Retrato_Cult_Novembro2010

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3a. edição - Novembro/2010

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3a. edição - Novembro/2010 Shows, artes e espetá- culos biblioteca nacional - 200 anos o conto dA ilha des- conhecida - josé sara- mago iraniana acusada de adultério novo livro do nobel 2010 robonauta o 1o. an- droide viajará à esta- ção espacial implante na retina dilma roussef néstor kirchner 16 22 20 31 32 33 62 34 06 38 10 37 expediente editorial EUA: líder vai revo- gar reforma saúde país

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3a. edição - Novembro/2010

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editorial

expediente

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Notícias Brasil

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ciÊNcias & tEcNoloGia

rEportaGEm EspEcial

litEratura - coNto

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biblioteca nacional - 200 anos

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cORRENTE CULTURAL MOVIMENTA CURITI-BA

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novo livro do nobel 2010

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Notícias muNdoEUA: líder vai revo-gar reforma saúde

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implante na retina33

o conto dA ilha des-conhecida - josé sara-mago

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néstor kirchner62

pErsoNalidadEdilma roussef10

Shows, artes e espetá-culos

34 robonauta o 1o. an-droide viajará à esta-ção espacial

36 android 2.2 chega oa país

37 iraniana acusada de adultério

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NEGócios & carrEira

Nossa aNtENa

Novembro

Nossa capakindle vai permitir em-préstimos de livros

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google homenageia zi-raldo

samsung galaxy tab che-ga ao brasil

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economia do eua cria 151 mil empregos

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mantegra se quixa do pa-cote de U$ 600 bi do fed

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coluNista

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Editorial

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O Brasil entra num momento histó-rico. As eleições chegaram e o povo elegeu a primeira mulher presiden-te de nosso País - Dilma Roussef. Mesmo se falando em continuidade a nova governante do Brasil impri-mirá uma faceta feminina no Gover-no Federal.

No panorama mundial a surpresa desagradável do falecimento de um dos líderes políticos da Amércia do Sul, Néstor Kircnher, deixando órfão o povo argentino. Será a primeira vez que Cristina Kirchner governatá a Argentina sem a palavra do marido.

O povo brasileiro tem ainda a comemoração dos 200 anos da Biblioteca Nacional.

Esperamos que os novos ventos que sopram sobre os céus do Brasil sejam de desenvolvimento e integridade, para que o país possa adentrar ao rol das nações desenvolvidas . Parabenizamos a nova governante e solicita-mos que ela pense mais na saúde, na educação e no emprego que dignifica o cidadão..

Da Redação

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Expediente

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ANO 01 - EDIÇÃO 03 Edição, Produção e Publicação BOLETIM CULT

REPORTAGEM E EDIÇÃOSilvia Regina Pellegrino Freitas da Rocha

PROGRAMAÇÃO VISUAL

Eduardo Schubert

JORNALISTA RESPONSÁVELIsabelle Soares

REVISÃO DE TEXTOSPaulo Roberto Freitas da Rocha

Envio de e-mails150.000 personalizados

[email protected]

fone:(41) 3538-7868

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personalidadedilma roussefA primeira mulher eleita pelo voto di-reto à Presidência

do Brasil!

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Dilma RousseffFilha do engenheiro e poeta búlgaro Pétar Russév, naturalizado brasileiro como Pedro

Rousseff e da professora brasileira Dilma Jane Silva, nasce em Belo Horizonte, em 14 de dezembro de 1947, Dilma Vana Rousseff. Faz a pré-escola no Colégio Isabela Hendrix e, a seguir, ingressa em um dos colégios mais tradicionais do Brasil, o Sion, de influência católi-ca, ambos em Belo Horizonte.

Aos 16 anos, transfere-se para uma esco-la pública, o Colégio Estadual Central, atual Escola Estadual Governador Milton Cam-pos. Começa, então, a militar como simpati-zante na Organização Revolucionária Mar-xista - Política Operária, conhecida como Polop, organização de esquerda contrária à linha do PCB (Partido Comunista Brasilei-ro), formada por estudantes simpáticos ao pensamento de Rosa Luxemburgo e Leon Trotski.

Em 1967, já cursando a Faculdade de Ciên-cias Econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais, Dilma passou a militar no Co-lina (Comando de Libertação Nacional), or-ganização que defendia a luta armada. Esse comportamento, de passar de um grupo po-lítico a outro, era comum nos movimentos de esquerda que atuavam durante o período da ditadura iniciada com o Golpe de 1964.

Em 1967, em Minas Gerais, Dilma casa-se com Claudio Galeno. O jornalista, cinco anos mais velho, integrava o movimento Política Operária (Polop). O casamento não durou em meio à luta armada e Dilma casa-se novamente, em 1969, com o advogado gaúcho Carlos Franklin Paixão de Araújo, que conheceu nas reuniões do Comando da Libertação Nacional (Colina).

Em 1969 vive na clandestinidade e usa vários codinomes para não ser encontrada pelas forças de repressão aos opositores do regime. No mesmo ano, o Colina e a VPR (Vanguarda Popular Revolucionária) se unem, formando a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares). Em julho, a VAR-Palmares rouba o “cofre do Adhemar”, que teria perten-cido ao ex-governador de São Paulo Adhemar de Barros. A ação ocorreu no Rio de Janeiro e teria rendido à guerrilha US$ 2,4 milhões. Dilma nega ter participado dessa operação, mas há quem afirme que ela teria, pelo menos, ajudado a planejar o assalto.

Em setembro de 1969, a VAR-Palmares sofre um racha. Volta a existir a VPR. Dilma es-colhe permanecer na VAR-Palmares - e ainda teria organizado três ações de roubo de armas

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no Rio de Janeiro, sempre em unidades do Exército.

Presa em 16 de janeiro de 1970, em São Paulo, o promotor militar res-ponsável pela acusação a qualificou de “papisa da subversão”. Fica detida na Oban (Operação Bandeirantes), onde é torturada. Depois, é enviada ao Dops. Condenada em 3 Estados, em 1973 já está livre, depois de ter conseguido re-dução de pena no STM (Superior Tri-bunal Militar). Muda-se, então, para Porto Alegre, onde cursa a Faculdade de Ciências Econômicas, na Universi-dade Federal do RS.

Do PDT ao PT

Filia-se, então, ao Partido Democrá-tico Trabalhista (PDT), fundado por Leonel Brizola em 1979, depois que o governo militar concedeu anistia po-lítica a todos os envolvidos nos anos duros da ditadura.

Dilma Rousseff ocupou os cargos de secretária da Fazenda da Prefeitura de Porto Alegre (1986-89), presiden-te da Fundação de Economia e Esta-tística do Estado do Rio Grande do Sul (1991-93) e secretária de estado de Energia, Minas e Comunicações em dois governos: Alceu Collares (PDT) e Olívio Dutra (PT).

Filiada ao Partido dos Trabalhadores (PT) desde 2001, coordenou a equi-pe de Infra-Estrutura do Governo de Transição entre o último mandato de Fernando Henrique Cardoso e o pri-meiro de Luiz Inácio Lula da Silva, tornando-se membro do grupo res-

ponsável pelo programa de Energia do governo petista.

Ministérios Dilma Rousseff foi ministra da pas-

ta das Minas e Energia entre 2003 e junho de 2005, passando a ocupar o cargo de Ministra-Chefe da Casa Ci-vil desde a demissão de José Dirceu de Oliveira e Silva, em 16 de junho de 2005, acusado de corrupção.

Em 2008, a Casa Civil foi envolvi-da em duas denúncias. Primeiro, a da montagem de um provável dossiê con-tendo gastos pessoais do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O dossiê seria uma suposta tentativa de silen-ciar a oposição, que, diante do escânda-lo dos gastos com cartões de créditos corporativos realizados por membros do governo federal, exigia a divulga-ção dos gastos pessoais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de sua es-posa. Depois, em junho, a ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Denise Abreu, acusou a Casa Civil de ter pressionado a agência du-rante o processo de venda da empresa

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Varig ao fundo de investimentos nor-te-americano Matlin Patterson e seus três sócios brasileiros. Dilma Rousseff negou enfaticamente todas as acusa-ções.

Em 9 de agosto de 2009, a ex-secre-tária da Receita Federal, Lina Vieira, disse ao jor-nal Folha de S. Paulo que, num e n c o n t r o com Dil-ma, a mi-nistra teria pedido que uma inves-tigação re-alizada em e m p r e s a s da família Sarney fos-se concluída rapidamen-te. Dilma negou a declaração de Lina, que, por sua vez, reafirmou a acusação em de-poimento no Senado Federal, mas não apresentou provas.

Apesar de, em diferentes períodos, ter cursado créditos no mestrado e no doutorado de Economia, na Unicamp, Dilma Rousseff jamais defendeu a dis-sertação ou a tese.

De guerrilheira na década de 1970 a participante da administração pública em diferentes governos, Dilma Vana Rousseff tornou-se uma figura prag-mática, de importância central no go-verno Lula.

Ela substituiu o ex-ministro José Dirceu, acusado de operar o esquema do mensalão. Em abril de 2009, reve-lou que estava se submetendo a trata-mento contra um linfoma descoberto em um exame de rotina. Após sessões de radioterapia e quimioterapia, Dil-

ma diz estar curada do câncer.

No dia 20 de feverei-ro de 2010, durante o 4º Congres-so Nacional do Partido dos Traba-l h a d o r e s , Dilma foi a c l a m a d a pré-candi-data do PT à presidên-cia da Repú-

blica.Em junho de 2010, o PT oficializou a

candidatura de Dilma à presidência da República.

Em 31 de março, obedecendo à lei eleitoral, afastou-se do cargo de mi-nistra-chefe da Casa Civil. Durante a cerimônia de transferência do cargo, assumido por Erenice Guerra, Dilma afirmou, referindo-se ao governo Lula: “Com o senhor nós vencemos. Vence-mos a miséria, a pobreza ou parte dela, vencemos a submissão, a estagnação, o pessimismo, o conformismo e a indig-nidade”.

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De fato, Dima Rousseff venceu as eleições presidenciais de 2010, no se-gundo turno, com 56,05% dos votos válidos, tornando-se a primeira mu-lher na presidência da República Fede-rativa do Brasil.

Reações à eleição de Dilma Rousseff no mundo

Líderes brasileiros e mundiais co-mentaram no dia 31/10, a eleição de Dilma Rousseff (PT) para a Presidên-cia do Brasil.

No segundo turno da eleição, reali-zado neste domingo, a petista obteve 56% dos votos válidos, contra 44% de José Serra (PSDB). Apoiada pelo pre-sidente Luiz Inácio Lula da Silva, ela será a primeira mulher a assumir a Presidência do Brasil.

Confira algumas das repercussões:Evo Moralez, presidente da BolíviaO presidente boliviano, Evo Morales,

qualificou de “triunfo da democracia latino-americana” a eleição de Dilma Rousseff, segundo a Agência Boliviana de Informação (ABI).

No domingo, o mandatário boliviano teria seguido o noticiário sobre o plei-to brasileiro “com atenção”, de acordo com a ABI.

Hugo Chavez, presidente da Vene-zuela

“Irmã, companheira, bem-vinda a este clube.”

“Você vem de longe, companheira, te

conheço. Sabemos de onde você vem, da batalha pelo Brasil, da batalha dura. Uma mulher patriota.”

“Ela se converterá, como a Cristina (Kirchner), em uma gigante.”

Cristina Fernandez Kirchner, presi-dente da Argentina

A presidente da Argentina telefonou a Dilma para felicitá-la pela vitória e para das as boas vindas ao “clube das

companheiras de gênero”.Segundo a agência oficial de notícias

Télam, Cristina também falou com o presidente Luiz Inácio Lula da Sil-va para felicitá-lo pelo desempenho do Partido dos Trabalhadores e para agradecer pelo papel desempenhado pelo Brasil na América Latina.

Mauricio Funes, presidente de El Salvador

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“Hoje se cumpriu uma jornada ines-quecível para o povo brasileiro, que elegeu pela primeira vez em sua his-tória uma mulher para dirigir os desti-nos dessa grande nação”.

“Em meu nome, no da primeira-dama da República, minha querida esposa Vanda, e de meu filho Gabriel, que é também cidadão brasileiro, assim como em nome do povo e do governo de El

Salvador, faço chegar nossas felicita-ções e demonstrações de afeto”.Aníbal Cavaco Silva, presidente

de PortugalO presidente de Portugal felici-

tou Dilma pela eleição e disse que isso representará “uma renovada oportunidade” para o aprofunda-mento das relações bilaterais.

