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  • Anlise sensorial, microbiolgica e determinao do teor de compostos fenlicos em

    refrigerantes

    Departamento de Cincias e Tecnologia da Biomassa

    Mestrado em Tecnologia e Segurana Alimentar

    Qualidade Alimentar I

    Docente: Ana Lcia Leito

    Trabalho elaborado por:

    Grupo 4 Turno Compactado

    ngela Batista n 46366

    David Silva n 45935

    Ivo Lindim n 46636 28 de Maio de 2015

  • Anlise sensorial, microbiolgica e determinao do teor de compostos

    fenlicos em refrigerantes

    ndice

    1. Resumo............................................................................................................................. 2

    2. Introduo........................................................................................................................ 2

    3. Material e Mtodos ......................................................................................................... 5

    4. Resultados Experimentais ............................................................................................... 6

    4.1. Anlise Sensorial........................................................................................................... 6

    4.2. Anlise Microbiolgica ................................................................................................. 8

    4.3. Determinao do teor de compostos fenlicos .......................................................... 9

    5. Discusso........................................................................................................................ 11

    6. Concluso ....................................................................................................................... 13

    7. Referncias Bibliogrficas ............................................................................................. 14

    8. Anexos............................................................................................................................ 17

    1

  • Anlise sensorial, microbiolgica e determinao do teor de compostos fenlicos em refrigerantes

    2

    1. Resumo

    O presente trabalho teve como objetivo a anlise sensorial, microbiolgica e a determinao

    do teor de compostos fenlicos em duas amostras distintas de refrigerantes, Amostra 26 (ou A)

    e Amostra 93 (ou B). Aps a realizao da anlise sensorial observou-se que 10 em 19 alunos

    elegeram a Amostra B como possuidora de maior qualidade organoltica. Na anlise

    microbiolgica determinou-se o nmero total de microrganismos, por contagem de colnias

    num meio de cultura slido aps incubao a 30 C em aerobiose, utilizando as mesmas

    amostras avaliadas anteriormente, tendo sido uma poro refrigerada a 4 C e outra colocada

    na ausncia de luz temperatura ambiente. Atravs desta anlise observou-se que no houve

    crescimento microbiano em ambas as amostras. No entanto, analisando os resultados de outros

    grupos verificou-se crescimento microbiano na Amostra A, sendo o resultado obtido na poro

    colocada temperatura ambiente de 4,4103 UFC/mL e na poro refrigerada 4,0 UFC/mL de

    produto. Relativamente, anlise instrumental, procedeu-se a uma reduo em meio alcalino

    de um composto do reagente de Folin-Ciocalteu que permitiu a quantificao dos compostos

    fenlicos, atravs de espectrofotometria de UV-visvel, obtendo-se na Amostra A e B,

    respetivamente, 74,8 mg/L e 366,4 mg/L de equivalentes de cido glico. Verificaram-se,

    tambm, os resultados obtidos pelos restantes participantes, nos quais as Amostras A e B,

    possuam respetivamente, 67,0 9,6 mg/L e 425,7 36,9 mg/L de equivalentes de cido glico.

    Por fim, realizou-se um tratamento estatstico para averiguar a reprodutibilidade dos valores

    obtidos pelos vrios grupos, onde se concluiu que no existe preciso nos resultados.

    2. Introduo

    A indstria de refrigerantes e sumos apresenta-se como uma indstria de grande magnitude

    e impacte na economia mundial, com grande influncia na vida da populao em geral, sendo

    estes produtos alimentares produzidos e distribudos em quase todos os pases do mundo

    (Shacman, 2005).

    Um refrigerante ou uma bebida refrigerante consiste num lquido constitudo por gua (cerca

    de 90% da sua constituio), que contm em soluo, emulso ou suspenso ingredientes como

    sumo, polme, xaropes, extratos, entre outros. Eventualmente pode ser aromatizado, adoado,

    acidulado e ou gaseificado com dixido de carbono e pode ainda conter fruta, sumo de fruta

    e/ou sais minerais e vitaminas. Quanto aos aromas empregues, estes podem ter origem em

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    sumos de frutos, em extratos vegetais ou substncias aromticas (Portaria n.703/96 de 6 de

    Dezembro; PROBEB, 2015).

    Uma das primeiras e grandes tendncias da indstria de refrigerantes ir ao encontro das

    necessidades dos consumidores, sendo a criao de formulaes de baixas calorias ou light e

    a procura de novos sabores e ingredientes, reas com grande importncia. Hoje em dia existe

    um grande interesse no uso de extratos vegetais dado os seus benefcios em termos de sabor,

    sade e por serem percebidos pelo consumidor como produtos naturais (Shacman, 2005).

    Os refrigerantes de extratos vegetais (como as colas, as bebidas de ch ou lima-limo)

    (PROBEB, 2015), resultam da diluio em gua de extratos e aromatizantes, podendo

    eventualmente incluir sumo, polme ou respectivos derivados e ainda outros ingredientes

    comestveis de origem vegetal. Os extratos vegetais so produtos, com efeito aromatizante ou

    spido, obtido a partir de matrias vegetais, podendo ser sujeito a processos de concentrao

    (Portaria n 703/96 de 6 de Dezembro).

