Reformador 05 maio_2006

44
R$ 5,00 9 771413 174008 ISSN 1413 - 1749 FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA Ano 124 • Nº 2.126 • Maio 2006 D EUS , C RISTO E C ARIDADE Maternidade O triunfo da Vida Veja nesta Edição: Anjo misericordioso Fé raciocinada, farol no fim do túnel Suicídio, o grande equívoco

Transcript of Reformador 05 maio_2006

Page 1: Reformador 05 maio_2006

R$ 5,00

9 7 7 1 4 1 3 1 7 4 0 0 8

ISSN 1413 - 1749

F E D E R A Ç Ã O E S P Í R I T A B R A S I L E I R A

A n o 1 2 4 • N º 2 . 1 2 6 • M a i o 2 0 0 6D EUS , CR I S TO E CAR I D AD E

MaternidadeO triunfo da Vida

Veja nesta Edição:Anjo misericordiosoFé raciocinada, farol no fim do túnelSuicídio, o grande equívoco

Page 2: Reformador 05 maio_2006
Page 3: Reformador 05 maio_2006

Fundada em 21 de janeiro de 1883

Fundador: Augusto Elias da Silva

Revista de Espiritismo CristãoAno 124 / Maio, 2006 / N o 2.126

ISSN 1413-1749Propriedade e orientação daFEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRADiretor: NESTOR JOÃO MASOTTI

Diretor-Substituto e Editor: ALTIVO FERREIRA

Redatores: AFFONSO BORGES GALLEGO SOARES, ANTONIO

CESAR PERRI DE CARVALHO, EVANDRO

NOLETO BEZERRA E LAURO DE OLIVEIRA SÃO THIAGO

Secretária: SÔNIA REGINA FERREIRA ZAGHETTO

Gerente: AMAURY ALVES DA SILVA

Gerente de Produção: GILBERTO ANDRADE

Equipe de Diagramação: SARAÍ AYRES TORRES, AGADYR

TORRES E CLAUDIO CARVALHO

Equipe de Revisão: MÔNICA DOS SANTOS E WAGNA

CARVALHO

REFORMADOR: Registro de publicação no 121.P.209/73 (DCDP do Departamento de Polí-cia Federal do Ministérioda Justiça),CNPJ 33.644.857/0002-84 • I. E. 81.600.503

Direção e Redação:Av. L-2 Norte • Q. 603 • Conj. F (SGAN) 70830-030 • Brasília (DF)Tel.: (61) 2101-6150FAX: (61) 3322-0523

Departamento Editorial e Gráfico:Rua Souza Valente, 17 • 20941-040Rio de Janeiro (RJ) • BrasilTel.: (21) 2187-8282 • FAX: (21) 2187-8298E-mail: [email protected]

Home page: http://www.febnet.org.brE-mail: [email protected] e

[email protected]

Projeto gráfico da revista: JULIO MOREIRA

Capa: LUIS HU RIVAS

Editorial

Maternidade e Paternidade

Entrevista: Jorge Andréa dos Santos

A Doutrina Espírita abre nossos pensamentos

Presença de Chico Xavier

Perto de Deus – Irmão X

Casa de Chico Xavier

Esflorando o Evangelho

Em nosso trabalho – Emmanuel

A FEB e o Esperanto

Pioneiro espírita polonês, via Esperanto

Páginas da Revue Spirite

O repouso eterno – Sonnez

Seara Espírita

Maternidade – Juvanir Borges de Souza

Anjo misericordioso – Amélia Rodrigues

Espiritismo: 150 Anos de Luz e Paz

Moderação e discernimento – Rogério Coelho

O trabalho – Adeilson Salles

A finalidade da vida – Richard Simonetti

Bondade – João de Deus

Intercâmbio entre duas dimensões de uma só

existência – Jorge Leite de Oliveira

Fé raciocinada, farol no fim do túnel –

A. Merci Spada Borges

Os 60 anos da Mensagem do Pequeno Morto –

Orson Peter Carrara

Suicídio, o grande equívoco – F. Altamir da Cunha

Em dia com o Espiritismo – Mozart – 250 anos de

nascimento – Marta Antunes Moura

Conselho Espírita do Estado do Rio de Janeiro

Uma homenagem ao Pará – Cem Anos de União

Espírita Paraense – Samuel Nunes Magalhães

A FEB na Bienal Internacional do Livro de São

Paulo

Composição dos Órgãos da FEB em março de 2006

5

8

9

10

13

16

17

18

22

28

30

32

34

35

37

41

4

11

14

15

21

26

40

42

SumárioExpediente

PARA O BRASILAssinatura anual RR$$ 3399,,0000Número avulso RR$$ 55,,0000

PARA O EXTERIORAssinatura anual UUSS$$ 3355,,0000

AAssssiinnaattuurraa ddee RReeffoorrmmaaddoorr:: Tel.: (21) 2187-8264 • 2187-8274

EE--mmaaiill:: [email protected]

reformador maio 2006 - A.qxp 12/5/2006 11:38 Page 3

Page 4: Reformador 05 maio_2006

4 Reformador • Maio 2006 116622

Editorial

Natureza deu à mãe o amor a seus filhos no interesse da conservaçãodeles. No animal, porém, esse amor se limita às necessidades materiais[...]. No homem, persiste pela vida inteira e comporta um devotamentoe uma abnegação que são virtudes. Sobrevive mesmo à morte e acom-

panha o filho até no além-túmulo. (O Livro dos Espíritos, questão 890.)A Doutrina Espírita nos ensina que assim como temos as famílias constituídas

pelos laços materiais, temos, também, as constituídas pelos laços espirituais. Esteslaços espirituais são mais sólidos e duráveis do que os primeiros, visto que não estãosujeitos às instabilidades da matéria. Destaca, todavia, que a família espiritual seforma e se consolida com a prática da Lei de Amor no convívio da família corporal.

A Lei de Amor, que a tudo preside, deve, pois, estar presente em todos os atos,sentimentos e pensamentos do ser humano. Deve presidir o ato que permite aoEspírito retornar às experiências materiais pela reencarnação, especialmente o rela-cionamento com a mãe que com ele convive, na intimidade, durante a gestação, naformação inicial do seu corpo.

Pesquisas sobre o comportamento do ser humano vêm demonstrando que acausa predominante de desequilíbro se situa na fase de gestação e nascimento doser. A rejeição que muitos sentem, desde a simples dúvida dos pais quanto ao seunascimento até a rejeição ostensiva e odiosa, leva esses seres a uma grave instabili-dade comportamental, quer na área da integração social, quer na da própria acei-tação pessoal. Em sentido oposto, os aceitos no lar, com real e manifesto amor dospais, demonstram melhores condições morais e psicológicas para vencerem os na-turais desafios da existência.

Observa-se, desse modo, a importância da paternidade e da maternidade ligadasà prática da Lei de Amor. Quando os pais e mães aceitam o filho, desde a concepção,com sincero sentimento de amor, amparando-o em suas necessidade de aprendiza-do e evolução, constroem as bases de um mundo de paz, uma vez que a primeiralição por ele vivida será a da fraternidade, do amor ao próximo, que lhe servirá demodelo para toda a existência.

Neste sentido, ensina-nos Allan Kardec (O Evangelho segundo o Espiritismo,cap. XXII, item 3): “Quis Deus que os seres se unissem não só pelos laços da carne,mas também pelos da alma, a fim de que a afeição mútua dos esposos se lhes transmi-tisse aos filhos e que fossem dois, e não um somente, a amá-los, a cuidar deles e a fazê--los progredir.”

A

Maternidade ePaternidade

reformador maio 2006 - A.qxp 12/5/2006 11:38 Page 4

Page 5: Reformador 05 maio_2006

5Maio 2006 • Reformador 116633

mar é a lei suprema, síntesede todas as normas divinas.

A Justiça integra-se noAmor, sendo dele inseparável, as-sim como todas as determinaçõesdivinas são aspectos especiais deuma unidade que se desdobra parareger as mais diferentes formas dacriação, em todo o Universo.

Na Terra, um pequeno mundodo Universo infinito, só temos no-ção de alguns aspectos da presen-ça divina, já que o homem estálonge de conhecer toda a extensãoda obra de Deus.

A Doutrina Espírita trouxe escla-recimentos extraordinários à Hu-manidade, possibilitando-lhe reti-ficar muitos conceitos e idéias anti-gas a respeito do Criador, possibili-tando a conquista de novos está-gios evolutivos, ainda que longe detoda a realidade transcendente.

Hoje, com o Consolador, temosmelhores condições de entender aMensagem do Cristo de Deus, querealçou o Amor como lei supremauniversal e Deus, o Criador, comoa suma manifestação de Poder ede Amor.

Como conseqüência lógica doentendimento proporcionado pelaDoutrina Consoladora, nossa razãopercebe que o Criador não age ar-bitrariamente sobre as criaturas,privilegiando umas e condenandooutras. Sua Justiça, impregnada de

Amor, manifesta-se por meio de leisperfeitas, que fazem de nós mesmosos responsáveis pelos próprios pen-samentos e ações e também pelassuas conseqüências. Cada um julgaa si mesmo perante sua consciência.

Não há, pois, que temer a Deus.Seu amor misericordioso perdoasempre, dando oportunidades su-cessivas, a cada criatura humana,de retificar seus desvios.

O que compete a cada um é aharmonização com as leis supe-riores, divinas, que a Revelação Es-pírita explicitou, tornando maisfácil e acessível o progresso moraldos homens.

Embora a Terra seja um mundode “expiações e provas”, na classifi-cação dos Espíritos Reveladores,portanto, um mundo de sofrimen-tos e de resgates, mas, ao mesmotempo, com possibilidades de pro-gresso espiritual – tanto intelectualquanto moral –, a vida nesta Esferanão se contrapõe ao Amor, que semanifesta sob múltiplas formas,favorecido pelas conquistas indivi-duais, pelos relacionamentos fami-liares, pelas amizades e por deter-minadas organizações humanas,como o casamento e a instituiçãoda família.

Na medida em que o indivíduoprogride moralmente, vai sentin-

do a necessidade crescente de rela-cionar-se amorosamente com seussemelhantes.

O entendimento e a solidarie-dade entre as pessoas são favoreci-dos pelas religiões e filosofias quedifundem a necessidade da com-preensão e do amor, como regrade vivência para todos.

Já a família humana, constituí-da pelos pais, descendentes, ascen-dentes e colaterais, aos quais sejuntam outros membros não con-sangüíneos, tem sua origem nasesferas espirituais, onde se reúnemEspíritos, orientados por Entida-des Superiores, que se dispõem areencarnar em grupos interessa-dos na execução de determinadostrabalhos e tarefas que conduzamao seu progresso e adiantamentointelecto-moral, atividades que po-derão atingir outras criaturas, noplano material.

Por sua origem e objetivos, afamília se constitui, naturalmente,num foco de fraternidade, crian-do laços de amor que se estendempara além da morte dos corpos fí-sicos, continuando na vida espiri-tual e em outras reencarnações.

A família é, assim, uma insti-tuição divina para a aproximaçãodas criaturas através do amor, dafraternidade, do entendimento, dosesforços conjugados de seus mem-bros para o progresso comum e,

Maternidade A

JU VA N I R B O RG E S D E SO U Z A

Capa

reformador maio 2006 - A.qxp 12/5/2006 11:38 Page 5

Page 6: Reformador 05 maio_2006

muitas vezes, favorecendo outrascriaturas e instituições que comela mantêm relacionamento.

Entretanto, no seio da famíliapodem ocorrer também os desen-tendimentos, os ódios e a indife-rença, oriundos do passado obs-curo de um ou de alguns de seusmembros e do livre-arbítrio de ca-da um.

Em um mundo atrasado, comoo nosso, as dores e dificuldades detoda ordem, ao lado das alegrias eexperiências variadas, vividas emcomum dentro do instituto divinoe humano da família, são formasde se construir caminhos redento-res para a evolução dos seres quedela fazem parte e que aproveitama ocasião e a oportunidade para selibertarem das amarras do passado.

Esses laços constituídos pelasafeições puras, pelos sacrifícios epela compreensão, numa palavra,pelo amor, continuam a existir ese eternizam pela vida, em seusdesdobramentos.

Dessa forma, tem particular im-portância, na Terra, o matrimônio,no qual haja sinceridade das partese do qual resultem desdobramentosque atinjam diversas almas: os des-cendentes, os ascendentes e os quese agregam ao conjunto familiar.

A família é, assim, uma escolapara as almas que dela fazem par-te e para os que a observam.

Com essa escola aprendemoso que ela oferece de positivo, debom e de útil, digno de ser imita-do, como também o que mostrade negativo, em discordância como bem.

Nas renhidas lutas para o aper-feiçoamento intelecto-moral doshabitantes da Terra, a instituiçãoda família, que se espraia por to-das as latitudes do Planeta, em-bora obedecendo a regras huma-nas diferentes, é um processo per-manente, ao lado da escola, da re-ligião, do trabalho, do sofrimentoe das ciências para a renovação e aevolução do Espírito imortal.

Na constituição da família hu-mana, o homem e a mulher que seunem para uma vivência em co-mum, em um regime de intimida-de, visam ampliar os componentesda sociedade que formaram, nãosomente com os familiares já exis-tentes, mas especialmente com osnovos elementos que se agregarão:filhos, netos, descendentes em ge-ral e todos os que de alguma formacomporão o conjunto.

Nessa instituição ressalta a fi-gura da mulher-mãe, pelas suasresponsabilidades, pelas suas fun-ções e pelos seus sacrifícios, reco-nhecidos em toda parte e em to-dos os tempos.

É no seu seio que se geram oscorpos dos filhos programadospara uma nova vida na matéria,Espíritos que escolheram ou fo-ram induzidos a aceitar determi-nada reencarnação.

O aproveitamento dos que to-mam parte na nova experiênciareencarnatória vai depender do

6 Reformador • Maio 2006 116644

reformador maio 2006 - A.qxp 12/5/2006 11:39 Page 6

Page 7: Reformador 05 maio_2006

desempenho de cada um e do gru-po familiar como um todo, semprejuízo da liberdade individual.

A conclusão lógica desse fato é ade que é extremamente importantea educação ética e moral daquelesque fazem parte do grupo familiar,especialmente dos que iniciam umanova encarnação, já que nessa faseé que o Espírito tem mais facilidadeem substituir velhos hábitos, anti-gos conceitos e entendimentos er-rados, por novas formas de vivên-cias proporcionadas por um reco-meço correto.

A aceitação do Bem e a exclu-são do mal no reinício de uma no-va vida é a conseqüência naturalde uma educação bem orientada.

As religiões, em sua parte mo-ral, podem oferecer os fundamen-tos para o êxito da educação, noslares, da infância e da juventude.

A Doutrina Espírita fornece orientação segura nesse particular,já que a criança e o jovem tomamconhecimento, através dela, de rea-lidades e verdades que lhes propor-cionam segurança, para sempre, arespeito do Criador, das criaturas,de si mesmos, do mundo em quevivem e da vida futura.

Os pais têm um papel e umaresponsabilidade importantíssimosna formação do caráter dos filhos.

Mas a condição de mãe oferece,normalmente, aos seres que assimse qualificam muitas oportunida-des não somente para se reajusta-rem perante as leis divinas, mastambém para auxiliarem o aprendi-zado e, muitas vezes, a regeneraçãode Espíritos recebidos como filhos.

O lar, rico ou pobre, é não só o

berço, mas também a primeira es-cola das almas que nele aportampara uma nova jornada.

As mães têm a grande respon-sabilidade de prover as primeirasnecessidades materiais de seus re-bentos e também de orientá-los nodecorrer da infância e da juven-tude, o que elas fazem geralmentecom amor que transforma e aper-feiçoa os seres.

Na história do Cristianismo, de-paramos com a figura ímpar epiedosa de Maria, a Mãe de Jesus,admirável na sua humildade, per-severança, fé e amor, virtudes na-turalmente reconhecidas pelo Mes-tre ao convidá-la para coadjuvar--lhe a obra excepcional junto aoshomens.

É ela um símbolo eterno naMensagem Cristã, oferecendo àHumanidade o exemplo do puroAmor, que não se perturba diantedos sofrimentos e das injustiçasimpostos pela ignorância dos ho-mens ao seu Filho amado.

É de Emannuel a transcriçãoabaixo referente à missão das mães,constante do livro O Consolador,questão 189, 6. ed. FEB:

“– No ambiente doméstico, ocoração maternal deve ser o ex-poente divino de toda a compreen-são espiritual e de todos os sacri-fícios pela paz da família.

Dentro dessa esfera de traba-lho, na mais santificada tarefa derenúncia pessoal, a mulher cristãacende a verdadeira luz para o ca-minho dos filhos através da vida.

A missão materna resume-se

em dar sempre o amor de Deus, oPai de Infinita Bondade, que pôsno coração das mães a sagradaessência da vida. Nos labores domundo, existem aquelas que sedeixam levar pelo egoísmo do am-biente particularista; contudo, épreciso acordar a tempo, de modoa não viciar a fonte da ternura.

A mãe terrestre deve compreen-der, antes de tudo, que seus filhos,primeiramente, são filhos de Deus.

