Revista Diabetes 70

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  • Diabetes 3

    Para alm da atividade assistencial que todos conhecem, e que tem sido ao longo dos quase 90 anos uma referncia nacional e internacional nos cuidados s pessoas com diabetes, a APDP desenvolveu h alguns anos, e merc de uma estreita colaborao com as universidades e centros do conhecimento, um programa ambicioso de investigao e estudos com a criao de um departamento especialmente dedicado.

    Est agora visvel o resultado desta forte aposta com o desenvolvimento de numerosos projetos em cincia bsica e clnica, alguns em colaborao com entidades nacionais e estrangeiras, publicaes em vrias revistas mdicas e numerosas apresentaes em congressos. Tendo como parceiro natural a Sociedade Portuguesa de Diabetologia, a APDP firmou recentemente com a Sociedade Espanhola de Diabetes um acordo que, espera-se, abrir portas a projetos comuns entre os dois pases e parcerias em concursos internacionais.

    Continuamos a tentar desenvolver intervenes no campo da preveno. No tem sido fcil e no abundam parceiros que queiram caminhar connosco em nome do interesse de todos. H, no entanto,

    que destacar uma entidade que desde o princpio se disps a abraar o mesmo projeto, a Fundao Calouste Gulbenkian. Com a sua inestimvel colaborao e apoio, iremos arrancar este ano o projeto Portugal Sem Diabetes, esperando que outras instituies da sociedade civil com responsabilidades sociais se juntem e tornem possvel, de uma forma eficaz, levar a todo o pas os benefcios deste programa.

    A Federao Internacional da Diabetes (IDF) lana este ano um alerta para o facto de que, em 2030, se no forem tomadas medidas apropriadas, uma em cada dez pessoas ter diabetes. A preveno da diabetes no passa por tomar comprimidos, o que tornaria talvez tudo mais fcil, mas por corrigir hbitos de vida prejudiciais ao nosso organismo e que temos assimilado muito rapidamente nestas ltimas dcadas.

    Neste contexto, a IDF, com as associaes locais, vai promover um plano integrado que, mobilizando a sociedade civil, estimula as cidades para se tornarem amigas dos hbitos de vida saudveis. A APDP est a trabalhar nesse sentido, tentando mobilizar todos os parceiros numa colaborao para benefcio da nossa populao. Uma boa Pscoa!

    APDPmobilizar a sociedade civil

    lus Gardete correia Presidente da aPdP

    em 2030, se no forem tomADAs meDiDAs AProPriADAs, umA em cADA Dez PessoAs ter DiAbetes.

    MENSAGEM DO PRESIDENTE

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    V ivemos numa poca da Medi-cina baseada na evidncia. Isto quer dizer que muitos de ns balizamos a prtica mdica em reco-mendaes resultantes de ensaios cl-nicos relevantes, tentando harmonizar a forma como se trata os doentes nos diversos cantos do globo. Tudo isto pa-rece fazer sentido, mas esta filosofia de abordagem no facilmente replicvel na prtica clnica. Quando passamos dos ensaios clnicos para o mundo real, outros factores entram em equao, como a adeso do doente e a acessibili-dade a tcnicas diagnsticas mais avan-adas ou frmacos mais dispendiosos. De nada servem as evidncias, se no as conseguirmos colocar no terreno, apli-cando-as aos que delas precisam.

    As razes para uma adeso terapu-tica inadequada so muitas. Questes econmicas, efeitos secundrios inde-sejveis, esquemas de tratamento com-plexos, que possam gerar confuso no doente. Talvez a principal, no entanto, seja a deficiente sensibilizao da pes-

    soa a ser tratada. O que reala a impor-tncia da educao teraputica.

    Porque trago aqui este assunto? Por-que a nossa casa tem esta temtica es-crita em tudo o que a sua Histria. E representa um exemplo desta forma de estar na rea da Sade. A Diabetes uma entidade clnica onde a abordagem centrada no doente se torna essencial. Cada vez mais preciso perceber que tratamos doentes e no doenas.

    H objectivos teraputicos para atin-gir, definidos pelas tais evidncias cien-tficas. Mas as pessoas com diabetes so diferentes umas das outras. Umas mais idosas, outras mais jovens, diferentes anos de durao da doena, comorbili-dades diversas. Para que as recomenda-es sejam vlidas na prtica, temos que educar os doentes. Faz-los entender que eles tambm fazem parte do proble-ma. Ter bom senso para saber at onde podemos chegar um dos grandes de-safios dos profissionais de sade. E na nossa Associao acreditamos nisso h quase 90 anos.

    editorial

    Pedro Matos editorPor opo do autor, o contedo da presente pgina no se encontra conforme as normas do Acordo Ortogrfico.

    DiabetesViVer em equilbrio

    Diretor Lus Gardete CorreiaeDitor Pedro MatosCoorDenao eDitorial Violante Assude

    Conselho CientfiCo Lus Gardete Correia, Joo Filipe Raposo, Joo Nunes Corra, Jos Manuel Boavida, Pedro Matos, Joo Nabais, Ana Mesquita, Lurdes Serrabulho

    seCretariaDo Carla Trincheiras, Cristina Silva e Snia Silvatel. 213 816 112 > fax 213 859 371e-mail [email protected] www.apdp.ptProPrieDaDeAPDP Associao Protectora dos Diabticos de Portugal

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    eDioGOODY S.A.Sede Social Avenida Infante D. Henrique, N 306, Lote 6, R/C 1950-421 LisboaTeL. 218 621 530Diretor Geral Antnio Nunesassessor Da Direo Geral Fernando Vasconcelos

    Diretora PubliCaes saDe Violante Assude e-mail [email protected] reDao Ana Margarida Marques, Iolanda Verssi-mo, Rita VassalreViso Catarina Almeida, Diana Rocha, Marta Pinho

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    DireoPresiDente: Lus Gardete Correia

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    aPDPOPINIO

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  • APDPRua do Salitre, 118-1201250-203 Lisboa, Portugal

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    Contribuir na luta contra a diabetes e suas complicaes

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  • CORREIO DO LEITOR

    Diabetes 9 Diabetes 9

    A diabetes ensina-nos a assumir que o nosso presente o nosso futuro.Catarina Oliveira Qual a sua modalidade

    preferida para praticar exerccio?Ginstica e dana. Mudou a vida para melhor. BeBiAnA AugustO, AlmOgrAve

    Caminhadas com passos acelerados. Nos ltimos trs meses obtive bons resultados, pois os nveis de acar baixaram com considerao, mas a luta conti-nua em busca de nveis cada vez mais baixos.luCiAnO CAChAA KumBuA, AngOlA

    Ando de bicicleta aos fins de semana (fao uns 40 quilmetros). De segunda sexta, tento ir duas vezes piscina.JOrge BernArDO

    o tnis. Pratico diariamente. Embora seja uma atividade um tanto exigente, vai-me ajudar a reduzir a acumulao de gorduras no organismo e a contro-lar melhor a diabetes.riCArDO miguel melO

    a corrida, em mdia, seis quilmetros por dia. Normalmente corro com msica. Ao fim de semana, com mais tempo e mais relaxado, posso fazer maio-res distncias. Participo em provas e meias-marato-nas. Correr, alm de me fazer sentir bem, faz parte do meu dia a dia! AnnimO

    PerguntA DA APDP

    PERGUNTA DA APDP PARA A PRXIMA EDIO:

    O que gOstAriA De muDAr nOs seus hBitOs AlimentAres?

    PArtiCiPe e PArtilhe A suA OPiniO:Envie-nos o seu testemunho ou resposta, com o seu nome completo, para o e-mail [email protected], ou por correio para a morada: Av. Infante D. Henrique n. 306, Lote 6, R/C 1950-421 Lisboa.

    A APDP reserva-se o direito de cortar e editar as cartas recebidas.

    viver COm DiABetes a tomada de conscincia da vida A diabetes representa, para mim, a tomada de conscincia da vida. Talvez seja uma viso espiritual de uma doena, mas foi como a reenquadrei positiva-mente na minha vida, e asseguro--vos de que sinto aquilo que es-tou a dizer. H tantas religies e correntes filosficas que nos ins-truem a viver o agora, forarmo--nos no momento e dedicarmo--nos totalmente a ele, o que se torna um desafio cada vez mais custoso numa sociedade em mu-

    dana cada vez mais acelerada, pela informao galopante que chega a ns a todo o minuto. Ge-rir a diabetes ter noo de que o presente aquilo que verdadei-ramente importa.

    Viver com diabetes aprender a absolver o dia a dia; compre-endermos com profundidade e totalidade que, em cada escolha e deciso, estamos a construir o nosso caminho. A diabetes en-sina-nos a assumir que o nosso presente o nosso futuro.

    Catarina Oliveira

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  • 10 Diabetes

    Um estudo de investigadores da Universidade de McGill, no Canad, concluiu que o facto de um cnjuge ter diabetes tipo 2 pode influenciar o aparecimento desta doena no outro elemento do casal. O trabalho, publicado na revista BMC Medicine, analisou os resul-tados de seis estudos, conduzidos em diferentes partes do mundo, que averiguaram como a diabetes tinha sido diagnosticada em 75.498 casais e ficou comprovado que havia um aumento de cerca de 26% no risco de desenvolver diabetes tipo 2 no caso de o cnjuge ter esta condio. Segundo os investigadores, esta relao explica-se pelo facto de muitos dos fatores de risco da diabetes, como os maus hbi-tos alimentares ou a pouca atividade fsica, serem muitas vezes parti-lhados por ambos os cnjuges.

    Uma parceria entre vrias equipas de investigadores conseguiu iden-tificar mutaes num gene que po-dem reduzir o risco de desenvolvi-mento de diabetes tipo 2, mesmo em indivduos que apresentam fatores de risco como obesidade e idade avanada. A investigao, publicada na revista Nature Ge-netics, estudou 1.500 indivduos com fatores de risco severos para a diabetes, mas que no tinham de-senvolvido doena e apresentavam nveis de glicose normais, e con-cluiu que a presena de uma cpia do gene SLC30A8 mutado reduz em 65% o risco de desenvolvimento da diabetes tipo 2 nesta populao.

    Diabetes viviDa pelo casal

    Gentica poDe Determinar risco De Diabetes

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    o custo mdio de embalagens de insulina e antidiabticos orais, segundo dados do Observatrio

    Nacional da Diabetes.

    23ATUALIDADE DIAbETEs

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    ePrivilegiar o uso de azeite na alimentao. que, segundo um estudo publicado nos Annals of Internal Medicine, os indivduos com eleva-do risco de desenvolver doenas cardacas con-seguem diminuir o risco de desenvolver dia-betes se adotarem uma dieta mediterrnea rica em azeite, mesmo sem restringir o consumo de calorias ou aumentar a prtica de exerccio fsico. Contudo, os investigadores da Universidade Rovira i Virgili, responsveis pelo trabalho, sublinha-ram a importncia de no descurar a prtica de exerccio fsico e o controlo de peso nesta trade de comportamentos que ajudam a prevenir o apa-recimento da diabetes tipo 2.