    O ch, proveniente das folhas da planta Camellia sinensis (da famlia Theaceae), a bebida

    mais popular do mundo, a seguir gua, e uma fonte rica em elementos importantes para a

    dieta humana, sendo consumido por cerca de metade da populao mundial. O ch

    classificado em 6 categorias, sendo os chs branco, verde, oolong e preto os mais consumidos.

    Estes so classificados atravs de variaes na colheita, processamento e pelo grau de oxidao

    dos polifenis das folhas de ch (Szymczycha-Madeja et al.,2012; Damiani et al., 2014). O seu

    contedo em polifenis inclui catequinas, flavonis, flavanonas, cidos fenlicos, glicosdeos e

    agliconas de pigmentos vegetais (Spigno et al., 2009). Apesar de todos os extratos aquosos

    serem, tradicionalmente, designados por chs, apenas os provenientes de infuses da planta

    Camellia sinensis deveriam ser assim designados. Os extratos aquosos provenientes de outras

    plantas, deveriam designar-se tisanas, as quais apresentam valores de atividade antioxidante,

    fenis e flavonides totais, bastante inferiores comparativamente aos extratos de C. sinensis

    (Antunes, 2012). Para alm do ch, existem infuses de outras plantas que so correntemente

    consumidas, sendo as infuses a principal fonte de compostos fenlicos na nossa dieta. Para

    alm de atividade antioxidante estes compostos apresentam atividade antibacteriana,

    anticancergena, anti-inflamatria, antiviral, antialrgica e efeitos imuno-estimulantes (Atoui et

    al.,2005).

    Os compostos fenlicos, metabolitos secundrios das plantas e dos frutos, constituem uma

    das famlias de antioxidantes mais abundantes na dieta alimentar humana, existindo mais de

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    8000 estruturas fenlicas identificadas. Em termos qumicos, os fenlicos so compostos que

    possuem um ou mais anis aromticos com um ou mais grupos hidroxilo. Estes so geralmente

    classificados em cidos fenlicos, flavonides, stilbenos, cumarinas e taninos, sendo os

    flavonides um grupo que se encontra largamente distribudo em plantas medicinais, legumes,

    sumos de fruta e uma variedade de bebidas, como ch, caf e vinhos. A sua classificao em

    grupos feita pelo nmero de anis fenlicos que possuem e pelo tipo de elementos estruturais

    que ligam esses mesmos anis (Antunes, 2012; Franco, 2014; Shaghaghia et al.,2008)

    Dependendo do composto fenlico em causa, em produtos alimentares, desempenham um

    papel importante na cor (incluem pigmentos amarelos, cor-de-laranja, vermelhos e azuis) e no

    sabor (essencialmente amargura e adstringncia), podendo, tambm, ser responsveis pelo

    aroma e estabilidade oxidativa. Na indstria alimentar, estes so adicionados aos alimentos,

    principalmente para prolongar o tempo de vida til do produto (Antunes, 2012; Franco, 2014).

    A qualidade alimentar pode ser descrita como os requisitos necessrios para satisfazer as

    necessidades e expectativas do consumidor (Peri, 2006), incluindo requisitos como os sensoriais,

    de segurana e nutricionais. Algumas das propriedades sensoriais analisadas e de importncia

    para o sucesso de um refrigerante so a doura, acidez/azedume, aroma, paladar, cor e

    turvao. A anlise sensorial desempenha um papel importante na indstria dos refrigerantes,

    pois este produto alimentar pode cumprir todas as especificaes de qualidade, Brix, acidez, cor,

    turvao, nveis de conservantes, especificaes microbiolgicas, valor nutricional, entre outras,

    mas no apresentar um flavour e aparncia dentro do esperado, e desta forma ser

    potencialmente rejeitado pelo consumidor (Shacman, 2005). Quanto segurana, esta tem de

    garantir, por um lado, que os alimentos no causam nenhum dano sade dos consumidores e,

    por outro lado, que estes no se encontram imprprios para o consumo humano quer por

    motivos de contaminao, de origem externa ou outra, quer por putrefao, deteriorao ou

    decomposio (Regulamento (CE) n 178/2002). As contaminaes microbiolgicas so a

    principal causa de contaminao das bebidas, sendo provenientes de matrias-primas, em

    especial acares, sumos e concentrados de frutas, processamento e higienizao inadequados

    (ANIRSF, 2007), sendo as doenas gastrointestinais as consequncias mais comuns de consumir

    bebidas contaminadas (Akonda et al.,2009).

