RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de...

67
1 UNIDADE DE SAÚDE FAMILIAR CONDE DE OEIRAS RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 Oeiras, 27 de Março de 2015

Transcript of RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de...

Page 1: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

1

UNIDADE DE SAÚDE FAMILIAR CONDE DE OEIRAS

RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014

Oeiras, 27 de Março de 2015

Page 2: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

2

UNIDADE DE SAÚDE FAMILIAR CONDE DE OEIRAS

- MODELO A -

Avenida Salvador Allende, 2780-163 Oeiras

Telefone: 21 440 01 00

Fax: 21 440 01 35

http://usfcondeoeiras.com/

COORDENADORA: Dra. Ana Isabel Rosário Dias

Page 3: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

3

LISTA DE ACRÓNIMOS

ACES: Agrupamento de Centros de saúde

APDP: Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal

CHLO: Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental

DGS: Direção Geral de Saúde

HEM: Hospital de Egas Moniz

HSFX: Hospital de São Francisco Xavier

INR: Índice Normalizado Internacional (da sigla inglesa)

IPOFG: Instituto Português de Oncologia de Francisco Gentil

MCDT: Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica

MGF: Medicina Geral e Familiar

PDS: Plataforma da Saúde

PNV: Plano Nacional de Vacinação

RCV: Registo Central de Vacinas

RNCCI: Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados

SAPE: Sistema de apoio à prática de enfermagem

SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde

UCC: Unidade de Cuidados Continuados

UCF: Unidade Coordenadora Funcional

URAP: Unidade de Recursos Assistenciais Partilhados

USF: Unidade de Saúde Familiar

USFCO: Unidade de Saúde Familiar Conde de Oeiras

ERA: Equipas Regionais de Apoio

MIM@uf: Modulo de Informação e Monitorização das Unidades Funcionais

IMC: Índice de Massa Corporal

HPV: Human Papiloma Virus

DM: Diabetes Mellitus

HGBA1C: Hemoglobina Glicada A1C

PA: Pressão Arterial

NOC: Normas de Orientação Clínica

ADO: Anti Diabéticos Orais

EAD: Exames Auxiliares de Diagnóstico

DPOC: Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica

Page 4: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

4

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 7

2. PERÍODO EM ANÁLISE, POPULAÇÃO INSCRITA, RECURSOS HUMANOS, CONTEXTO E

CONTINGÊNCIAS DA AVALIAÇÃO ......................................................................................... 9

2.1. Período em Análise............................................................................................................. 9

2.2.População Inscrita ............................................................................................................... 9

2.3. Recursos Humanos ........................................................................................................... 10

3. CARTEIRA BÁSICA DE SERVIÇOS: INDICADORES INSTITUCIONAIS ..................................... 13

3.1. Grupos Vulneráveis .......................................................................................................... 14

3.2. Grupos de Risco ................................................................................................................ 19

3.3. Saúde do Adulto e Idoso .................................................................................................. 22

3.4. Cuidados Domiciliárias…………………………………………………………….…………………………………..25 4. INDICADORES DE EFICIÊNCIA/CUSTOS ............................................................................ 26

5. INTERLIGAÇÃO COM OUTROS SERVIÇOS ......................................................................... 27

5.1. Referenciação aos Cuidados Secundários e RNCCI .......................................................... 27

5.2. Referenciação ao Núcleo de Apoio à Criança e Jovem em Risco ..................................... 27

5.3. Articulação com Outros Serviços do ACES ....................................................................... 28

5.4. Saúde 24 ........................................................................................................................... 28

6. DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL ............................................................................... 29

6.1. Formação Interna e Partilha de Informação .................................................................... 29

6.2. Comunicações Científicas e Publicações .......................................................................... 30

6.3. Investigação ...................................................................................................................... 31

6.4. Formação Externa ............................................................................................................ 31

6.5. Plano de Desempenho Interno ........................................................................................ 36

7. ENSINO PRÉ E PÓS GRADUADO ...................................................................................... 41

8. QUALIDADE ASSISTENCIAL ............................................................................................. 42

8.1. Procedimentos de Educação e Informação dos Utentes ................................................. 42

8.2. Procedimentos de Apoio à Decisão Clínica ...................................................................... 42

8.3. Procedimentos de Melhoria da Acessibilidade e da Organização Interna ....................... 42

9. SATISFAÇÃO DE UTENTES E PROFISSIONAIS .................................................................... 43

10. BURNOUT DE PROFISSIONAIS ....................................................................................... 48

11. RECLAMAÇÕES, SUGESTÕES E ELOGIOS ........................................................................ 51

ANEXOS

ANEXO I – Questionário de satisfação dos utentes .................................................................... 55

Índice

Page 5: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

5

ANEXO II – Questionário de satisfação dos profissionais ........................................................... 56

ANEXO III – Questionário de burnout ......................................................................................... 67

Figura 1: Pirâmide etária MIM@uf ............................................................................................... 9

Quadro I: Distribuição etária e por género com cálculo da lista ponderada ............................. 10

Quadro II: Número total de atendimentos médicos e de enfermagem ..................................... 13

Quadro III: Indicador contratualizado e resultado alcançado em Saúde Infantil ....................... 14

Quadro IV: Indicadores não contratualizados e resultados alcançados em Saúde Infantil ........ 15

Quadro V: Indicador não contratualizado e resultados alcançados na Vacinação ..................... 16

Quadro VI: Indicadores contratualizados e resultados alcançados em Saúde Materna ............ 17

Quadro VII: Indicadores não contratualizados e resultados alcançados em Saúde Materna .... 17

Quadro VIII: Indicadores contratualizados e resultados alcançados em Planeamento Familiar 18

Quadro IX: Indicadores contratualizados e resultados alcançados no Programa de Diabetes .. 19

Quadro X: Indicadores não contratualizados e resultados alcançados no Programa de Diabetes

..................................................................................................................................................... 20

Quadro XI: Indicador contratualizado e resultado alcançado no Programa de Hipertensão ..... 21

Quadro XII: Indicadores não contratualizados e resultados alcançados no Programa de

Hipertensão ................................................................................................................................. 21

Quadro XIII: Indicadores contratualizados e resultados alcançados em Saúde do Adulto e Idoso

..................................................................................................................................................... 22

Quadro XIV: Indicadores não contratualizados e resultados alcançados em Saúde do adulto e

idoso ............................................................................................................................................ 23

Quadro XV: Indicadores contratualizados e resultados alcançados em Rastreio Oncológico .... 24

Quadro XVI: Indicador não contratualizado e resultado alcançado em Rastreio Oncológico .... 24

Quadro XVII: Indicador contratualizado e resultado alcançado em Cuidados Domiciliários…….25

Quadro XVIII: Indicador não contratualizado e resultado alcançado em Cuidados Domiciliários

..................................................................................................................................................... 25

Índice de Figuras e Quadros

Page 6: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

6

Quadro XIX: Indicadores contratualizados e resultados alcançados em Eficiência .................... 26

Quadro XX: Indicador não contratualizado e resultado alcançado em Eficiência ...................... 26

Quadro XXI: Caraterização da amostra dos dois estudos de satisfação de utentes efetuados .. 43

Quadro XXII: Resumo dos resultados obtidos nas três questões principais do questionário ..... 43

Quadro XXIII: Resumo dos resultados de burnout nos dois estudos .......................................... 48

Quadro XXIV: Resumo dos resultados de burnout nos dois estudos e por grupo profissional na

dimensão “Exaustão emocional” ................................................................................................ 48

Quadro XXV: Resumo dos resultados de burnout nos dois estudos e por grupo profissional na

dimensão “Realização pessoal”................................................................................................... 49

Quadro XXVI: Resumo dos resultados de burnout nos dois estudos e por grupo profissional na

dimensão “Despersonalização”................................................................................................... 50

Quadro XXVII: Resumo dos Registos de Reclamações, Sugestões e Elogios ............................... 53

Page 7: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

7

1. INTRODUÇÃO

Este documento descreve e analisa o trabalho desenvolvido pela Unidade de Saúde

Familiar Conde de Oeiras em 2014, nomeadamente os resultados alcançados nos

indicadores contratualizados e outras atividades importantes desta USF, num contexto

de várias dificuldades e constrangimentos.

Como referido no relatório de 2013, mantêm-se as difíceis condições de trabalho com

os problemas com a rede e as aplicações informáticas, fatores que globalmente têm

prejudicado o desempenho de toda a equipa.

A situação dos utentes sem médico durante praticamente todo o ano de 2014, e a lista

de utentes da Dra. Isabel Santos que se manteve na unidade após a sua saída em

Março de 2014, dificultou, em vários momentos, o trabalho dos diferentes grupos

profissionais.

As mudanças das regras, a inadequação de algumas metas e a pouca clareza quanto à

contabilização de certos indicadores continuam a desvirtuar o processo de

contratualização, que, acresce, em 2014, ocorreu tardiamente.

Mais, as exigências sobre os profissionais, baseadas em paradigmas ultrapassados

sobre o desempenho profissional num contexto de cortes remuneratórios vários, tem

exercido uma pressão acrescida sobre a coesão da equipa na prossecução dos

objetivos de qualidade assistencial a que se propôs, mas que ainda, assim, foram

alcançados na sua maioria, como se verá adiante.

Não menos importante, de referir que, em junho de 2014, a equipa tinha formalizado a

candidatura a modelo B, através do preenchimento do respetivo formulário eletrónico.