    EXPERIMENTE

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  • Diabetes 11

    o nmero de novos casos de diabetes tipo 1 diagnosticados em jovens at aos 14 anos em 2012, referem dados do Observatrio

    Nacional da Diabetes.

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    Um estudo desenvolvido por investigadores da Universidade de East Anglia e do Kings College de Londres, no Reino Unido, avaliou os benefcios do consumo de determinados grupos de flavonoides, nomeadamente as flavonas - que podem ser encontradas na salsa, tomilho e aipo - e as antocianinas, presentes nas bagas, uvas ver-melhas, vinho, vegetais e frutas de cor azul ou vermelha. As con-cluses, publicadas no Journal of Nutrition, demonstram que quem consome alimentos ricos nestes dois compostos tem um menor risco de desenvolver diabetes.

    O exerccio aerbico, em conjunto com a prtica de exerccios de for-talecimento muscular, reduz o risco de as mulheres desenvolverem diabetes, concluiu um estudo publicado na revista Plos Medicine. A investigao, conduzida por cientistas da Escola de Sade Pblica de Harvard, nos EUA, e da Universidade do Sul da Dinamarca, na Dina-marca, contou com a participao de mais de 99 mil mulheres que no tinham diabetes diagnosticada no incio do estudo. Ao fim dos oito anos do perodo de acompanhamento verificou-se que as mulheres que se-manalmente praticavam pelo menos 150 minutos de atividade aerbica e pelo menos 60 minutos de exerccios de fortalecimento muscular apresentavam uma reduo significativa no risco de desenvolvimento da diabetes, comparativamente com o grupo de mulheres inativas.

    Alimentos que diminuem o risco de ter diAbetes

    estudo sobre diAbetes e exerccio

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    O horrio de refeies do seu filho deve ser quando ele muito bem entender. essa a ni-ca recomendao que posso dar-lhe, tanto do ponto de vista da medicina como do senso co-mum. Os adultos e as crianas mais crescidas s regulam as suas refeies por um horrio porque as nossas obrigaes nos impedem de comer quando queremos.Pergunte ao Pediatra, Carlos Gonzlez, Pergaminho

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  • 12 Diabetes

    ATUALIDADE DIAbETEs

    Uma investigao conduzida por cientistas do Hospital Universitrio de Frankfurt, na Alemanha, concluiu que os indivduos com diabetes tipo 2 que tm doenas da tiroide desenvolvem mais rapidamente a necessida-de de utilizar insulina. Depois de terem analisado cerca de 2 mil doentes, os investigadores verificaram que os indivduos cujo diagnstico de doena da tiroide havia precedido o diagnstico de diabetes tipo 2 necessitaram de iniciar a terapia com insulina significativamente mais cedo do que os in-divduos que tinham sido diagnosticados primeiro com diabetes e s depois receberam diagnstico de problemas na tiroide.

    Doenas Da tiroiDe aceleram necessiDaDe De insulina

    Investigadores da Universidade de Cam-bridge, no Reino Unido, acompanharam durante 11 anos mais de 3.500 indivdu-os para averiguar o papel dos produtos lcteos no desenvolvimento da diabetes. As concluses do trabalho, publicadas na revista Diabetologia, demonstraram que os participantes que consumiam do-ses elevadas de produtos lcteos fermen-tados com baixo teor de gordura como os iogurtes, queijo fresco e requeijo com baixo teor de gordura apresentaram um risco 24% menor de desenvolver diabetes, comparativamente com os no consumido-res. E aps terem analisado separadamente os produtos lcteos fermentados com baixo teor de gordura, os investigadores verifica-ram que quem consumia em mdia quatro iogurtes e meio por semana tinha um risco 28% menor de desenvolver diabetes.

    iogurtes poDem reDuzir risco De Diabetes tipo 2

    Uma investigao que acompanhou mais de 1.400 pessoas com mais de 80 anos concluiu que quem desenvolve diabetes ou hipertenso na meia-idade tem maiores probabilidades de sofrer danos cerebrais que podem conduzir a problemas de memria. Esta a concluso de um trabalho desenvolvido por investigadores da Clinica Mayo, nos Estados Unidos da Amrica, que foi publicado no jornal Neurology. Segundo os cientistas a diabetes pode enco-lher o crebro durante um longo perodo de tempo, reduzindo o tamanho das reas cruciais como o hipocampo, que desempenha um papel importante na memria de curto e longo prazo. Alm disso, diabetes e presso arte-rial elevada parecem tambm aumentar o risco de microderrames e outros danos aos vasos sanguneos que alimentam o crebro levando ao desenvol-vimento de problemas de memria caractersticos dos casos de demncia.

    Diabetes poDe conDuzir a problemas De memria

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    6,3 o nmero mdio de dias que dura um internamento causado pela diabetes segundo dados

    do Observatrio Nacional da Diabetes.

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  • Novo Nordiskmudar o futuro da diabetesMudar o futuro da Diabetes o compromisso da Novo Nordisk. Queremos estar mais atentos, queremos aprender e queremos olhar para alm do tratamento e, assim, ir ao encontro das necessidades das pessoas e das famlias que vivem com diabetes.

    Changing Diabetes a nossa forma de apoiar as pessoas a gerir e a viver com a diabetes. Hoje e amanh.

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    ROGRIO SILVAPortugalO Rogrio tem diabetes tipo 2D

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  • 14 | Diabetes

    Um estudo do Fundo Mundial de Investigao do Cancro concluiu que as mulheres com excesso de peso ou obesas correm maior risco de desenvolver cancro do ov-rio comparativamente com as mulheres com peso considerado saudvel. As con-cluses surgem depois de os investigadores terem feito uma reviso de 25 estudos que envolveram cerca de quatro milhes de mulheres, onde ficou demonstrado que por cada cinco pontos adicionais no ndice de massa corporal (IMC), as mulheres apresentavam aumento de cerca de 6% no risco de desenvolvimento do cancro do ovrio. O trabalho demonstrou ainda que as mulheres com um IMC superior a 28,4 kg/m2 apresentavam um risco significativamente maior de desenvolver can-cro do ovrio, comparativamente com as mulheres com um IMC mais baixo.

    Ganhe um minuto, ganhe uma vida a mensagem de um estudo levado a cabo por investigadores da Universidade de Melbourne, na Austrlia. O lema resulta das concluses do trabalho que aponta para que cada 15 minutos de atraso na ad-ministrao de um anticoagulante rouba, a um paciente que sofreu um acidente vascular cerebral (AVC), cerca de um ms de vida saudvel, defende o trabalho publicado na revista Stroke. O tratamento para o AVC isqumico deve ser admi-nistrado at quatro horas e meia depois do incio dos sintomas, mas esta investi-gao vem demonstrar que quanto mais cedo o doente for tratado maiores so as possibilidades de ficar sem sequelas.

    Obesidade aumenta riscO de cancrO dO OvriO

    avc deve receber tratamentO precOce

    18% a taxa de crescimento

    mdio anual das vendas de antidiabticos orais entre 2003 e 2012 segundo dados do Observatrio Nacional da Diabetes.

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    Beber caf para melhorar a memria. Esta bebida, to enraizada nos hbi-tos portugueses, parece ter um papel importante na preservao da mem-ria, foi a concluso a que chegou um grupo de investigadores da Univer-sidade de Johns Hopkins, nos EUA. A equipa ofereceu, a indivduos que no bebiam ou comiam produtos com cafena, um placebo e a outro grupo 200 miligramas de cafena, cinco mi-nutos aps terem visualizado vrias imagens. Passadas 24 horas, o grupo que tinha ingerido cafena reconhe-ceu mais imagens demonstrando que a cafena tem um efeito especfico na reduo da perda de memria.

    EXPERIMENTE

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    eATUALIDADE bEm-EsTAr

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  • Diabetes 15

    132.525Nmero de doentes sados dos internamentos com

    diabetes nos hospitais do Servio Nacional de Sade, segundo dados do Observatrio Nacional da Diabetes.

    Dois estudos, um britnico e outro coreano, apresentaram evidncia dos be-nefcios da ocitocina no tratamento da anorexia nervosa. Esta hormona, liber-tada naturalmente durante as relaes afetivas, incluindo sexo, parto e ama-mentao, tem sido usada em forma de produto sintetizado no tratamento de vrias doenas psiquitricas como a anorexia. Um dos estudos, publicado na revista Psychoneuroendocrinology, apurou que os pacientes com anorexia que tinham tomado ocitocina prestavam menos ateno s imagens de alimentos e s partes do corpo com gordura. No outro trabalho, publicado na revista Plos One, aps a toma de ocitocina, os participantes tendiam a centrarem-se me-nos nas expresses negativas.

    OcitOcina ajuda atratar anOrexia

    tabagismO nas mulheres aumenta

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    O estudo E-Cor, realizado por investiga-dores da Escola Nacional de Sade Pbli-ca revelou que o aumento do consumo de tabaco entre as mulheres preocupante. Segundo os dados apurados, em 2008, os registos da Direo-Geral de Sade (DGS) apontavam para uma percentagem de 9,5% de mulheres fumadoras, sendo que os dados atualizados pela ENSP apu-raram uma percentagem de 17% de mu-lheres fumadoras. Estes nmeros foram considerados assustadores por Mafalda Bourbon, coordenadora do estudo E-Cor, em declaraes agncia Lusa. O traba-lho revelou tambm que a este cenrio se junta muitas vezes a toma de contraceti-vos orais e de excesso de peso, fatores que aumento o risco de doenas cardiovascu-lares nas mulheres.

    A produo biolgica j no uma op-o, uma necessidade. Se quiser obter alimentos saudveis e conseguir que o seu jardim seja um osis de fertilidade, deve respeitar o ambiente, terra e todos os organismos benficos que nela vi-vem.

    Uma Horta para Ser Feliz, Marc Estvez Casabosch, Arte Plural Edies

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  • 16 Diabetes

    Uma equipa internacional liderada por Henrique Veiga Fernandes, do Ins-tituto de Medicina Molecular de Lisboa, descobriu que a ausncia total de vitamina A durante o desenvolvimento do feto impede a formao normal dos gnglios linfticos, peas importantes do sistema imunitrio. O artigo, publicado na revista Nature, demonstra que a fraca ingesto desta vitamina, presente em alimentos como cenouras, espinafres ou batatas-doces, duran-te a gravidez, compromete a maturao final das clulas indutoras do tecido linftico para a qual necessria a presena de cido retinoico, um compos-to que o corpo produz a partir da vitamina A, noticia o jornal Pblico.