    No presente trabalho analisaram-se as caractersticas organolticas, microbiolgicas e

    procedeu-se determinao do teor de compostos fenlicos em duas amostras distintas de

    refrigerantes. Na anlise sensorial avaliou-se a preferncia (teste hednico) entre as duas

    amostras. Na anlise microbiolgica determinou-se o nmero total de microrganismos, por

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    contagem de colnias num meio de cultura slido aps incubao a 30 C em aerobiose segundo

    o mtodo de referncia NP 4405-2002. Para a quantificao dos compostos fenlicos totais

    presentes nas amostras em estudo realizou-se um ensaio colorimtrico de Folin-Ciocalteu,

    sendo este um mtodo operacionalmente simples, sensvel e reprodutvel. A pH alcalino os

    compostos fenlicos reduzem o heteropolianio molibdotungnesteniofosfrico, complexo

    presente no reagente de Folin-Ciocalteu, originando o aparecimento de um produto com

    colorao azul com um mximo de absoro nos 765 nm (Prior et al.,2005; Magalhes et al.,

    2008). Este mtodo permite a quantificao de compostos fenlicos, pois a intensidade da

    colorao desenvolvida proporcional ao teor fenlico, podendo esta intensidade ser

    quantificada com base na leitura de absorvncias num espectrofotmetro UV-visvel, a 765 nm.

    O cido glico utilizado como composto padro de referncia, sendo os resultados expressos

    em equivalentes de cido glico (EAG), normalmente em mg/L (Magalhes et al., 2008).

    3. Material e Mtodos

    Neste trabalho foram analisadas, por mtodos sensoriais, microbiolgicos e instrumentais,

    duas amostras de refrigerantes, identificadas como Amostra 26 (mencionada por amostra A) e

    Amostra 93 (mencionada por amostra B).

    Na anlise sensorial, foram fornecidos trs copos, um com gua e os outros contendo a

    respetiva amostra, a 19 indivduos, que se encontravam separados. Foi solicitada a distino das

    amostras, numa escala de 1 a 9 (sendo 1 No gosto nada e 9 Gosto muito), a descrio com

    especificidade de cada amostra e a indicao da preferncia entre as amostras. O teste foi

    realizado 2h aps o almoo, num local isento de cheiro e rudo, iluminado com a luz solar e

    lmpadas.

    Na anlise microbiolgica, utilizaram-se as mesmas amostras que foram avaliadas

    anteriormente, tendo sido uma poro refrigerada a 4 C e outra colocada na ausncia de luz

    temperatura ambiente. Numa Cmara de Fluxo Laminar Horizontal (Steril-Helios) adicionou-

    se, com uma pipeta esterilizada, 1 mL de suspenso me e de cada uma das diluies efetuadas

    em ambas as amostras (10-1 e 10-2) em placas de Petri esterilizadas. Adicionou-se cerca de 15 mL

    de meio de cultura (peptona trpsica de casena 5 g/L, extrato de levedura 2,5 g/L, glucose 1,0

    g/L e agar 15 g/L, pH 7) a cada uma das placas e misturou-se cuidadosamente o inculo ao meio

    de cultura. Deixou-se solidificar e incubaram-se as placas invertidas, na estufa temperatura de

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    6

    9

    10

    Amostra A Amostra B

    0

    2

    4

    6

    8

    10A

    BC

    D

    E

    F

    G

    H

    IJK

    L

    M

    N

    O

    P

    Q

    RS

    Amostra A Amostra B

    30 1 C durante 72 3 h. Por fim, procedeu-se contagem das colnias desenvolvidas aps o

    perodo de incubao.

    Na anlise instrumental, pipetou-se 0,2 e 0,05 mL das amostras A e B, respetivamente, para

    uma soluo aquosa contendo 0,5 mL reagente de Folin-Ciocalteu em 6 mL de gua destilada.

    Aguardou-se 60 segundos e seguidamente adicionou-se 1,5 mL duma soluo aquosa de

    carbonato de sdio (Na2CO3) 20% (p/v). Perfez-se at 10 mL com gua destilada,

    correspondendo deste modo um fator de diluio de 50 Amostra A e de 200 B.

    As amostras foram incubadas durante 1 hora na ausncia de luz e posteriormente procedeu-

    se leitura da absorvncia, a 765 nm num Espectrofotmetro (Shimadzu UV-120: 11-880 nm).

    4. Resultados Experimentais 4.1. Anlise Sensorial

    O teste de preferncia realizou-se tendo em conta parmetros como aparncia,

    particularmente a cor e turbidez, cheiro e sabor de cada uma das amostras, possibilitando desta

    forma uma escolha preferencial por parte dos 19 participantes. No geral, 10 dos participantes

    preferiram a amostra B enquanto que 9 preferiram a amostra A, como se pode observar nas

    figuras seguintes.

    Figura 1 - Resultados do teste hednico realizado a 19 indivduos: (a) avaliao numrica numa escala de 1 a 9 dada por cada participante (identificados por letras); (b) resultado final do teste de preferncia.

    Na Tabela seguinte, encontram-se as avaliaes numricas numa escala de 1 a 9, sendo 1

    No gosto nada e 9 Gosto muito, dos alunos do grupo, bem como a sua escolha preferencial.

