Laurindo (2008) têm, aqui, expostas suas
principais afirmações:
Inicialmente, é preciso listar quais seriam as principais funções da Administração Pública, que afetam a natureza das possíveis aplicações de TI a serem utilizadas:
- Funções de administração interna, que incluem funções típicas e comuns de administração de quaisquer organizações: gestão de pessoal, de recursos financeiros etc.
- Funções de fornecimento de serviços para as várias categorias de cidadãos administrados (indivíduos e empresas): serviços de saneamento e fornecimento de água, de limpeza urbana, sanitários, escolares, de administração judiciária, de Segurança Pública etc.
- Funções de governo relativas à coletividade e ao território, sobre o qual, tem competência, através de vários tipos de instrumentos, tais como
43
planejamento urbano e a legislação (LAURINDO, 2008, p.193-194).
Apresentam-se, em seguida, as idéias de Fugini, Maggiolini e Pagamici (2005, apud
LAURINDO, 2008) sobre as diferenças a serem levadas em consideração, quanto à
aplicação da TI na Empresa Pública.
Primeiramente, referem-se esses autores ao modelo ‘burocrático’. Isso é,
necessariamente, a Empresa Pública é uma entidade com normas que controlam sua
aplicação e sua gestão. O funcionário público deve seguir um rito da burocracia que
cerceiam as suas diversas ações.
Um segundo aspecto é o modelo ‘social’. A organização Pública, ao contrário da
privada, se entende como uma empresa a serviço do bem público e dos cidadãos. A TI tem
que ser aplicada em função desse objetivo básico.
Em uma terceira especificação, os autores chamam a atenção para o aspecto da
entidade pública como sendo um modelo ‘político’. Nesse sentido, entende-se que a
empresa pública é vista como fazendo parte de um sistema social e territorial. As pessoas e
organizações fazem parte integrante deste sistema.
Além desses modelos específicos da empresa pública, Fugini, Maggiolini e Pagamici
(2005, apud LAURINDO, 2008) falam do modelo ‘clânico’, isto é, uma organização
governamental seria uma espécie de ‘clã’ originada em uma relação de confiança entre os
eleitores e os eleitos, entre os administradores públicos e seus organismos informais e
pessoais e os cidadãos, seus eleitores e base política. Esses laços especiais que inexistem
na empresa privada têm que ser levados em consideração no caso da empresa pública para
se entender seus diversos aspectos e sua especificidade na aplicação e na instalação da TI.
Vê-se, portanto, a partir do que foi exposto, que não se faz nenhuma referência ao
uso no modelo ‘burocrático’ de tecnologia de informação e, por conseguinte, aos sistemas
de informação, como se o emprego desses recursos tecnológicos, no citado modelo, pouca
ou nenhuma importância tivesse para seus gestores.
44
É verdade que a Administração dita ‘burocrática’ não tinha como dogma a qualidade
no gerenciamento dos seus processos, daí porque que emergiu, na segunda metade do
século XX, a chamada Administração Pública Gerencial. Uma das suas principais
características é o gerenciamento de qualidade de todos os seus processos, reduzindo
custos e com o aproveitamento de ferramentas dos tipos: tecnologia de Informação – TI e de
Sistemas de Informação, SI.
Limita-se, a administração burocrática, à qualificação dos recursos humanos,
escassez financeira e burocracia administrativa, característica da gestão pública, gerando a
lentidão legalística, de incompetência dos operadores públicos, emperrando, assim, o
avanço da Administração Pública Gerencial.
Embora se reconheça a presença da Tecnologia de Informação e os ganhos de
produtividade, decorrentes da Administração Pública Gerencial ocorrida no Brasil, no Estado
do Ceará, especificamente, esse novo instrumental e a nova visão administrativa somente
tiveram assento, a partir das gestões do chamado governo das mudanças, com a
reestruturação administrativa do Estado, iniciada na década de 1980.
Para arrematar o assunto de inclusão digital, no âmbito do setor público, cita-se, à
guisa de exemplificação, a implantação no Estado do Ceará, em 1981, do primeiro sistema
corporativo informatizado, intitulado de ‘Sistema Integrado de Contabilidade (SIC), o qual
consubstancia este trabalho.
No próximo capítulo, será estudada a íntima relação de dependência entre a
contabilidade e o orçamento público, ambas envolvidas, por seu lado, na TI, seguindo os
objetivos traçados neste estudo.
45
3 CONTABILIDADE E ORÇAMENTO PÚBLICO
Nesta seção apresentam-se conceitos da contabilidade pública, os objetivos e os
sistemas utilizados pelos entes estatais. Abordam-se o orçamento público e noções básicas
sobre sua evolução, orçamento tradicional e orçamento-programa, seus aspectos legais de
elaboração e execução, ou seja, temas imprescindíveis para o conhecimento desta
temática.
3.1 Conceito de contabilidade pública
Após a apresentação na seção anterior dos conceitos básicos da TI, suas diversas
especificações, classificações e referencias de avaliação, resta agora analisar como esta se
integra na Contabilidade Pública e como é aplicada em todas as esferas da Administração
dos entes públicos, ou seja, na área Federal, Estadual, Municipal e Distrito Federal, tendo
como fundamento legal a Lei nº. 4.320, de 17 de março de 1964, que estatui normas gerais
de direito financeiro para a elaboração e o controle dos orçamentos e balanços da União,
dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal.
A Contabilidade Pública tem como função precípua registrar e controlar os atos e
fatos da Administração Pública, lançando: a previsão da receita e a fixação da despesa,
estabelecidas no Orçamento Público aprovado para o exercício, a execução orçamentária
da receita e da despesa, fazendo a comparação entre a previsão e a realização das receitas
e despesas, controlado as operações de crédito, a dívida ativa, os valores, os créditos e
obrigações, revelando as variações patrimoniais e mostrando o valor do patrimônio.
Dessa forma, pode-se conceituar a Contabilidade Pública como sendo o ramo da
Contabilidade que registra, controla e demonstra a execução dos orçamentos, dos atos e
fatos da fazenda pública e o patrimônio público e suas variações. Um estudo da Divisão de
Inspeção da Contabilidade – Controladoria Central de Estado, em 1954, citado por Kohama
(2008, p.25) conceitua Contabilidade Pública como: “o ramo da contabilidade, que estuda,
orienta, controla e demonstra a organização e execução da Fazenda Pública; o patrimônio e
suas variações”.
46
Depreende-se dos conceitos aqui expostos, que a Contabilidade Pública está
interessada em todos os atos praticados pelo administrador público, sejam de natureza
orçamentária (Previsão da Receita, Fixação da Despesa, e sua execução), ou atos de
natureza puramente administrativos (Contratos, Convênios, Acordos, Ajustes, Avais,
Fianças, Valores sob responsabilidade, Comodatos de Bens, Restos a Pagar e outros) e os
que poderão afetar o Patrimônio Público no futuro.
Os procedimentos de registros dos lançamentos da Contabilidade Pública estão
intrinsecamente vinculados a títulos que representam cada ato ou fato administrativo. O
título dado a cada procedimento contábil foi designado como sendo ‘conta’, que teve
destaque, desde 1494, quando o Frei Luca Pacioli, em sua consagrada obra ‘Summa
Aritmética’, instituiu o princípio segundo o qual deve haver, pelo menos, uma conta
devedora em contrapartida a uma ou mais contas credoras. O mesmo raciocínio tem efeito
inverso, ou seja, para uma ou mais contas devedoras deve haver, em contrapartida, pelo
menos, uma conta credora.
A Contabilidade Pública é o ramo contábil que registra os atos e fatos da
Administração Pública, através de sistemas de contas específicos e uniformizados para
acatar as diretrizes legais e técnicas. Essas contas têm por função “evidenciar a situação de
todos quantos, de qualquer modo, arrecadem receitas, efetuem despesas, administrem ou
guardem bens pertencentes ou confiados à Fazenda Pública” (KOHAMA, 2008, p. 2).
3.2 Objetivos da contabilidade pública
A priori, a grande pergunta que logo se coloca diante de qualquer debate é se as
duas contabilidades, a Pública e a Privada são afins ou opostas e incongruentes e, em caso
afirmativo, onde se verificam a afinidade, oposição e congruência. Quais os interesses que
prevalecem nos dois campos aqui citados? Como perceber o ponto de destaque e de
separação, como compará-las?
Vela Bargues (1996, apud BARBOSA, 2005), afirma que, teoricamente, as duas se
orientam para um objetivo fundamental, que é facilitar a tomada de decisões. Os pontos de
divergência centram-se no tipo concreto de decisão a ser tomada, na necessidade de
normas de procedimentos, um maior detalhe nas demonstrações financeiras e melhor
47
seleção dos dados.
Pode-se deduzir do exposto que o objetivo da contabilidade é fornecer informações
para a tomada de decisões de seus usuários internos ou externos, independente do ente ser
estatal ou particular. Evidentemente, a maneira de evidenciar está vinculada aos interesses
peculiares de cada instância de utilização. Atenta-se aqui, exclusivamente, ao ente público,
em que as informações são objetivadas para atender aos reclamos das leis, para auxiliar na
tomada de decisão, subsidiar aos órgãos de controle internos e externos e aos diversos
usuários externos. O entendimento de que, os objetivos da Contabilidade Pública não
divergem conceitualmente das contabilidades que atuam em outros ramos, também foi
corroborado no regramento da Contabilidade Pública da França.
De acordo com Barbosa (2005), os dois campos, contabilidade aplicada ao ente
público ou privado, são, apesar dos seus diferentes contextos, mais aproximados do que
distantes, o que expressa quando cita, inclusive, o exemplo da França:
Daqui, podemos concluir que, em caso de existirem diferenças entre os objetivos de uma e de outra atividade, são resultado dos diferentes contextos em que as atividades se desenrolam, portanto estes não são substancialmente diferentes. no seu preâmbulo os objetivos da informação pretendida, como sejam a legalidade, a economia, a eficiência e a eficácia, a transparência, o controlo financeiro, o contributo para a contabilidade nacional e a informação sobre a situação patrimonial de cada entidade (BARBOSA, 2005, p.29).
Assim, pode-se deduzir que, tanto na contabilidade da empresa privada como da
contabilidade pública, os objetivos são centrados no fornecimento de informações
tempestivas e prospectivas para a tomada de decisão.
No caso específico da Contabilidade Pública, no Brasil, além de se ater às demandas
legais, tem como objetivo fornecer aos gerentes dos entes da administração pública
informações oportunas e exatas. Seu objetivo básico é subsidiá-los para as tomadas de
decisões, como também aos órgãos de controle interno e externo para o cumprimento da
legislação e às instituições governamentais e particulares informações estatísticas e ao
público em geral.
48
3.3 Plano de Contas
Em sentido lato, pode-se afirmar que o plano de contas é um planejamento de títulos
que irão representar os atos e fatos administrativos referentes ao patrimônio das entidades,
de forma sistemática e uniforme, ou seja, os registros contábeis, a fim de alcançar dados
claros e precisos que representem, de forma fidedigna, a situação patrimonial. Esses dados
servirão como subsídios para a elaboração de demonstrativos contábeis.
Conceituando Plano de Contas, de maneira mais estruturada e detalhada, Piscitelli
(2008 et al, p.274) assim se pronunciam:
O Plano de Contas é o conjunto de títulos, previamente definidos, representativos de um estado patrimonial e de suas variações, organizados e codificados com o objetivo de sistematizar e uniformizar o registro contábil dos atos e fatos de uma gestão, devendo permitir, de forma precisa e clara, a obtenção dos dados relativos ao patrimônio.
Cada plano de contas tem suas peculiaridades, não sendo diferente para a
Administração Pública que, por força de lei, especificamente a Lei Federal nº. 4.320/64, que
trata das Finanças Públicas brasileiras, e estabelece, no artigo 89, que “a contabilidade
evidenciará os fatos ligados à administração orçamentária, financeira, patrimonial e
industrial”. Dessa forma, por determinação legal, a planificação das contas públicas foi
delineada em quatro Sistemas de Contas, a saber: Sistema Orçamentário, Sistema
Financeiro, Sistema Patrimonial e Sistema de Compensação.
Kohama (2008, p.26) reporta-se ao assunto fazendo a seguinte afirmação:
Aliás, a estruturação de contas, nos sistemas descritos, e feita para atender à legislação relativa às normas de direito financeiro, ou seja, normas gerais de Orçamento e de Contabilidade Pública, a saber: Os serviços de contabilidade serão organizados de forma a permitir o acompanhamento da execução orçamentária, o conhecimento da composição patrimonial, a determinação dos custos dos serviços industriais, o levantamento dos balanços gerais, a análise e a interpretação dos resultados econômicos e financeiros.
O sistema de contas se constitui na planificação das contas dos entes públicos para
registrar todos os atos e fatos administrativos ocorridos com o Orçamento Público e suas
derivações, após devidamente sancionado pelo Poder Executivo. Assim, toda a
movimentação orçamentária será registrada pelos Sistemas de contas supra mencionados.
A seguir, será feita uma abordagem sobre os sistemas da estrutura de contas da
49
administração pública: Sistema Orçamentário, Sistema Financeiro, Sistema Patrimonial e
Sistema de Compensação.
O Sistema de Contas Orçamentário registra toda movimentação orçamentária, desde
a fixação e aplicação da despesa à previsão e arrecadação da receita, os acréscimos e
alterações da dotação orçamentária aprovada inicialmente, ou seja, os créditos adicionais
(suplementares, especiais e extraordinários) até a elaboração dos demonstrativos contábeis
orçamentários mensais ou anuais. Em suma: registra, processa e evidencia os atos e os
fatos relacionados ao planejamento e à execução orçamentária.
A Lei nº 4.320/64, no artigo 90, estabelece normas de como deve se posicionar a
contabilidade pública, na relação dos atos e fatos orçamentários, que assim define:
A contabilidade deverá evidenciar, em seus registros, o montante dos créditos orçamentários vigentes, a despesa empenhada e a despesa realizada, à conta dos mesmos créditos, e as dotações disponíveis.
Por sua vez, o artigo 91, do mesmo instrumento legal, pondera no cuidado de que o
registro contábil tem que observar os detalhamentos da receita e da despesa definidos na
Lei do Orçamento, inclusive com os acréscimos oriundos desse orçamento: “O registro
contábil da receita e da despesa far-se-á de acordo com as especificações constantes da
Lei de Orçamento e dos créditos adicionais”.
Dessa forma, o sistema orçamentário evidencia os registros contábeis referentes às
receitas e despesas estabelecidas pelo orçamento, assim como o comprometimento da
despesa empenhada e realizada, ressaltando os saldos das dotações orçamentárias.
O Sistema de Contas Financeiro registra toda a movimentação de entradas e saídas
monetárias (recursos financeiros), facilitando, de forma pormenorizada, o acompanhamento
do fluxo de caixa estatal, além de disponibilizar ferramentas para o controle dos recursos
financeiros do Estado. O Sistema Financeiro oferecerá, também, instrumentos para
previsão, arrecadação e recolhimento das receitas, e possibilitará condições para a fixação
de desembolsos financeiros e pagamentos das despesas públicas. Esse sistema de contas
objetiva proporcionar a elaboração e evidenciação dos demonstrativos financeiros.
50
Em relação ao assunto, a Lei nº. 4.320/64, no artigo 93, (BRASIL, 1964) traz a
seguinte definição: ”Todas as operações de que resultem débitos e créditos de natureza
financeira, não compreendidas na execução orçamentária, serão também objeto de registro,
individuação e controle contábil”.
Observe-se que o Sistema de Contas Financeiro não está limitando sua atuação
apenas aos registros contábeis de origem orçamentária e, também, conforme está definido
no preceito legal, amplia sua competência aos recursos financeiros advindos da execução
extraorçamentária.
O Sistema de Contas Patrimonial serve para registrar, analiticamente, os fatos e atos
administrativos que envolvam os bens permanentes, que tiveram como origens dotações
orçamentárias. Esse Sistema tem, também, por objetivo evidenciar demonstrativos da
movimentação patrimonial, positiva ou negativamente.
Quanto ao tratamento dado pela Lei nº. 4.320/64 (BRASIL, 1964) os artigos 94 e 95
determinam que:
Art. 94. Haverá registros analíticos de todos os bens de caráter permanente, com indicação dos elementos necessários para a perfeita caracterização de cada um deles e dos agentes responsáveis pela sua guarda e administração.
Art. 95. A contabilidade manterá registros sintéticos dos bens móveis e imóveis.
Conforme o exposto, a lei não se pronuncia de forma explícita para a criação de um
sistema de contas patrimonial, porém, induz a esse fim, ao obrigar os entes a manterem
registros de todos os bens permanentes, um registro analítico de bens no setor de controle
de movimentação patrimonial e outro registro de natureza estritamente contábil, mas em
agrupamento de contas que os identifiquem, porém sinteticamente lançadas.
O Sistema de Contas de Compensação são os registros contábeis da administração
pública que, a priori, não derivam das receitas ou das despesas orçamentárias. São aqueles
lançamentos contábeis que terão assentos no Balanço Patrimonial, tanto no Ativo
Patrimonial como no Passivo Patrimonial, com os mesmos valores correspondentes em
cada conta de ativo ou passivo, não havendo, portanto, qualquer variação patrimonial,
estabelecendo-se um equilíbrio na equação patrimonial.
51
Kohama (2008, p. 27) define sistema de compensação como aquele que:
Registra e movimenta as contas representativas de direitos e obrigações, geralmente decorrentes de contratos, convênios ou ajustes. Muitos embora seja um sistema escriturado com elaboração de balancetes mensais, independentes, a Lei Federal n. 4.320/64 o considerou, simplesmente, como contas de compensação e, quando forem elaborados os balanços, no final do exercício, os saldos de suas contas serão incluídos no balanço do sistema patrimonial.
Destarte, as contas que compõem o Sistema de Compensação servem para registrar
a movimentação dos atos e fatos, que por sua natureza, não dependem de autorização
orçamentária. Representam direitos e obrigações que se originaram por compromissos da
Administração Pública. Entretanto, convém ressaltar que, se esses compromissos não forem
honrados, esses atos e fatos puramente administrativos, poderão se tornar receitas ou
despesas orçamentárias.
3.4 Qualidades na Contabilidade Pública
A Contabilidade Pública não pode prescindir do aprimoramento continuado, tanto no
conhecimento científico e de técnicas dos procedimentos nos seus registros contábeis,
como também na evidenciação da informação, para que a confiabilidade de suas
informações se torne inquestionável perante o seu público usuário.
Dentro da questão das qualidades da Contabilidade Pública, deve-se levar em
consideração uma série de valores como a confiabilidade da informação, neutralidade do
informante, a correção, a prudência em relação a toda e qualquer apresentação de dados
financeiros (BARBOSA, 2005).
Além disso, de acordo com o entendimento do Internacional Federation of Automatic
Control (IFAC), as qualidades da contabilidade pública são as de compreensibilidade e, ao
mesmo tempo, a capacidade de comparabilidade conforme expõe Barbosa (2005).
O IFAC classifica como essencial a qualidade de compreensibilidade. Entende-se
assim, que a informação terá tanto mais significado para o utilizador, quanto maior a
capacidade deste de avaliar, em termos relativos em face de um padrão de comparação.
52
Compara-se, aqui, para detectar e explicar semelhanças e diferenças, embora estas
sejam mais bem percebidas quando não são consideradas todas em simultâneo. Portanto, a
comparabilidade da informação implica, no entanto, que exista consistência no tratamento
dos inputs dessa informação, não sendo, esse requisito, o único a se ter em conta na
elaboração de informação comparável.
Todavia, para além da consistência, é necessário considerar que os dados da
informação devem ser confiáveis, no sentido de representarem o que se propõem
representar (BARBOSA, 2005).
Também, nessa avaliação da Contabilidade Pública, a autora aqui citada faz,
continuamente, referência ao aspecto da consistência dos dados apresentados. Além disso,
qualquer informação só poderá ser útil se os seus custos forem inferiores aos ganhos da
sua utilização, isso é, a sua rentabilidade.
Entende-se, também, que o relato contábil público seja substancial, tendo uma
substância econômica determinada, na descrição e na representação das transações e fatos
contábeis. Completa, ainda, essas exigências, a questão da prudência no relato contábil,
Barbosa (2005) cita o Statement of Accounting Concepts (SAC), da Austrália, quando
fornece as características das qualitativas da informação financeira, exigidas pela
informação financeira das entidades públicas ou privadas:
O princípio da prudência é igualmente um dos princípios contabilísticos geralmente aceitos, relacionando-se a sua importância com a necessidade de lidar com incertezas econômicas várias, em termos contabilísticos. Com a prudência contabilística pretende-se introduzir um certo grau de precaução na preparação das demonstrações financeiras, impedindo que os proveitos e os ativos estejam sobre avaliados e que os custos e os passivos estejam subavaliados (BARBOSA, 2005, p.43) (grifo nosso).
Esse princípio evita que projeções sejam consideradas de forma errônea, que as
estimativas de receitas sejam superestimadas e que a fixação da despesa esteja sub-
avaliada, ensejando erros gritantes quando, por exemplo, na elaboração do Orçamento
Público.
Não menos importante é a consistência das informações, ao longo de um
determinado tempo, porque, só assim, pode-se fazer comparabilidade com razoável
confiabilidade e coerente. É de relevante importância a disposição de apresentação da
53
informação, os demonstrativos contábeis devem ser evidenciados em informações
acessíveis a qualquer cidadão, que não detenha conhecimentos especializados em
contabilidade.
