Revista Divulgar Escritor

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DIVULGA ESCRITOR - 4ª Edição - Acesse: http://www.divulgaescritor.com

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Revista Divulga EscritorRevista Literária da Lusofonia

Ano I Nº 04novembro 2013

Publicação:Mensal

Editora Responsável: Shirley M. CavalcanteTRT: 2664

Projeto gráfico: EstampaPB

Diagramação: Ilka Cristina N. Silva

Para Anunciar:[email protected] – 83 – 9121-4094

Para ler edições anterioresacesse www.divulgaescritor.com

Os artigos de opinião são de inteira responsabilidade dos colunistas que os assinam, não expressando necessariamente o pensamento da Divulga Escritor.

EntrevistasPortugalEntrevista com a escritora Ana Wiesenberger...............................................05 Entrevista com a escritor Pedro Belo Clara................................................10Entrevista escritora Maria Teresa Almeida......................................................14Entrevista escritora Teresa Teixeira.................................................................18 BrasilEntrevista escritor Alexandra Collazo..............................................................22Entrevista escritora Eunice Tomé......................................................................26Entrevista escritora Flávia Assaife...................................................................30Entrevista escritora Gil Ordônio.......................................................................35Entrevista escritora Ira Rodrigues...................................................................39Entrevista escritor Leandro Campos Alves.......................................................42Entrevista escritora Marcelo Allgayer...............................................................46 Entrevista escritor Mário de Méroe................................................................49

ColunasPense Fora da Caixa – Pense Literatura..........................................................08Poetas Poveiros e Amigos da Póvoa – Maria Carolina.....................................13Solar de Poetas – José Sepúlveda...................................................................20Mercado Literário – Leo Vieira........................................................................24Panorama Cultural – Ana Stoppa.....................................................................29No Café com Ronaldo Magella........................................................................38Entre Ideias&Atos – Patrícia Dantas...............................................................45A Vida em Partes – Francisco Mellão Laraya.....................................................48Literatura na Prática – Alexsander Pontes.......................................................52

Participação especial com:Flávia Assaife...................................................................................................32Dilson Macedo................................................................................................53José Miguel Veiga...........................................................................................54

Um café e um livro com:Jéssica Morgan.................................................................................................56Renata Soltanovitch........................................................................................58Maico Filgueiras..............................................................................................59

Momentos de poesia com:Adriana Ferreira..............................................................................................61Amy Dine........................................................................................................62Bernadete Bruto.............................................................................................63Conceição Roseiro...........................................................................................64Eunice Tomé...................................................................................................65Helena Santos..................................................................................................66Ilda Pinto Almeida...........................................................................................67Manuel Manços..............................................................................................68Maria Isabel F. da Cunha................................................................................69Maria La Salete Sá..........................................................................................70Maria Tavares..................................................................................................71

EXPEDIENTE

SUMÁRIO

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2013 um ano que ficou marcado pela criação do Divulga Escritor, que tem como objetivo promover a divulgação literária de todos os escritores que desejam participar do projeto.Um projeto que foi criado para escritores, e vem sendo mantido por escritores.Um projeto que serve como referência a outros projetos de divulgação.Que 2014 venha com união, paz, amor e muita divulgação! Se vier patrocínios também, serão muito bem vindos.Muito obrigada a todos que participam ativamente do projeto no Brasil e em Portugal.Agradecimento especial aos nossos colunistas que nos trazem artigos, textos maravilhosos em todas as edições da Revista.

Estamos a disposição de todos.

A revista Divulga Escritor “Momentos de poesia” está um encanto.

Boas Festas e um próspero 2014!

Ficamos a disposição

Cordialmente

Shirley M. CavalcanteEditorasmccomunicacao@hotmail.comwww.divulgaescritor.com

Shirley M. Cavalcante, é jornalista, radialista, editora, autora do livro: Manual Estratégico de Comunicação Empresarial/Organizacional, administradora do projeto Divulga Escritor, assessora e consultora de Comunicação Empresarial, diretora executiva da SMC Comunicação Humana.

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Entrevista com a escritora Ana Wiesenberger

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Ana Wiesenberger para nós é um prazer contar com a sua participação no projeto Divulga Escritor, conte-nos em que momento se sentiu pre-parada para publicar seu primeiro livro?Ana Wiesenberger - É com satisfação que participo no projecto. Sempre senti o Brasil muito próximo por-que sou neta de Brasileiro e apesar dos meus avós se terem divorciado e o meu avô ter regressado para o seu país, arranjou sempre forma de nos comunicar um pouco da cultura Brasileira. Enviava-nos muitas cassetes de música e assim, crescemos com samba, fado e música clássica, respectivamente decorrente dos gostos musicais do meu avô, do meu pai e da mi-nha mãe. Tentando agora, responder concretamente à pergun-ta, posso dizer, que já há muito me sentia preparada, mas devido à minha vida profissional muito preenchi-da, enquanto docente e membro activo do sindicato dos professores, julgava só realizar esse projecto de-pois da aposentação prevista para a faixa etária dos sessenta, claro.

Ana Wiesenberger, de nome completo, Ana Cristina Estrela da Silva Franco Dias Wiesenberger, nasceu em Lisboa em 1962 onde viveu até aos 10 anos, tendo residido desde então em Setúbal. Licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas, variante Inglês/Alemão pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa na década de oitentaa, tendo posteriormente feito um Pós -Graduação em Estudos Americanos na Universidade Aberta.Leccionou durante mais de vinte anos no Ensino Básico e Secundário em várias escolas na cidade de Setúbal e no Pinhal Novo, estando actualmente reformada por invalidez.Na sua escrita há um registo poético intimista a par e passo de outros poemas mais direccionados para o exterior, nomeadamente na presença forte da natureza enquanto envolvência e partilha. Há ainda uma outra vertente, a poesia dita de intervenção, suscitada pelas vivências de um quotidiano consciente da realidade socioeconómica e política do seu país. A ambição da autora é que a sua poesia chegue ao homem comum, que não seja apenas abrangida por elites intelectuais, daí a procura constante da língua enquanto veículo acessível à mensagem clara e não fechada e excessivamente cifrada. O poema mais emblemática da estética pretendida é o que dá o nome ao seu blogue, Quero Trazer A Poesia Para A Rua.

“Gostava muito que os meus leitores comunicassem comigo, me dissessem como sentiram a leitura dos meus poemas. Nos meus primeiros dois livros não comuniquei às editoras que inserissem o meu endereço electrónico nas obras, mas vou corrigir essa situação nos próximos. Ainda na mesma linha, posso dizer, que é um enorme prazer ter leitores no Facebook e no blogue e receber os seus comentários.”

Boa Leitura!

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Que temas abordas em seu livro “Dias incompleto”? Como foi a es-colha do Titulo?Ana Wiesenberger - O título surgiu como consequência das condições em que o livro foi organizado. Adoeci e entrei numa espiral de testes médi-cos e resultados destabilizadores da minha rotina. Tive de me confrontar com modificações nas minhas capa-cidades físicas que me atordoaram e houve uma altura em que já estava muito fraca e pensei, que já estaria a entrar na fase terminal. Nesse Agosto de 2011 procurei ter uma conversa séria com o meu filho, que é um jo-vem adulto e ele exaltou-se comigo perante a perspectiva de eu morrer sem publicar os poemas e as histórias escritas ao longo dos anos em cader-nos. Prometi-lhe, então, que se saísse da cama e começasse a sentir-me um pouco melhor, me dedicaria a tentar publicar um livro. Como ainda estava muito fragilizada pelo impacto dos relatórios médicos e pela astenia físi-ca, fiquei-me por um livrinho peque-nino com diferentes ecos de mim. A sensação prevalecente era mesmo de incompletude, daí o título, Dias Incompletos.

O que diferencia seu livro “Dias In-completo” do seu livro “Idades pela chancela da Esfera do Caos”? Como foi a escolha do Titulo para o seu segundo livro publicado?Ana Wiesenberger - Idades foi ela-borado no início do ano de 2012, numa fase já de aceitação da doen-ça e da necessidade de me restabe-lecer enquanto pessoa válida para a sociedade, uma vez que já não podia continuar a dar aulas devido à instabi-lidade com que a doença me atingia; nuns dias, tudo parecia normal, nou-tros, era acometida por um cansaço devastador. Assim, a escrita revelou-

-se-me como a única estrada possível com horizontes de realização pesso-al. Por isso, poder-se-á dizer, que Ida-des já está inserido num projecto de apresentação do meu “eu” enquanto poeta. Optei em Idades por reflectir as respirações distintas das fases de uma vida, começando pela infância, entrando na adolescência, pousando na idade adulta e terminando com a meia-idade vivida já sob a égide da doença e da proximidade da morte. A ideia é convidar o leitor a fazer a sua própria viagem, a vivenciar os seus momentos através dos meus.

Poeta Ana, onde podemos comprar os seus livros? Ana Wiesenberger - Em Portugal o meu livro está disponível um pouco por todo o país, principalmente nas grandes livrarias, sem querer fazer publicidade às mesmas, posso desta-car a Fnac, Bulhosa e Bertand; é pos-sível também comprar em livrarias online como o Wook e a Livrododia. Evidentemente que os livreiros Bra-sileiros eventualmente interessados

poderão entrar em contacto com a editora Esfera do Caos. Em relação à compra individual poderão sempre entrar em contacto comigo através do meu endereço electrónico, [email protected] ou mesmo enviando-me uma mensagem pelo Facebook.

Qual o público que você pretende atingir com o seu trabalho? Que mensagem você quer transmitir para as pessoas?Ana Wiesenberger - O meu propó-sito raiz é alcançar o leitor indiferen-ciado, daí o meu poema-manifesto ser intitulado, Quero Trazer a Poesia Para a Rua, que também dá o nome ao meu blogue. Há nitidamente uma tónica posta na vontade de cativar os que normalmente não lêem poesia por considerarem que é uma leitura exigente, quase codificada e não tem de ser assim. A poesia é construída na sensibilidade dos dias e por con-seguinte deve realizar uma relação de empatia com o leitor comum; não deve ser reservada às elites intelec-tuais. No entanto, ao dar corpo aos meus registos distintos, sei que vou direccionar-me para públicos diferen-tes. Gostava de editar a minha poesia, dita de intervenção e também de dar à estampa um livro mais intrincado devido ao seu cariz mais intimista e com ressonâncias de intertextualida-de. Contactos: [email protected]: Ana Wiesenberger. Blogue: http://querotrazerapoesia-paraarua.blogs.sapo.pt/

Escritora Ana de que forma você, hoje, divulga o seu trabalho?Ana Wiesenberger - Em termos de divulgação, faço apresentações ao público sempre que posso, se bem que a minha vida espartilhada entre

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dois países, Portugal e Alemanha, acabe por não me permitir fazer de forma concertada esse trabalho que considero bastante estimulante. En-tretanto, procuro divulgar o meu blogue que contém muitos inéditos e funciona em parceria com o Face-book, também como canal de divul-gação. Além da página sob o meu nome, existe a outra mais preten-samente oficial, Pelas Letras É Que Vamos. Participo também em muitos grupos que dão primazia à expressão poética. Sempre que me é possível gosto muito de estar presente e in-tervir em tertúlias. Conto ainda com as entrevistas na radio (uma pode ser vista e ouvida no youtube) e em pu-blicações afectas à literatura. Tenho sido divulgada ocasionalmente em blogues que transcrevem poemas meus que vão ao encontro do perfil do blogue e a um determinado post.

Quais seus próximos projetos literá-rios? Pensas em publicar um novo livro?Ana Wiesenberger - Encontro-me à data, a organizar o meu novo livro, que será desta vez um registo que exige um pouco mais de atenção da parte do leitor, no sentido em que a entrada no corpo do poema é mais vedada ou pelo menos, não prima pela leveza com que se consegue ler Idades. Arrisco-me conscientemen-te em lançar um livro que não terá a aceitação imediata do leitor comum, quer pela estranheza temática, quer pela presença de algumas referências literárias.

Quem é a escritora Ana Wiesenber-ger? Quais seus principais hobbies?Ana Wiesenberger - Sou uma pessoa muito acessível aos outros; gosto de dialogar com as pessoas, de as ouvir, de as sentir e de as observar. Adoro

a natureza. Preciso muito de árvores, de mar e sou muito ligada ao calor do Sol e à beleza transcendental da neve. Gosto muito de animais e não concebo a minha vida sem eles. Te-nho sempre vivido acompanhada pela companhia, pela ternura de fi-lhotes de quatro patas, tanto cães como gatos. Sempre pratiquei des-porto; frequentava um ginásio perto de casa, fazia jogging e andava de bi-cicleta ocasionalmente. Agora, já não me é possível manter esse ritmo, mas faço um pouco de passadeira em casa para que os músculos não atrofiem. O grande hobby que me define des-de sempre é a leitura. Preciso de ler todos os dias e sou bastante ecléctica nas minhas preferências literárias. Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário em Portugal?Ana Wiesenberger - Não me sinto qualificada para opinar sobre o mer-cado literário em Portugal. No entan-to, parece-me que se devia apostar em mais edições acessíveis ao gran-de público, uma vez que as pessoas não podem adquirir livros a um preço “exorbitante” para as suas possibili-dades, ainda mais nesta altura de cri-se no nosso país. Quanto à inserção dos novos escritores e sobretudo os novos poetas no mercado, a situ-ação é muito complicada; as gran-des editoras estão centralizadas em apostar nos nomes já feitos e nem mostram receptividade em relação à apreciação de obras de autores des-conhecidos. Consequentemente o autor vê-se confrontado com a pos-sibilidade de ser editado consoante se responsabilize por adquirir um número variável, mas sempre subs-tancial de exemplares - chamam-lhe co-edição. Além disso, nem todas as editoras se ocupam de uma divulga-ção concertada.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Es-critor, muito bom conhecer melhor a escritora Ana Wiesenberger, que mensagem você deixa para nossos leitores?Ana Wiesenberger - Gostava muito que os meus leitores comunicassem comigo, me dissessem como sen-tiram a leitura dos meus poemas. Nos meus primeiros dois livros não comuniquei às editoras que inseris-sem o meu endereço electrónico nas obras, mas vou corrigir essa situação nos próximos. Ainda na mesma linha, posso dizer, que é um enorme prazer ter leitores no Facebook e no blogue e receber os seus comentários. Enquanto mensagem de carácter mais geral, ambiciono que todos se olhem nos olhos; a indiferença e a apatia face ao outro, só conduzem à ruptura no tecido social. É importan-te construirmos uma cidadania acti-va, vermos o que se passa em nosso redor e intervir no sentido de pre-venir, remediar situações; em suma, viver, de facto, em comunidade de forma responsável.

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Pense Literatura Por Neo One Eon

Hoje me peguei filosofando sobre o escrever e surgiu o questionamento: Por que as

pessoas escrevem, o que leva alguém a escrever? Eu particularmente sem-pre gostei muito de escrever, desde a época de redações na escola, depois compondo minhas primeiras letras de música, poemas e pensamentos. A arte surgiu para mim como uma forma de desabafo, especialmente os poemas e pensamentos escritos, assim como o conteúdo das primei-ras canções. Aos poucos fui lapidan-do poeticamente a energia da juven-tude e começaram a surgir criações mais interessantes, nascendo cada vez mais do fundo da essência do ser, mais genuínos e menos inocentes ou ingênuos. Minha relação com a Lite-ratura sempre foi muito forte, porém só há pouco tempo que passei a ser sujeito ativo, antes era só leitor; mas desde que escrevi o meu primeiro conto, nunca mais parei de escrever causos e a vida literária só tem me dado alegrias, ainda mais para al-guém que cansou de dar murros em ponta de faca no cruel mercado da música…

A narrativa longa é um grande desa-fio pra mim, é a expressão artística caçula no meu caminho peculiar da Arte. No entanto, tenho a sensação que sou apenas um canal de trans-missão quando escrevo estórias que poderiam contar a história de várias pessoas, onde possivelmente alguns poderão se identificar com situações ou personagens ali inseridos, que tal-vez o conteúdo do livro possa tocar a alma de leitores ou curiosos… Às vezes tenho a nítida impressão que não sou eu que estou criando a es-tória, mas que ela está apenas “pas-sando” por mim, e me sinto deveras satisfeito com esta probabilidade, pois transmitir uma mensagem (ou ao menos causar reflexão no leitor) já é o suficiente para a minha verda-de pessoal, sem precisar apelar para vaidades desnecessárias e superfi-ciais. E curiosamente, apesar de ser o campo mais recente da Literatura que eu tenha me arriscado, meu pri-meiro livro publicado é justamente de uma narrativa longa, e é ele que está abrindo as portas no mundo li-terário pra mim. Dizem que depois que você escreve um livro, não tem

mais como parar, acho que é a mais pura verdade, tanto que já estou em fase de produção de meu segundo romance-ficção, tentando captar ou-tras estórias no ar e deixar que elas ganhem vida no papel.Em suma, escrever, para mim, é ne-cessário, é terapêutico, é sublime, é registrar em letras, palavras e fra-ses a poesia da vida, o amor à vida, escrever é celebrar a vida! Cada um tem o seu dom, cada um tem suas particularidades, cada um tem sua história pessoal, cada um tem um ca-minho traçado pra si, eu continuo pe-dindo sabedoria para continuar per-correndo o meu da melhor maneira possível, e é o que desejo para você que lê este ‘escrevendo’ até o final. Que consigamos buscar o equilíbrio, mas que possamos desequilibrar de vez em quando; que possamos bus-car colo e carinho, mas que também tenhamos capacidade de oferecê-los com doçura. E que o Amor prevaleça sempre em nossos atos e palavras, sejam escritas ou não.

POR QUE ESCREVER?

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Pedro Belo Clara mora em Lisboa, Portugal, e é o autor de três livros: “A Jornada da Loucura” (2010), “Nova Era” (2011) e “Palavras de Luz” (2012), sendo os dois primeiros de poesia.Os conteúdos trabalhados pelo autor são diversos: poemas, contos, artigos e crônicas. Pedro debruça-se filosoficamente sobre a vida em geral e suas particularidades: a existência, a busca espiritual, a transmutação do Homem. Sem esquecer as incidências das paixões e do amor e assuntos de índole social e política.Pedro desenvolve trabalhos no Brasil e Portugal, divulgando o seu trabalho em diferentes meios de comunicação. Convidamos você, leitor, a conhecer melhor a trajetória de vida e a visão deste maravilhoso escritor. Sejam todos bem vindos a esta especial viagem literária.

Boa Leitura!

Entrevista escritor Pedro Belo Clara

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Pedro Belo Clara é um prazer tê-lo conosco no projeto Divulga Escritor, conte-nos quando começou a escrever? Em que momento decidiu ser escritor?Pedro Belo Clara (PBC): O meu começo está invariavelmente ligado à músi-ca, quando decidi explorar os campos da composição. Os primeiros poemas, dignos desse nome, surgiram quando completei dezassete anos. Mas só com o passar do tempo, e com o respectivo amadurecimento, é que fui tomando decisões mais sólidas – como investir numa carreira profissional no tão difícil mundo da literatura. A escrita, para mim, é um veículo, uma ponte, um simples meio de alcançar o meu semelhante, de tocar em seu mundo e de oferecer múltiplas vias de crescimento e evolução. É como uma mão que se disponibi-liza para quem a quiser agarrar. Hoje, eu sei o porquê de fazer aquilo que faço e quais os meus deveres perante os leitores. Na altura, era claro que não. Isso chama-se ‘crescimento’.

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Entrevista escritor Pedro Belo Clara Pedro, como foi publicado o seu primeiro livro? Quais as dificulda-des para conseguir publicar a sua primeira obra? Você vem usando a mesma metodologia para publica-ção de livros? Se mudou o método, porque o mudou?PBC: Publicar um primeiro livro é um processo longo e árduo; fatigan-te, até… Pleno de dúvidas e de ten-tações que nos instigam a capitular. Mas devemos ser mais fortes que os obstáculos. Passando o teste, cresce-remos – como indivíduos e autores. Devo a minha conquista à Andreia Varela (aqui fica o louvor), que acre-ditou em mim. Completei o livro “A Jornada da Loucura” em 2009, mas apenas em 2010 ele foi lançado ao público português. Como nunca esta-mos sós nestas coisas, pude desfrutar do inestimável apoio de diversos ami-gos, entre auxílios e incentivos. A pu-blicação foi paga, ainda que tivesse a chancela de uma editora, mas conse-gui recorrer a patrocínios. Foi um ca-minho muito longo, mas não menos gratificante. O segundo livro, embora editado pela mesma casa, já não con-tou com a presença de apoios. Nem o terceiro, publicado pela Chiado Edi-tora.

Hoje você tem vários livros publica-dos de diferentes temas. Como fo-ram surgindo estes diferentes gos-tos literários? O que o influenciou a ter esta diversificação de temas publicados?PBC: Se os temas sobre os quais me debruço são diversos, devo isso à própria diversidade da Vida - que tan-to me seduz, ensina e cativa. Da sere-na contemplação de cada elemento, muito poderá advir. E tal matéria será sempre um alvo do processo criativo. Não existe um tema único em meus

trabalhos; mas vários que, de uma forma peculiar, se interligam e justi-ficam. São partes que compõem um todo maior. E é, para mim, fascinante abordar, nas medidas possíveis e ne-cessárias, as diversas faces de uma coisa só.

Quais são as suas referências literá-rias? Que autores influenciaram em sua formação como escritor?PBC: Quando termino de ler uma obra que em mim conseguiu criar um impacto significativo, sei-me diferen-te. Pois em minha escrita diluiu-se um novo perfume, consequência clara da influência a que me expus. Assim, aprendo e me permito evoluir como autor. No género poético, destaco o mestre do verso depurado, Eugénio de Andrade, Sophia de Mello Brey-ner, Fernando Pessoa e os heteróni-mos Alberto Caeiro e Rciardo Reis, José Tolentino Mendonça, T.S. Eliot, Walt Whitman e o próprio Lao-Tsè, com o seu belíssimo “Tao Te Ching” (O Livro do Caminho e da Sabedoria).

Mudando de género, destaco Henry James, John Steinbeck, Henry David Thoreau, Khalil Gibran e Hermann Hesse.