    (a) (b)

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    Como se pode observar os alunos J e L elegeram a amostra B como a bebida preferencial, sendo

    que o aluno J evidenciou o seu desagrado pela amostra A. No que se refere ao aluno K a sua

    avaliao das amostras no difere muito, apesar de eleger a amostra A como a possuidora de

    maior qualidade.

    Tabela 1 - Avaliao da qualidade das amostras numa escala numrica de 1 a 9.

    Amostra A Amostra B Preferncia

    Aluno J 3 6 B

    Aluno K 9 8 A

    Aluno L 7 8 B

    Foi tambm solicitado que descrevssemos as diferenas entre as duas amostras (ver anexo),

    estando algumas descries das caractersticas da bebida apresentadas seguidamente.

    Em termos de aparncia os trs membros do grupo concordaram que a amostra A

    apresentava uma colorao mais intensa, apresentando um tom amarelo torrado,

    comparativamente amostra B que apresentava um tom amarelo muito suave. O aluno K referiu

    que a amostra A apresentava uma colorao mais apelativa, visto aproximar-se da cor de outras

    bebidas como infuses e refrigerante de extratos de ch. Alm disso, os alunos J e L referiram

    que ambas as amostras apresentavam uma transparncia como a gua.

    Em relao ao cheiro, foi unnime no grupo que a amostra B apresentava um aroma ctrico,

    particularmente a limo. Por outro lado, os alunos L e K concordaram quanto presena de um

    aroma a pssego na amostra A, enquanto o aluno J inferiu que esta tinha um aroma

    caracterstico do ch.

    Relativamente acidez, os trs alunos concordaram que a amostra B era ligeiramente mais

    cida. Segundo os alunos J e K a amostra A era mais doce comparativamente amostra B, no

    entanto o aluno L discordou, definindo-a como a menos doce.

    O aluno L assinalou que a amostra B tinha um flavour mais intenso, que deixava uma

    sensao de secura e amargor, e, tambm, que era mais adstringente em comparao amostra

    A.

    Aps esta anlise verificou-se que existe uma certa divergncia entre os alunos do grupo em

    relao a algumas das caractersticas analisadas, o que possivelmente se deve falta de treino

    e experincia por parte dos participantes, pela ingesto de caf ou por um dos alunos ser

    fumador (aluno J).

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    4.2. Anlise Microbiolgica

    Na anlise microbiolgica, utilizaram-se as mesmas amostras que foram avaliadas

    anteriormente, tendo sido uma poro refrigerada a 4 C e outra colocada na ausncia de luz

    temperatura ambiente. No se verificou crescimento de colnias nas placas efetuadas.

    No entanto, nas amostras analisadas pelos membros do turno ps-laboral, observou-se

    crescimento nas placas contendo amostra A, estando os resultados obtidos na Tabela 2.

    Tabela 2 - Contagem de colnias em cada placa de Petri contendo amostra A refrigerada a 4 C e colocada na ausncia de luz temperatura ambiente.

    100 10-1 10-2 10-3

    Refrigerada 4 0 0 -

    T amb. >150 190 41 7

    De forma a determinar o nmero N de microrganismos por mililitro de produto, utilizou-se a

    seguinte equao:

    =

    ( + 0,1)

    Onde C representa a soma das colnias contadas nas duas placas consideradas; n1 nmero

    de placas consideradas na primeira diluio; n2 nmero de placas consideradas na segunda

    diluio e d o factor de diluio correspondente primeira diluio considerada, sendo neste

    caso 10-2. Note-se que para a determinao de N, consideram-se apenas placas que contenham

    no mximo 150 colnias em duas diluies consecutivas, e que no mnimo uma placa contenha

    15 colnias.

    Assim, o resultado obtido nas placas de Petri com a amostra colocada temperatura

    ambiente foi de 4,4103 microrganismos por mL de produto.

    Nas placas contendo amostra refrigerada, o nmero de microrganismos determina-se

    atravs da equao apresentada seguidamente, pois a amostra continha menos de 15 colnias.

    =

    onde c nmero de colnias contadas e d o factor de diluio. Desta forma, o resultado obtido

    foi 4,0 microrganismos por mL de produto.

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    4.3. Determinao do teor de compostos fenlicos

    Para determinar o teor de compostos fenlicos nas amostras de refrigerantes por

    espectrofotometria de absoro UV-Vis, prepararam-se solues padro de calibrao de

    concentrao conhecida (0; 0,5; 1,0; 2,0; 3,0; 4,0 e 5,0 mg/L) de cido glico. Foi efetuada uma

    curva de calibrao tendo em conta estas concentraes com os respectivos valores de

    absorvncia medidos no espectrofotmetro. O coeficiente de correlao obtido foi de 0,9858,

    sendo desta forma aceitvel o valor de concentrao calculado a partir desta regresso linear.

