Relatório Final de Estágio.doc

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS JUSSARA HECK VIDAL RELATÓRIO FINAL DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL II

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS

JUSSARA HECK VIDAL

RELATÓRIO FINAL DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO

NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL II

DOURADOS

2012

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CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS

JUSSARA HECK VIDAL RGM 053.237

RELATÓRIO FINAL DO ESTÁGIO SUPERVISIONADO NOS ANOS

INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL II

Relatório das atividades desenvolvidas durante o período de Estágio Supervisionado, componente curricular obrigatório na disciplina de Estágio Supervisionado nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental II do curso de Pedagogia a Distância – UNIGRAN - Centro Universitário da Grande Dourados, sob a coordenação da Professora Mestre Lucia Eugenia Pittas Martini, relatório este que se constitui em instrumento de avaliação final da referida disciplina.

DOURADOS2012

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO

1. ESTÁGIO DE GESTÃO ESCOLAR

1.1Dados de identificação da escola ............................................................................ 6

1.2 Caracterização da estrutura física e material da escola .......................................... 6

1.3 Aspectos organizacionais da escola ........................................................................ 7

1.4 Características do Projeto Político Pedagógico ...................................................... 8

1.5 Aspectos da organização didático-pedagógica da escola ...................................... 9

1.6 A Análise comparativa: o real e o ideal da Gestão Escolar ................................... 10

2. ESTÁGIO DE DOCÊNCIA ASSISTIDA

2.1 Aspectos observados na turma do quarto ano ........................................................ 11

2.2 Descrição crítica da Docência Assistida ................................................................ 13

2.3 Análise reflexiva da ação docente no estágio ........................................................ 17

CONSIDERAÇÕES FINAIS

REFERÊNCIAS

ANEXOS

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INTRODUÇÃO

O presente relatório é componente curricular obrigatório na disciplina de Estágio

Supervisionado nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental II, sétimo semestre, do curso de

Pedagogia a Distância – UNIGRAN - Centro Universitário da Grande Dourados e tem a

finalidade registrar as atividades desenvolvidas, pela aluna Jussara Heck Vidal, RGM

053.237, durante o período de Estágio Supervisionado, e foi elaborado como instrumento de

avaliação final para aprovação na referida disciplina.

O estágio foi desenvolvido na Escola Municipal Lóide Bonfim Andrade, localizada no

Jardim Água Boa, em Dourados – MS, na turma do 4º ano vespertino da professora Sirlei

Aparecida Spessoto Rodelini.

O relatório está dividido em dois capítulos. No primeiro, são apresentados dados colhidos na

área de Gestão Escolar, observação dos aspectos organizacionais, estruturais e didático-

pedagógicos da escola Lóide Bonfim Andrade. No segundo, estão descritos as observações da

turma do 4º ano, a forma de elaboração do Projeto de Ensino e como foi executado, e ainda

uma análise sobre a ação docente.

O estágio é uma oportunidade de desenvolver um aprendizado significativo, superar

dificuldades como exemplo, o domínio da sala de aula, e contribui para o auto-conhecimento

e a percepção das deficiências do futuro professor, testar conhecimentos como forma de

aperfeiçoá-los e construir uma identidade profissional.

Uma das maiores dificuldades que encontrei durante o desenvolvimento do estágio, foi ter

acesso às informações da escola, como o Projeto Político Pedagógico, o regimento escolar, e

os Projetos de Ensino. Outro grande desafio foi o domínio da sala, uma vez que o estagiário é

um ser intruso no mundo escolar da criança, mas este aspecto demonstrou um elemento de

surpresa que colaborou de forma muito produtiva no desenrolar das atividades, mantendo a

sala atenta e concentrada. As sugestões feitas pela professora, para integrar o lúdico e formas

de registrar as atividades desenvolvidas, contribuiu para o aperfeiçoamento de futuras

atividades.

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1 ESTÁGIO DE GESTÃO ESCOLAR

Durante o período de estágio em que estive em contato com as coordenadoras pedagógicas, a

direção e a secretaria escolar, foram muito proveitosos, pois pude observar a rotina

administrativa da escola e fazer uma análise crítica, baseada nas informações do guia de

estudos, como deve ser uma escola democrática.

Tomo como base para minhas observações da Gestão Escolar as seis áreas, destacadas por

Libâneo, para que o gestor e a coordenação pedagógica possam dar apoio pedagógico e

operacional para o sucesso da escola.

A primeira área destacada pelo autor é com relação ao planejamento, formulação e execução

do PPP. Elaborado em 2011, o documento traça em linhas gerais as metas para o ano letivo e

as atividades de cada setor da escola, é intenção da escola formar cidadãos críticos,

independentes e solidários, porém não defini quais as atitudes práticas para atingir este

objetivo. A coordenação relata que o maior desafio não esta em fazer as mudanças

necessárias, mas sim em sustentá-las, garantindo sua aplicação.