    Vitamina a Vital para sistema imunitrio dos bebs

    Introduzir na alimentao a ingesto fre-quente de morangos, especialmente se ti-ver os nveis de colesterol LDL elevados. que um estudo publicado no Journal of Nutritional Biochemistry comprovou que o consumo desta fruta diminui os nveis do chamado mau colesterol e os nveis de triglicerdeos, ambos considerados fatores de risco para o aparecimento de doenas cardiovasculares. Trabalhos feitos anterior-mente j tinham demonstrado a capacidade antioxidante dos morangos, mas este estu-do da Universidade Politcnica de Marche, na Itlia, e da Universidade de Salamanca, em Espanha, concluiu que este fruto tam-bm ajuda a diminuir os nveis de colesterol, mantendo os valores do bom colesterol, o HDL, demonstrando ter um papel protetor nos fatores de risco cardiovascular.

    7So os anos potenciais de vida perdidos por diabetes

    segundo dados do relatrio do Observatrio Nacional da Diabetes.

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    Numa fase inicial da vida, em que ainda estamos a formar a nossa personalida-de, a autoestima est em construo. Se tivermos os materiais e as ferramentas adequadas, ela cresce forte e segura. Se colocarmos alguns tijolos partidos, ento no h estrutura que aguente.

    Dieta das Princesas, Catarina Beato, Marcador

    EXPERIMENTE

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  • Diabetes 17

    Um estudo publicado no jornal The Lancet Diabetes & Endocrinology vem demonstrar que os sumos de fruta podem ser to prejudiciais para a sade quanto os refrigerantes devido ao elevado teor de acar. A investigao, conduzida por cientistas da Universidade de Glasgow, na Esccia, concluiu que os sumos de fruta possuem uma densidade energtica e um teor de acar semelhante a outras bebidas aucaradas, possuindo ainda uma quan-tidade bastante menor de fibras do que a fruta antes de ser transformada em sumo. O trabalho realizado parece demonstrar que, ao contrrio da fru-ta slida, cujo consumo est associado a um risco reduzido ou neutro de diabetes, um consumo elevado de sumo de fruta parece elevar o risco de desenvolver a doena.

    SUMO DE FRUTA PODE SER PREJUDICIAL

    Os investigadores da Universidade de Wa-geningen, na Holanda, descobriram por que motivo o chocolate pode ser benfico para o corao. A equipa chegou a esta con-cluso depois de ter acompanhado 44 ho-mens de meia-idade, com excesso de peso, durante dois perodos de quatro semanas, ao longo do qual consumiram 70 gramas de chocolate negro por dia. Segundo a inves-tigao, publicada no The FASEB Journal, os componentes do chocolate negro aju-daram a restaurar a flexibilidade das art-rias e a impedir que os leuccitos adiram s paredes dos vasos sanguneos. A rigidez arterial e a adeso dos leuccitos so con-sideradas fatores de risco para o desenvol-vimento da aterosclerose.

    Uma investigao realizada por investigadores da Universidade do Sul da Califrnia, nos EUA, concluiu que uma dieta rica em protenas de origem animal aumenta em quatro vezes o risco de as pessoas morrerem de cancro, um fator de risco de mortalidade comparvel ao do tabagismo. O estudo, publicado na revista Cell Metabolism, teve a durao de cerca de duas d-cadas e demonstrou que quem ingere grandes quantidades de protenas de origem animal como a carne, o leite e o queijo tem um risco 74% maior de morrer por qualquer causa, comparativamente com aqueles que ingeriam baixas quantidades deste tipo de protenas. Estes apresentavam tambm um risco substancial de morrer de diabetes.

    CHOCOLATE BENFICO PARA O CORAO

    PROTENA ANIMAL TO PREJUDICIAL COMO O TABACO 23,5%

    a percentagem que a populao com diabetes

    representa na letalidade intra-hospitalar em 2012, segundo

    dados do Observatrio Nacional da Diabetes.

    D

    ream

    stim

    e

    17_Actualidade Nutricao.indd 17 21/04/14 15:51

  • 18 | Diabetes

    7,1% a prevalncia da diabetes no diagnosticada no sexo masculino em 2013 segundo dados do Observatrio

    Nacional da Diabetes.

    Comear a fazer exerccio depois dos 55 anos tem efeitos benficos na circu-lao sangunea cerebral e na memria. Esta a concluso a que chegou um estudo realizado pela Universidade do Texas, nos EUA, que avaliou indivduos entre os 57 e os 75 anos. O trabalho, publicado no jornal Frontiers in Aging Neuroscience, submeteu parte do grupo a exerccios aerbicos trs vezes por semana durante trs meses que, comparando com os elementos que se man-tiveram sedentrios, registou um aumento do fluxo nas regies-chave da cog-nio, nomeadamente ao nvel do hipocampo. Os investigadores concluram que a prtica de exerccio, nomeadamente aerbico, revelou-se um regime de baixo custo para melhorar processos cognitivos como a memria e as funes executivas, tanto em pessoas de meia-idade como em adultos mais velhos, l--se na notcia do portal www.boasnoticias.sapo.pt.

    ExErccio fsico mElhora a mEmria

    ExErccio matErno protEgE corao do bEb

    D

    ream

    stim

    e

    Um estudo conseguiu comprovar que o exerccio praticado durante a gravidez apresenta benefcios para o beb at idade adulta. A investigao, feita em conjunto pela California State University San Mar-cos, nos EUA, e pela Universittsmedizin Greifswald, na Alemanha, concluiu que o exerccio materno regular durante a gravi-dez ajuda na programao das artrias do beb e pode ter implicaes importantes na preveno de doenas cardiovasculares at na fase adulta. Os investigadores traba-lharam em modelos animais e querem ago-ra realizar investigaes em humanos para conhecer melhor este mecanismo e, assim, conseguirem criar recomendaes precisas e baseadas em evidncias para o exerccio durante a gravidez, l-se na notcia do por-tal www.boasnoticias.sapo.pt.

    Evitar leses crucial para todos os cor-redores que buscam a regularidade, mas obrigatrio para corredores seniores. Um tempo de recuperao alargado pela idade significa que uma inflamao no tendo de Aquiles que, na casa dos 20, poderia durar 48 horas, se arrastar agora durante semanas.

    Correr - Tudo o que Precisa Saber sobre Corri-da, Scott Douglas, Self PT

    ATUALIDADE ExErccIo

    18_Actualidade Exercicio.indd 18 21/04/14 15:51

  • Diabetes 23

    w Com a orientao tcnica de Antnio Fortuna, Professor de Educao Fsica APDP w

    Leve o peito na direo da parede e de seguida deve empurr-la at posio inicial.

    EXERCITE OS PEITORAIS

    TREInE OS AbdOmInAIS:

    De barriga para baixo com pernas fletidas e ps assentes no cho.

    Coloque as mos na nuca sem fazer presso e afaste os ombros do tapete atravs da flexo de tronco.

    mELHORE A POSTURA E mOdELE A bARRIGA

    QUAnTO EXERCCIO dE FORA dEVO FAZER?

    A TER Em COnTADurante a realizao dos exerccios, deve deitar o ar fora na altura em que faz mais fora e inspirar logo de seguida.

    Faa 2 sries de 8 a 12 repeties

    por exerccio

    Realize os exerccios 2 a 3

    vezes por semana em dias no consecutivos

    EmPURRE E AFASTE-SE:

    Os ps devem estar afastados da parede e largura dos ombros.

    As mos devem estar na parede, altura do peito, afastada para alm dos ombros.

    22-23_Mexa-se2.indd 23 21/04/14 15:53

  • 30 Diabetes

    CONSULTRIO

    frequente as pessoas com diabetes referirem uma associao entre o seu estado de humor e o controlo da diabetes. Curiosamente, esta associao parece funcionar nos dois sentidos h pessoas que referem que os nveis de acar no sangue sobem em alturas de stresse (nervos), irritao ou conflituosidade (menos frequentemente, h pessoas que referem que nestas situaes os valores podem descer); mas h tambm pessoas que referem que quando tm os valores de acar no sangue mais altos ficam diferentes: mais irritveis, mais sonolentas. No caso das hipoglicemias (valores demasiadamente baixos de acar no sangue) esta relao mais conhecida. Quando os valores do acar no sangue esto a descer, o nosso sistema nervoso (o nosso crebro) tem falta do seu principal combustvel e, por isso, desencadeia um conjunto de reaes de alerta para tentar compensar esta descida: sensao de fome intensa, intranquilidade, palpitaes. Mas, por vezes, nestas situaes, h um funcionamento alterado e as pessoas podem ter situaes de conflituosidade (tornam-se agressivas) ou de desinibio (com comportamentos socialmente inadequados). A maior dificuldade encontrar uma relao de causa-efeito entre o estado de humor e os nveis elevados de acar no sangue,

    porque podemos ter alguns ciclos viciosos.Quando estamos em stresse, produzimos

    um conjunto de hormonas que tm ao contrria da insulina e favorecem a subida dos valores do acar no sangue. Mas, por outro lado, tambm nestas ocasies que estamos menos disponveis para aderir da melhor forma ao tratamento (alimentao, atividade fsica, comprimidos ou insulina) e , por isso, normal que, deste modo, tambm os valores subam nesta altura.

    A outra relao j descrita entre depresso e diabetes. Encontramos nveis de depresso

    e traos depressivos de personalidade, com frequncia aumentada, nas pessoas com diabetes e por vezes tambm associada a um pior controlo. Pode, tambm aqui, ser difcil conhecer o incio da histria, dada a estreita relao entre comportamento alimentar e excesso de peso e obesidade, e desta com a diabetes. Fatores como o excesso de peso, obesidade e diabetes, por si, podem condicionar tambm uma maior dificuldade de aceitao do prprio, com reforo dos componentes depressivos do seu comportamento.

    A diabetes tipo 2 pode afetar o meu humor?

    stresse e insulinA

    Pergunta enviada por e-mail

    Joo Filipe raposo, Diretor clnico da APDP,responde:

    h PessoAs que reFerem que os nveis De AcAr no sAngue sobem em AlturAs De stresse

    30-32_Consultorio.indd 30 21/04/14 15:58

  • Diabetes 31

    As bebidas alcolicas so totalmente desaconselhadas em algumas situaes, como a menores de 18 anos, a mulheres grvidas ou a amamentar, em algumas doenas (pancreatite, doenas do fgado, entre outras), ou por interferirem com medicamentos. Por isso, fundamental informarse junto da sua equipa de sade. Se no houver contraindicao mdica, os adultos podem beber com moderao, o que significa um mximo de 2 doses por dia, para os homens, e 1 dose por dia, para as mulheres (1 dose= 1 copo de 150 ml de vinho ou uma cerveja de 330 ml). Uma ingesto superior a estas doses pode provocar leses em vrios rgos.