Você hoje é colaborador em várias mídias Brasileiras… Como começou as suas atividades no Brasil? PBC: De uma forma bem simples e curiosa. Enquanto preparava o mate-rial para uma sessão literária que tive o prazer de efectuar, um amigo meu, no intuito de me prestar um valioso auxílio, indicou-me diversos sites e blogues que poderiam servir de re-ferência na minha exposição. Entre eles, estava o ‘Arte & Cultura’. Bas-tou um contacto para que a minha participação ficasse acertada… De uma forma assim tão natural, surgia a coluna “Canções da Alma Errante”. Actualmente, o site encontra-se en-cerrado; mas jamais esquecerei os amigos que lá fiz e todas as partilhas que se realizaram. Foi deveras grati-ficante. E estarei sempre agradecido por tudo o que por lá pude realizar. Nomeadamente à Sandra Cajado, a directora do projecto que me abriu as portas ao público brasileiro.

Que diferenças literárias você des-tacaria hoje entre Brasil e Portugal?PBC: Resume-se, no fundo, a isto: abertura. A novos autores e a cer-tos temas, diga-se. Pois os leitores portugueses, embora muitas bar-reiras tenham sido já derrubadas, ainda vivem sob o estigma de certos preconceitos. Mas é igualmente im-portante não cair num erro que, por aqui, muitas vezes ocorre: apostar e promover a mediocridade, somen-te por ser vendável. Existe um lugar para todos nós, desde que não falte coragem para a aposta. Repare: os consagrados sempre terão o seu me-recido lugar. E os restantes? Não po-

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derão ser apenas meras modas… Pois essas são efémeras. É assim que que-remos construir um futuro literário num país? É muito importante pen-sarmos na herança que legaremos às gerações vindouras. Infelizmente, Portugal não se abre tanto quanto de-via aos novos autores. Somos um país de grandes poetas e romancistas, não o esqueçamos. Mas existe um pobre investimento. Portugal necessitaria de mais revistas e jornais literários, não só impressos como também em formato on-line. Mais sites e blogues que intro-duzissem novos e talentosos autores. Existe talento, mas não é aproveitado da melhor forma. Creio também que as duas nações, não só pelo óbvio que os une, muito teriam a ganhar se se promovessem mais eventos e projec-tos semelhantes entres eles.

Pedro, conte-nos sobre seu novo li-vro “ O Velho Sábio das Montanhas”. Que temas você aborda nesta obra?PBC: Uma vez mais, a existência hu-mana. E os habituais aspectos que a esse tema estão anexados. O livro mistura os dois gêneros literários (prosa e poesia), mas não deixa de possuir uma história para contar. A essência da obra, no fundo, é nar-rativa, pois baseia-se num relato. A transcrição das palavras do sábio que a este livro dá nome é que se concretizou sob a forma de poemas. Em suma, é uma obra que convida à reflexão, naturalmente instigando o pensamento. Mas as suas palavras são do Homem e para o Homem.

Onde podemos comprar os seus li-vros? PBC: Os meus livros estão disponíveis nas principais livrarias portuguesas. O primeiro poderá ser adquirido na Livraria Bulhosa, o segundo, também de poesia, na livraria Bertrand, e o

terceiro, em prosa, na sobejamente conhecida Fnac. Este último, graças a um protocolo elaborado pela edito-ra, encontra-se igualmente disponí-vel no Brasil, na Livraria Cultura. Em caso de dúvida, poderão contactar--me através da minha página de fa-cebook: https://www.facebook.com/pbeloclara

Que dica você pode dar as pessoas que estão iniciando carreira como escritor?PBC: Acima de tudo, nunca desistam. É um caminho longo e cheio de espi-nhos… Mas nunca desistam. Principal-mente, se estiverem certos daquilo que desejam ser e fazer. Só aquele que capitula é que poder-se-á dizer derro-tado. Poderão perder muitas batalhas, mas jamais percam a fé em vocês pró-prios, em vosso trabalho, em vosso talento. É duro… Mas é deveras grati-ficante. Pensem em cada etapa como um teste às vossas crenças e limites. À medida que forem caminhando, sen-tir-se-ão humildes e orgulhosos pelo vosso percurso. As provações pode-rão ser imensas, a noite poderá pare-cer eterna… Mas terá um fim. E tudo valerá a pena, desde que a Alma não seja pequena – como Pessoa um dia escreveu. Acreditem. Não existe bele-za maior do que tocar outros mundos com as palavras que proferimos.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista… Agradecemos a sua participação. Foi muito bom conhe-cê-lo melhor, Pedro Belo Clara. Que mensagem você deixa para nossos leitores?PBC: Seja qual for a nossa origem, filosofia ou crença, todos nós parti-lhamos este imenso palco de experi-ências e aprendizagens. Sejam vocês próprios: respeitando a vossa nature-za, irão descobrir a vossa mais íntima

condição. Nela, estará o vosso ofício. Saber escutar o coração é entender a sua linguagem m ais íntima… Os apelos atingem uma profundidade mais significativa do que os desejos. Sigam, assim, os vossos apelos. To-dos nós possuímos um dom, apenas o devemos descobrir. E poderemos sempre ser algo de mais e de melhor para nós próprios e para todos aque-les que nos rodeiam. O Homem flui-do é aquele que caminha na direcção certa para si próprio, seguro e feliz. Sejam audazes… E partilhem o vosso dom com o mundo.

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Especial de Natal e Fim de Ano

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O poeta é um sonhador à procu-ra de um mundo melhor, mais justo, mais imparcial, mais feliz

e com mais amor. Utópico, por vezes, mas sempre em busca da perfeição, da beleza, da sua intrusão completa com a natureza da qual todos nós fazemos parte. Por vezes, ao ver injustiças, dei-xa passar toda a sua revolta e indigna-ção através de uma poesia cáustica, irónica e repleta de censuras ao que ferir a sua apurada sensibilidade.Se, pelo contrário, está apaixonado por algo ou por alguém, extravasa todo o seu sentir com a ternura e a magia, que o seu coração repleto de poesia, consegue exprimir.Em tudo, na vida, há um toque de ma-

Poeta Poveiros e Amigos da Povoa

Por Maria Carolina da Silva Cardoso e Sá

A POESIA E A VIDA

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gia poética, que podemos transformar numa deslumbrante passagem por este mundo ou num meandro de en-cruzilhadas que nos levarão aos recôn-ditos da miséria humana.Todos nós vamos traçando o caminho da nossa vida. Ele poderá ser escrito numa prosa suave, morna, sem gran-des alegrias ou tristezas e sem altera-ções que mexam connosco. Ou, pelo contrário, como um desafio em que possamos encontrar toda a beleza da poesia para adornarmos o caminho da nossa existência.Viver com poesia é como salpicar de especiarias e ervas aromáticas o prato mais requintado, dando-lhe o sabor doce dos bons momentos, o acre das

dificuldades mas, com o sal e a pimen-ta necessários a tornar este labirinto que percorremos no apetecível de uma vida vivida em toda a sua pleni-tude.Se assim o fizermos, a vida tornar-se-á num belo poema elaborado com toda a alma, enlevo e carinho que devemos imprimir em tudo o que fazemos.E, como eu escrevi no meu livro SABER VIVER:

Acolher o bem,Acolher o mal,Que surge no arDesta vidaQue fomos chamadosA viver! A amar!...

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14 Revista Divulgar Escritor • dezvembro de 2013

Maria Teresa de Jesus Almeida Vaz Rodrigues nasceu em Trás-os-Montes, na aldeia de Lagoaça, concelho de Freixo de espada à Cinta. Estudou na Escola do Magistério Primário de Vila Real e Instituto superior de Educação e Trabalho do Porto. Exerceu a sua atividade profissional nos concelhos do Porto e Miranda do Douro. Dedicou a sua vida à causa da educação, ora no ensino, ora na área da gestão e administração escolar, ao nível do 1º CEB.Ao desligar-se da sua atividade profissional encontrou, na poesia, naturalmente, um apelo, uma chama, um caminho que percorre com indomável vontade. Nas palavras desafia o tempo, solidifica os afetos, apura a sensibilidade e revive os estados de alma que na sua vida foram chama, luz e caminho. A poesia, a pintura e a dança são atividades que a apaixonam.

“É na educação o investimento que considero prioritário. É desejável que as escolas e as bibliotecas escolares continuem a desenvolver projetos, tendo em vista a formação literária dos educandos e o gosto pela leitura. Gostaria que em cada localidade houvesse tertúlias, saraus, teatros com a participação de autores e o envolvimento da comunidade...” Boa Leitura!

Entrevista escritora Maria Teresa Almeida

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Maria Teresa para nós é um prazer tê-la conosco no projeto “Divulga Escritor’. Conte-nos o que a motivou a ter o gosto pela escri-ta? Quando começou a escrever?Teresa Almeida - O meu voo nas pa-lavras começou muito cedo através da leitura. A leitura foi, de facto, a grande motivação. Pela leitura ras-guei caminhos, abri horizontes, via-jei por espaços de enorme encanta-mento. O mundo abria-se para mim de maneira surpreendente e percebi que a vida é a ideia que dela faze-mos. Penso que quem tem o prazer intenso de ler, acaba por sentir ne-cessidade de comunicar as suas pró-prias emoções, acaba por descobrir o prazer de escrever. O que seria a

vida sem emoção? Creio que come-cei a organizar a minha afetividade às palavras no meu pequeno baú de recordações: as cartas dos amigos, os postais ilustrados, as declarações de amor, os aerogramas... Nesse mundo fechado eu sentia o encan-tamento e a evasão. Encaminhar os meus alunos pelo mundo da leitura e da escrita, ajudando-os a abrir ja-nelas de mais claros rasgados e pro-missores horizontes, foi uma experi-ência muito enriquecedora.

O que mais lhe inspira a escrever? Teresa Almeida - É a força do amor que me leva a escrever. O poema nasce espontaneamente e nunca sei em que figurino se desenvolve.Devo dizer que tenho um espírito otimista e creio que a alegria e a es-perança são perceptíveis nos meus escritos. Em qualquer caso mal su-cedido deixo sempre à mostra uma centelha de luz. A natureza é uma inspiração permanente com nuan-ces poéticas incomensuráveis. Re-cordo-me do meu deslumbramento quando em menina descia as arribas do Douro. Sentia que a poesia me rodeava, como se uma felicidade es-piritual descesse, vinda não sei don-de e de mim se apossasse.

Reparo que o seu blogue é bilingue. Que importância tem a língua mi-randesa na sua vida?Teresa Almeida - Tomei contacto com esta língua quando fui coloca-da como professora numa aldeia em que o Mirandês se falava fluente-mente (e ainda se fala) - Aldeia Nova. Lembro-me de tomar nota dos vocá-bulos e pedir explicações aos meus

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alunos e colegas. Sempre senti a so-noridade e o encanto desta língua. Ser raiano, no planalto mirandês, é andar abraçado a três línguas: o Por-tuguês, o Castelhano e o Mirandês. A mistura é quase inevitável. Diver-sos fatores se conjugaram para que o mirandês mantivesse a sua auten-ticidade e em 1998 a Língua Miran-desa (patrimônio linguístico notável) foi oficializada na Assembleia de Re-pública. Sinto necessidade e gosto em escrever, também nesta língua, com a qual me sinto identificada, procurando beber a sabedoria dos que, no berço, a mamaram. É com este objetivo que integro o grupo de blogueiros “Froles Miran-desas” onde se partilha e se vive esta riquíssima e ancestral cultura.

Conte-nos como foi escrever seu livro “Ousadia”? A quem você indi-ca a leitura desta maravilhosa obra literária? Teresa Almeida - Como o fogo pre-cisa de rastilho, assim eu preciso de chama para escrever e nesse pri-meiro livro verti as minhas emoções mais profundas, desde os meus tempos de menina. Direi que a mi-nha escrita tem um cunho sensível e intimista. Não posso deixar de re-ferir que o feedback de pessoas de família e de escritores que muito prezo foi decisivo para vencer a timi-dez e ousar responder a um anúncio de concurso publicitado pela Corpus Editora. A capa do livro foi escolhida pela editora e constituiu para mim uma enorme e bela surpresa porque me sugere musicalidade, movimen-to, ritmo e alegria - creio que - sem falsas modéstias - naquele corpo estou eu. Sou aficionada das novas tecnologias mas não me dispenso de andar acompanhada, folhear e sentir o livro da minha preferência.

Escrever um livro é um acto de amor. Dedico a minha obra aos amantes da poesia, aos que gostam de levantar os pés do chão, aos que vivem por amor e aos que comigo se alegram. Escritora Teresa, onde podemos comprar o seu livro? Teresa Almeida - Casa da Cultura de Miranda do Douro. - Pelo correio, autografado; o pedido pode ser feito por email:[email protected]

Como é o dia-a-dia da escritora Ma-ria Teresa? Conte-nos como conci-lia a escrita, a pintura e a dança?Teresa Almeida - A escrita, a pintura e a dança são grandes paixões que cultivo, se interligam e me identifi-cam nos meus escritos. Desde os tempos no colégio da Imaculada Conceição - em Lamego - que des-pertei para a arte, através da dança, do teatro e da musica. De tal modo as sinto entrecruzadas que fiz o lan-çamento do meu livro em simultâ-neo com uma exposição de pintura da minha autoria. A ideia de movi-mento, enquanto arte, acompanha o pincel, o corpo e a palavra. Tendo trabalhado no nordeste transmon-tano sempre me envolvi nas danças regionais que, para além de serem ensinadas nas escolas, têm levado o nome e a cultura de Miranda do Douro a todos os continentes. Mi-randa do Douro é uma terra musi-cal, é palco das mais vivas emoções em lhaços de pauliteiros, em danças mistas e cantares. Sinto a melodia quando danço, pinto ou escrevo. No grupo de danças dos professores do planalto mirandês, do qual faço par-te como membro da direcção, en-contrei a alegria da camaradagem, a suavidade, o ritmo e a alma do espí-rito mirandês. São lhaços que poeti-zam os nossos passos. Como refere

Fernando Subtil: a dança, a pintura e a poesia conjugam-se nela em ras-gos de carácter e grandeza que dão expressão e força ao seu sentir.

Quais são as suas referências lite-rárias? Que autores influenciaram em sua formação como escritora? Teresa Almeida - Sou de muitas lei-turas e de muitos autores. Há, no entanto, alguns que passam a fazer parte de nós como se tratasse de um perfume íntimo. Milan Kundera, por exemplo, levava-me com arte e leveza de página em página. Eça de Queiroz, Alçada Batista, Gabriel Garcia Marques, Saramago, Patrik Suskind, Lance Horner, Marguerit-te Duras, Miguel Cervantes. Miguel Torga, o poeta do meu rio e dos meus montes e das minhas gentes: o meu poeta. Florbela Espanca, Ma-ria Teresa Horta, Fernando Pessoa, Natália Correia, Sophia de Mello Breyner Andresen, Pablo Neruda e tantos outros. Gosto da forma com José Rodrigues dos Santos lança luz sobre a passado e a atualidade. Gos-to da forma como Amadeu Ferreira nos leva ao coração do planalto mi-randês. A Biblioteca itinerante Gul-benkian foi, na aldeia, a luz da minha adolescência. No Porto, nas feiras do livro, perdia-me. O Círculo de leito-res também me acompanhou. Pelos jornais comecei a ver as publicações, as críticas e ia sempre adquirindo o que mais se identificava com o meu gosto. Na minha escrita há, como é óbvio, uma mistura de influências, mas ouso entregar-me inteira.

De que forma você, hoje, divulga o seu trabalho?Teresa Almeida - A apresentação pú-blica do livro é, desde logo, o primei-ro momento marcante. Divulguei trabalhos meus no Agrupamento de

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Participe do projeto Divulga Escritorhttps://www.facebook.com/DivulgaEscritor

Escolas de Miranda do Douro, tendo integrado o programa da semana de leitura. Gosto de deixar o meu livro e as antologias em que participo nas bibliotecas do agrupamento e na biblioteca municipal. Participo, com prazer, em saraus e tertúlias de poe-sia. Já participei em concursos como o Poetry Slam. Sou muito grata aos escritores que me abriram a portas do Porto poético, incluindo as de Vila nova de Gaia e Matosinhos... Publi-co na minha página de facebook, no meu blogue e em grupos poéticos. Também já participei em seis antolo-gias. Para além de ser uma boa for-ma de divulgarmos o nosso trabalho, temos a oportunidade de conhecer outros autores, percebemos melhor a relação entre o autor e o editor e as diversas formas de trabalho das editoras. A minha primeira publica-ção foi na Antologia “Poetas Luso--Brasileiros (editora Sapere - Rio de Janeiro). Também gosto de trocar li-vros com outros autores. É a prenda que me dá mais gozo oferecer. Sou, também, membro da Associação Portuguesa de Poetas. Escritora Maria Teresa, quais os seus principais objetivos como es-critora? Pretende publicar novos livros?Teresa Almeida - Sem dúvida. Pre-tendo continuar a trabalhar a pa-lavra e a suas inesgotáveis poten-cialidades, como se elas pudesse chispar feitas estrelas. Temos direi-to ao nosso pedaço de céu. Sinto-me integrada neste mundo fascinante e tenho material para um novo livro, mas procuro a melhor maneira de o publicar. Gostaria que a minha escrita fosse uma provocação e um envolvimento. Uma provocação que despertasse o desejo e a inquietu-de e a vontade de escrever, porque

cada olhar é único e há sempre no-vos e extraordinários caminhos.Um envolvimento no mundo dos afetos, na alegria de viver, no sen-tido estético e profundo da palavra.

Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário em Portugal?Teresa Almeida - É na educação o investimento que considero prioritá-rio. É desejável que as escolas e as bibliotecas escolares continuem a desenvolver projetos, tendo em vis-ta a formação literária dos educan-dos e o gosto pela leitura. Gostaria que em cada localidade houvesse tertúlias, saraus, teatros com a participação de autores e o envolvimento da comunidade. Que os novos autores tivessem visibi-lidade através dos média. Que as editoras procurassem divulgar, com mais eficácia, as obras dos novos au-tores. Que se Intensificasse o inter-câmbio entre autores de vários paí-ses - como, de resto, se começa já a praticar em alguns grupos poéticos..Gosto de divulgar o trabalho de au-

tores cujas obras valorizo, tendo já feito apresentações de alguns livros na minha cidade, cidade que conti-nua a valorizar e a promover a cul-tura. “Divulga Escritor” é um voo oceânico que se insere bem nesta rúbrica.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto “Divul-ga Escritor”, muito bom conhecer melhor a escritora Maria Teresa Al-meida, que mensagem você deixa para nossos leitores?Teresa Almeida - Agradeço a opor-tunidade e o prazer que tive em refletir convosco sobre a minha es-crita. Uma autoanálise leva-nos a questionarmo-nos e a procurarmos ir cada vez mais longe. A poesia é, para mim, um desafio, do qual não sei sair. A minha percepção, o meu encontro com o universo, a minha forma de me encantar, a fidelidade a mim mesma, mais pura do que a que consigo controlar, o meu traje de gala, como refere Alfredo Camei-rão. Como se a minha alma se ves-tisse de madrugada e a palavra nas-cesse. Ler é um dos caminhos para o enriquecimento e satisfação pes-soal, com reflexos no progresso e no desenvolvimento do país. A leitura e a escrita poderão proporcionar-nos momentos de intenso prazer e ser verdadeiros instrumentos ao servi-ço da defesa dos valores humanos.

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Entrevista escritora Teresa Teixeira

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Teresa Glória Dias Teixeira dos Santos, nascida a 5 de Março de 1955, natural de Vila Nova, Ferral, Montalegre e reside em Nogueira, Braga. Desde criança que sente apelo por transmitir os seus sentimentos através de poemas e prosa, tendo sido distinguida em alguns concur-sos de escrita. Iniciou a sua vida acadêmica no Magistério Primário de Braga, onde se formou, em 1975. Concluiu a Licenciatura em Educação Es-pecial no Instituto de Estudos Superiores de Fafe, em 2001. Lecionou em várias escolas do distrito de Braga em diferentes níveis de ensino. Após vários anos dedicada ao ramo da educação, o amor pela vida, a natureza e a sua infância levaram-na a retomar a escrita e a pintura. No entanto, redes-cobriu esse gosto com mais intensidade durante o período de doença do seu irmão.

“As novas tecnologias estão a levar os jovens a deixar de ler… Há que fazer um esforço para que elas mesmo sejam um veículo para levar os jovens à leitura.”

Boa Leitura!

Escritora Teresa Teixeira, é um prazer contar com a sua participação no pro-jeto Divulga Escritor, conte-nos o que a motivou a ter o gosto pela escrita?Teresa Teixeira - Desde jovem que a magia me perseguia e escrever em diários e papelin hos era um hábito constante. Essa minha vontade de exteriorizar os meus pensamentos foi-se desenvolvendo ao longo do meu percurso acadê-mico e docente. Os meus alunos deram-me sempre uma grande motivação e incentivo para a escrita; mas foi um motivo triste que me levou a transmitir aos outros o que sentia – a morte de meu irmão, a quem dedico o livro Suspiros de Alma. Prometi-lhe que um dia o escreveria, vou cumprir agora essa promessa. Chegou a hora de mostrar ao mundo tudo que a alma grita baixinho.

Que temas você aborda em seu livro de poesia “Suspiros de Alma” a ser lançado agora em novembro de 2013?Teresa Teixeira - A minha poesia sai da alma que ora suspira de dor, ora de amor, de paixão; ora fala do divino, da compaixão ou do profano… um mundo em ebulição, enfim, suspiros de alma!

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Escritora Teresa, como foi a escolha do título?Teresa Teixeira - Esta escolha ba-seou-se na necessidade de dar voz à alma… suspiros há muito retidos den-tro de mim.

Como fazer para adquirir um exem-plar do seu livro? Teresa Teixeira - Poderão adquiri-lo junto da minha Editora, Modocromia Edições http://editoramodocromia.blogspot.pt/ ou através de mensa-gem directa para mim: [email protected]. Poderão fazê-lo ainda atra-vés do meu telefone: 967630528. (Portugal)

Conte-nos que tipos de projetos de educação voltados para os surdos você tem participado?Teresa Teixeira - Participei em al-guns projectos: Leccionei durante 12 anos na APECDA (Associação de Pais para a Educação de Crianças Deficientes Auditivas de Braga); In-tegrei o projecto ”Integração Social” projecto que já conta com muitos anos.; Participei na Mediateca (de-senvolvido em 1992 com alunos da Associação e integrações escolas re-gulares); Higiene e Saúde (1994); Jovens Nadadores (1995); Curso de Lingua Gestual Portuguesa (durante 5 anos); Diversos rojectos(nacionais e europeus); Saliento ainda os pro-jectos DUAFWET, patrocinado pela CE e desenvolvido com a parceria as ASPAS-Valência(Espanha) e a FIADDA de Génova-Itália; e o projecto IM-PLANTES COCLEARES com parceria Biotécnica e Ética Médica da Faculda-de de Medicina do Porto.