Desde a infância, deve prepará--los para o trabalho e para a lutaque os esperam.

Desde os primeiros anos, deveensinar a criança a fugir do abis-mo da liberdade, controlando-lheas atitudes e concertando-lhe asposições mentais, pois que essa é aocasião mais propícia à edificaçãodas bases de uma vida.

Deve sentir os filhos de outrasmães como se fossem os seus pró-prios, sem guardar, de modo al-gum, a falsa compreensão de queos seus são melhores e mais alta-mente aquinhoados que os dasoutras.

Ensinará a tolerância mais pu-ra, mas não desdenhará a energiaquando seja necessária no processoda educação, reconhecida a hetero-geneidade das tendências e a diver-sidade dos temperamentos. [...]”

Não foi sem forte razão que oshomens resolveram manifestarsua admiração pela missão e pelastarefas das mães, instituindo o Diadas Mães, comemorado no segun-do domingo do mês de maio decada ano.

7Maio 2006 • Reformador 116655

Capa

reformador maio 2006 - A.qxp 12/5/2006 11:39 Page 7

Page 8: Reformador 05 maio_2006

s mais belas palavras entre-tecidas em forma de umaauréola de gratidão não ex-

pressam, realmente, a grandeza deque te revestes, anjo querido.

Sendo uma estrela luminífera,escondes a tua claridade no corpofísico, a fim de não ofuscares os ca-minhos que percorres, particular-mente quando te tornas mãe.

O brilho, porém, da tua lumi-nosidade exterioriza-se e clareiaa noite densa do processo de cres-cimento daqueles que vêm aos teusbraços, na condição de filhos, naansiosa busca do progresso e daplenitude.

Os teus silêncios, nos momen-

tos de testemunho, transformam--se em canções de inigualável be-leza, dando sentido psicológico eharmonia à vida, porque te sacri-ficas em benefício daqueles queDeus te concedeu por empréstimosublime para os conduzires ao Seucoração inefável.

O teu devotamento contínuoconstitui a lição preciosa de perse-verança de quem acredita na Vida eno triunfo do Bem Eterno, nuncadesistindo de lutar e de doar-te.

A tua paciência gentil e a tuaserena abnegação, mesmo nas ho-ras difíceis, são poemas vivos deamor incomum, que terminam portransformar as estruturas moraishumanas deficientes em resistên-cia e vigor para os enfrentamentosda reencarnação.

A tua serenidade, quando tudoparece conspirar contra o êxitodaqueles que educas, e a tua certe-za de que o amor tudo pode, con-vertem-se na segurança que se fazindispensável para que a vitóriaseja alcançada.

As ingratidões dos filhos nãote desanimam, as vicissitudes

da existência não te desarmo-nizam, os embates do cotidia-no não te enfraquecem, e pros-segues a mesma, sofrida, às ve-zes, perseverando, porém, nosdeveres a que te entregas comdoação total.

Aprendeste a sorrir quan-

do os teus filhos estão alegres e achorar ante as suas preocupações efracassos, nunca cedendo espaço aodesespero ou à revolta, quando elesnão conseguem superar os impe-dimentos e tombam em momen-tâneos fracassos…

Nesses momentos, renovada emforças e revestida de coragem, er-gue-os, dando-lhes as mãos gene-rosas e direcionando-lhes os passosno rumo certo, a fim de que reco-mecem e se recuperem.

Estejas na opulência ou na po-breza total, a tua maternidade é sinal do poder de Deus que te consagrou como co-criadora, nacondição de anjo do lar, a fim deque o mundo cresça e a vida hu-mana alcance a meta para a qualfoi organizada.

É certo que nem todos os filhossabem compreender a tua grande-za, os teus sacrifícios e lutas, masisso não te é importante.

Consideras antes que o teu é odever de os amar em quaisquer situações em que se encontrem,educando-os sem cessar, ampa-rando-os continuamente e emulan-do-os ao avanço com os seus pró-prios pés, mesmo quando tenhamas pernas trôpegas e feridos os sen-timentos.

Sabes que as melhores conde-corações para exornarem os he-róis são as cicatrizes internas quepermanecem no coração e na al-

Anjo misericordioso A

reformador maio 2006 - A.qxp 12/5/2006 11:39 Page 8

Page 9: Reformador 05 maio_2006

ma do lutador após as refregas.Por isso mesmo, insistes e perse-veras sem descanso, trabalhandocom esses diamantes brutos quedeves lapidar, a fim de que permi-tam o brilho da Estrela Polar –Jesus! – no recesso do ser.

...E se, por acaso, a desencar-nação te arrebatar do corpo, im-pedindo-te continuar cuidando de-les, permanecerás, no Além-túmu-lo, inspirando-os, acariciando-ose envolvendo-os em vigorosa pro-teção.

Doce mãezinha!Quando as criaturas da Terra

dedicam um dia ao teu amor, ape-nas um entre 364 outros, sinali-zando que já estão despertandopara o significado do teu aposto-lado, apesar das imposições mer-cadológicas que esperam lucros,nessa oportunidade, quando to-dos deveriam oferecer-te somen-te amor, desejamos homenagear--te, envolvendo-te em ternura e emgratidão, pela nobre tarefa que de-sempenhas e pelas bênçãos que atodos nos concedes.

Maria, a Mãe Santíssima da Hu-manidade, coroe-te de paz e de ale-gria, no teu e em todos os dias datua existência, anjo misericordio-so de todos nós!

Amélia Rodrigues

(Página psicografada pelo médium Dival-

do Pereira Franco, na manhã de 10 de

março de 2006, na residência de George

e Akemi Adams, em Santa Monica, Cali-

fórnia, EUA.)

Espiritismo:150 Anos de

Luz e PazDurante as quatro Reuniões

das Comissões Regionais do Con-selho Federativo Nacional, entreabril e junho deste ano, está sen-do apresentado o conjunto de Pro-postas para as Comemorações doSesquicentenário do Espiritismo,tendo por lema Espiritismo: 150Anos de Luz e Paz. O ConselhoFederativo Nacional da FederaçãoEspírita Brasileira, em sua Reu-nião Ordinária de 11 a 13 de no-vembro de 2005, constituiu Co-missão para as comemorações,considerando que no dia 18 deabril de 2007 comemoram-se 150

anos de lançamento de O Livrodos Espíritos.

Como parte dessas comemo-rações, a Federação Espírita Brasi-leira promoverá o 2o Congresso Es-pírita Brasileiro, nas dependênciasdo Centro de Convenções UlyssesGuimarães, em Brasília, no perío-do de 12 a 15 de abril de 2007, ten-do como tema central “O Livrodos Espíritos na Edificação de umMundo Melhor”. Antecedendo àabertura do 2o Congresso, serãorealizadas as Reuniões das quatroComissões Regionais e a ReuniãoExtraordinária do CFN.

Foto

: LU

IZ L

EMO

S –

Div

ulga

ção

O novo Centro de ConvençõesUlysses Guimarães, em Brasília

9Maio 2006 • Reformador 116677

reformador maio 2006 - A.qxp 12/5/2006 11:39 Page 9

Page 10: Reformador 05 maio_2006

avegavam há algum tem-po quando, repentina-mente, sem prévio avi-

so, foram surpreendidos por umatempestade de vento no lago, e en-chiam-se d’água, estando em pe-rigo...

O Mestre dormia sereno, alheioa tudo...

Chegando-se a Ele, atemoriza-dos, o despertaram dizendo: – Mes-tre, Mestre... perecemos!

E Ele, levantando-se, repreendeuo vento e a fúria da água; e cessa-ram, e fez-se bonança...”2

Informam os Espíritos Amigosque “a calma na luta é sempre umsinal de força e confiança; a violên-cia, ao contrário, denota fraqueza edúvida de si mesmo”.3

Em todos os lances da vida,principalmente nos mais graves eaflitivos, Jesus se manteve sempre

plácido, moderado, confiante, inte-merato, impertérrito, pulcro, tran-qüilo...

A moderação e o discernimentojuntos ao seu imensurável Amore compreensão eram as variáveiscontínuas emprestando singulari-dade ao seu modus vivendi junto àscriaturas.

Nossa saúde mental e confiançanos Superiores Desígnios são me-didas pela nossa moderação e dis-cernimento.

Por outro lado, a sobriedade de-verá ser a fiel e constante compa-nheira de quantos se candidatam aseguir as pegadas do Divino Pegu-reiro.

Não importa o fragor da tem-pestade, nem a violência dos aba-los. Ainda que alteadas nos pare-çam as ondas da adversidade, con-servemos, tal como Jesus, a sereni-dade, o equilíbrio e a imarcescívelconfiança no Pai Celestial que tudocomanda, tudo prevê e providenciade acordo com as necessidades emerecimentos de cada um.

Façamos a nossa parte que oCéu não se omitirá.

Sem conivência com o erro, im-

pávido, o Mestre aceitou, silencio-so e indefeso, as arbitrariedades deum julgamento venal, injusto, he-diondo...

Levado à pena capital, pediu aoPai perdão para os seus perseguido-res e assassinos, atravessando aque-les tormentosos momentos como seos aguardasse desde há muito, per-severando na serenidade, em quenormalmente explodiria a revolta.

Olhos postos no Infinito, Ele en-tregou-se confiante ao Pai...

Enquanto seu martírio dava ga-nho de causa aos que o julgaram,a realidade que se perpetuou foi adefinitiva e fértil sementeira desuas palavras e feitos que nortea-riam a senda dos que deveriam,empós, reencontrá-lo no lugar queEle nos tem preparado; lugar esse re-servado para os mansos e pacíficos,que sabem irradiar a paz, geradorada felicidade, veiculada pelo equilí-brio originário da segurança inte-rior, que traduzem as peculiarida-des de quantos se encontram inti-mamente fortalecidos pelo Cristo,nele permanecendo em quaisquercircunstâncias, tal como Ele per-manecia no Pai.

Moderação e

Quem sabe conduzir-se com equilíbrio, raramente repete com aflição as experiências. Vivendo hoje com elevação, amanhã prosseguirá com felicidade.

Marco Prisco1

1FRANCO, Divaldo Pereira. Semente devida eterna. 2. ed. Salvador, BA: LEAL,1989. p. 94.

2Lucas, 8:22-25.

3KARDEC, Allan. O Evangelho segundo oespiritismo. 121. ed. Rio de Janeiro: FEB,2003. Cap. XIX, item 3.

“NRO G É R I O CO E L H O

discernimento

10 Reformador • Maio 2006 116688

reformador maio 2006 - A.qxp 12/5/2006 11:39 Page 10

Page 11: Reformador 05 maio_2006

Reformador: Qual foi seu contatoinicial com o Espiritismo?Andréa: Com formação universi-tária tradicional, era agnóstico. Di-rigia o setor médico da Escola Pre-paratória de Cadetes do Ar, emBarbacena (MG), quando recebi oconvite inicial para conhecer o Es-piritismo. Imaginei: vou ver estascoisas porque poderão ter algo in-teressante. Ao visitar o Centro Es-pírita, em dois médiuns, conheci-dos nas atividades na Aeronáutica,verifiquei que durante o transeeram externados valores diferentes.Comecei a me interessar e ler as

obras de Allan Kardec. Em seguida,a leitura de A Grande Síntese, dePietro Ubaldi, me deu um grandeimpulso. Ele elaborou um grandelivro, mas, com a devida licença,suas obras posteriores tiveram for-te colorido religioso e tive a opor-tunidade de criticar ao próprio au-tor, por exemplo, a obra A Quedados Anjos. Voltando a Kardec, umpedagogo por excelência, lembro--me de que meus estudos iniciaiscoincidiram com as comemoraçõesdo centenário de publicação de OLivro dos Espíritos. Minha passa-gem para o Espiritismo foi natu-ral, sem dores nem choques, foi pe-lo estudo. Devo registrar que du-rante o período que dirigi o Hos-pital da Base de Salvador, tive mui-tos contatos com Divaldo PereiraFranco. Conheci o Centro EspíritaCaminho da Redenção e a Man-são do Caminho, freqüentei inclu-sive as reuniões de desobsessão eaprendi muita coisa. Aos poucos,já estava falando por aí...

Reformador: O que o motivoupara a linha de estudos adota-

da em seus livros?

Andréa: Tive impulsos para estadireção ao ler as obras de AndréLuiz e me aprofundar no estudode O Livro dos Espíritos. AndréLuiz ofereceu conotações fantásti-cas para ampliar o processo de en-tendimento e de dinamização daDoutrina Espírita. Como exem-plo, reporto-me à questão 540 deO Livro dos Espíritos: “[...] tudo seencadeia na Natureza, desde o áto-mo primitivo até o arcanjo, quetambém começou por ser átomo”.Nesta frase, resume-se todo o pro-cesso de evolução. Allan Kardec éum grande farol. Soube pergun-tar e trabalhar com percepção, ra-ciocínio e intuição.

Reformador: E como elaborou suasobras?Andréa: Nossos livros são muitosintéticos e não fazemos muitas ci-tações para que o leitor reflexionesobre os temas. Ampliamos a estru-tura do psiquismo. Contamos comos subsídios de André Luiz, umapitada muito leve de Freud e umcolorido forte de Jung. Criamos al-gumas hipóteses de trabalho, com-pusemos uma estrutura de mente

A Doutrina Espírita

11Maio 2006 • Reformador 116699

Jorge Andréa dos Santos, médico e autor de livros sobre mediunidade, reencarnação,

evolução e psiquismo, aos noventa anos, relata como redigiu suas obras. Considera

Allan Kardec um grande farol e André Luiz um dinamizador da Doutrina Espírita

Entrevista

abre nossos pensamentos

JO RG E AN D R É A D O S SA N TO S

reformador maio 2006 - A.qxp 12/5/2006 11:39 Page 11

Page 12: Reformador 05 maio_2006

humana e ficamos muito satisfei-tos, porque os nomes que demos àsvárias dimensões foram vistos emmuitas mensagens espirituais, in-clusive as de Joanna de Ângelis.Quando concluímos Forças Sexuaisda Alma (Ed. FEB), escrito em ape-nas 40 dias, dedicamos a ClaudeBernard – o grande fisiologista queabriu caminho para o vitalismo,porque já dizia que as organizaçõesnão poderiam ser resultantes doacaso biológico –, pois reconhece-mos a importância do seu vitalis-mo. Logo depois aconteceu algomuito interessante. Estivemos comDivaldo, em Salvador, e este co-mentou: “Foi muito bom ter dedi-cado o livro a Claude Bernard, por-que ele esteve presente em todo oprocesso de elaboração do livro”.Acreditamos que tenha havidomuito impulso espiritual no prepa-ro de nossos livros. Não sou mé-dium e sou muito consciente doque escrevo. Compreendo perfeita-mente que há um envolvimentodos arcanos da alma. Há um des-pertar e você não sabe se a Criaçãolibera, se você captou ou se vocêcriou. Há uma mistura das coisas.

Reformador: Como considera achamada série André Luiz?Andréa: Foi o grande estímuloque encontrei no Espiritismo. En-tendo André Luiz como um dina-mizador da Doutrina Espírita. Elenão saiu do conceito kardequianoe avançou imensamente, escreven-do coisas interessantíssimas. Achoque estamos ainda nas entreli-nhas, descobrindo muitas coisasque ele forneceu em seus estudos

atraentes. O ponto máximo se en-contra em Evolução em Dois Mun-dos. Estamos descobrindo os va-lores desses livros. Ainda não en-contrei nada destoante, nenhumadivergência doutrinária, psicoló-gica ou psiquiátrica. Algumas co-locações de André Luiz são muitojeitosas e estamos procurando in-terpretar algumas delas, feitas deforma rápida e que a Ciência ain-da não definiu. Considero-me “an-dreluisiano”!

Reformador: O que tem a dizer so-bre a tradução das obras de AndréLuiz para outros idiomas?Andréa: Isto é motivo de alegria.Sem dúvida, as obras de AndréLuiz provocaram um impacto mui-to grande no Movimento Espíritabrasileiro, o que deverá se repetirem outros países.

Reformador: Como sente a faseatual do Movimento Espírita?Andréa: O Movimento Espírita seencontra numa fase kardequianapor excelência, saindo lentamentedos excessos religiosos, para se en-tender os porquês filosóficos. Aprocura dos porquês leva à buscacientífica. Estariam desaparecen-do os aspectos religiosos – tão ar-raigados em nós –, os processosevangélicos no bom sentido? Não!A busca científica faz parte da Dou-trina Espírita.

Reformador: Considera importan-te as comemorações do Sesquicen-tenário do Espiritismo?Andréa: É uma data fantástica! Ascomemorações trarão ensejos de

iluminação para a mente humanae acho que a sociedade brasileirapoderá apreciar melhor a Doutri-na Espírita. Fazemos votos que aFEB, com o seu potencial de tra-balho, obtenha êxito porque have-rá benefícios para todos nós, am-pliando-se as condições para a di-fusão de O Livro dos Espíritos.

