Revista 40 anos Sindilat

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EdiçÞao Especial comemorativa dos 40 anos do Sindilat

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EDITORIAL

03

Todos os dias temos fatos a comentar.

Se elegermos um período de 30 dias

e focarmos uma atividade como a cadeia

láctea, por certo teremos muitos assuntos.

Agora, quando focamos essa mesma

cadeia, mas passando a vista num período

de 40 anos... Aí fica um pouco mais sério.

Bem, o SINDILAT comemora 40

anos e fatos relevantes não faltam. Se começarmos no ano de 1990, que

foi marcado pela quebra do tabelamento, por certo já deixamos fatos

importantes para trás, mas também podemos afirmar que este fato se

equivale a uma emancipação do setor. Atingimos a condição de adultos

e, livres, temos aumentadas as responsabilidades. O Governo Collor,

que definiu esta condição, parece ter olhado o calendário. O Sindicato

completaria, naquele ano, 21 anos. Coincidência???

Passaríamos, ainda, por mudanças dos produtos, que formariam

uma nova cultura alimentar. Ou o leite longa vida não foi isso? Outros,

como as bebidas lácteas fizeram a mesma trajetória. Nos encontramos com

elas todas as manhãs.

Outros fatos menos agradáveis surgiram, trazendo uma nuvem de

desconfiança sobre o setor. Foi o caso da “Operação Ouro Branco”, que

criou um clima de suspeição sobre o alimento de maior respeito e primeiro

a ser consumido pelos humanos. Enfim, o setor assumiu sua condição de

importante cadeia, descaracterizando atitudes pontuais e fez transparecer

sua seriedade. Seguiu em frente.

Mas não queremos ser impessoais. As decisões, as atitudes são

tomadas por pessoas e não por entidades.

Assim, buscamos as pessoas que pautaram essas decisões e foram

compondo a fotografia destes 40 anos. Os presidentes e outros destaques

de nossa revista sintetizam essa história e nos dão, de viva voz, depoimentos

que resumem a trajetória deste Sindicato e o desenvolvimento da cadeia

láctea.

A essas pessoas e, por certo, outras que esquecemos de destacar,

nosso reconhecimento.

Carlos Marcílio Arjonas Feijó

Presidente do Sindilat/RS

Editorial...........................................03

HistóriadeumLíder.........................06

NovoLíder .......................................18

MomentoHistórico..........................19

Depoimentosdepersonalidades......20

CenárioEconômico...........................31

Sustentabilidade .............................34

Conseleite........................................36

MercadoInternacional.....................38

Associados.......................................40

DepoimentosdeAssociados.............43

Notícias............................................49

SUMÁRIO

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HISTÓRIA DE UM LÍDER

Nada foi fácil. Nada veio pronto. Eram poucos os pequenos em-

presários que se reuniam numa sala da Fiergs, na Travessa Leonardo

Truda, para discutir seus problemas: Lacesa; Irmãos Franke, de Ijui;

Hamburguesa, Cooperativa de Laticínios, de Pelotas; Santa Clara, de

Carlos Barbosa; Germano Dockhorn, de Três de Maio; e Laticínios

Mayer.

O maior dos nossos problemas na época: a Superintendência

Nacional de Preços – SUNAB, que implantava um rígido tabelamento

sobre nossos produtos. O leite ao consumidor não podia custar 35%

mais do que era pago ao produtor. Essa ordem pode, num primeiro

momento, parecer justa, mas não levava absolutamente em conta os

custos de produção e, muito menos, estímulo à implementação de mais

indústrias. A prova disto é que, no início da década de 60, o Estado do

Rio Grande do Sul, que já havia exportado queijo e manteiga para São

Paulo, voltou a ser importador.

Outro percalço no nosso desenvolvimento era o Departamento

Estadual de Leite, o DEAL, pois como era financiado pelo Estado po-

dia trabalhar com prejuízo.

Sentimos a necessidade de nos afirmar

como grupo profissional, mas faltava o conhecimen-

to dos trâmites necessários para isso. Encontramos

então o apoio de um idealista, um técnico que tinha

uma pequena empresa de máquinas e equipamentos

para a indústria de laticínios: Kurt Wollheim. Ele

nos ajudou a fundar a ASSOCIAÇÃO PROFISSIO-

NAL DA INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS E DERI-

VADOS, o primeiro passo para o Sindicato.

Kurt Wollheim também nos orientou na

aquisição das primeiras máquinas para embalar

queijo, manteiga e leite. Assim conseguimos exportar

para São Paulo e outros Estados do País. Agentes de

inspeção do Governo Federal se surpreenderam

com a qualidade dos nossos produtos.

Encontramos apoio no então deputado e 06

Helmut Mayer

1969 1972

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secretário estadual, Siegfried Heuser, que antevia

a possibilidade do Rio Grande do Sul ter uma forte

indústria de laticínios. Destaque também para o

governador Leonel Brizola e o ministro Arnaldo da

Costa Prieto, e entre os parlamentares gaúchos que

sempre estiveram conosco, o deputado e secretário

estadual Alberto Holffmann, e os parlamentares

Victor Faccioni, Nelson Marchezan e Guido Moesch.

Mas tudo era complicado: transportes,

comunicações e importações de maquinários.

Levamos, por exemplo, anos para conseguir importar

uma moderna empacotadeira de manteiga da

Alemanha.

Na época do governo militar, as cooperativas

eram favorecidas, pois recebiam financiamento a

baixos juros, enquanto a iniciativa privada tinha que

arcar com a alta inflação.

A ideia de criar um Sindicato a partir de nossa

Associação foi crescendo... Curiosamente, a própria

SUNAB acabou dizendo que deveríamos fundar um

Sindicato! Junto, algumas portas se abriram.

Para a realização muito colaborou o advogado

Guido Moesch, cunhado de Zildo De Marchi. O

amigo Guido sempre ajudou e nunca cobrou nada

por isto. Outra grande ajuda fundamental foi do

Departamento Sindical da Fiergs.

No início do sindicato, as reuniões eram

sempre à noite e éramos pouca gente, bem pouca...

muitas vezes somente o Zildo e eu.

Um grande impulso para a indústria de

laticínios foi dado também por outro Kurt, o Kurt

Weissheimer, presidente do Banco Agrícola Mercantil

e presidente da Associação Sulina de Crédito e

Assistência Rural ASCAR (hoje Emater). Entre

outros, ele trouxe da Alemanha um excelente técnico,

o Willy Wegner, que conhecia profundamente o setor

e contribuiu muito para seu desenvolvimento.

Bandeiras Brancas

Depoimento da Sra. Inge Mayer, esposa de Helmut Mayer:

Uma coisa que muito me impressionou na história de laticí-

nios foi a importação de matrizes holandesas do Uruguai, que deu

um grande impulso na elevação de quantidade e qualidade do leite, o

que também elevou a renda dos produtores, e o início da inseminação

artificial.

Complementa Helmut: A inseminação deu dor de cabeça.

Para divulgarmos esta prática que ninguém conhecia, pedimos ajuda

a um padre e a um pastor. Os dois abandonaram a causa, porque quase

apanharam dos colonos. No fim, a ideia pegou e pelos caminhões de

coleta do leite distribuímos bandeiras brancas para os colonos, que as

fixavam na frente da propriedade quando as vacas entravam no cio e

assim o inseminador era avisado.

A semente vingou, cresceu e se tornou forte: a Indústria de

Laticínios do Rio Grande do Sul é hoje exemplar, liderando não só

em qualidade, mas também em quantidade. O Sindilat/RS está de

parabéns e desejo progresso e felicidade para todos!

HelmutMayer

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HISTÓRIA DE UM LÍDER

“A dama e o vagabundo”

Muitas vezes já se disse que a VIDA imita a ARTE. O que parecia

ser um simples trocadilho, toma roupagem de verdade quando a gente sen-

ta para conversar com o empresário Zildo De Marchi. Será que alguém, nos

dias de hoje, acreditaria que um dia a indústria de laticínios já foi MARGI-

NAL? Pois pasmem: - foi sim. “Tínhamos menos prestígio do que outras

categorias”. Aliás, não tínhamos nenhum prestígio”, enfatiza Zildo, “éramos

o ‘patinho feio’ do setor de alimentos”.

Pode parecer que o decano dos industriais do leite está contando

uma história da Idade Média. Efetivamente, ele fala de um “causo” do sé-

culo passado, mas convém lembrar que o século passado, passou apenas

há nove anos. Esta história de descrédito aconteceu há 50 anos e, para cor-

rigi-la, em muito colaborou o Sindicato da Indústria de Laticínios do Rio

Grande do Sul – SINDILAT/RS que neste ano de 2009, festeja 40 anos

de existência.

Veja como foi o início da caminhada dos pioneiros, na narrativa de

Zildo De Marchi:

No fim da década de 50, início dos anos 60,

não existia leite engarrafado ou ensacado no Estado.

O produto era entregue de casa em casa, pelo próprio

tambista em tarros e jarros. A indústria de laticínios

não existia como a concebemos hoje, apenas peque-

nas queijarias como a Santa Clara, Santa Rosa, Três

de Maio e a Lacesa. A primeira vez que se pensou em

engarrafar leite para distribuir na Capital dos gaúchos

foi no ano 1968, para complementar o abastecimento

que era realizado parcialmente pelo Departamento Es-

tadual de Leite: DEAL.

No setor privado a primeira empresa a empa-

cotar leite foi a Lacesa, em Lajeado, seguida da Lan-

guiru, Ivoti, e Laticínios Mayer, que parou de fabricar

queijo e comprou a Laticínios Dockhorn S/A e a

Hamburguesa e passou a empacotar leite. 08

Zildo De Marchi

1972 1994

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Pelotas, na década de 60, foi o berço do leite

em pó, com a criação da Cosulati, seguida da Corlac de

Taquara. Nesta época criava-se no Brasil, a primeira as-

sociação de indústrias do Leite, mas os estados do Rio

Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná não foram con-

vidados a participar, pois sua produção era considerada

incipiente. No Rio Grande do Sul, só eram reconheci-

das como agroindústrias o setor de carnes e grãos, em

especial, o milho.

O setor de leite não conseguia nem se cadastrar

no Banco do Brasil. Foi preciso um decreto do então

Governador Leonel de Moura Brizola para conseguir-

mos um cadastro bancário. E isto só aconteceu graças a

atuação da ASCAR (hoje Emater) por seus dirigentes

Bento Pires Dias e Pratini de Moraes (pai do ministro

Pratini) que mostraram ao governo a importância do

setor e este liberou então o primeiro financiamento,

nos idos de 1963.

Em 1966, Walter Dockhorn, Alfredo Meyer

e eu fomos à Alemanha , com o apoio do Presidente

da Associação das Indústrias de Laticínios, Helmut

Meyer, e compramos máquinas para empacotar leite

e vimos pela primeira vez, em Estocolmo, o processo

para produção do Leite Longa Vida da Tetra Pak, que

utiliza embalagens tipo pirâmides.

A Lacesa e a Poços de Caldas foram as pionei-

ras a lançar o leite em saquinho, “o barriga mole”, isto

em 1968.

Mas os governos já começavam a sentir o peso

da indústria do Leite, a ponto do Governador Ildo

Meneghetti se queixar da pressão política da indús-

tria. Mas o setor sentia, por outro lado, forte oposição,

tendo como líderes duas grandes forças empresariais-

políticas do Estado, o produtor rural Júlio Brunelli e o

industrial Breno Caldas, proprietário do Grupo jorna-

lístico Caldas Júnior, titular do Correio do Povo, Folha

da Tarde e Rádio Guaíba, e também agropecuarista e

produtor de leite.

Mas a largada da indústria havia sido dada e o governador Ildo

Meneghetti me chamou pessoalmente para saber se a Lacesa, situada em

Lajeado, poderia auxiliar no abastecimento de leite em Porto Alegre. Ex-

pliquei que a logística seria complicada, pois as pontes de ligação com a

capital não tinham sido terminadas faltando as rampas de cabeceira e eu

não tinha sequer telefone em minha casa, pois morava próximo da Aveni-

da Carlos Gomes, em Porto Alegre, onde não havia nem linha telefônica.

Porto Alegre toda tinha 14.700 telefones funcionando. Em 90 dias eu tinha

meu telefone e as pontes estavam prontas. Junto conosco veio a Languiru,

com leite Mimi, e na sequência Ivoti, Hamburguesa e Santa Rosa. Mais

tarde, a Dobon que foi comprada pela CCGL.