Quais seus principais objetivos como escritora? Pensas em publicar um novo livro?Teresa Teixeira - Esta publicação é

uma homenagem a um irmão que partiu… mas já percebi que devo continuar a escrever e quem sabe editar! Gostaria de me aperfeiçoar e transmi-tir o meu testemunho a quem gostar de me ler… Projecto que tenho consciência é am-bicioso para mim, fútil partí-cula num mundo recheado de talentos.

Quem é a escritora Teresa Teixeira? Quais seus princi-pais hobbies?Teresa Teixeira - Esta apren-diz de escritora, na sua simpli-cidade, humanismo, compai-xão e amor pela vida é apenas uma pessoa simples que exte-rioriza os sentimentos que a fazem vibrar. Gosta de pintar óleo, ler escritores nacionais e estrangeiros, praticar des-porto, ouvir música, cantar (pertenço ao Grupo Coral da Casa dos Professores de Braga)… mas a minha verdadeira paixão é a poesia.

Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário em Portugal?Teresa Teixeira - Primeiramente, há uma necessidade de reinventar o ”li-vro”, apoiar novos autores. Depois, incentivar os jovens à leitura, a amar a poesia, logo cedo, desde as cadei-ras escolares, criando programas fortes de incentivo. As novas tecno-logias estão a levar os jovens a deixar de ler… Há que fazer um esforço para que elas mesmo sejam um veículo para levar os jovens à leitura.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Es-critor, muito bom conhecer melhor a escritora Teresa Teixeira, sucesso

com o lançamento do seu livro, que mensagem você deixa para nossos leitores?Teresa Teixeira - Amem a poesia! Ela retrata a vida no seu verdadeiro esplendor! Cantem os poetas com amor e o mundo se transformará numa bela flor!

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Solar de Poetas

Por José Sepúlveda

Vai voltar

Há muito, muito tempoEntre os campos de BelémSe ouvirá que nasceráUma criança singularEnquanto ela cresciaAl multidões diziaQue vinhaQue vinha pra salvar O tempo se passavaE aumentavaO seu amorE quando ela falavaO povo ouvia com fervorMas o mal apontouE o povo não gostouMataramMataram o senhor Vai voltarVai viLotarHá de voltarHá de voltarUm diaUm dia vai voltar Dois mil anos passaramE o povo acreditouNas solenes promessasQue um dia quis deixarE cheio de esperançaAguarda essa criançaQue um diaUm dia vai voltar Vai voltar,Vai voltarHá de voltarUm diaUm dia vai voltar

José Sepúlveda

Estrela

Uma estrela surgiu lá no céu de BelémPara dar luz radiosa a toda a terraUm menino nasceu numa gruta no alémE cresceu e pregou com fervor o fim da guerra Lá na cruzNasce a luzQue nos conduzÀ salvaçãoNasceuCresceuViveuPela liberdade O senhorBom pastorÉ paz e amorImensidãoCaminhoQue conduzÁ eternidade

Lá na cruzVi JesusExpirar

A inimigos CruéisPerdoar A esperança renasce naquele que crêUma vida feliz vai viver se tiver de Crê de pois em JesusNossa paz, nossa lusCrê de pois no SenhorDoce paz, doce amor

José Sepúlveda 

O Menino

Belém Efrata está alvoroçada! O povo se aglomera em todo o ladoCansado por aquela atroz jornadaAtravessando o monte e o valado A jumentinha mansa, fatigada,Cansada, quase que perdia o tino,Trouxera nessa sua caminhadaA mãe e, no seu ventre, o seu menino

Mas ao chegar feliz, pra seu espanto,Os dois não encontraram um recantoAonde pernoitar, pela cidade

E numa manjedoura, entre animais, No aconchego santo de seus pais, Nascia o Salvador da humanidade

José Sepúlveda

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Entrevista escritora Alexandra CollazoAlexandra Patrícia de Carvalho Collazo, nasceu na Capital do Estado de São Paulo em 05/01/1983. Paulistana, filha de pais separados foi educada e criada por sua mãe e sua avó materna. Aos 15 anos, começou a trabalhar, o que acabou lhe proporcionando uma grande experiência de vida e também, profissional. Morou no Rio de Janeiro por seis meses e retornou a São Paulo no final de 2012. Hoje, aos 30 anos, está finalizando o curso de Direito e é Coordenadora do Departamento de Compliance de um renomado escritório de advocacia na Capital de São Paulo. Além dos poemas, escreve também, mensalmente para uma revista, artigos sobre Direito Constitucional. Começou a escrever seus poemas aos 17 anos e atualmente, sua coleção de poesias ultrapassa o montante de quinhentos poemas escritos.

“Todos os poemas deste livro foram dedicados para alguém, cada capítulo desta obra foi dedicado para uma pessoa em especial, cada qual com sua importância em minha vida.”“Se não fossem projetos como o Divulga Escritor que é essencial para nós escritores, e o site que publiquei meu livro que foi totalmente gratuito, não tenho dúvidas que esse meu projeto não teria sido realizado este ano!” Boa Leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora /Poeta Alexandra Collazo é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Es-critor, conte-nos o que a motivou a ter gosto pela poesia?Alexandra Collazo - Eu que agradeço pelo apoio. O prazer é todo meu em poder ser entrevistada pela Divulga Escritor, um projeto importantíssi-mo para todos nós escritores. Bom, sinceramente, eu não me lembro o que realmente me motivou a escre-ver meus poemas. Certa vez, no ano de 2000, eu estava no escritório e de repente senti uma vontade muito grande de escrever. Eu tinha apenas 17 anos e não sabia muito bem o que estava acontecendo. Precisei parar o que estava fazendo para escrever. Foi então que, ao final da escrita, eu per-cebi que havia escrito meu primeiro poema. Desde essa época não parei. Minha mãe também escreve, creio

que eu tenha herdado dela esse dom.

Seu livro “ Poemas para o Coração” foi lançado em setembro de 2013, fale-nos um pouco sobre a constru-ção sta obra.Alexandra Collazo - Falar desse livro me emociona muito, pois, foi um di-visor de águas em minha vida! Para compor esta obra, escolhi os meus poemas preferidos, aqueles que real-mente falam com meu coração. Nes-te caso eu achei válido, por ser o meu primeiro livro, colocar meus primeiros poemas, onde tudo começou. Não ti-nha motivos para não incluí-los, mes-mo tendo se passado 13 anos desde quando os escrevi. É a minha história.Claro que também, neste conjunto, incluí os meus poemas mais recentes.Praticamente, o livro já estava pron-to! O que eu fiz, foi escolher o nome dos capítulos e escolher os poemas que iriam compor cada um deles! To-das as poesias já estavam prontas!

Podes citar um exemplo de uma au-tobiografia publicada em seu livro, para que os leitores possam conhe-cer um pouco melhor seu trabalho?Alexandra Collazo - Todos os meus poemas são autobiográficos, sem nenhuma exceção, e eu não tenho problema algum em dizer. Minhas poesias retratam e falam o que eu estou sentindo naquele momento. Eu exponho no papel todos os meus sentimentos, minhas vontades, meus desejos e sonhos. Todos os poemas deste livro foram dedicados para al-guém, cada capítulo desta obra foi dedicado para uma pessoa em espe-cial, cada qual com sua importância em minha vida.

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Posso citar um poema muito especial que no momento é o meu preferi-do entre todos. Encontra-se no último capítu-lo do livro que titulei como

Poemas Para um Amor Secreto e cha-ma-se: Águas Passadas! Cito ainda, o capítulo: Poemas para alguém es-pecial “In Memorian”, que foi dedica-do especialmente para a minha avó, a pessoa mais importante da minha vida! Em minha opinião, é o capítulo mais emocionante do livro!

Como foi a escolha do Titulo “ Poe-mas para o Coração”?Alexandra Collazo - Eu estava plane-jando lançar este livro no ano que vem, mais precisamente, no meio do ano. Ocorre que, em uma manhã de quinta-feira, eu acordei com o nome Poemas para o Coração na mente e então, pensei que fosse escrever uma poesia com esse tema, tendo em vis-ta, que isso acontece frequentemente comigo. O problema é que ao passar do dia não consegui elaborar nenhum verso. Na noite seguinte eu sonhei que estava publicando um livro e en-tão, ao acordar, peguei esse sonho como uma intuição, um sinal para antecipar a publicação do livro e não tive dúvidas que o nome desse livro deveria ser Poemas para o Coração.Esse nome retrata exatamente a mensagem que eu quis transmitir, pois, os poemas trazem uma verdade, uma história real e por este motivo, falam diretamente com o coração. As pessoas se identificam com os versos!

Onde podemos comprar o seu livro?Alexandra Collazo - O meu livro está

à venda no site: https://clubedeauto-res.com.br

Que temas você aborda em sua es-crita? Em que momento te sentes mais inspirada para escrever?Alexandra Collazo - Posso dizer que noventa por cento dos meus poemas falam de amor. Na maioria das vezes que escrevo um poema, não falo do amor em sua forma mais bonita e oti-mista. Quase todos meus poemas são tristes, falam de um amor sofrido. Eu gosto de escrever quando estou triste, me sentindo sozinha, nos meus mais íntimos momentos de solidão. O sentimento de solidão me inspira e é nesse momento que eu me encontro com o meu “eu” mais infinito, puro e secreto, e então, é neste instante que saem os meus versos.

Pensas em publicar um novo livro? Alexandra Collazo - Sim, penso! Pode ser que eu não publique outro livro de poemas, pelo menos por enquan-to. Tenho um projeto para lançar ou-tra obra no próximo ano, um livro que aborde o tema político, minha segun-da paixão! Pretendo publicar um livro sobre o Militarismo Brasileiro.

Quem é a escritora Alexandra Colla-zo? Quais os seus principais hobbies?Alexandra Collazo - Posso dizer que sou um ser humano em constante evolução e transformação, tenho muito que aprender nesta terra. Sem-pre estou à procura de me conhecer melhor, de saber quem realmente eu sou! Sou uma pessoa muito séria, introspectiva, responsável, compro-metida com tudo que me proponho a fazer e, sempre procuro dar o meu melhor em tudo que faço! Em minhas horas vagas, gosto muito de ouvir mú-sica, ir ao cinema, teatro, ler e viajar. Não sou uma pessoa de sair muito,

não gosto de lugares lotados. Como levo uma vida muito agitada, prefiro o sossego. Hoje, meu hobbie preferido é ir às minhas sessões de terapia, que me fazem muito bem e me ajudam nessa minha caminhada!

Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil?Alexandra Collazo - Oportunidade é a minha resposta. O que percebo no Brasil é que o escritor hoje em dia não tem muitas oportunidades. Conseguir uma boa editora é muito difícil, existe toda uma burocracia desnecessária que nos é solicitado. Além disso, pos-so citar o custo alto que temos para lançar um livro. Se não fossem pro-jetos como o Divulga Escritor que é essencial para nós escritores, e o site que publiquei meu livro que foi total-mente gratuito, não tenho dúvidas que esse meu projeto não teria sido realizado este ano!

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua par-ticipação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor a Escri-tora / poeta Alexandra Collazo, que mensagem você deixa para os nossos leitores?Alexandra Collazo - A mensagem que eu gostaria de deixar para meus colegas, é sempre persistir em seus sonhos, nunca desistir, ter perseveran-ça e lutar pelo que quer, pois, um dia todos os sonhos se realizam. É preciso saber que nesta vida, tudo tem sua hora certa para acontecer, tem o seu momento certo e que nada é por aca-so. Eu acredito muito nisso! Nunca dei-xem de escrever seus poemas, pois, a poesia alimenta a alma e, escrever, nos trás ensinamentos inexplicáveis.

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Mercado Literário

Por Leo VieiraEscritor acadêmico em várias Academias e Associações Literárias; ator; professor; Comendador; Capelão e Doutor em Teologia e Literatura - [email protected]

A produção independente é uma alternativa muito sábia para quem quer apresentar o seu potencial para as grandes editoras. Muitos livros estrangeiros e também na-

cionais começaram desta forma. As vendas e a po-pularidade foram tantas que abriram os olhos das editoras e distribuidoras. Inclusive, existem editoras com departamento especial somente para observar as tendências no momento de escritores indepen-dentes. Após observar a popularidade em blogs e comprovar a alta venda (comparada na proporção de um livreiro autônomo) surge então a proposta formal para cuidar da impressão e distribuição, sob o selo editorial da marca. Enfim, um contrato e a opor-tunidade de divulgação maior de sua obra.

Mas, o conselho fica para se planejar e andar um passo de cada vez. A sua oportunidade virá natural-

mente se seguir a trilha com responsabilidade e disciplina. Quan-do você escreve e tem o seu pequeno público nas redes sociais, isso passa a ser o seu pequeno passo seguro. Um pequeno públi-co em potencial para apresentar o seu trabalho cultural literário.

Organize o seu livro e o encomende na gráfica ou editora por demanda. Faça uma tiragem pequena (30 a 50 exempla-res). Depois organize uma festa de apresentação e lançamen-to. Pizzaria e restaurantes são ótimos porque chamam a aten-ção para as duas partes e você poderá até vender para quem não foi convidado (um cliente do restaurante).

Com os livros que sobrou, faça divulgação pessoal (leve alguns exemplares na bolsa ou mochila) e virtual (anuncie em blogs, junto com matérias especiais). Mas não seja chato; so-mente apresente a obra em momentos e locais oportunos. Nesse ritmo e método, você não terá prejuízo, será bem vis-to no mercado literário e ainda terá a sua oportunidade para uma grande realização e divulgação profissional.

Produção Independente

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Entrevista escritora Eunice ToméA autora Eunice Tomé é jornalista, mestre em Comunicação pela USP,professora universitária, escritora. Atuou na área de Assessoria de Imprensa e Comunicação até 2003, sendo que a partir da sua aposentadoria, passa a se dedicar à literatura. Em 2004, lança seu 1º livro “Pequenos Contos de Viagem” e em 2012, o 2º, “Abrindo a Caixa Preta”. Um com 40 contos e o outro com vários gêneros – crônicas, artigos, contos, poesias e haicais. Nesse intervalo participou de cursos, concursos, deu oficinas e, com outros autores, publicou poesias e contos em várias antologias, jornais e revistas literários.

“Dobro, desdobro, e nesse fechar e abrir, descubro que cresço e amanheço”

Boa Leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Eunice Tomé, para nós é um prazer contarmos com a sua participa-ção no Projeto Divulga Escritor. Conte-nos o que a motivou escrever?Eunice Tomé - Para mim é que é honroso estar aqui falando para uma plêiade de escritores e leitores. Pelo visto é intenso esse trabalho, pois já vi desfi-lar inúmeras entrevistas do Projeto. Como jornalista de formação, escrever sempre foi a minha ferramenta de trabalho e durante o período que estava atuando na profissão dava algumas escapadas para o lado da literatura, mas ainda timidamente e em concursos. Com a aposentadoria, porém, a abertura foi total e passei a estudar , fiz cursos, muitas leituras e foi em Portugal, em uma viagem, que aflorou o primeiro livro autoral. Muitas curiosidades, muitas histórias prontas na cabeça para serem reveladas a terceiros.

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Você é jornalista, tem vários traba-lhos na área da Comunicação, em sua opinião quais as principais fer-ramentas de comunicação utilizadas para a divulgação literária?Eunice Tomé - Bem, essa fórmula que o Divulga Escritor encontrou é muito eficaz, segundo me parece. Pena que são poucas as experiências nesse sentido. A partir da explosão da internet e das redes digitais, au-mentou bastante a disseminação das idéias e conteúdos literários, não só na divulgação de livros e lançamen-tos, mas na publicação de trabalhos de menor porte, como contos, poe-sias, crônicas. Os veículos da grande imprensa, infelizmente, investem mais em autores consagrados, que possam dar um retorno mais ime-diato, como é o caso de cadernos literários, revistas especializadas e programas televisivos de entrevistas. Salvam alguns veículos alternativos que têm uma circulação em pequena quantidade, mas de muita eficiência entre grupos interessados de consu-midores culturais.

Como ativista cultural, em sua opi-nião, quais as principais atividades literárias que você destaca para o desenvolvimento da literatura?Eunice Tomé - Além do que já co-mentei na pergunta anterior, me parece que na área da educação é que esse trabalho deve começar. As escolas, preocupadas em estimular os alunos para o conhecimento dos escritores brasileiros e estrangeiros, estariam contribuindo para o au-mento estatístico de leitores e escri-tores, pois é da leitura que surge o repertório criativo. Eu parto sempre de uma base, porque a partir desse empurrão para o universo da leitura, surgem jornais literários estudantis, peças de teatro com adaptações de

obras, declamação e saraus. Fora isso, encontros, concursos promovi-dos por entidades de representação cultural e, sempre que possível , cria-ção de cursos de leituras e oficinas.

Como foi escrever “Pequenos Con-tos de Viagem”? Que curiosidades vamos encontrar ao ler esse livro?Eunice Tomé - Foi em Portugal que me deu o start. Depois de visitar mu-seus e ver vários atrativos em Lisboa, fui a uma biblioteca e pensei por que não transformar algumas curiosida-des em um livro, somando com ou-tras tantas viagens que já tinha feito e com anotações de todas elas. Lá mesmo escrevi a introdução do livro, e o restante do tempo, que lá passei, elaborava os contos, muitos na ca-beça, outros passando para o papel. Tendo Portugal como inspiração são 3 e os outros 37 são de lugares que me marcaram muito, como Paris, Viena, Praga, Budapeste, Londres, Bélgica, e até a minha cidade de San-tos, que escrevi, como se fosse turis-ta. Como curiosidade é que falo do

lugar e conto uma história típica, por exemplo, em Viena uma psicóloga vi-sitando a casa e museu do Freud e deitando no seu divã, contando-lhe seus segredos mais íntimos.

Que temas você aborda em seu livro “Abrindo a Caixa Preta”? A quem indica a leitura dessa obra?Eunice Tomé - O livro “Abrindo a Caixa Preta”, lançado mais recente-mente, e com uma bagagem de ma-terial que dei continuidade após o de contos, procurei reunir alguns gêne-ros que gosto muito de fazer, como crônicas, artigos, poesias e haicais e também contos. A linha de quase todos os trabalho é sensual/erótico. A leitura, acredito, está indicada para pessoas maduras e que gostem des-ses vários gêneros reunidos em uma só obra.

Eunice, onde podemos comprar os seus livros?Eunice Tomé - Como meus livros são autorais e eu mesma patrocinei as edições, estão à venda diretamente comigo, pelo email [email protected]. As livrarias impõem mui-tas dificuldades para a comercializa-ção dos livros, além de ficarem com 20% ou 30% do valor da capa.

De que forma, hoje, você divulga o seu trabalho?Eunice Tomé - Os meus trabalhos literários divulgo pela Internet, fa-cebook, participando de concursos, saraus literários, dando algumas ofi-cinas e contando com jornais e revis-tas alternativos. A rede de amigos, felizmente, é vasta e com freqüência recebo contato de pessoas que sou-beram que eu tinha lançado os livros e me pedem.

Quais seus próximos projetos lite-

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rários? Pensa em publicar um novo livro?Eunice Tomé - Quem gosta de es-crever, nunca abandona o hábito. Assim, já tenho material para pu-blicar um livro de poesias e outro de haicais. Por outro lado, fiz um conto para um concurso recente, bastante denso e que fala da velhice. Tenho a possibilidade de ampliá-lo, pois o as-sunto não ficou esgotado. Esses pro-jetos são para 2014.

Por que colocar no papel pensa-mentos, ideias, desejos, lamentos? Seria um outro eu na revelação? Ou uma entrega, delação? Eunice Tomé - Escritores são som-brios, calados. Olham, analisam, sonham. Do nada criam, se espan-tam com a carga de inspiração. São doidos, filósofos, apaixonados, me-losos. Dão vida a seus personagens e assumem suas imagens. Realida-de ou ficção. Um pouco do sim, do não. Escondem-se em outros rostos e riem dos próprios desgostos. Já fui homem, mulher, bêbado, assassino. De todos que mais gostei foi de ser eu mesma – poeta”.

Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil?Eunice Tomé - O mercado literário cresceu muito, não só no Brasil, mas no mundo. No Brasil, sinto que há um protecionismo de grandes edito-ras, com pouca abertura para escri-tores menos conhecidos, ficando di-fícil o acesso. Todo tipo de fomento literário é importante, com mais pro-gramas de TV nos canais fechados, com entrevistas. As feiras literárias, encontro de escritores regionais e in-vestimento maior dos órgãos públi-cos, abrindo espaços para concursos e cursos para leitores e escritores. Faço parte de um grupo de leitura

“Mania de Ler”, que está completando 10 anos aqui em Santos. As reuniões acontecem uma vez por mês no Sesc. Em cada encontro opta-mos por estudar um autor, podendo cada participante esco-lher uma ou mais obras desse escritor. Nesse período, estu-damos os clássicos escritores brasilei-ros e os estrangei-ros, além dos laure-ados com o Prêmio Nobel.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista. Agra-decemos sua parti-cipação no Projeto Divulga Escritor. Muito bom conhe-cer melhor a escri-tora Eunice Tomé. Que mensagem você deixa para os leitores?Eunice Tomé - Não há nada que am-plie mais o conhecimento do que a leitura, seja em qualquer área. O campo de visão se amplia, viajamos para outros continentes, conhece-mos culturas, comportamentos e maneiras de vida. Com isso, fazemos cruzamentos e tiramos lições, modi-ficando nosso olhar e forma de en-carar o mundo. A leitura há que ser prazerosa e, pela quantidade de gê-neros e títulos, não há desculpa de que não se encontre livros interes-santes. Se não achou ainda, continue buscando. Obrigada pela oportuni-dade de me revelar e de trocar ideias com os seguidores do Projeto Divul-ga Escritor. Abraços a todos.

Participe do projeto Divulga Escritorhttps://www.facebook.com/DivulgaEscritor

Especial de Natal e Fim de Ano

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Ana Stoppa

Panorama Cultural

O essencial é impalpável....

Advogada, Pós Graduada em Direito e Processo do Trabalho, PUC/SP, Escritora, Ambienta-lista, Ativista Cultural - [email protected]

Qual seria o presenteValioso, sem igualPara alegrar a todosNesta festa de Natal?