    A ingesto de lcool no baixa a glicemia, mas bloqueia mecanismos fisiolgicos que diminuem o risco de hipoglicemia. Assim, as pessoas com diabetes que fazem insulina ou tomam alguns tipos de medicamentos para a diabetes (por exemplo, sulfonilureias) devero ter alguns cuidados com a ingesto de bebidas

    As pessoas com diabetes podem ingerir bebidas alcolicas?

    lcOOl e diAbetes

    Pergunta enviada por e-mail

    Ana lopes Pereira, Nutricionista da APdP, responde:

    muitO imPOrtANte que A iNgestO de bebidAs AlcOlicAs sejA AcOmPANhAdA de AlimeNtOs cOm hidrAtOs decArbONO e NuNcA deestmAgO vAziO.

    alcolicas, para evitar a ocorrncia de hipoglicemias graves, que podero acontecer muitas horas aps a sua ingesto. muito importante que a ingesto de bebidas alcolicas seja acompanhada de alimentos com hidratos de carbono e nunca de estmago vazio. Alm disso, como o lcool dificulta o reconhecimento das hipoglicemias, aconselhase uma medio mais frequente da glicemia, para prevenir ou tratar atempadamente eventuais hipoglicemias.

    30-32_Consultorio.indd 31 21/04/14 15:58

  • 32 Diabetes

    Quando falamos dos sintomas que as pessoas com diabetes tm no momento do diagnstico, estamos normalmente a pensar nas pessoas com diabetes tipo 1. Neste caso, as crianas e jovens ( nesta idade que aparece mais frequentemente a diabetes tipo 1) que estavam bem de sade comeam, de modo sbito, a urinar muito, a ter muita sede e muita fome, a emagrecer e normalmente tambm com queixas de cansao e dificuldade de concentrao. Estes sintomas comeam rapidamente, porque na sequncia de uma rpida destruio das clulas do pncreas que produzem insulina, os nveis de acar no sangue sobem muito rapidamente. O organismo, com a falta de insulina, no pode utilizar o acar e elimina-o, dissolvido em gua (e por

    isso se urina muito). Para compensar esta perda de gua, as pessoas tm de beber muita gua (e da a sede intensa). Como o acar no utilizado ( o nosso principal combustvel), as clulas tm fome e por isso as crianas e os jovens tm uma fome intensa, mas continuam a emagrecer. , portanto, uma situao que desperta a ateno dos prprios e de quem esteja perto deles.

    A diabetes tipo 2 tem, normalmente, um incio muito mais lento, o que permite que haja uma maior adaptao da pessoa aos nveis elevados de acar no sangue. O que acontece que as pessoas tm maior resistncia ao da sua insulina (como se ela tivesse menos atividade), que est associada ao excesso de peso e obesidade. Quando o pncreas no consegue produzir mais insulina para compensar este defeito, os nveis de acar comeam a subir lentamente provavelmente ao longo de anos. por este motivo que as pessoas no referem normalmente queixas associadas diabetes no valorizam o acordar de noite para urinar ou ter a boca seca (sinal de desidratao). Por isso, importante fazer anlises regularmente, para que a diabetes no seja diagnosticada j perante a existncia de complicaes.

    H, no entanto, situaes em que os

    sintomas aqui descritos podem aparecer s pessoas com diabetes tipo 2. So, geralmente, pessoas que, ou tm valores de acar no sangue j acima do normal, mas ainda no de diabetes, ou j com diabetes, mas ainda no diagnosticada, e que tm uma infeo (urinria ou respiratria as mais frequentes) ou uma situao de stress intenso (por exemplo, uma cirurgia). Nestas situaes, as necessidades de insulina do organismo sobem muito depressa e no conseguem ser compensadas pela existncia do defeito do pncreas j existente. Neste caso, os nveis de acar sobem muito rapidamente e as pessoas podem ter sintomas muito semelhantes aos das pessoas com diabetes tipo 1.

    A diabetes tipo 2 pode desenvolver-se repentinamente?

    sintomAs e vigilnciA

    Pergunta enviada por e-mail

    Joo Filipe Raposo, Diretor clnico da APDP,responde:

    imPoRtAnte FAzeR Anlises RegulARmente, PARA que A DiAbetes no seJA DiAgnosticADA J PeRAnte A existnciA De comPlicAes.

    CONSULTRIO

    30-32_Consultorio.indd 32 21/04/14 15:58

  • COMPREENDER A DIABETES COMPLICAES

    34 Diabetes

    A diabetes uma doena definida por elevados nveis de acar no sangue (glucose). Todas as clulas humanas precisam de glucose para funcionar, mas quando esta excessiva, os tecidos sofrem danos. A glucose, que sintetizada a partir de hidratos de carbono, o combustvel das clulas.

    Diabetes

    1 Controlo Devem ser mantidos nveis normais de glucose, o que requer uma vigi-lncia diria. A diabetes de tipo 1 exige injees de insulina dirias; a diabetes de tipo 2 requer medicao por via oral e al-gumas pessoas podem at tomar insulina. Em ambos os tipos de diabetes fundamen-tal uma mudana de comportamento.

    2 Hbitos saudveis Nos dois tipos de diabetes necessrio manter hbitos saudveis. No fume, mantenha um peso adequado e um plano alimen-tar e de atividade fsica equilibrado. Caso contrrio, ser impossvel controlar a glucose no sangue.

    3 Preveno de complica-es O tratamento da diabetes essencial para prevenir complicaes, que so irreversveis e podem resultar em incapacidades e at a morte.

    4Doenas associadas A hiperglicemia crnica po-de dar origem a retinopatia, nefropatia, neuropatia, cardiopatia isqumica, doena vascular cere-bral, doena vascular perifrica. E a diabetes de tipo 1 tambm responsvel por uma maior incidn-cia de doenas autoimunes.

    tRataMeNtO

    Controlo da glucoseO pncreas um rgo fantstico, pois cumpre a funo essencial de manter nveis adequados de glucose no san-gue libertando duas hormonas: a insulina e o glucagon.

    34-35 Complicacoes.indd 34 21/04/14 15:57

  • Diabetes 37

    como posso prevenira gengivite?Saiba qual a importncia de manter uma boa sade oral e os sinais de alerta que podem estar na origem da gengivite.

    cUiDaDos na DiaBetes e na saDe oraLA pessoa com diabetes est sujeita ao mesmo tipo de patologia oral do que qualquer outra pessoa. No en-tanto, a combinao da doena oral e da diabetes pode tornar-se uma situao mais problemtica, sendo im-portante a colaborao entre o diabetologista, a pessoa com diabetes e o dentista.

    gengivite a aLterao oraL mais comUm A gengivite a alterao oral mais frequente na pessoa com diabetes. Normalmente esta patologia est as-sociada inadequada higiene oral. As gengivas ficam vermelhas, brilhantes e inflamadas e sangram ao m-nimo contacto, podendo mesmo formar lceras.

    proBLemas FreQUentes Da gengivite Em caso de gengivite, importante consultar o seu mdico dentista. Uma gengivite no tratada pode ori-ginar problemas graves como situaes de abcessos, inflamao ssea com perda de osso, que culminam, frequentemente, em perda de peas dentrias, mesmo sem dor. Estas situaes so agravadas pela acumula-o constante de trtaro e de formao de placas bac-terianas.

    QUais so os principais sinais De aLerta?Deve consultar o seu dentista se notar os seguintes sinais de alerta: Gengivas aumentadas de volume ou vermelhas; Pus na boca ou entre os dentes; Placas esbranquiadas nas gengivas; Dores de dentes quando ingere alimentos frios,

    quentes ou doces; Cries na superfcie lisa dos dentes; Alteraes na articulao e encaixe entre arcadas

    dentrias.

    como proteger os seUs Dentes?Controle os seus nveis de glicemia. Mantendo um bom controlo da diabetes, reduz ao mnimo o risco de aparecimento de doena oral.

    Mantenha os seus dentes tratados e limpos: Visite o dentista periodicamente, de seis

    em seis meses; Lave os dentes pelo menos duas vezes por dia; Use uma fita dentria, diariamente; Lave a superfcie da lngua; Mude a escova de dentes a cada trs

    ou quatro meses.

    w Adaptado do Livro da APDP "Diabetes tipo 2 - Um guia de apoio e orientao" w

    36-37 Controlo e Vigilancia.indd 37 22/04/14 17:37

  • 38 Diabetes

    COMPREENDER A DIABETES GESTO DA DOENA

    ESTRATGIAS PARA DEIXAR DE FUMAR

    conTAR hIDRAToS DE cARbono

    bEnEFcIoS DE DEIXAR DE FUMAR

    Determine uma data para deixar de fumar para ajudar a estabelecer um compromisso.

    Anuncie s pessoas que lhe so mais prximas que vai deixar de fumar, para que possa receber apoio e motivao.

    Faa uma lista de objetivos sobre as motivaes que pode ter para deixar de fumar. Mantenha-a prxima de si.

    Faa uma alimentao saudvel e exerccio fsico para o ajudar a manter-se mais calmo e evitar o ganho de peso.

    Procure atrasar o primeiro cigarro do dia e evite as situaes rotineiras em que normalmente fuma.

    Tenha em conta a hiptese de uma recada e concentre-se no momento atual.

    Pea o apoio e o aconselhamento equipa de sade que o acompanha, que pode ser decisiva para o seu xito.

    1

    2

    3

    4

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    6

    A TER EM conTAO tabagismo considerado uma doena crnica, tal como a diabetes.

    A diabetes uma doena muitas vezes associada a outros problemas de sade, como a hipertenso e a obesidade, que sero agravados por causa do hbito de fumar.

    Os hidratos de carbono (HC) so a principal fonte de energia do corpo e devem ser contabilizados, pois influenciam a glicemia. Um nutricionista/dietista poder ajudar a determinar qual o nmero de por-es de HC dirias recomendadas em cada caso.

    Uma banana pequena + 200 ml de leite + trs bolachas maria = trs pores de hc

    Um iogurte magro e sem acar + cinco tostas = trs pores de hc

    200 ml de leite + seis colheres de sopa de cereais ricos em fibra = trs pores de hc

    Aps3 meses

    a funo pulmonar aumenta em

    30 %

    Aps

    24 horasdiminui

    o risco de ter um enfarte do

    miocrdio

    1

    2

    Leite cereaiscom

    Fruta, leite e bolachas

    w por Lcia Narciso, Dietista APDP w

    7

    200 ml de leite + seis colheres de sopa de cereais ricos em fibra = trs pores de

    Leite cereaisLeite comLeite

    Um iogurte magro e sem acar +

    Uma banana pequena + 200 ml de leite + trs bolachas maria = trs pores de hc

    Fruta, leite Fruta, leite eFruta, leite bolachasFruta, leite bolachasFruta, leite Fruta, leite eFruta, leite bolachasFruta, leite eFruta, leite

    Iogurte e tostas

    38_gestao da doena.indd 38 21/04/14 16:02

  • Diabetes 41

    Ensinar matemtica foi a sua profisso durante alguns anos. Foi tambm presidente do Conselho Diretivo no Liceu Cames, em Lisboa. Eu adorei, porque virmos a escola do avesso, conta Maria do Loreto Pinto de Paiva Couceiro. Nunca teve o objetivo de seguir a carreira acadmica, mas acabou por fazer um doutoramento. A minha vida profissional e no profissional foi-se desenrolando medida das necessidades e dos interesses que me apareciam e a que eu queria dar resposta. Por causa da sua atividade como investigadora no campo das histrias de vida, um dia convidada pela Associao Protectora dos Diabticos de Portugal (APDP) para colaborar num programa de formao com pessoas de reas disciplinares relacionadas com a diabetes.

