Física no Ensino Fundamental: atividades lúdicas e jogos ...
PROPOSTA DE EXPERIMENTOS E ATIVIDADES LÚDICAS EM ... · fundamental no processo de ensino...
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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO - SEED
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO - SUED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE
PROPOSTA DE EXPERIMENTOS E ATIVIDADES LÚDICAS EM ONDULATÓRIA
Autora: Ana Lucia Berti1
Orientador: Profº. Dr. Fábio Luiz Melquiades2
RESUMO Este artigo teve como objetivo a discussão da “Proposta de Experimentos e Atividade Lúdicas Desenvolvidos em Ondulatória”, para o ensino de física no conteúdo de Ondulatória, desenvolvido no Programa de Desenvolvimento Educacional do Estado do Paraná (PDE), realizado no Colégio Estadual João Cavalli da Costa –EFM-, no município de Palmital, NRE Pitanga, Estado do Paraná,
com alunos do 2ª Série A e B do Ensino Médio. Foi abordado a parte clássica e os temas de Física Moderna correlacionados, através da proposta de implementação de atividades experimentais com materiais de baixo custo,visando auxiliar no processo ensino-aprendizagem. Em face da importância de relacionar conceitos físicos com sua comprovação experimental, destaca-se a participação dos estudantes e a disponibilidade em executar experimentos em sala de aula. As atividades realizadas foram: pré teste; aplicação dos experimentos lúdicos, qualitativos, quantitativos e virtuais; resolução de atividades propostas na unidade didática de acordo com os roteiros experimentais; pesquisas; leituras; visita a emissora de rádio e pós teste. Os resultados foram positivos permitindo um maior envolvimento dos alunos e do professor PDE, possibilitando melhor assimilaçãodo conteúdo estudado. Espera-se que a unidade didática elaborada e implementada colabore para futuras pesquisas na área da metodologia do ensino da ondulatória e no dia a dia de diversos professores de física.
Palavras-chave: Experimentos. Metodologia. Ondulatória. Aprendizagem.
1. INTRODUÇÃO
É função do professor valorizar a curiosidade dos alunos para socialização do
conhecimento. Neste sentido torna-se imprescindível a flexibilização e modernização
1 Professora PDE 2012 - Professora de Física – Colégio Estadual João Cavalli da Costa – EFM
- [email protected]– UNICENTRO - Universidade Estadual do Centro Oeste- Paraná 2 Prof. Dr. Fábio Luiz Melquiades - [email protected]– Universidade
Estadual do Centro-Oeste – UNICENTRO, Guarapuava – PR.
do currículo. Propõem-se rearticular as definições e significados da física, que estão
em constante processo de evolução. Essas mudanças terão implicações no ensino,
por isso existe a necessidade crescente de unir esforços na tentativa de buscar
alternativas, suscitar reflexões e reforçar o empenho em tornar as aulas de física
mais atrativas. A utilização de aulas experimentais de física contemplam alunos e
professores por meio da inovação, conforme citação de Valadares (2001):
“A inclusão de protótipos e experimentos simples em nossas aulas tem sido um fator decisivo para estimular os alunosa adotar uma atitude mais empreendedora e a romper com a passividade que, em geral, lhes é subliminarmente imposta nos esquemas tradicionais de ensino. Os projetos que temos priorizado utilizam basicamente materiais reciclados e de baixo custo. Isto torna os projetos acessíveis a todas as escolas” (VALADARES, E. C. 2001, p.38-40).
Valadares (2012), destaca ainda que muitos dos experimentos podem ser
realizados com materiais de baixo custo, permitindo a participação de qualquer
público. Luckesi (2005), complementa que a ludicidade tem um papel pedagógico
fundamental no processo de ensino aprendizagem.
Com este trabalho, propõem-se aproximar o aluno do professor, promover o
crescimento científico e intelectual por meio da aprendizagem significativa, conforme
ressalta as DCE – Física Paraná (2008):
“A experimentação, no ensino de Física, é importante metodologia de ensino que contribui para formular e estabelecer relações entre conceitos, proporcionando melhor interação entre professor e estudantes, e isso propicia o desenvolvimento cognitivo e social no ambiente escolar” (PARANÁ, 2008, p. 56).