Reformador: Por favor, uma men-sagem ao dirigente de Centro Es-pírita.Andréa: Apesar dos tropeços, nãopodemos perder a oportunidadeque a Doutrina Espírita nos ofere-ce, desfraldando as bandeiras doconhecimento, da paz, da ordem,da tranqüilidade... O Espiritismoserá responsável pela queda dos ró-tulos religiosos. Não agora, mas nopreparo para tal, pois os rótulosreligiosos desaparecerão e haveráuma única religião no futuro, a dafraternidade! Agradeçamos à Dou-trina Espírita pela abertura de nos-sos pensamentos. A compreensão,já dita, da questão 540 de O Livrodos Espíritos nos oferece condiçõesde entender como será o “super--homem” do futuro – com raciocí-nio claro, utilizando o hemisfériodireito do cérebro para trabalhosnobres –, a Física Quântica, etc.Aprendi muito e precisamos me-ditar com Kardec: Caminhando depar com o progresso, o Espiritismojamais será ultrapassado, porque, senovas descobertas lhe demonstras-sem estar em erro acerca de um pon-to qualquer, ele se modificaria nesseponto. Se uma verdade nova se reve-lar, ele a aceitará. (A Gênese, cap. I,item 55.)

12 Reformador • Maio 2006 117700

reformador maio 2006 - A.qxp 12/5/2006 11:39 Page 12

Page 13: Reformador 05 maio_2006

Terra gira incansavelmentesobre o próprio eixo, man-tendo a vida, em todo o

seu ecossistema, no mais absolutoequilíbrio. Além de girar sobre simesma, também gira ao redor doSol, em trabalho constante de re-novação, através das estações cli-máticas.

A Lua, colaborando com a ma-nutenção da vida na Terra, em suasaproximações gravitacionais, con-trola as marés oceânicas em tra-balho infatigável de sustentaçãoe equilíbrio.

O Sol despende grande quanti-dade de energia, em trabalho dedoação contínua.

As florestas respiram a longoshaustos, expurgando da atmosfe-ra grandes quantidades de gás car-bônico, o que torna a vida possí-vel em nosso planeta.

Tudo que nossos olhos contem-plam revela que o trabalho entoa,em suas diversas manifestações,um hino de louvor a Deus.

Ínsita na Natureza, a criatura hu-mana não pode prescindir do tra-balho em sua vida para a exterio-rização das suas forças criativas.

O trabalho, em toda sua forma

de expressão nobre, é a manifesta-ção do Criador em nós.

A mente que se edifica na boa lei-tura e na manutenção de bons pen-samentos mantém o corpo sadio.

As células humanas, por maismicroscópicas que sejam, reno-vam-se constantemente, mantendosaudável o organismo do homem.

O aparelho digestivo, silencio-samente, metaboliza o alimento,retendo as substâncias nutrientese descartando os resíduos alimen-tares que não são necessários.

O sangue, circulando incansa-velmente, oxigena as células man-tendo a vida.

Tudo, em nós, e fora de nós, é

convite bendito à manutenção dotrabalho.

Se o corpo, automaticamente,provém a vida sem que haja a ne-cessidade para algumas atividadesorgânicas, de comando da mente,o Espírito que o habita não podeeximir-se de colaborar com seu tra-balho para o progresso geral.

O corpo humano é o templo doEspírito, sua ferramenta de mani-festação no mundo. Portanto, po-nhamo-lo em movimento, traba-lhando cada vez mais, para queatravés do trabalho manifestemoso Criador, assim como Ele se ma-nifesta através do trabalho em to-do o Universo.

O trabalho

A

A necessidade do trabalho é lei da Natureza? “O trabalho é lei da Natureza, por isso mesmo que constitui uma necessidade, e a civilização obriga o homem a

trabalhar mais, porque lhe aumenta as necessidades e os gozos.”(O Livro dos Espíritos, Allan Kardec, questão 674, 86. ed. FEB.)

AD E I L S O N SA L L E S

13Maio 2006 • Reformador 117711

reformador maio 2006 - A.qxp 12/5/2006 11:39 Page 13

Page 14: Reformador 05 maio_2006

ntre a alma, prestes a reencarnar na Terra, e oMensageiro Divino travou-se expressivo diá-logo:

– Anjo bom – disse ela –, já fiz numerosas roma-gens no mundo. Cansei-me de prazeres envenenadose posses inúteis... Se posso pedir algo, desejaria agoracolocar-me em serviço, perto de Deus, embora devaachar-me entre os homens...

– Sabes efetivamente a que aspiras? que responsa-bilidade procuras? – replicou o interpelado. –Quando falham aqueles que servem à vida, perto deDeus, a obra da vida, em torno deles, é perturbadanos mais íntimos mecanismos.

– Por misericórdia, anjo amigo! Dar-me-ás instru-ções...

– Conseguirás aceitá-las? – Assim espero, com o amparo do Senhor.– O Céu, então, conceder-te-á o que solicitas.– Posso informar-me quanto ao trabalho que me

aguarda?– Porque estarás mais perto de Deus, conquanto

entre os homens, recolherás dos homens o tratamen-to que eles habitualmente dão a Deus...

– Como assim?– Amarás com todas as fibras de teu espírito, mas

ninguém conhecerá, nem te avaliará as reservas deternura!... Viverás abençoando e servindo, qual secarregasses no próprio peito a suprema felicidade eo desespero supremo. Nunca te fartarás de dar e osque te cercarem jamais se fartarão de exigir...

– Que mais?– Dar-te-ão no mundo um nome bendito, como

se faz com o Pai Celestial; contudo, qual se faz igual-mente até hoje na Terra com o Todo-Misericordio-so, reclamar-se-á tudo de ti, sem que se te dê coisa

alguma. Embora detendo o direito de fulgir à luz doprimeiro lugar nas assembléias humanas, estarás nasombra do último... Nutrirás as criaturas queridascom a essência do próprio sangue; no entanto, serásapartada geralmente de todas elas, como se o mun-do esmerasse em te apunhalar o coração. Muitas ve-zes, serás obrigada a sorrir, engolindo as própriaslágrimas, e conhecerás a verdade com a obrigação derespeitar a mentira... Conquanto venhas a residir noregozijo oculto da vizinhança de Deus, respirarás nofogo invisível do sofrimento!...

– Que mais?– Adornarás as outras criaturas para que brilhem

nos salões da beleza ou nos torneios da inteligência;entretanto, raras te guardarão na memória, quandoerguidas ao fausto do poder ou ao delírio da fama.Produzirás o encanto da paz; todavia, quando oshomens se inclinem à guerra, serás impotente paraafastar-lhes o impulso homicida... Por isso mesmo,debalde chorarás quando se decidirem ao extermí-nio uns dos outros, de vez que te acharás perto doTodo-Sábio e, por enquanto, o Todo-Sábio é o Gran-de Anônimo entre os povos da Terra...

– Que mais?– Todas as profissões no Planeta são honorificadas

com salários correspondentes às tarefas executadas,mas o teu ofício, porque estejas em mais íntima asso-ciação com o Eterno e para que não comprometas aObra da Divina Providência, não terá compensaçõesamoedadas. Outros seareiros da Vinha Terrestre serãobeneficiados com a determinação de horários espe-ciais; contudo, já que o Supremo Pai serve dia e noite,não disporás de ocasiões para descanso certo, por-quanto o amor te colocará em permanente vigília!...Não medirás sacrifícios para auxiliar, com absoluto

14 Reformador • Maio 2006 117722

E

Presença de Chico Xavier

Perto de Deus

reformador maio 2006 - A.qxp 12/5/2006 11:39 Page 14

Page 15: Reformador 05 maio_2006

esquecimento de ti; no entanto, verás teu carinho e ab-negação apelidados, quase sempre, por fanatismo eloucura... Zelarás pelos outros, mas os outros muitodificilmente se lembrarão de zelar por ti... Farás o pãodos entes amados... Na maioria das circunstâncias, po-rém, serás a última pessoa a servir-se dos restos da me-sa, e, quando o repouso felicite aqueles que te consu-mirem as horas, velarás, noite adentro, sozinha e es-quecida, entre a prece e a aflição... Espiritualmente, vi-verás mais perto de Deus, e, em razão disso, terás pordever agir com o ilimitado amor com que Deus ama...

– Anjo bom – disse a Alma, em pranto de emoçãoe esperança –, que missão será essa?

O Emissário Divino endereçou-lhe profundoolhar e respondeu num gesto de bênção:

– Serás mãe!...

Fonte: XAVIER, Francisco C. Estante da vida. 6. ed. Rio de Janei-

ro: FEB, 1994. Cap. 13, p. 65.

Fraternidade Espírita Cristã Francisco deAssis, instituição espírita mineira, e a edito-ra Vinha de Luz, inauguraram a Casa de

Chico Xavier, em Pedro Leopoldo (MG), no dia 2de abril. A Casa de Chico Xavier, localizada na humilde residência do inesquecível médium, foitransformada em museu de divulgação do livro es-pírita e de memória das cerca de 420 obras psico-grafadas por Francisco Cândido Xavier nos seus 75anos de mediunidade com Jesus e com Kardec. En-contra-se também no local uma exposição perma-nente de correspondência ocorrida entre o Chico ediferentes destinatários, entrevistas concedidas, re-portagens, documentos e fotos diversos e, obvia-mente, os livros por ele psicografados. A FEB e de-mais editoras que publicaram obras mediúnicas deChico Xavier, ou de autores que escreveram sobrea vida e a obra do famoso medianeiro, doaram umexemplar de cada livro – alguns com edição esgo-tada – para o museu.

O projeto da Casa de Chico Xavier, um modelo desimplicidade e beleza, coube ao empresário espíritamineiro Geraldo Lemos Neto, que contou com odesprendido e eficiente apoio de profissionais dasáreas de Arquitetura, Engenharia e Museologia.

A Federação Espírita Brasileira se fez representarpor Marta Antunes Moura, membro de sua direto-ria, oportunidade em que proferiu a prece de abertu-ra da cerimônia de inauguração da Casa de Chico Xa-vier, realizando, em seguida, leitura de carta do pre-sidente da FEB Nestor João Masotti, que transmitiacumprimentos aos responsáveis pela iniciativa, sauda-ções aos companheiros espíritas presentes e justifica-tiva de sua ausência.

A cerimônia constou de uma programação obje-tiva, desenvolvida em clima de fraterna alegria eemoção: música inicial (“Quanta luz!”) cantada; pre-ce de abertura e palavras iniciais da representante daFEB; explicações sobre o histórico e as finalidadesdo projeto Casa de Chico Xavier, prestadas por seuidealizador Geraldo Lemos Neto; lançamento do li-vro Sementeira de Luzes, que reúne mensagens iné-ditas de Neio Lúcio, psicografadas por Chico Xaviernas décadas de 30 e 40 em reuniões de estudo doEvangelho no lar do senhor Rômulo Joviano, dire-tor da fazenda Modelo, onde o Chico trabalhou; pre-ce de encerramento, proferida por Marlene Nobre,seguida por momento de autógrafos conduzido pelasenhora Vanda Joviana, organizadora do livro e netade Rômulo Joviano.

15Maio 2006 • Reformador 117733

A

Pelo Espírito Irmão X

Casa deChico Xavier

reformador maio 2006 - A.qxp 12/5/2006 11:39 Page 15

Page 16: Reformador 05 maio_2006

A finalidadeda vida

RI C H A R D SI M O N E T T I

16 Reformador • Maio 2006 117744

e queremos que nossos ra-pazes sejam felizes na vida,devemos fazer com que eles

assimilem o costume de praticar obem ao próximo, além de ensinar--lhes a apreciar as coisas da Natu-reza.

Este primoroso pensamento,perfeitamente sintonizado coma Doutrina Espírita, é de Baden--Powell (1857-1941), o fundadordo Escotismo, movimento queobjetiva o aprimoramento mo-ral e físico de crianças e adoles-centes.

Os escoteiros são treinados parapraticar uma boa ação diariamen-te, objetivando a formação de uma

personalidade aberta, voltada paraas necessidades do ambiente socialem que estão situados.

Haverá ensejo para tantas? Trinta por mês, trezentas e ses-

senta e cinco por ano?Diríamos que há para muito

mais.Se nos dermos ao trabalho de

listá-las, há dezenas de oportuni-dades, que se sucedem a cada dia,envolvendo o lar, a religião, a pro-fissão, a sociedade...

� Ajudar numa tarefa domés-tica.

� Sinalizar um buraco que seabriu na rua.

� Avisar o departamento de água sobre um vazamentoem via pública.

� Atender o necessitado.� Ajudar um colega de serviço

sobrecarregado.� Participar de mutirão para

determinada obra comuni-tária.

� Efetuar doações regulares para a filantropia.

� Participar dos serviços de entidades filantrópicas.

� Defender o injuriado.� Perdoar o ofensor.� Relevar o maledicente.� Dar atenção a quem nos

procura.

S

reformador maio 2006 - A.qxp 12/5/2006 11:39 Page 16

Page 17: Reformador 05 maio_2006

As oportunidades estendem-seao infinito.

Até em relação a este exemplarde Reformador que você está lendoé possível praticar uma boa ação,entregando-o a um amigo ou fami-liar, que dele possa se beneficiar.

Andamos tão ocupados com osinteresses pessoais, tão preocupa-dos com nossos problemas, quenão temos tempo para cogitar dopróprio objetivo da Vida.

Pode lhe parecer surpreenden-te, leitor amigo, mas a finalidadeúltima da vida, conforme está naquestão 860, de O Livro dos Espí-ritos, é a prática do bem.

Fácil entender.Se o amor é a lei maior de Deus,

o Bem é o amor em ação.Assim, praticando o Bem, esta-

mos cumprindo o que o Todo--Poderoso espera de nós.

Não é fácil cultivar esse empe-nho permanente, porquanto con-traria o egoísmo, característicafundamental do comportamentohumano.

Como viver em função dos ou-tros, se a nossa natureza egocên-trica pede que vivamos em funçãode nós mesmos?

Mas é exatamente para isso queestamos na Terra, onde dores eatribulações funcionam como li-xas grossas a desbastar nossas ten-dências egocêntricas para que oBem brilhe em nós.

Já que praticar o bem é a fina-lidade da vida, aproximando-nos

das benesses celestes com a neutra-lização do egoísmo, observe, ami-go leitor, como há estreita corres-pondência entre seus estados deânimo e o cultivo das boas ações.

� Sente-se infeliz.Não cultiva boas ações.

� Tem altos e baixos.Cultiva boas ações, eventual-mente.

� Mais altos que baixos.Cultiva boas ações freqüente-mente.

� Conserva relativa tranqüili-dade.Cultiva boas ações diariamen-te.

Se, em estágio mais alto, você

sente o céu no coração, não há dú-vida nenhuma: é alguém que viveem função das boas ações.

Parabéns! Muito mais que es-coteiro, você é um cristão!

17Maio 2006 • Reformador 117755

BondadeVê-se a miséria desditosaPerambulando numa praça;Sob o seu manto de desgraçaClama o infortúnio abrasador.

Eis que a Fortuna se lhe esconde;E passa o gozo, muito ao largo;E ela chora, ao gosto amargo,O seu destino, a sua dor.

Mas eis que alguém a reconforta:É a bondade. Abre-lhe a porta;E a fada, à luz dessa manhã,

Diz-lhe, a sorrir – Tens frio e fome?Pouco te importe qual meu nome,Chega-te a mim: sou tua irmã.

João de Deus�

Fonte: XAVIER, Francisco C. Parnaso de Além-Túmulo. 17. ed. Rio de Janeiro:FEB, 2004. p. 331. Edição Comemorativa – 70 anos.

reformador maio 2006 - A.qxp 12/5/2006 11:39 Page 17

Page 18: Reformador 05 maio_2006

o livro Entre os Dois Mun-dos, psicografado por Dival-do Pereira Franco (2005), o

autor espiritual, Manoel P. de Mi-randa, lembra-nos que o mundo fí-sico é “abençoado campo de apren-dizagem e de experimentação dosdons que se encontram em germe”em nós. Mas este mundo, lembraMiranda, é transitório, o MundoEspiritual é que “é permanente, real,causal, de onde se origina a vida” epara onde retornamos com o obje-tivo de avaliar nosso progresso es-piritual. Como ocorre “ininterrup-ta movimentação de seres espiri-tuais em intercâmbio contínuo”,conclui esse Espírito que é “muitodifícil dizer-se [...] que são doismundos diferentes [...]” e sim “quesão duas dimensões de constituiçãoespecífica, uma das quais é a con-densação da energia [...] e a outra éde natureza cósmica”.

Desse modo, podemos deduzirque, afastados, ainda que tempora-riamente, os obstáculos materiais,pelo desprendimento do Espírito,nada impede que este seja visto emesmo converse, estando ou nãoencarnado, com outras pessoastambém encarnadas. Tais aconte-

cimentos são tão conhecidos daHumanidade que diversos autoresde filmes e novelas procuram re-produzi-los em suas histórias fictí-cias, muito parecidas com a reali-dade mostrada nas obras espíritas.

Esses fatos são muito comunsentre nós. Em quase toda família éconhecido um caso de manifesta-ção de Espírito desencarnado oumesmo de alguém encarnado mo-mentaneamente fora do corpo fí-sico. Apenas não damos muitaatenção a isso.

Na questão 413 de O Livro dosEspíritos, pergunta Kardec: “Doprincípio da emancipação da al-ma parece decorrer que temosduas existências simultâneas: ado corpo, que nos permite a vi-da de relação ostensiva; e a daalma, que nos proporciona avida de relação oculta. Éassim?”