A grande batalha foi fundar o Sindicato da Indústria. Lutamos

muito para sair do sindicato que era controlado pelos produtores de leite,

através do Brunelli, e foi com o apoio de Plínio Kroeff que conseguimos

primeiro fundar, em 1967, uma associação de indústria em 1º de julho de

1969, com a ajuda do então ministro do Trabalho, Arnaldo da Costa Prieto,

recebemos a carta do Sindicato das Indústrias de Laticínios do Rio Grande

do Sul, este uma casa só de indústrias que teve integral apoio da Fiergs.

Retalhos (comentários entre a conversa)• Santa Clara foi a primeira indústria de Laticínios do Estado sedia-

da em Carlos Barbosa, em 1912.

• A Cosulati, de Pelotas, e a Piá, de Nova Petrópolis, foram cons-

truídas com incentivos da ONU, através do programa de incentivo a países

subdesenvolvidos.

• Kurt Weisseimer consegue empréstimo junto ao Banco Agrícola

Mercantil para o setor

• O ex-ministro, e na época diretor da Carteira Agrícola do Banco

do Brasil, Nestor Jost, foi o primeiro a formalizar um cadastro de indústria

de laticínios no Banco do Brasil.

Nomes que fizeram história do laticínio Nestor Jost; Pratini de Moraes (pai do ministro Pratini); Leonel

Brizola; Ildo Meneghetti; Leocádio Antunes; Plínio Kroeff; Paulo Velinho;

Luis Mandelli; Guido Moesch.

ZildoDeMarchi 09

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HISTÓRIA DE UM LÍDER

Fui o terceiro presidente do Sindilat/RS, que fora no início

uma Associação das Indústrias de Laticínios do Rio Grande do Sul,

mas por força de Lei, transformou-se em Sindicato. Me precederam na

presidência Helmut Mayer (primeiro presidente) e Zildo De Marchi

(segundo presidente).

Cada um teve tarefas diferenciadas em seu período de gestão.

O primeiro teve os percalços, de toda ordem, que envolveram a criação

de uma entidade de classe, desde enfrentar interesses políticos, até a

montanha de exigências burocráticas. Podemos chamar este período de

“constituição”.

Ao segundo presidente coube uma etapa não menos espinhosa, a

da “consolidação”. Que era na verdade uma sequência lógica da primeira,

e levava em seu bojo a missão da continuidade, e a demonstração pública

de sua importância.

Como terceiro presidente, coube conduzir uma Entidade já

sedimentada, com quadro social definido e participativo. Por isso eu

pude me dedicar mais a defender políticas setoriais,

como: crédito presumido de ICMS; defender a

modernização de conceitos técnicos no Ministério da

Agricultura, entre outros.

Trabalhamos muito com as entidades de

terceiro grau, como: CBCL (Confederação de

Centrais de Laticínios) a CNI (Confederação

Nacional das Indústrias), CNA (Confederação

Nacional da Agricultura), todas com sede em Brasília.

Enfrentamos uma luta árdua para alcançar

o fim do tabelamento do preço de leite fluido tipo

C, que já perdurava por mais de quarenta anos, e

que era altamente desestimulante aos investimentos

na modernização do setor lácteo como um todo, e

impedia o exercício de uma política de mercado, pois

os governos usavam o leite como uma arma política

10

Frederico Dürr

1994 2003

Page 11: Revista 40 anos Sindilat

eleitoreira. Somente no governo Collor terminou

o tabelamento, e como consequência disto, o Brasil

passou de grande país importador de produtos lácteos

(leite em pó, manteiga, queijos, butteroil, etc.) para a

autossuficiência, e exportador destes produtos. Para

fugir do tabelamento, criaram-se algumas distorções,

como por exemplo: colocar letras no leite (A,B,C).

Tabelado era apenas o tipo C, os outros não. Com a

alegação que os demais eram de melhor qualidade,

pois se exigiam cuidados do produtor.

A frente do Sindicato também promovemos

alguns programas envolvendo os dirigentes das

empresas associadas, a exemplo do que já havíamos

feito com os dirigentes das associadas da CCGL

que presidíamos na época, como: frequentar feiras

como a SIAL, na França; a ANUGA, em Colônia, na

Alemanha; visitar indústrias de ponta na Europa, nos

Estados Unidos da América e na América latina

(Argentina, Chile e Uruguai). Nesta área vale

muito o ditado que diz: ver para entender. Nestas

oportunidades sempre tivemos o apoio das empresas

dos setores de equipamentos, embalagem e logística.

Grande tarefa, e que exigiu muita dedicação de

todos os membros do Sindilat/RS foi na área da tributação.

O Rio Grande do Sul, em relação aos grandes mercados (São

Paulo e Rio de Janeiro) tem uma desvantagem geográfica: a

distância. Estamos a mais de mil quilômetros. Logisticamente é

um fator de grande relevância. O Estado exporta mais de 60%

dos lácteos que produz, para outros Estados brasileiros. Isto, somado à

guerra fiscal entre os Estados, nos causava grandes transtornos, quando

até inviabilizava a comercialização. Fomos ao governo estadual pleitear

um crédito presumido como forma de contornar a situação. O Governo,

mesmo entendendo a situação, relutou muito com receio de queda de

arrecadação, mas concordou em ceder por um curto espaço de tempo

(seis meses) e apenas para queijos com um acompanhamento fiscal para

sentir qual seria a resposta no mercado. Passado o período, verificou-se

um aumento nas vendas de 69%. A partir daí, outros produtos como o

leite em pó foram incluídos na pauta, mas sempre por tempo limitado. A

renovação era sempre muito desgastante. Finalmente foi concedido por

tempo indeterminado.

O Sindilat/RS tornou-se o desaguadouro de todos os problemas

do setor, transformando-se numa verdadeira “Central de Choques”

especialmente porque a indústria é o elo intermediário entre a produção

primária e o consumidor.

O Sindicato sempre manteve um relacionamento muito aberto,

e por isso mesmo, muito harmônico com as entidades representativas

dos produtores de leite (Fetag e Farsul) pois reconhece que a cadeia

produtiva é interdependente.

O Sindilat/RS é reconhecido por sua representatividade a muito

tempo, e ocupa cargos de direção em entidades de classe como a Fiergs,

o Conseleite e outras. Por intermédio destas organizações consegue,

por exemplo, exercer a vigilância da concorrência desleal de produtos

importados oriundos de países que subsidiam altamente na origem.

FredericoDürr11

Page 12: Revista 40 anos Sindilat

HISTÓRIA DE UM LÍDER

“Nos anos 90, quando assumi a direção da Cooperativa

Cosulati, recebi de Zildo De Marchi o convite para integrar o

Conselho Fiscal do Sindilat. Com o Zildo aprendi muitas coisas,

entre elas algo que carreguei para a vida: “tenho muitos anos de

trabalho, de vida sindical, mas não sei tudo da atividade leiteira”,

dizia o professor Zildo, Diretor da Lacesa.

Mas quando fundaram o sindicato, ele não tinha sede

própria e funcionava dentro da Cooperativa Central Gaúcha de

Leite– CCGL. Depois do Zildo chegou a vez do Frederico Dürr

que era então presidente da CCGL, “uma pessoa de fino trato”

que governou com equilíbrio. Foi na gestão do Frederico que saí

do Brasil pela primeira vez indo à Europa e ao Chile junto com

outros industriais. Mas o sindicato funcionava dentro da CCGL, na

Avenida das Indústrias. Foram três gestões do Frederico onde mais

da metade das reuniões ocorreram dentro da Fiergs. Eram reuniões

descontraídas, onde eu sempre fui muito bem recebido. Aprendi 12

Arno Kopereck

2003 2006

muito com o Frederico, principalmente como

“distensionar reuniões”, e conheci também a

grande maioria das indústrias do Estado. Foi neste

tempo que fortaleci a idéia sobre a importância

do Sindicato na vida empresarial, pois era ali que

podíamos trocar idéias das dificuldades comuns

as indústrias do segmento leite e buscar recursos

e apoio para nossas demandas nas esferas estadual

e federal.

Além de conhecer lugares, centrais coo-

perativas, como na Espanha onde está localizada

a maior central cooperativa do mundo, conhece-

mos também a modernidade das empresas e equi-

pamentos de última geração, como no caso os

equipamentos de envase do leite UHT. Aprendi

muito nas viagens que fizemos para fora do Brasil,

Page 13: Revista 40 anos Sindilat

em especial a Europa e América Latina. Um dos

momentos que mais me marcou foi uma viagem

à Alemanha, onde conhecemos também grandes

centrais cooperativas e indústrias, que ao chegar-

mos numa fábrica, haviam hasteado a bandeira

brasileira em nossa homenagem. Isto mexeu co-

nosco e adotei este procedimento na cooperativa

Cosulati. Toda vez que recebemos uma missão

estrangeira, se há tempo hábil, nós hasteamos a

bandeira do país do visitante junto com a nossa.

Nessas viagens vimos também a importância da

união das empresas para o seu fortalecimento e

enfrentamento do mercado globalizado.

Eu me sinto como um homem que nasceu

para ser desafiado. E foi assim que aceitei o

convite do Frederico e do grupo de industriais de

segmento leite para concorrer à presidência do

Sindilat. Porém, ao aceitar coloquei condições:

eu queria inovar, afinal, os tempos eram outros. Embora sempre

bem recebido pelos ex-presidentes, entendia que o sindicato tinha

que ter um endereço próprio. Disse que após assumir alugaria uma

sala para o Sindilat e o fiz 30 dias depois. E fiz isto porque entendia

que o Sindicato tinha que ser uma segunda casa do empresário. O

sindicato tem que estar com suas portas abertas e ser uma extensão

das empresas. E foi assim que alugamos uma sala na Avenida Mauá,

2011, mas já acalentando o sonho de comprar uma sede própria.

Escolhemos esse endereço porque como a Associação Gaúcha de

Avicultura - Asgav já funcionava nesse endereço, e os empresários

do ramo leite, na sua maioria também eram do ramo aves, unimos

o útil ao agradável, quando havia reuniões em uma das instituições,

já aproveitavam para visitar a outra. E também por ser um ponto

estratégico, perto das instituições do Governo Estadual.

Passaram-se rapidamente três anos, mas deixei o sindicato

com um endereço próprio e com integral apoio dos associados para

a compra de uma sede própria, o que veio a se concretizar na ges-

tão de meu sucessor Gilberto Piccinini. Entendi que três anos eram

Page 14: Revista 40 anos Sindilat

HISTÓRIA DE UM LÍDER

mais que suficientes para dirigir o sindicato, pois outros empresá-

rios deveriam, também, dar sua colaboração, e se cada um de nós

ficassse 12 anos, alguns sócios precisariam esperar 100 anos para

assumir. Então saí, mas ainda instalei o primeiro secretário executi-

vo, o jovem Jones Raguzzoni, que acabei chamando de volta para o

mundo do cooperativismo.

O Rio Grande do Sul ocupa hoje, o segundo lugar na pro-

dução de leite nacional, haja vista que a partir do ano de 2007

houveram novas indústrias que se instalaram no Estado e outras

investiram no seu parque industrial duplicando ou triplicando a sua

capacidade hábil. Poderíamos citar a Cosulati, em Pelotas, com a

sua nova torre de leite em pó totalizando a industrialização de um

milhão de litros de leite; a Nestlé, em Palmeiras; a Bom Gosto, em

Tapejara; a CCGL, em Cruz Alta; a Cosuel, em Encantado, e as

cooperativas Piá, Santa Clara e Languiru, que também investiram

na diversificação da sua linha de produtos lácteos, elevando a capa-

cidade fabril do RS de 7 milhões de litros para 12 milhões de litros

de leite por dia. Mas este crescimento tem sua base no produtor,

que confia na empresa e sabe que é bom negócio. Se existe um lugar

onde o produtor sabe qual será o seu ganho, este é o setor de leite e

não é por falta de parque fabril que ele vai deixar de produzir. Gos-

taria que todos os segmentos da agropecuária tivessem a garantia

que tem o setor leiteiro, garantia do recebimento da matéria-prima

produzida no campo, a certeza de que haveria indústrias, sejam elas

cooperativas ou não, que recebessem a sua produção, industrializas-

sem e comercializassem.