Portanto, se faz necessário aperfeiçoar as metodologias das aulas de física,
estabelecendo uma relação verdadeira e comprometida com a melhoria da
qualidade do ensino. Cabe aos professores, resgatar a responsabilidade, o
compromisso, a dedicação ao trabalho, orientados pela organização, disciplina,
persistência e criatividade desenvolvidos em sala de aula.
Muitas vezes, o educador que ministra conteúdos de física explora com
maior ênfase a parte de cálculos e deixa de lado a comprovação da teoria por meio
das atividades experimentais.A realização de experimentos e mesmo de
demonstrações lúdicas, pode potencializar a compreensão da física através do
desafio cognitivo proposto, estimulando a interação entre professor e aluno. Este
processo enfatizao prazer da descoberta, favorecendo o despertar para o mundo da
física e suas aplicações. A proposição de iniciativas através de atividades de
manipulação, execução de atividades práticas e lúdicas, pode levar os educandos a
descobrir e compreender o “por que” do funcionamento deste ou daquele
equipamento.
Ostermann (1999, 2000), ressalta a contextualização da Física
Contemporânea no Ensino Médio e a atualização curricular, indicando que seus
resultados apontam para a asserção de que deveria haver mais Física
Contemporânea no ensino médio.
O presente artigo tem a finalidade de apresentar o resultado da
implementação de uma proposta de experimentos e atividades lúdicas em
ondulatória. Foi elaborado um conjunto de 10 roteiros independentes para ser
aplicado em sala de aula. Propõe-se uma metodologia para superar dificuldades e
desafios de alguns professores em realizar experimentos, incorporados à sua
dinâmica em sala de aula.
O tema Ondulatória está inserido no conteúdo estruturante Eletromagnetismo,
difundindo tópicos de Ondulatória, incluído ondas luminosas, espectro
eletromagnético e dualidade onda partícula. A intervenção didática ocorreu no
município de Palmital-PR, no Colégio Estadual João Cavalli da Costa-EFM-, NRE de
Pitanga, com alunos da 2ª Série A e B do Ensino Médio.
2.METODOLOGIA
Para o encaminhamento da implementação optou-se por realizar o trabalho
voltado a verificação dos pré-conceitos que os alunos possuem em relação a
ondulatória, através de pré-teste e ao final do projeto de um pós-teste, como forma
de verificar e comparar o desempenho individual dos alunos, através das atividades
práticas.
As atividades foram desenvolvidas durante os horários de aula, utilizando-se
os espaços da própria sala de aula e do laboratório de informática. Todas as
atividades propostas foram planejadas a partir de uma unidade didático-pedagógica
previamente elaborada contendo 10 roteiros, conforme Quadro 1.
Quadro 1: Propostas para realização dos experimentos, de acordo com o
conteúdo estruturante e conteúdo básico.
Conteúdo
estruturante
Conteúdo básico Atividade proposta Tipo de
experimento
Eletromagnetismo Introdução a ondas
mecânicas
Experiência com mola
helicoidal
Lúdico/Qualitativo
Eletromagnetismo Comprimento de
onda da luz
Construção do
espectroscópio a partir de
um cd
Qualitativo e
quantitativo
Eletromagnetismo Tubos Sonoros Experiência com tubos
plásticos (mangueira)
Qualitativo e
quantitativo
Eletromagnetismo
Ondas sonoras
Visualização das ondas
Sonoras e Qualidades
fisiológicas do som
Lúdico e
qualitativo
Eletromagnetismo Reflexão total da luz Experiência da fibra ótica
através filete de água e
lanterna
qualitativo
Eletromagnetismo Polarização da luz Polarização usando
polaróide de celular
(cristal líquido)
Lúdico e
qualitativo
Eletromagnetismo Dispersão e difração
da luz
Luz como raio e
como onda.