    Curiosamente, por essa mesma altura diagnosticada a diabetes tipo 2, e desde ento a seguida pelo seu mdico. Entusiasta, bem-disposta, perfeccionista, Maria do Loreto partilha a sua experincia relacionada com a diabetes.

    Qual pensa ser o papel do Estado na luta contra a diabetes?O papel do Estado fundamental na preveno da diabetes. Acho que deve

    ser dada muita ateno questo da alimentao das crianas, mas no s, acho que h tambm um enorme risco na sedentarizao que muitos vivem na cidade. Nomeadamente, as crianas passam o tempo sentadas com os aparelhos [tecnolgicos], deixaram de ter jogos, de brincar, de correr, de andar s escondidas... Evidentemente que para algumas isso quase utpico porque vivem metidas em cubculos.

    Como podem as crianas ser estimuladas a mudar as atitudes?H toda uma poltica de criao de parques infantis (que felizmente j comeam a crescer), de jardins, de espaos verdes. Hoje em dia eu fico impressionada com as crianas que no fazem outra coisa do que estar a olhar para a televiso. Deveria haver conscincia por parte dos pais, da

    A AUTOEDUCAO fUnDAmEnTAlmaria do loreto sublinha a importncia de as pessoas terem mais conscincia de si e do seu corpo e de aprenderem a fazer uma autogesto da sua prpria diabetes.

    H uma autoformao da pessoa para gerir o seu prprio processo que muito importante.

    w Texto: Ana Margarida Marques w fotografia: Jorge Baptista w

    AcHo que deve ser dAdA MuitA Ateno questo dA AliMentAo nAscriAnAs.

    40-43 Entrevista.indd 41 21/04/14 16:03

  • escola e do Estado, nomeadamente no que diz respeito ao que se vende nas cantinas escolares.

    Que aes devem ser tomadas quanto diabetes nos adultos?Acho que cada pessoa adulta que gere a sua prpria diabetes e que deve aprender a ser capaz de perceber o que se passa em si, os seus prprios sintomas, o que pode ir ou no alterando e quando necessrio ir ou no ao mdico [que quem orienta e d apoio]. Acho que isto fundamental. extremamente importante esta autoeducao para gerir a sua prpria diabetes.

    importante que a pessoa tome o controlo da sua doena?Exatamente. H uma autoformao da pessoa para gerir o seu prprio processo que muito importante. Eu acredito que toda a gente tem capacidade para gerir a sua diabetes, mas preciso promover a informao e desenvolver um mnimo de sensibilidade.

    O que mudou na sua vida com a diabetes?Tive de aprender a viver de outra maneira. Eu era uma pessoa que assumia como que dois trabalhos a tempo inteiro, um profissional e um no profissional. Era professora na universidade, investigadora, e, simultaneamente, impliquei-me sempre noutros projetos: no Graal, associao a que perteno, mas tambm noutros contextos em que me fui movendo. Acho que aprendi mais

    fora da universidade do que na prpria universidade. O saber da universidade era mais formal, mais ligado memria (muitas vezes bastava pegar no livro e estudar), embora, obviamente, tivesse subjacente dimenses de raciocnio e de compreenso que so muito importantes. Mas h outros saberes em que no basta pegar num livro e estudar, saberes que decorrem de uma raiz experiencial, mobilizadora de problemas e situaes da vida pessoal, social, ecolgica, que exige uma capacidade reflexiva, de resoluo de problemas inditos, de fazer cruzar saberes, transdisciplinares, e essa vertente foi muito importante para mim. Obviamente que, para alm de muitssimo estimulante, exigente, muito desgastante e comecei a ter uma vida demasiado sedentria. O que tive de aprender a mudar? No sei se por causa da diabetes ou da minha idade (vou fazer 70 anos!), possivelmente so as duas coisas juntas. Mas, tranquilamente, acho que nas vrias fases da vida e por causa da diabetes, a pessoa tem de aprender a viver incluindo novas dimenses. a adequao a uma nova condio, a um maior cuidado com a alimentao, procura da fidelidade ao exerccio fsico... Mas devo confessar que mudar hbitos adquiridos obriga a alguma disciplina, a muita persistncia.

    Para si ter diabetes significa ter uma limitao?No penso que uma limitao. O que reconheo que a diabetes algo que faz parte de mim e que companheira no meu percurso de vida.

    ENTREVISTA

    42 Diabetes

    acredito que toda agente tem capacidade para gerir a sua diabetes.

    a pessoa deve aprender a ser capaz de perceber o que se passa em si, os seus prprios sintomas.

    40-43 Entrevista.indd 42 21/04/14 16:03

  • Diabetes 43

    O que gostava de fazer para melhorar a sua condio fsica?Desde logo, ser disciplinada com a medicao. Mas o mdico sempre me diz que o primeiro medicamento andar. Fazer exerccio pelo menos meia hora, e que o melhor seria uma hora, todos os dias. Eu sei a teoria toda [risos].

    O que pensa da discriminao da mulher com diabetes?Nunca me senti discriminada. Para mim j faz parte. to normal que no falo da diabetes com as pessoas. Mas realmente trabalhei com enfermeiros dos centros de sade e, s vezes, referem-se aos receios das mulheres relativamente diabetes. A mim, nunca me preocupou muito.

    Como pode descrever o seu dia a dia?No tenho um ritmo muito regular, o que nem sempre ajuda. De algum modo, vivo segundo os contextos e as condies que me so dados viver, a tocar mltiplos instrumentos mas, apesar de tudo, isso no me aflige muito. De facto, no tenho um ritmo muito tpico.

    Passa muito tempo no Graal?Depende do que vai sendo necessrio, como o apoio a alguns projetos, encontros vrios, alguns semanais, acolhimento a pessoas que chegam e que partem de outros pases, organizao de um programa semanal no nosso site (Mais informao em www.graal.org.pt).

    PERFIL MARIA DO LORETO

    Licenciada em Matemtica, trabalhou como professora, tendo sido Presidente do Conselho Diretivo do Liceu Cames durante dois anos. Pertenceu direo da Associao dos Professores de Matemtica. Ao mudar-se para a Universidade Nova de Lisboa, para realizar formao de professores, decidiu fazer um Mestrado em Educao e Desenvolvimento, especialidade formao de adultos. Esse trabalho inicia uma inflexo intelectual e profissional no seu percurso, influenciada pela sua formao no-formal. Prossegue a investigao realizando o doutoramento nessa mesma universidade, em colaborao com a Universidade Franois Rabelais, Tours (Frana), tendo obtido o grau de doutora, em simultneo, nas duas universidades, com um trabalho sobre Dinmica existencial da formao de adultos, nomeadamente atravs de uma abordagem das histrias de vida, e a especificidade das mulheres no seu processo de formao. Entre 2011 e 2013 foi presidente da Fundao Cuidar o Futuro, criada pela engenheira Maria de Lourdes Pintassilgo.

    Deveria haver conscincia [da alimentao] por parte dos pais, da escola e do Estado, no que diz respeito ao que se vende nas cantinas escolares.

    40-43 Entrevista.indd 43 21/04/14 16:03

  • comer bemsaiba mais sobre... Adoantes

    para saborear Rolinhos de curgete e cenoura recheados com queijo creme e fiambre de peru

    Bacalhau com azeitonas, pur de aipo e espinafres

    Risoto de frango

    Estaladio de fruta fresca

    44-45 Separador comer bem.indd 44 21/04/14 16:04

  • Diabetes 47

    Porque sentimos tanta apetncia pelo doce?O prazer sensorial que ocorre aquando da degustao de substncias doces, deriva da ativao de determinadas zonas cerebrais e parece ser semelhante resposta provocada pelo lcool e drogas opiceas. Tambm se tem verificado que os recetores do sabor doce no diferenciam a sacarose de outros adoantes. Desta forma, a indstria alimentar evoluiu no sentido de produzir alimentos que promovessem a mesma satisfao, mas que contivessem menor quantidade

    Perguntas sobreos adoantesConhea o que os especialistas de nutrio referem sobre o uso dos adoantes na vida prtica e alimentar.

    O consumo de alimentos de elevada densidade energtica tem um forte impacto na sade.

    w texto: Rita Pereira, Estagiria do 4 ano da licenciatura em Diettica e Nutrio, ESTeSL w reviso cientfica: Ana Raimundo, Dietista APDP w

    10SABIA QUE?

    Com vista a fornecer produtos mais apetecveis e desejados, a indstria recorre adio de acar, gordura, sal, entre outros. O consumo de alimentos de elevada densidade energtica tem um forte impacto na sade, tendo sido relacionado com problemas de excesso de peso, diabetes tipo 2 ou pr-diabetes, inflamao e doenas cardiovasculares.

    46-51 Adocantes.indd 47 21/04/14 16:04

  • de acar e/ou calorias, e que no fossem cariognicos. Surgem assim os edulcorantes tambm conhecidos como adoantes.

    Que tipos de adoantes existem?Existem dois tipos de adoantes, os adoantes calricos, como a frutose e os poliis, e os adoantes no calricos, como o aspartame, a sacarina, o ciclamato, entre outros. Os adoantes calricos contm calorias, embora as forneam em menor quantidade que o acar (sacarose).Os adoantes no calricos no apresentam calorias nem afetam a glicemia, pelo que constituem boas alternativas sacarose. Para alm disso, como proporcionam um sabor doce intenso devem ser utilizados em quantidades muito inferiores s de sacarose.

    Os adoantes podem contribuir para a perda de peso?O uso de adoantes pode ser vantajoso em substituio do acar (sacarose), no entanto no so a soluo para quem pretende emagrecer. A sua utilizao por si s, no compensa a ingesto de grandes quantidades de alimentos ou a escolha de alimentos excessivamente calricos.

    Qual o impacto para a sade do consumo de doces?O desejo pelo sabor doce inato e comum a todas as idades, raas e culturas. Com vista a fornecer produtos mais apetecveis e desejados, a indstria recorre adio de acar, gordura, sal, entre outros. O consumo deste tipo de alimentos, de elevada densidade energtica, tem um forte impacto na sade tendo sido relacionado com problemas de excesso de peso, diabetes tipo 2 ou pr-diabetes, inflamao e doenas cardiovasculares.

    Os adoantes so seguros?Como qualquer aditivo alimentar, os adoantes apenas podem ser utilizados na alimentao aps um processo de avaliao rigoroso de toxicidade, mutagenicidade e carcinogenicidade. So ainda definidos valores-limite de utilizao, os quais devem ser respeitados pelos produtores, e que tm em conta o valor estabelecido como Dose Diria Admissvel (DDA). A DDA varia consoante o peso corporal do consumidor e representa a quantidade que pode ser consumida diariamente, atravs da alimentao, sem causar efeitos adversos na sade. Uma vez aprovados como seguros -lhes

    48 Diabetes

    O prazer sensOrial que OcOrre aquandO da degustaO de substncias dOces deriva da ativaO dezOnas cerebrais.