Quanto à utilização do PCN, a coordenação pedagógica busca adequá-lo a realidade escolar,

para nortear a proposta pedagógica. Mas destaca que ainda existe muita resistência,

principalmente dos professores mais antigos, em desenvolver uma proposta mais moderna de

ensino.

A organização e o desenvolvimento do ensino, acontece em dois momentos, no planejamento

anual, feito no início do ano letivo, por professores, coordenadores e a direção da escola, onde

é organizado o calendário escolar e os projetos que serão desenvolvidos durante o ano. Neste

ano o eixo temático abordado foi “Cidadania”, desenvolvido através do Projeto “Cidade

Educadora”. E outro momento de reflexão, acontece uma vez por mês, onde os professores e a

coordenação pedagógica se reúnem para tratar dos ajustes no planejamento e analisar a

situação dos alunos que estão com dificuldades, desenvolvendo estratégias para melhor o

processo ensino-aprendizagem.

Dentre as atribuições da gestão técnica-administrativa, a diretora executa principalmente

atividades administrativas e financeiras, cabendo ao seu adjunto as atividades de coordenador

e articulador junto aos funcionários, alunos e pais.

A formação continuada dos funcionários é determinada pela Secretaria Municipal de

Educação anualmente, e são planejadas conforme os resultados das avaliações internas da

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escola.

A avaliação do aprendizado acontece, de forma contínua e cumulativa, prevalecendo o

aspecto qualitativo sobre o quantitativo, possibilitando a aceleração de estudos para alunos

com atraso escolar, estudos de recuperação paralelos ao período letivo e processos avaliativos

bimestrais. A avaliação da instituição é feita no final de cada ano letivo e tem por finalidade

discutir e melhorar os pontos negativos, valorizar os pontos positivos, discutir metas e ações

para o novo ano letivo, tendo como base o ano anterior, garantindo desta forma a qualidade no

ensino.

1.1 Dados da identificação da escola

O estágio foi realizado na Escola Municipal Lóide Bonfim Andrade, localizada à rua Maria de

Carvalho nº 560 no Jardim Água Boa, tem como diretora Sandra Santos de Oliveira e seu

adjunto Diogo Ferreira de Moraes, criada através do Decreto 147 de 18/07/1991, tem como

licença de funcionamento o Alvará nº 14.879 de 01/09/2010, expedido pela Prefeitura

Municipal de Dourados, oferece desde a pré-escola na educação infantil, ensino fundamental

e EJA, primeira e segunda fases

Atualmente a escola está terminando uma reforma que contemplou duas salas de aula, um

depósito, um bicicletário e uma horta.

1.2 Características da estrutura física e material da escola

A escola tem mais de 83 funcionários, sendo que o corpo docente concursado com formação

superior compreende 52 profissionais e 4 contratados. Na área administrativa, 27 funcionários

ocupam cargos variados como, cozinheira, faxineira, vigia, secretarias, coordenadoras,

inspetoras, diretora e vice. Dois terços destes funcionários possuem o ensino superior, o

restante com ensino médio e a minoria somente com ensino fundamental. A estrutura da

escola é bem ampla e suas instalações estão em perfeito estado, pois passou por uma grande

reforma no ano passado.

Atualmente está concluindo a ampliação de duas salas de aula, um depósito, um bicicletário e

uma horta.

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Das 23 salas de aula, 5 possuem ar condicionado, as demais ventiladores de teto, boa

iluminação e cortina nas janelas.

A parte administrativa conta com 1 sala multiuso, 1 sala de reforço escolar, 1 sala de

professores, 2 de coordenação, 1 secretaria, 1 biblioteca, e laboratório de informática. Entre os

materiais didáticos disponíveis existe uma copiadora, 5 computadores, 2 televisores, 2 vídeos,

1 mimeógrafo e um data show.

A escola conta ainda com 1 cozinha, 1 despensa e o refeitório fica em área aberta e coberta

em frente da cozinha, disposto com mesas e bancos fixos.

As áreas livres da escola compreendem, 1 quadra coberta, um parquinho com areia e

brinquedos infantis, área isolada para a recreação da pré escola, um salão de eventos chamado

de Pólem, e uma área de convivência com mesinhas e bancos de concreto em baixo de

árvores.

1.3 Aspectos organizacionais da escola

No âmbito organizacional, a gestão da escola procura ser democrática, buscando a opinião de

todas as partes envolvidas para resolver os impasses. O relacionamento da diretora com o

pessoal técnico, docente e administrativo é muito bom, a maioria aprova sua maneira de

administrar a escola.

As atividades administrativas são um tanto burocráticas, devido a prestação de contas junto a

Secretaria de Educação, ocupando com isso, a maior parte do tempo da diretora com reuniões e

acompanhamento de relatórios, etc. Fica a cargo do diretor adjunto o contato maior com os

alunos, professores e a comunidade.

A forma de difundir as informações dentro e fora da escola ainda é precária, consiste em

anexar avisos nos portões e corredores, promovendo uma poluição visual o que muitas vezes

dificulta atingir o objetivo que é o de informar.