Foi sujeita a auditoria de avaliação, no dia 22 de Outubro de 2014, tendo tomado

conhecimento do parecer técnico em 17 de Dezembro de 2014. A equipa foi notificada

para se pronunciar face a eventual não aprovação do requerido acesso a modelo B. Foi

elaborada uma resposta com a respetiva fundamentação e enviada à ERA a 5 de

Janeiro de 2015, obtendo uma resposta negativa dia 16 de Fevereiro de 2015. A não

progressão a modelo B e, em particular, os argumentos apresentados no relatório de

auditoria, abalaram a motivação dos profissionais que consideram ter demonstrado

estar aptos para aquela evolução organizacional. Internamente, a equipa mantém-se

Page 8: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

8

coesa e empenhada, embora desgastada pelo trabalho desenvolvido com a

candidatura a modelo B do ano de 2014

Finalmente, salientamos que subscrevemos a convicção consensual entre as equipas

de MGF, de que a Administração Central precisa entender que os ganhos em saúde são

algo bem mais abrangente do que atingir metas pouco razoáveis para indicadores

desajustados, o que pressupõe a disponibilização de recursos humanos e operacionais

adequados.

Page 9: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

9

2. PERÍODO EM ANÁLISE, POPULAÇÃO INSCRITA, RECURSOS HUMANOS,

CONTEXTO E CONTINGÊNCIAS DA AVALIAÇÃO

2.1. Período em Análise

Este relatório analisa as atividades da Unidade de Saúde Familiar de Conde de Oeiras

entre 1 de janeiro e 31 de dezembro de 2014.

2.2. População Inscrita

Em 31 dezembro de 2014 encontravam-se inscritos na USF Conde de Oeiras 13 652

(MIM@uf) utentes, nos ficheiros de 7 médicos, após a saída de um médico em março.

Figura 1: PIRÂMIDE ETÁRIA (MIM@uf, 31.12.2014)

-600 -400 -200 0 200 400 600 800

0-4 5-9 10-14 15-19 20-24 25-29 30-34 35-39 40-44 45-49 50-54 55-59 60-64 65-69 70-74 75-79 80-84 85-89 90-94 ≥95

Masculino

Feminino

Page 10: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

10

LISTAS DE UTENTES POR MÉDICO DE FAMÍLIA

Médico Lista de

Utentes

0-6 7-64 65-74 ≥75 Lista

Ponderada M F M F M F M F

Ana Campos 1 766 74 53 507 668 96 144 82 142 2 405,5

Ana Isabel Dias 1 775 83 70 559 715 80 104 58 106 2 281,5

Ana Lorena 1 777 76 78 591 722 88 95 50 77 2 227,5

Ana Ribeiro 1 707 78 52 541 661 79 107 65 124 2 241,5

Cristina Bastos 1 794 52 55 585 712 74 108 94 114 2 341,5

Margarida Lobão 1 716 86 71 523 664 89 109 65 109 2 253,5

Mª João Martins 1 707 86 79 525 662 99 92 63 101 2 226,5

TOTAL 12 242 535 458 3831 4804 605 759 477 773 15 977,5

993 8 635 1 364 1 250

Quadro I: Distribuição etária e por género com cálculo da lista ponderada

Fonte: MIM@uf 31.12.2014 (lista nominal)

Da leitura deste quadro pode-se constatar que os escalões etários de 65-74 anos (11%)

e ≥75 anos (10%) correspondem em conjunto a 21% da população. Este aspeto

demográfico vai ter repercussões no aumento da necessidade de cuidados de saúde e

consequentemente nos custos (medicação / EAD). Os utentes de idade ≥75 anos

constituem uma fatia importante da nossa população o que obriga cada vez mais a

apostar em cuidados domiciliários e na sua reorganização.

Tem sido feito um esforço de adequação da resposta assistencial às solicitações dos

novos utentes de acordo com os recursos existentes e dado ênfase à informação,

autorresponsabilização e cuidados preventivos aos utentes, mas a dificuldade

permanente em estabilizar os ficheiros tem prejudicado o desempenho da equipa.

2.3. Recursos Humanos

SECRETÁRIOS CLÍNICOS Ana Paula Martins Cláudia Costa Inês Pires

Luís Pedro Reis

Paula Alves (em ausência prolongada desde Junho de 2012)

Page 11: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

11

Paula Oliveira (mobilidade interna desde 1 de Setembro de 2014)

Pedro Pereira (assistente operacional desde Junho 2014)

Ainda subsistiu o problema de défice de recursos humanos na unidade, resolvido com

um elemento do centro de emprego. Contámos durante dois meses com o apoio de

dois elementos, assistentes operacionais do ACES. Foi solicitado à direção executiva

que fixasse um elemento na unidade de forma colmatar as necessidades. O assistente

operacional Pedro fixou-se na unidade desde Junho e a Paula Oliveira iniciou a sua

atividade em Setembro de 2014.

ENFERMEIROS

Ana Filipa Almeida

Ana Sofia Alves

Cláudia Miranda

Cristina Dantas

Emília Luz

Maria José Vazão

Sandra Silva

Sérgio Cavalheiro (alocado temporariamente à UCC Consigo desde novembro de 2014)

Todos os enfermeiros encontram-se em contrato de trabalho por tempo

indeterminado, à exceção de um, que tem contrato de trabalho a termo resolutivo

certo.

MÉDICOS

Ana Isabel Campos

Ana Isabel Rosário Dias

Ana Maria Lorena

Ana Maria Ribeiro

Cristina Bastos

Isabel Santos (saída em Março de 2014)

Margarida Lobão

Maria João Martins

A equipa ficou reduzida a 7 médicos com a saída da Dra. Isabel Santos em março,

ficando a Dra. Diana Tomaz responsável por atender os utentes sem médico e os

utentes da Dra. Isabel Santos até outubro. Os enfermeiros ficaram reduzidos a 7

Page 12: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

12

elementos a partir de novembro, quando o enfermeiro Sérgio Cavalheiro foi colocado

pela direção executiva na UCC Consigo.

Por empenho e dedicação ao compromisso assistencial da equipa, os quatro

orientadores do Internato Complementar não usufruíram do total de horas previstas

para esta função.

Acresce referir que para prestar assistência adequada aos utentes inscritos, vários

médicos cumpriram um horário assistencial efetivo superior ao regulamentado na

legislação das USF e nos seus contratos de trabalho.

Page 13: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

13

3. CARTEIRA BÁSICA DE SERVIÇOS: INDICADORES INSTITUCIONAIS

Quadro II – Nº total de atendimentos médicos e de enfermagem

Programas de

saúde

Consultas médicas Contatos de enfermagem

2013 2014 2013 2014

Saúde Adulto 15138 13784 - -

Saúde idoso 11750 11121 - -

Saúde infantil 3893 3849 - -

Saúde Materna 789 789 - -

Planeamento

Familiar 1753 1262 - -

Total 33323 30795 20775 18483

Aparentemente houve uma diminuição da procura de cuidados pelos utentes da USF.

Page 14: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

14

3.1. Grupos Vulneráveis

SAÚDE INFANTIL E JUVENIL

Quadro III: Indicador contratualizado e resultado alcançado em Saúde Infantil

INDICADORES

Resultados Contratualizado

com o ACES

2011 2012 2013 2014 2014

2013.058.01 – Proporção de

crianças com 1 ano com

acompanhamento adequado

- - 24,30 43,75 42,00

2013.064.01 – Proporção de

jovens com 14 anos, com consulta

médica de vigilância e PNV

cumprido

- - 62,40 52,23 65,00

2013.033.01 – Proporção de

utentes >14 anos com registo de

IMC nos últimos 3 anos

- - 71,50 72,63 80,50

2013.047.01 – Proporção inscritos

≥ 14 anos com registo de hábitos

tabágicos

- - 53,70 61,28 64,00

As metas de uma forma geral foram atingidas. Os valores em 2014 refletem o esforço

da equipa, uma vez que este ano a população alvo englobava os utentes vigiados e não

vigiados.

O PNV aos 14 anos não se encontra totalmente cumprido uma vez que houve falhas no

fornecimento da vacina HPV, levando a um adiamento na vacinação das jovens.

Outra situação a reportar é o facto do programa MIMUF colocar como não

cumpridoras jovens com o PNV atualizado, mas que realizaram a última dose com 14

anos.

Page 15: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

15

Quadro IV: Indicadores não contratualizados

e resultados alcançados em Saúde Infantil

INDICADORES

Resultados

2011 2012 2013 2014

2013.057.01 – Proporção de recém-

nascidos com diagnóstico precoce realizado

até ao 6.º dia de vida

81,48 85,38 91,14 95,77

2013.014.01 – Proporção de recém-

nascidos com 1.a consulta médica de

vigilância realizada até aos 28 dias

79,58 75,44 90,63 92.96

2013.016.01 - Proporção de crianças com

pelo menos 6 consultas médicas de

vigilância de saúde infantil no 1º ano de

vida

53,60 72,34 69,57 53,13

2013.17.01 - Proporção de crianças com

pelo menos 3 consultas médicas de

vigilância de saúde infantil no 2º ano de

vida

53,57 63,33 80,23 42,00

2013.015.01 – Proporção de recém-

nascidos com consulta domiciliária de

enfermagem realizada até ao 15º dia de

vida

6,25 3,82 10,14 5,97

2013.063.01 – Proporção de jovens com 7

anos, com consulta médica de vigilância e

PNV cumprido

- - 62,30 60,45

De uma forma geral, houve um decréscimo no cumprimento das metas, uma vez que o

denominador aumentou, englobando crianças vigiadas e não vigiadas, mais acentuado

em relação ao indicador “Proporção de crianças com pelo menos 3 consultas médicas

de vigilância de saúde infantil no 2º ano de vida”.