Os Espíritos respon-dem que a vida da almasobressai-se no esta-do de emancipa-ção, mas nãoexistem duasexistências e,sim, duas fa-

ses da mesma existência. Por-tanto, não temos duas vidas: a docorpo e a da alma. Vivemos, sim,entre os dois planos de uma mes-ma existência: o físico e o espiri-tual.

Em qualquer dessasdimensões da vida eter-na, afirma o EspíritoJoanna de Ângelis, emobra psicografada porFRANCO (1990): “A fi-nalidade da existênciacorporal é a conquistados valores eternos, e o

N

18 Reformador • Maio 2006 117766

Intercâmbio entre

de uma só existênciaduas dimensões

JO RG E LE I T E D E OL I V E I R A

reformador maio 2006 - A.qxp 12/5/2006 11:39 Page 18

Page 19: Reformador 05 maio_2006

êxito consiste em lograr o equilí-brio entre o que se pensa ter e oque se é realmente, adquirindo aestabilidade emocional para per-manecer o mesmo, na alegria co-mo na tristeza, na saúde conformena enfermidade, no triunfo qualsucede no fracasso”.

Na questão 414 de O Livro dosEspíritos, os Espíritos informamque as pessoas conhecidas e mes-mo as que “julgam não se conhece-rem costumam reunir-se e falar-se”durante o sono. Podemos ter ami-gos em outro país com os quais nosencontramos no período do sono.

KARDEC (2002) relata que umsenhor provinciano, cuja famíliainsistira para que ele se casassecom uma moça, desconhecida de-

le, residente em cidade próxi-ma, certo dia avistou em seu

quarto uma jovem vestidade branco que lhe disse

ser sua noiva. O rapazapertou-lhe a mão

que, em um dos dedos, trazia umanel. Em seguida, a moça desapa-receu. Um ano depois, ele resolveuir à cidade onde morava a moça e,imediatamente, se reconheceram.A jovem, que se vestia do mesmomodo que no ano anterior, deu umgrito e desmaiou. Voltando a si,disse que havia visto aquele moçoum ano antes. Pouco tempo de-pois, casaram-se.

É muito difícil que, durante osono, mesmo que manifestemos avontade de encontrar alguém co-nhecido, isso ocorra, porque quan-do adormecemos nosso Espíritodesperta e, muitas vezes, não estánem um pouco com vontade defazer o que resolveu antes de dor-mir. Isso, quando se trata de umEspírito elevado. Os demais, aoadormecerem, entregam-se às suaspaixões ou permanecem inativos.Pode até haver esses encontros,mas isso não ocorre pelo simplesfato de o desejarmos quando acor-dados.

Uma questão interessante é a417, do livro supracitado, a qual

nos informa que podemosnos reunir, alegremente,

em assembléias com Es-píritos amigos de ou-

tras vidas, durante

o sono. Quando despertamos, guar-damos, em forma de intuição, asidéias recebidas nesses contatos,embora não nos lembremos de suaorigem.

Por fim, é-nos informado que épossível ver, em sonho, alguém queconsiderávamos morto, mas que es-tá vivo. A não ser que tenhamos depassar pela prova de pensar quenosso amigo morreu, ao acordar,podemos ter o pressentimento deque ele se encontra vivo.

Há diversos casos comprova-dos de visitas espíritas entre pes-soas vivas, pelo fenômeno mediú-nico do desdobramento espiri-tual, seja durante o dia ou à noite.

CASTRO (1965) narra que opai do frade Antônio de Páduafora condenado à morte, injusta-mente, pelo assassinato de um jo-vem de importante família por-tuguesa. O rapaz fora morto pelovizinho e enterrado no quintal dopai do frade, fazendo recair sobreo genitor de Antônio a culpa pelocrime.

Antônio pregava em Pádua,quando foi mediunicamente in-formado de que seu pai seria de-capitado em Lisboa. Imediatamen-te parou de falar e sustentou-seno púlpito, imóvel, parecendo teradormecido. Em seguida, apare-ceu no local onde os representan-tes da Justiça se achavam, junto àsepultura do assassinado e, alimesmo, provou a inocência do seupai, retornando, imediatamente,ao corpo físico, que se entorpece-ra a muitas léguas dali. Isso ocor-re pelo desligamento parcial docorpo espiritual, o perispírito do

19Maio 2006 • Reformador 117777

reformador maio 2006 - A.qxp 12/5/2006 11:40 Page 19

Page 20: Reformador 05 maio_2006

médium, que se materializa nolocal para onde se transporta en-quanto o corpo físico fica comose dormisse em seu local de ori-gem.

Eurípedes Barsanulfo foi outrodesses médiuns extraordinários.NOVELINO (1979) narra-nos “as‘viagens’ do professor”. Na época daPrimeira Guerra Mundial, Eurí-pedes desprendia-se facilmente ese transportava, espiritualmente,a distância, quando observava oshorrores da guerra, ou narravaos encontros com as pessoas en-fermas, que orientava na estrada,em desdobramento espiritual, en-quanto seu corpo se entorpecia naescola que dirigia longe dali.

Em outra obra psicografada porFRANCO (1981), o Espírito Philo-meno de Miranda afirma-nos que“ao Espiritismo compete gigantes-ca missão: restaurar o Evangelho deJesus para as criaturas, clarificar opensamento filosófico da Humani-dade e ajudar a Ciência, concitan-do-a ao estudo das causas nos re-cessos do espírito, antes que nosseus efeitos”.

Tudo se interliga, na obra deDeus, espírito e matéria, causa eefeito. Quando compreendermosmelhor essa inter-relação e suasconseqüências, estaremos plena-mente capacitados a pôr em práti-ca estes belos conselhos do Espíri-to Joanna de Ângelis: “Sábio é ohomem que discerne melhor, fa-zendo opções elevadas: trocandoo transitório de agora pelo perma-nente de sempre. No corpo, tudopassa, e rapidamente passa. Ape-nas as realizações se fixam como

convites ao retorno reparador ouconcitações a estágios mais altos”.(FRANCO, 1991, p. 69 e 70.)

ConclusãoA vida não cessa nunca. Vive-

mos entre dois planos existenciais.Deus, espírito e matéria formam atrindade universal (O Livro dos Es-píritos, q. 27), mas enquanto a ma-téria nada mais é do que energiadensificada, o Espírito, imortal,prossegue em direção Àquele, cujahomenagem Eurípedes Barsanulfo(NOVELINO, 1979, capas) expres-sa sob o título “Deus”:

“O Universo é obra inteligentís-sima, obra que transcende a maisgenial inteligência humana. E, co-mo todo efeito inteligente tem umacausa inteligente, é forçoso inferirque a do Universo é superior a todainteligência. É a inteligência das in-teligências, a causa das causas, a leidas leis, o princípio dos princípios,a razão das razões, a consciência dasconsciências; é Deus! Deus!... nomemil vezes santo, que Isaac Newtonjamais pronunciava sem se desco-brir!... [...]”

Podemos concluir com as se-guintes reflexões: por mais injustopareça ser o mundo; por mais quenos considerem menos capacitadosdo que outros; por mais que apa-rentemente sejamos derrotados nosnossos ideais; por mais que nos con-siderem velhos e ultrapassados, oujovens e inexperientes; por mais queriam quando clamamos contra asinjustiças atuais, cometidas contranós, e mesmo duvidem dessas in-justiças, não desistamos nunca. Háalguém que crê em nós, atua inces-

santemente em nós, auxiliado pornossos amigos invisíveis e visíveis:Jesus Cristo – Caminho, Verdade eVida –, que nos conduzirá a Deus,nosso Pai.

Prossigamos na luta por ummundo melhor, a começar pelaprópria melhoria.

Avante, seareiros do trabalho,do amor e da justiça, não comba-temos moinhos de vento, como D.Quixote!

Ainda que zombem de nossossonhos, avante, pois se não o fi-zermos por nós, o que fizermosservirá para os que vierem após.

E, certamente, nosso mérito nostrará um novo e radioso dia emque possamos ser felizes e ver a fe-licidade estampada no rosto alheio.

Que Jesus nos conceda saúde epaz em 2006!

Bibliografia:CASTRO, Almerindo Martins de. Antônio dePádua: sua vida de milagres e prodígios.4. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1965. p. 56-57.FRANCO, Divaldo. Entre os dois mundos.Pelo Espírito Manoel P. de Miranda. Sal-vador, BA: LEAL, 2005. p. 10-11.______. O homem integral. Pelo EspíritoJoanna de Ângelis. Salvador, BA: LEAL,1990. p. 73.______. Grilhões partidos. Pelo EspíritoManoel P. de Miranda. 3. ed. Salvador,BA: LEAL, 1981. p. 9.______. Convites da vida. Pelo EspíritoJoanna de Ângelis. 6. ed. Salvador, BA:LEAL, 1991. p. 69-70.KARDEC, Allan. O livro dos espíritos. 82.ed. Rio de Janeiro: FEB, 2001. p. 227-229.______. O livro dos médiuns. 70. ed. Riode Janeiro: FEB, 2002. Segunda Parte,cap. VII, item 117, p. 155.NOVELINO, Corina. Eurípedes, o homem ea missão. 2. ed. Araras, SP: Instituto deDifusão Espírita, 1979.

20 Reformador • Maio 2006 117788

reformador maio 2006 - A.qxp 12/5/2006 11:40 Page 20

Page 21: Reformador 05 maio_2006

“Porque toda casa é edificada por alguém,

mas o que edificou todas as coisas é Deus.”

– PAULO. (HEBREUS, 3:4.)

Em nosso trabalho

Supremo Senhor criou o Universo, entretanto, cada criatura organiza o seu

mundo particular.

O Arquiteto Divino é o possuidor de todas as edificações, todavia, cada

Espírito constrói a habitação que lhe é própria.

O Doador dos Infinitos Bens espalha valores ilimitados na Criação, contudo, cada

um de nós outros deverá criar valores que nos sejam inerentes à personalidade.

A natureza maternal, rica de bênçãos, em toda parte constitui a representação do

patrimônio imensurável do Poder Divino e, em todo lugar, onde exista alguém, aí

palpita a vontade igualmente criadora do homem, que é o herdeiro de Deus.

O Pai levanta fundamentos e estabelece leis.

Os filhos contribuem na construção das obras e operam interferências.

É compreensível, portanto, que empenhemos todo o cuidado em nosso esforço

individualista, nas edificações do mundo, convictos de que responderemos pela

nossa atuação pessoal, em todos os quadros da vida.

Colaboremos no bem com o entusiasmo de quem reconhece a utilidade da pró-

pria ação, nos círculos do serviço, mas sem paixões destruidoras que nos amarrem

às ilhas do isolacionismo.

Apresentemos nosso trabalho ao Senhor, diariamente, e peçamos a Ele destrua as

particularidades em desacordo com os seus propósitos soberanos e justos, rogando-

-Lhe visão e entendimento.

Seremos compelidos a formar o campo mental de nós mesmos, a erguer a casa

de nossa elevação e a construir o santuário que nos seja próprio.

No desdobramento desse serviço, porém, jamais nos esqueçamos de que todos

os patrimônios da vida pertencem a Deus.

Fonte: XAVIER, Francisco Cândido. Vinha de luz. Ed. especial. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Cap. 71,

p. 157-158.

21Maio 2006 • Reformador 117799

Esf lorando o EvangelhoPelo Espírito Emmanuel

O

reformador maio 2006 - A.qxp 12/5/2006 11:40 Page 21

Page 22: Reformador 05 maio_2006

22 Reformador • Maio 2006 118800

ois milênios são transcor-ridos desde os tempos emque Jesus caminhou sobre

a Terra a semear amor e compai-xão, a curar enfermos do corpo eda alma. As multidões seguiamseus passos por agros caminhos.Eram regiões castigadas por friointenso ou sol escaldante, poeira,vento e inumeráveis perigos. So-brecarregadas de aflições físicas emorais, buscavam soluções paraseus males. O que movia milharesde pessoas a enfrentar os perigos,a fome, a intempérie?

Um sentimento imbatível: a fé.Hoje, a modernidade ilumina to-

dos os recantos do mundo, propor-ciona conforto e progresso, no en-tanto, as necessidades, as aflições, osconflitos humanos permanecem.

Onde a fé?O homem almeja conquistar o

mundo; seus olhos ambicionamatingir além dos horizontes, do-minar fronteiras e vencer limites,mas em qualquer parte em que es-teja seus olhos continuam fixos nas

teias do egoísmo. No anseio deexaltar-se não percebe que deixasem abrigo e sem vigilância o seumaior tesouro: o próprio Espírito.

Essa peregrinação não terá fimenquanto não se conscientizar deque a solução não se encontra nasconquistas dos tesouros mate-riais, mas nas aquisições do mun-do íntimo. E deve entender que oponto de partida se situa na ener-gia interior incendida pela fé.Sem fé o homem se degrada. De-sejoso de dominar, torna-se domi-nado. Crente na vitória, surpreen-de-se derrotado. Sem fé, perde-sepelos atalhos do mundo. Só a fégera combustível para a ilumina-ção perene do Espírito. Uma vezcultivada, rasga caminhos, fortale-ce a esperança e acorda o amorpelos semelhantes. O homem quetem fé vence o mundo.

“O crepúsculo inflamava o ho-rizonte. Ordenou Jesus que seusdiscípulos entrassem no barco efossem adiante para o outro lado,enquanto despedia a multidão.

Após despedir a multidão, su-biu ao monte para orar [...].

O barco com seus discípulos jáestava no meio do mar, açoitadopelas ondas, porque o vento eracontrário.

Jesus dirigiu-se para eles, cami-nhando sobre o mar.

E os discípulos, vendo-o cami-nhar sobre o mar, assustaram-sedizendo: É um fantasma. E grita-ram, com medo.

Jesus, porém, lhes falou logo,dizendo: Tende bom ânimo, soueu, não temais.

E respondeu-lhe Pedro: Se-nhor, se és tu, manda-me ir tercontigo, por cima das águas.

E Ele disse: Vem. E Pedro des-cendo do barco andou sobre aságuas para ir ter com Jesus.

Mas, sentindo o vento forte, te-ve medo; e, começando a ir para ofundo, clamou dizendo: Senhor,salva-me.

E logo, Jesus, estendendo a mão,segurou-o e disse-lhe: Homem depouca fé, por que duvidaste?

Fé raciocinada,farol no fim do túnel

DA. ME RC I SPA DA B O RG E S

“Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão em

todas as épocas da Humanidade.”

(O Evangelho segundo o Espiritismo, Fronstispício e cap. XIX, item 7.)

reformador maio 2006 - B.qxp 12/5/2006 11:41 Page 22

Page 23: Reformador 05 maio_2006

E, quando subiram para o bar-co, acalmou o vento.

Então aproximaram-se os queestavam no barco, e adoraram-no,dizendo: És verdadeiramente o Fi-lho de Deus.” (Mateus, 14:22-33.)

Jesus prossegue, através dos sé-culos, atendendo a multidões.

Esse acontecimento, registradopor Mateus, é de grande significa-ção para a Humanidade. Observa--se no decorrer de toda a Boa No-va, que o Mestre não perdia opor-tunidade, os fatos mais simpleseram aproveitados para ilustrarsuas lições, pois deveriam ficareternizadas na memória dos povos.

O mar, símbolo vivo dos peri-gos e das inseguranças humanas.

O barco, a frágil proteção ma-terial.

As ondas, o vento forte figuramas aflições que açoitam as criatu-ras de tempos em tempos.

Jesus, a certeza, a segurança, oamigo sempre presente, o socorroperene às aflições.

Pedro, o ser individual, aqueledentre a multidão que clama pe-lo Cristo, mas na primeira difi-culdade duvida e, diante do ventoforte das vicissitudes da vida, sen-te medo.

O medo, inimigo invisível, do-minador, faz Pedro afundar, masimediatamente grita e o Amigo Di-vino estende-lhe as mãos e o colo-ca a salvo.

Jesus é, pois, o amigo de todasas horas em quem se deve depo-sitar toda confiança, toda fé. “Ins-piração divina, a fé desperta todosos instintos nobres que encami-nham o homem para o bem. É a

base da regeneração. Preciso é,pois, que essa base seja forte e du-rável, porquanto, se a mais ligeiradúvida a abalar, que será do edi-fício que sobre ela construirdes?[...]” (O Evangelho segundo o Espi-ritismo, cap. XIX, item 11.)

No poder de caminhar sobre aságuas e no insucesso de Pedro, Je-sus exaltou a necessidade de se pos-suir uma fé sólida.

E essa solidez é registrada naadvertência do Mestre: “Homemde pouca fé, por que duvidaste?”

Um Espírito Protetor (op. cit.,item 12) afirma: “A fé é humana edivina [...]. Se todos os encarna-dos se achassem bem persuadidosda força que em si trazem, e sequisessem pôr a vontade a serviçodessa força, seriam capazes de rea-

lizar o a que, até hoje, eles chama-ram prodígios e que, no entanto,não passa de um desenvolvimentodas faculdades humanas”.