Quanto ao funcionamento da escola, funciona nos três períodos, matutino, vespertino e

noturno. Neste último com um número bem reduzido de salas, somente quatro, do EJA.

O número de vagas é fixado pela Secretaria de Educação, contemplando no máximo 30 alunos

por sala e com redução de cinco alunos para cada aluno especial.

Todo ano acontece uma disputa por vagas no período matutino, pois a maioria se destina aos

alunos da zona rural que dependem do ônibus da Prefeitura para chegarem até a escola. Para

tentar amenizar esta situação é organizada uma distribuição de senhas para matrículas no

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período matutino dos demais alunos, com isso muitos pais chegam a dormir na escola para

conseguir matricular os filhos neste período.

Durante o período letivo, pode ocorrer o remanejamento de alunos por transferência de turno

ou quando estes não conseguem uma adaptação satisfatória em determinada sala e ainda nos

casos de atraso no acompanhamento da turma.

A recuperação é feita no final do ano, dentro do horário normal de aula, quando o aluno, após

passar pelo conselho de classe ainda não atingiu a média esperada.

A entrada e saída dos alunos é organizada, à exigência do uniforme e os alunos do pré-escolar

são entregues diretamente na sala de aula para a professora e saem quinze minutos antes dos

demais alunos para evitar o atropelo dos alunos maiores. O controle de faltas é feito através do

diário e do acompanhamento semanal da coordenação pedagógica com o intuito de diminuir a

evasão escolar.

Quanto à merenda escolar, é servida diariamente pelas cozinheiras, quinze minutos antes do

horário para o recreio, o que de certa forma prejudica e interfere nas atividades pedagógicas,

pois diminui o tempo disponível.

1.4 Características do Projeto Político Pedagógico

A escola possui um Projeto Político Pedagógico, elaborado em 2011, onde participaram todos

os funcionários da escola com a colaboração da Secretaria de Educação e atualmente esta

passando por uma avaliação para possíveis alterações. Na escola existem duas cópias, uma na

secretaria e uma na coordenação pedagógica.

Ao analisar o PPP, percebi a preocupação em definir metas para o ano letivo em linhas

gerais, bem como as atividades de cada setor da escola, a intenção da escola é formar

cidadãos críticos, independentes e solidários, porém não defini quais as atitudes práticas para

atingir este objetivo, também não traz de forma clara como se dá a avaliação dos processos e

resultados previstos no projeto.

Segundo a coordenação, o PPP foi discutido por todos, porém muitos professores foram

substituídos durante o ano passado, sendo necessária uma nova reunião para passar a proposta

curricular. Ela diz que apesar dos esforços da coordenação a maioria dos professores não

recorre ao PPP para elaborar o plano de ensino.

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1.5 Aspectos da organização didático-pedagógica

A organização didático-pedagógica acontece em planejamento anual, por professores,

coordenadores e a direção da escola, onde é organizado o calendário escolar e o Projeto

“Cidade Educadora”, desenvolvido dentro do eixo temático da cidadania. Acontecem

reuniões mensais, onde os professores e a coordenação pedagógica tratam dos ajustes no

planejamento e analisam a situação dos alunos que estão com dificuldades, desenvolvendo

estratégias para melhor o processo ensino-aprendizagem e ainda semanalmente para as

orientações sobre os planos de aula, existe uma tentativa por parte da coordenação em

desenvolver este planejamento em conjunto entre as áreas de conhecimento, porém a

dificuldade em estabelecer um horário que atenda todos os professores é o maior obstáculo.

Os livros didáticos são escolhidos pelos professores no início do ano e analisado pela

coordenação, a escolha é encaminhada pela direção à Secretaria Municipal de Educação, que

verifica quais os livros escolhidos pela maioria das escolas do Município e faz a compra e

posterior distribuição entre todas as escolas Municipais de Dourados, o que muitas vezes

compromete o desenvolvimento escolar segundo o contexto social do aluno, pois uma escola

do centro da cidade não tem as mesmas situações de uma escola da zona rural.

Quanto à organização interna das salas, é convencional. Salas sem muita decoração ( a não ser

as do pré-escolar), carteiras dispostas em fileiras, armário para guardar atividades dos

professores e material de apoio às aulas, não existe os cantos de leitura, etc., pois o espaço

físico acaba reduzido pelo excesso de alunos. Forma esta que acaba por gerar um problema de

disciplina, é muito difícil dar aula em salas muito cheias, exige muito do professor e dos

alunos, que devem ficar quietos para poder ouvir o professor, acarretando um stress coletivo,

desencadeando algumas vezes bate boca, inimizade e agressões físicas.

O maior problema de infrações disciplinares da escola são as discussões e brigas entre alunos,

gerados por desentendimentos banais, tais como namorado, inveja, esbarrão na hora do

recreio, etc. e casos de porte de objetos proibidos: canivete, estilete, soco-inglês, etc. onde é

necessário a presença da Guarda Municipal. Dependendo dos casos de indisciplina são

aplicadas sanções como, advertência verbal para o aluno, solicitação da presença do

responsável, suspensão ou nos casos mais graves o encaminhamento ao conselho tutelar.