A esse respeito, vale a menção ao que diz Albertin et al (2004), tratando da questão
da segurança e da fidedignidade dos sistemas de informação, seja no nível da empresa
privada, ou no nível da empresa pública. Para eles, dentro do atual contexto da governança
corporativa, essa atenção e a prática de gestão corporativa de riscos, de governança de TI e
da fidedignidade da informação, tem se tornado, cada vez mais importante e estratégica,
para o desempenho das organizações.
Assim, a segurança da informação, proporcionando disponibilidade,
confidencialidade e integridade dos ativos de informação, é algo fundamental. Desse modo,
as relações com os clientes e fornecedores, colaboradores transformam-se num cenário
aberto, fugindo das antigas fronteiras internas e abrindo a empresa pública e privada,
constituindo-a num campo de relações transparentes e sem fronteiras (ALBERTIN et al,
2004).
Ainda, conforme Albertin et al (2004), essa busca de uma melhor performance e
aprimoramento nos processos de informação, futuramente, será altamente decisiva e
fundamental. Sabe-se que a World Wide Web, os Web Servides, os sistemas peer-to- peer e
o grid-computing, tanto quanto outros instrumentos tecnológicos de ponta, ao mesmo tempo
em que proporcionam mais informação e mais acesso aos dados, também representam
mais vulnerabilidade em relação à segurança e à privacidade.
Albertin et al (2004), também, afirmam que a tecnologia, em si, não basta para a
segurança da informação. Ela precisa ser manuseada e operacionalizada de forma
estratégica integrada em todos os recursos empresariais. Todavia, uma questão merece
uma menção especial: seria bem mais certo, antes de qualquer passo nas transformações
empresariais, resolver o impasse se a tecnologia deve se adaptar à organização ou, de
outra forma, se a organização deve adaptar-se à tecnologia. As duas situações não se
excluem, pois as duas vias estão corretas. A empresa pública ou privada tem que se engajar
num alinhamento estratégico inteligente (ALBERTIN et al, 2004).
54
3.5 Orçamento Público
A história das idéias econômicas mostra que o estudo do orçamento público
remonta à Revolução Industrial (FERRER, 2007). Nessa época, a gestão empresarial
passou por um grande avanço, propiciando diversas técnicas de gestão e de elaboração de
orçamentos. Valendo-se do avanço empresarial e acadêmico da época da efervescência
industrial, para efetuar o acompanhamento e controle da Função Administrativa, era
necessário se estabelecerem mecanismos que proporcionassem bases seguras na
condução das atividades empresariais. Nesse sentido, surgiram as técnicas orçamentárias
conhecidas por: Orçamento Tradicional, Orçamento Base Zero, Orçamento de
Desempenho, Orçamento-Programa, Sistema de Planejamento, Programação e Orçamento,
Sistema de Racionalização do Orçamento, dentre outras técnicas orçamentárias.
O Orçamento Tradicional e o Orçamento-Programa são orçamentos que ressaltam
os demais tipos, o primeiro por tratar de uma simples previsão de receitas e fixação de
despesas, que tinha como finalidade a fiscalização política das movimentações puramente
financeira, sem se preocupar como e onde foram aplicados os recursos públicos. Por sua
vez, o Orçamento-Programa não estabelece, apenas metas financeiras de captação e
aplicação de recursos, como também os programas de governo, definindo objetivos e
metas, detalhando as despesas minuciosamente, em todos os níveis, de acordo com a
natureza da despesa. Kohama (2008) define Orçamento-Programa da seguinte forma:
O orçamento é o processo pelo qual se elabora, expressa, executa e avalia o nível de cumprimento da quase totalidade do programa de governo, para cada período orçamentário. É um instrumento de governo, de administração e de efetivação e execução dos planos gerais de desenvolvimento sócio-econômico (KOHAMA, 2008, p.40).
Sobre Orçamento-Programa, Piscitelli et al (2008) fazem também a seguinte
consideração:
Entende-se por orçamento-programa aquele que discrimina as despesas segundo sua natureza, dando ênfase aos fins (e não aos meios), de modo a demonstrar em que e para que o governo gastará, e também quem será responsável pelo execução de seus programas. As grandes áreas de atuação são classificadas como funções, desdobradas em subfunções, programas, atividades, projetos e operações especiais, tudo de acordo com a classificação funcional e a estrutura programática estabelecida na legislação pertinent (PISCITELLI et al, 2008, p.22).
Do exposto, pode-se concluir que Orçamento-Programa é um processo de
elaboração, expressando a avaliação e o nível de execução dos programas de governo em
55
determinado período, sendo, portanto, um instrumento de governo tanto para execução,
como para avaliação e controle dos gastos públicos.
Os diversos tipos de orçamentos aqui mencionados estão neste trabalho como
itens histórico-informativos, porém, o Orçamento-Programa será destacado com ênfase por
ser, atualmente, o orçamento com maior riqueza de técnicas e de princípios acadêmicos,
com grande difusão nos países ocidentais. No Brasil, o Orçamento-Programa, já foi
destaque desde a Lei nº. 4.320/64, no artigo 2º, no Decreto-Lei nº. 200/1967, quando o
artigo 16 assim estabelecia “em cada ano será elaborado um orçamento-programa, que
pormenorizará a etapa do programa plurianual a ser realizada anual”. A Constituição Federal
(BRASIL, 1988, artigo 65) e a Lei Complementar nº. 101/200, no artigo 1º, reforçam o
entendimento do Orçamento-Programa.
A Constituição Federal do Brasil dedicou a Seção II, no Capítulo V, intitulado “DAS
FINANÇAS PÚBLICAS”, para tratar dos Orçamentos Públicos. Essa Seção estabelece como
serão compostas as peças orçamentárias, define como cada peça do planejamento
orçamentário (plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais) será
estruturada, definindo as diretrizes, os objetivos e as metas da administração, prazo de
elaboração de demonstrativos para publicidade, entre outros direcionamentos para
elaboração e execução orçamentária. O Artigo 165 define os orçamentos e seus
procedimentos de elaboração e execução:
Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão:
I - o plano plurianual;
II - as diretrizes orçamentárias;
III - os orçamentos anuais.
§ 1º - A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.
§ 2º - A lei de diretrizes orçamentárias compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.
Ainda sobre o citado artigo 165, é importante que se assinale o parágrafo 5º., que
trata da lei do Orçamento Anual; nele, estão consubstanciados os orçamentos executáveis,
porquanto os outros dois instrumentos orçamentários, anteriormente citados, são de
56
políticas macro, de orientação para o Orçamento Fiscal, o Orçamento de Investimentos e o
Orçamento da Seguridade Social, os quais estão assim explicitados no ordenamento jurídico
constitucional:
§ 5º - A lei orçamentária anual compreenderá:
I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público;
II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto;
III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público.
A aprovação dos projetos de lei das peças que compõem o planejamento
orçamentário do governo e as suas alterações por créditos adicionais (suplementar ou
especial), são apreciadas, previamente pelo Poder Legislativo, enquanto que as alterações
orçamentárias estão condicionadas aos limites estabelecidos em lei. Todas essas
determinações e outras definições constitucionais, como incompatibilidades entre as três
peças orçamentárias, estão expressas no artigo 166 da Constituição Federal, (BRASIL,
1988) transcrito a seguir:
Os projetos de lei relativos ao plano plurianual, às diretrizes orçamentárias, ao orçamento anual e aos créditos adicionais serão apreciados pelas duas Casas do Congresso Nacional, na forma do regimento comum.
[...]
§ 3º - As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso:
I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias;
II - indiquem os recursos necessários, admitidos apenas os provenientes de anulação de despesa, excluídas as que incidam sobre:
a) dotações para pessoal e seus encargos;
b) serviço da dívida;
c) transferências tributárias constitucionais para Estados, Municípios e Distrito Federal; ou
III - sejam relacionadas:
a) com a correção de erros ou omissões; ou
b) com os dispositivos do texto do projeto de lei.
A elaboração orçamentária requer técnicas e princípios orçamentários que serão
fundamentais na consecução de um orçamento digno para aprovação pelo Poder Legislativo
e exeqüível pelo Poder Executivo. A Lei nº. 4.320/64, no artigo segundo, já estabelecia os
57
princípios de unidade universalidade e anualidade, entretanto, quando da elaboração do
orçamento, outros princípios são observados, como: da unidade, da exclusividade, da
clareza, da programação e do equilíbrio.
O princípio do equilíbrio determina que a peça orçamentária seja composta de
receitas e despesas na mesma proporção, ou seja, total de receitas igual ao total de
despesas. A receita classificar-se-á nas seguintes categorias econômicas: Receitas
Correntes e Receitas de Capital; assim como a despesa será classificada nas seguintes
categorias econômicas: correntes e capital. O artigo 11 da Lei nº. 4.320/64 define a
classificação das receitas nas seguintes categorias econômicas: ‘’A receita classificar-se-á
nas seguintes categorias econômicas: Receitas Correntes e Receitas de Capital’’.
Ainda, no tocante à referida lei, no parágrafo 1º, do mencionado artigo, a
classificação das categorias econômicas de receitas é dividida em sub-categoria, relatando
como esse grupo de receitas será arrecadado, atendo ao princípio da discriminação ou de
especialização. As receitas correntes, segundo o preceito legal, serão assim arrecadadas:
§ 1º - São Receitas Correntes as receitas tributárias, de contribuições, patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em Despesas Correntes [...]
Como as Receitas Correntes, as Receitas de Capital estão dispostas na estrutura de
arrecadação do governo, classificadas por categorias econômicas e sub-categorias, que
obedecerão, também, ao princípio da discriminação quando da execução orçamentária.
Esse princípio da especificação determina que as receitas sejam arrecadas observando o
fato gerador que originou cada receita, conforme foi detalhada no orçamento anual fiscal.
Portanto, o parágrafo 2º, do artigo 11, da Lei 4320/64 (BRASIL, 1964), define as receitas de
capital na seguinte categoria e sub-categoria econômica:
§ 2º - São Receitas de Capital as provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente.
O parágrafo 4º, do citado artigo 11, regulamenta como a estrutura contábil da
receita seja delineada em categorias econômicas, em sub-categorias econômicas e em
naturezas das receitas, as quais estão classificadas seguindo o critério gradual de
58
necessidade de arrecadação do Estado, partindo do princípio de atividades exclusivas de
Estado, que é arrecadar recursos para atender as demandas de serviços do Estado. As três
primeiras sub-categoria econômicas, das receitas correntes, exemplificam claramente essa
intenção, pois no esquema da classificação das receitas correntes, tem-se a seguinte
composição:
§ 4º - A classificação da receita obedecerá ao seguinte esquema: RECEITAS CORRENTES RECEITA TRIBUTÁRIA Impostos Taxas Contribuições de Melhoria RECEITA DE CONTRIBUIÇOES RECEITA PATRIMONIAL RECEITA AGROPECUÁRIA RECEITA INDUSTRIAL RECEITA DE SERVIÇOS TRANSFERÊNCIAS CORRENTES OUTRAS RECEITAS CORRENTES [...].
Depreende-se do exposto, que o legislador preocupou-se em priorizar as receitas
que são típicas de Estado, como demonstra o esquema de receitas supra mencionado. As
receitas que têm maior representatividade no montante da arrecadação foram apresentadas
de maneira decrescente. As receitas coercitivas, como as de natureza de impostos, taxas e
de contribuição de melhorias, sobressaem das demais.
Quanto às receitas de capital, também se pode fazer raciocínio análogo porque é
função de governo estatal contrair empréstimos internos ou externos, que estão
classificados em Receitas de Capital – Operações de Crédito, para cobrir as constantes
possíveis insuficiências do superávit do Orçamento Corrente. Dessa feita, a gradação de
importância em ordem decrescente das receitas de capital fica, também, consubstanciada.
As demais sub-categorias econômicas das receitas de capital: Alienação de Bens,
Amortização de Empréstimos, Transferências de Capitas e Outras Receitas de Capital, não
são receitas típicas, exclusivas de Estado.
No segmento das despesas públicas, a legislação, artigo 12 da Lei nº. 4.320/64,
classificou em duas categorias econômicas de: Despesas Correntes e Despesas de Capital.
As Despesas Correntes foram subdividas em dois grupos: Despesas de Custeio e
Transferências Correntes. As Despesas de Capital foram distribuídas em três agrupamentos
despesas: Investimento, Inversões Financeiras e Transferências de Capital. Observa-se que
na classificação da despesa, tanto correntes como de capital, o legislador quis no esquema
dessas despesas, enfatizar a ordem decrescente de importância dos gastos Públicos. Não
59
se vislumbra que o administrador efetue pagamento de transferências, corrente ou de
capital, em detrimento do funcionamento de sua própria máquina administrativa ou mesmo
de alocar recursos para seus investimentos.
Os parágrafos 1º, 2º, do mencionado artigo, definem detalhadamente como o
administrador deva aplicar os recursos orçamentários alocados na dotação orçamentária
classificadas como Despesas Correntes e Transferências Correntes. A primeira vai atender
o custeio de sua máquina administrativa, posta que são gastos de forma continuada criados
por lei: a segunda vai atender, também, ao custei de administração de terceiros, porém não
se beneficia diretamente de qualquer bem ou serviço. O dispositivo legal assim se
pronuncia:
§ 1º Classificam-se como Despesas de Custeio as dotações para manutenção de serviços anteriormente criados, inclusive as destinadas a atender a obras de conservação e adaptação de bens imóveis.
§ 2º Classificam-se como Transferências Correntes as dotações para despesas as quais não corresponda contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive para contribuições e subvenções destinadas a atender à manifestação de outras entidades de direito público ou privado.
Convém ressaltar que o parágrafo 3º, ainda do artigo 12, enfatiza as transferências
para entidades beneficiárias de recursos públicos para atender suas despesas de custeio,
classificadas em Subvenções Sociais e Subvenções Econômicas. A seguir, o parágrafo em
lide faz a definição do seja Subvenções Sociais e Subvenções Econômicas:
§ 3º Consideram-se subvenções, para os efeitos desta lei, as transferências destinadas a cobrir despesas de custeio das entidades beneficiadas, distinguindo-se como:
I - subvenções sociais, as que se destinem a instituições públicas ou privadas de caráter assistencial ou cultural, sem finalidade lucrativa;
II - subvenções econômicas, as que se destinem a empresas públicas ou privadas de caráter industrial, comercial, agrícola ou pastoril.
Quanto às despesas de capital, conforme já comentando anteriormente, elas estão
elencadas de forma que seja obedecido um critério de prioridade, no sentido de não se
gastar mais com umas em detrimento de outras. O que se está estabelecendo aqui é que,
na locação de recursos em despesas de capital, sejam obedecidas as necessidades mais
prementes do Estado. Não seria conveniente transferir recursos de Capital quando o Estado
padece de necessidades na sua infraestrutura. Assim, entende-se que as despesas de
capital, são alocadas no orçamento com o foco nessas prioridades de investimentos, que
irão satisfazer as necessidades da sociedade. Os parágrafos § 4º, § 5º e § 6º, do artigo 12,
da lei 4320/64, definem, precisamente, como essas despesas de capital devem ser
60
aplicadas, classificando-as da seguinte forma:
§ 4º Classificam-se como investimentos as dotações para o planejamento e a execução de obras, inclusive as destinadas à aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas, bem como para os programas especiais de trabalho, aquisição de instalações, equipamentos e material permanente e constituição ou aumento do capital de empresas que não sejam de caráter comercial ou financeiro.
§ 5º Classificam-se como Inversões Financeiras as dotações destinadas a:
I - aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em utilização;
II - aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital;
III - constituição ou aumento do capital de entidades ou empresas que visem a objetivos comerciais ou financeiros, inclusive operações bancárias ou de seguros.
§ 6º São Transferências de Capital as dotações para investimentos ou inversões financeiras que outras pessoas de direito público ou privado devam realizar, independentemente de contraprestação direta em bens ou serviços, constituindo essas transferências auxílios ou contribuições, segundo derivem diretamente da Lei de Orçamento ou de lei especialmente anterior, bem como as dotações para amortização da dívida pública.
Finaliza-se, assim, a breve exposição sobre a temática Orçamento Público, sendo
apresentada uma visão da origem, desde o orçamento tradicional, com sua limitação de
elaboração, de execução e de controle, até o orçamento-programa, que demonstra ser um
instrumento de planejamento das ações de governo, iniciando-se pela sua elaboração até as
discriminações das ações do governo, avaliando seus resultados; ainda sobre orçamento-
programa são feitas alusões aos entendimentos e definições das obras de Kohama (2008) e
Pecistelli (2008).
Fez-se, ainda, menção à legislação que regulamenta os orçamentos públicos no
Brasil, mais especificamente a Constituição Federal (BRASIL, 1988), a Lei nº 4.320/64
(BRASIL, 1964) e a Lei Complementar 101/00 (BRASIL, 2000). Recorreu-se a esses
instrumentos legais para definir as peças orçamentárias, sua elaboração, alterações e
classificações de receitas e despesas.
Dessa forma, na próxima seção apresenta-se a metodologia da pesquisa, com sua
tipologia, amostra e seus procedimentos.
61
4 METODOLOGIA
A presente seção tem como objetivo abordar a metodologia adotada no presente
trabalho.
4.1 Tipologia da Pesquisa
Esta pesquisa caracteriza-se como descritiva com abordagem qualitativa, de
validade e aplicação interna no âmbito de atuação do SIC. Malhotra (2006) afirma que a
pesquisa descritiva tem característica conclusiva e objetiva a descrição de algo, além de
determinar o grau de associação de variáveis, pois a abordagem qualitativa proporciona
uma maior percepção e compreensão do contexto do problema, para pequenas amostras
Quanto ao objetivo, esta pesquisa é considerada exploratória, pois tem como
finalidade a investigação da contribuição do Sistema Integrado de Contabilidade do Estado
do Ceará.
Beuren (2003, p. 80) afirma que:
Uma questão interessante da pesquisa exploratória é desenvolvida no sentido de proporcionar uma visão geral acerca de determinado fato. Portanto, esse tipo de pesquisa é realizado, sobretudo, quando o tema escolhido é pouco explorado e torna-se difícil formular hipóteses precisas e operacionalizáveis.
Tem-se como método de pesquisa o estudo de caso, o qual é descrito por Yin (2005,
p.32) como “uma investigação empírica, que aborda um fenômeno contemporâneo dentro
de seu contexto da vida real, mormente quando os limites entre o fenômeno e o contexto
não estão claramente definidos”.
Fundamentalmente, na literatura sobre metodologia, a pesquisa de campo tem por
objetivo:
[...] reunir e organizar um conjunto comprobatório de informações. A coleta de informações e de campo pode exigir negociações prévias para se aceder a dados que dependem da anuência de hierarquias rígidas ou da cooperação das pessoas informantes. As informações são documentadas, abrangendo qualquer tipo de informação disponível, estrita, oral, gravada, filmada que se preste para fundamentar o relatório do caso que será, por sua vez, objeto de análise critica pelos informantes (CHIZZOTTI, 2000, p.103).
62
Verificaram-se os manuais que regulam os procedimentos do SIC, além do corpo de
funcionários da Instituição, desde o usuário primário (alimentadores), os sistemas
operacionais de informatização, até aos usuários finais que os utilizam, para elaboração de
tarefas contábeis, financeiras, orçamentárias, de controle interno ou externo, ou, até mesmo,
para tomadas de decisão.
4.1.1 Estudo de caso
O estudo de caso é uma das muitas formas de se fazer pesquisa. Essa estratégia
apresenta características que precisam ser clarificadas para o bom entendimento dos
fenômenos e contextos estudados. Assim, levanta-se a teoria a seguir, sobre o estudo de
caso.
Esta pesquisa tem-se como método o estudo de caso, o qual é descrito por Yin
(2005, p.32) como “uma investigação empírica, que aborda um fenômeno contemporâneo
dentro de seu contexto da vida real, mormente quando os limites entre o fenômeno e o
contexto não estão claramente definidos”.
Continuando dentro do pensamento Yin (2005), estudo de caso é uma estratégia de
pesquisa compreensiva do fenômeno a ser estudado, que, baseada em múltiplas fontes de
evidências, permite analisar as condições contextuais pertinentes. Para o presente estudo,
elegeram-se como instrumentos de coleta de dados e informações o questionário e a
entrevista, por serem as fontes mais adequadas para essa pesquisa. Os questionários foram
aplicados aos servidores e elaborados e fundamentados nas entrevistas realizadas com os
gestores responsáveis pelas áreas-chave de execução e controle do SIC.
4.2 Coleta de Dados
Os dados analisados neste estudo foram coletados de duas formas: em primeiro
lugar, por uma pesquisa documental e bibliográfica e, em segundo lugar, pela pesquisa de
campo, do tipo estudo de caso. As informações foram colhidas no local de trabalho dos
pesquisados, através de comunicação direta, por entrevistas e questionários, aplicados
pessoalmente.
63
Para melhor subsidiar as perguntas dos questionários, foram elaboradas entrevistas
aos gestores dos órgãos envolvidos na pesquisa, quanto às suas necessidades para o
controle e execução orçamentária e financeira dos recursos do Estado. Suas contribuições
permitiram avaliar as condições contextuais pertinentes ao desenvolvimento dos
questionários. Para a elaboração, foi utilizada a técnica de entrevista que deve ser de
observação direta e intensa, com coleta de dados através de entrevista estruturada,
conforme orientam Lakatos e Marconi (2001). A entrevista nada mais é do que um encontro
de duas pessoas, a fim de se obterem informações para o pesquisador, conduzindo a
conversação num contexto profissional. É um método adotado para se obter coleta de
dados.