Os domicílios de enfermagem foram realizados a todas as crianças de famílias

identificadas como sendo de risco, como prevê o Programa Nacional de Saúde Infantil.

Page 16: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

16

Quadro V: Indicadores não contratualizados e resultados alcançados na Vacinação

INDICADORES Resultados

2011 2012 2013 2014

2013.027.01 - Proporção de crianças com

2 anos com PNV cumprido até aos 2 anos 91,00 92,55 89,04 83,66

Os resultados alcançados revelam a alteração na forma como é elaborado o indicador,

neste caso das crianças, passou a ser contabilizada a vacinação “atempada”. As

crianças que fazem vigilância privada cada vez mais efetuam as vacinas em outros

locais que não a USFCO, o que implica que a equipa de enfermagem dispenda imenso

tempo na obtenção dos registos informáticos em plataforma própria (RCV), por forma

a conseguir manter atualizado o registo em SINUS. Verificamos também uma

disparidade entre resultados obtidos através do MIMUF (83,66) e através do SINUS, o

qual nos dá uma percentagem de 96,40 de crianças com 2 anos com PNV cumprido.

Este último valor foi obtido excluindo as crianças inscritas na USFCO que estão

atualmente a residir fora do pais e aquelas que têm contraindicação formal de

vacinação.

Page 17: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

17

SAÚDE DA MULHER

Quadro VI: Indicadores contratualizados e resultados alcançados em Saúde Materna

INDICADORES

Resultados Contratualizado

com o ACES

2011 2012 2013 2014 2014

2013.050.01 - Proporção de

grávidas com consulta de

revisão do puerpério

efetuada

58,62 80,33 92,86 75,45 73,00

2013.051.01 – Proporção de

grávidas com

acompanhamento adequado

- - 18,90 27,36 24,00

Quadro VII: Indicadores não contratualizados

e resultados alcançados em Saúde Materna

INDICADORES Resultados

2011 2012 2013 2014

2013.011.01 - Proporção de grávidas com 1ª

consulta médica de vigilância realizada no 1.º

trimestre

89,01 72,54 78,69 74,74

2013.012.01 - Proporção de grávidas com 6 ou

mais consultas enfermagem em saúde

materna

76,92 75,47 84,31 47,17

O facto de ter havido uma alteração na dinâmica da equipa, com a inclusão dos

utentes sem médico, com a alteração da jornada contínua desde setembro de 2014, e

com a saída do enfermeiro Sérgio Cavalheiro, levou a modificações no horário de

enfermagem que não permitiram o cumprimento da consulta de enfermagem.

Também o facto de o denominador englobar todas as grávidas, vigiadas e não vigiadas,

fez com que a meta não fosse atingida. As grávidas não vigiadas são muitas vezes

Page 18: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

18

atendidas em consulta médica em horários que não prevêem consulta de

enfermagem.

Quadro VIII: Indicadores contratualizados

e resultados alcançados em Planeamento Familiar

INDICADORES Resultados

Contratualizado

com o ACES

2011 2012 2013 2014 2014

2013.052.01 – Proporção de

mulheres em idade fértil com

acompanhamento adequado em

planeamento familiar

- - 45,20 49,93 54,00

2013.008.01 - Taxa de utilização

de consultas de planeamento

familiar (médicas ou de

enfermagem)

- - 55,10 48,46 65,90

Este resultado foi alcançado através do esforço e estabelecimento de estratégias na

organização da equipa.

Page 19: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

19

3.2. Grupos de Risco

DIABÉTICOS

A prevalência da Diabetes na USF Conde de Oeiras em 2014 foi de 9,5%, valor muito

próximo dos valores nacionais.

Quadro IX: Indicadores contratualizados e resultados alcançados no Programa de

Diabetes

INDICADORES Resultados

Contratualizado

com o ACES

2011 2012 2013 2014 2014

2013.039.01 – Proporção de

utentes com DM com último

registo de HgbA1c ≤ 8,0%

- - 59,20 61,90 70,00

2013.041.01 – Proporção de

utentes com DM em terapêutica

com insulina

- - 5,20 5,85 6,00

2013.042.01 – Proporção de

utentes com DM em terapêutica

com metformina

-

51,70 52,34 60,90

Page 20: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

20

Quadro X: Indicadores não contratualizados

e resultados alcançados no Programa de Diabetes

INDICADORES Resultados

2011 2012 2013 2014

2013.038.01 – Proporção de utentes

com DM com ≥ 2 HbA1c registadas no

último ano desde que abranjam 2

semestres

68,29 79,36 80,80 58,23

2013.035.01 – Proporção de utentes

com DM com pelo menos um exame

dos pés registado no ano

68,99 85,10 82,49 64,03

2013.037.01 - Proporção de utentes

com DM com consulta de enfermagem

de vigilância no último ano

- - 92,10 78,01

Mais uma vez reflete-se na meta a inclusão de todos os utentes diabéticos, vigiados e

não vigiados. Torna-se mais complicada vigilância de utentes que já têm o seu

programa de vigilância noutra instituição e não aderem a mais consultas.

Page 21: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

21

HIPERTENSOS

A prevalência da Hipertensão na USF Conde de Oeiras em 2014 foi de 31,4%.

Quadro XI: Indicador contratualizado

e resultado alcançado no Programa de Hipertensão

INDICADORES

Resultados Contratualizado

com o ACES

2011 2012 2013 2014 2014

2013.020.01 – Proporção de

utentes com hipertensão com

idade <65 anos com PA

<150/90 mmHg

- - 43,00 51,67 60,00

Quadro XII: Indicadores não contratualizados

e resultados alcançados no Programa de Hipertensão

INDICADORES

Resultados

2011 2012 2013 2014

2013.019.01 – Proporção de utentes

com hipertensão arterial com registo de

PA em cada semestre

65,41 74,67 75,77 57,20

2013.018.01 – Proporção de utentes

com hipertensão com pelo menos um

registo de IMC nos últimos 12 meses

85,69 90,78 89,99 78,36

Page 22: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

22

3.3. Saúde do Adulto e Idoso

Quadro XIII: Indicadores contratualizados

e resultados alcançados em Saúde do Adulto e Idoso

INDICADORES

Resultados

Contratualizado

com o ACES

2011 2012 2013 2014 2014

2013.006.01 - Taxa de utilização

global de consultas médicas nos

últimos 3 anos

- - 84,30 85,03 87,00

2013.056.01 - Proporção de

utentes com idade ≥ 65 anos a

quem não foram prescritos

ansiolíticos/sedativos/hipnóticos

- - 64,20 66,89 73,50

2013.074.01 - Proporção de

consultas médicas presenciais que

deram origem a pelo menos uma

codificação ICPC-2

- - 94,20 96,79 97,00

Page 23: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

23

Quadro XIV: Indicadores não contratualizados

e resultados alcançados em Saúde do Adulto e Idoso

INDICADORES

Resultados

2011 2012 2013 2014

2013.001.01 - Proporção de

consultas realizadas pelo respetivo

médico de família

- - 90,91 84,72

2013.030.01 - Proporção de utentes

idosos ou utentes com doença

crónica a quem foi administrada

vacina anti-gripal

- - 36,70 32.56

2013.098.01 - Proporção de utentes

≥ 25 anos com vacina anti-tetânica

atualizada

- - 62,40 66,36

Percentagem de utilizadores

satisfeitos e muito satisfeitos - - 98,40/100* 98,30/98,40*

Existe um aumento da codificação ICPC, o que traduz uma melhoria na qualidade dos

procedimentos.

Verifica-se o esforço da equipa para atualização da vacina do tétano, existindo uma

evolução neste indicador.

A adesão à vacina da gripe não se verificou da mesma forma que em 2013, verificando-

se menor afluência aos serviços de saúde. Isto aconteceu, provavelmente, devido à

falha que se verificou no ano passado e porque alguns utentes a fazem na farmácia.

(*) Valores correspondem respetivamente a junho/dezembro

Page 24: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

24

RASTREIO ONCOLÓGICO

Quadro XV: Indicadores contratualizados

e resultados alcançados em Rastreio Oncológico

INDICADORES

Resultados Contratualizado

com o ACES

2011 2012 2013 2014 2014

2013.045.01 - Proporção de

mulheres entre os [25; 60[ anos

com colpocitologia atualizada

nos últimos 3 anos

- - 55,40 54,70 67,00

2013.044.01 - Proporção de

mulheres entre os [50; 70[ anos

com mamografia registada nos

últimos dois anos

57,71 56,92 64,41 61,88 73,00

Atualmente os indicadores dizem respeito a toda a população vigiada e não vigiada,

logo torna-se mais difícil a cobertura desta população, também dizem respeito a

consultas de vigilância de saúde e não doença verificando-se menor adesão por parte

dos utentes.

Quadro XVI: Indicador não contratualizado

e resultado alcançado em Rastreio Oncológico

INDICADORES

Resultados

2011 2012 2013 2014

2013.046.01 - Proporção de utentes

entre os [50; 75[ anos com rastreio

do cancro do cólon e recto efetuado

- - 63,60 62,34

Page 25: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

25

3.4. Cuidados Domiciliários

Quadro XVII: Indicador contratualizado

e resultado alcançado em Cuidados Domiciliários

INDICADORES

Resultados Contratualizado

com o ACES

2010 2011 2012 2014 2014

2013.004.01 - Taxa de

consultas de enfermagem

no domicílio por 1000

inscritos

71,17 106,22 121,51 105,72 122,00

De acordo com os registos no SAPE a equipa atingiu 113,68%0, este valor englobou os

utentes sem médico que foram atendidos pela enfermagem durante o ano de 2014. A

falha de fornecimento de kits de INR também prejudicou o atingimento deste

indicador.