Cavaco Silva disse ainda esperar uma visita de Rousseff a Portugal ‘brevemente’ e que espera a pros-peridade e o progresso do “povo irmão brasileiro”.Nicolas Sarkozy, presidente da

França“Esta vitória demonstra o re-

conhecimento do povo brasileiro pelo trabalho considerável que ela tem desenvolvido com o presi-dente Lula para o Brasil tornar-se um país moderno e mais justo. Ela também traduz a confiança que o povo brasileiro deposita nela para prosseguir e aprofundar esse ri-quíssimo e alentado projeto. Nes-ta caminhada, o presidente da Re-pública garante à senhora Dilma Rousseff que poderá continuar contando com a amizade e o apoio indefectíveis da França.”José Luiz Zapatero, primeiro-mi-

nistro da Espanha“Seguiremos trabalhando para

que as relações entre nossos dois países continuem em um nível magnífico.” Fonte BBC Brasil

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Notícias - Brasil

RPC TV comemora 50 anos da televi-são no Paranál

Diretores de funcionários da afilia-da da TV Globo participam de uma homenagem aos pioneiros da TV.Os 50 anos da televisão no Paraná es-tão foram comemorados na capital de Curitiba, com atrações que a emisso-ra presenteou os cidadãos curitibano-si. Diretores e funcionários da RPC TV, afiliada da Globo, participaram de homenagem aos pioneiros da TV.Autoridades e convidados vão acompa-nhar o lançamento de uma exposição com equipamentos e imagens marcan-tes dessas cinco décadas. Foram lança-dos também dois livros comemorativos.Para comemorar os seus 50 anos, a RPC TV promove no dia 06 de no-vembro, um show aberto e gratui-to com o cantor Roberto Carlos em Curitiba. A apresentação ocorre às 20h em frente ao Palácio Iguaçu, na Praça Nossa Senhora da Salete. O show é um presente da RPC TV para a população. A emissora escolheu o cantor pela sua trajetória e por ser um cantor que agrada a todas as gerações.

A apresentação é uma oportunidade para as pessoas reunirem a família e os amigos e comemorar, junto com a RPC TV, um momento muito especial. A RPC TV foi a primeira TV do Para-ná. A emissora nasceu em 29 de outu-bro de 1960, na quitinete de um edifício no centro de Curitiba. Hoje, a RPC TV

possui oito emissoras afiladas das Rede Globo no Estado e é líder de audiência.

Sobre a RPC TV

A RPC TV possui oito emissoras de TV afiliadas à Rede Globo no Para-ná. A emissora foi pioneira na trans-missão da TV Digital na região Sul do país, em outubro de 2008. A trans-missão do sinal digital já acontece em Curitiba e Região Metropolita-na, Londrina e Maringá. Até o final do deste ano, haverá transmissões do sinal digital em Foz do Iguaçu.Campanha da RPC TV valoriza imagemA RPC TV, afiliada da Rede Glo-bo no Paraná, iniciou no domingo, 10/10, a segunda fase da campa-nha comemorativa aos seus 50 anos que tem como slogan “RPC TV 50 Anos - Faz Parte da Sua História”.

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As peças mostraram fatos históricos ocorridos no Paraná, no Brasil e no mundo que as pessoas puderam acom-panhar pela televisão. As imagens re-cuperaeam momentos como a queda do muro de Berlim em 1989; o atenta-do de 11 de setembro às torres gême-as nos Estados Unidos em 2001; mani-festações populares contra a ditadura militar brasileira em 1975; e o ato pú-blico pedindo transparência na Assem-bleia Legislativa do Paraná em 2010.

“A TV é o meio que permite às pes-soas acompanharem e vibrarem com os acontecimentos em tempo real em qualquer lugar do mundo. O objeti-vo desta etapa da campanha foi justa-mente valorizar a televisão e a imagem por nos darem essa oportunidade de presenciar momentos importantes que marcam a história”, diz o gerente de marketing da RPC TV, Marcos Franco.

A primeira fase da campanha foi com-posta por duas etapas focadas na valori-zação dos paranaenses e de pessoas que escolheram o estado para viver. As peças enfocam as histórias, os lugares e o jeito de ser das pessoas que vivem no Paraná.

Essa etapa da campanha dos 50 anos da RPC TV foi criada pela agên-cia Getz e composta por dois víde-os para TV, anúncios para jornais e revistas, e banners para a internet.

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Biblioteca Nacional do Rio de Janei-ro comemora 200 anos

Criada em 29 de outubro de 1810, a partir da coleção trazida por Dom João VI, com a vinda da família real portu-guesa para o Brasil, a Biblioteca Nacio-nal celebra neste sábado, 30, 200 anos de existência. De um acervo inicial de cerca de 60 mil peças, já naquela época de valor inestimável, similar às melho-res coleções reais europeias, a biblio-teca abriga hoje mais de 9 milhões de obras, sendo considerada pela Unes-co uma das dez maiores do mundo. A instituição é referência em projetos de restauração e digitalização na América Latina.

O acervo trazido para o país pela fa-mília real portuguesa, abrangia livros, manuscritos, mapas, estampas, moedas e medalhas, e foi inicialmente acomoda-do numa das salas do Hospital do Con-vento da Ordem Terceira do Carmo, na então Rua Direita, hoje Rua Primeiro de Março. Há 100 anos, em 1910, era inaugurado o prédio em estilo eclético, com elementos neoclássicos, na Aveni-da Rio Branco, na Cinelândia, centro do Rio, onde a instituição funciona até hoje.

Por ocasião da comemoração o minis-tro da Cultura, Juca Ferreira, e o presi-dente da Fundação Biblioteca Nacional, Muniz Sodré, abrem nesta sexta-feira,

29, à tarde, no Rio, exposição comemo-rativa do bicentenário da instituição, com 200 das mais importantes obras do acervo.

Em entrevista coletiva às 16h, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econô-mico e Social (BNDES) e o Ministério da Ciência e Tecnologia anunciam no-vos investimentos em projetos da ins-tituição. der em próximas eleições.

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De 3 a 14 de novembro, a cidade rece-berá o evento em 70 espaços diferentes Entre os dias 3 e 14 de novembro, a capital paranaense receberá a Corren-te Cultural. Em sua segunda edição, o movimento foi idealizado por produto-res e promotores culturais, de institui-ções públicas e privadas, com o objetivo de valorizar e promover a diversida-de cultural em Curitiba. Ao todo, 350 atrações serão realizadas em 70 espaços culturais da cidade. Serão espetáculos, exposições, debates, mostras, shows, entre outras atividades. “A Corrente Cultural é uma iniciativa de vários parceiros que visa democra-tizar o acesso à cultura. Disponibiliza-mos manifestações culturais de todas as áreas, com apresentações gratuitas ou de baixo custo”, explica o presidente da Fundação Cultural de Curitiba, Pauli-no Viapiana. Segundo ele, a proposta é que o evento seja inserido no calendá-rio anual da cidade e que cada vez mais pessoas possam participar dele. A grande novidade da edição 2010 é a Virada da Corrente, que será realizada nos dias 6 e 7 de novembro e terá mais de 24 horas consecutivas de programa-ção. “Esse ano incorporamos essa ação e criamos um novo modelo de evento. No entanto a Corrente Cultural conti-

nua até o dia 14. Quem não puder par-ticipar da Virada ainda terá vários dias de atividades”, diz Viapiana. Para atrair o grande público serão rea-lizadas ações de mobilização nas regio-nais de Curitiba, de 3 a 5 de novembro. Os bairros Portão, Cajuru, CIC, Fazen-dinha, Bairro Novo, Boa Vista, Boquei-rão, Santa Felicidade e Pinheirinho re-ceberão mostras, oficinas e espetáculos que servirão como uma forma de divul-gação da Corrente Cultural. Entre alguns destaques estão a Or-questra À Base de Corda e Paulinho da Viola, Erasmo Carlos, Mart´nalia, Pato Fu, Sandra de Sá, Copacabana Club, en-tre outros. Os principais que receberão o evento são: TUC - Galeria Julio Mo-reira; Palco da Riachuelo; Palco Nossa Senhora da Salete - Centro Cívico; Pal-co Praça da Espanha; Palco das Ruínas e Palacete Wolf.A Fundação Cultural de Curitiba e a Prefeitura Municipal, o Sistema Feco-mércio/PR (Sesc/ Senac), Sesi, Caixa Econômica Federal, Secretaria de Esta-do da Cultura, Universidade Tecnoló-gica Federal do Paraná (UTFPR), Uni-versidade Federal do Paraná (UFPR), Instituto Cervantes, Instituto Goethe, Aliança Francesa e Consulado da Po-lônia são parceiros na realização da Corrente Cultural. A promoção é da

Corrente Cultural movimenta Curiti-ba com 350 atrações

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RPCTV. O evento tem os apoios dos vereadores Renata Bueno e Caíque Fer-rante.

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Acontece o show de Paul McCartney em Porto Alegre

O show de Paul McCartney acontece no domingo, dia 07/11, às 21h, no Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre. Houve não-confirmação de reservas anteriores e liberação de um lote não usado por patrocinadores, disponibilizadas entradas para pista premium (R$ 520) e pis-ta livre (R$ 220). A compra ficou limitada a seis ingressos por CPF, e de possível realização por cartões de crédito ou débito (exceto American Express e Banricom-pras) ou em dinheiro. Além destes setores houve um lote final para a área VIP, a Emotion Club, com ser-viço de vans e open bar, pelo fone (51) 3029-9441. Aos que já haviam comprado os ingressos mas não os retiraram, era preciso correr para evitar as filas que podiam ocorrer no final de semana. A bilheteria do Gigan-tinho (junto ao Beira-Rio) abrou às 10h. O show de Paul McCartney na Capital é um evento do Grupo RBS, com realização da DC Set Promoções e apoio do Sport Club Internacional. Patrocínio de Oi, Co-lombo e Nescafé e apoio do BarraShoppingSul.

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O evento contará com apoio da Brigada Militar, da polícia Civil, dos Bombeiros e da EPTC. O evento Paul McCartney - Up and Coming Tour foi gravado pela MPL Tour e seus parceiros. Ao ingressar no local de realização do evento o espec-tador pagante autorizava gratuitamen-te, de forma irrevogável e irretratável, o uso de seu nome, imagem e som de voz, inclusive com fins comerciais, para veiculação em qualquer veículo de co-municação hoje ou no futuro existen-te, e por meio de qualquer processo de transporte de sinal e suporte material e/ou representação digital utilizados, existentes ou que venham a ser criados, sem limitação temporal ou territorial.nos dias 6 e 7 de novembro e terá mais de 24 horas consecutivas de programa-ção. “Esse ano incorporamos essa ação e criamos um novo modelo de evento. No entanto a Corrente Cultural conti

Vin Diesel chega ao Rio de Janeiro e visita casa de

lazer erótico

Paul Walker, que tam-bém faz parte do filme e ficou no hotel, fez um gesto obsceno para uma equipe de TVFotos: Bytebeach/Divulgação

Vin Diesel chegou ao Rio de Janeiro nesta quarta-feira (3) para filmar a nova sequência do filme Velozes e Furiosos. Bem à vontade, o ator norte-americano foi ao Termas Centaurus, em Ipanema, local conhecido por ter belas mulheres à disposição, segundo o blog da jorna-lista Fabíola Reipert. Diesel está hospedado no Copacabana Palace. Já Paul Walker, que também faz parte do filme e ficou no hotel, fez um gesto obsceno para uma equipe de TV que fazia a cobertura local. Sem graça, o ator depois disse que estava brincan-do. Coisa feia, não?

“Diesel (à von-tade) e Paul Walker (que coisa feia!)”

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Iron retorna ao BrasilÂngela Corrêa

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Os fãs não têm tempo nem para sentir sau-dades do Iron Mai-

den. A banda britânica de hea-vy metal retorna ao Brasil em março para seis shows da tur-nê The Final Frontier World Tour. Além de São Paulo, Rio, Brasília, Recife e Curitiba, o

grupo se apresenta em Belém do Pará, onde nunca estiveram. É a terceira vez consecutiva que o sexteto, liderado pelo baixista Steve Harris vem ao país.

São Paulo é a primeira Capital a receber o voo 666 - a banda costuma via-jar em avião próprio, um Boeing 757. Customizada, a aeronave foi batizada de Ed Force One em referência ao mascote Eddie, the Head, que costuma estampar a maioria dos produtos do grupo. O vocalista Bruce Dickinson, claro, é o piloto oficial.

O show paulista, para o qual foi reservado o Estádio do Morumbi, será em 26 de março. Os ingressos começam a ser vendidos para os integrantes do fã-clube já em 26 de novembro. Para o público em geral, as vendas têm iní-cio no dia seguinte, sempre pelo site www.livepass.com.br ou pelo telefone 4003-1527. Os valores das entradas ainda não foram divulgados.

REPERTÓRIO - O show é baseado em The Final Frontier, 15º álbum da carreira do quinteto, liderado pelo baixista Steve Harris. O disco foi lança-do em agosto, mesmo período em que a turnê teve início. Além de Harris e Dickinson, a formação atual conta com Dave Murray (guitarra), Adrian Smith (guitarra), Janick Gers (guiatarra) e Nicko McBrain (bateria)..

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Já imaginou Beyoncé como Primeira-dama dos Estados Unidos? Isso pode acontecer.

De acordo com a BBC, o marido da cantora, o rapper Jay-Z, gostaria de concorrer o cargo político mais disputado do planeta e se tornar o presidente do país.

- Me deem uma chance. Em oito anos talvez eu seja o presidente, disse o rapper.

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Casa Branca: Beyoncé pode vi-rar Primeira-dama

Da Redação

O marido da intérprete de Baby Boy conversou sobre política com os jor-nalistas e também sobre a administração do atual presidente dos EUA, Barack Obama. Ele disse que você só pode julgar alguém se compreender o legado que ele recebeu:

- Para julgar alguém você tem que julgar a sua herança, disse Jay-Z.

Caso Jay-Z se candidatasse, o casal do hip hop teria que trocar os pal-cos pela Casa Branca, mas essa não seria a primeira vez que alguém do mundo do entretenimento assumiria o cargo de presidente dos Estados Unidos. Ronald Reagan, além de governar o país, também foi ator. demandas internacionais, o que não é bom. É fundamental que vários países participem do programa do etanol”, defendeu.

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GrEvEs E coNtEstação social oBriGam lady GaGa a adiar coNcErtos

Espetáculos agendados para este fim-de-semana, em Paris, mudam de data devido a perturbações nos transportes.