Além da obtenção de informações pelo entrevistado, a entrevista tem como objetivos
a averiguação de fatos; a determinação das opiniões sobre os fatos; a determinação de
sentimentos; a descoberta de planos de ação; a conduta atual ou do passado e motivos
conscientes para opiniões, sentimentos, sistemas ou condutas (LAKATOS e MARCONI,
2001).
As entrevistas foram feitas diretamente com os participantes, pelo próprio
pesquisador e auxiliares. Esse aspecto, não só, garantiu a fidedignidade das informações
colhidas, mas permitiu o contato com os entrevistados. Foi proposta, aos entrevistados, uma
seqüência de questões, apresentadas, uma a uma, para o questionamento. Utilizaram-se
questões complementares verbais, quando julgados necessários maiores esclarecimentos
sobre o tema abordado na entrevista. Procurou-se fazer com que o entrevistado assumisse
um papel de ‘informante’, como uma pessoa que estivesse comprometida com a pesquisa.
Yin (2005) entende que informantes-chave são sempre fundamentais para o sucesso de um
estudo de caso.
A possibilidade de discussão entre o pesquisador e o pesquisado permite que o
participante efetivo da pesquisa possa defender suas posições e externar as suas ideias,
que podem ser incompatíveis ou compatíveis e, assim, conhecer melhor o modo de agir e
pensar da população pesquisada. Para a boa condução do estudo, o pesquisador precisa,
conforme Yin (2005, p.81), de:
1. Ser capaz de fazer boas perguntas e analisar as respostas;
64
2. Ser um bom ouvinte e não se enganar com suas próprias ideologias e
preconceitos;
3. Ser capaz de permanecer adaptável e flexível;
4. Ter uma noção clara das questões que estão sendo estudadas;
5. Ser imparcial em relação a noções preconcebidas.
4.2.1 Amostra da Pesquisa
A amostra foi elaborada a partir da relevância que cada órgão representa no contexto
do cenário orçamentário do Estado. Assim, ficou definida que a população total desses
órgãos é de 138 funcionários envolvidos com o SIC, que materialmente e representativa.,
sendo distribuídos dessa forma: 28 funcionários da SEFAZ, 10 da SEPLAG/ETICE, 60 da
CGE e 40 funcionários do TCE.
Porém, em função das férias de alguns funcionários, somente 44 (quarenta e quatro),
em torno de 32% atenderam à solicitação do pesquisador, com a seguinte configuração:
SEFAZ 13 (treze), CGE 10 (dez), SEPLAG 4 (quatro), TCE 15 (quinze) e 2 (dois) da ETICE.
Para Marconi e Lakatos (1999), citado por Braga (2007), a média de retorno de
questionário gira em torno 25% do total da amostra, portanto, o nível de retorno de
questionários da presente pesquisa pode ser considerado satisfatório. O Gráfico 1
demonstra visualmente a configuração amostral da pesquisa.
CGE23%
SEFAZ30%SEPLAG
9%
TCE34%
ETICE4%
Gráfico 1 – Órgão em que o entrevistado trabalha (%) Fonte: Dados da pesquisa (2009).
65
4.3 Tratamento da pesquisa
São partes integrantes desta pesquisa científica os procedimentos em seguida
relacionados:
1)Levantamento quantitativo dos sistemas de informações junto a: Coordenadoria do
Tesouro do Tesouro Estadual (COTES), pertencente à estrutura organizacional da
Secretaria da Fazenda (SEFAZ), na Coordenadoria de Planejamento e Orçamento e
na Empresa de Tecnologia da Informação do Ceará, pertencentes à estrutura
organizacional da Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado do Ceará, nas
Coordenadorias de Auditoria e de Controle Interno, Órgão da Controladoria e
Ouvidoria Geral do Estado (CGE). Todos os Órgãos, ora citados, são entidades do
poder executivo, sendo que os dois primeiros gerenciam o Sistema Integrado de
Contabilidade (SIC), no suporte operacional e contábil e no suporte em tecnologia da
informação; o terceiro ente, a Controladoria e Ouvidoria Geral do Estado, é
responsável pela auditoria, acompanhamento e assessoramento do controle dos
recursos do Estado, assim como assistência aos reclamos da sociedade em função
de suas demandas. Também foi feita incursão junto à Coordenadoria de Inspetorias
de Controle Externo, Órgão da estrutura organizacional do Tribunal de Contas do
Estado do Ceará (TCE). A escolha dos Órgãos citados ocorreu de forma deliberada
por serem esses entes que representam maior poder de gerenciamento e controle do
SIC, a fim de que os objetivos e pressupostos da pesquisa fossem alcançados.
2)Entrevistas estruturadas junto aos diretores dos Órgãos envolvidos acima
explicitados, totalizando 4 (quatro) entrevistados, objetivando conhecer as suas
contribuições para controle e acompanhamento da execução orçamentária e
financeira dos recursos do Estado, conforme propõe o objetivo do trabalho.
3)Questionários estruturados junto aos coordenadores e usuários dos Órgãos acima
mencionados, ligados à atividade de contabilidade pública no intuito de evidenciar o
nível de utilização, satisfação e interação com os aplicativos e ferramentas do SIC.
Os questionários foram elaborados tendo como fundamentação as necessidades de
controle e acompanhamento da execução orçamentária e financeira dos recursos do
Estado, respondidas em entrevistas aplicadas aos gestores dos Órgãos abrangidos
pela pesquisa.
4) A tabulação dos dados foi processada em planilha no EXCEL e os resultados para
análise gerados pelo software estatístico SPSS (Statistical Package for the Social
Sciences), versão 16.0.
66
5) Aplicação da técnica de triangulação de dados, entre as múltiplas fontes
evidenciadas. No caso da triangulação de dados, o que se tem é a utilização de
questionários, documentação, entrevistas e observações, conjuntas em uma mesma
pesquisa (YIN, 2005).
O delineamento da pesquisa foi estruturado conforme apresenta a Figura 1.
Figura 1 – Delineamento da pesquisa. Fonte: Adaptada de Braga (2007, p. 70).
Evidenciados os procedimentos metodológicos deste estudo, passa-se agora à
apresentação das análises e resultados do estudo de caso.
67
5 ANÁLISE DE RESULTADOS
Apresentam-se a seguir os resultados da pesquisa, bem como a devida
fundamentação estatística, enfatizando-se a tabulação de dados e como estes foram
agrupados em diversas tabelas e figuras representativas do perfil dos entrevistados (idade,
sexo e tempo de trabalho) e dos órgãos selecionados. As análises foram realizadas, seja
focando um órgão isolado, seja agrupando todos os órgãos e, por último, cruzando as
variáveis do tipo: idade, sexo e tempo de serviço.
Os dados, ora em análise, foram obtidos através de tabulação que tiveram como
respondentes os funcionários dos Órgãos envolvidos na pesquisa. As perguntas
questionadas foram elaboradas depois de entrevista realizada com cada um dos gerentes
dos entes pesquisados, focando o problema da pesquisa: qual a contribuição do SIC ao
controle e acompanhamento da execução orçamentária e financeira do Estado do Ceará?
Vislumbrou-se, com isso, saber as reais necessidades de controle e acompanhamento da
execução orçamentária financeira dos recursos do Estado.
A maioria das perguntas é comum aos Órgãos, com exceção do questionário de TI
que, pela sua peculiaridade, não poderia ser diferente. Evidentemente, os questionários
abordam assuntos que estão direcionados aos objetivos da pesquisa, ou seja: identificar as
necessidades do controle e acompanhamento da execução orçamentária do Estado;
identificar as necessidades do controle e acompanhamento da execução financeira do
Estado; identificar as características tecnológicas (avaliação) do SIC, no suporte para o
controle e acompanhamento da execução orçamentária do Estado; identificar as
características tecnológicas (avaliação) do SIC, no suporte ao controle e acompanhamento
da execução financeira do Estado.
Como se pode observar, os dois primeiros objetivos da pesquisa são de
questionamentos a respeito do SIC, como ferramenta de gerenciamento contábil da
execução e controle dos recursos financeiros do Estado; os outros dois objetivos tratam de
questionamentos sobre a eficiência da ferramenta tecnológica, avaliação e características
do sistema de informação, propriamente dito.
68
Embora os objetivos façam distinção entre os aspectos orçamentários e financeiros,
as perguntas não foram elaboradas nesse propósito, visto que se trata de um sistema de
informação contábil integrado, ou seja, suas rotinas são processadas automaticamente e
simultaneamente, tanto com lançamentos contábeis financeiros, como também,
orçamentários, ou seja, interagem automaticamente em todos os sistemas de contas da
contabilidade pública: orçamentário, financeiro, patrimonial e de compensação, conforme
definido na Lei 4.320/64. Evitou-se, portanto, que as perguntas fossem estruturadas de
forma repetitiva, cuidando, também, para que não se tornassem cansativas para o
respondente e inócuas para a pesquisa.
5.1 Perfil dos respondentes
Apresentam-se as variáveis (características) do perfil do entrevistado (usuários do
SIC), tais como: sexo, faixa etária, órgão em que trabalha e tempo de trabalho no SIC. Os
resultados referentes ao perfil dizem respeito à amostra dos usuários de todos os Órgãos
que participaram da pesquisa, os quais utilizam o Sistema Integrado de Contabilidade (SIC).
A caracterização do perfil dos entrevistados é um dado fundamental que será
utilizado mais adiante nos cruzamentos entre o perfil e os questionamentos. Objetiva-se
descobrir possíveis interdependências significativas entre as variáveis, resultando, portanto,
uma maior consistência dos dados estatísticos e um enriquecimento da compreensão dos
mesmos.
Tabela 1 – Sexo do entrevistado
Sexo Qtde %
Feminino 18 40,9
Masculino 25 56,8
Não respondeu 1 2,3
Total 44 100
Fonte: Dados da pesquisa (2009).
69
41%
57%
2%
Feminino Masculino Não respondeu
Gráfico 2 - Sexo do entrevistado (%)
Fonte: Dados da pesquisa (2009).
A partir do exposto na Tabela 1 e Gráfico 2, percebe-se que há um equilíbrio entre a
população masculina e feminina dos usuários do SIC, sendo o sexo masculino em maioria
com percentual de 56,8%. Porém, a representatividade de pessoas do sexo feminino
representa 40,90%, percentual este significativo, tendo em vista que as mulheres somente
se iniciaram nesta área de pesquisa, a partir do final século XX. Conforme Schwartz (2006),
“a participação feminina no meio científico tem enfrentado alguns problemas. O método
científico, por exemplo, desvaloriza características tidas como femininas como a
subjetividade, cooperação, sentimento e empatia”.
Quanto à faixa etária dos entrevistados, apresenta-se o exposto na Tabela 2 e
Gráfico 3.
Tabela 2 – Faixa etária do entrevistado
Faixa etária Qtde %
De 21 a 40 anos 14 31,8
De 41 a 50 anos 20 45,5
De 51 a 60 anos 8 18,2
Acima de 60 anos 2 4,5
Total 44 100
Fonte: Dados da pesquisa (2009).
70
05
101520253035404550
De 21 a 40 anos
De 41 a 50 anos
De 51 a 60 anos
Acima de 60 anos
31,8
45,5
18,2
4,5
Gráfico 3 – Faixa etária do entrevistado (%)
Fonte: Dados da pesquisa (2009).
No tocante à faixa etária dos entrevistados, nota-se, no Gráfico 3, que a maioria
(77,3%) é composta por funcionários na faixa de 21 a 50 anos de idade. Os demais, que são
responsáveis por 22,7% dos usuários, estão acima dos 51 anos. Vale salientar que a parte
formada pela faixa etária acima de 51 anos (22,7%), por se tratar de uma amostra de
apenas 44 entrevistados, é composta por 10 funcionários.
O SIC tem em torno de 29 anos de existência; dessa forma, a maioria dos seus
usuários situa-se numa faixa etária mediana de 35 anos, significando dizer que seus
usuários encontram-se numa faixa etária de maturidade profissional e humana, capazes de
contribuir positivamente para uma melhor performance do SIC.
A Tabela 3 e o Gráfico 4 apresentam os dados acerca do órgão que o entrevistado
trabalha.
Tabela 3 – Órgão em que o entrevistado trabalha
Órgão Qtde % CGE 10 22,7 SEFAZ 13 29,5 SEPLAG 4 9,1 TCE 15 34,1 ETICE 2 4,5
Total 44 100
Fonte: Dados da pesquisa (2009).
71
No que diz respeito ao número de entrevistados por órgão, expresso no Gráfico 4,
destaque-se que os órgãos SEPLAG e ETICE contam com 4 e 2 entrevistados,
respectivamente, são os que têm menor representatividade na amostra. Convém ressaltar,
que os dois entrevistados da ETICE são, no Órgão, os únicos responsáveis pela área de TI,
junto ao SIC. Quanto à SEPLAG, convém informar que sua amostra foi definida em oito
funcionários, sendo que 50% responderam o questionamento.
Nominalmente, em função dos respondentes, o TCE foi o ente que mais contribui
com a pesquisa representando 34,1%, seguido pela SEFAZ com 29,5% e CGE com 22,7%.
Entretanto, proporcionalmente, à amostra definida nesta pesquisa, a SEFAZ foi a que
melhor contribuiu, porque sua participação era de 20,3% da amostra e efetivamente
alcançou um percentual de 29,5%, seguido do TCE que contribuiu com 34,1%, versus
30,0% e GCE com 22,7%, versos 43,8%.
O percentual significativo das respostas da SEFAZ (30%) merece destaque especial,
tendo em vista ser esta secretaria o Órgão responsável pela contabilidade geral do Estado e
o gerente das receitas e dos desembolsos financeiros das despesas, tendo o SIC como sua
principal ferramenta operacional.
No tocante ao tempo de trabalho dos entrevistados, no SIC, a Tabela 4 e o Gráfico 5
apresentam os resultados encontrados.
Tabela 4 – Tempo de trabalho do entrevistado no SIC
Tempo de trabalho Qtde %
De 0 a 1 ano 1 2,3
De 2 a 5 anos 17 38,6
Mais que 5 anos 17 38,6
Não respondeu 9 20,5
Total 44 100
Fonte: Dados da pesquisa (2009).
72
05
10152025303540
De 0 a 1 ano De 2 a 5 anos Mais que 5 anos
Não respondeu
2,3
38,6 38,6
20,5
Gráfico 4 – Tempo de trabalho do entrevistado (%)
Fonte: Dados da pesquisa (2009).
A maioria dos servidores pesquisados (77,2%) possui mais de um ano de
experiência no uso do sistema, o tempo de trabalho, de até 1 ano, representa apenas 2,3%.
Salienta-se que nove dos entrevistados não responderam a esse questionamento, o que
representa um total de 20,5% da amostra.
Considerando que o SIC foi implantado há vinte e nove anos e considerando,
também, que o funcionário público goza de uma alta estabilidade empregatícia,
tradicionalmente respalda na administração pública brasileira, pode-se concluir que a
maioria dos servidores que utilizam SIC tem em média acima de 10 anos de serviço junto ao
SIC.
Concluindo, pode-se afirmar que este dado será de muita valia para a
operacionalização, atualização e modernização SIC.
5.2 Análise dos dados da pesquisa
Apresentam-se as análises relativas aos questionamentos considerados na
pesquisa, de acordo com cada órgão. Adicionalmente, realiza-se um estudo com uma
sinopse das respostas dos diversos órgãos, levando em conta os questionamentos, sem as
especificidades de cada órgão.
73
Foram analisados os cruzamentos entre os questionamentos sobre o SIC e as
variáveis relacionadas ao perfil do usuário do sistema (idade, tempo de serviço e sexo) para
identificar possíveis tendências de comportamento.
No intuito de se facilitar as análises das diversas variáveis foram empregados dois
construtos de avaliação: o construto ‘favorável’, referente ao somatório da freqüência das
respostas ‘razoável’ e ‘muito’ e o construto ‘desfavorável’, referente ao somatório das
respostas ‘nenhum’, ‘muito pouco’ e ‘pouco’.
O procedimento de tabulação da base de dados, juntamente com a geração de
tabelas, gráficos, possíveis cruzamentos entre os questionamentos sobre a eficiência e
eficácia do SIC, como também dados referentes ao perfil do usuário desse sistema e, além
disso, testes de hipóteses foram realizados com o uso de funções pertencentes ao software
SPSS 16.0.
Um dos principais objetivos de se construir uma tabela de dupla entrada (cruzamento
entre duas variáveis) é descrever a sua interdependência. Essa interdependência tem como
objetivo provar a relação intrínseca entre as variáveis. Por exemplo, ao se cruzarem
informações sobre o nível de utilização do SIC com a variável tempo de experiência do
usuário desse sistema, possivelmente, obter-se-á uma relação positiva. Esse confronto de
variantes mostra que, quanto maior for o tempo de trabalho do entrevistado no SIC, maior
será o conhecimento e a utilização das ferramentas do sistema. Para tanto, a verificação do
possível relacionamento, entre as variáveis do perfil e os questionamentos levantados na
avaliação do sistema analisado.
Quanto ao nível de descrição e avaliação tecnológica do SIC, apresentam-se as
seguintes análises, conforme Tabela 5.
74
Tabela 5 – ETICE - Nível de descrição e avaliação tecnológica do SIC
Item Nenhum Muito pouco Pouco Razoável Muito Total
1) Qual a complexidade pelo nº de variáveis, pela dificuldade possível nos cálculos, pela intensidade e variedade de acesso ao banco de dados, do SIC? - - - 1 1 2
2) Qual o nível de volume de dados de recursos orçamentários processados pelo SIC? - - - - 2 2
3) Qual o nível de utilização de acessos ao banco de dados do SIC? - - - 2 - 2
4) Qual o nível de variedade de acessos ao banco de dados do SIC? - 2 - - - 2
5) Qual o Padrão de erros cometidos pelo SIC, os de tipos sistemáticos e os não-sistemáticos? - - 2 - - 2
6) Qual a compatibilidade do SIC com outros equipamentos, sistemas e aplicativos? - - 2 - - 2
7) Qual o nível de compatibilidade (integração) do SIC em relação a outros sistemas do Estado? - - - 2 - 2
8) Qual o nível de compatibilidade do SIC em relação a equipamentos e sua performance(baixa plataforma)? - 2 - - - 2
9) Qual o nível de adaptabilidade do SIC às mudanças organizacionais? - - - 1 1 2
10) Qual o nível de adaptabilidade do SIC às mudanças tecnológicas? - 2 - - - 2
11) Qual o nível de defasagem do SIC em relação ao uso de tecnologia de comunicação externa (INTERNET)? - - - - 2 2
12) Qual o nível de defasagem do SIC em relação ao uso de tecnologia de comunicação interna (INTRANET)? - - - - 2 2
13) Qual o nível de segurança com relação aos dados digitados e gravados no banco de dados do SIC? - - - - 2 2
14) Qual o nível de integridade do SIC com relação a sua base de dados? - - - - 2 2
75
Item Nenhum Muito pouco Pouco Razoável Muito Total
15) Qual o nível de eficiência nos aspectos de controle e de acompanhamento relacionados com a manipulação de dados digitados e gravados do SIC? - - - - 2 2
16) Qual o nível de eficiência nos aspectos de gerenciamento da base de dados do SIC? - - - - 2 2
17) Qual o nível de eficácia nos aspectos de controle e acompanhamento relacionados com a manipulação de dados digitados e gravados do SIC? - - - - 2 2
18) Qual o nível de eficácia nos aspectos de gerenciamento da base de dados do SIC? - - - 1 1 2
Total - 6 4 7 19 36
Fonte: Dados da pesquisa (2009).
De acordo com a Tabela 5, que diz respeito às respostas da área de T.I, percebe-se
que a grande maioria das respostas é favorável ao sistema, ou seja, 22 (vinte e dois)
entrevistados responderam ‘razoável’ e ‘muito’. Observe que não há nenhuma resposta na
extremidade desfavorável. Entretanto, os itens 11 e 12, embora com aceitação favorável de
‘muito’, as perguntas referem-se a: - qual o nível de defasagem do SIC em relação ao uso
de tecnologia de comunicação interna (INTRANET) e (INTERNET)? Portanto, se é muito
defasado, os itens 11 e 12 são da categoria de desfavoráveis para o SIC.
Ratificando as idéias de Alter (1992, apud LAURINDO, 2008), sobre a descrição e
avaliação dos sistemas de informação, nota-se que o SIC está defasado em relação aos
avanços de tecnologia da informação e comunicação (TIC), mormente, no que tange aos
itens que receberam avaliações ‘desfavoráveis’, tais como:
1.Item 04 – qual o nível de variedade de acessos ao banco de dados do SIC? –
considerou-se que há muito pouca acessibilidade ao banco de dados do SIC,
mormente, no que se refere a: consultas, atualizações, importação e exportação de
dados.
2.Item 05 - Qual o Padrão de erros cometidos pelo SIC, os de tipos sistemáticos e os
não-sistemáticos? – avaliou-se que há poucos erros sistemáticos, ou seja, aqueles
que são informados pelo sistema e corrigidos pelos usuários; o mesmo grau de erro
76
avaliado com ‘pouco’ foi também, considerado para os não-sistemáticos: são aqueles
contornados pelo administrador do banco de dados ou pelo suporte da produção do
mainframe.