    Figura 2 - Curva de calibrao, utilizando solues padro de concentraes 0;0,5;1;2;3;4;5 mg/L de cido glico.

    A absorvncia, A, directamente proporcional concentrao, c, de acordo com a lei de

    Lambert-Beer,

    =

    onde representa a absortividade da espcie absorvente e o percurso ptico da radiao

    (Lajunen, 1992). Assim, de acordo com os valores de absorvncia e concentrao das solues

    padro, estimou-se a equao da recta:

    = 0,1873 0,0331

    Onde y representa a absorvncia e x a concentrao. Desta forma, para determinar o teor de

    compostos fenlicos nas amostras (x), substituiu-se na equao, os valores de absorvncia (y)

    obtidos. Em seguida, multiplicou-se pelo respectivo factor de diluio, estando apresentados os

    valores obtidos pelos diferentes grupos nas Tabelas seguintes.

    y = 0,1873x - 0,0331R = 0,9858

    -0,2

    0

    0,2

    0,4

    0,6

    0,8

    1

    0 1 2 3 4 5 6

    Ab

    sorv

    nci

    a

    Concentrao (mg/L)

    Curva de Calibrao

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    Tabela 3 - Valores de absorvncia e respectivas concentraes relativas amostra A.

    Ensaios Absorvncia Concentrao (mg/L) Equivalentes de cido Glico (mg/L)

    1 0,175 1,11 55,6

    2 0,236 1,44 71,8

    3 0,230 1,40 70,2

    4 0,247 1,50 74,8 5 0,258 1,55 77,7

    6 0,163 1,05 52,3

    7 0,216 1,33 66,5

    Tabela 4 - Valores de absorvncia e respectivas concentraes relativas amostra B.

    Ensaios Absorvncia Concentrao (mg/L) Equivalentes de cido Glico (mg/L)

    1 0,400 2,31 462,5

    2 0,362 2,11 421,9

    3 0,375 2,18 435,8

    4 0,310 1,83 366,4 5 0,377 2,19 437,9

    6 0,331 1,94 388,8

    7 0,404 2,33 466,7

    Foi realizado um tratamento estatistico que incidiu na determinao da mdia, desvio

    padro, coeficinte de variao (ver Tabela 5) e testes de rejeio Q de forma a averiguar a

    preciso dos resultados dos diferentes grupos. Analisando os resultados obtidos, verificou-se

    que coeficiente de variao maior que 5 %, no sendo os resultados de ambas as amostras

    reprodutveis e portanto no existe preciso nos resultados.

    Tabela 5 - Mdia, desvio padro, coeficiente de variao (CV) e Q calculado.

    Amostra A Amostra B

    Mdia (mg/L) 67,0 425,7

    Desvio-padro 9,62 36,9

    CV (%) 14,4 8,68

    Q calculado 0,126 0,223

    Relativamente ao teste Q, apresenta-se seguidamente o calculo efetuado para a Amostra A,

    tendo sido feito de forma idntica para a amostra B.

    =|52,3 55,6|

    |77,7 52,3| = 0,126

    %, = 0,507 , logo < %,

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    O Q calculado menor que o Q terico, e assim, pelos pressupostos do teste Q, os valores

    duvidosos 52,3 mg/L (amostra A) e 366,4 mg/L (amostra B) so aceites com pelo menos 10% de

    probabilidade de fazerem parte dos teores de compostos fenlicos de cada uma das amostras.

    5. Discusso

    Atravs dos resultados experimentais verificou-se que a Amostra B contm um teor de

    compostos fenlicos elevado e, como tal, esta deveria ter um sabor mais amargo e adstringente,

    o que de facto foi referido pelo aluno L na anlise sensorial. Alguns compostos polifenlicos

    quando ingeridos, produzem na boca uma sensao de constrio, secura e aspereza, pelo facto

    de se ligarem e precipitarem protenas salivares especficas, e tem sido sugerido que a perda

    destas protenas da saliva diminui a capacidade da saliva para lubrificar a boca, o que

    percebido como adstringncia (Antunes, 2012). Por outro lado a amostra A apresentou uma

    colorao mais escura, como referido pelos alunos na anlise sensorial, o que tambm pode

    dever-se ao tipo de compostos fenlicos, como por exemplo as teaflavinas e tearubinas que so

    muito importantes do ponto de vista da qualidade intrnseca, j que so responsveis pela cor,

    sabor e brilho de ch. As teaflavinas so responsveis pelas cores vermelho/alaranjadas, pelo

    sabor adstringente e so mais amargas enquanto as tearubiginas apresentam uma cor

    acobreada, so menos amargas e menos adstringentes (Nascimento, 2014).

    Na tabela seguinte apresentam-se teores de compostos fenlicos encontrados em chs preto

    e verde e em diversas infuses de ervas. Como possvel observar os chs contm um alto teor

    de compostos fenlicos em comparao com as outras infuses.