Um belo carro do anoUma boneca de panoUm adorno profanoOu muito calor humano?

Um iate gigantescoUm banquete nababescoUm tesouro valiosoOu um abraço gostoso?

Uma jóia bastante caraUma obra de arte raraUm pote de doce de queijoOu a ternura de um beijo?

Um prato de caviarUm passeio em alto marUm triciclo para andarOu num riacho nadar?

Uma viagem inesquecívelUma mansão acessívelO poder do capitalOu amigos sensacionais?

Um passeio em DubaiUm verão em XangaiUm concerto em Viena

Ou sentir a alma amena?Um prato de trufas negrasUma pedra de esmeraldaDesfrutar de um cruzeiroOu respirar o ar maneiro?

Um cartão internacional Daqueles que fazem festaE ate ás vezes humilhaOu uma linda família?

Uma gama de presentesPara ninguém botar defeitoUm vaso de amor perfeitoOu sentir a paz no peito?

Uma farta comilançaUma polpuda herançaOu somente as boas lembrançasE o sorriso de uma criança?

A conta bancária expressivaO esbanjar nesta vidaUm coração à derivaOu um amor que cativa?

Uma bijuteria que iludeUm colar de aparênciaOu ter plena a saúdeE a paz na consciência?

A proteção blindadaSentir a vida trancada

Uma tela incabadaOu ter Deus em tua jornada?

Todos os presentes são bem vindos desde adquiridos ou conquistados com a abençoada força do traba-lho.....

Mais, os meus para você, incluindo os votos de que tudo se concretize são os que listo a seguir ......Abra os braços para receber!!!!!!!!

Que você tenha...... Uma Festa de NatalMuito calor humanoUm abraço gostosoA ternura de um beijoUm riacho para nadarMuitos amigos sensacionaisA alma sempre amenaQue respire o ar maneiroQue tenha a família por pertoQue sinta a paz no peitoQue receba muitos sorrisosQue tenha um amor para amarMuita paz na consciênciaA magia desta dataE Deus Pai em tua jornada!!!!!!!

Feliz Natal a todos. Meu abraço.

Um Presente Para Você

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Entrevista escritora Flávia AssaifeFlávia Assaife é brasileira, autora dos livros de poesias, contos e crônicas “Ouço a Voz do Coração através de um Mergulho Interior”,“Sussurros da Alma”; “Os Viajantes da Lua” e “Segredos do Coração” e dos infantis “A Princesa Júlia e o Guerreiro Artur” e “O Sapo Lelé que queria aprender a ver as Horas”. Possui participações em mais de 65 Antologias Nacionais e Internacionais de poesias, contos e crônicas. Agraciada com diversos prêmios e medalhas literárias, além de ser integrante de várias Academias de Letras Nacionais e Internacionais. Associada a LITERARTE, a REBRA e a ACIMA. Participante do Poetas Del Mundo, Poemas a Flor da Pele, Fazendo Arte em Búzios e Varal do Brasil.

“No Brasil, o conhecimento literário do público leitor é mais insipiente e são poucos os jovens que apreciam a leitura de poesias, contos ou crônicas cujo enredo não seja vampiros, horror, terror, magia, suspense, erótico, veja, não tenho nada contra estes temas, pelo contrário, a questão que chamo a atenção é simplesmente que não há muito interesse por temas que não sejam atrelados à estes e que também podem ser importantes transformadores de pensamento crítico e analítico, como por exemplo questões sociais.

Boa Leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Flávia Assaife é um pra-zer para nós contar com a sua par-ticipação no projeto Divulga Escri-tor. Conte-nos o que a motivou a ter o gosto pela escrita? Em que momento você pensou em publi-car seu primeiro livro?Flávia Assaife - Primeiramente gostaria de agradecer a oportuni-dade em divulgar meu trabalho e a alegria em estar com vocês. Bem eu escrevo desde a infância, mas escrevia somente para mim, não mostrava para ninguém. Em 2005 quando fui diagnosticada com um problema sério de saúde, a escrita foi minha forma de expressar o que ia em minh’alma. Ao mostrar para alguns amigos todos eram unâni-mes em sugerir a publicação e assim, fui me animando para publicar meu primeiro livro.

Que temas você aborda em seu livro “Ouço a Voz do Coração através de um Mergulho Interior” publicado em Portugal? A quem você indica a leitura desta obra?Flávia Assaife - Este livro surgiu no auge de minha auto-reflexão, é um livro que traz poesias que falam so-bre os mais variados sentimentos como o perdão, o amor, a aceitação, a coragem, a fé, o egoísmo, a inveja e tantas outras emoções que habi-tam em nós. Ele expressa as minhas emoções numa descoberta de mim mesma. Deve ser lido pelas pessoas que buscam sua auto-descoberta re-fletindo sobre si mesmas e suas pos-turas diante da vida.

Seus livros “Segredos do Coração” e “Os Viajantes da Lua” foram publi-cados na Itália e no Brasil. Que te-mas você aborda nestes livros? Flávia Assaife - Nestes livros apresen-to, além das poesias, alguns contos e crônicas. O Segredos do Coração é um convite ao leitor para viajar em suas emoções e refletir sobre o que o faz rir, chorar, amar, odiar... é composto por 125 poesias, 05 contos e 05 crôni-cas que passeiam livremente sobre os mais diferentes assuntos, sentimen-tos e situações. Os Viajantes da Lua já é um livro que procura transformar situações cotidianas, sonhos e senti-mentos numa deliciosa viagem. É um convite aos amantes da Lua a embar-car num universo cheio de imaginação, realidade e ficção, é composto por 120 poesias, 11 contos e 11 crônicas.

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Como surgiu a oportunidade de pu-blicação de livros em outros países?Flávia Assaife - Na verdade, no caso destes dois livros, eles foram publica-dos no Brasil e divulgados nestes pai-ses. O mercado literário em nosso país, não é nada fácil, ainda é pouco incen-tivado e as crianças e jovens são pouco estimuladas a ler se tornando adultos que não apreciam a leitura, o que o torna ainda mais complexo, aliado a isso, as oportunidades de publicação são raras e extremamente dispensi-dosas para autores que não possuem apadrinhamentos ou incentivos. As oportunidades de divulgação inter-nacional surgiram em meio ao caos e as adversidades e coube-nos pegar ou largar, foi através da participação em feiras e salões literários onde fiz contatos importantes e com o apoio de entidades e associações, tais como LITERARTE (Associação Internacional de Escritores e Artisitas) através da Iza-belle Valladares; ACIMA (Associação Cultural Internacional Mandala – Itá-lia) através da Mariana Brasil; REBRA (Rede de Escritoras Brasileiras) na pes-soa de Joyce Cavalcante; Varal do Bra-sil (Literário sem Frescuras - Suiça) com a querida Jacqueline Aisenman e o Jornal e Programa Sem Fronteiras com Dyandreia Portugal que trabalham ar-duamente na promoção e cultura de escritores brasileiros no exterior que

estas oportunidades foram tomando forma e acontecendo de fato. É mui-to importante ter apoio, orientação e parcerias para caminharmos no meio literário. Aqui também entra o impor-tante papel das Academias de Letras para divulgação e valorização da litera-tura seja no Brasil ou no exterior.

Que diferenças literárias você cita-ria entre o Brasil e os países onde você tem livro publicado, ou seja, Itália e Portugal?Flávia Assaife - A Europa em geral valoriza mais a poesia e a própria li-teratura, é o berço de grandes no-mes e os leitores possuem hábitos mais saudáveis com relação a im-portância de se ler vários gêneros, apreciando e refletindo sobre qual a profundidade do que se lê, formam pensamento crítico. No Brasil, o co-nhecimento literário do público lei-tor é mais insipiente e são poucos os jovens que apreciam a leitura de po-esias, contos ou crônicas cujo enre-do não seja vampiros, horror, terror, magia, suspense, erótico, veja, não tenho nada contra estes temas, pelo contrário, a questão que chamo a atenção é simplesmente que não há muito interesse por temas que não sejam atrelados à estes e que tam-bém podem ser importantes trans-formadores de pensamento crítico

e analítico, como por exemplo ques-tões sociais. Ao meu ver a principal diferença é cultural mesmo, hábitos distintos e valores diferenciados ao significado da leitura.

Conte-nos o que a motivou a escre-ver livros infantis? Pensas em publi-car novos livros nesta área?Flávia Assaife - Na verdade, me des-cobri escrevendo os livros infantis, adoro escrever para elas. Tive uma experiência maravilhosa com o meu livro infantil na BIMM – Biblioteca Infantil Maria Mazzetti que fica na Casa de Rui Barbosa, foi aí que tive absoluta certeza que escrever para crianças, ao meu ver, não é nada fácil, elas são muito críticas, obser-vadoras e verdadeiras em suas opi-niões, quando gostam dizem e tam-bém apontam o que não gostam. O que me fez escrever para elas foram três motivos: o primeiro tentar des-pertar um maior interesse pela lei-tura, por esta viagem que é muito particular de cada leitor; o segundo foi o nascimento de minha sobrinha e de meu afilhado e o terceiro foi o desejo de compartilhar, não só com eles, mas com muitas outras crian-ças as estorinhas que estavam na minha mente e coração, daí nasceu o primeiro livro. Já tenho o segun-do livro saindo “do forno” cujo os

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planos são lançar no Salão do Livro de Lisboa em 2014; a participação numa antologia infantil bilingue (português-alemão) que será lança-da na Feira do Livro de Frankfurt em Outubro próximo e mais 3 estórias já escritas que se transformarão em novos livros infantis... A criançada que me aguarde!

Escritora Flavia você hoje é membro de várias Academias, em sua opinião, quais as principais contribuições das Academias para o desenvolvimento da cultura Literária? Flávia Assaife - Ao meu ver, a princi-pal função de uma academia de letras é zelar e contribuir para a divulgação, propagação e interesse da literatura em todos os âmbitos e gêneros, além de buscar a valorização dos acadêmi-cos e escritores através de ações que contribuam para a cultura. Deve criar oportunidades que gerem interesse e motivação tanto no público leitor quanto nos escritores. Deve ser um meio que propicie concursos literários, publicação de livros, promoção e divul-gação de novos e antigos escritores e obras, feiras e saraus literários, enfim, um meio de propagação e valorização tanto da leitura quanto da escrita e, também, daqueles que arduamente caminham por ela. As Academias de-vem ser um agente transformador e propagador da cultura e da literatura em todos os âmbitos e formas.

Onde podemos comprar os seus li-vros?Flávia Assaife - Os livros estão a venda sob demanda, via internet, ao acessar o meu blog: http://www.flvialfor.blogspot.com , é possível identificar a capa de cada um deles. Ao clicar na capa, o interessado é direcionado ao site onde o mesmo está disponível para a venda. Se hou-

ver, qualquer dificuldade, também podem entrar em contato via email: [email protected] Quem é a escritora Flávia Assaife? Quais seus principais hobbies?Flávia Assaife - Acho que sou uma pes-soa normal, comum, nasci na cidade de Brasília, Distrito Federal, Brasil, sou casada há 23 anos com uma pessoa muito especial em minha vida, um companheiro incrível que me apoia e respeita. Temos um filho maravilhoso que é nosso orgulho e meu grande incentivador, ele tem paciência e é o meu crítico literário, ouve o que escre-vo e me dá suas opiniões. Atualmente moro no Rio de Janeiro. Sou formada em Administração de Empresas, pós--graduada em Gestão de Pessoas, Gestão de Negócios, Gestão de Varejo e Docência Superior, atuei por muitos anos em diversos segmentos do mer-cado na área de ciências humanas. Nos últimos anos venho ministrando aulas de graduação e pós-graduação nas áreas de Gestão e Liderança, Re-cursos Humanos, Qualidade e Edu-cação Corporativa além de trabalhos como consultora organizacional e lite-rários. Meu maior hobbie é o prazer em escrever, em ouvir minh’alma, em colocar no papel as minhas emoções e poder compartilhá-las com outras pes-soas, ouvindo suas opiniões a respeito, também pratico Pilates 3 x por sema-na o que me dá bastante energia e o tempo que sobra (risos) tento abrir a mente e ser feliz!

Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil?Flávia Assaife - Esta é uma pergunta difícil e importante. Penso que uma das principais melhorias seria propi-ciar condições mais favoráveis para publicações. Hoje é tudo muito dis-pendioso. Outro ponto importante

é referente aos pontos de vendas e distribuição que hoje só são viáveis através de distribuidores e grandes editoras. Um programa de incentivo, divulgação e distribuição de novos autores junto a grandes livrarias se-ria um bom começo. Também seria fundamental maior investimento em programas que fomentassem o in-teresse pela cultura desde cedo, de forma que as crianças pudessem não somente desenvolver o hábito, mas, principalmente, o prazer pelo mun-do mágico da leitura, qualquer que seja o estilo... A leitura é a principal fonte de conhecimento e deveria ser mais acessível à todos.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua par-ticipação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor a escri-tora Flávia Assaife, que mensagem você deixa para nossos leitores?Flávia Assaife - O que eu gostaria de deixar é que usem a leitura como forma de conhecimento. Busquem atravessar as pontes e construir forta-lezas que propiciem que os sonhos se tornem realidade. A caminhada não é fácil, pelo contrário, é árdua, mas o sabor de cada conquista sempre vale a pena quando temos um ideal, acre-ditamos e lutamos por ele. A apren-dizagem é contínua e inesgotável, tenham sempre sede por aprender cada vez mais e tenham nos livros o alimento de suas almas.

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Especial de Natal e Fim de Ano

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Escritora Flávia Assaife

Desejo de Natal

Artur era um menino muito estudioso e educado, po-rém vinha de uma família de pouca posse. O pai não

havia podido estudar e tentava de todas as formas proporcionar ao fi-lho todas as oportunidades que não teve ao longo de sua vida.

A mãe cuidava da casa e de sua irmãzinha mais nova. Todo ano, na época de natal, a família de Artur fa-zia uma ceia muito simples e trocavam singelos presentes. Seus pais diziam que o maior dos presentes que eles possuíam era estarem unidos e felizes.

Artur gostava deste momento, mas como toda criança, tinha sonhos e desejos e, não entendia muito o motivo pelo qual algumas crianças ganhavam tudo o que desejavam e outras nada do que pediam, ganha-vam outras coisas que ele não sabia como Papai Noel poderia errar tanto.

Anualmente ele escrevia sua cartinha e colocava no correio ende-reçada a Papai Noel, mas ele tinha a sensação que o bom velhinho rece-bia tantas cartas que não conseguia ler todas e, a dele, nunca era lida. Isso o deixava um pouquinho triste.

Aquele ano tinha sido muito di-fícil para a família de Artur porque sua irmãzinha foi diagnosticada com uma doença muito grave. Os pais procuravam fazer o impossível para dar o mínimo necessário aos filhos, no entanto, os remédios eram muito caros, eles moravam muito longe e o pai havia perdido o emprego porque

precisava faltar muito para levar a irmãzinha ao hospital na cidade vi-zinha. O natal seria ainda mais sim-ples.

Na escola, a professora pediu aos alunos que fizessem uma reda-ção direcionada a Papai Noel com seu maior desejo de natal. Artur es-creveu:

“Querido Papai Noel,Imagino quantas cartas o senhor

deve receber por ano e que, talvez não consiga ler a todas elas. Eu acho que o senhor nunca leu as minhas cartas, mas mesmo assim, continuo tentando e ainda tenho esperança que esta possa ser lida.

Sabe Papai Noel, meu pai traba-lha muito para que a nossa família (eu, minha mãe e minha irmãzinha) possamos ter o que comer e estudar.

Ele é um bom homem e um ótimo pai, mas perdeu seu emprego por-que precisava faltar para levar minha irmã ao hospital.

Todos os outros anos em que escrevi minha carta, sempre pedi uma bicicleta para que eu pudesse ir para a escola e também entregar jor-nais para ajudar meu pai, mas este ano, eu queria pedir outra coisa: eu queria um emprego para o meu pai, que minha irmãzinha possa ter os re-médios que precisa para ficar boa e que minha mãe volte a sorrir. Sei que cada criança deve pedir apenas um presente, mas não estou pedindo nada para mim, por isso, Papai Noel, por favor, abra uma exceção, leia esta cartinha e me ajude a fazer com que minha família e eu possamos ter o único presente que sempre tive-mos no natal: a união e a felicidade!

Artur.”Ao ler a cartinha de Artur lágri-

mas rolavam pela face da Profª. Ani-ta, enquanto todas as outras crian-ças pediam brinquedos, Artur queria um emprego para o pai, os remédios para a irmã e o sorriso de sua mãe. Comovida a professora decidiu que faria tudo para que o desejo de Artur fosse atendido. Começou a conver-sar com várias pessoas na cidadezi-nha em que moravam e a mostrar a cartinha de Artur.

Uma semana antes do Natal a professora foi na casa de Artur e mostrou a cartinha dele aos seus pais que emocionados não sabiam o

Participação

EspecialConsultora Organizacional, Escritora, Poeta e Professora Universitária - Facebook Escritora: https://www.facebook.com/EscritoraFlaviaAssaife - Linkedin e Facebook: Flávia As-saife - Blog: http://www.flviaflor.blogspot.com

Revista Divulgar Escritor • dezembro de 2013 33

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que dizer para a professora, foi então que ela pediu que na noite de natal, fizessem a ceia com os mantimentos que ela ofertava a família como pre-sente de natal e que aguardassem que o Papai Noel iria passar na casa deles.

Na véspera de natal aquela fa-mília simples fez, pela primeira vez, uma ceia com tudo que tinha direito. O cheirinho da comida era um perfu-me novo naquela humilde casa, mas Artur tinha o olhar triste, pois não ti-nha certeza que seus pedidos seriam atendidos.

De repente, no meio da ceia, al-guém bate a porta. Artur se assusta e o pai calmamente se levanta para abrir. O menino com os olhos arre-galados parece não acreditar no que vê: papai noel, em pessoa, em sua casa, quase não acreditou, deu um salto e correu para abraçá-lo. O bom velhinho abraça o menino carinhosa-mente e diz:

- Artur, este ano eu resolvi vir pessoalmente em sua casa para lhe entregar o maior dos presentes: a generosidade.

Artur olhava o bom velhinho um pouco decepcionado, porque ele não havia pedido generosidade. O bom velinho continuou:

- Pegue este envelope e entre-gue ao seu Pai e este outro é para sua mãe, e lá fora, há mais dois, um para você e outro para sua irmã.

Artur entregou o primeiro enve-lope ao pai e perguntou o que havia dentro.

- O pai com lágrimas no rosto diz: é uma proposta de emprego na

sua escola! Consegui um emprego! Artur olha para o papai noel e sorri.

Em seguida, entrega para sua mãe o outro envelope. Ao abrir a mãe exclama: Meus Deus! Obrigada! E Artur pergunta:

- O que é mamãe?- O Sr. José da farmácia irá nos

fornecer gratuitamente todos os re-médios de sua irmã durante o trata-mento. Artur abraça a mãe com força e vê um belo sorriso em sua face, or-valhado pelas lágrimas da felicidade.

Olha para o bom velhinho cujas lágrimas também descem pela face, abre a porta e vai até lá fora, os pais e a irmã também vão. A frente da casa, a professora Anita e a vizinhan-ça montaram uma enorme árvore de natal toda iluminada e cheia de pre-sentes.

Extasiado Artur não sabe o que fazer ou dizer. Olha novamente para o papai noel que lhe sorri faz um sinal para que ele vá até a árvore e abra os presentes.

Artur e sua família tiveram um natal excepcional: ele e sua irmãzi-nha ganharam vários brinquedos, além da tão sonhada bicicleta.

Artur não cabe em si de tanta felicidade! Novamente foi até o bom velhinho, abraçou-o carinhosamente e disse em seu ouvido:

- Obrigada por me dar o maior dos presentes: a união, a felicidade e a generosidade!

_ Papai Noel apenas retribuiu o abraço enquanto lágrimas rolavam em sua face e pensou: eu quem ga-nhei o maior dos presentes, a prática da caridade!

Participaçã

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Espec

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Revista Divulgar Escritor • dezembro de 2013 35

Entrevista escritora Gil Ordônio Nasci no interior de Pernambuco (Brasil), mas no início da minha adolescência fui morar em Recife, onde vivo até hoje. Durante um bom tempo me ausentei daqui , indo morar em São Paulo e depois no Rio de Janeiro. Passei alguns meses viajando pelo Brasil, a trabalho, mas que me serviu para conhecer capitais maravilhosas e acima de tudo, me fazer descobrir que sem Recife eu não poderia viver, o que me fez retornar, muito embora um dia voltei a são Paulo e fiquei por um ano. Ao casar, fui morar em Alagoas, depois Paraíba e finalmente regressei a minha querida Recife, de onde não mais pretendo sair.

“Em cada poesia expresso a admiração pelos amigos, o desejo pelo impossível e a passividade pelo que o destino me reservou. E nas entrelinhas deixo subentendido o motivo maior do denudar da minha alma, as vezes sem nenhum pudor.”

Boa Leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Gil Ordônio, é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor. Conte--nos em que momento começou a escreveAr? O que a motivou a ter o gosto pela escrita?Gil Ordônio - Não lembro bem quan-do comecei a escrever, mas sei que foi em tenra idade, comecei fazendo alguns versos e depois passei a es-crever alAgumas histórias, abando-nando logo depois. Passados alguns anos retornei a escrita, desta feita apenas poesias, e quando já contava com mais de 600 poesia, tive meus escritos rasgados e jogados ao lixo. Mais uma vez parei de escrever e só voltando a fazê-lo anos depois. Eu sempre gostei de imaginar o outro lado de tudo, talvez tenha sido isso

o que me motivou a escrever, mas a certeza que tenho é que no sofri-mento as palavras ganharam vida de forma única.

Que temas você aborda em seu livro de poesia “Desnudando a Alma”? Gil Ordônio - Os mais variados, nele exponho meu amor pelos que me são mais caros e sobretudo dei-xo que as palavras falem por mim e elas adquirem vida à medida que o pensamento vai fluindo e transbor-dando em forma de amor, paixão, admiração, dor, tristeza e solidão... Tudo toma forma e vida. Em cada poesia expresso a admiração pelos amigos, o desejo pelo impossível e a passividade pelo que o destino me reservou. E nas entrelinhas deixo subentendido o motivo maior do de-nudar da minha alma, as vezes sem nenhum pudor.