3.Item 06 - Qual a compatibilidade do SIC com outros equipamentos, sistemas e
aplicativos? – foi considerada de pouca compatibilidade, visto que a arquitetura do
banco de dados do SIC está numa plataforma de um mainframe. Os equipamentos
de baixa plataforma como micros e impressoras somente operam quando
disponibilizados por transmissão de dados off-line e os aplicativos somente aqueles
produtos oferecidos pelo mainframe.
4.Item 08 - Qual o nível de compatibilidade do SIC em relação a equipamentos e sua
performance (baixa plataforma)? - conforme já comentado no item anterior, essa
compatibilidade foi considerada como muito pouca, ficando dependente de
importação e exportação de dados entre os ambientes de alta e baixa plataforma.
5.Item 10 - Qual o nível de adaptabilidade do SIC às mudanças tecnológicas? – foi
avaliado como ‘muito pouco’ o nível de adaptabilidade do SIC às mudanças
tecnológicas; dependendo da arquitetura da plataforma, pode ser adaptado, desde
que seja em mainframe ou RISC.
6.Item 11 - Qual o nível de defasagem do SIC. em relação ao uso de tecnologia de
comunicação externa (INTERNET)? – foi considera totalmente desfavorável, pois
não existe nenhuma forma de comunicação com a INTERNET.
7. Item 12 - Qual o nível de defasagem do SIC, em relação ao uso de tecnologia de
comunicação interna (INTRANET)? – foi também considera totalmente desfavorável,
pois não existe nenhuma forma de comunicação com a INTRANET.
Esse quadro de certa estagnação foi explicado por Gust e Márquez (2004), os quais
assinalaram que, se nos Estados Unidos, a utilização da TI repercutiu de forma positiva nas
estatísticas de produtividade, isso não aconteceu, também, em outros países desenvolvidos.
Em regra geral esses autores reafirmam que os países que vêm investindo, como os
Estados Unidos, em alta tecnologia, estão recebendo os frutos positivos desse investimento.
Fato não observado no gerenciamento do SIC. Dentro do cenário brasileiro, a discussão e
os estudos se concentram, sobretudo nas instituições bancárias, pelo fato de estas
considerarem a informação como um insumo básico nas suas operações, na opinião de
Teixeira e Cavalcante (2005).
77
Portanto, tendo como contexto a premente necessidade de renovação de TI,
exemplificadas pelos autores anteriormente citados, esses gargalos do SIC já comentados,
deverão ser merecedores de uma atenção especial em uma provável e necessária
atualização e modernização tecnológica do sistema. Infere-se, daí, a inexistência de uma
política de atualização e modernização do SIC, para atender, de um lado, à inserção de
novas normais legais e procedimentos orçamentários e financeiros, como, por exemplo, Lei
Complementar 101/00 (BRASIL, 2000), conforme pesquisado no referencial teórico e, por
outro lado, às constantes evoluções tecnológicas ocorridas durante os 30 (trinta) anos de
existência do SIC.
Por outro lado, os itens que receberam uma avaliação ‘favorável’ na variável
‘razoável’, são:
1.Item 01 - Qual a complexidade pelo número de variáveis, pela dificuldade possível
nos cálculos, pela intensidade e variedade de acesso ao banco de dados, do SIC? –
um responde considerou como razoável a complexidade das variáveis acima.
2.Item 03 - Qual o nível de utilização de acessos ao banco de dados do SIC? Foi
considerado como ‘razoável’ por um respondente.
3.Item 07 - Qual o nível de compatibilidade (integração) do SIC em relação a outros
sistemas do Estado? – os respondentes atribuíram á avaliação o conceito ‘razoável’.
4.Item 09 - Qual o nível de adaptabilidade do SIC às mudanças organizacionais? Os
respondentes classificaram como sendo ‘razoável’ a adaptabilidade do SIC, e
5.Item 18 - Qual o nível de eficácia nos aspectos de gerenciamento da base de
dados do SIC? – também foi considerado ‘razoável’ por um respondente.
A apesar de os resultados da pesquisa terem sido de construtos ‘favoráveis’, pode-
se entender que todos os itens aqui analisados são, também, merecedores de uma provável
e necessária revisão tecnológica, reconhecendo-se a atual defasagem tecnológica do SIC
ao longo desses de 30 anos de sua existência.
Ficou demonstrado na pesquisa que o SIC restringiu suas características
tecnológicas aos aspectos de recursos apenas técnicos, conforme defendido por Alter
(2002, apud LAURINDO, 2008). O SIC deverá fundamentar sua política de atualização e
modernização, no sentido de incluir alem dos aspectos técnicos, tangíveis, ou seja, as
78
observações diretas de recursos em humanos, de hardware, de software, de dados, de rede
e de informação, também as observações da percepção dos seus usuários e de seus
desenvolvedores, conforme definido por Mulligan (2002).
Constata-se, portanto, que o SIC precisa adotar uma política estratégica de
realinhamento para sua reestruturação e modernização, tendo como orientações o que nos
ensinam Henderson e Venkatramar (1993, apud ANDRADE E SOUZA; JÓIA, 2008), que
destacam quatro domínios: Estratégia de Negócio, Estratégia de TI, Infraestrutura e
Processos Organizacionais e Infraestrutura e Processos de TI. Sustentam, ainda, esses
estudiosos, que o alinhamento estratégico não pode ser considerado como um fato isolado,
mas como um processo de contínuos ajustes e adaptações, sempre acompanhados de uma
profunda mudança no pensamento gerencial sobre a TI e a organização em vista.
Nas Tabelas 6, 7, 8 e 9 serão apresentados os dados correspondentes ao nível de
satisfação dos usuários do SIC, por órgão questionado.
Tabela 6 - SEPLAG - Quanto ao nível de utilização e avaliação do SIC
Item Nenhum Muito pouco Pouco Razoável Muito Total
1) Qual o nível de utilização dos relatórios, extraídos da base de dados orçamentária do SIC que auxiliam no planejamento e elaboração dos orçamentos do Estado do Ceará (ORÇAMENTO PLURIANUAL, LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIA E ORÇAMENTO ANUAL)? - 1 - - 3 4
2) Qual o nível de utilização do banco de dados do SIC, com técnicas de entrelaçamento com outros sistemas, tipo: SIC X SIAP; SIC X SCC; SIC X WebMapp; e SIC X SIOF SIC X RECEITA? - - - - 4 4
3) A utilização de base de dados do SIC gera maior velocidade no acompanhamento dos recursos orçamentários do Estado do Ceará? - 1 - 1 2 4
79
Item Nenhum Muito pouco Pouco Razoável Muito Total
4) Qual o nível de utilização da base de dados do SIC para elaboração do relatório de controle e acompanhamento de Metas Fiscais, determinado pelo artigo 4º, § 1o,, da Lei Complementar 101/2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF)? - 1 1 - 2 4
5) Qual o nível de utilização dos relatórios orçamentários determinados pela Lei 4.320/64, disponibilizados pelo SIC? - 1 - - 3 4
6) Qual o nível de utilização dos relatórios bimestrais, quadrimestrais e anuais determinados pela Lei Complementar 101/2000, disponibilizados pelo SIC? - 1 - - 3 4
7) Qual o nível de utilização de relatórios gerenciais, disponibilizados pelo SIC, para auxiliar os trabalhos de elaboração e acompanhamento do orçamento do Estado do Ceará? - 1 - - 3 4
8) Qual o nível de utilização de dados e relatórios da execução da receita, disponibilizados pelo SIC para elaboração do orçamento anual? - 1 - 1 2 4
9) A concepção das rotinas de processamentos do SIC foi desenvolvida para, preventivamente, auxiliar no controle da execução orçamentária e financeira do Estado do Ceará. Em que nível? - 1 - 1 2 4
10) Qual o nível de tempestividade dos dados e relatórios disponibilizados pelo SIC? - 1 1 1 1 4
11) Qual o nível de tecnologia de comunicação do SIC, para disponibilizar dados e interagir com outros sistemas? - 1 - 2 1 4
12) Qual o nível de utilização da base de dados do SIC para a elaboração do relatório de controle e acompanhamento de Riscos Fiscais, determinado pelo artigo 4º, § 3o,, da Lei Complementar 101/2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal? - 1 1 1 1 4
80
Item Nenhum Muito pouco Pouco Razoável Muito Total
13) Qual o nível de consistência do SIC no controle e acompanhamento da execução orçamentária na observância do limite de 60% da receita corrente líquida para despesas com pessoal, conforme estabelece o artigo 19, da LRF? - 1 - 1 2 4
Total - 12 3 8 29 52
Fonte: Dados da pesquisa (2009).
De acordo com a Tabela 6, percebe-se que a grande maioria dos entrevistados da
Secretaria de Planejamento (SEPLAG) é ‘favorável’ ao sistema (37 respostas),
representando um total de 71,2% das respostas. Não houve nenhuma resposta na
extremidade ‘desfavorável’. Note-se que, quanto ao nível de utilização do banco de dados
do SIC, com técnicas de entrelaçamento com os outros sistemas (02), todos os
entrevistados responderam que há ‘muita’ utilização do sistema.
A maioria dos usuários da SEPLAG avaliou o SIC como ‘favorável’, conforme
explicitado anteriormente, entretanto 01 (um) dos respondentes atribuiu construto
‘desfavorável’ em todos os itens questionados, com exceção do item 02, levando-se a crer
que essa incidência revela a necessidade de uma futura discussão com esse respondente,
para verificar a procedência de seus pontos de vista.
Os itens que receberam a avaliação ‘pouco’ são os seguintes:
1.Item 04 - Qual o nível de utilização da base de dados do SIC para elaboração do
relatório de controle e acompanhamento de Metas Fiscais, determinado pelo artigo
4º, § 1º, da Lei Complementar 101/00 (BRASIL, 2000), - Lei de Responsabilidade
Fiscal (LRF)?
2.Item 10 - Qual o nível de tempestividade dos dados e relatórios disponibilizados
pelo SIC? Qual o nível de utilização da base de dados do SIC para a elaboração do
relatório de controle e acompanhamento de Riscos Fiscais, determinado pelo artigo
4º, § 3º, da Lei Complementar 101/00 (BRASIL, 2000),- Lei de Responsabilidade
Fiscal?
3.Item 12 - Qual o nível de utilização da base de dados do SIC para a elaboração do
relatório de controle e acompanhamento de Riscos Fiscais, determinado pelo artigo
81
4º, § 3º, da Lei Complementar 101/00 (BRASIL, 2000), - Lei de Responsabilidade
Fiscal?
Infere-se que a Lei Complementar 101/00 (BRASIL, 2000), mencionada no
referencial teórico, conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal, não foi contemplada
nas atualizações do SIC, visto que o sistema foi implantado em 1981, portanto, muito antes
de referida lei complementar, ocasionando prejuízos operacionais para as necessidades
desse Órgão.
Diante das respostas sobre os itens, avaliados, anteriormente, com o conceito
‘pouco’, pelos respondentes da SEPLAG, entende-se que eles devem ser corrigidos para se
ajustarem à inserção legal da Lei Complementar 101/2000, num futuro momento de
atualização e modernização do SIC.
Os itens que foram avaliados como ‘razoável’ pelos respondentes da SEPLAG, são
os seguintes:
1.Itens 03 - A utilização de base de dados do SIC gera maior velocidade no
acompanhamento dos recursos orçamentários do Estado do Ceará?
2.Item 08 - Qual o nível de utilização de dados e relatórios da execução da receita,
disponibilizados pelo SIC para elaboração do orçamento anual?
3.Item 09 - A concepção das rotinas de processamentos do SIC foi desenvolvida
para, preventivamente, auxiliar no controle da execução orçamentária e financeira do
Estado do Ceará. Em que nível?
4.Item 10 – Qual o nível de tempestividade dos dados e relatórios disponibilizados
pelo SIC?
5.Item 11 - Qual o nível de tecnologia de comunicação do SIC, para disponibilizar
dados e interagir com outros sistemas?
6.Item 12 - Qual o nível de utilização da base de dados do SIC para a elaboração do
relatório de controle e acompanhamento de Riscos Fiscais, determinado pelo artigo
4º, § 3º, da Lei Complementar 101/00 (BRASIL, 2000), - Lei de Responsabilidade
Fiscal?
7.Item 13 - Qual o nível de consistência do SIC no controle e acompanhamento da
execução orçamentária na observância do limite de 60% da receita corrente líquida
82
para despesas com pessoal, conforme estabelece o artigo 19, da LRF?
Depreende-se, dos resultados apresentados, que o SIC precisa melhorar a sua
performance nos seguintes itens: 03 - disponibilizar sua base de dados orçamentários de
forma rápida e tempestiva, parece que há um hiato entre a base de dados do SIC e as
necessidades do Órgão pesquisado; 08 - as receitas do Estado não estão devidamente
otimizadas para atender à elaboração e acompanhamento do orçamento do Estado; 09 – as
rotinas preventivas do SIC precisam ser melhoradas para atender aos procedimentos de
controle da execução orçamentária; 11 - a comunicabilidade do SIC e a capacidade de
interação com outros sistemas é precária; 13 - o SIC, conforme já comentado anteriormente,
não disponibiliza relatórios exigidos pela Lei Complementar 101/2000.
Entende-se que o SIC não atende, satisfatoriamente, às necessidades da SEPLAG
nos itens aqui explicitados, devendo passar por uma revisão, num futuro momento de
atualização e modernização do SIC, já sugerida nas análises da Tabela 5.
A atualização do SIC aqui sugerida é congruente ao alerta de Barbosa (2005),
segundo o qual a Contabilidade Pública não pode prescindir o aprimoramento continuado,
tanto no conhecimento científico e de técnicas dos procedimentos nos seus registros
contábeis, como, também, na evidência da informação, para que à confiabilidade das
informações tornem inquestionáveis ao seu público usuário.
Tabela 7 - CGE - Quanto ao nível de utilização e avaliação do SIC
Item Nenhum Muito pouco Pouco Razoável Muito Total
1) Qual o nível de utilização de base de dados do SIC, com relação ás despesas para análise das prestações de contas dos Órgãos da Administração Pública do Estado do Ceará? - - - 1 9 10
2) Qual o nível de utilização do banco de dados do SIC, com técnicas de entrelaçamento com outros sistemas, tipo:SIC X S2EPA, SIC X SFP, SIC X SIAP; SIC X SCC; e SIC X SIOF? - 1 - 4 5 10
83
Item Nenhum Muito pouco Pouco Razoável Muito Total
3) A utilização de base de dados do SIC gera maior velocidade no acompanhamento e controle da execução orçamentária do Estado do Ceará? - 2 3 3 2 10
4) O SIC propicia rotinas para o acompanhamento e controle relativos a: licitações, contratos, convênios e do patrimônio do Estado do Ceará? 1 7 2 - - 10
5) Qual o nível de utilização dos relatórios (orçamentário-financeiro-patrimonial) determinados pela Lei 4.320/64, disponibilizados pelo SIC? 4 4 1 1 - 10
6) Qual o nível de utilização dos relatórios bimestrais, quadrimestrais e anuais determinados pela Lei Complementar 101/2000, disponibilizados pelo SIC? 4 4 2 - - 10
7) Qual o nível de utilização de relatórios gerenciais, disponibilizados pelo SIC, para auxiliar os trabalhos de auditoria do CGE? 3 3 2 1 1 10
8) Qual o nível de utilização de dados e relatórios da execução da receita, disponibilizados pelo SIC? 4 3 2 1 - 10
9) A concepção das rotinas de processamentos do SIC foi desenvolvida para, preventivamente, auxiliar no controle e acompanhamento da execução orçamentária e financeira do Estado do Ceará. Em que nível? 3 5 1 1 - 10
10) Qual o nível de tempestividade dos dados e relatórios disponibilizados pelo SIC? - - 3 3 4 10
11) Qual o nível de tecnologia de comunicação do SIC, para disponibilizar dados e interagir com outros sistemas? 1 7 2 - - 10
Total 20 36 18 15 21 110
Fonte: Dados da pesquisa (2009).
Na tabela 7, referente às respostas da CGE, percebe-se que a grande maioria
classificou o SIC como uma ferramenta ‘desfavorável’ para suas atividades, com 74
respostas, que representam um total de 67,3% dos respondestes.
84
Os itens que foram avaliados como ‘nenhum’ e ‘muito pouco’ são os seguintes:
1.Item 04 - O SIC propicia rotinas para o acompanhamento e controle relativos a:
licitações, contratos, convênios e do patrimônio do Estado do Ceará?
2.Item 11 - Qual o nível de tecnologia de comunicação do SIC, para disponibilizar
dados e interagir com outros sistemas?
Pode-se perceber, a partir dos itens referidos, que a CGE, como órgão de controle
interno, padece, por parte do SIC, de rotinas que auxiliam nos procedimentos de controle e
auditoria, quanto a: licitações, contratos, convênios e do patrimônio do Estado do Ceará; no
SIC, conforme ocorreu na SEPLAG, sua comunicabilidade e a capacidade de interação com
outros sistemas são precárias.
Destaque-se que, nos itens 04 e 11, 7 entrevistados, no total de 10, responderam
‘muito pouco’ e 1 respondeu ‘nenhum’, ratificando precariedade do SIC, para esses
respondentes nos citados itens.
Os pontos nevrálgicos do SIC, nesse Órgão, estão detectados nos seguintes itens:
1.Item 04 - O SIC propicia rotinas para o acompanhamento e controle relativos a:
licitações, contratos, convênios e do patrimônio do Estado do Ceará?
2.Item 05 - Qual o nível de utilização dos relatórios (orçamentário, financeiro e
patrimonial) determinados pela Lei 4.320/64 (BRASIL,1964), oferecidos pelo SIC?
A Lei 4.320/64 (BRASIL, 1964) exige os demonstrativos anteriormente especificados,
os quais foram plenamente atendidos na implantação do SIC. Entretanto, parece que eles
não estão devidamente disponibilizados para a CGE ou suas informações são de pouca ou
nenhuma relevância para as suas atividades.
3.Item 06 - Qual o nível de utilização dos relatórios bimestrais, quadrimestrais e
anuais determinados pela Lei Complementar 101/00 (BRASIL, 2000),
disponibilizados pelo SIC?
Entende-se, conforme já analisado, que existe, na SEPLAG, a carência que,
85
obviamente, repete-se nessa CGE. Falta ao SIC uma revisão conceitual e tecnológica para
eliminar essas carências e outras já comentadas nesse trabalho.
4.Item 07 - Qual o nível de utilização de relatórios gerenciais, disponibilizados pelo
SIC, para auxiliar os trabalhos de auditoria do CGE?
Desde a introdução desta pesquisa, vem-se afirmando que o SIC foi implantado em
1981 e parece que sua precípua função sempre foi o acompanhamento e execução
orçamentário-financeira do Estado, não havendo uma preocupação de cunho gerencial com
o oferecimento de relatórios para auxiliar na tomada de decisão; infere-se, portanto, que
esta hipótese foi confirmada nos resultados do item acima.
5.Item 08 - Qual o nível de utilização de dados e relatórios da execução da receita,
disponibilizados pelo SIC?
6.Item 09 - A concepção das rotinas de processamentos do SIC foi desenvolvida
para, preventivamente, auxiliar no controle e acompanhamento da execução
orçamentária e financeira do Estado do Ceará. Em que nível?
7.Item 11 - Qual o nível de tecnologia de comunicação do SIC, para disponibilizar
dados e interagir com outros sistemas?
Os três últimos itens aqui apontados denotam uma série de erros recorrentes, as
falhas vão se repetir nos demais órgãos pesquisados, suas análises e observações estão
explicitadas na pesquisa da SEPLAG.
Observa-se que, em relação aos itens anteriormente apresentados, de 110 respostas
válidas, 74 delas aplicaram resposta com construto ‘desfavorável’. Entende-se, portanto,
que o SIC deva rever todos esses itens para responder às necessidades operacionais da
CGE. Nesse órgão, o SIC é severamente questionado no sentido de não atender suas
necessidades operacionais. Assim sendo, essa ferramenta tecnológica precisa,
urgentemente, de uma atualização de rotinas de procedimentos e modernização
tecnológica.
86
Nesse sentido, remetendo-se ao que diz Barbosa (2007) quanto à questão das
qualidades da Contabilidade Pública, deve-se levar em consideração uma série de valores
como a confiabilidade da informação, neutralidade do informante, a correção, a prudência
em relação a toda e qualquer apresentação de dados financeiros.