As greves e manifestações em França levaram Lady Gaga a adiar os dois concertos agendados para este fim-de-semana, em Paris. Segundo a promotora dos espetáculos, a poderosa Live Nation, não era possível garantir que os camiões com o material para os concertos chegas-sem ao local dos mesmos atempadamente. Os concertos foram assim reagendados para o próximo mês de dezembro. Também em dezembro, Lady Gaga atua em Portugal pela primeira vez. O encontro está marcado para dia 10 daquele mês, no Pavilhão Atlântico, em Lisboa. França encontra-se mergulhada num clima de contestação social, desen-cadeada pela decisão do Governo de alterar a idade da reforma de 60 para 62 anos. Os protestos têm assumido, em alguns dos casos, contornos violentos e causado graves perturbações nos transportes. Hoje, o acesso ao aeroporto de Marselha-Provença foi bloqueado por barreiras montadas por manifes-tantes. O assunto foi abordado no site do Expresso .26

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Venda de Modigliani reacende polêmica: quanto vale, afinal, uma obra de arte?

Em entrevista, galerista Luisa Strina diz que o preço sobe por uma questão de mercado: número de compradores cresceu, mas o de ofertas nãoMilene Chaves

‘A Bela Romana’, de Amedeo Modigliani (Carl Court/AFP) Qual o valor da arte? A que preço pode chegar um quadro de autor renomado? A polêmica sobre somas exorbitantes pagas por telas em leilões não é nova, mas res-surge a cada vez que o martelo é batido selando uma nova venda astronômica. Na terça-feira (02/11), a responsável pelo retorno do tema é a tela A Bela Romana, de Amedeo Modigliani, vendida por 69 milhões de dólares (cerca de 117 milhões de reais) em leilão na casa Sotheby’s, em Nova York.

Apesar de alto, o valor pago por A Bela Romana está longe do recorde. Em 2006, uma tela de Jackson Pollock alcançou o preço de 140 milhões de dólares (o equiva-lente a 238 milhões de reais) em uma venda privada. O comprador é oficialmente desconhecido, embora suspeite-se de que seja o mexicano David Martinez, dono de uma empresa de financiamento.

As negociações mais festejadas acontecem em leilões conhecidos e são largamente

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noticiadas, como a do Modigliani ven-dido pela Sotheby’s. As casas de leilões lucram bastante nessas transações. Na Sotheby’s, por exemplo, a comissão funciona assim: 25% para vendas de até 20.000 dólares; 20% par as de 20.000 a 500.000 dólares e 12% para negocia-ções que ultrapassem o meio milhão de dólares. A Bela Romana, portanto, en-gordou o caixa da casa em nada menos do que 8.280 milhões de dólares (cerca de 14 milhões de reais) no momento em que o martelo foi batido.

Para o economista canadense Don Thompson, autor de um livro sobre o assunto (The US$ 12 Million Stuffed Shark), os preços são, sim, exagerados. Em boa parte por culpa do marketing montado em torno das vendas - que in-clui a representação por marchands de grife, a inclusão na lista de um colecio-nador reconhecido, numa galeria bada-lada ou num museu respeitado. A ga-lerista brasileira Luisa Strina tem uma tese complementar: a arte também está sob efeito das leis de mercado, e em ge-ral há mais compradores do que obras disponíveis para a venda. Por telefone, ela falou ao site de VEJA sobre o fun-cionamento desse mercado.Hoje um Modigliani foi vendido por 69 milhões de dólares.Modigliani? Olha que ele nem vale isso.

O que explica esses preços tão altos?Acho que o mercado está aquecido, as pessoas estão vendo que as aplicações financeiras não estão rendendo bem, então correm para as obras de arte.Obra de arte pode ser considerado um

investimento financeiro?Não! Seria raso dizer isso. As razões para as somas exorbitantes são muitas. Em alguns raros casos podem até ser uma aplicação de dinheiro, mas em ge-ral cada quadro tem uma história. Um museu que precisa de um quadro im-portante pode pagar milhões por uma obra para atrair público, por exemplo.Mas e se o comprador for um colecio-nador?Bom, se ele for um colecionador, ele é muito importante. Quem paga es-sas quantias está certamente ligado ao mercado de arte, não é um Zé da Sil-va qualquer. O caso é que o mercado cresceu muito, mas as obras disponíveis para venda não. Hoje você compra um quadro pela internet, assiste a um leilão ao vivo pelo computador. Aqui no Bra-sil ninguém comprava arte estrangeira; hoje compra. Um cliente meu disse que o sonho da vida dele era ter um (Joan-nes) Vermeer, que só fez 17 obras (na verdade, fala-se em cerca de 35). Não existe. É por isso que o mercado está cada vez mais chegando perto das obras contemporâneas.

No Brasil, qual é o recorde de venda?Ah, minha filha, essas vendas são feitas entre quatro paredes, nunca em uma galeria. Um (Alfredo) Volpi, por exem-plo, não aparece no mercado. Outro dia me falaram que as suas obras alcançam entre 300 e 400 mil dólares. Não sei, ninguém fala. E valores como esses só giram em São Paulo, essas obras não saem de São Paulo.

Das dez telas vendidas a preço recorde,

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três são de Picasso. O que explica o inte-resse pelo artista?Picasso teve uma produção enorme. Ele é um artista fácil de ser assimilado e tem fama – inclusive em torno dele mesmo. Se você perguntar a um ascensorista o nome de um artista plástico, ele vai te responder: “Picasso”.

Na sua avaliação, os preços passaram do limite? Ou esse mercado é assim mesmo?Eu acho que é assim mesmo, e não é por-que trabalho com isso. Preços altos ex-primem a valorização da cultura de um país. Por que você acha que os artistas chineses estão valendo tanto? É por que eles são o país da vez. O Brasil também está em alta, mas não há obras brasilei-ras na praça. Não existe Ligia Clark pra vender, nem Flavio de Carvalho, nem um (Vicente) Rego Monteiro maravilho-so, simplesmente não tem. Se você avisar que tem algo assim para vender, chovem vinte pessoas na sua porta. E aí, o preço vai parar nas alturas.

No vai e vem do mercado de trabalho, al-gumas carreiras acabam ganhando des-taque e tornam-se opções interessantes de especialização ou de formação.A movimentação está diretamente liga-da ao desempenho econômico do país e às perspectivas que se descortinam.“A proximidade de dois grandes eventos esportivos no Brasil - Olimpíada e Copa do Mundo - bem como as obras do Pro-grama de Aceleração do Crescimen-to (PAC) do governo federal, tendem a aquecer muito a demanda por profissio-nais da área de infraestrutura, por exem-plo”, afirma Gustavo Costa, da Expertise Hays Oil&Gás.

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Novo livro do Nobel 2010 Da Redação

O vencedor do prêmio Nobel de Literatura deste ano, Mario Vargas Llosa, lançou ontem seu novo romance, El Sueño del Cel-ta, no título original em espa-nhol. O livro teve tiragem inicial de meio milhão de exemplares, sendo 250 mil na Espanha e 250 mil para as Américas (parte dis-so para os Estados Unidos).

No lançamento, Vargas Llosa afirmou que o Nobel mudou sua vida, mas não sua ânsia de se-guir escrevendo.

– É o prazer supremo. A morte me encontrará com a caneta na mão – declarou o escritor de 74 anos, em Madri.

O romance é inspirado em um fato real, a colonização belga do Congo, na África, no final do Sé-culo 19 e início do 20, e também em um personagem real, o irlan-dês Roger Casement, que denun-ciou as barbaridades cometidas pelos europeus no continente africano.

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Notícias - MundoEUA: próximo líder da Câmara promete revogar reforma da saú-deDa Redação

O congressista republicano de Ohio, John Boehner, que desponta como o próximo presidente da Câmara de Representantes dos Estados Uni-dos, renovou nesta quarta-feira sua promessa de revogar a “monstru-

osa” reforma da saúde que “eliminará empregos e arruinará o atual sistema”.Durante a primeira entrevista coletiva concedida após as eleições legislativas de terça-feira, Boehner afirmou que a vitória republicana foi um recado dos eleitores para que se corrija o andamento do país e delineou entre seus primei-ros objetivos o desmantelamento da “monstruosidade” da reforma da saúde.

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“O povo americano está preocu-pado pelo controle do governo da saúde. Acho que antes de co-

meçar é importante que sentemos as bases para revogar esta mons-truosidade e a substituamos com reformas de bom senso que reduzi-rão o custo do seguro de saúde nos EUA”, enfatizou o congressista. A reforma da saúde foi uma promessa eleitoral do presidente Barack Oba-ma e uma de suas principais priori-dades ao assumir o poder em 2009.No entanto, a lenta recuperação econômica do país gerou ansiedade e nervosismo entre os eleitores, o que foi aproveitado pelos candidatos republicanos para conseguir votos nesta eleição. Segundo Boehner, os resultados da votação deixaram cla-ro que o povo americano rejeitou a agenda de Obama e dos democratas na Câmara de Representantes, até agora presidida por Nancy Pelosi.O congressista revelou ter sido con-tatado por Obama na terça-feira à noite, quando falaram de trabalhar de maneira conjunta nas priorida-des legislativas. “Eu lhe disse, e re-pito agora, que certamente podemos trabalhar de forma conjunta, tendo como prioridades o corte de des-pesas, a criação de empregos e que reduzamos as despesas e a interven-ção do Governo”, relatou Boehner.

Implante na retina ajuda pacientes ce-gos a distinguir for-mas

Placa fica sob a retina e cumpre a fun-ção das células destruídas por doença

Cientistas desenvolveram um im-plante ocular que permitiu que três pacientes cegos enxergassem formas e objetos dias depois do tratamento em um teste, e disse-ram que o aparelho poderá se tor-nar uma rotina para certos tipos de cegueira dentro de cinco anos. Especialistas descreveram o resul-tado do estudo como fenomenal e disseram que o dispositivo, criado por cientistas alemães, pode vir a mudar a vida de 200.000 pesso-as de todo o mundo que sofrem de cegueira causada por uma doen-ça chamada retinite pigmentosa.

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O dispositivo, conhecido como implante subretinal, fica por baixo da re-tina e funciona substituindo os receptores de luz destruídos pela doença.Após a detecção da luz, Els se vale das funções natu-rais do olho para produzir uma imagem visual estável. Eberhart Zrenner, diretor do Hospital Oftalmológico da Universidade de Tübingen, na Alemanha, e diretor da empresa Retinal Implant AG, que está desenvolvendo a tecnologia, disse que o resultado representa uma “prova de conceito” e agora será testado em de 25 a 50 pacientes da Europa. “Mostramos que as pessoas podem rece-ber visão útil suficiente para o dia-a-dia”, disse ele.De acordo com o estudo publicado no periódico Proceedings of the Royal Society B, um paciente cego que recebeu o implante foi capaz de identificar e encontrar objetos colocados uma mesa, e de caminhar por uma sala sem ajuda.

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Ele também conseguiu ver as horas num relógio e distin-guir sete tons de cinza, disseram os pesquisadores. os tes-tes tiveram início de sete a nove dias após os implantes. O dispositivo implantado, que fica no interior do olho, é uma minúscula placa, com 3 milímetros quadrados e 0,1 milímetro de espessura, que con-tém cerca de 1.500 sensores de luz conectados a amplificadores e eletrodos.Outro tipo de implante retinal, conhecido como implante epirreti-nal, ficam fora da retina e, como contornam as estruturas saudáveis do olho, exigem que o paciente use uma câmera externa e um processador.

Robert Maclaren, professor de Oftalmologia na Universidade Oxford, que não tomou parte no estudo, declarou-se “muito animado” com os resulta-dos da equipe alemã..

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Android 2.2 que chegam ao País neste ano

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Ideos tem 3G e Wi-Fi e pode ser usado como roteador sem fios para até oito outros dispositivos ao mesmo tempo Foto: Zumo Notícias O Android, do Google, já faz parte de mais de 96 aparelhos vendidos. Só que nem todos são iguais: rodam versões diferentes do sistema operacio-nal hoje, no Brasil, temos smartphones à venda com as versões 1.5, 1.6, 2.0, 2.1 e 2.2, cada uma com recursos distintas e novas funcionalidades.A mais recente (2.2, codinome “FroYo” ou “Frozen Yogurt”) oferece compatibi-lidade nativa com Adobe Flash no navegador do celular, melhorias no Android Market (loja de aplicativos), um novo programa para reproduzir músicas e a fun-cionalidade de transformar o celular em um ponto de acesso sem fios, entre outros. E os primeiros aparelhos com o Android 2.2, incluindo os primeiros tablets com-patíveis com a plataforma do Google, começam a ser vendidos este mês no Brasil.te reproduzido em outras bactérias. Se isso acontecer, algumas infecções pe-rigosas poderiam se espalhar, com poucas possibilidades de tratamento.

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Vulcão volta a explodir na IndonésiaVoltou a entrar em erupção, pela quarta vez, no dia 31/10, o vulcão Merapi, na Indonésia. Num perío-do de oito dias quatro foram as vezes em que o vulcão alertou as autorida-des a ampliarem a área de segurança.Cientistas acreditam que nas próximas semanas o vulcão na ilha central de Java deva voltar a entrar em erupção. Além desse desastre, a Indonésia, já ha-via enfrentado um tsunami nas ilhas de Mentawai que matou mais de 400 pes-soas e deixou milhares de desabrigados. nha (HPA, na sigla em inglês), em colabo-ração com pesquisadores internacionais.