Como foi a escolha do Título “Des-nudando a Alma”? A quem você in-dica a leitura de sua obra?Gil Ordônio - Não escolhi por mero acaso, ao reler alguns trechos do que havia escrito, percebi que havia re-almente desnudado a minha alma e foi assim que nasceu o título. Este livro recomendo a todo aquele que não desiste dos seus sonhos. Pois este livro tem como razão principal o mais terno, o mais puro e o mais atrevido dos sentimentos, sobretudo a maneira de aceitar a forma clara e as vezes obscura do verboamar.

Onde podemos comprar o seu livro? Gil Ordônio - Na editora Livro-Pronto, através do site http://

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36 Revista Divulgar Escritor • dezvembro de 2013

w w w. l i v ro p ro nto . co m . b r /e d i -t o r a / d e s c r i c a o / ? l i v r o = 4 2 2 email:[email protected]

Em que momento você se sente mais inspirada a escrever poesia?Gil Ordônio - Realmente, não existe um momento certo ou oportuno, a inspiração me chega de repente, as vezes em locais e momentos inusi-tados, mas também surge através de uma situação vivida ou presenciada.

De que forma você, hoje, divulga o seu trabalho?Gil Ordônio - Pra ser sincera nun-ca me preocupei em mostrar o que fazia, sempre escrevi para a minha satisfação e só comecei a mostrar o meu trabalho, num blog, presente do Ernandes, um dos meus genros. De-pois, ao dar início a minha participa-ção no solar dos poetas e através da minha página no facebook.

Quem é a escritora Gil Ordônio? quais seus principais hobbies?Gil Ordônio - Uma mulher bastante marcada pela vida mas que se sente realizada ao ver as filhas e a netinha sendo felizes, gosto de observar meu esposo pescando e fico imaginando o tudo que vivemos nesses mais de trinta anos de casados. E meus hob-bies prediletos é: escrever, defender animais de rua e cuidar dos meus bi-chanos. Amo gatos.

Quais seus principais objetivos como escritora? Pensas em publicar um novo livro? Gil Ordônio - Pra ser realista, não as-piro a nada que o dinheiro não possa comprar, refiro-me a publicação de novos livros que estão engavetados, mas é uma pequena fortuna realizar um sonho desses. Mas talvez eu pu-blique no próximo ano um livro-re-

portagem e logo em seguida um roman-ce, e quem sabe eu consiga fazer o mes-mo com os demais que tenho guardado.

Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil?Gil Ordônio - Acre-dito que se houves-se mais estímulo a leitura, teríamos por certo um mercado mais promissor, mas isto teria que partir principalmente do governo, mas onde a educação é mito, não nos resta so-nhar, haja visto que a ignorância parte principalmente dos políticos que em sua maioria são analfabetos de conhecimentos que pudesse proporcionar uma melhor alternativa de saber, pois não basta gostar de leitura ou apenas de escre-ver, é necessário haver espaço para livros e consequentemente para es-critores, mas a nossa realidade dista desse sonho, ou melhor ... Dessa uto-pia.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua par-ticipação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor a es-critora Gil Ordônio, que mensagem você deixa para nossos leitores?Gil Ordônio - Sem dúvida foi um pra-zer enorme poder falar um pouco de Gil Ordonio para vocês, mas acima de tudo ter a oportunidade de agrade-cer o muito que todos vocês repre-sentam na minha vida, pois participar

do solar sem dúvida foi um grande achado, o que me aproximou mais do mundo e da vida, abandonando um pouco a minha existência de so-nhos. Vocês amigos continuem len-do ou escrevendo, não importa, pois é através de ambos que amamos, via-jamos e nos conhecemos melhor. Um agradecimento sincero a essa grande jornalista Shirley Cavalcante . O meu abraço repleto de admiração e cari-nho.

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Especial de Natal e Fim de Ano

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Uma passada rápida e uma ob-servação ligeira pelo Mundo e vamos perceber que o Na-tal já chegou, só falta mesmo

alguém lembrar o aniversariante: Jesus. Alguém pode até dizer, é cedo ainda para lembrarmo-nos de Jesus, faltam ainda alguns dias para a data em que se comemora o aniversário do Cristo, logo, vamos primeiro ao consumo, as com-pras, ao lazer, aos presentes e depois, aí, bem depois, perto do dia 25 nos lembra-remos de Jesus, do seu nascimento, se der tempo.

A televisão ainda não falou em Je-sus, nem lembrou que o Natal é a data do seu aniversário, até agora só consumo, lojas, presentes, décimo terceiro, comér-cio, pressa. Parece que ninguém lembra o motivo primeiro do Natal, que é para comemorar o nascimento de Jesus, an-tes nos deixamos influenciar por outras coisas, pelo marketing, pela publicidade, pela propaganda, pelo consumo, pois re-ligião, espiritualidade, fé é bom pra ser ter, ostentar, publicizar, testemunhar ou prestar contas socialmente, mas interior-mente estamos longe de vivenciar aquilo que dizemos acreditar, a nossa fé, o nos-so credo, pois achamos mais interessante um rótulo, um título, a uma vivência ocul-ta, sincera e verdadeira.

No Café com Ronaldo Magella

Por Ronaldo Magella

O NATAL SEM JESUS

[email protected] - Professor, jornalista, poeta, radialista, escritor e acadêmico de Pedagogia, UFPB, autor de três livros de crônicas

A nossa imaturidade psicológica e a nossa infantilidade espiritual são perceptíveis em nossos atos e ações, demonstrada através da aparência que gostamos de tornar pública e social, através de um culto e de uma adoração exterior, mas que fundo, em realidade e em verdade, somos como sepulcros pin-tados, lindos e belos por fora, mas imun-dos e pobres por dentro, como disse o próprio Jesus.

Os candidatos a presidência da Re-pública na campanha de 2010, tanto José Serra e Dilma Rousseff, passaram boa parte da campanha dizendo-se fiéis e crentes em Deus, mas apenas para agra-dar os seus eleitores, pois em seus dis-cursos finais, Serra, de derrota, e Dilma, de vitória, nenhum dos dois lembrou-se do companheiro Deus, este não foi lem-brado. Tudo isto porque vivemos uma sociedade descartável, quando jogamos as coisas e as pessoas, e os discursos, que não nos servem mais jogamos no lixo, fora, com um simples apertar de um botão, um deletar, um off-line, um des-ligado, deixamos de existir para outrem e passamos a outras aventuras, relações e consumos, como também de discursos e atos.

A mesma coisa nos acontece com relação à religião, vivemos com ela uma relação de utilidade, praticidade, quan-do nos convém, nós a tornamos clara em nossas vidas, quando não, a deixa-mos de lado para viver outras coisas. A nossa sociedade é pobre, somos vítimas do nosso tempo, não do tempo, estamos preocupados em parecer jovens, eternos

dentro de um corpo perecível, buscamos a perenidade na superficialidade e apa-rência das coisas e não vamos permitir que uma moral religiosa nos atrapalhe ou nos afasta de viver esses prazeres e essas sensações da carne.

Papai Noel merece de nós mais atenção do que Jesus, nunca vi uma mãe levar seu filho para tirar uma foto com Jesus, já com papai Noel, haja fil-me e memória. Isso apenas demonstra a nossa relação com aquilo que afirma-mos acreditar. Aprendo com os ateus mais do que com os crentes, toda vez que leu um ateu falar sobre Deus mais ele me convence da existência do Cria-dor, porque eles são sinceros e autênti-cos, não precisam mentir nem iludir a quem quer que seja e não vivem uma mentira para serem aceitos socialmen-te.

O que mais me assusta é que per-cebo todos vivendo como zumbis, sem pensar, refletir, raciocinar, vivem por viver. As pessoas não pensam no que dizem viver, são motivados pelo sexo, pelo estômago, pelo instinto animal, dentro um reducionismo de vida e exis-tência, todo mundo buscando a mesma coisa, fama, poder, dinheiro, prazer, atenção, paz, conforto, amor dentro de um egoísmo e um narcisismo exube-rante e violento. Vide as redes sociais digitais.

Jesus com seu discurso não nos empolga, a porta estreita, pois preferi-mos viver outra coisa, a porta larga. O mundo passageiro e pobre. Mas sem-pre será uma opção nossa.

Natal sem Jesus, o aniversariante esquecido

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Entrevista escritora Ira Rodrigues

Irá Rodrigues natural de Santo Estevão-Bahia. Geografa licenciada pela UEFS- Universidade Estadual de Feira de Santana. Professora da rede Estadual de Ensino, hoje aposentada dedico meu tempo a minha família em escrever e viajar. Autora de o livro “SONHAR SEM SEGREDOS” sei que ainda sou uma aprendiz de poeta que sonha ser reconhecida e valorizada. Atualmente finalizando meu livro infantil o qual espero editar inicio de 2014 e outro com poemas mais sensuais, como também um romance que está amarelado numa gaveta por falta de oportunidades para publicar.

“Sabemos que o Brasil é rico em termos literários, porém precisa de mais divulgação e apoio, uma vez que em outros países a poesia se faz presente no cotidiano dos leitores. Quem sabe a poesia venha cada vez mais contagiar as pessoas de uma forma que aprendam a valorizar mais e mais.”

Boa Leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Ira Rodrigues para nós é um prazer contar com a sua participação no projeto Divulga Escritor conte-nos o que a motivou a ter o gosto pela escrita?Ira Rodrigues - É de longa data o meu fascínio pela poesia, ainda na adolescência já sentia o prazer e o desejo de colocar no papel todos os meus sen-timentos, de início versinhos de criança com temas tristes e melancólicos aos poucos via desabrochar o fantasioso de-sejo de escrever versos mais sensuais e ai começava a mu-dar meu jeito de ver a poesia. Guardo até hoje algumas re-dações escolares e a euforia ao ver meus primeiros versos sendo lido, sentia que escrevendo ajudava a descobri quem sou. Fui criticada por ser sonhadora, ficava triste, mas nunca deixava meus sonhos mor-rerem e muitas vezes eu encontrei pessoas que podavam a minha criati-vidade, mas a minha vontade de es-crever era muito maior que qualquer crítica...

Que temas você aborda em suas po-esias? O que mais lhe inspira a es-crever sobre estes temas?Ira Rodrigues - Escrevo poemas mui-tas vezes trazidos dos meus senti-mentos onde relato o meu passado ou mesmo momentos vividos no presente. Ou vivo um personagem trago da imaginação escrevo o amor de forma sensual desvendando os

desejos e anseios de uma mulher. O que mais me inspira talvez o meu ser sonhador... Deixando fluir os meus sentimentos...Que tipo de escrita você escreve para o público infantil?Ira Rodrigues - Escrever para esse público infantil não é uma tarefa fá-cil, portanto tento transmitir conhe-cimentos através de versos, fábulas e contos descrevendo a fantasia e a realidade de forma que leve a crian-ça a ler e se envolver na história de forma prazerosa. Meus maiores in-centivadores os meus netos.

De que forma você, hoje, divulga o seu trabalho?Ira Rodrigues - De início pelo Orkut depois facebook, blog, minha pági-na. Agora pelo meu livro que acabei

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Especial de Natal e Fim de Ano

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de lançar. Nos grupos onde publico e pela BEST RÁDIO em Portugal onde tenho poemas lidos todas as noites pela Elsa Maria...

Quais, escritores, são as suas refe-rências literárias? Por que eles se tornaram uma referência para você?Ira Rodrigues - Fernando Pessoa- Ce-cília Meireles- Carlos Drummond de Andrade, entre outros.Aprendi a tê-los como referência desde os tempos de colégio quan-do surgia um trabalho era a eles que recorria degustando seus livros e me apaixonei de tal forma que hoje não me vejo separada de seus belos trabalhos. Cada um com sua forma literária, mas com certeza admira-dos pela lisura dos seus trabalhos e ler seus poemas é fazer uma viagem além do imaginário. Quem é a escritora Ira Rodrigues? Quais seus principais hobbies?Ira Rodrigues - Irá Rodrigues é uma mulher apaixonada pela vida, devo-radora de livros e amante da poesia, aposentada dedica seu tempo a ler e descrever seus sentimentos de for-ma sensual e agora para o publico infantil o que está me trazendo um prazer que desconhecia sentir. Meus hobbies é a paixão em escrever, ler um bom livro, faço também artesa-natos, uma música suave e viajar em busca de minha inspiração. Finais de semana na fazenda com a família e com amigos.

Quais seus principais objetivos como escritora? Pensas em publicar um livro solo?Ira Rodrigues - Meu maior objetivo como escritora ver meu trabalho sendo reconhecido, principalmen-te em meu estado- Bahia, quiçá em minha cidade a qual ainda é muito

pobre em cultura literária. Já publi-quei meu livro “ SONHAR SEM SE-GREDOS” E participei de antologias uma já lançada com contos de amor. “ BEIJO DE BICO” em Portugal outras prontas para serem lançadas.

Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil?Ira Rodrigues - São tantas como o incentivo a leitura poética nas es-colas, divulgação de novos talentos voltados à literatura, a dificuldade em editar um livro pelo preço absur-do que cobram deixando que muitos abandonem seus trabalhos numa ga-veta como eu deixei quase quarenta anos, a criação de projetos pelas se-cretarias da cultura municipal onde apoiasse os poetas locais, rádios, jor-nais, revistas. Sabemos que o Brasil é rico em termos literários, porém precisa de mais divulgação e apoio, uma vez que em outros países a po-esia se faz presente no cotidiano dos leitores. Quem sabe a poesia venha cada vez mais contagiar as pessoas de uma forma que aprendam a valo-rizar mais e mais.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua par-ticipação no projeto Divulga Escrito, muito bom conhecer melhor a Escri-tora Ira Rodrigues, que mensagem você deixa para nossos leitores?Ira Rodrigues - Eu que agradeço pela qualidade do trabalho que você vem desenvolvendo o qual traz oportuni-dades para que conheçam um pouco da nossa vida.O meu muito obrigado a você e toda sua equipe.A mensagem que gostaria de dei-xar, que nunca deixem o medo e a covardia impedir de realizar seus sonhos, leia e descubra seus talen-tos, a criatividade é sem duvida um

fenômeno bastante complexo onde encontramos barreiras, precisamos ser persistentes na busca dos nos-sos sonhos. Pense de forma criativa e busque essa realização, nada vem pronto precisamos ter um ideal e ir a busca dele, Encontre na leitura o seu verdadeiro objetivo e descubra seu verdadeiro eu. Ler é o melhor cami-nho que precisamos para entender a vida...

“Se, no teu centroum paraíso não puderes encontrar,

Não existe chance alguma de,algum dia, nele entrar.” Cecília Meireles

Os meus sinceros agradecimentos: Irá Rodrigues

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Nasci em Liberdade Minas Gerais, em 02 de julho de 1972, segundo filho entre quatro irmãos, atualmente moro na cidade hidromineral de Caxam-bu Minas Gerais. Filho do casal Sebastião Alves e Maria Vanda e casado com Rosilene Ales-sandra há vinte anos. Tenho dois filhos, Braian Anderson e Brendow Alisson. Sou irmão da escritora e poetisa Deuse-li Campos Alves, e amigo do Escritor Rone Wulff Filho, talvez esta seja origem da minha veia artística. Não vou citar obras e títulos em minha biografia, vou fazê-la de forma diferente. Relatarei a minha biografia ao decorrer desta entrevista. “os poetas vão amar, os leitores de romances vão se surpre-ender, e a literatura brasileira conhecera a nova forma de escrever. Romance? Ficção? Narrativa? Poesia? Ou sim-plesmente O Conto de Leandro Campos Alves.”

Boa Leitura!

Entrevista escritor Leandro Campos

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Leandro é um prazer contar-mos com a sua participação no pro-jeot Divulga Escritor. Conte-nos, que temas você aborda em seu romance “Instinto de Sobrevivência”? O que o motivou a escrever sobre estes te-mas?Leandro Alves - Eu sempre andava pelas ruas de minha cidade e obser-vava as pessoas envelhecendo, as rugas ditas como expressão da idade em cada uma delas, e estas marcas deixava a minha sensibilidade em alta só em imaginar, o que aquelas pessoas teriam vivido?

Qual seria a sua história de sofri-mento, lutas, vitórias e alegrias para chegar até aquela idade?Leandro Alves - Quando eu via uma pessoa idosa sendo mal tratada por jovens, eu ficava furioso, não aceita-va estas atitudes de desrespeito.Foi pensando nestas pessoas que imaginei em escrever este romance.

É a elas que eu dediquei esta obra. Muitos irão se identificar com o tema abordado.

Em quem você se inspirou para es-crever seu livro? Leandro Alves - Quando procurei compor meu romance, eu não fui longe busca-lo, bastou-me olhar ao meu redor, e com olhar um pouco mais próximo ainda, olhei para den-tro de minha própria família e aos nossos amigos. Misturando fatos re-ais com um pouco de ficção, a obra foi se construindo.

Conte-nos sobre a construção da história que compõe “Instinto de So-brevivência” houve mudanças no de-correr da escrita ou correu tudo como você tinha planejado no inicio da es-crita do livro?Leandro Alves - A primeira visão que tive, foi o olhar distante de uma senho-ra idosa fechando o olho para a vida, para abrir para sua eternidade, e du-rante os últimos segundos de seu pres-ságio, ela lembra toda sua história de vida, os sofrimentos, desilusões, ale-grias, amores e a constituição de sua família, mas regado por passagens de bom humor. A partir daquele instante eu comecei a narrar a sua saga, por isso o olho distante da capa fazendo refe-rência à história, e as palavras finais na sinopse do livro que dizem. “O nas-cer que se fez no abrir de seus olhos e findou no fechamento dos mesmos”. Uma única ressalva a este livro, quem leu a boneca primeiro aconselhou--me a publicá-lo com os erros tragos pela minha dislexia, mas em respeito ao leitor e a literatura brasileira, eu

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resolvi profissionalizá-lo e fazer sua correção. Mesmo com a correção profissionalizada, eu deixei entorno de três erros ortográficos que não mudou a história e, não mata nossa literatura, como são erros muito dis-cretos, para não fugir a minha reali-dade, não deixei corrigi-los, o leitor atento verá as escritas pelos meus olhos, e saberá como é o processo de criação de escritores e pessoas com este modo de vida.

De que forma você, hoje, divulga o seu trabalho?Leandro Alves - A divulgação é fei-ta dia a dia pelos meios eletrônicos, mas o caminho é árduo para o reco-nhecimento, só que a cada pequena vitória e conquistas, eu agradeço aos amigos e a Deus. Porque sei que em meu caminho existe a presença de um ser supremo, que me deu a capacidade e o prazer de construir esta obra, e por ele as portas vão se abrindo, uma após a outra, amigos são feitos e o romance hoje já está quebrando fronteiras, já tenho co-nhecimento de que o romance já foi visto nos países vizinhos.

Onde podemos comprar seu livro? Leandro Alves - Como todo traba-lho e divulgação é por meio eletrôni-co, a minha editora é o Clube dos Au-tores, e para efetuar a compra basta ir direto ao link abaixo. https://clu-bedeautores.com.br/book/151410---Instinto_de_Sobrevivencia - Neste link é feito a compra. Meu email é: [email protected].

Escritor Leandro, quais seus próxi-mos projetos literários? Pensas em publicar um novo livro?Leandro Alves - Sim, eu já tenho três bonecas sobre a Verdadeira História da Origem do Cristianismo.

Tenho também uma nova literatura brasileira vinda aí!... Para minha sur-presa quando comecei a escrever esta história, meu projeto seria entrar no livro dos recordes, derrubando “Os Lusíadas de Camões” como o maior poema redigido até hoje, mas ao levar o primeiro volume para correção orto-gráfica, deu-se a certeza que este livro não era composto da mesma estrutura da obra referida de Camões, ao contrá-rio, descobriu-se que se trata de uma nova literatura, que ainda não posso entrar no mérito de sua construção, pois estou em fase de averbação e re-gistro da obra, como contos de Lean-dro Campos Alves, na Biblioteca Nacio-nal, mas digo de passagem, os poetas vão amar, os leitores de romances vão se surpreender, e a literatura brasileira conhecera a nova forma de escrever. Romance? Ficção? Narrativa? Poesia? Ou simplesmente O Conto de Leandro Campos Alves.

Que dificuldades você encontra para a publicação de livros? O que você acredita que deve ser feito para amenizar estas dificuldades?Leandro Alves - Dificuldades são imensas para quem começa a tri-lhar neste caminho, mesmo a obra sendo boa ou até mesmo excelente. Os incentivos culturais dos governos municipais, estaduais e federal, pra-ticamente não existem. O país tem carência de cultura, gasta-se mais hoje com bebidas do que com um bom livro. As grandes empresas não mexem um centímetro para apoiar a cultura, a não ser se na contramão existirem favores, como abatimentos em impostos. Mesmo assim a difi-culdade continuaria para chegarmos próximos dos incentivos culturais dos países emergentes, sei que mui-tos ficarão furiosos com este relato, mas eu não tenho medo da verdade.

Eu mesmo tentei apoio cultural em associações e grandes empresas, mas meus pedidos foram simples-mente ignorados. Só sei que tudo tem sua hora, uma folha não cai ao chão se não for por permissão de Deus, e assim as coisas acontecem. Para melhorar esta condição, basta uma política pública de valorização aos professores, pois se hoje tem profissionais liberais ganhando for-tunas e juristas de renome regendo nossa sociedade, por que no início tinha a Tia Maria, a Tia Neide, Tia Margareth, Tio Paulo, Tia Rita entre outras tantas professoras e professo-res neste nosso país, alfabetizando e ensinando nossas crianças. Hoje es-tamos diante de uma desvalorização da categoria, que se continuar assim, nossos pobres professores logo esta-rão brigando não por reajustes dig-nos de sua importância, mas brigan-do pelo cadastro das bolsas sociais do governo. Esta é a política pública que temos.

Quem é o escritor Leandro Alves? Quais seus principais hobbies?Leandro Alves - Sou um pai de famí-lia, que ama estar em casa com meus familiares, irmãos, filhos, esposa, com a família de minha esposa que também faz parte de minha família, pela qual tenho muito carinho. E conforme diz meu irmão mais novo, nesta lista entra os agregados, pois gosto muito de estar com as pessoas que realmente me fazem bem. Tenho como hobbies, o prazer de escrever e colher o reconhecimento de minhas obras, não importo com o reconhe-cimento financeiro das vendas, pois isso é consequência, mas a verdadei-ra alegria são as criticas positivas ou negativas, mas que eu as tenha.