Tabela 8 - SEFAZ - Quanto ao nível de utilização e avaliação do SIC
Item Nenhum Muito pouco Pouco Razoável Muito Não
respondeu Total
1) Qual o nível de utilização de base de dados do SIC, com relação á execução orçamentária da despesa dos Órgãos da Administração Pública do Estado do Ceará? 1 - - 1 11 - 13
2) Qual o nível de utilização do banco de dados do SIC, com técnicas de entrelaçamento com outros sistemas, tipo: SIC X DÍVIDA ATIVA, SIC X DÍVIDA PÚBLICA, SIC X RECEITA E SIC X PRECATÓRIOS? 3 - 4 3 3 - 13
3) A utilização de base de dados do SIC gera maior velocidade no acompanhamento dos recursos financeiros do Estado do Ceará? 1 - 3 3 6 - 13
4) O SIC propicia rotinas para o acompanhamento e controle relativos a gestão da conta única e fluxo de caixa do Estado do Ceará? 2 4 1 3 3 - 13
5) Qual o nível de utilização dos relatórios (orçamentário-financeiro-patrimonial) determinados pela Lei 4.320/64, disponibilizados pelo SIC? 1 1 1 6 4 - 13
6) Qual o nível de utilização dos relatórios bimestrais, quadrimestrais e anuais determinados pela Lei Complementar 101/2000, disponibilizados pelo SIC? 2 3 1 3 4 - 13
87
Item Nenhum Muito pouco Pouco Razoável Muito Não
respondeu Total
7) Qual o nível de utilização de relatórios gerenciais, disponibilizados pelo SIC, para auxiliar os trabalhos de contabilidade do Estado? - 1 1 4 7 - 13
8) Qual o nível de utilização de dados e relatórios da execução da receita, disponibilizados pelo SIC? 1 - 1 5 6 - 13
9) A concepção das rotinas de processamentos do SIC foi desenvolvida para, preventivamente, auxiliar no controle da execução orçamentária e financeira do Estado do Ceará. Em que nível? 1 2 - 3 6 1 13
10) Qual o nível de tempestividade dos dados e relatórios disponibilizados pelo SIC? 1 - - 6 6 - 13
11) Qual o nível de tecnologia de comunicação do SIC, para disponibilizar dados e interagir com outros sistemas? 2 2 2 5 2 - 13
12) Qual o nível de utilização do SIC, com relação a base de dados da execução e acompanhamento da receita orçamentária do Estado do Ceará? 1 1 - 4 7 - 13
13) Qual o nível de utilização dos relatórios de controle e acompanhamento da execução financeira, do artigo 8º, da LTF (programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso), disponibilizados pelo SIC? - 2 - 6 4 1 13
Total 16 16 14 52 69 2 169
Fonte: Dados da pesquisa (2009).
88
Na Tabela 8, demonstra-se que a maioria dos respondentes da SEFAZ avaliou o SIC
atribuindo-lhe construto ‘favorável’, dentro do alto percentual de 71,6%, destacando-se os
itens:
1.Item 01 - Qual o nível de utilização de base de dados do SIC, com relação á
execução orçamentária da despesa dos Órgãos da Administração Pública do
Estado do Ceará?
2.Item 05 - Qual o nível de utilização dos relatórios (orçamentário, financeiro,
patrimonial) determinados pela Lei 4.320/64 (BRASIL, 1964), disponibilizados
pelo SIC?
3.Item 06 - Qual o nível de utilização dos relatórios bimestrais, quadrimestrais e
anuais determinados pela Lei Complementar 101/2000, disponibilizados pelo
SIC?
4.Item 07 - Qual o nível de utilização de relatórios gerenciais, disponibilizados
pelo SIC, para auxiliar os trabalhos de contabilidade do Estado?
5.Item 08 - Qual o nível de utilização de dados e relatórios da execução da
receita, disponibilizados pelo SIC?
6.Item 09 - A concepção das rotinas de processamentos do SIC foi desenvolvida
para, preventivamente, auxiliar no controle da execução orçamentária e
financeira do Estado do Ceará. Em que nível?
7.Item 10 - Qual o nível de tempestividade dos dados e relatórios disponibilizados
pelo SIC?
8.Item 13 - Qual o nível de utilização dos relatórios de controle e
acompanhamento da execução financeira, do artigo 8º, da LTF (programação
financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso), disponibilizados
pelo SIC?
Depreende-se dos itens anteriores, que o SIC, na média geral dos respondentes aos
conceitos de ‘razoável’ e ‘muito’, atribuíram-lhes construto de ‘favorável’. Entende-se,
portanto, que esse sistema satisfaz às rotinas de procedimentos da execução orçamentárias
e financeiras da SEFAZ. Observe-se que os respondentes avaliaram os itens aqui
apresentados com uma média de 10, entre 13 respondentes, atribuindo-lhes o construto
‘favorável’ nos conceitos ‘razoável’ e ‘muito’.
89
No item 13, embora tenha recebido avaliação ‘favorável’ de 10 respondentes, no total
de 13 questionados, verificou-se uma inconsistência em relação aos demais órgãos
pesquisados, visto que esses órgãos não atendiam às exigências advindas da Lei
Complementar 101/2000. Formulam-se, então, duas hipóteses: há falhas nas respostas ou o
SIC disponibiliza uma rotina específica para atender a SEFAZ.
Embora o SIC tenha tido esta aceitação ‘favorável’, o sistema demonstra problema
na maioria dos itens interrogados, apresentando 46 respostas no agrupamento de
‘desfavorável’, distribuídas nas variáveis: ‘nenhum’ (16 respondentes), ‘muito pouco’ (16
respondentes) e ‘pouco’ (14 respondentes).
Note-se que os itens: 02 - Qual o nível de utilização do banco de dados do SIC, com
técnicas de entrelaçamento com outros sistemas, tipo: SIC X DÍVIDA ATIVA, SIC X DÍVIDA
PÚBLICA, SIC X RECEITA E SIC X PRECATÓRIOS? 04 - O SIC propicia rotinas para o
acompanhamento e controle relativos à gestão da conta única e fluxo de caixa do Estado do
Ceará? 06 - Qual o nível de utilização dos relatórios bimestrais, quadrimestrais e anuais
determinados pela Lei Complementar 101/2000, disponibilizados pelo SIC? E, o item 11 -
Qual o nível de tecnologia de comunicação do SIC, para disponibilizar dados e interagir com
outros sistemas? Esses itens deverão receber uma atenção especial, por ocasião da
atualização e modernização tecnológica do SIC, levando-se em conta a avaliação negativa
recebida.
Deve-se ressaltar, também, que esses itens são de uma particular importância para o
gerenciamento dos recursos orçamentários e financeiros do Estado. Lembrando-se e
remetendo-se ao referencial teórico, o SIC foi institucionalizado por meio da Lei nº. 10.338,
de 16.11.79, em pleno apogeu do surgimento da Administração Pública Gerencial no Brasil,
em que a Administração Estadual procurou criar mecanismos para o acompanhamento ágil
da execução orçamentária e dos atos correlatos, com informações hábeis e oportunas.
Entre outras atribuições, a referida lei determinou que a SEFAZ gerenciasse o fluxo de caixa
do Estado e atividades correlatas na área financeira. Conforme foi demonstrado nos itens
anteriormente apresentados, ratificam-se, então, as recomendações de revisão do SIC
nessa área financeira.
90
Vale ressaltar a apreciação sobre o assunto de Ferrer (2007), analisando o caso
específico da inserção da TI na empresa pública, sobre as dificuldades do Poder Público,
em geral, de adaptar-se e abrir-se às mudanças que já estariam em pleno curso nas
empresas privadas.
Tabela 9 - TCE - Quanto ao nível de utilização e avaliação do SIC
Item Nenhum Muito pouco Pouco Razoável Muito Não
respondeu Total
1) Qual o nível de utilização de base de dados do SIC, com relação ás despesas para análise das prestações de contas dos Órgãos da Administração Pública do Estado do Ceará? - - 1 2 12 - 15
2) Qual o nível de utilização do banco de dados do SIC, com técnicas de entrelaçamento com outros sistemas, tipo: SIC X SIAP; SIC X SCC; SIC X WebMapp; e SIC X SIOF? - 6 3 3 1 2 15
3) A utilização de base de dados do SIC gera maior velocidade no acompanhamento e controle da execução orçamentária do Estado do Ceará? - 1 - 6 8 - 15
4) O SIC propicia rotinas para o acompanhamento e controle relativos a: licitações, contratos, convênios e do patrimônio do Estado do Ceará? - 5 3 5 1 1 15
5) Qual o nível de utilização dos relatórios (orçamentário, financeiro, patrimonial) determinados pela Lei 4.320/64, disponibilizados pelo SIC? - 4 1 8 2 - 15
6) Qual o nível de utilização dos relatórios bimestrais, quadrimestrais e anuais determinados pela Lei Complementar 101/2000, disponibilizados pelo SIC? 2 7 1 3 - 2 15
7) Qual o nível de utilização de relatórios gerenciais, disponibilizados pelo SIC, para auxiliar os trabalhos de auditoria do TCE? 2 4 4 3 2 - 15
91
Item Nenhum Muito pouco Pouco Razoável Muito Não
respondeu Total
8) Qual o nível de utilização de dados e relatórios da execução da receita, disponibilizados pelo SIC? 4 4 3 2 - 2 15
9) A concepção das rotinas de processamentos do SIC foi desenvolvida para, preventivamente, auxiliar no controle da execução orçamentária e financeira do Estado do Ceará. Em que nível? 1 5 6 3 - 15
10) Qual o nível de tempestividade dos dados e relatórios disponibilizados pelo SIC? - - 1 7 7 - 15
11) Qual o nível de tecnologia de comunicação do SIC, para disponibilizar dados e interagir com outros sistemas? 3 5 3 4 - - 15
Total 12 41 20 49 36 7 165 Fonte: Dados da pesquisa (2009).
A tabela 9, que apresenta os dados dos entrevistados do TCE, mostra uma avaliação
levemente majoritária com conceito ‘favorável’ do SIC, com apenas um percentual de
51.1%, favorecida pelos itens: 01 - Qual o nível de utilização de base de dados do SIC, com
relação às despesas para análise das prestações de contas dos Órgãos da Administração
Pública do Estado do Ceará? 03 - A utilização de base de dados do SIC gera maior
velocidade no acompanhamento e controle da execução orçamentária do Estado do Ceará?
05 - Qual o nível de utilização dos relatórios (orçamentário, financeiro, patrimonial)
determinados pela Lei 4.320/64, disponibilizados pelo SIC? E o item 10 - Qual o nível de
tempestividade dos dados e relatórios disponibilizados pelo SIC?
Os usuários do SIC, no TCE, entendem que os itens mencionados são positivos,
com a seguinte configuração: 12 respondentes com conceito de ‘muito’ (item 01), 08
respondentes conceituaram com ‘muito’ (item 03), 08 respondentes com avaliação em
‘razoável’ (item 05) e 7 respondentes com conceito em ‘muito’ (no item 10). Os dados
mostram que o SIC, no que tange à disponibilidade da base de dados para
acompanhamento das prestações de contas e acompanhamento da execução orçamentária
e satisfatória, para os trabalhos de auditorias do TCE, assim como citado no referencial
92
teórico, os relatórios exigidos pela Lei 4.320/64 (BRASIL, 1964), estão plenamente
atendidos pelo SIC.
Por outro lado, o construto ‘desfavorável’, detectado nos itens: 02 - qual o nível de
utilização do banco de dados do SIC, com técnicas de entrelaçamento com outros sistemas,
tipo: SIC X SIAP; SIC X SCC; SIC X WebMapp; e SIC X SIOF? 04 - O SIC propicia rotinas
para o acompanhamento e controle relativos a: licitações, contratos, convênios e do
patrimônio do Estado do Ceará? 06 - Qual o nível de utilização dos relatórios bimestrais,
quadrimestrais e anuais determinados pela Lei Complementar 101/2000, disponibilizados
pelo SIC? 07 - Qual o nível de utilização de relatórios gerenciais, disponibilizados pelo SIC,
para auxiliar os trabalhos de auditoria do TCE? 08 - Qual o nível de utilização de dados e
relatórios da execução da receita, disponibilizados pelo SIC?, e o item 11 - Qual o nível de
tecnologia de comunicação do SIC, para disponibilizar dados e interagir com outros
sistemas? são merecedores de tratamento especial, em uma futura atualização do SIC,
visto que receberam um total de 73 respondentes de 165 possíveis, representando um
percentual de 44,2%.
Observa-se que há uma recorrência de falhas do SIC quando o assunto e
entrelaçamento de dados com outros sistemas, relatórios da Lei Complementar 101/200,
relatórios da receita do Estado e de comunicação e interação com outros sistemas.
Todos esses itens são, portanto, conforme já comentado anteriormente,
merecedores de tratamento especial, numa futura atualização do SIC, visto que receberam
um total de 73 respondentes de 165 possíveis, representando um percentual de 44,2%.
Tal posicionamento crítico pode ser embasado nas idéias de Graeml (2003), com
sua fala de ‘mudança de paradigma’, como o fim das mudanças graduais. Vivencia-se,
atualmente, uma fase de rompimentos e adoção de novos parâmetros e novos instrumentos.
93
Tabela 10 - Quanto ao nível de utilização e avaliação do SIC - GERAL (%)
Item Nenhum Muito pouco Pouco Razoável Muito Não
respondeu Total
1. Qual o nível de utilização de base de dados do SIC? 2,4 2,4 2,4 9,5 83,3 - 100
2. Qual o nível de utilização do banco de dados do SIC, com técnicas de entrelaçamento com outros sistemas? 7,1 16,7 16,7 23,8 31 4,8 100
3. A utilização de base de dados do SIC gera maior velocidade no acompanhamento e controle da execução orçamentária do Estado do Ceará? 2,4 9,5 14,3 31 42,9 - 100
4. Qual o nível de utilização dos relatórios (orçamentário, financeiro, patrimonial) determinados pela Lei 4.320/64, disponibilizados pelo SIC? 11,9 23,8 7,1 35,7 21,4 - 100
5. Qual o nível de utilização dos relatórios bimestrais, quadrimestrais e anuais determinados pela Lei Complementar 101/2000, disponibilizados pelo SIC? 19 35,7 9,5 14,3 16,7 4,8 100
6. Qual o nível de utilização de relatórios gerenciais, disponibilizados pelo SIC, para auxiliar os trabalhos desenvolvidos nos órgãos? 11,9 21,4 16,7 19 31 - 100
7. Qual o nível de utilização de dados e relatórios da execução da receita, disponibilizados pelo SIC? 21,4 19 14,3 21,4 19 4,8 100
8. A concepção das rotinas de processamentos do SIC foi desenvolvida para, preventivamente, auxiliar no controle e acompanhamento da execução orçamentária e financeira do Estado do Ceará. Em que nível? 11,9 31 2,4 26,2 26,2 2,4 100
9. Qual o nível de tempestividade dos dados e relatórios disponibilizados pelo SIC? 2,4 2,4 11,9 40,5 42,9 - 100
94
Item Nenhum Muito pouco Pouco Razoável Muito Não
respondeu Total
10. Qual o nível de tecnologia de comunicação do SIC, para disponibilizar dados e interagir com outros sistemas? 14,3 35,7 16,7 26,2 7,1 - 100
Fonte: Dados da pesquisa (2009).
A Tabela 10 apresenta os percentuais relativos aos questionamentos, quanto ao
nível de utilização do SIC. Ressalta-se que os dados são referentes ao total dos
entrevistados, independentemente do órgão ao qual o indivíduo pertence. Portanto, essa
análise diz respeito ao nível de utilização do SIC, sem levar em conta as especificidades de
cada órgão. Essa tabela apresenta, apenas, as questões gerais comuns a todos os
questionários.
Note-se que 83,3% dos entrevistados utilizam ‘muito’ a base de dados do SIC no
item 01 - Qual o nível de utilização de base de dados do SIC? O que leva ao entendimento
de que existe um alto nível de utilização do sistema contábil avaliado. Somando-se a esse
percentual a quantidade de entrevistados que avaliam como ‘razoável’ a base de dados,
obtêm-se um percentual de 92,9% de construto ‘favorável’.
Os itens: 03 - A utilização de base de dados do SIC gera maior velocidade no
acompanhamento e controle da execução orçamentária do Estado do Ceará? No item 09 -
a concepção das rotinas de processamentos do SIC foi desenvolvida para, preventivamente,
auxiliar no controle e acompanhamento da execução orçamentária e financeira do Estado do
Ceará. Em que nível? Apresentam um significativo percentual (42,9% em ambos) de
entrevistados que avaliam com classificação ‘muito’ os recursos e ferramentas do SIC.
Somados aos que atribuíram a classificação ‘razoável’, esses itens obtêm um percentual de
73,9% e 83,3%, respectivamente.
Ademais, os itens: 02 - Qual o nível de utilização do banco de dados do SIC, com
técnicas de entrelaçamento com outros sistemas? 04 - Qual o nível de utilização dos
relatórios (orçamentário, financeiro, e patrimonial) determinados pela Lei nº. 4.320/64,
disponibilizados pelo SIC? No item 08 - a concepção das rotinas de processamentos do SIC
foi desenvolvida para, preventivamente, auxiliar no controle e acompanhamento da
95
execução orçamentária e financeira do Estado do Ceará. Em que nível? Apresentaram
resultados positivos quanto à avaliação na utilização dos recursos e ferramentas do SIC,
com percentuais acima de 50% no conceito ‘razoável’ e ‘muito’ desse sistema.
Percebe-se que o Sistema Integrado de Contabilidade (SIC), relativamente aos itens
analisados, atende às necessidades dos órgãos consultados nas suas atividades de
controle e acompanhamento da execução orçamentária e financeira do Estado do Ceará,
confirmando, portanto, as tendências particulares verificadas nas pesquisas em cada ente.
Assim, pode-se afirmar que, segundo Albertin et al (2004), o SIC oferece a segurança da
informação, proporcionando disponibilidade, confidencialidade e integridade dos ativos de
informação.
Os itens: 05 - Qual o nível de utilização dos relatórios bimestrais, quadrimestrais e
anuais, determinados pela Lei Complementar 101/2000, disponibilizados pelo SIC? 06 -
Qual o nível de utilização de relatórios gerenciais, disponibilizados pelo SIC, para auxiliar os
trabalhos desenvolvidos nos órgãos? 07 - Qual o nível de utilização de dados e relatórios da
execução da receita, disponibilizados pelo SIC? 08 - A concepção das rotinas de
processamentos do SIC foi desenvolvida para, preventivamente, auxiliar no controle e
acompanhamento da execução orçamentária e financeira do Estado do Ceará. Em que
nível? E o item 10 - Qual o nível de tecnologia de comunicação do SIC para disponibilizar
dados e interagir com outros sistemas? Esses itens apresentaram os menores níveis de
utilização de recursos do SIC. Portanto, é possível concluir que os relatórios advindos do
sistema são pouco ou insatisfatoriamente aproveitados, bem como o sistema não interage
eficientemente com outros pacotes computacionais.
Os itens 05, 06, 07, 08 e 10 deverão ser objeto de uma especial atenção, quando da
atualização e modernização tecnológica do SIC, a fim de que possa atender,
satisfatoriamente, às necessidades dos órgãos consultados nas suas atividades de controle
e acompanhamento da execução orçamentária e financeira do Estado do Ceará.
Todos os órgãos aqui consultados insistem em idéias já vistas anteriormente, no
referencial teórico, isso é, recomenda-se que o governo eletrônico deva ser devidamente
inserido numa política mais ampla de reforma do Estado, que contemple a análise e a
reformulação de processos, da estrutura administrativa, do marco regulatório, do
96
relacionamento entre os agentes, das funções do próprio Estado e do relacionamento do
Estado com a sociedade civil.
A reforma da máquina do Estado, portanto, inegavelmente passa, necessariamente,
por dois fatores fundamentais: uma maior eficiência, capacitação e incentivos dos recursos
humanos e, de outro, deve oferecer, aos operadores da máquina administrativa, um
instrumental de trabalho pela incorporação ao dia-a-dia desses operadores de toda a
tecnologia de ponta, na área de informação, atualmente disponível. O que não se limita ao
atual, mas a uma permanente abertura à pesquisa e à busca do que há de mais
revolucionário e moderno nesta tecnologia (FERRER, 2007). Observa-se que isso não tem
acontecido com o SIC, em sua amplitude esperada.
5.3 Cruzamentos de dados das variáveis
Serão apresentados, a seguir, os resultados obtidos a partir do cruzamento de dados
das variáveis sexo, faixa etária e temo de trabalho.
Tabela 11 - Nível de utilização de base de dados do SIC x Faixa etária do entrevistado
Item
Faixa etária Total De 21 a 40
anos De 41 a 50
anos De 51 a 60
anos Acima de 60
anos
Qtde % Qtde % Qtde % Qtde % Qtde %
Nenhum 1 7,1 0 0 0 0 0 0 1 2,4
Muito pouco 1 7,1 0 0 0 0 0 0 1 2,4
Pouco 0 0 0 0 1 14,3 0 0 1 2,4
Razoável 1 7,1 3 15,8 0 0 0 0 4 9,5
Muito 11 78,6 16 84,2 6 85,7 2 100 35 83,3
Total 14 100 19 100 7 100 2 100 42 100
Fonte: Dados da pesquisa (2009).
A tabela 11, referente ao nível de utilização de base de dados do SIC, mostra que
100% dos entrevistados, com idade entre 41 e 50 anos, bem como os que têm acima de 60
anos, foram favoráveis ao sistema.
97
Cruzando-se as variáveis ‘nível de utilização do banco de dados do SIC’ com a ‘faixa
etária dos entrevistados’, obtêm-se as seguintes informações,, conforme Tabela 12.
Tabela 12 - Nível de utilização do banco de dados do SIC, com técnicas de entrelaçamento
com outros sistemas x Faixa etária do entrevistado
Item
Faixa etária
Total De 21 a 40 anos
De 41 a 50 anos
De 51 a 60 anos
Acima de 60 anos
Qtde % Qtde % Qtde % Qtde % Qtde %
Nenhum 2 14,3 1 5,6 0 0 0 0 3 7,5
Muito pouco 2 14,3 4 22,2 1 16,7 0 0 7 17,5
Pouco 4 28,6 1 5,6 2 33,3 0 0 7 17,5
Razoável 3 21,4 7 38,9 0 0 0 0 10 25
Muito 3 21,4 5 27,8 3 50 2 100 13 32,5
Total 14 100 18 100 6 100 2 100 40 100
Fonte: Dados da pesquisa (2009).