Iraniana acusada de adultério apedrejada no

dia 02/11/2010

O Comitê Internacional contra o Ape-drejamento anunciou que a iraniana acusada de adultério, Sakineh Moham-madi Ashtiani, de 43 anos, que foi conde-nada a morrer por apedrejamento, por autoridades iranianas. A pena foi exe-cutada na quarta-feira, 02/11/2010, na

prisão de Tabriz, onde ela estava detida.No último dia 10, seu filho foi detido pela polícia junto a um advogado de Sakineh e dois jornalistas alemães, do jornal “Bild am Sonntag”, que tinham como objetivo o de entrevistar o rapaz.Sakineh foi presa, em 2006, acusa-da de manter relações sexuais com dois homens, após a morte de seu marido. Ela também foi acusada de ser cúmplice do assassinato dele.O comitê vem se empenhando em protes-tar contra a ação das autoridades irania-nas. Além da passeata em frente ao Par-lamento Europeu, na cidade de Bruxelas, marcou uma manifestação em frente à sede da embaixada do Irã em Paris, na França, às 11h (no horário de Brasília).A comunidade internacional também se mobilizou contra a barbárie. Até o presidente Lula ofereceu asilo po-lítica à mulher, porém o governo re-jeitou o convite. Antes do acontecido também a presidente eleita do Bra-sil se afirmou totalmente contrária a este ato de barbarismo e medieval do Irã, inobstante seus usos e costumes.

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Um homem foi bater à porta do rei e disse-lhe, Dá-me um bar-co. A casa do rei tinha muitas

mais portas, mas aquela era a das peti-ções. Como o rei passava todo o tem-po sentado à porta dos obséquios (en-tenda-se, os obséquios que lhe faziam a ele), de cada vez que ouvia alguém a chamar à porta das petições fingia-se desentendido, e só quando o ressoar contínuo da aldraba de bronze se tor-nava, mais do que notório, escandalo-so, tirando o sossego à vizinhança (as pessoas começavam a murmurar, Que rei temos nós, que não atende), é que dava ordem ao primeiro-secretário para ir saber o que queria o impetrante, que não havia maneira de se calar. Então, o primeiro-secretário chamava o segun-do-secretário, este chamava o terceiro, que mandava o primeiro-ajudante, que por sua vez mandava o segundo, e as-sim por aí fora até chegar à mulher da limpeza, a qual, não tendo ninguém em quem mandar, entreabria a porta das pe-tições e perguntava pela frincha, Que é que tu queres. O suplicante dizia ao que vinha, isto é, pedia o que tinha a pedir, depois instalava-se a um canto da porta, à espera de que o requerimento fizesse, de um em um, o caminho ao contrário, até chegar ao rei. Ocupado como sem-pre estava com os obséquios, o rei de-

morava a resposta, e já não era pequeno sinal de atenção ao bem-estar e felici-

dade do seu povo quando resolvia pedir um parecer fundamentado por escrito ao primeiro-secretário, o qual, escusa-

O conto da ilha desconhecida

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Autor: José Saramago

Literatura - Conto

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do se ria dizer, passava a encomenda ao segundo-secretário, este ao terceiro, sucessivamente, até chegar outra vez à mulher da limpeza, que despachava sim ou não conforme estivesse de maré.Contudo, no caso do homem que queria um barco, as coisas não se passaram bem assim. Quando a mulher da limpe-za lhe perguntou pela nesga da porta,

Que é que tu queres, o homem, em lugar de pedir, como era o costume de todos, um título, uma condecoração, ou sim-

plesmente dinheiro, respondeu, Quero falar ao rei, Já sabes que o rei não pode vir, está na porta dos obséquios, respon-deu a mulher, Pois então vai lá dizer-lhe que não saio daqui até que ele venha, pessoalmente, saber o que quero, rema-tou o homem, e deitou-se ao comprido no limiar, tapando-se com a manta por causa do frio. Entrar e sair, só por cima dele. Ora, isto era um enorme problema, se tivermos em consideração que, de acordo com a pragmática das portas, ali só se podia atender um suplicante de cada vez, donde resultava que, enquan-to houvesse alguém à espera de respos-ta, nenhuma outra pessoa se poderia aproximar a fim de expor as suas neces-sidades ou as suas ambições. À primeira vista, quem ficava a ganhar com este ar-tigo do regulamento era o rei, dado que, sendo menos numerosa a gente que o vinha incomodar com lamúrias, mais tempo ele passava a ter, e mais descan-so, para receber, contemplar e guardar os obséquios. À segunda vista, porém, o rei perdia, e muito, porque os protestos públicos, ao notar-se que a resposta es-tava a tardar mais do que o justo, faziam aumentar gravemente o descontenta-mento social, o que, por seu turno, ia ter imediatas e negativas consequências no afluxo de obséquios. No caso que esta-mos narrando, o resultado da pondera-ção entre os benefícios e os prejuízos foi ter ido o rei, ao cabo de três dias, e em real pessoa, à porta das petições, para saber o que queria o intrometido que se havia negado a encaminhar o re-querimento pelas competentes vias bu-rocráticas. Abre a porta, disse o rei à

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Literatura - Conto

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mulher da limpeza, e ela perguntou, Toda, ou só um bocadinho. O rei duvidou por um instante, na verdade não gostava mui-to de se expor aos ares da rua, mas depois reflexionou que pareceria mal, além de ser indigno da sua majestade, falar com um súdito através de uma nesga, como se tivesse medo dele, mormente estando a assistir ao colóquio a mulher da limpeza, que logo iria dizer por aí sabe Deus o quê, De par em par, ordenou. O homem que queria um barco levantou-se do degrau da porta quando começou a ouvir correr os ferrolhos, enrolou a manta e pôs-se à espera. Estes sinais de que finalmente al-guém vinha atender, e que portanto a pra-ça não tardaria a ficar desocupada, fize-ram aproximar-se da porta uns quantos aspirantes à liberalidade do trono que por ali andavam, prontos a assaltar o lugar mal ele vagasse. O inopinado apareci-mento do rei (nunca uma tal coisa havia sucedido desde que ele andava de coroa na cabeça) causou uma surpresa desme-dida, não só aos ditos candidatos mas também à vizinhança que, atraída pelo repentino alvoroço, assomara às janelas das casas, no outro lado da rua. A única pessoa que não se surpreendeu por aí além foi o homem que tinha vindo pedir um barco. Calculara ele, e acertara na previsão, que o rei, mesmo que demoras-se três dias, haveria de sentir-se curioso de ver a cara de quem, sem mais nem me-nos, com notável atrevimento, o mandara chamar. Repartido pois entre a curiosida-de que não pudera reprimir e o desagrado de ver tanta gente junta, o rei, com o pior dos modos, perguntou três perguntas se-guidas, Que é que queres, Por que foi que não disseste logo o que querias, Pensarás tu que eu não tenho mais nada que fazer,

mas o homem só respondeu à primeira pergunta, Dá-me um barco, disse. O as-sombro deixou o rei a tal ponto descon-certado, que a mulher da limpeza se apressou a chegar-lhe uma cadeira de palhinha, a mesma em que ela própria se sentava quando precisava de traba-lhar de linha e agulha, pois, além da limpeza, tinha também à sua responsa-bilidade alguns, trabalhos menores de costura no palácio como passajar as pe-úgas dos pajens. Mal sentado, porque a cadeira de palhinha era muito mais bai-xa que o trono, o rei estava a procurar a melhor maneira de acomodar as pernas, ora encolhendo-as ora estendendo-as para os lados, enquanto o homem que queria um barco esperava com paciên-cia a pergunta que se seguiria, E tu para que queres um barco, pode-se saber, foi o que o rei de facto perguntou quando finalmente se deu por instalado, com sofrível comodidade, na cadeira da mu-lher da limpeza, Para ir à procura da ilha desconhecida, respondeu o homem, Que ilha desconhecida, perguntou o rei disfarçando o riso, como se tivesse na sua frente um louco varrido, dos que têm a mania das navegações, a quem não seria bom contrariar logo de entra-da, A ilha desconhecida, repetiu o ho-mem, Disparate, já não há ilhas desco-nhecidas, Quem foi que te disse, rei, que já não há ilhas desconhecidas, Es-tão todas nos mapas, Nos mapas só es-tão as ilhas conhecidas, E que ilha des-conhecida é essa de que queres ir à procura, Se eu to pudesse dizer, então não seria desconhecida, A quem ouviste tu falar dela, perguntou o rei, agora mais sério, A ninguém, Nesse caso, por que teimas em dizer que ela existe, Simples-

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mente porque é impossível que não exista uma ilha desconhecida, E vieste aqui para me pedires um barco, Sim, vim aqui para pedir-te um barco, E tu quem és, para que eu to dê, E tu quem és, para que não mo dês, Sou o rei deste reino, e os barcos do reino pertencem-me todos, Mais lhes pertencerás tu a eles do que eles a ti, Que queres dizer, perguntou o rei, inquieto, Que tu, sem

eles, és nada, e que eles, sem ti, poderão sempre navegar, Às minhas ordens, com os meus pilotos e os meus mari-nheiros, Não te peço marinheiros nem piloto, só te peço um barco, E essa ilha desconhecida, se a encontrares, será para mim, A ti, rei, só te interessam as ilhas conhecidas, Também me interes-

sam as desconhecidas quando deixam de o ser, Talvez esta não se deixe co-nhecer, Então não te dou o barco, Da-rás. Ao ouvirem esta palavra, pronun-ciada com tranquila firmeza, os aspirantes à porta das petições, em quem, minuto após minuto, desde o princípio da conversa, a impaciência vi-nha crescendo, e mais para se verem li-vres dele do que por simpatia solidária, resolveram intervir a favor do homem que queria o barco, começando a gritar, Dá-lhe o barco, dá-lhe o barco. O rei abriu a boca para dizer à mulher da lim-peza que chamasse a guarda do palácio a vir restabelecer imediatamente a or-dem pública e impor a disciplina, mas, nesse momento, as vizinhas que assis-tiam das janelas juntaram-se ao coro com entusiasmo, gritando como os ou-tros, Dá-lhe o barco, dá-lhe o barco. Pe-rante uma tão iniludível manifestação da vontade popular e preocupado com o que, neste meio tempo, já haveria perdi-do na porta dos obséquios, o rei levan-tou a mão direita a impor silêncio e dis-se, Vou dar-te um barco, mas a tripulação terás de arranjá-la tu, os meus marinhei-ros são-me precisos para as ilhas conhe-cidas. Os gritos de aplauso do público não deixaram que se percebesse o agra-decimento do homem que viera pedir um barco, aliás o movimento dos lábios tanto teria podido ser Obrigado, meu senhor, como Eu cá me arranjarei, mas o que distintamente se ouviu foi o dito seguinte do rei, Vais à doca, perguntas lá pelo capitão do porto, dizes-lhe que te mandei eu, e ele que te dê o barco, levas o meu cartão. O homem que ia re-ceber um barco leu o cartão de visita,

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onde dizia Rei por baixo do nome do rei, e eram estas as palavras que ele ha-via escrito sobre o ombro da mulher da limpeza, Entrega ao portador um barco, não precisa ser grande, mas que nave-gue bem e seja seguro, não quero ter re-morsos na consciência se as coisas lhe correrem mal. Quando o homem levan-tou a cabeça, supõe-se que desta vez é que iria agradecer a dádiva, já o rei se tinha retirado, só estava a mulher da limpeza a olhar para ele com cara de caso. O homem desceu do degrau da porta, sinal de que os outros candidatos podiam enfim avançar, nem valeria a pena explicar que a confusão foi indes-critível, todos a quererem chegar ao sí-tio em primeiro lugar, mas com tão má sorte que a porta já estava fechada outra vez. A aldraba de bronze tornou a cha-mar a mulher da limpeza, mas a mulher da limpeza não está, deu a volta e saiu com o balde e a vassoura por outra por-ta, a das decisões, que é raro ser usada, mas quando o é, é. Agora sim, agora po-de-se compreender o porquê da cara de caso com que a mulher da limpeza havia estado a olhar, foi esse o preciso mo-mento em que ela resolveu ir atrás do homem quando ele se dirigisse ao porto a tomar conta do barco. Pensou ela que já bastava de uma vida a limpar e a lavar palácios, que tinha chegado a hora de mudar de ofício, que lavar e limpar bar-cos é que era a sua vocação verdadeira, no mar, ao menos, a água nunca lhe fal-taria. O homem nem sonha que, não ten-do ainda sequer começado a recrutar os tripulantes, já leva atrás de si a futura encarregada das baldeações e outros as-seios, também é deste modo que o

destino costuma comportar-se connos-co, já está mesmo atrás de nós, já es-tendeu a mão para tocar-nos o ombro, e nós ainda vamos a murmurar, Aca-bou-se, não há mais que ver, é tudo igual.Andando, andando, o homem chegou ao porto, foi à doca, perguntou pelo ca-pitão, e enquanto ele não chegava dei-tou-se a adivinhar qual seria, de quan-tos barcos ali estavam, o que iria ser o seu, grande já se sabia que não, o cartão de visita do rei era muito claro neste ponto, por conseguinte ficavam de fora os paquetes, os cargueiros e os navios de guerra, tão-pouco poderia ser ele tão pequeno que resistisse mal às forças do vento e aos rigores do mar, o rei tam-bém havia sido categórico neste ponto, Que navegue bem e seja seguro, foram estas as suas formais palavras, assim implicitamente excluindo os botes, as faluas e os escaleres, os quais, sendo bons navegantes, e seguros, conforme a condição de cada qual, não tinham nascido para sulcar os oceanos, que é onde se encontram as ilhas desconhe-cidas. Um pouco afastada dali, escon-dida por trás de uns bidões, a mulher da limpeza correu os olhos pelos bar-cos atracados, Para o meu gosto, aque-le, pensou, porém a sua opinião não contava, nem sequer havia sido ainda contratada, vamos ouvir antes o que dirá o capitão do porto. O capitão veio, leu o cartão, mirou o homem de alto a baixo, e fez a pergunta que o rei se tinha esquecido de fazer, Sabes nave-gar, tens carta de navegação, ao que o homem respondeu, Aprenderei no mar. O capitão disse, Não to aconselharia, capitão sou eu, e não me atrevo com