A fé humana desperta a forçainterior que induz o indivíduo aalcançar o objetivo proposto.

A fé divina é a chama ardenteque se acende na alma quando setem a certeza da existência de umSer superior – Deus –, pelo qual sefoi criado e sem o qual nada épossível.

Quando a fé se solidifica naalma, uma energia interior tomaconta do ser; equilibram-se asemoções; as vicissitudes da vidapassam a ser enfrentadas com co-ragem e resignação. É a certeza deque Deus lhe estenderá as mãosno momento aprazado.

23Maio 2006 • Reformador 118811

reformador maio 2006 - B.qxp 12/5/2006 11:41 Page 23

Page 24: Reformador 05 maio_2006

A fé pode desenvolver-se de for-ma desequilibrada, sem lógica, emque o indivíduo tudo acata. Dessaforma, em tudo crê sem refletir so-bre o que é certo ou errado, incapazde examinar ou avaliar de formaracional o que lhe é proposto. Eisa fé cega, seguramente prejudicial,pois induz à aceitação tanto dofalso quanto do verdadeiro.

Somente a fé raciocinada ilu-mina e liberta. Fundamentada nosfatos e na lógica, resiste à análise eà reflexão, pois está assentada so-bre as bases da verdade.

Cultivar a fé cega é dar va-zão ao orgulho, enquantoque a fé raciocinada faz dahumildade a sua fonte debênçãos.

A Humanidade está ca-rente de fé. E quando sevê em meio ao mar de in-seguranças, açoitada pelovento das aflições, sente-seamedrontada pela dor. Quan-do se tem fé, não se teme a dor.É aceita com resignação. A dor,instrumento de disciplina e de edu-cação, é a mestra que aciona oalarme, tanto do corpo quanto daalma: é o aviso de que alguma coi-sa não vai bem. A dor é o teste queverifica a solidez dos sentimen-tos. É o fiel da balança que revelaqual o sentimento predominante:fé ou medo? Quem tem fé não dei-xa o medo tomar conta. Todo oEvangelho de Jesus exalta o poderda fé nos diferentes momentos davida humana.

A fé é uma centelha que nascecom o ser; é dádiva divina: cabeao homem ativá-la e ampliá-la

através do estudo e da vivência doEvangelho.

Pedro soube ampliar sua fé. Aosentir-se sobre as águas, assoladopelas ondas e pelo vento forte, te-ve medo, mas acreditou em Jesuse atendeu o seu chamado. Nova-mente teve medo, sentiu-se afun-dar, mas clamou ao Amigo, quelhe estendeu a mão. Às vésperasda crucificação negou Jesus portrês vezes. Por três vezes sentiu a

garra do medo ante a fragilidadede sua fé. No entanto, ao longo dotempo, conquistou uma fé tão fer-vorosa que lhe deu forças paravencer todos os dolorosos teste-munhos, e foi capaz de cumprir ar-duamente a tarefa de divulgaçãodo Evangelho. Aprisionado e tam-bém condenado à cruz do martí-rio, tornou-se tão confiante quepediu humildemente para ser cru-cificado de cabeça para baixo, pornão se sentir digno de ser cruci-ficado da mesma forma que Jesus.

Fé é conquista, aquisição da al-ma que deseja crescer.

Para o incrédulo a dor é maisintensa, o sofrimento infindo; asdoenças mais aflitivas, a morteaterroriza e a separação dos entesqueridos é afastamento eterno. Omedo se impõe como companhiaconstante e indesejável.

Como se libertar do medo?Pode-se dizer que o medo é o

substituto da fé. Onde há fé o me-do não se apresenta. É impostormoral a derramar sobre a alma

sensação de insegurança, de in-quietação, de apreensão, de pa-

vor ante um perigo real ouimaginário. Torna-se avas-salador, tanto mais con-tundente quanto menossólida for a fé. O medoenfraquece não só o físi-co, mas também o Espíri-

to, tornando-os susceptí-veis às doenças e influên-

cias inferiores.André Luiz (Nosso Lar,

cap. 42) faz referência ao aspec-to destrutivo desse sentimento de-sagregador: Há “[...] elevada por-centagem de existências huma-nas estranguladas simplesmentepelas vibrações destrutivas do ter-ror, que é tão contagioso comoqualquer moléstia de perigosa pro-pagação. Classificamos o medo co-mo dos piores inimigos da cria-tura, por alojar-se na cidadela daalma, atacando as forças maisprofundas”.

O medo desequilibra as energiasespirituais e em conseqüência de-sarticula o metabolismo do corpofísico, que apresenta reações diver-

24 Reformador • Maio 2006 118822

reformador maio 2006 - B.qxp 12/5/2006 11:41 Page 24

Page 25: Reformador 05 maio_2006

sas de acordo com o grau de inten-sidade absorvida em cada indiví-duo. Os efeitos podem ser diversoscomo: pressão alta ou baixa, palpi-tação, palidez, mudez, pensamen-tos desconexos, má digestão e ou-tros tantos sintomas que podem seagravar com a influência de Espíri-tos inferiores. Nesse estado de dese-quilíbrio o pensamento não conse-gue concatenar idéias e, conseqüen-temente, aquele que não tem fé,mesmo que queira, no momentode perigo não conseguirá formularsúplicas. Nessa circunstância osmensageiros espirituais, a fim deauxiliar, têm que superar a barreirada falta de fé. Por isso, em seguidaàs curas, Jesus sempre afirmava:“Vai que a tua fé te salvou”.

Deus, em sua infinita sabedoria,dotou o corpo humano de recursosinimagináveis e um deles está pre-sente nas glândulas supra-renais,em número de duas, situadas umasobre cada rim. “Elas produzemdois tipos de hormônios, um deles éa adrenalina. Esse hormônio adap-ta o corpo às situações de perigo eao estresse. Se nos alarmamos ounos assustamos, o coração palpitamais forte e a respiração torna-seprofunda e rápida. Estes são efeitosda adrenalina que prepara o corpopara uma situação de emergência.Acelera a respiração e a freqüênciacardíaca e desvia sangue extra pa-ra os músculos, ao mesmo tempoatrasa a digestão e obriga o fígado alançar glicose no sangue, havendodessa forma mais combustível paraa contração muscular. A adrenalinafunciona em conjunto com o siste-ma nervoso, preparando o indiví-

duo para enfrentar o perigo.” (Di-cionário Escolar do Corpo Humano.)

Somente esse mecanismo, des-crito com simplicidade, sem a com-plexidade própria da fisiologia hu-mana, já deveria ser suficiente pa-ra crer-se na existência de Deus eem sua sabedoria. Trata-se de umprocesso físico para que a criaturapossa enfrentar com segurança asemoções fortes e os testemunhosdolorosos. A confiança, a certezada existência de um Ser superiorque ama e que vela por suas cria-turas fortalece o Espírito e lhe dácondições de receptividade às ener-gias dos planos maiores. Aquele,porém, que prefere cultivar o me-do, que nada faz para vencê-lo, so-fre constantes bombardeios deadrenalina que acabam por desor-ganizar o metabolismo orgânico,atraindo para si moléstias indese-jáveis e desnecessárias.

Há situações em que uma pe-quena parcela de medo é provi-dencial e chega a livrar as pessoasde perigos. Assim, as ameaças deperigo, insegurança, aflições devemser enfrentadas com fé, de formaracional, equilibrada e calma, a fimde ter condições para providênciasimediatas como a prece.

O medo infundado é prejudi-cial, requer tratamento psíquico eespiritual. O indivíduo sente fobiade tudo ou de determinadas situa-ções que muitas vezes não aconte-cerão. Num rol imenso incluem--se: doenças e mortes, sair de casa,ficar pobre, perder o emprego, fa-lar em público, enfrentar o futuro,afastar-se dos entes queridos, eoutros tantos.

Existem duas opções: ou se do-mina o medo ou se deixa dominarpor ele.

É importante lembrar que aausência total de medo não supõepresença de fé. Há criaturas que seentregam às mais variadas situa-ções de risco, sem qualquer segu-rança, sem proteção adequada,onde a vida própria e a dos seme-lhantes são colocadas em leilão.Essas situações configuram im-prudência, que pode levar à inva-lidez ou à desencarnação prema-tura: suicídio.

O Espírito Emmanuel assimdefine a fé:

“– Ter fé é guardar no coração aluminosa certeza em Deus [...].

[...] é alcançar a possibilidadede não mais dizer: ‘eu creio’, masafirmar: ‘eu sei’, com todos os va-lores da razão tocados pela luz dosentimento. [...]” (O Consolador,questão 354.)

Jesus paira sobre o mar das pai-xões humanas, converte as ondasrevoltas da incompreensão em cal-maria e, às suplicas fervorosas, Eleresponde da mesma forma que aPedro. No entanto, somente a féracional sustenta o caminho sobreas águas agitadas da atualidadeplanetária.

Bibliografia:

XAVIER, Francisco C. Nosso lar. Pelo Espí-

rito André Luiz. 55. ed. Rio de Janeiro:

FEB, 2005.

BURNIE, David. Dicionário escolar do cor-

po humano. Ed. Civilização.

XAVIER, Francisco C. O consolador. Pelo

Espírito Emmanuel. 26. ed. Rio de Janei-

ro: FEB, 2006.

25Maio 2006 • Reformador 118833

reformador maio 2006 - B.qxp 12/5/2006 11:41 Page 25

Page 26: Reformador 05 maio_2006

26 Reformador • Maio 2006 118844

A FEB e o Esperanto

rubrica de esperanto de nosso mensário cedemais uma vez seu espaço a nosso querido ami-go polonês, espírita e esperantista, Przemek

Grzybowski, para expor pequeníssima parte de suasvastas atividades em favor da divulgação do Espiritis-mo, em seu país e nos círculos internacionais, utili-zando, dentre suas muitas ferramentas de trabalho, aLíngua Internacional Neutra do Dr. Zamenhof.

Temos grandes esperanças em que Przemek ve-nha a tornar-se assíduo colaborador de nossa revis-ta, assim alargando sua faixa de atividades associa-das ao programa da FEB.

O texto abaixo transcrito, em tradução do espe-ranto, é um extrato do profundo trabalho de pes-quisas em que Przemek se tem empenhado para re-lançar em sua terra as generosas sementes da Reve-lação Espírita, e os resultados obtidos com a germi-nação de núcleos pequenos, mas devotados, ates-tam sobre a excelência do desenvolvimento.

Muito estimado Sr. Affonso,

Como lhe havia prometido, gostaria de contar algoa respeito do mais famoso médium polonês do perío-do entre as guerras – Franek Kluski (1880-1943).

Seu verdadeiro nome era Teofil Modrzejewski,trabalhava em Varsóvia, como bancário e jornalista, eera poeta.

Modesto, honesto, católico praticante, afirmava quegostaria de legar a seus filhos um nome honrado, poistinha receio de que, se contasse sobre os fenômenos quelhe aconteciam, certamente lhe dariam a pecha de em-busteiro.

O Dr. Gustave Geley, famoso investigador de fenô-menos mediúnicos do Instituto Internacional de Me-tapsíquica, dava-lhe o título de “rei dos médiuns denosso tempo”.

Os fenômenos que ocorriam em sua presença foramcomparados aos que eram produzidos pelos médiunsEva Carrière, Elizabeth d’Espérance, Daniel DunglasHome e Eusapia Palladino.

Ainda criança, F. Kluski era capaz de prever acon-tecimentos futuros, sabia o que estava acontecendoem lugares distantes e, com 5 ou 6 anos, começou aver Espíritos e a conversar com eles, supondo tratar-sede pessoas vivas.

Numa tarde de inverno, Kluski estava em casa comum grupo de colegas, sob a guarda de uma jovem. Su-

A

Pioneiro espírita polonês,

Foto do médium Franek Kluski

via Esperanto

reformador maio 2006 - B.qxp 12/5/2006 11:41 Page 26

Page 27: Reformador 05 maio_2006

bitamente, ouviram-se estranhos ruídos no ar, segui-dos da materialização de Espíritos de crianças que pai-ravam no quarto, causando admiração a todos. A jo-vem governanta fugiu, enquanto Kluski, caindo emtranse e com voz alterada, tranqüilizava a todos, aomesmo tempo que revelava a seus colegas as verdadesda vida de além-túmulo.

O jovem médium, durante suas brincadeiras emum bosque próximo, via com freqüência fan-tasmas de animais (em sua maio-ria, cães) que ele chamava e le-vava para casa – o que era sem-pre confirmado por seus ami-guinhos.

Na idade adulta,Franek Kluski se no-tabilizou como mé-dium para materia-lizações. Uma esta-tística sobre suas ex-periências revela queos fenômenos produzi-dos em sua presença fo-ram assistidos por maisde 400 pessoas (6 profes-sores universitários, 20médicos, 11 engenheiros, 3químicos, 3 doutores em filo-sofia). Pessoas e animais ma-terializaram-se em aproxima-damente 650 ocasiões, assumin-do cerca de 250 formas diferen-tes. Dependendo do nível de de-senvolvimento da mediunidadede Kluski e do seu estado de saúde,as materializações eram comple-tas ou parciais, reduzidas ou emdimensão natural.

Suas faculdades foram investigadas no InstitutoInternacional de Metapsíquica, e das experiênciasrealizadas restaram cerca de 80 moldes em gesso.Numa primeira etapa, pedia-se ao Espírito materia-lizado que mergulhasse a mão ou o pé num recipien-

te com parafina colorida. Em seguida, após a disso-lução da materialização, ficava sobre a mesa ou so-bre o chão uma espécie de luva, que se enchia de ges-so. Ainda hoje se pode ver em Paris algumas dessasraridades.

Um dos fenômenos mais interessantes produzidospor Kluski era a formação de mãos fluídicas que liga-vam ou desligavam a luz, escreviam numa máquina

datilográfica, escreviam a lápis, conservando,as mais das vezes, a caligrafia do Espí-

rito comunicante.Norbert Okolowicz – um

coronel que participava dassessões de F. Kluski e foiautor de uma obra sobre ele– escreveu:

“É difícil precisar onúmero de pessoasque, tão-somente pe-la presença em suassessões, readquiriamo equilíbrio em suasvidas, abalado poradversidades; quan-tas lágrimas, pesadase aflitivas, secaram--se ao contacto comesses estranhos fenô-menos; quantos pas-

saram a crer na eterni-dade do progresso e na

imortalidade da alma hu-mana; quantas crenças fo-

ram resgatadas!”

Caro Sr. Affonso, espero que nofuturo possa escrever mais amplamente sobre

esse médium, digno de ser conhecido tanto pelosleitores de Reformador como dos espíritas brasileirosem geral.

Hoje lhe trago, graças ao esperanto, uma pequenaparte dessa história.

27Maio 2006 • Reformador 118855

Foto de molde em gesso

reformador maio 2006 - B.qxp 12/5/2006 11:41 Page 27

Page 28: Reformador 05 maio_2006

28 Reformador • Maio 2006 118866

autor espiritual Neio Lú-cio, através da psicografiade Francisco Cândido Xa-

vier, ditou o pequeno grande livroMensagem do Pequeno Morto, edita-do pela Federação Espírita Brasilei-ra, há exatos 60 anos. O prefácio daobra está datado de 27 de julho de1946, quando ainda Chico Xavierresidia em Pedro Leopoldo (MG).

Posteriormente, em 1948, o mes-mo autor ofereceria outra preciosi-dade literária, o livro Alvorada Cris-tã, igualmente direcionada à mentejuvenil.

Meu pai presenteou-me com olivro, ainda em minha pequena in-fância. Lia para mim e meus irmãos,de forma que há todo um aspectoemocional, de lembranças muitocarinhosas, nesta abordagem.

Na apresentação da obra, com otítulo “Mensagem”, que transcreve-mos parcialmente, assim se expres-sa o autor espiritual:

“Carlos é um rapazinho de seuscatorze anos, que a morte arrebatoumuito cedo à esfera física. [...]

Dentre as preocupações maisfortes que lhe caracterizam o espíri-to, destaca-se o propósito de algoenviar ao irmão de nome Dirceu,inesquecido e afetuoso companhei-

ro do teto familiar. Para isso escre-veu a mensagem que oferecemos aojovem leitor, através da qual nossodedicado amiguinho buscou des-crever as paisagens e as emoções no-vas que experimentou logo após amorte do corpo físico.” [...]

A breve transcrição deixa claro oconteúdo instrutivo e emocionantedo livro. Com apenas vinte capítu-los, em textos muito objetivos, aobra traz tema de grande interessepara qualquer idade. Todavia, cons-titui também obra de muito valorpara que os pais transmitam aos fi-lhos, com a segurança que a Dou-trina Espírita proporciona, as cla-ras noções da imortalidade, em de-talhes claros do caso específico dogaroto Carlos.

A descrição do menino desen-carnado é muito rica, com referên-cias aos locais em que esteve, aosamigos com quem conviveu, aosensinamentos que recebeu. O rela-to de sua desencarnação e o aco-lhimento recebido de sua Tia Eu-nice e mesmo o despertar da pró-pria consciência ou o reencontrocom a mãe, ainda encarnada, trarãosubsídios expressivos para evange-lizadores da infância.

