Revista Composites & Plásticos de Engenharia

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30 PR REVISTA COMPOSITES & PLÁSTICOS DE ENGENHARIA ELETROELETRÔNICO “S e eu fosse um consumidor do segmento eletroe- letrônico, ia querer uma ótima máquina e a re- sina certa”, comentou Edilberto Leal, diretor da Alpha Resiqualy (São Paulo, SP). E foi a partir deste pensa- mento, que a empresa desenvolveu um novo equipamento de aplicação (que permite misturas e dosagens automáticas), e uma nova linha de sistemas epóxi (resinas e endurecedores) que não sedimentam, evitando o entupimento da máquina. A resina epóxi tem algumas utilizações de destaque no setor eletroeletrônico, e o isolamento elétrico é uma delas. A maior parte das resinas epóxi apresenta, em média, isolação elétrica entre 15 e 20 kV/mm, caracterizando-se como um isolante muito eficiente, é fácil de usar e não tem problema acentuado com vácuo ou umidade. Uma outra aplicação é a proteção contra umidade e in- tempéries em geral. “Um exemplo são os componentes de ignação (num automóvel, instalados próximos ao motor). Quando se lava o motor, este componente não pode estragar com a água”, exemplificou. Os outdoors também têm seus reatores encapsulados. Outra importante utilização é em peças que precisam es- conder o segredo. “Uma empresa que monta uma placa com vários circuitos elétricos faz o encapsulamento com a resina epóxi para que ninguém tenha acesso a esta montagem. Se tentarem quebrar a peça, a mesma se quebrará em pedaços, não sendo possível separar o componente da resina. Por isso, dizemos também que esta resina é inviolável”, alertou. “Se tentarem colocar ácido ou solvente sobre a placa, o segredo também não será descoberto, pois como os componentes do circuito também são feitos de resina, tudo será destruído”. Resinas antissedimentação Nova linha de sistemas epóxi para o setor eletroeletrônico, própria para trabalhar em máquinas aplicadoras e dosadoras, e que não sedimenta, é lançada no mercado brasileiro Existem dois tipos de encapsulamentos. Um deles é feito em peças que já possuem forma ou caixa, e a resina é sim- plesmente despejada. O outro tipo de encapsulamento é feito em peças que não possuem esta caixa e a resina de encap- sulamento passa a ser o acabamento da peça. As aplicações são extensas, desde componentes eletrônicos até isoladores de poste e transformadores. Resinas As resinas epóxi para o setor eletroeletrônico são com- postas por líquidos e pós minerais como quartzo e carbonato de cálcio, que têm funções específicas como reduzir custos, balancear fórmulas, entre várias outras características. Elas também são compostas com aditivos e pigmentos (formula- ção básica para uma resina epóxi isolante). Assim também funciona com o poliuretano e outras resinas. Na resina epóxi, uma das mais usadas no mercado eletro- eletrônico, é comum as cargas se sedimentarem, o que requer que o usuário faça a homogeneização antes de utilizá-la, a fim de manter a formulação correta. Em uma semana, o ma- terial está decantado novamente. Esta sedimentação das car- gas prejudica as máquinas. Mais uma vez, o usuário necessita usar um misturador e, assim, evitar qualquer entupimento na máquina (caso haja um entupimento, pode ocorrer o desba- lanceamento da proporção da fórmula). As resinas epóxi geralmente têm a proporção de 100 par- tes para 10, 30 ou 50 de endurecedor, o que dificulta a mistura na máquina. “Quanto mais distante a proporção de resina para a de endurecedor, mais difícil para uma máquina mes- clar proporções. Por este motivo, desenvolvemos um equi- pamento que trabalha na proporção 1 para 1, o que facilita enormemente o trabalho da máquina”, explicou. Através do desenvolvimento da Alpha Resiqualy, os dois componentes do sistema epóxi (resina e endurecedor) entram na mesma proporção e, assim, se a máquina variar um pouco na dosagem, a porcentagem é muito pequena e não afeta a formulação. “Isso já não acontece numa máquina tradicional de mercado que trabalha, por exemplo, com 100 para 10. Se houver uma diferença de dosagem de 10 para 15, a formula- ção será alterada em 50%”, disse. Leal: equipamento trabalha na proporção 1:1

