Resenha - O Capital

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Nome: Caio Cezar Fernandes Ciências Econômicas Integral Prof.: Mr. Glauco Manuel dos Santos A Assim Chamada Acumulação Primitiva - Resenha No livro O capital, de Karl Marx, escrito em 1867 na Alemanha, constituído de 25 capítulos, apresenta um capitulo a parte que se chama: “A Assim Chamada Acumulação Primitiva”, que inicia comentando sobre o segredo da acumulação primitiva, que nada mais é que a separação entre o produtor e o meio de produção, que desde o início se caracterizou por uma das partes, que apresenta a minoria de modo geral, possuidora das riquezas e métodos de produção, já o produtor é a classe que só tem para vender a sua mão de obra, não acumulando uma boa quantidade de capital a fim de se manter em uma boa condição de vida. Essa estrutura econômica surgiu após a decomposição da estrutura econômica do sistema feudal, e podemos evidenciar a mesma com muita nitidez atualmente, já que a sociedade capitalista ainda é dividida em dois polos, mantendo as mesmas características. Nessa primeira parte, o autor explica como se desencadeou o processo de transição do feudalismo para o capitalismo, mostrando as principais características, o que antecedeu, o que foi causador de tais mudanças, o motivo da mudança. Uma das partes importantes foi a mudança em que transformou o servo, que trabalhava a fim de garantir sua sobrevivência, em um trabalhador assalariado, detentor da mão de obra que se torna uma das peças fundamentais para o funcionamento da indústria, mudança que ocorreu de uma maneira forçada. Ele também mostra como o dinheiro é transformado em capital, pelo processo do mais-valia, que nada mais é do que o lucro que o dono dos produtos adquiria com a venda dos mesmos, ou seja, suas despesas eram menores que as receitas. Na segunda parte, Marx fala sobre a expropriação do povo do campo de sua base fundiária, enfatizando os principais aspectos que foram essenciais para a transição ser concluída. Podemos enfatizar o simples fato de ser um período com um grande tumulto,

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Resenha do livro O Capital, de Karl Marx

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Page 1: Resenha - O Capital

Nome: Caio Cezar Fernandes

Ciências Econômicas – Integral

Prof.: Mr. Glauco Manuel dos Santos

A Assim Chamada Acumulação Primitiva - Resenha

No livro “O capital”, de Karl Marx, escrito em 1867 na Alemanha, constituído de 25

capítulos, apresenta um capitulo a parte que se chama: “A Assim Chamada Acumulação

Primitiva”, que inicia comentando sobre o segredo da acumulação primitiva, que nada mais

é que a separação entre o produtor e o meio de produção, que desde o início se

caracterizou por uma das partes, que apresenta a minoria de modo geral, possuidora das

riquezas e métodos de produção, já o produtor é a classe que só tem para vender a sua

mão de obra, não acumulando uma boa quantidade de capital a fim de se manter em uma

boa condição de vida. Essa estrutura econômica surgiu após a decomposição da estrutura

econômica do sistema feudal, e podemos evidenciar a mesma com muita nitidez

atualmente, já que a sociedade capitalista ainda é dividida em dois polos, mantendo as

mesmas características.

Nessa primeira parte, o autor explica como se desencadeou o processo de transição

do feudalismo para o capitalismo, mostrando as principais características, o que antecedeu,

o que foi causador de tais mudanças, o motivo da mudança. Uma das partes importantes

foi a mudança em que transformou o servo, que trabalhava a fim de garantir sua

sobrevivência, em um trabalhador assalariado, detentor da mão de obra que se torna uma

das peças fundamentais para o funcionamento da indústria, mudança que ocorreu de uma

maneira forçada.

Ele também mostra como o dinheiro é transformado em capital, pelo processo do

mais-valia, que nada mais é do que o lucro que o dono dos produtos adquiria com a venda

dos mesmos, ou seja, suas despesas eram menores que as receitas.

Na segunda parte, Marx fala sobre a expropriação do povo do campo de sua base

fundiária, enfatizando os principais aspectos que foram essenciais para a transição ser

concluída. Podemos enfatizar o simples fato de ser um período com um grande tumulto,

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pois essas expropriações quase sempre foram feitas de maneira violenta, fazendo com que

os camponeses obrigatoriamente oferecessem sua mão de obra para as empresas a fim

de garantir a sua sobrevivência, porém agora ele era assalariado. Tudo o que ocorreu nessa

época nos campos foi de forte ajuda para a ascensão do capitalismo. O Parlamento até

tentou criar leis com a tentativa de ajudar o camponês, mas tempos depois, a expropriação

já estava consolidada, não havia uma possibilidade de escapar.

Na época da Reforma, a Igreja possuía uma enorme quantidade de feudos que

faziam parte de uma grande base fundiária inglesa, por abrigarem inúmeros servos. A

supressão dos conventos possibilitou o lançamento de vários servos ao proletariado,

aumentando ainda mais a expropriação dos campos. Isso apenas aumentou ainda mais o

poder de quem controlava a base produtiva das indústrias, pois a cada expropriação, era

mais mão de obra pra eles, que os proporcionavam maiores lucros.

Conquistando o campo, eles apenas queriam que a agricultura capitalista

predominasse nesse espaço, com o pensamento apenas de lucro e não de sobrevivência,

isto é, incorporavam a base fundiária ao capital, fazendo com que o proletariado ficasse

livre para a exploração da classe urbana.