Quadro XVIII: Indicador não contratualizado

e resultado alcançado em Cuidados Domiciliários

INDICADORES

Resultados

2011 2012 2013 2014

2013.003.01 – Taxa de consultas

médicas no domicílio por 1000

inscritos

19,40 10,32 16,07 15,46

Page 26: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

26

4. INDICADORES DE EFICIÊNCIA / CUSTOS

Quadro XIX: Indicadores contratualizados e resultados em Eficiência

INDICADORES Resultados

Contratualizado

com o ACES

2011 2012 2013 2014 2014

2013.070.01 – Despesa

média de medicamentos

prescritos por utente

utilizador

- - 154,40 141,45 140,00

2013.071.01 – Despesa

média de MCDT prescritos

por utente utilizador

- - 50,80 51,04 45,40

Quadro XX: Indicador não contratualizado e resultado em Eficiência

INDICADORES Resultados

2011 2012 2013 2014

2013.092.01 - Proporção de doentes

hipocoagulados que são controlados

na unidade de saúde

- - - 38.52

Page 27: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

27

5. INTERLIGAÇÃO COM OUTROS SERVIÇOS

5.1. Referenciação aos Cuidados Secundários e Rede Nacional de

Cuidados Continuados

A referenciação para os Cuidados Secundários faz-se através do Alert P1 para o CHLO

(HSFX, HEM, Hospital de Santa Cruz), para o IPOFG e para a APDP. Continua a ser

necessária a utilização de credenciais de referenciação para determinadas

especialidades que não existem no CHLO, como a Ortopedia Infantil e a Cirurgia

Pediátrica no Hospital Dona Estefânia.

A plataforma PDS tem permitido o acesso aos dados clínicos hospitalares com

bastantes dificuldades, nomeadamente no acesso a notas de alta hospitalar, a

atendimentos no serviço de urgência, a relatórios de exames anatomopatológicos e a

imagens.

A referenciação para o Hospital Ortopédico de Santana e para as entidades

convencionadas de Medicina Física e Reabilitação faz-se mediante prescrição de

primeira consulta ou consulta seguinte.

A referenciação para a RNCCI faz-se por registo em plataforma eletrónica própria por

um dos elementos da USF. Esta referenciação é complexa e a resposta continua muito

burocrática e demorada, inclusive quando se pretende a intervenção da equipa local.

No ano de 2014, foram referenciados 27 utentes: 12 para a Equipa de Cuidados

Continuados Integrados; 1 para Unidades de Longa Duração e Manutenção e 4 para

Unidade de Média Duração e Reabilitação. De entre os utentes referenciados houve 7

óbitos, 1 recusa, 1 desistência e um utente internado em lar.

5.2. Referenciação ao Núcleo de Apoio à Criança e Jovem em

Risco

Em 2014 foram referenciadas ao Núcleo de Apoio à Criança e Jovem em Risco 11

crianças/jovens, sendo que, destas 11 crianças/jovens, 3 foram referenciadas pela

própria USFCO, 4 pela UCC, 2 pela psicologia e 2 pelo hospital.

Ao longo do ano o Núcleo de Apoio à Criança e Jovem em Risco acompanhou um total

de 41 crianças/jovens, representando 14,7% do total das crianças e jovens em

Page 28: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

28

seguimento. Os principais motivos de referenciação foram a negligência, seguida dos

maus tratos psicológicos e dos maus trato físicos.

5.3. Articulação com Outros Serviços do ACES

A referenciação para o Serviço Social do ACES faz-se por contacto pessoal e tem-se

manifestado eficiente, sendo que, em múltiplas ocasiões, se determinam visitas e

estabelecem estratégias de atuação conjuntas.

As referenciações à consulta de Psicologia fazem-se por carta, mas não tem havido

informação de retorno sobre os utentes referenciados, assunto que pretendemos ver

discutido brevemente com a direção do ACES e com a responsável da URAP.

A articulação institucionalizada entre as várias Unidades Funcionais tem sido feita

através de reuniões com a Direção e o Conselho Clínico, com a presença de todos os

coordenadores das unidades, para melhoria do desempenho e da qualidade dos

cuidados. Os principais pontos em agenda nessas reuniões são, depois, transmitidos

pela coordenadora a toda a equipa da USFCO.

Como referido anteriormente têm sido várias e frequentes as dificuldades com o

sistema informático e a resposta da equipa de apoio informático nem sempre tem sido

célere e eficaz. A disponibilização de informações sobre a base de dados e indicadores

não disponíveis no MIM@uf nem sempre foi atempado, embora a resposta às

solicitações tenha melhorado ligeiramente.

5.4. Saúde 24

Os utentes referenciados pela Saúde 24 são, muitas vezes, observados em consulta

sem a presença do registo da Saúde 24 que determinou a referenciação. Assim, os

médicos, só depois da consulta ter sido feita, recebem a ficha de referenciação da

Saúde 24 solicitando resposta sobre a adequação do algoritmo de sintomas e sobre a

pertinência da referenciação.

Page 29: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

29

6. DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL

6.1. Formação Interna e Partilha de Informação

As reuniões regulares semanais (de uma hora) e as reuniões de Conselho Geral

mensais (de três horas) continuam a ser um meio de comunicação privilegiado dentro

da equipa, assim como as “colmeias” individuais.

Continuamos a utilizar o google talk como forma de comunicação eletrónica, mas

torna-se difícil generalizar o seu uso, devido a diversos constrangimentos informáticos

e por dificuldades de alguns profissionais na sua utilização.

Continuamos a utilizar o google groups para troca de informações e discussão de

assuntos, embora alguns elementos da equipa intervenham pouco, porque não

dispõem do equipamento necessário em casa.

A equipa possui uma biblioteca de conhecimento virtual com diversos documentos e

informações a que todos podem aceder, que foi organizada em 2014.

Realizaram-se 11 sessões formais de formação interna, designadamente:

A 09 de abril, A rinite alérgica e o seu impacto na asma, pela interna do Ano

Comum Lídia Dias.

A 21 de maio, Aerossolterapia: dispositivos simples e sistemas de nebulização

(NOC DGS), pelas enfermeiras Emília Luz e Cláudia Miranda.

A 4 de junho, Programa de hipocoagulação, pela enfermeira Emília Luz.

A 11 de junho, Erradicação de Helicobacter pylori, pelos internos de Medicina

Geral e Familiar Ana Rita Jesus e Ricardo Rodrigues.

A 16 de julho, Diagnóstico e tratamento da DPOC, pelas médicas Ana Ribeiro e

Maria João Martins.

A 30 de julho, Protocolo de abordagem da HBP, pela interna do Ano Comum,

Inês Rodrigues.

A 06 de agosto, SICAD-Projeto “Consumo de álcool na gravidez”, pela interna

de Medicina Geral e Familiar, Ana Rita Jesus.

A 24 de setembro, Problemas do secretariado clínico no atendimento aos

utentes, pela secretária clínica Ana Paula Vilela.

A 01 de outubro, Vacina antimeningocócica tipo B, pela interna de Pediatria

Tânia Moreira.

Page 30: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

30

A 29 de outubro, Nova plataforma de prescrição de Medicina Física e

Reabilitação, pela médica Maria João Martins.

A 12 de novembro, Paragem cardiorrespiratória, pelos internos de Medicina

Geral e Familiar Ricardo Rodrigues e Ana Rita Jesus.

A 03 de dezembro, Protocolo de investigação “Alimentação na criança”, pela

interna de Pediatria Tânia Moreira.

6.2. Comunicações Científicas e Publicações

COMUNICAÇÕES ORAIS E POSTERS

Apresentação do trabalho REFERENCIAÇÃO À PEDIATRIA E À GINECOLOGIA, VIA ALERT, NO ACES DE OEIRAS, Maria João Araújo, Diana Tomaz, Isabel Santos, Ana Ribeiro, Cristina Bastos, Maria João Martins, na 19th WONCA Europe Conference. Apresentação do trabalho VALIDADE CONCORRENTE DE MEDIDAS DE BURNOUT EM

SAÚDE: UMA AVALIAÇÃO EM MÉDICOS, ENFERMEIROS E ASSISTENTES TÉCNICOS, João Marôco, Ana Lúcia Marôco, Ema Leite, Cristina Bastos, Maria José Vazão, Juliana Campos, no 10º Congresso de Psicologia da Saúde. Apresentação do trabalho MAPEAMENTO DO BURNOUT NA SAÚDE EM PORTUGAL: UMA ANÁLISE A NÍVEL NACIONAL, João Marôco, Ana Lúcia Marôco, Ema Leite, Cristina Bastos, Maria José Vazão, Juliana Campos, no 10º Congresso de Psicologia da Saúde. Poster AVALIAÇÃO DO BURNOUT EM SAÚDE: ADAPTAÇÃO E VALIDAÇÃO DO OLDENBERG BURNOUT INVENTORY, João Marôco, Ana Lúcia Marôco, Ema Leite, Cristina Bastos, Maria José Vazão, Juliana Campos, apresentado no 10º Congresso de Psicologia da Saúde. Poster AVALIAÇÃO DO BURNOUT EM SAÚDE: ADAPTAÇÃO E VALIDAÇÃO DO OLDENBERG BURNOUT INVENTORY, João Marôco, Ana Lúcia Marôco, Ema Leite, Cristina Bastos, Maria José Vazão, Juliana Campos, apresentado no 10º Congresso de Psicologia da Saúde.