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Revista Composites & Plásticos de Engenharia – Revista técnica especializada em materiais composites, plásticos de engenharia e plásticos de performance diferenciada, com foco em reportagens sobre novas tecnologias em matérias-primas, processos e aplicações

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30 PRREVISTA COMPOSITES & PLÁSTICOS DE ENGENHARIA

ELETROELETRÔNICO

“Se eu fosse um consumidor do segmento eletroe-letrônico, ia querer uma ótima máquina e a re-sina certa”, comentou Edilberto Leal, diretor da

Alpha Resiqualy (São Paulo, SP). E foi a partir deste pensa-mento, que a empresa desenvolveu um novo equipamento de aplicação (que permite misturas e dosagens automáticas), e uma nova linha de sistemas epóxi (resinas e endurecedores) que não sedimentam, evitando o entupimento da máquina.

A resina epóxi tem algumas utilizações de destaque no setor eletroeletrônico, e o isolamento elétrico é uma delas. A maior parte das resinas epóxi apresenta, em média, isolação elétrica entre 15 e 20 kV/mm, caracterizando-se como um isolante muito eficiente, é fácil de usar e não tem problema acentuado com vácuo ou umidade.

Uma outra aplicação é a proteção contra umidade e in-tempéries em geral. “Um exemplo são os componentes de ignação (num automóvel, instalados próximos ao motor). Quando se lava o motor, este componente não pode estragar com a água”, exemplificou. Os outdoors também têm seus reatores encapsulados.

Outra importante utilização é em peças que precisam es-conder o segredo. “Uma empresa que monta uma placa com vários circuitos elétricos faz o encapsulamento com a resina epóxi para que ninguém tenha acesso a esta montagem. Se tentarem quebrar a peça, a mesma se quebrará em pedaços, não sendo possível separar o componente da resina. Por isso, dizemos também que esta resina é inviolável”, alertou. “Se tentarem colocar ácido ou solvente sobre a placa, o segredo também não será descoberto, pois como os componentes do circuito também são feitos de resina, tudo será destruído”.

Resinas antissedimentação

Nova linha de sistemas epóxi para o setor eletroeletrônico,

própria para trabalhar em máquinas aplicadoras e dosadoras,

e que não sedimenta, é lançada no mercado brasileiro

Existem dois tipos de encapsulamentos. Um deles é feito em peças que já possuem forma ou caixa, e a resina é sim-plesmente despejada. O outro tipo de encapsulamento é feito em peças que não possuem esta caixa e a resina de encap-sulamento passa a ser o acabamento da peça. As aplicações são extensas, desde componentes eletrônicos até isoladores de poste e transformadores.

ResinasAs resinas epóxi para o setor eletroeletrônico são com-

postas por líquidos e pós minerais como quartzo e carbonato de cálcio, que têm funções específicas como reduzir custos, balancear fórmulas, entre várias outras características. Elas também são compostas com aditivos e pigmentos (formula-ção básica para uma resina epóxi isolante). Assim também funciona com o poliuretano e outras resinas.

Na resina epóxi, uma das mais usadas no mercado eletro-eletrônico, é comum as cargas se sedimentarem, o que requer que o usuário faça a homogeneização antes de utilizá-la, a fim de manter a formulação correta. Em uma semana, o ma-terial está decantado novamente. Esta sedimentação das car-gas prejudica as máquinas. Mais uma vez, o usuário necessita usar um misturador e, assim, evitar qualquer entupimento na máquina (caso haja um entupimento, pode ocorrer o desba-lanceamento da proporção da fórmula).

As resinas epóxi geralmente têm a proporção de 100 par-tes para 10, 30 ou 50 de endurecedor, o que dificulta a mistura na máquina. “Quanto mais distante a proporção de resina para a de endurecedor, mais difícil para uma máquina mes-clar proporções. Por este motivo, desenvolvemos um equi-pamento que trabalha na proporção 1 para 1, o que facilita enormemente o trabalho da máquina”, explicou.

Através do desenvolvimento da Alpha Resiqualy, os dois componentes do sistema epóxi (resina e endurecedor) entram na mesma proporção e, assim, se a máquina variar um pouco na dosagem, a porcentagem é muito pequena e não afeta a formulação. “Isso já não acontece numa máquina tradicional de mercado que trabalha, por exemplo, com 100 para 10. Se houver uma diferença de dosagem de 10 para 15, a formula-ção será alterada em 50%”, disse.