1.6 Análise comparativa: o real e o ideal da Gestão Escolar

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O sistema de ensino brasileiro requer uma nova postura dos diretores frente às escolas de

educação básica, onde a Gestão deve contar com a participação popular na tomada de decisão,

aqui entendida como Gestão Democrática.

O que caracteriza uma autonomia progressiva no âmbito pedagógico, administrativo e

financeiro, conforme destacam os artigos da LDB:

Art. 14. Os sistemas de ensino definirão as normas de gestão democrática do ensino público na educação básica, de acordo com as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: I – participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto político pedagógico da escola; II – participação das comunidades escolar e local em Conselhos Escolares ou equivalentes. Art. 15. Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares públicas de educação básica que os integram progressivos graus de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, observadas as normas gerais de direito financeiro público.

Comparando os Artigos com o contexto observado, durante o estágio supervisionado, na

Escola Municipal Loide Bonfim Andrade, percebe-se que a existência da Lei e os esforços da

diretora e sua equipe, não garante na prática a Gestão Democrática idealizada.

A efetiva participação do Conselho Escolar, a escolha do diretor através de eleição e a

autonomia para elaborar o Projeto Pedagógico, são importantes mecanismos de

descentralização do poder para consolidar uma gestão democrática, porém, na realidade da

escola observada, o PPP, por exemplo, não é utilizado para a elaboração dos planos de aula

com regularidade, seja porque os professores planejam isoladamente suas aulas, ou porque

nem todos os professores conhecem os recursos pedagógicos disponíveis (brinquedos, vídeos,

jogos, acervo da biblioteca, programas), devido a rotatividade de substitutos por causa de

afastamentos dos professores por atestados médicos, fator este, que deve ser evitado para não

trazer “a descontinuidade dos processos de amadurecimento para a transformação” (Martini,

2011/2).

Conforme Luck (2000) um dos fundamentos para o modelo democrático de gestão esta em “...

priorizar a participação conjunta e mobilizar equipes atuantes...”, sendo o gestor um agente

articulador. Como a gestora da escola Loide, foi eleita em 2012, ocupa ainda, a maior parte do

tempo com a burocracia, Secretaria de Educação e atendimento a pais de alunos.

Centralizando muitas atividades, acaba perdendo o foco na função efetiva do gestor:

coordenar e acompanhar as equipes, delegar responsabilidades, planejar, organizar e avaliar

procedimentos, ações estas, que facilitam a organização escolar interferindo diretamente no

desempenho dos alunos.

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O outro fator determinante da gestão democrática é o diálogo. Para Ferreira (2004), esta

característica é entendida como “... uma generosa disposição de abrir-se ao “outro” que irá

“somar” compreensões convergentes ou divergentes no sentido da construção da humanização

das relações”. Neste sentido, a diretora Sandra, procura fortalecer as relações sociais e

culturais dentro da comunidade escolar, valorizando e reconhecendo os esforços da equipe,

através de confraternizações, reuniões, confecção de lembrancinhas em datas comemorativas

(dia dos professores, do servidor público, etc.), como forma de aproximação entre a direção e

os funcionários, mas observando a realidade da coordenação pedagógica, percebe-se a

dificuldade dos professores em compartilhar capacidades, habilidade e trocar experiências.

Segundo as Coordenadoras, nas reuniões pedagógicas a discussão se resume aos avisos e

questões administrativas, tornando distante o entrosamento e o diálogo propulsor de um

planejamento que valorize as competências. Já na formação continuada, ofertada pela

Secretaria de Educação, os temas abordados não correspondem às reais necessidades da

unidade educacional. Assuntos como gestão de conflitos, relacionamento interpessoal,

motivação, ética e postura profissional contribuem para a apropriação de novos

conhecimentos, que venha de encontro à superação de vícios profissionais, fruto de uma

formação profissional centralizadora de uma escola tradicionalista.

Diante das observações e comparações aqui descritas, concluí que a gestão da Escola

Municipal Loide Bonfim Andrade, apesar de almejar uma Gestão Democrática, ainda esta

descobrindo os caminhos que deve percorrer para chegar à escola que deseja ser.

O processo de democratização da escola pública não deve ser uma utopia, mas uma realidade,

construída no dia a dia, através da disposição para a mudança, e a quebra de paradigma, não

só da direção, mas de professores, funcionários, pais e alunos, atendendo às característica

especificidades das comunidades nas quais está inserida e com as quais deve assumir um

caráter educativo que desenvolva o ser humano.

2. ESTÁGIO DE DOCÊNCIA ASSISTIDA

O Estágio de Docência Assistida proporcionou um conhecimento prático de aplicar a teoria

abordada nesta matéria, pude compreender minha ação como educadora e as competências

necessárias à uma boa gestão escolar.