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fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Es-critor, muito bom conhecer melhor o Escritor Leandro Alves, que men-sagem você deixa para nossos leito-res?Leandro Alves - Não quero que achem que estou apenas politizan-do ser um homem certinho, pois sei que sou cheio de erros, mas acredito que minhas obras não são feitas por mim, são redigidas pela presença de uma força espiritual muito maior que podemos imaginar. A força que pode ter muitos nomes, mas para mim eu o chamo simplesmente de Deus, sou apenas um instrumento de sua von-tade. E para meus amigos e leitores, digo que não deixem sua obra na terra passar em branco, acreditem em seus ideais e lutem por eles, tenha fé em seu Deus e caminhe embaixo de sua luz e benevolência, que certa-mente receberão o que desejam.Agradeço a todas as comunidades li-terárias do facebook e G+ que faço parte com enorme carinho e dedica-ção, ao projeto Divulga Escritor, em especial a Jornalista Shirley M. Caval-cante, que conduziu com profissio-nalismo exemplar esta matéria, e aos meus amigos e leitores que hoje po-dem conhecer um pouco mais deste escritor. Mas como em todo final de todas minhas obras, eu encerro esta entrevista deixando lhes com a ben-ção de meu Deus, o mesmo Deus de Isaac, Abraão e Jacó. Que ele este-ja com todos vocês, hoje e sempre. Meu muito obrigado, e meu forte abraço.

Especial de Natal e Fim de Ano

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Por Patrícia Dantas

Entre Ideias&Atos

Esbanjo a vida como ela é

Licenciada em História e Pós Graduação em Turismo de Base Local (UFPB), blogueira, poetisa, colunista de alguns portais e revistas eletrônicas

Não exijo muito da vida. Que ela me dê o riso, e não o pudor de não saber frequentar mi-nhas vaidades. É só questão de tempo quan-

do penso no que desejo fazer “até lá” – falo daquele cantinho que montamos tão bem decorados como nos filmes de época, algumas vezes, até melhor, como toques muito particulares e sutis. É como se uma mistura de intrincadas composições químicas materiais e imateriais tomassem conta do único es-paço existente, a se esparramarem loucamente com suas forças propulsoras de motores pesados.

Deter-se incondicionalmente nos espaços e tem-pos relatados, insistentemente cruzados com a densi-dade sempre rebelde da imaturidade tardia - é o que muitos fazem. A sublime constatação é que não me detenho, nem sou dona de fato do que encontro pela frente; não espero nada que venha como prêmio - acho que não sou merecedora de relíquias. É algo mais que um consentimento espesso, tateando bem devagar, o que assumo com irresponsabilidade. Ele vem como um intruso na noite adentrando o quarto de uma jovem fingida. Este consentimento de que falo me é inescapá-vel. De qualquer forma não o entendo, deixo-o rondar, prender-se, amadurecer dentro de um casulo, ainda que não encontre a saída ou aval dos deuses.

Mostro o que é inevitável! Como uma ave vi-çosa no rebento das novas copas primaveris, deixo o grito tilintar com todas as forças na transição das noites. Não suporto ser reconhecida, evito olhar com precisão desde cedo, não importa o que penso sobre o futuro, pois nem sempre ele interessa. Se os pés estão fincados num tempo, ele é o presente improvisado, puro, cheio de malícia; é a melodia, o estalo, o tiro ao alvo, o que se sobressai nos atos reais que em poucos segundos se metamorfoseia em memória e ficção.

Esbanjo a vida como ela é. Se às vezes vejo tudo como uma vontade esquisita e voluptuosa que salta no convés infinito das pessoas, saio logo com um nome à minha fonte revelada – o nome dá importância e faz com que as coisas existam, ain-da que tenhamos que reinventar suas formas para saciamos o gosto tramitante e instável do corpo. Digo para o que vim, o que quero e como sou. E se estou do lado de fora de qualquer lugar, esperando meu vendaval interior passar, viajo e me vejo num suntuoso sonho; suavemente, espero que venham mais chuvas e tempestades acompanhando a insti-gante criatura prestes a se mostrar.

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Entrevista escritor Marcelo AllgayerNasci na cidade de Porto Alegre no dia 14 de maio de 1963. Sempre fui alguém que procurou ver o lado humano nas pessoas, seus sentimentos, as intenções de amizade, etc. Passei por vários colégios até chegar a minha formação em Administração de empresas pela necessidade que tinha em me afirmar num emprego. Mas, também queria conhecer pessoas que fossem parecidas comigo, que comungassem com meu jeito de ser, com minhas aspirações. Mas o fato de ter um emprego, não me satisfazia totalmente, isto é, precisava de algo que me expandisse enquanto ser humano. Procurei a música e muito tempo depois a poesia, gênero literário pelo qual mais me cativou, a ponto de me tornar a ser o que sou hoje em dia: um poeta. Hoje, casado, moro na região metropolitana de Porto Alegre, isto é, na cidade de Cachoeirinha. Além disso, cursei a Faculdade de Letras.

“...uma ocupação espontânea que acredito que não faço apenas para mim, mas, para os outros, pois não vejo sentido no poema que não transforma a realidade das pessoas, seja de que forma for o texto.”

Boa Leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Marcelo é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor, conte-nos o que o motivou a escrever poesias?Marcelo Allgayer - Primeiramente muito obrigado pela oportunidade, Shirley. Devo dizer que a poesia sempre esteve latente em mim, mas, ao mesmo tem-po, adormecida ao longo da vida, pois escrevi meu primeiro poema aos sete anos de idade. Depois fiquei um longo tempo sem escrever... Mas, no final do século passado, quando já havia concluído o concurso de Administração, a vontade veio novamente, uma ocupação espontânea que acredito que não faço apenas para mim, mas, para os outros, pois não vejo sentido no poema que não transforma a realidade das pessoas, seja de que forma for o texto.

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Especial de Natal e Fim de Ano

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Que temas você aborda em seus textos poéticos?Marcelo Allgayer - Praticamente nuances humanas, ou seja, senti-mentos dos mais variados tipos. Mas gosto também de escrever sobre po-esia social, política e religiosa. Creio que nos meus livros o tema mais recorrente é o amor, mas não sim-plesmente o amor carnal entre duas criaturas, mas, também, o amor fra-ternal e religioso, pois acho que toda a obra poética é fruto de inspiração divina. Que mensagens você quer transmi-tir para as pessoas através destes temas?Marcelo Allgayer - Mensagens de amor ao próximo, de otimismo, ape-sar dos reveses da vida que todas as pessoas têm em determinadas cir-cunstâncias. Mas, também uma men-sagem de fé... Sou de uma família Católica, mas respeito as outras religi-ões. Acredito que o essencial na vida das pessoas é acreditar em um mun-do melhor, mais fraterno, mais huma-no, seguindo a vontade de Deus. O ser humano não pode e não deve perder o foco de tudo o que foi dito no mais perfeito dos homens: Jesus Cristo. Conte-nos como foi a escrita de seu livro “Reflexões Convergentes?Marcelo Allgayer - Em “Reflexões convergentes” os textos foram se aperfeiçoando, pois a maioria dos poemas foram inicialmente escritos no clamor da emoção, sem a forma devida. Também escrevi contos e crônicas que sentia que podia fazer, mesmo sendo iniciante... Resolvi fa-zer o livro com o intuito de mostrar o meu lado mais sentimental e lírico, além de fazer uma prosa que refletis-se sobre o cotidiano que me envolvia na época (ano de 2010).

Marcelo, onde podemos comprar os seus livros?Marcelo Allgayer - Meus livros estão à venda na Livraria Cultura e Saraiva, nos respectivos sites: www.livraria-cultura.com.br e www.livrariasa-raiva.com.br e também mantendo contato comigo pelo e-mail [email protected]

Pensas em publicar um novo livro?Marcelo Allgayer - Atualmente es-tou escrevendo contos e crônicas e fazendo uma pesquisa de mercado com as editoras. Mas acredito que em breve sairá uma nova obra. Quais são os principais hobbies do poeta Marcelo Canto?Marcelo Allgayer - Primeiramente, é claro, escrever. Mas também gosto de fazer exercícios físicos, uma boa caminhada pela rua e viajar. Ultima-mente, venho navegando pelas re-des sociais como passatempo; tam-bém gosto de dançar e de estudar e, acreditem, desejo aprimorar os estudos em Língua Portuguesa para enriquecer ainda mais a escrita de meus textos. De que forma você divulga o seu tra-balho?Marcelo Allgayer - Vez que outra, faço uma sessão de autógrafos na Feira do Livro de Porto Alegre, onde já lancei três livros, dois pela Editora

Alcance de Porto Alegre e o próprio “Reflexões Convergentes” (Editora Sucesso). Lancei um livro, também, pela Livraria Saraiva, a saber, “So-bre poesia e outros assuntos”. Mas, gosto também de apresentar minhas obras nas redes sociais como o face-book, onde se encontram os amigos que podem facilitar ainda mais as vendas.

Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil?Marcelo Allgayer - Acho que todos têm o direito de, primeiramente, se tiver talento, editar livros sem mui-tos custos e principalmente livros bem revisados. Todos nós sabemos hoje em dia das vantagens de se editar um livro pela internet, o que alavancou sobremaneira as publicações no Brasil. Mas é preciso muito mais, como por exemplo, o devido apoio aos escritores independentes, cujas obras também têm o seu valor literário. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Es-critor, muito bom conhecer melhor o escritor Marcelo Allgayer, que mensagem você deixa para nossos leitores?Marcelo Allgayer - Leitura é funda-mental. Ela nos dá um conhecimen-to prévio e mais apurado de mundo, nos permite comunicar com mais sa-bedoria com as pessoas. Além disso, quando se lê, podemos nos defender melhor perante a sociedade, dando--nos o direito de ter a dignidade que precisamos, a fim de sermos mais livres e ter veementemente o exercí-cio da cidadania.

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Especial de Natal e Fim de Ano

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Francisco Mellão Laraya

A vida em [email protected] - Advogado, músico e escritor

Um dia sonhei que capturava uma estrela, e então minha mão se transformava em luz!Pus-me a escrever, pois a luz é a certe-za que nos conduz a um mundo melhor, o

da felicidade, e o escrever é a forma de transmiti-lo.Lembrei-me que há muito tempo atrás, um homem era só luz, as trevas não habitavam nele, estas luta-vam contra ele, e o importante do que ensinou foi que “A consciência é de cada um”, não existe o poli-ticamente correto, a moral transitória de alguns gru-pos, a importância da forma sem pensar na inten-

ção...Na consciência coletiva, esta de que falei você é mais um, enquanto na particular és sempre “um”.Aí se tem a responsabilidade do ato, fiz algo por que quis me responsabilizo por isto, pelas minhas atitudes, meus gestos, minhas idéias, meus gostos...No alto de um madeiro, puseram a luz, crucificando Jesus!Mas pode alguém matar a luz?E do alto da cruz, sofren-do o escárnio, fez da sua humilhação, a cruz, seu símbolo, e a todos que quiseram vê-lo iluminou.A partir daí o mundo se transformou a vida um pou-co mudou, e pensa-se diferente para dizer: eu sou!

Uma Estrela

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Entrevista escritor Mário de Méroe

Mário de Méroe é advogado em São Paulo, Membro Catedrático da Academia Brasileira de Ciências Sociais e Políticas, e Doutor honoris causa em Ciências Sociais. Possui trabalhos jurídico/dinásticos publicados, destacando-se os livros Tradições Nobiliárias Internacionais e sua Integração ao Direito Civil Brasileiro, Estudos de Direito Nobiliário, e A Perpetuação das Qualidades Soberanas em Dinastias ex-Reinantes. No campo histórico-eclesiástico apresentou o estudo “A Teocracia Bizantina na Itália: Estudos sobre os atributos de Soberania da Real Casa de Margiana e Arachosia, dinastia teocrática de direito histórico, em exílio”, veiculado na Itália. Por esse trabalho, recebeu reconhecimento acadêmico com o grau de Doutor em Direito Eclesiástico, bem como a atribuição da “Medaglia del Presidente della Repubblica Italiana Giorgio Napolitano”, conforme amplamente veiculado pela imprensa daquele país.

“Ora, nobiliarquia é coisa séria, e a boa doutrina traça regras claras sobre o regular exercício dos direitos dinásticos, que a maioria desconhece. Eu não sou palmatória do mundo, mas a título de orientação básica, elaborei dois livros com linhas gerais sobre nobiliarquia e títulos nobiliárquicos, sua natureza, características formais e regras históricas de sucessão.”

Boa Leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Mário de Méroe, é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Es-critor, você começou es-crevendo livros na área Jurídica, vejo que hoje escreves romance. Como foi que ocorreu esta mu-dança de gênero em sua carreira literária?Mário de Méroe - Não foi uma mudança radical, mas um desdobramento. Na área jurídica, eu escre-vi sobre Direito Nobiliário, que é incomum no Brasil, mas operacionalizado em países monárquicos, como a Espanha. Ocorre que alguns princípios do Direito Nobiliário tradicional encontram-se em franco antagonis-mo com a moderna consciência sociopolítica de igualdade de direi-tos. A nobiliarquia é, necessariamente, discriminatória, pois obedece a alguns padrões tradicionais, como “o homem precede a mulher”, “o primogênito precede os outros irmãos”, etc. Esses conceitos não mais são aceitáveis na era atual, o que pode gerar contendas judi-ciais. Então decidi observar as tendências por algum tempo e, nesse interregno, dedicar-me à outra “área de produção” que muito me agrada, que é a elaboração de romances baseados em passagens bí-blicas.

Você pensa em negociar com a Editora uma nova Edição para seu livro “Estudos sobre Direito Nobiliário”, que esta esgotado?Mário de Méroe - Possivelmente esse livro seja absorvido por um projeto maior, denominado “A Lendária Etiópia – A Casa de Salo-mão e da Rainha de Sabá”. Esse livro possui duas partes. Na pri-meira, faço uma incursão sobre a Etiópia monárquica, ressaltando a figura lendária do Imperador Hailé Selassié I (que visitou o Brasil em 1960), e sua sucessão dinástica, em exílio. Na segunda parte, há diversos trabalhos sobre Direito Nobiliário e Jurisprudência cor-relata, aproveitando-se as partes principais do livro Estudos sobre Direito Nobiliário.

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Por gentileza, nos explique o que é direito Nobiliário e de que forma irás agregar este conceito ao livro? Mário de Méroe - Vou resumir um conceito, extraído de meu livro. Direi-to Nobiliário é um conjunto de normas reguladoras dos atos e relações jurídi-cas emanadas das cartas de nobreza (Decretos que concedem um título de nobreza). Tem sua origem no poder estatal, nas estruturas monárquicas, onde o rei é o titular do “Ius confe-rendi” (Direito de conferir honras), e na faculdade de nobilitar reconhecida aos chefes dinásticos de casas reais ou ex-reinantes. A fonte do Direito Nobili-ário encontra-se na carta de nobreza. De seu conteúdo emergem as relações entre o poder concedente e o agracia-do e, entre este e seus herdeiros (se o título for hereditário). Esse conceito e suas implicações serão agregados ao li-vro “A Lendária Etiópia....” em razão do livro basear-se na Etiópia do período monárquico. Com o fim desse regime, mesmo perdendo o poder territorial, os descendentes do imperador con-tinuam de posse dos chamados “di-reitos dinásticos”, e podem conceder honrarias nobiliárquicas. Essa ativida-de dinástica é regulada pelo Direito Nobiliário. Na segunda parte do livro, há diversos trabalhos sobre o tema, que ajudarão a ter uma ideia clara des-sa complexa matéria.

Quais os principais conceitos apre-sentados em seu livro “Tradições Nobiliárias Internacionais e sua In-tegração ao Direito Civil Brasileiro”?Mário de Méroe - No Brasil e em muitos outros países, há centenas de “príncipes” (entre aspas mesmo!) que ostentam pomposos títulos di-násticos sem procedência, e mer-cantilizam títulos nobiliários, enxo-valhando o verdadeiro conceito da nobreza. Uma consulta ao Facebook

comprova o que afirmei. Ora, nobi-liarquia é coisa séria, e a boa doutri-na traça regras claras sobre o regular exercício dos direitos dinásticos, que a maioria desconhece. Eu não sou palmatória do mundo, mas a título de orientação básica, elaborei dois livros com linhas gerais sobre nobi-liarquia e títulos nobiliárquicos, sua natureza, características formais e regras históricas de sucessão. Incluí um capítulo de jurisprudência no-biliária moderna (Espanha e Itália), e as questões nobiliárias que nesta Era podem ser levadas aos tribunais. Mas, especialmente, o livro esclare-ce quais as autoridades que podem validamente conceder títulos de nobreza e brasões de armas (acho que não adiantou, pois o número de “príncipes” continua aumentan-do...). Por último, ilustra os pontos jurídicos que podem integrar-se ao Direito Civil Brasileiro, como a ado-ção de predicado nobiliário e os di-reitos do nome.

Vamos falar um pouco sobre seus romances. “O Refúgio – A saga da prostituta que cruzou o caminho de Jesus” é um livro baseado em estu-dos bíblicos ou é fictício? Conte-nos um pouco sobre a construção desta obra.Mário de Méroe - Ele é o primeiro de uma trilogia de romances baseados

em passagens bíblicas, mas sem dou-trinamento. Os três livros são basea-dos na história bíblica, e suas narrati-vas foram desenvolvidas em direção à espiritualidade. Para preencher os “claros” e estruturar melhor a nar-rativa, precisei recorrer à ficção, a chamada “verdade latente” mencio-nada por Clarice Lispector. O Refúgio procura mostrar a figura de um Jesus sem preconceitos, que procura in-cluir os excluídos, para quem todos os seres humanos são iguais. Embora lançado em 2010, ele está em conso-nância com a doutrina social adota-da pelo atual Papa Francisco,

Mário, que mensagem você pensou em levar ao leitor ao escrever “O Estigma – Desvendando o segredo da lança que profanou o corpo de Jesus” ?Mário de Méroe - Nesse volume, foi recriada a saga ficcional do legioná-rio romano que perfurou o corpo de Jesus com a lança, para constatar sua morte. A história se inicia com um casal moderno, no qual o homem sente desconfortos físicos não expli-cados pela medicina tradicional. No desenrolar dos acontecimentos, ele é levado a fazer uma terapia de vidas passadas, na qual se evidencia a es-treita relação dos sintomas físicos de hoje, com algo ocorrido na época da crucificação de Jesus. Procurei levar uma mensagem de otimismo, perse-verança mesmo diante de terríveis obstáculos, que nos põem à prova, para a evolução do espírito. Há um forte apelo espiritual, sem sugerir nenhuma corrente ou ideologia.

Quais os seus próximos projetos li-terários? Soube que vem vindo um novo romance.Mário de Méroe - Sim, é verdade. O último livro da trilogia, denominado

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O Outro, já encontra-se na etapa final na Editora Paco. Nele recriei a saga do salteador que foi crucificado à es-querda de Jesus. Ele é mais conhe-cido como o “mau ladrão”, de quem ninguém fala! A trama é uma junção da ficção com a espiritualidade, ten-do por base a pequena passagem bíblica a respeito desse personagem. Há, também, em estágio avançado, o trabalho intitulado “A Lendária Etió-pia – A Casa de Salomão e da Rainha de Sabá”, que pretendo concluir até o final deste ano.

Onde podemos comprar os seus li-vros?Mário de Méroe - Os livros estão dis-poníveis em muitas livrarias, entre elas a Livraria Cultura, Saraiva, Mar-tins Fontes, etc. Podem ser adquiri-dos diretamente da Livraria Virtual na página da Editorial Paco, pela in-ternet.Há, também, diversos trabalhos digi-tais veiculados pelo Jornal Brasileiro de Cultura (www.jbcultura.com.br), incluindo dois pareceres jurídico-di-násticos que elaborei.

Quais os principais hobbies do escri-tor Mário de Méroe?Mário de Méroe - Tenho hábitos sim-ples, e passo a maior parte do tempo pesquisando e escrevendo. No mais, pratico caminhadas, leitura, treino Arco e Flecha, e assisto bons filmes.

Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil?Mário de Méroe - Considero um mercado que está abrindo suas por-tas para novos talentos. O Gover-no Federal criou mecanismos para incentivar, entre outras, essa área do conhecimento, como a Lei Fe-deral de Incentivo à Cultura (Lei nº 8.313/1991), conhecida também por

Lei Rouanet, cuja base é a promoção, proteção e valorização das expres-sões culturais nacionais, e surgiu para educar as empresas e cidadãos a investirem em cultura; a isenção de impostos so-bre o papel destinado a produção de livros, pres-tigiou a iniciativa privada, etc. Há muitas pequenas editoras que foram via-bilizadas por essas me-didas. Isso se reflete no incentivo a novos escritores e artistas plásticos, que vejo surgirem no mercado, enri-quecendo-o com suas criações.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua par-ticipação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor o Escri-tor Mário de Méroe, que mensagem você deixa para nossos leitores?Mário de Méroe - Permita-me utili-zar uma frase do ilustre escritor Pau-lo Coelho, muito apropriada: “Quem deseja ver o arco-íris, precisa apren-der a gostar da chuva” (in O Aleph). Essa lição nos ensina a ter dedicação e coragem. Dedicação, pois a inspi-ração pode não surgir subitamente. Às vezes, é necessário aguardar o surgimento do insight; então reunir coragem para criar e para expor sua obra. O escritor deve lembrar-se de que não escreve para ninguém em particular, mas para um público in-determinado. Quem escreve ou ela-bora alguma obra de arte inevitavel-mente se expõe a críticas injustas, à inveja, chacotas, etc. A motriz dessa faceta humana oculta é, invariavel-mente, a inveja. Costumar partir de alguém (às vezes, um “amigo”!) que gostaria de escrever ou pintar mas não foi dotado de talento para tal,

ou sentiu-se afrontado por não ter o necessário instrumental linguístico para expor suas ideias com clareza. Minha modesta sugestão: Tenha su-cesso. Alguém já disse que “o suces-so é a melhor vingança”. Se alguém o depreciou sem intenção, ficará contente com seu sucesso. Mas se o fez por maldade (o mais provável, in-felizmente!), certamente sofrerá em seu íntimo o efeito bumerangue da inveja, sem que você tenha praticado nenhum ato deselegante. E, parafra-seando o notável colunista da Band-News, Salomão Schvartzman, no fi-nal de seus programas: Seja feliz!

Participe do projeto Divulga Escritorhttps://www.facebook.com/DivulgaEscritor

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Todo poeta sabe como trabalhar com as pala-vras e, para tanto, faz uso de vários recursos linguísticos, entre os mais utilizados estão as figuras de linguagem.