Porém, o crescimento da bacia leiteira gaúcha deve-se

também a três pessoas que fomentaram a atividade no Estado:

Frederico Dürr, Rubem Wolf e Ernesto Krug. Em 1976, houve

uma organização, uma central das cooperativas, a CCGL, que até

hoje existe, que era composta por 21 cooperativas, e administrada

pelo Presidente Frederico Dürr, que foi o grande responsável pela

organização política da cooperativa; pelo Vice-Presidente Rubem

Wolf, grande colaborador da central como a pessoa que implantou os

parques industriais da CCGL, desde importação de equipamentos

de última geração; e o Diretor de Fomento, Ernesto Krug, que foi

o grande responsável pelo fomento da bacia leiteira do RS junto

aos produtores, na organização do quadro social

das cooperativas singulares vinculadas à CCGL.

A essas três pessoas deve-se o desenvolvimento

do leite no RS, também.

Ainda falando no Sindicato e tendo

participado à frente dele por três anos, saí

da presidência deixando uma sugestão,

recomendação aos sucessores – que pudesse haver

uma maior integração dos sindicatos da indústria

de leite do País. Somos uma federação mas os

estados agem como concorrentes, não podemos

ser ilhas, isolados, pois as dificuldades nossas são

iguais. Poderíamos estar resolvendo isto juntos,

com interação os problemas e as soluções fluem

melhor. Gostaria ao menos que Rio Grande do

Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Goiás e

Minas Gerais, que são os maiores produtores de

leite no Brasil, sentassem juntos.

Aprendi o valor da união no sistema co-

operativo, onde passei mais da metade de mi-

nha vida. Não vejo concorrentes, mas parceiros,

até por uma questão de sobrevivência: se tiver

alguém maior e eu considerá-lo concorrente va-

mos bater de frente e se não quero isto, devo vê-lo

como um parceiro. Não podemos esquecer que o

mundo está globalizado. Não podemos continuar

num Brasil das diferenças, principalmente porque

em nosso Estado 60% do que produzimos tem

que sair daqui para os outros estados da federação

ou ser exportado.

Nosso sucesso, além da parceria, está

em respeitar o produtor: não podemos matar a

galinha dos ovos de ouro. Temos que respeitar o

produtor. O Brasil já deixou de ser importador

de leite e entra no hall dos exportadores, mas

concorremos com a Europa, EUA, Nova Zelândia

onde os produtores têm 40% de subsídios. Aliás, 14

Page 15: Revista 40 anos Sindilat

nosso produtor é um guerreiro, pois produz

sem ter políticas nem de médio nem de longo

prazos. Cada ano é um ano novo. O pior é que ao

chegarmos em casa, todas as noites os telejornais

nos enchem de tragédias, e ao final ainda nos

desejam uma boa noite. É uma piada. Mas eu

ainda sou um otimista crônico. Aprendi quando

pequeno que o Brasil um dia seria o celeiro do

mundo e continuo acreditando nisto. Pois temos

clima, sol, solo e povo. O que precisamos é saber

que não somos donos da verdade, e tampouco

podemos agradar a todos, o que devemos lutar é

para satisfazer os desejos da maioria. Pois quem

consegue isto, já atingiu o sucesso. “

Pioneirismo no Leite em Pó

A unidade de laticínios foi a segunda fábri-

ca de leite em pó instalada no Brasil, tendo rece-

bido um equipamento de evaporação e secagem

através do Fundo das Nações Unidas para Infância

- FISI em 1957. Consistia em um evaporador de

filme ascendente de dois efeitos e de uma câmara

de secagem horizontal. A capacidade desta planta

era de 50 mil litros de secagem de leite em pó.

Dois especialistas dinamarqueses vieram

implantar o projeto da unidade em 1957, transmi-

tindo um conhecimento difícil de obter no Brasil

durante aquela década. A fábrica foi projetada

para produção de leite em pó e manteiga. A atua-

ção dos técnicos ficou registrada pelo nome dina-

marquês com que foram batizados os produtos da

cooperativa: Danby, uma marca de grande reco-

nhecimento no Estado do Rio Grande do Sul.

O projeto da fábrica, elaborado em

1957, levou em conta fatores estratégicos

que atualmente constituem um dos maiores

diferenciais logísticos da cooperativa:

• Proximidade da fábrica em relação à via férrea;

• Proximidade da fábrica em relação às fronteiras com o

Uruguai e Argentina;

• Localização de 50 km de um porto marítimo (município

de Rio Grande).

Agradecimentos

Relembrando sua história de vida e a razão de ser um em-

preendedor, Arno Alfredo Kopereck agradece em primeiro lugar a

Deus que lhe concedeu saúde e sabedoria para conduzir a sua histó-

ria e a vida de outros tantos que da Cosulati fazem a sua existência.

Agradece aos seus pais Paulo Frederico (em memória) e Elza Luiza

Kopereck (em memória) pela educação que lhe deram. Agradece

à família, à esposa Regina e os filhos, pois reconhece que a família

é o cerne, a base da sociedade, e que ninguém cresce sozinho, nem

é forte para enfrentar a vida sem contar com o maior apoio que é

aquele que vem da família.

Com relação às pessoas que lhe deram apoio no seu início

profissional, que muito lhe ajudaram e com quem muito aprendeu

dentro da cooperativa Cosulati, agradece ao Sr. Dario Franz (em

memória), Sr. Pedro Bachini Sobrinho (em memória), Sr. Edegar

Machado Gonçalves (em memória).

A vocês meu muito obrigado!

ArnoAlfredoKopereck 15

Page 16: Revista 40 anos Sindilat

HISTÓRIA DE UM LÍDER

A entrada na presidência do Sindilat foi muito rápida e até

surpreendente, porque minha vivência normalmente se dava à distância,

pois quem participava das reuniões do Sindicato eram o superintendente e

o gerente da Divisão Laticínios da Cosuel. Porém, o então presidente Arno

Kopereck entendia que a Cosuel deveria dar continuidade ao trabalho que

ele iniciara e indicou meu nome, por entender que a estrutura da Cosuel era

adequada e a experiência seria oportuna para fortalecer o sindicato como

legítimo representante do segmento leite.

Assim, ao assumir a presidência, minha primeira missão foi a

estruturação administrativa do sindicato e a busca de parceria junto à Fiergs

e ao Sebrae, para a implantação do planejamento estratégico no sindicato.

Essa decisão se revelou oportuna, porque definiu as prioridades do Sindilat/

RS, nos aspectos de curto, médio e longo prazos, estabelecendo metas e

definindo os objetivos específicos.

Uma das definições do planejamento estratégico foi o fortalecimento

da entidade como legítima representante das indústrias produtoras de leite.

Também ficou decidida a aproximação mais acentuada com a classe política,

em nível de executivo e legislativo estaduais, visando a discussão de assuntos

relativos à produção e à comercialização de leite, para tornar a atividade mais

competitiva. Nesse particular, destacamos o então presidente da Assembléia

Legislativa, deputado Alceu Moreira e os presidentes da Comissão de

Agricultura e Cooperativismo, deputados Adolfo Brito

e atualmente Edson Brum. No campo social, buscamos

estreitar o relacionamento com a Fiergs, Fetag, Ocergs

e Farsul. Além disso, continuamos a idéia do Arno

de adquirir a sede própria já que o interesse era dos

associados e da diretoria, o que contou com o apoio

do então proprietário do imóvel, Paulo Velinho, que

também apoiava e fomentava a idéia da estrutura própria

do sindicato.

“O potencial está na equipe e não na pessoa do presidente”

O meu perfil é a valorização da equipe de

trabalho, porque acredito que o potencial sempre está

na equipe e não se concentra na pessoa do presidente.

Quando assumi, o momento era propício à mudança do

sistema de representação, o que de fato ocorreu, com a

delegação de tarefas, especialmente aquelas relacionadas

à área executiva. Nesse particular, o apoio dos membros

da Diretoria foi fundamental, motivo por que faço um

reconhecimento especial aos diretores que participaram

da minha gestão.16

Gilberto Antônio Piccinini

2006 2009

Page 17: Revista 40 anos Sindilat

“Nem todos os momentosforam de rosas...”

Mas nem todos os momentos foram de

rosas. Enfrentamos tempos muito difíceis, como

o da crise do leite no centro do País e que se refletiu

também sobre nossas empresas. Foi difícil decidir se

devíamos discutir o problema na mídia ou nos calar

e esperar por melhores tempos. Mas esse período

negativo, felizmente, passou. Iniciamos então uma

campanha humanitária, doando leite a entidades

carentes e participando da reconstrução de Santa

Catarina, utilizando os recursos do Fundoleite,

criado e gerenciado pelo Sindicato, com o objetivo

de promover a divulgação dos produtos lácteos. De

par com isso, implantamos o georreferenciamento

nas bacias leiteiras e procuramos aproveitar todas as

oportunidades para divulgar o segmento leite. Prova

disso é que anualmente festejamos e comemoramos o

Dia Estadual do Leite.

Neste meio tempo, o Sindicato participou

ativamente da discussão do novo regulamento

do Rispoa, realizando reuniões em Brasília, no

Ministério da Agricultura e atuamos ativamente em

projetos de interesse do setor leiteiro gaúcho.

Fortalecemos os seminários com a participação

dos familiares dos associados que permitiram um

intercâmbio de conhecimentos, em parceria com a

Tetra Pak, que apoiou de forma decisiva esses eventos. Outro projeto de

destaque foi a AVISULAT, que integrou definitivamente as três principais

cadeias produtivas do Estado: leite, suínos e aves.

“A difícil arte de dividir o tempo e os interesses da empresa, do Sindicato e da Família”

Uma das tarefas mais difíceis foi a de compatibilizar interesses

distintos. Um presidente de sindicato é também (e sempre) dirigente de

empresa e, ao assumir o Sindicato, precisa adotar a estratégia de defesa

dos interesses de todos, mesmo quando estes divergem entre si, pois os

associados são empresas de pequeno, médio e grande portes, estruturadas

de forma societária diferente. Cabe, então, ao presidente do sindicato

que as representa, a difícil tarefa de agrupá-las em torno de um objetivo

comum. Ocorre que o setor leite não é integrado, diferentemente da

relação dos frigoríficos de aves e suínos com seus produtores. Então,

tanto os produtores quanto as empresas têm interesses, políticas de preço

e estratégias distintas, o que pode gerar conflitos de ideias.

Minha esposa e minhas filhas, reconheço, foram as grandes

parceiras nesta caminhada e, por isso, faço-lhes um agradecimento

especial pelo apoio decisivo, mesmo que nem sempre explícito, mas por

vezes revelado num olhar ou mesmo no silêncio.

No Sindicato, destaco toda a diretoria que me acompanhou

nesse período – Arno Kopereck, Henrique Vontobel, Hélio Vilas Boas e

Mário Farina - como também Jones Raguzoni e a equipe do Sindilat/RS,

Darlan Palharini, Regina Rodrigues, Leticia Molon e Roberto Tavares.

Destaco também, o apoio que sempre recebemos do Paulo Tigre,

presidente da Fiergs.

“O sonho que não realizei”

Quando assumi a presidência, sonhei em visitar todas as empresas

associadas, o que infelizmente não consegui, pois estive em somente

parte delas. Contudo, onde estive, vi empresas em franco crescimento

e expansão, como também vi nosso Estado tornar-se o segundo maior

produtor de leite do país.

GilbertoAntônioPiccinini17

Page 18: Revista 40 anos Sindilat

NOVO LÍDER

“Vivemos um novomomento, é preciso uma nova visão”

O atual presidente do Sindilat/RS, Carlos Feijó, completa

o ciclo das quatro primeiras décadas de atividade da entidade, como

o sexto presidente. Com uma larga vivência no setor de lácteos

– tendo passado pela área de fomento,

ligada diretamente ao produtor, área de

administração, executando a compra do

leite e atualmente na área comercial –

“entendo que passei por todas as etapas”.

Mas mesmo com esta bagagem , ele não se

sente autorizado a fazer “chamamentos a

seus colegas”. Aos associados do Sindicato, a

quem chama de parceiros, diz que só tem a

agradecer.

Os destaques que faz da vida sindical,

ligam-se ao esforço dos ex-presidentes, a

quem ouviu durante horas, durante o Café da

Manhã histórico que o Sindilat/RS realizou

reunindo mais de 50 anos de história do leite no RS.