    Tabela 6 - Teor de compostos fenlicos totais em diferentes chs e infuses de ervas (Atoui et al.,2005)

    (a) 1 cup = 240 ml

    Como se pode verificar, em comparao com os resultados obtidos, os valores acima

    descritos apresentam diferenas significativas relativamente ao teor fenlico, podendo dever-

  • Anlise sensorial, microbiolgica e determinao do teor de compostos fenlicos em refrigerantes

    12

    se ao facto de as amostras utilizadas no serem integralmente chs, mas refrigerantes que

    podem ser, parcialmente, compostos por extratos de chs ou infuses. Na amostra B observou-

    se um teor mais elevado de compostos fenlicos quando comparado com a amostra A,

    possivelmente resultantes de misturas de extratos de ch ou infuses ou mesmo dos sumos de

    fruta. Como referido na anlise sensorial, a amostra B revelava um aroma ctrico,

    particularmente a limo, sendo este um fruto rico em nutrientes, incluindo flavonides, cido

    ctrico, vitamina C e sais minerais. Segundo Gonzlez-Molina e colaboradores (2009) o sumo de

    limo apresenta um teor de compostos fenlicos de 72,41 mg de cido glico/100mL, o que

    corrobora com o que foi dito anteriormente.

    Para alm disso, o mtodo de Folin-Ciocalteu no um mtodo especfico, tendo a

    desvantagem de determinar tambm outras substncias redutoras adicionadas ou

    naturalmente presentes como acares, aminas aromticas, guanina, compostos de enxofre,

    cido ascrbico e outras vitaminas, cidos orgnicos, ies inorgnicos como Cu (I) e Fe (II), tiis,

    entre outros (Antunes, 2012; Magalhes et al., 2008).

    Relativamente anlise microbiolgica, observou-se que nas placas de petri que continham

    amostra A refrigerada, o nmero total de microrganismos por mililitro de produto foi bastante

    reduzido. O que seria expectvel, pois a maioria dos refrigerantes informa no seu rtulo que

    aps a abertura deve-se conservar no frigorfico ou num local seco e fresco, sendo deste modo

    a temperatura o principal parmetro na conservao destes produtos, prevenindo a sua

    deteriorao. O armazenamento a temperaturas de refrigerao (abaixo dos 8C) reduz as taxas

    de crescimento de microrganismos. No entanto, os microrganismos responsveis pela

    deteriorao de produtos alimentares, bem como bactrias patognicas, so capazes de crescer

    a temperaturas desta ordem de grandeza. Outros fatores como o baixo pH e a atividade da gua,

    podem ser aplicadas para controlar a atividade microbiana (Kilcast et al., 2011).

    Os refrigerantes, particularmente os sumos de fruta, so suscetveis deteriorao

    microbiana, onde, sob certas condies, ocorre crescimento de organismos patognicos. A

    deteriorao pode ocorrer de forma acelerada quando os produtos no so previamente

    pasteurizados, pois tal fator implicar um tempo de vida til significativamente mais reduzido.

    O principal risco microbiolgico a contaminao associada a leveduras e fungos filamentosos,

    embora, como referido, exista uma preocupao crescente sobre a capacidade de certos

    agentes patognicos sobreviverem em produtos com um pH baixo (Kilcast et al., 2011).

  • Anlise sensorial, microbiolgica e determinao do teor de compostos fenlicos em refrigerantes

    13

    Segundo o BCN Research Laboratories, devido ao baixo pH (2,5 a 4,0) dos refrigerantes a

    maioria das bactrias, incluindo as bactrias patognicas, morrem rapidamente neste tipo de

    bebidas, devido ao efeito da acidez, no entanto, favorece a cintica de crescimento de leveduras

    e de fungos filamentosos. Contudo, podem crescer bactrias acidfilas, como certas bactrias

    de cido lctico (Lactobacillus e Leuconostoc) quando esto presentes os nutrientes suficientes,

    como o caso dos refrigerantes contendo sumo de fruta. As leveduras so os organismos de

    deteriorao mais relevantes, uma vez que podem crescer em pH acdico e sob condies

    anaerbias. Os fungos crescem lentamente em bebidas engarrafadas e so regularmente

    detetados apenas quando as bebidas esto disponveis para consumo pblico.

    De acordo com um estudo de Oranusi e colaboradores (1994) os contaminantes microbianos

    isolados de refrigerantes incluem os gneros bacterianos Bacillus spp. e Lactobacillus spp e

    fungos como Saccharomyces cerevisiae e Aspergillus niger.

    6. Concluso

    Atravs da anlise sensorial, verificou-se uma preferncia pela amostra B por parte dos 19

    participantes, sendo esta amostra a que contm maior teor em compostos fenlicos. Este tipo

    de anlise, embora importante para averiguar a aceitabilidade do consumidor, deve ser sempre

    complementada com tcnicas analticas para testar a segurana e determinar os constituintes

    nutricionais do produto.