A tabela 12, no que se refere ao nível de utilização do banco de dados do SIC, com
técnicas de entrelaçamento com outros sistemas, apresenta um comportamento distinto
entre as faixas de idade dos entrevistados. Parece haver uma relação crescente entre o
nível de utilização e a faixa de idade. Por exemplo, quando os indivíduos pertencem a uma
faixa de 21 a 40 anos de idade, a maioria deles (28,6%) utiliza ‘pouco’, passando para
utilização de ‘razoável’, quando a idade aumenta para a faixa de 41 a 50 anos e para ‘muito’,
o nível de utilização, com o aumento da faixa para mais de 51 anos.
Quanto às variáveis ‘nível de utilização do banco de dados do SIC’ e ‘Tempo de
trabalho de entrevistado’, as seguintes informações são obtidas, conforme Tabela 13.
98
Tabela 13 - Nível de utilização do banco de dados do SIC, com técnicas de entrelaçamento
com outros sistemas x Tempo de trabalho do entrevistado
Item
Tempo de trabalho
Total De 0 a 1 ano De 2 a 5 anos Mais que 5
anos
Qtde % Qtde % Qtde % Qtde %
Nenhum 0 0 1 5,9 0 0 1 3,2
Muito pouco 0 0 1 5,9 5 38,5 6 19,4
Pouco 0 0 2 11,8 3 23,1 5 16,1
Razoável 1 100 6 35,3 3 23,1 10 32,3
Muito 0 0 7 41,2 2 15,4 9 29
Total 1 100 17 100 13 100 31 100
Fonte: Dados da pesquisa (2009).
A tabela 13 mostra que os indivíduos com maior experiência de trabalho tendem a ter
uma relação negativa com o nível de utilização do banco de dados do SIC, com técnicas de
entrelaçamento com outros sistemas, ou seja, 38,5% dos entrevistados com tempo de
trabalho de mais de 5 anos responderam que utilizam ‘muito pouco’ o banco de dados do
SIC, com técnicas de entrelaçamento com outros sistemas.
Partindo das variáveis ‘nível de utilização dos relatórios’ e ‘faixa etária dos
entrevistados’, pode-se constatar o exposto na Tabela 14.
Tabela 14 - Nível de utilização dos relatórios (orçamentário-financeiro-patrimonial)
determinados pela Lei 4.320/64, disponibilizados pelo SIC x faixa etária do entrevistado
Item
Faixa etária
Total De 21 a 40 anos
De 41 a 50 anos
De 51 a 60 anos
Acima de 60 anos
Qtde % Qtde % Qtde % Qtde % Qtde %
Nenhum 1 7,1 4 21,1 0 0 0 0 5 11,9
Muito pouco 4 28,6 6 31,6 0 0 0 0 10 23,8
Pouco 1 7,1 1 5,3 0 0 1 50 3 7,1
Razoável 7 50 6 31,6 2 28,6 0 0 15 35,7
Muito 1 7,1 2 10,5 5 71,4 1 50 9 21,4
Total 14 100 19 100 7 100 2 100 42 100
Fonte: Dados da pesquisa (2009).
99
Como se observa na tabela 14, os respondentes de idade acima de 50 anos são os
que mais utilizam o item.
No tocante às variáveis ‘nível de utilização dos relatórios’ e ‘tempo de trabalho dos
entrevistados’, são apresentadas na Tabela 15 as seguintes conclusões.
Tabela 15 - Nível de utilização dos relatórios (orçamentário-financeiro-patrimonial)
determinados pela Lei 4.320/64, disponibilizados pelo SIC x Tempo de trabalho do
entrevistado
Item
Tempo de trabalho
Total De 0 a 1 ano De 2 a 5 anos Mais que 5
anos
Qtde % Qtde % Qtde % Qtde %
Nenhum 0 0 4 23,5 0 0 4 12,1
Muito pouco 0 0 5 29,4 2 13,3 7 21,2
Pouco 0 0 1 5,9 1 6,7 2 6,1
Razoável 1 100 5 29,4 7 46,7 13 39,4
Muito 0 0 2 11,8 5 33,3 7 21,2
Total 1 100 17 100 15 100 33 100
Fonte: Dados da pesquisa (2009).
Observa-se, na tabela 15, que 80% dos usuários que possuem tempo de trabalho
superior a cinco anos, responderam de maneira favorável ao nível de utilização dos
relatórios do item 04, Tabela 10.
Ao analisar as variáveis ‘nível de utilização dos relatórios gerenciais, disponibilizados
pelo SIC’ e o ‘sexo dos entrevistados’, pode-se concluir que:
100
Tabela 16 - Nível de utilização de relatórios gerenciais, disponibilizados pelo SIC, para
auxiliar os trabalhos desenvolvidos nos órgãos x Sexo do entrevistado
Item
Sexo
Total Não respondeu Feminino Masculino
Qtde % Qtde % Qtde % Qtde %
Nenhum 0 0 5 27,8 0 0 5 11,9
Muito pouco 0 0 2 11,1 7 30,4 9 21,4
Pouco 1 100 5 27,8 1 4,3 7 16,7
Razoável 0 0 1 5,6 7 30,4 8 19
Muito 0 0 5 27,8 8 34,8 13 31
Total 1 100 18 100 23 100 42 100
Fonte: Dados da pesquisa (2009).
Conforme a Tabela 16, observa-se que 34, 8% dos entrevistados do sexo masculino
responderam que utilizam muito os relatórios gerenciais, disponibilizados pelo SIC para
auxiliar os trabalhos desenvolvidos no órgão.
Ao utilizar as variáveis ‘nível de utilização de dados e relatórios da execução da
receita, disponibilizados pelo SIC’ e o ‘tempo de trabalho dos entrevistados’, pode-se extrair
os seguintes dados, conforme Tabela 17.
Tabela 17 - Nível de utilização de dados e relatórios da execução da receita,
disponibilizados pelo SIC x Tempo de trabalho do entrevistado
Item
Tempo de trabalho
Total De 0 a 1 ano De 2 a 5 anos Mais que 5
anos
Qtde % Qtde % Qtde % Qtde %
Nenhum 0 0 4 23,5 2 15,4 6 19,4
Muito pouco 0 0 3 17,6 4 30,8 7 22,6
Pouco 0 0 3 17,6 2 15,4 5 16,1
Razoável 1 100 4 23,5 2 15,4 7 22,6
Muito 0 0 3 17,6 3 23,1 6 19,4
Total 1 100 17 100 13 100 31 100
Fonte: Dados da pesquisa (2009).
101
Observa-se que, na tabela 17, ao se cruzar o item 08 da tabela 10 com a faixa de
idade do usuário, verificou-se que a maioria (71,5%) daqueles respondentes, com idade
superior aos 51 anos, manifestou-se favorável ao sistema. Não existe correspondência no
item 08 entre as opiniões relacionadas com tempo de serviço ou sexo do usuário.
Quanto às variáveis, a concepção das rotinas de processamentos do SIC foi
desenvolvida para, preventivamente, auxiliar no controle e acompanhamento da execução
orçamentária e financeira do Estado do Ceará. Em que nível? E a faixa etária dos
entrevistados, pode-se concluir que:
Tabela 18 - A concepção das rotinas de processamentos do SIC foi desenvolvida para,
preventivamente, auxiliar no controle e acompanhamento da execução orçamentária e
financeira do Estado do Ceará. Em que nível? x Faixa etária do entrevistado
Item
Faixa etária
Total De 21 a 40 anos
De 41 a 50 anos
De 51 a 60 anos
Acima de 60 anos
Qtde % Qtde % Qtde % Qtde % Qtde %
Nenhum 3 23,1 2 10,5 0 0 0 0 5 12,2
Muito pouco 6 46,2 7 36,8 0 0 0 0 13 31,7
Pouco 0 0 0 0 0 0 1 50 1 2,4
Razoável 2 15,4 5 26,3 4 57,1 0 0 11 26,8
Muito 2 15,4 5 26,3 3 42,9 1 50 11 26,8
Total 13 100 19 100 7 100 2 100 41 100 Fonte: Dados da pesquisa (2009).
De acordo com a faixa etária do entrevistado, o nível da concepção do SIC varia
positivamente de acordo com o aumento da idade do entrevistado.
Quando da análise das variáveis ‘concepção das rotinas de processamentos do SIC’
foi desenvolvida para, preventivamente, auxiliar no controle e acompanhamento da
execução orçamentária e financeira do Estado do Ceará. Em que nível? E Tempo de
trabalho do entrevistado e tempo de serviço, podem-se obter os seguintes dados, conforme
Tabelas 19 e 20.
102
Tabela 19 - A concepção das rotinas de processamentos do SIC foi desenvolvida para,
preventivamente, auxiliar no controle e acompanhamento da execução orçamentária e
financeira do Estado do Ceará. Em que nível? x Tempo de trabalho do entrevistado
Item
Tempo de trabalho Total
De 0 a 1 ano De 2 a 5 anos Mais que 5 anos
Qtde % Qtde % Qtde % Qtde %
Nenhum 0 0 4 25 0 0 4 12,5
Muito pouco 0 0 6 37,5 3 20 9 28,1
Pouco 0 0 1 6,3 0 0 1 3,1
Razoável 0 0 2 12,5 6 40 8 25
Muito 1 100 3 18,8 6 40 10 31,3
Total 1 100 16 100 15 100 32 100
Fonte: Dados da pesquisa (2009).
Tabela 20 - A concepção das rotinas de processamentos do SIC foi desenvolvida para,
preventivamente, auxiliar no controle e acompanhamento da execução orçamentária e
financeira do Estado do Ceará. Em que nível? x Sexo do entrevistado
Item
Sexo Total
Não respondeu Feminino Masculino
Qtde % Qtde % Qtde % Qtde %
Nenhum 1 100 2 11,1 2 9,1 5 12,2
Muito pouco 0 0 5 27,8 8 36,4 13 31,7
Pouco 0 0 0 0 1 4,5 1 2,4
Razoável 0 0 6 33,3 5 22,7 11 26,8
Muito 0 0 5 27,8 6 27,3 11 26,8
Total 1 100 18 100 22 100 41 100
Fonte: Dados da pesquisa (2009).
O nível da concepção das rotinas de processamentos do SIC foi desenvolvido para,
preventivamente, auxiliar no controle e acompanhamento da execução orçamentária e
financeira do Estado do Ceará difere, significativamente (p-valor < 0,05), de acordo com a
faixa etária do entrevistado, ou seja, esse nível da concepção varia de acordo com a idade
do entrevistado. Ressalte-se que não houve relacionamentos estatisticamente significativos
quando a ‘concepção das rotinas de processamentos do SIC’ for cruzada com ‘Tempo de
trabalho do entrevistado’. Contudo, empiricamente, pode-se constatar, através da Tabela
103
19, que 80% dos entrevistados os quais possuem mais de cinco anos de experiência no
sistema foram favoráveis a ele, isso é, dividiram-se igualmente nas respostas ‘razoável’ e
‘muito’.
No tocante às variáveis ‘nível de tecnologia de comunicação do SIC, para
disponibilizar dados e interagir com outros sistemas’ e ‘faixa etária do entrevistado’ pode-se
concluir que:
Tabela 21 - Nível de tecnologia de comunicação do SIC, para disponibilizar dados e interagir
com outros sistemas x Faixa etária do entrevistado
Item
Faixa etária
Total De 21 a 40 anos
De 41 a 50 anos
De 51 a 60 anos
Acima de 60 anos
Qtde % Qtde % Qtde % Qtde % Qtde %
Nenhum 3 21,4 2 10,5 0 0 1 50 6 14,3
Muito pouco 6 42,9 7 36,8 2 28,6 0 0 15 35,7
Pouco 2 14,3 4 21,1 1 14,3 0 0 7 16,7
Razoável 1 7,1 5 26,3 4 57,1 1 50 11 26,2
Muito 2 14,3 1 5,3 0 0 0 0 3 7,1
Total 14 100 19 100 7 100 2 100 42 100
Fonte: Dados da pesquisa (2009).
Pode-se observar, na Tabela 21, que o percentual de 42,9% dos entrevistados, com
faixa etária entre 21 a 40 anos, afirmou que é ‘muito pouca’ a disponibilidade do SIC
interagir com outros softwares. Em contrapartida, 57,1% dos entrevistados com idade entre
51 a 60 anos afirmaram que o SIC apresenta uma interação ‘razoável’ com outros pacotes
computacionais.
Na tabela 22, são apresentados os dados obtidos por meio do cruzamento das
variáveis nível de tecnologia de comunicação do SIC, para disponibilizar dados e interagir
com outros sistemas e Tempo de trabalho do entrevistado.
104
Tabela 22 - Nível de tecnologia de comunicação do SIC, para disponibilizar dados e interagir
com outros sistemas x Tempo de trabalho do entrevistado
Item
Tempo de trabalho Total
De 0 a 1 ano De 2 a 5 anos Mais que 5 anos
Qtde % Qtde % Qtde % Qtde %
Nenhum 0 0 2 11,8 1 6,7 3 9,1
Muito pouco 0 0 9 52,9 4 26,7 13 39,4
Pouco 0 0 3 17,6 3 20 6 18,2
Razoável 1 100 1 5,9 7 46,7 9 27,3
Muito 0 0 2 11,8 0 0 2 6,1
Total 1 100 17 100 15 100 33 100
Fonte: Dados da pesquisa (2009).
Ao se analisar a Tabela 22, na qual se faz referência ao tempo de experiência do
usuário, atesta-se que 52,9% (maioria dos entrevistados), com tempo de serviço
compreendido entre 2 a 5 anos responderam que há ‘muito pouca’ interação do SIC com
outros pacotes computacionais.
Quanto às variáveis ‘nível de tecnologia de comunicação do SIC, para disponibilizar
dados e interagir com outros sistemas’ e Sexo do entrevistado, apresentam-se as principais
conclusões na Tabela 23.
Tabela 23 - Nível de tecnologia de comunicação do SIC, para disponibilizar dados e interagir
com outros sistemas x Sexo do entrevistado
Item
Sexo Total
Não respondeu Feminino Masculino
Qtde % Qtde % Qtde % Qtde %
Nenhum 0 0 1 5,6 5 21,7 6 14,3
Muito pouco 1 100 7 38,9 7 30,4 15 35,7
Pouco 0 0 3 16,7 4 17,4 7 16,7
Razoável 0 0 7 38,9 4 17,4 11 26,2
Muito 0 0 0 0 3 13 3 7,1
Total 1 100 18 100 23 100 42 100 Fonte: Dados da pesquisa (2009).
105
No que tange ao sexo, tabela 23, os respondentes masculinos consideram o SIC
com conceitos desfavoráveis de ‘nenhum’ e ‘muito pouco’, com percentual de 21.7% e
30,4%, respectivamente, ao interagir com outros softwares. No cômputo geral, ambos os
sexos entendem que o SIC é um sistema desfavorável, quando se refere á comunicabilidade
com outros softwares, destacando que 14,3, 35,7% e 16,7% dos pesquisados responderam
‘nenhum’, ‘muito pouco’ e ‘pouco’, respectivamente.
5.4 Resumo das análises
Apresenta-se a seguir a sinopse das análises por órgão específico, o quadro geral
sintetizando todos os questionamentos comuns aos órgãos e os cruzamentos dos dados
com as variáveis do perfil dos entrevistados.
5.4.1 Resultados do controle e acompanhamento da execução orçamentária e financeira de
todos os órgãos
A partir da fundamentação teórica, revista neste trabalho, e dos dados coletados no
estudo de caso único, conforme explicitado na metodologia utilizada e a partir da Tabela 10 -
Quanto ao nível de utilização e avaliação do SIC-Geral (%) alcançaram-se aos seguintes
resultados, referentes ao controle e acompanhamento da execução orçamentária e
financeira do Estado:
1.Item 01 da tabela 10, (Qual o nível de utilização da base de dados do SIC), obteve
a aprovação de todos os órgãos pesquisados de 92,9 %, confirmando o construto de
‘favorável’.
2.Itens: 03 - A utilização de base de dados do SIC gera maior velocidade no
acompanhamento e controle da execução orçamentária do Estado do Ceará? E o
item 09 - Qual o nível de tempestividade dos dados e relatórios disponibilizados pelo
SIC? O SIC recebeu uma avaliação de construto ‘favorável’ de 73,9 % e de 83,3%,
respectivamente.
3.Itens: - 02 - Qual o nível de utilização do banco de dados do SIC, com técnicas de
entrelaçamento com outros sistemas? 04 - Qual o nível de utilização dos relatórios
(orçamentário, financeiro e patrimonial) determinados pela Lei 4.320/64, e
disponibilizados pelo SIC? E no item 08 - A concepção das rotinas de
106
processamentos do SIC foi desenvolvida para, preventivamente, auxiliar no controle
e acompanhamento da execução orçamentária e financeira do Estado do Ceará. Em
que nível? Obtiveram, em média, 57,7 % de aprovação com construto ‘favorável’.
4.Itens: 05 - Qual o nível de utilização dos relatórios bimestrais, quadrimestrais e
anuais determinados pela Lei Complementar 101/2000, disponibilizados pelo SIC?
06 - Qual o nível de utilização de relatórios gerenciais, disponibilizados pelo SIC,
para auxiliar os trabalhos desenvolvidos nos órgãos? 07 – Qual o nível de utilização
de dados e relatórios da execução da receita, disponibilizados pelo SIC? e o item 10
- Qual o nível de tecnologia de comunicação do SIC, para disponibilizar dados e
interagir com outros sistemas? Foi assinalado um percentual médio de 56,26 de
construto ‘desfavorável’.
O Gráfico 5 apresenta as principais conclusões quanto à avaliação do usuários do
SIC, após a análise geral de todos os questionamentos comuns aos órgãos pesquisados.
0102030405060708090
100
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Não favorável
Favorável
Gráfico 5 – Avaliação do SIC pelos usuários.
Fonte: Dados da pesquisa (2009).
Depreende-se, do exposto no gráfico 5, o qual demonstra os resultados acerca dos
questionamentos sobre o SIC e os seus respectivos dados coletados na pesquisa de
campo, que as questões 01, 03 e 09 receberam, dos respondentes, entre 70% a 90% de
índices de aprovação, com resposta ‘favorável’. Por outro lado, quanto ao índice de
avaliações com construto ‘desfavorável’, nota-se que os mais altos percentuais foram para
os dois itens 05 e 10, mas que não ultrapassaram os 70%. Os itens 02, 04, e 08 de baixa
Itens
%
107
aprovação, mantiveram-se, mesmo assim, no percentual acima de 50% de avaliação com
construto ‘favorável’. Por outro lado, em todas as questões com índices de baixa aprovação,
isso é, nos três itens 05, 07 e 10, o nível de percentual de votos ‘favorável’ manteve-se
acima dos 30%. Conclui-se, pois, à luz da pesquisa sintetizada no gráfico acima, que a
maioria de 70% dos entrevistados avaliou o SIC positivamente com o construto ‘favorável’.
5.4.2 Resultados das avaliações tecnológicas do SIC
Quanto ao nível de descrição e avaliação tecnológica do SIC, Tabela 5, alcançaram-
se aos seguintes resultados, referentes às necessidades tecnológicas (avaliação) do SIC, no
suporte para o controle e execução orçamentária e financeira do Estado do Ceará:
1. Na Tabela 5 - ETICE - Quanto ao nível de descrição e avaliação tecnológica do
SIC, referente à área de T.I, a grande maioria das respostas mostrou-se ‘favorável’
em todos os itens questionados, não apresentando, inclusive, nenhuma resposta na
extremidade ‘desfavorável’.
2.Note-se que nos itens: 11 - Qual o nível de defasagem do SIC em relação ao uso
de tecnologia de comunicação externa (INTERNET)? E o item 12 - Qual o nível de
defasagem do SIC em relação ao uso de tecnologia de comunicação interna
(INTRANET)? Como se vê, a aceitação é favorável a ‘muito'; as perguntas foram
formulas com um caráter negativo (defasagem). Portanto, se é muito defasado, os
itens 11 e 12 são da categoria de desfavoráveis para o SIC.
3.Os itens: 04 - Qual o nível de variedade de acessos ao banco de dados do SIC? 05
- (Qual o Padrão de erros cometidos pelo SIC, os de tipos sistemáticos e os não-
sistemáticos? 06 - Qual a compatibilidade do SIC com outros equipamentos,
sistemas e aplicativos? 08 - Qual o nível de compatibilidade do SIC, em relação a
equipamentos e sua performance (baixa plataforma)? E o item 10 - Qual o nível de
adaptabilidade do SIC às mudanças tecnológicas? Receberam uma avaliação de
construto ‘desfavorável’, são todos, portanto, pontos críticos na sua configuração
tecnológica.