“Eles iniciaram a luta, combateram o tabelamento

e a ausência do lucro, abriram o caminho aos

investidores. Temos que ouvi-los e respeitá-los.

Para o futuro, Feijó propõe mudanças de

conceito e lembra que “a suinocultura só cresceu

quando passou a chamar o chiqueiro de pocilga e a

avicultura só desenvolveu quando o galinheiro virou

aviário, nós ainda chamamos o tambo de tambo.”

“A mudança precisa ser no todo”, destaca.

“Precisamos falar em cadeia produtiva do leite. Já

demos um passo importantíssimo com a criação

do Conseleite, no qual o produtor, a indústria e o

comércio discutem juntos o preço, mas sem esquecer

as condições de produção, de industrialização e nem

o consumidor. Temos ainda um longo caminho. No

café brincávamos, que agora é mais fácil, pois temos

e-mail, computadores e satélites e eles só tinham

o telex. Porém, a crise do ‘Ouro Branco’ ocorrido

há dois anos, mostrou o quanto

ainda somos frágeis, e como é difícil

fazermos o consumidor acreditar que

nosso produto é bom.”

“Felizmente temos um

sindicato sólido. Com sócios que

defendem com força suas posições,

e que não fogem da raia. Mesmo

contrários em opiniões, estão juntos.

E isto é que nos dá certeza de que

poderemos avançar para os próximos

séculos.”

CarlosFeijó

Presidente do Sindilat/RS18

“Asuinoculturasó

cresceuquandopassou

achamarochiqueirode

pocilga;aaviculturasó

desenvolveuquandoo

galinheirovirouaviário,

nósaindachamamoso

tambodetambo.”

2009

Carlos Feijó

Page 19: Revista 40 anos Sindilat

Os 40 anos do Sindilat propiciou um

momento raro: para a montagem do vídeo

institucional com o depoimento dos ex-presidentes

foi realizado um CAFÉ da MANHÃ que reuniu

mais de 40 anos, ou seja, TODA A HISTÓRIA

da indústria de LEITE no Rio Grande Sul.

Helmut Mayer, Zildo De Marchi, Frederico

Dürr, Arno Kopereck e Gilberto Piccinini foram

recepcionados pelo atual presidente CARLOS

FEIJÓ para contarem numa descontraída conversa

sua vida e dedicação ao leite e à vida sindical.

MomentoHistórico

19

Page 20: Revista 40 anos Sindilat

DEPOIMENTO

20

É com grande satisfação que parabenizo o Sindicato da

Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul pela passagem do

40º aniversário de atividades dessa prestigiosa instituição. De sua

importância, basta lembrar o fato de que seu quadro associativo

responde por mais de 90% da produção do setor em nosso Estado,

possibilitando uma renda digna a mais de 90 mil pequenos pro-

prietários gaúchos.

É importante destacar, nesta data festiva, a produção

gaúcha de leite, que soma 3 bilhões de litros/ano, trazendo

para o setor um significado para o desenvolvimento do Rio

Grande do Sul que é notável. Por gerar renda mensal no campo,

criar empregos permanentes, sua produção, menos sujeita a

intempéries e, principalmente,

envolver toda a família. Com isso,

enseja a oportunidade do jovem

permanecer no campo, propicia

transferência da renda urbana para

o meio rural e dinamiza a circulação

de bens e serviços. Em 2008, a

atividade gerou uma receita de

mais de R$ 3 bilhões, envolvendo

cerca de 730 mil pessoas direta ou

indiretamente.

Atento à magnitude do

setor, o Governo do Estado,

através da nossa Secretaria da

Agricultura, Pesca e Agronegócio,

vem efetuando uma série de ações

de apoio à área, dentro de seus

programas de Desenvolvimento da

Agricultura Familiar e Assistência

Técnica e Extensão Rural. Além de reativar

a Câmara Setorial Estadual do Leite, que é o

fórum de discussão de toda a cadeia produtiva.

Esses e outros passos não fazem mais

do que reconhecer a relevância do Sindilat/RS,

entidade à qual reitero meus melhores votos de

continuado êxito na sua dinâmica, operosa e

vitoriosa trajetória.

YedaCrusius

GovernadoradoEstado

doRioGrandedoSul

Sindilat/RS na voz da governadora do Estado

Page 21: Revista 40 anos Sindilat

A história do Sindicato das Indústrias de

Laticínios do Rio Grande do Sul se entrelaça

com o crescimento pujante do Agronegócio

Gaúcho, sobretudo com o desenvolvimento

econômico do Estado, baseado não apenas na

questão econômica, mas principalmente na

escala social. Sua trajetória é cercada de muitas

dúvidas, incertezas, desafios, ciclos, políticas e

a falta delas, crises combatidas com coragem e

determinação.

O Sindilat/RS é exemplo de perseverança e de como se

deve resistir e avançar. Sempre inovando, buscando a verdadeira

sustentabilidade, faz parte dos planos de milhares de famílias

que vivem no campo produzindo e que anseiam por melhores

dias. São esta famílias que alimentam milhões de pessoas

diariamente.

O Sindicato congrega ao redor de si indústrias que não

param. Sem tréguas, todos os trabalhadores estão comprometidos

com a qualidade dos produtos.

Para finalizar, parabenizo, em nome do Ministério

da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento, através da

Superintendência Federal no Rio

Grande do Sul, toda a diretoria

atual pelo excelente trabalho que

vem desenvolvendo na defesa dos

interesses dos seus associados.

Quero render um tributo a todos

os ex-dirigentes, desde a sua

fundação, há 40 anos, e todos os

seus colaboradores, desejando

vida longa ao nosso Sindilat do Rio

Grande do Sul.

Francisco Signor

Superintendente Federal

de Agricultura no RS

40 anos de perseverançae comprometimento

21

Page 22: Revista 40 anos Sindilat

DEPOIMENTO

O Rio Grande do Sul produz 3 bilhões de li-

tros de leite por ano e o consumo é de 196 litros por

habitante/ano. Temos mais de 90 mil produtores

de leite cadastrados. Esses números demonstram a

excelência do leite produzido aqui no nosso Estado,

comprovam também o tamanho do mercado para

esse produto tão nobre para nossa saúde.

O crescimento do setor vem pela melhoria

22

“Que as vitórias continuemmovendo esse setor tão importantepara todos nós gaúchos”

genética de nosso rebanho e pela capacidade de nossos produtores em

investir e assimilar os avanços tecnológicos.

Essa modernização, as pesquisas de novas tecnologias, a

dedicação dos responsáveis pela cadeia láctea, desde a ordenha

até a industrialização, é o resultado de um trabalho conjunto, cujo

desenvolvimento se deve muito às ações orientadoras do Sindicato da

Indústria de Laticínios do Rio Grande do Sul – Sindilat/RS que neste

mês de julho completou 40 anos.

São 40 anos de atividades

voltadas ao setor lácteo. Está de

parabéns o Sindilat/RS por todo

o empenho, pela perseverança

e pelo desenvolvimento

econômico que vem motivando.

Quero cumprimentar toda

a diretoria e a todos os seus

associados, em meu nome e em

nome da Secretaria da Agricultura

do Rio Grande do Sul, por todos

esses anos dedicados à busca de

crescimento da cadeia produtiva

de laticínios. Desejo que as

vitórias continuem movendo

esse setor tão importante para

todos nós gaúchos.

João Carlos Machado

Secretário da Agricultura,

Pecuária, Pesca e Agronegócio.

Page 23: Revista 40 anos Sindilat
Page 24: Revista 40 anos Sindilat

DEPOIMENTO

24

Comecei a participar de reuniões do Sindilat, em 1977.

Era presidente Helmut Mayer. Os encontros eram realizados

no Ed. Formac no centro da Capital.

Como iniciante na atividade do leite, muito aprendi com os

companheiros das outras empresas. Depois assumiu a presidência o

Sr. Zildo De Marchi, que ficou no cargo por mais de 20 anos. Bastante

democrático, amigo de todos. Foi sucedido pelo Sr. Frederico M.G.

Dürr que ficou no cargo por 9 anos. Neste período aconteceram

viagens de estudos internacionais para a Europa, Argentina e Chile.

Lembro-me do triste episódio de 11 de setembro de 2001.

Estávamos reunidos para combinar viagem para a Nova Zelândia e

Austrália e foi cancelada, com tristeza geral.

Posteriormente assumiu o Sr. Arno Ko-

pereck. Fez dois encontros na Fazenda Capão do

Leão de tirar o chapéu. Ninguém mais esqueceu.

“Que ovelha!”, chopp à vontade e doces maravi-

lhosos. O último mandato foi do nosso amigo

Gilberto Piccinini. Cumpre ressaltar que foram 3

anos de muita luta contra decisões governamen-

tais, sobre créditos fiscais, embalagens, contra a

perseguição do leite UHT, procurando denegrir

a imagem do produto. Realmente foi um período

bastante quente.

Outros importantes

encontros e seminários acon-

teceram nestas quatro décadas,

enriquecendo o Sindilat e pro-

fissionalizando os empresários

do setor, bem como as confra-

ternizações de final de ano.

O atual presidente Car-

los Feijó, pela sua postura e sa-

bedoria com certeza terá suces-

so em sua administração.

Parabéns a todos que mi-

litam no Sindilat, pelos 40 anos

de sucesso.

MarcosLuizZanatta

DiretorComercial

eIndustrialda

SantaClara

Zanatta: presença marcantehá 32 anos

Page 25: Revista 40 anos Sindilat

A produção de leite no Rio Grande do Sul

vinha com pequeno crescimento nas décadas de 60

e 70, (TABELA 1), porém o surgimento da CCGL,

criada pelas cooperativas de grãos, e o trabalho das

cooperativas que recém ingressavam na atividade

fez a produção crescer. A queda na produção se

devia a vários fatores, mas os principais eram

o avanço na produção de grãos (soja e trigo) e a

falta de atenção ao produtor de leite, tanto em

assistência técnica como de crédito para viabilizar

as inovações tecnológicas de produção da Unidade

Produtora (UP).

Porém, o binômio trigo-soja trazia proble-

mas de origem financeira aos agricultores que ao so-

frerem alguma frustração de safra “ficavam sem ren-

da e sem ter o que comer”, além de trazer problemas

de diferentes ordens às empresas cooperativas. Por

isto as cooperativas passaram a buscar uma diversi-

ficação que recaiu no leite. Este quadro fez com que

cooperativas e produtores de grãos que não estavam

na produção do leite se interessassem pela atividade.

E aí surgiram as empresas não cooperativas também

se preocupando com o produtor dando-lhe maior

atenção. Por exemplo: Laticínios Mayer, Cafrasa,

Lapasa e Lacesa entre outras.

Nesta época também começa um inter-

câmbio com Minas Gerais: onde nós buscávamos

conhecimento em laticínios e leite e eles em grãos.

Alia-se a isto, o PIDCOOP – Programa de Integra-

ção e Desenvolvimento das Cooperativas criado

pelo INCRA.

Estudo de viabilidade técnica e econômica fez surgir a CCGL

que começou com 13 cooperativas e mais tarde passou para 21. Com

o trabalho das cooperativas e das empresas a produção de leite no Rio

Grande do Sul começou a crescer e não parou mais. A produção anual

em 1970, era de 686 milhões de litros e em 2008, passados 38 anos,

alcançou 3 bilhões de litros, crescendo 437,3% no período.

Topografia, colonização e módulorural favorecem atividade no Sul

O leite é diferente de todas as atividades do Agronegó-

cio Brasileiro, como por exemplo da suinocultura, da avicultura

e da bovinocultura de corte. Conheci gente na Europa que tra-

balhava em fábricas e ao final da tarde pegava seu trem e vinha

cuidar de seu aviário, pocilga ou estábulo. Mas, gado de leite

precisa gente o tempo todo, por isto o Sistema do Sul do Brasil,

com base em pequenas propriedades familiares que inviabilizam

Evolução da Produção daIndústria de Laticínios no RS

25

Page 26: Revista 40 anos Sindilat

26

a produção de ‘comodities’,

como soja e trigo, se prestam

à produção de leite. A topo-

grafia variada e solo também

favorecem a produção de leite.

E por fim o clima que permite

criar raças européias que são

mais produtivas de leite.