Leal: equipamento trabalha na proporção 1:1

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• Para encapsulamento e impregnação• Excelente isolação elétrica• Fácil proporção de mistura• Fórmula especial que não decanta• Protege da umidade• Mantêm segredo industrial das peças • Boa fluidez

Novo sistema para encapsulamento de componentes eletroeletrônicos permite misturas e dosagens automáticas e precisas, utiliza resinas que não decantam e oferece excelente isolação

• Máquinas pneumáticas • Misturas automáticas• Controle preciso de dosagem • Tanques com aquecimento• Sistema de limpeza integrado• Aplicação limpa e segura

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ELETROELETRÔNICO

Por que a resina não sedimentaToda resina tem um determinado teor de epóxi, que pode

variar um pouco, de acordo com as diversas resinas utiliza-das na fórmula. Para reagir com o endurecedor, é necessário considerar o endurecedor (ou os endurecedores) que se vai utilizar e fazer um cálculo estequeométrico (o teor de amina multiplicado por 100 e dividido pelo teor de epóxi), a fim de se obter a proporção de endurecedor necessária.

Para desenvolver as resinas que não sedimentam, o depar-tamento de pesquisa da Alpha Resiqualy utilizou endurecedo-res de grandes proporções como 50% e também mesclou com outros endurecedores, com o objetivo de aumentar a massa, dar brilho, ter uma peça bonita, e com ótimas resistências elé-trica e à temperatura (normalmente as resinas epóxi têm que suportar temperaturas mínimas de 100 a 120 ºC). “Para aten-der exigências acima de 120 ºC é necessário estudar outros sistemas com resina epóxi ou outros materiais. O epóxi com

alguns endurecedores específicos chega a 180 ºC”, mencionou.

“Esta nova linha de resinas epóxi líquidas não precisa ir para a estufa, pois oferece excelente fundibilidade, uma característica importantíssima para que a peça não contenha bolhas (estas permi-tem a fuga de corrente de energia, entre outros defeitos)”, explicou o diretor da Alpha Resiqualy. Pode--se obter uma consistência ainda

mais líquida dos produtos na aplicação se os tanques da máquina forem aque-cidos. Para isso, a Alpha Resiqualy também dispo-nibiliza suas máquinas com resistências elétricas.

“Também desenvol-vemos resinas base epóxi que trabalham com alguns endurecedores diferentes (de cura à quente), esten-dendo o tempo de apli-cação para vários dias”, anunciou. “Estas resinas só irão curar quando forem coloca-das numa estufa e sob temperatura acima de 100 ºC”, com-plementou. Leal explicou que este tempo maior de aplicação permite, por exemplo, um excelente trabalho ao se preencher um transformador, pois permite que se faça o vácuo na resina misturada, antes e depois da aplicação retirando as bolhas de dentro dela. A reação da resina, quando se trata de peças desse tipo e com uma massa maior, deverá acontecer de forma lenta e gradativa, controlando-se a temperatura de cura inicialmente a 80 ºC, podendo chegar até 150 ºC no final, para evitar que a peça quebre ou tenha trincas. “Estes novos sistemas epóxi e seus respectivos equipamentos foram projetados para atender uma ampla gama de empresas do setor eletroeletrônico. Esta-mos preparados para atender necessidades específicas de cada processo”, finalizou.

Novo equipamento para aplicação e dosagem de resina

Resinas e máquinas aplicadoras p/ peças eletroeletrônicas

ALPHA RESIQUALY IND. E COM. DE RESINAS LTDA.Rua Francisco Mendes, 400 – 04766-050 – São Paulo/SP – [email protected] www.resiqualy.com.brTel./Fax: 55-11-5687.4663TECNOLOGIA EM RESINAS ESPECIAIS

• Para encapsulamento e impregnação• Excelente isolação elétrica• Fácil proporção de mistura• Fórmula especial que não decanta• Protege da umidade• Mantêm segredo industrial das peças • Boa fluidez

Novo sistema para encapsulamento de componentes eletroeletrônicos permite misturas e dosagens automáticas e precisas, utiliza resinas que não decantam e oferece excelente isolação

• Máquinas pneumáticas • Misturas automáticas• Controle preciso de dosagem • Tanques com aquecimento• Sistema de limpeza integrado• Aplicação limpa e segura

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