Inicialmente fiz contato telefônico, para combinar o dia da minha visita, me apresentei na

Escola Municipal Loide Bonfim Andrade, fui muito bem recebida pela diretora Sandra que me

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apresentou à coordenadora responsável pelas séries iniciais, conheci as dependências da escola,

e fui apresentada a outros funcionários. Combinei com a coordenadora de acompanhar seu

trabalho durante dois dias e a turma de 4º ano durante uma semana, a pós este período faria a

regência. No dia seguinte fui apresentada à professora e à sala, acertei os detalhes para iniciar a

observação da turma do 4º ano.

Tudo correu tranquilamente, porém com o falecimento do pai da diretora e o feriado da

Proclamação da República minha regência foi alterada.

2.1 Aspectos observados na turma do 4º ano

A observação foi realizada nos dias 15 e 16/10/12. No primeiro dia, fui apresentada à turma

pela professora, os alunos ficaram eufóricos e falavam todos ao mesmo tempo, então ela

explicou que eu estava aprendendo a ser professora, por isso ficaria dois dias com eles.

A turma é composta por 33 alunos, sendo 11 meninas e 22 meninos, por ter maioria masculina

é um pouco agitada, porém com boa participação.

A professora iniciou a aula com a oração do Pai Nosso, a maioria dos alunos repete a oração

de modo mecânico e não entendem muito bem o que estão fazendo. Nas duas primeiras aulas

de Língua Portuguesa, o objetivo foi produção textual, a estratégia utilizada foi distribuir

imagens da história “Chapeuzinho Vermelho” para cada aluno escrever um texto sobre elas.

Minha presença tumultuou um pouco a aula, pois tudo que os alunos faziam vinham me

mostrar ou solicitavam minha presença para auxiliá-los em tarefas passadas pela professora,

isso me deixou um pouco insegura, pois não sabia se podia ajudar ou não, na hora do intervalo

conversei com a professora e ela me pediu para ficar só observando, conversou com a turma e

pediu que eles não me procurassem mais, pois eu tinha que fazer umas anotações.

Após o intervalo para o recreio os alunos retornaram muito agitados devido ao intenso calor,

apesar de dois ventiladores de teto, não foram suficientes para amenizar o cheiro de suor ( os

alunos tem o hábito de jogar bola no intervalo). Foi bem difícil acalmar a turma, então a

professora liberou os alunos de dois em dois para tomar água e lavar o rosto, enquanto isso foi

distribuindo uma avaliação de Geografia sobre diferenças entre a área rural e urbana, realizou

a leitura da avaliação, explicando as questões. Um aluno chamado Lucas, começou a chorar

dizendo que não tinha estudado para a prova, que a professora não havia avisado e que, se

tirasse nota baixa, iria apanhar do pai.

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Fiquei muito preocupada com a reação intensa do garoto à prova. A professora explicou para

a sala que não era uma prova que valia nota para o boletim e sim para ver como eles estavam

aprendendo. Este acontecimento me fez refletir como um professor precisa ser sensível e

afetivo, e como o relacionamento dos pais interfere na educação dos filhos.

Conforme os alunos terminavam a prova ficavam conversando e esperando tocar o sinal da

saída, atrapalhando os demais.

Ao analisar este primeiro dia, concluí que, se a professora tivesse aplicado a avaliação nos

dois primeiros tempos os alunos poderiam ter rendido mais, pois estariam descansados e se

tivesse explicado o motivo da prova, talvez o aluno Lucas não tivesse a mesma reação.

No segundo dia, os alunos já não estavam interessados na minha presença, o que facilitou o

registro das observações. Na aula de Matemática, o objetivo foi fixar a tabuada, através da

resolução de uma lista de exercícios contendo contas de multiplicação e divisão além de

problemas. Percebi que muitos alunos recorriam à professora, pois não estavam conseguindo

resolver os problemas, depois de aproximadamente 40 minutos, a professora realizou a

correção no quadro, devido ao acumulo de alunos em sua mesa.

Nas duas últimas aulas de Ciências, os alunos copiaram um texto sobre o sistema circulatório,

os alunos reclamaram muito de ter que copiar um texto tão grande e ainda sete questões para

responder, porém durante a explicação do texto toda turma participou ativamente com

comentários e perguntas, depois fomos à biblioteca conhecer um modelo do sistema

circulatório em um esqueleto humano.

Os recursos pedagógicos utilizados durante as aulas foram: lousa e material impresso, modelo

de esqueleto humano.

A organização da sala é tradicional, alunos em fileiras, e a estratégia utilizada para

apresentação dos conteúdos foi expositivas, eventualmente a professora perguntava para a

sala sobre o conhecimento prévio do assunto, novos conhecimentos são registrados pelos

alunos na forma de aplicação de questionários ou sabatina individual. Houve avaliações no

período de observação, e a professora costuma verificar os cadernos dos alunos como forma

de compor a nota final, que consiste na média entre a nota da prova, de conceito e do caderno.