Outra vantagem é que

o leite não concorre com a

cana-de-açúcar, com o café ou

com a laranja como acontece

no centro do País.

O Sul também tem a

vantagem de permitir a utiliza-

ção de culturas de clima tem-

perado como a aveia, o azevem

e o trevo que se constituem no

melhor pasto do mundo para

produção de leite.

Com este quadro o Rio

Grande do Sul chegou a ter 90

mil produtores de leite que em

1971/72 entregavam de 5 a 8

litros por dia e hoje superam a média de 100 litros/dia. Mas a

produção atual pode duplicar e até quintuplicar desde que sejam

viabilizadas algumas variáveis de produção e tecnologia entre

elas: crédito rural; assistência técnica; plano de pagamento do

leite por qualidade; visão sistêmica da cadeia produtiva.

É preciso também mudar a cultura sobre o leite:

“Leite é uma atividade de médio e longo prazos, exige

lealdade e comprometimento maior entre produtor e empresa

e vice-versa” É preciso ter uma visão sistemática de cadeia

produtiva e acabar com a briga entre os diferentes elos da

corrente. “Até com os supermercados que são os maiores

inimigos da harmonia da cadeia”, e só pensam no seu resultado

e têm interesse na ciranda da alta e da baixa, são mais unidos do

que o resto da cadeia produtiva.

O leite precisa ser encarado como a

atividade nº 1 para o Rio Grande do Sul e

infelizmente os diferentes governos nunca

conseguiram entender a importância social

e econômica do leite para nosso Estado.

não tem atividader que garanta uma renda

maior por hectare do que o leite: apresenta

a melhor rentabilidade líquida. É possível

obter 33 mil litros/ha/ano, ou 32 litros/

vaca/dia o que significa uma rentabilidade

líquida de 18% ao ano. É lógico, é uma

atividade intensiva, a gente é meio escravo,

mas a família toda participa e ganha dinheiro

junto e vive feliz.

O grande inimigo

O setor precisa se organizar e

fazer o País cortar as importações, pois

todas as crises que vivemos sempre foram

antecedidas por uma importação. E isto,

desde 1970. Precisamos também criar a

marca ‘BRAZIL’ e daí então poderemos

pensar em exportar até 20% dos 27,2 bilhões

de litros que produzimos anualmente. Mas

para isto é necessário um programa que dê

competitividade ao País. O Uruguai, Argentina,

Nova Zelândia e Austrália já conquistaram

isto. O Brasil é o quinto produtor mundial

e tem condições de competitividade, pois

pode crescer na produção tanto verticalmente

(produtividade) como horizontalmente (em

área). Austrália e Nova Zelândia participam

do mercado internacional com 35% do que

produzem e a União Européia, outros 35%,

portanto, ditam os preços internacionais.

DEPOIMENTO

“Oleiteprecisaser

encaradocomoa

atividadenº1para

oRioGrandedoSul

einfelizmenteos

diferentesgovernos

nuncaconseguiram

entenderaimportância

socialeeconômicado

leiteparanossoEstado.

nãotematividadeque

garantaumarenda

maiorporhectaredo

queoleite”

Page 27: Revista 40 anos Sindilat

Temos que estar atentos para o potencial

de produção e consumo, pois os países em

desenvolvimento têm 70% da população

consumidora, mas apenas 30% da produção de

leite, então: – “onde tem leite, não tem gente e

onde tem gente, não tem leite”. É por isto que

grandes empresas multinacionais estão vindo

para o Brasil e para o Rio Grande do Sul.

Porém, é necessário criar uma política

de produção, consumo e exportação. Até 2002 o

Brasil tinha déficit de produção era importador.

Foi então motivado a produzir leite em pó e lei-

te condensado. Hoje, temos uma ociosidade de

50%. Isto significa que o produtor e a indústria

foram estimulados a produzir para exportar, mas

nem todos os mercados internacionais foram

abertos e consolidados. A crise internacional

também colaborou levando os importadores a

reduzir suas compras em função dos seus limites

de crédito e da retração das economias e conse-

quentemente, do consumo.

Necessidade de mais união

O que se vê fora do Brasil são pequenas

empresas se unindo para exportar. Aqui só

grandes empresas exportam. Mas o setor

precisa se estruturar adequadamente, pois

existe pouca harmonia entre os segmentos

“um quer matar o outro” Na medida em que

esta harmonia crescer também crescerá a

qualidade, porque além do preço também se

buscará a uniformidade do produto e se terá

competitividade internacional. Hoje, temos

dispositivos e formas de associatividade que

facilitam a união, como pool de empresas,

consórcios empresarias e criação de S.As e

centrais de cooperativas.

O olho do dono enche o balde

Não podemos esquecer que a vaca tem quatro

estômagos, que precisa de alimento volumoso e adaptado a

diferentes situações e fases da vida do animal, principalmente

no período de lactação. É totalmente diferente dos suínos e das

aves, onde pode-se entregar uma planilha de alimentação para

o produtor seguir com um programa único. O Canadá tentou

fazer o sistema de integração do tipo suíno para o leite e não deu

certo. A atividade leiteira é diferente, pois requer decisões a toda

hora na unidade produtora. A vaca tem parto, pré-parto, manejo

alimentar e reprodutivo, etc., então se fortalece o velho ditado

gaúcho “o olho do dono enche o balde.”

Lembranças 1: lembro que participei de reuniões na

FAO, onde se dizia que o Rio Grande do Sul não tinha qualquer

chance com o leite.

Lembranças 2: recentemente estive na África, visitando

produtores e indústrias o que me fez lembrar meus tempos de

guri. Tem grande potencial para o leite, com solo profundo e

muito terreno plano, com sol e água. Eles só precisam parar de

brigar entre si e parar de pensar só em caçar. São grandes impor-

tadores de tudo que é alimento.

Pioneirismo gaúcho

Nós somos pioneiros em vários programas que foram inéditos

tais como: resfriamento de leite na propriedade e de coleta de leite

a granel. Já em 1990, tínhamos 100% de leite a granel. Programa de

pagamento de leite por qualidade que contemplava o controle de

brucelose e tuberculose, pagamento por sólidos totais, proteínas,

gordura e CCS e UFC. Programa de controle da mastite; programa de

alimentação do gado leiteiro; programa de silagem; implementação

das unidades produtores de leite; identificação de produtores

“benchmarking” (melhor dos melhores); programa de capacitação

técnica; programa de assistência técnica e crédito ao produtor de 27

Page 28: Revista 40 anos Sindilat

leite (cota-prêmio); publicações de livros

voltados a nossa realidade tais como:

manual da produção leiteira; manual de

silagem; manual de controle da mamite,

manual de higiene e resfriamento de leite

(livros usados em todo o Brasil como

manuais de orientação técnica); compra

centralizada de sêmen (Banco de Sêmen).

Na área industrial se implantou a maior e

primeira fábrica de queijos automatizada

do Brasil e América Latina em Ijui.

Ernesto Krug

Presidente da Associação

Gaúcha de Laticinistas

TABEL A 1

DEPOIMENTO

Page 29: Revista 40 anos Sindilat

BússolaLeiteiraExperiência de28 anos deempresário foipontuada pelapresença do Sindilat/RS

Apesar de já estar em outro ramo de

atividade, Ari Bauermann tem bem marcado na

memória os 28 anos dedicados ao segmento lácteo,

que se iniciaram em 1970 com seu ingresso na

Laticínios Ivoti. Foi na mesma época também que se

aproximou do Sindilat/RS, culminando em 1991, na

presidência de Frederico Dürr, ao integrar a diretoria,

permanecendo ligado ao Sindicato até o ano 2000,

quando passou a atuar no setor de mobiliário.

Bauermann observa que o panorama no

segmento mudou radicalmente, caracterizando-

se na atualidade pela concentração em grandes

empresas, embora ainda restem alguns pequenos

estabelecimentos em atividade. Ao longo do

período, algumas marcas foram se apagando como a

Hamburguense e a própria Ivoti, mas tais mudanças

também vieram acompanhadas de diversificação de

produtos, um incremento sobre a oferta de leite, manteiga e queijo prato.

Para ele, a transformação do Rio Grande do Sul em uma significativa

bacia leiteira e de produção industrial não surpreende, pois é resultado

de todo o esforço do segmento e do próprio Sindilat/RS durante anos.

“O consumo antes era muito local, não se alastrava. As fábricas de leite

em pó e de caixinha modificaram isso”, justifica.

Expansão

O ingresso dos Bauermann (Ari e seu pai Artur) na Laticínios

Ivoti em 1970, coincidiu com a chegada de uma grande inovação no

setor gaúcho, que foi a passagem do envasamento em garrafa para o leite

em saquinho. Foi inovadora naquela época por ter sido um dos poucos

estabelecimentos pequenos gaúchos a implantar a pasteurização do

leite. A Ivoti tinha por área de distribuição a Grande Porto Alegre. Em

1975 implantou unidades em Santa Catarina (São Miguel do Oeste) e

Paraná (Barracão). No Estado, a Ivoti também se ampliou com bases 29

Ari Bauermann

Page 30: Revista 40 anos Sindilat

30

em Selbach, em 1992, e no Salto do Jacuí. Tanta expansão

fez com que a produção passasse de 30 mil litros/dia, em

1970, para 110 mil litros/dia, em 1998, quando a empresa foi

vendida para a argentina Sancor-Milkaut, sendo ultimamente

Unileite, que com sua aquisição pela Perdigão concluída o

ano passado, foi fechada em janeiro de 2009.

A expansão da Ivoti para Santa Catarina aconteceu

com a constatação da carência de recolhimento de leite e a

pouca produção industrial naquela região do estado vizinho,

que na ocasião só era feita pela Tirol e atendia basicamente

o Litoral. A empresa manteve o nome nessas unidades que

existiram de 1975 a 1982. A fábrica em São João era de coleta

de leite e queijaria. “Nós levamos para lá o recolhimento

através dos tanques coletores e caminhões-tanque direto na

propriedade ao invés dos tarros”, recorda ele.

Sindilat/RS

Oriundo do setor frigorífico de carnes, Ari

Bauermann encontrou no Sindilat/RS um local de orientação

e esclarecimento neste seu empreendimento. Sempre esteve

presente nas reuniões mensais da entidade e participou

de viagens como em 1996, para o Chile e, em 1998, para a

Europa, em missão de integração entre os países. Ele recorda

das gestões de Edgar Machado Gonçalves, Helmut Mayer e

Zildo De Marchi.

“O Sindilat/RS sempre norteou seus representados,

promovendo amplas discussões sobre os problemas do

setor, levando suas reivindicações e pleitos ao poder público

e lutando por melhores condições de mercado.” Ele lembra

da época em que houve escassez de leite, devido à falta de

incentivo aos produtores, o que obrigou o governo a importar

o produto, na época do Plano Cruzado. “Tivemos ainda o

episódio do leite em pó que devido ao desabastecimento o

governo importou da Europa, mas que provinha, na verdade,

da região de Chernobil e que estaria contaminado com o

vazamento nuclear, em meados de 1980.”

DEPOIMENTO

Page 31: Revista 40 anos Sindilat

CENÁRIO ECONÔMICO

31

Será o fimda criseem 2009?

O final do ano de 2008 foi de assombro para

a economia mundial. O desencadeamento da crise

financeira, em setembro, afetou os grandes mercados

internacionais, levou bancos e empresas à falência e

decretou o recesso econômico em diversos países.

O Brasil também sentiu os efeitos da turbulência:

indústrias e empresas multinacionais demitiram

funcionários, houve fuga de capital para investimento

e o acesso ao crédito ficou bastante restrito.

Depois de seis meses em ritmo de retração,

a indústria mundial chegou ao nível mínimo de

produção e, a partir do ajuste dos estoques, está

abrindo o caminho para a retomada lenta e gradual

da produção. Nos países de economia desenvolvida –

como os Estados Unidos e Japão, por exemplo –, serão

necessários anos de crescimento para que atinjam os

mesmos níveis de produção anteriores à crise.

No entanto, nas economias emergentes

– como é o caso do Brasil –, esse patamar pode ser

atingido já em 2010. Como forma de responder ao

cenário adverso, o governo federal tratou de editar

medidas de incentivo ao consumo, como a redução

do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

Nesta perspectiva, o país tem respondido de maneira

positiva, e as perspectivas mais otimistas apontam para a retomada do

crescimento.