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qualquer barco, Dá-me en-tão um com que possa atre-ver-me eu, não, um desses não, dá-me antes um barco que eu respeite e que possa respeitar-me a mim, Essa linguagem é de marinhei-ro, mas tu não és marinhei-ro, Se tenho a linguagem, é como se o fosse. O capitão tornou a ler o cartão do rei, depois perguntou, Poderás dizer-me para que queres o barco, Para ir à procu-ra da ilha desconhecida, Já não há ilhas desconhe-cidas, O mesmo me disse o rei, O que ele sabe de ilhas, aprendeu-o comigo, É estranho que tu, sendo homem do mar, me digas isso, que já não há ilhas desconhecidas, homem da terra sou eu, e não ignoro que todas as ilhas, mesmo as conhecidas, são desco-nhecidas enquanto não de-sembarcarmos nelas, Mas tu, se bem entendi, vais à procura de uma onde nunca ninguém te-nha desembarcado, Sabê-lo-ei quando lá chegar, Se chegares, Sim, às vezes nau-fraga-se pelo caminho, mas, se tal me viesse a acontecer, deverias escrever nos anais do porto que o ponto a que cheguei foi esse, Queres dizer que chegar, sem-pre se chega, Não serias quem és se não o soubesses já. O capitão do porto dis-se, Vou dar-te a embarcação que te con-vém, Qual é ela, É um barco com mui-ta experiência, ainda do tempo em que toda a gente andava à procura de ilhas

desconhecidas, Qual é ele, Julgo até que encontrou algumas, Qual, Aquele. Assim que a mulher da limpeza perce-beu para onde o capitão apontava, saiu a correr de detrás dos bidões e gritou, É o meu barco, é o meu barco, há que perdoar-lhe a insólita reivindicação de propriedade, a todos os títulos abusiva, o barco era aquele de que ela tinha gos-tado, simplesmente. Parece uma cara-vela, disse o homem, Mais ou menos, concordou o capitão, no princípio era uma caravela, depois passou por arran-

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jos e adaptações que a modificaram um bocado, Mas continua a ser uma carave-la, Sim, no conjunto conserva o antigo ar, E tem mastros e velas, Quando se vai procurar ilhas desconhecidas, é o mais recomendável. A mulher da limpeza não se conteve, Para mim não quero outro, Quem és tu, perguntou o homem, Não te lembras de mim, Não tenho idéia, Sou a mulher da lim-peza, Qual limpeza, A do palácio do rei, A que abria a porta das petições, Não ha-via outra, E por que não estás tu no palá-cio do rei a limpar e a abrir portas, Porque as portas que eu re-almente queria já fo-ram abertas e porque de hoje em diante só limparei barcos, En-tão estás decidida a ir comigo procurar a ilha desconhecida, Saí do palácio pela porta das decisões, Sendo assim, vai para a caravela, vê como está aquilo, depois do tempo que passou deve precisar de uma boa lavagem, e tem cuidado com as gaivotas, que não são de fiar, Não que-res vir comigo conhecer o teu barco por dentro, Tu disseste que era teu, Descul-pa, foi só porque gostei dele, Gostar é provavelmente a melhor maneira de ter, ter deve ser a pior maneira de gostar. O capitão do porto interrompeu a conver-sa, Tenho de entregar as chaves ao dono

do barco, a um ou a outro, resolvam-se, a mim tanto se me dá, Os barcos têm chave, perguntou o homem, Para entrar, não, mas lá estão as arrecadações e os paióis, e a escrivaninha do comandante com o diário de bordo, Ela que se en-carregue de tudo, eu vou recrutar a tri-pulação, disse o homem, e afastou-se.A mulher da limpeza foi ao escritório

do capitão para reco-lher as cha-ves, depois entrou no barco, duas coisas lhe valeram aí, a vassoura do palácio e a preven-ção contra as gaivo-tas, ainda não tinha acabado de atravessar a prancha que ligava a amurada ao cais e já as malva-

das estavam a precipitar-se sobre ela aos guinchos, furiosas, de goela aberta, como se ali mesmo a quisessem devo-rar. Não sabiam com quem se metiam. A mulher da limpeza pousou o balde, meteu as chaves no seio, firmou bem os pés na prancha, e, redemoinhando a vassoura como se fosse um espadão dos tempos antigos, fez debandar o bando assassino. Foi só quando entrou no bar-

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co que compreendeu a ira das gaivotas, havia ninhos por toda a parte, muitos deles abandonados, outros ainda com ovos, e uns poucos com gaivotinhos de bico aberto, à espera da comida, Pois sim, mas o melhor é mudarem-se daqui, um barco que vai procurar a ilha desco-nhecida não pode ter este aspecto, como se fosse um galinheiro, disse. Atirou para a água os ninhos vazios, quanto aos outros deixou-os ficar, até ver. Depois arregaçou as mangas e pôs-se a lavar a coberta. Quando acabou a dura tarefa, foi abrir o paiol das velas e procedeu a um exame minucioso do estado das cos-turas, depois de tanto tempo sem irem ao mar e sem terem de suportar os es-ticões saudáveis do vento. As velas são os músculos do barco, basta ver como incham quando se esforçam, mas, e isso mesmo sucede aos músculos, se não se lhes dá uso regularmente, abrandam, amolecem, perdem nervo, E as costuras são como os nervos das velas, pensou a mulher da limpeza, contente por estar a aprender tão depressa a arte de marinha-ria. Achou esgarçadas algumas bainhas, mas contentou-se com assinalá-las, uma vez que para este trabalho não podiam servir a linha e a agulha com que passa-java as peúgas dos pajens antigamente, quer dizer, ainda ontem. Quanto aos ou-tros paióis, viu logo que estavam vazios. Que o da pólvora estivesse desmunido, salvo uns pozinhos negros no fundo, que primeiro mais lhe pareceram caga-nitas de rato, não lhe importou nada, de facto não está escrito em nenhuma lei, pelo menos até onde a sabedoria duma mulher da limpeza é capaz de alcançar, que ir em busca duma ilha desconheci-

da tenha de ser forçosamente uma em-presa de guerra. Já a ralou, e muito, a falta absoluta de munições de boca no paiol respectivo, não por si própria, que estava mais do que acostumada ao mau passadio do palácio, mas por causa do homem a quem deram este barco, não tarda que o sol se ponha, e ele a apare-cer-me aí a clamar que tem fome, que é o dito de todos os homens mal entram em casa, como se só eles é que tivessem estômago e sofressem da necessidade de o encher, E se já traz marinheiros para a tripulação, que são uns ogres a comer, então é que não sei como nos iremos governar, disse a mulher da limpeza.Não valia a pena ter-se preocupado tan-to. O sol havia acabado de sumir-se no oceano quando o homem que tinha um barco surgiu no extremo do cais. Tra-zia um embrulho na mão, porém vinha sozinho e cabisbaixo. A mulher da lim-peza foi esperá-lo à prancha, mas antes que ela abrisse a boca para se inteirar de como lhe tinha corrido o resto do dia, ele disse, Está descansada, trago aqui comida para os dois, E os marinheiros, perguntou ela, Não veio nenhum, como podes ver, Mas deixaste-os apalavrados, ao menos, tornou ela a perguntar, Disse-ram-me que já não há ilhas desconheci-das, e que, mesmo que as houvesse, não iriam eles tirar-se do sossego dos seus lares e da boa vida dos barcos de carrei-ra para se meterem em aventuras oceâ-nicas, à procura de um impossível, como se ainda estivéssemos no tempo do mar tenebroso, E tu, que lhes respondeste, Que o mar é sempre tenebroso, E não lhes falaste da ilha desconhecida, Como poderia falar-lhes eu duma ilha desco-

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nhecida, se não a conheço, Mas tens a certeza de que ela existe, Tanta como a de ser tenebroso o mar, Neste momento, visto daqui, com aquela água cor de jade e o céu como um incêndio, de tenebro-so não lhe encontro nada, É uma ilusão tua, também as ilhas às vezes parece que flutuam sobre as águas, e não é verdade, Que pensas fazer, se te falta a tripulação, Ainda não sei, Podíamos ficar a viver aqui, eu oferecia-me para lavar os barcos que vêm à doca, e tu, E eu, Tens com cer-teza um mester, um ofício, uma profis-são, como agora se diz, Tenho, tive, terei se for preciso, mas quero encontrar a ilha desconhecida, quero saber quem sou eu quando nela estiver, Não o sabes, Se não sais de ti, não chegas a saber quem és, O filósofo do rei, quando não tinha que fazer, ia sentar-se ao pé de mim, a ver-me passajar as peúgas dos pajens, e às vezes dava-lhe para filosofar, dizia que todo o homem é uma ilha, eu, como aquilo não era comigo, visto que sou mulher, não lhe dava importância, tu que achas, Que é necessário sair da ilha para ver a ilha, que não nos vemos se não nos saímos de nós, Se não saímos de nós próprios, queres tu dizer, Não é a mesma coisa. O incêndio do céu ia esmorecendo, a água arroxeou-se de repente, agora nem a mulher da limpeza duvidaria de que o mar é mes-mo tenebroso, pelo menos a certas horas. Disse o homem, Deixemos as filosofias para o filósofo do rei, que para isso é que lhe pagam, agora vamos nós comer, mas a mulher não esteve de acordo, Primeiro, tens de ver o teu barco, só o conheces por fora, Que tal o encontraste, Há algumas bainhas das velas que estão a precisar de reforço, Desceste ao porão, encontraste água aberta, No fundo vê-se alguma, de

mistura com o lastro, mas isso parece que é próprio, faz bem ao barco, Como foi que aprendeste essas coisas, Assim, Assim como, Como tu, quando disseste ao ca-pitão do porto que aprenderias a navegar no mar, Ainda não estamos no mar, Mas já estamos na água, Sempre tive a idéia de que para a navegação só há dois mes-tres verdadeiros, um que é o mar, o outro que é o barco, E o céu, estás a esquecer-te do céu, Sim, claro, o céu, Os ventos, As nuvens, O céu, Sim, o céu.Em menos de um quarto de hora tinham acabado a vol-ta pelo barco, uma caravela, mesmo trans-formada, não dá para gran-des passeios. É bonita, disse o homem, mas se eu não con-seguir arranjar tripulantes su-ficientes para a manobra, terei de ir dizer ao rei que já não a quero, Perdes o ânimo logo à primeira contrariedade, A primeira contrariedade foi estar à espera do rei três dias, e não desisti, Se não encontrares marinheiros que queiram vir, cá nos arranjaremos os dois, Estás doida, duas pessoas sozinhas não seriam capazes de governar um barco destes, eu teria de estar sempre ao leme, e tu, nem vale a pena estar a explicar-te, é uma loucura, Depois veremos, agora

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vamos mas é comer. Subiram para o cas-telo de popa, o homem ainda a protestar contra o que chamara loucura, e, ali, a mulher da limpeza abriu o farnel que ele tinha trazido, um pão, queijo duro, de ca-bra, azeitonas, uma garrafa de vinho. A lua já estava meio palmo sobre o mar, as sombras da verga e do mastro grande vie-ram deitar-se-lhes aos pés. É realmente bonita a nossa caravela, disse a mulher, e emendou logo, A tua, a tua caravela,

Desconfio que não o será por muito tem-po, Navegues ou não navegues com ela, é tua, deu-ta o rei, Pedi-lha para ir procurar uma ilha desconhecida, Mas estas coisas não se fazem do pé para a mão, levam o seu tempo, já o meu avô dizia que quem vai ao mar avia-se em terra, e mais não era ele marinheiro, Sem tripulantes não poderemos navegar, Já o tinhas dito, E há que abastecer o barco das mil coisas ne-

cessárias a uma viagem como esta, que não se sabe aonde nos levará, Evidente-mente, e depois teremos de esperar que seja a boa estação, e sair com a boa maré, e vir gente ao cais a desejar-nos boa via-gem, Estás a rir-te de mim, Nunca me ri-ria de quem me fez sair pela porta das decisões, Desculpa-me, E não tornarei a passar por ela, suceda o que suceder. O luar iluminava em cheio a cara da mulher da limpeza, É bonita, realmente é boni-ta, pensou o homem, que desta vez não estava a referir-se à caravela. A mulher, essa, não pensou nada, devia ter pensa-do tudo durante aqueles três dias, quando entreabria de vez em quando a porta para ver se aquele ainda continuava lá fora, à espera. Não sobrou migalha de pão ou de queijo, nem gota de vinho, os caroços das azeitonas foram atirados para a água, o chão está tão limpo como ficara quando a mulher da limpeza lhe passou por cima o último esfregão. A sereia de um paquete que saía para o mar soltou um ronco po-tente, como deviam ter sido os do levia-tã, e a mulher disse, Quando for a nossa vez faremos menos barulho. Apesar de estarem no interior da doca, a água ondu-lou um pouco à passagem do paquete, e o homem disse, Mas baloiçaremos muito mais. Riram os dois, depois ficaram ca-lados, passado um bocado um deles opi-nou que o melhor seria irem dormir, Não é que eu tenha muito sono, e o outro con-cordou, Nem eu, depois calaram-se outra vez, a lua subiu e continuou a subir, em certa altura a mulher disse, Há beliches lá em baixo, o homem disse, Sim, e foi então que se levantaram, que desceram à coberta, aí a mulher disse, Até amanhã, eu vou para este lado, e o homem res-pondeu, E eu vou para este, até amanhã,