    Nutrio

    Os acares devem ser reservados para ocasies

    especiais devendo-se reforar o consumo de legumes e salada e reduzir os hidratos de carbono

    dessa mesma refeio.

    46-51 Adocantes.indd 48 21/04/14 16:04

  • O desejO pelO sabOr dOce inatO e cOmum a tOdas as idades, raas eculturas.

    atribudo um nmero E que permite a sua identificao num rtulo alimentar. Este processo assegurado por instituies cientficas competentes, como a Autoridade Europeia para a Segurana dos Alimentos (EFSA) e o Comit Misto FAO-OMS de Peritos em Aditivos Alimentares (JECFA).

    O que devo saber sobre os produtos com o rtulo sem acar?Os produtos habitualmente classificados como sem acar podem, no entanto, ter quantidades importantes de outros hidratos de

    carbono (frutose, lactose, amido) ou gordura, podendo ter um valor calrico semelhante ou at superior ao do produto original. Ao se optar por produtos com menor valor calrico, comparativamente ao respetivo na verso original, pode haver tendncia para ingerir uma maior quantidade desse alimento, e consequentemente de calorias e/ou hidratos de carbono. Para alm disso, a extrema doura associada a estes produtos pode conduzir a uma reduo da sensibilidade ao sabor doce dos alimentos, incentivando o desejo pelos mesmos.

    Diabetes 49

    tipOs de adOantesExistem dois tipos de adoantes:

    Os adoantes calricos. So, por exemplo, a frutose e os poliis. Contm calorias, embora as forneam em menor quantidade que o acar (sacarose).

    Os adoantes no calricos, como o aspartame, a sacarina, o ciclamato, entre outros. No apresentam calorias nem afetam a glicemia, pelo que so boas alternativas sacarose. Permitem um sabor doce intenso e devem ser utilizados em quantidades muito inferiores s de sacarose.

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  • Diabetes 51

    Os bebs e as crianas podem consumir adoantes?Lactentes ou crianas com idade inferior a dois anos podero apresentar maior sensibilidade aos efeitos destes aditivos, dada a imaturidade do organismo e o baixo peso. Os adoantes so assim desaconselhados nesta populao, devendo ser preferidas alternativas como a fruta e laticnios, em vez de snacks e bebidas doces.

    Os adoantes podem ser ingeridos pelas grvidas ou mes a amamentar?O ciclamato e a sacarina so desaconselhados em mulheres grvidas ou a amamentar.

    Que adoantes no so recomendados para pessoas com doena renal ou hipertenso?

    Em caso de doena renal ou hipertenso arterial importante a leitura dos rtulos para que no exista uma sobrecarga de minerais como o potssio e o fsforo. Deste modo o acessulfame k, o ciclamato e a sacarina no so recomendados.

    Os acares so proibidos na alimentao da pessoa com diabetes? Os acares no so proibidos na alimentao da pessoa com diabetes, contudo tal como em qualquer dieta equilibrada devem ser ponderados e no fazer parte do dia a dia. Devem assim ser reservados para ocasies especiais devendo-se reforar o consumo de legumes e salada e reduzir a ingesto de hidratos de carbono (arroz, massa, batata ou po) dessa refeio, como mecanismo de compensao.

    A extrema doura associada a alguns produtos pode conduzir auma reduo dasensibilidade ao sabor doce dosalimentos.

    Em cAso dE doEnA rEnAl, no so rEcomEndAdos o AcEssulfAmEk, o ciclAmAto EAsAcArinA.

    os AdoAntEs so sEguros?

    Como qualquer aditivo alimentar, os adoantes apenas podem ser utilizados na alimentao aps um processo de avaliao rigoroso de toxicidade, mutagenicidade e carcinogenicidade. So ainda definidos valores-limite de utilizao, os quais devem ser respeitados pelos produtores, e que tm em conta o valor estabelecido como Dose Diria Admissvel (DDA). A DDA varia consoante o peso corporal do consumidor e representa a quantidade que pode ser consumida diariamente, atravs da alimentao, sem causar efeitos adversos na sade. Uma vez aprovados como seguros -lhes atribudo um nmero E que permite a sua identificao num rtulo alimentar.

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  • Diabetes 55

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    2 postas de bacalhau demolhado congelado (200 g) 20 g de azeitonas sem caroo 2 dentes de alho 2 colheres de sopa de azeite 200 g de cabea ou bola de aipo 2 batatas pequenas (70 g) 4 colheres de sopa de leite magro 2 colheres de ch de manteiga 400 g de espinafres frescos 2 folhas de louro 5-6 gros de pimenta Sal q.b.

    IngredIentes (2 pessoas)

    preparaoDescongele o bacalhau dentro de gua para que liberte mais algum sal existente, seque bem e coloque num recipiente de ir ao forno, com metade do azeite, o alho, o louro e os gros de pimenta. Leve ao forno a 220 oC durante 15 minutos.

    Descasque e coza o aipo e as batatas em gua com um pouco de sal. Escorra e passe pelo passe-vite. Leve ao lume e ligue com a manteiga e o leite.

    Pique as azeitonas, coloque por cima do bacalhau e leve ao forno a gratinar ligeiramente.

    Lave e seque as folhas de espinafres. Depois, uma a uma, coloque numa frigideira com o restante azeite para cozinhar ligeiramente.

    Bata o azeite resultante da confeo do bacalhau com a varinha mgica para emulsionar (retirando as ervas primeiro) e sirva.

    ComposIo nutrICIonal[mdia por pessoa] Calorias 309 kcal

    H. Carbono 16 g

    protenas 23 g

    gordura 17 g

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    BACALhAu COm AzEItONAs,

    PuR DE AIPO E EsPINAfREs

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  • 56 Diabetes

    180 g de arroz (em cru) 180 g de frango assado 2 colheres de sopa de azeite 200 ml vinho 60 g de queijo parmeso 80 g de cebola

    IngredIentes (4 pessoas)

    preparao

    Comece por desfiar o frango. Deite os ossos e o molho do frango numa panela e acrescente gua. Para obter o caldo de frango, deixe ferver durante alguns minutos.

    Num tacho, aloure a cebola com um pouco de azeite. Assim que esta estiver translcida, junte o arroz, envolva bem e adicione o vinho. Deixe levantar fervura.

    Depois de o vinho evaporar, adicione um pouco de caldo de frango ainda quente. Sem nunca parar de mexer, v repetindo esta operao.

    Quando o arroz estiver pronto, acrescente o fran-go desfiado e o queijo ralado, envolvendo bem.

    ComposIo nutrICIonal [mdia por pessoa]

    Calorias 338 kcal H. Carbono 36 g

    protenas 23 g gordura 12 g

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    CULINRIA

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  • Diabetes 59

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    50 g de massa filo 50 g de kiwi 50 g de ma 50 g de morangos 50 g de abacaxi 10 g de manteiga Adoante em p q.b.

    IngredIentes (2 pessoas)

    preparao

    Lave e descasque a fruta cortando em lminas finas at obter as quantidades referidas.

    Estique a massa filo na bancada e pincele as extremidades com manteiga.

    Enrole a massa de modo a que a fruta fique bem envolvida e aperte as pontas para que estas colem.

    Leve ao forno a 180 oC at ficar dourado.

    Pode polvilhar com adoante em p para dar um aspeto mais brilhante.

    ComposIo nutrICIonal[mdia por pessoa]

    Calorias 155 kcal

    H. Carbono 23 g

    protenas 3 g

    gordura 6 g

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  • a sua apdpaCONTECE Na apdp Fundao Ernesto RomaUnidades Coordenadoras FuncionaisPrmio Carreira Sanofi1. Prmio Enfermagem Sanofi na rea da diabetesLivros da APDP para consulta onlineNovos cursos de cozinha na Escola da Diabetes

    NClEO jOvEmIDF Europe Youth Leadership Camp 2014Ser jovem com diabetesPreparao para o DIAEURO2014

    agENdaEventos de formao

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  • 64 Diabetes

    a sua apDp

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  • Diabetes 65

    juntos pela causa da diabetesUm dos grandes objetivos da Fundao Ernesto Roma a angariao de fundos destinados Associao Protectora dos Diabticos de Portugal, organizao modelo a nvel mundial ao servio da pessoa com diabetes.

    C riada em 2005, a Fundao Ernesto Roma uma instituio sem fins lucrativos que vem responder necessidade de implementar uma vertente exclusivamente dedicada educao da pessoa com diabetes e ao apoio da formao dos profissionais de sade que lidam com a doena.

    A Fundao Ernesto Roma foi criada para apoiar a Associao Protectora dos Diabticos de Portugal (APDP) num contexto inicial de crise e de necessidade de angariao de meios para poder responder a muitas das reas que tem havido dificuldade em implementar, nomeadamente na rea da educao, que no so financiadas pelo Estado, refere Jos Manuel Boavida, presidente da Fundao Ernesto Roma.

    O compromisso de contribuir para melhorar a qualidade de vida da pessoa com diabetes um dos

    principais objetivos da Fundao, atravs do desenvolvimento de programas na rea da investigao, formao, assistncia e educao teraputica, dando particular ateno sua autonomia e total integrao.

    pela educao teraputicaA importncia da educao e da participao das pessoas no seu prprio tratamento no ainda bem entendida pelo Servio Nacional de Sade, acrescenta o presidente da Fundao Ernesto Roma, mesmo perante a evidncia de que a educao e a preveno na diabetes podem muitas vezes produzir mais efeitos do que os prprios medicamentos, frisa.

    profissionais de sade mais especializadosApoiar a formao avanada de profissionais de sade na rea da

    a fundao, que tem o nome do fundador da apdp, ernesto roma, disponibiliza apoios na luta contra a diabetes.

    Quem foi ernesto roma?

    Licenciado em Medicina pela Escola Mdica de Lisboa com 19 valores, Ernesto Roma estagiou em Boston no Massachussetts General Hospital. Assistiu revoluo da insulina e aos primeiros milagres desta hormona que salvou a vida e restituiu a sade s crianas com diabetes, como refere a pgina oficial da Fundao Ernesto Roma. De regresso a Portugal, criou a escola da insulinoterapia. Foi ele o grande mobilizador das pessoas da burguesia com diabetes, doentes e amigos, tendo conseguido fundar a Associao Protectora dos Diabticos Pobres, atual Associao Protectora dos Diabticos de Portugal (APDP).

    w Texto: ana margarida marques w

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  • 66 Diabetes

    educao teraputica outro grande objetivo. Por isso, a Fundao Ernesto Roma concede bolsas para a frequncia de programas de formao promovidos por instituies de renome a colaboradores da APDP. Esta uma instituio sem fins lucrativos que apoia tambm a promoo de reunies nacionais e europeias na rea da educao teraputica do doente crnico, que visam a investigao e formao em novas metodologias e abordagens.