A professora observada é do tipo tradicional, pois não utiliza de metodologias mais

dinâmicas, como sala de informática, biblioteca, filmes, jogos, debates, etc. para tornar o

processo ensino-aprendizagem menos enfadonho para os alunos, contribuindo para

assimilação dos conteúdos.

O relacionamento entre ela e os alunos e bom, mas muitas vezes os alunos reclamam de ter

que copiar muito do quadro e também que precisam copiar as questões dos livros didáticos

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para o caderno e depois resolvê-las, isso gera bastante estresse na turma e atrasa o rendimento

da aula. Ao conversar sobre o assunto com a professora, soube que os livros são devolvidos e

reutilizados no ano seguinte por outro aluno, por isso, os alunos não podem escrever

diretamente no livro. Sugeri a professora que fizesse da tarefa, a cópia dos exercícios

antecipadamente, otimizando desta forma o tempo em sala de aula.

Ao final destes dois dias, percebi que a dinâmica da sala de aula é muito intensa, mediar

conflitos o tempo todo, ser criativa, ter equilíbrio, ser justa, dar bons exemplos, e ainda

ensinar... Realmente não é fácil ser professora!

Ao perguntar a professora se ela gostava de ser professora, ela respondeu que sim, mas muito

cansada por dar aula os dois períodos. Esse talvez seja um dos principais motivos que levam

muitos professores a perder o brilho em suas aulas e de encantar seus alunos, o que é uma

pena, pois educar é maravilhoso!

Sugeri então a professora alguns filmes como o “O Clube do Imperador” que trata da postura 

e avaliação docente e a “Onda” que trata de estratégias pedagógicas.

2.2 Descrição crítica da Docência Assistida

A escolha do projeto “Dourados – Presente e Passado”, foi feito por sugestão minha e a

professora aceitou, pois o assunto é tema do livro de História, e segundo a grade curricular da

escola, precisa ser abordado.

O objetivo é despertar nos alunos o respeito e o comportamento preservacionista em relação

ás tradições, saberes e culturas locais, consideradas como patrimônio coletivo.

A compreensão do passado e do presente é fundamental para buscar a explicitação da origem

dos alunos, e para o entendimento e a preservação da cultura. A partir da compreensão da

realidade vivida, pretendeu-se desenvolver a cidadania consciente e a socialização do

conhecimento, disseminar os fatos históricos relacionados à trajetória de Dourados e seu

desenvolvimento.

O projeto foi desenvolvido em cinco aulas, contemplando as disciplinas de Língua

Portuguesa, Geografia, Matemática, Ciências, História, totalizando 16 horas/aulas.

A metodologia utilizada, levando em consideração a idade dos alunos, foi desenvolvida

através de pesquisa feita pelos alunos com a família e no laboratório de informática, com o

intuito de levantar dados suficientes para o desenvolvimento do projeto.

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No primeiro dia, cheguei à sala do Quarto ano D junto com a professora os alunos vieram ao

nosso encontro e me reconheceram, ficaram muito eufóricos e perguntaram se eu já tinha

virado professora, respondi que durante cinco dias eu daria aula para eles e se gostassem da

aula eu seria então professora.

A professora explicou aos alunos que eu ficaria no lugar dela como se fosse um teste para ver

como eu me sairia dando aula e que ela ia ficar observando. Um aluno deu risada e disse que

hoje ia ser a professora que ia anotar as coisas, fazendo uma alusão aos dias em que eu fiz a

observação.

Então iniciamos a aula com o Pai nosso, depois eu me apresentei novamente para que eles

lembrassem meu nome, expliquei o que era o Projeto e pedi que eles falassem o que

entenderam, virou uma confusão na sala, todos queriam falar ao mesmo tempo, então a

professora teve que intervir.

Grudei algumas fotos antigas e recentes na lousa: Hospital Evangélico, Farmácia Popular,

Avenida Marcelino Pires, Praça Antonio João e Usina Velha. Fui explicando que com o

passar do tempo todas as coisas vão mudando inclusive eles, perguntei se eles lembravam

como era a sua rua ou o bairro onde moravam antigamente e falei sobre cada foto numa

comparação entre o passado e o presente. Todos queriam falar alguma coisa, então pedi que

eles escrevessem as suas observações no caderno, depois que eles terminaram sugeri que eles

levassem para casa um questionário para pesquisar com a família hábitos e costumes antigos,

como comida, maneira de falar, roupas, acessórios etc. Bateu o sino para o recreio, eu e a

professora fomos para a sala dos professores e ela me apresentou para alguns professores que

eu ainda não conhecia. Depois do intervalo mostrei o Mapa de Dourados, expliquei sobre a

escala e a medida de cumprimento, usei uma régua de madeira grande para medir a distância

entre os bairros e a escola. Muitos alunos disseram que já sabiam medir as coisas. No livro de

matemática copiaram situações problemas para resolver no caderno, somente três alunos

tiveram dificuldade na resolução dos problemas. A professora interveio solicitando que

guardassem os materiais, pois ia bater o sinal. Então todos saíram correndo e eu acompanhei a

professora até a sala de professores, ela me disse que gostou muito da aula e que era normal

no primeiro dia eles ficarem muito afoitos, por isso ele se manifestou algumas vezes.