Page 31: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

31

6.3. Investigação

Neste âmbito desenvolveram-se vários projetos:

Foram aplicados dois questionários de satisfação aos utentes (em junho e em

dezembro), um questionário de satisfação aos profissionais em dezembro e dois

questionários de burnout aos profissionais (em abril e em dezembro). São da

responsabilidade da Enf.ª Maria José Vazão, como membro do Conselho Técnico da

USFCO e cujos resultados serão apresentados mais adiante.

Há, ainda, a referir que a Enfª. Maria José Vazão e a Dra. Cristina Bastos continuaram a

parceria com o Dr. João Marôco, do Instituto Superior de Psicologia Aplicada, no

referente ao trabalho de Burnout.

MAPEAMENTO DO BURNOUT NA SAÚDE EM PORTUGAL: UMA ANÁLISE A NÍVEL NACIONAL, João Marôco, Ana Lúcia Marôco, Ema Leite, Cristina Bastos, Maria José Vazão, Juliana Campos, no 10º Congresso de Psicologia da Saúde.

AVALIAÇÃO DO BURNOUT EM SAÚDE: ADAPTAÇÃO E VALIDAÇÃO DO OLDENBERG BURNOUT INVENTORY, João Marôco, Ana Lúcia Marôco, Ema Leite, Cristina Bastos, Maria José Vazão, Juliana Campos, apresentado no 10º Congresso de Psicologia da Saúde.

6.4. Formação Externa

Durante o ano de 2014, os profissionais da USF Conde de Oeiras, participaram em

diversas ações de formação, em congressos, jornadas e outros, e também em outras

formações organizadas por entidades acreditadas como se passará a descrever a

seguir, de forma não exaustiva.

Os MÉDICOS realizaram as seguintes formações externas: Ana Campos

6as Jornadas de Dermatologia e Dermocosmética em Medicina Familiar, de 14 a 15 de

Março.

35º Congresso português de geriatria e 16º Congresso português de gerontologia

social, de 26 a 28 de novembro.

Ana Lorena

Page 32: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

32

XVIII Jornadas nacionais Patient Care, de 13 a 14 de fevereiro.

VII Jornadas da família, de 22 a 23 de maio.

8º Congresso nacional do idoso, de 26 a 27 de junho.

Ana Ribeiro

10º Curso de cessação tabágica para médicos, de 09 a 11 de abril.

1as Jornadas Salvador Allende, em 24 de maio.

Curso de formação profissional de emergências pediátricas em cuidados de saúde

primários, em 17 de junho.

19th WONCA Europe Conference, de 2 a 5 de julho.

Conferência “Reconhecimento da Qualidade no Serviço Nacional de Saúde- Programa

nacional de acreditação em saúde”, em 26 de setembro.

Ana Rita de Jesus

XVIII Jornadas nacionais Patient Care, de 13 a 14 de fevereiro.

XIII Jornadas de Endocrinologia do Hospital de Egas Moniz, de 20 a 21 de março.

II Curso de geriatria e gerontologia de Almada, de 11 a 12 de abril.

Curso de pós-graduação em oncologia cutânea, em 17 de maio.

1as Jornadas Salvador Allende, em 24 de maio.

Workshop Referenciação a Cardiologia em cuidados de saúde primários, em 24 de

maio.

Curso iPeD-Inovação na abordagem do pé diabético, em 29 de maio.

8º Congresso nacional do idoso, de 26 a 27 de junho.

19th WONCA Europe Conference, de 2 a 5 de julho.

Formação clínica de Implanon NXT .

Ana Viegas

XVIII Jornadas nacionais Patient Care, de 13 a 14 de fevereiro.

Curso Orientação parental na consulta de saúde infantil, de 05 de março a 11 de

junho.

Andreia Castro

31º Encontro nacional de Medicina Geral e familiar, de 06 a 08 de fevereiro.

XVIII Jornadas nacionais Patient Care, de 13 a 14 de fevereiro.

International course in Primary care mental health, de 22 de fevereiro a 20 de

dezembro.

Page 33: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

33

Curso Orientação parental na consulta de saúde infantil, de 05 de março a 11 de

junho.

Worhshop Prescrever e decidir em medicina do exercício físico e desporto, em 17 de

maio.

1as Jornadas Salvador Allende, em 24 de maio.

Workshop Dispositivos e técnicas inalatórias, em 24 de maio.

2as Jornadas de alergologia prática, de 30 de maio a 01 de junho.

Academia médica, de 20 a 21 de junho.

19th WONCA Europe Conference, de 2 a 5 de julho.

Cristina Bastos

31º Encontro nacional de Medicina Geral e familiar, de 06 a 08 de fevereiro.

XVIII Jornadas nacionais Patient Care, de 13 a 14 de fevereiro.

XIII Jornadas de Endocrinologia do Hospital de Egas Moniz, de 20 a 21 de março.

10º Curso de cessação tabágica para médicos, de 09 a 11 de abril.

1as Jornadas Salvador Allende, em 24 de maio.

Workshop Referenciação a Cardiologia em cuidados de saúde primários, em 24 de

maio.

Curso iPeD-Inovação na abordagem do pé diabético, em 29 de maio.

8º Congresso nacional do idoso, de 26 a 27 de junho.

19th WONCA Europe Conference, de 2 a 5 de julho.

IV Congresso de ortopedia geriátrica, em 26 de setembro.

Encontro da UCF São Francisco Xavier, em 22 de outubro.

35º Congresso português de geriatria e 16º Congresso português de gerontologia

social, de 26 a 28 de novembro.

Maria João Martins

19th WONCA Europe Conference, de 2 a 5 de julho.

Page 34: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

34

Ricardo Rodrigues

31º Encontro nacional de Medicina Geral e familiar, de 06 a 08 de fevereiro.

XVIII Jornadas nacionais Patient Care, de 13 a 14 de fevereiro.

Curso “Aspetos práticos da decisão terapêutica na diabetes tipo 2”, em 04 de abril.

29º Curso pós-graduado NEDO 2014, de 05 a 06 de abril.

II Curso de geriatria e gerontologia de Almada, de 11 a 12 de abril.

1as Jornadas Salvador Allende, em 24 de maio.

Workshop Dispositivos e técnicas inalatórias, em 24 de maio.

Curso de formação profissional de emergências pediátricas em cuidados de saúde

primários, em 17 de junho.

8º Congresso nacional do idoso, de 26 a 27 de junho.

Sara Nabais

31º Encontro nacional de Medicina Geral e familiar, de 06 a 08 de fevereiro.

Curso de formação profissional de suporte básico de vida, em 04 de abril.

Curso de pós-graduação em oncologia cutânea, em 17 de maio.

19th WONCA Europe Conference, de 2 a 5 de julho.

ENFERMEIROS

Os ENFERMEIROS realizaram as seguintes formações externas:

Ana Filipa Almeida

Curso iPeD-Inovação na abordagem do pé diabético, em 29 de maio.

2.º Encontro clínico da CUF Alvalade, em 31 de maio.

Curso de formação profissional de emergências pediátricas em cuidados de saúde

primários, em 17 de junho.

35º Congresso português de geriatria e 16º Congresso português de gerontologia

social, de 26 a 28 de novembro.

Cláudia Miranda

2.º Encontro Clínico da CUF Alvalade, em 31 de maio.

Encontro da UCF São Francisco Xavier, em 22 de outubro.

Cristina Dantas

Page 35: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

35

Curso de formação profissional de emergências pediátricas em cuidados de saúde

primários, em 17 de junho.

Encontro da UCF São Francisco Xavier, em 22 de outubro.

Emília Luz

2.º Encontro clínico da CUF Alvalade, em 31 de maio.

35º Congresso português de geriatria e 16º Congresso português de gerontologia

social, de 26 a 28 de novembro.

Maria José Vazão

I Encontro das Unidades Coordenadoras Funcionais da Diabetes, 08 de novembro.

Sandra Silva

Encontro da UCF São Francisco Xavier, em 22 de outubro.

Sérgio Cavalheiro

Curso iPeD-Inovação na abordagem do pé diabético, em 29 de maio.

35º Congresso português de geriatria e 16º Congresso português de gerontologia

social, de 26 a 28 de novembro.

SECRETÁRIOS CLÍNICOS

Não efetuaram formação externa em 2014.

Page 36: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

36

6.5. Plano de Desempenho Interno

Responsáveis

Os responsáveis do Plano de Acompanhamento Interno 2014-2015 são o Conselho

Técnico em colaboração com os grupos de orientadores de internato/internos Ana

Carvalho/Sara Nabais, Ana Lorena/Andreia Castro, Ana Ribeiro/Ana Viegas.

Tema

Foi escolhido como tema o tratamento com insulina na diabetes mellitus tipo 2.

Fundamentação Em 2012, a prevalência da DM2 diagnosticada na população portuguesa dos

20 aos 79 anos era de 7,3%. Nas Unidades de Saúde Familiares (USF) este valor era de

6,5% e havia 24,4 % de diabéticos com HbA1c registadas com valores superiores a 8%1.

A hiperglicemia crónica que caracteriza a DM2 é um dos fatores responsáveis pelo

desenvolvimento de complicações micro e macrovasculares, pela redução da

esperança e qualidade de vida e por um aumento dos custos em saúde2.