De acordo com o gramático Mauro Ferreira, exis-tem dois grupos de figuras de linguagem um deles (grupo 01) concentra sua expressividade no conteú-do sonoro ou semântico das palavras. O outro (grupo 02) abriga construções de figuras feitas através da variação sintática das frases.

No grupo 01 podemos encontrar as seguintes fi-guras:

- Antítese (e paradoxo); Ironia; Catacrese; Alite-ração; Comparação; Eufemismo; Gradação; Metoní-mia (e sinédoque); Hipérbole; Metáfora; Onomato-peia e Personificação.

No grupo 02 as principais figuras são as seguin-tes:

- Anáfora; Anacoluto; Elipse (e zeugma); Silepse; Polissíndeto/assíndeto e Pleonasmo.

Por falta de espaço não poderemos ver a fundo todas as figuras, mas como de costume tentarei, ao menos, falar um pouco sobre uma de cada grupo e demonstrar seu uso na prática.

Alexsander Pontes

Literatura na Prática

Formado em Letras e pós-graduado em Produção e Recep-ção de Textos - [email protected]

Nesta edição veremos a aliteração e na próxima edição, alguma outra do segundo grupo.

A aliteração acontece quando um som consonan-tal é repetido em uma sequência de palavras dando um efeito de sonoridade no texto.

Mas atenção! Se a repetição for de uma vogal, a figura de linguagem em questão será a assonância.

Agora mostrarei na prática a ocorrência da alite-ração em um poema:

Primeiro pessoas pitorescaspasseavam pela praiapelo próprio prazer pueril.

Padeceu, por pouca prudência, pobre praia poluídapelos povos pacóvios.

Para paliar,pessoas procurampor precauções pouco ponderosas,por paliativos pouco perspicazes.

Fico por aqui, um forte abraço e até a próxima!

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BELEZA DIFERENTE

Escritor Dilson Macedo

Estamos vivendo um mundo de mudanças alucinantes.Antes a vida era tão curta, que chegando aos 40 anos,

éramos considerados velhos, feios, chatos, cheios de tantos males, que nem a gente mesmo se aguentava e a chegada no “Céu” ou “Inferno” era mais rápida... Imagina, o quan-to a Espiritualidade Maior ficava até certo ponto, se perguntando: - Ué... Você já voltou?

Note que os tempos foram mu-dando... a longevidade já caminha a termos mais de 100 anos, com previ-sões fantásticas de vivermos até aos 150 anos! Será que seremos capazes de chegar até lá? Às vezes, me per-gunto: - Isso é bom ou é ruim? Parta-mos primeiramente pelo lado bom e melhor que é viver mais, nessa espe-tacular vida aqui na Terra. Para quem já ultrapassou a barreira dos 50 anos, perguntem se estão bem. Nem quero entrar nesse mérito de res-ponder tal pergunta, pois ao chegar aos... anos (pensou que iria colocar minha idade, hein?) falo que o meu atual momento é melhor momento de minha vida.

E chego a uma realidade que constato que nesse decorrer de mais de meio século, como tem sido im-portante ser adaptável a uma ali-mentação balanceada, fazer cami-nhada, beber bastante água, até em jejum há vários anos, fazer exercícios como Pilates, Ioga, entre outros, procurar nas frutas ingredientes que

Participação

Especial

harmonizam o nosso metabolismo físico e mental. Rir, chorar, brigar, viajar, beijar, amar... Eis nesse último, uma das coisas que mais no amima a viver mais.

Sem dúvida nenhuma, o amar é de suma importância ao nosso con-vívio aqui na Terra. Sejamos casa-dos, enrolados, amizades, mas nada não nos impede de que esse amor tão natural faça pulsar os nossos corações com mais rapidez, baten-do forte naquela amizade que tan-to curtimos em nossas caminhadas pela vida afora. Até chega a hora que falamos: - Eu te amo... mas de uma forma tão evidente diante da bele-za dessa pessoa. Como é bom rever velhos amigos e amigas que ao nos encontrar, nos diz: - Nossa você não

envelheceu. - Você está tão bonitão. - Que tem feito para estar assim.

É essa beleza tão natural que está cada vez mais nos tornando be-los em nossos rostos, sorrisos, enfim em nosso corpo físico com atitudes e ações que fortalecem todo essa má-quina criada por Deus, isso porque estamos nos cuidando materialmen-te e abrimos espaços horizontais, verticais e perpendiculares para o amor da beleza divina se faça pre-sente em todos nós.

Somos Bonitos? Sim, somos a criação divina de uma imagem do nosso Criador, Deus, o Pai Supremo. Espero que ninguém me contradiga dessa afirmação, tão elegante, real e atual no mundo de hoje. Quem não já vivenciou essas passagens, que atire a primeira pedra.

Por isso que digo: Até aos 150 anos e com essa beleza tão bem con-quistada ao longo de nossa existên-cia atual e a que trouxemos na ba-gagem das experiências de vidas em outros tempos, não importa aonde, mas aqui estamos prontos para essa nova ERA.

Pensou que iria falar sobre o lado ruim... nem pensar, pois vida é a coisa mais maravilhosa que Deus está nos dando, uma dádiva de tan-tos aprendizados e ensinamentos. Não enxergo nada de ruim nesse vi-ver aqui na Terra. E você?

Um abraço amigo e fraterno. Sob a proteção do Mestre Jesus. Dil-son Macedo.

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Escritor José Miguel Veiga

E´natal data que nasce o maior símbolo do renascer

“Jesus Cristo” que vem nos últimos 2013 anos a cada mês de dezembro abrir um novo ciclo “a semente do renascimento psicossomático e espi-ritual!”.

Natal período de união de congraçamento familiar e social, de troca de presentes. É nesse espírito que o mestre nos traz o “presente” de nascer novamente a cada dia, traz à luz a escu-ridão dos medos e depressões, cobrindo a todos de bênçãos para todos os males, harmonizando a toda humanidade.

Eis que urge a semente do renascer rompen-do a terra escura com coragem e resignação, ama-nha arvore frondosa que nos abriga e nutre com seus frutos salutares,que se perpetuam em novas sementes...com o sol que mostra sua face sorri-dente a cada manha renova-se o ciclo da vida.

As palavras de Jesus fluem em suaves notas de sabedoria, paz e fraternidade: “Amai-vos uns aos outros”, atitude de resignação,perdoando 70 vezes sete”, humildade e fé” Lazaro levanta-te!”

Pais, filhos, amigos, colegas, todos na mais perfeita sintonia, digam bom dia a cada manha, agradeçam a dádiva da renovação diaria, pegan-do carona no “espírito” cristico de renascimento psicossomático de amor, fé, esperança sacraliza-da culminando no tão esperado sucesso!

Em 2013 digam bom dia ao “dia! Somente neste momento permita-se comungar com o es-pírito” de renascimento psicossomático de amor fé, esperança e sucesso!

São nossos votos a cada dia de 2013!Abraços fraternos muita luz!

Flores que brilham ao entardecerComo que querendo mostrar

Aquilo que mais tarde ninguém vai ver

Sorrisos fartos e promessas de AmorMomentos únicos que não existiram

Ninguém os vê ou senteO que serão?

Flores que desabrocham

TimidamenteMedo de serem sorvidas?

A Lua se mostra apenas pela metade

Espera ser completada pelo sol que não vira...

E fica tudo assim escuro,frio,sem cor,

Eis que surge o sol com todo seu esplendorProcura sua musa mas não a encontra

Poderei viver como ele com todo esplendorA espera da minha?

Se eles julgam que se encontram no futuro

Onde a escuridão não causara medo e ela possaIr em busca de seu amor,tudo pode acontecer...

No momento ele por trás de todo brilho

Chora e suas lagrimas chegam ate nós e nos aquecemPois é assim seu coração

E transborda,por que ela não pode sentir seu calor?

Pensa ele que se ela for feita de gelo pode derreter e nunca a ter,Ou talvez não goste do azul do ceu com suas alvas nuvens a brincar,

Prefira a companhia da noite das estrelas a brilhar,

E lá se vai sol e lua,Neste festin de natal,

Fazendo juras de amor,por momentos tão brevesQue o Pai Natal não capta

E não pode felicita-los com o maior presente de todosViver juntos o presente e fica apenas a lembrançaDe tudo que queriam ter vivido e não o fizeram...

28 /12/2002 JMVEIGA

Festim de Natal“Renascimento Psicossomático”

O símbolo crístico do Natal

Participaçã

o

Espec

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Um café e um livro com Jéssica Morgan25 anos, nasceu em Ipatinga nas Minas Gerais. Acadêmica em Direito e especializada na área de Contabilidade.Vinha escrevendo histórias desde o inicio de sua vida escolar, mas só descobriu que poderiam virar livros em 2011. Seu livro de estreia foi escrito em quatro meses. Buscou na realidade os frutos de sua ficção. Seu Romance apresenta características triviais do dia a dia que com um pouco de imaginação consegue levar o leitor até a última página, envolvido em uma trama de mistério e suspense. A característica principal do livro são as dualidades de pensamentos; fé e razão; amor e ódio; dever e sentimento, dentro de uma mesma situação. À qual somente a verdade pura e simples poderia salvar seus personagens.A autora revela que esse livro tem muito de autobiográfico, no sentido que a mesma acredita na verdade como sendo o único caminho. Por Roberta Kelly do Divulga Autor (D.A.)

D.A.: Para começar, fale de você. Quem é Jéssica Morgan?J.M.: Eu sou uma sonhadora incorrigível que quer conhecer Cancún. Que ouve música o tempo todo e seus cantores preferidos são: Michael Jackson e Mariah Carey. Assim como todo aquariano, gosto de lutar por boas causas, sonhar e planejar um futuro feliz. Sou humanitária e determinada, além de honesta e totalmente leal.Mais do que isso, tem 25 anos que venho tentando descobrir. (Risos).

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D.A.: Como começou o desejo de escrever um livro?J.M.: Da vontade de contar uma história. E essa his-tória se repetia em minha mente tomando meus pensamentos. Até que não pude mais evitar e resolvi passar tudo para o papel. No começo foi uma neces-sidade de exteriorizar aqueles pensamentos, depois eu quis dividir com alguém. Escrevi meu livro com dois meses, levei mais dois para pensar se acrescen-taria algo. Foi tudo muito rápido e fácil. Acredito que este é um presente direto de Deus, pois tudo come-çou com um sonho.

D.A: O que te inspira a criar?J.M.: Tudo. O dia a dia. Uma frase. Uma cena real ou fictícia. Uma música. Sou uma pessoa de muita imaginação. Sonho acordada.

D.A.: Fale um pouquinho do seu livro “Medo da Verdade”J.M.: Medo da Verdade é um livro eclético. Há mui-to drama, suspense, romance e terror. Retrata a vida de cinco jovens comuns, cheios de planos; mas que de repente tem suas vidas marcadas por tragédias. A protagonista (Mel) vive entre o dúbio desejo do certo e do errado. O livro fala muito sobre escolhas e destino.Meu intuito foi mostrar duas realidades: a dos jovens e a do povoado da vila. E que vivendo ambas as re-alidades não há como ter um julgamento de certo e errado. Assim como deveria ser no mundo real. Não deveria haver julgamentos de conduta, já que não vi-vemos a realidade do outro.

D.A.: Deixe um recado para os leitores!J.M.: O que quero dizer a todos é que experimen-tem. Que leiam. Que deem oportunidade aos novos escritores e ao novo. Que deem oportunidade a quem quer contar uma história. Que a verdade é o caminho certo e ela sempre vem à tona. E não podemos temê--la. E que a vida é um aprendizado, e o ponto crucial é o saber lidar com o imprevisível. Quero agradecer pela oportunidade de poder me aproximar mais das pesso-as e por elas permitirem que isso aconteça.

Obrigada!

Quando houver escolhas, aqueles que achamos serem as vítimas se mostrarão capazes de atos piores que os nossos.

D.A.: O Blog Divulga Autor agradece a sua participação Jéssica Morgan!Venda do livro em:

https://[email protected]

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Advogada, Presidente da Quinta Turma Disciplinar do Tribunal de Ética OAB/SP (gestão 2013/2015), Mestre em Direito pela PUC/SP e Especialista em Direito de Entretenimento pela ESA/SP”

Por Jéssica Morgan e Roberta Kelly do Divulga Autor (D.A.)

D.A.: Conte-nos sobre o conto “An-tonio, o homem que limpava cadá-veres”.R.S.: Após a morte de sua mãe, Anto-nio decidiu seguir a vida e mudou de cidade. Com um curso de pedreiro no currículo, foi trabalhar no cemité-rio e aprendeu a cuidar e respeitar os mortos. Solicitado pelo patrão para ajudar na limpeza e enterro de cor-pos vítimas de um acidente de trân-sito, percebeu que era esta profissão que queria seguir. E se especializou em necromaquiagem e aprendeu com os mortos o melhor da vida.

D.A.: Quando e como você teve a ideia de escrever os livros jurídicos, e o conto?R.S.: Os livros jurídicos foram traba-lhos de mestrado e pós graduação que decidi publicar. Já os contos sur-giram como histórias jurídicas, con-tadas de forma mais leve.

“Embora o que façamos nun-ca venha a ser o bastante e nem o suficiente, deve ser feito tudo

com dedicação, ainda que não re-sulte no esperado, pois, no dia em

que a morte chegar; que àqueles que nos atendam para cuidar de

nosso corpo inerte tenham o res-peito e a acuidade de que um dia

alguém habitou aquele corpo.” Compartilhem a vida, pois

nunca sabemos o momento de seu encerramento.

Vendas na Livraria Tere Art:http://www.tereart.com.br

Um café e um livro com Renata Soltanovitch

D.A.: O que você acha do incentivo a arte e cultura no Brasil? Por quê?R. S.: O incentivo a arte e a cultura no Brasil são muito pouco e burocrático para se conseguir. Sem cultura não se educa um povo. Falta mais incen-tivo do governo.

DA.: O que é mais difícil no Brasil: publicar ou divulgar? E que meios usa para que ambas aconteça?R.S.: Ambos são difíceis. Para àqueles que não tem incentivo do governo e pretendem publicar sua obra, tem que recorrer aos recursos particulares, in-clusive para divulgar seu trabalho e o retorno financeiro é quase zero. D.A.: “Antonio, o homem que lim-pava cadáveres” o que podemos aprender com os mortos que não aprendemos com os vivos?R.S.: Independentemente da crença religiosa e de seu dinheiro no bolso, a morte é certa e o iguala aos de-mais. Precisamos ter mais gratidão pelas coisas simples da vida.

D.A.: Parabéns Renata pelo Conto! Foi um prazer poder compartilhar e divi-dir esta obra. Muito obrigada por sua entrevista ao “Um Café e Um Livro”.

Muito obrigada a todos que visitam e leem o Blog Divulga Autor.

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Maico Anderson Filgueiras nasceu na cidade de Carmo - RJ, foi consagrado Pastor pela igreja Assembleia de Deus em 2007, é Pastor e Conferencista pela Comunidade Evangélica Efraim de Belo Horizonte - MG, Teólogo e entusiasta das Ciências Sociais e Psicológicas, é conferencista internacional credenciado pela Ordem Mundial dos Pastores e Ministros Evangélicos (OMPAME), Membro da Aliança de Líderes Evangélicos de Contagem (ALEC), Bacharelou-se em Teologia pelo Seminário Internacional de Teologia em Ituiutaba - MG, bacharelando em Direito pela Faculdade de Minas Gerais (FAMIG) em Belo Horizonte – MG e graduando em Gestão Pública pela Universidade Estácio de Sá - Rio de Janeiro - RJ.

Por Jéssica Morgan do Divulga Autor (D.A.)

D.A.: Quando criou o livro já sabia o começo, meio e fim logo de cara ou o enredo foi surgindo?M.F.: Não. Para mim a história tem que ter vida própria. Muitas vezes eu imagino um final, mas no próximo capítulo a história muda. Acho baca-na assim! Quando vejo o resultado final eu mesmo me surpreendo.

D.A.: Você considera a escrita um dom, ou qualquer pessoa pode pu-blicar um livro? Qual sua opinião? O que precisa para se considerar um escritor?M.F.: Acredito que mais do que um dom, escrever é um ato de amor e coragem. Amor, porque através das palavras, o escritor consegue pas-sar para o leitor seus sentimentos, verdades e posições sem medo e se entregando por inteiro. Coragem, porque é a partir deste veículo de co-municação que o escritor transmite

informações, desperta o censo críti-co e desenvolve o gosto pela leitura. Esta não é uma tarefa fácil.Em contrapartida, escrever faz aflo-rar emoções, desenvolve opiniões, cultiva o lado lúdico e imaginário do leitor. Escritor é aquele que escreve para os jornais, as revistas, os livros e simplesmente escreve para outros seres humanos, interagindo suas ideias, emoções e anseios, desenvol-vendo uma relação cúmplice em fa-vor da cultura. Nas Palavras de José Saramago, “Somos todos escritores. Só que uns escrevem, outros não.

D.A.: Maico, você é Pastor e está ba-charelando em Direito que são dois âmbitos diversos e interligados, pois giram em torno da justiça, direito, dever e obrigação. O que é justo para você?M.F.: Justo para mim é poder agra-decer a Deus a cada manhã pelo mi-lagre da vida. É reconhecer as nos-sas imperfeições, sem esquecer que também temos qualidades. É subir na vida sem usar ninguém de escada.É ter sabedoria e segurança quando receber uma crítica, ainda que injus-ta. É ter liberdade para ter a minha fé, sabendo que devo respeitar a fé do meu próximo, e poder lutar pela minha felicidade sabendo que é im-possível ser feliz sozinho. Justo é po-der ser livre sem ter medo ou sem ser prisioneiro dos nossos sentimentos.

D.A.: Observando “Recomeçar” e “De onde Vens e para onde Vais”, eu quero saber: é possível recomeçar mesmo no lugar onde estamos sen-do humilhados?

Um café e um livro com Maico Filgueiras

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M.F.: Claro. Não há ser humano sem luta, cada um sofre o seu tanto para ser o que é. A mudança em nossa vida começa quando deixamos de ser empurrados pelos nossos proble-mas e passamos a ser conduzido pe-los nossos sonhos! O poeta Lindolfo Bel um dia disse: “Menor que meu sonho não posso ser!” Um grande exemplo de que é possível recome-çar no lugar onde estamos sendo humilhados é a história de Abraham Lincoln. Lincoln que faliu aos 31 anos de idade, que foi derrotado numa eleição para o legislativo aos 32 anos, que faliu de novo em outro negócio aos 34 anos, que superou a morte de sua namorada aos 35 anos, que teve um colapso nervoso aos 36 anos, que perdeu nova eleição aos 37 anos, que perdeu nas eleições para o Congresso dos USA aos 43, 46 e 48 anos, que perdeu a disputa para o Senado americano aos 55 anos, não desistiu e conseguiu ganhar sua primeira eleição aos 60 anos e para Presidente dos Estados Unidos!Ele que colecionou derrotas durante a vida, consegue o mais alto posto do seu País, sendo honrado no local onde fora humilhado!Saiba que as árvores mais altas têm as raízes mais profundas e as difi-culdades são as maiores fontes de aprendizado. O que falta muitas ve-zes, pra gente poder resolver os nos-sos problemas, é a simplicidade em enxergá-los. Pegue todos os “nãos” que a vida te faz engolir e transforme em canção pra te ajudar a seguir. A grandeza não está em tocar sempre a melhor música, mas em aprender a dançar corretamente todas as me-lodias!

D.A.: Deixe uma mensagem para seus leitores!M.F.: Eu quero agradecer a você lei-

tor que vem acompanhando meu trabalho e que tem me dado a honra de fazer parte de sua vida, através de meus livros! Que cada página de meus livros possam te inspirar a ca-minhar um pouco mais e a nunca de-sistir de sonhar! Que você também possa ser um autor, principalmente da história da sua vida, escrevendo-a sem pular linhas, sem errar palavras, sem esquecer títulos e sem julgar capas. Um grande abraço, Deus te abençoe de forma contínua e abun-dante!

D.A.: Parabéns Maico pelo livro! Muito obrigada por sua entrevista ao “Um Café e Um Livro”. Eu adorei esse bate papo com mui-tas reflexões para o dia a dia. Suas respostas foram sábias. Enxerguei grande humildade na suas palavras mesmo diante de tanto talento. Sem sombra de dúvidas observando sua trajetória acredito que você vem sendo guiado por Deus. E com certe-za não há melhor Guia.

Maico teria uma lista interminável de nomes a quem gostaria de ouvir um elogio sobre seus livros, porém,

ele resume dizendo que o elogio que mais gostaria de ouvir é sempre

o do próximo leitor! Então, não perca tempo, corra e

adquira logo o seu!

Momentos de poesiaEspecial de Natal e Fim de Ano

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RETRATO

Sou um poema inacabadoque ninguém nunca leu.Soua paisagem daquele quadroque o pintor não terminou.Souuma tarde de verãoem que não choveu.Souaquele rio que secouantes de alcançar o mar.Souaquele sonho bonitoque ninguém realizou.Soua escultura quase perfeitaque caiu no chão e se quebrou.Sou aquela paixãoque que por medo, alguém sujou.Souamor que alguém esperavamas nunca chegou.Soumetade do que desejava ser...O dobro do que nunca esperei!!!!

Adriana Ferreira

Adriana Ferreira

NOITE DE NATAL

Num bairro conhecido pela sua ele-gância,mas de grande miséria para os que lá não moram,uma criança faminta, roupa velha, rota e suja, à luz das estrelas dormia...Morta de cansaço.As mãos sobre o peito, um dos braço erguido segurando os jornais, que não tinha conseguido vender du-rante o dia.A noite estava fria, a geada queimava.Nas casas à volta, havia sinais de festa.E a criança não tinha lar...Todas as portas estavam fechadas!Em plena rua a criança rota e faminto ali permanecia.Pensei:Será que o frio inclementeda criança miserávelteria mágoa e compaixão...Talvez sonhe, pobre inocente!Como será belo o seu sonhar...No seu rosto um sorriso enlevadocomo se aquele sonho fosse iluminadode tantas coisas imortais.No céu estrelado, pobre criança,talvez sonhecheia de esperança,vender melhor os seus jornais...