No segundo dia, quando cheguei na escola e os alunos já vieram me encontrar e

acompanharam até a sala, a professora atrasou um pouco porque foi pegar o toca CD na

coordenação. Iniciei com a oração de costume, assim que a professora chegou, todos os

alunos perguntaram para que o toca CD, então expliquei que hoje iríamos ouvir o Hino de

Dourados e depois iríamos fazer umas frases bem bonitas sobre nosso cidade. Aprontei o

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equipamento e iniciei a música, todos ficaram em silêncio, quando terminou alguns alunos

disseram que já tinham ouvido o Hino, então expliquei a importância do amor a nossa pátria e

a nossa cidade, e que a pessoa que escreveu esta música gostava muito da cidade, pedi que

cada um redigisse duas frases exclamativas sobre Dourados, e duas interrogativas ao escritor

do Hino. Depois que todos escreveram entreguei um caça palavras para procurar as palavras

contidas no Hino. Alguns alunos entregaram muito rápido, outras demoraram um pouco.

Depois que todos entregaram o caça palavras, expliquei que iriam conhecer desenhos muito

interessantes e que representavam muitas coisas, fiz um pouco de suspense e os alunos

ficaram agitados. Fixei três modelos de gráficos: barras, pizza e linha, falei que servia para

representar alguma coisa e dei um exemplo simples, contei as meninas e os meninos e fiz duas

barras na lousa, então pedi que usassem o livro de Matemática para resolver alguns

problemas, onde teriam que desenhar alguns gráficos. Conforme iam resolvendo vinham me

mostrar os seus desenhos todos orgulhosos e eu dei um incentivo, escrevendo parabéns!

Pedi quem não terminou, fazer em casa, pois o sinal já ia bater para o intervalo.

Me despedi, desejando um bom final de semana a todos, pois as outras aulas eram de Artes e

Ed.Física.

Acompanhei a professora que me disse que é difícil controlar o horário para que o

planejamento seja aplicado corretamente.

Na segunda-feira dia 26/11/12, cheguei bem cedo pra pegar na biblioteca alguns dicionários,

alunos me viram e ajudaram a levá-los para a sala, entramos a professora chegou, ela fez a

chamada e muitos alunos faltaram. Perguntei aos alunos se lembravam do Hino de Dourados,

todos responderam que sim, então entreguei a letra do Hino e pedi que eles fizessem quatro

grupos com 5 alunos e um grupo com 6, chamei um aluno para distribuir os dicionários aos

grupos, enquanto alguns meninos mais agitados perguntavam toda hora o que iam fazer,

expliquei que iria ler o texto e depois eles deveriam procurar no dicionário as palavras

desconhecidas. Esta experiência foi muito marcante para mim, pois eles tiveram muita

dificuldade em usar o dicionário e tive que explicar como era, e demorou muito, a sala virou

um tumulto e eu fiquei apavorada e pedi a professora que me ajudasse, aos poucos eles se

acalmaram e conseguiram fazer a atividade. Durante o intervalo peguei na coordenação os

materiais para fazer o jogo dos cartões. Ao retorna do intervalo permaneceram nos grupos e

utilizei o livro de Geografia para explicar o que é relevo, clima e hidrografia, então distribui

pedaços de cartolina e canetinha para cada grupo. Dividi o texto entre os grupos para fazer

três perguntas sobre cada parte. Depois expliquei as regras do jogo: eu vou ler todas as

perguntas e embaralhar as cartas, sorteio um grupo para iniciar e faço a pergunta, quem

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acertar faz ponto. Foi muito divertido e para minha surpresa a maioria das perguntas eles

sabiam, o grupo que ganhou ficou caçoando dos outros, então distribuí um pirulito para todos

e disse que todos eram vencedores pois se esforçaram e aprenderam a matéria.

Ao termino da aula alguns pais vieram me conhecer, pois as crianças haviam comentado que

estavam com professora nova, então expliquei que era só um estágio e logo iria deixá-los.

Na terça-feira, iniciei com a oração e depois utilizamos o livro de Matemática para resolver

problemas e construir um gráfico em forma de pizza com papel pardo, canetinha e lápis de

cor, dividi a sala em grupos de quatro e distribui informações sobre a escola, como quantidade

de salas, quantos meninos e meninas tem na escola, quantas professoras, quantos

funcionários, etc. a cada grupo construir o seu gráfico, os alunos ficaram muito

compenetrados em realizar a tarefa, de vez em quando alguém solicitava a minha opinião

sobre o seu desenho, outros perguntavam para a professora como estava.