A insulina deve ser considerada no tratamento:

- Dos doentes recém-diagnosticados marcadamente sintomáticos e/ou com glicemias

elevadas (300-350 mg/dl) ou HbA1c (10-12%);

- Dos doentes em que a terapêutica não farmacológica associada aos antidiabéticos

orais (ADO) não foi suficiente para uma adequada compensação metabólica2.

No tratamento farmacológico da DM2, a insulina comparativamente aos restantes

fármacos hipoglicemiantes, é o fármaco mais potente2.

Recomenda-se que a insulina deva ser obrigatoriamente considerada após terapêutica

tripla com ADO. Nos casos de terapêutica dupla ou até de monoterapia com ADO, a

insulina deverá ser considerada de acordo com a situação clínica2.

1 Diabetes – Factos e Números 2013. Relatório Anual do Observatório Nacional da Diabetes.

2 Direção-Geral da Saúde: Norma nº 025/2011 de 29/09/2011 atualizada a 27/01/2014.

Page 37: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

37

Os doentes com uma HbA1c basal elevada (≥9,0%) têm uma reduzida probabilidade de

atingirem o objetivo terapêutico em monoterapia, pelo que pode justificar-se

principiar a terapêutica com uma combinação de 2 ADO ou com insulina3.

Por outro lado, vários estudos demonstraram que os médicos iniciam insulina em

menos de metade dos doentes com controlo glicémico desadequado com ADO, um

fenómeno designado “inércia clínica”4.

Entretanto, constatou-se que a USF Conde de Oeiras tinha, em 2013, uma prevalência

de DM2 diagnosticada de 6,5%5.

Entre os diabéticos 76 tinham HbA1c≥9%, mas apenas 21 estavam insulinotratados6.

Desta avaliação, emergiu a necessidade de implementação e avaliação da eficácia de

medidas corretivas neste âmbito, pelo que foi desenvolvido o presente Plano de

Acompanhamento Interno.

Objetivos

Otimizar o tratamento dos utentes com DM2.

Obter ganhos em saúde ao contribuir para a diminuição das complicações micro e

macrovasculares da DM2.

Estimular o trabalho em equipa.

Identificar os diabéticos insulinotratados.

Identificar os diabéticos com “mau controlo glicémico”.

Identificar os diabéticos que potencialmente beneficiariam da introdução de

insulinoterapia.

Atualizar os conceitos teóricos de enfermeiros e médicos.

Melhorar os conhecimentos práticos de enfermeiros e médicos.

Tipo de Estudo

Estudo de melhoria da qualidade.

3 Direção-Geral da Saúde: Norma nº 052/2011 de 27/12/2011 atualizada a 10/12/2013.

4 http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1829438/.

5 USF Conde de Oeiras – Relatório de Atividades 2013.

6 MIM@UF dezembro 2013.

Page 38: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

38

População-Alvo Utentes da USF Conde Oeiras com o diagnóstico de DM2, de ambos os sexos, com

idades entre os 20 e os 79 anos, não grávidas.

Tempo de Estudo De junho de 2014 a dezembro de 2015, sendo que o presente relatório faz referência

ao trabalho desenvolvido durante ao ano de 2014.

Operacionalização

1.

Ação Identificar os utentes com idades entre os 20 e os 79 anos inclusive, não grávidas, com o diagnóstico de DM2.

Destinatário Enfermeiros Método Através de listagens do MIM@UF de Junho de 2014.

Prazo Em Junho de 2014.

2.

Ação Identificar os utentes com o diagnóstico de DM2 insulinotratados Destinatário Médicos Método Através de listagens do MIM@UF de Junho de 2014 e/ou consulta dos

registos clínicos realizados até 30 de Junho de 2014 Prazo De Julho a Setembro de 2014

3.

Ação Identificar os utentes com o diagnóstico de DM2 com mau controlo glicémico, isto é, com HbA1c≥ 9%.

Destinatário Médicos Método Através de listagens do MIM@UF de Junho de 2014 e/ou consulta dos

registos clínicos realizados até 30 de Junho de 2014. Considerar a Hb1ac mais recente.

Prazo De Julho a Setembro de 2014.

Page 39: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

39

4.

Ação Identificar os utentes com o diagnóstico de DM2 com HbA1c≥ 9% e sem elevado risco de hipoglicemia, nomeadamente utentes alcoólicos, com diminuição significativa das funções cognitivas ou incapazes de fazerem autovigilância da glicemia.

Destinatário Médicos Método Através de consulta dos registos clínicos realizados até 30 de Junho de

2014 Prazo De Julho a Setembro de 2014.

5.

Ação Receber formação específica em insulinoterapia Destinatário Enfermeiros e médicos Método 1. Através de 4 sessões teóricas e de resolução de casos clínicos,

ministradas por formadores internos e/ou externos 2. Através de 2 sessões de treino prático de utilização dos

dispositivos de insulinoterapia (canetas, agulhas) e de autovigilância (aparelhos, lancetas e tiras-teste)

Prazo De Outubro a Novembro de 2014

6.

Ação Receber aconselhamento na introdução de insulinoterapia Destinatário Enfermeiros e Médicos Método Realização de discussão em grupo de qualquer caso clínico para início

de insulinoterapia, se solicitado Prazo De Outubro a Novembro de 2014

7.

Ação Avaliar a formação específica em insulinoterapia Destinatário Enfermeiros e Médicos Método Através da aplicação de questionários prévios às 6 sessões de formação

e de questionário aplicado 1 mês após o fim da formação Prazo De Outubro a Dezembro de 2014

Resultados

Da análise dos utentes com diabetes mellitus tipo 2 das listas dos diferentes médicos

identificaram-se:

Page 40: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

40

Parâmetro avaliado Resultado

N.º utentes com DM2 e HbA1c ≥ 9% 53

N.º utentes com DM2 já insulinotratados 12

Nº utentes com DM2 e HbA1c ≥ 9% elegíveis para insulinoterapia 32

Realizaram-se 5 sessões de formação em que foram palestrantes 3 internas de MGF,

uma médica e duas enfermeiras da USF e que foram assistidas por 13 profissionais. Foi

realizado um questionário pré-formação com 7 perguntas, tendo-se obtido 54

respostas corretas em 91 possíveis. No questionário pós-formação este número

aumentou para 54 em 70.

Discussão

A identificação dos utentes a incluir no estudo permitiu detetar alguns erros nos

registos clínicos que levaram à adoção de medidas corretoras.

As sessões iminentemente práticas preparadas e realizadas pela e para a equipa, sob a

orientação do Conselho Técnico, chegaram a todos os profissionais envolvidos e

permitiram uma discussão em grupo mais eficaz.

Foi possível proceder a alterações aos procedimentos sobre vigilância da diabetes,

nomeadamente a implementar pelo grupo responsável por esta área que passou a

disponibilizar, semestralmente, as listas de diabéticos com “mau controlo” a cada uma

das microequipas médico-enfermeiro.

Por não terem sido disponibilizados atempadamente os resultados dos indicadores de

2015 não foi possível avaliar se já houve impacto deste Plano sobre a qualidade do

desempenho da equipa.

Page 41: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

41

7. ENSINO PRÉ E PÓS-GRADUADO

A USFCO tem tido um crescente envolvimento no ensino pré-graduado,

nomeadamente, no Mestrado Integrado em Medicina da Faculdade de Ciências

Médicas. Neste contexto, deu formação a 15 alunos do 6.º ano e 30 alunos do 5º ano.

Relativamente ao ensino pós-graduado, a USF foi terreno de estágio para 3 internos do

Ano Comum, 6 internas de Medicina Geral e Familiar e 1 interna de Pediatria.

A nossa Unidade foi, ainda, palco formativo de 7 estudantes do 4º ano da Licenciatura

em Enfermagem, no âmbito do ensino clínico de enfermagem de saúde comunitária e

da família.

Page 42: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

42

8. QUALIDADE ASSISTENCIAL

8.1. Procedimentos de Educação e Informação dos Utentes

Foram atualizados os folhetos informativos das mico equipas, foram uniformizados e

revistos os folhetos já existentes. Foi elaborado o folheto “Vacinas extra plano”.

Mantém-se o site da internet da USFCO, com atualização de dados a cargo da Dra. Ana

Viegas e cujos encargos financeiros são suportados pelos profissionais da USF.

8.2. Procedimentos de Apoio à Decisão Clínica

A equipa mantém o arquivo na biblioteca virtual de todos os documentos importantes,

que foi reorganizado no ano de 2014.

Continuou a construção do manual de Boas Práticas da USF, em várias áreas

assistenciais e de atendimento.

8.3. Procedimentos de Melhoria da Acessibilidade e da

Organização Interna

Aqui também se incluem alguns novos contributos para o manual de Boas Práticas e o

registo de não conformidades em livro de ocorrências.

Colocou-se em funcionamento o Google talk para comunicação entre os profissionais,

em tempo real, embora com limitações, como foi descrito anteriormente.

Tem-se fomentado a utilização das “colmeias” individuais para a comunicação urgente.

Page 43: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

43

9. SATISFAÇÃO DE UTENTES E PROFISSIONAIS

SATISFAÇÃO DE UTENTES

Para a realização deste estudo optámos pelo questionário já em uso nos dois anos

anteriores (ANEXO 1).