Construção de um Prisma
(poderá ser aplicado aos
alunos com deficiência
visual)
Lúdico e
qualitativo
Eletromagnetismo
Difração da luz Redes de difração com cd
e fio de cabelo
Quantitativo
Eletromagnetismo Dualidade da luz
Experimento com CD, observando a luz como onda
Quantitativo e
qualitativo
Eletromagnetismo
Efeito Fotoelétrico Experimento virtual utilizando simulador computacional
Lúdico e
Qualitativo
O projeto de implementação foi aplicado aos estudantes da 2ª Série “B” (turno
vespertino), chamada turma de implementação. Ainda foi considerada uma turma
controle, 2ª Série “A” (turno matutino). Na turma controle, o conteúdo sobre
ondulatória foi trabalhado normalmente com o uso de apostilas e livros didáticos, na
forma tradicional. Esta abordagem visa fazer uma comparação posterior sobre a
possível conscientização dos estudantes e avaliar o material e a metodologia
proposta na unidade didático-pedagógica. As duas turmas totalizaram 47 alunos.
Na implementação utilizou-se um roteiro de aulas, contemplando a
identificação do aluno, período, data da realização, tema, introdução, objetivos,
material, procedimento/execução dos experimentos, e questões para reflexão e
discussão. Na unidade didática, ao final de cada roteiro existe um item que direciona
o professor com as respostas dos questionamentos e com os detalhes a serem
considerados para o bom êxito do experimento.
O Quadro 2 apresenta os itens contemplados no projeto, a partir do Caderno
de Expectativas de Ensino, na disciplina de Física, nas páginas 51-52, tendo como
base o conteúdo estruturante e expectativas de aprendizagem visando a melhoria da
qualidade na educação pública paranaense.
Quadro 2- Expectativas de Aprendizagem – Itens contemplados
Conteúdo
Estruturante
Expectativas de Aprendizagem
Eletromagnetismo 61. Compreenda a onda como uma perturbação no tempo e no espaço
que transporta energia sem transporte de matéria.
Eletromagnetismo 62. Diferencie a natureza mecânica ou eletromagnética das ondas,
relacionando com os fenômenos ondulatórios, como por exemplo, a luz e
o som.
Eletromagnetismo 63. Compreenda e explore os fenômenos de refração, difração e
interferência, dentre outros, demonstrando conhecer as características
ondulatórias das grandezas físicas, como comprimento de onda,
velocidade, período, frequência e amplitude, bem como suas unidades
de medida.
Eletromagnetismo 80. Compreenda a luz como radiação eletromagnética localizada dentro
de uma pequena faixa do espectro eletromagnético, relacionando os
comprimentos de onda às cores deste espectro.
Eletromagnetismo 81. Compreenda a luz como pacotes de ondas (energia quantizada) que
pode interagir com a matéria, apresentando alguns comportamentos
típicos de partículas e outros, de ondas, ou seja, o entendimento da luz a
partir do comportamento dual onda-partícula.
Eletromagnetismo 82. Compreenda os fenômenos de difração, interferência e polarização
como evidências do caráter ondulatório da luz, e o efeito fotoelétrico
como típico do comportamento corpuscular da luz.
Eletromagnetismo 83. Compreenda a natureza dual (onda-partícula) presentes nas
interações de partículas atômicas com a matéria, por exemplo, a difração
com um feixe de elétrons.
Eletromagnetismo 84. Reconheça os fenômenos luminosos como refração, reflexão,
dispersão, absorção e espalhamento, utilizando esses conhecimentos
para explicar, por exemplo, a formação do arco-íris e a cor do céu dentre
outros.
Fonte: Caderno de Expectativas – Física – (Seed/DEB-PR, 2012, p-51-52)
3.RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram realizados os roteiros de experimentos, conforme descrição do
Quadro 1, e confeccionados os experimentos de acordo com os roteiros de aulas
propostos no material da produção didática (disponível no link http://arq.e-
escola.pr.gov.br/gtr2013/7526-26.pdf).
Para o tema Introdução a ondas mecânicas, foi elaborado o Roteiro 1, intitulado
“Experiência com mola helicoidal”, que consiste em diferenciar as ondas transversais
e longitudinais. Utilizaram-se de duas ou mais espirais de caderno conectadas, para
facilitar o experimento lúdico, foi acoplado uma fita ao sistema, possibilitando a
visualização do deslocamento da onda sem deslocamento de matéria, conforme
Figura 1.
.