Cenário otimista no Rio Grande do Sul

O fim da crise em 2009 é a aposta do secretário da Fazenda do

Rio Grande do Sul, Ricardo Englert, que acredita na possibilidade de su-

peração da crise e de retomada do bom andamento da economia gaúcha

ainda neste segundo semestre. ”A economia gaúcha tem potencial de re-

cuperação e esperamos poder ver em breve aumentos de índices de ven-

das, de consumo, de produção industrial e agrícola e de emprego e renda

em nosso Estado”, projeta.

Para o segmento lácteo, a fim de agregar valor e incentivar

a produção no Estado, no início do ano, a Secretaria estabeleceu a

utilização do crédito fiscal presumido de ICMS aos fabricantes de

laticínios, na aquisição do leite in natura de produtores do RS – mas

devido aos problemas de abastecimento, o benefício foi mantido para

o leite oriundo de Santa Catarina. Também foi instituído o preço de

referência para as operações interestaduais com o produto, já que o

mesmo é isento do imposto dentro do Estado. “A inexistência do preço de

referência possibilita a remessa para outros Estados por preços inferiores

aos praticados pelo mercado, sem o correto recolhimento do ICMS, o

que reduz a matéria-prima para o setor industrial gaúcho”, explica.

Para Englert, as medidas de ajuste fiscais adotadas pelo governo

Ricardo EnglertSecretário da Fazenda do Rio Grande do Sul

Page 32: Revista 40 anos Sindilat

32

permitiram que o Estado

estivesse mais bem preparado

para o período de turbulência.

Além dos benefícios de manter

as finanças equilibradas e as

contas em dia – economizando

no pagamento de dívidas e

fornecedores – o secretário

destaca que, em 2008, o

Estado obteve um superávit

primário de R$ 2,1 bilhões e

um superávit orçamentário de

R$ 443 milhões.

“Tudo isso nos

preparou melhor para

enfrentar a crise. Mas

seguimos muito atentos às

perdas que o Estado teve neste ano em relação à arrecadação de ICMS e

aos repasses da União que, somados, no primeiro semestre do ano foram

de cerca de R$ 534 milhões em relação ao previsto no Orçamento”,

destaca, acrescentando que serão reduzidas ainda mais as despesas de

custeio para garantir o equilíbrio das contas públicas.

Indústria retoma confiança

No Rio Grande do Sul, a indústria sentiu o golpe da instabilidade

econômica: na primeira metade deste ano, foi registrada uma retração de

14,3% no desempenho em comparação com 2008. A queda de produção

resultou nos cortes de postos de trabalho, principalmente no setor metal-

mecânico.

No entanto, os últimos dois meses foram animadores para o setor

gaúcho. Conforme os dados divulgados pela Federação das Indústrias

do Rio Grande do Sul (Fiergs), em junho, houve um crescimento de

3,1% em relação ao mês de maio – que já havia apresentado alta de 0,5%

sobre abril (descontados os efeitos de sazonalidade). Os segmentos que

mais contribuíram para essa retomada foram de vestuário (8,9%), fumo

(6,7%), metalurgia básica (6,3%), couros e calçados (5,4%) e veículos

automotores (3,9%). O presidente da Fiergs, Paulo

Tigre, declarou que os dados podem ser considerados

sinais de melhora, “apesar de estarem longe de reverter

as perdas acumuladas”.

Conforme a Unidade de Estudos Econômicos

(UEE) da Fiergs – responsável pela pesquisa de Indica-

dores Industriais no Estado –, os sinais são de que a fase

da recessão está superada e a economia está no rumo da

recuperação. A previsão é de mais variações positivas na

produção, seguida dos indicadores de horas trabalhadas

– conforme a segmentação das atividades industriais.

Os industriais gaúchos também estão

mostrando acreditar na melhora da economia já no

segundo semestre. Conforme a recente Sondagem da

Indústria realizada pela Fiergs no segundo trimestre,

58% esperam a expansão da demanda. Contudo, as

vagas de trabalho permaneceram em baixa (-0,2%) – e

o indicativo é de que esta situação deve continuar por

alguns meses. O aumento da produção não significa

retomada dos empregos, devido à ociosidade existente

em alguns setores. O que deve ocorrer, inicialmente, é o

aumento do número de horas trabalhadas, com reflexos

sobre a produtividade. Enquanto isso, os indicadores

de emprego apenas deverão se tornar positivos quando

a melhora econômica estiver consolidada.

“Aeconomiagaúchatem

potencialderecupera-

çãoeesperamospoder

verembreveaumentos

deíndicesdevendas,de

consumo,deprodução

industrialeagrícolaede

empregoerenda”

Paulo TigrePresidente da Fiergs

CENÁRIO ECONÔMICO

Page 33: Revista 40 anos Sindilat
Page 34: Revista 40 anos Sindilat

34

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Um sistema que permite a coleta e o controle das informações

de fabricação de um alimento em todas as suas fases, desde a

recepção da matéria-prima, processamento, envase até o controle de

qualidade e distribuição foi desenvolvido pela Tetra Pak. É o sistema

de Rastreabilidade Ativa que permite em tempo real gerar uma visão

completa da produção dos alimentos e aumentar a agilidade da indústria

no controle de eventuais problemas. O presidente da Tetra Pak e vice-

presidente para a América Central e Sul, Paulo Nigro, destaca que a

criação do novo sistema reafirma a missão da Tetra que é ‘disponibilizar

alimentos seguros onde quer que seja’. “A partir dessa premissa de

segurança alimentar desenvolvemos o sistema, que é capaz de rastrear

toda a cadeia para alimentos líquidos e sólidos, possibilitando um

maior controle na produção com mais transparência, agilidade e

confiabilidade”, explica o dirigente.

A Rastreabilidade Ativa Tetra Pak foi lançada durante a 25ª

edição da Feira Internacional de Embalagens

e Processos para as Indústrias de Alimentos e

Bebidas (Fispal), maior evento de tecnologia de

alimentos da América Latina, realizado em junho,

no Parque Anhembi, em São Paulo. O diretor de

Marketing Estratégico da Tetra Pak, Eduardo Eisler,

informa que a rastreabilidade ativa proporciona à

indústria o que há de mais moderno no registro

automatizado de informações, acrescido do controle

integrado do processo produtivo e a disponibilidade

das informações ao consumidor. “Nós nos

comprometemos de disponibilizar o alimento de

forma segura, informando ao consumidor sobre o

produto, de onde ele vem e de como foi.”

O sistema de Rastreabilidade Ativa é

Tetra Pak lança sistema de Rastreabilidade Ativa

Paulo Nigro - Presidente da Tetra Pak

Page 35: Revista 40 anos Sindilat

baseado em três ferramentas: o Tetra PlantMaster™

da Tetra Pak, um sistema de controle, supervisão

e operação da produção de alimentos; um sistema

de gerenciamento da qualidade e uma plataforma

de comunicação via internet. Sendo assim, o

sistema é conectado a todos os equipamentos,

sensores e laboratórios da planta, pontos de

controle de entrada de matéria-prima e saída do

produto acabado. Os dados coletados em todos

esses pontos, como temperatura, vazão, pressão,

análise microbiológica e físico-química, limpeza,

insumos, alarmes, tempo de operação, entre

outros, são consolidados em um único banco de

dados. A indústria tem o acesso a todos os dados

em tempo real, por meio de relatórios, e ainda

pode disponibilizar informações, a seu critério,

pela internet ao consumidor.

Eisler afirma que “cada embalagem conta

com um código único ao qual estão vinculadas

todas as informações sobre aquela unidade de

produto específica, como um RG. Tal sensibilidade

proporciona a precisa localização dos produtos

porventura comprometidos (recall cirúrgico)”.

O gerente de Sistemas Integrados Especiais da Tetra Pak, Pe-

dro Gonçalves, explica que o sistema permite diagnosticar, solucio-

nar e prevenir problemas com a utilização de uma ferramenta online

que expõe minuciosamente as informações e cruza dados ao longo

de todos os processos. “Ao acessar um hotsite, o sistema fornece de-

talhes das etapas de processamento e envase, proporcionando mais

transparência, agilidade e confiabilidade, além de reforçar o controle

da produção. O próprio consumidor, por exemplo, poderá consultar

as informações do produto que comprou”, completa.

Conheça um pouco da Tetra Pak

A Tetra Pak, líder mundial em soluções para processamento e

envase de alimentos, opera em mais de 150 países e conta com 21.640

funcionários. O slogan “Protege o que é bom” reflete a visão de tornar

o alimento seguro e disponível, em qualquer lugar. Com sede em

Lausanne, na Suíça, a Tetra Pak é um dos três grupos industriais

independentes que pertencem ao Grupo Tetra Laval, um grupo

industrial privado. A Tetra Pak foi inclusive a primeira patrocinadora

do Rei Pelé, em 1957.

37

Page 36: Revista 40 anos Sindilat

CONSELEITE

Valor de Referência do leite para Julho e Valor projetado para Agosto

As indústrias e os produtores de leite, reunidos no

Conseleite RS, anunciaram o valor de R$ 0,7134 para o mês de

Julho, como indexador para os negócios do leite. O valor foi

obtido, após estudos confeccionados pela UPF - Universidade

de Passo Fundo, tendo como referência o leite padrão (Base

Instrução Normativa 51 do Ministério da Agricultura). Este valor

foi homologado hoje (24/08) em Porto Alegre, pelo Conselho

Estadual do Leite – CONSELEITE – que é um órgão paritário

formado pelas indústrias através do Sindicato

das Indústrias de Laticínios do Rio Grande

do Sul - SINDILAT/RS, e pelos produtores

de leite, representados pela Farsul, Fetag,

Gadolando, Associação dos Criadores de

Jersey e Fecoagro. O Conseleite divulgou ainda

a tendência do valor de referência para o mês

de Agosto, que é de R$ 0,6271.

Page 37: Revista 40 anos Sindilat

Histórico de Valores

Page 38: Revista 40 anos Sindilat

38

MERCADO INTERNACIONAL

Encontrar uma brecha e abrir espaços para colocar a produção

leiteira do Brasil no mercado internacional tem sido uma tarefa difícil

para o segmento. Além dos problemas envolvendo a queda da produ-

ção nacional no segundo semestre de 2008, o cenário externo tem se

revelado preocupante, pois nesta competição, existem fatores, como a

concessão de subsídios aos produtores agropecuários – o que é realiza-

do por diversos países, e que acabam desequilibrando a concorrência.

Os produtores e a indústria de laticínios do Brasil enfrentam

ainda os problemas decorrentes do câmbio. As constantes quedas na

cotação do dólar e a consequente valorização excessiva do real resultam

no encarecimento dos produtos nacionais no mercado externo,

tornando-os menos competitivos. A moeda brasileira apresenta hoje

maior paridade do poder de compra (PPC) que o dólar, o que resulta

em desvantagem externa para exportar leite, cujos preços em outros

continentes seguem em um nível mais baixo.

Outra circunstância é o desequilíbrio entre os valores pagos

ao produtor e no atacado. Conforme a pesquisa da LTO Nederland

(Federação Holandesa de Agricultura e Horticultura), os preços pagos

ao produtor no Brasil – que ultrapassaram, na média do País, os R$

0,70 por litro – são superiores comparados como outros mercados,

como dos Estados Unidos, Nova Zelândia e o Mercosul, alcançado

índices semelhantes aos praticados na União Européia – que variam

de R$ 0,70 a R$ 0,79. Esta diferença torna o produto brasileiro pouco

competitivo em razão do preço final.

O consultor da MilkPoint, Marcelo Carvalho, argumenta que o

principal problema para o setor no mercado externo é o preço. Conforme

Carvalho, nas circunstâncias atuais, o preço da matéria-prima brasileira

deveria girar em torno de R$ 0,50 para se tornar competitivo – o que

muitos produtores hoje não conseguem obter. Ele destaca ainda ser

necessário observar o custo de produção, de forma

a tornar o preço o mais baixo possível, e de forma

que o produtor e a indústria não fiquem no prejuízo.

“É preciso identificar os pontos mais eficientes em

termos de custo. Por trabalhar com commodities, o

custo tem papel muito importante”.