Depois do intervalo, dialoguei com os alunos sobre o que é uma alimentação saudável, o que

eles gostavam de comer o que era saudável ou não, li um texto sobre a cultura alimentar no

livro didático de Ciências e pedi que eles consultassem o questionário que haviam feito no

primeiro dia e pesquisasse quais os alimentos que eram mais consumidos antigamente e

fizessem um quadro comparativo no caderno entre os costumes alimentares antigos e atuais,

alguns alunos perceberam que antigamente se comia muito mais frutas e verduras que hoje,

pois a maioria vivia na zona rural – como citou uma aluna que morava no sítio, então sugeri

que com base na pesquisa e nos conhecimentos sobre alimentos saudáveis, cada aluno

confeccionasse um cardápio em papel sulfiti, para uma refeição do dia: café da manhã, ou

almoço ou jantar.

Ao terminarem, guardaram os materiais e nos despedimos.

No último dia de estágio tive somente as duas últimas aulas, quando entrei na sala as crianças

já vieram me perguntar se não nos veríamos mais, eu as tranqüilizei e disse que amanhã eu

iria vir para colocarmos nossos trabalhos na biblioteca para todos verem. Então sugeri que

eles fizessem uma releitura do Hino de Dourados, substituindo as palavras desconhecidas por

sinônimos, num cartaz bem grande. Fizemos um esboço e corrigimos a ortografia, depois cada

aluno escreveu uma linha e todos decoraram com canetinha e papel crepon.

No dia seguinte, cheguei cedo e os alunos vieram me encontrar, entramos na sala e reunimos

os trabalhos, a professora ajudou a arrumar um local na biblioteca para acomodar e pendurar

as produções dos alunos, enquanto arrumamos tudo a professora foi chamar as outras duas

turmas do quarto ano para visitarem a nossa exposição. Foi um sucesso, os alunos ficaram

muito orgulhosos em expor suas produções.

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2.3 Análise reflexiva da ação docente no estágio

Ao final do estágio pode-se observar que os objetivos propostos no plano de aula não

puderam ser totalmente aplicados, houve algumas adaptações e supressões. Promover a

socialização, a autonomia, fornecer elementos estimuladores para a produção de

conhecimento, proporcionando aos alunos a comparação entre o passado e o presente como

forma de despertar o sentimento de pertencimento e preservação do que é local.

Considerando a quantidade de alunos em sala, a faixa etária e a forma ativa de participação da

turma, as expectativas iniciais foram superadas.

Um dos grandes desafios foi o domínio de sala, uma vez que o estagiário é um ser intruso no

mundo escolar da criança, mas este aspecto demonstrou um elemento de surpresa que

colaborou de forma muito produtiva no desenrolar das atividades, mantendo a sala atenta e

concentrada.

As observações feitas pela professora, contribuíram para o aperfeiçoamento de futuras

atividades. Percebi a importância de conhecer as crianças, pois cada uma delas tem um ritmo

diferente de aprendizagem, uns pegam as coisas no ar, outros precisam ser mais estimulados.

Este conhecimento só é conquistado com o convívio tanto com os alunos como com os pais,

pois a educação de casa influência muito na escola. É preciso conhecer o contexto de cada

um.

No início tive muita dificuldade em administrar o tempo de cada matéria com o planejamento,

depois que a professora explicou que isso era normal e que o projeto deve ser flexível e

acomodar o ritmo dos alunos, e que os mesmos conteúdos devem ser retomados várias vezes

de formas diferentes para que os alunos assimilem melhor os conteúdos.

A disciplina de Estágio é sem dúvida um espaço de construção da profissão de professor,

proporcionando uma formação consciente do papel social na ação, refletindo sobre ela e sobre

o conhecimento adquirido durante ela, num processo de significação permanente,

enriquecendo a formação acadêmica, possibilitando por em prática os conhecimentos

adquiridos.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apesar das dificuldades que encontrei em concluir esta disciplina, me sinto fortalecida, pois

acredito que mudei muitas concepções erradas que tinha sobre a educação e a escola. Sempre

fui uma mãe atuante na escola onde meus filhos estudam, mas depois de vivenciar um pouco

da realidade de uma escola, percebi a diferença que faz a participação de toda a sociedade

para garantir uma educação de qualidade.

O Estágio Supervisionado é uma oportunidade de desenvolver um aprendizado significativo,

superar dificuldades, como a minha de domínio da sala de aula, além da contribuir para o meu

autoconhecimento, perceber minhas deficiências e ajudar a construir uma identidade

profissional.

Todas as atividades testaram meus conhecimentos, me fizeram refletir e compreender o que

diz Freire (1981): “Ninguém educa ninguém, ninguém se educa a si mesmo, os homens se

educam entre si, mediatizados pelo mundo”.

A relação da teoria com a prática possibilita desenvolver a competência técnica e a práxis

pedagógica, imprescindível ao profissional do futuro.

Percebi a importância de conhecer cada criança e seus pais, o contexto de cada um, pois tudo

esta interligado influenciando no desenvolvimento de todos, inclusive do professor

Levo comigo o rosto destas crianças e a certeza de que ensinar, não é transmitir o

conhecimento, mas criar as possibilidades para sua própria construção.

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