Figura 1: Experimento Mola Helicoidal Fonte: Berti. A.L.
Para o experimento com o tema comprimento de ondas, foi elaborado o
Roteiro 2, intitulado “Comprimento de onda do espectro da luz “, através da
construção do espectroscópio (Figura 2 A) a partir de um CD (compactdisc). É um
experimento qualitativo, com as opções de utilizar um tubo (Procedimento 1, Figura
2 B) ou ainda a caixa de fósforos (Procedimento 2, Figura 2 C). Sendo que o interior
do espectroscópio foi mantido a cor preta para facilitar a visualização dos espectros.
Figura 2 A : Figura 2 B: Figura 2 C:
Confecção do Espectroscópio de tubos Espectroscópio de Caixa
Espectroscópio de Fósforos
Fonte: Berti.A.LFonte: Berti.A.LFonte: Berti.A.L
Para o experimento com o tema Tubos Sonoros, utilizou-se do Roteiro 3:
“Experiência com tubos plásticos (mangueira)”, Figura 3 A. Experimento qualitativo e
quantitativo, e ainda lúdico, destacando o “treino do sopro” (Figura 3 B) para
sucesso na experiência. Observou-se que quanto menor o comprimento do tubo,
mais agudo é o som produzido, e quanto maior o tubo, mais grave é o som
produzido. Neste experimento, os alunos se divertiram com os mais diferentes
ruídos produzidos. Porém nos cálculos quantitativos, onde foi solicitado que
calculassem a freqüência do som em cada tubo, encontraram uma certa dificuldade.
Figura 3 A: Tubos Plásticos Figura 3 B: Experimento de tubos Fonte: Berti. A.L Fonte: Berti. A.L.
No experimento qualitativo e lúdico para enfatizar as Ondas Sonoras,
conforme Roteiro 4, intitulado “Visualização das ondas sonoras e qualidades
fisiológicas do som”, utilizou-se como fonte sonora caixinha de amplificação e celular
dos alunos, conforme Figura 4. Houve a implementação da experimentação. Em
seguida, realizou-se visita a emissora Rádio Cidade AM, em Palmital, verificando a
tecnologia utilizada no sistema de radiodifusão. Os alunos efetuaram gravação de
voz, através do computador e verificou-se as qualidades fisiológicas do som, além
de outros conceitos.
Figura 4: Experimento de ondas sonoras Fonte: Berti. A.L
Para o experimento qualitativo para constatação da reflexão total da luz,
utilizou-se o Roteiro 5: “Experiência da fibra ótica” através de um filete de água e
laser pointer. Acrescentou-se uma colher de leite em pó na água para facilitar a
visualização. Quanto a luminosidade do ambiente, utilizou-se o laser pointer
vermelho (Figura 5 A) com a sala totalmente escura e laser pointer verde (Figura 5
B) com a sala parcialmente escurecida.
Figura 5 A:Laser pointer vermelho Figura 5 B: Laser pointer verde Fonte: Berti. A.L. Fonte: Berti. A.L.
No experimento lúdico e qualitativo intitulado “Polarização da luz”, foi
utilizado o Roteiro 6, por meio de polaroide do visor de celular (cristal líquido)
sobrepostos. Inicialmente os alunos assistiram o vídeo do “Mago da Física”,
disponível no link: http://www.magodafisica.com.br/video/do-mago/polarizacao/28
Em seguida, prosseguiu-se a realização do experimento, retirando-se o visor
de cada celular (Figura 6 A). Para realização deste experimento, foram arrecadados
vários celulares que se encontravam em desuso, chamados de “sucata tecnológica”
(Figura 6 B).
Figura 6 A: Visor de celular (cristal líquido) Figura 6 B: Celulares arrecadados Fonte: Berti. A.L Fonte: Berti.A.L.
O experimento da dispersão e difração da luz foi preparado para contemplar
alunos com necessidade especiais de visão. Nele se destacou a luz como raio e
como onda, através do Roteiro 7. Foi construído um prisma de papelão com
diferentes texturas de papeis e espessuras de fios que simbolizam os raios de luz.