A edição que tenho em mãos é a

terceira, de 1983. Permito-me trans-crever alguns trechos expressivospara a emoção do leitor:

“[...] Desviei meu olhar para aporta de entrada e reparei que aísurgiam, de maneira inexplicável,delicados flocos de substância fos-forescente.

Esses pontos de luz como queformavam fino manto de gaze te-nuíssima, sob o qual tive a im-pressão de que alguém semovimentava...

[...] quando apareceu,rasgando a leve cortina,uma jovem de belo por-te que não tive dificuldadeem reconhecer.

Era a mesma do grande re-trato que mamãe conserva em ca-sa. Era a tia Eunice, a irmãzinhadela, que morreu quandonós dois éramos pe-queninos.

[...] Tia Euniceentrou pelo quartoadentro, com gran-

Os 60 anos da Mensagem

do Pequeno Morto

OOR S O N PE T E R CA R R A R A

reformador maio 2006 - B.qxp 12/5/2006 11:42 Page 28

Page 29: Reformador 05 maio_2006

de surpresa para mim, abraçoumamãe, sem que mamãe a visse, e,depois, sentou-se ao meu lado[...].” (Capítulo II, “Tia Eunice”.)

“[...] Sei somente que despertei,assustado, sem atinar com a situa-ção.

Encontrava-me sozinho, encer-rado numa câmara muito limpa einundada de luz. [...]

As paredes mostravam pinturasalegres [...].

Ao longe, através da janela devastas proporções, via a paisagemdesdobrar-se...

O céu azul-radioso parecia man-dar-me brisa suave e refrigerante. ”(Capítulo V, “Despertando”.)

“[...] A paisagem ambiente erabela e prodigiosa. Bonitas casas,semelhantes de algum modo às

nossas, apesar de serem muitomais lindas [...].

[...] A residência de vovó Adé-lia está rodeada de flores diversas,predominando as de cor aver-melhada, o que empresta ao jar-

dim um aspecto de perma-nente alegria.” [...] (Capítu-

lo IX, “A Vila”.)

“[...] Há muitas edifi-cações, situadas entrecopadas árvores. Verifi-quei grande profusãode flores [...].

Há estudo e trabalhointensos.

Colaboram aqui mui-tos professores e professo-

ras; e tantos meninos aqui se encon-tram localizados, que ainda não pu-de calcular o número exato de todoseles.” [...] (Capítulo XII,“O Parque”.)

“[...] – Todos sentimos a faltados entes queridos que permane-cem no mundo. A dor da distâncianos atinge em comum. Entretanto,como poderíamos auxiliar os queficaram, permanecendo inconfor-mados? Resolveríamos tão impor-tante problema, chorando sem con-solo? Afinal de contas, não somosos únicos em semelhante prova.Existem aqui alguns milhares dejovens nas mesmas condições.” [...](Capítulo XIII, “Companheiros”.)

“[...] Tenho a impressão de queos orientadores daqui recebem--nos os conhecimentos terrestrescomo sementes dos conhecimen-tos celestiais. Em razão disso, nãonos esmagam com a exposição ma-ciça da sabedoria de que são por-tadores. Cercam-nos de cuidadose carinhos especiais, para que asnossas faculdades superiores ger-minem e cresçam.” (Capítulo XIV,“Ensinamentos”.)

“[...] Minha turma constitui-sede crianças recém-vindas, sem qual-quer preparo espiritual e com sé-rios defeitos para corrigir.” (Capí-tulo XVI, “Organização”.)

“[...] Nos dez últimos meses,gastei as horas de recreio em servi-ços de proteção aos animais, quepassaram a querer-me bem, com

amizade e simpatia [...].” (Capítu-lo XIX, “Prêmio”.)

“[...] Tudo o que praticamos,Dirceu, permanece gravado no li-vro da consciência.

[...] Ouça a palavra esclarecedo-ra de nossos pais, os primeirosamigos que a Bondade Divina co-locou às portas de nossa vida ter-restre, e nunca despreze os bonsconselhos recebidos.” [...] (Capítu-lo XX, “Conclusões”.)

A obra é um hino à intensa vidado Plano Espiritual, em detalhes vi-vos da imortalidade, que podem sermais conhecidos por nossos jovens.

Nós, os pais e educadores, espe-cialmente de posse do conhecimen-to espírita, temos o dever de trans-mitir noções claras sobre os prin-cípios espíritas. Falar aos nossos jo-vens e crianças, sem receios e aber-tamente, sobre a imortalidade, a co-municabilidade dos Espíritos, aexistência de Deus, a pluralidadedas existências; falar-lhes claramen-te sobre os deveres cristãos de amorao próximo, de solidariedade, derespeito à vida.

A facilidade textual de Neio Lú-cio transformou o pensamento dogaroto Carlos, na carta ao irmãoDirceu, em lição viva de experiên-cia para os que aqui chegam, aguar-dando dos pais – ainda que incons-cientemente – estas pérolas queensinam a viver.

Nossa gratidão ao Espírito-au-tor, ao médium e à Editora pelos60 anos da obra.

29Maio 2006 • Reformador 118877

reformador maio 2006 - B.qxp 12/5/2006 11:42 Page 29

Page 30: Reformador 05 maio_2006

suicídio é o maior equí-voco que alguém pode co-meter.

A falta de uma orientação soba ótica da imortalidade da alma ea falta de fé são fatores complica-dores.

Nós somos Espíritos imortais,e a vida no corpo representa ape-nas uma etapa da nossa eternaexistência.

A vida continua plena após oestágio no corpo físico. Cada de-

sencarnado acordará no Plano Es-piritual com as virtudes, os ví-cios e os problemas não resolvi-dos. Esta é a grande decepção,sofrida pelos que ingressaram noMundo Espiritual pela ilusóriaporta do suicídio: sonharam coma morte e encontraram a vidamais abundante; pensaram fugirdos problemas e os encontra-ram maiores.

É necessário entender amensagem que a vida ofere-

ce em forma de dificuldades. Estasexistem, como desafios, para pro-mover o progresso, tanto no ladomoral quanto no intelectual.

Tivesse o candidato ao suicídioo mínimo de fé, aprenderia a in-terpretar a vida como uma dádivadivina; e confiante na misericórdiado Pai, que a ninguém abandona,

jamais se sentiria só; encon-traria, assim, força para

vencer.Tudo passa e a vi-

OF. ALTA M I R DA CU N H A

Suicídio,o grande equívoco

reformador maio 2006 - B.qxp 12/5/2006 11:42 Page 30

Page 31: Reformador 05 maio_2006

da continua. Nunca deverá o ho-mem imaginar que os problemassão eternos.

Lembramos do nosso queridoFrancisco Cândido Xavier que,certo dia, sentindo intensificadosos problemas de saúde que o fa-ziam sofrer, apelou ao seu mentorespiritual Emmanuel, para inter-ceder junto a Maria, Mãe de Jesus,em busca de uma solução.

Emmanuel retornou depois di-zendo-lhe para anotar a respostade Maria. Chico apanhou lápis epapel, ouvindo de Emmanuel: “Eladisse que isso também passará”. Apartir daquele dia, Chico gravouem sua memória esta frase, de for-ma que, quando se sentia em sofri-mento, lembrava-se: “isso tambémpassará”.

Problema algum, por maior quepossamos imaginá-lo, justifica a ati-tude precipitada do suicídio.

Se o desafio é na área financei-ra, lembremo-nos de tantos queenfrentaram situações idênticas,mas acreditaram na vitória, e tra-balhando venceram. Enfermidadesincuráveis? Incurável é apenas umapalavra que representa a limitaçãodo ser humano, pois para Deus na-da é impossível. Um diagnósticomédico sobre a irreversibilidade deuma doença, por mais respeitávelque seja, nem sempre correspondeà realidade. Não esqueçamos queacima dos médicos da Terra existeo Médico Divino. Algumas vezes,Deus, na sua infinita sabedoria, per-mite que vislumbremos a morte,através de uma doença grave, paraque possamos refletir sobre a im-portância da vida. É comum, em si-

tuações como esta, o enfermo reco-nhecer as falhas cometidas, e repla-nejar a vida, tornando-a mais útil,vencendo o egoísmo e amando opróximo.

Esta mudança de atitude corri-ge desarmonias vibratórias quepoderão se refletir no composto ce-lular em forma de cura; e aqueleque segundo o diagnóstico médi-co teria alguns meses de vida, vive20 ou mais anos, desencarnando deforma diferente da diagnosticada.

Deus jamais abandona os seusfilhos. Dirijamos a Ele as nossassúplicas nos momentos em quemaiores se tornem as aflições, econfiemos nas promessas do seuintermediário – Jesus: “Vinde amim, todos vós que estais cansa-dos e sobrecarregados, e eu vos ali-viarei”. (Mateus, 11:28.)

Ao identificarmos em nossa fa-mília ou entre amigos alguém queesteja neste grupo de risco, a nossaatitude não deve ser como de sal-vadores, querendo persuadi-los deimediato, que se encontram doen-tes e precisam de ajuda. Uma abor-dagem direta, principalmente emsituações causadas por obses-são, poderá fazer com queos adversários invisíveis

apressem a execução do plano, queé conduzi-lo ao suicídio.

Utilizemos a pedagogia de Jesus– as parábolas. Falemos da vida eseus inevitáveis desafios destacan-do, todavia, o final feliz para aque-les que decidem encará-los, acredi-tando na solução. Estimulemos es-ta pessoa a visitar outras que se en-contram em hospitais, em situaçãopior que a dela, porém reagem comotimismo e/ou resignação. Relate-mos fatos onde os problemas pare-ciam maiores que a capacidade desuperação de quem os sofria; noentanto, a solução chegou atravésde circunstâncias inesperadas, fa-vorecidas pela Misericórdia Divina.

Dessa forma ele irá compreen-der o que afirmava o Codificadorem O Evangelho segundo o Espiri-tismo (cap. V, item 14): “A calma ea resignação hauridas da maneirade considerar a vida terrestre e daconfiança no futuro dão ao espíri-to uma serenidade que é o melhorpreservativo contra a loucura e osuicídio”.

31Maio 2006 • Reformador 118899

reformador maio 2006 - B.qxp 12/5/2006 11:42 Page 31

Page 32: Reformador 05 maio_2006

32 Reformador • Maio 2006 119900

riança-prodígio, provavel-mente o maior gênio da his-tória da música, Mozart –

Wolfgang Amadeus Mozart – nas-ceu a 27 de janeiro de 1756, emSalzburg, Áustria. Desencarnou emViena a 6 de dezembro de 1791. Osbreves 35 anos de sua existêncianão constituíram obstáculos à ex-pressão de sua brilhante e profí-cua personalidade musical, deestilo incomparável. Filho deJohann Georg Leopold Mozart,violinista talentoso, e de AnnaMaria Pertl, teve uma únicairmã, Maria Anna, exímia toca-dora de cravo, a quem carinhosa-mente chamava Nannerl. Casou--se, em 1786, com a alemã Cons-tanze Weber e com ela teve seis fi-lhos. Antes dos quatro de idade jáestudava cravo com o pai, aos seisanos já compunha. Iniciou a com-posição de óperas aos 11 anos, sen-do que aos 16 tinha produzido orespeitável acervo de 135 compo-sições de todos os gêneros musi-

cais conhecidos. Aos 18 anos co-meça a ser definido o seu estilomusical, classificado como genial

pelos entendidos. Trata-se de umestilo límpido como a água dasfontes, impregnado de vibraçõesque podem ser vistas como har-monias celestiais, que há mais dedois séculos vêm arrancando

aplausos do mundo inteiro e des-lumbrando pessoas de todas as na-cionalidades.

As faculdades extraordináriasencontradas em Mozart são, co-mo nos ensinam os Espíritos Su-periores, “lembrança do passado;progresso anterior da alma”.1

“O que se passa com essascrianças-prodígio [afirma o bió-grafo Sylvio Brito Soares] é o fe-nômeno chamado reminiscên-cia, reminiscência daquilo quejá adquiriu no passado, ‘o resul-tado de pacientes estudos secu-

lares, de lenta e dolorosa inicia-ção. Estes antecedentes desenvol-vem no ser uma profunda sensibi-lidade que o torna acessível às in-fluências elevadas’.” 2

As admiráveis manifestaçõesartísticas de Mozart, percebidasdesde a mais tenra infância, esti-veram presentes ao longo de suaexistência, num ininterrupto pro-cesso de aperfeiçoamento, que te-ve o poder de conduzir o seu Espí-

C

Em dia com o Espiritismo

Mozart250 anos de nascimento

MA RTA AN T U N E S MO U R A

reformador maio 2006 - B.qxp 12/5/2006 11:42 Page 32

Page 33: Reformador 05 maio_2006

rito aos píncaros da genialidade.As idéias inatas de Mozart, no cam-po da música, revelam aprendi-zados adquiridos em outras exis-tências. A este respeito, esclareceLéon Denis que “[...] cada encar-nação encontra, na alma que re-começa vida nova, uma culturaparticular, aptidões e aquisiçõesmentais que explicam sua facili-dade para o trabalho e seu poderde assimilação; por isso dizia Pla-tão: ‘Aprender é recordar-se!’”3

Acrescenta que “a lei da heredita-riedade vem muitas vezes obstar,até certo ponto, a essas manifesta-ções da individualidade, porque écom os elementos que a heredita-riedade lhe fornece que o Espíritopõe a seu jeito o seu invólucro;contudo, a despeito das dificul-dades materiais, vê-se manifesta-rem-se em certos seres, desde amais tenra idade, faculdades detal modo superiores e sem nenhu-ma relação com as dos seus ascen-dentes, que não se pode, não obs-tante todas as sutilezas da casuís-tica materialista, relacioná-las comqualquer causa imediata e co-nhecida”.3

Embora a produção artísticade Mozart seja, em geral, citadacomo sendo um elo do classicis-mo vienense, um ponto de tran-sição entre o compositor austría-co Haydn (1732-1809) e o alemãoBeethoven (1770-1827), isto nãocorresponde à verdade. A lingua-gem musical de Mozart, de ten-dência “italianizante”, é inédita emarcante, revelando hábitos e cos-tumes da sua época, época em quese avizinhava a derrocada do re-

gime monárquico, e todas as con-seqüências daí decorrentes. Assuas composições põem em evi-dência “[...] um mestre inconfun-dível, portador de poderoso sensoarquitetônico quando elabora es-truturas perfeitas, coerentes, tantona música instrumental quanto nadramática, na coordenação dasárias. Foi, pela disciplina formal,um clássico. Mas muito se discu-te se não foi, pelo espírito, um pré-romântico”.4

É fato curioso que nem o pró-prio Mozart sabia definir o seu es-tilo. Pelas suas afirmativas, dedu-zimos que duas ordens de fenô-menos lhe aconteciam quando sepunha a compor: o êxtase espiri-tual (fenômeno anímico) e percep-ção mediúnica. Durante o êxtase,dizia que as idéias lhe acudiam àmente, de sorte que a sua tarefa seresumia em adaptá-las às regrasda harmonia e do contraponto. Emuma de suas cartas há o seguinteregistro:

“Dizes que desejarias saber qualo meu modo de compor e que mé-todo sigo. Não te posso verdadeira-mente dizer a esse respeito senão oque se segue, porque eu mesmo na-da sei e não me posso explicar.

Quando estou em boas disposi-ções e inteiramente só, durante omeu passeio, os pensamentos mu-sicais me vêm com abundância.Ignoro donde procedem esses pen-samentos e como me chegam; nis-so não tem a minha vontade a me-nor intervenção”.5

O catálogo geral das obras deMozart foi elaborado pelo botâ-nico e biógrafo musical alemão

Ludwig Köchel (1800-1877); daí aletra K ou (ou KV, de Köchel Ver-zeichnis, que significa catálogoKöchel). Köchel catalogou asobras de Mozart em ordem cro-nológica, da mais antiga para amais recente, sendo K1 um minue-to para cravo, a primeira obra ca-talogada, e K626 o Requiem, obrainacabada. As principais compo-sições de Mozart são: 82 peças vo-cais; 54 concertos (para piano ecravo, violino, instrumentos de so-pro e de cordas); 50 sinfonias (oucomposições orquestrais); 38 pe-quenas peças para piano e cravo;35 divertimentos; 32 lieders (cantoslíricos); 30 quartetos (para piano,instrumentos de cordas e sopro);25 cânones; 24 músicas para dan-ças; 23 pequenas peças litúrgicas;22 óperas (o gênero musical desua predileção); 20 missas; 18sonatas; 11 serenatas; 11 músicasmaçônicas; 7 litanias e vésperas; 6noturnos; 4 cantatas e oratórios; 3peças para ballet e pantominas; 2músicas para peças teatrais; vá-rias músicas para orquestra decâmara. A obra completa existen-te abrange 626 composições mu-sicais, muitas consideradas obras--primas, como as óperas Don Gio-vanni, As Bodas de Fígaro e A Flau-ta Mágica.