Quadro XXI: Caracterização da amostra

dos dois estudos de satisfação de utentes efetuados

Quadro XXII: Resumo dos resultados obtidos

nas 3 questões principais do questionário

JUNHO 2014

(2 dias)

Não

resp

DEZEMBRO 2014

(2 dias)

Não

resp

n 80 110

Idade M = 54,17 [8-89]

DP =18,14

10

M = 55,50 [20-85]

DP =18,42

26

Sexo F = 48 (60,0%)

M= 24 (30,0%)

8

F=63 (57,3%)

M=28 (25,5 %)

19

QUESTÕES

DE

SATISFAÇÃO

JUNHO 2014 DEZEMBRO 2014

1

mto

satisf

2

satisf

3

Pouco

satisf

4

nada

satisf

NR

1

muito

satisf

2

satisf

3

Pouco

Satisf

4

nada

satisf

NR

QUESTÃO 1

Satisfação com os

ADMINISTRATIVOS

51

(64,6%)

27

(34,2%)

1

(1,3%)

1 74

(67,3%)

36

(32,7%)

0

98,8% 100%

QUESTÃO 2

Satisfação com os

ENFERMEIROS

51

(68,9%)

23

(31,1%)

6 62

(64,6%)

32

(33,3%)

2

(2,1%)

14

100% 97,9%

QUESTÃO 3

Satisfação com os

MÉDICOS

54

(68,4%)

22

(27,8%)

3

(3,8%)

1 78

(70,9%)

29

(26,4%)

3

(2,7%)

0

96,2% 97,3%

Total utentes mto

satisf/satisfeitos

98,3% (dos utentes que

responderam)

98,4% (dos utentes que

responderam)

Page 44: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

44

Ao contrário dos resultados obtidos em 2012 e 2013, a participação dos utentes em

junho foi inferior à de dezembro. No entanto, a percentagem de utentes Muito

satisfeitos ou Satisfeitos é elevada e semelhante em ambos os estudos, como

podemos observar no quadro anterior.

Relativamente aos comentários escritos nos questionários, no primeiro estudo, para

além de vários elogios ao funcionamento do serviço, mantêm-se sugestões de

melhoria na USFCO ao nível do atendimento telefónico e da marcação de consultas. Já

não fazem alusão ao quiosque eletrónico como nos estudos anteriores. Outras

sugestões excedem o âmbito da unidade, como comentários relativos ao laboratório

de análises e a extinção das especialidades no centro de saúde. No segundo estudo, os

comentários são maioritariamente elogiosos no que diz respeito ao funcionamento da

equipa e ao atendimento dos utentes por parte dos profissionais da USFCO. Apenas

surgem duas sugestões de melhoria, referentes ao tempo de espera para a consulta

marcada e ao quiosque eletrónico (o facto de não aceitar os cartões de utente e ter de

se redigir manualmente o numero de utente).

Page 45: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

45

SATISFAÇÃO DE PROFISSIONAIS

A colheita de dados sobre a satisfação profissional foi efetuada em Dezembro de 2014.

A análise deste questionário (ver anexo ….) foi feita, invertendo a ordem das questões

do mesmo por uma questão de organização. Assim, primeiro foi feita a caracterização

da amostra e foram apresentadas algumas questões que têm a ver com escolhas e

pensamentos e que são sintomáticas da satisfação/insatisfação dos profissionais.

Seguidamente foi analisada a forma como os profissionais colocaram 8 dimensões por

ordem de importância, que são: autonomia e poder, condições de trabalho e saúde,

realização pessoal e profissional/desempenho organizacional, relações de trabalho e

suporte social, remuneração, status/prestigio e segurança no emprego.

Por fim, procede-se à análise de 47 questões que espelham as expectativas dos

profissionais versus a realidade existente, avaliando assim se existem discrepâncias

acentuadas entre expectativas e realidade e em que dimensões.

Caracterização da amostra:

Participaram neste estudo 18 profissionais: 6 enfermeiros, 5 médicos, 4 internos e 3

administrativos, sendo 2 do sexo masculino e 16 do sexo feminino.

Os profissionais desta USF que participaram neste estudo, são maioritariamente do

quadro da instituição e entre os 35 e 44 anos. A maioria está nesta carreira há menos

de 10 anos ou entre 15-19 anos, e a maioria está neste centro de saúde há menos de

10 anos. Há 1 coordenador formal e 2 informais e apenas 1 profissional é sindicalizado.

Intenções/ pensamentos:

Como respostas à questão III6, obtivemos que há 7 elementos que nunca pensaram na

possibilidade de pedir exoneração, pedir transferência para outro serviço ou

estabelecimento, pedir aposentação antecipada, pedir licença sem vencimento ou

mudar de carreira ou profissão. Há 3 elementos que não responderam a esta questão

e há ainda 2 elementos que já pensaram em pedir a exoneração e 2 que pensaram em

pedir transferência para outro local, enquanto 1 ponderou pedir licença sem

vencimento e outro ponderou mesmo mudar de profissão.

Há também 7 profissionais que não teriam escolhido a mesma profissão e 4 que não

estão convictos de a terem escolhido. Em relação à escolha da mesma carreira, escolha

do sector público ou sector privado como principal empregador, os números são

semelhantes, sendo que 6/7 profissionais referem que talvez optassem por essas

escolhas. Estas intenções/pensamentos de mudança ou de fazer outras escolhas se

Page 46: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

46

pudessem voltar ao princípio parecem denotar alguma insatisfação por parte destes

profissionais.

No entanto, a maioria escolheria o centro de saúde e não o hospital como local de

trabalho principal, sendo que provavelmente escolheria a mesma ARS, assim como a

USF onde trabalha.

Foi pedido aos profissionais para enumerarem por ordem de importância (de 1 a 8) as

seguintes dimensões: autonomia e poder, condições de trabalho e saúde, realização

pessoal e profissional/desempenho organizacional, relações de trabalho e suporte

social, remuneração, status/prestigio e segurança no emprego.

Assim verificámos que a REMUNERAÇÃO, a REALIZAÇÃO PESSOAL E PROFISSIONAL E

DESEMPENHO ORGANIZACIONAL e a REALIZAÇÃO PROFISSIONAL EM RELAÇÃO AO

UTENTE foram as dimensões mais valorizadas pelos profissionais em geral, sendo que

o STATUS E PRESTÍGIO e a AUTONOMIA E PODER foram, em traços gerais, as menos

valorizadas, ou seja, colocadas no fim da lista da ordem de importância. As dimensões

CONDIÇÕES DE TRABALHO E SAÚDE, RELAÇÕES DE TRABALHO E SUPORTE SOCIAL e

SEGURANÇA NO EMPREGO foram classificadas com uma importância média pelos

profissionais da USFCO.

EXPECTATIVAS VERSUS REALIDADE

Verificamos que os profissionais desta USF valorizam a sua realização profissional,

especialmente em relação ao utente, mas também a realização profissional no que

toca ao desempenho organizacional. Valorizam ainda a sua remuneração, o que

denota insatisfação nas questões colocadas em relação à percepção de estar

relativamente bem pago. É basicamente esta a principal dimensão onde a realidade é

substancialmente percepcionada como muito aquém das expectativas.

No que se refere ao trabalho e cooperação entre colegas da mesma carreira ou das

outras carreiras e a amizade no trabalho, os resultados são bastante positivos, assim

como em relação aos itens que se referem aos factores organizacionais e institucionais

(recursos, condições de trabalho, segurança, missão da USF, participação em

projectos, independência e autonomia). Há ainda a acrescentar que no que

relativamente à percepção de que a coordenação desta USF dá o exemplo aos demais

profissionais, as expectativas e a realidade são absolutamente concordantes, o que

também parece ser um factor de satisfação.

Curiosamente em relação às expectativas de futuro quer do SNS, quer da carreira, a

realidade é percepcionada com alguma descrença, o que se relaciona muito

provavelmente com as politicas de saúde actuais e com a não progressão nas carreiras.

O status e prestígio não é muito valorizado, embora faça parte das funções

desempenhas pelos profissionais.

Page 47: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

47

Verificamos por fim que é bastante valorizada a relação com o utente, foco dos nossos

cuidados e em diversos aspectos, como seja a valorização/reconhecimento, apreço e

confiança que este atribui aos profissionais de saúde. É também bastante valorizada a

resposta que se dá aos problemas e solicitações destes mesmos utentes, verificando-

se que a equipa procura conhecer e satisfazer estas necessidades, garantindo a

qualidade dos cuidados prestados.

Esta equipa também sente orgulho de pertencer a esta USF, acreditando na

importância da sua missão e sentindo que é capaz de inovação e mudança. Todos estes

são factores que contribuem para os níveis elevados de satisfação profissional que os

profissionais desta USF revelam, apesar das inúmeras e constantes situações de

mudança e até desapontamento a que tem estado sujeita e apesar dos elevados níveis

de exaustão emocional que manifesta, como se pôde ver pelo estudo do burnout.

Estes resultados são a favor de uma elevada resiliência da equipa.

Page 48: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

48

10. BURNOUT DE PROFISSIONAIS

O questionário de burnout foi aplicado em abril e em dezembro, tal como em 2013.

À semelhança dos outros anos, usámos o Maslash Burnout Inventory (ANEXO 3), que é

constituído por 3 subescalas: “exaustão emocional”, “realização pessoal” e

“despersonalização.

Este ano procurou-se diferenciar os internos de MGF dos médicos da USF, pois foi uma

das necessidades sentidas anteriormente.