Para a construção do prisma, utilizou-se a base de 30 cm e altura de 20 cm. Este é
um experimento voltado a deficientes visuais, porém na ausência destes na sala,
optou-se por vedar os olhos e prosseguir o experimento. Este experimento foi
inspirado na publicação de CAMARGO (2008). Separou-se os grupos que
confeccionaram o prisma e outro grupo para testar o experimento com os olhos
vedados, conforme Figura 7 A e Figura 7 B. Destacando a sensação tátil através da
espessura do comprimento de onda na compreensão do conceito do prisma,
conforme indica a Figura 7 C.
Figura 7 A Figura 7 B-Construção do Figura 7 C – Comprimentos
Olhos vedados prisma de onda no interior do prisma
Fonte: Berti. A.L.
No Experimento da Difração da luz, utilizou-se o Roteiro 8: “Redes de
difração com CD e fio de cabelo”, conforme Figura 8. A execução da parte prática foi
realizada com tranquilidade, porém, detectou-se dificuldade dos alunos quanto aos
cálculos. Neste caso foi solicitado aos alunos determinar a espessura do fio de
cabelo de um membro do grupo. Sendo um experimento quantitativo, destacando a
atenção na coleta de dados e execução dos cálculos propostos.
Figura 8 – Experimentação Difração da luz Fonte: Berti. A.L.
O experimento da Dualidade da luz, utilizou-se o Roteiro 9: Experimento com
CD, observando a luz como onda, conforme a Figura 9. Optou-se pela utilização de
CD e DVD, observando a luz como onda. Por tratar-se de um experimento
qualitativo e quantitativo, ao final das questões os alunos fizeram um comparativo da
capacidade de armazenamento de dados do CD e DVD. Comprovou-se que quanto
maior o número de ranhuras por milímetro, maior o armazenamento de dados, por
esta razão o DVD armazena mais dados que o CD.
Figura 9: Experimentação Dualidade da luz a partir de um CD. Fonte: Berti. A.L
Finalmente foi realizado o último experimento. É um experimento virtual,
lúdico e qualitativo. Intitulado de “Efeito Fotoelétrico”, utilizou-se o Roteiro 10:
“Acessa Física” e “Pato Quântico”. O local escolhido para esta implementação foi o
laboratório de informática. O recurso multimídia utilizado foi o simulador
computacional, disponível no “Acessa Física”, porém é necessário baixar o software
para utilizá-lo. O outro recurso virtual utilizado, denominado: “Pato Quântico”, foi
disponibilizado pelo RIVED (Rived - Rede web de forma gratuita, denominada Rede
Interativa Virtual de Educação), ligado ao Ministério da Educação, que produz
conteúdos pedagógicos digitais.O simulador “Pato Quântico” obteve maior facilidade
de ser manuseado no laboratório de informática do colégio. Constatou-se esta
prática de implementação, através do jogo utilizado no simulador computacional,
como um experimento muito lúdico, cativante e didático, compreendendo os
conceitos do efeito fotoelétrico (Figura 10).
Figura 10: Efeito fotoelétrico aplicado no Jogo “Pato Quântico “ Fonte: Berti. A.L.
O Pré Teste, totalizando 10 questões, foi aplicadocom o objetivo de verificar os pré-
conceitos que os alunos possuem em relação a ondulatória, obtendo dadosde
acordo com o número de acertos, como uma ferramenta para verificar e comparar o
desempenho individual dos alunos.
Foi aplicado tanto na turma controle, 2ª Série A, quanto na turma de implementação,
2ª Série B, conforme indica a Figura 11.
Posteriormente, esse mesmo teste foi novamente aplicado com as mesmas 10
questões, na forma de Pós-teste para comparação dos resultados e como um dos
meios de avaliação da metodologia, conforme indica os resultados da Figura 12.
11%
11%
22%
22%
28%
6%
2
4
6
7
8
9
Turma A - Pré Teste
60%
6%
6%
22%
6%
4
6
7
9
10
Turma A - Pos Teste
Figura 11: Resultado do Pré Testee Pós Teste para turma controle. A legenda indica o
numero de questões acertadas pelos alunos, estes representados nos números com percentagem. Fonte: Berti.A.L
14%
28%
14%
24%
17%
3%
2
3
4
5
6
7
Turma B - Pre teste
69%
14%7%
7%3%
6
7
8
9
10
Turma B - Pos teste
Figura 12: Resultado do Pré Teste e Pós Teste para turma implementação. A legenda indica o numero de questões acertadas pelos alunos, estes representados nos números com percentagem. Fonte: Berti.A.L
Na turma A, Turma Controle (sem as atividades experimentais), foi possível
verificar que no Pré Teste 22% da turma acertaram mais de 8 questões, já no Pós
Teste 66% dos alunos atingiram este número de acertos.