    Atravs da anlise microbiolgica observou-se que no houve crescimento microbiano em

    ambas as amostras analisadas. No entanto, analisando os resultados de outros grupos verificou-

    se crescimento microbiano na Amostra A, sendo o resultado obtido na poro colocada

    temperatura ambiente de 4,4103 UFC/mL e na poro refrigerada 4,0 UFC/mL de produto. A

    baixa concentrao de compostos fenlicos nesta amostra, quando comparado com a amostra

    B, poder influenciar a carga microbiana encontrada, visto que estes compostos possuem

    propriedades antimicrobianas. Para alm disso, os refrigerantes podem conter substncias

    capazes de inibir a proliferao de microrganismos, como por exemplo os aromatizantes, que

    so muitas vezes misturas de molculas com potencial atividade antimicrobiana, sendo,

    particularmente, vlido para refrigerantes base de citrinos (Ndagijimana et al.,2004). Por outro

    lado, o facto de amostra A analisada pelos membros do turno ps-laboral apresentar

    crescimento microbiano, poder dever-se a esta apresentar uma data de durabilidade mnima

  • Anlise sensorial, microbiolgica e determinao do teor de compostos fenlicos em refrigerantes

    14

    (data at qual se conserva as suas propriedades especficas nas condies de conservao

    adequadas) inferior comparativamente amostra avaliada pelo turno compactado.

    Atravs da anlise instrumental, verificou-se que as amostras A e B, possuam

    respetivamente, 67,0 9,6 mg/L e 425,7 36,9 mg/L de equivalentes de cido glico. Porm, o

    tratamento estatstico indicou que nenhum dos ensaios era reprodutvel. De forma a minimizar

    os erros associados ao procedimento experimental poderiam efetuar-se mais ensaios,

    reduzindo deste modo a varincia.

    Por fim, com a realizao deste trabalho concluiu-se que a anlise das propriedades

    organolticas nos refrigerantes de igual importncia que o controlo fsico-qumico e

    microbiolgico, devendo ser combinadas e correlacionadas de forma a fornecer uma avaliao

    da aceitabilidade do consumidor.

    7. Referncias Bibliogrficas

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  • Anlise sensorial, microbiolgica e determinao do teor de compostos fenlicos em refrigerantes

    17

    ANEXOS

    1. Resumo2. IntroduoA indstria de refrigerantes e sumos apresenta-se como uma indstria de grande magnitude e impacte na economia mundial, com grande influncia na vida da populao em geral, sendo estes produtos alimentares produzidos e distribudos em quase todos os pases do mundo (Shacman, 2005).Um refrigerante ou uma bebida refrigerante consiste num lquido constitudo por gua (cerca de 90% da sua constituio), que contm em soluo, emulso ou suspenso ingredientes como sumo, polme, xaropes, extratos, entre outros. Eventualmente pode ser aromatizado, adoado, acidulado e ou gaseificado com dixido de carbono e pode ainda conter fruta, sumo de fruta e/ou sais minerais e vitaminas. Quanto aos aromas empregues, estes podem ter origem em sumos de frutos, em extratos vegetais ou substncias aromticas (Portaria n.703/96 de 6 de Dezembro; PROBEB, 2015).Uma das primeiras e grandes tendncias da indstria de refrigerantes ir ao encontro das necessidades dos consumidores, sendo a criao de formulaes de baixas calorias ou light e a procura de novos sabores e ingredientes, reas com grande importncia. Hoje em dia existe um grande interesse no uso de extratos vegetais dado os seus benefcios em termos de sabor, sade e por serem percebidos pelo consumidor como produtos naturais (Shacman, 2005).3. Material e MtodosNa anlise microbiolgica, utilizaram-se as mesmas amostras que foram avaliadas anteriormente, tendo sido uma poro refrigerada a 4 C e outra colocada na ausncia de luz temperatura ambiente. Numa Cmara de Fluxo Laminar Horizontal (Steril-Helios) adicionou-se, com uma pipeta esterilizada, 1 mL de suspenso me e de cada uma das diluies efetuadas em ambas as amostras (10-1 e 10-2) em placas de Petri esterilizadas. Adicionou-se cerca de 15 mL de meio de cultura (peptona trpsica de casena 5 g/L, extrato de levedura 2,5 g/L, glucose 1,0 g/L e agar 15 g/L, pH 7) a cada uma das placas e misturou-se cuidadosamente o inculo ao meio de cultura. Deixou-se solidificar e incubaram-se as placas invertidas, na estufa temperatura de 30 1 C durante 72 3 h. Por fim, procedeu-se contagem das colnias desenvolvidas aps o perodo de incubao.Na anlise instrumental, pipetou-se 0,2 e 0,05 mL das amostras A e B, respetivamente, para uma soluo aquosa contendo 0,5 mL reagente de Folin-Ciocalteu em 6 mL de gua destilada. Aguardou-se 60 segundos e seguidamente adicionou-se 1,5 mL duma soluo aquosa de carbonato de sdio (Na2CO3) 20% (p/v). Perfez-se at 10 mL com gua destilada, correspondendo deste modo um fator de diluio de 50 Amostra A e de 200 B. As amostras foram incubadas durante 1 hora na ausncia de luz e posteriormente procedeu-se leitura da absorvncia, a 765 nm num Espectrofotmetro (Shimadzu UV-120: 11-880 nm).4. Resultados Experimentais 4.1. Anlise Sensorial4.2. Anlise MicrobiolgicaNa anlise microbiolgica, utilizaram-se as mesmas amostras que foram avaliadas anteriormente, tendo sido uma poro refrigerada a 4 C e outra colocada na ausncia de luz temperatura ambiente. No se verificou crescimento de colnias nas placas efetuadas.No entanto, nas amostras analisadas pelos membros do turno ps-laboral, observou-se crescimento nas placas contendo amostra A, estando os resultados obtidos na Tabela 2.4.3. Determinao do teor de compostos fenlicos