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não disseram bombordo nem estibordo, decerto por estarem ainda a praticar na arte. A mulher voltou atrás, Tinha-me es-quecido, tirou do bolso do avental dois cotos de vela, Encontrei-os quando anda-va a limpar, o que não tenho é fósforos, Eu tenho, disse o homem. Ela segurou as velas, uma em cada mão, ele acendeu um

fósforo, depois, abrigando a chama sob a cúpula dos dedos curvados, levou-a com todo o cuidado aos velhos pavios, a luz pegou, cresceu lentamente como faz o luar, banhou a cara da mulher da limpe-za, nem seria preciso dizer o que ele pen-sou, É bonita, mas o que ela pensou, sim, Vê-se bem que só tem olhos para a ilha

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desconhecida, aqui está como as pessoas se enganam nos sentidos do olhar, sobre-tudo ao princípio. Ela entregou-lhe uma vela, disse, Até amanhã, dorme bem, ele quis dizer o mesmo doutra maneira, Que tenhas sonhos felizes, foi a frase que lhe saiu, daqui a pouco, quando lá estiver em baixo, deitado no seu beliche, vir-lhe-ão

à ideia outras frases, mais espirituosas, sobretudo mais insinuantes, como se es-pera que sejam as de um homem quan-do está a sós com uma mulher. Pergun-tava-se se já dormiria, se teria tardado a entrar no sono, depois imaginou que an-dava à procura dela e não a encontrava em nenhum sítio, que estavam perdidos os dois num barco enorme, o sonho é um prestidigitador hábil, muda as pro-porções das coisas e as suas distâncias, separa ás pessoas, e elas estão juntas, reúne-as, e quase não se vêem uma à ou-tra, a mulher dorme a poucos metros e ele não soube como alcançá-la, quando é tão fácil ir de bombordo a estibordo.Tinha-lhe desejado felizes sonhos, mas foi ele quem levou toda a noite a so-nhar. Sonhou que a sua caravela ia no mar alto, com as três velas triangulares gloriosamente enfunadas, abrindo ca-minho sobre as ondas, enquanto ele ma-nejava a roda do leme e a tripulação des-cansava à sombra. Não percebia como podiam ali estar os marinheiros que no porto e na cidade se tinham recusado a embarcar com ele para ir à procura da ilha desconhecida, provavelmente ar-rependeram-se da grosseira ironia com que o haviam tratado. Via animais espa-lhados pela coberta, patos, coelhos, ga-linhas, o habitual da criação doméstica, debicando os grãos de milho ou roendo as folhas de couve que um marinheiro lhes atirava, não se lembrava de quando

os tinha trazido para o barco, fosse como fosse era natural que ali estivessem, ima-ginemos que a ilha desconhecida é, como tantas vezes o foi no passado, uma ilha deserta, o melhor será jogar pelo seguro, todos sabemos que abrir a porta da coe-lheira e agarrar um coelho pelas orelhas

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sempre foi mais fácil do que persegui-lo por montes e vales. Do fundo do porão veio agora um coro de relinchos de ca-valos, de mugidos de bois, de zurros de asnos, as vozes dos nobres animais ne-cessários para o trabalho pesado, e como foi que vieram eles, como podem estar numa caravela onde a tripulação huma-na mal cabe, de súbito o vento deu uma guinada, a vela maior bateu e ondu-lou, por trás dela estava o que antes não se vira, um grupo de mulheres que mesmo sem as contar se adivinha serem tantas quantos os mari-nheiros, ocupam-se nas suas coisas de mulheres, ainda não chegou o tempo de se ocuparem doutras, está claro que isto só pode ser um sonho, na vida real nunca se viajou assim. O homem do leme bus-cou com os olhos a mulher da limpeza e não a viu, Talvez esteja no beliche de estibordo, a descansar da lavagem da co-berta, pensou, mas foi um pensar fingido, porque ele bem sabe, embora também não saiba como o sabe, que ela à últi-ma hora não quis vir, que saltou para o cais, dizendo de lá, Adeus, adeus, já que só tens olhos para a ilha desconhecida, vou-me embora, e não era verdade, agora mesmo andam os olhos dele a procurá-la e não a encontram. Neste momento o céu cobriu-se e começou a chover, e, tendo chovido, principiaram a brotar inúmeras

plantas das fileiras de sacos de terra ali-nhadas ao longo da amurada, não estão ali porque se suspeite que não haja terra bas-tante na ilha desconhecida, mas porque assim se ganhará tempo, no dia em que lá chegarmos só teremos que transplan-tar as árvores de fruto, semear os grãos das pequenas searas que vão amadure-

cer aqui, enfeitar os canteiros com as flo-res que desabrocha-rão destes botões. O homem do leme pergunta aos mari-nheiros que descan-sam na coberta se avistam alguma ilha desabitada, e eles respondem que não vêem nem de umas nem das outras, mas que estão a pensar

em desembarcar na primeira terra povoa-da que lhes apareça, desde que haja lá um porto onde fundear, uma taberna onde beber e uma cama onde folgar, que aqui não se pode, com toda esta gente junta. E a ilha desconhecida, perguntou o homem do leme, A ilha desconhecida é coisa que não existe, não passa duma ideia da tua cabeça, os geógrafos do rei foram ver nos mapas e declararam que ilhas por conhe-cer é coisa que se acabou desde há muito tempo, Devíeis ter ficado na cidade, em lugar de vir atrapalhar-me a navegação, Andávamos à procura de um sítio melhor para viver e resolvemos aproveitar a tua viagem, Não sois marinheiros, Nunca o fomos, Sozinho, não serei capaz de go-vernar o barco, Pensasses nisso antes de ir pedi-lo ao rei, o mar não ensina a na-vegar. Então o homem do leme viu uma

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terra ao longe e quis passar adiante, fazer de conta que ela era a miragem de uma outra terra, uma imagem que tivesse vin-do do outro lado do mundo pelo espaço, mas os homens que nunca haviam sido marinheiros protestaram, disseram que ali mesmo é que queriam desembarcar, Esta é uma ilha do mapa, gritaram, ma-tar-te-emos se não nos levares lá. Então, por si mesma, a caravela virou a proa em direcção à terra, entrou no porto e foi en-costar à muralha da doca, Podeis ir-vos, disse o homem do leme, acto contínuo saíram em correnteza, primeiro as mu-lheres, depois os homens, mas não foram sozinhos, levaram com eles os patos, os coelhos e as galinhas, levaram os bois, os burros e os cavalos, e até as gaivotas, uma após outra, levantaram voo e se foram do barco transportando no bico os seus gaivotinhos, proeza que não tinha sido cometida antes, mas há sempre uma vez. O homem do leme assistiu à debandada em silêncio, não fez nada para reter os que o abandonavam, ao menos tinham-no deixado com as árvores, os trigos e as flores, com as trepadeiras que se enrola-vam nos mastros e pendiam da amurada como festões. Por causa do atropelo da saída haviam-se rompido e derramado os sacos de terra, de modo que a coberta era toda ela como um campo lavrado e semeado, só falta que venha um pouco mais de chuva para que seja um bom ano agrícola. Desde que a viagem à ilha des-conhecida começou que não se vê o ho-mem do leme comer, deve ser porque está a sonhar, apenas a sonhar, e se no sonho lhe apetecesse um pedaço de pão ou uma maçã, seria um puro invento, nada mais. As raízes das árvores já estão penetrando no cavername, não tarda que estas velas

içadas deixem de ser precisas, bastará que o vento sopre nas copas e vá encami-nhando a caravela ao seu destino. É uma floresta que navega e se balanceia sobre as ondas, uma floresta onde, sem saber-se como, começaram a cantar pássaros, de-viam estar escondidos por aí e de repente decidiram sair à luz, talvez porque a se-ara já esteja madura e é preciso ceifá-la. Então o homem trancou a roda do leme e desceu ao campo com a foice na mão, e foi quando tinha cortado as primeiras es-pigas que viu uma sombra ao lado da sua sombra. Acordou abraçado à mulher da limpeza, e ela a ele, confundidos os cor-pos, confundidos os beliches, que não se sabe se este é o de bombordo ou o de es-tibordo. Depois, mal o sol acabou de nas-cer, o homem e a mulher foram pintar na proa do barco, de um lado e do outro, em letras brancas, o nome que ainda faltava dar à caravela. Pela hora do meio-dia, com a maré, A Ilha Desconhecida fez-se enfim ao mar, à procura de si mesma.

José Saramago nasceu em 1922 na aldeia de Azi-nhaga (Golegã). Fez estudos se-cundários que, por dificuldades econômicas, não pôde prosseguir.

Seu primeiro emprego foi o de serra-lheiro mecânico, tendo exercido depois, diversas outras profissões: desenhis-ta, funcionário de saúde e de previdên-cia social, editor, tradutor, jornalista.

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Robonauta é o 1º androide que viajará à Estação Espa-

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Ciência & Tecnologia

O androide Robonauta será o primeiro robô da história a via-jar para o espaço com a missão de ajudar na manutenção da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês).

A ISS, que este ano completa uma década com tripulação a bordo, já recebeu cerca de 200 visitantes de 15 países, mas todos humanos. O robô de última geração apelidado de R2, igual ao seu “alter ego” da saga “Guerra nas Estrelas”, não vai retornar à Terra. Como fruto da atual geração tecnológica, ele já aderiu às últimas tendências e tem até conta no Twitter, a partir da qual narrará sua aventura espacial. Um dos exemplares do androide partirá a bordo da nave Dis-covery, missão que não será lançada antes do dia 30, e enquan-to isso passa por testes no laboratório Destiny, onde enge-nheiros da agência espacial americana lhe dão novas tarefas. Os cientistas querem estudar como o robô responde à gravidade e como é para os astronautas trabalhar lado a lado com um androide, situação que até recentemente pertencia ao universo da ficção científica. Por enquanto,

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viaja apenas o tronco do Robonau-ta, mas suas extremidades inferio-res já estão sendo desenvolvidas. Fabricado com fibra de carbono niquelado e alumínio, o R2 pesa 136 quilos e tem cerca de um me-tro da cintura à cabeça e 60 centí-metros de ombro a ombro. Tam-bém conta com braços extensíveis (que se recolhem e aumentam), mãos com mobilidade rotacio-nal e cinco dedos com capacidade para recolher até 2,5 quilos cada. A cabeça do androide é formada por um capacete de ouro com vi-dro fumê na altura dos olhos, que abriga um equipamento de visão. O Robonauta tem cinco câmeras, duas para captar imagens exte-riores, duas auxiliares e uma in-fravermelha instalada na boca. O robô pensa, literalmente, com o estômago, já que o tronco é o úni-

co lugar com espaço suficiente para instalar os 38 processadores para PC que lhe dão capacidade opera-cional. Além disso, leva uma mochi-la que abriga o sistema de conver-são de energia, onde ele pode ser ligado e desligado, o que deve servir para armazenar suas baterias du-rante expedição por algum planeta. De acordo com o desempenho do R2, a Nasa deve atualizar seu sof-tware e talvez um dia o permita sair da ISS para ajudar astronautas a fa-zer reparos ou trabalhos científicos. O androide já passou por uma grande quantidade de testes até ficar pronto para essa missão. Entre as provas, estão as de vi-bração, resistência ao vácuo e à radiação. Os materiais que o com-põem atendem a requisitos de se-gurança, e uma cobertura foi adi-cionada para reduzir possíveis interferências eletromagnéticas.

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“Esse projeto é um exemplo de que a nova geração de robôs pode tra-balhar na Terra e no espaço, não substituindo o homem, mas funcio-nando como um parceiro que possa desenvolver tarefas fundamentais de apoio”, disse John Olson, dire-tor do Gabinete de Sistemas de In-tegração de Exploração da Nasa. A história do Robonauta remonta a 1997, quando a agência espacial co-gitou construir um humanoide para auxiliar os astronautas em determi-nadas tarefas, com a ideia de que “um par de mãos” a mais seria muito útil. O robô também foi projetado para realizar determinadas tarefas que podem ser perigosas à tripulação, ou mesmo para o inverso: traba-lhos rotineiros que tomam muito tempo aos astronautas, que nes-se período poderiam desempe-nhar atividades mais importantes. O primeiro resultado dessa ideia foi o R1, irmão mais novo do R2, um protótipo capaz de executar tarefas de manutenção e usar rodas em uma plataforma para, por exemplo, ex-plorar a superfície da Lua ou de Mar-te, a próxima grande meta da Nasa. No entanto, o R1 não passou de um protótipo, e o projeto foi interrom-pido em 2006, até que nesse mesmo ano a General Motors mostrou in-teresse em participar da criação do robô, e um ano mais tarde foi assinada uma parceria com a agência espacial.