O ano de 2006 se revela, desdeo início, como especial: estamoscomemorando 250 anos do nas-cimento de Mozart. A partir dodia 27 de janeiro último, o mun-do se encontra embalado nas ce-lestiais vibrações das melodiasimortais do inesquecível com-positor austríaco. Na Áustria, em

33Maio 2006 • Reformador 119911

reformador maio 2006 - B.qxp 12/5/2006 11:42 Page 33

Page 34: Reformador 05 maio_2006

particular, os eventos são inten-sos e variadíssimos. A título deexemplo, nos meses do próximoverão europeu todas as óperas deMozart serão encenadas. A pro-gramação inclui 22 óperas emum período de cinco semanas.Músicos e maestros de renomeinternacional estarão participan-do do Evento, entre eles, o britâ-nico Simon Rattle, o alemão Ni-kolaus Harnoncourt e o italianoRiccardo Muti. O comércio se an-tecipou, e já encontramos cente-nas de produtos criados paraaproveitar a data, inclusive a re-produção digital de sua prodi-giosa obra. No Brasil, o Mozar-teum Brasileiro http://www.mozar-teum.org.br nos disponibilizarávários eventos, entre 7 de maio e 25de outubro, em São Paulo e Rio deJaneiro.

Eis uma boa oportunidade pa-ra se apreciar música de elevadaqualidade.

Referências:1KARDEC, Allan. O livro dos espíritos.

Trad. de Guillon Ribeiro. 86. ed. Rio de

Janeiro: FEB, 2006. Questão 219, p. 164.2SOARES, Sylvio Brito. Grandes vultos da

humanidade e o espiritismo. 4. ed. Rio de

Janeiro: FEB, 2005. p. 270.3DENIS, Léon. O problema do ser, do des-

tino e da dor. 28. ed. Rio de Janeiro: FEB,

2005. Segunda Parte, cap. XV, p. 236.4ENCICLOPÉDIA MIRADOR INTERNACIONAL.

São Paulo: 1995. Vol. 14, p. 7.921.5SOARES, Sylvio Brito. Grandes vultos da

humanidade e o espiritismo. 4. ed. Rio de

Janeiro: FEB, 2005. p. 273.

34 Reformador • Maio 2006 119922

Os espíritas do Estado do Riode Janeiro têm excelente motivopara comemorar.

Foi fundado no dia 26 de mar-ço, em reunião memorável na se-de seccional da Federação Espíri-ta Brasileira, na Avenida Passos,no 30, o Conselho Espírita do Es-tado do Rio de Janeiro (CEERJ),que passa a congregar os espíri-tas do Estado.

Fruto da unificação da Uniãodas Sociedades Espíritas do Esta-do do Rio de Janeiro (USEERJ),com sede na capital do Estado, eda Federação Espírita do Estadodo Rio de Janeiro (FEERJ), comsede em Niterói, a nova entidadenasce com a missão de orientar opujante Movimento Espírita emterras fluminenses.

O CEERJ passa oficialmente arepresentar o Estado do Rio de Ja-neiro no Conselho Federativo Na-cional da FEB, em substituição àextinta USEERJ, participandoem pé de igualdade das decisõestomadas com as demais Federati-vas do País.

Abre-se, agora, uma nova erade entendimentos e oportunida-des positivos para um trabalho

coordenado de toda a força que oMovimento Espírita representano Estado.

De se salientar que os espíritasdesenvolvem um dos maiores tra-balhos assistenciais entre os diver-sos grupos religiosos e suas cente-nas de instituições espíritas noEstado são verdadeiras colméiasde trabalho voluntário, visando afamília e o apoio aos vários gru-pos interessados, nas diversas fai-xas etárias.

A estrutura do CEERJ tem ad-ministração moderna calcadanas últimas aquisições da ciên-cia da administração comparti-lhada, com um colégio diretorque coloca em prática o princí-pio de organização em rede.

É de se esperar para breve umincremento nas atividades inter-nas e externas no Movimento Es-pírita, com reflexos positivos nasociedade, que cada vez mais se re-cente de iniciativas no campo daconstrução da Paz e do Progresso.

É, portanto, uma boa notíciapara todos.

ConselhoEspírita do

Estado do Rio de Janeiro

Fonte: Notícia distribuída pela DiretoriaExecutiva do CEERJ.

reformador maio 2006 - B.qxp 12/5/2006 11:43 Page 34

Page 35: Reformador 05 maio_2006

á cem anos nascia a UniãoEspírita Paraense.1

O pioneirismo espiritistano grande estado nortista, em finsdo século XIX e início do séculoXX, foi, consoante as pesquisas querealizamos, um dos mais fervorosose entusiastas em nosso país.

Segundo registrou o major Fran-cisco Solerno Moreira, em seu artigo“Subsídio para a História do Espiri-tismo no Pará”, a primeira institui-ção espírita surgida na então pro-víncia do Grão-Pará foi fundada emsua capital, a 12 de junho de 1879,com a denominação de Grupo Espí-rita Luz e Caridade, com sede na ruaNova de Santana, no 7A. Referidogrupo prestou, por longos e sucessi-vos anos, inestimáveis serviços à cau-

sa espírita, fundando, inclusive, em16 de março de 1890, o jornal O Re-generador, primeiro periódico daregião destinado, exclusivamente, àdifusão do Espiritismo.

Tomaram parte no Luz e Cari-dade, entre outros companheiros,Abel Augusto Cézar d’Araújo, JoséSharr da Motta e Silva, José Joa-quim da Silva, Manoel Gonçalvesda Silva, João M. Castello Branco,Feliciano Ferreira Bentes, Antônioda Motta e Pedro Damascenod’Alcântara Bentes.

A partir desse fulcro inicial, inú-meros foram os núcleos que surgi-ram com igual propósito ainda noano de 1890, contando-se entre eleso Centro Espírita do Estado do Pa-

rá, a Sociedade Espírita Paraense,fundada sob a presidência do Dou-tor Pinheiro Guedes,3 o Grupo Espí-rita Amor e Perdão, o Grupo Espíri-ta Regeneração, o Grupo EspíritaFé e Constância e o Grupo EspíritaAbnegação.

Após esse momento de intensofulgor, fruto das primeiras fainas da-queles abnegados seareiros, infor-ma-nos Solerno Moreira que so-mente viria a surgir nova instituiçãoespírita, na capital paraense, em 23de junho de 1895, com o nome deCentro Espírita Esperança. Funda-

Uma homenagem ao Pará

H

Cem Anos de União Espírita Paraense1906-2006

SA M U E L NU N E S MAG A L H Ã E S

3Antônio Pinheiro Guedes (1842-1908) –sócio-fundador da Federação Espírita Brasi-leira.

1Terceira entidade federativa estadual a sercriada no país. A primeira foi a FederaçãoEspírita do Paraná, em 24 de agosto de1902, e a segunda foi a Federação EspíritaAmazonense, em 1 de janeiro de 1904. AFederação Espírita Pernambucana, criada,conforme seus estatutos, em 8 de dezem-bro de 1915, considera como data de suafundação, o dia 8 de dezembro de 1904.Contudo, por uma questão histórica, de-vemos observar que o Centro Espírita Re-generação, que lhe foi antecessor, é que foifundado, de acordo com os seus estatutos,não em 8, mas em 7 de dezembro de 1904.

2Artigo inserto na coleção Obras Reunidasde Eidorfe Moreira – Volume VIII – Edi-ções CEJUP – 1990.

Sede nova da União Espírita Paraense

reformador maio 2006 - B.qxp 12/5/2006 11:43 Page 35

Page 36: Reformador 05 maio_2006

do pelo funcionário do Arsenal deMarinha, Sr. Ignácio José CyprianoBelmont, o citado grêmio teve dila-tada existência.

Principiando o século XX, novoe alvissareiro estágio se iniciaria pa-ra o Espiritismo nas terras da FelizLusitânia.4

Transferindo-se do município deMaranguape, Ceará, onde já labo-ravam intensivamente na seara es-pírita, chegaram à capital paraenseArthúnio Vieira e sua mulher Emí-lia Freitas Vieira. Para logo, em 7 desetembro de 1902, fundarem o Cen-tro Espírita Paraense, o qual passoua editar, ainda no mesmo ano, a re-vista Sophia e o jornal Luz e Fé,5

causando larga repercussão em to-da a região.

O gesto idealista e arrojado dovaloroso casal insuflou novo âni-mo nos espíritas belenenses, toni-ficando sobremaneira o movimen-to espírita local.

Infelizmente, com o seu trabalhoem plena ascensão, nossos amigos seviram obrigados, outra vez, a mu-dar de domicílio. Desta feita, em1904, foram residir na cidade deAbaeté, Pará, onde continuariamcom as suas atividades em favor dadivulgação espírita, deixando a di-reção do Centro Espírita Paraenseaos cuidados do Sr. Antônio Lopesda Silva, que, não obstante os seus

melhores esforços, não conseguiumantê-lo em funcionamento.

Esse Centro viria a ser reorgani-zado, por alguns de seus antigosmembros, em 6 de maio de 1905,voltando, após cinco meses, a ree-ditar a revista Sophia.6

Pouco tempo depois, somando--se à nobre presença do casal Arthú-nio e Emília Vieira, chegaria a Be-lém, proveniente do Rio de Janeiro,o Sr. Francisco de Paula Menezes,que exerceria sentida e benéfica in-fluência entre os espíritas paraenses,quando fundaria, ao lado de Soler-no Moreira, em 7 de janeiro de 1906,o Grupo Espírita Atalaia.

Nesse período, o Movimento Es-pírita paraense já se havia ramifica-do pelo interior do Estado, contan-do com inúmeras instituições, legal-mente constituídas, e com vários pe-riódicos de divulgação doutrinária.

Com a presença de Francisco dePaula Menezes, experimentado tra-balhador da Seara Espírita, e Antô-nio Lucullo de Souza e Silva, quehavia participado da fundação daFederação Espírita Amazonense, aidéia da criação de uma instituiçãofederativa que congregasse e coor-denasse o Movimento Espírita esta-dual tomou significativo vulto.

Todo esse Movimento culminou,após extensa e oportuna propagan-da entre os espíritas da região, com afundação da União Espírita Paraen-se, em 20 de maio de 1906. Servirade local para a realização desse im-portante evento do Movimento Es-

pírita paraense, a sede da Associaçãodos Empregados do Comércio, comendereço na Travessa São Mateus, no

153, onde a recém-criada instituiçãofuncionou por algum tempo. Suaprimeira diretoria foi eleita e consti-tuída em 17 de junho de 1906,quando foram nomeados seu presi-dente, o Sr. Abel Augusto Cézard’Araújo, e seu vice-presidente, o Sr.Raymundo da Ponte e Souza.

Na atualidade, após um século deprofícua existência, a União EspíritaParaense continua a desempenhar,com zelo e nobreza, o importantepapel de coordenadora dos traba-lhos de Unificação do MovimentoEspírita estadual, conjugando-o aoseu primordial programa de divul-gação doutrinária do Espiritismo.

Durante esses vinte lustros, im-pulsionadas pelo órgão federativo,inumeráveis foram as conquistas al-cançadas pelo Movimento Espíritaparaense, resultando na criação devários núcleos destinados ao estudoe divulgação dos postulados espíri-tas, bem como na fundação de esco-las, abrigos e orfanatos.

Para tanto, homens e mulheresde notável fibratura interior e eleva-da abnegação trabalharam diutur-namente.

A todos eles, os trabalhadores daprimeira hora, assim como àquelesque lhes seguiram os passos nas in-cansáveis lidas da Seara Espírita, onosso mais sincero e elevado preitode reconhecimento, gratidão e amor.

À União Espírita Paraense, porocasião do seu primeiro centenário,os nossos votos de maiores labores,sob a luz meridiana da Boa Nova esob o beneplácito de Jesus e Kardec.

36 Reformador • Maio 2006 119944

6Nessa segunda fase, a revista foi editadano período de outubro de 1905 a junho de1906.

4Primeiro nome dado pelos portugueses àregião. A denominação Grão-Pará, que lhefoi atribuída depois, se resumiria, poste-riormente, em Pará, que na língua tupi--guarani quer dizer rio-mar.

5O opúsculo Memória Histórica do Espiritis-mo, publicado pela FEB em 1904, registraque esses periódicos foram criados em 1903.

reformador maio 2006 - B.qxp 12/5/2006 11:43 Page 36

Page 37: Reformador 05 maio_2006

A FEB na BienalInternacional do Livro

de São PauloA 19a Bienal Internacional do

Livro de São Paulo ocorreu nopavilhão de Exposições Anhem-bi, da capital paulista, de 9 a 19de março, quando foram vendi-dos mais de cinco mil livros espí-ritas e distribuídos quase 400 milmateriais de divulgação da litera-tura e do Movimento Espírita.

De acordo com as pesquisasfeitas, constatamos que o livro es-pírita ocupou cerca de 900m2 em

toda Bienal, sem considerar o espa-ço ocupado nas livrarias leigas.

Juntas, a FEB e a Associação deEditoras, Distribuidoras e Divul-gadoras do Livro Espírita (Adeler)utilizaram um dos maiores estan-des: quase 500m2 destinados a pro-mover a literatura espírita e a dis-tribuir milhares de cartazes, folhe-tos e jornais sobre as atividadesdesenvolvidas pelas instituiçõesespíritas do Brasil e do Exterior.

Em seu estande de 210m2, aFEB distribuiu, gratuitamente,394 mil materiais sobre o Espiri-tismo: adesivos para carro, folhe-tos, sacolas, marcadores de livro,catálogos, livretos promocionais eexemplares da revista Reformador,além de mensagens espíritas. A Fe-deração Espírita Brasileira, a exem-plo dos anos anteriores, não ven-deu livros no varejo.

De acordo com a Adeler, mais

37Maio 2006 • Reformador 119955

reformador maio 2006 - B.qxp 12/5/2006 11:43 Page 37

Page 38: Reformador 05 maio_2006

de 16,5 mil livros foram vendi-dos pela entidade durante a Bie-nal; sendo um terço deles edita-dos pela FEB.

Lançamentos erelançamentos da FEB

A Federação Espírita Brasilei-ra lançou quatro títulos e relan-çou quatro livros na Bienal.

Entre os lançamentos da FEBestão Instrução Prática sobre asManifestações Espíritas e O Espiri-tismo na sua Expressão mais Sim-ples, ambos de Allan Kardec, tra-duzidos pelo secretário-geral daFEB, Evandro Noleto Bezerra, quefez sessão de autógrafos no dia 18de março. As obras dão seqüênciaà iniciativa da FEB de traduzir to-da a obra de Allan Kardec.

Na área de literatura infantil, aFEB lançou A Praia do Tatuí e OCão Salva-Vidas, de autoria de Cla-ra Lila Araújo e da vice-presidenteda FEB, Cecília Rocha, que auto-grafou no dia 12 de março.As obras fazem parte dacoleção “Lições de Vi-da”, que traz histó-

rias educativas e de ele-vado conteúdo. Oslivros O CoelhinhoMexe-Mexe, BomLouro, Surpresano Campo, OGato Lindinho,A SementinhaAmarela, e AGotinha de Or-valho, das auto-ras Cecília Ro-cha e Zaira Silvei-ra, pertencem a es-sa coleção.

Entre os relançamen-tos da FEB estão dois livrosclássicos: Boa Nova, pelo EspíritoHumberto de Campos, e ContosDesta e Doutra Vida, pelo EspíritoIrmão X, ambos psicografados porFrancisco Cândido Xavier. Outrotítulo relançado foi Grandes e Pe-quenos Problemas, psicografado pe-lo médium Angel Aguarod.

O maior sucesso da Bienal cou-be ao relançamento infantil Carti-

lha do Bem – ditado pelo Es-pírito Meimei ao médium

Francisco Cândido Xa-vier – que ganhou umnovo projeto gráfico ebelas ilustrações.

Em segundo lugar, na lista dasedições mais procuradas, está acaixa com sete livros de Allan Kar-dec: O Livro dos Espíritos, O Livrodos Médiuns, O Evangelho segundoo Espiritismo, O Céu e o Inferno, AGênese, O que é o Espiritismo eObras Póstumas. Além dos livros,a caixa contém, como brinde, umCD com as obras digitalizadas. Nototal, mais de dois mil exemplaresdas obras de Kardec foram vendi-das durante o evento.

O terceiro lugar entre os livrosespíritas mais procurados coubea Nosso Lar, que é a obra mediú-nica mais vendida do mundo (su-perou a quantidade de 1,5 milhãode exemplares). Em seguida vemMemórias de um Suicida que, naBienal do Rio de Janeiro do anopassado, foi o livro espírita maisvendido.

Evandro Noleto Bezerra

Cecília Rocha

reformador maio 2006 - B.qxp 12/5/2006 11:43 Page 38

Page 39: Reformador 05 maio_2006

Área Infantil atraiumilhares de crianças

Uma área de 12 metros qua-drados foi destinada exclusiva-mente ao público infantil. A ati-vidade “Fazer o Bem com Ale-gria” atraiu milhares de criançasque assistiram a peças de teatrocom fantoches e participaram debrincadeiras como pintura derosto e bolamania. Adesivos e fo-lhetos relacionados com os livrosinfantis da FEB foram distribuí-dos às crianças, que também re-ceberam brindes, como jogos edu-cativos e marcadores. Trinta milexemplares da publicação Turmada Paz foram impressos e doadosao público infantil que visitou oestande.