Adriana Ferreira

ILUSÃO

Descubro um trilho onde antes era um desertoe faço um caminho na minha imagi-nação.Percorro kilómetros até descobrirque por mais que eu caminhe, ten-tando seguir ,a minha estrada é um circulo sem di-reção.Os atrasos enganam a minha chega-da,consomem o meu tempo, confortam o meu chão,mistura de destinos, separam encon-trose disfarçam os erros da intuição.Fingem-se estratégias, montam-se soluçõese um fazer que aprendi.Mas apenas costuram retalhos de históriasque foram contadase que eu nunca li.Meus enganos invertem as minhas certezas,Caiem as pontes que eu construí,decoram atalhos e juntam-se percur-sosque não combinam mais entre si.Mas a minha viagem precisa ser feitae não quero errar sem viver de ilu-são.Confio no amor e no tempo,solto as amarras do meu pensamen-toe a minha mente perde- se na ilusãode uma longa viagem.

Adriana Ferreira

Momentos de poesia

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Amy Dine

ENTRE OS MORTAISJESUS nasce entre os mortaisNuma pobre estrebariaRodeado de animaisFilho de DEUS e Maria.

A estrela que guiouOs Magos até BelemÀ choupana os levouTé JESUS supremo bem.

Os pastores lá nos camposA guardar seus animaisOuvem coros de anjos santos:“Paz na Terra entre os mortais”.

E nessa noite serenaCheia de paz e de amorTorna-se a Terra pequena:Nasceu nela o SALVADOR.

Amy Dine

Qual Rei do mundo, Deus, filho de Deus,Jesus desceu um dia lá dos céus.Num frágil bebézinho ele encarnouE então em ser humano se tornou.Em uma estrebaria Ele nasceuE tendo vindo para o que era seu,Aqui na terra poucos o amaramE ainda menos, honras lhe presta-ram…Por berço a manjedoura ele tomouE alguém um jumentinho lhe em-prestou.Dormia em casa dos amigos seusE ninguém via n’Ele o próprio Deus.A paz e o amor Ele pregavaE a fazer o bem os ensinavaMas os que não gostavam de o ouvirLogo cuidaram de o impedir.E para a humanidade Ele salvarDa morte não se pode libertarE essa cruz na qual nos trouxe a pazNão era sua, mas de Barrabás!Agora que dois mil anos passaramOs seres humanos ainda não muda-ram…E eis de novo chega outro NatalCom tudo parecendo surreal:Brilham as luzes, ruas enfeitadas,Lojas e lojas de gente apinhadasPara seguir somente a tradiçãoDe dar prendinhas sem qualquer ra-zão…

Nas casas ricas há grandes manjares;Se com mais atenção tu reparares,Verás que nesta quadra de NatalMuitas famílias há passando mal…Alguns já nem terão pão p’ra comerE outros sem ter casa p’ra viver…E a multidão prossegue indiferente:- Eu e só eu, os outros não são gente!E tu Jesus onde estás, afinal?Qual é o teu lugar neste Natal?‘Starás ainda em Belém, na estrebariaRodeado de José e de MariaCom o tal boi e vaca a te aquecerPastores e magos prendas te trazer?Ou segues p’las estradas poeirentasDa vida, encharcadas, lamacentasNas quais abunda a fome e muita dorMas onde podes dar o teu amor,E uma palavra de consolo e pazQue à alma aflita a alegria traz? - Para que possas ir, irei também,Unidos chegaremos mais além.Meus pés levar-nos-ão aos aflitos,Os meus ouvidos ouvirão seus gritos,As minhas mãos lhes levarão calorE a minha boca palavras de amor…Deixa o presépio e vem, ó meu Jesus,Trazer-nos tua paz e a tua luz,Para que cada um seja um irmãoNasce, Senhor, em cada coração!

Amy Dine

NATAL DE CONTRASTES

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LUZES DE NATAL

Novamente quando luzes acendemPor toda a cidadeReacende esse olhar todo o brilhoDas recordações infantisRefletindo mais uma vezMuitas luzes coloridasTantas possibilidades!Um coração a sonharcomo nos tempos de criançanovamente e semprerenasce a esperançaem mais um natal!

OBSERVANDO ESTRELAS

Não entendo de astronomiasomente de sonhosme alimentoEncontro a utopiaolhando o firmamentonaquela estrela lá no alto(apenas uma centelha)brilhando tão forte!Aí, por aqui, penso(ou imagino)que terei mais sorte!

Bernadete Bruto www.bernadetebruto.com

FELIZ ANO NOVO

Celebrando a vida pode sercom água ou champanhePode ser junto ou separadosó ou acompanhadoO caminho sempreé de volta para casa!

ÁRVORE ENFEITADA

Lembram-se de enfeitar as árvores nas festividadesÉ assim por toda a cidade!Mas ninguém cuida delastão indefesassoltas na rua...Nem as defendese vão cortá-las!

PURO AMOR

Houve tanto amorem cada passo que deipela vida à fora.Recebi tanto amorem tão pura doaçãoquando pelo mundo à toa...Porque havia amordentro, forae além de mim!

PRESENÇA

O passado passaráA cada diaO futuro virá a cada manhãO agoraA cada momentoAcolhido com alegriaÉ o melhor presenteQue posso me dar!

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A VIDA

A vida é o dia de hoje, o belo respirar. É o ai que mal soa perante cada dor, A tristeza que consome no desamor, O estar aqui, ali sempre no seu cantar.A vida é o sol cantando sempre a raiar, Melodia de Vivaldi nas quatro estações, Cantata d´amor envolvendo emoções, Que termina em doçura num invernar.E tocando o tempo que Vivaldi deixou Bendita seja a vida que Deus acalentou Nestas horas benditas, leves a esvoaçar.Vida, doce encanto que berço embalou, Deixa viver, que Deus pra mim sonhou Neste paraíso de sol ardente, terra e mar.

Conceição Roseiro

O TEMPO

Naquela manhã de 4 de Maio eu nascia, E o tempo correndo na linha do tempo, Cantava o destino, a vida, pensamento Que o arco do destino no tempo, trazia!O tempo cantava a beleza da primavera, Chorava e ria com tão belo nascimento, E a verdade do tempo, seguiu o vento, E flores nos canteiros bendiziam a terra.

O tempo levou-me sempre em correria, Como “ sujeito” do tempo, ou do vento. E como poema, o “ verbo” era o tempo.

E assim, vivendo a ilusão de mais um dia, Fui instrumento, uma cantata do tempo, E um dia o tempo, me levará no tempo.....

Conceição Roseiro

Conceição Roseiro

NATAL

Sorrisos sempre, sempre, Nos lábios de toda a gente! É Natal! Natal! Natal! Natal! Os anjos cantam nos céus ao senhor: Glória a Deus nas alturas, E paz na Terra aos homens de boa Vontade! Natal! Liberdade! Natal! Liberdade! Respirem lentamente, A agitação da gente, No coração em doçura, Neste menino, que é a ternura, Deste poema em verso, Na imensidade do Universo. E eu canto: Feliz Natal, Nesta noite de AMOR UNIVERSAL!

Conceição Roseiro

Momentos de poesia

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Estrela guia -Sua luz é o refletorNo caminho do homem Nada mais lindo do que o brilho dos olhos infantisrefletido na árvore de Natal.

Sem a sua luz,Pedras no caminho -Estrela guia chora

Que o colorido dos presentesMude o negro da terra...Votos de paz! Brilho nos olhos e no coração -É o momento de Natal

Criança, presentes e luzes -Tudo brilha no Natal. Amarrei o sapatinho na janela.Veio você.Quer melhor presente?

Somos como flores.Hoje estamos sem cores,Amanhã renascemos

Sonhos que chegam,Viagens que vão.Por que não novos amores?

Eunice Tomé

Sempre bom recomeçar.Uma nova rota espera por você. Qual o melhor plano para agora?Viver intensamente... A estrela que te olha lá do céu,Quer dar boas novas! De flores e estrelas,De poemas e luas,Fico com os amores...

Os olhos abrem a alma.A boca, os sentimentos.Os beijos que o digam... Canto e não me espanto,Grito e acredito -Vontade é derramar felicidade! A música ecoa distante,Teus passos se aproximam -O coração sai pela boca Tudo novo, vida nova.Nesse diapasão:O mundo se abre

Do mar fiz um rendilhadoQue cobre feito franjaTeu corpo espraiado...

FELIZ NATAL E BOAS VINDAS AO NOVO ANO

Nem só de pau se faz uma canoa.As mãos obreirasDelineiam as rotas dos mares.

Nem só de cimento se faz a casa.O coração abertoTraz o amor para dentro dela.

Nem só de sexo se faz a cama.No antes e no depoisAs sensações de puro enlevo.

No dia a dia do fazer e do viverEsquecemos dos puros significadosDo eu, do outro, da vida.

Chegando o final do ano,As luzes se acendemE colorem todo o chão.

Nas barbas do Papai NoelPenduro meus sonhos E saio voando com eles.

Um novo NatalQue símbolo teria?Mãos dadas universais.

Eunice- Novembro/2013

SÍMBOLOS E SIGNIFICADOS

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Helena Santos

NATAL POBRE

No Natal da minha infânciaNão havia presentinho no sapatinhoMas a carta eu escreviaAo Menino Jesus que era quem os presentes traziaHoje quem traz é o Pai NatalMas não vejo que diferença fazDe manhã eu bem corriaIa ver o que pediraE a noite nem dormiraMas tristonha eu ficaraPorque nada me calharaSão muitas criançasAlguém me explicaraNo próximo recebes tuMas só podes pedir umResignada eu ficavaMesmo assim ainda choravaQueria tanto aquela bonecaAté lhe disse onde se compravaA carta foi enviadaSerá que não a recebeu Porque tinha de ser euA ficar para depoisMais um ano ficariaÀ espera de uma alegriaMas aquela linda bonecaMinha já nunca seria.

SIMPLESMENTE NATAL

É Natal…é alegriaHá brinquedos e docinhosSapatinhos ou meinhasOh Pai Natal traz muitas prendinhas

Numa Árvore coloridaCom bolinhas e fitinhasEstrelinhas a cintilarHá um Presépio de encantar

E a mesa uma tentaçãoHá comida com farturaDoces doces e mais docesNo Natal é uma loucura

É tão bom poder ter tudoMas não devemos esquecerQue há quem nem no NatalTem uma sopa com que se aquecer

[email protected]

SONHEI NATAL

Neste Natal todos terão um presenteCrianças desfavorecidaslindos brinquedosSem abrigoum tecto quentinhoFamílias necessitadasuma mesa fartaPaíses em guerrapaz num pacotecom um enorme laçaroteDoentes dores não terãosó alegria no coraçãoAnimais abandonados terão lares e alimentoporque chega de sofrimentoIrradia-se a arrogância, a maldadeo egoísmo e a ganância Ainda que seja só por um diaque seja especialQue nesse dia seja mesmo NATAL

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Ilda Pinto Almeida

O HOMEM DE CORAÇÃO COM MEL

Nasceu em BelémNasceuUm menino se nos deuEle éConcelheiro, príncipe da paz.Uma estrela aos magos guiouAté uma mangedouraPara o adorar os levou.Seu nome é sobre todo o nome,Esse nome é Jesus “REI DA GLÓ-RIA” Filho de um humilde carpinteiro. Foi subindo como renovoNuma terra secaFoi desprezado entre os homensVerdadeiramente ele levouSOBRE SI AS MINHAS DORESNos desertos e valesEle é como um farol que brilhaE me diz como navegar.No seu amorLevou-me a conhecer A beleza do mundoA viver feliz e a ser fiel.Nasceu , nasceu em BelémO Homem de coração com mel.

Ilda Pinto Almeida

NATAL

Olhei para o céu, E o céu grisalho estava.A neve cai... Como que sorrateiramenteDe leve do firmamentoA lareira acesa estáE a chama empolgante me aconche-ga do frioÉ a noite de Natal, que se anunciaA mais linda das noites...

Os corações das nações se aquecem,E as guerras se esquecemPara celebrar com alegria este gran-de dia.Noite natalícia...

Que alegria! que alegria!Que dia é este mavioso?Certo dia uma estrela, anunciou!E a luz brilhou...

Um menino nasceu,E seu nome é maravilhoso, príncipe da paz.A esperança nasceu:Suas mãos estendeu a um povo, gen-tio.A salvação chegouEle é forte, conselheiro, Pai da eter-nidade – EMANUEL

É natal, é natalOs anos do SenhorA esperança volveuO coração se alegrouA salvação se anunciouE asssim o natal se estabeleceu

Vamos todos entãoCelebrar com gratidãoO nascimento do Senhor

FELIZ VELHO NOVO ANO

São doze os mêses de cada anoQue sempre têm o mesmo nome Tudo isto ano após ano Desde que amanhece até que dorme

Uns dias trazem surpresasOutros , nem por isso assim E assim vamos envelhecendoDesde o primeiro dia, até ao fim

Sempre tudo começa de novoE tudo passa como o vôo d’uma an-dorinhaUm novo ano, se faz novoE o velho fica para trás Tudo isto num instante bem fugaz

Reluz a lembrançaDe novos sonhos , amor e pazOnde se dão abraços e beijosE uma nova aliança se faz

É um ano que acaba E um novo ano que começaNo coração nasce uma nova sílabaSem que nada se esqueça

Todas as coisas velhas passaramE outras novas hão-de virRenova-se a confiançaQue tudo no novo ano se irá cumprir

Nascem novos projectosEm brindes e abraços de esperançaSem saber o que o futuro trásOu qual será o amanhã de bonançaApenas desejando um novo anoReplecto de alegria, amor e paz.

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Manuel Manços

NATAL

Vinde ouvir a Boa Nova,Que um Anjo do Céu me deu:Numa Gruta abençoadaCristo, Redentor, nasceu!

Os sinos da minha aldeiaDeram agora as trindades.Ó tristes de todo o mundoVinde ouvir a novidade.

Ó pastores e camponeses,Os eleitos de Maria,Vós que tirais da terra,O pão nosso de cada dia.

Gente pura, gente honrada,Preparai vossos trenós,Confirmai a profecia,Que o Menino chama por vós.

Não temais a noite fria,A neve, a chuva e o vento,Porque o Salvador do MundoSofrerá sem um lamento.

NATAL

Brilhai estrelas no céu,Que a voz do Senhor, lá vem,Espalhando a Boa Nova:Nasceu Jesus, em Belém!

Ó Anjos do Céu, Benditos,Descei à Terra, Formosa,Trazei ao Menino agasalho,Dai a Maria, uma rosa.

Pastores e lenhadores,Entrai na Gruta Sagrada,Adorai o Deus Menino,Saí da rua gelada.

Seus olhos, Safiras de ouro,Brilham num amor divino,Numa rude manjedoura,Brinca tão Nobre Menino.

Ergue os pezinhos formosos,A boca sorri, sem dentes,Suas mãos vão acenando,Abençoando os viventes.

AQUI ONDE ME VÊEM

Aqui onde me vêemErgo a minha fronte, altivo,Sem me importar o desdém,De nenhum credo sou cativo.Aqui onde me vêemSinto-me alguém…Hoje é Natal,Nasceu um Menino em Belém!Pobrezinho, numas palhinhas deitadoSem uma camisinha, apenas,Pr’a se aquecer, o coitado.Aqui onde me vêemEu sou alguém,Não levem a mal,Sem ser nenhum Deuseu faço o Natal.Sou filho dum homemE pai de outros homens,Simples plebeus.Aqui onde me vêem,Do alto da minha altivez,Sinto-me alguém.Pulso a pulso,Passo a passo,Caminho altivo,Sem dever nada a ninguém.Aqui onde me vêem,Indiferente a rótulosOu perfis,Vejo ricos, falsáriosE alguns letrados,Crianças sujas,Velhos pedintes,(os mal amados). Eu esqueço a Bósnia,esqueço Timor,esqueço a fome, a guerra,não me julguem mal,só penso em brinquedos,bolas coloridas,um mundo de amor,porque hoje é Natal.E, amanhã,Quando o meu sonho acabar?...Caminharei altivo,Com o meu perfil,Mais vale torcer que quebrar!Lisboa, 6 de Dezembro de 1994

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SOLTA NO VENTO

Quero caminhar, Na neve mais alvaLivre, descalçaSolta no ventoCantar o solDesviar a névoaSentir o odorDo puro, lavadoDa alfazemaSingela, mas belaA beleza da rosaJá murcha pelo tempoBela ainda em contratempoEsquecer o ruídoDo andarilho, do maldizenteProcurar do AmorO Seu esplendorO brilho do VerdadeiroDo inteiro, do que não menteDo presente, do eternoPerene no coração e na menteNão atraiçoa, não magoaÉ leve, audaz, de tudo capazOuvir o riso cristalinoSolto de ironia e malvadezO gesto suave do amigoO ombro forte e aconcheganteA palavra sincera, transparenteSem dardo nem mordaçaCom rótulo visível na tezQuero abraçar a luaVoar no sonho, De mão dada contigoAlcançar a harmonia do belo e da poesia.

Maria Isabel F. da Cunha

PAZ E AMOR

Nego-me a ouvir ruídosFerem-me a sensibilidadeNão existo, voo e resistoLá em cima, danço com a luaOs duendes, as fadas, os príncipesAté o Pai Natal a mim se vem juntarQue linda e despreocupada a nossa dançaPedimos favor antes de entrarCada um tem o seu lugarO Universo é de todos Nada a usurpar nem invejarComo me sinto feliz, lá no altoHá braços e beijos a fartarSem malícia, sem falhas, apenas uma caríciaDe conforto e bem-estarSem fronteiras, raças, credos ou medalhasHá respeito e amizades verdadeirasAs nuvens em rodopioMassajam-nos docementeEnquanto os anjos, gentilmenteTocam melodias de encantarAgora que descobri aquele esconde-rijoNão quero outro lugarQuando tudo entra em reboliçoO barulho é impostorAbro as asas e lá vou euÀ procura de paz e AMOR!

Maria Isabel Fernandes da Cunha

NATAL

Natal é viverRenascerBrindar à vidaÀ amizade, famíliaUnião, comunhãoÉ festa, alegriaNa rua, no trabalho, no larÉ calor no coração

É partilha, doaçãoCom o amigo, o pai, o irmãoLembrar o desprotegidoDar-lhe o braço, dar-lhe a mão

Para além das luzes, da músicaDo Pai Natal, do pinheirinho, do presépioDa ceia, dos presentesVamos lembrar os ausentesOs doentes, os indigentes

Neste Natal eu queriaEm todos os corações jorrar alegriaVer sorrisos nos lábiosAbraços ternos, fraternosBrilho nos olhos de velhos e novosPara as crianças, além dos presentesOferecer-lhes uma sociedade mais justa e sinceraUm mundo novo, onde a paz fosse a estrelaDo pinheiro gigante a abençoar toda a TERRA.

Maria Isabel Fernandes da Cunha

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Maria La Salete Sá

NATAL

Juventude que proclamas Verdade,Juventude que proclamas justiça,Juventude que proclamas união...Sede sempre jovensE ergam bem alto A bandeira branca da Paz!

Juventude! O mundo é nosso!Ultrapassemos as nuvens poluídas da cidade!Cheguemos ao céu Onde não há pobreza,Onde não há corrupção!

Juventude! A vida é nossa!O Natal é de todosE a humanidade (seja ela qual for)Tem o direito de o viver Com calma e felicidade!

Ei-lo que aí vem! (falta tão pouco!...)Oh! Jovens! Temos tantos talentos!Façamos do nosso NatalUma verdadeira mensagem de Paz... ...e vejamos como se reflecte no mundo inteiro!

É Natal! É o Natal da criança,Do jovem,Do adulto...

Das grandes herdades,Dos bairros de lata...

Da paz das famílias unidas,Da tristeza nos olhares turvos da droga...

Mas é Natal!Seja Paz,Seja Verdade, Seja...

Uma verdadeira mensagem de AMOR.

AQUELE SOLAR, AQUELE CASEBRE

Naquele solar cheio de luz Onde velas de mil e uma cores Enchem todos os recantos Há alegria! Num canto, tão rico e iluminado, O presépio parece de sonho, De contos de fadas... Que lindo! Nesse solar cheio de luz Onde velas de mil e uma cores Enchem todos os recantos Há alegria... Mas nesse solar...ninguém vai à janela, Ninguém vê o casebre do fundo da rua... O Natal é só isso...Folia! E quando no solar À ceia se come do bom e do melhor No casebre faz-se a festa Com as poucas couves e batatas Guardadas para esse dia... Há ainda um naco de pão... As crianças olham-no e pensam Quem poderá comer o último boca-do... E o pobre pai lá o reparte “Comam todos...não há mais” Mas... enquanto nesse solar cheio de luz Onde velas de mil e uma cores Enchem todos os recantos Há alegria, uma alegria efémera, fictícia E que acabará de seguida, No casebre onde o frio entra impie-doso Há a mensagem de Paz e Amor Que o Menino Deus traz ao mundo Em cada Natal, em cada ano... E nesse casebre Não há luz de velas multicores, Não há presépio rico, Mas há a Luz Branca e Pura No presépio vivo da família.

De Maria La-Salete Sá (29-12-72)

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Maria Tavares

SONHO DE NATAL

Estava perto o Natal A noite estava fria Enquanto o menino sonhava Lá fora a neve caía

Sonhava com o Natal Aquele pobre menino Queria ter um presente Nem que fosse pequenino

Acenderia a lareira Iria á lenha ao mato E á noite ele poria Na lareira o seu sapato

Mas de repente ao olhar Para o seu pequeno pezinho Viu e com muito tristeza Não ter nenhum sapatinho

Maria Tavares

Vem comigo

Dá-me a tua mão vem comigo vamos ver o mar Respirar a brisa que dele vem Vês a lua como ela brilha nesta noite É o encanto dos namorados Sentiste o vento que soprou Isto foi o amor que nos chamou Dá-me a tua mão vem comigo Vamos ver o mar Ele beijou a areia e deixou a sua marca Beija-me deixa sentir o teu calor Vês como eu te amo amor Dá-me a tua mão vem comigo Vamos ver o mar Maria Tavares

A chuva caia Entre nuvens de algodão Em finos fios de prata No arvoredo da mata Onde eu caminhava Então ela suavemente Me molhou Suas gotas me beijaram E declararam Amor Lhe disse não poder amar E tive que explicar E lhe pedi por favor Para perguntar ao sol e á lua Se eu podia ser sua De dia sou filha do Sol Á noite sou filha da Lual E nada poder resolver Sem a sua decisão Porque o meu coração a eles pertencia Mas perdi meu coração E tive que confessar Que lhe ia entregar O meu coração para Amar

Maria Tavares

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