Os camponeses expropriados não tinham uma boa absorção das indústrias quando

mudaram para a cidade, devido à falta de preparo para o recebimento dessa vasta mão de

obra, e com isso, muitos deles não tinham onde ficar e de onde tirar seu sustento, virando

vagabundos que ficavam vagando pelas ruas da cidade. Isso gerou medidas do

Parlamento, que transformou essa atitude em um crime, falando que era proibido pessoas

ficarem vagabundeando pela rua, e tinham punições se caso encontrassem eles depois do

primeiro aviso na rua, desde cortar a orelha até a execução de alguns. Havia também na

lei, uma parte que falava que se o vagabundo não aceitasse o trabalho de alguém, ele

poderia ser escravizado por quem lhe ofereceu emprego, algo totalmente inaceitável, pois

eles fizeram de tudo pra tirar os camponeses das terras, de locais onde eles garantiam o

seu sustento e colocaram eles em uma baixa condição de vida, que ocasionou mortes de

muitos deles.

A quantidade de trabalhadores assalariados nas indústrias eram muito baixas, e

ainda assim eles recebiam uma baixa renumeração, que não serviam nem para garantir o

seu sustento. Muitos deles se organizaram a fim de tentar um ajuste no salário para adquirir

um pouco de dignidade, mas era muito difícil achar alguém que apoiasse os mesmos, pois

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eles sempre tentavam deixar o trabalhador em um patamar totalmente submisso das

demais pessoas.

Com a expropriação de vários camponeses das terras que os mesmos cultivavam,

alguns arrendatários de terras começaram a adquirir um aumento significativo de capital,

pois eles eram os únicos responsáveis pelo ramo agrícola, e na revolução agrícola, na

medida que eles enriqueciam rapidamente, os povos dos campos ficavam cada vez mais

pobres, gerando uma nova classe nobre detentora de capital. Podemos comparar isso com

as empresas atualmente que apresentam um crescente crescimento, acumulam bastante

capital, mas não dão valor a sua classe de mão de obra, na maioria das vezes cortando

benefícios dos mesmos a fim de aumentar seu lucro.

Outro fato a se destacar que foi consequência da expropriação é que o povo do

campo produzia seus produtos para subsistência, ou seja, tudo que era produzido era

consumido sem ter a necessidade de procurar uma mercadoria no mercado. Ao se tornar

mão de obra para a indústria, o camponês deu origem ao mercado interno, pois ele

precisava sobreviver, com isso, o dinheiro obtido por ele pela venda de mão de obra era

utilizada para comprar produtos que anteriormente eram produzidos por ele em sua terra,

aumentando ainda mais o ganho dos detentores de capital. Há um grande desequilíbrio de

privilégios nesse nosso sistema econômico, pois quem já tinha uma boa condição financeira

continuava acumulando ainda mais capital, e quem não tinha tanta condição assim era

obrigado a trabalhar arduamente para garantir a sua sobrevivência, uma das falhas do

capitalismo evidenciadas até nos dias de hoje.

O fortalecimento do capitalismo abriu disputas entre os outros países do mundo pelo

monopólio de preços, criando assim concorrência e controle de preço de diferentes países.

Quando a produção era totalmente voltada à exportação, dificilmente se designava para o

mercado interno, chegando a deixar os nativos e os compradores com fome para conseguir

aumentar o preço do produto. Podemos evidenciar o que a ganância por dinheiro

possibilitou o homem que detém o mesmo a fazer loucuras a fim de garantir o seu lucro,

sem se preocupar com a sociedade. Podemos enfatizar a abertura do comércio e a

navegação, todas voltadas a esse sistema econômico, que gerou vários conflitos em todas

as partes do mundo pelo controle de algumas regiões de comércio.

Os bancos tiveram um papel muito importante nessa época, pois eles eram

encarregados de guardar o capital das pessoas e subsidiar alguns produtores industriais

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pelo país. Pode-se destacar o banco como um dos principais símbolos do capitalismo pois

ele significa o acumulo de capital.

Os países da Europa eram capazes de fazer qualquer coisa a fim de acumular

capital, não ligando para as consequências e prejuízos que tal ação iria causar para as

pessoas. Podemos colocar esse aspecto como recorrente, pois até hoje vemos cenas que

evidenciam esse tipo de atitude por parte de países do mundo.

A propriedade privada capitalista é um ponto a se observar no sistema capitalista,

pois é ela que é a base para sustentar a produção capitalista. Marx acreditava que a classe

trabalhadora, em um determinado momento, tende a se libertar da classe exploradora, e

derrubar as propriedades privadas, pois segundo ele, nesse sistema existe uma constante

luta de classes. O trabalhador precisa tomar o poder dos exploradores e socializar os meios

de produção, assim voltando a uma produção de subsistência.

O interessante do estudo de Karl Marx é que ele consegue relatar nitidamente a

disputa de classes do capitalismo, que pode ser comparado com ações da atualidade. A

exploração no período de transição foi bastante crítica do lado dos trabalhadores, deixando-

os em péssimas condições e executando outros. A polarização do capital possibilitou a

soberania de uma classe formada pela minoria, que definitivamente domina o mundo até

os dias de hoje. E evidenciamos lutas de classes a todo momento pelo mundo, porém, não

seria viável tomar o poder da classe dominante para transformar o local com um estilo

econômico socialista, pois o predomínio do capitalismo atualmente impossibilitaria a livre

implantação do mesmo.

Referências Bibliográficas

MARX, Karl. O Capital, 1867.