Na turma B, Turma Implementação (com atividades experimentais) percebe-
se que no Pré Teste, nenhum aluno acertou mais de 8 questões. Porém no Pós
Teste verificou-se que 90% dos alunos acertaram mais de 8 questões. Destaque
para 69 % da turma que acertaram todas as questões no Pós Teste.
Observou-se que no Pós Teste os alunos estavam mais envolvidos e aptos a
compreensão dos principais conceitos em ondulatória. Na Turma “B” o número de
acertos foi muito superior ao desempenho da Turma “A”.
Nas experiências que foram implementadas utilizou-se materiais de fácil
obtenção e desenvolvidos em sala de aula pelo professor e pelos alunos,
dispensando uso de laboratório ou outros espaços, porém exigindo um bom
planejamento por parte do professor.
Na implementação, também é importante destacar o trabalho desenvolvido
no Grupo de Trabalho em Rede (GTR), realizado no período de março a maio de
2013. De acordo com os estudos discutidos, detecta-se a necessidade de
incrementar as aulas de física, proporcionar aulas interessantes, condizentes com a
realidade do aluno. O GTR possibilitou a troca de informações, a reciclagem de
metodologias através de projetos inovadores.Observou-se a necessidade de
incrementar as aulas de física através da experimentação. No 2º Ano do Ensino
Médio, muitas vezes o tempo é escasso para abordagem dos conteúdos de
ondulatória. O material da unidade didática composto de 10 roteiros foi
disponibilizado no GTR, visando auxiliar os professores no seu dia a dia em sala de
aula. Destacou-se também a necessidade de ter maior suporte técnico para
despertar no aluno o gosto pela física, através da experimentação lúdica,
quantitativa, qualitativa e virtual.
Alguns relatos confirmam a dificuldade da aprendizagem dos alunos em
virtude dos cálculos matemáticos, número reduzido de aulas, falta de capacitação
aos professores, dentre outros. Outros relatos, comprovam que a maioria dos
professores utilizam da experimentação como forma de cativar os alunos para a
aprendizagem da física, por meio da curiosidade, contextualização, e construção do
conhecimento. Conforme relato do GTR da Professora” X “que diz:
“Olá, Ana Lúcia. Como professora de Física pude constatar durante todos esses anos em que trabalho com essa disciplina as dificuldades que os alunos apresentam
em relação aos conceitos e resolução de exercícios de Física. A partir do momento em que comecei inserir atividades experimentais nas aulas, tudo começou a mudar. As avaliações começaram a ter resultados positivos. Como voce mesma disse: os alunos avançam bastante nos conteúdos e avaliações. Sem dúvida, isso é muito importante e gratificante! Acredito que a experimentação no ensino de Física é o caminho para uma aprendizagem significativa. Vou seguir a sua recomendação, vou inserir nas minhas aulas as experiências do seu material didático. Com certeza vou ter resultados excelentes! “
Atribui-se a metodologia das aulas práticas, através da experimentação,
como ferramenta essencial para despertar a curiosidade dos alunos, como forma de
novos subsídios para socialização do conhecimento. Neste sentido torna-se
imprescindível a flexibilização e modernização das aulas de física. Propõe-se
rearticular as definições e significados da física, que estão em constante processo
de evolução.
Essas mudanças terão implicações no ensino, por isso existe a necessidade
crescente de unir esforços na tentativa de buscar alternativas, suscitar reflexões e
reforçar o empenho em tornar as aulas de físicas mais atrativas.
Uma das propostas é a quebra de paradigma com relação às aulas de física,
onde muitas vezes encontram-se alunos pouco envolvidos no processo ensino-
aprendizagem. A dificuldade encontrada pelos alunos ainda é o desenvolvimento
quantitativo, onde detectou-se a dificuldade na execução dos cálculos propostos nos
roteiros de aulas.