108
5.4.3 Resultados dos cruzamentos das variáveis
No sentido de oferecer maior consistência estatística aos questionamentos de
natureza tecnológica do SIC e do controle e acompanhamento da execução orçamentária e
financeira do Estado, para identificar possíveis tendências de comportamento do perfil dos
entrevistados, apresentam-se, a seguir, os cruzamentos das tendências manifestadas com
as variáveis de faixa etária, tempo de serviço e sexo:
a) A faixa etária acima de 50 anos manifestou-se favorável ao SIC nos itens: 01 -
Qual o nível de utilização de base de dados do SIC? (Tabela 11), 04 - Qual o nível de
variedade de acessos ao banco de dados do SIC? (Tabela 5.20), 08 - Qual o nível de
compatibilidade do SIC em relação a equipamentos e sua performance (baixa plataforma)?
(tabela 5.32) e o item 10 - Qual o nível de adaptabilidade do SIC às mudanças tecnológicas?
(tabela 5.39), com aprovação acima de 50%. Portanto, essa variável foi determinante para a
aprovação do SIC, como ferramenta de controle e acompanhamento e execução
orçamentária e financeira do Estado do Ceará.
b) o tempo de serviço, acima dos 5 anos, demonstrou ser um fator positivamente
determinante nos itens 04 - Qual o nível de variedade de acessos ao banco de dados do
SIC? (tabela 5.21), 07 - Qual o nível de utilização de dados e relatórios da execução da
receita, disponibilizados pelo SIC? (Tabela 5.30) e o item 08 - Qual o nível de
compatibilidade do SIC em relação a equipamentos e sua performance (baixa plataforma)?
(tabela 5.32); entretanto, no item 02 - - Qual o nível de utilização do banco de dados do SIC,
com técnicas de entrelaçamento com outros sistemas? (Tabela 5.15), os respondentes
classificaram como ‘desfavoráveis’ sua utilização do SIC, como ferramenta de controle e
acompanhamento da execução orçamentária e financeira do Estado do Ceará.
c) o sexo masculino posicionou-se ‘favorável’ apenas no item 06 - Qual a
compatibilidade do SIC com outros equipamentos, sistemas e aplicativos? (Tabela 5.28).
Por sua vez, o sexo feminino manifestou-se ‘favorável’ no item 08 - Qual o nível de
compatibilidade do SIC, em relação a equipamentos e sua performance (baixa plataforma)?
(tabela 5.34). Entretanto, ambos os sexos, com preponderância para os homens, foram
‘desfavoráveis’ no item 10 - Qual o nível de adaptabilidade do SIC às mudanças
tecnológicas? (5.41).
109
5.4.4 Resultados específicos dos órgãos
a) Empresa de Tecnologia do Estado do Ceará (ETICE): conforme a tabela 5 -
ETICE - Quanto ao nível de descrição e avaliação tecnológica do SIC a grande maioria das
respostas foi ‘favorável’ ao sistema, com 22 respostas. Observou-se que não há nenhuma
resposta na extremidade ‘desfavorável’ com conceito ‘nenhum’.
Porém, alguns gargalos do SIC foram detectados na pesquisa, no que tange aos
itens que receberam avaliação ‘desfavorável’: 04, 05, 06, 08, 10, 11 e 12, todos esses itens
foram objeto de análise em 5.3.4.2 Resultados das avaliações tecnológicas do SIC,
demonstrando a sua defasagem tecnológica. Esses gargalos deverão ser objetos
merecedores de uma atenção especial numa provável e necessária atualização e
modernização tecnológica.
b) Secretaria de Planejamento e Gestão do Estado do Ceará (SEPLAG): de acordo
com a Tabela 6 - SEPLAG - Quanto ao nível de utilização e avaliação do SIC, os
respondentes atribuíram o conceito ‘favorável’ ao SIC, com uma significativa maioria de 37
respostas, representando um total de 71,2% das respostas. Entretanto, observou-se que
algumas respostas foram totalmente de conceito ‘desfavorável’ ao SIC, transparecendo a
existência de aspectos referentes a necessidades particulares do SEPLAG, que o SIC não
atende, em especial, às imposições da Lei Complementar 101/2000.
c) Controladoria e Ouvidoria Geral do Ceará (CGE): Tabela 7 - CGE - Quanto ao
nível de utilização e avaliação do SIC, a grande maioria dos entrevistados atribuiu, ao SIC, o
conceito ‘desfavorável’ para suas atividades, com 74 respostas, que representam um total
de 67,3% dos respondestes, destacando a falta de rotinas para auditorias de: licitações,
contratos, convênios e do patrimônio do Estado do Ceará e a ineficiência quanto à
comunicação e interação com outros sistemas. Entretanto, no que diz respeito à utilização
de base de dados do SIC, com relação ás despesas para análise das prestações de contas
dos Órgãos da Administração Pública do Estado do Ceará, a maioria absoluta avaliou
construto ‘favorável’.
d) Secretaria da Fazenda do Estado do Ceará (SEFAZ): Tabela 8 - SEFAZ - Quanto
ao nível de utilização e avaliação do SIC, a maioria dos respondentes da SEFAZ atribuiu ao
110
SIC construto ‘favorável’, dentro do alto percentual de 71,6%. Porém, o SIC apresentou
gargalos, segundo os respondentes, quanto a: entrelaçamento de dados com outros
sistemas (item 02); rotinas para acompanhar e controlar a gestão da conta única e fluxo de
caixa do Estado (04); com relação aos relatórios exigidos pela Lei Complementar 101/2000
(item 06); dificuldade tecnologia de comunicação para interagir com outro sistema (item 11).
e) Tribunal de Contas do Estado do Ceará (TCE): Tabela 9 - TCE - Quanto ao nível
de utilização e avaliação do SIC, tem-se, neste órgão, uma avaliação levemente majoritária
com conceito ‘favorável’ do SIC, com apenas um percentual de 51.1%. Por outro lado, a
pesquisa demonstrou que um percentual de 48,9% dos itens pesquisados não são
favoráveis às atividades de auditoria do TCE, destacando-se o entrelaçamento de dados
com outros sistemas, relatórios da Lei Complementar 101/200, relatórios da receita do
Estado e o que trata de comunicação e interação com outros sistemas.
111
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A proposta deste estudo foi averiguar qual a contribuição real e concreta do Sistema
de Informação Contábil - SIC para o controle e gestão orçamentária e financeira do Estado
do Ceará, isso é, o objetivo geral proposto foi analisar se o SIC atende às necessidades de
controle e acompanhamento da execução orçamentária e financeira do Estado do Ceará.
Conforme mencionado, o SIC foi implantado no Estado do Ceará em 1981, com o
objetivo de buscar o aprimoramento administrativo e financeiro, bem como por um grande
esforço geral do Governo Estadual, no sentido de modernizar e aprimorar a máquina
pública, dotando-a de maior eficiência e transparência para proporcionar um maior serviço à
comunidade, atendendo aos princípios norteadores da Administração Pública Gerencial. É
oportuno, portanto, que hoje se levante um questionamento básico entre seus usuários e
operadores, nos diversos órgãos públicos interessados, sobre a realização, ou não, dessa
expectativa e se esse instrumento tecnológico vem atingindo, justamente, as metas e
objetivos para os quais foi criado, justificando, além disso, o investimento feito na sua
implantação e manutenção.
Portanto, a partir dos dados da pesquisa analisados, no tocante ao problema da
pesquisa, no sentido de analisar se o SIC atende às necessidades de controle e
acompanhamento da execução orçamentária e financeira do Estado do Ceará, pôde-se
constatar que esse propósito foi alcançado, a partir dos resultados apresentados na Gráfico
5 - Resumo das avaliações de todos os órgãos, que obteve a aceitação no construto
‘favorável’, na maioria de 70% dos entrevistados.
O SIC, portanto, cumpre, a contento, a missão de controlar e acompanhar a execução
orçamentária e financeira do Estado do Ceará. Porém, não se pode negar que o sistema
carece de uma atualização e modernização tecnológica nos aspectos que serão
enumerados a seguir quando se apresentam as contribuições da pesquisa
No que concerne ao objetivo geral da pesquisa, ‘analisar se o SIC atende às
necessidades de controle e acompanhamento da execução orçamentária e financeira do
Estado do Ceará’, infere-se, por essa pesquisa, que esse propósito foi alcançado a partir
dos resultados apresentados na tabela 5.10 - Quanto ao nível de utilização e avaliação do
112
SIC - GERAL (%), que obteve a aceitação no construto ‘favorável’, com a média de 60,77 %.
Na representação gráfica pode ser confirmado, também, a partir da Gráfico 5 -
Resumo das avaliações de todos os órgãos, que explicitou a maioria de 70%, que, dos 10
itens apresentados, 7 foram positivos ao construto de ‘favorável’ ao SIC.
No que tange aos objetivos específicos pode-se inferir, pela pesquisa, que os eles
foram atingidos, conforme se apresenta:
a) identificou-se que as necessidades do controle e acompanhamento da execução
orçamentário do Estado e as necessidades do controle e acompanhamento da
execução financeira do Estado, foram plenamente atendidas, mormente as
necessidades orçamentárias, na maioria dos itens pesquisados, com o percentual de
70%, conforme demonstrado o Gráfico 5 - Resumo das avaliações de todos os órgãos.
Observa-se que os questionários não distinguiram perguntas do tipo: orçamentária e
financeira, visto que existe dificuldade em distinguir procedimentos, em um sistema de
informação contábil integrado o qual processa automaticamente os lançamentos contábeis,
tanto lançamentos orçamentários como lançamentos financeiros.
Mesmo assim, com essa limitação da pesquisa, foi possível inferir que as
necessidades de controle, acompanhamento e execução financeira não são plenamente
atendidas pelo SIC, de acordo com o demonstrado nos itens 02 e 04 da Tabela 8 - SEFAZ -
Quanto ao nível de utilização e avaliação do SIC e no item 08 da Tabela 10 - Quanto ao
nível de utilização e avaliação do SIC - GERAL (%). Essas carências do sistema estão
elencadas nas contribuições da pesquisa apresentadas a seguir.
A pesquisa, também, demonstrou que o SIC está carente de rotinas para a
elaboração de relatórios e demonstrativos exigidos pela Lei Complementar 101/2000,
identificados no item 05, da Tabela 10 - Quanto ao nível de utilização e avaliação do SIC -
GERAL (%).
113
b) foi identificado que as características tecnológicas do SIC para o suporte do
controle e acompanhamento da execução orçamentária e financeira do Estado, na
concepção inicial do SIC, foram plenamente positivas, conforme tabela 5.5. - ETICE -
Quanto ao nível de descrição e avaliação tecnológica do SIC, com anuência de 66,67% dos
entrevistados.
Entretanto, a pesquisa demonstrou que a ferramenta tecnológica do SIC está
merecedora de uma atualização, que contemple as deficiências apontadas nos itens; 04, 05,
06, 08, 10, 11 e 12, da Tabela 5.5 - ETICE - Quanto ao nível de descrição e avaliação
tecnológica do SIC. Embora esses itens, no total de 08, representem 40% do total de itens
perguntados, isso não significa que o sistema esteja vulnerável, visto que as suas respostas
tiveram apenas 02 no conceito de ‘nenhum’”. Esses gargalos tecnológicos foram, também,
abordados nas contribuições da pesquisa.
Em resposta a esse problema de fundo, foram afirmados os pressupostos
fundamentais, isso é, que o SIC é uma ferramenta contábil e eficiente tanto no controle e
acompanhamento da execução orçamentária, como financeira e que a atualização da TI
seria uma condição essencial para a performance do SIC.
Confirma-se que o SIC, a partir da opinião da maioria dos respondestes, é uma
ferramenta contábil eficiente no controle e acompanhamento da execução orçamentária,
porém, apresenta algumas lacunas negativas, no trato dos recursos financeiros do Estado.
Por outro lado, a ferramenta tecnológica do SIC atende, satisfatoriamente, às demandas de
controle e acompanhamento da execução orçamentária. Porém, a pesquisa revelou que
essa tecnologia está a merecer uma atualização e modernização tecnológica.
O SIC, portanto, cumpre a contento a missão de controlar e acompanhar a execução
orçamentária e financeira do Estado do Ceará, porém, a partir também dos dados da
pesquisa, não se pode negar que o sistema carece de uma atualização e modernização
tecnológica, nos aspectos que serão enumerados a seguir, em contribuições da pesquisa.
114
6.1 Contribuições da pesquisa
A pesquisa demonstrou que o SIC é uma ferramenta tecnológica sistêmica de
fundamental importância para a gestão dos recursos orçamentários e financeiros de todo o
Estado. Mesmo com uma aceitação ampla e majoritária dos órgãos pesquisados, os dados
coletados confirmam a necessidade premente de uma atualização e modernização de
procedimentos e tecnológicas, especificamente nos seguintes tópicos:
a) uma melhor acessibilidade ao banco de dados;
b) uma maior compatibilidade com outros softwares;
c) definir outra plataforma da arquitetura do SIC, para otimizar a disponibilidade da
base de dados e também melhorar a comunicabilidade como: INTRANET e
INTERNET;
d) criação de rotinas para atender aos relatórios exigidos pela Lei Complementar
101/2000, Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF);
e) criar ou melhorar as rotinas de gerenciamento financeiro da conta única e fluxo de
caixa;
f) disponibilizar melhor sua base de dados com comunicabilidade pela Internet e
Intranet;
g) disponibilizar rotinas para melhor atender aos órgãos de controle interno e
externo; e
h) definir políticas sistêmicas e periódicas para atualização e modernização do SIC.
Esta pesquisa oferece outras informações e dados paralelos a serem posteriormente
explorados pelos órgãos do Estado, especialmente órgãos aqui pesquisados e outros,
porventura, interessados. Espera-se, também, que as principais conclusões emergentes
deste estudo possam, num futuro próximo, contribuir com os gestores dos órgãos oficiais
para suas tomadas de decisões em um aprimoramento de suas rotinas em sistemas
contábeis.
Finalmente, pode-se reafirmar a importância fundamental deste instrumento
tecnológico na máquina do Estado e que o seu aprimoramento, como ferramenta de controle
e administração da coisa pública, contribuirá, certamente, para um melhor bem-estar e
115
progresso de toda a sociedade, visto que, controla elevados recursos orçamentários e
financeiros do Estado.
Em relação à contribuição acadêmica, nota-se que a literatura e os trabalhos
acadêmicos sobre o assunto, no Brasil, ainda não apresentam a riqueza e o
aprofundamento necessário. Fica aqui, pois, a sugestão e o convite à comunidade
acadêmica para futuros aprofundamentos na questão. A amplidão e a importância do tema
transbordam em muito os estreitos limites deste trabalho; daí, a necessidade de se
desenvolverem estudos posteriores explorando, ainda, outros pontos não adequadamente
abordados nesta pesquisa. Por isso, fica claro que não se tem aqui a pretensão de encerrar
a questão sobre o sistema de informação em contabilidade pública; muito pelo contrário, é
só um momento de abertura para novos questionamentos e discussões.
Por outro lado, quanto às inevitáveis limitações de qualquer olhar científico sobre
qualquer realidade, seja no todo, seja em partes dela, em relação às afirmações, às
conclusões, aos dados teóricos e frutos da pesquisa de campo, como de interpretações
feitas ao longo desta exposição, tem-se consciência da inegável e inevitável mediação da
subjetividade do pesquisador, sua intencionalidade irrecusável em pesquisar, tendo como
método o estudo de caso e o conseqüente relativismo inerente a toda verdade e pesquisa.
Para amenizar tais fatores, utilizaram-se cruzamentos dos dados estatísticos o que,
certamente, espera-se ter servido para fornecer mais fidedignidade e clareza aos resultados
finais. Nesse sentido, os questionários foram formulados a partir de entrevistas aos gerentes
dos órgãos pesquisados, tentando, assim, proporcionar aos respondes uma maior liberdade
de expressão, quanto ao SIC. Entretanto, algumas limitações na elaboração dos
questionários foram evidenciadas na pesquisas, como a distinção de perguntas
orçamentárias e financeiras para melhor se reportar aos objetivos específicos.
.
.
116
REFERÊNCIAS
ALBERTIN, Alberto Luiz et al. Tecnologia de informação. São Paulo, Atlas, 2004. ALBERTIN, Rosa Maria de Moura. O Papel da Tecnologia de Informação . ALBERTIN, Alberto Luiz; ALBERTIN, Rosa Maria de Moura. (Org.). Tecnologia de Informação. São Paulo: Editora Atlas S. A., 2004, v. 1, p. 13-23. ANDRADE E SOUZA, José Geraldo; JÓIA, Luis Antônio. Proposição de um modelo conceitual, teórico e alinhamento estratégico de Te cnologia da Informação . In: 32º Encontro ANPAD, 6/10 setembro de 2008. BARBOSA, Cristina Maria de Oliveira. Contabilidade pública: os seus destinatários e as suas necessidades de informação: um estudo no sector da saúde - Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia. 2005. Disponível em: htpp://www.repositorium.sdum.uminho.pt/bitstream/1822/6977/2/Capas.pdf. Acesso em 09 jan 2009. BEUREN, Ilse Maria. Como Elaborar Trabalhos Monográficos em Contabilida de: Teoria e Prática. Atlas: São Paulo, 2003. BRAGA, Juracy Soares Júnior. Utilização da Tecnologia da Informação pelo fisco estadual cearense : o entrelaçamento de bases de dados de contribuintes do icms como ferramenta de auditoria fiscal. 2007.148 p. Dissertação (Mestrado em Controladoria). Universidade Federal do Ceará. BRASIL. Constituição Federal de 1988 .Brasília:Senado Federal, 1988. ______. Lei Complementar nº 101 , de 4 de maio de 2000. Brasília: Senado Federal, 2000. ______. Lei nº 4.320 , de 17 de março de 1964. Brasília: Senado Federal, 1964. ______. Decreto-Lei nº 200 , 5 de fevereiro de 1967. Brasília: Senado Federal, 1967. BRESSER PEREIRA, Luis Carlos. Reforma do Estado nos anos 90: Lógica e mecanismos de controle; Cadernos Maré, nº 1, Brasília, 1997. CEARÁ. Lei nº 10.338 , de 16 de novembro de 1979. Brasília:Senado Federal, 1979. ______. Decreto 14.422 , de 6 de dezembro de 1980. Brasília:Senado Federal, 1980. CHIZZZOTTI, A. A Pesquisa em ciências humanas e sociais . São Paulo: Cortez, 2000. DEWAN, S.; KRAEMER, K. L. International dimensions of the productivity parado x. Association for Computing Machinery. Communications of the ACM. v. 41, n. 8, p. 56-62,New York: Aug 1998. DOLCI, D.; BECKER, J.L. Proposta de um modelo de mensuração para caracteriz ar sistemas de informação . In: ENANPAD 2006, XXX, Salvador, 23 a 27 de setembro de 2006. Anais... Salvador, ANPAD, 2004. CD-ROM DRUCKER, Peter. As novas realidades . São Paulo: Pioneira, 1989.
117
DRUCKER, Peter. O melhor de Peter Drucker. São Paulo: Nobel, 2006. FERRER, Florência. Gestão pública eficiente . 2 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. GRAEML, Alexandre R. Sistemas de informação: o alinhamento da estratégia de TI com a estratégia corporativa. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2003. GUST, C.; MARQUEZ, J. International comparisons of productivity growth: the role of information technology and regulatory practices. Labour Economics, V. 11, Issue 1, p. 33-58, Feb. 2004. KOHAMA, Heilio. Contabilidade pública: Teoria e Prática. São Paulo: Atlas, 2008. LAKATOS, Eva Maria; MARKONI, Marina de Andrade. Metodologia do Trabalho científico. São Paulo: Atlas, 2001. LAURINDO, F.J.B. Tecnologia da Informação. Planejamento e Gestão de Estratégias. 6ª Ed. São Paulo: Atlas, 2008. LIMA, Antonio Amílcar. O Poder executivo nos estados contemporâneos. Rio de Janeiro: Artenova, 1975. MAÇADA, A. C. G. Impacto dos Investimentos em Tecnologia da Inform ação nas Variáveis Estratégicas e na Eficiência dos Bancos B rasileiros. 2001. 211 p. Tese (Doutorado) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Escola de Administração, Porto Alegre. MALHOTRA, N. K. Pesquisa de Marketing: uma orientação aplicada. 4ª Ed. Bookman. Porto Alegre, 2006. MARQUES, Érico Veras; ALBERTIN, Alberto Luiz. Tecnologia da Informação : O desafio de entender os aspectos que definem o seu uso nas organizações. In: ALBERTIN, Alberto Luiz; ALBERTIN, Rosa Maria de Moura. (Org.). Tecnologia da Informação. São Paulo: Atlas, 2005, v. 1, p. 14-30. MULLIGAN, P. Information & Management . Vol. 39. Union King: Elsevier, 2002. OLIVER, S. D.; SICHEL, D. E. The resurgence of growth in the late 1990: Is information technology the story? Journal of Economics Perspectives. v. 14, n. 4, p. 3-22, 2000. OLIVER, S. D.; SICHEL, D. E. Information technology and productivity: where are we now and where are we going? Journal of Policy Modeling, Volume 25, Issue 5, July 2003, p.477-503. OSBORNE, D.; GAEBLER, T. Reinventando o Governo. Brasília: MH Comunicação, 1994. PISCITELLI, Roberto Bocaccio et al. Contabilidade pública: uma abordagem da administração financeira pública. São Paulo: Atlas, 2008. ROACH, S. White Collar Productivity : A Glimmer of Hope? Special Economic Study, Morgan Stanley, 16. September 1988.