Em fevereiro de 2010, o R2 foi apre-sentado oficialmente, com uma tec-nologia mais avançada e competên-cias até hoje nunca vistas em um androide. A Nasa está animada com esse empreendimento, que pode ser o início de uma nova era de exploração espacial para estudar objetos próxi-mos à Terra, como asteroides, come-tas e eventualmente chegar a Marte.

A Nasa já pode ter enviado vários robôs ao espaço, mas dessa vez ela resolveu pegar uma carona nos fil-mes de ficção científica e se juntou à General Motors para enviar o pri-meiro robonauta ao espaço, ou seja, um robô com aparência humanizada irá ajudar os astronautas de verdade na Estação Espacial Internacional.

Chamado de Robonaut2 (onde será que foi parar o 1?) o novo robô será en-viado para o espaço em setembro, pe-gando carona da nave Discovery. Ele pesa 135kg e possui cabeça, braços, mãos e torso funcionais, para conse-guir executar tarefas de maneira se-melhante aos astronautas, podendo assim ajudar em tarefas mais com-plexas como caminhadas espaciais.

Em um primeiro momento o Robo-naut2 será testado para ver como ele funciona em um ambiente de gra-

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vidade zero, para, em um segundo momento ser realmente colocado à prova como um ajudante eletrônico.

Em um terceiro momento ele irá desenvolver consciência própria e voltar à Terra. A ficção científica torna-se realidade e ninguém pode afiançar o que o futuro reserva para a população da Terra. Nem mes-mo os criadores tem ideia, ainda, sobre o futuro dessas “criaturas”..

Agora clique e assista o ví-deo: http://www.youtu-be.com/watch?v=lY-

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LOUIS VUITTON

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Néstor Kirchner, o líder argentino desaparece

Néstor Carlos Kirchner em Río Gallegos, na província patagôni-ca de Santa Cruz (25

de fevereiro de 1950 - 27 de Ou-tubro de 2010) foi um político ar-gentino que serviu como presiden-te da Argentina a partir de 25 de maio de 2003 até 10 de dezembro de 2007. Anteriormente, ele era governador da Província de San-ta Cruz desde 10 de dezembro de 1991. Ele serviu brevemente como Secretário-Geral da União de Na-ções Sul-Americanas (Unasul) e como Vice-Nacional da Argen-tina, Província de Buenos Aires.

A PJ, Kirchner era pouco conheci-do internacionalmente e até mesmo internamente antes de sua eleição para Presidente, que ganhou por padrão com apenas 22,2% dos vo-tos no primeiro turno, quando o ex-presidente Carlos Menem (24,4%) se retirou da corrida. Logo após assumir o cargo em maio de 2003, Kirchner surpreendeu o mundo su-

blinhando a necessidade de aumen-tar a responsabilidade e a transpa-rência no governo. Kirchner anulou leis de anistia para policiais milita-res acusados de tortura e assassi-natos durante a 1976-1983 “guer-ra suja” durante o regime militar.

Em 28 de outubro de 2007, sua es-posa Cristina Fernández de Kirch-ner foi eleita para sucedê-lo como presidente da Argentina. Assim, Kirchner se tornou então o primeiro cavalheiro da Argentina. Em 2009, foi eleito Vice-Nacional da Provín-cia de Buenos Aires. Ele também foi designado secretário-geral da União das Nações Sul-americanas em 04 maio de 2010. Kirchner, que havia sido operado duas vezes em 2010 para problemas cardiovascu-lares, morreu em sua casa em El Calafate, Província de Santa Cruz, em 27 de outubro de 2010, depois de ter sofrido um ataque cardíaco .

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Reportagem Especial

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Néstor Kirchner era o novo líder argen-tino que seguia o peronismo.

O povo argentino aguardava o ano de 2011, quando seriam re-alizadas as novas eleições pre-sidenciais , para poderem votar em Krchner e confiar a ele o destino da nação Argentina.

Sua ideologia

Kirchner participou no início do movimento justicialista (seguidores do presidente populista anterior, Juan Perón) como um membro dos pero-nistas jovem, cuja esquerda radicalista fazia forte oposição à Aliança An-ticomunista Argentina e direitista. Ele, por sua vez, também realizada laços pessoais com os extremistas de direita, nomeadamente Nélida Cre-mona, uma peronista conservadora e madrinha de Kirchner, e Manuel López Leston, um antigo funcionário que a ditadura do general Alejan-dro Lanusse, e tio de Kirchner. Estudou Direito na Universidade Na-cional de La Plata, ganhando um Juris Doctor, em 1976. Ele retornou a Rio Gallegos com sua esposa, Cristina, também advogada e membro do Partido Justicialista (PJ), e abriu uma prática bem sucedida privado.

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Após a queda da ditadura militar e a restauração da democracia em 1983, Kirchner tornou-se um funcionário público do governo provin-cial. No ano seguinte ele foi presidente por um breve momento do fun-do de previdência social Río Gallegos, mas foi forçado a sair pelo go-vernador por causa de uma disputa sobre a política financeira. O caso o tornou uma celebridade local e criou as bases para sua carreira.

Em 1986, Kirchner havia desenvolvido um capital político suficiente para ser apresentado como o candidato do PJ para prefeito de Río Gallegos. Ele venceu as eleições de 1987 para este posto pela margem muito pe-quena de cerca de 100 votos. Seu companheiro de PJ Ricardo del Val se tornou governador, mantendo Santa Cruz firmemente nas mãos da PJ.

Kirchner era um crítico dos programas de ajustamento estrutural do FMI. Suas críticas foram suportados em parte pelo ex-economis-ta do Banco Mundial, Joseph Stiglitz, que se opõe a medidas do FMI como recessão e pediu que a Argentina tomasse um caminho indepen-dente. Segundo alguns comentaristas, Kirchner era visto como par-te de uma série de novos líderes latino-americanos, incluindo Hugo

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Chávez, na Venezuela, Luiz Inácio Lula da Silva no Brasil, e Taba-ré Vázquez no Uruguai, que vêem o Consenso de Washington como um modelo de sucesso para o desenvolvimento econômico na região.

O crescente alinhamento de Kirchner com Hugo Chávez tornou-se eviden-te quando, durante uma visita à Venezuela em julho de 2006 ele participou de um desfile militar ao lado do presidente boliviano Evo Morales. Naquela ocasião, Chávez chamou de um pacto de defesa militar entre os exércitos da região, com uma doutrina comum e organização. Kirchner afirmou em um discurso para a assembléia nacional da Venezuela que a Venezuela repre-sentava uma verdadeira democracia, lutando pela dignidade de seu povo.

Enquanto um crítico do neoliberalismo, Kirchner não se descreve como um adversário dos mercados e do setor privado. Contrariamente Kir-chner destacou o empresariado responsável perante as instituições de-mocráticas da Argentina, as leis solicitando as normas ambientais, e as obrigações contratuais. Ele se comprometeu a não abrir a sua adminis-tração à influência de interesses que se beneficiaram de privilégios inad-

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missíveis na última década, “durante a presidência de Carlos Menem. Esses grupos, de acordo com Kirchner, foram privilegiados por um mo-delo econômico que favoreceu “a especulação financeira e a subordina-ção política” dos políticos de elite. Por exemplo, em 2006, citando o su-posto fracasso da Águas Argentinas, empresa parcialmente pertencente ao grupo francês Suez utilitário, para atender a sua obrigação contratual para melhorar a qualidade da água, Kirchner rescindido o contrato da empresa com a Argentina para fornecer água potável para Buenos Aires .

Sua preferência por um papel mais ativo do Estado na economia foi subli-nhada com a fundação, em 2004, da Enarsa, uma nova empresa estatal de energia de propriedade. Em Junho de 2007, na cúpula do Mercosul, ele repreendeu as empresas de energia pela falta de investimento no setor e por não apoiar a sua visão estratégica para a região. Ele disse que estava perdendo a paciência com as empresas de energia. Como a segunda maior economia da América do Sul enfrentou o racionamento de energia e escas-sez durante o inverno no hemisfério sul. Os controles de preços em tarifas de energia elétrica, instituído em 2002 são atribuídos a ter investimento li-mitado em infra-estrutura energética da Argentina, arriscando-se mais de

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Kirchner participou no início do movimento justicialista (seguido-res do presidente po-

pulista anterior, Juan Perón) como um membro dos peronistas jovem, cuja esquerda radicalista fazia forte oposição à Aliança Anticomunista Argentina e direitista. Ele, por sua vez, também realizada laços pesso-ais com os extremistas de direita, nomeadamente Nélida Cremona, uma peronista conservadora e ma-drinha de Kirchner, e Manuel Ló-pez Leston, um antigo funcionário que a ditadura do general Alejandro Lanusse, e tio de Kirchner. Estudou Direito na Universidade Nacional de La Plata, ganhando um Juris Doctor, em 1976. Ele retornou a Rio Gallegos com sua esposa, Cris-tina, também advogada e membro do Partido Justicialista (PJ), e abriu uma prática bem sucedida privado.

Após a queda da ditadura militar e a restauração da democracia em 1983, Kirchner tornou-se um

funcionário público do governo provincial. No ano seguinte ele foi presidente por um breve momento do fundo de previdência social Río Gallegos, mas foi forçado a sair pelo governador por causa de uma dis-puta sobre a política financeira. O caso o tornou uma celebridade local

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quatro anos de crescimento econômico superior a 8 por cento. Em 2008, ele propôs o Partido Justicia-lista adere à Internacional Socialista, uma organização internacional dedicada à po-lítica de esquerda e socialista

.

A diarquia Kir-chner

Kirchner manteve-se um político muito influente durante o período de sua sucessora e esposa Cristi-na Fernández de Kirchner. A imprensa desenvolveu o “casamento presiden-cial” para fazer referência a ambos ao mesmo tempo. Alguns analistas políticos comparou este tipo de go-verno com uma diarquia. Ele tomou parte nas nego-ciações na Colômbia para liberar um grupo das Farc reféns, em dezembro de 2007. A colombiana Ingrid Betancourt estava entre o grupo de reféns. Kirchner retornou à Argentina de-pois do fracasso das nego-ciações, mas alguns dos re-

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féns foram libertados no ano seguinte, incluindo Betancourt.

Néstor Kirchner tomou parte ativa no conflito do governo com o setor agrícola em 2008. Du-rante este conflito, ele se tornou presidente do Partido Justicialista, e declarou total apoio de Cristina Fernández de Kirchner no conflito . Ele acusou o setor agrí-cola de uma tentativa de golpe de Estado.Ele foi um dos oradores na uma demonstração feita ao lado do argentino Con-gresso Nacional a apoiar um projecto lei sobre o assunto, que será votado no dia seguinte. Kirch-ner pediu então a aceitar o resultado do Congres-so. Muitos senadores que antes haviam apoiado a proposta do governo, rejeitaram-na. A votação terminou em um empate com 36 votos de apoio e 36 votos de rejeição. Como resultado, o vice-presidente Julio Cobos, presidente da câmara dos senadores, foi obrigado a dar um voto decisivo. Cobos votou pela rejei-ção, e da proposta de lei

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foi rejeitado.

A Argentina sem Néstor Kirchner

O velório do ex-presidente da Ar-gentina Néstor Kirchner foi pro-longado na sexta-feira, 29/10, por conta da multidão que aguardava

do lado de fora da Casa Rosada para dar adeus ao peronista. Kirchner morreu na quarta-feira, 27/10, após sofrer uma parada cardíaca.

O velório deveria acabar às 10 horas locais (11 horas em Brasília), quando completaria 24 horas, mas por decisão da presidente Cristina Kirchner, viúva de Néstor, a cerimônia seguiu por mais algumas horas antes de o corpo ser transportado para Rio Gallegos, cidade natal do ex-presidente, onde ocorreu o enterro.

A morte do ex-presidente da Argentina, Néstor Kirchner, volta a colocar in-certezas no futuro do país vizinho. Provável candidato à Presidência em 2011, a ausência do líder peronista na cena política argentina joga todo o peso do governo sobre sua mulher, a atual mandatária Cristina Kirchner, com quem sempre dividiu o poder.

Para o coordenador do Instituto de Estudos Econômicos e Internacionais da Unesp, o argentino Luis Fernando Ayerbe, “a morte de Kirchner é um impac-to pessoal e familiar para a presidente Cristina e afetará também o governo”.

“- O peso dele era muito importante nas decisões do governo. A morte vai gerar um vácuo. A gente não tem a experiência dela governando sozinha. O grande dilema é como será o governo só com Cristina.”

Com Kirchner, a Argentina voltou a crescer e a recuperação deu a ele 60% de aprovação, responsáveis pela eleição inédita de sua mulher, a então senadora

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Cristina, em 2007.

Para Ayerbe, “a morte de Kirchner deve gerar inicialmente uma certa unidade em torno da presidente”. Se antes os dois dividiam o poder, Cristina agora go-vernará sozinha. Segundo o professor, ela se torna a mais provável candidata às eleições de 2011.

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Kindle vai permitir aos seus utiliza-dores emprestar livros eletrônicos Tal como acontece no mundo não di-gital, os utilizadores do leitor de livros eletrônicos Kindle vão poder empres-tar os e-books que comprarem a outras pessoas. Esta possibilidade será intro-duzida até ao final do ano. O Kindle funciona através de wi-fi e da rede 3G (Reuters/Kindle)

Há, porém, duas coisas que os utilizado-res devem saber acerca deste emprésti-mo: a primeira é que durante os 14 dias em que o livro estará na posse da pessoa a quem se emprestou a obra, o proprie-tário original do e-book não poderá ter acesso a ele; a segunda é que só se pode emprestar cada livro uma única vez.