    Apoio ApDp e investigAoOutra linha de ao criar, desenvolver e apoiar programas de preveno e diagnstico precoce, encorajando a investigao no campo da diabetes. Da que a Fundao Ernesto Roma fomente e apoie projetos de investigao e

    desenvolvimento no domnio da educao teraputica. A Fundao pretende tambm contribuir para o crescimento da APDP, nomeadamente na formao de estruturas que no so financiadas pelos contratos que tem, nomeadamente a consulta antitabgica, a formao de filiais ou a criao de estruturas avanadas da APDP noutros locais e a investigao cientfica, apoiando a promoo de um departamento de investigao, refere tambm Jos Manuel Boavida.

    mAis interveno nA comuniDADeA Fundao Ernesto Roma dedica-se ainda a desenvolver algumas reas para as quais a APDP no tem tido particular capacidade de resposta, como a interveno social, nomeadamente nos bairros sociais

    a sua apDp

    LinhAs De AoContribuir para melhorar a qualidade de vida da pessoa com diabetes.Fomentar programas na rea da formao, assistncia e educao teraputica.Apoiar a formao avanada de profissionais de sade. Promover reunies nacionais e europeias sobre a educao teraputica. Criar e apoiar programas de preveno e diagnstico precoce da diabetesEncorajar a investigao na rea da diabetes e da educao teraputica.

    A FunDAo ernesto romA Foi criADA pArA ApoiAr A ApDp num contexto iniciAL De crise e De necessiDADe De AngAriAo Demeios.

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  • Diabetes 67

    e junto da populao de imigrantes. O objetivo sensibilizar para a importncia da diabetes, para que as pessoas tenham competncias para tratar e acompanhar as pessoas com diabetes, seja para as pessoas para quem trabalham, seja para pessoas familiares com quem convivam, acrescenta o responsvel.

    Projeto em exPanso: escola da diabetesA Fundao com o nome do fundador, Ernesto Roma, a instituio que permitiu fundar a atual Escola da Diabetes, em Lisboa, um projeto que nasce no mbito do trabalho implementado pela APDP na formao de profissionais de sade e de pessoas com diabetes, para que possam aprender a lidar com a doena e com as suas formas de tratamento. As instalaes incluem a Biblioteca, o Ginsio e a Cozinha da APDP. A Escola da Diabetes disponibiliza tambm salas equipadas com acesso internet e de sistema de imagem e som para as suas apresentaes.

    angariao de fundos necessriaPara que consiga fazer isto tudo, uma parte da Fundao est dedicada angariao de fundos e ao apelo ao mecenato, refere Jos Manuel Boavida. 100 Mecenas Unidos pela Diabetes

    o nome da campanha, dirigida a empresas, marcas, organizaes ou entidades, sensibilizando-as para a causa pela diabetes. Para alm dos benefcios fiscais, quem apoia fica habilitado a usar o selo Mecenas na Luta contra a Diabetes nos seus materiais de promoo (nos materiais institucionais e mediante as regras estabelecidas no brandbook), gerando assim mais visibilidade para a causa e para a entidade.

    Temos conscincia de que, no atual contexto de crise, alguns mecenas no tm tido possibilidade de colaborar, mas a determinao, o otimismo e a fora que necessrios para dar resposta diabetes tm permitido que, apesar de tudo, consigamos caminhar e levar estes projetos por diante, acrescenta o responsvel.

    a determinao, o otimismo e a fora que necessria Para dar resPosta diabetes tm Permitido que, aPesar de tudo, consigamos caminhar e levar estes Projetos Por diante.

    o ginsio da aPdP disponibiliza equipamentos novos de elevada qualidade, alm de um acompanhamento diferenciado

    pessoa com diabetes.

    na cozinha diettica so organizados cursos e eventos na rea da alimentao

    saudvel para a pessoa com diabetes epara os profissionais de sade.

    a escola da diabetes um projeto que nasce no mbito do trabalho implementado pela aPdP na rea da formao da diabetes.

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  • 68 Diabetes

    C riadas pelo Despacho n. 3052/2013, de fevereiro de 2013 do Secretrio de Estado Adjunto do Ministro da Sade, as Unidades Coordenadoras Funcionais da Diabetes (UCFD) constituem um novo modelo organizativo do sistema de sade que pretende dar uma resposta mais eficiente diabetes, doena que afeta j quase um milho de portugueses.

    Estas novas estruturas, previstas no Programa Nacional da Diabetes (PND), tm por objetivo tornar mais dinmica e eficaz a comunicao entre os diferentes nveis de cuidados de sade pessoa com diabetes e, por consequncia, agilizar as respostas necessrias a uma interveno atempada, quer nos hospitais, quer nos cuidados de sade primrios. A diabetes no uma doena que possa ser tratada

    Unidades Coordenadoras Funcionais da Diabetes

    mais cuidados spessoas com diabetesA nova estrutura organizativa uma medida do Programa Nacional para a Diabetes para construir uma eficaz articulao dos hospitais e dos cuidados primrios.

    as ucFd constituem um novo modelo organizativo do sistema de sade.

    A suA APDP

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  • Diabetes 69

    em hospitais. Se outrora atingia poucas pessoas e o tratamento era a fase principal de interveno, explica o diretor do PND, Jos Manuel Boavida, hoje em dia, dado os estilos de vida sedentrios e os hbitos de alimentao pouco saudveis de muitas das pessoas que so afetadas pela diabetes, sabe-se que a prioridade a educao e a preveno desta doena e das suas complicaes, objetivos que devem estar afetos aos cuidados de proximidade com as populaes, ou seja, os cuidados primrios.

    preveno prioridade um objetivo promover a articulao dos cuidados desde a comunidade at aos cuidados mais complexos da diabetes, englobando desde as pessoas que se encontram em risco de ter diabetes, at s pessoas que necessitam de recursos mdicos, refere Jos Manuel Boavida.

    Em colaborao estreita com outras unidades funcionais dos Agrupamentos

    de Centros de Sade (ACES) e os servios hospitalares, as UCFD pretendem promover a educao para a sade e para a autogesto da doena, sendo que o utente ter o apoio de uma equipa multidisciplinar, altamente diferenciada, acessvel nos cuidados de sade adequados e com tempos de acesso apropriados, refere o documento oficial publicado em Dirio da Repblica.

    planos de atividadeAssim, os diretores dos ACES e dos hospitais constituem uma equipa com dois mdicos, dois enfermeiros, e um mdico de sade pblica e, eventualmente, outros tcnicos, nomeadamente de nutrio, de atividade fsica, se assim o considerarem necessrio, explica o diretor do PND, para que, juntos, possam elaborar planos de atividades locais na rea da diabetes, com a ideia de desdobrar o que so os objetivos nacionais para a aplicao local, consoante a sua realidade, os seus problemas, e as suas necessidades.

    a nova estrutura organizativa permite melhorar as medidas de preveno e controlo da diabetes.

    a prioridade a educao do utente para adotar um estilo de vida saudvel e controlar a diabetes.

    As Unidades Coordenadoras Funcionais da Diabetes pretendem possibilitar:

    Maior eficcia no apoio pessoa com diabetes.

    Maior acessibilidade aos hospitais, pelo contacto direto entre mdicos de famlia e unidades hospitalares.

    Mais confiana nos mdicos de famlia, que passam a ter o apoio dos especialistas mdicos hospitalares, reforando as suas competncias profissionais.

    Mais preveno da diabetes e das suas complicaes ao nvel dos cuidados de sade primrios.

    Mais fcil acesso aos cuidados de proximidade, como rastreios de retinopatia, e a especialistas como dietistas ou podologistas.

    ideias-CHave

    w Texto: ana Margarida Marques w

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  • Diabetes 71

    PROJETO J EST EM CURSOSegundo o diretor do PND, este trabalho tem estado a ser levado, em primeira mo, no norte e centro do pas. A Administrao Regional de Sade (ARS) Norte e a ARS Centro j tm, neste momento, todos os ACES com UCFD e j desenvolveram, para 2014, planos de atividade locais. Jos Manuel Boavida refere que esta experincia vai ser determinante para a criao de um modelo que comece a definir o que necessrio fazer localmente e no uma estrutura central do Ministrio a definir questes gerais para todo o pas.

    aTividadES lOCaiS POR REgiODo ponto de vista do utente, deve saber que em cada regio h j um plano de prioridades para a diabetes, explica Jos Manuel Boavida, esse plano de atividades pode ser a realizao de programas como o diagnstico precoce, atravs do preenchimento de uma ficha de risco do centro de sade, ou programas em conjunto com as autarquias com outras instituies para sensibilizar para a diabetes, como promover bons hbitos alimentares.

    SadE MaTERna E infanTil MOdElO a SEgUiRDe acordo com o responsvel, a estrutura organizativa que o PND estabelece baseia-se na que foi criada nos anos 70 e 80 para a Sade Materna e Infantil, que foi aquela que deu os grandes resultados com que o SNS se vangloria at hoje, que termos uma das mortalidades infantis mais baixas de todo o mundo. O grande diferencial entre ambas as estruturas, de acordo com Jos Manuel Boavida, que as UCFD atingem uma enorme quantidade de pessoas. Mas a experincia que adquiriu a Sade Materna e Infantil pode ser replicada para a diabetes e constituir um modelo cuja misso ser pioneiro a nvel nacional para se encontrar uma forma de intervir na preveno, diagnstico precoce e preveno de complicaes na diabetes e no acompanhamento das pessoas com diabetes.

    MiSSO E OBJETivOSEm resumo, este modelo organizacional vai melhorar as medidas de preveno e controlo da diabetes, atravs da promoo da articulao entre os diversos nveis de cuidados, da promoo da multidisciplinaridade e da participao de todas as instituies envolvidas, com particular destaque para as organizaes da sociedade civil e local, como , de resto, referido no despacho, publicado em Dirio da Repblica, concretizando um objetivo h muitos anos pretendido, refere o diretor do PND.

    a aRS nORTE E a aRS CEnTRO J dESEnvOlvERaM, PaRa 2014, PlanOS dE aTividadE lOCaiS.

    Profissionais de sade na rea da nutrio, atividade fsica e podologia podem integrar as equipas das UCfd.

    Promover a autogesto e o controlo da diabetes so objetivos atuais.

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  • 72 Diabetes

    ACONTECE NA APDP

    Projeto nacional contra a obesidade infantil distinguido com Prmio de Enfermagem Sanofi.

    A obesidade, a diabetes e o cancro so doenas que se previnem mais do que se curam, referido em comunicado de imprensa, sendo que s com um plano poltico a mdio/longo prazo se pode atuar com eficcia na reduo do nmero de casos (para metade, no caso da diabetes). O alerta do Professor Manuel Sobrinho Simes, na ltima reunio do Ciclo de Conferncias Diabetes Sculo XXI: O Desafio, que se realizou a 1 de abril, no Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP). A preveno do cancro praticamente idntica da diabetes: passa por no fumar, no beber em excesso, no engordar, fazer exerccio regular, entre outros, refere Manuel Sobrinho Simes, no mesmo comunicado, lembrando que preciso articular as instituies que intervm ou podem intervir na preveno, no tratamento e no controlo da diabetes.