    5. Discusso Atravs dos resultados experimentais verificou-se que a Amostra B contm um teor de compostos fenlicos elevado e, como tal, esta deveria ter um sabor mais amargo e adstringente, o que de facto foi referido pelo aluno L na anlise sensorial. Alguns compostos polifenlicos quando ingeridos, produzem na boca uma sensao de constrio, secura e aspereza, pelo facto de se ligarem e precipitarem protenas salivares especficas, e tem sido sugerido que a perda destas protenas da saliva diminui a capacidade da saliva para lubrificar a boca, o que percebido como adstringncia (Antunes, 2012). Por outro lado a amostra A apresentou uma colorao mais escura, como referido pelos alunos na anlise sensorial, o que tambm pode dever-se ao tipo de compostos fenlicos, como por exemplo as teaflavinas e tearubinas que so muito importantes do ponto de vista da qualidade intrnseca, j que so responsveis pela cor, sabor e brilho de ch. As teaflavinas so responsveis pelas cores vermelho/alaranjadas, pelo sabor adstringente e so mais amargas enquanto as tearubiginas apresentam uma cor acobreada, so menos amargas e menos adstringentes (Nascimento, 2014).Na tabela seguinte apresentam-se teores de compostos fenlicos encontrados em chs preto e verde e em diversas infuses de ervas. Como possvel observar os chs contm um alto teor de compostos fenlicos em comparao com as outras infuses. Para alm disso, o mtodo de Folin-Ciocalteu no um mtodo especfico, tendo a desvantagem de determinar tambm outras substncias redutoras adicionadas ou naturalmente presentes como acares, aminas aromticas, guanina, compostos de enxofre, cido ascrbico e outras vitaminas, cidos orgnicos, ies inorgnicos como Cu (I) e Fe (II), tiis, entre outros (Antunes, 2012; Magalhes et al., 2008).6. Concluso Atravs da anlise sensorial, verificou-se uma preferncia pela amostra B por parte dos 19 participantes, sendo esta amostra a que contm maior teor em compostos fenlicos. Este tipo de anlise, embora importante para averiguar a aceitabilidade do consumidor, deve ser sempre complementada com tcnicas analticas para testar a segurana e determinar os constituintes nutricionais do produto.Atravs da anlise microbiolgica observou-se que no houve crescimento microbiano em ambas as amostras analisadas. No entanto, analisando os resultados de outros grupos verificou-se crescimento microbiano na Amostra A, sendo o resultado obtido na poro colocada temperatura ambiente de 4,4(103 UFC/mL e na poro refrigerada 4,0 UFC/mL de produto. A baixa concentrao de compostos fenlicos nesta amostra, quando comparado com a amostra B, poder influenciar a carga microbiana encontrada, visto que estes compostos possuem propriedades antimicrobianas. Para alm disso, os refrigerantes podem conter substncias capazes de inibir a proliferao de microrganismos, como por exemplo os aromatizantes, que so muitas vezes misturas de molculas com potencial atividade antimicrobiana, sendo, particularmente, vlido para refrigerantes base de citrinos (Ndagijimana et al.,2004). Por outro lado, o facto de amostra A analisada pelos membros do turno ps-laboral apresentar crescimento microbiano, poder dever-se a esta apresentar uma data de durabilidade mnima (data at qual se conserva as suas propriedades especficas nas condies de conservao adequadas) inferior comparativamente amostra avaliada pelo turno compactado.Atravs da anlise instrumental, verificou-se que as amostras A e B, possuam respetivamente, 67,0 9,6 mg/L e 425,7 36,9 mg/L de equivalentes de cido glico. Porm, o tratamento estatstico indicou que nenhum dos ensaios era reprodutvel. De forma a minimizar os erros associados ao procedimento experimental poderiam efetuar-se mais ensaios, reduzindo deste modo a varincia.7. Referncias BibliogrficasNascimento, M.L (2014) Doseamento de Cafena e Anlise Sensorial de Ch Preto (Camellia sinensis) Preparado com Diferentes Condies de Extrao. Faculdade de Cincias e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. Dissertao para obteno do Grau de Mestre em Cincias Gastronmicas.