Convém igualmente explicar que a de-cisão de tornar as obras disponíveis ou não para empréstimo está a cargo das diferentes editoras e não da Amazon. Os analistas acreditam que esta decisão de empréstimo - que, na prática, ainda não se sabe como vai acontecer, se via wi-fi ou 3G - foi “forçada”, após a cadeia de livrarias americana Barnes&Noble ter criado a tecnologia “LendMe” com o mesmo propósito, para os seus apare-lhos Nook.

O Kindle - da gigante online Amazon - é um aparelho para ler livros e jornais em formato eletrônico que começou a

ser vendido para Portugal há cerca de um ano. O dispositivo funciona através de wi-fi e da rede 3G e é possível des-carregar (em qualquer lugar onde esta rede tenha cobertura) os e-books que se compram na Amazon. É igualmen-te possível fazer o download de livros através do computador, e depois passá-los para o dispositivo.

Para além da novidade anunciada pela Amazon para os livros eletrônicos, há outra: até ao momento, a imprensa pe-riódica comprada através do Kindle só podia ser lida nesse dispositivo. Dentro de pouco tempo, isso irá mudar. A Ama-zon irá certificar-se que os assinantes de jornais e revistas através do leitor de e-books poderão ler esses títulos atra-vés das aplicações para outros disposi-tivos móveis, como o iPhone, o iPad, o iPod Touch e smartphones com o siste-ma operativo Android da Google.

Estas novidades da Amazon acontecem numa altura em que está se operarando uma revolução na maneira de ler. A em-presa anunciou igualmente esta sema-na ter vendido, durante o mês passado,

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Nossa Antena

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mais livros eletrônicos para o Kindle do que livros de capa dura e de capa mole combinados das listas dos 10, 25, 100 e 1000 livros mais vendidos.

Além disso, a Amazon também infor-mou que já vendeu até o mês de Outu-bro mais aparelhos Kindle de nova ge-ração (lançado em Agosto último) do que durante todo o último trimestre do ano passado, que costuma ser o mais forte do ano. O próprio aparelho está entre os artigos mais vendidos quer na loja americana quer na loja britânica da Amazon – mas a empresa nunca revela números de vendas. Sem custos de ar-mazenamento e transporte, o negócio dos livros eletrônicos permite à gigante dos livros online grandes margens de lucros.

Analistas estimam que o próximo Natal será uma época forte para os leitores de

e-books. Para além do Kindle - que foi o primeiro a aparecer - há outros mode-los, de diferentes empresas, a competir por quota de mercado, nomeadamente o Nook, da Barnes&Noble (que deverá em breve lançar um novo modelo, mes-

mo a tempo das compras natalícias), e o Sony Reader.

Na semana passada, a Fnac anunciou igualmente o lançamento do seu Fna-cBook, que estará disponível na Fran-ça (de onde a empresa é originária) no próximo mês de Novembro. O PÚ-BLICO já tentou saber quando estará este aparelho à venda em Portugal e no Brasil,mas até agora ainda não conse-guiu obter qualquer resposta.

Google colocou em seu logo um desenho do Menino Maluquinho, personagem criado há 30 anos por Ziraldo

O buscador Google fez, no domingo, 24/10, uma homenagem a um dos personagens infantis mais importan-tes da literatura brasileira, o Menino Maluquinho.Criado pelo escritor e desenhista Zi-raldo há exatos 30 anos, o persona-gem foi inserido no logo do Google que fica nas páginas de buscas. Uma das letras também ganhou uma pa-nelinha, a marca registrada do Me-nino Maluquinho.Ziraldo, que completou 78 anos no domingo 24/10, vendeu mais de 2,5 milhões de livros do Menino Malu-quinho – no Brasil e no mundo. O personagem, inclusive, já foi levado para as telas de cinema, peças de te-atros e até joguinhos de computador.A homenagem feita pelo Google ren-

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deu ao personagem o topo do Trending Topics do Twitter.

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Samsung Galaxy Tab: primeiro vídeo demo oficialLEIA OS LIVROS E AS REVIS-TAS DIGITAIS DA EDITORA DIGITAL BOLETIM CULT NO SAMSUNG GALAXY TAB

Samsung Ga-laxy Tab chega ao Brasil em Outubro.A Samsung liberou o primeiro vídeo demo oficial do Sa-msung Galaxy Tab com uma demons-tração das princi-pais funcionalida-des e recursos do aparelho.No modelo pode-se ver o uso do e-mail, que parece ter fica-do bem prático no

dispositivo, além do uso de um dock para acoplar um teclado físico o Ga-laxy Tab, trazendo mais praticidade e velocidade na digitação, que também conta com a tecnologia Swype quan-do usamos o teclado virtual. Por fim, o tablet aparenta estar muito bem acabado, com o Android 2.2 bem implementado para seu uso. O Galaxy Tab é um dispositivo de 7 polegadas sensível ao toque, com resolução de 600 x 1024 pixels, com Android 2.2 Froyo, câmera de 3 megapixels com flash LED, conectividade 3 G HSU-PD/HSDPA, wi-Fi, processador Cor-tex A8 de 1 GHz, A-GPS e reproduz vídeos em 1080p, incluindo DivX, Mpeg-4 e WMV. Segundo o vice-presidente de Teleco-municações da Samsung, Silvio Stag-ni, o Samsung Galaxy Tab deverá chegar ao mercado brasileiro em Ou-tubro. O preço ainda não foi revelado.

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ODepartamento do Traba-lho dos Estados Unidos anunciou que, apesar da ge-

ração líquida de 151 mil postos de trabalho em outubro, o desempre-go atingiu 14,8 milhões de traba-lhadores no país. Com isso, o índice ficou em 9.6%, porcentual mantido desde maio. Em outubro de 2009, a taxa havia sido de 10,3%. Em discurso, o presidente dos Es-tados Unidos, Barack Obama, lem-brou que o setor privado criou 1,1 milhão de vagas desde janeiro, mas reconheceu que não foi suficiente. “Essa recessão causou enorme ca-restia e tirou milhões de pessoas do mercado de trabalho. Para reparar esse estrago e criar empregos, pre-cisamos acelerar o crescimento eco-nômico para gerar postos de traba-lho em ritmo rápido”, disse Obama, pouco antes de embarcar para um roteiro de nove dias na Ásia e para a reunião do G-20.Em Seul, na Coreia do Sul, os líde-res das 20 maiores economias do mundo discutirão, no próximo dia 12, os desequilíbrios causados por medidas nacionais e os riscos de nova crise. A solução dada pelos EUA para aquecer sua economia, com a emissão de US$ 600 bilhões

Economia dos EUA cria 151 mil empregos

Negócios & Carreira

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para compra de títulos públicos até o fim de junho de 2011, será uma questão inevitável. Porém, além do alto índice de de-semprego, Obama, terá outro ar-gumento para escudar-se de críti-cas dos líderes do G-20 à decisão do Federal Reserve. A partir de janeiro, o poder de seu governo de impulsionar a economia por incen-tivos fiscais e gastos públicos será neutralizado pela maioria republi-cana na Câmara dos Representan-tes. Sem saída. O Banco Mundial ava-lia que o governo americano não dispõe de outro instrumento de política monetária para reanimar o sistema de crédito e melhorar as expectativas de investidores e consumidores. A concessão de in-centivos fiscais, além de demandar tempo para dar resultados efetivos, tenderá a ser bloqueada pelo novo Congresso, de orientação republi-cana. Essa equação é compreendida também fora de Washington.Brasil, China e Alemanha, entre-tanto, reagiram ao anúncio do Fed com argumento de mérito. A injeção de dinheiro na economia americana aumentará ainda mais o fluxo de capital para economias

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emergentes. No caso do Brasil, a consequência é a valorização do real, seguida da redução da com-petitividade das exportações e do aumento do déficit no balanço de pagamentos. Malásia, África do Sul e Filipinas têm sofrido o mesmo dilema.A China, com mais recursos dis-poníveis, tende a comprar re-servas para manter a moeda ar-tificialmente desvalorizada. No G-20, os EUA retomarão a pres-são pela valorização do yuan. Para Washington, a política cambial chinesa dificulta a re-cuperação dos mercados indus-trializados, como o americano, e também gera risco à economia mundial. O crescimento econô-mico lento nos EUA, por sua vez, traz perigo para todo o mundo.Obama chegará a Seul com posi-ções mais afinadas com seus prin-cipais parceiros asiáticos. Hoje, ele desembarca na Índia para uma visita de três dias. Seguirá para a Indonésia e visita a Coreia do Sul antes do dia 12, quando debaterá no G-20. No dia seguinte, viaja-rá a Yokohama, no Japão, para a reunião de cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec, na sigla em inglês).

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Mantega se queixa do pacote de US$ 600 bi do Fed

Andre Dusek/AE

A decisão do Federal Reserve - o banco central dos Estados Unidos - de injetar US$ 600 bilhões na economia desagradou ao governo brasileiro e colocou lenha na fogueira do debate internacional sobre a chamada guer-ra cambia. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que “não adianta os EUA jogarem dólares pelo helicóptero” porque não farão “bro-tar” o crescimento na sua economia e ainda provocam o risco de bolhas na economia mundial. Na reunião ministerial com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Man-tega disse que a melhor estratégia de saída da crise para os EUA seria o uso da política fiscal, via aumento do gasto público e da renda transferida para a população mais pobre, fortalecendo o mercado interno. O cenário para esse tipo de atuação já era complicado e ficou ainda mais com a derrota política do presidente Barack Obama nas eleições legislati-vas, que deu aos republicanos, defensores da austeridade fiscal, maioria no Congresso norte-americano.

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Apesar das notícias negativas (pelo menos para o governo brasileiro) vindas dos EUA, o Brasil vai in-sistir em um acordo internacional que coloque um freio na chamada guerra cambial no âmbito do G-20 (Grupo das 20 maiores economias do mundo). “Esse é um problema que pode se agravar, se os Estados Unidos persistirem nessa política. Isso vai ser um tema importante para discutir em Seul. Vamos insis-tir para que os EUA modifiquem essa política e tenham outras alter-nativas”. disse Mantega. Embaixadores. No encontro de mi-nistros, Mantega disse que o País está fortalecido para esse debate internacional porque apresenta um dos maiores ritmos de crescimen-to no mundo. Ele mencionou que o Brasil poderá ter expansão de até 8% em seu Produto Interno Bru-to (PIB) neste ano - oficialmente a projeção é de crescimento de 7,5%. Dentro dessa aposta de um acor-do internacional, o secretário de assuntos internacionais do Minis-tério da Fazenda, Marcos Galvão, tem se reunido com embaixadores de países do G-20 para encaminhar as discussões em torno da guerra cambial. Mas fontes do governo re-conhecem que a atuação americana dificulta um entendimento e o risco é, caso o G-20 não consiga se acer-

tar, que o mundo parta para uma política de “cada um por si”. Nesse cenário, o governo brasileiro de-verá ser mais agressivo na política cambial para evitar sobrevaloriza-ção do real e seu impacto sobre a economia nacional. Mantega disse, na reunião minis-terial, enxergar claramente que o câmbio desvalorizado está sendo usado como estratégia econômica por países como os EUA e China. E mencionou que, como consequên-cia disso, o País passou a ter neste ano déficit comercial com os Esta-dos Unidos. O ministro das Rela-ções Exteriores, Celso Amorim, complementou a análise dizendo que o Brasil é o país que hoje mais dá superávit comercial aos EUA. Para Mantega o risco da decisão do Fed, de promover o afrouxamento monetário, é criar uma “bolha” no mercado internacional. O excesso de crédito que os EUA estão colo-cando na economia, disse, desvalo-riza o dólar e traz problemas para outros países. “Quando o dólar se desvaloriza, o que acontece? Va-loriza o euro, atrapalha os países europeus, atrapalha os países lati-no-americanos, atrapalha o Brasil, atrapalha a própria China”.

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Como transfor-mar sua empresa

no melhor lugar para se trabalhar

Fazendo de cada colaborador um

entusiasta da me-lhoria contínua.

“Há duas maneiras de se persuadir pessoas. A pri-meira é usando a retórica convencional, como a maio-ria dos executivos apren-deu a fazer. Isso não re-solve, pois as pessoas não agem apenas pela razão. A outra maneira, que é definitivamente muito mais poderosa, é pela associa-ção de uma idéia com uma emoção. O melhor modo de se fazer isto é contando

uma história comovente.” Bronwyn Fryer, Senior - Editor - Harvard Busi-ness ReviewO líder dos novos tempos perdeu o chicote, as rédeas e o laço que usava para punir, dirigir e exer-cer domínio sobre seus subordi-nados. Deixou de usar a lista de cargos e salários como atrativo ou recompensa. Entendeu que a empresa é formada por seres hu-manos.

O novo líder sabe que agora pre-cisa da habilidade de um lavra-dor, que transforma a terra bruta em campo fértil até mesmo para as mais frágeis culturas. Não quer mais ser o vaqueiro, que toca a boiada, mas o pastor que conduz.

Este tema foi desenvolvido pen-sando em quem faz brotar nos cérebros de seus colaboradores as melhores soluções. E também em cada colaborador, líder de sua própria competência e peça vital no sucesso da empresa.

Mario Persona revela as etapas para uma administração huma-

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na, que transforma operários, funcionários ou empregados em colaboradores e líderes de verda-de, entusiastas do sucesso de sua empresa. E fazem dela o melhor lugar para se trabalhar.

Mário Persona é Palestrante, es-critor e estrategista.Sua home page fica no endereço:http://www.mariopersona.com.br/

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