O Brasil encara, no entanto, uma diferença

de valores pagos nas diversas regiões do País, e a

diferença em relação aos valores no atacado pode

gerar um senso de “injustiça” aos produtores,

desmotivando-os a investir. Diante disso, o consultor

alega que é muito difícil fixar um patamar de preços

ideais praticados na produção e no atacado. “Neste

momento, há variações regionais que são muito

grandes”, alega, citando o fato de o leite ter atingido

Exportação no Setor Lácteo:tudo passa pelo preço

Marcelo Carvalho - consultor da MilkPoint

Page 39: Revista 40 anos Sindilat

o pico de preços nestes últimos meses, devido aos

problemas de produção no Sudeste e Centro-Oeste,

além das questões climáticas desfavoráveis no Sul.

O que mantém os preços dentro do País

acima dos externos são as restrições às importações

de lácteos. Isto faz com que o comportamento do

mercado interno – particularmente a subida do

leite UHT – reflita no preço pago ao produtor. Os

valores mais recentes, conforme o CEPEA (Centro

de Estudos Avançados em Economia Aplicada),

apontam uma média no País de R$ 0,77 ao produtor.

No atacado, o valor, que estava em R$ 1,90 até julho,

já caiu para a casa dos R$ 1,60. No entanto, Carvalho

prevê alguma redução nestes preços a partir de

outubro. “A magnitude vai depender da oferta de

leite, dos preços externos, do comportamento do

consumidor e do câmbio”, adianta.

Conforme Carvalho, embora o País

tenha melhorado em diversos aspectos, encara as

dificuldades por ser um exportador leiteiro novato.

“O Brasil historicamente é visto como importador, e enfrenta a

questão de até que ponto ele é confiável. Ele paga o preço por estar

recém entrando neste mercado”, aponta. Para que o setor lácteo possa

ingressar com força no cenário internacional, o consultor., observa,

acrescentando ser necessário analisar o valor de produção e a adequação

da indústria para atender às exigências internacionais. “Temos de ter

competitividade na cadeia produtiva, e sem dúvida custo é importante.

E precisa haver melhoria de qualidade, principalmente sólidos do leite,

e um trabalho de negociação visando abertura de mercados”, frisa.

39

Page 40: Revista 40 anos Sindilat

40

ASSOCIADO

Conhecendo os associados que fazem parte da história do Sindilat/RS

Cooperativa Agrícola MistaAceguá Ltda. – CAMAL

Cooperativa AgropecuáriaPetrópolis Ltda. – PIÁ

Cooperativa CentralGaúcha Ltda. – CCGL

Cooperativa de Suinocultoresde Encantado Ltda. – COSUEL

Cooperativa Languirú Ltda.

Cooperativa Riograndense de Laticínios e Correlatos Ltda. – AGRICOOP

Cooperativa Santa Clara Ltda.

Cooperativa Sul-Riograndensede Laticínios Ltda. – COSULATI

Cooperativa Taquarensede Laticínios Ltda. – COOTALL

Cotrilac - Comércio Transportee Indústria de Lácteos Ltda.

DPA Manufacturing Brasil Ltda.

Hollmann Laticínios Indústriae Comércio Ltda.

Indústria de Laticínios Lisot Ltda.

Irineu Roesler

Kunzler, Filho e Cia Ltda.

Laticínios Bom Gosto Ltda.

Laticínios Casquence Ltda.

Laticínios Steffenon Ltda.

Mu-Mu Alimentos Ltda.

Parmalat Brasil S/A Indústriade Alimentos

Perdigão S/A

Rasip Agro Pastoril S/A

VRS – Indústria deLaticínios Ltda. – LATVIDA

Page 41: Revista 40 anos Sindilat
Page 42: Revista 40 anos Sindilat
Page 43: Revista 40 anos Sindilat

43

O Sindilat/RS represen-

ta hoje, uma entidade de renome

do setor lácteo em nível nacional.

Essa conquista não se dá de uma

hora para outra, e sim com muito esforço de todos os seus diretores e pre-

sidentes, que levaram e levam muito a sério a proposta desde o início de

seus fundadores. O Sindilat/RS ainda pode se orgulhar de ter, entre seus

associados, empresas relevantes, concorrentes entre si, mas nem por isso

desarmônicas. Este fator sela o sucesso deste Sindicato que representa

tão bem os interesses e as necessidades das empresas do setor.

Para a Kunzler, associada desde a década de

90, o Sindilat/RS foi fundamental para as decisões

que a empresa tomou ao longo dos últimos anos e

que levaram a organização ao crescimento atual de

30% ao ano. Hoje, a Kunzler faz parte da direção do

Sindicato com intuito de fazê-lo crescer ainda mais e

continuar colaborando para o melhor desempenho

do setor.

LauroKunzler

DepoimentosO nosso associado faz parte da nossa trajetória ao longo destes anos de trabalho

e compromisso com o segmento. Por isso, a sua presença não poderia faltar nesta publi-cação de 40 anos de entidade.

Somos associados ao Sindilat/RS há

poucos anos, mas acompanhamos sua

trajetória de conquistas e contribuições

para a indústria, para o setor primário e

consumidores. Nos orgulhamos de fazer parte do Sin-

dilat/RS e parabenizamos a todos os que contribuíram

com a entidade nestes 40 anos.

AlvimarLuizLisot

40 ANOS DE HITÓRI A

Page 44: Revista 40 anos Sindilat

Durante os 15 anos que

trabalho em Política Leiteira, tenho

participado das reuniões, debates e

ações realizadas pelo Sindilat/RS, e

é um prazer relembrar que em todos

estes momentos o nosso Sindicato

sempre teve a sua frente pessoas e

empresas que lutavam e lutam bravamente pelo bem comum da

entidade. Não me lembro de ter participado de nenhuma reunião que

pudesse ter sido classificada como não proveitosa para o segmento.

Os assuntos abordados e o enfoque político ou técnico dos temas

tratados foram sempre de um profissionalismo digno do poder e

A importância do

Sindilat/RS para as indústrias

do segmento leite se traduz na

força da sua representatividade

sociopolítica, porque serve

como referência para a discussão de toda a cadeia leiteira, cujas

conclusões sempre são decisivas para o seu desenvolvimento.

A participação da Cosuel na Diretoria do Sindilat/RS e,

em especial, na condição de Presidente foi honrosa e oportuna,

porque permitiu a implantação de nossa filosofia de trabalho e de

atuação, utilizando ferramentas importantes, como a transparência

40 ANOS DE HISTÓRIA

44

A Parmalat Brasil

chegou ao Rio Grande do Sul

em 1993 por meio da aquisição

da Lacesa e, desde então,

conta com a parceria e colaboração do Sindicato da Industria de

Laticínios e Produtos Derivados do Estado do Rio Grande do Sul

para o desenvolvimento de suas atividades no Estado. A postura

da entidade em defesa do setor tem sido de extrema importância

para o crescimento das industrias de laticínios

instaladas na região. A Parmalat parabeniza

o Sindilat/RS pelos seus 40 anos de valiosa

contribuição para a evolução e consolidação da

produção leiteira no País.

ArthurGilbertoVoorsluys

e o trabalho em equipe. De fato, em sua gestão,

foram obtidos avanços importantes, como a

condução do Sindilat/RS de acordo com a

vontade da maioria das empresas associadas

e a definição de pontos que as indústrias

consideravam importantes e decisivos para o

desenvolvimento de toda a cadeia do leite.

CarlosAlbertodeF.Freitas

representatividade que o RS tem no cenário lácteo

nacional.

Parabenizo o Sindilat/RS pelos seus 40

anos, e desejo que possamos comemorar juntos

muitos aniversários. Parabenizo ainda o presidente

e toda a diretoria pelo excelente trabalho que esta

sendo feito, assim como, a equipe de funcionários

do Sindicato que não mede esforços para atender

seus associados, oferecendo ferramentas e

informações precisas e rápidas de todos os assuntos

relacionados à cadeia Láctea.

CarlosRusso

Page 45: Revista 40 anos Sindilat

45

O Sindilat/RS é importante, pois agrega

lideranças, que através do diálogo e da negociação,

conquistaram melhorias para todo o setor leiteiro

do nosso Estado. Pela sua representatividade junto

a diversos órgãos e entidades, pela sua história

nestes 40 anos, temos certeza

que o Sindilat/RS continuará

sendo a “Força do Leite Gaúcho”.

Parabéns Sindilat/RS !

NadiaP.Bergamaschi

Ao longo destes 40 anos o setor leiteiro

do Rio Grande do Sul, teve no Sindilat/RS a voz

forte, unida, representativa e guerreira na defesa

de posições comerciais, politicas e tributárias

que permitiram às industriais de leite neste

Estado praticar melhores políticas de preços

aos produtores, desta maneira

viabilizando todo o setor.

Parabéns pelas quatro décadas

de lutas e vitórias.

CaioVianna

Para nós, da Dairy Partners Americas – DPA,

que chegamos às terras gaúchas há pouco mais de

um ano, sempre foi fator determinante a filiação, a

proximidade e os trabalhos conjuntos com o Sindilat

do Rio Grande do Sul. Vários benefícios foram

alcançados para todos, em ações integradas com toda

a cadeia, lideradas por este respeitável Sindicato.

O Rio Grande do Sul ocupa hoje lugar

de destaque na produção leiteira nacional e, com

certeza, nesta evolução, o Sindilat/RS divide com

os produtores e empresários do

setor, o merecimento por tão bela

conquista.

Sendo assim, o momento

se faz oportuno e gostaríamos de parabenizar todas as pessoas que

fizeram parte dessa trajetória de sucesso nestes 40 anos e que elevaram

esta entidade à posição de destaque no âmbito nacional, juntamente com

toda a cadeia láctea gaúcha. Parabéns!!!

RicardoMagalhãesRodrigues

O Sindilat/RS é um importante instru-

mento patronal ligado nas lutas pela defesa das

organizações do setor lácteo. Atualmente repre-

senta empresas de diferentes tamanhos, que vão

desde pequenos laticínios a grandes corporações,

que comercializam seus produtos tanto nos limites

de seus municípios como no mundo todo. Tam-

bém é importante ressaltar, que

atua sempre junto aos seus asso-

ciados em eventos para manter a

parceria com eles, gerando assim

a força do leite gaúcho.

ArnoAlfredoKopereck

Page 46: Revista 40 anos Sindilat

A Cooperativa Santa

Clara tem grande satisfação em

ser associada ao Sindilat/RS,

uma instituição que orgulha e

fortalece toda uma categoria, que com seu trabalho, tem importante

participação na defesa do segmento lácteo e na economia do País. A mais

antiga Cooperativa de Laticínios em atividade no Brasil entende bem

o quanto é necessário lutar pela classe, defender os interesses do setor,

para torná-lo cada vez mais forte e competente. Se colocar alimentos

sempre fresquinhos e saudáveis à mesa dos consumidores é o nosso

compromisso, fazer isso com a segurança deste importante apoio nos

torna ainda mais fortes e certos do sucesso.

Nestes 40 anos de comprometimento, observamos o Sindilat/

46

40 ANOS DE HISTÓRIA

RS despontar para a notoriedade, sempre contribuin-

do para o desenvolvimento do segmento, fortalecen-

do a imagem de um produto tão nobre como o leite e

consequentemente proporcionando manter o produ-

tor na sua atividade. Seja representando o setor junto

aos órgãos públicos, realizando seminários, viagens,

encontros ou oferecendo acesso às informações rele-

vantes aos profissionais, nos proporciona o amparo e

a convicção do engrandecimento.

Parabéns associados e um especial agradeci-

mento a todos que fizeram e fazem parte do Sindilat.

RogerioBrunoSauthier

A MU-MU Alimentos re-

gozija-se e cumprimenta todos os

companheiros industriais de lati-

cínios, pelos 40 anos de existência

do nosso Sindilat/RS. Acreditamos que devemos cada vez mais valorizá-

lo como instituição legítima de representação do setor industrial lácteo,

através de uma participação cada vez mais efetiva de cada associado. A vi-

são de seus fundadores, no distante ano de 1969, foi fundamental para o

seu crescimento como instituição representativa e do

setor em geral. O Estado do Rio Grande do Sul deve

muito ao Sindilat/RS no desenvolvimento da cadeia

leiteira, que se transformou em importante fator no

desenvolvimento gaúcho. A economia gaúcha não

seria a mesma sem a existência do Sindilat/RS e de

seus associados.