Passamos a descrever os dois estudos:

Quadro XXIII: Resumo dos resultados de burnout nos dois estudos

Quadro XXIV: Resumo dos resultados de burnout nos dois estudos e por grupo profissional na dimensão “Exaustão emocional”

Nº Sujeitos

/RANGE

SUBESCALAS

BAIXO MODERADO ALTO

ABRIL DEZ ABRIL DEZ ABRIL DEZ

EXAUSTÃO EMOCIONAL 4 5 6 4 9 12

REALIZAÇÃO PESSOAL 7 8 9 7 3 6

DESPERSONALIZAÇÃO 10 9 7 8 2 4

Grupo

Profissional EXAUSTÃO EMOCIONAL

MÉDICOS ENFERMEIROS SECRETÁRIOS

CLÍNICOS

ABRIL DEZ ABRIL DEZ ABRIL DEZ

BAIXO 2 (1 é interno)

4 (2 são

internos)

---- ---- 2 1

MODERADO 5 (2 são

internos)

1 ---- 1 1 2

ALTO 2 5 (3 são

internos)

7

6 ---- 1

Page 49: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

49

No que diz respeito à exaustão emocional, verificámos níveis muito elevados em

vários profissionais e crescentes ao longo do ano: em 9 profissionais em abril (2

médicos e toda a equipa de enfermagem!) e em 12 profissionais em Dezembro (5

médicos, o que inclui 3 internos, 6 enfermeiros e 1 secretário clínico.

Mais uma vez e à semelhança de estudos anteriores, o item 2 “exaustão ao fim de um

dia de trabalho” e o item 14 “trabalho em excesso” foram os que mais elevaram este

índice. No entanto, este encontra-se no seu nível mais alto desde sempre nesta

unidade, o que é extremamente preocupante.

Quadro XXV: Resumo dos resultados de burnout nos dois estudos e por grupo profissional na dimensão “Realização pessoal”

Relativamente à realização pessoal, há 7 elementos em abril (6 médicos, o que inclui 3

internos e 1 enfermeiro) e 6 elementos em dezembro (1 médico e 4 enfermeiros) que

não se sentem tão realizados com o que fazem (níveis elevados de burnout nesta

dimensão), mas há também níveis moderados de burnout em 9 elementos em abril e

em 8 elementos em dezembro. À semelhança dos estudos efetuados anteriormente, o

item que mais se destaca, por apresentar níveis baixos, é o item 12 “sinto-me cheio de

energia”. Mais uma vez foram os níveis mais elevados de burnout associado à fraca

realização pessoal, obtidos até agora.

Grupo

Profissional

REALIZAÇÃO

PESSOAL

MÉDICOS ENFERMEIROS SECRETÁRIOS

CLÍNICOS

ABRIL DEZ ABRIL DEZ ABRIL DEZ

BAIXO 5 (3 são

internos)

3 1 2

MODERADO 3 3 (1 é

interno)

3 2 3 2

ALTO 6

(3 são

internos)

2

(1 é

interno)

1 4

Page 50: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

50

Quadro XXVI: Resumo dos resultados de burnout nos dois estudos e por grupo profissional na dimensão “Despersonalização”

No que se refere à subescala despersonalização, em abril o burnout é moderado em 7

profissionais (3 médicas, das quais duas internas de MGF, 3 enfermeiros e 1 secretário

clínico). Há ainda dois enfermeiros com burnout elevado associado à

despersonalização. Em dezembro a situação agrava-se, com um resultado elevado em

4 profissionais (3, médicos, dos quais 2 são internos e 1 enfermeiro) e moderado em 8

elementos da equipa (2 médicos, dos quais 1 é interno, 4 enfermeiros e 2 secretários

clínicos). Estes resultados são mais evidentes ao nível dos itens 11 “Preocupo-me que

as funções que exerço me estejam a tornar numa pessoa mais dura” e do item 22

“Sinto que os doentes da organização me culpam por alguns dos seus problemas.

Comparando com o estudo de burnout efetuado aos profissionais da USFCO em 2013,

destaca-se um maior nível de exaustão emocional, menor realização pessoal e um

crescendo de despersonalização que é deveras preocupante.

Cremos que vários foram os fatores que contribuíram para estes resultados,

nomeadamente o esforço crescente dos profissionais em cada vez mais funções, o

aumento da carga horária, o menor reconhecimento remuneratório e profissional e

vários constrangimentos a que a equipa esteve sujeita ao longo do ano. Destacam-se a

saída de um enfermeiro da equipa, o atendimento dos utentes sem médico, a saída de

uma médica recém-especialista, assim como o enorme empenho com uma nova

candidatura a Modelo B. Este empenho exigiu muito dos profissionais que chegaram

ao fim do ano visivelmente exaustos e com elevados níveis de burnout.

Grupo

Profissional

DESPERSONALIZAÇÃO

MÉDICOS ENFERMEIROS SECRETÁRIOS

CLÍNICOS

ABRIL DEZ ABRIL DEZ ABRIL DEZ

BAIXO 6 (1 é interno)

5 (2 são

internos)

2 2 2 2

MODERADO 3 (2 são

internos)

2 (1 é

interno)

3 4 1 2

ALTO 3 (2 são

internos)

2 1

Page 51: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

51

11. RECLAMAÇÕES, SUGESTÕES E ELOGIOS

O trabalho de análise destes parâmetros é feito à medida que vão surgindo

reclamações, sugestões e elogios.

RECLAMAÇÕES

Tivemos um total de 7 reclamações. Estas foram categorizadas em 5 dimensões:

gestão, infraestruturas, prestação/qualidade dos cuidados de saúde,

relacional/comportamental e relacionadas com o utente.

Abordaremos, em seguida, os resultados mais relevantes.

Ao nível da “Gestão”, as reclamações foram acerca do atendimento telefónico e a

desadequação do sistema de marcação de consultas. Ao nível das infraestruturas, na

subcategoria de equipamentos houve uma reclamação sobre “falta de bata descartável

no Planeamento Familiar”. No que se refere à dimensão “prestação/qualidade dos

cuidados de saúde”, surgiu uma reclamação, “desadequação do sistema de controlo de

INR”.

Identificaram-se e aplicaram-se algumas medidas corretivas, nomeadamente:

Reportado à Direção Executiva a falta de pessoal administrativo, e ao fim de

alguns meses foi colocado um elemento do Centro de emprego e 2

Assistentes Operacionais a tempo parcial. Entretanto um elemento saiu e

um ficou destacado á nossa unidade. Foi colocada no dia 1 de Setembro a

Assistente Técnica, Paula Oliveira por mobilidade interna.

Retomado o sistema de INR em sala de tratamentos. Situação externa á

USFCO.

Uniformização de marcação de consulta de dia.

Reportado e requisitado a reposição do material em falta ao

aprovisionamento.

Page 52: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

52

SUGESTÕES

Foram deixadas 13 sugestões escritas pelos utentes na caixa existente na sala de

espera. Nestes documentos estão incluídos elogios, reclamações e sugestões.

As sugestões estão relacionadas com os profissionais, procedimentos, instalações e

equipamentos e dividem-se em:

Negativas: “cumprimento de horários da consulta”, “ que os médicos cheguem a

horas”, “atendimento mais rápido”, “tempos de espera”, “secretários clínicos deviam

ser mais ativos e atender mais depressa os utentes”, “mal atendido na sala de

tratamentos”, “falta de desinfetante para mãos no período da gripe”, “nos vidros da

fachada do secretariado clínico colocar película até um metro de altura para evitar

acidentes com as crianças”, “chamadas pelo intercomunicador a partir do gabinete da

Dra. Cristina ouvem-se mal”.

Construtivas: “SMS na véspera para avisar a data e hora da consulta médica”.

Ações Corretoras:

Formação na gestão da consulta e no atendimento ao cliente em 2015.

Requisição ao aprovisionamento de desinfetante para mãos e colocação

em local estratégico no período da gripe, que se encontrava em rutura

de stock.

Envolvimento dos utentes no cumprimento dos 15 ou 20 minutos de

consulta e respeitar algumas situações mais complicadas que

condicionam os atrasos.

Reportada situação á UAG para melhoria da chamada de utente na sala

de espera.

Discutido em reunião interna situação ocorrido em sala de tratamentos.

Page 53: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

53

ELOGIOS

Não havendo um livro de elogios formal, foram identificados 17 elogios, alguns escritos

no livro amarelo outros na caixa de sugestões, todos relacionados com o atendimento

por parte de todos os grupos profissionais.

Quadro XXVII: Resumo dos Registos de Reclamações, Sugestões e Elogios

Local de registo 2013 2014

Reclamações (livro amarelo) 13 7

Sugestões (construtivas) 2 1

Sugestões( negativas) 10 12

Elogios(caixa sugestões/livro amarelo) 6 18

De acordo com este quadro verifica-se um decréscimo nas reclamações registadas no

livro amarelo pelo que podemos depreender que o desempenho da equipa

multidisciplinar e os recursos existentes melhoraram, verificando-se um aumento no

número de elogios.

Page 54: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

54

ANEXOS

Page 55: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

55

ANEXO I: QUESTIONÁRIO DE SATISFAÇÃO DOS UTENTES

Page 56: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

56

ANEXO II: QUESTIONÁRIO DE SATISFAÇÃO DE PROFISSIONAIS

Page 57: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

57

Page 58: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

58

Page 59: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

59

Page 60: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

60

Page 61: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

61

Page 62: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

62

Page 63: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

63

Page 64: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

64

Page 65: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

65

Page 66: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

66

Page 67: RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2014 · SINUS: Sistema Informático de Unidades de Saúde UCC: Unidade de Cuidados Continuados ... de MGF, de que a Administração Central precisa entender

67

ANEXO III: QUESTIONÁRIO DE BURNOUT