118
SANTOS, Fábio França; DA SILVA, Mauro Ricardo, CHAMON, Marco Antonio. O Paradoxo da Produtividade no setor industrial do Vale do Par aíba Paulista. XXXII Encontro da ANPAD, Rio de Janeiro RJ, Set 2008. SOLOW, R. M. We’d better watch out. A review of COHEN, S. S.; ZYSMAN, J.Manufacturing matters: the myth of the post-industrial economy. The New York Times Book Review, p.36, July 1987. SCHWARTZ, et al. Mulheres na informática: quais foram as pioneiras? Cadernos Pagu (27), julho-dezembro de 2006: pp.255-278. STAIR, Ralph M; REYNOLDS, George W. Princípios de sistemas de informação : uma abordagem gerencial. Tradução Flávio Soares Corrêa da Silva- coordenador. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2006. TEIXEIRA, F. L. C.; CAVALCANTE, L. R. M. T. Relações entre tecnologia, padrões organizacionais e produtividade no setor bancário n o Brasil . Revista de Administração (USP), São Paulo, v. 40, n. 3, p. 213-224, 2005. YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos. Trad. Daniel Grassi. 3ª Ed. Porto Alegre: Bookman, 2005.
119
APÊNDICE A – ENTREVISTA DO RESPONSÁVEL PELO ÓRGÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FEAAC - Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade Mestrado Profissional em Controladoria Professor: Dr. ÉRICO MARQUES VERAS Mestrando: Roberto Vieira de Meneses
ENTREVISTA ESTRUTURADA AO
RESPONSÁVEL PELO ÓRGÃO
Caro(a) Servidor(a), a presente entrevista constitui-se em instrumento de coleta de dados que serão tabulados em nossa dissertação denominada SISTEMA INTEGRADO DE CONTABILIDADE, COMO FERRAMENTA DE CONTROLE E ACOMPA NHAMENTO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA: O CASO DO ESTAD O DO CEARÁ , como requisito parcial para obtenção do título de Mestre, do pós-graduação em Mestrado Profissional em Administração e Controladoria da Universidade Federal do Ceará, Mestrado em Controladoria junto à UFC/FEAAC.
Os dados coletados junto ao grupo de servidores são de extrema importância para o trabalho que ora desenvolvemos. Eles servirão de fonte de informação acerca da utilização de bases eletrônicas (bem como de seu entrelaçamento) do SIC como ferramentas de Tecnologia da Informação - TI utilizadas pelos seus usuários em suas diversas áreas de atuação.
O trabalho que estamos elaborando tem a pretensão de revelar, através do SIC, quais os efeitos da utilização da Tecnologia da Informação como instrumento de suporte na elaboração, execução, controle e auditoria do orçamento público do Estado do Ceará bem como o nível de satisfação de seus usuários. Responda as questões a seguir, relacionadas às necessidades de um sistema de informação contábil capazes de atender ao controle externo, relativas ao acompanhamento e execução orçamentária e financeira do Estado do Ceará:
1.Quais são as principais necessidades de rotinas de compartilhamento de bases de dados do acompanhamento da execução orçamentária para os trabalhos do órgão?
2.Quais as principais necessidades de rotinas do órgão com relação ao entrelaçamento de bases de dados?
3.Quais as necessidades de rotinas para obtenção de relatórios legais, gerados a partir das informações armazenadas nos bancos de dados, para otimização do trabalho realizado?
120
4.Quais as necessidades de TI de comunicação eficiente e eficaz para consecução de entradas de dados e para geração de relatórios operacionais e gerencias?
5.Quais as necessidades de rotinas de entrelaçados de dados para se constituírem em documentos comprobatórios para fundamentar relatórios e pareceres do órgão?
6.Quais as principais necessidades de rotinas de entrelaçamentos de bases de dados para o Departamento de Informática do órgão?
7.Quais as principais necessidades de ferramentas de T.I. para os trabalhos do órgão?
8.Aponte outras necessidades que Vossa Senhoria entende como importantes?
DADOS DE CLASSIFICAÇÃO DO RESPONDENTE: NOME COMPLETO DO RESPONDENTE: SEXO: M/F
FAIXA ETÁRIA ENTRE: 20 A 40( ) 41 A 50( ) 51 A 60( ) ACIMA DE 60( )
GRAU DE ESCOLARIDADE: PÓS-GRADUAÇÃO (ESPECIALIZAÇÃO/MESTRADO /DOUTORADO) EM:
121
APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO APLICADO NA PESQUISA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ FEAAC - Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade Mestrado Profissional em Administração e Controladoria Professor orientador: Dr. Érico Veras Marques Mestrando: Roberto Vieira de Meneses QUESTIONÁRIO APLICADO AOS SERVIDORES: IDENTIFICAÇÃO DO ÓRGÃO: ENTIDADE: DEPARTAMENTO:
Caro(a) Servidor(a), o presente questionário constitui-se em instrumento de coleta de dados que serão tabulados em nossa dissertação denominada SISTEMA INTEGRADO DE CONTABILIDADE, COMO FERRAMENTA DE CONTROLE E ACOMPA NHAMENTO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA: O CASO DO ESTAD O DO CEARÁ, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre, do Mestrado Profissional em Administração e Controladoria da Universidade Federal do Ceará, Mestrado em Controladoria junto à UFC/FEAAC.
Os dados coletados junto ao grupo de servidores são de extrema importância para o trabalho que ora desenvolvemos. Eles servirão de fonte de informação acerca da utilização de bases dados disponibilizadas eletronicamente (bem como de seu entrelaçamento) pelo SIC como ferramenta de Tecnologia de Informação, utilizadas pelos seus usuários em suas diversas áreas de atuação.
É garantida a confiabilidade e o sigilo das informa ções prestadas , visto que o intuito do estudo é apenas de caráter científico e nenhum resultado será publicado individualmente ou identificando seus respondentes.
O trabalho que estamos elaborando tem a pretensão de revelar, através do SIC, quais os efeitos da utilização da Tecnologia de Informação como instrumento de suporte na elaboração, execução e controle do orçamento público do Estado do Ceará. Assim como o nível de conhecimento e de satisfação de seus usuários, ou seja, avaliar se o SIC contribui efetivamente com o controle da execução orçamentária e financeira do Estado do Ceará.
O questionário preenchido deverá ser remetido ao pesquisado. Para facilitar essa tarefa, solicitamos o especial obséquio que faça uso do envelope que enviamos em anexo. Depois de preenchido o questionário, acondicione-o no referido envelope e, após lacrá-lo, entregue ao seu diretor. Efetuaremos a coleta juntamente aos respectivos diretores.
O questionário foi elaborado de forma a tornar a tarefa de respondê-lo o mais simples e menos demorada possível. No entanto, caso existam dúvidas, queira, por favor, tirá-las através do e-mail [email protected] ou pelos telefones (85) 8873.6168 e 3101.6900, ramal nº 50. A partir do dia 29/05/2009 temos prazo para apresentar o trabalho em sua forma preliminar até 30.07.2009, e, até 10.08.2009, prazo para apresentação final do trabalho. Portanto, é de extrema importância que o mesmo seja respondido e remetido de volta, no menor espaço de tempo possível.
Siga as instruções a seguir para responder as perguntas. Por sua valiosíssima colaboração, somos gratos. Roberto Vieira de Meneses
122
Instruções de preenchimento:
COM RELAÇÃO AS NECESSIDADES DE CONTROLE E ACOMPANHA MENTO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA DO ESTADO DO CEA RÁ, RESPONDA COM UM “X’’, AS QUESTÕES SEGUINTES, CONSIDERANDO A AVALIAÇÃO DO SIC PARA O DESENVOLVIMENTO DOS TRABALHOS:
Escala de NÍVEL Nenhum Muito pouco Pouco Razoável Muito
Quanto ao nível de utilização e avaliação do SIC 1 2 3 4 5 1) ) Qual o nível de utilização de base de dados do SIC, com relação ás despesas para análise das prestações de contas dos Órgãos da Administração Pública do Estado do Ceará?
2) Qual o nível de utilização do banco de dados do SIC, com técnicas de entrelaçamento com outros sistemas, tipo:SIC X S2EPA, SIC X SFP, SIC X SIAP; SIC X SCC; e SIC X SIOF?
3) A utilização de base de dados do SIC gera maior velocidade no acompanhamento e controle da execução orçamentária do Estado do Ceará?
4) O SIC propicia rotinas para o acompanhamento e controle relativos a: licitações, contratos, convênios e do patrimônio do Estado do Ceará?
5) Qual o nível de utilização dos relatórios (orçamentário-financeiro-patrimonial) determinados pela Lei 4.320/64, disponibilizados pelo SIC?
6) Qual o nível de utilização dos relatórios bimestrais, quadrimestrais e anuais determinados pela Lei Complementar 101/2000, disponibilizados pelo SIC?
7) Qual o nível de utilização de relatórios gerenciais, disponibilizados pelo SIC, para auxiliar os trabalhos de auditoria do CGE?
8) Qual o nível de utilização de dados e relatórios da execução da receita, disponibilizados pelo SIC?
9) A concepção das rotinas de processamentos do SIC foram desenvolvidas para, preventivamente, auxiliar no controle e acompanhamento da execução orçamentária e financeira do Estado do Ceará. Em que nível?
10) Qual o nível de tempestividade dos dados e relatórios disponibilizados pelo SIC?
11) Qual o nível de tecnologia de comunicação do SIC, para disponibilizar dados e interagir com outros sistemas?
123
DADOS DE QUALIFICAÇÃO DO RESPONDENTE: NOME COMPLETO DO RESPONDENTE SEXO: M/F ( )
FAIXA ETÁRIA ENTRE: 20 A 40( ) 41 A 50( ) 51 A 60( ) ACIMA DE 60( )
GRAU DE ESCOLARIDADE – CURSO: TEMPO DE TRABALHO NO SIC/ANO O À 1( ) 2 Á 5( ) < 10( ) PÓS-GRADUAÇÃO (ESPECIALIZAÇÃO/MESTRADO /DOUTORADO) EM:
124
ANEXO A – ÓRGÃOS DO ESTADO DO CEARÁ
CÓDIGO ÓRGÃO ABREV. TIP. ADM
010001 ASSEMBLEIA LEGISLATIVA ASSEMBLEIA 1
010101 FUNDO DE PREVIDENCIA PARLAMENTAR FPP 2
020001 TRIBUNAL DE CONTAS T CONTAS 1
030001 TRIBUNAL DE CONTAS DOS MUNICIPIOS TCM 1
040001 TRIBUNAL DE JUSTICA T JUSTICA 1
040101 FUNDO ESPECIAL DE REAPARELHAMENTO E MODERNIZ DO JUDICIA FERMOJU 2
040201 FUNDO ESPECIAL PARA O REGISTRO CIVIL FERC 2
060001 DEFENSORIA PUBLICA GERAL DPGE 1
060101 FUNDO DE APOIO E APARELHAMENTO DA DEFENSORIA PUBLICA FAADEP 2
080001 SECRETARIA DA INFRA ESTRUTURA SEINFRA 1
080101 DEPARTAMENTO DE EDIFICACOES E RODOVIAS DER 2
080111 FUNDO ESTADUAL DE TRANSPORTE FET 2
080301 DEPARTAMENTO ESTADUAL DE TRANSITO DETRAN 2
080401 COMPANHIA DE AGUA E ESGOTO DO CEARA CAGECE 2
080501 COMPANHIA DE GAS DO CEARA CEGAS 2
080701 COMPANHIA CEARENSE DE TRANSPORTES METROPOLITANOS METROFOR 2
080801 COMPANHIA DE INTEGRACAO PORTUARIA DO CEARA CEARAPORTO 2
080901 COMPANHIA DE HABITACAO DO CEARA COHAB 2
090001 SECRETARIA DA OUVIDORIA GERAL E DO M AMBIENTE OUVIDORIA 1
100001 SECRETARIA DA SEG PUB E DEFESA SOCIAL SSPDS 1
100601 FUNDO DE DEFESA SOCIAL FDS 2
100606 FDS COORDENACAO GERAL FDS GERAL 4
100607 FDS POLICIA CIVIL FDS PC 4
100608 FDS POLICIA MILITAR FDS PM 4
100609 FDS CORPO DE BOMBEIROS FDS CB 4
100610 FDS COLEGIO POLICIA MILITAR FDS C PM 4
100611 FDS COLEGIO CORPO DE BOMBEIROS FDS C BOM 4
100612 FDS SEC DE JUSTICA E CIDADANIA FDS SEJUS 4
101021 SSPDC POLICIA CIVIL POL CIVIL 3
101031 POLICIA MILITAR P M CE 3
101041 CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO CEARA BOMBEIRO 3
101051 COLEGIO DA POLICIA MILITAR COL PM 3
101061 COLEGIO DO CORPO DE BOMBEIROS COL BOMBEI 3
101071 PERICIA FORENSE DO ESTADO DO CEARA P FORENSE 3
110001 GABINETE DO GOVERNADOR GAB GOV 1
120001 GABINETE DO VICE GOVERNADOR VICE GOV 1
130001 PROCURADORIA GERAL DO ESTADO PGE 1
130101 AGENCIA REGULADORA DE SERV PUBL DELEGADOS ARCE 2
130201 FUNDO DE MODERNIZACAO E REAPARELHAMENTO DA PGE FUNPECEPGE 2
140001 CASA MILITAR C MILITAR 1
150001 PROCURADORIA GERAL DA JUSTICA PGJ 1
150201 FUNDO DE DEFESA DOS DIREITOS DIFUSOS DO ESTADO DO CEARA FDID 2
170001 CONSELHO ESTADUAL DE EDUCACAO CONS EDUC 1
180001 SECRETARIA DA JUSTICA E CIDADANIA JUSTICA 1
180201 FUNDO ESPECIAL DOS DIREITOS DA MULHER FEDM 1
190001 SECRETARIA DA FAZENDA SEFAZ 1
190401 JUNTA COMERCIAL DO ESTADO DO CEARA JUCEC 2
191011 ENCARGOS GERAIS DO ESTADO ENCARGOS 3
210001 SECRETARIA DO DESENVOLVIMENTO AGRARIO SDA 1
125
CÓDIGO ÓRGÃO ABREV. TIP. ADM
210101 EMPRESA DE ASSISTENCIA TECNICA EXTENSAO RURAL DO CEARA EMATERCE 2
210301 INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO AGRARIO DO CEARA IDACE 2
210601 CENTRAIS DE ABASTECIMENTOS DO CEARA S A CEASA 2
210801 FUNDO ROTATIVO DE TERRAS DO ESTADO DO CEARA FRT 2
211101 AGENCIA DE DEFESA AGROPECUARIA DO ESTADO DO CEARA ADAGRI 2
211301 FUNDO EST DE DESENVOLVIMENTO DA AGRICULTURA FAMILIAR FDAF 2
220001 SECRETARIA DA EDUCACAO SEDUC 1
220801 FUNDO DESENVOLVIMENTO DO ENSINO BASICO FUNDEB 2
230000 ESTADO DO CEARA ESTADO 1
240001 SECRETARIA DA SAUDE SAUDE 1
240301 ESCOLA DE SAUDE PUBLICA E S P 2
240344 CEO RODOLFO TEOFILO CEO RODOLF 4
240401 FUNDO ESTADUAL DE SAUDE FUNDES 2
240424 CENTRO DE HEMATOLOGIA E HEMOTERAPIA DO CEARA HEMOCE 4
240494 QUARTA MICROREGIAO DE BATURITE MICRO BATU 4
240564 DECIMA PRIMEIRA MICRORREGIONAL DE SOBRAL MIC SOBRAL 4
240634 DECIMA OITAVA MICRORREGIONAL DE IGUATU DEC OIT IG 4
241081 DEPARTAMENTO REGIONAL DE FORTALEZA PRIM DERES 4
241281 HOSPITAL GERAL DE FORTALEZA H G F 4
241291 HOSPITAL DE MESSEJANA H MESSEJ 4
241301 HOSPITAL GERAL CESAR CALS DE OLIVEIRA H G C C O 4
241311 HOSPITAL INFANTIL DR ALBERTO SABIN A SABIN 4
241321 HOSPITAL DE SAUDE MENTAL DE MESSEJANA HSMM 4
241331 HOSPITAL SAO JOSE H S J 4
241501 CENTRO ESPECIALIZADO DE ODONTOLOGIA C E O 4
241521 INSTITUTO DE PREVENCAO DO CANCER DO CEARA IPCC 4
241531 LABORATORIO CENTRAL DE SAUDE PUBLICA LACEN 4
241561 CENTRO INTEGRADO DE DIABETES E HIPERTENCAO CIDH 4
241581 CENTRO DE SAUDE DONA LIBANIA D LIBANIA 4
241591 POSTO DE ASSISTENCIA MEDICA DO MEIRELES MEIRELES 4
241621 CENTRO ODONTOLOGICO TIPO II CEO JOAQUIM TAVORA CEO J TAV 4
250001 SECRETARIA DO DESENVOLVIMENTO ECONOMICO SDE 1
260001 SECRETARIA DO PLANEJAMENTO E COORDENACAO SEPLAN 1
270001 SECRETARIA DA CULTURA CULTURA 1
270301 FUNDACAO DE TELEDUCACAO DO ESTADO DO CEARA FUNTELC 2
270401 FUNDO ESTADUAL DE CULTURA F E C 2
280001 SECRETARIA DA ADMINISTRACAO SEAD 1
290001 SECRETARIA DOS RECURSOS HIDRICOS SRH 1
290101 SUPERINTENDENCIA DE OBRAS HIDRAULICAS SOHIDRA 2
290401 CIA DE GESTAO DOS RECURSOS HIDRICOS DO CEARA COGERH 2
300001 CASA CIVIL CASA CIVIL 1
300101 FUNDACAO DE TELEDUCACAO DO ESTADO DO CEARA FUNTELC 2
310001 SEC DA CIENCIA TECNOLOGIA E EDUCACAO SUPERIOR SECITECE 1
310101 FUNDACAO UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARA FUNECE 2
310201 UNIVERSIDADE ESTADUAL VALE DO ACARAU UVA 2
310301 UNIVERSIDADE REGIONAL DO CARIRI URCA 2
310401 FUNDACAO CEARENSE DE METEOROLOGIA E RECURSOS HIDRICOS FUNCEME 2
310501 FUNDACAO CEARENSE DE APOIO AO DESENV CIENTIF TECNOLOG FUNCAP 2
310601 FUNDACAO NUCLEO DE TECNOLOGIA INDUSTRIAL NUTEC 2
310801 FUNDO DE INOVACAO TECNOLOGICA FIT 2
330001 SECRETARIA DA ACAO SOCIAL SAS 1
126
CÓDIGO ÓRGÃO ABREV. TIP. ADM
360001 SECRETARIA DO TURISMO SETUR 1
410001 CONTROLADORIA E OUVIDORIA GERAL DO ESTADO CGE 1
420001 SECRETARIA DO ESPORTE SESPORTE 1
420101 FUNDO DO DESENVOLVIMENTO DO ESPORTE E JUVENTUDE FUNDEJ 2
430001 SECRETARIA DAS CIDADES CIDADES 1
430101 FUNDO DESENVOLVIMENTO URBANO DO ESTADO DO CEARA FDU 2
430201 COMPANHIA DE AGUA E ESGOTO DO CEARA CAGECE 2
430301 FUNDO ESTADUAL DE HABITACAO DE INTERESSE SOCIAL FEHIS 2
440001 SECRETARIA DO TRABALHO E EMPREENDEDORISMO SETE 1
450001 SECRETARIA DE INCLUSAO SOCIAL SIM 1
460001 SECRETARIA DE PLANEJAMENTO E GESTAO SEPLAG 1
460101 INSTITUTO DE SAUDE DOS SERVIDORES DO ESTADO DO CEARA ISSEC 2
460201 EMPRESA DE TECNOLOGIA DA INFORMACAO DO CEARA ETICE 2
460301 INST DE PESQUISA E ESTRATEGIA ECONOMICA DO CEARA IPECE 2
460401 SUPSEC SUPSEC 2
460501 FUNDO ESTADUAL DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL FUNEDINS 2
461031 ESCOLA DE GESTAO PUBLICA DO ESTADO DO CEARA EGPCE 3
470001 SECRETARIA DO TRABALHO E DESENVOLVIMENTO SOCIAL STDS 1
470101 FUNDO ESTADUAL PARA CRIANCA E ADOLECENCIA FECA 2
470201 FUNDO ESTADUAL DE ASSISTENCIA FEAS 2
470301 FUNDO EST ESP DO DES E COMERCIALIZACAO DO ARTESANATO FUNDART 2
470401 FUNDO DE FIN AS MICRO PEQUENAS E MEDIAS EMPRESAS FCE 2
480001 CONSELHO ESTADUAL DE DESENVOLVIMENTO ECONOMICO CEDE 1
480101 COMPANHIA DE DESENVOLVIMENTO DO CEARA CODECE 2
480201 FUNDO DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL FDI 2
480301 AGENCIA DE DESENVOLVIMENTO DO ESTADO DO CEARA ADECE 2
490001 CONSELHO DE POLITICAS E GESTAO MEIO AMBIENTE CONPAM 1
490101 SUPERINTENDENCIA ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE SEMACE 2
490201 FUNDO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE FEMA 2 Fonte: Secretaria da Fazenda do Estado do Ceará – SEFAZ (2009).
Legenda: 1 – Administração Direta
2 – Administração Indireta
3 – Administração Descentralizada da Direta
4 – Administração Descentralizada da Indireta