HenriqueVontobel

Até a gestão de Arno

Kopereck, o Sindicato tinha

basicamente o objetivo de reunir

mensalmente as empresas, para

fornecer informações sobre o setor e negociações salariais. Na gestão

de Kopereck, tivemos uma mudança radical no Sindicato, graças a

sua personalidade e atitude empreendedora. Dentre as conquistas,

o Sindilat/RS passou a ter estrutura própria para assessorar os

associados, diariamente passando informações do setor. Através do

Sindilat foi conseguido importantes reduções de impostos no âmbito

federal. A situação financeira foi estruturada, o que posteriormente

possibilitou a aquisição da sede própria, na

gestão de Gilberto Piccinini. Hoje, o Sindicato

passou a ser o principal órgão representativo de

leite no Estado do Rio Grande do Sul. Parabéns,

especialmente ao Arno Kopereck, que tomou

importantes iniciativas, ao Gilberto Piccinini pela

excelente gestão posterior, de continuidade no

crescimento, e ao Carlos Feijó na sua participação

qualitativa no cargo de Presidente.

ClóvisMarceloRoesler

Page 47: Revista 40 anos Sindilat

Há 33 anos participando das reuniões do

Sindilat/RS, a leitura que se faz é que a entidade navegou

tranquila em alguns momentos e em outros momentos

houveram turbulências. Período após término da

ingerência do Poder Público, que determinava os preços

iniciais e finais do leite, foi necessária uma reengenharia

de procedimentos, o que foi constatado de forma mais

intensa nos últimos períodos.

A atividade leite precisa de um repensar macro,

profissional. Existem muitos

desníveis de procedimentos

e apoiamentos públicos,

principalmente entres os Estados

Federativos. De qualquer sorte, o Sindilat/RS já fez história e esta consolidar-

se-á com certeza. Basta as lideranças do setor quererem e elas querem.

Cumprimentos a todos que, de uma forma ou outra, auxiliaram na

construção desta história.

JoséMárioHansen

Fruto da dedicação de seus dirigentes e

da competência da equipe executiva, a atuação

do Sindilat/RS tem demonstrado fundamental

importância nos pleitos junto a entidades gover-

namentais na busca de justiça na carga tributária

incidente em nossa atividade,

e no fortalecimento da imagem

do segmento junto aos meios de

comunicação e formadores de

opinião.

AngeloPauloSartor

Page 48: Revista 40 anos Sindilat

Representar a coletividade,

respeitando a autonomia e

individualidade de cada associado.

Este deve ser o maior objetivo

de uma entidade sindical, principalmente quando esta atua em um setor

tão importante como é a atividade de leite no Estado do Rio Grande do

Sul. O maior desafio é representar todos os associados sem distinção de

tamanho e conciliar os interesses específicos para um objetivo comum. É

com este propósito que as pautas do Sidilat foram e deverão continuar a ser

construídas. Acredito que a participação dos representantes das indústrias no

A VRS Indústria de

Laticínios Ltda. – LATVIDA –

parabeniza a Sindilat/RS, por

completar 40 anos de atividades.

Nesta data podemos

aproveitar para efetuarmos uma avaliação crítica do seu passado, bem

como, projetar a atuação futura, sempre norteada na adequação das

ansiedades e procedimentos dos seus associados.

Assim, sentimo-nos honrados em participar de uma Entidade

que busca preparar seus associados para as constan-

tes variações das condições do mercado, dos gover-

nos e das políticas aplicadas na economia Brasileira

e por que não dizer, no mercado mundial.

Esperamos que este espírito progressista

acompanhe o Sindilat/RS nos próximos 40 anos.

Parabéns!

RuiJoseSulzbach48

40 ANOS DE HISTÓRIA

Conselho Estadual do Leite foi um avanço importante,

pois o Conseleite consegue aglutinar toda a cadeia

produtiva, o produtor e a indústria na análise dos custos

de produção, e ainda indicar os preços de referência para

a matéria-prima.

A todos que de alguma forma dedicaram seus

esforços e contribuíram na consolidação do Sindilat/RS

nestes quarenta anos, nossos agradecimentos.

MárioAntônioFarina

É com orgulho e grande

satisfação que nos associamos

às comemorações dos 40 anos

do Sindilat/RS, para prestar o

nosso reconhecimento à trajetória de compromisso, dedicação,

seriedade e eficiência de uma entidade que, desde a sua criação,

desempenha um papel de significativa importância num con-

texto econômico e social que enfrenta inúmeros desafios. Ao

longo desses anos, o Sindicato vem cumprindo

com pleno êxito a sua função de representar os

interesses do setor de laticínios, contribuindo de

forma decisiva para o crescimento e o desenvolvi-

mento do Rio Grande do Sul.

WilsonZanatta

Ao acreditarmos na força da

união, podemos enfrentar de frente o

grande desafio do desenvolvimento

mútuo. E isto, o Sindilat/RS fez muito

bem, pois escreveu ao longo de 40 anos uma história

de conquistas.

DirceuBayer

Page 49: Revista 40 anos Sindilat

NOTÍCIA

A SUMÁ, sediada em Campinas (São Paulo) – região

com importantes centros de pesquisa e universidades e de um

dos maiores parques industriais do país – atua há 22 anos na

elaboração de projetos de equipamentos para pasteurização de

diversos produtos. Desde 1991, passou a fabricar e comercializar

a produção dedicada inicialmente a miniusinas para pasteurização

de leite. A SUMÁ foi pioneira na implantação das primeiras

plantas no Brasil, porém, seguindo pesquisas de mercado e

desenvolvimento de produto, hoje atua em vários ramos, como

polpa de frutas, vinhos, ovo líquido e outros.

O desenvolvimento de tecnologia e de novos produtos

é lastreado pelo departamento técnico, em parceria com outras

empresas e universidades como, por exemplo, a Faculdade de

Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Campinas

(UNICAMP). Cada equipamento desenvolvido

guarda a capacidade de dar tratamento térmico e

embalar os produtos a que se destina, respeitando

suas características naturais e evitando a adição

de conservantes químicos tão indesejáveis.

Atualmente, a empresa conta com equi-

pamentos instalados, através de representantes e

assistência técnica especializada, em todo o ter-

ritório nacional. A SUMÁ já exporta para mais

12 países de três continentes, acreditando que

desta forma está contribuindo com a saúde hu-

mana e assim ajudando a fortalecer as bases da

sociedade.

SUMÁ 22 anos de consolidação no mercado

O Sprayfo é um alimento lácteo completo, levemente acidi-

ficado para auxiliar na absorção dos nutrientes pelos animais. É feito

através de um processo muito sofisticado que garante altíssima digesti-

bilidade dos nutrientes. A Sloten é detentora de uma tecnologia única

a qual consiste numa gordura microencapsulada, envolta com proteína

e lactose, com tamanho de 2 mícrons, que otimiza a digestão e absor-

ção dos nutrientes. A escolha das matérias-primas é feita seguindo um

rigoroso critério de seleção, garantindo assim a qualidade e eficiência

do produto.

Nas fazendas de leite, o produto substitui o leite da vaca na cria-

ção de bezerras, permitindo ao criador vender mais leite ao laticínio,

reduzir seus custos de criação e melhorar a sanidade de seu rebanho.

Com isso, reduz a incidência de diarréias e outras enfermidades, que

SLOTEN Sprayfo: muito mais que leite!

possam afetar de forma negativa o desenvolvimento

do animal.

O Sprayfo promove o aumento da ingestão

de forragem e concentrados, acelerando o desen-

volvimento das bezerras. Por ser palatável e muito

solúvel é fácil introduzir o produto na alimentação

das bezerras. Sprayfo é o produto certo para os pro-

dutores que buscam a maior eficiência em sua pro-

priedade, visando o excelente desenvolvimento de

suas bezerras, que no futuro se tornarão vacas de

qualidade. Mais informações sobre o produto pelos

telefones (19) 3459-3100 ou (19) 9216-9406. 49

Page 50: Revista 40 anos Sindilat

SINDILAT/RS-SindicatodaIndústriadeLatícinioseProdutosDerivadosdoEstadodoRioGrandedoSulAv. Mauá - n° 2011 - Sala 505 - Centro - Porto Alegre / RS CEP 90030-080 - Fone:(51)3211-1111 - Fax:(51)3028-1529 www.sindilat.com.br - [email protected] DIRETORIATITULARESPresidente: Carlos Marcílio Arjonas FeijóVice-Presidente: José Mário Hansen; Wilson ZanattaDiretor Secretário: Alexandre GuerraDiretor Tesoureiro: Henrique VontobelEQUIPE SINDILATSecretário Executivo: Darlan PalhariniSecretária: Maria Regina Rodrigues

EDIÇÃO

Francke|ComunicaçãoIntegradaAv. Carlos Gomes, 466 - cj. 07 - Bela VistaFone/Fax: 51 3273.3340 – www.francke.com.brEditora Responsável: Mariza Franck (Reg. Prof. 8611/RS)Redação: Ana Lúcia Medeiros (MTb: 11582/RS),Teresa Maria Schembri (MTb: 6240/25/91RS) e Sérgio GiacomelProjeto e criação: Alex Pauleto MelloComercial: Raquel Diniz

EXPEDIENTE

Agir estrategicamente é uma característica

da empresa da Lettromaq Ordenhadeiras, desde

a sua fundação em 1996. Pensando desta forma,

o compromisso com a qualidade do seu produto

marca uma filosofia empresarial de sucesso, com

ações que resultam em conceitos de parceria, re-

ciprocidade e respeito com o cliente. Construída

em uma área de 1.500 metros quadrados e estru-

turada para disputar o mercado em todas as suas

exigências, a Lettromaq está situada no mesmo

nível das mais competitivas indústrias de orde-

nhadeiras do Brasil e da América Latina.

Dotada de moderna tecnologia e instala-

ções destinadas à produção, possui capacidade de

produção que atinge os mais altos padrões inter-

nacionais. Além disso, a Lettromaq está atenta e

preocupada em investir no talento e no profissionalismo do homem

do campo. Com o sentido de atender os diferentes segmentos do

setor leiteiro, do pequeno ao grande produtor, foram criadas estru-

turas para identificar as necessidades técnicas de cada cliente.

Sempre preocupada em assegurar sua programação de ven-

da, produção e pontualidade, a Lettromaq emprega todo o seu po-

tencial em equipamentos de ponta, mão-de-obra qualificada, pro-

fissionais e técnicos especializados. Por tudo isso, é uma empresa

moderna, sempre com os olhos voltados para o futuro, assegurando

sempre a melhor qualidade em produtos para ordenha.

Situada no sul do Brasil, em Porto Alegre, a Lettromaq ofe-

rece, além da qualidade dos seus equipamentos, a grande vantagem

de sua perfeita localização estratégica em favor dos países compo-

nentes do Mercosul, mercado para o qual já exporta grande parte

da sua produção.

LETTROMAQmais de 10 anos comprometida com a qualidade de vida do homem do campo

50

NOTÍCIA

Page 51: Revista 40 anos Sindilat

Sem perceber, você transforma o mundo com as caixinhas 100% recicláveis da Tetra Pak.

A maior prova do respeito da Tetra Pak ao meio ambiente

é que toda caixinha é de fonte renovável* e 100% reciclável.

De telhas de casa a caixas de papelão, de cadernos a caneta,

muita coisa pode ser feita a partir da reciclagem das caixinhas.

Além disso, a caixinha da Tetra Pak tem o selo FSC,

o selo verde mais reconhecido do mundo.

Ele é a garantia de que a caixinha que você está comprando

vem de fl orestas bem manejadas e fontes controladas*.

Isso quer dizer que cada vez que você escolhe e recicla

uma caixinha da Tetra Pak está ajudando a transformar o mundo.

Acesse www.tetrapak.com.br

Com a Tetra Pak é assim: proteção dentro e fora da caixinha.A marca do manejo

florestal responsável

SW-COC-003204

©1996 Forest Stewardship Council A.C.

Embalagem certificada FSC

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Page 52: Revista 40 anos Sindilat

Novas embalagens de nutrição Tortuga.Todo mundo quer ver de perto!

O novo design das embalagens de nutrição é mais uma inovação da Tortuga. Além de mais modernas e bonitas, foram padronizadas e projetadas a fi m de facilitar o manejo e o estoque. A mesma qualidade e tecnologia de sempre, agora de cara nova.

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