    A enfermeira Dulce do , profissional da Associao Protetora dos Diabticos de Portugal (APDP), foi distinguida com o 1 Prmio de Enfermagem na rea da Diabetes, uma iniciativa da Sanofi e Sociedade Portuguesa de Diabetologia. O projeto galardoado tem como objetivo desenvolver, nas crianas que frequentam o 3. ano e seus pais ou encarregados de educao, o interesse pela alimentao saudvel e a prtica de atividade fsica e, o sentimento de necessidade de iniciar a mudana e adotar comportamentos alimentares e de atividade fsica saudveis. Em comunicado de imprensa, a enfermeira da APDP refere que a crescente incidncia e prevalncia do excesso de peso e da obesidade infantil representam um srio problema de sade pblica, continuando: A alimentao saudvel e a prtica de atividade fsica assumem um papel preponderante para contrariar

    esta tendncia. A profissional da APDP considera que o prmio representa o reconhecimento deste trabalho e de projetos ao nvel da promoo da sade e preveno da doena dos mais jovens.

    Esto disponveis para consulta, no site da Associao Protectora dos Diabticos de Portugal (APDP), dois livros resumo de um estudo quantitativo e qualitativo realizado com adolescentes com diabetes tipo 1: A sade e os estilos de vida dos adolescentes com diabetes tipo 1 e Representaes da sade e estilos de vida nos adolescentes com diabetes tipo 1. Os materiais podem ser consultados na rea relacionada com a formao, A minha APDP.

    Obesidade, diabetes e cancrO em

    debate

    1 PrmiO de enfermagem sanOfi na rea da diabetes

    LivrOs da aPdP Para cOnsuLta OnLine

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  • Diabetes 73

    Prmio Carreira SanofiLuis Gardete Correia recebe prmio pela sua dedicao investigao clnica na rea da endocrinologia, gesto da diabetes e ensino teraputico.

    O Prmio Carreira Sanofi, promovido pela Sociedade Portuguesa de Diabetologia (SPD), foi este ano atribudo a Luis Gardete Correia, mdico endocrinologista, pela sua dedicao investigao clnica na rea da endocrinologia, gesto da diabetes e ensino teraputico. Luis Gardete Correia tem desempenhado um papel de relevo junto de instituies como a Sociedade Portuguesa de Diabetologia e a Associao Protectora dos Diabticos de Portugal (APDP), tendo sido j presidente das duas instituies e sendo ainda o atual Presidente

    da APDP, refere o comunicado de imprensa. Este prmio foi importante para mim como reconhecimento do trabalho de vrias dcadas dedicado aos cuidados de pessoas com diabetes, sobretudo quando partindo dos meus pares, frisa Luis Gardete Correia, acrescentando ainda que ao receber este prmio a minha primeira vontade foi poder distribuir os mritos que lhe esto associados a todos os que no passado fizeram parte do meu percurso bem como a minha atual equipa e a instituio onde possvel transformar muitos sonhos em realidades a APDP.

    Aps o sucesso da ltima edio, a Associao Protectora dos Diabticos de Portugal (APDP) lana novos Cursos de Cozinha Saudvel.Os cursos esto a decorrer na Escola da Diabetes, que fica localizada na Rua do Sol ao Rato, 11, em Lisboa.

    Ministrados por um chefe de cozinha e uma dietista, os cursos prticos do a oportunidade aos formandos de participarem na preparao das receitas, combinando o convvio e a descontrao a uma componente educativa.

    Cada curso tem um tema especfico, mas todos seguem os princpios do equilbrio, qualidade e sabor.

    Po e bolachas, Doces de Vero Quase sem Acar, Pratos de baixo ndice Glicmico, Legumes para midos e grados, Pratos de Micro-ondas so alguns dos cursos realizados at junho.

    Para os interessados em participar, as inscries devem ser realizadas atravs do endereo eletrnico [email protected] ou do telefone 213 816 101. O custo de 20 euros, sendo que as crianas at aos 12 anos no pagam.

    novoS CurSoS de Cozinha na eSCola da diabeteS

    livroS da aPdP Para ConSulta online

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  • Diabetes 75

    e demonstram muito interesse em aprender e saber mais sobre todos os aspetos do tratamento da diabetes. Algumas das participantes j comearam a trabalhar e os empregadores mostraramse muito interessados e impressionados pela frequncia no curso. Alm disso, no final do curso, sente-se um notrio aumento de confiana por parte destas mulheres, refere Joana Oliveira.

    COMPETNCIAS ADQUIRIDASCada programa de formao tem a durao de 12 horas e destinase a grupos de dez pessoas, estando dividido em quatro mdulos. Cuidados pessoa idosa com diabetes, cuidados s crianas com diabetes, prticas culinrias adequadas ao controlo da diabetes e atividade fsica para pessoas com diabetes so as grandes reas da formao.

    ESCOLA DA DIABETESO curso decorre na Escola da Diabetes, que conta com salas de formao, uma cozinha diettica e um ginsio para a prtica de atividade fsica. A Escola da Diabetes fica localizada na Rua do Sol ao Rato, em Lisboa.

    INTEGRAO NO MERCADO DE TRABALHOQueremos alertar e chamar a ateno para a diabetes na populao imigrante, que tantas vezes se v em dificuldades para aceder aos seus direitos. Por isso, vamos dar a estas mulheres ferramentas que possam habilitlas, atravs de formao credenciada na rea da diabetes, a uma melhor integrao no mercado de trabalho, apoiando crianas e idosos com diabetes, refere, em comunicado de imprensa, o diretor do Programa Nacional para a Diabetes e presidente

    da Fundao Ernesto Roma, Jos Manuel Boavida.

    COMPROMISSOS DA FUNDAOCom o projeto, a Fundao Ernesto Roma pode utilizar as suas competncias especficas na rea da diabetes na promoo da incluso de mulheres imigrantes, fornecendolhes uma ferramenta muito completa para a sua integrao profissional, comunica Joana Oliveira, acrescentando: Alm disso, vai ao encontro de dois dos grandes objetivos da Fundao: contribuir para melhorar a qualidade de vida das pessoas com diabetes e desenvolver programas na rea da investigao, formao, assistncia e educao teraputica.

    DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS E DAS MINORIASO projeto Oficina da Diabetes envolve a defesa dos direitos humanos, das minorias e a luta contra as discriminaes, enquadrandose, portanto, no domnio da promoo de uma sociedade democrtica e integradora.

    LINHAS DE AO

    O que as participantes aprendem na Oficina da Diabetes:

    Cuidados pessoa idosa com diabetes Cuidados s crianas com diabetes Prticas culinrias adequadas ao controlo da diabetes Atividade fsica para pessoas com diabetes

    O curso decorre na Escola da Diabetes, queconta com salas de formao, umacozinha diettica e um ginsio para a prtica de atividade fsica.

    w Texto Ana Margarida Marques w Fotografia L. Ribeiro w

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  • Diabetes 77

    Encontro europeu de jovens com diabetes

    IDF EuropE Youth LEaDErshIp Camp 2014

    prEparao para o DIaEuro2014

    sEr jovEm ComDIabEtEs

    Este ano, o IDF Europe Youth Leadership Camp 2014 realiza-se na Crocia, de 7 a 13 de julho. As inscries esto abertas at 30 de abril.

    Esto abertas as inscries para o IDF Europe Youth Leadership Camp 2014. Junta-te a um grupo de jovens de toda a Europa, partilha os teus desafios e conquistas e aprende com a experincia de todos neste campo de frias europeu.

    O campo ter lugar em Donje Stubica, na Crocia, de 7 a 13 de julho. Compreendendo um programa dirio com vrios workshops e atividade fsica, permitir aos participantes no s conhecer melhor o contexto europeu, bem como colaborar e desenvolver atividades a serem realizadas em Portugal.

    Quatro jovens portugueses participaram j nas edies anteriores, tendo sido uma oportunidade para partilhar experincias e aprender sobre diversos tpicos, como a defesa de direitos e campanhas que podem ser feitas no mbito da diabetes, e envolver significativamente os jovens no trabalho da IDF Europa, integrando diferentes

    perspetivas como uma dimenso transversal de atividades e trabalho de advocacia.

    Ter participado na 2. edio do Youth Camp, em 2012, representou a minha primeira experincia internacional no mundo da diabetes, dando-me a oportunidade de conhecer jovens com diabetes de vrios pases da Europa. Aconselho todos a inscreverem-se, pois uma oportunidade nica na nossa vida!, refere Alexandra Costa.

    Como tE poDEs InsCrEvEr?Se tens entre 18 e 30 anos, falas ingls, fazes ou queres fazer voluntariado e integrar o Ncleo Jovem (NJA) da APDP, e gostarias de participar nesta experincia nica, contacta-nos ou envia a tua candidatura para Katie Gallagher ([email protected]) at ao dia 30 de abril de 2014. Consulta mais informao no site da IDF, em http://www.idf.org/apply-2014-idf-europe-youth-leadership-camp.

    No DiaEuro 2014, campeonato europeu de futebol para pessoas com diabetes, a estreante equipa portuguesa conquistou o 2. lugar. Este ano o evento na Hungria de 1 a 6 de setembro. Com o tempo a escassear, os nossos atletas j treinam! necessrio rigor e experincia para conciliar o esforo fsico com as glicemias pretendidas. Apesar de ainda no haver local fixo para treinar regularmente, os nossos atletas vo-se reunindo uma vez por semana para dar continuidade ao projeto. Unidos, iro dar asas aos resultados do ano passado e alcanar o to ambicionado 1. lugar. Se tens diabetes, gostas de jogar futebol e queres representar o teu pas, junta-te a ns! (Contactos: [email protected])

    O NJA esteve no 11. Congresso Portugus de Diabetes, a convite da Enfermeira Lurdes Serrabulho no Simpsio Enfermagem na Diabetes Ser Jovem com Diabetes. A Alexandra Costa deu o seu ponto de vista sobre viver com diabetes, comparando a sua experincia com o estudo apresentado. Tambm a Associao de Jovens Diabticos de Portugal (AJDP) foi convidada. Segundo o presidente Carlos Neves, o estudo permite compreender as nossas lutas e os nossos receios, mas tambm as nossas vitrias e motivaes.

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    Tom Hanks um dos mais populares atores de Hollywood dos finais do sculo XX. No sei se o melhor ou apenas um entre vrios nomes dignos de registo. Como decidir quem mais talentoso entre um Daniel Day-Lewis ou um Kevin Spacey, s para falar dos da sua gerao, DiCaprio ou Brad Pitt, entre os mais novos, ou De Niro e Pacino, entre os mais velhos?

    Dos grandes sucessos de Tom Hanks qual o seu melhor papel? Um advogado com SIDA em Filadlfia, um americano comum que percorre a Amrica em Forrest Gump, o astronauta da Apollo 13, o militar que vai salvar o soldado Ryan, o diretor da priso em Espera