Centro de InformaçõesEspíritas: sucessoabsoluto

No corredor que ligava a áreada FEB ao estande da Adeler fun-cionou o Centro de Informações

Espíritas, que apresentou o resul-tado dos trabalhos desenvolvidospelo Movimento Espírita no Bra-sil e em outros países.

Dezenas de instituições envia-ram folhetos, cartazes, CDs, pan-fletos, livretos com endereços,revistas e jornais. Todo o mate-rial foi distribuído ao público. AFEB imprimiu e distribuiu 10mil folhetos “Conheça o Espiri-tismo”, 10 mil “Divulgue o Espi-ritismo”, 16 mil informativos so-

bre a FEB e 14 mil livretos dasCampanhas Viver em Família, EmDefesa da Vida e Construamos aPaz Promovendo o Bem!. A FEBexibiu também vídeos institucio-nais e edições do programa deTV Terceira Revelação.

Reformador na Bienal

A revista Reformador mantémespaço exclusivo para divulgaçãoe assinaturas desde a Bienal de2004 em São Paulo.

Adeptos de diversas religiões vi-sitaram o estande a fim de conhe-cer a Revista e as obras da FEB.Dez mil exemplares de Reforma-dor foram distribuídos ao públicoe muitas assinaturas foram reali-zadas no período da Bienal.

O público teve a oportunidadede observar as recentes edições daRevista, com projeto gráfico novo:os artigos ganharam cores e vinhe-tas, sendo enriquecidos com fotos,que deram maior interatividade àsmatérias.

39Maio 2006 • Reformador 119977

reformador maio 2006 - B.qxp 12/5/2006 11:43 Page 39

Page 40: Reformador 05 maio_2006

uando deixei o invólucro terreno, pronun-ciaram vários discursos sobre o meu túmu-lo, impregnados todos pela mesma idéia.

Sonnez, meu amigo, ides gozar do repouso eterno.Alma, dizia o padre, repousai na contemplação divi-na. Amigo, repetia o terceiro, dorme em paz, apósuma vida de tantas realizações. Enfim, era o repousoeterno contínuo, que ressaltava do fundo de tantosadeuses comoventes.

O repouso eterno! Que entendiam por esta ex-pressão e pelas mesmas palavras continuamente re-petidas, cada vez que um homem desaparecia na Ter-ra e ia para o desconhecido?

Ah! meus amigos, dizeis que repousamos. Estra-nho erro! compreendeis o repouso à vossa maneira.Olhai ao redor de vós: existe repouso? Neste mo-mento as árvores vão despojar-se de seus envoltóriosencantadores; tudo geme nesta estação; a Naturezaparece preparar-se para a morte e, no entanto, se seprocurar, achar-se-á a vida em preparação sob essamorte aparente; tudo se depura nesse grande labora-tório terrestre: a seiva e a flor, o inseto e o fruto, tudoque deve adornar e fecundar.

Esta montanha, que parece ter uma imobilidadeeterna, não repousa. As moléculas infinitas que acompõem realizam um trabalho enorme; umas ten-dem a se agregar, outras a se separar; e essa lentatransformação inicialmente causa espanto e depoisadmiração ao pesquisador que acha em tudo instin-tos diversos e mistérios a explorar. E se a Terra assimse agita em suas entranhas, é que esse grande cadi-nho elabora e prepara o ar que respirais, os gazes quedevem sustentar a Natureza inteira. É que ela imitaos milhões de planetas que percebeis no espaço, ecujos movimentos diários, o trabalho contínuo, obe-

decem à vontade soberana. Sua evolução é matemá-tica, e se encerram outros elementos além dos quevos fazem agir, ide! crede-o, esses elementos traba-lham a sua depuração, a sua perfeição.

Sim, a sua perfeição; porque é a palavra eterna. Aperfeição é o objetivo e, para alcançá-lo, átomos,moléculas, seiva, minerais, árvores, animais, homens,planetas e Espíritos se empenham nesse movimentogeral, que é admirável por sua diversidade, pois éharmonia. Todas as tendências visam ao mesmo ob-jetivo, e esse objetivo é Deus, centro de toda atração.

Depois de minha partida da Terra, minha missãonão está realizada. Busco e trabalho todos os dias; meupensamento alargado abarca melhor o poder dirigen-te; sinto-me melhor fazendo o bem e, como eu, legiõesinumeráveis de Espíritos preparam o futuro. Não acre-diteis no repouso eterno! Os que pronunciam tais pa-lavras não lhes compreendem o vazio. Vós todos queouvis, podeis aniquilar o pensamento, forçá-lo ao re-pouso? Oh! não; a vagabunda procura e procura sem-pre e não desagrada aos amáveis e úteis charlatães, quenegam o Espírito e o seu poder. O Espírito existe, nóso provamos e o provaremos melhor quando chegar ahora. Nós lhes ensinaremos, a esses apóstolos da incre-dulidade, que o homem não é o nada, uma agregaçãode átomos reunidos ao acaso e destruídos da mesmaforma. Nós lhes mostraremos o homem radiante porsua vontade e seu livre-arbítrio, senhor de seus desti-nos e elaborando na geena terrena o poder da ação ne-cessária a outras vidas, a outras provas.

SO N N E Z

Fonte: Revue Spirite (Revista Espírita) – novembro de 1865, “Disser-

tações Espíritas”. 2. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. p. 467-469.

40 Reformador • Maio 2006 119988

Q(Sociedade de Paris, 13 de outubro de 1865 – Médium: Sr. Leymarie)

Páginas da Revue Spirite

O repouso eterno

reformador maio 2006 - B.qxp 12/5/2006 11:43 Page 40

Page 41: Reformador 05 maio_2006

CONSELHO DIRETORPresidente: Nestor João Masotti. Vice-presidentes: Altivo Ferreira, Cecília Rocha, Ilcio Bianchi e José Carlos da Silva Silveira.

DIRETORIA EXECUTIVADiretores: Affonso Borges Gallego Soares, Amaury Alves da Silva, Antonio Cesar Perri de Carvalho, Arthur do Nascimento, EdnaMaria Fabro, Evandro Noleto Bezerra, Geraldo Campetti Sobrinho, João Pinto Rabelo, José Salomão Mizrahy, Maria de LourdesPereira de Oliveira, Marta Antunes de Oliveira Moura, Norberto Pásqua, Rute Vieira Ribeiro, Sady Guilherme Schmidt e Tânia deSouza Lopes.

CONSELHO FISCALEfetivos: César Augusto Lourenço Filho, Danilo de Castro Silva e Sérgio Thiesen. Suplentes: Alamir Gomes de Abreu, Eliphas LeviGarcez Maia e Ennio de Oliveira Tavares.

ASSESSOR DA PRESIDÊNCIAJorge Godinho Barreto Nery.

REFORMADORDiretor: Nestor João Masotti. Diretor-substituto e Editor: Altivo Ferreira. Redatores: Affonso Borges Gallego Soares, Antonio CesarPerri de Carvalho, Evandro Noleto Bezerra, Lauro de Oliveira São Thiago. Secretária: Sônia Regina Ferreira Zaghetto. Gerência:Amaury Alves da Silva.

CONSELHO SUPERIOREfetivos: Adésio Alves Machado, Allan Eurípedes Rezende Nápoli, Allan Kardec Rezende Nápoli, Ana Maria Rodrigues dos Santos,Carlos Roberto Campetti, Christodolino da Silva, Clara Lila Gonzalez de Araújo, Délio Pereira de Souza, Inaldo de Lacerda Lima,Ismael de Miranda e Silva, Jamile Mizrahy, João Carlos Izaac Feres, Jorge Godinho Barreto Nery, José Francisco dos Santos, José Jorge,Marco Aurélio Luzio Assis, Maria Euny Herrera Masotti, Maria Luiza Priolli dos Santos Fonseca, Nilton da Costa Pereira de SãoThiago, Paulo Affonso de Farias, Raimunda Maria Prata, Regina Lúcia de Souza B. Rodrigues, Salim Tannus Feres Neto, TossieYamashita, Yola Carvalho Borges de Souza, Zêus Wantuil, Lydia Alba da Silva, Lucia Maria Alba da Silva, Darcy Neves Moreira e RosaMizrahy. Indicados pelo CFN: César Soares dos Reis, Dori Vânia da Costa Cunha, Francisco Bispo dos Anjos, Gerson Simões Mon-teiro, Jonas da Costa Barbosa, José Raimundo de Lima, Marcelo Paes Barreto, Nilton Stamm de Andrade, Umberto Ferreira e AnaLuiza Nazareno Ferreira. Ex-Presidente: Juvanir Borges de Souza.Suplentes: Cybele Silva Gomes, Bittencourt Rezende de Nápoli, Suely Caldas Schubert, Israel Quirino do Nascimento, Alzira Matosode Abreu, Márcia Antonio Frota Correia, Maria da Conceição Campos, Marley de Souza Lopes, Venita Abranches Simões e MariaAlves da Silva. Indicados pelo CFN: Pedro Valente da Cunha, Márcia Regina Pini de Souza e João de Jesus Moutinho.

CONSELHO FEDERATIVO NACIONALEntidades Federativas Estaduais: Acre – Federação Espírita do Estado do Acre; Alagoas – Federação Espírita do Estado de Alagoas;Amapá – Federação Espírita do Amapá; Amazonas – Federação Espírita Amazonense; Bahia – Federação Espírita do Estado da Bahia;Ceará – Federação Espírita do Estado do Ceará; Distrito Federal – Federação Espírita do Distrito Federal; Espírito Santo – FederaçãoEspírita do Estado do Espírito Santo; Goiás – Federação Espírita do Estado de Goiás; Maranhão – Federação Espírita do Maranhão;Mato Grosso – Federação Espírita do Estado de Mato Grosso; Mato Grosso do Sul – Federação Espírita de Mato Grosso do Sul; Mi-nas Gerais – União Espírita Mineira; Pará – União Espírita Paraense; Paraíba – Federação Espírita Paraibana; Paraná – FederaçãoEspírita do Paraná; Pernambuco – Federação Espírita Pernambucana; Piauí – Federação Espírita Piauiense; Rio de Janeiro – Uniãodas Sociedades Espíritas do Estado do Rio de Janeiro; Rio Grande do Norte – Federação Espírita do Rio Grande do Norte; Rio Grandedo Sul – Federação Espírita do Rio Grande do Sul; Rondônia – Federação Espírita de Rondônia; Roraima – Federação Espírita Ro-raimense; Santa Catarina – Federação Espírita Catarinense; São Paulo – União das Sociedades Espíritas do Estado de São Paulo;Sergipe – Federação Espírita do Estado de Sergipe; Tocantins – Federação Espírita do Estado do Tocantins.

ENTIDADES ESPECIALIZADAS DE ÂMBITO NACIONALAssociação Brasileira de Divulgadores do Espiritismo, Associação Brasileira dos Magistrados Espíritas, Cruzada dos MilitaresEspíritas e Instituto de Cultura Espírita do Brasil.

Federação Espírita BrasileiraCOMPOSIÇÃO DOS ÓRGÃOS DA FEB EM MARÇO DE 2006

41Maio 2006 • Reformador 119999

reformador maio 2006 - B.qxp 12/5/2006 11:43 Page 41

Page 42: Reformador 05 maio_2006

42 Reformador • Maio 2006 220000

Brasília (DF): Homenagem a Chico Xavier A Comunhão Espírita de Brasília, uma das mais anti-gas instituições espíritas do Distrito Federal, come-morou o aniversário de sua fundação realizando sig-nificativa homenagem à vida e obra do saudoso mé-dium Francisco Cândido Xavier. Uma série de eventos,caracterizados pela divulgação das poesias e dos as-pectos filosóficos, científicos e religiosos da monu-mental obra psicografada pelo Chico, ocorreu no pe-ríodo de 1o a 8 de abril, com a participação do presi-dente Nestor João Masotti e dos diretores da FEB JoãoPinto Rabelo, Marta Antunes Moura e Antonio CesarPerri de Carvalho.

Sergipe: X Ciclo de Palestras A Federação Espírita do Estado de Sergipe comemo-rou a 10a edição do Ciclo de Palestras realizando, de 1o

a 30 de abril, visita a 83 instituições espíritas em todoo Estado, com a participação de 73 expositores, queabordaram o tema Espiritismo: O Consolador Prome-tido. O presidente da FEES, Júlio César Freitas Góes,fez a palestra de abertura do evento. Nos dias 29 e 30,ocorreu, no Teatro Atheneu, um Workshop sob a orien-tação dos expositores baianos Adenáuer Novaes eDjalma Argolo.

Paraná: Conferência Espírita De 24 a 26 de março, Curitiba sediou a VIII Con-ferência Estadual Espírita, que estudou o tema A leida reencarnação. Sob a coordenação de Divaldo Fran-co, Raul Teixeira e Cosme Massi, conferências e semi-nários foram apresentados no Centro de Exposiçõesno Parque Barigui, com abordagem dos temas: A ló-gica da reencarnação, A reencarnação através dos tem-pos e A justiça da reencarnação. Informações no site:www.feparana.com.br

Bélgica: Simpósio EspíritaO VII Simpósio da Union Spirite Belge ocorre nosdias 6 e 7 deste mês, em colaboração com a UnionSpirite Française et Francophone, tendo como tema

central Os verdadeiros valores do Espiritismo. Infor-mações com a USB pelo telefone 32 04 4 227-60 76ou página eletrônica: www.useersskynet.be/usb e cor-reio eletrônico: [email protected]

B. Horizonte (MG): Congresso Médico-Espírita Realizou-se em Belo Horizonte, de 21 a 23 de abril, oCongresso da Associação Médico-Espírita de MinasGerais, com o tema central Endemias e Epidemias doSéculo XXI, sob a ótica da Medicina e Espiritualidade,desenvolvido pelos expositores Décio Iandoli Jr. (SP),Honório Onofre de Abreu (MG), José Roberto Perei-ra Santos (ES), Marlene Rossi Severino Nobre (SP),Roberto Carlos Duarte (MG) e Roberta Romanelli(MG). O evento ocorreu na sede da Associação Médi-ca de Minas Gerais e contou com a participação dotribuno espírita Divaldo Pereira Franco.

Fortaleza (CE): Cinema Espírita Todo segundo domingo de cada mês a Associaçãodos Divulgadores do Espiritismo do Ceará promove oCine-Bem, nas dependências do Cine Benfica, noShopping Benfica, de Fortaleza. Os filmes, com te-mática espiritualista, são debatidos sob a coorde-nação de um expositor espírita convidado, que res-ponde a perguntas da platéia. A sessão começa às 10horas, mas as atividades têm início às 9 horas, comuma minifeira do livro espírita no hall do Cinema.Informações pelos telefones: (85) 3283-6000 e (85)3249-8812.

Noruega: Centro de Estudos Espíritas Foi fundado na Noruega, em Narvik, o Centro de Es-tudos Espírita Bernt Torstenson, dirigido por EdnaMedeiros. As reuniões, realizadas às quartas-feiras,das 19h às 20h, ocorrem em Kongens – gt 8 A –Narvik. Material informativo espírita, jornais, revistasdeverão ser enviados para o endereço de correspon-dência, em nome da dirigente Edna Medeiros, na RuaLuneng: Myrveien 5 8517 Narvik Noruega. E-mail pa-ra contato: [email protected]

Seara Espírita

reformador maio 2006 - B.qxp 12/5/2006 11:43 Page 42

Page 43: Reformador 05 maio_2006
Page 44: Reformador 05 maio_2006

E A

P I E S A DO VIR S E M T

E Á NI O!N A, U S ÃTA

e s d

Q m a ria e e o i

“ u o d tov d irrl ga o io ”

r s d ee s d e u

p ju e í n D ?s g

sll n aA d, K r ca e

e h d O Ev n

Es r ta gs o pi

l e u i s on oo g

i m

ET I

R O ES I R E RS IF AÇ

A AED Ã P R BÍ A L

adiVmE

de e af sad

Q

e

“ uri i e d r o

a o

o o s

me ro s s d i

p

i

ld to

t

mn tur

h ei

a a dom?

s o

vO

r ”d v .e i e

R Í

EO SP A B

E AT

I A

FÇÃ E R R S I

I A L

D

E R

aVidEm fesed a

ad

OS

R

IEI E

A DP M

V

E

A

S T

BO!OA

ORT N, Ã

o EO

s p i

s í td

r os

L r v

io

Ku

, aest

ldec Q

880

Ar —

o

l n

ã a

IP A DE E O VI A

R S E M ST

OD S, R ÃA !G N O

o s. u“

sau es áD Q e

a mr gt

d ”d use tr in o.es

ETA I

D PÍ LFE ÇÃ R B A A

AS I

O S I E RR E R

daVimE sfe e ad

da

RESPEITEMOS A VIDA

SUICÍDIO, NÃO!

“Você continuará a viver depois da morte.

Suicídio é ilusão.Procure ajuda.”

FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRAVida

Emdefesa

da

AR E M

I

S T OE S V A

E P I D

NÊ C Ã !A

I L, O

O N IV

Uo s i i

“ ju

m ime cr nã t f acou ro.”t

D

E

à L

FE

R S I

E AÇ S RI A

R O Í T B

EP I A A R

V adi

mEe ad sefda