4. CONCLUSÕES
Foi elaborada uma unidade didática composta de 10 roteiros com
experimentos de ondulatório que podem ser aplicados em sala de aula, com
materiais de baixo custo. Apenas um dos roteiros exige o laboratório de informática.
Este trabalho permitiu destacar a importância da abordagem lúdica,
qualitativa, quantitativa e experimento virtual, com a intenção de levar os alunos a
observar, questionar, criticar, enfim estimular hábitos de estudo por meio da
participação necessária à construção do conhecimento e na efetivação do processo
de ensino aprendizagem.
A partir das estratégias utilizadas cabe ao professor organizar e preparar
suas aulas, mediando à adaptação do aluno ao mundo contextualizado, destacando
suas habilidades e competências. Busca-se desenvolver o senso crítico e
investigativo, instigando-os a perguntas desafiadoras frente à ondulatória.
O experimento virtual requer acesso à internet e computadores, que também
poderão utilizar data show e tela para projeção, explicando o passo a passo. Além
da experimentação, poderão ser utilizados vídeos, como “Mago da Física”. E mais
recentemente ainda o uso da tecnologia da Lousa Digital.
Os experimentos foram fotografados e filmados para confeccionar folder e
painel ilustrativo. Este registro foi importante para realização do Seminário Científico
no colégio, dando oportunidade de toda comunidade escolar conhecer e apreciar a
Unidade Didática.
Os resultados obtidos nos pré e pós testes são um indicativo de que a
utilização de demonstrações e realização de experimentos contribuem para o
processo de ensino aprendizagem.Espera-se quea unidade didática desenvolvida e
implementada colabore para futuras pesquisas na área da metodologia do ensino da
ondulatória e no dia a dia de professores de física
Verificou-se que a utilização de experimentos em sala de aula, seja como
construção, manuseio ou até mesmo como demonstração, tornam a aula muito mais
interessante, não só para o aluno, mas também mais prazerosa para o professor, em
função do envolvimento do aluno na realização dessas atividades.
O resultado da implementação no Colégio João Cavalli da Costa foi muito
satisfatório, gerando avanços na metodologia do ensino da física neste
estabelecimento de ensino.Destaca-se também o resultado através de discussões
sobre temas importantes e atuais para a educação científica, através da
experimentação abordando inclusive tópicos de Física Moderna, como o caso do
efeito fotoelétrico e dualidade da luz.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAMARGO, E. P. Como ensinar ótica para alunos cegos e com baixa visão?
São Paulo, Revista Física na Escola, 2008. LUCKESI, Cipriano Carlos. Educação, ludicidade e prevenção das neuroses futuras: uma proposta pedagógica a partir da Biossíntese. 2005. Disponível em:
http://www.luckesi.com.br/artigoseducacaoludicidade.htm. Acesso em 04/07/2012. OSTERMANN, F.; MOREIRA, M. A. Uma revisão bibliográfica sobre a área de pesquisa “Física Moderna e Contemporânea no Ensino Médio”. Revista
Investigação em ensino de ciências do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, v. 5, n. 1, mar. 2000. Disponível em <http://www.if.ufrgs.br/public/ensino> OSTERMANN, F.; CAVALCANTI, C. J. H. Física moderna e contemporânea no ensino médio: elaboração de material didático, em forma de pôster, sobre partículas elementares e interações fundamentais. Caderno Catarinense de Ensino de Física, Florianópolis, v. 16, n. 3, p. 267-286, dez. 1999. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Caderno de Expectativas de Aprendizagem. Curitiba: Seed/DEB-PR, 2012. Disponível no link www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/diretrizes/caderno expectativas.pdf Acesso em 24/05/2012. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Curitiba: Seed/DEB-PR, 2008.
VALADARES, Eduardo C. Física mais que divertida. 2ª Ed. Belo Horizonte: Editora
da UFMG, 2002. VALADARES, E. C. Propostas de experimentos de baixo custo centradas no aluno e na comunidade. Química Nova na Escola, São Paulo - SP, p. 38-40,
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